OS DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS NA VIVÊNCIA DA SALA DE AULA

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A LITERATURA APROXIMANDO VIDAS:

OS DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS NA VIVÊNCIA DA SALA DE AULA

Nadja Priscila Araújo Gomes

[email protected]

Raissa Nayedja Filgueira de Araujo

[email protected]

Cei - Centro de Educação Integrada

RESUMO Envolver os alunos em diversas situações de interação com os textos, literários ou não, que circulam no mundo, promove a formação de leitores-escritores críticos capazes de lidar com diversas formas de discursos em seu meio social. O conhecimento do universo dos gêneros textuais permite ampliar as relações sociais e as práticas discursivas através da funcionalidade e dos diferentes contextos de linguagem. Faz-se necessário um ensino que contemple na vivência humana, os variados gêneros e suas funções especificas. A literatura no Ensino Fundamental I tem um lugar definido e amplo, e trata-se de tornar natural o ensino e a aprendizagem de algo que faz parte da vida dos alunos. Vivenciamos em sala de aula um projeto, com crianças de 10 a 12 anos do 5° ano, que objetivava contemplar alguns gêneros textuais através do despertar da literatura. Aproximamos os alunos da obra de André Neves: “A caligrafia de Dona Sofia”, levando-os a compreender o significado dos gêneros através de estratégias divertidas que envolve experiências de suas vidas. Trabalhamos com poesias, cartas e dramatizações, abordando valores de amizade e companheirismo, e percebemos que essa união possibilitou um maior interesse e compreensão do assunto. Esse projeto proporcionou às crianças, em sua vivência presente os prazeres, as vantagens e os problemas que confere o poder de interagir com os textos. Palavras-chave: Gênero textuais, ensino, aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A questão norteadora do nosso artigo é apresentar como se deu uma das práticas de

ensino realizada no 5º ano do Ensino Fundamental I, da escola CEI - Centro de Educação

Integrada. Trabalhamos com a obra: “A caligrafia de Dona Sofia, na qual, exploramos os

gêneros textuais poesia e carta, possibilitando aos alunos a funcionalidade destes gêneros

nas suas vivências.

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Tal situação propõe o desenvolvimento das relações interpessoais entre os alunos,

além de agregar à prática pedagógica, valores tais como: a amizade, a solidariedade, o

companheirismo. Através de estratégias e dinâmicas, contemplamos a aproximação entre os

alunos, visando uma convivência mais harmoniosa da turma.

Segundo Lopes:

Cabe ao professor criar condições para que os alunos possam apropriar-se de características discursivas e linguísticas de gêneros diversos em condições reais, através de projetos pedagógicos que visem ao conhecimento, à leitura, à discussão sobre o uso e as funções sociais dos gêneros escolhidos e, quando pertinente, à sua produção escrita e circulação social. ( LOPES, 2002).

A leitura é um caminho que proporciona a criança a desenvolver emoções e

sentimentos, nesse sentido, é importante desenvolver estratégias que possa ser explorado o

contato do indivíduo com as diversas leituras para que ela possa fazer parte da vida dos

alunos, como algo prazeroso e significativo.

“A caligrafia de Dona Sofia”, é uma literatura que escolhemos trabalhar com os

alunos, pois despertou em nós professores, o prazer de conhecer a encantadora história da

bondosa senhora Sofia, levando-nos a pensar em reinventar os personagens, conhecer

lugares e descobrir conhecimentos implícitos na narrativa, além de nos aproximarmos do

gênero poesia. Procuramos, então, contemplar esta obra de André Neves em sala de aula,

pois a mesma sugere que a vida seria muito melhor se espalhássemos poemas pelo mundo

afora. Consolidamos estratégias que despertaram nos alunos o gosto pela literatura de

poesias de diversos autores.

A partir dos planejamentos realizados pela equipe de professoras do 5º ano, foram

surgindo ideias que possibilitaram um trabalho enriquecedor para o aprendizado de nossos

alunos. Os laços que o docente cria entre o aluno leitor e a literatura, acabam por

desenvolver capacidades de construção do significado dos textos, contribuindo para que a

criança consiga interagir com a história.

