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CORRIDA DOS BANCÁRIOS27 DE AGOSTO

Edição Diária 7274 | Salvador, terça-feira, 15.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

BRASIl

Desfalque de mais de 10 mil no BBPágina 4

Para sair da crise e retomar o caminho do crescimento, o Brasil precisa aplicar o projeto Novo Desenvolvimentismo, que concentra a atenção nos cinco preços macroeconômico: as taxas de lucro, juros, câmbio, salários e inflação. O projeto foi debatido, ontem, com o ex-ministro Bresser Pereira, na UFBA.Página 3

Para retomar o desenvolvimentopaulo pinto

Novo desenvolvimentismo: uma proposta de Bresser Pereira para a resgatar a economia do Brasil

Mobilização barra desmonte no BNBPágina 2

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 15.08.20172 SINDICATO

Após mobilização, banco suspende a reestruturaçãoREDAÇÃOimprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Na Bahia, vitória contra o desmonte do BNB

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

A ATuAçãO do Sindicato dos Bancários da Bahia contra o desmonte do BNB dá resulta-dos. Após mobilização, a dire-ção da instituição financeira interrompeu o processo de re-estruturação na Bahia.

A suspensão aconteceu de-pois que os funcionários reali-zaram manifestação contra o comunicado do banco solici-tando que os gestores envias-sem os nomes dos bancários que perderiam a função e se-riam transferidos das unidades do Estado até 12h do dia 11.

Aliado a isso, o presidente do Sindicato, Augusto Vascon-celos, esteve em reunião com

o superintendente da empresa, Antônio Jorge Pontes, solicitan-do a interrupção do processo. O BNB sentiu a pressão e teve de parar com as medidas.

A reestruturação do banco na Bahia tem como alvo três agências nas cidades de Juazei-ro, Feira de Santana e Vitória da Conquista. A intenção é ex-tinguir comissões e criar outras

com valores menores, reduzir o quadro de funcionários e alte-rar procedimentos internos.

A manifestação foi uma ini-ciativa da Federação da Bahia e Sergipe, do Sindicato da Bahia e sindicatos de Juazeiro, Feira de Santana e Vitória da Conquista. Agora, uma reunião está mar-cada para o dia 24, para abrir as negociações.

Comenda doTRT para Pedro NizanO ADvOGADO e coordena-dor do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários da Bahia, Pedro Nizan Gurgel, será agraciado pelo TRT (Tri-bunal Regional do Trabalho) da 5ª Região, através da Comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho da Bahia com o Grau Comendador.

O evento ocorre dia 30 de agosto, às 19h, na Reitoria da UFBA, no Canela. O título é destinado aos profissionais que tenham se destacado no exercício da profissão e se constituído em exemplo para a coletividade.

"Trata-se de um reconhe-cimento de uma carreira de 37 anos, sendo 35 deles den-tro do Sindicato. A home-nagem, indubitavelmente, é pelo meu papel na área na qual advogo e, sobretudo, pela entidade representativa da qual faço parte", declara.

manoel porto - arquivo

Desde que foi anunciada a reestruturação no BNB, Sindicato se mostrou contrário. Funcionários temiam perder comissões e serem realocados

Trabalho do Sindicato dos Bancários é reconhecido O SINDICATO dos Bancários da Bahia presta ajuda à luta dos trabalhadores por uma país mais justo. O trabalho é reco-nhecido. O presidente do SBBA recebeu, ontem, um Reconheci-mento de Louvor do Senado e da Câmara Federal, pelo apoio à sociedade nas pautas do seg-mento dos bombeiros civis.

O presidente do SEPEBC-BA (Sindicato das Empresas Presta-doras e Especializadas em Bom-beiros Civis do Estado da Bahia), Cleiber Lopes, destaca a luta na qual prioriza o desenvolvimento da profissão e a regulamentação das leis que protegem o bombeiro. Atuação do Sindicato é reconhecida

Empregados da Caixa cobram respeitoO SINDICATO dos Bancários da Bahia está lado a lado dos empregados da Caixa em defe-sa do banco público. Além das manifestações, a entidade está presente nas negociações com a direção da empresa, cobrando respeito aos funcionários e aos direitos conquistados.

Hoje, durante reunião, os em-pregados vão exigir explicações sobre as últimas medidas anun-ciadas, que causam inseguran-ça em todo o quadro de pessoal, sem falar que comprometem o atendimento ao cliente.

