Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que...

32
Junho de 2018 Edição: 381 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Bombeiros não esquecem dia 17 de junho LBP distingue com Colar de Mérito “um coração de ouro” OLIVEIRA DE AZEMÉIS PEDRÓGÃO GRANDE Páginas 16 e 17 Páginas 6 e 7 Salvaterra de Magos Páginas 20 e 21 Fão Páginas 24 e 25 Foto: Sofia RIbeiro Foto: Marques Valentim

Transcript of Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que...

Page 1: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

J u n h o   d e   2 0 1 8   Edição:  381  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Bombeiros não esquecem dia 17 de junho

LBP distinguecom Colar de Mérito“um coração de ouro”

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

PEDRÓGÃO GRANDE

Páginas 16 e 17

Páginas 6 e 7

Salvaterra de MagosPáginas 20 e 21

Fão Páginas 24 e 25

Foto

: Sofi

a RI

beiro

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Page 2: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

2 JUNHO 2018

Que tenha juízoHá coisas que, em função do

momento ou das circuns-tâncias, nos tiram do sério, por muito poder de encaixe ou pa-ciência que tenhamos.

Um idiota chapado, permi-tam-me esta liberdade de ex-pressão, entendeu dar largas à escrita e através das redes so-ciais pretendeu ofender os diri-gentes dos bombeiros.

Para mim a culpa não é ob-viamente das redes sociais mas de quem se utiliza e abusa de-las para apenas dar largas a eventuais recalcamentos, frus-trações ou preconceitos.

Escreveu aquela figura que “a culpa das desgraças todas li-gadas aos bombeiros cabe em primeiro lugar às direções das associações de bombeiros vo-luntários constituídas por caci-ques e tachistas partidários que só lá estão para se governarem e a quem os incêndios interes-sam muito”.

Habituamo-nos a ouvir mui-tas coisas, umas vezes críticas,

outras elogios, mas também aleivosias para as quais, pelo seu conteúdo, não consigo en-contrar outra classificação que não seja a de mero lixo. E se calhar por isso nem deveria merecer estas linhas. Mas, há momentos em que a boa edu-cação ou a paciência têm limi-tes.

Eu, e porventura tantos de vós, dirigentes, andamos nisto porque queremos, com histó-rias diferentes mas o objectivo comum de lutar pela estabilida-de e sustentabilidade das asso-ciações de que fazemos parte. Nessa matéria, não teremos a veleidade de pretender dar li-ções a ninguém mas também assiste-nos o direito de só as aceitar quando e como quere-mos. E o escrito em presença longe de ajudar seja no que for apenas pretende ofender.

Numa associação cada um tem responsabilidades próprias pelas quais, sem dúvida, luta e responde. Mas o êxito desses

resultados depende sempre, mas mesmo sempre, do mérito e da capacidade do grupo. E, como grupo, entendo, os bom-beiros, o comando e os órgãos sociais. A cada um cabe tarefas próprias e específicas que, no fim, só resultam se entrosadas,

se articuladas com os restan-tes.

E nessa relação, até cumplici-dade, importa que as regras e princípios sejam claros e assu-midos por todos. No grupo não podem subsistir quaisquer dú-vidas sobre as intenções e o

empenhamento de cada um. Se assim não for, fica em causa a confiança mútua e os resulta-dos por que se lutam.

Construir um quartel ou re-modelá-lo, obter viaturas e ou-tros equipamentos é obrigação clara dos órgãos sociais e, em

particular, da direção. Prestar socorro cabe incontornavel-mente aos bombeiros sob orientação do seu comando. E para tal, como é óbvio necessi-tam de instalações e meios. To-dos precisam de todos, numa lógica de complementaridade e de entreajuda. Uns sem os ou-tros não conseguem cumprir a função de uma associação hu-manitária de bombeiros. Nin-guém tem que substituir nin-guém. Cada um tem uma fun-ção própria mas só terá sucesso nela quanto mais souber fazê-lo em articulação com todo o gru-po. É assim e, na parte que me toca, não sei fazê-lo de modo diferente.

Nenhum de nós alguma vez pediu algo em troca. Mas agora vou pedir. Não agradeçam mas também não chateiem.

E para o autor do escrito também desejo uma coisa, que tenha juízo.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Data de 10 de junho 1982 a primeira edição do jornal Bombeiros de Portugal. O então

trimensário tinha como diretor o Padre Vítor Melícias, uma figura incontornável do setor, an-tigo presidente e presidente honorário da Liga dos Bombeiros Portugueses e, ontem como hoje um militante inflexível da causa e defensor implacável deste exército de paz.

Cumprem-se assim 36 anos de existência deste periódico que mantém intacto o objeto e os objetivos traçados e a “inequívoca determi-nação” dos fundadores “de levarem por diante o sonho de modernidade dos bombeiros portu-gueses, na base da participação de todos”, por-que, também no presente, esta é uma “arran-cada que a todos pertencente”.

O desafio lançado ao setor há mais de três décadas renova-se, agora, mensalmente, edi-ção após edição, com ânimo redobrado e ener-gia reforçada pela crescente participação e co-laboração das associações e corpos de bombei-ros, que tanto valor acrescentam a este proje-to.

Muito coisa mudou nos últimos anos no setor, os paradigmas, as necessidades, as exigências e até o perfil de dirigentes e operacionais, con-tudo a raça, a entrega e coragem, o altruísmo, o humanismo e a solidariedade permanecem como valores inatos dos “bombeiros da cinco quinas” a quem o diretor fundador entrega este projeto, que logo na génese se assumiu como “porta-voz” das mulheres e dos homens que, nas mais variados situações, por todo o País – continente e ilhas – continuam a escrever e a dignificar uma história com mais de 600 anos.

A capa dessa primeira edição, em editorial, dá conta de ventos de mudança de “novas es-peranças” e a construção “novos caminhos”, como que confirmando o dinamismo de um se-

tor aberto à renovação, adaptável às constan-tes atualizações da realidade, sempre em pron-tidão para responder aos mais exigentes desa-fios.

Refira-se que, em 1982 a, então recente, ins-talação do Serviço Nacional de Bombeiros pare-cia abrir caminhos de futuro. contudo essa es-trutura acabou por cair dando lugar a outros organismos que não respondem nem às reivin-dicações do setor, nem satisfazem as necessi-dades do País. Volvidos quase quatro décadas, a confederação mantém a luta pela autonomia batendo-se em todas as frentes pela criação e implementação de uma Direção Nacional de Bombeiros independente e com orçamento pró-prio, provando que de facto a resiliência é uma característica entranhada e identitária dos bombeiros de Portugal.

Destas e outras “guerras” se faz também a história deste jornal que, ao longo dos anos, com o apoio de órgãos sociais da Liga dos Bom-beiros Portugueses e o pelo timbre de vários diretores e colaboradores, mantém o compro-misso de dar a conhecer o país dos bombeiros, contribuindo para o tratamento e análise de to-dos os temas que importam, apostando tudo na divulgação das múltiplas atividades das asso-ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando voz às mulheres e homens que mantém viva a causa.

À pequena equipa que, mensalmente, assu-me a edição do jornal Bombeiros de Portugal resta o enorme orgulho em merecer a simpatia e o afeto desta grandiosa família.

Que venham mais 36, sendo certo que outros darão o rosto pelo projeto. Nós apenas pode-mos prometer voltar já em julho, com o redo-brado empenho em fazer mais e melhor.

Sofia Ribeiro

[email protected]

Ao serviço dos “bombeiros das cinco quinas” há 36 anos

Page 3: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

3JUNHO 2018

Todas as semanas é comum confirmar-se que, nas milhares de ocorrências regista-das no âmbito da proteção civil em Portu-

gal, larguíssima maioria, para não dizer a tota-lidade, tem sempre o envolvimento dos bom-beiros.

Tenha-se em conta, a título de exemplo, que numa das últimas semanas, em que foram re-gistadas 7740 ocorrências no nosso país, inter-vieram nelas 30.376 operacionais, 29 649 dos quais bombeiros. Essa é a relevância habitual da intervenção dos bombeiros, não só numéri-ca, e só por isso muita significativa, mas tam-bém qualitativa, a evidenciar as competências, os conhecimentos e as boas práticas evidencia-das por eles.

A essa larguíssima intervenção, numerosa e competente, quantitativa e qualitativa, corres-ponderá também a necessidade de garantir boas ferramentas, equipamentos e viaturas adequadas. Ora é aí que, como diz o povo, a porca torce o rabo.

O passado recente, com a atribuição maciça de mais equipamentos a outros agentes da pro-teção civil, veio cavar ainda mais o fosso da dis-crepância na atribuição de meios aos bombeiros face a essas forças.

Assistimos mesmo a uma atribuição de meios na relação inversa da expressão numérica e do impacto operacional no terreno. No fim, os bombeiros, que são mais e mais solicitados a todo o momento foram aqueles que, em abono da verdade, foram os menos contemplados, ou melhor, nem foram contemplados.

No cômputo final, não será complicado con-cluir, até é lícito e justo fazê-lo, que os bombei-ros continuam credores de meios que não lhes têm sido disponibilizados, acusando um défice desses meios também marcado pelas crescen-tes e cada vez mais complexas solicitações a que são chamados.

Por princípio, nada temos contra o facto de outros parceiros e agentes de proteção civil se-jam contemplados com meios mas já não pode-mos aceitar, isso não, sermos os parentes po-bres do sistema a quem tudo se pede e quase nada, mesmo nada se dá.

No mínimo, quem mais é chamado a intervir obviamente deverá ser mais contemplado, e não o inverso como se vê.

Ao longo dos tempos, os bombeiros, mercê de apoios externos ou em função da sua própria vontade e esforço foram-se equipando. Nesse domínio as viaturas ocupam naturalmente uma fatia importante. O próprio Estado, em tempos

idos, as autarquias desde sempre, os benfeito-res e os próprios bombeiros foram conseguindo na medida do possível superar essas necessida-des.

São muitas as histórias associadas a viaturas de bombeiros, ora que foram montadas ou adaptadas por eles a partir de veículos antigos ou com outras utilizações anteriores, ou novas ou usadas obtidas com cortejos de oferendas ou peditórios.

Em síntese, tantas vezes, do nada os bom-beiros fizeram muito, inventando, adaptando ou juntando com muito trabalho, esforço e enge-nho.

Foram tempos heroicos, aqueles em que a grande maioria das viaturas só era possível ob-ter assim. E pela história que têm, pelos nomes de muitos bombeiros e amigos que lhes estão associados, boa parte delas continuam a fazer parte do acervo museológico, verdadeiros sím-bolos da tenacidade e da determinação que têm marcado os bombeiros ao longo dos tempos.

Com a evolução dos equipamentos e as res-trições legais impostas essa fase heroica foi ter-minada. Mas ficará a memória e o reconheci-mento pelo tanto que foi feito nessa matéria. Aliás, a longevidade que se verifica em milhares de viaturas ainda ao serviço dos bombeiros pas-sa sem dúvida pelo bom uso, pela conservação e pela sua manutenção cuidada.

Mas, como todos sabemos, independente-mente do mérito dessa longevidade, por expe-riência sabemos que há viaturas que há muito

deveriam estar fora da componente operacional e a descansar em espaço próprio onde possam ser admiradas no merecido descanso. Todos sa-bemos que a longevidade para fins operacionais tem limites, inclusive em termos de fiabilidade, eficácia e segurança. E, desde sempre, temos alertado as tutelas para esse facto e para os respetivos riscos associados. Mas, mesmo as-sim, continuamos a fazer das tripas coração para, salvaguardando as condições mínimas e só em circunstâncias especiais continuarmos a operar com algumas dessas viaturas antigas.

Durante anos, os planos de reequipamentos avaliados conjuntamente pela LBP, com o pare-cer das federações, e pelo Ministério da Admi-nistração Interna, permitiram fazer um levanta-mento exaustivo das necessidades e adequá-lo às prioridades. Não resolveram tudo mas paula-tinamente foram permitindo alterar o quadro existente, substituindo viaturas, aumentar o seu número e a capacidade de intervenção quando se justificava ou garantindo novas via-turas com novas valências e equipamentos pró-prios para cada zona.

Tratou-se de um exercício articulado entre to-dos, Liga, federações e tutela, que permitiu su-perar muitas das dificuldades e carências do passado. Por certo, mesmo assim, muito ficou por fazer. Mas estamos certos que, se tem dado continuidade com regularidade e empenhamen-to financeiro à altura, pouco a pouco ter-se-iam superado as necessidades e, igualmente impor-tante, programado a sua concretização.

Terminados os planos de reequipamento deu--se o deserto pleno com o Orçamento de Estado a deixar de financiar os bombeiros nesses ter-mos. Depois, surgiu a possibilidade de recurso a fundos comunitários. Aconteceu em sucessivas levas, sempre insatisfatórias, sujeitas a regras questionáveis, com os bombeiros entregues apenas a si próprios na defesa e na satisfação dos muitos e complexos requisitos das respeti-vas candidaturas.

Foi um expediente encontrado pelos bombei-ros com muito esforço, muito trabalho, muitas vezes inglório também. A tutela foi acompa-nhando o processo mas, em abono da verdade, sem comprometimento ou cumplicidade mais direta e eficaz para o sucesso do esforço dos bombeiros. Em muitas situações apenas deu parecer favorável e outras que houve, também muitos, em que nem isso, ou seja, negando até o parecer necessário.

Passado tudo isso, como temos defendido, não podemos ficar parados. Importa retomar os planos de reequipamento, porventura em mol-des atuais, mas que forçosamente garantam a audição prévia de todos e a equidade entre to-dos na satisfação das respetivas necessidades.

Seremos determinados nessa exigência. Que assume maior relevância e oportunidade quan-do, ainda por cima, continuamos a assistir a uma clamorosa discrepância na atribuição miti-gada de meios aos bombeiros comparativamen-te com os apoios substanciais a outras forças.

Uns filhos, outros enteados, não obrigado.

A discrepância na atribuição de meios

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Page 4: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

4 JUNHO 2018

A empresa Contabilifénix, par-ticipada pela Liga dos Bom-

beiros Portugueses (LBP), pro-moveu recentemente o seu IV Encontro de Formação, no qual reuniu perto de uma centena de pessoas, entre dirigentes, ele-mentos de comando e colabora-dores de associações a quem presta serviço, outrAs associa-ções convidadas a estar presen-tes e colaboradores.

A reunião decorreu em Porto de Mós e incluiu uma breve apresentação da empresa, a abordagem específica de algu-mas temáticas contabilísticas, por António Mesquita, e vários depoimentos de associações clientes.

No final participou também o presidente da Escola Nacional de Bombeiros, José Ferreira, que à data da formação da em-presa foi um dos então dirigen-tes da LBP empenhados nesse

processo, face à necessidade de garantir às associações mais apoio técnico no âmbito da ges-

tão, nomeadamente, contabilís-tica.

Esteve também presente o

vice-presidente do conselho executivo da LBP, Rama da Sil-va.

CONTABILIFÉNIX

Encontro de formação em quarta edição

Os Bombeiros Voluntários de Ma-ceira e o João Pedro, menino de

7 anos de idade, foram os vencedo-res, com farda e civil, do prémio “He-róis CM2018”.

Os Bombeiros de Maceira salva-ram 29 pessoas de morrer no mar de chamas que assolaram a floresta e o João Pedro, nas mesmas circunstân-cias, salvou o avô em Outubro pas-sado.

As votações do prémio decorreram até 5 de Junho último, por cupão ou via telefone, a partir da selecção feita pelo júri, do qual fez parte mais uma vez o presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares.

Do júri fizeram também parte, a antiga atleta campeã mundial Naide Gomes, João Vaz (jornalista), o anti-go ministro e professor universitário Rui Pereira, Joaquim Peralta (Cáritas Portuguesa), Luis Santana (adminis-

trador da Cofina), Manuela Eanes (fundadora do Instituto de Apoio à Criança - IAC), Armando Esteves Pe-reira (director-geral editorial adjunto do Correio da Manhã), a psicóloga Joana Amaral Dias e Ana Filipa, do IAC.