Como sabemos a emoção e a afetividade são fatores importantes na formação do

leitor, pois através da literatura podemos experimentar situações e emoções que talvez nunca

venhamos a experienciar na vida real, fazendo com que consigamos ter um raciocínio prévio

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de como lidar com determinadas vivências e, assim, moldarmos, de certa forma, nossa

personalidade.

2. A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR OS GÊNEROS TEXTUAIS E SALA

DE AULA

Inicialmente abordaremos o assunto sobre gêneros textuais a partir de alguns

estudiosos, e em seguida, iremos tratar sobre o trabalho realizado com os gêneros na sala de

aula.

De acordo com Marcuschi (2008), os gêneros são os textos quem encontramos em

nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos

por composições funcionais.

Nessa perspectiva, os gêneros devem ser vistos na relação com as práticas sociais,

os aspectos cognitivos, os interesses, as relações de poder, as atividades discursivas e no

interior da cultura, pois os inúmeros gêneros discursivos produzidos por nossa sociedade

podem ser organizados por vários critérios norteados pelas esferas sociais seja literária,

jornalística, publicitária ou comercial, entre outros.

O trabalho com gêneros textuais é uma questão de compreensão da linguagem

através da prática social, tornando os diversos textos trazidos em sala de aula, algo que se

possa materializar em nossos espaços de relações sociais. Tentamos promover a

representação da realidade focalizando no processo de ensino-aprendizagem da leitura,

criando situações em que a funcionalidade dos textos pudesse se fazer presente., isto é, a

relação dos gêneros com suas condições sociais de produção e de construção.

Para que a criança conheça o universo dos gêneros textuais, é imprescindível

despertar nelas o gosto pela leitura, e cabe ao ambiente escolar e familiar construir este

processo. Faz-se necessário, que a escola crie um ambiente favorável a prática da leitura e o

estudo de diversos textos. Segundo Rabelo:

Se a escola deseja formar bons leitores, é preciso que ela proporcione ao aluno um ambiente que poder-se-ia chamar, não apenas de alfabetizador, mas de “letrador”, transformando-se essa atitude unilateral de ensinar alguma coisa a alguém pelo ato de conhecer alguma coisa com alguém. Seria o ambiente através do qual a criança pudesse tornar-se um indivíduo

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“letrado”, isto é, um ambiente onde, efetivamente, ela construísse sua competência, na leitura, interpretação e produção de todos os tipos de textos das diversas áreas do conhecimento humano, sejam eles textos literários, científicos, jornalísticos, matemáticos, etc. (RABELO, 2002).

É Imprescindível apresentar a escola aos alunos como um ambiente agradável e

favorável ao desenvolvimento das competências literárias e das relações interpessoais. A

criança que lê constantemente se interessa pela leitura e aprende mais facilmente, nesse

sentido, a criança se transforma num leitor capaz, e cabe ao professor desempenhar o

importante papel de ensinar a criança a ler e a gostar de ler, e assim, conhecer os diversos

textos existentes na sociedade.

3. A VIVÊNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS E O DESPERTAR DE VALORES

A PARTIR DA LITERATURA

O “correio poético da amizade” foi uma estratégia utilizada em sala de aula para

sistematizarmos e consolidarmos o estudo dos gêneros textuais carta e poema, bem como,

favorecer as relações interpessoais entre os alunos, a fim de estreitar os laços de amizade entre

eles. Essa dinâmica perdurou por dois meses, e durante esse período, inicialmente,

sistematizamos o estudo dos gêneros textuais carta e poema, explorando a estrutura,

características, meios de circulação e funcionalidade específicos de cada um.

