Cintilografia de perfusão do miocárdio na miocardiopatia hipertrófica
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Transcript of Cintilografia de perfusão do miocárdio na miocardiopatia hipertrófica
Cintilografia de perfusão do miocárdio na miocardiopatia
hipertrófica
American Heart Journal, vol 151, issue 2 – February 2006
●A isquemia do miocárdio já é um fenômeno bem reconhecido nos pacientes com miocardiopatia hipertrófica. Entre os mecanismos imputados neste processo, podemos destacar:
●- distorção da arquitetura arteriolar ●- doença dos pequenos vasos ●- comprometimento do fluxo de reserva coronariano ●- inerente desequilíbrio entre a demanda e a oferta de
oxigênio (causado pela hipertrofia dos segmentos e as condições de carga do ventrículo esquerdo).
●Os estudos atuais sobre a cintilografia do miocárdio na miocardiopatia hipertrófica têm se concentrado, principalmente, nas populações mais jovens (15 - 36 anos).
●Contudo, já se conhece muito bem os riscos associados à esta patologia na população adulta mais idosa.
●A cintilografia serve como instrumento de prognóstico e estratificação de risco nesta população.
●Existe evidência clínica de isquemia do miocárdio em cerca de 25% dos pacientes com miocardiopatia hipertrófica, quando vistos no ambulatório.
●Durante o teste ergométrico este percentual pode chegar até 40% dos pacientes examinados (mesmo sem precordialgia).
●Vários métodos têm sido utilizados para se estudar a isquemia na miocardiopatia hiper-trófica.
●Contudo, a cintilografia de perfusão do miocárdio continua sendo o mais utilizado.
●Cerca de 1/4 dos pacientes com HCM apresenta defeitos fixos ou reversíveis neste exame.
●Vários métodos têm sido utilizados para se estudar a isquemia na miocardiopatia hiper-trófica.
●Contudo, a cintilografia de perfusão do miocárdio continua sendo o mais utilizado.
●Cerca de 1/4 dos pacientes com HCM apresenta defeitos fixos ou reversíveis neste exame.
●Estes defeitos estão associados com metabolismo anormal (pH diminuído do seio coronariano), hemodinâmica anormal (aumento da pressão da diástole final), taquiarritmia ventricular, etc.
●Apesar destas associações existe uma grande pobreza de dados sobre a cintilografia do miocárdio na miocardiopatia hipertrófica. -
●Devido às anormalidades inerentes no substrato miocárdico, os pacientes com HCM estão sujeitos a apresentar isquemia do miocárdio.
●Já é por demais reconhecido o papel da cintilografia do miocárdio como instrumento mensurador da isquemia miocárdica em pacientes com DAC.
●Vários trabalhos científicos têm mostrado a utilidade da cintilografia como ferramenta prognóstica nos pacientes com HCM.
●Uma cintilografia normal neste grupo de pacientes indica um prognóstico favorável (mortalidade cardiovascular em um ano de 1 a 1,1% e sobrevida em 5 anos de 98%).
●Por outro lado, a presença de isquemia do miocárdio ou uma cintilografia de esforço anormal estão associadas com uma menor sobrevida: 3,6% e 3,3% ao ano, respectivamente.
●Estes números estão próximos aos dos pacientes de alto risco portadores de DAC: mortalidade anual > 3%.
●Os índices de extensão da severidade das lesões (SSS, SRS) se comportaram como preditores univariáveis de morte cardiovascular.
●Poucos trabalhos científicos têm sido publicados que mostraram o valor prognóstico da cintilografia do miocárdio em pacientes com miocardiopatia hipertrófica.
●Trabalhos feitos com PET onde os pacientes apresentavam comprometimento do fluxo sanguíneo microvascular, após a infusão de dipiridamol, mostraram maior deterioração clínica em um follow-up de 5,5 anos.
●O presente trabalho examinou 158 pacientes (idade média = 60 anos) com HCM.
●O seguimento a longo prazo mostrou que a sobrevida após 10 anos era melhor nos pacientes sem isquemia do miocárdio do que nos que apresentavam isquemia (90% e 64%, respectivamente.
●A estratificação de risco na sobrevida de 5 anos foi feitas através do SSS: - Baixo risco (SSS > ou = 53), 97% - Risco intermediário (SSS = 48-52), 94% - Alto risco (SSS < ou = 47), 79%.
● Este trabalho estudou uma população de pacientes idosos (idade média de 60 anos) e verificou que apresentavam isquemia do miocárdio e cintilografia anormal associado com um pobre prognóstico.
● Uma pequena proporção destes pacientes apresentava DAC na angiografia, que pode ter contribuído para as anormalidades encontradas na cintilografia e piorado o prognóstico.
● Cinco das 19 mortes encontradas neste trabalho, ocorreram em pacientes com DAC.
● Contudo, é importante lembrar que a isquemia do miocárdio pode surgir em pacientes com miocardiopatia hipertrófica na ausência de aterosclerose coronariana e tem consequências fisiopatológicas já bem conhecidas (ver trabalhos citados no próximo slide).
Padrão de anormalidades de perfusão na cintilografia de perfusão em pacientes com miocardiopatia hipertrófica.
Hipertrofia septal assimétrica ---> topo
Hipertrofia apical -------> meio
Hipertrofia concêntrica -----> embaixo
Padrões de anormalidades na cintilografia de perfusão do miocárdio em 19 pacientes com miocardiopatia hipertrófica
que tiveram morte cardíaca