Ao júri coube seleccionar o con-junto de 10 candidaturas, 5 com far-da e 5 civis, a sujeitar ao voto dos leitores do jornal.

As 5 candidaturas com farda in-cluiram, os Bombeiros Voluntários de Maceira, os Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera, o GIPS da GNR, a Marinha Portuguesa e a PSP de Lisboa.

As restantes 5 candidaturas, civis sem farda, disseram respeito, ao João Pedro (Arganil), à Maria do Céu (Pedrógão Grande), à Nádia Carva-lho (Torres Novas), Armando Roque (Santa Comba Dão) e António Carva-lho (Tondela).

HERÓIS CM

Voluntários de Maceira os mais votados

O grupo empresarial de comunicação social “Impala” homena-geou os bombeiros durante a sua gala anual de entrega dos

Troféus de Televisão.O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses recebeu o

galardão das mãos do presidente do grupo, Jacques Rodrigues.Na oportunidade, o comandante Jaime Marta Soares, que se

encontrava acompanhado de outros dirigentes e bombeiros, fez questão de referir estar ali “ em representação de todos os bom-beiros de Portugal e sinto uma honra acrescida em receber este prémio em nome deles”.

O troféu “Mérito” foi atribuído aos bombeiros “em homenagem a todos os que põem a sua vida em perigo na defesa dos seus semelhantes”.

Este troféu mereceu a honra de ter sido o primeiro a ser entre-gue na gala da Impala realizada no cinema S. Jorge, em Lisboa.

TROFÉUS IMPALA

Bombeiros homenageados

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Page 5: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

5JUNHO 2018

NÍVEL IV (1 DE JULHO A 30 DE SETEMBRO)

CENTROS DE MEIOS AÉREOS MEIOS

DISTRITO NOME TIPO PISTA

HEBL HEBP ANFÍBIOS

(AVBM/AVBP)

AVAR EQUIPA

Aveiro Águeda Pista 1 GIPS Vale de Cambra Heliporto 1 GIPS

Beja Moura Heliporto 1 GIPS Ourique Heliporto 1 GIPS

Braga Braga Pista 1 GIPS Fafe Heliporto 1 GIPS

Bragança

Alfândega da Fé Heliporto 1 GIPS Macedo de Cavaleiros Heliporto 1 - Nogueira Heliporto 1 GIPS

Castelo Branco Castelo Branco Pista 1 GIPS Covilhã Heliporto 1 GIPS Proença-a-Nova Pista 1 2 GIPS

Coimbra Cernache Pista 1 GIPS Lousã Pista 1 GIPS Pampilhosa da Serra Pista 1 GIPS

Évora Évora Pista 1 GIPS

Faro Cachopo Heliporto 1 GIPS Loulé Heliporto 1 GIPS Monchique Heliporto 1 GIPS

Guarda Guarda Heliporto 1 GIPS Meda Heliporto 1 GIPS Seia Pista 1 2 (1) GIPS

Leiria Alcaria Heliporto 1 GIPS Figueiró do Vinhos Heliporto 1 GIPS Pombal Heliporto 1 GIPS

Lisboa Mafra Heliporto 1 GIPS

Portalegre Ponte de Sor Heliporto 1 2 1 GIPS Portalegre Pista 1 GIPS

Porto Baltar (CB) Heliporto 1 GIPS

Santarém Ferreira do Zêzere Pista 1 1 GIPS Pernes (CB) Heliporto 1 GIPS Sardoal Heliporto 1 GIPS

Setúbal Grândola Heliporto 1 GIPS Viana do Castelo Arcos de Valdevez Heliporto 2 GIPS

Vila Real Ribeira de Pena Heliporto 1 GIPS Vidago Heliporto 1 GIPS Vila Real Pista 1 2 GIPS

Viseu Armamar Heliporto 1 GIPS Santa Comba Dão Heliporto 1 1 1 GIPS Viseu Pista 1 2 GIPS

TOTAL 40 3 10 2 55

(1)AVBP

Fonte: ANPC 2018

O Nível de Empenhamento Operacional Reforçado Ní-vel IV previsto na Diretiva

Operacional Nacional N.º2/Dis-positivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DON/DECIR) arrancou em 1 de julho e decor-re a 30 de setembro.

Esse nível prevê 55 meios aé-reos, entretanto instalados, e um total de 10.767 operacionais no terreno, dos quais, 6731 no combate e ataque inicial e, des-tes, 5379 são bombeiros. Este último grupo, entretanto, poderá crescer em função das necessi-dades. Aliás, é o único grupo em condições e com capacidade para tal.

Estão instalados, segundo in-formação da Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil (ANPC), 32 helicópteros ligeiros, 8 médios e 3 pesados, e 8 aviões anfíbios médios, 2 pesados e outros 2 de coordenação. (Veja-se o quadro que assinala o tipo de meios e a sua localização). Sobre os heli-cópteros Kamov nada mais se sabe, a não ser o facto de se manterem inoperacionais e com um futuro que continua uma in-cógnita.

Não obstante, o reforço de meios que é apontado pela tute-la como novidade do DECIR, no-meadamente nos aéreos – no final de junho de 2017 eram 28 e este ano na mesma altura 45 –, certo é que o principal agente da proteção civil, que são os bombeiros, vão permanecer sem os apoios que há muito a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) tinha solicitado, quer para a substituição de viaturas, quer para a reposição e reforço de equipamentos de proteção indi-vidual (EPI).

Sobre os EPI, na sequência da pressão da confederação e das suas federadas, foi já admitido um concurso público para próxi-mo ano, mas no imediato não há solução à vista. Assim, será im-possível concretizar, em tempo útil, o compromisso exigido pela LBP de que os bombeiros pas-sem a dispor de três EPI para combate a incêndios florestais. Para esta meta, na atualidade, a única saída têm sido os meios próprios das associações, os benfeitores ou as autarquias.

Sobre as viaturas, há muito, também, a LBP vem exigindo a reposição dos planos de reequi-pamento do passado, que per-mitiam regularmente, com base

no Orçamento de Estado (OE) proceder à substituição e refor-ço, em função do que era pro-gramado entre a Liga, com a co-laboração das federações e as-sociações e corpos de bombei-ros, e o Ministério da Administração Interna (MAI).

O envolvimento do OE, entre-tanto, foi substituído por verbas comunitárias, segundo regras cada vez mais exigentes e des-continuadas a que, regra geral, tiveram que ser as associações a candidatar-se, por si, em grupo, ou com o apoio das federações, de muitas autarquias e das co-munidades intermunicipais. Todo este processo implicou enormes custos suportados pe-los bombeiros e pelas entidades locais que os apoiaram.

Nestes casos, o envolvimento do MAI, através da ANPC, foi só o de dar parecer favorável ou desfavorável às respectivas can-didaturas.

Nas últimas candidaturas ao Programa Operacional Sustenta-bilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), para ob-tenção de viaturas florestais de combate a incêndios, autotan-ques todo o terreno e viaturas ligeiras de combate a incêndios, curiosamente, até abundaram os pareceres desfavoráveis da ANPC. A LBP, oportunamente, não deixou de alertar para o fac-to. Muitos dos pareceres desfa-voráveis acabaram por visar até meios que se destinavam a substituir viaturas com mais de 30 anos de serviço e, inclusive, muito utilizadas no combate fora das próprias áreas de interven-ção dos respectivos corpos de bombeiros. Ou seja, ao esforço solidário dos bombeiros para acorrer em socorro a outras zo-nas do País a única resposta ob-tida, em muitos casos, foi a de negar a candidatura e a disponi-bilidade financeira para a sua concretização.

Este ano, assim, ao contrário do investimento maciço feito nos outros agentes de proteção civil, os bombeiros foram os únicos penalizados pela falta de apoio, desde logo, na substituição de veículos, e ainda mais, no refor-ço do seu número.

É uma verdade insofismável que, mais uma vez, os bombei-ros vão continuar a ir para o combate com viaturas velhas que há muito deviam ter sido substituídas.

COM MEIOS AÉREOS INSTALADOS

Viaturas e EPI continuam em falta

Foto

s: L

USA

Page 6: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

6 JUNHO 2018

Durante 34 anos consecutivos, e até ao seu falecimento recente, António de Matos Vilarigues foi o presidente

da assembleia-geral da Associação Humanitária de Bom-beiros de Parede - Amadeu Duarte, Cascais.

António Vilarigues foi sem dúvida um homem de cau-sas, empenhado localmente em várias instituições asso-ciadas à intervenção social e à educação. Ao longo de quatro décadas desempenhou funções nos órgãos sociais da Associação Escola 31 de Janeiro, nomeadamente pre-sidente da assembleia-geral durante 30 anos, e foi um dos fundadores e sócio honorário da Obra de Santa Ana, associação que apoia jovens e idosos deficientes motores.

O extinto era detentor de inúmeras distinções que as-sinalaram o seu percurso exemplar em prol das causas sociais. À sua família e à Associação de Bombeiros de Parede endereçamos sentidos pêsames pelo seu faleci-mento.

PAREDE

Faleceu o presidente Vilarigues

Apenas duas individualida-des, ambos do seio dos bombeiros – António

Moura e Silva e o Pe. Vítor Melí-cias – ostentavam o Colar de Mérito, a mais alta distinção ho-norífica da Liga dos Bombeiros Portugueses. Uma década de-pois da última outorga, a confe-deração volta a conceder este importante galardão que certifi-ca “serviços excecional relevân-cia de caracter eminentemente abrangente e inquestionável contributo para a causa” pres-tados à causa. Jaime Marta Soares agraciou, no dia 24 de junho, o comendador António da Silva Rodrigues e o grupo Si-moldes de que é fundador.

Foi com natural regozijo que o presidente da confederação se dirigiu e saudou o homena-geado, para agradecer e reco-nhecer publicamente o muito que o cidadão António da Silva Rodrigues tem feito pela causa, e o por todos os fardam de “sol-

dados da paz e da vida”, colo-cando-o no restrito grupo “dos que fazem bem sem olhar a quem”. Falou da admiração por um homem que pauta pelos va-lores da humildade, bondade e solidariedade que nomeou “bombeiro de alma e coração”, confidenciando “grande honra e satisfação” na entrega desta distinção.

Numa alocução muito aplau-dida, Jaime Marta Soares enal-teceu ainda o trabalho desen-volvido ao longo de mais um século pelos Voluntários de Oli-veira de Azeméis e que muito dignifica os bombeiros de Portu-gal, considerando depois que “Aveiro é uma potência extraor-dinária em termos de organiza-ção das associações humanitá-rias, sendo um distrito multifa-cetado, altamente industrializa-do, cruzado por diversas autoestradas, com vales rios, montes… com dificuldades tre-mendas… mas que não tem se-

quer um corpo de bombeiros municipal ou profissional, na verdade porque não tem neces-sidade disso, pois a forte cultura do associativismo coloca estes corpos de bombeiros em pata-mares elevadíssimos de compe-tência e profissionalismo que dispensam organizações com-plementares”. Jaime Marta Soa-res enalteceu ainda o espírito de voluntariado dos bombeiros, com e sem farda, nos quais in-cluiu os associados e os familia-res dos soldados da paz.

Em dia de saudação aos be-neméritos, o secretário de Esta-do da Proteção Civil, que presi-diu a cerimónia, não deixando de salientar a importância dos apoios da comunidade às asso-ciações humanitárias, centrou a sua intervenção no elogio públi-co aos soldados da paz, que mais uma vez classificou de “co-luna vertebral da Proteção Civil do País” para depois os colocar no pedestal dos melhores do mundo.

“Para mim os bombeiros de Portugal são os melhores do mundo”, enfatizou Artur Tavares Neves, dando depois conta do número de operacionais e dos meios empenhados que este exército coloca ao serviço da

OLIVEIRA

Colar de Mérito distingueAntónio da Silva Rodrigues, fundador do

grupo Simoldes foi agraciado com o Colar de Mérito, a mais alta distinção da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), no passado

dia 24 de junho, por ocasião do 112.º aniversário da Associação Humanitária de

Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis.

Texto e fotos: Sofia Ribeiro

nação em qualquer teatro de operações em “não apenas no combate aos incêndios”.

A sessão solene ficou ainda marcada pelas intervenções do presidente da direção da insti-tuição, António de Almeida Go-mes e do comandante Paulo Vic-tória unânimes no apreço e nos agradecimentos ao benemérito que, nos últimos anos, terá en-riquecido a causa com mais de dois milhões de euros, uma ver-ba que serviu para equipar, re-forçar meios e até requalificar instalações. Sublinha-se na “proposta de atribuição do méri-to ao mérito”, apresentada à LBP pelos Voluntários de Olivei-ra de Azeméis e aprovada em outubro último no Congresso de Fafe, que, apesar do muito que tem dado aos bombeiros, o be-nemérito António da Silva Rodri-gues apoia ainda quase duas centenas de instituições de vá-ria índole, mas que contribuem para a dignificação humana e desenvolvimento sustentado deste concelho e de toda a re-gião de Aveiro.

Detentor de um grande impé-

rio que garante emprego a mais de quatro mil pessoas, o grupo Simoldes assume-se como refe-rência internacional de topo in-dústria dos moldes para plásti-cos e injeção para plásticos, com particular impacto na Euro-pa, mas, também, no Brasil e na Argentina.

António da Silva Rodrigues, “um coração de ouro”, como de-fendeu António de Almeida Go-mes, foi ainda agraciado com um capacete, assinado por to-dos os bombeiros e que, segun-do do comandante Paulo Vitória, simboliza o agradecimento de todos os soldados da paz, que mercê dos investimentos do empresário no quartel, dispõem dos meios de socorro, para me-lhor servir as populações.

Ao sucesso do empresário que aos oliveirenses tanto orgu-lha juntam-se a responsabilida-de social do grupo a que preside e as qualidades “impares” deste homem bom, evidenciadas por Joaquim Jorge, presidente da autarquia, que considerou que o apoio dado à Associação dos Bombeiros de Oliveira de Aze-

Page 7: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

7JUNHO 2018

A participação dos bombei-ros no âmbito do Sistema

Integrado de Emergência Me-dica (SIEM) tem vindo a ser valorizada pelo Instituto Na-cional de Emergência Médica (INEM) conforme atesta a sua própria newsletter, no caso, divulgada em 28 de junho úl-timo.

Na dita foto de capa estão

duas ambulâncias Postos de Emergência Médica (PEM) operadas pelos Bombeiros Vo-luntários de Penalva do Caste-lo e de Satão, junto da VMER de Viseu e do helicóptero se-diado em Santa Comba Dão.

Essa parceria, aliás, é com-provada pelos próprios núme-ros. Numa semana recente, mais uma vez, os bombeiros

garantiram cerca de 85 por cento do socorro acionado pelo INEM via Centro de Orientação de Doentes Urgen-tes (CODU). Neste caso, dos 21546 acionamentos desen-cadeados pelo INEM numa se-mana, 18.100 foram garanti-dos pelos bombeiros, nomea-damente, 14693 através das PEM e 2561 das Reservas.

INEM

Valorizada parceria com bombeiros

méis, permitiu que esta seja “uma das corporações mais bem apetrechadas do País”. Ainda assim, sublinhou serem “inúme-ras as instituições que têm sido ajudadas por esta família”

O empresário não escondeu a emoção e comovido agradeceu a distinção e reiterou a disponi-bilidade de continuar a apoiar a causa que tanto o sensibiliza mas, também, Aldina Valente,

que com vários elementos da família marcaram presença na cerimónia.

Ainda antes da sessão solene, foram inaugurados um Veículo Tanque Florestal e uma nova ambulância colocada ao serviço do Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM) e conde-corados vários bombeiros.

