O_uso_de_assistentes
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RECONHECIMENTO MEC DOC. 356 DE 31/01/2006 PUBLICADO EM 01/02/2006 NO DESPACHO 196/2006 SESU
DEMÓSTENES NEVES DA SILVA
O USO DE SECRETÁRIOS POR ELLEN WHITE: UM BREVE ESTUDO
Cachoeira 2006
DEMÓSTENES NEVES DA SILVA
O USO DE SECRETÁRIOS POR ELLEN WHITE: UM BREVE ESTUDO
Trabalho revisado, editorado e formatado no segundo semestre de 2006. Arquivo nº 06093
Cachoeira 2006
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Resposta a um artigo no qual se critica o uso de secretários e
citações de fontes por parte de Ellen G. White no livro Desejado de todas as nações.
Esse livro publicado em dezenas de idiomas e com mais de 800
páginas é uma abordagem excepcional sobre a vida de Jesus. No entanto, o fato de
sua autora ser considerada como inspirada por Deus pela Igreja Adventista do
Sétimo Dia têm suscitado muitos questionamentos quanto ao processo de produção
desta e outras obras de Ellen G. White.
Já foram produzidos muitos materiais respondendo satisfatoriamente
às perguntas que se seguem e alguns deles são indicados ao final desta resposta.
O material que nos foi enviado constitui-se de uma série de
questionamentos que estão sintetizados na pergunta abaixo:
1.1 PERGUNTA:
Pode um autor considerado inspirado citar e usar fontes de autores
religiosos e seculares ou mesmo de outros também inspirados? Por que o uso de
outras fontes por parte de Ellen White não obedece aos critérios modernos das leis
de direitos autorais? Houve inspiração verbal (palavra por palavra) no material
inspirado ou é a idéia que é inspirada, podendo ser expressa de formas diferentes?
1.2 RESPOSTAS:
A crítica feita pelo texto ao Desejado de todas as nações (DTN) trata
de uma questão básica que tem sido razão de conflito para algumas pessoas: a
produção dos escritos inspirados. O motivo da inquietação deve-se ao fato de não
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entenderem adequadamente a questão da produção e reprodução de escritos
inspirados, o que envolve questões lingüísticas e outras ligadas ao conceito de
Inspiração e Revelação.
Desde o início do movimento adventista as primeiras visões de Ellen
White foram alvo de aceitação e rejeição por parte de pessoas que tinham idéias
diferentes da questão. No seio da IASD o assunto amadureceu gradativamente
como, aliás, ocorreu com as demais doutrinas.
Muitas discussões já foram feitas sobre a inspiração profética de
Ellen White. Algumas parciais e outras mais aprofundadas. É preciso que, para que
sejamos honestos, nos reportemos aos materiais sobre Ellen White, nos quais a
pesquisa já se encontra em fase de conclusão. Tomar textos parciais ou artigos
(como o caso desse artigo sobre o DTN) como a palavra final sobre a questão, é
estar muito ansioso para chegar a conclusões que podem não ser verdadeiras.
Além do mais, o fato de a igreja publicar em revistas, livros e outros
meios de divulgação os estudos e pontos de vista de pesquisadores da igreja sobre
Ellen White, demonstra (ao contrário da insinuação de ocultamento de informações
que esse material sobre o DTN faz) que a igreja agiu com transparência nesta
questão.
O fato de uma discussão ou outra, ou de um artigo ou outro sobre
este ou qualquer tema doutrinário não vir a público para divulgação geral, decorre de
fatores diversos e que não seria honesto especular com base em declarações
isoladas. Materiais podem não ter sido publicado devido a serem inconclusivos,
controvertidos ou por serem pontos de vistas particulares, por exemplo. De qualquer
forma os materiais conclusivos estão publicados trazendo a questão na sua fase de
discussão final.
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O importante é que ao longo da sua história a igreja tem divulgado
as discussões e conclusões de estudos doutrinários e, após votação na assembléia
da Associação Geral, divulgado a decisão oficial da igreja.
