Osteopatia Hipertrófica em cão: Revisão de Literatura e ... · A osteopatia hipertrófica é uma...
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1
Carolina Nunes Pimenta
Osteopatia Hipertrófica em cão:
Revisão de Literatura e Relato de Caso
Monografia apresentada à Escola de
Veterinária da Universidade Federal
de Minas Gerais para obtenção do
título de Especialista em Residência
em Clínica Médica de Pequenos
Animais
Belo Horizonte
2008
2
P644o Pimenta, Carolina Nunes, 1984-
Osteopatia hipertrófica em cão: revisão de literatura e relato de caso / Carolina Nunes
Pimenta. – 2008.
21 p. : il. Orientador: Rubens Antônio Carneiro
Monografia apresentada à Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas
Gerais, para a obtenção do título de Especialista em Residência em Clínica Médica de
Pequenos Animais
Inclui bibliografia
1. Cão – Doenças. 2. Osteopatia. 3. Tumores em animais. I. Carneiro, Rubens Antônio.
II.Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Veterinária. III. Título.
CDD – 636.708 96
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4
“A melhor coisa, a sorte mais maravilhosa
que pode recair sobre qualquer ser
humano, é ter como profissão o que
apaixonadamente adora fazer”
Maslow
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SUMÁRIO
RESUMO 10
ABSTRACT 11
1- INTRODUÇÃO 12
2- REVISÃO DE LITERATURA 12
2.1- Incidência e Epidemiologia 12
2.2- Etiopatogenia 13
2.3- Causas Predisponentes 14
2.4- Sinais Clínicos 16
2.5- Diagnóstico 17
2.5.1- Achados Radiográficos 17
2.5.2- Ultrassonografia 18
2.5.3- Avaliação Histológica 18
2.5.4- Diagnóstico Diferencial 18
2.6- Tratamento 18
2.6.1- Cirúrgico 18
2.6.2- Medicamentoso 19
2.7- Prognóstico 19
3- RELATO DE CASO 19
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO 14
5- CONCLUSÃO 22
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Causas extra-esofágicas de osteopatia hipertrófica no cão (Watrous e
Blumenfeld, 2002) 15
7
RESUMO
A osteopatia hipertrófica é uma síndrome, na qual ocorre proliferação de tecidos
sobre os ossos com subsequente aparência radiográfica de neoformação óssea
periosteal, associada a doença visceral, normalmente torácica. Ocorre principalmente
devido a uma alteração crônica, geralmente intrapulmonar, inflamatória ou tumoral e se
apresenta como um inchaço bilateral simétrico de tecidos moles acompanhado de nova
formação periosteal difusa. Neste trabalho é relatado um caso de Osteopatia
Hipertrófica em um cão da raça Dobermann, macho, de 7 anos de idade, atendido no
Hospital Veterinário da UFMG. A sintomatologia clínica, associada aos achados
radiológicos e histopatológicos permitiram o diagnóstico da osteopatia hipertrófica
associada à neoplasia esofágica.
Palavras chave: osteopatia pulmonar hipertrófica, osteoartropatia hipertrófica,
osteoartropatia pulmonar hipertrófica, doença de Marie-Bamberger, acropatia,
osteoperiostite hipertrófica, doença de Cadiot, síndrome paraneoplásica.
ABSTRACT
8
Hypertrophic osteopathy is a syndrome in which tissue proliferation occurs on
the bones with subsequent radiographic appearance of periosteal bone neoformation
associated with visceral, usually thoracic, disease. It occurs mainly due to a chronic,
usually intrapulmonary, inflammatory or tumoral alteration and presents as bilateral
symmetrical soft tissue swelling accompanied by diffuse new periosteal formation. In
this work a case of Hypertrophic Osteopathy is reported in a 7-year-old Dobermann
male dog, attended at the Veterinary Hospital of UFMG. Clinical symptoms associated
with radiological and histopathological findings allowed the diagnosis of hypertrophic
osteopathy associated with esophageal neoplasia.
Key words: hypertrophic pulmonary osteopathy, hypertrophic osteoarthropathy,
hypertrophic pulmonary osteoarthropathy, Marie-Bamberger disease, acropatia,
hypertrophic osteoperiostitis, Cadiot's disease, paraneoplastic syndrome.
