o·s VENT0S TEMAS DE MOMENTO PRINCIPIOS...

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25-IV -1967 o·s VENT0 1 S ABRANDAM? Os eventos da história» não 50p1arão sem pre dos mesmos quadrantes e com a mesma in- tensidade. A todas as grandes des semp re sucederam as bonan- ças reparadJ ras, muito embora vão deixando pelo caminho as mar cas das suas devas tações. Num c urioso e exten so artigo 1nser.o em «Le l\londe», de ZZ do corrente, firmado por Jean Knecht, sob o t ítulo «A Africa sranca e as Nações Unidas». e o tubtítulo «A O. N. U. joga o seu pres.í gio na questão do SudoeM<! Afri cano» - -se conta do pro- cressivo d eclinio de êxltos elo rruPo afro-asiático no tocante a sua ofensiva contra «toda uma região da Afrl ca cujo eixo é Sa- lisbúrla- Pretória e cuja acção ae este nde não apenas ao Su- doeste Africano roas também as provínci as portuguesas de An- gola e de Moçambique, sem c on- tar com outros '.l>aises afr i canos de Governo n egro, que se en- t.0ntram na zona de influência da Afriea do Sul , tais como a Botswana, a Zâmbi a e o !lfala- w b. Essa quebra de inte nsidade de acção na política an tibranca no con tinente africano é assl- pelo autor do artigo nos desaires ultimamente verifi ca- dos na Organização da Unidade Africana no que respeita ao caso rodeslano. Em Adís-Abeba, ao entusias- mo romântico de 1963, s ucedeu o desânimo. O mesmo no Cairo e em Argel. Não se v6em soluções, a curto n em a longo prazo, quer no pia, no militar, quer no políti co, quer das s anções económi cas. qner finalme nt e no capítulo da sub- versão Interna.. P arece que o bom senso e o espírito rea lis ta aconselbariatn Para o b em geral, uma consh'uti - va colaboração entre todos os po_ vos d a Africa, para. al ém ela cor, das crenças e das ideologias, sem Prejuízo do respeito p el as res- Jtctivas soberanias. teriam a :anhar a. Afrlea e o Mundo. O comedido «Le Courier d' áfrlque», a pr opósito d os ban- dos te rrori stas que actuam no Con go ex-belga contra P ortugal angol ano e se massacram en tre si em odiosas lutas tribais - Perguntava a. l\lobutu se os dl rl- 1ent es de certos movimentos an- gol anos não estarão, por acaso, ll tornar-se incomodativos para ºt País que lhes concedeu hospl· alldade. Não signi fi cará isso a necessi-, dade de limpar a Africa Nova. J os elementos Indesejáveis, na- lonais e estrangeiros. que cm· 1>3rgam o seu progresso, pos· sível através da paz. da. toleràn- cia , da mútua cooperação dos seas povoa soberanos, brancos e 11 egrosT J. P. TEMAS DE MOMENTO <<ANDAMENTO NO ARSENAL DO A situaçà-0 do Arsenal do Al- feíte me,11.orou bastante no ano de 1965 - em relação a 0 ano a ,.,_ior - segundo nos afirma o último 4.k.etatoriO e Contas> daquele imvor.ante estabeleci- me'llto faoril do Estado. Assim, verifica-se que no ano de 1965 o número médio de navios em fabrico fot de 17 - nunca ante· riormente alcançado - ao mes- mo tempa que o valor de todas as reparações efectuadas em re- laçtlo ao número mlidw de navios em fabrico par dia, baixou de 14,7 contos e7n 1964, para 11,5 contos em 1965, do mesmo passo . que, no seguimento da polttica de realizar o maior número de trabalhos possível com pessoal p;óprio do Arsenal, as importttn· cias pagas pelas obras mandadas executar na indústria particular conttnuam a àiminutr, passanào de 2,5 para 2,1 contos por navio e por àía, o que marca um pro- gresso importante na economia àaquele estabetectmento fabril do Estado e na sua aàministra- ção, com reflexos notáveis na proàuttvlàaae. àesenhaàores especializados, tn- conveniente a que se trata de obviar, mas que, naturatmeme, não pode si:r remeà1aao com a rapiàez àese;aàa. Tendo o Arse- nal do Alfet:te um quadro àe 50 desenhadores, número que n(io peca par excessivo, antes veio contrário, esse número encontra- -se bastante llmttaào, pois exis- tem 17 vagas par preencher. Este vroblema de pessoal téc- nico, deviàamente especializaào. tem crtacto aos dirigentes do Ar- senal graves problemas que não puderam, atnàa, ser tnieiramen- te solucionaàos. Desàe o 2.• se- mestre de 1962 até ao fim de 1965, demttiram-se àaquele esta- belecimento 537 operários e fo- ram reformados mats 159, o que perfaz um total de 696 trabalha· àores que <ieixaram aquelas oft- ·ctnas, a maioria àos quais para exercer a sua actividade na In- dústria particular, onàe stlo me- lhor renumeraàos. Aos inconvenientes apontaàos acresce, ainda, o facto de os tra- balhadores que se àespeàem se- rem dos mais competentes, que muitas vezes fizeram no Arsenal a sua fonn açãq profissional, e Que àiftcilmente sertlo substitut- ctos. A este problema. para sa- lientar a sua gravidade se refere " relatório mencionaàÕ Apesar destas dificuldades. o trabalho no Arsenal do Alfeite não sofreu qualquer desfaleci- mento, antes pelo contrário. Do DIARIO DA MANHÃ NOVO>> ALFEITE Arsenal saiu pessoal altamente qualificado para colaborar na ftscalizaçtW das construções em estaleiros particulares e na re- paração de navios àa Armada no Ultramar. Estes patrióticos es- forços aos operários tiveram o reconhecimento oficial, tendo o Mintstro da· Marinha, Almirante Quintanilha Mendonça Dias. que recentemente exarou um àespa- cho em que «E' grave, mesmo muito grave, a situação do Arsenal ào Alfeite, no que se refere a pessoal e esta expasiçtlo é significativa. Apro- veito para significar a minha $atisfaçtlo pelo canàamento no- vo> que se tem imprimido ao Ar- senal, não em organização com-0 em renàimento. A aprecia. çtlo favorável é geral. com gran- àe· satisfaçêW de toàa a Armaàa.> O relatório a que nos estamos revortanào termina com as se- guintes palavras: « ... Esta administração confia em que o Governo da Nação. atento à tmportancia do proble- ma do pessoal, providenciará no sentido de serem tomadas medi- das conàucentes ao eq1tilíbrio oo renàimento da produçã 0 com a renumeração do trabal1w. t.sto é, possibtlttará melhores renume-· rações. sem necessidade àe agra- vamento àas verbas orçamentais do Arsenal». COSTA .J(INIOR Outros números, ainàa. eom- provam o que acima fica àtto, embora muito àe relance, pois que a tndole deste trabalho não pennite que seja àe outra forma. Poàemos afinnar, no entanto, que em relaçao ao ano anterior. se verificou em 1965 um aumento àe 19 par cento ào número mé- àio de navtos em fabrico, com uma dtminuiçtlo de 7 por cento no custo total àas reparações. Ao mesmo tempo, o custo do a1i- mento àe mtio-àe-obra para o acrésctmo de 19 par cento àos navtos em reparaçêW, foi apenas de 10 por cento. A melhoria que aqueles nt!me- ros comprovam deve-se essen- cialmente, a medtàas tomadas pelos àtrigentes daquele impor- tante complexo industrial. natu- ral consequéncta àa nova orga- niza.cão do sector àas reparações e, atnàa, de novos métodos de trabalho, tais como a programa- ção àas obras. colaboração àas oficinas no serviço de bordo e subordinação da àireccão e aa cooràenaçao dos trabalhos. os DE FUNERAIS ADENAUER No que se refere d construçl!o de novas uniàades, àetermtnou o titular da pasta àa Martnha que naquele estabelecimento tos- sem construtdas .t 1anchas-11atru- lhas de 50 metros (classe cCact- ne>J, trés lanchas àe fiscalização (classe «Belatrix» e um navio baltzaàor. para substituir o velho «Almtrante Shultz>. lnfelt:miente, segunde aquele relatório. cfrcunst4nctas adver- sas não tém permitido dar d construção de navios para a Ar- mada o tncremento àesejaào, especialmente àevldo à falta àe <CONTINUAÇÃO DA t.