Oswald de Andrade - Pau-Brasil

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Oswald de Andrade Pau-Brasil Obra Completa

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Trata-se de "Pau Brasil", livro de poesia de Oswald de Andrade, publicado em 1924.

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  • Oswald de Andrade

    Pau-Brasil

    Obra Completa

  • Sumrio

    Por ocasio da descoberta do Brasil 3Histria do Brasil 7

    Pero Vaz de Caminha 8Gandavo 9O capuchinho Claude d'Abbeville 11Frei Vicente do Salvador 13Ferno Dias Paes 14Frei Manuel Calado 15J.M.P.S. 16Prncipe Dom Pedro 17

    Poemas da Colonizao 18So Martinho 23r p 1 29Carnaval 35Secretrio dos amantes 37Postes da Light 41Roteiro das Minas 51Lide Brasileiro 61

  • por ocasio da descoberta do brasil

  • ESCAPULRIO

    No Po de AcarDe Cada DiaDai-nos SenhorA PoesiaDe Cada Dia

  • FALAO

    O Cabralismo. A civilizao dos donatrios. A Querncia e a Exportao.

    O Carnaval. O Serto e a Favela. Pau-Brasil. Brbaro e nosso.

    A formao tnica rica. A riqueza vegetal. O minrio. A cozinha. O vatap, o ouro e a dana.

    Toda a histria da Penetrao e a histria comercial da Amrica. Pau-Brasil.

    Conta a fatalidade do primeiro branco aportado e dominando diplomaticamente as selvas selvagens. Citando Virglio para tupiniquins. O bacharel.

    Pas de dores annimas. De doutores annimos. Sociedade de nufragos eruditos.

    Donde a nunca exportao de poesia. A poesia emaranhada na cultura. Nos sips das metrificaes.

    Sculo XX. Um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como babis de borracha. Rebentaram de anciclopedismo.

    A poesia para os poetas. Alegria da ignorncia que descobre. Pedr'lvares.

    Uma sugesto de Blaise Cendrars: - Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos far partir na direo oposta ao vosso destino.

  • Contra o gabinetismo, a palmilhao dos climas.

    A lngua sem arcasmo. Sem erudio. Natural e neolgica. A contribuio milionria de todos os erros.

    Passara-se do naturalismo pirogravura domstica e kodak excursionista.

    Todas as meninas prendadas. Virtuoses de piano de manivela.

    As procisses saram do bojo das fbricas.Foi preciso desmanchar. A deformao atravs do

    impressionismo e do smbolo. O lirismo em folha. A apresentao dos materiais.

    A coincidncia da primeira construo brasileira no movimento de reconstruo geral. Poesia Pau-Brasil.

    Contra a argcia naturalista, a sntase. Contra a cpia, a inveno e a surpresa.

    Uma perspectiva de outra ordem que a visual. O correspondente ao milagre fsico em arte. Estrelas fechadas nos negativos fotogrficos.

    E a sbia preguia solar. A reza. A energia silenciosa. A hospitalidade.

    Brbaros, pitorescos e crdulos. Pau-Brasil. A floresta e a escola. A cozinha, o minrio e a dana. A vegetao. Pau-Brasil.

  • Histria do Brasil

  • PERO VAZ CAMINHA

    A DESCOBERTA

    Seguimos nosso caminho por este mar de longoAt a oitava da PscoaTopamos avesE houvemos vista de terra

    OS SELVAGENS

    Mostraram-lhes uma galinhaQuase haviam medo delaE no queriam por a moE depois a tomaram como espantados

    PRIMEIRO CH

    Depois de danarem Diogo DiasFez o salto real

    AS MENINAS DA GARE

    Eram trs ou quatro moas bem moas e bem gentisCom cabelos mui pretos pelas espduasE suas vergonhas to altas e to saradinhasQue de ns as muito bem olharmosNo tnhamos nenhuma vergonha

  • GANDAVO

    HOSPEDAGEM

    Porque a mesma terra he talE tam favorvel aos que vam buscarQue a todos agazalha e convida

    COROGRAFIA

    Tem a forma de hua harpaConfina com as altssimas terras dos AndesE faldas do PeruAs quais so to soberbas em cima da terraQue se diz terem as aves trabalho em as passar

    SALUBRIDADE

    O ser ella tam salutfera e livre de emfermidadesProcede dos ventos que cruzam nellaE como todos procedem da parte do marVem tam puros e coadosQue nam somente nam danamMas recream e accrescentam a vida do homem

    SISTEMA HIDROGRFICO

    As fontes que h na terra sam infinitasCujas guas fazem crescer a muytos e muy grandes riosQue por esta costa Assi da danda do Norte como do Oriente

  • Entram no mar oceano

    PAS DO OURO

    Todos tm remdio de vidaE nenhum pobre anda pelas portasA mendigar como nestes Reinos

    NATUREZA MORTA

    A esta fruita chamam AnanazesDepois que sam maduras tm un cheiro muy suaveE come-se aparados feitos em talhadaE assi fazem os moradores por elle maisE os tm em mayor estimaQue outro nenhum pomo que aja na terra

