Ovinos

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  • 1. O produtor pergunta, a Embrapa responde Ovinos

2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Pecuria Sul Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento O produtor pergunta, a Embrapa responde Clara Marineli Silveira Luiz Vaz Embrapa Informao Tecnolgica Braslia, DF 2007 Ovinos 3. Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Informao Tecnolgica Parque Estao Biolgica (PqEB), Av. W3 Norte (final) 70770-901 Braslia, DF Fone: (61) 3340-9999 Fax: (61) 3340-2753 [email protected] www.sct.embrapa.br/liv Embrapa Pecuria Sul Rod. BR 153, Km 595, Vila Industrial (Zona Rural) Caixa Postal 242 96400-970 Bag, RS Fone/Fax: (53) 3242-8499 [email protected] www.cppsul.embrapa.br Coordenao editorial: Fernando do Amaral Pereira Mayara Rosa Carneiro Lucilene M. de Andrade Reviso de texto e tratamento editorial: Francisco C. Martins Editorao eletrnica: Jos Batista Dantas Ilustraes do texto: Rogrio Mendona de Almeida Foto da capa: Clara Marineli Silveira Luiz Vaz 1 edio 1 impresso (2007): 3.000 exemplares Todos os direitos reservados A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no . 9.610). Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP). Embrapa Informao Tecnolgica Ovinos: o produtor pergunta, a Embrapa responde / editora tcnica, Clara Marineli Silveira Luiz Vaz. Braslia, DF : Embrapa Informao Tecnolgica, 2007. 158 p. : il. (Coleo 500 perguntas, 500 respostas). ISBN 978-85-7383-389-8 1. Abate. 2. Comercializao. 3. Manejo. 4. Melhoramento gentico animal. 5. Ovinocultura. 6. Reproduo. I. Vaz, Clara Marineli Silveira Luiz. II. Embrapa Pecuria Sul. V. Coleo. CDD 636.31 Embrapa 2007 4. Autora Clara Marineli Silveira Luiz Vaz Mdica-veterinria, mestre em Zootecnia, pesquisadora aposentada da Embrapa Pecuria Sul, Bag, RS 5. Apresentao Este livro o resultado da experincia acumulada por vrios tcnicos e pesquisadores que trabalharam neste Centro de Pesquisa, desde a poca em que funcionava como Centro de Fomento, do Ministrio da Agricultura, e depois como Estao Experimental Cinco Cruzes, subordinada ao extinto Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentao Agropecuria. A partir de 1973, com a criao da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa), a ovinocultura foi fortalecida com a contratao de pesquisadores treinados em pases com grande tradio nessa atividade, sempre reconhecida de extrema importncia para o Pas. Graas ao valor agregado de seus produtos (l, carne, leite e pele), ela pode ser praticada no apenas com estrutura e porte empresarial, mas tambm como pecuria familiar. oportuno destacar o trabalho rduo e profcuo da autora, a pesquisadora Clara Marineli Silveira Luiz Vaz, principal responsvel por esta publicao, a qual de suma importncia no apenas para usurios do sistema Embrapa, mas tambm para professores, estudantes, pecuaristas e pequenos produtores da pecuria familiar. A viso de futuro da ovinocultura passa pelo apoio que esta Unidade proporciona ao setor em forma de parceria, em via de dupla mo. Por isso, continuamos apostando nessa atividade como fator de desenvolvimento econmico e social. Roberto Silveira Collares Chefe-Geral Embrapa Pecuria Sul 6. Sumrio Introduo..................................................................... 11 1 Aspectos Gerais .............................................................13 2 Instalaes e Equipamentos............................................27 3 Melhoramento Gentico ................................................35 4 Sistema de Produo .....................................................49 5 Nutrio e Alimentao .................................................55 6 Manejo..........................................................................73 7 Produtos e Tecnologias ..................................................99 8 Sade Ovina ............................................................... 115 7. 10 8. 11 Introduo Com aproximadamente 240 dias de durao, a criao de ovinos considerada uma atividade de ciclo produtivo curto, constituindo um atrativo para empreendedores e pecuaristas familiares que exploram, no Pas, 26 raas com registro genealgico, cruzamentos e variedades adaptadas aos diferentes ecossistemas brasileiros. A cada dia, surgem novos nichos de mercado, evidenciando uma tendncia para o aumento do consumo de produtos ovinos, como carne in natura ou processada, leite, l e pele. Ao oferecer sociedade solues tecnolgicas para a modernizao do agronegcio brasileiro, a Embrapa no poderia omitir a ovinocultura na Coleo 500 Perguntas 500 Respostas. Por isso, a Embrapa Pecuria Sul, que durante dcadas trabalha para o avano do conhecimento, visando ao desenvolvimento da pecuria nas diferentes cadeias produtivas, utilizou-se do arquivo de perguntas sobre pecuria ovina respondidas pela autora de 1996 a 2005 para selecionar as 500 perguntas mais freqentes e oportunas. Numa linguagem conceitual simples, mas concisa, este livro esclarece dvidas de iniciantes, produtores, prestadores de servios, estudantes e empreendedores da agroindstria ovina. Contudo, no pretende esgotar o assunto, uma vez que perguntas complexas (de reas especficas ou com respostas longas) no foram consideradas. 9. Aspectos Gerais1 10. 14 1 2 Como uma associao de pequenos criadores de ovinos, dos quais alguns tambm criam caprinos, pode obter recursos financeiros e apoio tcnico? Embora a organizao dos criadores em associao seja um passo importante, eles ainda precisam do apoio de outras instituies (municipais, estaduais ou de mbito federal) para organizar a cadeia produtiva e que, alm disso, ofeream assistncia qualificada na elaborao de projetos que viabilizem financiamentos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ou pelo Programa de Desenvolvimento do Agronegcio (Prodeagro) financiamento do governo federal para o desenvolvimento da caprinocultura e da ovinocultura. Para isso, necessrio procurar a Emater local ou entrar em contato com uma das Unidades da Embrapa, cujos endereos esto listados a seguir: Embrapa Pecuria Sul Rod. BR 153, Km 595, Caixa Postal 242, CEP 96400-971 Bag, RS. Fone: (53) 3242-8499, [email protected] Embrapa Meio-Norte Av. Duque de Caxias, 5.650, Caixa Postal 1, CEP 64006-220 Teresina, PI. Fone: (86) 3225-1141, [email protected] Embrapa Caprinos Fazenda Trs Lagoas, Estrada Sobral Groaras, Km4,CEP62011-970Sobral,CE.Fone:(88)3621-1077, [email protected] Como obter a implantao de abatedouro certificado que garanta aos produtores a oferta de cordeiros durante o ano todo? Os criadores devem se especializar. O primeiro passo a formao de uma associao de produtores para organizar a cadeia produtiva da criao (que vai da produo at o processamento da carcaa e a distribuio no mercado). Como a procura depende da oferta, no adianta produzir apenas numa poca do ano, deixando 11. 15 3 o consumidor sem o produto em outras oportunidades. Nessa situao, indispensvel consultar tcnicos especializados da Emater, da prefeitura municipal ou do sindicato rural mais prximo, que possam orientar os produtores e dar-lhes apoio na elaborao de projetos de produo. A ovinocultura d lucro? Sim. A ovinocultura uma ativi- dade lucrativa, mas o ganho depende de alguns fatores, dentre os quais a organizao dos produtores, geren- ciamento, raa, manejo (reprodutivo, sanitrio e alimentar), que garantem rentabilidade e qualidade ao produto (carne, leite, pele e l) e do satisfa- o ao consumidor. Esses fatores sero abordados ao longo dos prximos captulos. Qual o requisito bsico para iniciar uma criao de ovinos? O requisito bsico para iniciar uma criao de ovinos a definio de objetivos, isto , o produtor tem que decidir, antes de tudo, se ele vai dar mais importncia produo de carne, de l ou de pele, pois as caractersticas das instalaes podem variar de acordo com o objetivo fixado. Como escolher a raa adequada de ovinos para iniciar uma criao? Antes de iniciar uma criao de ovinos, o criador deve fixar seus prprios objetivos, isto , se pretende produzir reprodutores, carne, l, pele ou leite, e considerar a infra-estrutura disponvel 4 5 12. 16 (instalaes, estradas, mercado e indstria processadora), tipos de solo e ambiente (clima e topografia) para escolher a raa que melhor se adapte a seus propsitos, pois existem raas com diferentes aptides produtivas e exigncias quanto ao ambiente. O que necessrio para a formao de um plantel de reprodutores? O primeiro passo o preparo das instalaes, que devem dispor de piquetes de tamanhos variados, com pastagens formadas, aguadas ou bebedouros, galpo (aprisco), currais para manejo dos animais, alm de cochos, suporte para feno e equipamentos diversos. Outros itens indispensveis so: Tratador treinado. Aquisio de um reprodutor puro de origem (PO) e de ovelhas de boa procedncia, com controle genealgico, para obter crias puras por cruza. Controle dos animais pela Associao Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). Como chegar a um rebanho puro, partindo de um rebanho sem raa definida? Esse objetivo pode ser alcanado por meio de cruzamentos absorventes, comeando com o acasalamento de um carneiro puro de origem (PO) com fmeas mestias. As crias de primeira gerao (denominadas de F1), acasaladas com machos F1, originaro crias F2 (segunda gerao). O cruzamento de machos F2 e/ou PO com fmeas F3 resultar em crias F4, e assim at a quinta gerao, quando so considerados puros. Contudo, preciso controlar os acasalamentos e a pario do rebanho, sob a superviso de um tcnico indicado pela Associao Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). 6 7 13. 17 Que documentos so necessrios para o transporte de ovinos at a exposio? Para o transporte de ovinos e apresentao em exposies, so necessrias a Nota Fiscal de Produtor(NFP)ea GuiadeTrnsitoAnimal (GTA). Para machos reprodutores, exigido exame laboratorial negativo para a epididimite ovina. Algumas exposies exigem ainda exame androlgico. O que Guia de Trnsito Animal (GTA)? 8 9 10 11 A Guia de Trnsito Animal um documento fornecido pelas Secretarias de Agricultura (Inspe- toria Veterinria), que garante que as medidas profilticas foram adotadas, como por exemplo, o controle da piolheira ovina. Como obtida a Guia de Trnsito Animal? O criador apresenta a Nota Fiscal de Produtor, devidamente preenchida, ao departamento competente, destacando a segunda e a quarta via, s quais, aps consulta ao cadastro de produtor, ser anexada a referida guia, assinada por mdico veterinrio. O que preciso para participar de uma exposio oficial de ovinos? Para participar deumaexposiooficialdeovinos,h exigncias que variam de um estado para outro. Contudo, o requisito bsico o registro do animal, que fornecido pela Associao Brasileira de Criadores de Ovinos, via associaes regionais representantes. 14. 