Receberam medalhas de assi-duidade da LBP o subchefe Hél-

der Correia (grau Prata -15 anos), os bombeiros de 2.ª Rui da Silva, Susana Nogueira, Már-cio Costa e Marco Barbosa (grau Prata – 10 anos) e ainda os bombeiros de 3.ª Nuno da Cos-ta, Rúben Carvalho, Sara Azeve-do, Joana Fernandes, Rui de Al-meida e Hugo Nunes da Silva.

Associaram-se, ainda, às co-memorações do 112.º aniversá-rio da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, entre ou-tras individualidades, a presi-dente da assembleia municipal, Helena Maria Dinis Santos; vice--presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, Nuno Canilho, o comandante operacional distrital (CODIS), António Ribeiro; o comandante de Destacamento da Guarda Nacional Republicana, capitão Bruno Marques; o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Pedro Paiva,

bem como dirigentes e coman-dantes de instituições congéne-res, autarcas, empresários, amigos e familiares dos bombei-ros.

Os festejos terminaram com o desfile apeado e motorizado, abrilhantado pela Fanfarra dos Bombeiros de Ovar que percor-reu toda a avenida fronteira ao

quartel na presença dos convi-dados e muitas dezenas de po-pulares, numa manifestação de afeto e orgulho pelos os seus bombeiros.

DE AZEMÉIS

“um coração de Ouro”

Page 8: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

8 JUNHO 2018

27 de Julho de 1970. Morria o ex--presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, vítima de

complicações relacionadas com um hemato-ma cerebral, contraído dois anos antes, em consequência de uma queda.

O facto, aguardado há muito tempo, por-quanto o estado de saúde do estadista agra-vara-se dia após dia, motivou inúmeras reacções de consternação por parte dos vá-rios sectores da sociedade, incluindo o dos Bombeiros.

A par dos telegramas de condolências re-metidos pelas direcções e comandos e da bandeira nacional a meia-haste nos quar-téis, pois fora decretado luto nacional, tam-bém a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) se associou às últimas homenagens prestadas ao antigo presidente do Conse-lho, cujo funeral teve honras de Estado.

Como tal, e numa abordagem estrita-mente histórica, ou antes, “alheios a qual-quer intenção política”, parafraseando o en-tão publicado pela LBP, reproduzimos a pá-gina do Boletim desta (Julho-Dezembro 1970), através da qual decidiu prestar a úl-tima homenagem ao homem que, por ana-logia, refere ter sido “Bombeiro Voluntário”.

Tanto quanto sabemos, a relação entre Salazar e a Instituição-Bombeiros estabele-ceu-se de modo reservado.

Exceptuando a homenagem que lhe foi prestada a 4 de Maio de 1941, em Lisboa, no Terreiro do Paço, numa iniciativa da Fe-deração Portuguesa das Sociedades de Educação, Recreio e Desporto, com o patro-cínio do jornal “O Século” e a aderência da Liga dos Bombeiros Portugueses, foram praticamente nulas as aparições do dirigen-te máximo do regime do Estado Novo, por ocasião de actos públicos envolvendo os bombeiros portugueses.

Na mesma homenagem, ao serem-lhe expostas as aspirações do sector, pelo pre-sidente da LBP, José Manuel Pires, Salazar afirmou: “Sei que tendes alguns pequenos pedidos a fazer. Uns já se podem considerar

satisfeitos. Os outros serão estudados e, logo que isso seja possível, realizados.”

Antes, porém, quando o presidente do Conselho sofreu um atentado bombista, no dia 4 de Julho de 1937, na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa, sabe-se que os bombeiros fizeram parte das organizações do país que endereçaram mensagens de congratulação por o governante ter saído ileso.

Anos mais tarde, em 1968, após opera-ção ao cérebro (7 de Setembro) e vitimado por acidente vascular (16 de Setembro), se-ria a vez de uma delegação se deslocar à Casa de Saúde da Cruz Vermelha Portugue-sa, onde esteve internado, a fim de saber da evolução do seu quadro clínico. Assim acon-teceu a 18 de Outubro, por ocasião do XVIII Congresso Nacional dos Bombeiros Portu-gueses, reunido em Lisboa, sobre o que in-forma a respectiva acta:

“Às 12 horas, o senhor presidente da Mesa deu por concluídos os trabalhos para que os componentes da Mesa do Congresso e os participantes que o desejassem fazer, se deslocassem à Casa de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, a fim de, em repre-sentação de todos os bombeiros portugue-ses, inscreverem os seus nomes no livro de

cumprimentos ao senhor presidente doutor António de Oliveira Salazar e se inteirassem das suas melhoras.”

A queda que atingira o governante, pro-vocando-lhe um hematoma cerebral, ocor-rera pouco tempo antes (3 de Agosto), no Forte de Santo António do Estoril, durante o período de férias.

Por sua vez, a deslocação à Casa de Saú-de da Cruz Vermelha Portuguesa efectuou--se numa data em que o presidente do Con-selho já era Marcello Caetano (nomeado no dia 27 de Setembro). Vivia-se um momento de tensão no seio político, ao ponto de o Presidente da República, almirante Américo Tomás, ter-se negado a intervir na sessão de abertura do XVIII Congresso (16 de Ou-tubro). Salazar poderia morrer a qualquer momento. O Chefe de Estado compareceu no acto, realizado na Sala Portugal, da So-ciedade de Geografia de Lisboa, e ocupou o lugar de honra, mas coube, em seu nome, ao ministro do Interior, Gonçalves Rapazote, declarar abertos os trabalhos da reunião magna. Em termos protocolares, o sucedido forçou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António de Moura e Silva, a prolongar o seu discurso, extrapolando tudo quanto havia previsto pronunciar, recordou--nos o próprio, em vida, numa das muitas e interessantes conversas que, na base de uma amizade recíproca, tivemos o privilégio de manter com tão prestigiada figura, reco-nhecida tanto ao nível dos bombeiros em Portugal como no âmbito do Comité Técnico Internacional do Fogo (CTIF).

Não fazemos juízo a respeito do silêncio mantido pelo então Presidente da Repúbli-ca, perante os legítimos representantes dos bombeiros portugueses, provavelmente, na expectativa de ouvirem palavras de estímu-lo e confiança do mais alto magistrado da nação. O certo é que apenas passados dois anos sobre a opção tomada por Américo To-más o país viveu a morte do venerado “Sal-vador da Pátria”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Os bombeiros portuguesese o Presidente do Conselho

Página do Boletim da LBP, de homenagem a Salazar

Congressistas endereçando mensagens de melhoras ao ex-governante

O Presidente da LBP no momento da apresentação das aspirações do sector

O Presidente do Conselho em revista à formatura dos bombeiros(4 de Maio de 1941)

O Museu do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB) vai reabrir em Santo Amaro, Alcântara, junto às insta-

lações da Carris ali existentes, nomeadamente, na zona contígua ao museu daquela empresa.

Essa mudança foi anunciada pelo presidente da Câmara Muni-cipal de Lisboa, Fernando Medina.

O autarca prestou essa informação em sessão da Assembleia Municipal e adiantou que o edifício destinado a acolher o espólio museológico do RSB já existe, mas precisa de adaptações para a nova função. A intenção, segundo Fernando Medina, é criar um polo museológico articulado entre a Carris e o RSB.

Durante anos o acervo de viaturas e outros equipamentos do RSB esteve guardado num abandonado quartel da zona do Beato

onde chegaram também a permanecer estruturas e adereços da Exposição do Mundo Português realizada em Lisboa na década de 40 do século XX. Alguns equipamentos e viaturas permanece-riam também guardados nos vários quartéis espalhados pela ca-pital.

O primeiro museu edificado de raiz para esse efeito surgiu em 2007 em Carnide, a para de um quartel e do centro de comuni-cações do RSB.

Essa localização foi efémera, já que em 2015 os edifícios em causa foram demolidos para dar lugar a outros para expansão do vizinho Hospital da Luz.

Em 2017 o antigo Museu Nacional dos Coches recebeu uma exposição de equipamentos e veículos do RSB dos finais do sé-culo XVII e início do século XX.

Agora, todo o acervo museológico do RSB, que é muito e va-lioso, aguarda por nova morada na certeza, para já, que “este ano não, será muito difícil” conforme referiu o presidente da Câ-mara Municipal de Lisboa.

LISBOA

Museu do RSB em Alcântara

Page 9: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

9JUNHO 2018

Foi apresentado no início do mês de junho, numa ses-são que contou com a pre-

sença de Miguel Albuquerque, presidente do governo Regional da Madeira o Plano Operacional

de Combate a Incêndios Flores-tais (POCIF) da região autóno-ma que este ano surge subs-tancialmente reforçado, desde com um meio aéreo.

O dispositivo, envolve todos

os corpos de bombeiros – sapa-dores, municipais, mistos e vo-luntários –, forças de seguran-ça, Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR), o Instituto da Conserva-ção da Natureza e Florestas (ICNF) e o Exército.

O POCIF foi acionado a 15 de junho e vigorará até 15 de outu-bro, período que, no entanto, poderá ser alterado, leia-se pro-longado, “em função das condi-ções meteorológicas”, conforme assinala o Serviço Regional de Proteção Civil.

Este ano, face ao dispositivo de 2017, verifica-se um aumen-to do numero de equipas de pa-trulhamento, mas as grandes alterações surgem com o refor-ço do meio aéreo e a respetiva brigada e com entrada em cena, pela primeira vez, da fi-gura do oficial de ligação do quadro de comando dos corpos de bombeiros.

Entretanto, de 28 de maio a 14 de junho, decorreu no Servi-ço Regional de Proteção Civil, IP--RAM, a formação para certifica-ção ou recertificação das equi-pas que vão assegurar a vigilân-cia, o patrulhamento e o

MADEIRA

POCIF reforçado,bombeiros formados e equipados

combate no âmbito do POCIF de 2018. Da mesma forma, de 4 a 22 de junho este organismo re-cebeu os operacionais das briga-das helitransportadas, todos re-crutados nos corpos de bombei-ros da região autónoma, para uma formação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e ministrada por elementos da Força Especial de

Bombeiros (FEB) e da Escola Na-cional de Bombeiros.

Governo entrega EPI

O presidente do Governo Re-gional da Madeira, Miguel Albu-querque esteve, recentemente, no quartel dos Voluntários da Ribeira Brava, para fazer a en-trega de equipamento de prote-

ção individual (EPI) para com-bate de incêndios florestais.

Neste ato o governo disponi-bilizou 625 fatos completos, 625 pares botas, 625 camisolas interiores, 625 cogulas, 625 pa-res de luvas, 625 fire shelter, 625 máscaras de evacuação, 625 máscaras de partículas e respetivos filtros e ainda 325 capacetes florestais

Page 10: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

10 JUNHO 2018

Mais um período crítico se avizi-nha, mais uma fase de perma-

nente alerta e de trabalho reforçados para os bombeiros portugueses. Por esse motivo, na rúbrica deste mês vamos abordar o tema da SEGURAN-ÇA, em sentido lato, essencial e im-prescindível para que os níveis refor-çados do DECIR ocorram, sem bom-beiros feridos ou acidentes graves.

O grande objetivo é que a SEGU-RANÇA das operações e nas opera-ções esteja sempre presente.

Numa atividade que por si só tem o perigo e a incerteza sempre presen-tes e o risco sempre à espreita, o pri-meiro ponto da segurança somos nós próprios.

Temos o dever de olhar por nós e pelos outros, temos o dever de cha-mar a atenção para as situações me-nos seguras, temos o dever de seguir as recomendações que existem sobre

SEGURANÇA. Temos o direito de tra-balhar em segurança.

Existe ainda um conjunto de velhos paradigmas que tem de ser alterado.

O bombeiro dos nossos dias:• Usa o seu Equipamento de Pro-

teção Individual de forma correta não porque é obrigado, mas porque quer e reconhece a importância da sua uti-lização;

• Reconhece a importância da formação, do treino prático e do trei-no teórico;

• Reconhece a importância do treino fisico pois sabe que está sujei-to a grandes niveis de desgaste fisico, sendo necessária uma correta prepa-ração fisica e psicológica;

• Sabe trabalhar com equipas e em equipa, e sabe que esta é uma corrente que quebra pelo seu elo mais fraco;

• Reconhece a importancia de

uma correta comunicação e usa todos os canais que tem aos seu dispor;

• Conhece o seu veiculo, os equi-pamentos com que trabalha e a que tem acesso, fazendo uma correta uti-lização dos mesmos;

• Sabe reconhecer a expêriencia dos seus pares e sabe que é necessá-

rio olhar pelos bombeiros mais novos já que estes não têm, ainda, uma correta perceção do risco;

• Sabe, caso seja graduado, usar de forma correta as técnicas de lide-rança, conhece o pessoal que lidera, conhece os seus pontos fortes e aqui-lo que sabem fazer de melhor.

Conhece o triângulo da segurança, consegue dar tudo e usar todo o co-nhecimento que vai adquirindo ao longo dos anos.

No entanto também reconhece os seus limites, sabe quando as condi-ções se começam a tornar adversas e quando deve parar, pedir reforços ou em última instância, quando se deve retirar.

O BOMBEIRO DE HOJE É UM BOM-BEIRO SEGURO, SABE CUIDAR DOS OUTROS SEM ESQUEÇER QUE DEVE CUIDAR DE SI PRÓPRIO. TEMOS, POR ISSO, TOTAL CONFIANÇA NOS BOMBEIROS.

Para mais informações ou esclare-cimentos, contacte a Divisão de Se-gurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Confiança nos bombeiros portugueses

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

As três equipas portuguesas apuradas para o Campeona-

to do Mundo de Trauma que se vai realizar na África do Sul são, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB) (equipa 2), os Bombeiros Volun-tários de Parede e os Bombeiros Municipais da Figueira da Foz.

As três equipas alcançaram a classificação geral final do cam-peonato nacional realizado re-centemente em Ponte de Sor, promovido pela Associação Na-cional de Salvamento e Desen-carceramento com o apoio da

associação dos bombeiros vo-luntários locais.

Da prova “standard” saíram vencedores, o RSB, os Bombei-ros de Parede e os Municipais da Figueira da Foz.

Na prova complexa repeti-ram-se os dois primeiros vence-dores, RSB e Parede, e o tercei-ro lugar foi alcançado pela equi-pa A dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, ilha Terceira – Açores.

A Associação Nacional de Salvamento e Desencarcera-mento assinou, também a or-

ganização do VI Campeonato Nacional de Salvamento e De-sencarceramento, em Valares, em parceria os bombeiros locais e com o apoio da Associação Bombeiros para Sempre.

A prova contou com a partici-pação de onze equipas na dis-puta de três lugares com aces-so ao campeonato mundial que decorre na África do Sul, de 25 a 28 de outubro.

Durante os três dias do cam-peonato, as equipas tiveram que enfrentar dois cenários, di-vididos em manobra standard e complexa, e no final a prepa-ração e o espírito de equipa permitiram ao Regimento Bombeiros Sapadores de Lis-boa (RSBL), aos Municipais da Figueira da Foz e aos Voluntá-rios de Cacilhas carimbar o passaporte para a África do Sul.

Importa ainda revelar o RSBL alcançou o 1.º lugar na prova standart e, também, na complexa e ainda nas catego-rias de “Chefe de Equipa” e “Equipa da Área do Pré-hospi-

talar”. Os Municipais da Figuei-ra da Foz lideraram a classifi-cação como “Equipa Técnica” e

os Voluntários de Cacilhas, numa disputa renhida, reser-varam um lugar no pódio na

prova standart, mas, ainda, nas vertentes “Equipa Técnica” e “Chefe de Equipa”.

