OS SEGREDOS REVELADOS Para Teres Uma Vida de Sucesso e Para Seres Uma Excelente Defensora Dos...

8/10/2019 OS SEGREDOS REVELADOS Para Teres Uma Vida de Sucesso e Para Seres Uma Excelente Defensora Dos Animais

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OS SEGREDOS REVELADOS

para teres uma

Vida de Sucesso

e para seres uma

Excelente Defensora dos Animais

Miguel Moutinho


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OS SEGREDOS REVELADOS para teres uma Vida de Sucesso e para seres uma


Miguel Moutinho Abril de 2014

Este texto distribudo livre e gratuitamente pelo seu autor, que autoriza e agradece a sua livre e gratuita

distribuio por quem o ler, assim como a citao, se pretendida, de qualquer parte do seu contedo, desde

que seja sempre feita referncia fonte original.

INTRODUO

Gostaria de comear por cumprimentar quem l estas palavras e de fazer uma

pequena mas importante nota introdutria acerca deste texto, do que me levou a

escrev-lo e daquilo que a meu ver o faz ser importante para todas as pessoas que se

consideram defensoras dos animais.

Devo dizer, desde logo, que, apesar de me parecer que este texto pode ser til

para qualquer pessoa visto que todos os princpios que apresenta podem ser

adaptados e usados por qualquer pessoa em qualquer contexto da sua vida , a verdade

que esta uma mensagem que dirijo sobretudo aos defensores dos animais. E, por

este termo, entendo qualquer pessoa que, por sentir uma empatia especial com osanimais no-humanos, no s procura ter um estilo de vida e hbitos de consumo que

tenham o menor impacto negativo possvel para os animais, mas escolhe tambm

seguir uma abordagem mais prtica, procurando, de muitas maneiras diferentes,

ajud-los e fazer com que o mundo governado pelos humanos seja cada vez mais justo

e equilibrado para os outros animais que no pertencem nossa espcie.

Devo tambm esclarecer que este texto no sobre os aspectos filosficos ou

tericos dos direitos dos animais e da defesa deles, nem sobre a maneira como estesso todos os dias afectados negativamente por muitas actividades humanas. J existem

muitos livros e stios na Internet que tratam e apresentam abundantemente essas

questes e factos. Este texto , isso sim, sobre como qualquer pessoa que esteja

activamente empenhada na defesa dos animais pode seguir por esse caminho de uma

maneira verdadeiramente bem-sucedida, conseguindo no s fazer com que os animais

sejam muito mais beneficiados pela sua aco do que actualmente acontece, mas

conseguindo tambm ser muito mais feliz em termos pessoais, podendo ter a vida boa

e compensadora que justamente merece.

Devo tambm indicar que, uma vez que a maioria das pessoas que so

defensoras dos animais so mulheres (embora felizmente haja muitos homens cada

vez mais, na verdade a inclurem-se nesta categoria), no feminino que me dirijo aos

leitores desta mensagem. Quero, porm, deixar claro que a mensagem em si se destina

obviamente tanto a mulheres como a homens, sendo vlida para ambos, pelo que o


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facto de me dirigir leitora no feminino no exclui, de modo algum, os homens desta

devendo salientar que o autor desta mensagem um homem.

E, porque esta uma mensagem de um defensor dos animais para uma colega

defensora dos animais, escolho tratar a leitora por tu. E porqu? Porque,

independentemente da idade que tenhas e da idade que eu tenho, e

independentemente do facto de possivelmente no nos conhecermos, a verdade que

esta uma mensagem simples e genuinamente bem intencionada, carregada daqueles

conselhos que, se ns nos conhecssemos pessoalmente e se fssemos amigos, eu faria

toda a questo de partilhar contigo, pois seriam verdadeiros conselhos de amigo. Ora,

como a informalidade do discurso prpria das conversas entre amigos e colegas,

informalmente que tomo a liberdade de me dirigir a ti, alm de o fazer tambm poracreditar que a minha mensagem fluir, assim, mais facilmente.

Finalmente, cumpre-me dar resposta a uma pergunta que muito provavelmente

te ocorrer: Mas porque que a minha mensagem importante e por que razo

havers de a querer ler?.

Bom, claro que a esta questo s tu poders responder satisfatoriamente

depois de leres as minhas palavras e formulares as tuas concluses. Contudo, posso

adiantar-te que a minha viso sobre todas estas questes poder ser de grandeutilidade para ti, dado que dediquei uma enorme parte da minha vida, entre os meus

17 e os meus 30 anos, defesa activa, pblica e multifacetada dos animais em Portugal

e na Europa, tendo tido um papel de liderana e grande destaque neste campo. Fi-lo

com pouqussimos recursos mas, apesar disso, com considervel sucesso para os

animais. No entanto, paguei um preo demasiadamente alto por isso. Neste sentido,

esta experincia trouxe-me muitas lies, aprendidas tanto de forma positiva quanto

negativa, que me com vontade de partilhar com todas as pessoas que tanto queiram

aproveitar os meus eventuais bons exemplos quanto queiram evitar os erros que eu

cometi e as suas consequncias, claro.

Esta mensagem funda-se, pois, na minha longa experincia neste campo (cheia

de dificuldades mas tambm de bons momentos) e nas concluses mais importantes a

que cheguei depois de muitos anos de envolvimento na defesa dos animais. Depois de

um perodo sabtico de recuperao, estudo e reflexo pelo qual tenho passado desde

que deixei de estar to activo neste domnio quanto estive no passado, venho ento


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falar-te, no tanto daquilo que fiz e do modo como ajudou os animais e me afectou,

mas sim sobre aquilo que acredito ser fundamental saberes. Falo de princpios e

saberes aparentemente bvios mas vulgarmente (e recorrentemente) desconhecidos

ou esquecidos pelos defensores dos animais, e que so absolutamente decisivos para

que as pessoas que de algum modo se dedicam a esta causa sejam no s bem-

sucedidas neste seu trabalho mas sejam tambm felizes e bem-sucedidas na sua vida,

de um modo geral, sabendo articular esta importante e absorvente causa com as

restantes dimenses das suas vidas. E, porque estes princpios e saberes de que falo,

apesar de serem bastante evidentes, acabam por raramente ser seguidos pelos

defensores dos animais para prejuzo deles e dos animais , resolvi, de forma

deliberadamente provocadora, chamar-lhes segredos e revelar-tos, para que osconheas ou relembres, e para que os ponhas em prtica para teu bem e para bem

daqueles que queres ajudar.

Sem querer ser paternalista ou pretensioso, eis-me ento aqui, a apresentar as

concluses e conselhos que gostaria que me tivessem sido apresentados quando eu

comecei a envolver-me com a defesa dos animais, pois isso ter-me-ia tornado muito

mais eficaz nessa funo logo desde que me envolvi com esta causa, alm de que me

teria tambm poupado muitos dissabores e frustraes. No entanto, em boa verdadedigo-te que meu propsito fazer mais do que isto. Mais do que a ajuda que

humildemente te ofereo sob a forma dos conselhos, princpios e saberes que aqui te

apresento, quero dizer-te, explicitamente, que, sendo um dos meus propsitos fazer de

todas as defensoras dos animais pessoas felizes, extremamente bem-sucedidas,

poderosas e influentes (ou seja, extremamente capazes de ajudar os animais de uma

maneira muito significativa, em funo destes poderes), tens aqui a minha garantia de

que, se levares a srio esta minha mensagem e quiseres integrar os seus ensinamentos

na tua vida e no modo como doravante passars a pensar e agir, ento podes estar certa

de que poders contar comigo para, de uma forma mais pessoal e acompanhada,

ajudar-te a conseguir cumprir os teus objectivos. Quero, pois, que saibas que, se tiveres

a atitude certa e se te identificares verdadeiramente com a importante mensagem que

te trago, ters em mim, mais do que um amigo, um verdadeiro aliado.


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Por isso, para o caso destas minhas palavras te poderem ser teis, eis que tas

deixo aqui (e a quem mais as possa querer ler), na esperana de que te possas realmente

valer delas.

Por fim, no posso terminar esta introduo sem que se imponha uma ltima e

relevante anotao. Ao leres as minhas palavras, notars porventura que a minha

abordagem essencialmente pragmtica, que me preocupo muito com aspectos

estratgicos e que me foco muito naquilo que est de acordo com os teus interesses.

Notars tambm que, a fazeres f nas minhas recomendaes, preciso estudo e

preparao para bem defender os animais. De igual modo, percebers que advogo uma

viso do mundo seriamente objectiva e pouco poetizada, ao contrrio do que

porventura seria de esperar ouvir (ou ler, neste caso) de algum envolvido numa causatica. No tenhas dvidas de que esta minha abordagem inteiramente justificada, e

estou certo de que compreenders porqu medida que fores lendo esta minha

mensagem para ti.