O trabalho desenvolvido em sala de aula para o estudo desses gêneros textuais se deu de

acordo com a perspectiva construtivista de ensino, assim, iniciamos o trabalho com esses

gêneros de acordo com os diálogos investigativos para tomarmos ciência dos conhecimentos

prévios dos alunos, e através destes diálogos, fazíamos uma inter-relação entre os

conhecimentos dos alunos e os novos conhecimentos que iam sendo construídos coletivamente

a partir das nossas investigações. Por meio deste trabalho, possibilitamos aos alunos uma

melhor compreensão sobre a estrutura e a funcionalidade dos gêneros textuais carta e poema.

Quanto à abordagem do gênero textual poema, iniciamos o estudo investigando a

estrutura própria do gênero que é apresentada em estrofes e versos. Após construirmos junto aos

alunos os conceitos que norteiam a identificação do que é uma estrofe de um poema, da

percepção de que uma estrofe é formada a partir de uma organização de versos que apresentem

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rimas, ou não, entre si, e dos diferentes tipos de estrofes existentes, que variam de acordo com o

número de versos que são organizados em cada uma, como por exemplo, quintilha, sextilha e

etc, passamos a investigar a funcionalidade dos poemas bem como os meios de circulação em

que atuam como: recitais, sarais, declamações, peças teatrais e até mesmo como influência para

outros gêneros textuais a exemplo do gênero textual canção, que faz uso da poesia e introduz

uma melodia para transformar essa poesia em música, ou seja, uma espécie de poema cantado.

Paralelamente ao trabalho desenvolvido com o gênero textual poema, desenvolvemos

também a investigação do gênero textual carta, mais uma vez, partindo dos conhecimentos

prévios dos alunos. Em nossas investigações, discutíamos a funcionalidade e as características

do destinatário e do remetente, conscientizando os alunos da importância desses elementos para

a circulação adequada do gênero textual carta.

Algumas vezes, durante a realização desse processo, solicitamos que os alunos

trouxessem cartas que eles poderiam encontrar em suas casas ou com familiares, para que

assim, pudéssemos realizar as nossas investigações junto a eles de maneira mais concreta.

Porém, essa não foi uma tarefa fácil, visto que nos dias atuais as pessoas passaram a optar pela

praticidade dos e-mails e já não é mais tão comum quanto antigamente a circulação das cartas

convencionais entre as pessoas. No entanto, mesmo com as poucas cartas que conseguimos

resgatar, em sua maioria bastante antigas, foi possível fazermos a investigação concreta da

estrutura desse gênero, e os alunos tiveram a oportunidade de perceber que para se escrever uma

carta é necessário seguir uma ordem de apresentação que é característica desse tipo de gênero,

tais como, data, saudação, introdução, desenvolvimento do assunto, finalização e despedida.

Após o estudo específico desses gêneros, os alunos passaram a vivenciar a dinâmica do

“correio poético da amizade”. Esta estratégia foi baseada na história apresentada na obra do

Autor André Neves “A caligrafia de Dona Sofia” da editora Paulinas.

Na história desse livro, Dona Sofia, que era uma professora aposentada e que adorava

escrever cartas e enfeitar sua casa com poemas pelas paredes, decide usar um pouco do seu

tempo livre para alegrar a vida das pessoas de sua cidade, e com a ajuda de seu Ananias, o

carteiro da cidade, ela passou a enviar cartas recheadas com belas poesias para todos os

moradores.

Com o passar do tempo, as pessoas ficaram tão entusiasmadas com a atitude de Dona

Sofia que o gosto pelas poesias contagiou toda a cidade, e várias pessoas, que antes nem se quer

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conheciam esta virtuosa Senhora, passaram a escrever cartas para ela enviando-lhe mais e mais

poemas. Assim, em pouco tempo, Dona Sofia tinha causado uma mudança impactante na vida e

no cotidiano das pessoas de sua comunidade, tinha incutido neles o gosto pela leitura de

poemas, o prazer da troca de cartas, um hábito um tanto esquecido pela geração da tecnologia, e

o estreitamento das relações interpessoais favorecendo uma convivência muito mais harmoniosa

entre os moradores daquela cidade.