    RIQUEZAS NATURAIS

    Muitos mataes pepinos romans e figosDe muitas castasCidras limes e laranjasUm infinidadeMuitas cannas daucreInfinito algodamTambm h muito paobrasilNestas capitanias

    FESTA DA RAA

    Hu certo animal se acha tambm nestas partesA que chamam PreguiaTem hua guedelha grande no toutioE se move com passos tam vagarososQue ainda que ande quinze dias aturadoNo vencer a distncia de hu tiro de pedra

  • O CAPUCHINHO CLAUDE D'ABBEVILLE

    A MODA

    Les fammes n'ont point la lvre perceMais em rcompenseElles ont les oreilles trouesEt elles s'estiment aussi bravesAvec des rouleaux de bois dedans les trousQue font les dames de perdeaAvec leurs grosses et riches diamants

    C E L

    Cette coustume de marcher nudest merveilleusement difforme et deshonnesteN'estant peut estre si dangereuse Ni si attrayanteQue les nouvelles inventionsDes dames de perdeaQui ruinent plus d'mesQue ne le font les filles indiennes

    O PAS

    Il y a une fontaineAu beau milieuParticulure en beautEt en bont Des eaux vives et trs clairesRejillissent dicelle

  • Et ruissellent dedans la merEstant environneDe palmiers guyacs myrtesSur lesquelsOn voit souventDes monnes et guenons

  • FREI VICENTE DO SALVADOR

    PAISAGEM

    Cultivam-se palmares de cocos grandesPrincipalmente vista do mar

    AS AVES

    H guias de sertoE emas to grandes como as de fricaUmas brancas e outras malhadas de negroQue com uma asa levantada ao altoAo modo de vela latinaCorrem com o vento

    AMOR DE INIMIGA

    Posto que alguma Pelo amor que lhe temSolta tambm o presoE se vae com elle para suas terras

    PROSPERIDADE DE SO PAULO

    Ao redor desta vila Esto quatro aldeias de gentio amigoQue os padres da Companhia doutrinamFora outro muitoQue cada dia desce do serto

  • FERNO DIAS PAES

    CARTA

    Partireicom quarente homens brancos afora euE meu filhoE quatro tropas de mossos meusGente escoteyra com plvora e chumbo

    Vossa SenhoriaDeve considerar que este descobrimento o de maior consideraoEm rasam do muyto rendimentoE tambm esmeraldas

  • FREI MANOEL CALADO

    CIVILIZAO PERNAMBUCANA

    As mulheres andam to lousE to custosasQue no se contentam com os tafetsSo tantas as jias com que se adornamQue parecem chovidas em suas cabeas e gargantasAs prolas rubis e diamantesTudo so delciasNo parece esta terra seno um retratoDo terreal paraso

  • J.M.P.S.(da cidade do porto)

    VCIO NA FALA

    Para dizerem milho dizem mioPara melhor dizem miPara pior piPara telha dizem teiaPara telhado dizem teiadoE vo fazendo telhados

  • PRNCIPE DOM PEDRO

    CARTA AO PATRIARCA

    Tendo pensamenteado toda a noiteAssentei passar revista aos GranadeirosAssim se os enxergar esta tarde no RossioNo assente ver Bernarda

    Encumbi ao MiquilinaE ao Major do Regimento dos PardosPara virem me dar parteDe tudo que se disser pelos Botequins

    Estimarei queapprove esta medidaE assento que melhores E mais fiis e adherentes causa do BrasilDo que os Pardos meus amigosNingum

  • Poemas da Colonizao

  • A TRANSAO

    O fazendeiro criara filhosEscravos escravasNos terreiros de pitangas e jabuticabasMas um dia trocouO ouro da carne preta e musculosaAs gabirobas e os coqueirosOs monjolos e os boisPor terras imaginriasOnde nasceria a lavoura verde do caf

    FAZENDA ANTIGA

    O narciso marceneiroQue sabia fazer moinhos e mesasE mais o Casimiro da cozinhaQue aprendera no RioE o Ambrsio que atacou Seu Juca de facaE suicidou-seAs dezenove pretinhas grvidas

    NEGRO FUGIDO

    O Jernimo estava numa outra fazenda Socando pilo na cozinhaEntraramGrudaram neleO pilo tombouEle tropeouE caiu

  • montaram nele

    O RECRUTA

    O noivo da moaFoi para a guerraE prometeu se morresseVir escutar ela tocar pianoMas ficou para sempre no Paraguai

    CASO

    A mulatinha morreu E apareceuBerrando no moinhoSocando pilo

    O GRAMTICO

    Os negros discutiam Que o cavalo sipantouMas o que mais sabia Disse que eraSipantorrou

    O MEDROSO

    A assombrao apagou a candeiaDepois no escuro veio com a moPertinho deleVer se o corao ainda batia

    CENA

    O canivete voou

  • E o negro comprado na cadeiaEstatelou de costasE bateu coa cabea na pedra

    O CAPOEIRA

    - Qu apanh sordado?- O qu?- Qu apanh?Pernas e cabea na calada

    MEDO DA SENHORA

    A escrava pegou a filhinha nascidaNas costasE se atirou no ParabaPara que a criana no fosse judiada

    LEVANTE

    Contam que houve uma poro de enforcadosE as caveiras espetadas nos postesDa fazenda desabitadaMiavam da noiteNo vento do mato

    A ROA

    Os cem negros da fezendacomiam feijoAbbara chicria e cambuquiraPegavam uma roda de carroNos braosazorrague

    - Chega! Perdoa!

