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Outubro 2005 | FidelidadESPÍRITA

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SUMÁRIO

4 CURIOSIDADE

O QUE SÃO TORNADOS?Como são formados os tornados e a visãoespírita sobre a destruição provocada poresses fenômenos da natureza

10 APRENDIZADO

IMOBILIÁRIA ESPIRITUAL

O propósito d reunião de vibraçõesespirituais

14 CAPABRUXAS: AS MULHERES EM CHAMASBruxaria e Inquisição - visão espírita

22 REFLEXÃO

INTUIÇÃO OU INSPIRAÇÃO

Definição de intuição e inspiração

24 MENSAGEM

UMA LIÇÃO

O esclarecimento do espírito desencarnadoacerca do sofrimento e da tragédia terrena.

27 COM TODAS AS LETRAS

SOM IGUAL LEVA A ERROS GRAVES

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

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Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Rua Luís Silvério, 120 – Vila Marieta 13042-010 Campinas/SPCNPJ: 01.990.042/0001-80 Inscr. Estadual: 244.933.991.112

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Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” – Depto. Editorial

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Rafael Dimarzio

Rodrigo Lobo

Sandro Cosso

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Zilda Nascimento

Jornalista Responsável

Renata Levantesi (Mtb 28.765)

Editoração

Rafael Augusto D. Rossi

Fernanda Berquó Spina

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Zilda Nascimento

Administração e Comércio

Elizabeth Cristina S. Silva

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O Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” responsabiliza-se

doutrinariamente pelos artigos

publicados nesta revista.

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

CURIOSIDADE

O que são Tornados?

Atualmente o alerta de um tornado

é de 13 minutos em média

O tornado é uma colu-na de ar giratória quese estende desde as

nuvens cúmulos-nimbos e desce

até o chão. A dinâmica de um tor-

nado ainda não é bem compreen-

dida pela ciência. Dados de radar,

balões atmosféricos e sondas forne-

cem apenas parte das informações

para compreender sua dinâmica,

ele continua sendo o buraco negro

da meterologia, mas há certos in-

gredientes essenciais, conhecidos:

uma coluna de ar ascendente de

ar quente e úmido próximo ao solo,

ar mais frio numa altitude mais ele-

vada e as chamadas tesouras de

vento, ou seja, ventos de diferen-

tes velocidades que se cruzam em

várias direções e altitudes. Essas

condições produzem um

mesotornado, uma maciça coluna

de ar em rotação que gera a maio-

ria dos tornados. O mesotornado faz

parte de uma tempestade

convectiva ainda maior – com uma

base de nuvens em baixa altitude e

poderosas correntes de ar em as-

censão. Uma convectiva pode ter

de 15 a 30 quilômetros de exten-

são e 18 mil metros de altura – o

dobro do monte Everest. É uma

escala que faz o tornado em si pa-

recer não mais do que uma cau-

da carregada de energia.

Apenas uma tempestade em

cada mil se torna uma convectiva,

e só uma em cada cinco ou seis

convectivas gera um tornado.

Atualmente o alerta de um tor-

nado, ou seja, o tempo que uma

família dispõe para escapar da ca-

tástrofe, juntando pertences es-

senciais e se refugiando no porão

ou num abrigo é de 13 minutos

em média. A maioria dos alertas

depende das 121 estações de ra-

dar do Serviço Nacional de

Meterologia, mas um radar atmos-

férico pode perder o nascimento

de um tornado nos cinco a seis

minutos que demora para o único

raio de um radar varrer todo o

território a seu alcance.

Como eles se formam?

Como já afirmado o tornado é

um buraco negro da meterologia.

Uma forma de tentar compreen-

der tais fenômenos é estuda-los

bem de perto, assim, com desta-

que para o hemisfério norte, há

Cúmulo-nimbo: nuvem

núncia de trovoadas, de

aspecto fibroso (por causa da

presença de cristais de gelo),

constituída de um ou vários

elementos que lembram

grandes torreões cujas bases

se emendam umas às outras, e

que pode estender-se

verticalmente de 1000 a

6000m acima do solo.

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CURIOSIDADE

Os tornados sobem alto no céu, mas

os ventos próximos ao solo são vitais

para o seu surgimento

uma simbiose entre os

meterologistas especializados e os

caçadores de tornados amadores,

mas que se dedicam seriamente ao

novo esporte.

Caminhonetes equipadas com

super radares são capazes de inter-

ceptar as tempestades e estudar

bem de perto sua estrutura oculta.

Há também sondas metálicas de 20

quilos, apelidadas de tartarugas,

que parecem discos voadores, e que

com sensores embutidos medem a

velocidade e direção de um torna-

do, além de pressão atmosférica,

umidade e temperatura. Também

há sondas em forma de pirâmide

que abrigam câmera de vídeo e três

câmeras fotográficas de 35 mm.

Há algumas conclusões a ciên-

cia já conseguiu chegar sobre este

assunto.

O tornados sobem alto no céu,

mas os ventos próximos ao solo são

vitais para o seu surgimento.

Uma simulação em computador

feita por Steve e David Lewellen,

da Universidade de Virgínia Oci-

dental, demonstra o corte de um

mesotornado que suga o ar quente

e úmido da região em torno e o im-

pulsiona para cima com uma forte

corrente ascendente. Enquanto os

ventos de superfície que alimentam

a corrente ascendente supram livre-

mente, não se forma o funil. Mas,

se esses ventos forem cortados por

uma corrente descendente fria, por

exemplo, a massa de ar em rotação

ao redor se contrai e ganha veloci-

dade, gerando um tornado.

Quanto mais cai e se estreita o

vórtice, mais rápido gira o tornado.

Mas a pressão baixa na superfície

pode reverter o fluxo do ar no cen-

tro. A corrente ascendente vira des-

cendente e isso dissipa o tornado.

O vórtice (boca do cone mais

próxima ao solo) é a área de maior

velocidade. Em certa condições, os

ventos próximos à superfície podem

exceder a velocidade do som (331

metros por segundo).

É muito difícil medir os ventos e

a potencia de um tornado, assim os

cientistas os classificam segundo os

estragos que causam. Há, desta for-

ma, a Escala Fujita, criada por Ted

Fujita, da Universidade de Chicago:

Escala Fujita Km/h

F5 Incrível ...................... 420-512

F4 Devastador ................. 333-419

F3 Grave ......................... 254-332

F2 Considerável .............. 182-253

F1 Moderado ................. 117-181

F0 Ventania .................... 64-116

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

A ONU estimou que as perdas com o

Katrina podem chegar a 25 bilhões de

dólares

CURIOSIDADE

Regiões mais atingidas

Os Estados unidos sofrem mais

ataques de tornados do que qual-

quer outro país. Todos os anos cer-

ca mil twisters atingem a região

quando as correntes de ar quente

e úmido, vindas do golfo do Méxi-

co, se chocam com o ar frio e seco

que sopra para leste, partindo das

Montanhas Rochosas. Mas os

meterologistas alertam que os tor-

nados ameaçam todo o planeta,

onde houver ventos quentes e úmi-

dos soprando sobre uma massa con-

tinental.

No final de outubro deste ano,

mas uma vez os Estados Unidos, foi

o furacão Katrina, que atingiu a

região de Lousiana, Nova Orleans,

Mississipi e Alabama. O Katrina

deverá entrar para o registro ofici-

al como um furacão categoria F4,

porque seus ventos diminuíram um

pouco abaixo do limite de 248 Km/h.

O Katrina não pode ser compa-

rado por exemplo ao tsunami de

dezembro de 2004, no que diz res-

peito aos custos humanos, todavia

economicamente, tal tempestade,

que devastou Nova Orleans e ou-

tras partes dos EUA pode facilmen-

te ultrapassar o estrago de desas-

tres naturais mais recentes.

A ONU estimou os custos do

tsunami em 10 bilhões de dólares,

enquanto as perdas com o Katrina

podem chegar a 25 bilhões de dó-

lares. Dezenas de milhares de ca-

sas e lojas foram destruídas, mas de

78 mil pessoas foram levadas para

abrigos de emergência e o número

de mortos já chegou a pelo menos

200.

Em 24 de junho de 2003, todo o

vilarejo de Manchester, estado ame-

ricano de Dakota do Sul, sacode.

Naqueles dia, quase 70 tornados

sugiram de uma onda de tempesta-

des no estado de Dakota do Sul.