TRAUMA E DESENCARCERAMENTO

Apurados para campeonato do mundo

Foto

s: B

PS

Page 11: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

11JUNHO 2018

“Como é que esta gente com tão pouco consegue

fazer tanto para garantir a esta-bilidade e a organização de uma associação humanitária de bom-beiros e a resposta que dão em matérias de segurança e bem--estar de todos os portugueses. Comparando isto com outras forças – que obviamente respei-tamos, porque também fazem parte da proteção civil – não te-nhamos dúvidas nenhumas que não encontramos insuficiências que possam por em causa a aposta nestas mulheres e ho-mens que estão preparados à dimensão daqueles que têm ou-tras condições, outros apoios, fazem parte da estrutura do Es-tado” defendeu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), na cerimónia de inaugu-ração da obra de requalificação das instalações dos Voluntários Famalicenses, enaltecendo, as-sim, o trabalho desenvolvido por dirigentes e bombeiros des-ta instituição do distrito de Bra-ga, mas que é representativo do que passa um pouco por todo o País.

Dirigindo-se ao secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Tavares Neves, que presidiu à sessão, Jaime Marta Soares voltou a alertar para esta “reali-dade extraordinária” para de-pois exigir à tutela a merecida “atenção para estas institui-ções” que mantêm devidamen-te preparado e em prontidão este “exército da paz e da vida

com mais 45 mil soldados” que constitui “caso único no espaço universal”.

“Vale a pena apostar nos bombeiros Voluntários em Por-tugal, vale a pena apostar nos Bombeiros de Portugal”, desta-cou o líder da confederação para denunciar alguma falta de sensibilidade, nomeadamente do ministério das Finanças que acusou de colocar entraves à satisfação até mesmo das “ne-cessidades mais simples destas mulheres e destes homens”, como o cartão social do bom-beiro, a bonificação da conta-gem de serviço para efeitos de aposentação, que afinal repre-sentariam, não mais que “uma pequenina parcela do orçamen-to de Estado”.

“Senhor secretário de Estado que não lhe falte o estimulo, que não falte o ânimo para com a Liga dos Bombeiros Portugue-ses procurar encontrar as solu-ções para estes problemas”, ressaltou Jaime Marta Soares,

reconhecendo ainda assim que um longo caminho já foi percor-rido e algumas metas conquis-tadas, mercê, salientou, da “lealdade, honestidade e trans-parência”, que têm marcado o vasto e trabalhoso processo ain-da em curso e que entre outras matérias levou à mesa das ne-gociações o Sistema de Gestão de Operações (SGO), a diretiva operacional nacional (DON) ou a criação até ao final do corrente ano da totalidade das 120 equi-pas de intervenção permanente (EIP) acordadas com a tutela e que o presidente da LBP classi-ficou com “um passo muito grande na concretização de es-truturas de apoio profissional aos corpos de bombeiros”.

“Já alcançamos alguns obje-tivos, mas outros estão ainda por atingir, nomeadamente uma direção de bombeiros in-dependente e com orçamento próprio, comando autónomo e a reposição das zonas operacio-nais”, relembrou Jaime Marta

Soares reivindicando os devidos apoios para as associações e corpos de bombeiros, estrutu-ras que, reiterou “traduzem a força de um povo, de uma na-ção que se auto-organiza para se defender e que asseguram a qualidade de vida e a segurança dos portugueses”.

Registe-se que os Bombeiros Famalicenses contam, agora, com um renovado quartel, que resulta de um investimento na ordem dos 200 mil euros que permitiu requalificar toda a ala feminina e as áreas de coman-do. Para breve anuncia-se ainda a modernização da central de comunicações, orçada em 50 mil euros.

Em dia de inaugurações o presidente da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-

tários Famalicenses tornou pú-blica a intenção de avançar em breve com a almejada constru-ção de um campo de treinos e de uma base de apoio logístico (BAL), uma intervenção de grande envergadura que deverá ascender aos 400 mil euros, verba que ao que tudo indica sairá dos cofres das instituição, até porque ao que parece está

barrado o acesso aos fundos comunitários, ainda que este seja um projeto de âmbito re-gional que se afirma como um importante equipamento para a formação dos bombeiros do dis-trito, conforme advogam o pre-sidente da instituição, António Meireles e o comandante dos Famalicenses, Bruno Alves.

Sofia Ribeiro

VILA NOVA DE FAMALICÃO

“Realidade extraordinária” exige mais atenção da tutela

Depois de um impasse de uma longa espera arranca-

ram, finalmente, no final do mês de maio, as obras de re-qualificação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Cer-cal do Alentejo.

A empreitada orçada em cer-ca de 450 mil euros, e que de-verá estar concluída até mea-dos do próximo ano, prevê a ampliação do complexo o que permite reorganizar e benefi-ciar todo o espaço, com espe-cial enfoque para as áreas ope-racionais, nomeadamente o parque de viaturas, a central de comunicações, salas de forma-ção e gabinetes de apoio ao co-mando nas camaratas femini-

nas e masculinas. O complexo, inaugurado em 1999, ganha mais um modulo o que permite instalar todos os serviços ope-racionais no rés-do-chão e reu-nir toda a área social no primei-ro piso. A parada recebe tam-bém trabalhos profundos desde logo com a reinstalação do pos-to de abastecimento de com-bustíveis e do restaurante, que funcionam em terrenos dos bombeiros e que constituem duas importantes fontes de re-ceita da instituição.

Registe-se que o projeto, de-pois de alguns avanços e recuos acabou por obter financiamento do Programa Operacional Sus-tentabilidade e Eficiência no

Uso dos Recursos (POSEUR), que garante 85 por cento do montante global sendo o res-tante um encargo partilhado, em partes iguais, entre a asso-ciação e a Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Para trás fica uma candidatura com um primeiro parecer negativo, que um bem fundamentado recurso conseguiu inverter.

O presidente da associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Cercal do Alentejo salienta o apoio da autarquia em todas as fases deste proces-so, recordando que este desen-volvimento favorável só foi pos-sível com o envolvimento do município, desde logo na legali-

zação das instalações, concluí-da em 2017.

“Não havia nada, nem proje-tos, nem um papel… Este foi um processo complexo que demo-rou três ou quatro anos, mas essencial para que os bombei-ros do Cercal pudessem candi-

datar-se aos fundos comunitá-rios essenciais para viabilizar as obras de requalificação das ins-talações”, assinala João Ludovi-co, presidente da direção desta associação do distrito de Setú-bal.

O jornal Bombeiros de Por-

tugal esteve no quartel e acompanhou o início dos tra-balhos que João Ludovico, “fis-caliza” de perto e ao segundo, com natural satisfação, até porque esta intervenção, mais do que uma aspiração coletiva, impõe-se como um compro-misso assumido pela equipa que lidera.

Regista-se que cerca de meia centena de operacionais ser-vem, em prontidão, perto de cinco mil habitantes, das fre-guesias de Cercal do Alentejo e Vale de Água numa área de atuação própria que ascende aos 210 quilómetros quadra-dos.

Sofia Ribeiro

CERCAL DO ALENTEJO

“Nova” casa tem inauguração marcada para 2019

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 12: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

12 JUNHO 2018

Está concluída a primeira fase das obras de ampliação e re-

qualificação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez que, depois de dois anos a operarem em instala-ções cedidas pela autarquia, re-gressaram à casa-mãe no início deste mês de junho.

A empreitada orçada nesta primeira fase em cerca de 600 mil euros – 584 mil provenien-tes dos cofres comunitários, ao abrigo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), e o restante assegurado pela autar-quia – permitiu dotar as instala-ções de um novo módulo que congrega todas as valências operacionais. O comandante Luís Filipe Sá Guimarães assi-

nala que nesta nova ala dispõe de todas as comodidades para os 70 operacionais, nomeada-mente, camaratas, balneários e vestiários, uma mais valia so-bretudo para o corpo feminino que, anteriormente, ocupava instalações improvisadas.

“São cada vez mais mulheres a ingressar no nosso corpo de bombeiros logo impunha-se um esforço da nossa parte para lhes garantir o necessário con-forto, promovendo desta forma a igualdade de género. Descri-minação nesta instituição, só mesmo positiva. Queremos que s bombeiras se sintam bem e que queiram vir e ficar por cá”, sustenta Germano Amorim, presidente da direção da asso-ciação.

Ainda em fase final de orga-nização do novo espaço, a insti-tuição já anuncia para “breve” o início de uma segunda fase des-ta empreitada e que prevê a re-qualificação das antigas instala-ções, conforme anunciaram ao jornal Bombeiros de Portugal direção e comando. Os traba-lhos orçamentados em cerca de 300 mil euros, comtemplam a correção de vários problemas, a renovação de espaços mais an-tigos, a substituição da cober-tura, considerada “prioritária”, e ainda a aquisição de equipa-mento, nomeadamente de nova tecnologia, que permita acom-panhar e confirmar este esforço de modernização da instituição.

Neste como noutros investi-mentos os Bombeiros de Arcos

de Valdevez têm como parceira a autarquia que desta forma as-sume todas as suas responsabi-lidades em matéria de proteção civil, assinala Germano Amo-rim, salvaguardando, contudo, que mesmo assim. a instituição não baixa os braços “continua a trabalhar para arrecadar receita para fazer face às despesas e a afirmar a autonomia”, embora a “independência”, seja o desíg-nio maior, mas, para já, difícil de alcançar.

A intervenção de grande en-vergadura no global visa no es-sencial separar as áreas opera-cional que ocupará toda a nova ala e a associativa que será (re)instalada e (re)organizada nas antigas instalações, que assumem o estatuto de sede-

-social da instituição com espa-ços para os elementos dos dife-rentes órgãos sociais, espaço para receção para associados e uma renovada e relocalizada secretaria “em local mais aces-sível ao público”. A associação pondera atenuar “uma injusti-ça” colocando em funciona-mento um centro de enferma-gem que permita garantir cui-dados mínimos de saúde a uma população que há anos ficou sem serviço de atendimento permanente (SAP), ao abrigo de uma polémica transferência para município vizinho de Ponte Lima, ainda assim demasiado longe para muitos arcuenses, designadamente os mais ido-

sos, os que mais necessitam de mais atenção, conforme regista e lamenta o presidente da ins-tituição arcuense. Está, ainda, prevista uma intervenção na via pública que permitirá solu-cionar um antigo problema de acessibilidade, agilizando a en-trada e a saída das viaturas de socorro.

A inauguração das “novas” instalações da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de Arcos de Valdevez está agendada para 5 de maio de 2019, por ocasião das como-rações do 40.º aniversário des-ta instituição de referência no distrito de Viana do Castelo.

Sofia Ribeiro

ARCOS DE VALDEVEZ

Bombeiros estão de regresso ao quartel

As obras de remodelação e ampliação da Secção Des-

tacada de Paião da Associação Humanitária de Bombeiros da Figueira da Foz foram inaugu-radas pelo ministro da Admi-nistração Interna, Eduardo Cabrita, e pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde.

Concretizou-se assim “uma obra há muito esperada pela instituição para melhor servir a população da zona sul do concelho”, conforme nos ha-via referido o presidente da direção, Lídio Lopes.

A obra implicou um investi-mento superior a 147 mil eu-ros, apoiada por verbas co-

munitárias no âmbito do PO-SEUR de 91.209,21 euros e comparticipada em 15 por cento do custo final pela Câ-mara Municipal da Figueira da Foz.

A remodelação e ampliação agora concluídas destinam-se a colmatar a anterior inexis-tência de áreas funcionais bá-

sicas e, por outro, reforçar a operacionalidade e salubrida-de das áreas funcionais exis-tentes.

Com a reformulação de todo o espaço interior procu-rou-se uma solução que asse-gurasse a separação por se-xos das camaratas e respeti-vas instalações sanitárias e

balneários, a adequabilidade da sala de bombeiros e uma melhor funcionalidade da sala de comunicações.

Foi possível também inter-vir no parque de viaturas por forma, inclusive, a impedir a entrada de água para o seu interior.

A intervenção passou a ga-

rantir o acesso de cidadãos com mobilidade reduzida. Complementarmente, foram introduzidas formas de efi-ciência energética que, no seu conjunto, permitirão não só um aumento nas condições intrínsecas do projeto, mas também contribuir para uma estratégia ambiental ampla.

FIGUEIRA DA FOZ

Secção de Paião remodelada e ampliada

Page 13: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

13JUNHO 2018

A Câmara Municipal de Esposende, à semelhança do ocorrido com os Bombeiros Voluntários de Fão, também vai ajudar os

Bombeiros Voluntários de Esposende a adquirir uma nova ambu-lância de socorro.

Em reunião do executivo municipal, e por unanimidade, foi deci-dido atribuir à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende um apoio no valor de mais de 32 mil euros, corres-pondente a 50 por cento do custo do veículo.

A atribuição desta verba soma-se a outras ajudas que a Câmara Municipal de Esposende tem vindo a conceder às duas corporações do concelho, nomeadamente, o subsídio anual de 17 500 euros e apoios para aquisição de viaturas e equipamentos. O apoio engloba também protocolos de cooperação, com a correspondente compar-ticipação financeira, para as áreas da formação e para a recolha e transporte de animais errantes feridos.

ESPOSENDE

Apoio para nova ambulância

A Câmara Municipal de Azambuja vai atribuir um reforço de dois mil euros mensais às duas

corporações do concelho, os Bombeiros Voluntá-rios de Alcoentre e os Bombeiros Voluntários de Azambuja. No total, a autarquia atribui este ano às duas associações 244 mil euros. Com esta me-dida, o município pretende melhorar a eficiência da proteção civil, prevenção ao socorro e comba-te a incêndios urbanos e florestais.

Os Bombeiros Voluntários de Azambuja foram ainda contemplados com uma verba de 30 mil euros, para o funcionamento da equipa de inter-venção permanente (EIP). Em maio passado os

Bombeiros Voluntários de Alcoentre foram con-templados com a mesma verba para o mesmo fim.

A proposta foi aprovada por unanimidade na última reunião do executivo municipal, com qua-tro votos a favor dos vereadores Sílvia Vítor (PS), Mara Oliveira (CDU), Rui Corça e Maria João Ca-nilho (ambos PSD). O presidente Luís de Sousa não participou na votação por pertencer aos cor-pos sociais dos Bombeiros de Alcoentre, nem os vereadores Silvino Lúcio e António José Matos por pertencerem aos corpos sociais dos Bombeiros de Azambuja.

AZAMBUJA

Apoio reforçado

“Um conjunto de propos-tas que reforçam o

apoio aos corpos de bombei-ros do concelho foi aprovado, por unanimidade, em reunião pública realizada a 6 de ju-nho”, anuncia, em comunica-do, a Câmara Municipal de Palmela.

A autarquia assume pionei-rismo a nível nacional, como “um dos primeiros municípios do País a ter todas as suas corporações com EIP a funcionar, uma vez que a corporação de Palmela já estava abran-gida”, contudo isto não significa um reforço do número de bombeiros pois, “uma vez que os quartéis do concelho já dispõem de bom-beiros em regime de permanência, – Grupos de Bombeiros Permanentes (GBP) – a consti-tuição das EIP não implicará qualquer custo adicional para a Autarquia, já que uma parte da verba que o Município já atribui aos GBP passa a estar destinada ao financiamento das EIP”.

Entretanto, nesta mesma reunião, foi tam-

bém aprovada a atribuição de um subsídio no valor global de seis mil euros, destinado “a apoiar os encargos das Associações Humani-tárias de Bombeiros de Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura com a formação, ainda que considere que “esta não ser uma área da competência da autarquia”.

A câmara municipal atribuiu ainda à Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Águas de Moura, a verba de 2500 euros, des-tinada a financiar os encargos com as come-morações do “Dia Municipal do Bombeiro”, que decorreram entre 2 e 27 de maio.

PALMELA

Autarquiareitera pioneirismo

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal assinou nos dias 25 e 27 de

junho de 2018, respetivamente, protocolos de colaboração com os bombeiros Alcácer e do Torrão, que

definem a “reformulação de anterio-res acordos”.

Vítor Proença, edil de Alcácer do Sal, salientou que estes protocolos “abordam parte da relação entre o

município e as corporações e têm um conjunto de normas e apoios fi-nanceiros que elevam o valor da prestação acordada no protocolo anteriormente em vigor”, vincando

que “estas associações podem con-tinuar a contar com o apoio a autar-quia”.