A doutrina da igreja não é a opinião isolada deste ou daquele
pesquisador ou teólogo. Também não é a postura independente de líderes ou
membros da igreja. A doutrina em si não é também a sua fase intermediária antes de
seu amadurecimento. A doutrina é a forma elaborada da crença fundamentada nas
Escrituras Sagradas. Desse modo, o artigo sobre o DTN, serve como exemplo e
contém (e mesmo assim sob a ênfase particular e direcionamento tendencioso do
autor) apenas alguns dentre muitos outros trabalhos de investigação e opiniões que
compuseram todo o processo histórico de amadurecimento da doutrina do dom
profético manifestado no ministério de Ellen G. White, segundo o ensino da IASD.
A pessoa pode, honestamente, aceitar ou rejeitar a inspiração
profética de Ellen White e seus escritos simplesmente por não considerar que está
suficientemente seguro para isso. No entanto, a meu ver, as dúvidas normalmente
apresentadas nascem do preconceito contra um escritor inspirado pelo fato de ser
moderno por parte de alguns e da frustração de outros por não encontrar em Ellen
White o apoio para suas idéias particulares. O caminho dessas pessoas,
normalmente, é tentar desacreditar suas declarações em duas abordagens: ou
procurando demonstrar que a igreja os teria modificado ou (como esse expediente
não é bem sucedido) desacreditar sua obra inspirada como um todo.
Dois aspectos, especialmente, entre outros, deveriam ser
considerados por aqueles que questionam a credibilidade dos livros de Ellen White:
1. A elaboração do texto da Bíblia encontra paralelo
impressionantemente próximo com a elaboração dos textos de Ellen
White. O uso de colaboradores e outras fontes não indicam ausência
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de inspiração divina e nem desautorização do texto.
a) Ellen White usou secretários e colaboradores. Mas, o mesmo
ocorreu com as Escrituras Sagradas: Pedro (Silvano/Silas I Ped. 5:12) e Paulo
(Tércio – Rom. 16:22 e Sóstenes – I Cor. 1:1) usaram secretários e Jeremias
também (Baruque – Jer. 36:4-6, 17, 18, 27, 32). (mais detalhes em 101 questões
sobre o santuário e Ellen White, 138-142).
b) Ellen White usou fontes religiosas e seculares na composição de
seus escritos. Ora, os autores tanto do AT como do NT fizeram o mesmo,
amplamente. (Ibidem)
c) Ellen White usou material religioso e não religioso sem indicar as
fontes, pois isso não era requerido na época nas mesmas condições e critérios de
hoje. Também os escritores bíblicos citaram e copiaram material religioso e não
religioso amplamente sem indicar de quem e nem de onde tiraram o material,
simplesmente porque nos seus dias não se usava o critério que se exige atualmente
em termos de direitos autorais. Seriam os escritores bíblicos plagiários? Claro que
não.
d) Ellen White é acusada de falta de autenticidade profética devido a
muitas partes do seu material serem resultado de pesquisa em outras fontes. O que
dizer de Lucas que “pesquisou” para o seu evangelho? (Luc. 1:1-4). Seria menos
inspirado por isso? E há outros escritores bíblicos que fizeram o mesmo.
e) Até mesmo autores não adventistas comungam do pensamento
apresentado até aqui. “A Bíblia faz uso de documentos não-bíblicos, como o livro de
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Jasar (Js 10:13; 2Sm 1:18), o livro de Enoque (Jd 14) e até o poeta Epimênedes (At
17:28). Somos informados de que muitos dos provérbios de Salomão haviam sido
editados pelos homens de Ezequias (Pv 25:1). Lucas reconhece o uso de muitas
fontes escritas sobre a vida de Jesus, na composição de seu próprio evangelho (Lc
1:1-4).” (Introdução Bíblica – Como a Bíblia chegou até nós, 23).
2. A forma como o texto dos livros e outros materiais de Ellen White
foram produzidos, bem como a Bíblia, nada tem a ver com a inspiração verbal
(palavra por palavra como um ditado). Cremos que o conceito bíblico e expresso
pela própria Ellen White, o qual se encontra em nossa declaração de fé, é o conceito
dinâmico (conf. O testemunho de Jesus, 86, 87). Deus inspirou o profeta e não as
palavras e fez isso enchendo o profeta de pensamentos. Essa concepção descarta a
hipótese ingenuamente defendida por tantos no seu ataque aos escritos de Ellen
White devido às variações e atualizações na redação, sem considerar que o
importante é o sentido ou idéia do texto (conf. O Testemunho de Jesus, cap. 14).