  • Amarrados na escadaA chibata preparava os cortesPara a salmoura

    RELICRIO

    No baile da CorteFoi o Conde d'Eu quem dissePra Dona BenvindaQue farinha da SuruPinga de ParatiFumo de Baependi com beb pit e ca

    SENHOR FEUDAL

    Se Pedro SegundoVier aquiCom histria Eu boto ele na cadeia

  • So Martinho

  • NOTURNO

    L fora o luar continuaE o trem divide o BrasilComo um meridiano

    PROSPERIDADE

    O caf o ouro silenciosoDe que a geada orvalhadaArma torrefaes ao solPassarinhos assoviam de calorEis-nos chegados grande terraDos cruzados agrcolasQue no tempo de Ferno DiasE da escravidoPlantaram fazendas como sementesE fizeram filhos nas senhoras e nas escravasEis-nos diante dos campos atvicoscheios de galos e de resesCom porteiras e trilhosUsinas e igrejasCaadas e frigorficosEleies tribunais e colnias

    PAISAGEM

    O cafezal um mar alinhavadoNa aflio humorstica dos passarinhosNuvens constroem cidades nos horizontes dos carreadoresE o fazendeiro olha os seus 800 000 ps coroados

  • BUCLICA

    Agora vamos correr o pomar antigo Bicos areos de patos selvagensTetas verdes entre folhas E uma passarinhada nos vaiaNum tamarindoQue decola para o anilrvores sentadasQuitandas vivas de laranjas madurasVespas

    ESCOLA RURAL

    As carteiras so feitas para anezinhosDe p no choH uma pedra negraCom slabas escritas a gizA professora est de licena E monta guarda a um canto numa varaA bandeira alvi-negra de So PauloEnrolada no Brasil

    PAI NEGRO

    Cheio de rtulas Na cara nas muletasPedindo duas vezes a mesma esmolaPorque s enxerga uma nuvem de mosquitos

    ASSOMBRAO

    6 horasO Domingos PapudoE a besta preta

  • Nadando no vento

    LEI

    Depois da criao do municpio novoPlantado depressa nas ruas de poeiraOs bebs inumerveis da colniaSero registrados em Pradpolis

    TRAGDIA PASSIONAL

    Hoje acendem velasNa cruz no matoE h uma inscrioDizendo que o cadver da moaFoi achado nel Rio del'Onza

    MORRO AZUL

    PassarinhosNa casa que ainda espera o ImperadorAs antenas palmeiras escutam Buenos-AiresPelo telefone sem fiosPedaos do cu nos camposLadrilhos no cuO ar sem venenoO fazendeiro na redeE a Torra Eiffel noturna e sideral

    O VIOLEIRO

    Vi a sada da luaTive um gosto singulEm frente da casa tuaSo vortas que o mundo d

  • MATE CHIMARRO

    Depois da churrascadaAo fogo e ao ventoO cavaleiro do gadoTrouxe ouro em pE uma cuia festivaPara sorvermos a digesto

    A LAADA

    O Bento caiu como um touroNo terreiro E o mdico veio de ChevrolTrazendo um prognsticoE toda a minha infncia nos olhos

    VERSOS DE DONA CARRIE

    A neblina nos segue como um convidadoMas h um claro para as bandas de LoretoCafezaisCidadesQue a Paulista recortaCoroa colhe e esparrama em safrasA nova poesia anda em GofredoQue nos espera da FordeNuma roupa de fazenda ele quem cuida da plantao E organiza a sarraria como um poemaO time feminino nos bateMas Cendrars faz a ltima carambolaSoldado de todas as guerrasFoi ele quem salvou a Frana na ChampagneE os homens na partida de bilhar daquela noiteTerrao Rede

  • Paineiras pelo cuAs estrelas de Gonalves Dias

    METALRGICA

    1 300 sombra dos telheiros retos12 000 cavalos invisveis pensando40 000 toneladas de nquel amareloPara sair o nvel das guas esponjosas E uma estrada de ferro nascendo do soloOs fornos estroncadosDo o gusa e a escriaA refinao planta barrasE l embaixo os operriosForjam as primeiras lascas de ao

  • r p 1

  • 3 DE MAIO

    Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia a descobertaDas coisas que eu nunca vi

    POEMA DO SANTURIO

    J estive diversas vezes na AparecidaOnde h uma velha lutaQue uma antiga disputaEntre duas casas comerciaisQue querem ao mesmo tempo serNa ladeira se solA Verdadeira Casa Verde