• PAG.» em representação do presidente do conselho de adminístraçã 0 da TAP. o Sr. Aurélio Rodrigues. De Gaulle, e doze chefes de Governo presentes no funeral de Adenauer BONA. 24 - A delegação portu- guesa ao funeral do antigo chance- ler da Alema-nha Federal. Dr. Kon· Adenauer, que se r(!aJiza ama- nhã, nesta cidade. é chefiada pelo Ministro de Estado. Dr. Mota Veiga. O P'"""idente dos Estados Unldos, que ontem chegou a Bona. e o Ge- neral Charles De Gaulle. Presiden- te da Repúbl!ea Francesa. são os únicos Chefes de Estado presentes. Anunciaram a sua presença doze CheÍ'es de Governo, 0 que constituirá a maior concentração de estadistas desde o Cuneral de Ken- nedy, em 19S3. Estarão presentes, os Prlmelros· ·Min·istros da lng:aterra, Wilson, que é esperado amanhã à noite em Bona. da Itália, da Suécia, da No- ruega, da Dinamarca, da Holanda, da Bélgica, da Turquia, do Luxem- burgo e da Islândia, 0 chanoelcr da Austria e o Chefe do Governo do principado do Liechtenstein. A Jordânia envia o Prlncipe Moa- mede En Talai, irmão mais velho do Rei Hussein, o Liechtensteln, além do Che.fe do Governo. 0 Prín- cipe Ka.rl Alfred von Llechtenstein, e o Vaticano faz-se representa•r pe- lo Cardeal Testa. O Vietenão do Sul estará repre- sentado pelo General Pham Yuan Chieu. i.ecretário-geral da Comissão DirecUva Nacional. e pelo vice·Pri· meíro ·Ministro. Dr. Nguyen Lu.u Vien. A MORT.E DE KOMAROV Os Estados Unidos. a França. a Itália. a Turqma. a Austrla, a Bél- gica e a Holanda enviam também os seus Mini.stros dos Negócios Es· trangeiroll. (C0NT1NUACAO OA V PAG.•> d05 os pormenores os motivos que Jeva.-am ao desastre. A oficial db. que Komarov •completara totalmente o programa previsto» e recebera or- dem de voltar à Terra. No entanto, anteriormente se tinh3m verificado anomalias. segundo círculos autoriz.ados. os russos tencionavam lançar esta ma- nbã outra nave «Soyuu para tentar a acostagem à na.ye de Komarov e realiz.ar a primeira troca de tripu- lações, em pleno espaço, de toda a Bjstória. O segundo lançamento estaiva mar. cado para as 3 hora$ e 13 da ma· drugada de hoje <zero horas e 13 altura em que a nave de Komarov devia passar sobre a Es- taÇão Espacial de Baikonur. chegou a hora e o lançamen- to não se realizou. Três horas mais tarde. às seis da manhã (3 horas Lm.G), a oTass» anunciou que Ko- marov continuava no espaço e de cboa saúde». Durante as quatro horas que se seguíram, a mesma íntormaçâo era transmitida de hora a hora. Depois veio o silêncio. silêncio que se pro- longou Por oito horas, até surgír a comunicação ofioial da sua morte. Esta comunicação -liz. que o pára- -quedas princlpal da nave, devia cSegund<> dados preliminares, de- vido a terem-se embaraçado umas nas outras as correias do pára-que- das, a nave continuou a descer a grande velocidade, que causou a. morte de Komarov.» A nota revela ainda, que o cos- mona11ta, durante o voo crealizou manobras com a nave e experimen- tou os sistemas de bordo sob dife· rentes condições». Mas não são da· dos pormenores sobre o tipo de •manobras. realizadas. O cosmonauta foi condecorado, a título póstumo, com a medalha Es- trela de Oiro de segunda classe e fi- e a r á sepultado no mauso:éu do Kremlin, a distinção máxima que a União Soviética dispensa aos seus heróis - anuncia-se em Moscovo. O funeral, oom todas a11 honras. vai ser organizado por MikhaH Sus- lov, membro do Politburo do Partido Comunista. A notícia correu Moscovo como um incêndio batido pelo vento A noticia do desastre que Vladlmlro Komarov correu a cidade de Moscovo como um incêndi o ba- tido pelo vento. Havia mulheres que choravam nas ruas, correndo para os «Placards» dos jornais, em busca de pormenores da tragédia. vidas dos quatro astronautas terem podido ser salvas se desde muito tempo tivesse havido uma Intima cooperação dos dois paises nos do· minios cósmicos. Por outro lado, o secretál'1io exe- cutivo do Conselho Nacional da Ae- ronáutica e do Espaço, Dr. Edward Welsh, disse clamentar pro(unda- mente a de Vladimiro Koma· rov». - ANI. Condol ências de Paulo VI CIDADE DO VATICANO, 24 - o Papa encarregou " Núncio em Itália, Mons. Cario Ôrono. de cxpii- mir ao Embaixador da U. R. S. s. em Roma condolências pela cdo'io- rosa perda• que atingiu o seu pais, com a morte do Cor.mel Koma1·ov. - F. P. É o O DR. MANUEL L. RODRIGUES NOVO FRESIDENTE dil A ssociação da Imprensa E strange i ra de Lisboa Além do Primeiro· Ministro Ha· rold Wil.son. a Inglaterra estará re- presentada Por Edward Heath. che· fe da op<>.sição pelo antigo Primei- ro-Ministro Harold MacMillan. pelo ant:go alto comissário na Alema- nha, Lord Robertson, e por outras personalidades. A norte-americana In- clui. aMm do Presidente J ohnson. e do Secretário de Estado Dean o antigo alto comissário na Alema· nha. John McC!oy. Allan Dulles. que chefiou a C.I.A .. e o antigo coman- dante militar de Berlim. General Lucius Clay. As delegações do Canadá. Afrlca do Sul, Israel, Irlanda. Marrocos. Tunisia. Chipre. Costa do Marfitn e 0 Marino são chefiadas p<>los respecti vos Ministros dos Negócios Estrangeiros. A Espanha envia 0 Ministro do Trabalho, 0 Congo de Braz.zaville, o Ministro do Comércio e Indústria. o Mercado Comum faz-se represen· lar pelo seu presidente. a O.T.A.N. pelo seu secretário-geral. e as Na· ções Unidas, pelo alto comissário pa- ra os Refugiados A União da Europa Ocidental, o Euratomo. o Conselho da Europa. o Parlamento da Europa e o Banco da Europa estão representados pelos respectivos pres;dentes. - ANI, 3.' PAGINA , , PRINCIPIOS ECONOMICOS DA IGREJA A «POPULORUM PROGRESSIO» 1. Desde o alvorecer àos tem- fJOs crf.stãos sempre a Igreja se ocupou da situaçã-0 àos pobres, dos humilàes, àos fracos, e, na estruturaçã 0 da Idaàe Média onàe lhe cabe alta responsabi- lidade procuroti aplacar as iras belicosas àos senhores feudaiS, ao passo que organizava o tra- balho em ordem a assegurar tan- to quanto passível a dignidade âa pessoa humana. As corporações, as mútuas, a organização da terra - pensa- mos na Lei das Sesmarias do nosso Rei D. Fernanào - os mu· nicípios, vtlo pouco a pauco me- lhorando as classes mais àébeis económicamente e vi uma hterar - quta onàe 0 social se cruzava com o económico, procurava a Igreja, com os seus ensinamen- t-Os, evitar o aviltamento àaque- las classes e fazer subir o seu nivel. Com o Renascimento toda a magnifica floraçtlo daquelas ins- tituições foi amalgamaàa, esma- pelo rolo compressor du- ma centralizaçtlo absoluta. Este facto criou um estado de espírito àe rebelião que, ajuàado pela miséria generalizaàa, fez explodir a labareda sanguinolen- ta àa Revolução Francesa. Pa- ralelamente àesenvolvia-se a téc- nica e novas conãtções surgiam para o desenvolvimento econó- mico. E' a aurora da revolução in- dustrial. Do artesanato vamos passar à fábrica, da fisiocracta dominante à industrialização to- da-poderosa. Os novos senhores. são os gran- àes inàustrtats, os granàes co- merciantes, os granàes argentá- rios. Estamos em plena maré da economia de lucro, na qual se prostergavam os valores morais e soctaiS ao serviço do àeus mi- lhão. Aàam Smith e Ricardo panti- fices dessa nova ordem econó- mica, proclamam a inteira ltber- àaàe àe acção prtvada e o traba- lho reàuzido a mero elemento àa produção tem sómente o va- lar àe qualquer mercadoria. Esta hipertrofia do ccmttal vat gerar larga reacção: por 18.16 Proudhon publica a cFtlosofta do Miséria>, vibrantemente pan- fletáría, e em 1867. Marx inicia a publicação do «Capital>. Entretanto, _ em 1864, funda-se em L-Ondres. uma associação ope- rária internacional e no ano se- do EMPOSSADO O NOVO DIRECTOR Cent ro de Informação e Turismo de Angola LUANDA, 24 - «Uma Informação amorfa. frouxa e quase subsel"Viente não interessa à Admin,stração Pú- blica» - salientou o Governador- ·Geral da província. Tenente·Coro- nel l'!ebocho Vaz, a 0 dar posse ao novo director do Centro de Infor- mação e TuTi.smo de Angola <C. I. T. A.