Julgo, porm, ser til aflorar j no incio deste texto algumas razes que

fundamentam a viso pouco poetizada e bastante crua acerca da defesa dos animais e

da vida em geral que te proponho que consideres.

Nota bem que, se identificas uma srie de situaes erradas que ocorrem nomundo e se queres, dentro daquilo que te possvel, pr fim a essas situaes, ento

tens necessariamente de saber como que o mundo de facto funciona, como que as

pessoas de facto se comportam, como que as mudanas de facto se operam e o que

podes fazer de mais eficaz para produzires as mudanas que queres que aconteam. De

nada te adiantar teres uma viso poetizada acerca de como o mundo funciona, pois s

te distanciar do cumprimento dos teus objectivos. De nada te adiantar defenderes

uma teoria belssima que completamente incompatvel com a prtica. E de nada te

adiantar insistires em seguir por um caminho que comprovadamente ineficaz ou

pouco eficaz, que exige um dispndio de energia (emocional, fsica e financeira)

verdadeiramente tremendo, para, no fim de contas, vires, por essa via, a produzir

frustrantemente pouco. A questo que deves colocar a ti mesma : quero sonhar acerca

de como o mundo deve mudar e quero desgastar-me terrivelmente trabalhando em

funo desse sonho, que efectivamente no conseguirei realizar, ou quero,

simplesmente, escolher o caminho que de facto me permite, em termos muito prticos


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e palpveis, criar as mudanas positivas que sei serem as certas e que quero realmente

ver acontecer o mais depressa possvel? Se escolheste esta ltima opo, ento estamos

de acordo e esta mensagem definitivamente para ti. L-a, pois, com toda a tua

ateno.


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~ PARTE I ~

OS DEZ PRINCPIOS


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1.S FELIZ

S feliz. Lembra-te de que esse deve ser sempre o teu primeiro objectivo. S

verdadeiramente feliz e no te contentes com menos do que isso.

A vida um fenmeno belo e grandioso, idealmente com mais experincias e

acontecimentos felizes do que infelizes. uma viagem de aprendizagem, crescimento,

contradies, descobertas, frustraes, realizaes, e de conquista de sabedoria.

aquilo que no s nos permite testemunhar o que acontece no mundo como tambm

nos permite deixar a nossa marca e passar o nosso testemunho aos outros, tocando-os

positivamente. E, exactamente porque a vida to importante, no a desperdices nem

percas tempo com o que no interessa.No te deixes deprimir pelas injustias e crueldades do mundo, sejam elas

cometidas contra quem forem, e no permitas, em momento algum, que a vida te torne

amarga devido aos horrores que eventualmente testemunhars. Sempre que vires algo

de injusto ou cruel, alm de pensares no que poders fazer para corrigires esse mal,

lembra-te que a vida e deve ser um fenmeno belo e essencialmente bom, e canaliza

esse pensamento para aqueles que so alvo das injustias ou crueldades que

testemunhares: pensa que tambm para eles a vida deveria ser assim e pensa no quepodes fazer para que a vida assim seja para eles tambm.

Nunca deixes de te divertir, de sorrir e de procurar aquilo que pretendes

conquistar, e nunca permitas que outros te convenam de que, s porque h tanta

misria no mundo, tu tens o dever moral de ser miservel. Esse assalto psicolgico

extremamente perigoso e deves repeli-lo categoricamente.

Em qualquer caso, independentemente do que as pessoas fizerem ou tentarem

fazer contra ti, contra aqueles de quem gostas, ou simplesmente contra aqueles que

no conheces mas com os quais empatizas e te preocupas, no caias na tentao de

amaldioares a tua vida com amargura. Protege-te, protege os teus, protege os outros

com os quais empatizas, previne esses males o mais que possas, e, se no puderes

preveni-los, corrige-os e riposta da maneira mais forte que tenhas tua disposio.

Simplesmente, faas o que fizeres, no percas o amor pela tua vida e pela tua felicidade,

pois s se estiveres bem, equilibrada e feliz estars em condies de, continuamente,


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ao longo de toda a tua vida, teres um impacto realmente positivo e transformador nas

vidas dos que amas e daqueles com quem empatizas.

Pensars talvez que devers ser mais altrusta e menos egosta. Depende do

caso, claro, mas, como em tudo, uma questo de medida e equilbrio. O egosmo

algo de primrio, essencial e saudvel, pois quereres estar bem e cuidar de ti nada tem

de errado. No entanto, bvio que, se pensares apenas em ti e naquilo que te interessa,

isso no bom nem saudvel. De igual modo, se pensares apenas nos outros e nos seus

interesses, isso ser negativo para ti, de muitas maneiras, e, ironicamente, poder vir

tambm a ter srios reflexos negativos nos outros.

Nota bem que, se te preocupares mais com os outros do que contigo, e sobretudo

se procurares proteger e tomar conta dos interesses dos outros antes ainda deprotegeres e tomares conta dos teus, desgastar-te-s tremendamente, estars sempre

a esbarrar nos obstculos que a instabilidade e falta de segurana e felicidade na tua

vida te trazem, e virs a sentir uma crescente frustrao e revolta, quer porque haver

sempre tanto de errado a ser cometido contra os outros, quer porque, medida que te

desgastas nessa misso missionria de insustentvel abnegao, vais-te enterrando

e esvaziando de poderes e recursos, a ponto de seres cada vez menos capaz de fazer

aquilo que te motivou em primeiro lugar ajudar os animais. Corres, alm do mais, orisco de cair num buraco de problemas do qual poder ser muito difcil sair, depois.

Por isso, antes de tudo o mais, e para sempre ao longo da tua vida, procura ser

feliz e cuidar adequadamente dos teus interesses. F-lo por ti, porque tu importas

assim como importa (e muito) aquilo que sentes, vives e desejas, mas f-lo tambm

pelas pessoas que gostam de ti assim como pelos animais, dado que s se estiveres bem,

equilibrada, forte e feliz poders tocar as vidas de todos os outros da maneira que o

desejas fazer.

2.S SOBERANA, CRTICA, LIVRE E INDEPENDENTE

S soberana, literalmente. S quem governa a tua vida, o teu pensamento, as

tuas decises e as tuas aces. No cedas essas prerrogativas a nada nem a ningum

seja ao Estado, a uma organizao, a um grupo ou a qualquer pessoa. Alia-te a quem te


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parea que merece a tua colaborao, seja em que frente for, mas estabelece essa

aliana ou oferece essa colaborao marcando sempre a tua independncia e liberdade.

Ouve as opinies dos outros, procura informao e ouve as teorias e verses de

todas as partes, fazendo-o sempre de modo crtico e racional. Nunca aceites facilmente

as ideias que te so apresentadas sem as submeteres a um exame apurado.

S tambm crtica em relao a ti mesma e escuta as crticas que te possam

dirigir, mesmo que sejam injustas. Conhece-as e analisa-as, para depois poderes julgar

se deves mudar algo em funo disso.

Ainda a este propsito deves ter conscincia de algumas questes importantes

das quais de seguida te falo.

Naturalmente, as organizaes ou os promotores informais de iniciativasdiversas convidam sempre os seus apoiantes a emprestarem-lhes a sua palavra e

tomada de posio, e isso necessrio e faz sentido, em muitos contextos se no

houver abusos. Infelizmente, porm, muitas vezes h abusos, no sentido em que por

vezes algumas organizaes ou promotores de iniciativas tentaro comprometer-te e

vincular-te s suas reivindicaes, mesmo quando tu no concordas inteiramente com

elas. s vezes fazem-no at recorrendo a autntica chantagem emocional, tentando

absorver-te, literalmente, sempre em nome dos animais falsamente, claro. Por isso,no te deixes enganar.

Alm disso, h um problema porventura maior. Existe, entre os defensores dos

animais, uma minoria que se comporta como uma espcie de polcia moral do

movimento. So pessoas que se julgam lanadas num caminho de pureza e santidade

moral e que se sentem no direito de sair por a a apontar o dedo a torto e a direito,

sempre moralizando todos os outros e condenando-os pelos crimes que cometero,

crimes estes que podero ser preciosismos ridculos tais como usar uma margarina

vegetal (e saliento o vegetal, ou seja, sem ingredientes de origem animal) que

produzida por uma empresa que no vegana, s porque menos cara que a margarina

vegetal produzida pela empresa vegana, ou no conseguir deixar de fumar (o que

criticado porque o tabaco , geralmente, testado em animais). Esta polcia moral

chega ao cmulo de, sem o fazer sequer de uma maneira pertinente, positiva ou

pedaggica, policiar o uso das palavras das pessoas, quase rogando-lhes pragas se,


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apenas por nunca terem pensado nisso, ou por hbito ou por distraco, empregarem

um termo especista, exageradamente censurado por esta polcia moral.