Na escala Fujita, o furacão que ar-

rasou Manchester foi classificado

como Devastador, a coluna negra

de 800 metros de largura e os ven-

tos chegam a 320 Km/h.

Só nos EUA os tornados causam

danos de cerca de 400 milhões de

dólares por ano. É impossível evitar

que surjam, mas com a ajuda de

cientistas e caçadores, os

meterologistas já compreendem

melhor a dinâmica dos tornados,

podendo alertar a população com

antecedência.

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A destruição é uma necessidade para

a regeneração moral dos Espíritos

CURIOSIDADE

737. Com que fim fere Deus a

Humanidade por meio de flagelos

destruidores?

Para fazê-la progredir mais de-

pressa. Já não dissemos ser a des-

truição uma necessidade para a re-

generação moral dos Espíritos, que,

em cada nova existência, sobem

um degrau na escala do aperfeiço-

amento? Preciso é que se veja o

objetivo, para que os resultados

possam ser apreciados.

Somente do vosso ponto de vista

pessoal os apreciais; daí vem que os

qualificais de flagelos, por efeito do

prejuízo que vos causam. Essas sub-

versões, porém, são freqüentemente

necessárias para que mais pronto se

dê o advento de uma melhor ordem

de coisas e para que se realize em al-

guns anos o que teria exigido muitos

séculos.

738. Para conseguir a melhora

da Humanidade, não podia Deus

empregar outros meios que não os

flagelos destruidores?

Pode e os emprega todos os dias,

pois que deu a cada um os meios

de progredir pelo conhecimento do

bem e do mal. O homem, porém não

se aproveita desses meios.

Necessário, portanto, se torna que

seja castigado no seu orgulho e que

se lhe faça sentir a sua fraqueza.

a) — Mas, nesses flagelos, tan-

to sucumbe o homem de bem como

o perverso. Será justo isso?

Durante a vida, o homem tudo

refere ao seu corpo; entretanto, de

maneira diversa pensa depois da

morte. Ora, conforme temos dito,

a vida do corpo bem pouca coisa é.

Um século no vosso mundo não

passa de um relâmpago na eterni-

dade. Logo, nada são os sofrimen-

tos de alguns dias ou de alguns

meses, de que tanto vos queixais.

Representam um ensino que se vos

dá e que vos servirá no futuro.

Os Espíritos, que preexistem e

sobrevivem a tudo, formam o mun-

do real. Esses os filhos de Deus e o

objeto de toda a sua solicitude. Os

corpos são meros disfarces com que

eles aparecem no mundo. Por oca-

sião das grandes calamidades que

dizimam os homens, o espetáculo é

semelhante ao de um exército cujos

soldados, durante a guerra, ficas-

sem com seus uniformes estragados,

rotos, ou perdidos.

O general se preocupa mais com

seus soldados do que com os uni-

formes deles.

b) — Mas, nem por isso as víti-

mas desses flagelos deixam de o ser.

Se considerásseis a vida qual ela

é e quão pouca coisa representa com

relação ao infinito, menos impor-

tância lhe daríeis. Em outra vida,

essas vítimas acharão ampla com-

Vejamos o que diz o Espiritismo acerca desses

FLAGELOS DESTRUIDORES:

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

Entre os males que afligem a

Humanidade, alguns há, que estão nos

decretos da Providência

CURIOSIDADE

pensação aos seus sofrimentos, se

souberem suportá-los sem murmurar.

Venha por um flagelo a morte,

ou por uma causa comum, ninguém

deixa por isso de morrer, desde que

haja soado a hora da partida. A

única diferença, em caso de flagelo,

é que maior número parte ao mes-

mo tempo.

Se, pelo pensamento, pudésse-

mos elevar-nos de maneira a domi-

nar a Humanidade e a abrangê-la

em seu conjunto, esses tão terríveis

flagelos não nos pareceriam mais do

que passageiras tempestades no

destino do mundo.

739. Têm os flagelos destruido-

res utilidade, do ponto de vista fí-

sico, não obstante os males que oca-

sionam?

Têm. Muitas vezes mudam as

condições de uma região. Mas, o

bem que deles resulta só as gera-

ções vindouras o experimentam.

740. Não serão os flagelos, igual-

mente, provas morais para o ho-

mem, por porem-no a braços com

as mais aflitivas necessidades?

Os flagelos são provas que dão

ao homem ocasião de exercitar a

sua inteligência, de demonstrar sua

paciência e resignação ante a von-

tade de Deus e que lhe oferecem

ensejo de manifestar seus sentimen-

tos de abnegação, de desinteresse

e de amor ao próximo, se o não do-

mina o egoísmo.

741. Dado é ao homem conju-

rar os flagelos que o afligem?

Em parte, é; não, porém, como

geralmente o entendem. Muitos

flagelos resultam da imprevidência

do homem.

À medida que adquire conhe-

cimentos e experiência, ele os vai

podendo conjurar, isto é, prevenir,

se lhes sabe pesquisar as causas.

Contudo, entre os males que afli-

gem a Humanidade, alguns há de

caráter geral, que estão nos decre-

tos da Providência e dos quais cada

indivíduo recebe, mais ou menos,

o contragolpe. A esses nada pode o

homem opor, a não ser sua submis-

são à vontade de Deus. Esses mes-

mos males, entretanto, ele muitas

vezes os agrava pela sua negligência.

Na primeira linha dos flagelos

destruidores, naturais e indepen-

dentes do homem, devem ser colo-

cados a peste, a fome, as inunda-

ções, as intempéries fatais às pro-

duções da terra. Não tem, porém,

o homem encontrado na Ciência,

nas obras de arte, no aperfeiçoa-

mento da agricultura, nos

afolhamentos e nas irrigações, no

estudo das condições higiênicas,

meios de impedir, ou, quando me-

nos, de atenuar muitos desastres?

Certas regiões, outrora assoladas por

terríveis flagelos, não estão hoje

preservadas deles? Que não fará,

portanto, o homem pelo seu bem-

estar material, quando souber apro-

veitar-se de todos os recursos da sua

inteligência e quando, aos cuida-

dos da sua conservação pessoal, sou-

ber aliar o sentimento de verdadei-

ra caridade para com os seus

semelhantes? �

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CURIOSIDADE

As tormentas recebem um nome quando seus ventos atingem 63 km/h. Quando a velocidade chega a 119 km/h a lesteda Linha Internacional da Data, as tormentas são consideradas “furacões”; a oeste da linha, “tufões”; e,geralmente, “ciclones” no hemisfério sul.

Fonte:

Revista National Geographic Brasil, abril

2004, págs. 29 a 59. Outubro 2005, pág. 18

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Itens

737 – 741. Feb. Rio de Janeiro/ RJ.

O Batismo das tormentas

por Whitney Dangerfield

A velocidade dos ventos é variável, a temperatura do oceano pode

subir e a rota das tormentas pode alterar-se, mas no mundo caótico

dos ciclones tropicais há uma variável com que os meteorologistas

não têm de se preocupar: o nomede cada tormenta.

A partir de 1950, os Estados Unidos passaram a basear-se em um

sistema alfabético. Desde 1953, os nomes eram femininos, mas, em

1979, após protestos de grupos feministas, também adotaram nomes

de homens. Os meteorologistas hoje dispõem de um arsenal de

nomes - três masculinos e três femininos para cada letra do alfabeto,

com exceção de Q, U, X, Y e Z - suficiente para seis anos. Apos esse

período, a mesma lista é reiniciada.

A conveniência do uso de nomes curtos para serviços de alerta foi

reconhecida por centros meteorológicos de todo o mundo que

adotaram sistemas similares. Enquanto algumas listas iniciam cada

temporada na letra A, outras seguem ao longo de anos. E, a menos

que o nome de uma tempestade particularmente devastadora seja

“aposentado” (caso das tempestades de 2004 Charley, Frances, Ivan

e Jeanne, e certamente do Katrina, que em agosto deste ano destruiu

Nova Orleans), os mesmos nomes são usados inúmeras vezes.

Todos os anos registra-se a média de 80 ciclones tropicais no

mundo. Mas, desde 1995, houve um salto no Atlântico - de des para

até 19. Faltarão nomes em breve? “Se tivermos mais de 21

tormentas”, diz Frank Lepore, do Centro Nacional de Furacões, em

Miami, “o menor dos problemas será o de saber como chamá-las”.