18 Como proceder para registrar a pureza racial de uma pequena criao de ovinos? Cabe Associao Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), www.arcoovinos.com.br, telefone (53) 3242-8422, fornecer o ates- tado de pureza racial de um rebanho, o que depende de normas explcitas aprovadas pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) e da visita de um inspetor tcnico da referida associao. Quais os tipos de registro de um rebanho comercial? H dois procedimentos para se registrar um rebanho comercial: Tatuagem para rebanhos gerais compostos de ovinos selecionados por Seleo Ovina (SO) ou Racialmente Definido (RD). Tatuagem com controle genealgico: Registro Genealgico Brasileiro (RGB), que envolve ovinos puros por cruza de origem desconhecida (PCOD) e puros por cruza de origem conhecida (PCOC) e pedigree. Como identificar um ovino selecionado SO? Para identificar um ovino selecionado SO, o criador deve verificar as tatuagens localizadas na orelha esquerda, que consiste na letra S dentro de um crculo pontilhado e, na virilha direita, a logomarca da Arco. O que um ovino RD? Ovino RD um animal racialmente definido, pertencente a rebanho geral, cuja tatuagem colocada por inspetor da Arco garante as caractersticas raciais. 12 13 14 15 15. 19 O que um rebanho SO?16 O rebanho SO formado por ovinos selecionados dentro de um rebanho geral RD, obe- decendo morfologia da raa, considerada em toda sua pleni- tude. Quais as associaes regionais de criadores de ovinos, filiadas Arco, localizadas nas regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil? Essas associaes esto listadas a seguir: Associao Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) Bag, RS Fone: (53) 3242-8422. Associao Catarinense de Criadores de Ovinos (Acco) Curitibanos, SC Fones: (49) 245-1866 e 245-1529. Associao Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar) Guarapuava, PR Fone: (42) 623-6090. Associao Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco) So Manoel, SP Fone: (14)3841-2597. Associao de Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Accomig) Belo Horizonte, MG Fone: (31) 3371- 2507. Associao de Criadores de Caprinos e Ovinos de Braslia (Accob) Brasilia, DF Fone: (61) 242-9600. Associao Goiana de Criadores de Caprinos e Ovinos (Capriovi) Goinia, GO Fone: (62) 203-3710. Asociao Sul-Mato-Grossense de Criadores de Ovinos (Asmaco) Campo Grande, MS Fone: (67) 3025-3990. Associao Mato-Grossense de Criadores de Ovinos (Ovinomat) Campo Verde, MT Fone: (66) 3419-1225. 17 16. 20 Como aumentar a eficincia do manejo de um rebanho de ovinos? O manejo eficiente comea pelo treinamento dos tratadores, os quais devem possuir aptido para cuidar desses animais. Alm dos tratadores, h necessidade de instalaes adequadas (aprisco, currais e piquetes), bem fechadas, para evitar riscos de perdas de animais, equipamentos, medicamentos e alimentao. Como so classificados os ovinos por categoria animal, quanto idade? Quanto idade, os ovinos so classificados em: Cordeiro ou cordeira (at 6 meses). Borrego ou borrega (de 6 a 12 meses). Capo (macho castrado). Carneiro (macho inteiro). Ovelha (com idade acima de 18 meses). Como atribuda a idade aos ovinos, conforme a dentio? A idade dos ovinos atribuda conforme a troca dos dentes-de- leite pela dentio definitiva. Como distinguir animais de primeira dentio (dentes-de- leite) daqueles de dentio definitiva? Animais em primeira dentio (dentes-de-leite) apresentam dentes incisivos de pequeno tamanho, com espaos que aumentam na proximidade de troca pelos dentes permanentes. Como distinguir ovinos de primeira dentio (dentes-de-leite) de ovinos muito velhos? A distino feita pelas caractersticas da dentio: nos animais dentes-de-leite, os bordos dos dentes so arredondados, ao passo 18 19 20 21 22 17. 21 que nos animais extremamente velhos, os dentes terminam em pontas, pelo desgaste natural, podendo ocorrer falhas. O que um cordeiro? Convencionou-se chamar de cordeiro aos ovinos, de ambos os sexos, com dentio temporria (dentes-de-leite), at 5 ou 6 meses de idade. O que um borrego, ou borrega, dente-de-leite? Borrego ou borrega dente-de-leite o cordeiro com idade entre 6 e aproximadamente 15 meses (antes da primeira troca de dentes pelos permanentes). O que um borrego, ou borrega, dois dentes? Borrego ou borrega dois dentes o animal jovem, com idade entre 12 e 18 meses, aps a troca do primeiro par de pinas entre os dentes-de-leite. O que um borrego ou borrega quatro dentes? Borrego ou borrega quatro dentes o ovino adulto, com idade entre 18 e 30 meses, e aps a troca do segundo par de dentes. O que um ovino seis dentes? Ovelha, capo ou carneiro seis dentes o ovino adulto, com idade entre 27 e 42 meses, o que corresponde presena de seis dentes mdios entre os dentes-de-leite. 23 24 25 27 26 18. 22 O que um ovino oito dentes ou boca-cheia? Ovino oito dentes ou boca-cheia o animal adulto, com idade entre 36 e 54 meses, o que corresponde ao preenchimento de todos os dentes permanentes. Como se faz a observao da condio corporal de um ovino? A observao da condio corporal feita pela palpao das vrtebras lombares, estando o animal em p, mas no encolhido. A condio corporal ponderada numa escala de 5 escores, onde 1 corresponde ao animal extremamente magro e 5 ao extremamente gordo. Para facilitar a interpretao da medida, podem-se adicionar escala, valores intermedirios de meio ponto. Para que serve a avaliao do carneiro por condio corporal? Serve para facilitar o manejo, permitindo selecionar os animais de boa sade, para venda ou reproduo, e excluir os animais velhos, pouco produtivos, ou que necessitem de melhor alimentao. Quais os principais defeitos observados na cara de ovinos adultos? Os principais defeitos observados na cara de ovinos adultos, so: Ocluses dentrias ou encaixe defeituoso da mandbula, no maxilar. Retrognatismo. Prognatismo. 28 29 30 31 19. 23 O que retrognatismo? Retrognatismo um defeito, raramente letal, observado na cara de animais domsticos, caracterizado por uma retrao da mandbula em relao ao maxilar. O que prognatismo? Prognatismo um defeito, raramente letal, observado na cara de animais domsticos, caracterizado pela projeo da mandbula em relao ao maxilar, isto , a mandbula se projeta para frente do focinho. Como feita a identificao dos ovinos? A identificao dos animais pode ser: Individual, com tatuagem e brincos. Grupal, com sinais e marcas. O que sinalao? Sinalao um conjunto de cortes nas orelhas do animal, para identificaraorigemdorebanho,devendo ser registrada no departamento compe- tentedaprefeituradomunicpioondese localiza a propriedade rural. Como feita a marcao de ovinos lanados? A marcao temporria feita com basto de giz colorido para identificao individual, ao passo que a marcao para identificao 32 33 34 35 36 20. 24 do rebanho feita com marca registrada na prefeitura do municpio, onde se localiza a propriedade rural, utilizando-se tinta prpria, facilmente removvel por lavado industrial da l. Como feita a tatuagem de ovinos? A tatuagem feita com pina prpria para imprimir nmeros ou letras, ou o conjunto dos dois, em local de fcil visualizao, como orelha, virilha, prega caudal, etc. Utiliza-se tinta especial, encontrada em agroveterinrias. Como facilitar a leitura da tatuagem de ovinos com pele pigmentada? Nas raas que apresentam pele pigmentada, deve-se utilizar tinta verde no processo de tatuagem, ou colocar uma lanterna na face oposta da orelha, para facilitar a visualizao no momento da leitura. Por que os ovinos perdem, com facilidade, os brincos de identificao? Uma das causas das perdas dos brincos o manejo dos animais em espaos reduzidos, principalmente em cercados telados. Outra causa est na ao dos raios solares que ressecam o material de plstico, at quebrar. Por que as ovelhas da raa Corriedale, com excesso de l na cara, devem ser descartadas? Vrios trabalhos afirmam que existe uma correlao muito forte entre a quantidade de l que cobre a cara das fmeas da raa Corriedale e o nmero de ovelhas vazias, aps o perodo de 37 38 39 40 21. 25 cobertura. Alm disso, esse fato sobrecarrega o manejo em virtude das repetidas tosquias na cara dos animais afetados para facilitar sua viso. Como utilizar ces no manejo do rebanho ovino? Os ces de raas especficas, chamados de ovelheiros, so utilizados nas funes de pastoreio, na busca e na conduo de rebanhos, ou na guarda, e na preveno de ladres e predadores. Quais as funes de um co-pastor? A principal habilidade de um co-pastor a busca, conduo 41 42 e recolhimento de animais. Quando treinados, so exce- lentes auxiliares nas atividades de currais, economizando tempo e reduzindo custos com mo-de-obra. Quais as funes do co-guarda de rebanho? Por ser criado com ovinos desde pequeno, o co-guarda de rebanho considera o rebanho parte da matilha. Por isso, acompanha o grupo mantendo-o unido e, na presena de perigo, d o alarme, enfrentando o invasor. Que raas de co-pastor so indicadas para o manejo ovino? Vrias raas existentes no Brasil so indicadas para o manejo ovino, entre elas a Sheepdog, Colie, Gacho, Pastor-Alemo (dupla aptido: pastor e guarda) e Border Colie, essa ltima muito inteligente e silenciosa. 43 44 22. 26 Que raas caninas so indicadas para guarda de rebanho? Algumas raas criadas no Brasil so indicadas para guarda de rebanho, como a Maremmano (recentemente introduzida no Pas), Pastor Alemo e Mastim. Como feito o treinamento de um co-guarda para rebanho ovino? Os ces-guarda devem ser treinados desde muito jovens, comeando pelo convvio com os ovinos, consumindo a mesma rao dada aos ruminantes (cuidado, ces necessitam de suplemen- tao especfica!). O aprendizado gradual. Privar o aprendiz do convvio com outros animais. O treinamento pode utilizar um co adulto j treinado, no exerccio da funo. 45 46 23. 27 2 Instalaes e Equipamentos 24. 28 Que instalaes so necessrias para o manejo de uma criao de ovinos? Para o manejo de ovinos, h necessidade de piquetes divididos com cercas de arame liso ou eletrificado, centro de manejo com currais, tronco, pedilvio, balana, potreiro hospital, abrigos, bebedouros e cochos. Como construir uma cerca com arame liso? A cerca de arame liso deve ter de 6 a 7 fios de arame, moures (postes fixos no solo) espaados de 10 m e de 4 a 5 tramas (balancis) nos intervalos. O primeiro fio de arame deve ficar a 10 cm do solo; o segundo, a 15 cm do primeiro e do terceiro; entre o terceiro e o quarto fios, o espao deve ser de 25 cm e entre o quarto, quinto e sexto fios, de 30 cm, resultando em 1,30 m de altura, suficiente para conter animais tanto de pequeno como de grande porte. Quais as vantagens da cerca eltrica? 47 48 49 50 A cerca eltrica uma soluo econmica de subdiviso de pas- tagens. Possui custo inicial mais baixo, no fere os animais, utiliza menos insumos e pode ser fixa ou mvel. Quais as desvantagens da cerca eltrica? As desvantagens da cerca eltrica so: A cerca eltrica exige bons aparelhos, boas instalaes, e manuteno constante para verificar e providenciar o conserto de fios de arame rompidos, de isoladores quebrados, retirar capim encostado nos fios, etc. 25. 