Acresce que os que pertencem a esta polcia moral se sentem no direito de

decidir quem de facto respeita e defende os animais e quem no o faz de verdade,

criando, por exemplo, divises entre os veganos e os vegetarianos, censurando

agressivamente estes ltimos, e relegando os no-vegetarianos para uma categoria

claramente inferior entre os defensores dos animais.

Nunca lhes passa pela cabea que aquilo que fazem s afasta as pessoas, ao invs

de as aproximar da defesa dos animais, e s cria uma m imagem para quem defende

os animais que muitas vezes vtima dos estigmas absurdos provocados por esta

polcia moral. E, alm das suas aces policiais acabarem por desajudar os animais(ao invs de os ajudarem, como estes polcias alegam ser sua pretenso), h outro

aspecto que estas pessoas esquecem: se elas se forem julgar a si prprias de acordo com

os seus exigentes padres, nem elas so aprovadas nesse exame, visto que, por mais

que nos esforcemos, infelizmente impossvel termos um estilo de vida que no tenha

qualquer impacto negativo nas vidas dos animais. Por isso, a acusao de incoerncia

vinda dessas pessoas vira-se sempre contra elas prprias, j que a pureza que elas

professam to inatingvel por elas mesmas quanto por aqueles que elas acusam.Ora, vem isto a propsito da tua soberania, esprito crtico, liberdade e

independncia. Se souberes de antemo isto que te conto, e se levares muito a srio a

necessidade de prezares estes teus valores pessoais, estars acima destes erros em que

caiem algumas pessoas ligadas defesa dos animais e nunca sers influenciada ou

prejudicada por essas atitudes erradas. Esse um passo muito importante para seres

uma bem-sucedida defensora dos animais.

Por outro lado, e ainda a propsito do teu lado crtico e independente, h outra

armadilha em que nunca deves cair a da ingenuidade.

Em termos muito simples, digo-te que no sejas ingnua. No sejas ingnua,

antes de mais, acerca de como o mundo funciona. Poders ser uma pessoa idealista e

deves ser fiel aos teus princpios, mas de importncia vital que compreendas bem

como funciona o mundo. Percebe como que as pequenas e grandes transformaes

histricas e sociais acontecem e o que est na sua base. No cometas o erro de deixar

que o teu eventual idealismo te tolde o juzo uma coisa o que , outra coisa o que


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deve ser, e outra coisa ainda o que queres que seja. Por isso, s uma excelente

observadora e analista do mundo e da informao de que dispes, e cedo estars

defendida contra a ameaa da ingenuidade neste plano.

Num outro plano, digo-te mais uma vez que no sejas ingnua, mas desta vez

acerca de como as pessoas so e funcionam. No te direi aqui que todas as pessoas so

pssimas e que esto apenas espera de uma oportunidade para te prejudicarem. Isso

no verdade e diz-lo seria injusto e irrazovel. No entanto, verdade que, como regra

geral, no deves confiar demasiadamente nas pessoas, excepto naquelas que te do

razes inabalveis para tal e reconhecers que estas so poucas. tambm verdade

que nunca nunca, repito deves dizer tudo o que pensas. Eu sei que acreditars que

a sinceridade muito importante. E , em grande medida. Mas a inteligncia e asensatez tambm o so e estas ditam que, se disseres sempre tudo o que pensas, muitas

vezes arrepender-te-s disso.

Assim, em suma, confia nas pessoas e s sincera com elas na medida certa.

Assim, quanto mais razes elas te derem para nelas confiares e com elas seres sincera,

mais te abrirs com elas. E, se o inverso acontecer, ser de modo inverso que agirs.

Esta atitude de importncia fulcral para preservares a tua independncia, soberania

e liberdade.

3.S VERDADEIRA E CONSISTENTE

Pensa, intelectual e emocionalmente, acerca daquilo que faz com que os animais

sejam to importantes para ti. Se sempre te sentiste especialmente prxima deles, se

sempre sentiste uma grande empatia para com eles, ou se isso nunca aconteceu

propriamente at ao dia em que algo de extraordinrio aconteceu contigo e tu sentiste

essa ligao emptica a estabelecer-se, ento, ainda antes de te lanares nas mais

diversas iniciativas que poders empreender em defesa dos animais, comea por te

mudar a ti mesma e s verdadeira contigo a propsito daquilo que te tocou e mudou

neste sentido.

H muitas pessoas que se envolvem na defesa dos animais de forma irreflectida

ou por razes pouco saudveis. Por exemplo, h pessoas que vem na defesa dos

animais um modo de expiarem alguns dos seus fantasmas. Outras vem nesta causa a


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oportunidade de se destacarem e fazerem algo de importante, quando tudo o resto que

acontece nas suas vidas em princpio no lhes permitiria isso. Pode parecer incrvel,

mas algumas pessoas tornam-se temporariamente defensoras dos animais porque

acham que isso uma nova moda, ou porque os seus amigos tambm o so. E,

finalmente, h outras pessoas que o fazem porque tm outros fins que pretendem

atingir que, apesar de nada terem a ver com os animais, so mais facilmente atingveis

atravs desta causa.

Enfim, h muitos exemplos de motivaes diferentes e inadequadas

(chamemos-lhes assim) que levam as pessoas a envolverem-se na defesa dos animais.

Felizmente, porm, no so a maioria (longe disso, embora s vezes possam quase

produzir o rudo correspondente ao de uma pequena maioria). A larga maioria daspessoas decide fazer o que est ao seu alcance para ajudar os animais porque realmente

sente uma especial empatia com eles e reconhece que h uma questo moral

importante que a deve levar a proceder dessa maneira.

Ora, se esse o teu caso (e eu estou certo de que sim, ou j no estarias a ler as

minhas palavras), s, ento, no s verdadeira contigo mesma mas tambm

consistente.

Analisa no s as razes que te fazem ser uma defensora dos animais mastambm de que modo que a tua vida, os teus hbitos e as tuas escolhas so

consistentes com essas razes e com os princpios que advogas. Aqui importante ser

um pouco mais especfico. Poders ter um ou mais animais que resgataste das ruas ou

que adoptaste de um canil ou gatil, poders fazer voluntariado num abrigo ou poders

participar em manifestaes e em campanhas diversas. No entanto, se ainda comeres

animais e tiveres outros hbitos de consumo que directa ou indirectamente os

prejudicarem, ento no estars a ser consistente com aquilo que defendes nem

verdadeira relativamente a este aspecto to importante da tua vida.

to simples e ao mesmo tempo to importante quanto isto. Defender os

animais implica, antes de mais, procurar, razovel e equilibradamente mas de forma

clara e expressiva, reduzir o impacto negativo que a nossa vida tem na vida dos animais.

Isto significa que temos que deixar de os comer (carne, peixe, marisco, caracis, etc.) e

que temos que deixar de consumir os produtos que so obtidos atravs do tratamento


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cruel ou injusto que lhes destinado (ovos, leite, derivados, pele ou plo, l, e produtos

que tenham ingredientes de origem animal ou que tenham sido testados em animais).

No suposto sermos santos, obviamente, nem suposto ficarmos obcecados

com tudo aquilo que fazemos que possa colidir com os interesses dos animais. Isso no

saudvel nem fazvel. Afinal, infelizmente, no mundo em que vivemos, quase tudo

aquilo que fazemos no dia-a-dia tem um impacto negativo na vida dos animais, como

mais atrs j te referi. No vamos, por isso, tornar-nos eremitas e viver numa

montanha, longe da civilizao e desses impactos negativos (at mesmo porque,

eventualmente, nem nesse contexto extremo conseguiramos viver sem, ainda que

inconscientemente, prejudicarmos de algum modo algum animal). Devemos, isso sim,

tentar levar uma vida perfeitamente normal, muito em linha com aquilo que semprefizemos, simplesmente procurando mudar nesta vida tudo aquilo que no compatvel

com a tal relao de empatia e respeito que temos para com os animais e que podemos

mudar sem qualquer sacrifcio. E isso, alm de simples, foroso, se quiseres ser

verdadeira e consistente contigo mesma.

Lembra-te tambm que, se no o fizeres, a tua credibilidade enquanto defensora

dos animais estar sempre posta em causa por ti mesma e pelo modo como, ao no

seres consistente com aquilo que defendes, fazes com que no possas ser levada a sriopelas outras pessoas. J se, pelo contrrio, procurares viver em consonncia com

aquilo que acreditas ser importante, mesmo as pessoas que mais ferozmente

discordarem do que acreditas ser justo para os animais sero foradas a reconhecer a

tua credibilidade e coerncia, em funo de fazeres corresponder as tuas aces aos

teus pensamentos, sentimentos e palavras. E isso, s por si, j um passo muito

importante a dar nesta rea.