>. Tenente - Coronel Fernando Malho !lharco. «ProgramaT para o próximo Cu· turo uma acção que sirva a infor· mação. o tul'ismo. a indústria hote- leíra, as relações públicas .. a pr•'P"· ganda e outros múltiplos aspectos ligados à missão do C.l.T.A.. é tra- ba!ho que terá de ser obiecto de ponderada meditação e. ao mesmo tempo. motivo de rápidas decisões• - aerescentou o Governador · Geral. No breve discúrso com que agra· deceu as palavras do Tenente-Co- ronel Rel:>ocho Va'Z. o novo director do C.I.T.A. declarou que porá 0 me- lho: do seu esforço ao serviço da· quele departamento. e referiu, com apreço. a actividade desenvolv!da pelOs de informação de An- gola. - ANl guinte reúne-se na Bélgica um congresso geral operári-0. Em 1874 Marx e Engels publi- cam o cManifesto Comuntsta>. 2. Uma onda àe mater·talismo histórico invaàe -0 pensamento europeu e muitos católicos co- meçam a duvidar, senão do àog- ma, velo menos cta aCÇM àa Igreja. Com rara coragem um grande Papa vai repor a veràaàe àO pensamento católico. Em 15 de Maio de 1891, Leão XIII, publica a célebre Encíclica 4Rerum Novarum>. Af se define com clareza a po- sição da Igreja, contrária ao abuso àO liberalismo e ao mate- rialtsmo dos pensadores socialis- tas. Fa1anào aos operários, o granàe Papa àeclara que é ne- cessário ajudá-los, que se en- contram inàefesos e isolados d mercé de empresários desuma- nos, e, entregues à cupidez de uma concorrência desenfreada. «Uma usura devoradora velo ainda aumentar o mal. Várias condenada pelo juízo da Igreja. ela continuou a ser pra- ticada sob uma outra forma, por homens ávidos de ganhos, de uma Insaciável cobiça. A tudo Isto deve acrescentar-se o mo- nopólio do trabalho e dos pro- dutos comerciais. convertidos em apanágio de um pequeno grupo d .. ricos e opulent.os, que impõem um jugo quase servll à infinita multidão dos proletártos> - es- crevta Leão XIII. Paralelamente criticava os so- ciali$tas que pretenàlam reme· àiar os males àO liberalismo com a abolição àa proprieàaàe pri- vada e oom a proclamação da luta àe classes, aos rtcos, assente no ódio, àos que nada possuem. Leão XIII exclama: «Tal teo- ria, longe de ser capaz de pôr fim ao confl!t.o, prejudicaria o operário se fOl:'se posta em prá- tica. Além disso ela ê soberana- mente Injusta, porque viola os direitos legltlmos dos proprietá- rios, desnatura as funções do Es- tado e tende a destruir pela base r. edifício social> Um escritor desse tem;pp - Szmller - afirmava com tntetra verdade: «O Papa Leão XIIJ não é, e não quer ser, socialista cristão, nem soclallsta economis- ta. O Papa não se esquece de que é doutor universal e 1nfallvel. que a Igreja de que ele é órgão, sabe tudo por inspiração divina e que não pode nem deve ser su- bordinada a alg-.im sábio, a algu. ma ciência, ou a algum sistema>. Letlo XIII apela para um for- talecimento à a s organizações operárias católicas. existentes - pequenos núcleos àispersos é certo, mas de pensamento cris- tão. Seguro àe ser a sua voz a ãa veràaàe, o Pa1ia exprime essa certeza no artigo 12 àa Enclcltca: a plenitude do nosso direito>. tócamos neste assunt.o e em t.oda a plenitude do nosso direito.> A Enctcltca foi um braào cla- moroso que procurou pôr fim ao desvairo de muitas consciéncias católicas que se sentiam perài- àas na turlndéncta dos ideats materialiStas. 3. Quarenta anos depois. ou- tro Ponttftce - Pio XI - publt- cc. nova Encíclica sobre o mesmo tema. «Quadragesimo anno> - assim ficou a ser conhecida - que é costume titular estes documen- tos com palavras de começo. No seguimento· de Leão XIII, faz-se nesta eneielica a critica severa àa organização económica ào àemo-liberalismo, em vários passos e àuma maneira àura. <Embora o s<>clallsmo, como todo:. demais erros, a dmita, também alguma coisa de verda- de, assenta, contudo, numa dou- trina acerca da sociedade huma- 11<1. multo sua e em desacordo com a cristã. Por cort- seguinte socialismo puro e socia- lismo cristão são termos contra- ditórios. Ninguém pode simul- tâneamente ser bom católico e v·erdadelro soclallsta>. E Pio XI - na seqtténcia de Letlo XIII - aconselha uma or· àem económica corporativa, na qual àesapareçam as lutas àe classes pela pruàente resolução àos conflitos. Tamb ém para o Papa o traba- lhG continua a ser dignificad?r e o grande propulsor ào àesen- volvimento económico. Cita. a ela adertndo. a trase do art. 0 26 do «Rerum Novarum>: co trabalho tem tal dade e eficácia que se pode afir- mar a ser a fonte única donde procede a riquez-a das naçõeS>. Assente neste pensamento da Igreja, desenvolveu-se o movi- mento católico operário e alguns países enveredam pela organi- zaçã0 económica corporativa. A Constituição de 1933 define o Estaào Português como sendo uma República unitária e cor- porativa>. 4. Jotlo XXlll na Encicltca «Mater et Magistra». continua a afirmar, como a Igreja vem fazendo desde sempre: «O àireito de propríeàade prfra- da sobre bens, mesmo produti- vos, tem valor permanente, pre- cisamente porque é direito natu- ral, fundado sobre a propriedade ontológica e finalista de cada ser humano perante a socieda- E, depais àe citar Pio XII na frase «A Igreja quer qu.e o ins- tituto da propriedade particular seja qual deve ser, segundo o designio da Sabedoria Divina e a.5 disposições da natureza, -- escreve: «Isto é, que seja garan- ti!>. da essencial liberdade da pessoa e ao mesmo tempo ele- mento insubstltuiv·el da ordem na sociedade>. E ainda: cApraz-nos recordar aqui também como no Evange- lho o direito de propriedade par- ticular sobre bens é considerado legitimo>. , Nesta ttlo notável Enclcllca, João XXIII, analtsa em certa protundiàade os novos aspectos da questão social, tendo em aten• ção a evolução realizada àesàe a « Rerum ,Novarum>. Afirma- se pelo desenvolvimen- to harmónico àos diferentes sec-, tores económicos. Falando sobre os trabalhaão- res da terra, diz-nos que cdevem · mover- se no âmbito da ordem moral e jurid!ca, quer dizer, de- vem conciliar os seus direitos P. os seus Interesses com os di- reitos e Os Interesses das outras categorias económico - prof!Ssio- nats e subordinar uns e outros às exigências do bem comum>. E o granàe Pontífice aconse- lhando os crentes a colaborar «lealmente na actuação de objec- tii.os par sua nat11reza bons, ou que, ao menos possam ser reàu· ztàos a bOns> sem nunca chega- rem a compromissos em matéria de religião ou de moral, em or- dem a deixarem de ser coerentes consigo mesmos, proclama: NOVAS ATRIBUIÇõES CONFERIDAS aos da lavoura Uma pergunta anda na boca do toLlos: «Quando se deu o desa:;tre?». A esta pergunta, não foi dada aln· da respos ta oficial, Parece, no en· tanto, que a noticia foi retardada du rante várias