29 Muitas propriedades rurais no possuem energia eltrica, recomendando-se o uso de aparelhos solares, o que encarece o custo. Em regies de solo seco e arenoso, pode haver problemas com o fio-terra, que no conduz adequadamente a corrente eltrica. Como construir a cerca eltrica para conteno de ovinos? A cerca eltrica para ovinos construda com estacas de 90 cm, fixadas ao solo a uma profundidade de 30 cm. aconselhvel usar moures nas extremidades, para dar sustentao e bom isolamento aos fios. O primeiro fio deve ficar 15 cm distante do solo, e entre este e o segundo fio a distncia deve ser de 35 cm. Quando a cerca for construda para conteno de bovinos e ovinos, as estacas devem ser maiores e o terceiro fio deve distar, do solo, 85 cm. Como construir uma cerca com tela para conteno de ovinos? A tela deve ser sustentada com grampos no mouro esticador, fixado ao solo a cada 50 m, entre os quais amarra-se uma estaca de madeira, a cada 10 m. Por que o uso de cercas de arame farpado no indicado para ovinos? Cercas de arame farpado so contra-indicadas para con- teno de qualquer espcie animal, pois as farpas podem ferir o couro, causando leses que servem de porta de entrada para doen- as e parasitas, alm de depreciar o couro, que um subproduto valioso. 51 53 52 26. 30 Qual a funo do curral? A funo do curral conter os animais, para facilitar o manejo. Como construir um curral? Na construo do curral, devem-se observar: A localizao centralizada na propriedade, para facilitar o deslocamento do rebanho. O clculo da rea, multiplicando-se o nmero de animais por frao de metro quadrado (de 0,50 a 0,60 m2 , para raas de pequeno porte e de 0,70 a 0,90 m2 , para raas de grande porte). A altura da cerca, de 90 cm a 1 m. As cercas devem ser construdas com arame liso, tbua ou pedra. Cerca de pedra: colocar dois fios de arame na parte superior para os ovinos no subirem. Cerca de madeira: utilizar guias com 30 cm de largura, que podem ser subdivididas em trs pores de 10 cm. Cerca de arame liso: os moures devem ficar distanciados 3 m um do outro, e entre eles devem ser colocadas duas tramas afastadas do solo, para sustentar a presso dos animais durante o manejo. As porteiras de acesso devem ter de 80 cm a 1 m de largura. O que tronco de conteno? Tronco de conteno um corredor em forma trapezoidal, feito de madeira, de 90 cm de altura, com largura superior de 50 cm e inferior de 30 cm, localizado entre dois bretes. Serve para vrios manejos (vermifugao, vacinao, descola, seleo, marcao, etc). 54 55 56 27. 31 O que pedilvio? Pedilvio um acessrio do curral, em forma de calha, mvel ou fixo, com 10 cm de profundidade, no qual se coloca uma soluo de formol a 5%, ou outro desinfetante, para preveno ou para tratamento das enfermidades das patas dos animais. O que cocho e qual a medida ideal? Cocho um recipiente (de madeira, material de plstico ou cimento), que faz parte das instalaes de manejo, utilizado para fornecer aos animais, suplementao alimentar, minerais, rao e gua. O cocho para gua chamado de bebedouro. Os cochos de suplementao, utilizados para animais de produo, devem medir 7 m de comprimento para cada 20 ovinos (35 cm por animal), largura de 30 cm e profundidade de 20 a 25 cm. 57 O que e como construir uma manjedoura? Manjedoura uma armao feita com grades de madeira, cons- truda acima do cocho, para redu- o do desperdcio de alimentos. As ripas medem 5 cm de largura e so colocadas a intervalos de 10 cm, dispostas num ngulo de 45o . Essas ripas podem ser substitudas por telas (malha 10) ou ferro de construo. Como devem ser as instalaes do confinamento? Devem ser cobertas, com facilidade de acesso para distribuio dos alimentos e aproximao dos animais aos comedouros e bebedouros. O piso pode ser ripado, concretado ou de cho batido, conforme a disponibilidade financeira do criador. 58 59 60 28. 32 Que caractersticas devem ser observadas para o bom desempenho dos cochos do confinamento? As caractersticas para o bom desempenho dos cochos so: Durabilidade. Praticidade para evitar disperdcios. Fcil limpeza. Protegidos para evitar a entrada dos ovinos. Como devem ser os bebedouros do confinamento? Os bebedouros devem ser de preferncia automticos, de fcil limpeza e desinfeco, construdos com material resistente. Como devem ser construdos os abrigos? Os abrigos tanto podem ser construes tipo cobertura de palha, de telha ou de zinco, para proteo contra as variaes climticas, como podem ser providenciados pelo plantio de rvores para sombreamento e de bosques quebra-vento. Como construir um bosque quebra-vento? O bosque quebra-vento deve ser posicionado de modo a protejer os animais contra os ventos fortes dominantes na regio. Como calcular o nmero de divises de um piquete com pastagem cultivada, para ser usado com ovinos em sistema rotacionado? O nmero de divises na pastagem varia de acordo com o perodo de descanso da espcie (varivel de 21 a 42 dias conforme a forrageira), com o perodo de pastejo (inferior a 5 dias para diminuir 61 62 63 64 65 29. 33 o risco de infeco parasitria) e com o nmero de grupos de ovinos. O nmero de subpotreiros obtido pela frmula: NP = (PD/PP) + X, em que: NP = nmero de divises (subpotreiros); PD = perodo de descanso (dias); PP = perodo de pastoreio (dias); X = nmero de lotes de animais Como manejar o pastejo dos ovinos, em piquetes com forrageiras cultivadas? 66 67 Embora o manejo de pasto- reio observando-se a altura da pastagem seja o mais indicado, existem limites: pastagens muito baixas produzem menos massa forrageira porque h poucas folhas para reagir com a luz solar e realizar o crescimento, ao passo que pastagens muito elevadas atingem excessiva reao de crescimento e envelhecimento das folhas, em funo da quantidade de energia absorvida, o que faz cair a qualidade da produo forrageira. Como calcular a lotao de um piquete de engorda de cordeiros? Para calcular a possibilidade de lotao de piquetes, primeiro calcula-se a disponibilidade de forragem da rea em quilo de matria seca/hectare. O calculo feito considerando-se que um ovino adulto consome o equivalente a 3% de seu peso vivo de matria seca por dia. 30. 3 Melhoramento Gentico 31. 36 O que caracteriza uma raa? Uma raa caracterizada pela semelhana transmitida por hereditariedade entre os indivduos. Os caracteres transmitidos so: Morfolgicos (caractersticas visveis e palpveis como conformao, pelagem, etc). Fisiolgicos (relativos a temperamento, instinto, prolificidade, precocidade, etc). Econmicos (aptido leiteira, laneira, carniceira ou peleteria). O que variedade de uma raa? A variedade uma variao da raa. A populao apresenta todos os caracteres da raa, mas distingue-se por um ou poucos atributos particulares, como a presena de chifres. O que tipo da raa? O tipo da raa representado pela mdia da variao dos caracteres tnicos de uma raa. Assim, a produo mdia de l, obtida em campos naturais, por ovino da raa Corriedale, de 3,45 kg/ano. Entretanto, no se deve esperar que todos os animais tenham esse peso de l, pois alguns podem produzir 7,0 kg/ano, ao passo que outros produzem 1,5 kg/ano. Quais os principais caracteres morfolgicos considerados nas raas ovinas? Nas raas lanadas, os caracteres morfolgicos so a cor das mucosas, a finura e a cor da l, a cobertura da l, a presena de chifres, a pigmentao e a conformao. Nas raas deslanadas, so a pelagem, a espessura da pele, a cor das mucosas, a textura dos plos, chifres e conformao. 68 69 70 71 32. 37 O que policerismo?72 Policerismo uma caracterstica morfolgica da raa ovina Crioula, cujos indivduos podem apresentar mais de um par de chifres. Como se apresentam os chifres no policerismo? No policerismo, os chifres so formados por um par central voltado para cima e logo abaixo por um ou mais pares, curvados lateralmente face. O que uma raa local de ovinos? Raa local a ocorrncia de uma populao de ovinos moldada s condies climticas de determinada regio, por reproduo no controlada, aps alguns sculos de sua introduo. Os ovinos de raa local apresentam caractersticas produ- tivas especializadas? No. Os ovinos de raa local apresentam tamanho corporal relacionado disponibilidade dos recursos locais, sugerindo caractersticas produtivas discretas na presena de condies ambientais adversas. Quando os ovinos de raa local apresentam caractersticas produtivas especializadas? Os ovinos de raa local apresentam caractersticas produtivas especializadas mediante interveno humana no acasalamento e seleo objetiva. 73 74 75 76 33. 38 Qual o principal atributo produtivo de uma raa local? O principal atributo das raas locais a adaptao ao ambiente de origem, o que traduzido pela rusticidade em relao a enfermidades e alto ndice de sobrevivncia das crias nessas condies. O que uma raa extica? Raa extica a raa com origem em pas diferente daquele onde explorada, sendo inscrita no Livro de Registro Genealgico da Raa, em virtude dos cuidados de melhoramento e controle feitos pelos criadores. Qual o primeiro passo para importar uma raa extica para fins de formao de um plantel? O primeiro passo solicitar orientao Associao Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), a quem compete examinar o processo e, se aprovado, encaminhar ao Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento (Mapa). Quais as classificaes dos ovinos quanto a sua especializa- o produtiva? 77 78 79 80 Quanto especializao produ- tiva, os ovinos so classificados em: Ovinos de aptido l. Ovinos de aptido carne. Ovinos mistos ou dupla aptido. Ovinos de aptido leite. Ovinos de aptido pele. 34. 39 Quanto cobertura da pele, como so classificados os ovinos? Quanto cobertura da pele, os ovinos so classificados em: Ovinos lanados. Ovinos deslanados. Ovinos semilanados. O que um ovino lanado? Ovino lanado aquele que apresenta a pele revestida de fibras onduladas, denominadas de l. Que caractersticas deve ter uma ovelha, para ser boa produtora de leite? Para ser boa produtora de leite, uma ovelha deve possuir bere volumoso, no carnoso, tetas separadas, maleveis, compridas e fceis de ordenhar, alm de uma produo de leite superior a 2,5 kg/dia. Quais as caractersticas fsicas da ovelha tipo l? As ovelhas tipo l so animais de porte mdio. Os adultos tm peso corporal acima de 40 kg. O velo (cobertura de l) compacto, com mechas uniformes, longas, fibras finas e onduladas, suave ao tato, de colorao branca. Presena de uma ou mais rugas no pescoo. Quais as caractersticas fsicas da ovelha tipo carne? Ovinos tipo carne so animais com corpos cilndricos, compactos e pesados. Quando adultos, apresentam peso corporal aproximado acima de 50 kg. Apresentam, tambm, quarto em forma 81 82 83 84 85 35. 40 de pernil, com ndegas largas, carnudas e afastadas, em forma de U invertido, quando vistas de trs. A pele resistente, coberta de l geralmente de pouca suavidade e escasso comprimento de mecha. Algumas raas apresentam os membros e a cara cobertos de plos pretos, sendo denominados Cara-Negra. Quais as raas lanadas, de aptido carne, criadas no Brasil? No Brasil, so criadas as seguintes raas lanadas de aptido carne: Ile de France. Border Leicester. Poll Dorset. Texel. Hampshire down. Suffolk. Polypay. Quais as raas ovinas, de aptido l, criadas no Brasil? As raas de aptido l criadas no Brasil so: Merino Australiano. Polwarth (Ideal). Corriedale. Romney Marsh. Nota: as duas ltimas so de duplo propsito: l e carne. Quais as caractersticas fsicas da ovelha tipo mista ou de dupla aptido? As ovelhas de dupla aptido so animais de porte mdio a grande. Os adultos tm peso corporal acima de 45 kg. O corpo coberto por velo de finura intermediria em relao s ls finas e grossas, sendo denominada l cruza. Geralmente, possuem 86 87 88 36. 