9
1- INTRODUÇÃO
A osteopatia hipertrófica é uma síndrome, na qual ocorre proliferação de tecidos sobre
os ossos com subsequente aparência radiográfica de neoformação óssea periosteal,
associada a doença visceral, normalmente torácica (Madewell et al., 1978).Tem sido
descrita como osteopatia pulmonar hipertrófica, osteoartropatia hipertrófica,
osteoartropatia pulmonar hipertrófica, doença de Marie-Bamberger, acropatia,
osteoperiostite hipertrófica, doença de Cadiot (Nash, 1981; Wedell e Haider, 1996; Túry
et al., 1997; Filgueiras et al., 2002; Kealy e McAllister, 2005; Junior e Stefani, 2006) e
osteopatia metafisária (Headley et al., 2005). Ocorre mais frequentemente no homem e
no cão (Headley et al., 2005).
Foi inicialmente descrita no homem por Bamberger e Marie em 1889, ocorrendo
secundariamente a uma série de doenças crônicas, mas particularmente associada a
neoplasias e doenças pulmonares, principalmente tuberculose (Lumb e Carlson, 1956).
O primeiro relato em medicina veterinária foi em 1942, no qual é descrito um caso de
osteopatia hipertrófica associado a neoplasia pulmonar em um cão (Brodey, 1971;
Madewell et al.,1978).
Pode ocorrer nas espécies humana, canina, equina, ovina, felina, bovina e em animais
selvagens, sendo mais freqüentemente descrita em humanos e cães (Rumney e
Schofield, 1950; Thrasher, 1961;Leighton e Olson, 1967; Brodey, 1971, Hancey e Pass,
1972; Nash,1981; Kelly,1982; Hahn e Richardson, 1989; Gram et al., 1990; Túry et al.,
1997; Headley, 2005; Junior e Stefani, 2006; Chiang et al., 2007; Makungu et al., 2007).
Este trabalho tem como objetivo revisar sobre o assunto e relatar um caso de osteopatia
hipertrófica atendido no Hospital Veterinário da UFMG.
2-REVISÃO DE LITERATURA
2.1-INCIDÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA
A osteopatia hipertrófica é uma alteração sistêmica do esqueleto, caracterizada pela
formação perióstica (raramente endóstica) de osteófitos (Túry et al., 1997). Tem sido
descrita como um inchaço bilateral simétrico de tecidos moles acompanhado de nova
formação periosteal difusa (Gram et al., 1990), sendo considerada uma síndrome
paraneoplásica ou processo patológico secundário a outras doenças (Grillo et al., 2007).
Ocorre principalmente devido a uma alteração crônica, geralmente intrapulmonar,
inflamatória ou tumoral (Túry et al., 1997). É uma doença incomum, descrita em cães
frequentemente em associação a processos neoplásicos pulmonares primários ou
metastáticos (Leighton e Stoyak, 1953; Brodey, 1971; Hancey e Pass, 1972; Brodey et
al., 1973; Halliwell e Ackerman, 1974; Seiler, 1979; Nash, 1981; Caywood et al., 1985;
Stephens et al., 1983; Watrous e Blumenfeld, 2002). Há também relatos de doenças
10
pulmonares não neoplásicas, lesões intratorácicas tumorais ou não, bem como
neoplasias sem envolvimento torácico (Túry et al., 1997; Rahal et al., 2003).
Não existem relatos de predisposição para raça, sexo e idade (Mather e Low, 1953;
Brodey, 1971; Kelly, 1984; Junior e Stefani, 2006)), embora Boxers e outras raças
gigantes sejam mais frequentemente afetados. Boxers apresentam alta incidência de
tumores primários de pulmão e ossos, assim como de neoplasias em geral (Brodey,
1971). A idade de incidência varia de 1 a 15 anos, sendo os cães mais velhos com mais
de 8 anos e meio mais afetados, coincidindo com o pico de aparecimento das neoplasias
pulmonares (Brodey et al., 1971; Rahal et al., 2003; Headley et al., 2005).
2.2-ETIOPATOGENIA
A etiologia da osteopatia hipertrófica é ainda muito discutida. Vários fatores
independentes podem levar o osso a produzir as mesmas alterações descritas na doença
(Watrous e Blumenfeld, 2002). Ocorre um aumento do fluxo sangüíneo para as
extremidades dos ossos no cão e no homem, propiciando a formação de um tecido
conjuntivo altamente vascularizado, e consequente neoformação óssea no periósteo
(Brodey, 1971; Hancey e Pass, 1972; Madewell et al., 1978; Kelly, 1982; Hahn e
Richardson, 1989; Hesselink e Twell, 1990).