4.S PODEROSA E INFLUENTE

Esta uma das mais importantes mensagens que tenho para ti e no h outra

maneira de ta comunicar, a no ser esta: torna-te uma pessoa poderosa e influente.

Determina e executa uma estratgia de obteno e acumulao de riqueza ou seja, de

poder e influncia econmica e financeira, que por sua vez te traro poder e influncia

social e poltica. Empreende todas as iniciativas que estiverem ao teu dispor para te


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tornares uma pessoa que, mais do que financeiramente independente, seja fartamente

abastada. Assim, no s poders ter a vida livre, confortvel, estimulante,

enriquecedora e compensadora que naturalmente desejas, como tambm estars em

excelentes condies para salvares e para transformares, da maneira mais positiva

possvel, inmeras vidas de animais, pois conseguirs usar todo o teu poder e

influncia em benefcio destes. Aqui importantssimo destac-lo: no tenhas dvidas

de que, se h algo de que os animais precisam, de ter amigos ricos, poderosos e

influentes.

Para melhor compreenderes este meu ponto, tem, em primeiro lugar, em

considerao que a defesa dos animais, assim como qualquer grande causa que envolve

enormes transformaes sociais, econmicas e polticas, uma corrida de fundo. umpropsito que j existia antes de ti e que estava tanto por se realizar antes de tu lhe

juntares os teus esforos, quanto continuar a existir e por se realizar inteiramente

depois de ti, dado que altamente improvvel, para no dizer mais, que os animais do

mundo venham a ser todos perfeitamente respeitados e protegidos durante o tempo da

tua vida. Por isso, e porque tu queres, ao longo da tua vida, deixar uma contribuio

contnua, duradoura e decisiva, no s no te podes esgotar, tua energia e aos teus

recursos, em pouco tempo, como tambm no poders ter o impacto verdadeiramentesignificativo que queres ter se escolheres ou aceitares empobrecer-te enquanto

prossegues este propsito, tentando faz-lo, alm do mais, a um ritmo que

forosamente, por ser insustentvel, ters que vir a interromper, abrupta e talvez

penosamente. No faas isso. No sigas esse caminho. errado para ti e acaba por ser

errado para tantos outros que se preocupam contigo ou que dependem de ti incluindo

os animais, claro.

Pensa, em segundo lugar, nesta questo sob uma outra perspectiva, igualmente

importante. Lembra-te que, enquanto defender os animais, nos seus mais diversos

aspectos, envolve sempre despesas e nunca gera retorno material (claro que gera

retorno espiritual, moral e emocional, mas no desse que estou a falar agora), j

explorar e abusar de animais gera, frequentemente, receitas e lucros. Ou seja, enquanto

a maioria dos defensores dos animais cai no erro de se envolver num ciclo de pobreza,

em que gasta sempre cada vez mais para ajudar os animais sem se preocupar com

construir, antes de tudo, uma estrutura de criao de riqueza que lhe permita ajudar


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os animais de forma sustentada e contnua (e com assegurar que essa estrutura no

s preservada mas tambm aumentada), j aqueles que exploram e abusam dos

animais esto normalmente na barreira oposta: preservam ou chegam mesmo a

aumentar a sua riqueza e a sua estrutura de rendimentos com base no tratamento

injusto ou cruel que destinam aos animais, reinvestindo parte do que ganham na

manuteno dessas actividades e das compensaes financeiras que essas lhes trazem.

Esta uma armadilha clssica da qual os defensores dos animais tm que se libertar

urgentemente. Por isso, d prioridade a este objectivo e age de tal modo que te possas

tornar poderosa e influente, desde logo do ponto de vista econmico, porque a esse se

seguiro todos os outros, e f-lo de forma inteligente, corajosa, estrategicamente

estudada e meticulosamente executada, para quebrares este perigoso e errado ciclo.Considera, em terceiro lugar, que, se h algo no mundo que est na base de todas

as transformaes que ocorrem, boas ou ms as que afectam pessoas individuais,

povos inteiros e a humanidade como um todo , o dinheiro e o modo como

produzido, transaccionado, conquistado e multiplicado. Ou, por outras palavras, para

o bem e para o mal, a economia, a criao e a alocao de riqueza, assim como os

desejos e exigncias daqueles que controlam a maior fatia da riqueza, so aquilo que

determina, em tantas medidas diferentes, de que maneira se dar a evoluo poltica esocial de qualquer sociedade e de qualquer pas. E assim tanto nas vidas colectivas

dos povos quanto nas vidas individuais de cada pessoa. As mudanas, boas ou ms, que

se do nas vidas das pessoas e dos povos operam-se em funo da riqueza disponvel,

de como est distribuda, de como produzida e de como usada. E, do mesmo modo,

as preocupaes e prioridades de cada indivduo ou colectivo decidem-se e organizam-

se tambm em funo deste factor.

Se pensares bem nisso, se algum passa fome, certamente no vai pensar nos

direitos dos animais ou sequer nos direitos humanos. A nica coisa em que vai pensar

como conseguir obter uma refeio. Se algum vive com pouco dinheiro, nem sequer

vai pensar em ir ao cinema ou a um concerto de msica, pois ter que se concentrar

apenas em viver (ou sobreviver) com o pouco que tem, limitando-se ao essencial. Essa

pessoa poderia gostar muito de ir ao cinema, mas faz-lo nem lhe passa pela cabea,

porque no se encontra numa posio que lhe permita faz-lo. Numa tal situao,

pensar nos direitos dos animais seria, como compreenders, um verdadeiro luxo. Do


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mesmo modo, se um povo est sob grande presso econmica e financeira e a pobreza

extrema um mal existente, o seu parlamento no ir certamente legislar acerca de

questes morais como a proteco dos animais (porque no uma prioridade e porque

pode inclusivamente exigir perda de actividade econmica e de receita para o estado).

E, mesmo que o pas seja muito pobre mas a sua populao no esteja numa situao

de pobreza extrema, num tal contexto, at as actividades culturais, por exemplo,

dificilmente sero uma prioridade do governo. Os direitos dos animais, escusado ser

diz-lo, menos ainda. Em concluso, s quando existe um mnimo de conforto e

liberdade econmica que, tanto individual quanto colectivamente, as pessoas se

podem ocupar de questes como os direitos dos animais, entre outras questes morais.

H, portanto, e como apontou o psiclogo americano Abraham Maslow, umahierarquia de necessidades e prioridades que as pessoas, assim como os povos,

colectivamente, seguem. Ignorar esta escala um erro de pensamento e de estratgia

que uma defensora dos animais inteligente e eficaz no deve cometer, sobretudo no

contexto de crise financeira e econmica que o mundo vive actualmente.

Em quarto lugar, h ainda outro ponto a reter a este respeito. Se uma dada

actividade econmica tiver um peso muito grande no PIB de um pas, seja oficial ou

no-oficialmente, ento, por muito moralmente censurvel que essa actividade possaser, nenhum parlamento ou governo se opor a ela, pois isso ser economicamente

invivel, dada a dependncia econmica que o pas tem em relao a esta.

Eventualmente, nem a maioria do povo desse pas se insurgir contra essa actividade,

j que muito provavelmente pelo menos uma pessoa em cada famlia depender

economicamente dela. Por outro lado, se esta for economicamente pouco importante e

se a sua diminuio ou abolio for economicamente pouco expressiva, bastante mais

fazvel no s conseguir que as pessoas aceitem a sua abolio, mas tambm conseguir

que o parlamento e o governo considerem fazer algo para a reformar ou pr-lhe fim.

A ttulo de exemplo, quando, no sc. XIX, se deu a Guerra Civil nos Estados

Unidos da Amrica, opondo o Norte ao Sul, a escravatura esteve na base da discrdia

entre as duas faces em conflito. O Norte favorecia a abolio da escravatura enquanto

o Sul nem sequer concebia um tal cenrio. No entanto, esta diviso no se deveu apenas

ou principalmente a razes morais. A verdade que, enquanto a economia do Norte

era eminentemente industrial, dependendo de trabalho qualificado e na qual no havia


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praticamente lugar para escravos (embora estes trabalhadores no tivessem as

melhores condies do mundo, diga-se), j a economia do Sul era principalmente

agrcola, dependendo estruturalmente do trabalho no-qualificado dos escravos. Ou

seja, o Norte estava em condies econmicas de se opor escravatura, por no

precisar dela, enquanto o Sul estava economicamente obrigado a defend-la. Por outro

lado, houve um grave e intenso conflito poltico a respeito de uma srie de impostos

que o Norte estava a tentar generalizar e aplicar aos estados do Sul, que sentiam que

no tinham que os assumir. Este conflito explicava-se, pois, mais do ponto de vista

econmico do que do ponto de vista moral, dado que foram pesados factores

econmicos que causaram essencialmente este conflito. O factor moral veio apenas a

ser uma parte desta equao, e certamente no a decisiva. Felizmente, porm, aescravatura foi abolida nos EUA pouco depois do incio desse conflito e considera-se

hoje essencialmente erradicada do mundo. Contudo, para quem quer defender a

abolio de uma determinada actividade e certo que todos os defensores dos

animais o querem fazer , fundamental conhecer todos os aspectos desta questo, j

que impossvel conceber e executar um bom plano para atingir qualquer objectivo

(seja ele abolir a escravatura ou abolir uma qualquer actividade injusta ou cruel para

os animais) sem estudar e pesar todos os elementos que esto na base da questo quequeremos tratar nomeada e especialmente os econmicos, que esto sempre ou

quase sempre presentes.

