Padrões de Interoperabilidade e Informação em Saúde · clinica Thiago Fernandes de Freitas Dias...
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Introdução⦿ A crescente incorporação da informática
nos serviços de saúde tem favorecido a agilidade na produção, organização e compartilhamento das informações
⦿ Interoperabilidade entre sistemas● Troca de informações entre Registros
Eletrônicos de Saúde permite o acompanhamento longitudinal do paciente (Brailer, 2005)
● Possibilita melhorias no cuidado do paciente● Reduz erros e duplicidades● Reduz custos com investigações diagnósticas
desnecessá[email protected] Thiago Fernandes de Freitas Dias
Interoperabilidade⦿ Para a ISO a característica mais
importante dos RES é o compartilhamento de informações entre os sistemas (ISO, 2003)● Interoperabilidade funcional: capacidade dos
sistemas compartilharem informações○ Mensagens HL7, Web Services, Esquemas XML
● Interoperabilidade semântica: capacidade das informações serem entendidas○ Conformidade com padrões, terminologias,
ontologias○ Especificação de modelos de referência
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Padrões de interoperabilidade
⦿ Dão suporte à interoperabilidade semântica
⦿ Terminologias controladas em saúde:● Capturar conceitos e termos clínicos● Preservar seu significado semântico● Representar conhecimento em saúde
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Terminologias clínicas
⦿ Conjunto padronizado de termos para o registro de eventos e intervenções em saúde● Suporte ao processo de cuidado em
saúde● Melhorar a qualidade de atenção à
saúde● Suporte à decisão e à pesquisa
clinica
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Terminologias e padrões em saúde
⦿ Internacionais:● SNOMED CT● ICD e ICD-CM● HL7● LOINC● NANDA● UMLS● Etc.
⦿ Nacionais:● Tabela de
procedimentos do SUS● CBHPM● TISS● TUSS
Padrões de interoperabilidade e informação em saúde⦿ Ferramentas complexas
● Armazenamento● Indexação● Compartilhamento de informações entre
sistemas⦿ Grande diversidade e alcance
● Estudos epidemiológicos● Notificação de doenças● Reembolso de prestadores de serviços de
saúde● etc.
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Padrões internacionais⦿ Health Level Seven (HL7)
● Padrões de interoperabilidade em saúde para troca de informações entre sistemas
● Mensagens HL7 ○ Estrutura○ Língua○ Tipos de dados
⦿ Logical Observations, Identifiers, Names and Codes (LOINC)● Terminologia padronizada e controlada para exames
laboratoriais● Suporte ao HL7 (mensagens HL7)
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Padrões internacionais⦿ RxNORM
● Padronização da terminologia para drogas○ Informações técnicas○ Ligação com os nomes comerciais
⦿ Systematized Nomenclature of Medicine, Clinical Terms (SNOMED CT)● Nomenclatura multiaxial● Terminologia clínica mais abrangente● Multi-idiomas● Contribuir para a melhoria dos cuidados do paciente
○ Suporte ao desenvolvimento de sistemas ○ Registro de dados de forma precisa○ Prover apoio à decisão○ Facilitar a comunicação e interoperabilidade no
compartilhamento de registros eletrônicos de saú[email protected] Thiago Fernandes de Freitas Dias
Padrões internacionais⦿ Unified Modelling Language System (UMLS)
● Agregar terminologias em saúde○ Referenciamento para as terminologias
● Metatesauro○ Mais de 100 terminologias
● SNOMED CT, LOINC, CPT-4, MeSH, ICD-CM, ICD, etc.○ Facilitar a tradução entre as terminologias
● Rede semântica○ Agrega conceitos e relacionamentos do Metatesauro
● Léxico especialista○ Ferramentas que facilitam o processamento de
linguagem natural e outros processamentos automáticos
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Padrões internacionais⦿ International Classification of Deseases (ICD)
● Criado pela OMS● Codificação de morbidade e mortalidade
○ Comparação de dados internacionalmente para estudos estatísticos de mortalidade, epidemiológicos, etc.