Várias teorias têm sido sugeridas para explicar o mecanismo da osteopatia hipertrófica
(Arlein e Pollock, 1955; Thrasher, 1961; Leighton e Olson, 1967; Brodey, 1971;
Vulgamott e Clark, 1980; Nash, 1981; Newton e Siemering, 1983; Buracco et al., 1985;
Caywood et al., 1985; Brockus e Hathcock, 1989, Hahn e Richardson, 1989; Nidkuwere
e Hill, 1989; Hesselink e Twell, 1990; Hara et al., 1995; Túry et al., 1997; Filgueiras et
al., 2002; Watrous e Blumenfeld, 2002; Rahal et al., 2003; Gram et al., 1990; Wylie et
al., 1993; May, 2004; Ogilvie, 2004; Headley et al., 2005; Makungu et al., 2007). As
três teorias mais comumente discutidas incluem distúrbios circulatórios, origem
neurogênica e produção anormal, metabolismo de hormônios ou substâncias
semelhantes a hormônios (Watrous e Blumenfeld, 2002).
A primeira teoria, dita humoral, justifica o aumento do fluxo sangüíneo para as
extremidades dos membros, devido a um “shunt” arterio-venoso que se desenvolve ao
redor da lesão pulmonar, permitindo a passagem de substâncias vasoativas, que
normalmente seriam excretadas pelos pulmões, afetando desta forma, a circulação dos
membros. Esta teoria é justificada devido a possibilidade de se reproduzir
experimentalmente a osteopatia em cão através da criação de “shunt” arterio-venoso
pulmonar (Leighton e Sanford Olson,1967; Nash, 1981; Kelly,1982; Hahn e
Richardson, 1989; Hesselink e Tweel , 1990; Wylie et al., 1993; Watrous e Blumenfeld,
2002). Aumento do fluxo sangüíneo para as extremidades dos membros tem sido
identificado em pacientes com cardiopatia congênita cianótica e osteopatia hipertrófica.
Hipóxia prolongada pode também desenvolver um papel nessa teoria (Thrasher, 1961;
Watrous e Blumenfeld, 2002). O sangue pobremente oxigenado passa pelos shunts
arterio-venosos e atingem os capilares dos membros, produzindo congestão passiva
11
local, com consequente baixa oxigenação tecidual, que estimula a proliferação do
periósteo (Ndikuwere e Hill, 1989).
A segunda teoria e a mais aceita, conhecida como neural, apoia-se no fato de que o
mecanismo básico da osteopatia hipertrófica deve-se a um reflexo nervoso, provocado
por irritação da lesão pulmonar, ocasionando um estimulo de fibras aferentes originadas
do tórax (na região peribronquial, na pleura parietal ou ao longo dos nervos
intercostais), na junção do nervo vago no mediastino, para fibras eferentes (nervos
simpáticos espinhais que inervam os vasos da porção distal dos membros) (Caywood,
1985). A partir destas haveria um aumento do fluxo sangüíneo na região periosteal dos
membros, levando a formação de um tecido conjuntivo altamente vascularizado e
subsequente neoformação óssea. Esta teoria tem sido defendida por vários
pesquisadores que já comprovaram a regressão das lesões causadas por osteopatia
através da vagotomia unilateral (Leighton e Sanford Olson,1967; Brodey, 1971; Watson
& Porges,1973; Vulgamott e Clark, 1980; Nash, 1981; Hetey, 1982; Kelly,1982;
Caywood, 1985; Hahn e Richardson, 1989; Ndikuwere e Hill, 1989; Hesselink e Tweel
1990; Wylie et al., 1993; Hara et al., 1995; Filgueiras et al., 2002; Watrous e
Blumenfeld, 2002; Rahal et al., 2003; May, 2004; Ogilvie, 2004; Headley et al., 2005;
Grillo et al., 2007). Uma relação entre disfunção crônica do nervo vago e reflexo vagal
induzindo a osteopatia hipertrófica é possível (Watrous e Blumenfeld, 2002).