Obviamente fao questo de salient-lo , no pretendo com isto tentar de

algum modo legitimar, por razes econmicas, algo que , do ponto de vista moral,

absolutamente errado. Longe disso. Limito-me apenas a, vendo as coisas sob este

incontornvel prisma, olhar para a realidade e analis-la, tal como ela , para melhor

poder avaliar como e o que posso fazer para que ela se transforme em como ela deve

ser.

E, pela pertinncia deste tema e de quo importante bem ilustrar o modo como

a economia (chamemos-lhe assim, para simplificar esta questo) dita tanto as grandes

transformaes das sociedades, sejam elas boas ou ms, cito ainda um outro exemplo,

muito actual e prximo de ns.

Tomemos em considerao o caso de Portugal e das dramticas transformaes

que o pas tem estado a conhecer. Antes da crise econmica e financeira que Portugal


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tem estado a viver, e antes da crise do Euro, quem acreditaria que a sociedade

portuguesa, cuja matriz sociopoltica essencialmente socialista e baseada no princpio

do Estado-Providncia, aceitaria com tanta passividade e resignao a eliminao e

reduo de tantos servios e prestaes do Estado acompanhadas do aumento dos

preos e custos (atravs de impostos ou de taxas) dos servios e prestaes que ficaram

reduzidos? Ningum acreditaria que tal fosse possvel, mas a verdade que est a

acontecer, ante a relativa e at algo surpreendente passividade do povo portugus.

Como que isto se veio a tornar, ento, possvel? A resposta simples: tudo uma

questo de dinheiro.

Ou seja, porque Portugal actualmente um Estado falido, com uma dvida

pblica brutal, com uma despesa pblica tremenda em relao riqueza que o pasgera e receita fiscal desta que o Estado consegue obter, com um dfice teimosamente

elevado e com cada vez menos recursos prprios (tendo vindo, exactamente a este

propsito, a vender muitas das suas jias da coroa, nomeadamente grandes empresas

pblicas, para realizar dinheiro a fim de tentar abater o dfice), este um pas atirado

para as mos dos seus credores e da chamada assistncia financeira internacional. Ora,

os seus credores, e sobretudo as entidades que prestam a referida assistncia financeira

internacional, colocam uma quantidade de exigncias ao cumprimento das quais ficacondicionada a dita prestao de assistncia financeira ou compra de dvida. Isto

significa que, se o Estado portugus no aceitar e no cumprir essas exigncias, deixa

de ter dinheiro para as suas despesas, uma vez que no tem como se financiar pelos

meios que at aqui usou para ter dinheiro disponvel para o seu funcionamento. Por

isso, o Estado aceita e cumpre essas exigncias, eliminando uns e reduzindo outros

servios e prestaes pblicas, e aumentando os seus custos para os contribuintes,

alm de aumentar a carga fiscal e de procurar vender as suas j referidas jias da

coroa.Assim, tem acesso ao financiamento destas entidades, mas as pessoas pagam

um preo muito elevado para que tal acontea. Temos, assim, um povo que, contra a

sua matriz ideolgica e sociopoltica, contra os valores de organizao poltica e

econmica que prezava e que dava por garantidos, empobrece a passos largos e em

todas as frentes, v o seu governo e restantes instituies a aceitarem as referidas

exigncias e a inclurem-nas nos seus programas e na sua aco governativa e

legislativa, e aceita, com grande passividade e resignao, estas violentssimas


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transformaes. Se no fosse assim, o Estado entraria em bancarrota automaticamente

e dar-se-ia um caos financeiro (embora tudo isto seja muito discutvel do ponto de vista

econmico e financeiro, mas essa uma questo que no deve ser tratada, obviamente,

na presente mensagem). Por outras palavras, isto acontece por causa de dinheiro, ou,

melhor, por causa da falta de dinheiro de uns (os devedores, no caso o Estado

portugus), da disponibilidade de dinheiro de outros (os credores, no caso a troika) e

das exigncias destes ltimos.

Claro est, devo salient-lo, que mais uma vez no estou a legitimar, de modo

algum, o que se est a passar em Portugal nem sequer estou a manifestar a minha

opinio acerca do que est a acontecer no pas (tal uma outra questo que obviamente

no trato nesta minha mensagem, pois este no o lugar certo para falar das minhasvises econmicas e polticas). Limito-me a apresentar uma sucesso de factos que

exemplificam bem o modo como, mesmo diante dos valores mais arreigados de um

povo, a economia (ou o dinheiro) que acaba por ditar o modo como os acontecimentos

se desenham. E, em termos muito simples, ingnuo pensar que as coisas funcionam

de outra maneira, sendo certo que essa uma ingenuidade a que uma boa defensora

dos animais no se deve prestar.

Repito, para que retenhas bem esta fundamental ideia: em Portugal, assim comoem todo o mundo, hoje assim como sempre, o poder poltico, as transformaes sociais

que ocorrem e o sentido da histria esto umbilicalmente relacionados com o dinheiro,

com quem o tem, com quem o faz, com a sua disponibilidade, com o modo como ele

multiplicado e a ele se pode aceder, e com os desejos ou mesmo exigncias daqueles

que o tm e que usam esse poder para influenciar o exerccio de todos os outros. uma

iluso pensar que so os polticos que mandam nos governos, nos parlamentos ou nos

pases. uma no menor iluso pensar que so os povos que mandam nos polticos.

Quem efectivamente decide como que os polticos exercem as suas funes, em que

sentido decidem e agem, e de que maneira as vidas dos povos progridem quem

controla o dinheiro isto verdade em pequena escala e em grande escala. No fim de

contas, trata-se de uma regra de ouro, que se pode definir nestes termos: Quem tem o

ouro quem dita as regras.

Claro est que, diante destas constataes, podemos lamentar que o mundo

funcione assim, podemos diabolizar o dinheiro e defender a romntica ideia e o nobre


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propsito de tornar o mundo menos materialista. Ou, pelo menos, podemos

simplesmente tentar tornar o mundo menos centrado no dinheiro e colocar o dinheiro

mais ao servio de outros valores que so mais importantes. No entanto, ainda que se

possa decidir seguir por esse caminho, h uma questo definitiva, na qual se esbarra

no imediato e em relao qual a maneira como se lidar com ela decidir se poderemos

vir a ter uma grande influncia, em termos mais imediatos e mais expressivos, na

maneira como o mundo funciona: temos o dinheiro suficiente para assumir esse papel

e para ter esse poder, ou no?

Ora, tendo tudo isto em considerao, julgo que fica muito claro quo

importante para ti, enquanto defensora dos animais, seres uma pessoa econmica e

financeiramente poderosa e influente. Porque isso te dar a oportunidade real deajudares, de forma mais imediata, expressiva, abrangente, diversificada e contnua,

uma quantidade tremenda de animais que precisam urgentemente desta ajuda, e

porque te dar igualmente a oportunidade de exerceres o teu poder econmico assim

como o poder e a influncia em termos polticos e sociais que dele te adviro de modo

a mudares a maneira como os animais so vistos e tratados no mundo. Isto, alm da

vida boa que poders ter e proporcionar queles de quem gostas.

Finalmente, ainda a respeito deste princpio, poders retorquir que defender aimportncia de se ser rica para poder ajudar os animais fcil e que o difcil conseguir

efectivamente ser-se rica. Ao que se segue a minha resposta: os princpios para a

criao e expanso de riqueza podem ser estudados e aplicados por qualquer pessoa. A

informao est abundante e gratuitamente disponvel, e o que h a fazer estudar os

padres decisrios e de aco dos mais bem-sucedidos investidores, por exemplo,

nomeadamente daqueles que comearam do nada, para perceber como chegaram onde

esto hoje, na categoria de multi-milionrios, ou mesmo de bilionrios.