Os mais temidos

visitantes do Atlântico

2005 2006

Katrina Alberto

Lee Beryl

Maria Chris

Nate Debby

Ophelia Ernesto

Philippe Florence

Rita Gordon

Stan Helene

Tammy Isaac

Vince Joyce

Wilma Kirk

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

APRENDIZADO

Imobiliária Espiritualpor Teddy M. Nilson

Era uma senhora de meiaidade, bonita, educada eelegantemente vestida.

Chegava, impreterivelmente, às

13h45 para a reunião de vibrações

espirituais, com início às 14h00.

Nessa reunião, tínhamos a tarefa de

anotar nomes e endereços de pes-

soas necessitadas ou enfermas, para

receberem a assistência espiritual.

De vez em quando, alguns

freqüentadores vinham alegremen-

te nos contar sobre a melhora ou

mesmo a cura de algum familiar ou

amigo. Aquela senhora fazia dife-

rente: chegava discretamente com

sua folha de papel, colocava-a so-

bre a mesa e sentava-se para aguar-

dar o momento das vibrações. Ao

terminar a reunião, recolhia o papel,

dobrava-o e guardando na bolsa.

Isso já estava acontecendo há

vários meses sem que pudéssemos

observar em seu semblante qual-

quer indício de satisfação pelo pe-

dido atendido. Certa tarde, ela veio

em nossa direção solicitando: Por

favor, ajude-me a rogar por estes

pedidos. E foi abrindo, lentamen-

te, a folha de papel.

Ao verificar que ali só havia

endereços, sem nomes, perguntei-

lhe se os moradores estavam enfer-

mos ou passavam por problemas de

difícil solução. Ela respondeu: Não,

não! Nesses endereços não existem

moradores; e, é, justamente, por isso

que estou preocupada. Será que os

espíritos não têm tempo para arran-

jar inquilinos para os meus aparta-

mentos? Será que já avaliaram o

prejuízo que estou tendo?

Sem que pudesse lhe explicar o

propósito da reunião de vibrações

espirituais, dobrou novamente o

Será que os espíritos não tem tempo

para arranjar inquilinos para os meus

apartamentos?

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APRENDIZADO

papel, guardou-o na bolsa e afas-

tou-se deixando uma onda de per-

fume caro atrás de si.

E, afinal, o que é a vibração es-

piritual?

Partindo do princípio que a ma-

téria é energia condensada em

constante movimento, tudo o que

existe vibra; a começar pelos ele-

mentos que compõem os reinos da

natureza, mineral, vegetal e animal,

que emanam energia de forma na-

tural e inconsciente. Assim, o ho-

mem, portador de inteligência e

sentimento, também o faz; todavia,

emana-as ainda de forma conscien-

te, quando deseja beneficiar ou pre-

judicar alguém.

Felizmente, existem pessoas boas

ou bem intencionadas que costu-

mam se reunir para orar emanando

energias saudáveis em benefício dos

que sofrem. Devemos convir que

todas as radiações feitas com amor

e boa vontade, em casa ou emqualquer outra agremiação religi-

osa, sempre produzem algum bene-

fício. Por esse motivo disse Jesus:

“Onde houver duas ou mais pesso-

as reunidas em meu nome, ali esta-

rei”. Quando o número de pessoas

é grande e todos dotados de since-

ro amor ao próximo, as radiações

são mais fortes, porque representa

a soma das energias de todos os

participantes; por isso, quando ora-

mos em grupos nossas preces são

mais poderosas.

É desse modo que se realiza uma

reunião de vibrações ou irradiações

na Casa Espírita, onde há uma es-

merada preparação para que essa

atividade seja bem sucedida. Al-

guém bastante idôneo, e com co-

nhecimento evangélico e doutriná-

rio, preside a reunião. Inicia-se com

“Onde houver duas ou mais pessoas

reunidas em meu nome, ali estarei”

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

APRENDIZADO

Devemos pedir apenas aquilo que

tenha relação com nossa necessidade

de evolução

uma prece rogando as bênçãos do

Pai Criador e a presença dos Bons

Espíritos. A seguir, faz-se um co-

mentário evangélico para o apren-

dizado e a elevação do pensamen-

to e sentimento, possibilitando a li-

gação com o mundo espiritual, que

assistirá aos necessitados, aprovei-

tando, desta forma, a doação

energética de todos os presentes.

Para esta reunião, também são

anotados os nomes e endereços dos

necessitados ausentes, a fim de fa-

cilitar sua localização pelos espíri-

tos socorristas.

Todavia, muitas pessoas que pro-

curam a assistência espiritual para

seus problemas esperam verdadei-

ros “milagres”. É oportuno repetir-

mos a expressão de Kardec: “Mila-

gre é um ato da Potência Divina

contra as leis comuns da Nature-

za”. Conclusão: as leis naturais não

podem ser derrogadas por quem as

criou, visando a harmonia Univer-

sal; assim, “milagre”, na acepção da

palavra, não existe.

Para sermos atendidos em nos-

sas rogativas, ou termos nossas afli-

ções aliviadas, é preciso que nosso

pedido seja justo, que exista real

necessidade e merecimento. Isto

porque, grande parte daquilo que

sofremos é o resultado da nossa má

semeadura, que forçosamente te-

remos que colher um dia. Afirmam

os instrutores espirituais que: “A

semeadura é livre, mas a colheita é

obrigatória”, esta é a lei de Ação e

Reação.

Assim, devemos pedir apenas

aquilo que não podemos alcançar

ou solucionar por nós mesmos, e

que tenha relação com nossa ne-

cessidade de evolução; jamais para

a satisfação do nosso orgulho, vai-

dade e bem-estar. Em O Livro dosMédiuns, Capítulo XXVI,

intitulado: “Perguntas Que se Po-

dem Fazer”, encontramos inúmeras

questões impróprias, por absoluta

ignorância dos interessados. Ana-

lisando-as bem, compreendemos

que os espíritos não sabem e não

podem tudo; que suas opiniões

estão sempre de acordo com seu

caráter, grau de conhecimento e

permissão de ordem superior.

Aos bons espíritos é agradável

que roguemos auxílio para abolir-

mos vícios, imperfeições e tudo o

que nos distancie da evolução.

Aos espíritos presunçosos e me-

nos esclarecidos, os pedidos de or-

dem material ou frívolo, agradam,

e por vezes até são concedidos como

uma forma de nos dominar.

Mas, como nenhum deles, bons

e maus espíritos, gostam de ser ex-

plorados, é importante redobrarmos

os cuidados com tais pedidos. Nes-

se livro encontramos orientações

seguras e observações precisas,

principalmente sobre este assunto.

Afirma Kardec: “O conheci-

mento mais preciso do Espiritismo

acalmou a febre das descobertas

que, no princípio, muitos se van-

gloriavam de fazer por seu intermé-

dio. Chegaram mesmo a pedir aos

espíritos receitas para tingir e fazer

nascer cabelos, para curar calos,

etc. (...)”. Estes pedidos, naquela

época tão balda de conhecimentos

das leis que regem tais questões, já

eram inconvenientes. Como classi-

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Outubro 2005 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: 0800 770-5990 | 13Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: (19) 3233-5596

... é necessária uma modificação em

atitudes... Cultivar a boa leitura,

passeios em contato com a natureza...

APRENDIZADO

ficar o pedido acima citado, para

que os espíritos deixem atividades

tão importantes e sérias a fim de

conseguir inquilinos para aparta-

mentos vagos? É certo que lhe fal-

tou conhecimento doutrinário.

Já nos pedidos de curas para cer-

tas enfermidades, devemos lembrar

a orientação de André Luiz no li-

vro Conduta Espírita, quando adver-

te: “O trabalho de recuperação do

corpo físico fundamenta-se na rea-

bilitação do espírito.” Esta senten-

ça estabelece harmonia com o prin-

cípio evangélico: “Ajuda a ti mes-

mo que o Céu te ajudará”.

Todavia, observamos que as re-

ações dos necessitados variam mui-

to, porém, quando é perguntado

onde se encontram os ausentes ne-

cessitados, é comum ouvirmos: fo-

ram ao cinema ou a algum passeio,

para aliviar a tensão. Será isso o

recomendável? Não seria melhor

participarem da reunião, já que

podem se locomover? Assim, estan-

do presentes, poderiam se benefi-

ciar, além das vibrações, também do

recurso do passe espiritual, que eli-

mina fluidos perniciosos que neles

estão impregnados agravando a si-

tuação.