Uma delas é o PDVE (Pla-no de Desligamento Voluntá-

rio Extraordinário), o segundo do ano. A Caixa, que chegou a ter 101 mil funcionários, pode terminar o ano com menos de 90 mil. A reestruturação prevê ainda o fechamento de agências e o enxugamento de unidades.

Outras medidas também causam indignação, como a nova versão do RH 037 - que permite a contratação do ban-cário temporário e o GDP (Ges-tão de Desempenho de Pessoas). Diante do cenário, na semana passada o Sindicato realizou protestos no Edifício 2 de Julho, Paralela. Outras cidades reali-zam manifestações hoje.

rogério almeida

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 15.08.2017 3BRASIl

Bresser defende, na UFBA, proposta para o Brasil encarar o neoliberalismoROgAcIAnO MEDEIROSimprensa@bancariosbahia.org.br

O Novo Desenvolvimentismo

EM um qualificado debate que se esten-deu durante toda a manhã de ontem, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia, o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira citou os cinco itens que conside-ra fundamentais para o sucesso do Novo Desenvolvimentismo, projeto que acaba de lançar em nível nacional. A intenção é superar a crise econômica, com um outro modelo de crescimento, e também a crise política, através da reconstrução do senti-mento de nação.

Fundador do PSDB, do qual se afastou depois que o partido optou pelo neolibera-lismo, o professor Bresser Pereira disse que o controle das contas públicas, do câmbio, a queda da taxa de juros, a capacidade do Estado em fazer investimentos e a distri-buição de renda são requisitos indispensá-veis para o país superar as crises econômi-ca e política. Claro, dentro dos marcos do capitalismo.

De formação ideológica social democra-ta, admirador de economistas tidos como de esquerda, ele classifica como “grande equívoco” o Brasil insistir no imposto re-gressivo, igual aos Estados Unidos. Lem-bra que os países escandinavos só conse-guiram assegurar um elevado nível de vida

para a população depois que adotaram o imposto progressivo.

Do ponto de vista macroeconômico, des-tacou o que chamou de cinco preços para a retomada do desenvolvimento com justiça social. A taxa de lucro com responsabilida-de social, juros baixos, câmbio sob controle, salários valorizados e inflação baixa. “Não se pode deixar a economia por conta única e exclusiva do mercado”.

O projeto Novo Desenvolvimentismo conta com o apoio de influentes forças pro-gressistas, inclusive intelectuais, economis-

tas, juristas, cientistas políticos, jornalistas, entidades das mais diversas categorias de trabalhadores. A ideia é vista, na conjuntu-ra atual, como uma forte ferramenta para encarar o projeto neoliberal.

O debate integra o ciclo de atividades programado conjuntamente pela UFBA e o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-BA) para analisar a conjuntu-ra econômica e política nacional. Da mesa participaram, além do parlamentar e Bres-ser Pereira, os professores Jorge Almeida e José Sérgio Gabrieli.

Só o rentismo ganhaCOM a experiência de quem foi ministro nos governos Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Lula, o professor Luiz Carlos Bresser Pereira lembra que desde a década de 80 o Brasil parou de se desenvolver, perdeu o senti-mento de nação e se distan-ciou, muito, não apenas dos países centrais, mas também dos em desenvolvimento.

Disse que os governos Collor, FHC, Lula e Dilma não foram capazes de imple-mentar uma política exitosa

de desenvolvimento, na me-dida que o Brasil necessita. Reconhece que a experiência do PT foi a que mais se esfor-çou, mas também não deu o resultado necessário.

Na análise do professor, a situação se degenerou muito a partir de 2014 e sofreu um agravamento considerável com o que chamou de “gol-pe parlamentar” do ano pas-sado. Para Bresser Pereira, a operação Lava Jato só faz pio-rar o quadro. “Há muito tem-po que só o rentismo ganha”.

manoel porto

Ex-ministro Bresser Pereira fala sobre projeto Novo Desenvolvimentismo para tirar país da crise

SBBA esclarece pontos do PDVE do BradescoNO INTuITO de esclarecer to-dos os pontos do PDVE (Pro-grama de Demissão Voluntário Extraordinário) e evitar que os funcionários caiam em pegadi-nhas, o Sindicato dos Bancários da Bahia realizou reunião, on-tem, na entidade.

O advogado do Sindicato, Pedro Nizan Gurgel, fez um link do PDVE com a reforma traba-lhista e alertou os trabalhadores sobre as consequências à luz da nova legislação.