41 mucosas e cascos pretos, alm de um topete de l, na fronte. O corpo musculoso. Quais as caractersticas fsicas da ovelha tipo pele brasileira? um animal de porte mdio. Os adultos apresentam peso corporal acima de 40 kg. Membros altos e finos, corpo coberto de plos curtos, de diversas cores ou malhado. Em algumas regies do Brasil, so chamadas de carneiro-pele-de-boi. As fmeas entram em cio em todas as estaes. Quais as raas ovinas brasileiras? As raas consideradas brasileiras so: Crioula. Santa Ins. Morada Nova. Somalis Brasileira. Bergamcia Brasileira. Rabo-Largo. Cariri. Barriga-Negra (sem registro genealgico). Cabugi (sem registro genealgico). Quais as vantagens da ovelha Crioula? As vantagens da ovelha Crioula so a rusticidade e a produo satisfatria em pastagens fracas, adaptando-se s diferentes condies climticas do Brasil. Pode ser criada em regime de economia familiar, 89 90 91 37. 42 em ambiente adverso criao de ovinos de outras raas, ou em lavouras de subsistncia. Quais as raas ovinas semilanadas, criadas no Brasil? As raas ovinas semilanadas, criadas no Brasil, so: Somalis Brasileira. Dorper. Quais as raas ovinas deslanadas, criadas no Brasil? As raas ovinas sem l, criadas no Brasil, so: Santa Ins. Morada Nova. Rabo Largo. Cariri. Cabugi. Barriba Negra. Quais as raas ovinas mais adaptadas s reas midas e encharcadas? As raas ovinas mais adaptadas a solos midos e baixos so: Romney Marsh. Texel. Quais as vantagens da raa Ideal? 92 uma raa que produz l fina, de alta qualidade comercial, e cordeiros pre- coces, com alto desempenho em campos naturais, cujas carcaas apresentam boa cobertura de gordura. 93 94 95 38. 43 Onde comprar ovinos de raas leiteiras? A aquisio de raas ovinas leiteiras pode ser feita por importao via solicitao ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, em exposies pecurias, diretamente com o criador, e nas associaes de raas leiteiras. Quais as caractersticas fsicas da ovelha tipo leite? As caractersticas fsicas da ovelha tipo leite so: Porte grande. Peso aproximado de 60 kg. Pescoo delgado. Espduas pouco musculosas. Ancas largas e afastadas. Parte traseira mais desenvolvida que a dianteira. bere no carnoso, mas volumoso, com tetas separadas. Pele macia e fina. Quais as raas lanadas de aptido leite criadas no Brasil? Com exceo da raa Bergamcia Brasileira, no Brasil, a criao de ovinos de aptido leite recente, sendo criadas as raas Milchschaf (importada do Uruguai) e Lacaune (importada da Frana). Qual a quantidade diria de leite produzida por uma ovelha de raa leiteira? A quantidade diria de leite varia dentro da raa, da categoria animal e durante o perodo de lactao. Qual a durao do perodo de lactao de ovelhas de raas leiteiras? A durao do perodo de lactao varia conforme a raa e a categoria animal. 96 97 98 99 100 39. 44 Qual a melhor raa de ovinos de aptido leite para ser criada no Cerrado? provvel que a raa Bergamcia Brasileira seja a mais indicada, por sua adaptao s regies Nordeste e Leste do Pas. Convm lembrar que as raas brasileiras, Morada Nova e Santa Ins, com potencial leiteiro inexplorado, podem ser uma opo. possvel usar duas raas leiteiras num mesmo espao? Sim. Mas preciso ter cuidado, porque o comportamento varia de raa para raa, tornando difcil o manejo. Num rebanho de aptido leiteira, possvel explorar a carne como atividade secundria? 101 Sim. Embora o objetivo primrio seja a produo de leite, pode-se aumentar a renda da propriedade comerciali- zando-se os cordeiros machos mediante o acabamento das carcaas em confinamento. Os cordeiros machos tambm podem ser comercializados para fins de recria. Qual a durao da lactao e a produo de leite de uma ovelha da raa Lacaune? O nvel mdio de produo de ovelhas da raa Lacaune, mantidas sob controle leiteiro, totaliza 186 L de leite em 162 dias de lactao. 102 103 104 40. 45 Qual a durao da lactao e a produo de leite de uma ovelha da raa Milchschaf? A raa Milchschaf alcana nveis de produo da ordem de 550 a 600 L de leite em aproximadamente 250 dias de lactao. Quantas ovelhas podem ser ordenhadas, manualmente, por hora de trabalho? Um trabalhador experiente pode ordenhar, manualmente, entre 20 e 60 ovelhas por hora. Entretanto, o tempo de ordenha est na dependncia de fatores como infra-estrutura adequada e caracters- ticas do bere, alm do comportamento animal. Existem diferenas em quantidade de leite produzido quanto ao mtodo de ordenha? A diferena de produo de leite entre ordenha manual e mecnica no foi observada em ovinos. A quantidade de ordenhas interfere na produo de leite de ovelha? Sim. Observou-se uma reduo da ordem de 20% na produo de leite, quando se reduz de 2 para 1 ordenha diria. 105 106 107 108 109 Quais as caractersticas pro- dutivas da raa Texel? A raa Texel caracteriza-se por tripla finalidade: Prolificidade com excelente produo de carne em regi- me de pasto e velocidade de crescimento das crias. 41. 46 Produo de l, entre 3,5 e 4 kg/ano. Produo mdia de leite entre 155 e 207 L por lactao. Quais as caractersticas produtivas da raa Lacaune? A raa Lacaune caracterizada por ovelhas rsticas e prolferas, que permitem at trs partos em 2 anos, sendo tambm produtoras de carne de cordeiro precoce. O peso da l baixo, da ordem de 2,5 kg. Quais as caractersticas produtivas da raa Milchschaf? A raa Milchschaf antiga, com mais de 500 anos de cria e seleo, com alta prolificidade (230%), produz cordeiros com boa velocidade de crescimento e tem alta produo de leite (de 550 a 600 L de leite em 250 dias). Permite at trs partos em 2 anos. Sua l tem mechas longas e o peso de velo sujo da ordem de 3,0 kg. Qual a produo de leite da raa Corriedale? Em regime intensivo de manejo no pasto, a raa Corriedale produz 83 L de leite num perodo de 90 dias de lactao. Qual a produo de leite da raa Romney Marsh? Em regime intensivo de manejo no pasto, a raa Romney Marsh produz, em mdia, 83 L de leite, num perodo de 90 dias de lactao. Qual a produo de leite da raa Merino Australiano? Em regime intensivo de manejo no pasto, a raa Merino Austra- liano produz, em mdia, 52 L de leite, em 75 dias de lactao. 110 111 112 113 114 42. 47 Qual a produo de leite da raa Ideal? Em regime intensivo de criao no pasto, a raa Ideal a que melhor se adapta ao manejo para explorao em tambos ovinos, embora apresente muita variao na produo, sugerindo possibilidade de melhoramento para desenvolver a aptido leiteira. Produz, em mdia, 83 L de leite em 90 dias de lactao. Quais as caractersticas produtivas da raa Bergamcia Brasileira? A raa Bergamcia-Brasileira de grande porte, com animais rsticos, pouco exigentes na alimentao, bem adaptados ao Sudeste e ao Nordeste brasileiros. A produo mdia de l de 3 kg/ano. Tem alta prolificidade e aptido leiteira (259 L de leite em 180 dias). Como feito o cruzamento industrial? 115 116 117 O cruzamento industrial feito pelo acasalamento de duas raas puras, visando o aprovei- tamento do vigor hbrido para a produo de filhos com aptido para carne, todos destinados ao abate. 43. 4 Sistema de Produo 44. 50 Qual o melhor sistema de criao de ovinos? O melhor sistema de criao aquele que proporciona conforto e bem-estar aos animais, permitindo a manifestao do potencial produtivo, sem destruio do meio ambiente. Como se caracteriza o sistema extensivo de produo? O sistema extensivo caracteriza-se pelo mximo aprovei- tamento dos recursos naturais, com pouco investimento de capital e equipamentos. Envolve extenses variveis de terra, com os ovinos vivendo o ano todo em campos naturais. As benfeitorias consistem na diviso de potreiros, em galpes e currais para manejo. Quando deve ser usado o sistema extensivo de criao? O sistema extensivo de criao deve ser usado quando o valor da terra for considerado baixo, como resultado das condies de solo e de pastagens. Deve ser usado para produo de l e de animais para consumo, para limpeza de campo, ou para a produo de animais destinados ao abate, com idade mais avanada. Em que consiste um sistema intensivo de criao de carneiros? O sistema intensivo de criao de carneiros consiste no mximo aproveitamento das pastagens, com rotao e maior lotao de animais por rea. Esse sistema requer assistncia constante, mais trabalho e investimento em instalaes do que numa criao extensiva. Que tipo de animal indicado para o sistema intensivo? Para o sistema intensivo de criao, so indicados animais de alto valor gentico, destinados reproduo e exposio, ou produo de leite ou de carne de cordeiro. 118 119 120 121 122 45. 51 Quais as exigncias para a implantao do sistema intensivo? A adoo do sistema intensivo de criao exige registros rigorosos, aplicao de conhecimentos tcnicos, assistncia constante, mo-de-obra especializada e investimentos financeiros em piquetes, instalaes, equipamentos e alimentao. Qual o melhor sistema para a criao de ovinos leiteiros? 123 124 H vrios sistemas para a cria- o de ovinos leiteiros, pois no existeumlimitedefinidoquepriorize a produo de leite ou a produo de cordeiros. Um sistema moderno de produo maneja os cordeiros com desmame entre 4 e 6 semanas de idade, os quais seguem para o confinamento, ao passo que as ovelhas passam a ser ordenhadas por um perodo aproximado de 5 meses aps o parto, inicialmente duas vezes ao dia e uma vez ao final da lactao. Qual o melhor manejo para maximizar a produo de um rebanho da raa Texel? Um possvel manejo para a maximizao produtiva da raa Texel a tosquia no pr-parto e o confinamento das ovelhas em pastagem cultivada, com desmame dos cordeiros aos 45 dias, sendo levados a confinamento para produo de carne/recria, ao passo que as ovelhas seriam ordenhadas at o final da lactao. A ovinocultura de leite pode ser explorada em sistemas de produo familiar? Sim, embora a mo-de-obra e o uso do solo limitem o nmero de ovelhas a ser explorado nesse sistema. A capacidade de ordenha 125 126 46. 52 de um trabalhador de 40 a 50 ovelhas, aproximadamente, sendo uma atividade leve que pode ser feita por crianas, mulheres e idosos. Como devem ser manejados os cordeiros de raas com aptido l, em tambos de sistemas de produo familiar? Nesse caso, os cordeiros devem ser retirados da me no primeiro dia de vida (aps mamar o colostro), para evitar o reflexo maternal. So criados artificialmente com leite de vaca, na proporo de 450 g de leite em duas tomadas dirias. A alimentao complementada com rao, com 18% de protenas e pastagem cultivada, aps a primeira semana de vida. O desmame ou a suspenso do forneci- mento de leite de vaca deve ser feito entre 35 e 45 dias de vida, quando estiverem com 9 a 10 kg de peso, devendo ser mantidos na pastagem at atingirem 23 kg, entre 90 e 110 dias, quando so comercializados. O que sistema de confinamento? um sistema de produo caracterizado pela criao de animais em pequenos espaos, no perodo de entressafra ou em terminao, os quais recebem alimentao diferenciada (rao e silagem), visando obter de animais saudveis e a produo de carne de alta qualidade. Que tipo de animal indicado para o sistema de confina- mento? So recomendados animais vigorosos, jovens, com alto potencial gentico e grande capacidade de expressar suas carac- tersticas produtivas em condies adequadas de alimentao e manejo. 