Aqueles que estão impedidos de

comparecer, por uma causa justa,

deverão informar-se do horário da

reunião, em seu favor, para que es-

tejam com o pensamento elevado e

em prece, para serem mais facil-

mente localizados e abençoados

pelos bons espíritos.

Emmanuel esclarece: “Assim

como a transfusão de sangue repre-

senta uma renovação das forças fí-

sicas, o passe é uma transfusão de

energias psíquicas.” (“O

Consolador” – questão 98).

No entanto, a cooperação do

enfermo não se restringe à assistên-

cia espiritual dentro da Casa Espí-

rita; é necessária uma modificação

em suas atitudes diárias, a come-

çar pela higiene mental, procurar

sentir Deus na Criação, valorizan-

do Sua bondade. Ouvir músicas

suaves; cultivar a boa leitura, bus-

cando sempre livros com assuntos

que trazem conforto, estímulo e

coragem; passeios em contato com

a natureza, etc. Buscar a terapia do

trabalho, procurando alguma ocu-

pação diferente além das obrigações

normais. Enfim, trabalho e ocupa-

ção para o cérebro e para as mãos

ajudam a restaurar as energias físi-

cas e espirituais, promovendo o

renascimento da esperança, da ale-

gria, da autoconfiança e da Paz.

Diante de trabalho de tão alta im-

portância, devemos agradecer a

Deus por ter colocado a Doutrina

Espírita em nosso caminho, como

verdadeira luz a guiar nossos pas-

sos rumo à perfeição. �

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Abr. 2005 | FidelidadESPÍRITA

por Cadu Ladeira e Beth Leite

Durante mais de 300 anos, a

mesma Europa que viu nascer a

Idade Moderna e presenciou feitos

como a conquista do Novo Mun-

do, a ascensão da burguesia comer-

cial e o fim do domínio feudal, fez

das fogueiras um instrumento de

repressão e morte para milhares de

mulheres condenadas por bruxaria.

As pilhas de lenhas e gravetos

já estavam acesas e a multidão in-

quieta, aguardava o início do ritu-

al que conhecia tão bem. Afinal,

execuções eram espetáculos

imperdíveis, que atraiam a atenção

de pessoas vindas de vários cantos.

Em meio ao ruído abafado dos co-

mentários sobre os horrores que

havia cometido, surgiu enfim a con-

denada. A turba, que já estava agi-

tada, aproveitou para liberar a ten-

são reprimida: objetos, palavras de

ódio, risos e piadas partiam de to-

das as direções contra a terrível

criatura. Não houve muitas delon-

gas. A sentença foi lida rapidamen-

te, o carrasco, num gesto piedoso,

estrangulou a condenada para que

não enfrentasse as chamas viva e,

em poucos minutos, seu corpo ar-

dia, diante da aclamação selvagem

da assistência.

Bruxas:

As Mulheres em Chamas

Durante mais de 300 anos, ce-

nas como essa se tornaram corri-

queiras nas praças públicas de boa

parte da Europa e o caminho da

fogueira se transformou no destino

de milhares de mulheres.

Nuas, montadas em vassouras,

aterrorizando cidades, aldeias e

castelos, no imaginário popular e

religioso da época, as bruxas esta-

vam por toda parte, semeando o

pavor. A perversidade feminina

campeava solta, a serviço dos man-

dos do demônio e precisava ser con-

tida qualquer custo. De 1450 a

1750, poucas pessoas ousariam con-

tradizer essa doutrina, repetida em

tom de ameaça nos púlpitos dos pre-

gadores católicos, assim como nos

sermões protestantes depois da Re-

forma religiosa de Martinho Lutero

no século XVI.

Bruxaria era uma calamidade

tão real quanto tempestades ou

pestes, e intimamente ligada à na-

tureza feminina. Com exceção de

Portugal e Espanha, onde os prin-

cipais perseguidos eram cristãos

novos e judeus, em quase toda a

Europa a porcentagem de mulhe-

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FidelidadESPÍRITA | Abr. 2005

Estima-se que 60.000 vidas se

perderam em meio às chamas

res excedeu 75% dos casos. Em al-

gumas localidades, como o conda-

do de Namur (atual Bélgica), elas

responderam por 90% das acusa-

ções. Estima-se que 100.000 proces-

sos foram instalados pelo continen-

te afora e pelo menos 60.000 vidas

se perderam em meio às chamas.

Foi em plena Idade Moderna - a

mesma que presenciou a descober-

ta de um novo mundo com as gran-

des navegações, a ascensão da bur-

guesia comercial, o fim do domínio

feudal e a formação dos primeiros

Estados nacionais europeus - que o

temor às forças do mal deixou o

campo da crendice popular para se

tornar alvo de uma perseguição sis-

temática de tribunais leigos, reli-

giosos e da Inquisição - sob controle

papal. Não que as fogueiras tenham

sido estranhas à sociedade medieval.

A Idade Média também presen-

ciou exibições do poder purificador

das chamas, a mais notável delas,

sem dúvida, aquela que consumiu

a vida da jovem Joana d´Arc em

30 de maio de 1431, na cidade de

Rouen, então sob domínio inglês.

Heroína nacional, Joana ficou

famosa depois que conduziu o exér-

cito francês à vitória sobre os in-

gleses em Orléans e deu início à

revanche de seu país na Guerra dos

Cem Anos (1337-1453), até aque-

le momento vencida fragorosamen-

te pelos britânicos.Em 1430, quan-

do caiu prisioneira nas mãos do

duque de Borgonha, aliado ao rei

inglês Henrique V, seus inimigos

aproveitaram a fama das visões que

ela costumava ter desde pequena

para levá-la à fogueira, mesmo sa-

bendo de sua extrema devoção re-

ligiosa.

Nesse caso, porém, o cunho po-

lítico da condenação era tão óbvio,

que antes do final daquele século

ela seria reabilitada e em 1920 fi-

nalmente transformada em santa.

Para bruxas menos famosas, no

entanto, a chegada da Idade Mo-

derna trouxe uma mudança radi-

cal na atitude da igreja e dos tri-

bunais em relação ao universo da

superstição, do paganismo e do

mito com o qual, havia mais de

1500 anos, a Europa convivia.

Na mitologia romana, Diana,

deusa dos bosques e dos animais,

já costumava guiar amazonas no-

turnas em cavalgadas celestes. En-

tre as crenças imemoriais

germânicas, acreditava-se que fi-

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Abr. 2005 | FidelidadESPÍRITA

guras ameaçadoras, conhecidas

como streghe, se reuniam na flo-

resta em torno de caldeirões para

realizar seus rituais. Depois se

volatilizavam e invadiam as casas

para chupar a vitalidade das crian-

ças.

Mas, em meio à insegurança da

aurora da modernidade, um tempo

marcado por mudanças e desgraças

contentes como fomes, pestes, guer-

ras e conflitos religiosos, boa parte

dessa tradição fantasiosa do passa-

do acabou associada à certeza de

que o demônio e suas seguidoras

estavam determinados a dominar o

mundo.

Feitiços e mulheres voadoras tor-

naram-se, da noite para o dia parte

te de uma grande conspiração de-

moníaca. Encantos e ungüentos -

chamados na época de maleficia -

que antes serviam para ajudar as

pessoas se transformavam em pas-

saporte certo para a morte.Não era

preciso muito para provar que a

ação infernal estava em andamen-

to. Além das tradicionais acusações

de possessões diabólicas, crises po-

líticas e sociais, calamidades natu-

rais ou qualquer outro aconteci-

mento anormal eram capazes de

detonar a mortandade.