O acordo foi assinado na presença dos presidentes da direção e dos

presidentes da assembleia-geral de cada uma das instituições, numa sessão que reuniu também verea-dores e um representante da as-sembleia municipal.

ALCÁCER DO SAL

Câmara “reformula” antigos acordos

Page 14: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

14 JUNHO 2018

Uma inesperada queda de água e gra-nizo caiu sobre a cidade de Lamego,

no dia 20 de junho, em vésperas da an-siada chegada do verão, causou um susto enorme às populações, mobilizou forças de segurança e socorro e provocou danos avultado.

Os Bombeiros de Lamego, em declara-ções ao jornal Bombeiros de Portugal, deu conta de “mais de 100 pedidos de socorro em cerca de duas horas”. Inunda-ções, acidentes de viação, socorro pré--hospitalar bem como um incêndio urba-no, mobilizaram meia centena de opera-

cionais, apoiado por 10 viaturas de socor-ro.

O centro da cidade foi a zona mais atingida pela intempérie e que por isso mesmo onde se registou “a maior con-centração de pedidos de socorro”.

Apesar do elevado número de solicita-

ções “a prontidão dos Voluntários de La-mego, bem como dos serviços de Prote-ção Civil, Policia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana, permitiram garantir atempadamente a ajuda a toda a população”, conforme regista fonte do co-mando dos bombeiros lamecenses.

Registe-se que, para além de Lamego, também os concelhos de Armamar e Re-sende, no norte do distrito de Viseu, e Peso da Régua, em Vila Real, foram afe-tados por este fenómeno repentino que esteve na origem inundações, quedas de árvores e muitos estragos.

LAMEGO

Dilúvio testa prontidão

Os Voluntários da Trofa salva-ram uma mulher de 56 anos,

que se atirou ao Rio Ave, no lu-gar da Barca, em S. Martinho de Bougado. Tudo aconteceu ao fi-nal da tarde de 22 de maio e ao que o jornal Bombeiros de Portu-gal, tendo o alerta chegado às autoridades pelo vigilante do Parque das Azenhas, que terá presenciado a cena. Contactada a Policia Polícia Municipal da Tro-fa, foram acionados os meios de

socorro, que acorreram ao local de imediato.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, o 2.º co-mandante dos Bombeiros da Tro-fa, Filipe Coutinho, disse ter sido esta uma operação complexa, tendo em conta os difíceis aces-sos ao local. A mulher acabou por ser retirada da água com re-curso a uma boia, operação as-sumida pelo subchefe Paulo Go-mes, que em 29 anos de carreira

acrescenta, assim, ao currículo um salvamento aquático.

A mulher foi, primeiramente, assistida pelos bombeiros, mas a gravidade a situação obrigou a acionar a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Santo Tirso viatura médica de emer-gência (VMER) do Hospital de S. João, para onde foi transporta-da.

Este salvamento mobilizou 13 bombeiros apoiados por três via-

turas dos Voluntários da Trofa. Estiram envolvidos nas opera-ções subchefes Paulo Gomes e Octávio Azevedo, o bombeiro de 1.ª Rui Ferreira, os bombeiros de 2.ª Sérgio Oliveira, Albino Cunha, Simão Veloso e Pedro Barroso, o oficial bombeiro de 2.ª Carlos Coelho e os bombeiros de 3.ª Carlos Reis, Vera Silva, Carla Barroso, Tiago Azevedo, Marco Gomes e Samuel Rodri-gues.

TROFA

Bombeiros resgatam mulher do rio

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Vila Real - Cruz Verde comemo-rou recentemente o Dia Nacio-nal do Bombeiro com a atribui-ção de diplomas de sócios ho-norários e benemérito incluindo uma homenagem especial ao bispo de Vilas Real, D Amândio José Tomás. O prelado foi dis-tinguido com a medalha de ser-viços distintos, grau ouro, da Associação.

A homenagem decorreu na presença, do vereador da Pro-teção Civil da Câmara Municipal de Vila Real, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Vila Real, do coman-dante operacional distrital de Vila Real da ANPC, entre outras entidades civis, militares e reli-giosas.

A atribuição da medalha ao bispo de Vila Real foi, nas pala-vras do presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros da Cruz Verde, Trin-dade Moreira, “um justo reco-nhecimento e agradecimento ao Senhor Bispo de Vila Real pela permanente disponibilida-de e contribuição para o suces-so de algumas das ações como por exemplo a campanha de angariação de novos associa-dos, ou a sua participação cons-tante nas cerimónias de aniver-sário da Associação, e acima de tudo as sensatas palavras de reconhecimento do Senhor Bis-po pela atividade dos nossos Soldados da Paz, as quais se tornam num valoroso incentivo aos Bombeiros e simultanea-mente despertam a sociedade

para a permanente disponibili-dade daqueles que a qualquer hora do dia ou da noite estão sempre prontos a ajudar sem nada pedir em troca”.

A sessão solene culminou com um momento musical preenchido pela Banda de Músi-ca de Mateus e pelo Grupo Co-ral dos Bombeiros da Cruz Ver-de.

Finda a sessão solene, D. Amândio Tomás, foi convidado a assinar o Livro de Ouro da Associação, ato que decorreu no Salão Nobre do Quartel Al-bano Silva, deixando registado para a posteridade o seu apre-ço pela instituição: “Agradeço muito penhorado a distinção e formulo os melhores votos para esta benemérita Associação de Bombeiros Voluntários da Cruz

Verde, que me habituei a ver e a ouvir como vizinho mais pró-ximo. Como vizinho posso tes-temunhar o quanto esta insti-

tuição é solicitada diariamente. Os Bombeiros são os anjos da paz, não só anunciam como praticam a solidariedade, a

ajuda e a assistência que pres-tam aos necessitados na salva-guarda e defesa de pessoas e bens”.

VILA REAL

Cruz Verde homenageia bispo

Page 15: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

15JUNHO 2018

A capacidade de resposta da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e da em-

presa CME permitiu “salvar” um trabalhador num simulacro realizado na estação de seccio-namento da EDP, na zona das Padeiras, em Se-túbal.

O exercício foi organizado pela EDP com o ob-jetivo de testar a capacidade de resposta da CME, empresa fornecedora de serviços de ma-nutenção da rede elétrica, “na eventualidade de ser necessário resgatar um trabalhador que se desloca, em bicicleta, ao longo da linha de mé-dia tensão”, explica o comandante dos Sapado-res, Paulo Lamego.

A EDP solicitou a colaboração da Companhia

de Bombeiros Sapadores de Setúbal, que trei-naram previamente o procedimento “considera-do mais adequado, em termos de eficiência e rapidez, para efetuar a operação de resgate”.

No cenário de risco simulado, um trabalhador sentiu-se mal quando se encontrava a executar funções de manutenção pela empresa CME, numa das torres da estação de seccionamento, localizada na zona das Padeiras.

Os Bombeiros Sapadores foram acionados para acorrer ao local e a equipa de resgate e salvamento da CBSS, composta por seis ele-mentos apoiados por uma viatura, “conseguiu retirar a vítima em segurança, em menos de dez minutos”, conclui Paulo Lamego.

SETÚBAL

Sapadorestreinam resgateem linhasde média tensão Os Bombeiros de Linda-a-

-Pastora, promoveram, no final do mês de maio, um workshop de Suporte Básico de Vida (SBV), iniciativa que con-tou com 145 participantes.

A ação envolveu os seis cor-pos de bombeiros do concelho de Oeiras – Algés, Barcarena, Carnaxide, Dafundo, Oeiras e Paço de Arcos – e, ainda, dois elementos convidados dos Vo-luntários de Odivelas, num total de 45 operacionais.

O workshop desenrolou-se em 2 sessões, sendo que no pe-ríodo da manhã os participantes detiveram-se na teoria e à tar-de colocaram em prática os conceitos e técnicas apreendidos.

Associou-se a esta iniciativa Jorge Nunes, ope-racional na Viatura Médica de Emergência e Rea-nimação (VMER) do Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM) desde 1998.

No final da formação, os participantes mostra-ram-se satisfeitos com a dinâmica e os conteúdos abordados, considerando que conhecimentos bá-sicos, pequenos gestos e atuações corretas po-dem, de facto, salvar vidas.

A organização enaltece o interesse e a entrega dos formandos, da mesma forma que agradece os apoios da Câmara Municipal de Oeiras, da União de Freguesias de Carnaxide-Queijas, da Oeiras Viva e da Universidade Sénior de Carnaxi-de, bem os patrocínios do Hotel Solplay, Burpi-zza, Auto Ribeiro Lda, Ambex Equipamentos – Emerg, toLife, Pastelaria Sonho Meu, Cafetaria Astúrias, Restaurante Via-Roma, Palidisco Central de Queijas, Chen Quanzhen, Pastéis de Belém e Century Oeiras (Fátima Lopes).

LINDA-A-PASTORA

Workshop junta 170 participantes

Cinco elementos do Batalhão de Sapadores Bom-beiros (BSB) do Porto participaram no Seminário

de Deteção de Odores que se realizou em Olhão, en-tre 1 e 3 de junho último. A formação foi promovida pela ADAPO, em conjunto com a KAS System.

O principal objetivo da participação do BSB no semniário foi obter conhecimentos na área da cino-

técnica, área importante para o apoio à prestação do socorro. Nesse âmbito, foram abordados no encontro vários temas, nomeadamente, o olfato canino, “ti-ming” e marcadores bem como a iniciação à deteção. Durante o seminário foram realizados diversos exer-cícios práticos.

Texto: subchefe António Oliveira

PORTO

Deteção de odores em seminário

Foto

: KAS

Sys

tem

A Equipa Cinotécnica dos Bombeiros de Valongo

aposta na inovação na busca e salvamento de pessoas, tendo para o feito adquirido um dro-ne, que segundo, Pedro Batista, o chefe desta brigada permite “facilitar a localização de pes-soas desaparecidas”.

O drone, YUNNEC (TYPHOON H PRO), capta e grava imagens em tempo real e pode cobrir vastas áreas de terreno monta-nhoso e de difícil acesso. Pedro Batista argumenta que este novo equipamento permite au-mentar a eficácia na resposta desta equipa neste tipo de ce-nários, tendo em conta a capa-cidade em obter imagens de alta qualidade, com grandes ângulos (360º); a possibilidade do recurso e acoplamento de câmaras térmicas de visão no-

turna e até de infravermelhos com a hipótese dessas mesmas imagens serem vistas em direto num posto de comando local ou até remoto, via Internet.

Embora esta aeronave possa dar efetivo e eficaz apoio em missões de busca e salvamen-to, poderá ser ainda muito útil “na observação de um acidente multivítimas ou, até mesmo, no simples transporte de equipa-mento leve”, segundo revela o chefe da equipa cinotécnica.

Com o intuito de conhece-rem, aproveitarem e tirarem todo o partido de todas as po-tencialidades do inovador equi-pamento, os Voluntários de Va-longo estabeleceram um proto-colo com a RMPro para a forma-ção da equipa, que inclui, entre outras aprendizagens, treinos de voo, simulacros e tratamen-

to e manutenção do drone, de modo a que os operacionais “tenham total independência e eficácia no terreno”.

“Com a utilização deste tipo de tecnologia e em conjunto com os nossos cães, pretende-mos aumentar a eficácia da

equipa nas missões de busca e salvamento”, sublinha Pedro Ba-tista.

Também a empresa Wonder-fun se associou ao projeto crian-do coletes de alta visibilidade indispensáveis para a identifica-ção dos pilotos de drone.

VALONGO

Equipa dispõe de valência inovadora

Page 16: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

16 JUNHO 2018

Defendia, há uns dias, o pre-sidente da República, Mar-

celo Rebelo de Sousa, a propósi-to de um outro “caso” nacional que “a memória não prescreve”, tal como as memórias, as ima-gens da grande tragédia de Pe-drogão Grande não se apagam dos portugueses, sobretudo da-queles que estiveram no epicen-tro de uma catástrofe sem pre-cedentes, nomeadamente os bombeiros que na linha da fren-te combateram as chamas, res-gataram centenas de vivos e fo-ram demasiadas vezes confron-tados com os mortos e a morte.

Os incêndios de 2017 – os de junho e os de outubro – deixa-ram marcas profundas e feridas que se abrem cada vez o que tema ressuscita, nas evocações que não o permitem esquecer e nas que o fazem lembrar a miú-de.

Passou um ano, mas para os milhares de bombeiros que esti-veram neste monstruoso teatro de operações, as chamas ainda lavram, os gritos de aflição de homens, mulheres e crianças ainda são audíveis, as lembran-ças ainda tropeçam em corpos seminus crestados pelas cha-mas e cheiro da morte ainda in-flama as narinas. Essa é a dura realidade de quem certamente não esquece a última quinzena do mês de junho de 2017, mas de tudo faz para não a lembrar.

Não existem palavras – até

mesmo para quem anda há mais de três décadas nestas coi-sas da escrita – que permitam recontar com correção ou exati-dão os relatos que escutamos ao longo deste longo ano, de várias dezenas de bombeiros que estiveram neste teatro de operações entre eles o adjunto Sérgio Lourenço, dos Voluntá-rios de Pedrogão, o comandante Luís Ferreira e o adjunto Jorge Silva e de um largo número de operacionais dos Bombeiros de Maceira.

Todos estes soldados da paz estiveram naquele que para to-dos foi o mais exigente dos combates e todos foram reco-nhecidos publicamente pelos serviços prestados às gentes do Pinhal Interior, ao distrito de Leiria e ao País. Sérgio Lourenço foi agraciado (conjuntamente com outros cinco operacionais de Castanheira de Pera) com o Prémio Bombeiro de Mérito pela Liga dos Bombeiros Portugueses e o corpo de Voluntários de Ma-ceira distinguido com título He-róis CM pelo Correio da Manhã e um prémio pecuniário que “foi entregue aos companheiros de Castanheira de Pera feridos nes-te incêndio”.

Ironicamente – mas a vida é assim – se o reconhecimento é o único prémio a que aspiram os que fardam de soldados da paz, todos os agraciados de 2017, confidenciam que preferiam ter

ficado no anonimato, abdica-riam do estatuto de herói e sen-do-o da mesma forma poupa-riam a nação deste capitulo ne-gro na sua história.

São muitas as sequelas men-tais evidenciadas pelo adjunto Sérgio Lourenço que nem mes-mo a experiência de mais de trinta anos em tantos e diversi-ficados teatros de operações consegue eliminar. Durante toda uma manhã acompanhou o jor-nal Bombeiros de Portugal pelas estradas da morte que começou a percorrer ao início da tórrida tarde de 17 de junho, quando as chamas começaram a lavrar. Esta que surgia como mais uma de tantas ocorrências normais em dias de muito calor, rapida-mente ganhou proporções gi-gantescas que os meios disponí-veis não conseguiram travar. Quem por lá andou, durante uma longa e dura semana, ga-rante que “este foi um fogo dife-rente, coisa nunca antes vista.”

“Pouco depois das três da tar-de saí do quartel e eram bem visíveis duas colunas de fogo, uma em Escalos Fundeiros e uma outra já no concelho vizi-

nho de Góis”, revela dando con-ta que rapidamente as chamas progrediram chegarando a Re-gadas e com o apoio do vento irromperam por muitas outras localidades e todos os meios, os locais e outros que foram che-gando, foram insuficientes para travar ou pelo menos controlar as projeções, “muito mais sem o apoio de um meio aéreo” e já sem comunicações. “A priorida-de foi sempre proteger as po-voações”, reforça o adjunto, ainda que lamente ter sido “im-possível chegar a todos os la-dos”.

“Às oito da noite, já tinha ar-dido o concelho todo”, lamenta em jeito de desabafo.