    DITIRAMBO

    Meu amor me ensinou a ser simplesComo um largo de igrejaOnde no h nem um sinoNem um lpisNem uma sensualidade

    SOL

    Uma vez fui a GuarA GuaratinguetE agora

  • Nesta hora de minha vidaTenho uma vontade vadiaComo um fotgrafo

    GUARARAPES

    JaponesesTurcosMiguisOs hotis parecem roupas alugadasNegros como num compndio de histria ptriaMas que sujeito loiro

    WALZERTRAUM

    Aqui d arrozFeijo batataLeito e patarataPassam 18 trens por diaFora os extraordinrios E o trem leiteiroQue leva leite para todos os bebs do Rio de JaneiroApitos antigos apitamSentimentalmenteEu gosto dos santuriosDas viagensE de alguns hotisO Bertolini's em NpolesO d'Angleterre em CaenOnde Brummel morreuO hotl da Viva Fernanda na AparecidaE um hotel sem nomeNa fronteira de PortugalOnde uma mulher bonitaQuis fazer pipiPela primeira vez

  • FIM E COMEO

    A noite caiu com licena da CmaraSe a noite no caseQue seriam dos lampies?

    CIDADE

    Foguetes pipocam o cu quando em quandoH uma moa magra que entrou no cinemaVestida pela ltima fitaConversas no jardim onde crescem bancosSapos OlhaA iluminao de hulha brancaMames esto chamandoA orquestra rabecoa na mata

    BONDE

    O transatlntico mescladoDlendlena e esguisha luzPostretutas e famias sacolejam

    VADIAGEM MSTICA

    Passei quase toda a manh na BaslicaRezando e olhandoVi dois casamentosBentos De fraqueO Sacristo chama-se Seu BentinhoE a gente logo que sai da igrejaCai no rio espraiadoO hoteleiro de meu hotelTem cor de medalha de pescooE conta-me que houve cafezaisNos pastos

  • Nos BambuzaisSe eu me casasseQueria uma orquestraBem besta

    POEMA DA CACHOEIRA

    a mesma estao rente do tremToda de pedra furadinhaMau pai morou alguns anos aquiTrabalhandoUm dia liquidouAtivo passivoCinco galinhasE deram-lhe uma passagem de presentePara que eu nascesse em So PauloComo no houvesse entrada de rodagemEle foi na de ferroComprando frutas pelo caminho

    CARRO RESTAURANTE

    Portugal ao longo do tejoPara dentro de PortugalCasas amontoadas no dia azulUm queijo da EstrelaFigos e estrelasCreme BrasilIndstria VassourenseDoce de leitegua de CaxambuA naturezaSobre a mesa

    NOVA IGUAU

    Confeitaria Trs NaesImportao e Exportao

  • Aougue IdealLeiteria Modernacaf do PapagaioArmarinho UnioNo pas sem pecados

    AGENTE

    Quartos para famlias e cavalheirosPrdio de 3 andaresConstrudo para esse fimTodos de frenteMobiliados a estilo modernoModern Stylegua telefone elevadoresGrande terrao sistema yankeeDonde se descortina o belo panoramaDe Guanabara

    CAPITAL DA REPBLICA

    Temperatura de bolinaO orgulho de ser brancoNa terra morena e conquistadaE a sada para as praias caladasArborizadasA Avenida se abana com as folhas midasDo Pau-BrasilPolticos dormem ao calor do NorteMulheres se desconjuntamBocas lindasSujeitos de olheiras brancasO Po de Acar artificial

  • Carnaval

  • NOSSA SENHORA DOS CORDES

    EvoProtetora do Carnaval em BotafogoMe do rancho vitoriosoNas pugnas de MomoAuxiliadora dos artsticos trabalhosDo barracoPatrona do livro de ouroProteje nosso querido artista PedrinhoComo o chamamos na intimidadePara que o brilhante cortejo Que vamos sobremeter apreciaoDo culto povo cariocaE da Imprensa BrasileiraAcrrima defensora da Verdade e da RazoSejo o mais luxuoso novo e originalE tenha o veredictum unnimeNo grande prlioQue dentro de poucas horasSe travar entre as hostes aguerridasDo Riso e da Loucura

    NA AVENIDA

    A banda de clarinsAnuncia com os seus clangorosos sonsA aproximao do impetuoso cortejoA comisso de frenteCompostaDe distintos cavaleiros de boa sociedadeRigorosamente trajadosE montando fogosos corcis

  • Pede licena de chapu na mo20 crianas representando de vespasConstituem a guarda de honraDa Porta-EstandarteQue precedida de 20 damasFantasiadas de pavoQuando 40 homens do coroConduzindo palmasE artisticamente fantasiados de papoulasAbrem a AlegoriaDo Palcio FloralEntre luzes eltricas

  • Secretrio dos Amantes

  • IAcabei de jantar um excelente jantar116 francosQuarto 120 francos com gua encantadaCheuffage centralVs que estou bem de finanasBeijos e coices de amor