Em Trier, na França, uma feroz

epidemia de processos contra as

bruxas ocorreu entre 1580 e 1599,

quando duas grandes colheitas fo-

ram dizimadas por alterações climá-

ticas. No principado alemão de

Ellwagen, em 1611, em Genebra em

1530,1545,1571 e 1615 e em Milão

em 1630, para citar uns poucos

exemplos, centenas foram conde-

nadas à morte após um surto de

peste. No século XVII, em

Cambrai, também na Franca a ins-

talação de novas indústrias no cam-

po gerou uma onda de ansiedade

entre os camponeses que logo de-

sembocou numa grande caça. Al-

gumas alegações contra a bruxaria

eram tão descabidas, que só mes-

mo o clima de paranóia coletiva

explicava a relação: em 1590, de-

pois que uma tormenta no Mar do

Norte destruiu um dos navios da

comitiva de Jaime VI da Escócia e

de sua noiva, Ana da Dinamarca,

os dois países iniciaram uma cruel

perseguição a feiticeiras. As gran-

des caçadas vinham assim: como

tempestades de verão, chegavam

avassaladoras e de surpresa, mas

tinham curta duração. Quase sem-

pre, após um período de frenética

perseguição, as comunidades se

aquietavam durante os anos seguin-

tes. Era como se tivessem se livra-

do de um cancro.Escritos da época

registram o quase inacreditável. Na

diocese italiana de Como, 1000

execuções em um ano. Em

Toulouse, na França, 400 crema-

ções são contadas em um único dia.

No arcebispado francês de Trier, em

1585, 306 bruxas delataram cerca

de 1500 cúmplices. Embora a mai-

or parte das acusadas tenha esca-

pado à morte, isso não impediu que

duas aldeias da região ficassem à

beira do extermínio: sobraram ape-

nas duas mulheres em cada uma

delas. O mais impressionante é que

a maior parte dessas mulheres, e

mesmo dos homens, condenadas

chegaram às fogueiras por confis-

são própria, graças à tortura.

Durante esses quase três sécu-

los de morte, conseguir uma con-

fissão era apenas questão de tem-

po. Quando acontecia de o acusa-

do resistir muito ,durante uma ses-

são de maus tratos, isso só aumen-

tava a convicção de culpa dos

interrogadores: afinal, tamanha re-

sistência só podia ter por trás o au-

xílio de forças que não eram ape-

nas naturais. Hoje, sabe-se que o

uso indiscriminado desse instru-

mento macabro se confunde com o

Na Alemanha acreditava-se que figuras

ameaçadoras se reuniam em torno de

caldeirões para realizar seus rituais

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FidelidadESPÍRITA | Abr. 2005

Cada possível bruxa incriminava mais

uma lista de acusadas que eram

levadas diante dos juízes

próprio mapeamento da caça às bru-

xas pela Europa. O predomínio do

temido Tribunal de lnquisição, por

exemplo, serviu para atenuar os

casos de condenação à morte de

bruxas nos países da Península Ibé-

rica e na Itália. Embora tenha fica-

do famoso na Idade Média pela prá-

tica da tortura, na época em que

começou a grande repressão euro-

péia, a partir do século XV, os

inquisidores já haviam elaborado

uma extensa reforma jurídica que

garantia não só assistência legal aos

acusados como restringia a ação dos

torturados a casos muito especiais.

Na Inglaterra, onde suspeitos

de bruxaria só podiam ser submeti-

dos à tortura com autorização dos

conselhos superiores de Justiça, a

caça às bruxas também teve pouca

expressão. Já na Alemanha, dividi-

da em dezenas de ducados e prin-

cipados independentes política e

judicialmente, a caça às bruxas

ganhou proporções assustadoras.

Nada menos de 50% dos processos

contra elas aconteceram em terras

germânicas, e a maior parte resul-

tou em morte. Às vezes, a desco-

berta de uma fraude conseguia evi-

tar que a perseguição chegasse a

um final dramático. Em 1633, o jo-

vem inglês Edmund Robinson de-

nunciou uma mulher que o teria

levado a um sabá de bruxas, onde

estavam reunidas cerca de sessen-

ta feiticeiras. O menino deu o nome

de dezessete delas, todas imedia-

tamente presas e condenadas. Al-

gumas dúvidas sobre o depoimen-

to, no entanto, levaram o bispo de

Chester a interrogar Edmund e ele

acabou admitindo ter forjado a his-

tória por sugestão do pai, que ha-

via indicado todos os nomes “por

inveja, vingança e desejo de tirar

vantagem”, descobriram os juízes.

Na Escócia, o ensaio de uma

grande repressão nacional em 1661

entrou em colapso quando os

eméritos caçadores de bruxas John

Kincaid e John Dick foram

flagrados dando picadas em mulhe-

res acusadas de bruxaria: nos tri-

bunais, essas pequenas marcas eram

a prova de que elas haviam feito

pacto com o diabo.Foram poucas,

porém, as caças detidas por evidên-

cia de fraudes.

Normalmente, quando uma per-

seguição se instalava, nada conse-

guia detê-la e o pânico tomava con-

ta da população. A princípio, todos

estavam sob suspeita e a melhor

defesa era o ataque. Uma vez ini-

ciada a caça, delações não paravam

mais. Assustadas com a persegui-

ção, multas pessoas logo se punham

a entregar as vizinhas na tentativa

de livrar a própria pele de potenci-

ais acusações. Cada possível bruxa

levada a julgamento, por sua vez,

não tardava a incriminar mais uma

lista de acusadas num efeito domi-

nó que levava grandes levas de pes-

soas diante dos juízes. Cenas e re-

latos como esses não só foram reali-

dade como contavam com uma ro-

busta fundamentação teórica de

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Abr. 2005 | FidelidadESPÍRITA

A aversão à mulher, mais propensa a

sucumbir à tentação diabólica era

moeda corrente em toda a Europa

uma obra sinistra. Publi-

cado em 1486, o livro

Malleus Maleficarum,

escrito pelos inquisidores

papais alemães Heinrich

Kramer e James Sprenger,

foi um eficaz instrumen-

to nos tribunais para con-

solidar a crença de que

uma grande conspiração

arquitetada por Satã e

suas seguidoras, as bru-

xas, tomava conta do

mundo. Até o final do

século XV, o manual já

era um best seller, recor-

dista absoluto entre qualquer livro

anterior ou posterior sobre demo-

nologia, com mais de uma dúzia de

edições.Na detalhada obra, que

explicava desde os feitiços mais

comumente praticados até como

localizar a presença das malignas

criaturas no seio da sociedade, Kra-

mer e Sprenger não pouparam es-

forços para mostrar que a mesma

mulher que provocou a expulsão do

homem do paraíso ainda era uma

ameaça presente. O velho temor

católico de monges e padres celi-

batários estava mais forte do que

nunca. “A perfídia é mais encon-

trada nas pessoas do sexo frágil do

que nos homens” garantiam os dois.

Bruxas eram o mal total: renuncia-

vam ao batismo, dedicavam seus

corpos e almas ao demônio e, su-

prema lascívia, costumavam man-

ter relações sexuais com ele. Prin-

cipalmente durante os sabás, reu-

niões em que as forças do mal se

reuniam para banquetear-se com

criancinhas não batizadas e que sem-

pre terminavam em fabulosas orgias.

Testemunhos da época davam

notícia de sabás reunindo até 1000

bruxas.Para provar a propensão na-

tural da mulher à maldade não fal-

tavam argumentos aos autores do

Malleus. A começar por “uma fa-

lha na formação da primeira mu-

lher, por ser ela criada a partir de

uma costela recurva, ou seja, uma

costela no peito, cuja curvatura é,

por assim dizer contrária à retidão

do homem. A própria etimologia da

palavra feminina confirmava essa

fraqueza original: segundo eles,

femina, em latim, reunia em sua

formação as palavras fide e minus,

o que quer dizer menos fé.Defender

idéias assim não era exclusividade

dos dois inquisidores alemães.

A aversão à mulher como ser

mais fraco e, portanto, mais propenso

a sucumbir à tentação diabólica era

moeda corrente em todas as regi-

ões da Europa - dos pequenos

vilarejos camponeses aos grandes

centros urbanos. Nos sermões de

padres por toda a Europa, prolife-

rava a concepção de que a bruxa-

ria estava ligada à cobiça carnal

insaciável do “sexo frágil”, que não

conhece limites para satisfazer seus

prazeres. Com seu “furor uterino”,

para o homem a mulher era uma

armadilha fatal, que podia levá-lo

à destruição, impedindo-o de se-

guir sua vida tranqüilamente e de

estar em paz com sua

espiritualidade.

O clima de desconfiança em re-

lação às mulheres teve também pre-

dileções profissionais. Quando não

era o caso de grandes perseguições

orquestradas para expurgar males

como a peste, certos ofícios tipica-

mente femininos tinham precedên-

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8-15

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FidelidadESPÍRITA | Abr. 2005

cia na lista de denúncias.