A terceira teoria propõe a ação de fatores humorais, que incluem estrógeno, hormônio
do crescimento, hormônio da paratireóide e outras substâncias produzidas pelo tecido
anormal, como causa da osteopatia hipertrófica (Watrous e Blumenfeld, 2002; Chiang et
al., 2007). Níveis elevados de estrógeno tem sido identificados em alguns pacientes com
carcinoma broncogênico e outras neoplasias e osteopatia hipertrófica, com aumento na
sua excreção urinária nos pacientes com essa patologia (Filgueiras et al, 2002). A
doença também é relatada na gravidez, quando o estrógeno está normalmente elevado.
Níveis elevados de hormônio do crescimento tem sido identificados com carcinoma
brônquico e osteopatia hipertrófica. O hormônio da paratireóide tem sido implicado mas
não documentado. Um fator de crescimento de fibroblastos tem sido proposto por
alguns investigadores. Esse fator é possivelmente derivado de plaquetas, originado de
magacariócitos da medula óssea que deixaram de sofrer fragmentação normal devido a
circulação pulmonar anormal (shunts arterio-venosos que se desenvolveram na lesão
primária causando a doença). É proposto que estas plaquetas grandes ganham acesso a
circulação sistêmica e se alojam em sítios periféricos, ativando células endoteliais e
liberando fatores de crescimento de fibroblastos (Watrous e Blumenfeld, 2002).
2.3-CAUSAS PREDISPONENTES
A osteopatia hipertrófica é uma síndrome devida principalmente a uma alteração
crônica, geralmente intrapulmonar, inflamatória ou tumoral, como tuberculose
cavernosa pulmonar, pneumonia por Mycobacterium fortuitum, broncopneumonia,
blastomicose pulmonar, abcessos pulmonares e intratorácicos, granuloma pulmonar,
atelectasia pulmonar focal, corpo estranho intratorácico com pneumonia, osteossarcoma
12
primário pulmonar, carcinoma pulmonar, neoplasia metastática pulmonar (Leighton e
Olson, 1967; Newton e Siemering, 1983; Brockus e Hathcock, 1988; Hasselink e Twell,
1990; Túry et al., 1997; Ogilvie, 2004; Headley et al., 2005).
Infestações parasitárias intratorácicas, como espirocercose e dirofilariose, são causas
bem conhecidas (Brodey, 1971; Vulgamott e Clark, 1980; Newton e Siemering, 1983;
Stephens et al., 1983; Caywood et al., 1985; Brockus e Hathcock, 1988; Hesselink e
Twell, 1990; Barker et al., 1993; Túry et al., 1997, Filgueiras et al., 2002; Headley et
al., 2005).
Causas extrapulmonares, tais como pericardite, epicardite, endocardite valvular
bacteriana, doenças cardíacas congênitas ou adquiridas, verminoses intracardíacas,
tumores cardíacos, policistos hepáticos, tiflite granulomatosa, adenoma na hipófise,
adenocarcinoma hepático e prostático, tumor na bexiga urinária, tumor no rim, tumores
ovarianos, doença esofágica secundária a Spirocerca lupi, anormalidade congênita
(ducto arterioso persistente) foram descritos (Leighton e Olson, 1967; Brodey et al.,
1973; Halliwell e Ackerman, 1974; Mandel, 1975; Vulgamott e Clark, 1980; Caywood
et al., 1985; Brockus e Hathcock, 1988; Hasselink e Twell, 1990; Túry et al., 1997;
Ogilvie, 2004; Headley et al., 2005; Grillo et al., 2007).
A doença abdominal mais comum que dá origem a osteopatia hipertrófica é a neoplasia
vesical, tanto com metástases pulmonares como sem elas (May, 2004). Brodey et
al.(1973), relatam o quadro de um cão com carcinoma de bexiga urinária, com
metástase pulmonar e osteopatia hipertrófica. Mandel (1975), relata o caso de uma
cadela apresentando neurofibrossarcoma de bexiga e osteopatia hipertrófica, sem lesão
pulmonar primária ou metastática, sugerindo que a osteopatia pode ocorrer com
ausência de lesões pulmonares, mas associada a neoplasia vesical. Halliwell e
Ackerman (1974), descrevem o quadro de um cão jovem com rabdomiossarcoma de
bexiga e osteopatia hipertrófica sem lesão pulmonar neoplásica. Desta forma, sugerem
serem necessários maiores estudos, correlacionando esta patologia com neoplasias de
bexiga.