A partir da experiência positiva, apresentada na história de André Neves, sugerimos aos

alunos uma dinâmica bem parecida que nomeamos como “Correio poético da amizade”. Nessa

dinâmica, cada aluno deveria escrever uma carta com poemas, inicialmente, apenas poemas

citados no livro “A caligrafia de Dona Sofia” e depois de duas semanas, poderiam pesquisar

outros poemas em outras fontes e de autores da preferência deles, em seguida, eles deveriam

dedicar essa carta a um colega. Para essa dinâmica havia algumas regras, uma delas é que as

crianças deveriam, a exemplo de Dona Sofia, surpreender o outro, ou seja, mandar uma carta

para alguém que não estaria esperando receber essa carta.

Todos os dias, no início do horário, os alunos depositavam suas cartas em uma urna que

ficava fixa em cada sala e que era destinada exclusivamente a esse fim. Cada aluno poderia

escrever quantas cartas quisesse, desde que ele não repetisse o destinatário e não enviasse cartas

apenas para aquelas crianças que ele tinha maior afinidade, visto que o maior objetivo da

dinâmica era estreitar os laços de amizade de toda a turma, evitando dessa forma, a formação de

grupinhos que tem compartilham de interesses comuns.

Ao final da aula, os carteiros da amizade, que seguiam uma ordem de rodízio todos os

dias, entregavam as cartas aos colegas, fazendo o mesmo tipo de trabalho que seus Ananias

fazia na história, e assim, se consolidava a dinâmica.

Imediatamente após a entrega, as crianças demonstravam-se ansiosas para lerem as

cartas e poemas recebidos, evidenciando uma boa aceitação da estratégia, tanto em ralação ao

estreitamento das relações interpessoais como no favorecimento pelo prazer pelos momentos de

leitura, e esse deve ser um trabalho desenvolvido pela escola, pois cabe a ela criar essas

estratégias e oportunidades para que a criança tenha esse contato prazeroso com a leitura. Neste

sentido, Isabel Parolin (2003) pontua que: “ É importante que se saliente que a escola não

deverá ficar esperando que uma criança amadureça para a leitura, ao contrário, ela deverá

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promover situações sociais para que a criança tome contato com esta linguagem e compreenda

sua importância e função social”.

Para o desenvolvimento da estratégia do “correio poético da amizade”, estabelecemos

alguns objetivos específicos tais como:

• Desenvolver o apreço e a curiosidade dos alunos pela leitura de diversos gêneros

textuais.

• Ampliar o conhecimento dos alunos sobre os gêneros textuais carta e poema, a

partir da investigação e da vivencia deles em sala de aula com esses gêneros.

• Oportunizar a ampliação do repertório linguístico através do contato das crianças

com a literatura dentro e fora da sala de aula.

• Favorecer o fortalecimento da amizade entre as crianças a partir da troca de cartas

com poemas.

Quando estávamos na fase de planejamento da estratégia que possibilitaria a

investigação desses dois gêneros textuais, percebemos que as atitudes da personagem Dona

Sofia, da obra do autor Andre Neves, possibilitou o estreitamento das relações interpessoais

de toda uma comunidade, e a partir dessa observação, tivemos a ideia de adaptá-la a nossa

realidade de sala de aula, em que muitas vezes algumas crianças estudam numa mesma sala

por anos e anos e não estreitam suas relações de amizade umas com as outras, preferindo

sempre manter relações pessoais com as mesmas crianças e diminuindo,dessa forma, a

possibilidade de estar ampliando suas relações interpessoais.

Diante dessas reflexões, percebemos que o estudo dos gêneros literários poderia

também estar sendo utilizado em sala de aula como ferramenta para aproximar a vida dos

alunos, para que eles se sentissem queridos e valorizados uns pelos outros, e isso seria

possível através da dinâmica do correio poético da amizade, que também possibilitou o

fortalecimento das emoções, da sensibilidade das crianças.