Curandeiras, vitais para uma soci-

edade onde a medicina ainda era

uma ciência incipiente, tornavam-

se herejes e apóstatas da noite para

o dia Cozinheiras também viviam

sob constante desconfiança, assim

como as parteiras. Acusadas

freqüentemente de batizar os re-

cém-nascidos em nome do diabo ou

de matá-los para usar seus corpos

em rituais, elas foram vítimas de

anos de suspeita acumulada, numa

época em que a taxa de mortalida-

de infantil era altíssima.

Em 1587, a parteira alemã

Walpurga Hausmannin, foi proces-

sada por ter causado a morte de

quarenta crianças, algumas com até

12 anos. Entre os métodos que ela

empregava, estavam o estrangula-

mento, esmagamento de cérebro da

criança no parto e aplicação de “um

ungüento do diabo sobre a placen-

ta”, de modo que a mãe e a criança

morressem juntas. Seu destino foi

a fogueira. O mesmo de uma par-

teira húngara, que em 1728 conse-

guiu uma marca duvidosa, mas per-

feitamente factível para seus con-

temporâneos: ela morreu queima-

da por ter batizado nada menos do

que 2000 crianças em nome do

demônio.Para quem se acostumou

a relacionar a figura das bruxas a

personagens pitorescas de contos

da carochinha - como a madrasta

de Branca de Neve ou a fada mal-

vada de Cinderela, às vezes fica

difícil acreditar em histórias assim.

Mas elas existiram e deixaram em

seu rastro uma cruel realidade da

morte de milhares de mulheres ino-

centes em fogueiras piamente ace-

sas para limpar o mundo.

Boxes da reportagem

Elas por elesA identidade com o pecado original, principalmente na história do

cristianismo, foi um fardo pesado para a mulher até o século XVII.

Desde os primeiros eremitas cristãos, nos desertos da Síria é do Egito,

a busca da austeridade religiosa pelo isolamento ascético tornou-se não só

uma regra obrigatória para o aprimoramento espiritual, mas também con-

sagrou o papel da mulher como a principal tentação mundana, capaz de

afastar o homem do caminho da purificação. Uma norma que, na Europa,

começaria a se consagrar a partir do século VI, quando São Bento de Nursia

fundou o mosteiro de Monte Cassino, na Itália, e deu início ao movimen-

to monástico beneditino, que marcaria profundamente a atitude religiosa

do continente.

“Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher.” (Ecle-

siástico 25:26)”Tu deverias usar sempre o luto, estar coberta de andrajos e

mergulhada na penitência, a fim de compensar a culpa de ter trazido a

perdição ao gênero humano... Mulher, tu és a porta do Diabo.” (Quinto

Tertuliano, escritor cristão, século III)”Dentre as incontáveis armadilhas

que o nosso inimigo ardiloso armou através de todas as colinas e planícies

do mundo, a pior é aquela que quase ninguém pode evitar: é a mulher,

funesta cepa de desgraça, muda de todos os vícios, que engendrou no mun-

do inteiro os mais numerosos escândalos.” (Marborde, monge de Angers,

século Xl)”Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-

lo.”(Bernard de Morlas, monge da Abadia de Cluny, século XII)”A mulher

é um verdadeiro diabo, uma inimiga da paz uma fonte de impaciência, uma

ocasião de disputa das quais o homem deve manter-se afastado se quer

gozar a tranqüilidade” (Francisco Petrarca, poeta italiano, século XIV)”

Que se leiam os livros de todos aqueles que escreveram sobre feiticeiros e

encontrar-se-ão cinqüenta mulheres feiticeiras, ou então demoníacas,

para um homem.” (Jean Bodin, jurista, sociólogo e historiador, século XVI)

“Pois a Natureza pretende fazer sempre sua obra perfeita e acabada: mas se

a matéria não é própria para isso, ela faz o mais próximo do perfeito que

pode. Então, se a matéria para isso não é bastante própria e conveniente

para formar o filho, faz com ela uma fêmea, que é um macho mutilado e

imperfeito.” (Laurent Joubert, conselheiro e médico inglês, século XVII)

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| 21Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: (19) 3233-5596

Abr. 2005 | FidelidadESPÍRITA

Fonte:

OLIVEIRA, Therezinha. Na Luz do

Espiritismo. Págs. 28-43. CEAK.

Campinas/S.P. 2005

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

Intuição ou Inspiraçãopor Francisco Aranha Galiban

O meu filho está no Exército. O

batalhão dele parte amanhã para

guerra!

REFLEXÃO

Determinadas matériastratadas na exposiçãoda Doutrina Espírita

muitas vezes parecem sem impor-tância, mas nunca será demais sa-ber o exato sentido e praticar a cor-reta aplicação dos termos.

É o que com a aplicação das ex-pressões INTUIÇÃO e INSPIRA-ÇÃO: há alguns companheiros daexposição doutrinária, seja na áreado ensino, seja na da divulgação,que acham (e, o que pior, passamadiante) não haver nenhuma dife-rença entre ambas.

INSPIRAÇÃO: Uma definição

leiga: “Inspiração – sugestão, insi-

nuação, conselho”, ou “ Inspirar –

incutir, infundir, insuflar, introdu-

zir” (Dicionário Brasileiro da Lín-

gua Portuguesa, Vol. 2. Ed. Enci-

clopédia Britânica). Atente-se para

a etimologia (origem) dessa pala-

vra, que vem de inspirare, ou “in-

troduzir ar”, quase o mesmo que

assoprar. Agora, a doutrina: “A ins-

piração é a equipe dos pensamentosalheios que aceitamos ou procura-

mos” (Seara dos Médiuns, “Faixas”,

Emmanuel. F.C. Xavier, FEB – 4ª

edição, pg. 125, discorrendo sobre

o capítulo “Evocações” do O Livre

dos Médiuns). Leon Denis (O Pro-

blema do Ser, do Destino e da Dor,

FEB, 1993, cap. 21, pg. 334), sobre

a inspiração: “uma das formas em-

pregadas pelos habitantes do mun-

do invisível para nos transmitirem

seus avisos, suas instruções (...).

Pela mediunidade o Espírito infun-

de suas idéias no entendimento do

transmissor”. “É o recebimentoespontâneo de idéias, pensamen-tos, concepções, provindo de Es-píritos ...” (Dicionário Enciclopé-dico de Espiritismo, Metapsíquicae Parapsicologia, Ed. Bels. 1976,3ª ed., João Teixeira de Paula).Ressalte-se: é espontâneo, logo,não precisa evocação, nem pedi-do de auxílio; é um socorro ime-diato e de bom grado.

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Outubro 2005 | FidelidadESPÍRITA

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Ao defrontar-se comigo, o comandante

entreparou e ordenou-me: Você não

embarca, volte para o quartel”

REFLEXÃO

Fonte:

Dirigente Espírita. Setembro e Outubro de

2005

Em conclusão claríssima: Inspi-ração é a transmissão dos pensa-mentos e mensagens de uma men-te para outra, “um assopro” dodesencarnado para que o encar-nado possa livremente dispor deuma determinada figura, de umaidéia, de um quadro mental.

INTUIÇÃO: Consulte-se

Platão, que fundamenta a intuição

na preexistência (reencarnações

anteriores), segundo a síntese

trazida por Adolfo Bezerra de

Menezes, em A Loucura Sob Novo

Prisma = Estudo Psíquico-fisioló-

gico, FEB, 8ª Ed. – 1993, cap. 1, pg.

19: “Antes de virmos a esta vida, já

tivemos outras, e no tempo inter-

mediário, que passamos no mundo

dos Espíritos, adquirimos o conhe-

cimento das grandezas a que somos

destinados; donde essa reminiscên-cia, a que chamamos intuição de

um futuro, que mal entrevemos,

envoltos no véu da carne”. Segun-

do Ney Lobo, em Filosofia da Edu-

cação e Suas Conseqüências Peda-

gógicas (Ed. FEB, 1993, pg. 92), “A

intuição é o instrumento de

prospecção do fundo anímico do

educando, das camadas

sedimentares de perfeições e imper-

feições acumuladas nas existênci-

as anteriores”.