Quadro 1. Causas extra-esofágicas de osteopatia hipertrófica no cão (Watrous e
Blumenfeld, 2002)
Causas intratorácicas
Neoplasia primária ou metastática
Pneumonia por fungos
Corpo estranho bronquial
Tuberculose
Pleurite granulomatosa
Linfadenite granulomatosa
Bronquite crônica
Bronquiectasia
13
Abcesso pulmonar
Dirofilaria immitis
Endocardite valvar de mitral e aórtica
Spirocerca lupi extra-esofágico
Causas abdominais
Neoplasia renal
Neoplasia de bexiga urinária
Neoplasia de próstata
Neoplasia ovariana
Neoplasia hepática
2.4-SINAIS CLÍNICOS
Observa-se aumento de volume não edematoso, bilateral e simétrico de tecidos moles,
firme ao toque, com sensibilidade dolorosa e temperatura elevada, afetando
principalmente as extremidades distais dos membros (falanges, metacarpos e
metatarsos) e o animal frequentemente apresenta relutância em movimentar-se e
progressiva claudicação (Brodey, 1971; Hancey e Pass, 1972; Watson e Porges, 1973;
Mandel, 1975; Madewell et al., 1978; Nash, 1981; Newton e Siemering, 1983; Hahn e
Richardson, 1989; Gram et al., 1990; Túry et al., 1997; Filgueiras et al., 2002; Ogilvie,
2004; Headley et al., 2005; Kealy e McAllister, 2005; Junior e Stefani, 2006; Chiang et
al., 2007). Os sintomas normalmente se iniciam 1 a 4 semanas antes de um diagnóstico
ser feito (Hahn e Richardson, 1989).
As lesões da osteopatia hipertrófica são mais severas no rádio, ulna, tíbia e metacarpo.
Os ossos do tarso e do carpo são menos afetados (Filgueiras et al., 2002; Headley et al.,
2005; Kealy e McAllister, 2005).
Nos casos duradouros, podem aparecer extremidades deformadas e espessadas que
possuem a função alterada mesmo após a eliminação da etiologia principal (Ogilvie,
2004).
A ausência de sinais respiratórios é comum tanto no homem quanto no cão (Hancey e
Pass, 1972; Newton e Siemering, 1983). Nessas espécies, a osteopatia hipertrófica
frequentemente indica o desenvolvimento de doença torácica antes do desenvolvimento
de sinais respiratórios (Brodey, 1971). Em um estudo com 60 cães, apenas 8
apresentavam sinais clínicos de doença do trato respiratório antes do desenvolvimento
da osteopatia hipertrófica (Brodey et al, 1973).
14
Os sinais clínicos da osteopatia hipertrófica precedem os sinais de doença torácica em
cerca de 60% dos casos e se desenvolvem simultaneamente com sinais torácicos em
20% dos casos (Hahn e Richarson, 1989)
2.5-DIAGNÓSTICO
A extensão e o tipo de lesão encontrados associados a achados radiográficos são fatores
preponderantes para firmar o prognóstico (Brodey, 1971; Filgueiras et al., 2002).
A demonstração de um tecido periosteal ósseo novo extenso ao longo dos ossos longos
de todos os quatro membros é geralmente suficiente para justificar um diagnóstico de
osteopatia hipertrófica (May, 2004).
Técnicas de diagnóstico por imagem são recomendadas para avaliação de um paciente
com suspeita de osteopatia hipertrófica, sendo necessário investigar possíveis alterações
torácicas e abdominais (Kealy e McAllister, 2005)
2.5.1-ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Observa-se tecido periosteal ósseo novo, geralmente bilateral, distribuído
simetricamente ao longo das diáfises dos ossos longos e falanges, sem envolvimento
articular, normalmente presentes nos ossos do metacarpo e metatarso (Craig et al., 1985;
Hahn e Richardon, 1989; Túry et al., 1997; Rahal et al., 2003; May, 2004; Headley et
al., 2005; Kealy e McAllister, 2005), podendo atingir ocasionalmente mandíbula, pelve,
costelas, vértebras e crânio (Túry et al., 1997; Rahal et al., 2003; Junior e Stefani,
2006).