horu - pelo menos até que as condolências oficiais e as ordens relativas ao funeral esti· ve:;sem concluldas. Reuniu ontem a a.ssemb!eia geral ordinária da Associação da Impren- sa Estrangeira de Lisboa. sob a pre- sidência do Dr. Paul SaY.reux. se- cretariado pelos Srs. Júlio Calderon Dias da Silva e Inocente Palaz.on Olivares. Depois de discutidos os relatórios da direcção e do conselho fiscal, proeedeu-se à eleição dos novos cor- pos gerentes, que ficaram assim consti tu idos: MISSA EM SAO VICENTE co que mais impressiona Jogo à primeira vista, nos nossos tem- pos, é não a concentração das riquezas como também a acumu- lação dum enorme e despótico poderio económico. nas mãos de alguns poucos que. por veies. nem sequer sll.o proprietários. mas meros depositários e adml· nlstradores de capital que movi- mentam a seu bel-praier e von- tade> - palavras claras cio Su- mo Ponttftce, que acrescenta: «óbvio ê, porém. que. quando num a matéria a Hierarquia Eclesiástica se pr onunciou, os católieog são obrigados a con- formar-se com as suas direc- trlzes, que compete à Igreja o direito e o dever, não de tutelar os prlnclpios da ordem ética e religiosa, mas também C:e mtervir com a sua autoridade na esfera da ordem temporal. Quando se trate de julgar s<>bre apllcaçã 0 desses prlnclplos a casos concretos>. A folha oficial Inseriu. na l Sé- rie ontem distribulda. uma portaria. dim&nada da Presidência do Con- selho e dos Mi nistérios da Eco.no- mia e das Corp()l'ações e Previdên- cia Social, a qual confere aos gré· mios da lavoura do conllnenle e das ilhas adjacentes a qualidade de órgãos auxiliares de notação do Ins- tituto Nacional de Eslatistira. buição reconhecida de interesse nas actividades do novo sistema estatls· tico nacional. Essa qdalldade é conferido ao abrigo do disposto no a·rt. 10.• do Decreto-Lei n.0 46 925, de 29 de Ma.r- Ço do ano passado, com as altera· ções iMroduzidas pelo ' Decreto-Lei n.• 47 434, datado de 30 de Dézem- bro. e na referida qualidade, os g:é- mios da lavoura poderão realiz.a•r da competência do lns· tituto, segundo programas por este aprovados. Além disso, goz.arão Ck todas as prerrogativas inerentes a essa quahdade e ficarão sujeitos às normas dos órgãos delegados do l.N.E. Para fins estatísticos. pode· rão recorrer ao apoio técnico doo serviÇOs d-0 Instituto que 1 h o forne<'erãn gratuitamente, na medida das suas poss•bihdades. abrir a uma altitude de sete quilO· metros. Não há noticia de sensação seme- lhante em Moscovo, desde o dia em que foi anunciada a morte dé Es- taline - afirmam antigos reslden· tes da capital soviética. - ANI. Johnson envia condolências BONA, 24 - O Presidente John- son enviou um telegrama de pêsa· mes à Rússia pelo falecunento do cosmonauta Vladimiro Koma.rov que. «como os três astronautas norte· ·americanos recentemente vítimas de um a<:ident.e. morreu ao serviço da ciên:ia e do eterno espírüo de aven· tura da Humanidade». - ANI. Apelo a favor da cooperação russo-americana WASHINGTON, 24 - O adminis· trador da N .AS.A., James Webb, a·firmou a sua esperança, em que as Lragédias ver1f1cadas a bordo das astronaves «APOIO• e «Soyuz-h con- tribuam para maior cooperação dos Estados Unidos e da Rússia na COll· quista do cosmos. Webb levantou o problema de as Direcção - Presidente. Dr. Ma- nuel L. Rodrigues: vice-presidente, Edouard Khavessian; 1. 0 secretário, Maddalena Ranedda: 2. 0 secretário. Bruce Scott Loudon: Tesoureiro. Ma- nuel Marques Gastão. Conselho fiscal - Presiden•le. An· tónio de Obregon Y Chorot; vo:»;a1s. Irene e António Fiorillo. Assembleia geral - Presidente. Dr. Adollo Lízoo; t. 0 secretário, Carlos de Barros Queiroz; 2. 0 secre- tário. José Wachsmann. Alguns dos novos dirigentes da· quela Associação. a que pertencem destacados jorna.'istas com actlvida- de efectiva na Imprensa internacio- nal, tomaram posse imedia lamente. ARRIBOU À HORTA O NAVIO-BACALHOEIRO « NOVOS MARES,, HORTA. 24 - Devido a avaria$ no leme e no equipamento rad1ote- legráfico. arribou ontem à noite ao Porto da Horta o navio-bacalhoeiro cNovos Mares• da praça de Aveiro, que seguia cara os bancos da Terra Nova.-ANL <CONTINUAÇÃO DA 1." PAG.•• dante João Carlos Alveruja,. ro MI· nistkrio da Marinha. o secretárlo- -geral do Mioistkrlo dos Negócios Estrangeiros. o chefe do Protocolo do Estado, os Embaixados da Espa· nha. da Dinamarca. da Bélgica, da Suíça, dos Paises Baixos. da Suécia, da França. do Peru. da llálla. da Africa do Sul, da Grécia. da Aus- tria. do Uruguai. do Japão. da Ve- nezuela. do Brasil. dos Estados Un•- dos da América. a embaixatriz Filipinas. , s Embaixadores da Grã· ·Bretanha. da Turquia. da Nor11e· ga, os Encarregados de Negócios do Marrocos. do Paquistão. os Encarre· gados Interinos da, l r 1 a n da . do Equador, os Encarregados da Chi· na. da Costa Rica. do Chile. da Co· lômbia, o Cônsul-Geral de Israel. o padre evangelista Kuehl. 0 ral von Lillienskioeld, Sr.• Kum· mel, o Coronel Baltrusch o di- rector da Escola Alemã, Sr Muel· ler, a Sr.• Dr.• Bergmann, o chefe da Entidade Alemc Dr Ratuschr.Y. o presidente da Associação. Barto10. meu Kat7.enstein. o presidente do Conselho da Igreja Evangéllca Ale· Sr. Zum Himgste, a 5 r • Schickert, o presidente do Conselho da Igreja Católica Alemã, Sr. Fuenf· geld, o presidente da Escola Ale· mã, Monsegnor Wurzer, o Eder o Sr. Dr Schneider e o Coro· nel-Tenente GÓtthardt.. Quase todas estas entlda.des se faziam acompanhar das respectivas esposas. O Embaixador da Alemanha em Lisboa. Sr. Dr. Herbert Mueller- ·Rvschach, e esposa. estavam acnm· panhados do conselheiro Dr. Rudolf Jastaedt. da Embaixada Alemã, dv Coronel·Tenenl<" adido militar na Embaixada alemã Roland Semm'!rl· do conselheirÔ consular Dr Wolf ·Dietrich Welss, do prime1ro-secre· tário da Embaixada alemã. Dr. Johannes Schmídt, do primeiro-se· cretário. Dr. Kurt Kohler, do prl· meiro-secretário da Embaixada Ale- mã Elmar Weindel. do primeiro· -secretário da Embaixada alemã Dr. Einz.-Georg Fett. do adido da Em· baixada alemã Anton Bamberger, • respecti va-s esposas. No final da cerimórúa todas as mdiv1dualldades cumprimentaram o Embaixador Mueller-Roschach. jun- to de quem se deteve. durante ai· guns momentos, o Sr. Prot. Dr. OU· veira Salaz.ar. <Por sua vei essa concentra- ção, origina três géneros de luta fazendo em primeiro 1ugar, com que se ambicione o poderio eco- nómico, se combata depois en· carnlçadament.e, pela preponde- rância polltlca a fim de utillia- rem-se as suas forças e Influên- cia nas questões económicas e, finalmente, se guerreiem os pró prios Estados>. prlos Estados>. Mas o Santo Padre critica o socialismo. como o fizera Leifo XIII nestas palavras claras: Talvez fosse altura àe lembrar a afirmação atràs reproduzida. de Pio XI, «ninguém pode si- multâneamente ser bom católico verdade Iro socialista.. Na «Pacem in Terrls> João XXIII enstna que o poder público àeve facilitar e promo- ver a cconst!t ulção de organis- mos intermediários que tornem mais orgânica e reounda a vida soclab. Como sempre, define-se uma ordem económica orgdntca. 5. Chegamos, agora. à «Po- pulorum Progressi-0> - a tam- bém notabilíssima enc1clica do actual Papa, Vamos ver com-0 ela se inte- gra neste pensamento da Igreja e como Paulo VI. tal como os seus antecessores corajosamente ensina a verdade que vem sendo proclamada através dos séculos. 8ENTO COELHO DA ROCH" "