No livro Allan Kardec, ZêusWantuil (ex-presidente da FEB),cuidando da mediunidade atribu-

ída ao Codificador, afirma que “aintuição é a fonte de todos os nos-sos conhecimentos (...)”, referin-do-se aos conhecimentos que oSer angaria ao largo de todas assuas experiências anteriores (cap.3, pg. 41). Dentre as várias abor-

dagens do Livro dos Espíritos sobre

a intuição, colhemos apenas a con-

tida na questão nr. 415, quando

Kardec pergunta aos Espíritos qual

a utilidade das visitas feitas duran-

te o sono, se não nos lembramos

sempre delas: “De ordinário, ao

despertardes, guardais a intuiçãodesse fato, do qual se originam cer-

tas idéias que vos vêm espontanea-

mente, sem que possais explicar

como vos acudiram. São idéias que

adquiristes nessas confabulações”.

(46ª edição, FEB, tradução de

Guillon Ribeiro).

E, afinal, o próprio Kardec, em

A Gênese, Cap.XI, Doutrina dos

Anjos Decaídos, item 43 (20ª ed.

FEB, idem) falando das emigrações

e imigrações dos seres espirituais ao

largo dos tempos, afirma que alguns

“são excluídos da humanidade a

que até então pertenceram e tan-

gidos para mundos menos adianta-

dos, onde aplicarão a inteligênciae a intuição dos conhecimentos que

adquiriram (...)”. E, pouquinho

mais adiante, no mesmo item,

Kardec é categórico: “A vaga lem-brança intuitiva que guardam é como

uma longínqua miragem a lhes re-

cordar o que perderam por culpa

própria”. Com o mesmo sentido di-

zem os espíritos, na questão 393,

sobre a “lembrança” (pela intuição)

que os Espíritos têm de suas faltas

passadas ao reencarnar.

Nada mais claro resta: a intui-ção é o conjunto de conhecimen-

tos próprios adquiridos ao largodas múltiplas experiências do Ser,que lhe aflora à mente esponta-neamente, sem necessidade deninguém lhe transmitir nada, poisque tais conhecimentos perten-cem ao seu universo peculiar esubjetivo de conhecimentos.

Portanto amigos, quando formos

pedir “ajuda” aos Espíritos, peçamos

que eles nos inspirem bons pensa-

mentos, não que nos “intuam”;

quanto à intuição, é melhor pedir-

mos a Deus (e até aos Espíritos, por

que não?!) que nos ajude a organi-

zar nossos próprios conhecimentos

para usarmos no momento preciso

e, sobretudo, em favor do esclare-

cimento do próximo. Ou melhor,

ainda, ouvir a sábia orientação de

Emmanuel, no livro O Consolador,

questão 122, quando lhe foi per-

guntado “que se deve fazer para o

desenvolvimento da intuição”, res-

pondendo: “O campo do estudo

perseverante, com o esforço since-

ro e a meditação sadia, é o grande

veículo de amplitude da intuição,

em todos os seus aspectos”. �

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FidelidadESPÍRITA | Outubro 2005

Uma Liçãopor Chico Xavier / Joaquim

Joaquim esclareceu-nos porque sofrera

a pena de talião em toda a sua dureza

MENSAGEM

Na reunião da noite de2 de setembro de 1954,no momento habitual

das instruções, fomos surpreendidoscom a visita de Joaquim, um irmãocuja identidade não nos é possívelfornecer.

Apreciando-lhe o comunicado,

será interessante recordar que, al-

gum tempo antes, fora socorrido em

nossa agremiação.

Surgira revoltado e infeliz. Di-

zia-se molestado por fortes jatos de

água fria e alegava estar sendo dis-

secado vivo numa aula de medici-

na anatômica. Afirmava sentir pa-

voroso sofrimento e lembramo-nos

perfeitamente de que repetia, a

cada passo, entre lágrimas: - “Como

é possível aplicar semelhante pro-

cedimento a um homem vivo? Não

há justiça na Terra?”

Regressando ao nosso Grupo

na noite referida, Joaquim esclare-

ceu-nos porque sofrera a pena de

talião em toda a sua dureza de

“olho por olho e dente por dente”,

fazendo-nos sentir que nos

reencarnamos para crescer em vir-

tude e entendimento, cabendo-nos

a obrigação de praticar o bem, den-

tro de todas as possibilidades ao

nosso alcance, para renovarmos as

causas que preponderam em nosso

destino, segundo a Lei de Causa e

Efeito.

Realmente, a palestra de Joa-

quim é uma preciosa lição para nós

todos, convidando-nos a aproveitar,

com o máximo de nossa boa-vonta-

de e de nossas forças, a presente

romagem que desfrutamos na Ter-

ra.�

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Outubro 2005 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: 0800 770-5990 | 25Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: (19) 3233-5596

Não posso enumerar as horas de

aflição que me pareceram

intermináveis

MENSAGEM

Há meses, abrigastes meu Es-

pírito em vossa estação de pron-

to-socorro espiritual.

E volto para trazer-vos notíci-

as. Simples é o meu caso.

Entretanto, é uma lição e to-

das as lições que falam de perto

aos vivos acordados depois da mor-

te certamente interessam aos que

jazem, por enquanto, adormecidos

na carne.

Minha derradeira máscara físi-

ca era a de um pobre homem, que

tombou na via pública, num insul-

to cataléptico.

Tão pobre que ninguém lhe re-

clamou o suposto cadáver.

Conduzido à laje úmida, não

consegui falar e nem ver, contudo,

não obstante a inércia, meus sen-

tidos da audição e do olfato, tanto

quanto a noção de mim mesmo,

estavam vigilantes.

Impossível para mim descrever-

vos o que significa o pavor de um

morto-vivo.

Depois de muitas horas de

expectação e agonia moral, carre-

garam-me seminu para a câmara

fria.

Suportei o ar gelado, gritando

intimamente sem que a minha

boca hirta obedecesse.

Não posso enumerar as horas

de aflição que me pareceram in-

termináveis.

Após algum tempo, fui trans-

portado para certo recinto, em

que grande turma de jovens me

cercou, em animada conversação

que primava pela indiferença à mi-

nha dor.

Inutilmente procurei reagir.

Achava-me cego, mudo e pa-

ralítico...

Assinalava, porém, as frases

irreverentes em torno e conseguia

ajuizar, quanto à posição dos gru-

pos a se dispersarem junto de

mim...

Mais alguns minutos de espera

ansiosa e senti que lâmina afiada

me rasgava o abdômen.

Protestei, com mais força, no

imo de minhalma, no entanto, mi-

nha língua jazia imóvel.

Tolerando padecimentos

inenarráveis, observei que me abri-

am o tórax e me arrebatavam o

coração para estudo.

Em seguida, um choque no crâ-

nio para a trepanação fez-me per-

der a noção de mim mesmo e des-

prendi-me, enfim, daquele fardo

de carne viva e inerte, fugindo hor-

rorizado qual se fora um cão

hidrófobo, sem rumo...

Não tenho palavras para expres-

sar a perturbação a que me redu-

zira.

E, até agora, não sou capaz de

imaginar, com exatidão, as horas

que despendi na correria

martirizante.

Trazido, porém, à vossa casa,

suave calor me regenerou o corpo

frio.

Escutei as vossas advertências

e orações...

E braços piedosos de enfermei-

ros abnegados conduziram-me de

maca a um hospital que funciona

como santa retaguarda, além do

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FidelidadESPÍRITA | Agosto 2005

Compreendi que se houvesse amado,

outros recursos teriam interferido

em minha grande tragédia

MENSAGEM

campo em que sustentais abenço-

ada luta.

Banhado em águas balsâmicas,

aliviaram-se-me as dores.

Transcorridos alguns dias, im-

plorei o favor de vir ao vosso nú-

cleo de prece, solicitando-vos co-

operação para que todos os cadá-

veres, constrangidos aos tormen-

tos da autópsia, recebessem, por

misericórdia, o socorro de injeções

anestésicas, antes das intervenções

cirúrgicas, para que as almas, ain-

da não desligadas, conseguissem

superar o “pavor cadavérico” que,

depois da morte, é muito mais

aflitivo que a própria morte em si.

Em resposta, porém, à minha

alegação, um de vossos amigos -

que considero agora também por

meus amigos e benfeitores -, numa

simples operação magnética, mer-

gulhou-me no conhecimento da

realidade e vi-me, em tempo re-

cuado, envergando o chapéu de

um mandarim principal...