127 128 129 47. 53 Qual o papel da alimentao no sistema de confinamento? fundamental, pois via alimento que os animais expressam seu potencial produtivo. Entretanto, no confinamento, a alimentao isolada no consegue expressar todo o potencial do animal, h necessidade tambm de conforto e de sade para que o potencial gentico seja manifestado. Como deve ser a alimentao para animais em confinamento? Deve ser uma alimentao de qualidade, em quantidade adequada e especfica para a categoria animal confinada. Qual o principal objetivo do confinamento? O principal objetivo do confinamento agregar valor produo ovina durante o perodo de entressafra, oferecendo ao mercado produtos de qualidade para satisfao do consumidor. O confinamento de ovinos vantajoso? Os ovinos respondem bem ao confinamento, mas a vantagem em confin-los est na relao custo da alimentao/custo do trabalho e no valor da produo. Em que consiste o sistema misto de criao? 130 131 132 133 134 um sistema intermedirio entre os sistemas de criao extensivo e intensivo. Contudo, esse sistema mais flexvel, pois pode ser com- binado com aagriculturasobdiversas modalidades. 48. 54 Quando utilizado o sistema misto de criao? O sistema misto de criao utilizado em fazendas diver- sificadas, onde a criao de ovinos constitui uma alternativa de produo para ocupar espaos durante o intervalo de produo de gros, frutas ou outras culturas. 135 49. 55 5 Nutrio e Alimentao 50. 56 Qual a maneira mais econmica de se alimentar ovinos? As pastagens representam a forma mais prtica e econ- mica de alimentao de ovinos. Entretanto, as plantas forrageiras no crescem uniformemente, pois o crescimento varia conforme a estao do ano, no permitindo uma produo constante de forragem. A criao conjunta de ovinos e bovinos no pasto possvel? Sim, mas necessita de prticas corretas de manejo para que ambas as espcies possam ser beneficiadas e para que no falte pastagem. aconselhvel o uso de piquetes para descanso dos animais e recuperao do campo e muito cuidado no manejo, pois os efeitos podem ser sentidos muito tempo depois, na forma de baixo ndice de natalidade ou de pouco desenvolvimento dos animais jovens. Qual o melhor manejo da pastagem na criao conjunta de bovinos e de ovinos? a rotao de piquetes, onde os bovinos consomem as pastagens mais altas e os ovinos, as mais baixas. No pastoreio conjunto, a pastagem mais prejudicada por ovinos ou por bovinos? Provavelmente, por bovinos. Embora os ovinos pastem mais rente ao solo, apresentam menor presso de pisoteio, alm de eliminar as fezes em pequenas pelotas, facilitando sua distribuio sobre o solo, ao contrrio dos bovinos. 136 137 138 139 51. 57 Qual a diferena entre a criao de ovinos e bovinos no pasto e a criao de aves e sunos nas mesmas condies? Os primeiros transformam, com maior eficincia, os pastos em carne, leite e pele, ao contrrio das aves e dos sunos, que precisam de gros em sua dieta para produzir carne, embora a criao de sunos e aves em ambiente livre seja possvel. possvel criar alguns sunos junto com ovinos, na mesma pastagem? 140 141 A criao conjunta de ovinos e de sunos no aconselhvel, pois as espcies tm comporta- mento e necessidades nutricionais diferentes, sendo provvel que os sunos consumam os cordeiros recm-nascidos. O que suplementao do rebanho? um recurso utilizado no manejo produtivo do rebanho. A suplementao visa aumentar a eficincia dos alimentos, proporcionando melhor condio nutricional aos animais, aumentando a produo e prevenindo enfermidades. Suplementao e rao so a mesma coisa? No. A suplementao consiste no fornecimento aos animais de sobras da indstria, (por exemplo farelo de arroz) ou resduos da lavoura, (como feijo quebrado, arroz vermelho, feno, etc.), ao passo que a rao feita a partir da formulao de ingredientes equilibrados conforme as necessidades do animal. 142 143 52. 58 O que suplementao energtica do rebanho? a oferta de alimentos suplementares ricos em amido. A suplementao utilizada para manter a carga animal no piquete, em casos de deficincia forrageira, ou para melhorar a absoro de protenas pela ativao dos microrganismos do rmen ou pana, onde os alimentos so armazenados para depois serem nova- mente mastigados, durante o repouso dos ovinos, dando incio digesto. O que suplementao protica? a oferta de alimentos ricos em protenas, geralmente utilizada na forma de uria, para ser convertida em protena pelos microrga- nismos do rmen. oferecida aos animais quando h baixo consumo de volumoso, ou quando as forragens so consideradas de m qualidade. preciso no esquecer que a uria txica, devendo ser administrada aos animais em pequenas doses at que se habituem a ela. Como e quando suplementar o rebanho ovino? A suplementao do rebanho ovino deve ser feita nos perodos crticos do ano, para repor os nutrientes que esto faltando na pastagem. Essa suplementao deve atender s exigncias nutricionais, que so diferentes conforme a condio reprodutiva e a categoria animal. Assim, as ovelhas prenhes apresentam maior exigncia no tero final da gestao, sendo a exigncia maior nas ovelhas gestando gmeos. Os cordeiros so mais exigentes do que as ovelhas, pois necessitam de alimentos para o desenvolvimento corporal. 144 145 146 53. 59 Na ausncia de pastagem, qual a maneira mais econmica para se alimentar ovinos em manuteno? 147 Na ausncia de pastagens, a utilizao de feno de boa quali- dade supre as necessidades de ovinos em manuteno de manei- ra prtica e econmica, se compa- rada com outros alimentos. Que cuidados devem ser observados num sistema de confinamento? Aplicar vermfugo nos animais antes da entrada no confina- mento conforme o exame de fezes, observar, diariamente, seu comportamento e tratar os tmidos, at que sejam aceitos pelo grupo. As instalaes devem ser adequadas, em tamanho proporcional ao nmero de animais (rea, nmero de cochos e bebedouros) e bastante iluminadas. Quais as vantagens do confinamento de cordeiros? O confinamento uma tcnica vivel, pois os cordeiros possuem boa converso alimentar. Alm disso, elimina a contami- nao por vermes, evita ataque de predadores, possibilita o desmame precoce, garante carcaas com melhor qualidade e maior segurana alimentar, com ausncia de resduos de medicamentos. Quais as desvantagens do confinamento de cordeiros? As desvantagens do confinamento so o aumento do custo da mo-de-obra, alto custo dos alimentos, exigncia de instalaes prprias e de muito trabalho. 148 149 150 54. 60 Que rao deve ser fornecida para cordeiros confinados? A rao deve atender s necessidades do animal. acon- selhvel formular a rao de maneira balanceada conforme a condio do cordeiro (antes e aps o desmame), considerando, tambm, a oferta de ingredientes no mercado. Como formular uma rao para cordeiros nos primeiros 50 dias de confinamento? Para cordeiros com idade at 50 dias e desmame nessa idade, sugere-se a mistura com os seguintes ingredientes: Silagem de milho 58,00% Milho desintegrado 18,44% Farelo de soja 22,61% Calcrio calctico 0,59% Sal comum (NaCl) 0,36% Total 100% Como formular uma rao para cordeiros em confinamento do desmame ao abate? Para cordeiros em confinamento desmamados aos 50 dias at o abate com 100 dias de idade, sugere-se a mistura com os seguintes ingredientes: Silagem de milho 58,00% Milho desintegrado 13,80% Farelo de soja 27,02% Calcrio calctico 0,86% Sal comum (NaCl) 0,32% Total 100% 151 152 153 55. 61 Que quantidade de rao deve ser fornecida, por dia, a cordeiros confinados at o abate, com aproximadamente 100 dias de idade? A quantidade de rao a ser oferecida para cordeiros confinados est relacionada ao consumo de matria seca (MS) e ao peso vivo, que de 0,6 kg/animal/dia. Deve-se oferecer feno para cordeiros confinados, mesmo que eles recebam rao? Sim. O feno deve ser oferecido vontade, para cordeiros, pois esse produto constitui o volumoso que equilibra a rao. O que creep feeding? 154 155 156 Creep feeding uma tcnica de alimentao suplementar para cordeiros lactentes, pelo acesso rao formulada para melhor suprir suas necessidades nutricionais. Com que idade comea a ingesto de rao no creep feeding? Normalmente, os cordeiros comeam a ingerir rao no creep feeding dos 10 aos 14 dias de idade, sendo o consumo de rao inversamente proporcional quantidade de leite consumido. Qual a quantidade mnima de PB e NDT exigida na formu- lao da rao para o creep feeding? A formulao de rao para o creep feeding deve conter um mnimo de 15% de protena bruta (PB) e 77% de nutrientes digestveis totais (NDT). O resto da rao constitudo de energia e de aditivos. 157 158 56. 62 Qual a formulao da rao para cordeiros mantidos em pastagem em regime de creep feeding? Sugere-se uma rao com 15,3% de PB e 77,3% de NDT para cordeiros em regime de creep feeding, de acordo com a frmula a seguir: Milho desintegrado 80,0% Farelo de soja 18,5% Calcrio calctico 1,0% Sal mineral (Premix) 0,5% Total 100,0% O que creep grazing? Creep grazing uma tcnica de alimentao suplementar de cordeiros lactentes pelo acesso pastagem cultivada (geralmente leguminosas), para melhor suprir suas necessidades nutricionais. Para que serve o creep feeding? O creep feeding serve para abreviar o desmame, pois quando ocorrer a separao das mes, os microrganismos do rmen dos cordeiros j estaro adaptados dieta. O afastamento da me deve ser gradual, para evitar estresse ao cordeiro. Para que serve o creep grazing? O creep grazing serve para abreviar o desmame, com menos estresse e provvel diminuio da carga parasitria, pois evita que o cordeiro pasteje ao lado da me. Por que os cordeiros apresentam dificuldade em aceitar a rao oferecida? Provavelmente, pela palatabilidade (sabor) da rao. A palata- bilidade fator determinante na aceitao da dieta pelo cordeiro. 159 160 161 162 163 57. 63 Como proceder para ensinar os cor- deiros a consumir rao? 164 Para facilitar a iniciao na dieta, aconselhvel aumentar, temporariamente, a quantidade de cereais na rao (farelo de soja, aveia, milho ou cevada), sendo tambm importante o treinamento dos cordeiros antes de incrementar a tcnica do creep feeding. Por que os cordeiros apresentam dificuldade em se aproximar da rea do creep? Provavelmente por falta de treinamento. Nesse caso, a utilizao de animais acostumados com o manejo, facilita. Entretanto, a rao deve ser fornecida em reas pequenas bem iluminadas e localizadas, preferencialmente, no ambiente de repouso dos animais, de fcil acesso e com cochos bem distribudos. Qual a tcnica mais eficiente, creep feeding ou creep grazing? O creep feeding parece ser mais eficiente nas primeiras 6 semanas de vida, podendo tornar-se anti-econmico em idade mais avanada, quando pode ser substitudo pelo creep grazing. Quais os benefcios do creep? Os benefcios do creep so: Planejamento do peso de abate. Diminuio da idade de desmame. Cordeiros de partos mltiplos tendem a ganhar peso igual ou maior que cordeiros provenientes de partos simples, aps o desmame. 