Transcript of o·s VENT0S TEMAS DE MOMENTO PRINCIPIOS...

25-IV -1967

o·s VENT01S ABRANDAM? Os eventos da história» n ão

50p1arão sem pre dos mesmos quadrantes e com a mesma in­tensidade.

A todas as grandes t~mpesta­des sempre sucederam as bonan­ças reparadJras, muito embora vão deixando pelo caminho as marcas das suas devastações.

Num curioso e extenso artigo 1nser.o em «Le l\londe», de ZZ do corrente, firmado por Jean Knecht, sob o t ítulo «A Africa sranca e as Nações Unidas». e o tubtítulo «A O. N. U. joga o seu pres.ígio na questão do SudoeM<! Africano» - dá-se conta do pro­cressivo declinio de êxltos elo rruPo afro-asiático no tocante a sua ofensiva contra «toda uma região da Afrlca cujo eixo é Sa­lisbúrla-Pretória e cuja acção ae estende não apenas a o Su­doeste Africano roas também as províncias portuguesas de An­gola e de Moçambique, sem con­tar com outros '.l>aises african os de Governo n egro, que se en ­t.0ntram n a zon a de influência da Afriea do Sul, tais como a Botswana, a Zâmbia e o !lfala­wb.

Essa quebra de intensidade de acção na política a n tibranca no continente african o é assl­nala~a pelo autor do artigo nos desaires ultimamente verifica­d os na Organização da Unidade Africana no que respeita ao caso rodeslano.

Em Adís-Abeba, ao entusias­mo romântico de 1963, s ucedeu o desânimo.

O mesmo no Cairo e em Argel. Não se v6em soluções, a curto

n em a longo prazo, quer no pia,• n o militar, quer no político, quer ~o das sanções económicas. qner finalmente no capítulo da sub­versão Interna..

Parece que o bom senso e o espírito realis ta aconselbariatn Para o bem geral, uma consh'uti­va colaboração entre todos os po_ vos d a Africa, para. além ela cor, das crenças e das ideologias, sem Prejuízo do respeito p elas res­Jtctivas soberanias.

Só teriam a :anhar a. Afrlea e o Mundo.

O comedido «Le Courier d'áfrlque», a propósito dos ban­dos terroristas que actuam no Congo ex-belga contra Portugal angolano e se massacram en tre si em odiosas lutas tribais -Perguntava a. l\lobutu se os dl rl-1entes de certos movimentos a n ­golanos não estarão, por acaso, ll tornar-se incomodativos para ºt País que lhes concedeu hospl· alldade.

Não significará isso a necessi-, dade de limpar a Africa Nova. Jos elementos Indesejáveis, na­lonais e estrangeiros. que cm·

1>3rgam o seu progresso, Só pos· sível através da paz. da. toleràn­cia, da mútua cooperação dos seas povoa soberanos, brancos e 11egrosT

J . P.

TEMAS DE MOMENTO

<<ANDAMENTO NO ARSENAL DO A situaçà-0 do Arsenal do Al­

feíte me,11.orou bastante no ano de 1965 - em relação a0 ano a,.,_ior - segundo nos afirma o último 4.k.etatoriO e Contas> daquele imvor.ante estabeleci­me'llto faoril do Estado. Assim, verifica-se que no ano de 1965 o número médio de navios em fabrico fot de 17 - nunca ante· riormente alcançado - ao mes­mo tempa que o valor de todas as reparações efectuadas em re­laçtlo ao número mlidw de navios em fabrico par dia, baixou de 14,7 contos e7n 1964, para 11,5 contos em 1965, do mesmo passo . que, no seguimento da polttica de realizar o maior número de trabalhos possível com pessoal p;óprio do Arsenal, as importttn· cias pagas pelas obras mandadas executar na indústria particular conttnuam a àiminutr, passanào de 2,5 para 2,1 contos por navio e por àía, o que marca um pro­gresso importante na economia àaquele estabetectmento fabril do Estado e na sua aàministra­ção, com reflexos notáveis na proàuttvlàaae.

àesenhaàores especializados, tn­conveniente a que se trata de obviar, mas que, naturatmeme, não pode si:r remeà1aao com a rapiàez àese;aàa. Tendo o Arse­nal do Alfet:te um quadro àe 50 desenhadores, número que n(io peca par excessivo, antes veio contrário, esse número encontra­-se bastante llmttaào, pois exis­tem 17 vagas par preencher.

Este vroblema de pessoal téc­nico, deviàamente especializaào. tem crtacto aos dirigentes do Ar­senal graves problemas que não puderam, atnàa, ser tnieiramen­te solucionaàos. Desàe o 2.• se­mestre de 1962 até ao fim de 1965, demttiram-se àaquele esta­belecimento 537 operários e fo­ram reformados mats 159, o que perfaz um total de 696 trabalha· àores que <ieixaram aquelas oft­·ctnas, a maioria àos quais para exercer a sua actividade na In­dústria particular, onàe stlo me­lhor renumeraàos.

Aos inconvenientes apontaàos acresce, ainda, o facto de os tra­balhadores que se àespeàem se­rem dos mais competentes, que muitas vezes fizeram no Arsenal a sua fonnaçãq profissional, e Que àiftcilmente sertlo substitut­ctos. A este problema. para sa­lientar a sua gravidade se refere " relatório mencionaàÕ

Apesar destas dificuldades. o trabalho no Arsenal do Alfeite não sofreu qualquer desfaleci­mento, antes pelo contrário. Do

DIARIO DA MANHÃ

NOVO>> ALFEITE

Arsenal saiu pessoal altamente qualificado para colaborar na ftscalizaçtW das construções em estaleiros particulares e na re­paração de navios àa Armada no Ultramar. Estes patrióticos es­forços aos operários tiveram o reconhecimento oficial, tendo o Mintstro da· Marinha, Almirante Quintanilha Mendonça Dias. que recentemente exarou um àespa­cho em que escreve~:

«E' grave, mesmo muito grave, a situação do Arsenal ào Alfeite, no que se refere a pessoal e esta expasiçtlo é significativa. Apro­veito para significar a minha $atisfaçtlo pelo canàamento no­vo> que se tem imprimido ao Ar­senal, não só em organização com-0 em renàimento. A aprecia. çtlo favorável é geral. com gran­àe· satisfaçêW de toàa a Armaàa.>

O relatório a que nos estamos revortanào termina com as se­guintes palavras:

« ... Esta administração confia em que o Governo da Nação. atento à tmportancia do proble­ma do pessoal, providenciará no sentido de serem tomadas medi­das conàucentes ao eq1tilíbrio oo renàimento da produçã0 com a renumeração do trabal1w. t.sto é, possibtlttará melhores renume-· rações. sem necessidade àe agra­vamento àas verbas orçamentais do Arsenal».

COSTA .J(INIOR

Outros números, ainàa. eom­provam o que acima fica àtto, embora muito àe relance, pois que a tndole deste trabalho não pennite que seja àe outra forma. Poàemos afinnar, no entanto, que em relaçao ao ano anterior. se verificou em 1965 um aumento àe 19 par cento ào número mé­àio de navtos em fabrico, com uma dtminuiçtlo de 7 por cento no custo total àas reparações. Ao mesmo tempo, o custo do a1i­mento àe mtio-àe-obra para o acrésctmo de 19 par cento àos navtos em reparaçêW, foi apenas de 10 por cento.

A melhoria que aqueles nt!me­ros comprovam deve-se essen­cialmente, a medtàas tomadas pelos àtrigentes daquele impor­tante complexo industrial. natu­ral consequéncta àa nova orga­niza.cão do sector àas reparações e, atnàa, de novos métodos de trabalho, tais como a programa­ção àas obras. colaboração àas oficinas no serviço de bordo e subordinação da àireccão e aa cooràenaçao dos trabalhos.

os DE

FUNERAIS ADENAUER

No que se refere d construçl!o de novas uniàades, àetermtnou o titular da pasta àa Martnha que naquele estabelecimento tos­sem construtdas .t 1anchas-11atru­lhas de 50 metros (classe cCact­ne>J, trés lanchas àe fiscalização (classe «Belatrix» e um navio baltzaàor. para substituir o velho «Almtrante Shultz>.

lnfelt:miente, segunde aquele relatório. cfrcunst4nctas adver­sas não tém permitido dar d construção de navios para a Ar­mada o tncremento àesejaào, especialmente àevldo à falta àe

<CONTINUAÇÃO DA t.• PAG.»

em representação do presidente do conselho de adminístraçã0 da TAP. o Sr. Aurélio Rodrigues.

De Gaulle, Johns~n e doze chefes de Governo presentes

no funeral de Adenauer BONA. 24 - A delegação portu­

guesa ao funeral do antigo chance­ler da Alema-nha Federal. Dr. Kon· ~ad Adenauer, que se r(!aJiza ama­nhã, nesta cidade. é chefiada pelo Ministro de Estado. Dr. Mota Veiga.