No encontro, que também

contou com a participação do presidente da entidade, Augus-to Vasconcelos, e dos diretores da entidade, Fabio Ledo e Rei-naldo Martins, foram aborda-das as possibilidades jurídicas.

Reunião do PDVE Bradesco, ontem

João ubaldo

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 15.08.20174

SAQuE

DESMONTE

Quadro enxuto amplia sobrecarga entre funcionáriosREDAÇÃOimprensa@bancariosbahia.org.br

BB corta mais de 10 mil postos

O BANCO do Brasil, há bem pouco tempo, era a maior ins-tituição financeira da América Latina. Hoje, com Temer, tudo

mudou. O processo de reestru-turação reduz a importância e a atuação da empresa.

Desde janeiro, 402 agências foram fechadas, funções extin-tas e postos de trabalho corta-dos. Em um ano - junho de 2016 a junho de 2017 - foram elimi-nadas 10.012 vagas. Somente pelo PEAI (Plano Extraordiná-rio de Aposentadoria Incenti-vada) saíram 9,4 mil funcioná-

rios e o banco agora conta com 99.603 bancários.

Com o quadro reduzido, au-mentam a sobrecarga de tra-balho, o estresse e, consequen-temente, o adoecimento. O

atendimento à população tam-bém fica comprometido. Pre-juízo para os correntistas e também para o país, que, aos poucos, vai perdendo o BB, um patrimônio público.

Bola na rede no Society OS TIMES do Campeonato de Futebol Society dos Bancários estão dando o melhor a cada partida. No domingo, o Linha 8 deu um show de bola, balançan-do a rede do adversário três ve-zes. Já os Coroas não se saíram bem e não marcaram nada.

No segundo jogo, o Elite jo-gou melhor e levou a vitória. Balançou a rede do Anônimos três vezes e sofreu apenas um gol do adversário.

Os jogos ocorrem no clube ASBAC, Pituba. Domingo tem mais partidas.

fotoS - manoel porto

manoel porto - arquivo

Processo de reestruturação do BB quer acabar com papel público do banco

Linha 8 venceu os Coroas por 3 a 0 no Campeonato de Futebol Society

Os Anônimos fizeram um gol, mas o Elite levou a melhor e ganhou de 3 a1

DESINDuSTRIAlIZAçãO O Brasil só pode alcançar o su-perávit na conta corrente se exportar mais do que importar. É a opinião do economista Luiz Carlos Bresser Pereira. Para isso é preciso viabilizar a indústria nacional. Desde o início dos anos 90, o país amarga uma cruel desindustrialização, que tira toda a competitividade da empresa nacional no mercado externo. Explicou o ex-ministro para uma plateia atenta, ontem, durante debate na Reitoria da UFBA.

CORRElAçãO Ex-presidente da Petrobras, o professor José Sérgio Gabrielli chama atenção para a necessidade de uma cor-relação de forças mais favorável às forças progressistas, no con-trole do aparelho estatal, para “definir o que é mais importante”. Quer dizer, se o governo serve apenas ao capital, como é o caso de Temer, ou dá atenção ao povo, prioriza a superação das desi-gualdades. A eleição do próximo ano será decisiva.

CONSERvADORISMO A nítida preferência dos governos do PT na coalizão com as forças de direita resultou na atual formação do Congresso Nacional, o mais conservador desde a redemocratização do país, em 1986, e que foi decisivo na efeti-vação do golpe do ano passado. Foi o eixo da fala do deputado federal Davidson Magalhães, no debate sobre desenvolvimen-tismo, na UFBA, ontem. Ele se queixou do pouquíssimo espaço dado às esquerdas.

SuJEITO Para o professor Jorge Almeida, do Departamento de Ciência Política da UFBA, o Novo Desenvolvimentismo só se efetivará como um projeto de Brasil, se tiver os trabalhadores como sujeitos da ação. Lembrou que, por mais contraditório que pareça, os momentos de maior desenvolvimento aconteceram no governo Getúlio Vargas e na ditadura civil militar (1964-1985). Dois momentos históricos de democracia bem precária.

ADvERTÊNCIA Considerada uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela começa a entrar, concretamen-te, na linha da política de ocupação dos Estados Unidos, a partir do governo Trump. Assim como fez Bush com o Iraque. Mas, ontem a China alertou para a necessidade de respeito à autode-terminação dos povos e condenou qualquer iniciativa de invasão do território venezuelano. Advertência de quem tem condições de desafiar Tio Sam.