Os Esgotos Doméstico Jj

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Introdução Os esgotos domésticos são constituídos por 99,9% de água e 0,1% de partículas sólidas, as quais são removidas em sistema de tratamento de esgoto. Do total dos sólidos, 70% aproximadamente são matéria orgânica e os 30% restante são matéria inorgânica. É da parte sólida que se origina o lodo, que é formado por matéria orgânica, mineral e água, suas características e composição podem variar muito, dependendo da origem e do processo de tratamento empregado, o qual influi na quantidade produzida deste lodo, uma vez que sua geração está ligada ao metabolismo das bactérias existentes na matéria orgânica e da temperatura ambiente. A secagem natural depende de uma série de fatores, como a umidade inicial do lodo e fatores climatológicos, tais como radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa do ar, e precipitação.

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Os esgotos domésticos são constituídos por 99,9% de água e 0,1% de partículas sólidas, as quais são removidas em sistema de tratamento de esgoto.

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Introdução

Os esgotos domésticos são constituídos por 99,9% de água e 0,1% de partículas

sólidas, as quais são removidas em sistema de tratamento de esgoto. Do total dos sólidos, 70%

aproximadamente são matéria orgânica e os 30% restante são matéria inorgânica.

É da parte sólida que se origina o lodo, que é formado por matéria orgânica, mineral e

água, suas características e composição podem variar muito, dependendo da origem e do

processo de tratamento empregado, o qual influi na quantidade produzida deste lodo, uma vez

que sua geração está ligada ao metabolismo das bactérias existentes na matéria orgânica e da

temperatura ambiente.

A secagem natural depende de uma série de fatores, como a umidade inicial do lodo e

fatores climatológicos, tais como radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa do ar, e

precipitação.

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Tratamento de lodos

Os processos de tratamento de esgoto concentram, no lodo, a maior carga de

microrganismos contidos inicialmente no afluente. Os microrganismos patógenos que podem

ser encontrados no lodo são representados nos cinco grupos: (a) helmintos, (b) protozoários,

(c) fungos, (d) vírus e (e) bactérias (Andreoli et al., 2001).

O tratamento do lodo é tão importante como o tratamento do esgoto, tendo em vista a

presença de microrganismos patógenos. A Dose Infectiva Mínima – DMI para ovos de

helmintos e cistos de protozoários, segundo a OMS (1989) é de apenas um ovo ou cisto.

A incidência de raios solares contribui para diminuir o tempo de sobrevivência dos

parasitos (Andreoli et al., 2001). Com a diminuição da umidade do lodo, diminui também a

possibilidade de vida de alguns microrganismos de veiculação hídrica, que têm na água seu

meio de locomoção e reprodução.

Alguns métodos de tratamento de lodo são indicados na Figura 3.7, com as

possibilidades de fração de sólidos e disposição final do lodo, segundo van Haandel &

Lettinga (1994).

Leito de Secagem

Os leitos de secagem são unidades de tratamento, geralmente em forma de tanques

retangulares, projetados e construídos de modo a receber o lodo dos digestores, ou unidades

de oxidação total, onde se processa a redução da unidade com a drenagem e evaporação da

água liberada durante o período de secagem.

Podem ser caracterizados pelas seguintes partes:

• tanques de armazenamento;

• camada drenante;

• cobertura.

Os leitos de secagem podem ser construídos ao ar livre ou cobertos. Nos países

tropicais não se justifica o uso de cobertura nos mesmos. Esta concepção torna o processo

bastante oneroso.

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Método natural de secagem de lodo

Entre todos os métodos utilizados, a secagem natural do lodo é o mais antigo e barato.

Ele se processa em unidades de tratamento denominadas leitos de secagem, que consistem em

tanques rasos de piso drenante nos quais se descarrega o lodo úmido até uma altura de cerca

de 30cm.

O piso do leito de secagem é, em geral, formado por tijolos maciços com juntas de

2,5cm tomadas com areia, assentados sobre uma camada de pedra britada (cuja granulometria

aumenta de cima para baixo) disposta sobre um fundo inclinado impermeável. Parte do

líquido intersticial do lodo se dirige para baixo, penetra no piso drenante e é removido do leito

de secagem por gravidade, sendo encaminhado à entrada da ETE. Parte da umidade restante

se evapora e o lodo pode ser removido do leito com teores de umidade inferiores a 70%.

Desvantagens

problemas com a secagem do lodo, durante os períodos chuvosos (em alguns locais, a

cobertura dos leitos de secagem pode ser estudada, visando a solucionar esse problema); risco

de liberação de odores desagradáveis, proliferação de moscas; possibilidade de contaminação

do lençol freático, caso o fundo dos leitos e o sistema de drenagem não sejam bem

executados; necessidade de estabilização prévia do lodo; operação manual, na remoção do

lodo desidratado ocasiona uma elevada necessidade de mão de obra, com certos riscos à saúde

dos operadores; problemas com a vizinhança por causa de odores desagradáveis; comparado

aos outros processos de secagem, requer grandes áreas.

Vantagens

baixo valor de investimento; requer operador com baixo nível de qualificação; baixo

consumo de energia elétrica e produtos químicos; baixa sensibilidade a variações nas

características do lodo.

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Funcionamento dos Leitos de Secagem

O funcionamento dos leitos de secagem é um processo natural de perda de umidade

que se desenvolve devido aos seguintes fenômenos:

- liberação dos gases dissolvidos ao serem transferidos do digesto (pressão elevada) e

submetidos a pressão atmosférica nos leitos de secagem;

-liquefação devido à diferença de peso específico aparente do lodo digerido e da água;

-evaporação natural da água devido ao contato íntimo com a atmosfera;

-evaporação devido ao poder calorífico do lodo.

O lodo em condições normais de secagem poderá ser removido do leito de secagem

depois de um período, que varia de 20 a 40 dias, cuja umidade atinge valores de 60% a 70%.

Em experiências realizadas na estação e tratamento de esgoto da Penha, RJ, o lodo lançado no

leito de secagem com umidade média de 95% atinge valores de 50% depois de 20 dias de

secagem em condições ótimas.

Planta do Leito de Secagem

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Corte do Leito de Secagem

Estudo de caso

Estudo da desidratação do lodo anaeróbio, obtido em reatores tipo ralf, através do uso

de leito de secagem e de centrífuga tipo decanter.

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Realizado em Curitiba – PR, no ano de 1997, A Sanepar em parceria com a PUC – PR

realizaram este estudo. Até 1997, a cidade de Curitiba produzia anualmente 1.083 toneladas

por ano de sólidos oriundos dos diversos tipos de tratamento dos efluentes.

Leito de secagem: é um processo natural que depende das condições climáticas para

ser bem sucedido. Neste caso, temos exemplos das duas fases ano, a crítica que é o inverno, e

a mais eficiente que é o verão. Os leitos de secagem apresentam principalmente duas

desvantagens, a primeira é a dependência das condições climáticas. A segunda é que os leitos

de secagem ocupam muito espaço e nem sempre, este espaço está disponível para o uso,

calcula-se aproximadamente 20 hab. M².

Centrífuga Tipo Decanter

As centrífugas consomem grande quantidade de energia elétrica, mas ocupam um

espaço bem menor que os leitos de secagem. As vantagens são rapidez e a não dependência

das condições climáticas.

Resultados

O leito de secagem e a centrífuga apresentam eficiência bem similar na remoção dos

líquidos.

Então para escolha do melhor sistema deve-se analisar as condições locais da

instalação do sistema, alto gasto energético ou ocupação de grandes áreas.