O P'"""idente dos Estados Unldos, que ontem chegou a Bona. e o Ge­neral Charles De Gaulle. Presiden­te da Repúbl!ea Francesa. são os únicos Chefes de Estado presentes.

Anunciaram já a sua presença

doze CheÍ'es de Governo, 0 que constituirá a maior concentração de estadistas desde o Cuneral de Ken­nedy, em 19S3.

Estarão presentes, os Prlmelros· ·Min·istros da lng:aterra, Wilson, que é esperado amanhã à noite em Bona. da Itália, da Suécia, da No­ruega, da Dinamarca, da Holanda, da Bélgica, da Turquia, do Luxem­burgo e da Islândia, 0 chanoelcr da Austria e o Chefe do Governo do principado do Liechtenstein.

A Jordânia envia o Prlncipe Moa­mede En Talai, irmão mais velho do Rei Hussein, o Liechtensteln, além do Che.fe do Governo. 0 Prín­cipe Ka.rl Alfred von Llechtenstein, e o Vaticano faz-se representa•r pe­lo Cardeal Testa.

O Vietenão do Sul estará repre­sentado pelo General Pham Yuan Chieu. i.ecretário-geral da Comissão DirecUva Nacional. e pelo vice·Pri· meíro ·Ministro. Dr. Nguyen Lu.u Vien.

A MORT.E DE KOMAROV Os Estados Unidos. a França. a

Itália. a Turqma. a Austrla, a Bél­gica e a Holanda enviam também os seus Mini.stros dos Negócios Es· trangeiroll.

(C0NT1NUACAO OA V PAG.•>

d05 os pormenores os motivos que Jeva.-am ao desastre.

A oomunl~o oficial db. que Komarov •completara totalmente o programa previsto» e recebera or­dem de voltar à Terra.

No entanto, já anteriormente se tinh3m verificado grav~ anomalias. segundo círculos autoriz.ados. os russos tencionavam lançar esta ma­nbã outra nave «Soyuu para tentar a acostagem à na.ye de Komarov e realiz.ar a primeira troca de tripu­lações, em pleno espaço, de toda a Bjstória.

O segundo lançamento estaiva mar. cado para as 3 hora$ e 13 da ma· drugada de hoje <zero horas e 13 ~m.G.) altura em que a nave de Komarov devia passar sobre a Es­taÇão Espacial de Baikonur. ~as chegou a hora e o lançamen­

to não se realizou. Três horas mais tarde. às seis da manhã (3 horas Lm.G), a oTass» anunciou que Ko­marov continuava no espaço e de cboa saúde».

Durante as quatro horas que se seguíram, a mesma íntormaçâo era transmitida de hora a hora. Depois veio o silêncio. silêncio que se pro­longou Por oito horas, até surgír a comunicação ofioial da sua morte.

Esta comunicação -liz. que o pára-

-quedas princlpal da nave, devia cSegund<> dados preliminares, de­

vido a terem-se embaraçado umas nas outras as correias do pára-que­das, a nave continuou a descer a grande velocidade, que causou a. morte de Komarov.»

A nota revela ainda, que o cos­mona11ta, durante o voo crealizou manobras com a nave e experimen­tou os sistemas de bordo sob dife· rentes condições». Mas não são da· dos pormenores sobre o tipo de •manobras. realizadas.

O cosmonauta foi condecorado, a título póstumo, com a medalha Es­trela de Oiro de segunda classe e fi­e a r á sepultado no mauso:éu do Kremlin, a distinção máxima que a União Soviética dispensa aos seus heróis - anuncia-se em Moscovo.

O funeral, oom todas a11 honras. vai ser organizado por MikhaH Sus­lov, membro do Politburo do Partido Comunista.

A notícia correu Moscovo como um incêndio batido pelo vento

A notic ia do desastre que vltim~u Vladlmlro Komarov correu a cidade de Moscovo como um incêndio ba­tido pelo vento. Havia mulheres que choravam nas ruas, correndo para os «Placards» dos jornais, em busca de pormenores da tragédia.

vidas dos quatro astronautas terem podido ser salvas se desde há muito tempo tivesse havido uma Intima cooperação dos dois paises nos do· minios cósmicos.

Por outro lado, o secretál'1io exe­cutivo do Conselho Nacional da Ae­ronáutica e do Espaço, Dr. Edward Welsh, disse clamentar pro(unda­mente a mo~te de Vladimiro Koma· rov». - ANI.

Condolências de Paulo VI CIDADE DO VATICANO, 24 -

o Papa encarregou " Núncio em Itália, Mons. Cario Ôrono. de cxpii­mir ao Embaixador da U. R. S. s. em Roma condolências pela cdo'io­rosa perda• que atingiu o seu pais, com a morte do Cor.mel Koma1·ov. - F. P.

É o

O DR. MANUEL L. RODRIGUES NOVO FRESIDENTE

dil Associação da Imprensa Estrangeira de Lisboa

Além do Primeiro· Ministro Ha· rold Wil.son. a Inglaterra estará re­presentada Por Edward Heath. che· fe da op<>.sição pelo antigo Primei­ro-Ministro Harold MacMillan. pelo ant:go alto comissário na Alema­nha, Lord Robertson, e por outras personalidades.

A dele~ação norte-americana In­clui. aMm do Presidente J ohnson. e do Secretário de Estado Dean Ru.~k o antigo alto comissário na Alema· nha. John McC!oy. Allan Dulles. que chefiou a C.I.A .. e o antigo coman­dante militar de Berlim. General Lucius Clay.

As delegações do Canadá. Afrlca do Sul, Israel, Irlanda. Marrocos. Tunisia. Chipre. Costa do Marfitn e Sã0 Marino são chefiadas p<>los respecti vos Ministros dos Negócios Estrangeiros.

A Espanha envia 0 Ministro do Trabalho, 0 Congo de Braz.zaville, o Ministro do Comércio e Indústria. o Mercado Comum faz-se represen· lar pelo seu presidente. a O.T.A.N. pelo seu secretário-geral. e as Na· ções Unidas, pelo alto comissário pa­ra os Refugiados

A União da Europa Ocidental, o Euratomo. o Conselho da Europa. o Parlamento da Europa e o Banco da Europa estão representados pelos respectivos pres;dentes. - ANI,

3.' PAGINA , ,

PRINCIPIOS ECONOMICOS DA IGREJA

A «POPULORUM PROGRESSIO» 1. Desde o alvorecer àos tem­

fJOs crf.stãos sempre a Igreja se ocupou da situaçã-0 àos pobres, dos humilàes, àos fracos, e, na estruturaçã0 da Idaàe Média onàe lhe cabe alta responsabi­lidade procuroti aplacar as iras belicosas àos senhores feudaiS, ao passo que organizava o tra­balho em ordem a assegurar tan­to quanto passível a dignidade âa pessoa humana.

As corporações, as mútuas, a organização da terra - pensa­mos na Lei das Sesmarias do nosso Rei D. Fernanào - os mu· nicípios, vtlo pouco a pauco me­lhorando as classes mais àébeis económicamente e vi uma hterar -quta onàe 0 social se cruzava com o económico, procurava a Igreja, com os seus ensinamen­t-Os, evitar o aviltamento àaque­las classes e fazer subir o seu nivel.

Com o Renascimento toda a magnifica floraçtlo daquelas ins­tituições foi amalgamaàa, esma­gad~, pelo rolo compressor du­ma centralizaçtlo absoluta.

Este facto criou um estado de espírito àe rebelião que, ajuàado pela miséria generalizaàa, fez explodir a labareda sanguinolen­ta àa Revolução Francesa. Pa­ralelamente àesenvolvia-se a téc­nica e novas conãtções surgiam para o desenvolvimento econó­mico.

E' a aurora da revolução in­dustrial. Do artesanato vamos passar à fábrica, da fisiocracta dominante à industrialização to­da-poderosa.

Os novos senhores. são os gran­àes inàustrtats, os granàes co­merciantes, os granàes argentá­rios. Estamos em plena maré da economia de lucro, na qual se prostergavam os valores morais e soctaiS ao serviço do àeus mi­lhão.

Aàam Smith e Ricardo panti­fices dessa nova ordem econó­mica, proclamam a inteira ltber­àaàe àe acção prtvada e o traba­lho reàuzido a mero elemento àa produção tem sómente o va­lar àe qualquer mercadoria.

Esta hipertrofia do ccmttal vat gerar larga reacção: por 18.16

Proudhon publica a cFtlosofta do Miséria>, vibrantemente pan­fletáría, e em 1867. Marx inicia a publicação do «Capital>.