Entre silêncios fechados à curiosidade dos jornalistas e re-latos aterradores, Sérgio cum-pre uma espécie de catarse, ainda que tenha recusado sem-pre apoio especializado e fugido às equipas de psicólogos, hoje quer falar, mas impõe ritmos e tempos. Ao volante do VCOT re-pete todos os caminhos, revisita aldeias e lugares, relembra as pessoas com quem se cruzou, pormenoriza nos cenários que

encontrou, reproduz os diálogos que foi mantendo com os popu-lares que recusaram abandonar os seus pertences e não raras vezes se emociona.

“Aqui tentei convencer uma senhora de quase 90 anos a sair, mas não veio” conta en-quanto efetua o percurso.

“Fechem e abram os olhos… foi assim que o fogo aqui che-gou. Estava tudo em chamas… Um dos moradores daquelas ca-sas, um suíço, dizia no dia se-guinte só falava nas ´bolas de fogo que queimaram tudo´, continua.

“Ali em baixo, estão a ver? Ali… ainda consegui salvar aquela casa que é também ha-bitada por estrangeiros, pensa-va que ainda lá estava alguém, mas já não”, continua, e o tom muda ao chegar ao ponto mais difícil de um curto trajeto que se naquela ocasião se fez longo, demasiado longo.

No texto que justifica a outor-ga do Prémio Bombeiro de Méri-to é atribuído a Sérgio Lourenço o salvamento de cinco pessoas com queimaduras graves e que não teriam sobrevivido sem a

destemida intervenção deste bombeiro de Pedrogão Grande. Contudo, o feito é bem maior, este homem, assumiu a diantei-ra e a estratégia de fuga épica de uma vasta caravana de via-turas, de crianças e idosos, mu-lheres e homens que apenas queriam escapar do inferno. O percurso foi penoso, o fumo roubava a visibilidade e o ar era irrespirável, mas “todos se sal-varam”, refere tentando fugir a comentários adicionais que de-nunciem comoção.

“Aqui já passei debaixo de fogo… lá em baixo já não se passava”, prossegue, para de-pois falar do momento que quer esquecer:

“Aqui na curva estava um dos queimados, vinha numa carri-nha que se despistou, mas fal-tavam duas pessoas que o acompanhavam. Eles não apa-reciam… Apareceu o Carlos só de botas e trusses todo queima-do, depois veio o Zeca… passou muito tempo quando tentámos fugir só havia um túnel de fogo… Passei o fogo… mas pensei que morríamos todos”.

O grupo chegou ao lugar de

PEDRÓGÃO GRANDE

Testemunhos confirmam que a memória e, também, as memórias não prescrevemPassou um ano mas os incêndios do Pinhal

Interior ainda estão bem presentes na memória dos portugueses. A tragédia de

junho de 2017, que ceifou a vida a mais de 60 pessoas, devorou floresta, destruiu

aldeias continua a marcar o dia a dia das vitimas, dos seus familiares mas também

dos bombeiros que durante uma longa semana combateram as chamas,

protegeram pessoas e bens, e salvaram centenas de vidas.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Page 17: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

17JUNHO 2018

PEDRÓGÃO GRANDE

Testemunhos confirmam que a memória e, também, as memórias não prescrevem

Mosteiro para tentar a ajuda para os feridos, onde “a confu-são era muita”, entretanto che-gou uma ambulância do INEM de Figueiró dos Vinhos, vinda dos Troviscais com a Fátima – uma amiga de Sérgio –, com as duas filhas, uma senhora ingle-sa com a avó e um bebé sete meses, a solução foi colocar os três feridos na ambulância, os restantes seguiram na viatura do adjunto de comando. Antes de deixar Mosteiro alertou para todos o que quisessem seguir o fizessem, mas acontecesse o que acontecesse “só parariam em Vila Facaia”. A esta caravana da sobrevivência juntaram-se dezenas de pessoas ainda que o bombeiro não soubesse se eram “30 ou 50”. Acabou por parar na Adega, mais perto do IC8, e por isso mais conveniente para a “trasfega dos feridos”, mas à chegada a ambulância do INEM, “vinha a arder”, como no local estava parada uma viatura de transporte de doentes, e sem outros meios de socorro dispo-níveis, a opção foi colocar os fe-ridos nesse veículo. Seguiram para o Centro de Meios Aéreos (CMA) de Figueiró para tentar a evacuação dos queimados, “um deles com 85 por cento do corpo queimado”, mas acabou por ser a VMER dos Covões a assistir os três homens. Passado algum tempo o fogo passa em fúria junto ao CMA, mas já estavam todos a salvo, as mulheres e crianças que Sérgio Lourenço transportava foram entretanto encaminhadas para o Hospital do Avelar, ainda assim receando que o fogo as pudesse apanhar. O bombeiro prosseguiu a jorna-da, até porque sabia perfeita-

mente que muito havia por fa-zer. O périplo da desgraça pros-segue legendado com um “ali estava a arder um carro”, ou “aqui ardia outro”, “aqui o calor e fumo aumentavam de intensi-dade”, “aqui assim apanhei uma senhora toda queimada, andava à procura do marido”. Mais à frente dois carros parados no meio da estrada e uma mulher exposta ao braseiro, que embo-ra contrariada, porque não que-ria deixar para trás a família, acabou por entrar na viatura de Sérgio que rumou então em di-reção ao quartel de Pedrógão, não sem antes colocar na carri-nha mais “uns miúdos”. As mu-lheres foram encaminhadas para os hospitais de Coimbra.

Todas as imagens da tragédia que há um ano chocaram o País entraram-nos olhos dentro, tal como as moradas dos falecidos, as casas queimadas, as estra-das da morte, naquela que foi uma espécie de viagem ao in-ferno, imprópria até mesmo para jornalistas.

“A minha filha Maria Inês es-tava no quartel e disseram-lhe eu já tinha morrido… A mulher e a outra filha estavam em casa e o fogo passou lá perto”, diz-nos o Sérgio Lourenço, que ainda antes da despedida faz questão de sublinhar tristeza pelo facto dos bombeiros terem sido impo-tentes para “acudir às pessoas” e o lamento que os abraços do presidente dos afetos nunca te-nha chegado aos bombeiros, às mulheres e homens que fardam do soldados da paz, em Pedro-gão Grande

Os Bombeiros Voluntários de Maceira foram acionados pelo CDOS de Leiria às 16.30h. da-

contudo, o adjunto Jorge Silva decide soltar-se das amarras que lhe seguram a carapaça para emocionado confirmar que, em “35 anos de serviço”, nunca viu “um fogo assim”, para assumir que temeu pelas vidas dos seus bombeiros, que se ressentiu com cada uma das pessoas que tombaram naquele verdadeiro cenário de guerra.

Fala de momentos vários de quando, conjuntamente com Daniel Costa, evacuaram várias aldeias de onde salvaram “uma senhora acamada de braçado”, uma outra com problemas car-díacos e até a brigada do heli-cóptero. Passaram ao lado dos carros onde jaziam várias pes-soas, e onde já não faziam fal-ta, “pois não havia nada a fa-zer”. Estiveram em Troviscais, Escalos Fundeiros, Graça e mui-tos outros “sítios críticos” de onde resgataram, no total, mais de uma dezena de pessoas e até um cão. Recorda com parti-cular emoção um miúdo de “14 ou 15 anos” que também leva-ram para quartel de Pedrógão no VCOT “porque ambulâncias não existiam”, diz que quando pediu oxigénio à operadora de central “porque o rapaz apre-sentava dificuldades respirató-rias” quando ela tentou ajudar percebeu que era o seu filho, a imagem de aflição daquela mãe permanece ainda muito nítida na memória destes homens, que só não quebraram porque os pedidos de socorro eram constantes e mitigavam as emoções.

Todos foram confrontados com “situações inimagináveis que ninguém supõe”, diz-nos André Pereira que garante que “nestas coisas não se pensa em nada e no final o que importa é estar vivo, é estarmos todos aqui”.

Cátia chega um pouco mais tarde com a brigada sanitária, na ambulância e tem como pri-meira missão procurar duas víti-mas num local que desconhe-ciam completamente, chegam a Vilas de Pedro com a orientação de um chefe de Figueiró, os feri-dos tinham sido retirados, mas a equipa de Cátia viu mortos, resgatou um ferido e distribuiu todas as águas que tinha na ambulância. Esteve ainda numa evacuação em Bordalo Pinheiro, onde foi muito complicado che-gar, porque “não havia acessos,

nem condições”. No total estes bombeiros afastaram do perigo três pessoas, mas esse foi mes-mo o melhor que retiraram da mais difícil missão das suas vi-das.

“Quando aquilo rebentou tudo, às sete da tarde era noite escura, sim tive medo, pensei na minha mulher e filhos, nos meus colegas… achei que sozi-nho naquele carro pesado não podia fazer grande coisa… Fiz o que pude”, afirma José Vieira da Silva.

O inconformismo, o senti-mento de impotência são co-muns a todos, desde logo por-que “não é possível morrerem tantas pessoas num incêndio florestal”, como sustenta a jo-vem Daniela.

O comandante e o presidente da direção da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-rios de Maceira, não escondem orgulho nesta equipa, regozi-jam-se com a distinção do Cor-reio da Manhã, mas ambos ga-rantem que, dada a dimensão da tragédia, este é um prémio que preferiam não ter recebido. Luís Ferreira vai mais longe de-fendendo que apenas cumpri-ram a sua missão, assim como tantos outros bombeiros, para ainda assim, num exercício qua-se punitivo, considerar que “as pessoas se sentem defraudadas e com razão, porque se há viti-mas a lamentar é porque o tra-balho, o de todos, não foi com-petente”.

O responsável operacional confessa que “viu muita coisa” e que tentou de tudo para poupar os seus bombeiros de muitas si-tuações terríveis, mas esforça--se por se focar nos que fica-ram, nas pessoas que salvaram.

“Era importante passarmos esta etapa das nossas vidas, mas vai ser muito difícil”, desa-bafa o comandante

No final de uma longa conver-sa, durante a qual os jornalistas ouviram tudo e quase nada per-guntaram, das lágrimas de to-dos ficam certezas que este du-ríssimo teste serviu para (re)confirmar o juramento efetuado no dia em que fardaram pela primeira vez, em que receberam as divisas de bombeiro.

“Nunca vamos esquecer, não podemos, mas é chegada a hora de voltar a página e seguir em frente”, considera o adjunto Jor-ge Silva.

ANDRÉ PEREIRA JOSÉ VIEIRA DA SILVA

ADJ. JORGE SILVA

CÁTIA PINHEIRO PEDRO MATOSJOSÉ PEREIRA

CMT. LUÍS FERREIRA

DANIELA SANTANA DANIEL COSTA

quele dia 17 de junho de 2017. Cederam para as operações de combate para além do veículo florestal solicitado, outros dois, a que juntaram um tanque de grande capacidade, uma viatura de comando e um total de 14 operacionais.

O comandante Luís Ferreira conta que “com o agravamento do ponto de situação” que acompanhou nas muitas comu-nicações com os seus bombeiros decidiu enviar para Pedrógão mais um carro florestal e cinco operacionais.

Quando os contactos se tor-naram impossíveis tanto com o CDOS de Leiria como com o pró-prio 2.º CODIS, o comandante dos Voluntários de Maceira deci-diu enviar uma mensagem a uma bombeira do seu contin-gente que prestava serviço de Operadora de Telecomunicações no Centro Distrital, a questionar “o que mais poderia ser feito no auxílio às populações”.

“Sr. comandante o que nós precisamos é de um MILAGRE”, este lapidar desabafo obrigou Luís Ferreira a “mobilizar de imediato todos os bombeiros para o quartel”, a fazer o levan-tamento do número de viaturas

de saúde que poderiam ser des-localizadas para o incêndio “sem comprometer a resposta na área de intervenção dos Bom-beiros de Maceira” e “formatar um grupo sanitário composto por 16 operacionais apoiados por seis viaturas – cinco ambu-lâncias e um veículo de coman-do.

“Durante a permanência no TO, os nossos meios de socorro efetuaram inúmeras assistên-cias à população das diferentes aldeias por onde passámos, fi-zemos a evacuação de um total de oito crianças e 21 adultos, sendo que um foi diretamente enviado para os HUC devido à gravidade dos ferimentos que apresentava. De referir também que desde a abertura do Centro de Saúde de Pedrogão Grande, a Dra. Vânia Fernandes, opera-cional deste corpo de bombeiros esteve em assistência perma-nente a todos os utentes que lá se deslocaram”, assinala o co-mandante, em jeito de balanço desta exemplar intervenção que valeu a este corpo de bombeiros o galardão Heróis CM.

Dias depois desta distinção, apenas um dia depois de se as-sinalar a data fatídica que Portu-gal não pode esquecer, o jornal Bombeiros de Portugal ouviu os relatos sentidos do comandante Luís Ferreira, do adjunto Jorge Silva e dos operacionais Daniel Costa, José Pereira, Cátia Pi-nheiro, André Pereira, José Ma-nuel da Silva Vieira, Pedro Ma-tos, Daniela Santana, em repre-sentação de um grupo bem mais vasto, que com entrega e prontidão em muito dignificou a missão dos bombeiros de Portu-gal.

O relatos dos operacionais de dias difíceis, que “ficam marca-dos para sempre” começam sentidos mas comedidos, por-que talvez seja suposto que os soldados sejam feitos de ferro,

Page 18: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

18 JUNHO 2018

A comandante Ana Matias cessou essas funções nos

Bombeiros Voluntários de Ana-dia e solicitou o reingresso no corpo ativo como oficial bom-beiro de 2.ª.

“Ao mesmo tempo que cessei funções como comandante, en-trei, de imediato, no quadro ati-vo, ao serviço do meu corpo de bombeiros, ao serviço dos meus camaradas de trabalho, do meu concelho e do meu país e com a crença e o gosto por ser bombeira voluntária, que nunca perdi” referiu Ana Matias sublinhando que “fi-lo com a mesma consciência com que aceitei o desafio há quatro anos”.

Ana Matias reconheceu ainda que “as funções de comandante são de um desgaste extremo e de desconhecimento da maioria das pessoas”. “No meu caso específico, as condições em que as desem-penhei, ainda que em consciência, foram extremas e num meio em que a sensibilidade para a área da proteção civil é quase nenhu-ma”, referiu, acrescentando ser “uma pessoa consciente, de pala-vra e de assumir compromissos”.

“Sempre disse que a minha missão já estava cumprida, era ape-nas uma questão de tempo até poder voltar a exercer a anterior categoria e passar ao quadro ativo” frisou a ex-comandante adian-tando que “esse timing, só a mim e ao presidente da direção com-pete decidir, e está decidido”.

O presidente da direção, Pedro Carvalho “agradeceu “convicta-mente toda a dedicação, esforço e trabalho, totalmente voluntário, dedicado a esta Associação, nos últimos quatro anos, pela Coman-dante Ana Matias”, desejando-lhe ainda “todo o sucesso para o seu futuro”.

Pedro Carvalho informou também que “interinamente assume o comando o chefe Jorge Alejandro até nomeação de novo coman-dante, estando todas as funções do nosso corpo de bombeiros as-seguradas”.

ANADIA

Comandante cessa funçõesNo dia 17 de junho a Associa-

ção Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Mourão estiveram em festa com a rece-ção a quase uma dezena de no-vos bombeiros, que represen-tam um importante reforço operacional para este quartel do distrito de Évora.

Receberam as divisas de bombeiros de 3.ª Sandra Mar-ques, Márcia Lourenço, Susana Caeiro, Daniela Caeiro, Margari-da Cosme, Paulo Marques, João Santos, Gonçalo Fonseca e Da-niel Caeiro. Na ocasião foram ainda promovidos a bombeiros de 2.ª Duarte Chagas, João Carrilho e Leonardo Santos.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, direção e comando falam de orgulho e assinalam que “nos 39 anos de existência da associação esta é, sem dúvida, uma das maiores escolas de estagiários”.