● ICD-9○ Utilizado desde 1979 nos EUA○ Códigos formados apenas por algarismos○ Características mantidas no ICD-9-CM
● ICD-10○ Substituiu o ICD-9 em 1999○ Anotações e codificações de mortalidade em atestados de óbito○ Códigos alfanuméricos
● Diferenças entre ICD-9 e ICD-10○ Organização interna○ Formato dos códigos
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Padrões internacionais⦿ International Classification of Deseases,
Clinical Modifications (ICD-CM)● ICD-9-CM
○ Modificações clínicas da ICD-9○ Mantida pela
● National Center for Health Statistics (NCHS)● Centers for Medicare and Madicaid Services (CMS)
○ Adição de 2 dígitos● Códigos de 5 dígitos (algarismos)
○ Codificação e classificação de diagnósticos e procedimentos● Pagamento e reembolso de serviços de saúde
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Padrões internacionais○ Dividida em três volumes:
● Volume I- Lista tabular com os códigos
● Volume II- Índice alfabético para as entradas do Volume I
● Volume III- Sistema de classificação de procedimentos cirúrgicos,
terapêuticos e de diagnósticos- Índice alfanumérico- Lista tabular de códigos
○ Atualizada anualmente● Documento com modificações das atualizações● Mapeamento entre as versões● Recomendação para a codificação correta
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Padrões internacionais● ICD-10-CM
○ Modificações clínicas da ICD-10○ Substitui os Volumes I e II da ICD-9-CM○ Volume III será substituído pela ICD-10-CPS○ Principais modificações
● Adição de informações relevantes aos cuidados ambulatoriais
● Expansão dos códigos de ferimentos● Combinação de códigos de sintomas e diagnósticos
- Reduzir a quantidade de códigos necessários para descrever uma condição completa
● Aumento da especificidade na atribuição de códigos
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Padrões internacionais⦿ ICD-10-CPS
● Desenvolvida pela 3M Information Systems● Substituta da ICD-9-CM Volume III e CPT-4● Dividida em sete eixos
○ Maior detalhamento na codificação dos procedimentos
● Completa○ Código único para cada procedimento
● Expansível○ Fácil inclusão de novos procedimentos
● Multiaxial○ Cada dígito é independente
● Terminologia padrão○ Cada termo possui significado único,
independentemente da situação em que seja [email protected] Thiago Fernandes de Freitas Dias
Padrões internacionais
⦿ Current Procedural Terminology 4 (CPT-4)● Criada pela Americam Medical Association
(AMA)● Codificação de procedimentos e serviços
médicos○ Públicos○ Privados
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Padrões nacionais⦿ Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses,
Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde (SUS)● Padrão para codificação de procedimentos e OPM nos sistemas
de informação do SUS (SIA-SUS e SIH-SUS)● Portaria GM/MS no. 2.848, de 06 de novembro de 2007 (MS
2007)● Organizada em:
○ Grupos○ Subgrupos○ Formas de organização○ Procedimentos
● Códigos de 10 dígitos● Disponibilizada pela Secretaria de Atenção à Saúde e
DATASUS○ SIGTAP-SUS
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Padrões nacionais⦿ Codificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos (CBHPM)● Criada em 2003 pela AMB, CFM e FNM● Codificação dos procedimentos médicos na
Saúde Suplementar● Classificação hierarquizada
○ Dividida em 14 portes● 3 subdivisões
● Atualizada bianualmente● Base para construção da TUSS● Compatível com o TISS
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Padrões nacionais⦿ Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS)
● Interoperabilidade entre as informações trocadas pelos sistemas de informação em saúde suplementar
● Início das discussões para sua criação em 2005● Resolução Normativa – RN no. 305 de 09 de outubro de 2012
○ TISS versão 3.0● Reduzir as inconsistências das informações trocadas● Diminuir a complexidade do intercâmbio das informações entre
os prestadores de serviços, planos de saúde e ANS● Padronização das ações administrativas de verificação,
solicitação, autorização, cobrança, demonstrativos de pagamento e recursos de glosas
● Subsídio das ações de avaliação e acompanhamento econômico, financeiro e assistência da ANS sobre as operadoras de planos privados de saúde
● Registro eletrônico dos dados de atenção à saúde [email protected] Thiago Fernandes de Freitas Dias
Padrões nacionais⦿ Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS)
● Terminologia oficial para codificação de procedimentos na TISS● Instituída pela IN-DIDES no. 34, de 13 de fevereiro de 2009
○ Prazo para implantação até julho de 2010● Criada pela AMB
○ Definição dos itens○ Manutenção○ Divulgação
● Formato tabular○ Procedimentos gerais○ Procedimentos clínicos○ Procedimentos cirúrgicos e invasivos○ Procedimentos diagnósticos e terapêuticos
● Códigos de 8 dígitos● Baseada na CBHPM
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Interoperabilidade no Brasil⦿ Portaria MS-GM 2.073 de 31 de agosto de 2011 do Ministério
da Saúde (MS, 2011)● Catálogo de serviços
○ Web services – interoperabilidade entre sistemas○ WS-Security – padrão de segurança
● Catálogo de padrões de informação○ Modelo de referência OpenEHR○ HL7 – troca de mensagens para solicitação e resultados de exames○ SNOMED CT – termos clínicos○ TISS – interoperabilidade entre sistemas da saúde suplementar○ HL7 CDA – arquitetura de documentos clínicos○ DICOM – exames de imagens○ LOINC – exames laboratoriais○ Norma ISBT 128 – etiquetas de hemoderivados○ ISO 13606 – definição de modelos de conhecimento○ IHE-PIX – identificadores de pacientes de outros sistemas○ CID, CIAP-2, TUSS, CBHPM, Tabela de procedimentos do SUS – suporte
à interoperabilidade
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Arquétipos:• Michaelis:
– arquétipoar.qué.ti.posm (gr arkhétypon) 1 Modelo dos seres
criados. 2 O que serve de modelo ou exemplo, em estudos comparativos; protótipo.