Além disso, ao se traduzir ou compilar os escritos de Ellen White, por razões
circunstanciais, próprias da imperfeição humana, é natural que ocorram seleções de
parágrafos e porções que destoem do contexto ou erros de tradução e reprodução.
O mesmo ocorre com a Bíblia (o que tem sido corrigido com revisões) sem que isso
implique em deliberada intenção de modificar a mensagem.
A prova disso é que os erros são isolados, aleatórios e ocorrem sem
eleição definida desta ou daquela doutrina ou tema abordado. Portanto, falhas
naturais na transmissão do texto. A própria Bíblia é pródiga em falhas na
transmissão do texto: erros de copistas, deslocamento de palavras e frases e, pior
do que em Ellen White, interpolação e omissões significativas (embora sem afetar o
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cerne da mensagem de salvação). E o que dizer das inúmeras versões e traduções
com redações diferentes para o mesmo versículo? Deveríamos desacreditar e
difamar a autenticidade da Bíblia dizendo que foi adulterada e não é mais digna de
crédito devido a tais ocorrências? O bom senso indica que a Bíblia é digna de
confiança apesar de os casos de omissão e interpolações serem numerosos, sendo
necessário uma verdadeira ciência dedicada a ajuntar-lhe as peças como um quebra
cabeça e comprovar a sua credibilidade (tarefa da Crítica Textual). Esse fenômeno
ocorre com qualquer literatura que seja copiada, traduzida ou passe por atualização.
Esse assunto, no que se refere à Bíblia, é explicado de forma prática por vários
autores na disciplina de Introdução á Bíblia. Por exemplo: Introdução bíblica – como
a Bíblia chegou até nós, de autoria de Norman Geisler e William Nix, capítulo 14 e,
especialmente, no 15.
O DTN tem a marca da originalidade que supera as fontes de onde
provieram empréstimos, como cada livro da Bíblia, que é superior às fontes externas
de onde tomou empréstimos. Deus toma o já existente e lhe dá o cunho de Sua
originalidade divina. Quem ler o DTN logo perceberá que é uma obra que possui
personalidade própria devido ao seu vigor, beleza e apelo espiritual que faz ao
coração do leitor. O mesmo se pode dizer de outras obras de Ellen White. Portanto,
usar eventuais falhas de redação, tradução e reprodução, como mencionamos, para
desacreditar os escritos de Ellen White (e o mesmo se aplica ao empréstimo de
material de outras fontes) é incorrer na rejeição de todo e qualquer escrito inspirado
e isso inclui a própria Bíblia.
Sei que você parece decepcionado com alguma coisa que o levou a
ter uma atitude de rejeição em relação à igreja e, em seguida, suas doutrinas, mas
não permita que mágoas e rancores fruto dos erros humanos afetem sua fé. Estou
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plenamente certo que as doutrinas da igreja são bíblicas e corretas. Nós é que
fraquejamos devido a nossa imperfeição. Estou orando por você e sua família.
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REFERÊNCIAS
DOUGLASS, Herbert E. A mensageira do Senhor. Tatuí, SP, CPB, 2001. 372-465. (toda seção VI).
GEISLER, Norman e William Nix. Introdução bíblica-como a Bíblia chegou até nós. SP, Vida, 1997.
OLSON Robert W. 101 questões sobre o santuário e sobre E. White. 2ª. Ed. Instituto de Pesquisas Ellen G. White. Instituto Adventista de Ensino, 1988. 46-147.
REBOK, Denton E. Crede em seu profetas. Tatuí, SP, CPB, 1998.
WHITE, Ellen G. Mensagens Escolhidas. Vol. I. Santo André, SP, CPB, 1985. 15-76. (toda seção I)
WHITE, Ellen G. Notas e manuscritos de E. G. White. Centro de Pesquisas E. G. White, IAE, SP, s/d. (Início dos capítulos: págs. 1, 9, 22, 29, 46, 55, , 108, 119, 127, 134, 139, 142)
WILCOX, Francis M. O testemunho de Jesus. Santo André, SP, CPB, 1964.
DEDUC
www.doutrinaadventista.com.br
www.salt.edu.br