Eu tenho estudado exaustivamente estes saberes e estes padres de deciso e

aco e posso garantir-te uma coisa: apesar do mundo todo estar mergulhado numa

brutal crise financeira e econmica, este um tempo de enormes oportunidades que,

se bem aproveitadas, podero transformar pessoas remediadas em pessoas

incrivelmente ricas. Foi em todas as grandes crises econmicas e financeiras do mundo

que os grandes bilionrios de hoje fizeram as suas fortunas. E esta crise no diferente

das outras nisso: quem compreender aprofundadamente o que est a acontecer,


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porque que est a acontecer e souber como agir, poder sair desta crise muito mais

rico do que alguma vez pensou poder ser. Aqueles que conseguiram criar e multiplicar

muitas vezes as suas fortunas olham para tempos conturbados como os actuais como

tempos excitantes de oportunidades incrveis, e estas pessoas caracterizam-se pela

frieza, disciplina, sentido de oportunidade de coragem que tm para tirarem proveito

das oportunidades que se colocam em contextos como aquele em que actualmente

vivemos.

5.S EXCELENTE

Seja o que for que faas na tua vida, f-lo bem. Tem esse cuidado e tem orgulhoem fazeres tudo da maneira mais precisa, rigorosa e eficaz possvel. Aplica-te, pesquisa

e aperfeioa-te a ponto de tal te acontecer naturalmente, sem um grande esforo. Numa

palavra, s excelente.

S uma excelente pessoa, uma excelente estudante, uma excelente profissional,

uma excelente patroa, uma excelente trabalhadora, uma excelente administradora,

uma excelente investidora, uma excelente pensadora, uma excelente fazedora, uma

excelente comunicadora, uma excelente mulher, uma excelente amiga, uma excelentefilha e uma excelente me. S a personificao do sucesso, na medida em que s bem-

sucedida em tudo aquilo que fazes. S assim como expresso da tua viso acerca de ti

mesma e do teu papel no mundo. E sente-te justamente orgulhosa disso, assim como

verdadeiramente livre, pois no s refm da preguia, do desleixo ou da mediocridade.

Ao seres bem-sucedida e cultivares a excelncia em tudo aquilo que fazes

(sempre sem te esqueceres de ser humilde, porque precisas sempre de continuar a

aprender e a melhorar-te, sempre sem seres pretensiosa, que um defeito que sabes

ser desprezvel), tu apresentas-te naturalmente como um bom exemplo. As pessoas

olharo para ti com respeito e admirao naturais, querero sempre ouvir o que tens

para dizer e ver-te-o como um modelo daquilo que gostariam de ver acontecer nas

suas vidas. Claro est que muitas pessoas te invejaro, muitas das quais com profunda

maldade. Quanto a essas, tem as cautelas necessrias e protege-te. De resto, concentra-

te nas pessoas que importam.


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Ao seres excelente, o que tiveres para dizer tornar-se- automaticamente

importante para os outros e aquilo que for importante para ti ser objecto da

curiosidade alheia. Para aquilo que nos interessa a propsito desta mensagem,

imprimirs uma credibilidade defesa dos animais que no ter preo, uma vez que

qualquer pessoa que saiba quo bem-sucedida e digna de admirao e respeito s, mais

facilmente se interessar por compreender por que razo os animais e a sua defesa so

valores to fundamentais para ti. E isso, tanto numa pequena quanto numa grande

escala, pode ter um impacto decisivo naquilo que fizeres por eles. Por isso, por ti e

tambm pelos objectivos altrustas que prossegues, s excelente.

6.

S INFORMADA, CULTA E CONHECEDORA

No mundo da defesa dos animais, assim como em qualquer outro domnio

profissional ou social em que as pessoas se envolvem, a informao nunca demais.

Na verdade, porque a defesa dos animais ainda muito incompreendida ou vista

como um valor de menor importncia, a generalidade das pessoas, assim como dos

jornalistas, dos polticos e de outros decisores, costuma ter uma predisposio para

levar menos a srio os defensores dos animais. Por vezes, isso acontece com base empreconceitos e esteretipos acerca destes que so infelizmente originados por alguns

deles, ou seja, pelas atitudes estranhas e disparatadas de alguns defensores dos animais

que ajudam a gerar esses mesmos esteretipos.

Ora, se assim , torna-se ainda mais importante para uma defensora dos

animais excelente ser uma pessoa extremamente informada, culta e conhecedora, no

s acerca dos factos e questes especificamente relativos defesa dos animais (

fundamental conhecer bem todos os dossiersque esto a ser tratados, todos os factos

relevantes acerca dos mesmos, assim como todas as posies favorveis e desfavorveis

ao tema em questo), mas tendo tambm uma verdadeira cultura geral. preciso ser-

se letrada.

Uma excelente defensora dos animais deve ser uma pessoa educada, informada

e culta, que saiba muito acerca do mundo, e que, por muito que naturalmente se possa

embrenhar no trabalho em defesa dos animais, nunca se permite ficar refm desse

mundo, perdendo perspectiva e deixando de acompanhar tudo o resto que acontece no


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mundo. Deste modo, uma defensora dos animais excelente est habilitada para

manter, em qualquer circunstncia, uma conversa interessante sobre temas

diversificados, revelando-se uma pessoa com quem todas as outras gostam de

conversar. Ao apresentar-se deste modo, fica numa muito melhor posio para ir

introduzindo (embora devendo sempre faz-lo de maneira ligeira e oportuna) questes

acerca dos direitos dos animais, podendo alertar cada vez mais pessoas para estas

questes e fazendo-o de uma maneira to agradvel, interessante e credvel, que ser

capaz de deixar uma forte e positiva impresso em quem a ouve.

Este ponto verdadeiramente importante e prende-se com outro, que a ele est

intimamente ligado: alm de informada, culta e conhecedora, uma excelente defensora

dos animais deve estar perfeitamente integrada no tecido social. Digo isto a propsitodo facto de muitos defensores dos animais erradamente acabarem por se distanciar da

sociedade normal, por no se identificarem com pessoas que no partilham estes

mesmos valores. Acontece que isto um erro. Enquanto defensora dos animais,

importante que nunca te esqueas de que, apesar de ser natural conseguires criar

positivos e intuitivos laos emocionais com pessoas que, como tu, respeitam e

protegem os animais, no deves por isso reduzir a estas pessoas os crculos sociais em

que ests inserida sob pena de ficares simplesmente a falar com pessoas jconvertidas, quando s pessoas que ainda no esto conscientes das questes

relativas aos direitos dos animais que a ti, para que cumpras os teus objectivos deste

mbito, interessa alcanar. E isso s ser possvel se te relacionares com elas e se

conseguires criar nelas uma impresso positiva. Afastares-te delas, seja por que modo

for, s as afastar da oportunidade de conhecerem, compreenderem e eventualmente

adoptarem os valores que defendes e que to importante para ti que se universalizem.

Por isso, s uma pessoa do mundo. Fixa bem este princpio e toma-o em sria

considerao.

7.S SEDUTORA E PERSUASIVA

Este um outro princpio que se liga com o anterior e que no menos

importante (quase faz parte do anterior, na verdade). Uma excelente defensora dos

animais tem que ser uma excelente comunicadora, uma vez que, em tantos contextos


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diferentes, aquilo que precisa de fazer exactamente comunicar as diversas questes

relativas aos direitos dos animais.

Ora, a comunicao uma arte. E, embora seja verdade que algumas pessoas

nascem com um dom para serem boas comunicadoras enquanto com outras isso no

acontece, tambm verdade que esta , como tantas outras, uma arte que se aprende,

nomeadamente atravs de estudo e atravs da experincia.

Assim, deves, antes de mais, estudar a arte de argumentar. Deves igualmente

estudar a histria e o perfil de figuras pblicas que tenham sido ou que sejam grandes

comunicadoras, deves estudar a maneira como comunicavam ou comunicam, quer

quanto linguagem verbal que usam, quer quanto linguagem corporal. Deves

tambm estudar o modo como a mente humana funciona, a relevncia disso para a arteda persuaso, bem como a cincia da comunicao e a seduo conversacional que se

desenvolveram em funo destes estudos (a programao neuro-lingustica , por isso,

de estudo altamente recomendado).

Por outro lado, deves ir buscar inspirao importncia que os animais e o teu

envolvimento na defesa deles tm para ti de modo a imprimires carisma na tua maneira

de comunicar sobre estas questes. Deves ser uma comunicadora convicta, carismtica

e vibrante, que cativa a ateno das pessoas mesmo das pessoas que discordam de ti e que de certo modo as seduz. Isto requer firmeza na defesa de convices sem

agressividade ou arrogncia. Requer charme, sem dvida alguma. Requer inteligncia

e estratgia na maneira como te exprimes acerca destas questes, nas emoes que

consegues expressar e despertar nos outros, e no modo como consegues gerar as

reaces nas outras pessoas que desejas que elas tenham quilo que dizes.