• Wikipedia:
– Arquétipo (grego ἀρχή - arché: principal ou princípio e τύπος - tipós: impressão, marca) é o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, antigas impressões sobre algo. É um conceito explorado em diversos campos de estudo, como a Filosofia, Psicologia e a Narratologia.
• Filosofia: O termo é usado por filósofos neoplatônicos, como Plotino, para designar as ideias como modelos de todas as coisas existentes, segundo a concepção de Platão. Na filosofia teísta, em suas várias vertentes, o termo indica idéias presentes na mente de Deus. Pela confluência entre neoplatonismo e cristianismo, o termo arquétipo chegou à filosofia cristã, sendo difundido por Agostinho, provavelmente por influência dos escritos de Porfírio, discípulo de Plotino.
Arquétipos em SIS
• Arquétipos são fragmentos de conhecimento utilizados para definir conceitos de domínio.
• Permitem que usuários definam seus conceitos de domínio formalmente.
• Arquétipos podem ser desenvolvidos e modificados por grupos de pesquisa.
• Garantem interoperabilidade a nível de conhecimento nos SIS.
Arquétipos em SIS
• Gene ricos;
• Amplamente reutiliza veis (LEGO);
• Certificados
• Compati veis com qualquer terminologia;
• Poder sema ntico;
• Abrange ncia;
• Composic ao;
• Especializac ao;
• Evoluc ao temporal;
• Disponi vel em diversos formatos independente da plataforma;
• Autoria & Gere ncia separadas do desenvolvimento de SIS.
Trecho de um arquétipo
• Definidos através da Archetype Definition Language (ADL).
• Exemplo:
[...]
ADDRESS[at0005] matches { -- enderec o
details matches {
LIST[at0006] matches { -- itens do enderec oitems cardinality matches {0..*; ordered} matches {
ELEMENT[at0007] occurrences matches {0..1} { -- rua
name matches {DV_TEXT matches {*} }value matches {DV_TEXT matches {*} } } }
ELEMENT[at0008]occurrences matches{0..1} {--localidade
name matches {DV_TEXT matches {*} }
value matches {DV_TEXT matches {*} }
}}}
[...]
Templates
• Arquétipos podem ser agrupados em Templates.
• Templates geralmente são utilizados para definir uma ficha clínica ou demográfica.
• A partir dos Templates é possível criar uma interface de entrada para dados.
Vantagens dos arquétipos
• Fichas podem ser criadas dinamicamente
– Pelo gestor, pelo departamento, pelo profissional
– Fichas de especialidades criadas sem necessidade de programac ao
• Conteu do sema ntico dos dados e mantido
– A PA coletada na ortopedia, na cardio, ou no PS tem mesmo significado
• Arque tipos representam um padra o ISO e permitem
– Extrac ao de indicadores
– Benchmarking local, regional, mundial
– Vinculac ao direta com protocolos, alertas e melhores pra ticas
– Vinculac ao direta com quaisquer vocabula rios (CBHPM, SUS...)