Entretanto, _em 1864, funda-se em L-Ondres. uma associação ope­rária internacional e no ano se-

do

~--

EMPOSSADO O NOVO DIRECTOR Centro de Informação

e Turismo de Angola LUANDA, 24 - «Uma Informação

amorfa. frouxa e quase subsel"Viente não interessa à Admin,stração Pú­blica» - salientou o Governador­·Geral da província. Tenente·Coro­nel l'!ebocho Vaz, a0 dar posse ao novo director do Centro de Infor­mação e TuTi.smo de Angola <C. I. T. A.>. Tenente - Coronel Fernando Malho !lharco.

«ProgramaT para o próximo Cu· turo uma acção que sirva a infor· mação. o tul'ismo. a indústria hote­leíra, as relações públicas .. a pr•'P"· ganda e outros múltiplos aspectos ligados à missão do C.l.T.A .. é tra­ba!ho que terá de ser obiecto de ponderada meditação e. ao mesmo tempo. motivo de rápidas decisões• - aerescentou o Governador · Geral.

No breve discúrso com que agra· deceu as palavras do Tenente-Co­ronel Rel:>ocho Va'Z. o novo director do C.I.T.A. declarou que porá 0 me­lho: do seu esforço ao serviço da· quele departamento. e referiu, com apreço. a actividade desenvolv!da pelOs ór.~ãos de informação de An­gola. - ANl

guinte reúne-se na Bélgica um congresso geral operári-0.

Em 1874 Marx e Engels publi­cam o cManifesto Comuntsta>.

2. Uma onda àe mater·talismo histórico invaàe -0 pensamento europeu e muitos católicos co­meçam a duvidar, senão do àog­ma, velo menos cta aCÇM àa Igreja.

Com rara coragem um grande Papa vai repor a veràaàe àO pensamento católico.

Em 15 de Maio de 1891, Leão XIII, publica a célebre Encíclica 4Rerum Novarum>.

Af se define com clareza a po­sição da Igreja, contrária ao abuso àO liberalismo e ao mate­rialtsmo dos pensadores socialis­tas. Fa1anào aos operários, o granàe Papa àeclara que é ne­cessário ajudá-los, já que se en­contram inàefesos e isolados d mercé de empresários desuma­nos, e, entregues à cupidez de uma concorrência desenfreada.

«Uma usura devoradora velo ainda aumentar o mal. Várias ve~s condenada pelo juízo da Igreja. ela continuou a ser pra­ticada sob uma outra forma, por homens ávidos de ganhos, de uma Insaciável cobiça. A tudo Isto deve acrescentar-se o mo­nopólio do trabalho e dos pro­dutos comerciais. convertidos em apanágio de um pequeno grupo d .. ricos e opulent.os, que impõem um jugo quase servll à infinita multidão dos proletártos> - es­crevta Leão XIII.

Paralelamente criticava os so­ciali$tas que pretenàlam reme· àiar os males àO liberalismo com a abolição àa proprieàaàe pri­vada e oom a proclamação da luta àe classes, aos rtcos, assente no ódio, àos que nada possuem.

Leão XIII exclama: «Tal teo­ria, longe de ser capaz de pôr fim ao confl!t.o, prejudicaria o operário se fOl:'se posta em prá­tica. Além disso ela ê soberana­mente Injusta, porque viola os direitos legltlmos dos proprietá­rios, desnatura as funções do Es­tado e tende a destruir pela base r. edifício social>

Um escritor desse tem;pp -Szmller - afirmava com tntetra verdade: «O Papa Leão XIIJ não é, e não quer ser, socialista cristão, nem soclallsta economis­ta. O Papa não se esquece de que é doutor universal e 1nfallvel. que a Igreja de que ele é órgão, sabe tudo por inspiração divina e que não pode nem deve ser su­bordinada a alg-.im sábio, a algu. ma ciência, ou a algum sistema>.

Letlo XIII apela para um for­talecimento à a s organizações operárias católicas. já existentes - pequenos núcleos àispersos é certo, mas de pensamento cris­tão.

Seguro àe ser a sua voz a ãa veràaàe, o Pa1ia exprime essa certeza no artigo 12 àa Enclcltca: a plenitude do nosso direito>. tócamos neste assunt.o e em t.oda a plenitude do nosso direito.>

A Enctcltca foi um braào cla­moroso que procurou pôr fim ao desvairo de muitas consciéncias católicas que se sentiam perài­àas na turlndéncta dos ideats materialiStas.

3. Quarenta anos depois. ou­tro Ponttftce - Pio XI - publt­cc. nova Encíclica sobre o mesmo tema.

«Quadragesimo anno> - assim ficou a ser conhecida - iá que é costume titular estes documen­tos com palavras de começo.

No seguimento· de Leão XIII, faz-se nesta eneielica a critica severa àa organização económica ào àemo-liberalismo, em vários passos e àuma maneira àura.

<Embora o s<>clallsmo, como todo:. ~ demais erros, admita, também alguma coisa de verda­de, assenta, contudo, numa dou­trina acerca da sociedade huma-11<1. multo sua e em desacordo com a ~rdade cristã. Por cort­seguinte socialismo puro e socia­lismo cristão são termos contra­ditórios. Ninguém pode simul­tâneamente ser bom católico e v·erdadelro soclallsta>.

E Pio XI - na seqtténcia de Letlo XIII - aconselha uma or· àem económica corporativa, na qual àesapareçam as lutas àe classes pela pruàente resolução àos conflitos.

Também para o Papa o traba­lhG continua a ser dignificad?r e o grande propulsor ào àesen­volvimento económico.

Cita. a ela adertndo. a trase do art.0 26 do «Rerum Novarum>: co trabalho tem tal f~undl­

dade e eficácia que se pode afir­mar a ser a fonte única donde procede a riquez-a das naçõeS>.

Assente neste pensamento da Igreja, desenvolveu-se o movi­mento católico operário e alguns países enveredam pela organi­zaçã0 económica corporativa.

A Constituição de 1933 define o Estaào Português como sendo uma República unitária e cor­porativa>.

4. Jotlo XXlll na Encicltca «Mater et Magistra». continua a afirmar, como a Igreja vem fazendo desde sempre:

«O àireito de propríeàade prfra­da sobre bens, mesmo produti­vos, tem valor permanente, pre­cisamente porque é direito natu­ral, fundado sobre a propriedade ontológica e finalista de cada ser humano perante a socieda-de~ •

E, depais àe citar Pio XII na frase «A Igreja quer qu.e o ins­tituto da propriedade particular seja qual deve ser, segundo o designio da Sabedoria Divina e a.5 disposições da natureza, -­escreve: «Isto é, que seja garan­ti!>. da essencial liberdade da pessoa e ao mesmo tempo ele­mento insubstltuiv·el da ordem na sociedade>.

E ainda: cApraz-nos recordar aqui também como no Evange­lho o direito de propriedade par­ticular sobre bens é considerado legitimo>. ,

Nesta ttlo notável Enclcllca, João XXIII, analtsa em certa protundiàade os novos aspectos da questão social, tendo em aten• ção a evolução realizada àesàe a «Rerum ,Novarum>.

Afirma-se pelo desenvolvimen­to harmónico àos diferentes sec-, tores económicos.

Falando sobre os trabalhaão­res da terra, diz-nos que cdevem

· mover-se no âmbito da ordem moral e jurid!ca, quer dizer, de­vem conciliar os seus direitos P. os seus Interesses com os di­reitos e Os Interesses das outras categorias económico - prof!Ssio­nats e subordinar uns e outros às exigências do bem comum>.

E o granàe Pontífice aconse­lhando os crentes a colaborar «lealmente na actuação de objec­tii.os par sua nat11reza bons, ou que, ao menos possam ser reàu· ztàos a bOns> sem nunca chega­rem a compromissos em matéria de religião ou de moral, em or­dem a deixarem de ser coerentes consigo mesmos, proclama:

NOVAS ATRIBUIÇõES CONFERIDAS

aos gr~mios da lavoura

Uma pergunta anda na boca do toLlos: «Quando se deu o desa:;tre?».

A esta pergunta, não foi dada aln· da resposta oficial, Parece, no en· tanto, que a noticia foi retardada du rante várias horu - pelo menos até que as condolências oficiais e as ordens relativas ao funeral esti· ve:;sem concluldas.

Reuniu ontem a a.ssemb!eia geral ordinária da Associação da Impren­sa Estrangeira de Lisboa. sob a pre­sidência do Dr. Paul SaY.reux. se­cretariado pelos Srs. Júlio Calderon Dias da Silva e Inocente Palaz.on Olivares.