“Sendo este concelho enve-lhecido, com poucos habitantes à semelhança de outros do de-signado Portugal profundo é para nós uma grande vitória conseguir colocar mais nove

MOURÃO

Quartel recebe novos bombeiros

O corpo de bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António conta com um novo

comando cuja posse decorreu no final de maio último.O novo comandante é Nuno Miguel Gonçalves Pereira, antigo

bombeiro e ex-presidente da direção. O segundo comandante é Alexandre Matias Vicente e o adjunto de comando é Paulo Gonçal-ves Vilanova.

A cerimónia de posse decorreu no salão nobre da Associação

presidida pela presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Conceição Cipriano Cabrita. Esteve também presen-te, entre outras entidades, o comandante distrital de Faro da ANPC, Vaz Pinto.

VILA REAL S. ANTÓNIO

Estrutura de comando renovada

O novo comandante do corpo de bombeiros da Associação

Humanitária de Bombeiros Vo-luntários dos Estoris é Ricardo Pires, e tomou posse recente-mente, ocupando o lugar deixa-do vago pelo atual segundo co-mandante distrital de Lisboa da ANPC, Hugo Santos.

Entre a saída de Hugo Santos e a posse de Ricardo Pires o co-mando foi assegurando interina-mente, primeiro, pelo oficial bombeiro Miguel Serrão e, de-pois, pelo chefe Joaquim Barbo-sa.

Ricardo Pires é licenciado em enfermagem e bombeiro desde 1997, data em que ingressou nos

Bombeiros Voluntários de Pare-de. Foi também dirigente na As-sociação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana. Foi ope-rador no centro de coordenação operacional de bombeiros de Al-moçageme, no centro de orien-

tação de doentes urgentes (CODU) do INEM. Foi igualmente tripulante de ambulância daque-le organismo, formador neste e, externo, na Escola Nacional de Bombeiros no âmbito do suporte básico de vida e no salvamento e desencarceramento.

A posse de Ricardo Pires con-tou com as presenças, da coor-denadora municipal de proteção civil de Cascais, Maria do Céu Garcia, do segundo comandante distrital da ANPC, Hugo Santos, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rui

Rama da Silva, de vereadores, da presidente da Junta de Fre-guesia de S. Domingos de Rana, Fernanda Gonçalves, de Rita Serra, em representação da União de Freguesias de Cascais e Estoril, de Pedro Coelho dos Santos (INEM), Fernando Curto,

presidente dos Bombeiros de Carnaxide e muitos bombeiros e amigos, acolhidos, pelo presi-dente da assembleia-geral da Associação, João salgado, do presidente da direção, Vitor Santos, e restantes órgãos so-ciais.

ESTORIL

Ricardo Pires sucede a Hugo Santos

operacionais nas fileiras dos Bombeiros Voluntários de Mou-rão e dos Bombeiros de Portu-gal” assinalam, ao mesmo que não escondem as dificuldades financeiras, que não permitem equipar e fardar estes novos elementos.

“Lamentamos que tenhamos que andar sempre a mendigar para podermos salvar, mas numa altura em que se discute o fardamento para outros agentes de proteção civil, os Voluntários de Mourão nem um EPI florestal completo têm para os novos bombeiros. Para o restante efe-

tivo está garantido apena um EPI para cada operacional o que, como se compreende é manifestamente insuficiente”, refere fonte do comando.

E ainda que o socorro às po-pulações não esteja em risco, a verdade, alertam os Voluntários de Mourão, que em caso de aci-dente em qualquer teatro de operações, o uso de equipa-mento inadequado é suficiente para que as seguradoras recu-sem pagamento das despesas com cuidados de saúde, e, nes-te caso “quem sofre são os bombeiros e as suas famílias”.

Page 19: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

19JUNHO 2018

No passado dia 10 de junho, realizou-se a festa de S. Sebastião, padroeiro dos Bombeiros Vo-

luntários de Sendim, abrilhantada pelas Fanfarras dos Bombeiros de Sendim e dos Bombeiros de Peso da Régua.

No âmbito da festa, realizou-se um almoço com a presença de todos os elementos do quadro ativo e de honra, elementos da direção e das duas fanfarras, seguindo-se uma missa e a tradi-cional procissão para a capela de S. Sebastião.

A seguir, iniciou-se a sessão solene em parada

onde, depois de recebidas as entidades convida-das, seguiu-se o batismo e inauguração de duas viaturas. Tratou-se de um veículo destinado ao transporte de doentes (VDTD) a que foi dado o nome do presidente da assembleia-geral da As-sociação, Jorge Pereira Picotês, falecido em 25 de abril último. O extinto foi presidente entre 1992 e 2018, e a placa de homenagem colocada na via-tura foi descerrada pela esposa e filhos, estes também bombeiros da corporação.

A segunda viatura inaugurada foi um veículo flo-

restal de combate a incêndios (VFCI) adquirido pela Associação, com os donativos recolhidos numa campanha para angariação de fundos onde colabo-raram vários artistas, empresas e populares.

Na cerimónia foram também condecorados dois bombeiros com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, pelos serviços presta-dos, empenho e dedicação demonstrados duran-te os 37 anos de serviço. São eles, António Au-gusto Branco Martinho e Carlos Maria Santiago. Ambos ingressaram no corpo de bombeiros em

1980, mantém-se ainda no quadro ativo e são um exemplo para os mais novos.

A LBP esteve representada pelo vogal do con-selho executivo, comandante José Fernandes.

Na mesma cerimónia decorreu a promoção a bombeiros, de 1ª, de Celestino José Mené Izeda e Óscar Manuel Xastre Salgado, e a 2.ª, Carlos Manuel Branco Felgueiras, Ivo Miguel Quitério Afonso, João André Ginjo, Januário Domingues Silva Santos, Ruben Alexandre Salgado Teresinho e Tiago Arteiro Rodrigues.

SENDIM

Nova viatura é homenagem póstuma

A longa história de 87 anos de vida da Associação Humani-

tária dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz ficou assinalada re-centemente com a inauguração da ampliação e renovação do quartel, com o reconhecimento aos bombeiros através da atri-buição de medalhas de assidui-dade e dedicação, homenagem a sócios beneméritos e, em parti-cular, a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Por-tugueses a Carlos Pereira.

Após a alvorada de morteiros, o toque da sirene e o hastear das bandeiras, tiveram início os fes-tejos oficiais do 87.º aniversário dos Bombeiros de Esmoriz, com o desfile iniciado em Maceda pe-rante a habitual faixa e o tapete de flores em homenagem aos bombeiros. Também Cortegaça este ano teve o hastear das ban-deiras na sua junta de freguesia e o desfile encerrou em Esmoriz.

Realizou-se depois a missa so-lene na igreja matriz de Esmoriz, celebrada pelo padre Campos e seguiu-se a romagem ao cemité-rio.

Em parada decorreu depois, na presença do presidente da Câmara Municipal de Ovar, Sal-vador Malheiro, a entrega de me-dalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) de dedicação, por 25 anos, ao comandante Ar-tur Ferreira, ao bombeiro de 1.ª Paulo Jorge Gonçalves e ao bom-beiro de 2.ª António Joel Rodri-

gues, de 20 anos, aos bombeiros de 2.ª, Lino Silva, Manuel Rodri-gues Silva, António Silva, Vicente Silva, Marco Fardilha, aos bom-beiros de 3.ª, Américo Ferreira, Fernando Silva, Paulo Costa e Manuel Costa, de 5 anos, ao bombeiro de 3.ª Carlos Barros, e do Quadro de Honra, ao bombei-ro de 1.ª José Moreira e ao bom-beiro de 3.ª José Bandeira.

Foram também condecorados os diretores, por cinco anos, o vice-presidente Alexandre Fer-reira, por 10 anos, o vogal Luís França, por 15 anos, o vice-pre-sidente Augusto Silva, o tesou-reiro Pedro Reis e o vogal Ma-nuel Alves e, por 25 anos, o se-gundo secretário Adelino Olivei-ra.

Seguiu-se a inauguração da ampliação e renovação do quar-tel, obra que custou mais de 241 mil euros e foi compartici-pada em 15 por cento pela Câ-mara Municipal de Ovar

As obras, que permitem a in-tegração de mulheres no corpo de bombeiros pela primeira vez na história da associação huma-nitária, traduziram-se no acrés-cimo de mais um piso, substitui-ção de coberturas, melhorias nas acessibilidades e na central de comunicações, e a introdu-ção das camaratas femininas.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal, acompanhado na mesa, pelo presidente da assembleia

geral da Associação, coman-dante Manuel Oliveira, pelo pre-sidente da Assembleia Munici-pal de Ovar, Pedro Braga da Cruz, pelo vice presidente do conselho executivo da LBP, Mar-co Braga, pelo comandante operacional distrital da ANPC, António Ribeiro, pelo presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, comandante José Carlos, pelo presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz, António Bebiano, pelo padre Campos, pelo presidente da As-sociação, João Oliveira e pelo comandante Artur Jorge Ferrei-ra

Na sua intervenção, o coman-dante Artur Ferreira, homena-geou o presidente da assem-bleia-geral, valorizou as obras realizadas com grandes vanta-gens operacionais, deu conta ainda do programa de formação realizado e lamentou que tenha sido necessário recorrer a enti-dades privadas para assegurar a formação que a Escola Nacional de Bombeiros não garantiu.

Por seu turno, o presidente da direção, João Oliveira, lembrou que o apoio autárquico deve ser interpretado como um investi-mento, deu conta das vantagens das obras realizadas e anunciou que em 15 de maio último a As-sociação liquidou a última pres-tação do empréstimo de um mi-lhão de euros contraído com a banca para a construção do edifí-

cio da piscina e clínica. Aquele dirigente recordou também que esse valor correspondeu apenas a metade do investimento feito, aproveitando para homenagear os seus antecessores.

A sessão solene ficou também assinalada pela atribuição do crachá de ouro da LBP ao antigo

presidente da direção e CEO do Grupo Cordex, Carlos Pereira.

Alexandre Ferreira, vice-pre-sidente da direção, foi distingui-do com a medalha de serviços distintos, grau cobre, da LBP pelo apoio que tem dado à insti-tuição

Este ano os Bombeiros de Es-moriz homenagearam mais dois sócios beneméritos, Fernando Rodrigues de Sousa e esposa, e Jorge Pimenta Alves Domingues e esposa, tendo sido descerradas as suas fotos no novo salão no-bre.

ESMORIZ

Inaugurada ampliação das instalações

Page 20: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

20 JUNHO 2018

O início do ano de 2018 trouxe renovadas espe-ranças ao quartel dos Vo-

luntários de Salvaterra de Ma-gos escoradas num renovado projeto que alia a determinação da direção, presidida por João Silva, ao ímpeto reformista as-sumido por Lurdes Fonseca, que assumiu o comando deste corpo de bombeiros do distrito de Santarém, em meados de janeiro.

“Arrumar a casa” foi, desde logo, o grande desafio para nova comandante confrontada com uma missão complexa, mas que em nada parece ter in-timidado esta mulher de armas. Era necessário valorizar o efeti-vo e isso passava, também, por reorganizar as instalações de forma a garantir condições mí-nimas aos operacionais, a gran-de maioria voluntários, mulhe-res e homens que a troco de quase nada, dão tudo em prol

da comunidade e que, por isso mesmo, merecem atenção es-pecial.

Lurdes Fonseca aos 41 anos, depois de uma longa carreira de bombeira, nos Municipais de Coruje e a passagem pelo Co-mando Operacional Distrital de Santarém, como adjunta, mos-tra-se confiante no êxito do projeto que gizou e, nem mes-mo, o facto de pertencer a um restrito grupo de três mulheres que, a nível nacional, ocupam o topo da estrutura de comando, lhe refreia ou condiciona a te-nacidade, até porque apesar das diferenças de estilos ou sensibilidades, a competência não tem género.

Determinada, a ainda recém--nomeada comandante, é já a autora de uma espécie de revo-lução tranquila, confirmada ao jornal Bombeiros de Portugal por João Silva que, depois de anos a lutar contra a inércia,

SALVATERRA

“Que o passado nos ensine o caminhoVentos de mudança sopram na Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Salvaterra de Magos. Depois de largos tempos de indefinição, turbulência interna e uma consequência de uma débil situação

financeira, a direção acredita estarem, finalmente, reunidas as condições para que a instituição, que assinala no próximo mês

de agosto 83 anos de existência, possa acrescentar episódios de êxito a uma já

longa e profícua história.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

blema que a instituição conta resolver, em breve, com apoios externos, nomeadamente da autarquia e das populações, mas também com a colabora-ção “prata da casa”, sempre disponível para arregaçar as mangas e dar o seu contributo para a beneficiação e moderni-zação das instalações.

A cumprir o terceiro mandato João Silva congratula-se por, fi-nalmente, poder anunciar a obra de ampliação da parada que permitirá alargar a área de parqueamento coberto. Parale-lamente a esta intervenção a instituição pretende recuperar as instalações do antigo quartel que passará a assumir o estatu-to de sede do quadro honorário, que permitirá assegurar um es-paço de lazer e de reencontro de antigos bombeiros. O imóvel deverá ainda albergar um nú-cleo museológico, estando o primeiro andar, no âmbito de um protocolo já firmado, reser-vado para a Academia de Músi-ca de Salvaterra de Magos, uma “filha” da instituição que, por razões várias, se emancipou,

mas dentro em breve poderá, de certa forma regressar ao seio desta grande família.

Direção e comando dizem que todo este processo de mu-dança será acompanhado de in-vestimentos na recuperação da imagem da instituição e ações de proximidade com a comuni-dade.

“A instabilidade aqui vivida em tempos, acabou, por afetar a imagem do corpo de bombei-ros, mudar essa situação é para nós um objetivo primordial. Queremos apresentar-nos de forma diferente, mostrar que estamos diferentes”, declara Lurdes Fonseca, defendendo ser “importante aproveitar este momento-chave” para encetar um novo ciclo nas relações com o exterior, nomeadamente com as empresas da região, que de-verão ser sensibilizadas para a causa. A estratégia, sublinha, assentará na “oferta formativa, uma área que nunca foi explo-rada”.

“Na realidade a obrigatorie-dade de todas a empresas cum-prirem com o disposto regula-

mento técnico de segurança contra incêndios em edifícios abre-nos uma janela de oportu-nidade que não podemos deixar que se feche” revela a coman-dante, dando conta da intenção de começar, desde já, a apostar na promoção de ações formati-vas “nas áreas de manusea-mento de extintores e primeiros socorros”.

“Desta forma podemos, dar às empresas o que elas preci-sam por imposição legal e, ao mesmo tempo, conhecer a rea-lidade do concelho nesta maté-ria o que nos pode ser muito útil na deteção de risco, mas tam-bém para efetuarmos simula-cros, treinos e instrução essen-ciais para a preparação dos operacionais”, explica a coman-dante, que pretende, em breve, poder contar com “novo corpo de bombeiros, mais dinâmico, pró-ativo”, uma mudança que, acredita, “acabará por chegar, por ser sentida pela população” .

Para alcançar este objetivo foi já completamente renovada de uma das salas do quartel,

já tínhamos este amplo projeto de requalificação em mente há muito, mas só, agora, encontramos o caminho que nos permite avançar para a sua concretização

João Silva, presidente da direçãoda Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Salvaterra de Magos

palavra de PRESIDENTEFundada a 25 de agosto de 1935, a

Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Salvaterra de Magos, conta na atualidade com perto de quatro dezenas de operacionais – cerca de metade mulheres – que ga-rantem o socorro aos mais de 22 mil habitantes, de um município 243,93 km² subdividido em quatro fregue-sias.

O trabalho dos voluntários é com-plementado com apoio de 14 profissionais, poucos para fazer face às crescentes solicita-ções deste concelho do distrito de Santarém.