– Integrac ao com outros sistemas, via padro es (HL7, por exemplo)
Vantagens dos arquétipos
• Busca de dados atrave s dos Arque tipos
– Tanto para um mesmo paciente quanto para a populac ao
– Ex.: encontre o diagno stico principal dos pacientes para os quais a PAS >
130 mmHg, quando em pe .
Desenvolvimento Clássico de um SIS
• Planejamento;
• Levantamento de requisitos;– Problema: Profissional da saúde passa informações
para profissional de TI• Conceitos clínicos -> base de conhecimento
• Projeto de software: arquitetura e modelos de domínio;
• Programação;
• Testes;
• Implantação;
• Manutenção.
Problemas
• Pequenas alterações:– Custosos e burocráticos;– Afetam muitos componentes do software.
• Reengenharia;• Pouco reuso.
Fundação openEHR
• Organização internacional sem fins lucrativos.
• Padrão aberto para construção de RES à prova do futuro.
• Comunidade– Listas de discussão;– Implemetação de referências em diversas
linguagens;– Desenvolvimento de ferramentas e produtos
(livres e comerciais).
Objetivos openEHR
• Desenvolver um registro eletrônico de saúde– Interoperável: transversal a todos os atores
do sistema de saúde;– Durável: longitudinal à vida do
paciente
• Dar suporte a projetos
Economicamente viáveis.
Modelo dual de desenvolvimento
• Profissionais da saúde desenvolvem o conhecimento clínico– TI não desenvolve tarefas que não é de sua
competência;
– São desenvolvidas ferramentas para desenvolvimento do conhecimento clínico -> arquétipos.
• Profissionais de TI desenvolvem sistemas mais inteligentes e adaptáveis a mudanças rápidas.
• O importante é o conhecimento e a informação– Tecnologia em segundo plano;
– Informações devem acompanhar toda a vida do paciente de forma robusta.
Modelagem Dual• Modelo de Refere ncia (Reference Model) representa as
caracteri sticas globais dos componentes do registro em sau de, como eles sa o agregados, e a informac a o contextual necessa ria para atender os requisitos e ticos, legais e provenie ncia. Este modelo define o conjunto de classes que formam os blocos gene ricos para construir o RES.
– Conteu do cli nico e demogra fico;
– Controle de verso es;
– Auditoria.
• Modelo de Arque tipo e a definic a o formal de combinac o es prescritas das classes definidas no Modelo de Refere ncia para domi nios ou organizac o es cli nicas particulares. Um arque tipo e uma expressa o formal de um conceito distinto em ni vel de domi nio, expresso na forma de restric o es sobre os dados cujas insta ncias estejam em conformidade com o modelo de refere ncia.
Vantagens
• Coerência semântica entre as diversas camadas de software– São utilizadas bases semânticas para a
articulação de toda a informação do sistema.
• Alto nível de reuso– Definir os conceitos uma vez (arquétipos)
reutilizar muitas.
• Modelo de informação genérico e estável.• Capacidade de referenciar à terminologias
padrões externas.
Implementações e Ferramentas
• Repositório de arquétipos– http://www.openehr.org/ckm/
• Editores de Arque tipos – openEHR Archetype Editor:
• http://www.openehr.org/downloads/archetypeeditor/home
– LIU Archetype Editor:• http://www.openehr.org/download/software.html
– LinkEHR: • http://www.linkehr.com/
Implementações e Ferramentas
• Opereffa - openEHR REFerence Framework and Application – Java
– Li der: Seref Arikan
– http://sourceforge.net/projects/opereffa
Implementações e Ferramentas
• Open EHR-Gen Framework– Gerador de RES baseado nas especificações
openEHR– Líder: Pablo Pazos– http://code.google.com/p/open-ehr-gen-
framework/• Diversas ferramentas e implementações
para openEHR– https://github.com/openEHR– http://www.openehr.org/downloads/modellingtools
Utilização no Brasil
Base do Registro Eletrônico em Saúde do Estado de Minas Gerais (B-RES)
http://sres.saude.mg.gov.br/home
MLHIM
• Multilevel Heathcare Information Modeling– http://www.mlhim.org– Projeto similar ao openEHR;– Sem governância;– Totalmente livre e de código aberto;– Concept Constraint Definition = arquétipos
openEHR;– Baseado em XML e XMind.
Ferramanetas e implementações
• OSHIP – Open Source Health Informatics Platform – Python / Zope / Grok
– Li der: Timothy Wayne Cook
– https://launchpad.net/oship