Imagina que s uma advogada diante de um juiz e de um jri de 12 pessoas.

Imagina que tens que convencer todas estas pessoas de que o teu cliente inocente,

mesmo sabendo que elas tm uma predisposio infundada para o considerarem

culpado. Para o conseguires fazer, no basta que o teu cliente seja realmente inocente

tu tens que saber que ele inocente, acreditar que ele inocente, mostrar

racionalmente que ele inocente, defender apaixonadamente (tocando quem te est a

ouvir) que ele inocente, mas fazendo tudo com a dose certa de razo e emoo, e com

uma linguagem verbal e corporal impecveis, de modo a arrebatares os teus ouvintes

ou interlocutores.


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Isto pode parecer difcil, mas no . uma questo de treino e prtica

conversacional. Treina-te a falar com muitas pessoas. Treina-te sozinha. Mais uma vez,

estuda os bons exemplos. E, medida que o fizeres, sers capaz de o fazer

naturalmente, sem qualquer esforo e, a dado momento, sem uma preparao de

maior. isso que os melhores advogados e relaes pblicas fazem todos os dias por

todo o mundo. E eles no fazem apenas com que isso parea fcil para eles, fcil

porque seguem estas regras e praticam-nas a um ponto tal, que as palavras, expresses

e gestos certos acabam por fluir naturalmente deles na dose certa. Uma excelente

defensora dos animais deve ser uma excelente advogada dos animais e, se te baseares

na importncia que os animais tm para ti, no tenhas dvidas de que eles tero em ti

a melhor advogada do mundo.

8.

S DETERMINADA, DISCIPLINADA E EFICAZ

Se h algo que decisivo para atingires qualquer objectivo, seres determinada

e disciplinada. Se tiveres estas duas caractersticas, sers tambm eficaz.

Este conjunto de princpios tem tudo a ver com a atitude que deves manter. Dou-te um

exemplo para que melhor compreendas o que quero significar com estas minhaspalavras.

Muitos defensores dos animais, apesar de dedicarem uma quantidade

impressionante do seu tempo, da sua energia e dos seus recursos nesta causa que

abraam, do-se, ao mesmo tempo, por derrotados por princpio. comum, por

exemplo, ouvir defensores dos animais que protestam contra as touradas dizerem

claro que estamos a protestar contra esta crueldade, mas infelizmente as touradas

nunca vo acabar. tambm comum ouvir defensores dos animais que trabalham no

resgate e assistncia a animais errantes e abandonados dizerem claro que ajudamos

estes animais e fazemos o que podemos, mas infelizmente o abandono e a crueldade

contra animais nunca vo acabar porque as pessoas so egostas e ms.Outros dizem

claro que sou vegano, mas sei que esta apenas uma pequena gota num grande

oceano.Poderia dar-te outros exemplos, mas estes bastam para mostrar o meu ponto:

como se no bastasse tudo aquilo que j tm contra si por estarem do lado dos animais

(ou seja, todos os obstculos que j se apresentam por estarem nesta posio e terem


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este interesse), estas pessoas tm uma atitude derrotista e pessimista em relao aos

seus objectivos e esforos que empreendem para os atingir, menorizando a

importncia e impacto dos seus esforos e iniciativas, ao mesmo tempo em que

persistem em dedicar-se a pr termo s injustias que denunciam e que querem ver

erradicadas.

Ora, isto um erro tremendo. um verdadeiro crime que os defensores dos

animais cometem contra si mesmos, uma vez que exercem uma violncia psiclogica

contra si prprios, derrotando-se desde o princpio, enquanto se envolvem na

prossecuo de um objectivo que eles, afinal de contas, julgam ser impossvel de

conquistar. Se h absurdo maior do que este, sinceramente desconheo-o.

Digo-te, por isto, que, tua convico de que ests certa, de que sabes porque que ests certa e de que ests realmente comprometida com as razes que te levaram

a seres uma defensora dos animais , deves juntar uma determinao inabalvel.

Deves, neste contexto como em todos os outros da tua vida, ter a atitude conquistadora

de algum que diz para si, sabendo-o como verdade indesmentvel, que pode

efectivamente fazer e conseguir tudo aquilo que deseja. Se queres acabar com o

abandono dos animais, a primeira pessoa que tens de convencer de que isso possvel

s tu. Afinal, por que que um decisor poltico haveria de se convencer de que isso possvel, se tu prpria no ests certa disso? Por isso, sim, tu (em colaborao com

outros, claro) s capaz de acabar com o abandono de animais, com as touradas, com a

criao e morte de animais para consumo, ou com o que quer que seja. Desde que tu

sejas absolutamente convicta e determinada nas tuas ideias, palavras e aces a esse

respeito, no tenhas dvidas de que consegues faz-lo. No podes permitir que a

dvida de que s capaz te assalte e tome conta de ti por um segundo que seja.

S, por isso, determinada e s disciplinada no sentido em que no ds qualquer

oportunidade a ti mesma para falhares ao teu compromisso. Se queres que X acontea

e se ests completamente determinada a fazer com que X acontea, ento comea por

disciplinar a maneira como pensas acerca de X e de como X pode e deve acontecer, e

disciplina tambm a maneira como prosseguirs e cumprirs esse teu objectivo. Assim

sers eficaz.


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Deves tambm compreender que o melhor caminho para atingires os teus

objectivos sempre o mais eficaz. Isto pode parecer-te uma evidncia, mas no .

Deixa-me explicar-te melhor o que quero dizer.

Um dos princpios do Judo, uma antiga arte marcial japonesa, reza assim:

mxima eficcia, mnimo esforo. Daqui segue-se, no mundo das artes marciais

assim como na vida em geral, que, para cumprires um qualquer desgnio que tenhas

na tua vida, aquilo com que te deves preocupar como o poders fazer da maneira mais

eficaz e no da maneira mais bonita, ou mais espectacular, ou mais impressionante, ou

mais heroica, ou, enfim, mais qualquer coisa que no seja a mais eficaz. Para

perceberes melhor este ponto, considera, por exemplo, um combate entre duas pessoas

em que uma quer literalmente liquidar a outra. Num tal combate, usar toda uma sriede tcnicas de artes marciais lindssimas e altamente acrobticas, artsticas e

impressionantes ou seja, que envolvem um grande esforo muito menos eficaz

do que simplesmente usar um sabre ou uma arma de fogo. Neste caso, um dos

combatentes poder ter um desempenho verdadeiramente espectacular mas sem ter

qualquer eficcia nas suas tcnicas, acabando morto, enquanto o outro poder ser

desconcertantemente simples mas absolutamente eficaz, acabando vivo. De igual

modo, no mundo das artes marciais, comum ver-se que, em situaes de combatereal, o combatente mais eficaz o que usa as tcnicas de combate mais simples, directas

e destrutivas, enquanto o menos eficaz o que usa as mais acrobticas e complexas.

Esteticamente, muito mais aprecivel ver o modo como este ltimo se comporta em

combate, mas isso nada interessa se este ltimo perder porque o outro foi

verdadeiramente eficaz e se preocupou com o que realmente interessava vencer o

combate , enquanto o primeiro estava distrado numa espcie de dana marcial.

O modo como isto se aplica na defesa dos animais simples. As estratgias,

tcticas e planos que delineias e pes em prtica para cumprires os teus objectivos

devem medir-se, adaptar-se e melhorar-se em funo da sua eficcia e nada mais. Usa

o que funciona e pe de parte o que no resulta. Tudo o resto rudo e distraco, que

em nada importa para aquilo que pretendes alcanar. No saberes isto, ou sab-lo mas

no o considerares, um erro crasso.


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9. S INTELIGENTE E CRIATIVA, NA TEORIA, NA ESTRATGIA E NA

PRTICA

Falo-te agora de um outro princpio, que est intimamente ligado com o anterior

e que, saliento-o o mais possvel, fundamental que compreendas muito bem.

Tem sempre presente que nada se consegue sem inteligncia e criatividade.

Desde as pequenas s grandes tarefas, sempre precisa alguma dose de inteligncia e

criatividade para que sejam bem executadas. E, quanto mais inteligente e fores criativa

na realizao dessas tarefas, melhor e mais eficientemente executadas elas sero. Aqui

importa sublinhar que a inteligncia e criatividade devem ser beros de uma aco

efectiva que materialize o que as primeiras conceberam no adianta de nada seresmuito inteligente e criativa se no usares, em termos prticos, essas tuas virtudes.