165 166 167 58. 64 Qual o melhor sistema intensivo de terminao de cordeiros? A deciso sobre a implantao do sistema intensivo depende do maior retorno econmico esperado e do capital investido. Os sistemas que promovem rpido crescimento dos cordeiros, com maior eficincia alimentar, atingindo peso de mercado em pouco tempo, exigem uma alimentao mais cara. Sistemas de produo baseados em forragens esto associados com ganho de peso mais baixos, mas com menor custo total. Como iniciar o aleitamento artificial dos cordeiros rfos? Deve-se iniciar o aleitamento artificial com o fornecimento do colostro (primeiro leite) at as 11 horas de vida do cordeiro. Os rfos devem receber colostro de outras ovelhas, na razo de 10% do peso corporal. Na falta desse produto, pode ser utilizado colostro de vacas. aconselhvel manter um banco de colostro (de ovelha ou de vaca) armazenado no freezer. Na primeira semana de vida do cordeiro, deve-se usar leite (de ovelha ou de vaca). A partir da segunda semana, introduzir, gradualmente, sucedneos de leite at completar o volume dirio de leite requerido pelas crias. Quaisossucedneosdeleitedeovelhaencontradosnocomrcio? Os sucedneos de leite de ovelha so: leite de vaca em p, leite em p enriquecido e leite de soja. Este ltimo deve ser oferecido aos cordeiros, aps 40 dias de idade, pelo fato de o rmen no estar ainda completamente desenvolvido. Quantas tomadas dirias devem ser oferecidas aos cordeiros rfos? Na primeira semana de vida, devem ser oferecidas quatro tomadas, reduzindo-se para trs, na segunda semana, para duas, a 168 169 170 171 59. 65 partir da quarta semana e, para uma, da sexta semana at o desmame. No esquecer de suplementar, com rao, a partir da segunda semana de aleitamento. Qual a melhor idade para desmamar cordeiros? Depende do sistema de criao. Em criao extensiva, aos 90 dias de vida, aproximadamente. Em criao in- tensiva, utilizando-se o creep feeding, aos 45 dias. Quantotempoocordeirodevepermaneceremconfinamento? O tempo de permanncia do cordeiro em confinamento depende dos objetivos do produtor e da alimentao. A previso do tempo de permanncia em confinamento feita por meio de planilhas de acompanhamento do sistema, considerando, tambm, o ganho de peso dirio e o retorno esperado. Qual a melhor idade para abater os cordeiros? A melhor idade o ponto timo de acabamento da carcaa, aproximadamente aos 5 meses de idade. A ocorrncia desse ponto timo varia com a raa, sendo algumas mais precoces e outras mais tardias. Depois do ponto timo, ocorre um perodo de menor desen- volvimento muscular, o que aumenta o custo. Que alimentao deve ser oferecida aos cordeiros recm- nascidos, para estimular a ingesto de alimentos slidos? Como os cordeiros comeam a ingerir alimentos slidos no incio da terceira semana de vida, aconselhvel comear a oferecer- lhes raes base de milho, farelo de soja, algodo, trigo e leite em p, com 20% a 22% de protena, j a partir dos 15 dias de idade. 172 173 174 175 60. 66 Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de inverno, indicadas para a recria de cordeiros? Para pastagens de inverno manejadas com animais em crescimento, a altura de pastejo indicada de 10 a 15 cm, considerando-se a massa de forragem de 1600 a 2000 kg de matria seca (MS)/ha. Esse valor pode variar entre espcies forrageiras, mas a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte decumbente-prostrado, para cordeiros? As pastagens de vero de porte decumbente-prostrado, manejadas com cordeiros para engorda, devem ser mantidas altura de 15 a 20 cm, para garantir massa de forragem de 2500 a 3500 kg de matria seca (MS)/ha. Embora existam diferenas entre espcies forrageiras, a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte cespitoso para cordeiros? As pastagens de vero de porte cespitoso, manejadas com cordeiros para engorda, devem ser mantidas altura de 25 a 30 cm, para garantir massa de forragem de 3500 a 4000 kg de matria seca (MS)/ha. Embora existam diferenas entre espcies forrageiras, a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. 176 177 178 61. 67 Que quantidade de farelo deve ser oferecida ovelha que est criando, no campo? Deve-se fornecer de 100 a 200 g de farelo por animal/dia. Como devem ser alimentadas as ovelhas no tero final da gestao? 179 No tero final da gestao, ocorre o maior crescimento fetal. Por isso, as necessidades nutricionais aumentam muito. Nos ltimos 45 dias, ocorre uma diminuio significativa da capacidade de ingesto de alimentos, causada pela compresso exercida pelo feto no rmen, recomendando-se o fornecimento de forrageiras com menor teor de umidade e concentrados com maiores teores de energia. Na falta desses nutrientes, recomenda-se um piquete com forrageiras cultivadas, de elevado valor nutricional. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de inverno indicadas para ovelhas no incio de gestao? As pastagens de inverno manejadas com ovelhas secas ou no incio de gestao devem ser mantidas altura de 10 cm, para garantir massa de forragem de 1400 a 1600 kg de matria seca (MS)/ha. Embora existam diferenas entre espcies forrageiras, a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de inverno indicadas para ovelhas no tero final de gestao? As pastagens de inverno manejadas com ovelhas no tero final de gestao e lactao devem ser mantidas com 15 a 20 cm de altura, 180 181 182 62. 68 para gerar massa de forragem de 2000 a 2400 kg MS/ha. Esse valor pode variar entre espcies forrageiras e regies, mas a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte decumbente-prostrado para ovelhas no incio de gestao? As pastagens de vero de porte decumbente-prostrado, manejadas com ovelhas em incio de gestao e secas, devem ser mantidas com 10 a 15 cm de altura, para gerar massa de forragem de 2000 a 2500 kg de matria seca (MS)/ha. Embora existam diferenas entre espcies forrageiras, a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte decumbente-prostradoparaovelhasnoterofinaldagestao? As pastagens de vero de porte decumbente-prostrado, manejadas com ovelhas no tero final de gestao e lactao, devem ser mantidas com 20 a 25 cm de altura, para gerar massa de forragem de 3000 a 3500 kg MS/ha. Esse valor pode variar entre espcies forrageiras e regies, mas a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte cespitoso, utilizadas por ovelhas no incio da gestao? As pastagens de vero de porte cespitoso, manejadas com ovelhas no incio de gestao e secas, devem ser mantidas com 20 a 183 184 185 63. 69 25 cm de altura, para gerar massa de forragem de 3000 a 3500 kg MS/ha. Esse valor pode variar entre espcies forrageiras e regies, mas a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual a altura ideal de pastejo das pastagens de vero de porte cespitoso, para ovelhas no tero final da gestao? As pastagens de vero de porte cespitoso, manejadas com ovelhas no tero final de gestao e lactao, devem ser mantidas com 30 a 35 cm de altura, para gerar massa de forragem de 4000 a 4500 kg MS/ha. Esse valor pode variar entre espcies forrageiras e regies, mas a altura de corte indicada como base para maximizar a produo ora animal, ora vegetal, razo pela qual o criador deve estar atento para aliviar ou aumentar a carga animal, quando necessrio. Qual o perodo de maior exigncia nutricional de ovelhas de cria? O perodo de maior exigncia nutricional de ovelhas de cria ocorre de 2 a 3 semanas aps o parto. Nesse momento, as necessidades nutricionais so as mais elevadas do perodo re- produtivo, pois o cordeiro depende, exclusivamente, do leite materno. Como alimentar as ovelhas de cria no perodo de lactao, quando submetidas criao intensiva? Durante as primeiras trs semanas do perodo de lactao, em condio de criao intensiva, as ovelhas de cria devem ser alimentadas com volumosos de boa qualidade e rao com 14% a 186 187 188 64. 70 16% de protena. Aps 30 a 45 dias, deve-se diminuir, gradativa- mente, a rao, para favorecer a secagem do leite no momento do desmame e evitar mamites. Que alimentao deve ser oferecida aos cordeiros desma- mados precocemente? Cordeiros desmamados precocemente devem ser alimentados com volumosos de alta qualidade e concentrado com 18% a 20% de protena. Qual a alimentao de mantena para carneiros fora do perodo de reproduo? Fora da estao de monta, forrageiras de boa qualidade suprem as necessidades nutricionais dos machos adultos. Alm disso, dietas com excesso de rao concentrada e pouco volumoso levam ingesto acentuada de fsforo e, s vezes, ingesto baixa em clcio, o que favorece o aparecimento de clculos na uretra. Como produzido o feno? 189 190 191 O feno produzido com for- rageiras cultivadas ou sobras de pasta- gens picadas, secas ao sol. Depois, enfardado e armazenado ao abrigo da chuva, em local arejado. O que silagem? Silagem um processo de preservao de forragem obtida a partir de plantas cultivadas ou forrageiras, picadas e armazenadas por compactao em silos cobertos com lonas. 192 65. 71 O que amonizao? Amonizao um processo utilizado para melhorar a qualidade da forragem a ser preservada. Trata-se de um banho de uria na silagem, antes da compactao. 193 66. 6 Manejo 67. 74 Qual a melhor poca para acasalar o rebanho, visando-se produo de cordeiros para comercializao nas festas de fim de ano? A melhor poca para acasalar o rebanho ovino o fim do vero e incio de outono, quando ocorre a sincronizao natural de cios, motivada pela diminuio do nmero de horas de luz por dia, resultando no nascimento de cordeiros durante a pri- mavera, com pouca diferena de idade, o que proporciona lotes uniformes para comercializao nas festividades de Natal e Ano Novo. Como identificar uma ovelha no cio? As ovelhas em cio so identificadas pelo comportamento inquieto e pela aparncia externa da vulva, que fica em tom rosado e com muco cristalino. Como se comporta a ovelha em cio, na presena do macho? A ovelha em cio procura o macho, sendo possvel observar alguns sinais caractersticos, como virar a cabea sobre o flanco em direo ao carneiro, sacudir a cauda e seguir o macho, geralmente em grupos. Como identificar uma ovelha em cio, na ausncia do macho? Na ausncia de machos, o comportamento da ovelha durante o cio pouco demonstrativo. Observa-se que a vulva apresenta tom rosado, aspecto intumescido e muco cristalino. 194 195 196 197 68. 75 Qual a maneira mais fcil de se identificar cios em rebanho ovino? 