    II

    Basto querido Estou sofrendoSabia que ia sofrerQue tristeza este apartamento de hotel

    III

    Granada triste sem tiApesar do sol de ouroE das rosas vermelhas

    IV

    Mi pensamiento hucia Medina del CampoAhora Sevilla envuelta em oro pulverizadoLos naranjos salpicados de frutosComo uma ddiva a mis ojos enamoradosSin embargo que tarde la ma

  • V

    Que alegria teu rdioFiquei to contenteQue fui missaNa igreja toda gente me olhavaAndo desperdiando belezaLonge de ti

    VI

    Que distncia!No choroPorque meus olhos ficam feios

  • Postes da Light

  • POBRE ALIMRIA

    O cavalo e a carroaEstavam atravancados no trilhoE como o motorneiro se impacientassePorque levava os advogados para os escritriosDesatravancaram o veculoE o animal disparouMas o lesto carroceiroTrepou na boliaE castigou o fugitivo atreladoCom um grandioso chicote

    ANHANGABA

    Sentados num banco da Amrica folhudaO cow-boy e a meninaMas um sujeito de meias brancasPassa depressaNo Viaduto de ferro

    JARDIM DA LUZ

    Engaiolaram o resto dos macacosDo BrasilOs repuxos desfalecem como velhos Nos lagosAlmofadinhas e soldadosGeraes cor-de-rosaPssaros que ningum v nas rvoresInstantneos e cervejas geladas

  • Famlias

    O FERA

    Ei-lo sentado num banco de pedraPlido e polidoComo a Clepatra dos sonetosEspera as pequenas ingnuasQue passam de braosDe bruosJ se esqueceu do retrato na PolciaTem a conscincia tranqila Dum legislador

    FOTGRAFO AMBULANTE

    Fixador de coraesDebaixo de blusaslbum de dedicatrias Marquereau

    Tua objetiva pisca-piscaNamoraOs sorrisos contidoss a glria

    Oferenda de poesias s dzias Tripea dos Logradouros pblicosBicho debaixo da rvoreCanho silencioso do sol

    A PROCISSO

    Os chofers ficam zangadosPorque precisam estacar diante da pequena procissoMas tiram os bons e rezam Procisso to pequenina to bonitinhaPerdida num bolso da cidade

  • BandeirolasOpas verdesCrianas detentoras de primeiros prmiosDe bobiceVo passo a passoBandeirolasOpas VerdesUm andor nos ombros mulatosDe quatro filhas alvssimas de MariaNossa Senhora vai atrsUm milagre de equilbrio Mas que o mais eu gostoNesta procisso o Esprito SantoDouradoPara inspirar os homensDe minha terra BandeirolasOpas verdesO padre satisfeitoDe ter parado o trnsito Com Nosso Senhor nas mosE um dobrado atrs

    ESCOLA BERLITES

    Todos os alunos tm a cara vidaMas a professora sufrageteMaltrata as pobres datilgrafas bonitasE detesta

    The springDer Frhling

    La primavera scapigliataH uma poro de livros para ser compradosA gente fica meio esperandoAs campainhas avisarem As portas se fecham formoso o pavo?De que cor Senhor Seixas?Senhor Lzaro traga-me tintaQual a primeira letra do alfabeto?Ah!

  • ATELIER

    Caipirinha vestida por PoiretA preguia paulista reside nos teus olhosQue no viram Paris nem PiccadillyNem as exclamaes do homensEm Sevilha tua passagem entra brincos

    Locomotivas e bichos nacionaisGeometrizam as atmosferas ntidasCongonhas descora sob o plioDas procisses de Minas

    A verdura no azul klaxonCortadaSobre a poeira vermelha

    Arranha-cusFordesViadutosUm cheiro de cafNo silncio emoldurado

    MSICA DE MANIVELA

    Sente-se diante da vitrolaE esquea-se das vicissitudes da vidaNa dura labuta de todos os diasNo deve ningum que se prezeDescuidar dos prazeres da alma

    Discos a todos os preos

    A EUROPA CURVOU-SE ANTE O BRASIL

    7 a 2

  • 3 a 1A injustia de Cette4 a 02 a 12 a 03 a 1E meia dzia na cabea dos portugueses

    LINHA NO ESCURO

    fita de risadaA crianada hurla como o ventoMas os cotovelos se encontram

    Mos descem na calada da lua quadrngulaEnquanto a orquestra cavalos e letreiros galopam

    Entre saias uma lixa humana se arredendaMas quando amanheceA mulher qualquerDesaparece

    PRONOMINAIS

    D-me um cigarroDiz a gramticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas do bom negro e o bom brancoDa Nao BrasileiraDizem todos os dias Deixa disso camaradaMe d um cigarro

    BIBLIOTECA NACIONAL

    A Criana AbandonadaO Doutor Coppelius

  • Vamos com EleSenhorita PrimaveraCdigo Civil BrasileiroA arte de ganhar no bichoO Orador PopularO Plo em Chamas