O tecido ósseo novo pode ficar espiculado, liso, lamelar ou irregular (May, 2004; Kealy
e McAllister, 2005), sendo detectável radiograficamente 4 a 5 dias após o início dos
sinais clínicos (Hahn e Richardson, 1989). Com a progressão da doença, a nova
formação periosteal resulta em extensa formação de osteófitos, que tendem a irradiar da
região cortical num ângulo de 90 graus (Ettinger, 1983). Algumas áreas do osso podem
estar mais severamente afetadas do que outras (Kealy e McAllister, 2005).
Tanto no cão como no homem, a osteopatia serve como indicativo de desenvolvimento
de lesão torácica antes do paciente manifestar sintomatologia respiratória. Procedendo-
se à avaliação radiográfica nas posições látero-lateral e ventro-dorsal, na maioria das
vezes se diagnostica neoplasia pulmonar primária ou metastática (Brodey, 1971). A
avaliação radiográfica das alterações presentes é diagnóstica para osteopatia hipertrófica
(Headley et al., 2005).
2.5.2-ULTRA-SONOGRAFIA
15
A ultra-sonografia da cavidade torácica pode ser útil no diagnóstico da alteração
desencadeante da osteopatia hipertrófica, principalmente quando realizada em conjunto
com o exame radiográfico, entretanto, seu uso pode ser limitado por barreiras ultra-
sonográficas como o ar nos pulmões, ossos torácicos e ocorrência de pneumotórax
(Mattoon e Nyland, 2002). A ultra-sonografia abdominal é importante para verificar
possíveis metástases abdominais, sobretudo em fígado (Junior e Stefani, 2006).
2.5.3-AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA
Os membros afetados podem apresentar os ossos, tendões e articulações revestidos de
tecido conectivo altamente vascularizado e a diáfise dos ossos afetados coberta por
osteófitos irregulares. O tecido conectivo vascularizado é composto de artérias
calibrosas e as alterações ósseas são caracterizadas como novo osso hipertrófico
originado do periósteo (Newton e Siemering, 1983).
2.5.4-DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Diagnóstico diferencial entre osteopatia hipertrófica e osteossarcoma deve ser feito mas,
radiograficamente, o osteossarcoma apresenta lesão em apenas parte de um segmento
ósseo (região metafisária), enquanto a osteopatia hipertrófica apresenta-se de forma
difusa nas extremidades dos quatro membros (Filgueiras et al., 2002).
2.6-TRATAMENTO
2.6.1-CIRÚRGICO
A remoção da massa primária intratorácica ou extratorácica pode resultar na resolução
dos sinais clínicos e na regressão das alterações ósseas (Gram et al., 1990; Newton e
Siemering, 1983; Ogilvie, 2004)
Regressão dos sinais clínicos e das lesões periosteais foi descrita seguinte a
procedimentos cirúrgicos, tais como: pneumonectomia ou lobectomia pulmonar para
remoção de corpo estranho em brônquio (Caywood et al., 1985), osteossarcoma
primário pulmonar (Brodey, 1971), fibrossarcoma primário pulmonar (Madewell et al.,
1978) e adenocarcinoma pulmonar (Kelly, 1984); toracotomia, vagotomia unilateral e
remoção da massa tumoral em pulmão (Watson e Porges, 1973); excisão de massa
torácica conectada ao tronco vagal (Hara et al., 1995). Brodey (1971) observou
regressão das lesões periosteais, que se mantiveram por um período de duas semanas a
sete meses, em 12 de 13 cães submetidos à excisão cirúrgica de neoplasia pulmonar.
Usualmente, as alterações ósseas da osteopatia hipertrófica regridem 2 a 5 semanas após
a eliminação da doença primária (Hahn e Richardson, 1989; Chiang et al., 2007).
Contudo, estas podem não regredir mesmo após tratamento efetivo, devido à
16
cronicidade ou possível perpetuação da ação de fatores neurais ou humorais (Brockus e
Hathcock, 1988).