198 A maneira mais fcil de se identificar cios em rebanho ovino a utilizao de rufies (carneiros vasectomizados) ou capes androgenizados (com aplicao de hormnio mas- culino), impregnados no peito com tinta base de gordura ou com colete prprio para identificao de fmeas em cio. Qual a durao do perodo de acasalamento sob monta natural do rebanho de cria ovina? O perodo de acasalamento sob monta natural dura aproximadamente 42 dias, para proporcionar um mnimo de trs repeties de cio, garantindo assim, que se obtenha um nmero mximo de cordeiros e se evite possveis problemas para o carneiro. Qualaidadeadequadaparasecolocarovinosemreproduo? A idade para incio de reproduo das borregas varia conforme o manejo nutricional do rebanho. Borregas com alto nvel nutricional podem ser acasaladas a partir de 7 meses de idade, mas nas condies tradicionais de manejo reprodutivo, o acasalamento ocorre aos 18 meses, sendo a matriz utilizada at os 5 ou 6 anos, quando sua fertilidade comea a declinar. Por que as fmeas jovens (borregas) devem ser acasaladas em piquetes separados das ovelhas adultas? As borregas devem ser acasaladas em locais separados das ovelhas adultas porque o perodo de cio das ovelhas mais novas 199 200 201 69. 76 mais curto e difcil de ser percebido. Alm disso, as ovelhas adultas so mais agressivas na procura do macho, dificultando a deteco do cio nas borregas, pelos carneiros. Quais os mtodos usados para se induzir o cio em ovelhas? A induo de cio nas ovelhas feita por aplicao de horm- nios, por exposio a carneiros mantidos em piquetes anexos ao potreiro das fmeas, na presena de rufies, por diminuio da lumi- nosidade e boa nutrio. Como induzir o cio de modo natural, sem uso de hormnios? A induo natural do cio consiste em incrementar a alimen- tao, distribuindo rao balanceada, duas vezes ao dia, 21 dias antes do acasalamento. No 22 dia, o fornecimento da rao deve ser suspenso, para que ocorra um estresse, com liberao do hormnio e ocorrncia do cio. Como induzir o cio de modo artificial? A induo artificial do cio feita pela aplicao de esponjas (buchinhas) impregnadas de hormnio ou pela aplicao de hormnio comercial, na mucosa vaginal, 2 dias antes do acasala- mento. Qual a durao do cio em ovinos? 202 A durao do cio de 30 a 36 horas, com variaes de 12 a 72 horas. O cio nas ovelhas adultas mais prolongado do que nas borregas. Geralmente, no tero final do cio, ocorre a ovulao (liberao do vulo 203 204 205 70. 77 pelo ovrio). A repetio do cio ocorre a cada 17 dias (variando de 14 a 19 dias) da fase reprodutiva, at a fecundao. Qual o melhor momento do cio, para se fazer a inseminao? A inseminao deve ser feita na segunda metade do cio, pois a capacidade fecundante dos espermatozides, no aparelho genital da ovelha, de aproximadamente 3 horas. Como difcil identi- ficar o momento do incio do cio, a inseminao deve ser feita pela manh, uma vez ao dia, para facilitar o manejo. Como algumas ovelhas podem estar entrando em cio pela manh, provvel que no sejam fecundadas, mas haver outras oportunidades, durante o repasse. Quais os mtodos de cruzamento utilizados em ovinos? O acasalamento pode ser por: Monta natural. Monta natural controlada. Inseminao artificial. Como feito o manejo no cruzamento por monta natural? No cruzamento por monta natural, os carneiros so mantidos com as ovelhas, em piquetes, por aproximadamente 7 semanas, sem interferncia direta do criador. Como feito o manejo no cruzamento por monta natural controlada? No cruzamento por monta natural controlada, as fmeas so levadas ao macho, para um nmero controlado de saltos, mediante controle prvio de cios. 206 207 208 209 71. 78 Por que a inseminao artificial pouco utilizada em criatrios de pequeno porte? A inseminao artificial apresenta custo maior do que a monta natural, pois exige infra-estrutura e mo-de-obra especializadas. Contudo, a organizao dos produtores facilita sua utilizao, tornando-a um processo acessvel quando os insumos so adquiridos por associao de criadores. Qual o nmero ideal de carneiros a serem usados em sistema de monta natural? Em manejo de monta natural, o nmero de carneiros varia de 2% a 3%, em funo do nmero de matrizes. Os carneiros devem estar aptos, com exame androlgico, em rodzio semanal e descanso de um carneiro (1%). Nesse manejo, a porcentagem de carneiros deve aumentar quando o potreiro for grande (em relao ao nmero de ovelhas), muito acidentado, ou quando os machos forem jovens. Em rebanhos de pequeno porte, um carneiro em boas condies reprodutivas suficiente para a produo de cordeiros. Qual o nmero ideal de carneiros a serem usados em sistema de monta natural controlada? Em sistema de monta natural controlada, bastam dois carneiros (aptos quanto ao teste androlgico), para cada cem matrizes, em rodzio dirio com controle do nmero de saltos, pois em condies normais, um carneiro pode cobrir no perodo at cem ovelhas, com ndice de prenhez de at 90%. Qual o nmero ideal de carneiros a serem usados em sistema de monta natural controlada, mediante sincronizao de cios? Em sistema de monta natural controlada, em rebanho com cio sincronizado, h necessidade de usar, no mnimo, 10% de carneiros, 210 211 212 213 72. 79 com nmero de saltos controlados, para atender o elevado nmero de fmeas aptas ao acasalamento. Se o rebanho for acima de 200 ovelhas, caso em que recomendvel a inseminao artificial, pois um reprodutor em boas condies suficiente para a fecundao anual de aproximadamente mil ovelhas. Contudo, a existncia de um carneiro-reserva sempre traz garantia de sucesso. Quais as vantagens da inseminao artificial?214 A inseminao artificial permite o uso intensivo de reprodutores de elevado padro zootcnico, com melhor aproveitamento, acelerando a uniformizao do rebanho e o controle de procedncia dos animais. Alm disso, dispensa o cuidado e trato de vrios carneiros, permitindo aproveitar animais superiores, incapacitados para monta. Que cuidados devem ser dados aos carneiros antes do perodo de acasalamento? Aproximadamente 60 dias antes do acasalamento, deve-se fazer a reviso dos carneiros, com exame androlgico, selecionando-se os que apresentam eficincia reprodutiva, para suplement-los com gua fresca e boa pastagem, em potreiros sombreados. Se necessrio, aparar seus cascos e proceder ao controle parasitrio e sanitrio. Que cuidados devem ser dados aos carneiros, no perodo de acasalamento? Durante o acasalamento, em sistema de monta natural no campo, deve ser evitado o uso de carneiros adultos junto com borregos, pois estes podem ser agredidos pelos mais velhos. Quando em monta natural controlada ou inseminao artificial, os carneiros devem permanecer em baias, para evitar desgaste fsico. 215 216 73. 80 Qual o peso mnimo das borregas, no primeiro encarnei- ramento? No primeiro encaneiramento, o peso mnimo de borregas, varia conforme a raa, de 36 a 40 kg, para raas de pequeno porte, e de 45 a 50 kg, para ovinos de grande porte. Qual a durao do perodo de gestao da ovelha? O perodo de gestao da ovelha, em condies normais, varia de 142 a 152 dias, sendo a mdia de 147 dias. O uso de banhos sarnicidas, em ovelhas prenhes, reduz a fertilidade dos rebanhos? No. O principio ativo dos banhos sarnicidas atxico para ovelhas gestantes. O perigo est no estresse do animal, provocado por longos perodos de jejum, traumas, etc, que podem resultar em abortos ou partos prematuros. Como deve ser feita a toalete (preparo) da ovelha, antes da pario? 217 218 219 220 221 A toalete ou preparo da ovelha, antes da pario, prev a tosquia (desbaste) da l que cobre os olhos, a regio vulvar e a parte em volta do bere, para assegurar higiene durante o parto e facilitar a primei- ra mamada da cria. Quais os procedimentos para obrigar uma ovelha a adotar um rfo? Embora haja vrios procedimentos para obrigar uma ovelha a adotar um rfo, todos esto relacionados ao comportamento 74. 81 materno, sendo a habilidade da ovelha o fator mais importante para a adoo. O procedimento com melhores resultados visa conter a ovelha numa baia para adoo, que permita a movimentao do cordeiro. A baia deve ficar em local desconhecido da matriz e afastada de outros ovinos. Qual o procedimento para se evitar o abandono do cordeiro por ovelha com parto difcil, que necessitou de ajuda? Aps os primeiros cuidados com a cria, o criador deve: Friccionar o lquido do parto no tronco do cordeiro e no focinho da me. Colocar o cordeiro prximo cara da ovelha, para que esta o reconhea. Evitar movimentos bruscos. Qual o procedimento para se evitar o abandono do cordeiro, por ovelha que perdeu a identidade da cria, em virtude de manejo inadequado? O procedimento consiste em friccionar um perfume forte no focinho da ovelha e lev-la baia para adoo. Depois de algum tempo, tendo friccionado o mesmo perfume na regio caudal da cria, introduzi-la na baia e manter os dois juntos, at a aceitao da cria. Como escolher uma ovelha para ser me adotiva? A ovelha-ama deve ter parido recentemente, e o filhote pode estar vivo ou ter morrido. Contudo, o melhor mtodo escolher amas que tenham antecedentes de partos mltiplos, pois produzem mais leite e so mais acessveis adoo. 222 223 224 75. 82 Que cuidados devem ser observados com o cordeiro recm- nascido em perigo de morte? Os cuidados a serem observados so os seguintes: Secagem da l. Tratamento do umbigo. Aquecimento. Alimentao com colostro, se o cordeiro tiver menos de 11 horas de vida. O que prolapso vaginal e quando ocorre? O prolapso vaginal nada mais que a queda da vagina, que parece sair pela vulva. Isso ocorre nas proximidades do parto, geralmente 1 semana antes, mas pode ocorrer, tambm, aps o parto. Quais as causas do prolapso vaginal? O prolapso vaginal pode ser causado por um conjunto de fatores: Ovelhas muito gordas em terrenos acidentados. Alimentao excessiva. Gestao mltipla. Ovelhas velhas. Corte curto da cauda. Causas hereditrias. Como tratar o prolapso va- ginal? Limpar os tecidos expostos e coloc-los na posio correta. Essa operao facilitada, deixando-se a ovelha deitada de lombo e ele- 225 226 227 228 76. 83 vando-se o posterior pelas patas. Suturar (costurar) frouxamente a vulva, sem afetar a mucosa. Qual a durao de um parto normal? A durao de um parto normal varia de 2 a 4 horas, comeando com a mudana de comportamento e terminando com a expulso da cria. Quando ocorre a dilatao genital no parto normal e qual sua durao? A dilatao do trato genital ocorre, progressivamente, no final da prenhez, o que pode ser observado pelo relaxamento da cauda, sendo a etapa final a dilatao da crvix (canal do parto) que ocorre no incio do trabalho de parto, e dura entre 30 minutos e 2 horas nas ovelhas adultas, sendo mais prolongada nas borregas. Na prtica, qual a diferena entre a fase de dilatao e a fase de expulso no parto normal? A principal diferena entre as fases de dilatao e de expulso que uma antecede a outra. Na fase de dilatao, o comportamento da ovelha caracteriza-se por inquietude at o surgimento de contraes. Inicialmente, pouco perceptveis, as contraes progridem at a expulso da cria, que comea pela introduo dos membros anteriores e da cabea no canal vaginal. Quando o criador deve intervir no parto? O criador deve intervir no parto, quando a ovelha apresentar sinais de exausto e a cria apresentar sinais de sofrimento, como cara inchada, posio virada, etc. 229 230 231 232 77. 