    O COMBATE

    O altofalante parece um palhaoMexem toalhasNo ringue verde e amareloBenedito ataca e colocaDiretos direitosA rdio bandeirantes cinematiza a cem lguasVamos gritarLevou s cordas o brancoEspatifemos as palhetas no arMais umQue bichoDesfaleceuSob o cu que uma bandeira azul

    Grandes cgados eltricos processionamA noite caiComo um swing

    APERITIVO

    A felicidade anda a pNa praa Antnio PradoSo 10 horas azuisO caf vai alto como a manh de arranha-cus

    Cigarros TietAutomveisA cidade sem mitos

  • IDEAL BANDEIRANTE

    Tome este automvelE v ver o Jardim New-GardenDepois volta Rua da Boa VistaCompre o seu loteRegiste a escrituraBoa firme e valiosaE more nesse bairro romnticoEquivalente ao clebreBois de BoulognePrestaes mensaisSem juros

    O GINSIO

    Escutai o tenor boxeur Romo GonalvesDesafiador sem medo de Spalla e BeneditoTreinador de Jack Jahnson e do bravo CarpentierConforme a fotografiaVinde todos Rua Padre Joo ManuelNa PenhaTreinar ao ar livreAs senhoritas encontraroA Exma. Sra. Carlota Argentina boxistaE os marmanjos vero RomoDetentor do record do mundoDe cantar e nadar vestido ao mesmo tempoAcompanhado por uma banda de msicaComo se pode ver no cinema E diante dos Reis da BlgicaE outros reis

    DIGESTO

    A couve mineira tem gosto de bife inglsDepois do caf e da pingaO gozo de acender a palhaEnrolando o fumo

  • De Barbacena ou de GoisCigarro cavado Conversa sentada

    RECLAME

    Fala a graciosa atrizMargarida Perna Grossa

    Linda cor que admirvel looConsidero lindacor o complementoDa toalete feminina da mulherPelo seu perfume agradvelE como tnico do cabelo garoneSe entendam todas com Seu Fagundesnico depositrioNos E. U. Do Brasil

    BENGAL

    Bicos elsticos sob o jrseiUm maxixe escorrega dos dedos morenosDe GilbertaJanelaSotas e azes desertaram o cu das estrelas de rodagemO piano fox-trotaDomingalizaUm galo conta no territrio do terreiroA campainha telefonaCretonesO cinema dos negcios Planos de comprar uma fordO piano fox-trotaJanelaBondes

  • PASSIONRIA

    Meu amigo Foi-me impossvel vir hojePorque Armando veio comigoComo se foras tuNecessito muito de algum dinheiroArranja-moDeixo-te um beijo na portaDe garonnireE sou a sinceridade

    HPICA

    Saltos recordsCavalos da PenhaCorrem jqueis de HigienpolisOs magnatasAs meninasE a orquestra tocaChNa sala de cocktails

  • Roteiro das Minas

  • CONVITE

    So Joo del ReiA fachada do CarmoA igreja branca de So FranciscoOs morrosO crrego do Lenheiro

    Ide a So Joo del ReiDe tremComo os paulistas foramA p de ferro

    IMUTABILIDADE

    Moa bonita em pencaSete-lagoasSabarCaetsO crrego que ainda tem ouroEntre a estao e a cidadeE o mequetrefeVai tocar viola nas vendasPorque a bateia est ali mesmo

    TRAITUBA

    O sobrado parecia uma igrejaCurraisE uma e outra rvorePara amarrar os bois

  • O pomar de toda frutaE a passarinhadaJo na roa de milhoCarros de fumo puxados por 12 boisCodorna tucano perdiz arapongaJacu nhambu juriti

    SEMANA SANTA

    A matraca alegreDebaixo do cu de comemoraoDiz que a Tragdia passou longeO Brasil onde o sangue corre E o ouro se encaixaNo corao da muralha negraRecortadaLaminadaVerde

    PROCISSO DO ENTERRO

    A Vernica estende os braosE cantaO plio parouTodos escutamA voz na noiteCheia de ladeiras acesas

    SIMBOLOGIA

    Abrao tem bigodes pretosA sabia que Deus colocava o Anjo atrs deleIsaac inocente e pequeno e nuzinhoOs homens que carregam o caixoEsto todos de brancoE descalos

    O soldado romano

  • zangadssimoE tem cabelo na cara

    O padre saiu para a ruaDe dentro de um quadro antigo

    SO JOS DEL REI

    BananeirasO SolO cansao da ilusoIgrejasO ouro na serra de pedraA decadncia

    SBADO DE ALELUIA

    Serpentes de fogo procuram morder o cuE estouramA praa pblica est cheiaE a execuo espera o arcebispoSair da histria colonial

    Longe vai tempo soltaram a luaComo um balo de dentro da serra

    Judas balana cado numa rvoreDo cu doirado e altssimo

    JardinsPalmeirasNegros

    BUMBA MEU BOI

    DescolocadoArrebentadoVai sa

  • A companhia do arraiDa Boa Sorte

    Sob o estandarteA tourada danaNa msica noturna

    RESSURREIO

    Um atropelo de sinos processionaisNo silncioL fora tudo volta especulosa tranqilidade de Minas