Sabemos que o ser humano é um ser social, e sendo assim, ele precisa do contato

com o outro, da aproximação, do cuidado, da atenção, do carinho que o seu próximo possa

estar lhe oferecer, mas nem sempre as crianças são capazes de perceber isso sozinhas, visto

que muitas apresentam egocentrismo exacerbado e acham que tudo e todos devem estar ao

seu dispor, fazendo inclusive em alguns casos, a exclusão de alguns colegas por questões

banais. Por isso que é tão importante o papel do professor na formação ético-social dos

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alunos, pois ele deve ser o mediador da construção das relações afetivas e harmoniosa entre

todos os seus alunos.

4. CONCLUSÃO

Compreendemos que os gêneros discursivos são ferramentas muito importantes no

ensino de língua portuguesa e que se faz totalmente necessário sua utilização dentro da sala

de aula, porém o educador precisa ter cuidados ao trabalhar cada gênero, não mostrando

apenas suas particularidades mais simples, mas colocando o gênero como uma ferramenta

indissociável a sociedade, como ele se apresenta e como é concebido por todos.

Portanto mostrar os gêneros discursivos apenas como objeto para estudo é negar a

real importância de cada gênero na vida do sujeito. É imprescindível levar ao aluno a

possibilidade de conhecer a fundo as reais características de cada gênero, para que os

alunos possam entender como se constituem e saber também interpretá-los.

Externamos a nossa satisfação em realizar este projeto, já que nos proporcionou

um maior contato, aprendizado, com a prática da literatura fazendo com que nos

aproximássemos mais dessa área tão admirável, mas que ainda não é dado o devido valor, e

dessa forma concluímos este trabalho com o desejo de aumentar a prática da leitura como

significado, com a certeza de que somos nós, grandes responsáveis pela formação de jovens

leitores.

O trabalho realizado Propiciou um melhor convívio das crianças, criando laços de

amizade umas com as outras; Desenvolveu o apreço e a curiosidade dos alunos pela leitura

de diversos gêneros textuais, além de ter oportunizado a ampliação do repertório linguístico

através do contato das crianças com a literatura dentro e fora da sala de aula. Por fim,

acreditamos que o pensamento de Augusto Cure está relacionado com o trabalho que

idealizamos e conseguimos por em prática:

Os educadores, apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos. CURE, 2003.

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Nossa maior satisfação enquanto educadores foi promover o desenvolvimento

linguístico e socioafetivo destas crianças, afinal, o papel do professor vai além da

construção do conhecimento convencional, deve principalmente possibilitar o despertar das

emoções. Assim, teremos cumprido nossa missão, contribuindo para formação de cidadãos

aptos a exercer suas relações interpessoais de maneira plena e consciente.

Percebemos que, para a garantia de leitura como significado o professor precisa

considerar as emoções suscitadas através da literatura, uma vez que estas fazem parte dos

fatores fundamentais para a formação do leitor. Expomos, ainda, que apesar de os espaços e

a presença de livros serem de grande importância na formação do leitor na escola, estes não

são fatores primordiais para que essa formação, de fato, aconteça.

REFERENCIAS CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no ensino fundamental: poema, narrativa, argumentação. São Paulo: Cortez, 2001.

CURE, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante, 2003.

KAUFMAN, Ana Maria; RODRIGUEZ, Maria Helena. Escola, leitura e produção de textos. Porto alegre: Artmed, 1995. KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo. São Paulo: Autores Associados, 2007. LOPES ROSSI.M.A- A produção de texto escrito com base em gêneros discursivos. IN: SILVA, E.R da (Org.) Texto&Ensino. Taubaté: Cabral Editora Universitária, 2002. MARCUSCI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, Brasília, Secretaria de Educação Fundamental,1997. NEVES, André. A Caligrafia de Dona Sofia. 2 ed. São Paulo: Coleção estrela, Paulinas, 2007. ORLANDI, E. P. E GUIMARÃES Texto, leitura e redação, Vol. III. São Paulo: Secretaria de Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas de São Paulo, 1985.

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PAROLIN, Isabel. Pais e educadores: é proibido proibir? – Porto Alegre: Mediação, 2003.