Nota tambm que, quanto teoria, estratgia e prtica, h algo de elementar

a considerar: se no conheceres e actuares, por experincia prpria, nos trs planos,

qualquer um deles ser intil e conducente a frustraes e insucessos.

Posso dizer-te que, por exemplo, no que defesa dos animais diz respeito,

enquanto a teoria muito importante (tens que a estudar, conhecer e dominar), ela

consegue ser irrelevante ou mesmo disparatada quando quem a trata no conhece nemactua na realidade. Os acadmicos que ficam fechados no mundo acadmico a

pesquisar, a escrever artigos, a produzir teses e em estreis conferncias e debates

tendem a formular teorias e defender posies que se revelam impraticveis quando

no se envolvem no campo prtico. Por outro lado, se a prtica obviamente

fundamental, j uma prtica desinformada, ignorante e acrtica leva a resultados

desastrosos. Serve isto para dizer que, para seres uma excelente defensora dos animais,

tens que fazer um casamento perfeito entre a teoria e a prtica, privilegiando sempre

uma viso estratgica acerca de como melhor se pode realizar aquilo que se teoriza e

que se defende em termos ideais.

E, a propsito de estratgia, quero dizer-te que uma das grandes falhas do

movimento de defesa dos animais que tende a funcionar sem uma estratgia

inteligente, dinmica e que esteja bem ligada com a realidade. Este um movimento

muito fraccionado que se pode dizer, em traos gerais, que se divide entre os puristas,

cujo juzo est muito toldado por teoria em excesso e divrcio cego com a realidade, e


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os pragmatistas, cujo desprezo pela teoria e pelos ideais corrompe tantas vezes os seus

feitos. tambm um movimento em que, tanto do lado purista quanto do lado

pragmatista, h uma insistncia contnua nas mesmas estratgias bsicas e repetitivas,

mesmo quando elas j se revelam claramente gastas ou quando nunca se revelaram de

todo eficazes.

Ora, este um desequilbrio que deve ter um fim e que, sobretudo, no te deve

afectar. Tu sabes mais que isto e sabes, nomeadamente, que aquilo que tu pensas

(teoria) e aquilo que tu fazes (prtica) para materializares o que tu pensas devem ser

extenses e interaces perfeitamente naturais, intuitivas, fluidas e praticveis do

mundo da teoria e do mundo da prtica. E, para que este casamento seja perfeito, sabes

que o deves enriquecer com uma impecvel e dinmica estratgia, que seja to fiel teoria quanto casvel com a prtica e que evolua constantemente consoante o modo

como a realidade se altera.

Finalmente, tem tambm em considerao que, tal como acontece em todos os

combates, tambm o que se trava pelos direitos dos animais se pode e deve ganhar mais

pelo lado psicolgico do que pelo lado fsico. H inmeras maneiras de explorares as

fragilidades psicolgicas (e no s) dos teus oponentes, o que te permitir conseguires

vantagens decisivas sobre eles mesmo quando eles tm uma fora fsica (sendo odinheiro um exemplo disso, por exemplo) com a qual no podes, por enquanto,

competir. A este propsito, digo-te que muitas vezes quem ganha o combate no o

guerreiro mais forte mas sim o mais inteligente e certeiro. Cito-te, neste sentido, um

princpio antigo das artes marciais que diz respeito aos pontos vitais e

vulnerabilidade natural de qualquer indivduo em funo destes: se uma borboleta

soubesse onde colocar as suas asas, poderia derrubar um Sumotori (um lutador de

Sumo). Segue-se daqui que, se conheceres os pontos vitais do teu oponente, no

importa se ele gigante e tu an o que importa como tirars partido daquilo que tu

sabes para, empregando a fora que tens e porventura a prpria fora do teu

oponente contra si mesmo , conseguires derrub-lo.

Ainda neste sentido, em cada combate (ou iniciativa, para usar um termo no

marcial), independentemente de qual seja o objectivo que prossegues, deixo-te as

seguintes ideias que devers sempre querer integrar na tua estratgia. Em primeiro

lugar, s sempre tu quem inicia a aco e quem controla o tempo do conflito. S sempre


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tu a agir e deixa o teu oponente ficar sempre na posio daquele que tem que reagir.

Mantm sempre tu a iniciativa. Em segundo lugar, ataca em vrias frentes, com

investidas diversificadas. Assim, crias vrios focos de ateno e de tenso para o teu

oponente, que tem que se dispersar, ficando necessariamente nervoso e consciente de

que no tem o controlo da situao. Em terceiro lugar, usa sempre o elemento surpresa.

As aces mais eficazes so as mais surpreendentes e so aquelas que so executadas

no s de forma inesperada mas tambm com grande rapidez e impacto, o que deixar

o teu oponente pelo menos temporariamente perdido, mais uma vez sendo obrigado a

reagir apenas, sem iniciar a aco, sendo forado a funcionar dentro das regras do teu

jogo, e provavelmente ficando tentado a faz-lo de uma maneira irreflectida e

intempestiva, o que te permitir explorares ainda mais as suas fragilidades. Paramanteres o elemento surpresa sempre fresco, no basta seres criativa deves tambm

habituar o teu oponente a um certo tipo de interveno da tua parte, durante um certo

tempo, para que ele julgue que j consegue antecipar o que fars de seguida, de modo

a que ele se concentre naquilo que espera de ti, e assim de algum modo se sinta mais

aliviado e baixe a guarda. Deste modo, quando ele pensar que conhece os tipos de

interveno que pode esperar de ti e que pode antecipar as tuas ofensivas, tu surges

com aces novas e inesperadas. Podes e deves usar esta estratgia constantemente.Em quarto lugar, e em linha com o que j te referi acima, num combate, a imagem que

projectas de ti, combinada com o aspecto psicolgico da tua interveno, ditaro muito

mais o resultado final do conflito e quem sair vencedor deste, do que o confronto de

foras fsicas. Por isso, gere de maneira brilhante a imagem da tua ofensiva, assim

como a sua construo e impacto psicolgico destes elementos no teu oponente.

A este propsito, foroso recomendar-te leitura e estudo acerca de como se

fizeram e depois desfizeram (porque to importante conhecer as vantagens e factores

de alavancagem, quanto as desvantagens e factores de colapso) os grandes imprios ao

longo da histria da Humanidade. Como se travaram e venceram (e perderam, quando

tal se deu) as mais importantes batalhas e guerras. Como se fizeram (e desfizeram, nos

casos em que aconteceu) as grandes figuras histricas, assim como as grandes

empresas. Como se mantiveram e prosperaram. Como foram esquecidas, se foram, e

como caram, se caram. Ao estudares estes exemplos, no o faas de um ponto de vista

moral. No faas uma avaliao tica do que fizeram esses imprios, povos, figuras ou


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empresas, e, para benefcio do teu estudo, no te choques com os mtodos que

empregaram ou ainda empregam. No isso que est em causa neste teu estudo. Esse

um julgamento que poders fazer noutra ocasio. No sentido a que me estou a referir

neste captulo, o que te deve importar como que esses empreendimentos grandiosos

foram conseguidos, quais foram as estratgias empregues e quais foram as mais bem-

sucedidas, assim como as que acabaram por se revelar desastrosas ou fatais. Estuda

esses exemplos e estuda tambm clssicos, como O Livro dos Cinco Anis, de

Miyamoto Musashi, A Arte da Guerra, de Sun Tzu, e o Hagakure, de Yamamoto

Tsunetomo, entre tantos outros. Estuda tambm contemporneos.

10.

S AMVEL MAS PRUDENTE, FRIA E IMPLACVEL

S amvel com as pessoas, o que se prende com a importncia j antes

mencionada de seres persuasiva e sedutora. S genuinamente amvel, sublinho-o, e

trata bem as pessoas. Lembra-te de que toda a gente gosta de ser bem tratada,

respeitada e alvo de amvel ateno. Mesmo as pessoas que no so amveis tendem a

gostar de ter esse tipo de ateno. Por isso, como regra geral, s amvel e vers que isso

tornar a tua vida e o teu trabalho mais fceis. As pessoas boas gostaro mais de ti e tugostars mais delas. As pessoas ms podero no gostar de ti, mas tero dificuldade

em ser speras contigo. Poders, assim, desarm-las com essa tua atitude.

Por outro lado, embora devas ser amvel, deves igualmente ser prudente e

cautelosa. Tem conscincia de que o sucesso cria inimigos. Quanto mais bem-sucedida

fores, mais inimigos ters (mas tambm ters amigos, claro). Por isso, no te exponhas

demais e, como j te disse anteriormente, no confies demais. Mantm sempre a

guarda levan

OS SEGREDOS REVELADOS Para Teres Uma Vida de Sucesso e Para Seres Uma Excelente Defensora Dos...

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