    MENINA E MOA

    Gostei de todas as festasPorque esse negcio de missaE procisso s para os olharesVou agora triste no tremCom aquela paixoNo coraoVou emagracerJunto s palmeirasMalditas Da fazenda

    CASA DE TIRADENTES

    A InconfidnciaNo Brasil do ouroA histria morta Sem sentidoVazia como a casa imensaMaravilhas coloniais nos tetosA igreja abandonadaE o sol sobre muros de laranja

  • Na paz do capim

    CHAGAS DRIA

    Picassos na parede brancaE mais nadaSob o teto de caixesMas na sacristiaUma imagem barbudaArregalada de santidadeMas espera como uma criana de colo

    MAPA

    IbitirunaCampos sertanejosCarmo da MataTartriaE a mquina de brincadeiraQue corre dois diasAtrs da barra do Paraopeba

    CAPELA NOVA

    Salo MocidadeHotel do ChicoUma igreja velha e cor-de-rosaNa decorao dos bananaisDos coqueirais

    DOCUMENTAL

    o Oeste no sentido cinematogrficoUm pssaro caoa do tremMaior do que eleA estao prxima chama-se Bom Sucesso

  • Floresta colinas cortesE sbito a fazenda nos coqueirosEm grupo de meninas entra no filme

    PAISAGEM

    Na atmosfera violeta A madrugada desbotaUma pirmide quebra o horizonteTorres espirram do cho ainda escuroPontes trazem nos pulsos rios bramindoEntre fogosTudo novo se desencapotando

    LONGO DA LINHA

    CoqueirosAos doisAos trsAos grupos Altos Baixos

    SANTA QUITRIA

    Palmas imensasSobem dos caules ocultosCercas e cavalosa raa que se apruma

    APROXIMAO DA CAPITAL

    Trazem-nos poemas no tremAzuis e vermelhosComo a terra e o horizonte um hotel rigorosamente familiar

  • Que oferece vantagens reaisAos dignos forasteirosHavendo o mximo escrpulo na direo da cozinha

    Casas defendem o vosso prprio interesseProporcionando-vos uma economiaDe 2$000, de 3$000ImpermeveisBorzeguinsPijamas

    BARREIRO

    Estradas de rodagemE o canto dos meninos azuis da GameleiraA paisagem nos abraaPontesAlvenariaNinhosPassarinhosA escola e a fazenda de duzentos anos

    CANO DO VIRA

    Coa comade podePodeQu o quAfincaAfinca

    LAGOA SANTA

    guas azuis no milagre dos matosUm cemitrio negroRuas de casas despencando a piqueNo cu refletido

  • VIVEIRO

    Bananeiras monumentaisMas no primeiro plano O cachorro maior que a meninaCor de ouro fosco

    As casas do vale So habitadas pela passarada matinalQue grita de longeJunto CapelaH um pintorMarcolino de Santa Luzia

    SABAR

    Este crrego h trezentos anosQue atrai os faiscadoresDebaixo das serrasNo fundo da bateia lavadaO sol brilha como ouroOutrora havia negros a cada metro de margemPara virar o rio metlicoQue ia no dorso dos burrosE das caravelasBorda GatoOs paulistas trados SacrilgiosO vento

    OURO PRETO

    Vamos visitar So Francisco de AssisIgreja feita pela gente de MinasO sacristo que vizinho de Maria Cana-VerdeAbre e mostra o abandonoOs plpitos do AleijadinhoO teto do Atade

  • Mas a dramatizao finalizouLadeiras do passadoEsquartejamentos e conjuraesSob o ItacolomiNos poos mecnicos policiadosDa PassagemE em alguns maus alexandrinos

    S o Morro da QueimadaFala do Conde de Assumar

    CONGONHAS DO CAMPO

    H um hotel novo que se chama YorkE l em cima na palma da mo da montanhaA igreja no crculo arquitetnico dos PassosPainis quadros imagensA religiosidade no sossego do solTudo puro como o Aleijadinho

    Um carro de boi canta como um rgo

    OCASO

    No anfiteatro de montanhasOs profetas do AleijadinhoMonumentalizam a paisagemAs cpulas brancas dos PassosE os cocares revirados das palmeirasSo degraus da arte do meu pasOnde ningum mais subiu

    Bblia de pedra saboBanhada de ouro das minas

  • Lide Brasileiro

  • CANTO DO REGRESSO PTRIA

    Minha terra tem palmaresOnde gorjeia o mar Os passarinhos daquiNo cantam como os de l

    Minha terra tem mais rosasE quase que mais amoresMinha terra tem mais ouroMinha terra tem mais terra

    Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de lNo permita Deus que eu morraSem que volte para l

    No permita Deus que eu morraSem que volte para So PauloSem que veja a Rua 15E o progresso de So Paulo