84 Que cuidados devem ser observados quando se intervm em parto difcil? O criador deve aguardar, mantendo a ovelha sob vigilncia, pois a interveno manual o ltimo recurso. A manipulao deve ser cuidadosa e com a devida higiene. Deve-se proceder da seguinte maneira: lubrificar as mos com vaselina lquida ou leo comestvel. Na dvida, consultar um mdico veterinrio. Qual a posio correta do cordeiro, no parto normal? No parto normal, a posio correta do cordeiro a anterior, isto , primeiro aparecem a cabea e os membros anteriores estendidos em posio longitudinal de modo que o esqueleto do cordeiro fica posicionado paralelamente ao esqueleto da me. Quais as duas apresentaes anormais do cordeiro que permitem interveno no parto, sem risco de morte? As apresenta- es anormais do cordeiro que permi- tem interveno du- rante o parto, sem risco de morte, so: Posio anterior, quando o cordeiro fica com os membros dianteiros curvados, estando a coluna paralela da me. Posio posterior, quando o cordeiro fica na posio inversa com as patas flexionadas, mas mantendo a coluna paralela da me. Comoidentificaraapresentaodocordeironumpartodifcil? A identificao da apresentao do cordeiro feita pela palpao da parte que est insinuada no canal do parto: cabea ou cauda. 233 234 235 236 78. 85 Como proceder quando o cordeiro est atravessado? Quando o cordeiro est atravessado, a primeira providncia corrigir a apresentao do cordeiro em anterior, de preferncia, ou posterior. Como proceder quando o cordeiro est em apresentao anterior, com uma ou ambas as patas dianteiras dobradas? Nesse caso, deve-se empurrar o cordeiro para trs e tracionar, delicadamente, os membros dianteiros com a palma da mo, protegendo as duas patas do cordeiro. aconselhvel tracionar sempre que a ovelha tenha contraes. Como proceder quando o cordeiro est em apresentao posterior, com uma ou ambas as patas dobradas? Na apresentao de ndegas, com membros dobrados, deve- se empurrar o cordeiro para trs, pegar as patas e tracionar suavemente. Quais os sinais que indicam proximidade do parto? Na proximidade do parto, as ovelhas apresentam inquietao, giram a cabea e elevam o lbio superior, deitam e voltam a levantar, lambem o lquido da bolsa rompida, e comumente apresentam interesse pelos cordeiros recm-nascidos de outras ovelhas. O que distocia e qual sua principal causa? Distocia o parto difcil e, em ovinos, a principal causa est na relao entre o volume da cria e o tamanho da me. Nas ovelhas de aptido para l, cordeiros com peso ao nascer superior a 5 kg so causadores de distocia, principalmente quando filhos de borregas. 237 238 239 240 241 79. 86 O que ocorre com a placenta depois do parto? Depois do parto, a placenta permanece dentro da ovelha, desprendendo-se lentamente, durante 2 a 4 horas. Depois, cai no solo. Em alguns casos, consumida pela ovelha. Qual a durao do perodo de lactao de uma ovelha de aptido para carne ou para l? O perodo de lactao de uma ovelha de duplo propsito, em condies normais, varia de 90 a 150 dias. Por que alguns cordeiros vistosos, que nascem saudveis, morrem, embora a me apresente habilidade materna? 242 243 A morte por inanio, de cordeiros que nascem saudveis, resulta da incapacidade de ama- mentar da me, em decorrncia de defeitos mamrios de origem gentica ou adquirida. Esses defeitos podem originar elevada mortalidade neonatal, se no houver exame de bere para descarte. Quais os principais defeitos mamrios adquiridos, observados nas ovelhas? Os principais defeitos mamrios adquiridos durante a vida do animal so: Tetas cortadas durante a tosquia. Tetas obstrudas por tampo de cera. Mamites. 244 245 80. 87 Quais os principais defeitos mamrios hereditrios, observa- dos nas ovelhas? Os principais defeitos mamrios de origem gentica so: Tetos cegos. Tetos curtos. Tetos fibrosos. Tetos excessivamente calibrosos, que impedem a alimentao do cordeiro. Em que momento deve-se avaliar a performance reprodutiva do rebanho de cria? A performance reprodutiva de rebanhos de cria em regime de criao extensiva deve ser avaliada em dois momentos: Durante a sinalao, mediante o exame da condio reprodutiva de cada matriz, contar o nmero de ovelhas criando, com cria morta e secas (falhadas). Contar o nmero de cordeiros sinalados. No momento do desmame das crias, repetir a avaliao. Quais os principais ndices (%) utilizados para se avaliar a performance reprodutiva do rebanho de cria? A performance reprodutiva calcula em valores percentuais as seguintes relaes: Nmero de ovelhas paridas por nmero de acasaladas. Nmero de cordeiros nascidos por nmero de ovelhas acasaladas. Nmero de cordeiros nascidos por nmero de ovelhas paridas. Nmero de cordeiros sinalados por nmero de ovelhas acasaladas. Nmero de cordeiros sinalados por nmero de ovelhas paridas. 246 247 248 81. 88 Como calcular o ndice (%) reprodutivo de um rebanho de cria? O ndice reprodutivo calculado pela frmula: Nmero de ovelhas paridas x 100 Taxa de pario = Nmero de ovelhas acasaladas Como calcular o ndice (%) de nascimento de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas acasaladas? 249 O ndice de nascimento de cordeiros em relao ao nmero total de ovelhas acasa- ladas (OA) calculado pela frmula: Nmero de cordeiros nascidos x 100 Taxa de nascimento (OA) = Nmero de ovelhas acasaladas Como calcular o ndice (%) de nascimento de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas paridas? O ndice de nascimento de cordeiros em relao ao nmero de ovelhas paridas (OP) calculado pela frmula: Nmero de cordeiros nascidos x 100 Taxa de nascimento (OP) = Nmero de ovelhas paridas 250 251 % 82. 89 Como calcular o ndice (%) de sinalao de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas acasaladas? O ndice de sinalao de cordeiros em relao ao nmero total de ovelhas acasaladas calculado pela frmula: Nmero de cordeiros sinalados x 100 Taxa de sinalao (OA) = Nmero de ovelhas acasaladas Como calcular o ndice (%) de sinalao de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas paridas? O ndice de sinalao de cordeiros em relao ao nmero de ovelhas paridas (OP) calculado pela frmula: Nmero de cordeiros sinalados x 100 Taxa de sinalao (OP) = Nmero de ovelhas paridas Durante o desmame das crias, quais os ndices a serem obtidos para se avaliar a performance produtiva do rebanho de cria? A performance produtiva de rebanhos de cria em regime de manejo extensivo deve ser avaliada durante o desmame, para que se possa calcular os ndices de desmame e de sobrevivncia de cordeiros. Como calcular o ndice (%) de desmame de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas acasaladas? O ndice de desmame de cordeiros em relao ao nmero total de ovelhas acasaladas calculado pela frmula: 252 253 254 255 83. 90 Nmero de cordeiros desmamados x 100 Taxa de desmame (OA) = Nmero de ovelhas acasaladas Como calcular o ndice (%) de desmame de um rebanho de cria em relao ao nmero de ovelhas paridas? O ndice de desmame de cordeiros em relao ao nmero de ovelhas paridas (OP) calculado pela frmula: Nmero de cordeiros desmamados x 100 Taxa de desmame (OP) = Nmero de ovelhas paridas Como calcular o ndice (%) de sobrevivncia dos cordeiros ao desmame? O ndice de sobrevivncia de cordeiros ao desmame calculado em funo do nmero de cordeiros desmamados em relao ao nmero de cordeiros nascidos, conforme a frmula: Nmero de cordeiros desmamados x 100 Taxa de sobrevivncia de cordeiros = Nmero de cordeiros nascidos Como identificar o momento da morte perinatal de cordeiros? 256 257 258 A identificao do momento da ocorrncia da morte perinatal feita pela necropsia, que permite a observa- o de rgos dos cordeiros (vasos umbilicais,aeraopulmonar,contedo abomasal coagulador membranas podais, consistncia de rins e fgado). 84. 91 Uma maneira prtica para se determinar o momento da morte consiste em colocar o pulmo do cordeiro dentro de um recipiente com gua: Se o pulmo flutuar, sinal de que a morte ocorreu aps o nascimento. Se a flutuao for parcial, a morte ocorreu durante o parto, pois a aerao foi incompleta. Quais as caractersticas dos rgos internos de um cordeiro morto antes do parto? Como em cordeiros mortos antes do parto no houve oportunidade para circulao do sangue, respirao, alimentao, metabolismo e locomoo do animal, podem-se observar vasos umbilicais (sem hemorragia, sem cogulos e sem retrao), pulmo (com aerao nula, compacto semelhante estrutura do fgado), coagulador (vazio), rins e fgado (macios), membranas plantares (intactas). Quais as caractersticas dos rgos internos de um cordeiro morto durante o parto? Como em cordeiros mortos durante o parto no houve oportunidade para circulao do sangue, alimentao e locomoo do animal, mas pode ter ocorrido respirao e metabolismo, podem- se observar vasos umbilicais (sem hemorragia, sem cogulos e sem retrao), coagulador (vazio), membranas plantares (intactas), pulmo (com aerao parcial ou nula), rins e fgado (com consistncia firme). Quais as caractersticas dos rgos internos de um cordeiro morto aps o parto? Como em cordeiros mortos aps o parto houve oportunidade para circulao do sangue, respirao, alimentao e locomoo 259 260 261 85. 92 do animal, podem-se observar vasos umbilicais (com hemorragia, cogulos e retrao), pulmo (com aerao completa), coagulador (presena ou ausncia de cogulo de colostro), rins e fgado (com consistncia firme), membranas plantares (intactas ou rompidas). Quais as principais causas de mortalidade no pr-parto? As principais causas de mortalidade no pr-parto so de origem infecciosa, principalmente a toxoplasmose, malformaes congnitas que resultam em morte antes ou logo aps o parto (defeitos cardacos, ausncia do pavilho auditivo, presena de fenda no palato, atrofia anal e cegueira). Quais as principais causas de mortalidade durante o parto? As principais causas de morte durante o parto so: Distocia (cordeiros de tamanho avantajado mortos sem ter caminhado, sem ter sido alimentados e sem ter respirado, ou cordeiros com edemas submandibulares quando em apresentao anterior. Ocorrncia de edemas nas ndegas ou membros posteriores, e ruptura do fgado quando houve dificuldades por apresentao posterior da cria). Hemorragia torcica. Asfixia produzida pelas membranas fetais (traquia de cor escura). Quais as principais causas de ocorrncia de mortalidade aps o parto? As principais causas de mortalidade no ps-parto so: Fatores climticos adversos. Baixo peso ao nascimento. Falta de condies do bere. Abandono. 263 262 264 86. 93 O que descole dos cordeiros e para que serve?265 266 267 268 O descole dos cordeiros um procedimento de ordem sanitria, que consiste no corte da cauda, para evitar acmulo de fezes ou de muco vaginal na l que reveste a cauda de ovinos lanados. Qual o momento correto para se fazer o descole dos cordeiros e quais as tcnicas utilizadas? O momento mais adequado para se fazer o descole entre 24 e 48 horas de vida, aproveitando-se o manejo de curativo do umbigo. Podem ser usadas borrachas (anis elastradores), formo de ferro em brasa, corte por esmagamento com burdizo e