O rubi simbólico investia-me na

posse de larga autoridade.

Revi-me, numa noite de festa,

determinando que um de meus

companheiros, por mero capricho

de meu orgulho, fosse lançado em

plena nudez num pátio gelado...

Ao amanhecer, recomendei lhe

furtassem os olhos.

Mandei algemá-lo qual se fora

um potro selvagem, embora cla-

masse compaixão...

Impassível, ordenei fosse ele

esfolado vivo...

Depois, quanto o infeliz se de-

batia nas vascas da morte, decidi fosse

o seu crânio aberto, antes de entre-

gue aos abutres, em pleno campo...

Exigi, ainda, lhe abrissem o ab-

dômen e o tórax...

Reclamei-lhe o coração numa

bandeja de prata...

O toque magnético impusera-

me o reconhecimento de minha

dívida.

As reminiscências de sucessos

tão tristes confortavam-me e hu-

milhavam-me ao mesmo tempo.

Em pranto, nas fibras mais ínti-

mas, indaguei dos mentores que

me cercavam:

- Será, então, a justiça assim tão

implacável? Onde o amor nos fun-

damentos da vida?

Alguém que para vós aqui se

movimenta, à feição de generosa

mãe de todos1 , explicou-me com

bondade:

- Amigo, viveste na indiferença

e a ociosidade atrai sobre nós, com

mais pressa, as conseqüências de

nossas faltas. È por essa razão que

a justiça funciona matematicamen-

te para contigo, já que não cha-

maste a luz do amor ao campo de

teu destino.

Fonte:

XAVIER, Francisco Cândido.Instruções

Psicofônicas. Págs. 123 – 127. Feb. Rio de

Janeiro/R.J.2005

1 O comunicante refere-se a Meimei - Nota do organizador.

Compreendi, então, que se

houvesse amado, cultivando a ár-

vore da fraternidade, decerto que

outras sementes, outras energias

e outros recursos teriam interferi-

do em minha grande tragédia, ate-

nuando-me o sofrimento

indescritível.

É por isso que, como lembran-

ça, trago-vos a lição do meu pas-

sado-presente, com a afirmação

de que tudo farei para aproveitar

os favores que estou recolhendo,

recordando a vós outros - e talvez

seja este o único ponto valioso de

minha humilde visitação - a pala-

vra do Evangelho, quando nos dei-

xa entrever que só o amor é capaz

de cobrir a multidão de nossos pe-

cados.

Que a humildade e o serviço, a

boa vontade e as boas obras nos

orientem o caminho, porque, com

semelhante material, edificaremos

o elevado destino, que nos aguar-

da no grande porvir, para exaltar a

justiça consoladora - a justiça que

é também misericórdia de Nosso

Pai. �

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Agosto 2005 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: 0800 770-5990 | 27Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE: (19) 3233-5596

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras.

Pág. 119. Editora Moderna. São Paulo/SP,

1999.

COM TODAS AS LETRAS

X / CHEla poderá evitar equívocos

cada dia mais comuns nos jornais e

revistas com palavras do mesmo som

(homófonas ou homônimas), como

x e ch. Então, atente sempre para o

sentido: xeque é a situação, no jogo

de xadrez, em que o rei fica sob

ameaça. Por analogia, diz-se que

alguém ficou em xeque, está em xe-

que ou foi posto em xeque (e nunca

“em cheque”, uma vez que cheque

é o documento bancário).

A imprensa recorre muito ainda

à dupla tachar/taxar. Mas é preci-

so distinguir: tachar significa acu-

sar, pôr defeito em, e taxar, impor

tributo a. Portanto: Músico é tacha-

do (e não “taxado”) de conservador./ O deputado tachou (e não “taxou”)

o adversário de ladrão. / O governotaxou ainda mais os contribuintes.

HORA / ORAA presença ou não do h inicial

também dá origem a confusão em

pelo menos três situações. Assim,

como equivalente a por enquanto,

a locução correta é por ora (ora,no caso, é a redução de agora).

Assim: Por ora (e nunca “porhora”), o técnico vai acumular os doiscargos. / Por ora (e nunca “porhora”), vamos esperar: Por hora sig-

nifica por 60 minutos e aparece ape-

nas em frases como: Ele estava a 60quilômetros por hora.

HAJA / AJAOs outros dois casos do uso do h

ocorrem com duas flexões do mes-

mo verbo. Então, lembre-se: se ha-ver tem h, é natural que todas as

suas pessoas mantenham essa letra

inicial. E como saber se se trata do

verbo haver? Basta substituí-lo por

existir. Portanto: É provável que anovela saia do ar sem que haja (e não

“aja”, como saiu num jornal) nenhu-ma tentativa de conclusão da trama./ O fundamental é o dinheiro. E haja

(e não “aja”) disposição. A flexão aja(de agir) pode ser substituída por

atue: É preciso que ele aja (atue) comrapidez. / Não aja (atue) antes dahora.

Som igual leva a erros graves

Na hora de escrever, você já teve dúvidas a respeito de pares

como xeque/cheque, taxar/tachar; hora/ora, houve/ouve, haja/aja

e trás/traz, por exemplo? Se teve, saiba que essas são algumas

das principais armadilhas que ameaçam um bom texto.

Por isso, não hesite (jamais escreva “exite”, que é erro grave).

A consulta aos livros de referência, mesmo que seja um dos

vários minidicionários existentes no mercado, é sempre indis-

pensável nesta hora.

HOUVE / OUVEHouve, igualmente de haver, é

mais uma forma com h que já figu-

rou muitas vezes nos textos no lu-

gar da sua homônima, ouve, de

ouvir. No caso, é só aplicar os equi-

valentes existir (haver) e escutar

(ouvir): Fale alto porque ele ouve (e

não “houve” – sentido é o de audi-

ção) mal. / Não houve (existiu)

demora.

TRAZ / TRÁSFinalmente, diferencie mais

este par: traz (e nunca “trás”) é a

flexão de trazer: Sempre traz pre-

sentes para os pais. Trás é o mesmo

que atrás: Chegue para trás. / Veio

de trás. Por isso, também, atrasar,

atrasado, atrás, detrás, traseira, etc.

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Clóvis Tavares

Amor e Sabedoria de Emmanuel

O Olhar de Jesus

Recordemos o olhar compreensivo e amorosode Jesus, a fim de esquecermos a viciosa preocupaçãocom o argueiro que, por vezes, aparece no campovisual dos nossos irmãos de luta.

O Mestre Divino, jamais se deteve na faixa escurados companheiros de caminhada humana.

Em Bartimeu, o cego de Jericó, não encontra ohomem inutilizado pelas trevas, mas sim o amigo quepoderia tornar a ver, restituindo-lhe, deste modo, avisão que passa, de novo, a enriquecer-lhe a existência.

Em Maria de Magdala, não enxerga a mulherpossuída pelos gênios da sombra, mas sim a irmãsofredora e, por esse motivo, restaura-lhe a dignidadeprópria, nela plasmando a beleza espirutual renovadaque lhe transmitiria, mais tarde, a mensagem divina daressurreição eterna.

Em Zaqueu, não identifica o expoente da usuraou da apropriação indébita, e sim o missionário doprogresso enganado pelos desvarios da posse e, poressa razão, devolve-lhe o trabalho e o raciocício àadministração sábia e justa.

Em Pedro, no dia da negação, não repara otrabalhador enfrequecido, mais sim o aprendizinvigilante, a exigir-lhe compreensão e carinho, e porisso trnsforma-o, com o tempo, no baluarte segurodo Evangelho nascente, operoso e fiel até o martírio ea crucificação.

Em judas, não supreende o discipulo engrato,mais sim o colaborador traído pela prórpia ilusão e,embora sabend-se fascinado pela honraria terrestre,sacrifica-se, até o fim, aceitando a flagelação e a mortepara doar-lhe o amor e o perd ão que estenderiampelos séculos, sorguendo os vencidos e amparando ajustiça das nações.

Busquemos algo do olhar de Jesus para nossosolhos e a crítica será definitivamente banida do mundode nossas consciências, porque, então, teremosatingido o grande entendimento que nos fará discernirem cada ser do caminho, ainda mesmo quando nosfará mais inquietantes espinheiros do mal, um irmãonosso, necessitado, antes de tudo, de nosso auxílio ede nossa compaixão.