    TARDE DE PARTIDA

    Casas embandeiradasDe janelasDe LisboaTerremoto azulFixadoNos nevoeiros histricosO teu velho verdeCrepita de verduraE de faris

  • Para o adeus da ptria quinhentistaE o acaso dos Brasis

    CIELO E MARE

    O marCanta como um canrioUm compatriota de boa famliaEmpanturra-se de usqueNo barFamlias tristesAlguns gigols sem efeitoEu jogoEla jogaO navio joga

    O CRUZEIRO

    Primeiro farol de minha terraTo alto que parece construdo no cuCruz imperfeitaQue marcas o calor das florestasE os discursos de 22 cmaras de deputadosSilncio sobre o mar do EquadorPerto de Alfa e de BetaPerdo dos analfabetos que contam casosAcaso

    ROCHEDOS SO PAULO

    Everest da AtlnticaVanguarda calcinada do Brasil Ponto geocntrico eriadoContra as escarpas das ondasDo AmazonasPoleiro de Gago Coutinho

  • FERNANDO DE NORONHA

    De longe pareces uma catedralGravando a latitudeTerra habitada do marPela minha genteEntre contrafortes e penedos vulcnicosUma ladeira coberta de matoIndica muro branco de cemitrioA igrejaQuatro antenasLevantadas entra a Europa e a AmricaUm farol e um cruzeiro

    RECIFE

    DesenvolturaAtrao sinuosaDe terra pernambucanaTudo se enlaaE absorve em tiRetilneaCana de acarDobradaPara deixar mais altaOlinda PlantadaSobre uma onda lindaDo mar pernambucano

    Mas os guindastesSo canhes que ficaramEm memriaDa defesa da PtriaContra os holandeses

    ChaminsPalmares do caisPerpendiculares aos hangarsE s boas negras d'leoBaluarte do progresso

  • Pare renderOs velhos fortesCarcomidosPelos institutos histricos

    Na paisagem guerreira Os coqueiros se empenachamComo guerreiros em festa

    Ruas imperiais Palmeiras imperiaisPontes imperiaisAs tuas moradiasVestidas de azul e de amareloNo contradizemOs prazeres civilizadosDa Rua NovaNos teus paraleleppedosOs melhores do mundoOs automveisDo Novo MundoCortam as pontes ancestraisDo Capiberibe

    DesenvolturaConcreto sinuosoQue liga o arranha-cu bno das tuas igrejasVelhasDe abenoar

    A gente corajosaDe Pernambuco

    ESCALA

    Sob um solzinho progressistaH gente parada no caisVendo um guindasteDar tiro no cu

  • VERSOS BAIANOS

    Tua orla BahiaNo benefcio destas guas profundasE o mato encrespado do Brasil

    Uma jangada leva os teus homens morenosDe chapu de palhaPelos campos de batalhaDa Renascena

    Este mesmo mar azulfeito para as descidasDos hidroplanos de meu sculoFreqentado rendez-vousDe Holandeses de Condes e de PadresQue Amaralina atualizaPostes das saudades transatlnticasRiscando o ocre fotogrficoEntre Itapo e o farol tropical

    A bandeira nacional agita-se sobre o Brasil A cidade alteia cpulasTorres coqueirosrvores transbordando em mangas rosasAt os navios encoradosForte de So MarceloPanela de pedra na histria colonialCozinhando palmas

    E as tuas ruas entreposto de Mundoe os teus sertanejos asfaltadosE o teu ano de igrejas diferentesCom um grande dia santoCatedral da BahiaGenuflexrio dos primeiros potentadosConfessionrio dos inquisidoresCatedral

    Es o fim do roteiro de Robrio Dias Romance de AlencarEncadernado em ouroPor dentro

  • Mais grandiosa que So PedroCatedral do Novo Mundo

    Passa uma ioleCom remadores brancosNo ocaso indigesto De Itaparica

    NOITE NO RIO

    O Po de Acar Nossa Senhora da AparecidaCoroada de luzesUma mulata passa nas AvenidasComo uma rainha de palcoTalcoFcilrvores sem empregoDormem de pH um milho de maxixesNa preguiaQuem vem do fundo da colniaDo marDa beleza de Dona GuanabaraPaixes de ferieO Minas Gerais pisca para o Cruzeiro

    ANNCIO DE SO PAULO

    Antes da chegadaAfixam nos offices de bordoUm convite impresso em inglsOnde se contam maravilhas de minha cidadeSometimes called the Chicago of South America

    Situada num planalto2 700 ps acima do marE distando 79 quilmetros do porto de SantosEla uma glria da Amrica contemporneaA sua sanidade perfeita

  • O clima brando E se tornou notvelPela beleza fora do comumDa sua construo e da sua flora

    A Secretaria da Agricultura fornece dadosPara os negcios que a se queiram realizar

    CONTRABANDO

    Os alfandegueiros de SantosExaminaram minhas malasMinhas roupasMas se esqueceram de verQue eu trazia no coraoUma saudade feliz De Paris

    Laus Deo