Frequentemente a remoção da lesão primária não é possível, devido a presença de
múltiplas lesões metastáticas, sendo indicado, nesses casos, a vagotomia unilateral no
mesmo lado da lesão pulmonar como tratamento paliativo, para redução das alterações
ósseas e dos sinais clínicos (Brodey, 1971; Brodey et al., 1973; Watson & Porges, 1973;
Madewell et al., 1978; Nash, 1981; Newton e Siemering, 1983; Kelly, 1984; Caywood
at al., 1985; Filgueiras et al., 2002; Kealy, 2005). Outros tratamentos podem também
levar a regressão da osteopatia hipertrófica, como incisão através da pleura parietal,
ressecção subperiosteal de costela, ou vagotomia cervical bilateral (Newton e
Siemering, 1983; Ogilvie, 2004).
2.6.2-MEDICAMENTOSO
O uso de corticoterapia pode reduzir o aumento de volume local e amenizar os sinais
clínicos temporariamente (Filgueiras et al., 2002), assim como analgésicos podem ser
usados para conforto do animal, enquanto as lesões ósseas regridem (Newton e
Siemering,1983).
Brockus e Hathcock (1988) descreveram um caso de regressão parcial de osteopatia
hipertrófica associada a blastomicose pulmonar cinco meses após início do tratamento
com anfotericina B (0,15-0,5 mg/kg IV, diluídos em 50 ml de glicose a 5%, 3 x por
semana até dose total de 6mg/kg) e cetoconazol (20 mg/kg b.i.d. por 60 dias).
Hahn e Richarson (1989) administraram cisplatina (60 mg/m², IV, q. 21dias) para
controlar mesenquimoma metastático pulmonar e observaram melhora e quase completa
remissão da formação periosteal dos membros no 42º dia de tratamento.
2.7-PROGNÓSTICO
O prognóstico do animal com osteopatia hipertrófica depende da eliminação da lesão
primária com cirurgia ou tratamento medicamentoso (Grillo et al., 2007), podendo ser
reservado a desfavorável, quando a doença primária não puder ser tratada (Nash, 1981).
3-RELATO DE CASO
Foi atendido no Hospital Veterinário da UFMG um cão da raça Dobermann, macho, de
7 anos de idade, apresentando vômito, claudicação, sensibilidade e aumento de volume,
de consistência firme na extremidade distal dos quatro membros. Foram solicitados
exames radiológicos dos membros anteriores e posteriores. A imagem radiográfica, com
presença de proliferações periosteais simétricas bilaterais de rádio, ulna, fêmur e tíbia
sugeriu osteopatia hipertrófica. Foram realizadas então, radiografias de tórax nas
17
posições látero-lateral e dorso-ventral, que confirmaram a suspeita de neoplasia
torácica. Recomendou-se intervenção cirúrgica.
O cão foi submetido a uma toracotomia, com acesso torácico esquerdo no sétimo espaço
intercostal, retirada da oitava costela, sendo então removido um nódulo no esôfago
torácico de aproximadamente 08x06x04 cm, o qual foi encaminhado para exame
histopatológico. Foi observado atelectasia parcial dos lobos pulmonares médio e
diafragmático. O defeito da parede esofágica, provocado pela retirada do nódulo, foi
corrigido utilizando-se um fragmento de pericárdio de bovino conservado em glicerina a
98%. No momento da toracotomia não foi evidenciada nenhuma área sugestiva de lesão
metastática nos pulmões.
O animal foi mantido em jejum alimentar durante aproximadamente sete dias, em
fluidoterapia e antibioticoterapia
(cefalotina, 30 mg/kg de peso vivo a cada 12 horas por
via endovenosa). Ocorreram eventos de regurgitação, sendo o cão submetido a novas
avaliações radiográficas, inclusive contrastadas, mas sem sinal de estenose esofágica,
megaesôfago ou qualquer outra patologia que justificasse a sintomatologia, recebendo
alta após dez dias da realização da toracotomia.
Aproximadamente dois meses após a alta, o animal retornou ao Hospital Veterinário
apresentando dor acentuada nos membros, incapacidade de locomoção, caquexia,
prostração e sialórreia constante, optando-se pela eutanásia.
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO
A sintomatologia apresentada pelo animal, como aumento de volume firme ao tato, nos
quatro membros, dor, claudicação e relutância em se locomover confirmam o descrito
por Brodey (1971), Watson e Porges (1973), Mandel (1975), Newton e Siemering
(1983), Filgueiras et al. (2002) e Kealy e Hester (2005), condizente com osteopatia
hipertrófica .