Depois de discutidos os relatórios da direcção e do conselho fiscal, proeedeu-se à eleição dos novos cor­pos gerentes, que ficaram assim consti tu idos:

MISSA EM SAO VICENTE co que mais impressiona Jogo à primeira vista, nos nossos tem­pos, é não só a concentração das riquezas como também a acumu­lação dum enorme e despótico poderio económico. nas mãos de alguns poucos que. por veies. nem sequer sll.o proprietários. mas meros depositários e adml· nlstradores de capital que movi­mentam a seu bel-praier e von­tade> - palavras claras cio Su­mo Ponttftce, que acrescenta:

«óbvio ê, porém. que. quando num a matéria a Hierarquia Eclesiástica Já se p ronunciou, os católieog são obrigados a con­formar-se com as suas direc­trlzes, já que compete à Igreja o direito e o dever, não só de tutelar os prlnclpios da ordem ética e religiosa, mas também C:e mtervir com a sua autoridade na esfera da ordem temporal. Quando se trate de julgar s<>bre ~ apllcaçã0 desses prlnclplos a casos concretos>.

A folha oficial Inseriu. na l Sé­rie ontem distribulda. uma portaria. dim&nada da Presidência do Con­selho e dos Ministérios da Eco.no­mia e das Corp()l'ações e Previdên­cia Social, a qual confere aos gré· mios da lavoura do conllnenle e das ilhas adjacentes a qualidade de órgãos auxiliares de notação do Ins­tituto Nacional de Eslatistira. at~I·

buição reconhecida de interesse nas actividades do novo sistema estatls· tico nacional.

Essa qdalldade é conferido ao abrigo do disposto no a·rt. 10.• do Decreto-Lei n.0 46 925, de 29 de Ma.r­Ço do ano passado, com as altera· ções iMroduzidas pelo ' Decreto-Lei n.• 47 434, datado de 30 de Dézem­bro. e na referida qualidade, os g:é­mios da lavoura poderão realiz.a•r operaçõ~s da competência do lns· tituto, segundo programas por este aprovados. Além disso, goz.arão Ck todas as prerrogativas inerentes a essa quahdade e ficarão sujeitos às normas dos órgãos delegados do l.N.E. Para fins estatísticos. pode· rão recorrer ao apoio técnico doo serviÇOs d-0 Instituto Na~IOl\al. que 1 h o forne<'erãn gratuitamente, na medida das suas poss•bihdades. abrir a uma altitude de sete quilO· metros.

Não há noti cia de sensação seme­lhante em Moscovo, desde o dia em que foi anunciada a morte dé Es­taline - afirmam antigos reslden· tes da capital soviética. - ANI.

Johnson envia condolências BONA, 24 - O Presidente John­

son enviou um telegrama de pêsa· mes à Rússia pelo falecunento do cosmonauta Vladimiro Koma.rov que. «como os três astronautas norte· ·americanos recentemente vítimas de um a<:ident.e. morreu ao serviço da ciên:ia e do eterno espírüo de aven· tura da Humanidade». - ANI.

Apelo a favor da cooperação russo-americana

WASHINGTON, 24 - O adminis· trador da N .AS.A., James Webb, a·firmou a sua esperança, em que as Lragédias ver1f1cadas a bordo das astronaves «APOIO• e «Soyuz-h con­tribuam para maior cooperação dos Estados Unidos e da Rússia na COll·

quista do cosmos. Webb levantou o problema de as

Direcção - Presidente. Dr. Ma­nuel L. Rodrigues: vice-presidente, Edouard Khavessian; 1.0 secretário, Maddalena Ranedda: 2.0 secretário. Bruce Scott Loudon: Tesoureiro. Ma­nuel Marques Gastão.

Conselho fiscal - Presiden•le. An· tónio de Obregon Y Chorot; vo:»;a1s. Irene Sel~go e António Fiorillo.

Assembleia geral - Presidente. Dr. Adollo Lízoo; t.0 secretário, Carlos de Barros Queiroz; 2.0 secre­tário. José Wachsmann.

Alguns dos novos dirigentes da· quela Associação. a que pertencem destacados jorna.'istas com actlvida­de efectiva na Imprensa internacio­nal, tomaram posse imedia lamente.

ARRIBOU À HORTA O NAVIO-BACALHOEIRO

«NOVOS MARES,, HORTA. 24 - Devido a avaria$

no leme e no equipamento rad1ote­legráfico. arribou ontem à noite ao Porto da Horta o navio-bacalhoeiro cNovos Mares• da praça de Aveiro, que seguia cara os bancos da Terra Nova.-ANL

<CONTINUAÇÃO DA 1." PAG.••

dante João Carlos Alveruja,. ro MI· nistkrio da Marinha. o secretárlo­-geral do Mioistkrlo dos Negócios Estrangeiros. o chefe do Protocolo do Estado, os Embaixados da Espa· nha. da Dinamarca. da Bélgica, da Suíça, dos Paises Baixos. da Suécia, da França. do Peru. da llálla. da Africa do Sul, da Grécia. da Aus­tria. do Uruguai. do Japão. da Ve­nezuela. do Brasil. dos Estados Un•­dos da América. a embaixatriz da~ Filipinas. , s Embaixadores da Grã· ·Bretanha. da Turquia. da Nor11e· ga, os Encarregados de Negócios do Marrocos. do Paquistão. os Encarre· gados Interinos da, l r 1 a n da . do Equador, os Encarregados da Chi· na. da Costa Rica. do Chile. da Co· lômbia, o Cônsul-Geral de Israel. o padre evangelista Kuehl. 0 Gen~ ral von Lillienskioeld, Sr.• Kum· mel, o Coronel Baltrusch o di­rector da Escola Alemã, Sr Muel· ler, a Sr.• Dr.• Bergmann, o chefe da Entidade Alemc Dr Ratuschr.Y. o presidente da Associação. Barto10. meu Kat7.enstein. o presidente do Conselho da Igreja Evangéllca Ale· mã Sr. Zum Himgste, a 5 r • Schickert, o presidente do Conselho

da Igreja Católica Alemã, Sr. Fuenf· geld, o presidente da Escola Ale· mã, Monsegnor Wurzer, o pad~e Eder o Sr. Dr Schneider e o Coro· nel-Tenente GÓtthardt..

Quase todas estas entlda.des se faziam acompanhar das respectivas esposas.

O Embaixador da Alemanha em Lisboa. Sr. Dr. Herbert Mueller­·Rvschach, e esposa. estavam acnm· panhados do conselheiro Dr. Rudolf Jastaedt. da Embaixada Alemã, dv Coronel·Tenenl<" adido militar na Embaixada alemã Roland Semm'!rl· ~h. do conselheirÔ consular Dr Wolf ·Dietrich Welss, do prime1ro-secre· tário da Embaixada alemã. Dr. J ohannes Schmídt, do primeiro-se· cretário. Dr. Kurt Kohler, do prl· meiro-secretário da Embaixada Ale­mã Elmar Weindel. do primeiro· -secretário da Embaixada alemã Dr. Einz.-Georg Fett. do adido da Em· baixada alemã Anton Bamberger, • respecti va-s esposas.

No final da cerimórúa todas as mdiv1dualldades cumprimentaram o Embaixador Mueller-Roschach. jun­to de quem se deteve. durante ai· guns momentos, o Sr. Prot. Dr. OU· veira Salaz.ar.

<Por sua vei essa concentra­ção, origina três géneros de luta fazendo em primeiro 1ugar, com que se ambicione o poderio eco­nómico, se combata depois en· carnlçadament.e, pela preponde­rância polltlca a fim de utillia­rem-se as suas forças e Influên­cia nas questões económicas e, finalmente, se guerreiem os próprios Estados>. prlos Estados>.

Mas o Santo Padre critica o socialismo. como já o fizera Leifo XIII nestas palavras claras:

Talvez fosse altura àe lembrar a afirmação atràs reproduzida. de Pio XI, «ninguém pode si­multâneamente ser bom católico ~ verdade Iro socialista..

Na «Pacem in Terrls> João XXIII enstna que o poder público àeve facilitar e promo­ver a cconst!tulção de organis­mos intermediários que tornem mais orgânica e reounda a vida soclab. Como sempre, define-se uma ordem económica orgdntca.

5. Chegamos, agora. à «Po­pulorum Progressi-0> - a tam­bém notabilíssima enc1clica do actual Papa,

Vamos ver com-0 ela se inte­gra neste pensamento da Igreja e como Paulo VI. tal como os seus antecessores corajosamente ensina a verdade que vem sendo proclamada através dos séculos.

8ENTO COELHO DA ROCH"

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