Os exames radiológicos evidenciaram proliferações periosteais simétricas bilaterais de
rádio, ulna, fêmur e tíbia. Nas radiográfias torácicas observou-se aumento de volume no
mediastino com grande radiopacidade, característico de neoformação, firmando-se
portanto o diagnóstico de osteopatia hipertrófica e neoplasia torácica, conforme descrito
por Trasher (1961), Brodey (1971), Halliwell e Ackerman (1974), Nash (1981),
Filgueiras et al. (2002) e Ogilvie (2004).
Segundo Ogilvie (2004), a causa desencadeante dessa afecção provavelmente foi um
estímulo nervoso autônomo provocado pela neoplasia esofágica, com consequente
atelectasia pulmonar focal.
No exame histopatológico do nódulo retirado do esôfago, observou-se tecido neoplásico
infiltrativo, densamente celularizado. As células neoplásicas eram predominantemente
18
fusiformes e pleomórficas, com citoplasma escasso e núcleo ovalado central, com
cromatina e nucléolos evidentes e múltiplos. Figuras de mitoses eram frequentes,
concluindo-se pelo diagnóstico de osteossarcoma osteoblástico. Todas estas
observações coincidem com as descritas por Barker et al. (1993), compatíveis com as
características citológicas de osteossarcoma.
Á necrópsia observou-se esôfago macroscopicamente normal, nódulos de tamanhos
variados (2,0 a 5,0 mm de diâmetro) localizados difusamente no pulmão, pleurite em
fase final de resolução e espessamento da cortical dos ossos longos.
Apesar de não se ter observado parasitas adultos no cão no momento da necrópsia, uma
das causas que justificam o aparecimento de neoplasia na parede esofágica, segundo
Brodey (1971), Stephens et al.(1983), Barker et al. (1993) e Túry et al. (1997) é
provavelmente o parasita Spirocerca lupi ,que poderia ser o responsável pelo
desencadeamento do processo.
O tratamento realizado baseou-se na tentativa de exérese da lesão primária (neoplasia
esofágica), com o objetivo de se obter a regressão das alterações dos ossos longos e
consequentemente, a redução dos sintomas clínicos do animal, conforme proposto por
Leighton e Olson (1967), Brodey (1971), Madewell et al. (1978), Watson e Porges
(1973), Newton e Siemering (1983), Ndikuwere e Hill (1989), Gram et al. (1990), Túry
et al. (1997), Wylie et al. (1993), Filgueiras et al. (2002), May (2004); Chiang et al.
(2007); Grillo et al. (2007) e Makungu et al. (2007).
Como no momento da cirurgia não foram observadas metástases pulmonares, optou-se
pela não realização da vagotomia unilateral, sugerida por Brodey (1971), Watson e
Porges (1973) e Madewell et al. (1978), Nash (1981), Newton e Siemering (1983),
Kelly, (1984), Caywood at al. (1985), Filgueiras et al. (2002) e Kealy (2005).
A não regressão das lesões ósseas de osteopatia hipertrófica justifica-se pela presença
de metástase pulmonar do osteosarcoma esofágico, evidenciada à necrópsia. Segundo
Silveira et al. (2008), o osteossarcoma é um tumor altamente metastático, com forte
predileção pelo pulmão (90%), sendo que 90% dos cães morrem ou são eutanasiados
devido a complicações associadas a metástases pulmonares.
A dificuldade de se tratar a lesão primária e o risco da doença metastática tornaram o
prognóstico reservado a desfavorável (Nash, 1981; Grillo et al., 2007).
5-CONCLUSÃO
19
A sintomatologia clínica, associada aos achados radiológicos e histopatológicos
permitiram o diagnóstico da osteopatia hipertrófica associada à neoplasia esofágica.
As teorias propostas para explicarem a doença, em relação ao estímulo que causa o
início do processo, principalmente nos casos onde não existe lesão pulmonar primária
ou metastática, permanecem ainda especulativas.
O tratamento de escolha consiste na remoção da doença primária, que pode resultar na
resolução dos sinais clínicos e na regressão das alterações ósseas. Nos casos em que a
remoção da causa primária não é possível, fica indicado a vagotomia unilateral como
tratamento paliativo.
Tendo em vista a patologia se desenvolver clinicamente no cão de maneira similar ao
que ocorre no homem, maiores estudos nesta espécie ajudariam a elucidar e esclarecer
dúvidas referentes à doença no ser humano.
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