A propalada crise do voluntariado, também, bateu à porta da instituição, contudo agrava-da por uma perturbação interna que afastou muitos bombeiros deste quartel. O trabalho desenvolvido, nos últimos meses, por direção

e comando tem permitido recuperar alguns desses valiosos recursos, mas a renovação e o reforço do efetivo impõem ainda mais traba-lho. Assim, para além de ações de recruta-mento na comunidade para suprir lacunas mais imediatas, a instituição aposta tudo na Escola de Infantes e Cadetes que conta, ago-ra, com 15 elementos.

Cartão de visita

tem agora alguma dificuldade em acompanhar o ritmo (qua-se) frenético da responsável operacional que, no arranque da comissão de serviço, já as-sumiu muitas outras funções, nomeadamente na área da construção civil, assinando os projetos de renovação de várias áreas do quartel, a relocaliza-ção de outros tantos espaços, a par com trabalhos de pintura, eletricidade e de limpeza, ten-tando desta forma encurtar tempos de espera pelos novos tempos, que bombeiros, diri-gentes e até associados an-seiam.

“Já tínhamos este projeto de requalificação em mente há muito, mas só agora encontra-mos o caminho que nos permite avançar para a sua concretiza-ção”, revela João Silva, dando conta de uma herança demasia-do pesada impeditiva de qual-quer investimento. Saldadas as dívidas – ou quase - é imperio-so assegurar algum conforto e condições de trabalho aos bom-beiros, e nesta matéria surgem como prioritárias intervenções nas camaratas, balneários e re-feitório.

O quartel, aquando da inau-guração em 2006, já se apre-sentava deficitário, leia-se de-sadequado à realidade, um pro-

Page 21: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

21JUNHO 2018

A bombeira de 2.ª dos Volun-tários de Lagares da Beira,

Andreia Sofia Oliveira Brisida, distinguida com o prémio “Bom-beiro do Ano 2017” ofereceu o valor monetário deste, 750 eu-ros, à escolinha de infantes e cadetes da Associação para aquisição de fardamentos.

Andreia Brisida cumpriu as-sim a tradição dos anteriores distinguidos com o galardão, doando o valor monetário ao corpo de bombeiros.

A entrega do prémio ocorreu durante as comemorações do 72.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Lagares da Beira, que incluíram também a inau-guração de duas viaturas, pro-moções e entrega de condeco-rações a bombeiros e benemé-ritos.

Neste último caso, foram ho-menageados como associados beneméritos, Luís Alberto Cruz Fernandes e o comandante An-tónio Simões Cunha Santos, e apresentado um louvor a Antó-nio Manuel Fonseca Oliveira.

No caso das viaturas inaugu-radas, tratou-se de uma ambu-lância de transporte (ABTM) ad-quirida pela Associação com o apoio municipal de 50 por cento do seu valor e de um veículo es-pecial de combate a incêndios (VECI) adquirido pela institui-ção sem qualquer compartici-pação.

A escolinha de infantes e ca-detes criada em 2013, e neste momento com 17 elementos, ocupou um lugar de destaque no programa no programa comemorativo, com a entrega de divi-sas a José Francisco Costa Cardoso e David Luís Santos Lopes, que integraram o grupo no último ano, e aos que nesse período passaram de infan-te a cadete e de cadete a estagiário: Carlos Ra-fael Cerca Abrino, Raquel Alexandra Madeira Da-mião, Artur Jorge Tomás Matos, Bruna Rafaela Madeira Damião e Tatiana Filipa Amaral Abrantes.

Decorreu também a entrega dos prémios do 3.º lugar obtido pela escolinha no 1º Campeonato Nacional Bombeirinho de Ferro, realizado em La-mego em 19 e 20 de Maio último.

Nesta prova concorreram 31 equipas do esca-lão 2 (10/13 anos) e 29 do escalão 3 (14/16 anos).

A equipa do escalão 2, constituída pela Tatiana Abrantes, a Carolina Marques, o Miguel Araújo e o Rodrigo Rolo, entregou o galardão ao presiden-te da direção, António Gonçalves, e a equipa do escalão 3, constituída pela Raquel Damião, o José Rosário, o Artur Matos e a Bruna Damião, fez a entrega ao comandante António Tavares.

Com medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses foram distinguidos, por 15 anos, os bombeiros Daniela Filipa Cardoso e Jorge Miguel Rodrigues, por 10 anos, a bombeira Marta Raquel Santos, e por cinco anos, os bom-beiros Micaela Marques e José Manuel Caseiro.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino Mendes, na presença, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, Paulo Braga, do presidente da Federa-ção de Bombeiros de Coimbra, Fernando Carva-lho, do segundo comandante distrital de Coim-bra da ANPC, Nuno Pereira, do presidente da Junta de Freguesia de Lagares da Beira, acolhi-dos, pelo presidente da assembleia-geral da As-sociação, Maria Clarisse Pires, pelo presidente da direção, António Gonçalves, pelo comandan-te António Tavares, e restantes órgãos sociais e comando.

LAGARES DA BEIRA

Bombeira ofereceprémio à escolinha

que reúne, agora, todas as condições para receber ações de formação. Todas as receitas que possam chegar por esta via, ou até por eventuais dona-tivos das empresas, serão apli-cadas na aquisição de farda-mento e equipamento de pro-teção individual para os bom-beiros, que constituem uma das “grandes necessidades neste momento”.

Lurdes Fonseca considera ser necessário padronizar a forma como o efetivo se apresenta, mas, para isso, é necessário que seja a direção disponha de verbas para investir nesta área.

“Não me parece justo que o bombeiro tenha que comprar o seu equipamento, quando já serve a associação e a comuni-dade a título benévolo. Não po-demos permitir que isso volte a acontecer. Queremos valorizar, motivar estas mulheres e estes homens, desde logo queremos que sintam orgulho na farda que envergam”, diz-nos a co-mandante, reconhecendo, con-tudo, que a situação financeira da instituição, não permitia res-ponder mesmo às necessidades mais básicas.

Otimista e determinada, Lur-des Fonseca acredita que a união de esforços permitirá, a médio prazo, encontrar as solu-ções para os vários problemas, sublinhando que esta é uma missão coletiva e que a todos envolve.

As mudanças começam a ser sentidas pelos elementos do corpo ativo, essa é pelo menos a convicção da direção e do co-mando:

“Os bombeiros estão a dar seu melhor, agarraram-se a esta hipótese de integrar uma verdadeira equipa, fazem de tudo para que máquina funcio-ne”, revela elogiando a postura, a entrega do seu efetivo, dispo-nível para abraçar todo o qual-quer desafio, para cumprir com êxito todas as missões que lhe são propostas, dentro e fora do quartel.

Esta direção, que assumiu o projeto em 2012, não obstante todas as dificuldades e a pesa-da herança, com muito esforço tem conseguido pagar dívidas,

satisfazer os compromissos a que os antecessores fugiram, conseguir acordos, conseguiu ainda assim encetar o processo de renovação do parque de via-turas, que nos últimos anos re-cebeu um veículo urbano de combate a incêndios, duas via-turas florestais, e tanque de grande capacidade e duas am-bulâncias. Em breve, ao que tudo indica a tempo das come-morações do 83.ª aniversário deverá ainda chegar ao quartel uma nova ambulância de socor-ro.

Projetos não faltam, nem tão pouco arrojo e firmeza para os concretizar, pelo dentro em bre-ve as muitas dificuldades ainda hoje sentidas pelos Voluntários de Salvaterra de Magos podem, já amanhã, fazer parte do pas-sado.

“Que o passado nos ensine o caminho a seguir para o futuro”, afirma Lurdes Fonseca, reite-rando o que defendeu no dia que tomou posse, porque só dessa forma é possível honrar e acrescentar valor ao valioso le-gado dos fundadores.

DE MAGOS

a seguir para o futuro”

Não me parece justo que um bombeiro tenha que comprar o seu equipamento, quando já serve a associação e a comunidade a título benévolo

Lurdes Fonseca, comandante do corpode Bombeiros Voluntários

de Salvaterra de Magos

voz de COMANDO

Page 22: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

22 JUNHO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Ovar assinalou o 122.º aniver-sário evocando, assim, o “já longínquo 23 de Maio de 1896, depois de formada uma comis-são iniciadora da constituição, são aprovados os primeiros es-tatutos”, onde podia ler: ”É or-ganizada em Ovar uma Asso-ciação Humanitária, denomi-nada Associação de Bombeiros Voluntários de Ovar, que dura-rá por tempo ilimitado, e tem por fim socorrer os habitantes deste concelho e limítrofes em qualquer incêndio, explosão,

inundação, desabamento e ou-tras calamidades públicas, tan-to quanto caiba nas suas for-ças”.

As comemorações iniciaram--se precisamente no dia 23 maio, com o hastear de ban-deiras e o descerramento da placa alusiva às obras de re-qualificação do quartel, teste-munhado pelos presidentes da Câmara Municipal de Ovar, da União das Freguesias de Ovar, São João de Ovar, Arada e São Vicente de Pereira Jusã e da Junta de Freguesia de Válega, Jaime Duarte.

O programa comemorativo prosseguiu no dia 26 de maio, tendo como palco a parada do quartel onde o presidente da direção da instituição, Luís Me-deiros e comandante do corpo de bombeiros, João Alexandre Mesquita, e uma garbosa for-matura deram as boas vindas aos convidados.

Das várias intervenções des-taque para as palavras do co-mante João Alexandre Mesqui-ta dirigidas às mulheres e ho-mens que em Ovar servem o lema vida por vida elogiando--lhes “o profissionalismo, o al-

truísmo e a vontade de servir a comunidade vareira, o distrito de Aveiro e o País”.

Já Luís Medeiros começou enaltecer a parceria com au-tarquia e que, entre outros apoios, permitiu assegurar a reparação de uma viatura en-volvida num acidente quando se deslocava para um incêndio, em outubro de 2017” do qual, recorde-se, resultaram cinco feridos. O dirigente registou ainda, com natural satisfação, o empenho do município na viabilização uma candidatura ao Programa Operacional Sus-

tentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) para as obras de reestrutura-ção, assumindo, desde logo, a designada componente nacio-nal, ou seja 15 por cento do montante global. Apesar dos reconhecimento e agradeci-mentos públicos Luís Medeiros, deixou claro “os investimentos não podem parar”.

Marcaram presença nesta sessão – que ficou também marcada por distinções e pro-moções de bombeiros –, os presidente e vice-presidente da câmara municipal, respeti-

vamente, Salvador Malheiro e Domingos Silva, e, ainda, pre-sidentes de juntas de fregue-sias, representantes de várias entidades civis, militares e reli-giosas da região, dirigentes e comandantes das congéneres do distrito, familiares e amigos dos Bombeiros de Ovar.

As cerimónias do 122.º ani-versário da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-rios de Ovar encerraram no dia 2 de junho, na Praça da Repú-blica, com um concerto da Banda de Música da Força Aé-rea Portuguesa.

OVAR

Elogiados profissionalismo, altruísmo e vontade de servir

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Seia assinalou, em festa, a 3 de junho, o 84.º aniversário, dia que fica marcado pela outorga do crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao comandante Virgílio Borges, ao 2.º comandante Carlos Tei-xeira e aos chefes António Ne-

ves, Joaquim Couto e Jorge Sa-raiva.

Sendo a formação e a prepa-ração dos operacionais uma exi-gência neste quartel, foi com natural satisfação e orgulho que o comando entregou mais de três dezenas de diplomas que atestam a qualificação deste efetivo, como aliás fez questão

de sublinhar Virgílio Borges, que perante vasta plateia não se ini-biu de dar conta de alguns pro-blemas de uma instituição que considerou “nos últimos seis anos foi desconsiderada e mal-tratada”. Denunciou a falta de investimento e de manutenção, deu conta de um “quartel enve-lhecido, desconfortável e pouco atrativo”; falou da exaustão das viaturas só atenuada pelo esfor-ço e entrega dos bombeiros, dando como exemplo a recente “reconstrução do veículo flores-tal 01” já com 36 anos, mas que “se mantém ao serviço”; pediu mais apoios para a aquisição de equipamentos de proteção indi-vidual (EPI) urbanos.

Com apenas cinco meses de trabalho o, ainda recém-em-possado, presidente da direção, João Viveiro, falou de “uma he-rança pesada” para depois refir-

mar o compromisso assumido com associados, funcionários, bombeiros e comunidade em geral:

“Além da gradual regulariza-ção da enorme dívida herdada, do grande rigor que estamos a conferir nas contas, temos que pensar seriamente no parque de viaturas envelhecido e já com várias viaturas inoperacio-nais decorrente da falta de in-vestimento; Resolvemos uma questão judicial que se arrasta-va penosamente há mais de 20

anos; Aumentámos o patrimó-nio com a generosidade de uma senhora que nos doou uma an-tiga fábrica e que será, segura-mente, o futuro lar ou casa de repouso para a comunidade se-nense, com prioridade aos bombeiros e suas famílias”, anunciando para as instalações do quartel velho “um projeto de reabilitação adaptado a um es-paço museológico” que permita perpetuar a história da institui-ção. Considerou ainda premen-te a necessidade de obras pro-

fundas de conservação e de reabilitação no quartel.

“O caminho que temos para percorrer é longo e nada fácil, mas nada há de mais gratifican-te e nada define mais o nosso caráter do que a entrega total à causa que defendemos, assim todos nos ajudem numa tarefa que a todos pertence”, disse João Viveiros.

Marcaram presença na ses-são, entre outras individualida-des os presidentes da câmara e assembleia municipal Seia, res-petivamente Carlos Miranda de Figueiredo e Nuno Neves de Fi-gueiredo; Paulo Amaral, presi-dente da Federação dos Bom-beiros do Distrito da Guarda; António Fonseca, comandante operacional distrital (CODIS)da Guarda; presidentes de junta; representantes de várias enti-dades concelhias; dirigentes e elementos de comando das congéneres do distrito; associa-dos, familiares e amigos dos Bombeiros de Seia.

SEIA

Nova direção reafirma “entrega total à causa”

Page 23: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

23JUNHO 2018

A posse do novo comandante e do novo adjunto de co-

mando do corpo de bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de S. Pe-dro de Sintra assinalaram as co-memorações do 112.º aniversá-rio da instituição. A par disso, decorreu a inauguração de qua-tro viaturas, a atribuição de quatro crachás de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e de outras medalhas e distinções.

Com a posse do novo coman-dante, Hugo Marques, e do ad-junto, Luís Justino, assinalou-se também a despedida do anterior comandante, Pedro Ernesto, fi-gura incontornável no universo dos bombeiros portugueses com mais de três décadas de coman-dante do corpo de bombeiros. Tratou-se naturalmente de uma posse e uma despedida emotivas já que, inclusive, o novo coman-dante fez questão que fosse o anterior a colocar-lhe as divisas.

Os quatro crachás de ouro fo-ram atribuídos, ao chefe José Manuel Gaspar (36 anos), ao subchefe António Figueiredo Al-ves (43 anos), e aos bombeiros de 3.ª, Fernando Madeira (40 anos) e João Correia Nunes (42 anos). Para a entrega da distin-ção aos dois primeiros foram convidados os respetivos filhos, que são também bombeiros.

Decorreu também a promo-ção a bombeiro de 2.ª de, João

Santos, Tiago Pedreira, Diogo Carvalho e Adriana Galrão.

A sessão solene foi antecedi-da da inauguração das quatro viaturas. Tratou-se de uma via-tura de comando e comunica-ções, de uma viatura de coman-do (VCOT) apadrinhada pelo co-mandante Pedro Ernesto, uma ambulância de socorro oferecida pela Câmara Municipal de Sintra e uma viatura ligeira de comba-te a incêndios obtida com o apoio da Câmara, do POSEUR e da empresa Parques de Sintra – Monte da Lua.

À inauguração do VCOT ficou associada uma pequena histó-ria, contada no momento, que motivou ser o comandante Pe-dro Ernesto a inaugurá-la. Este, enquanto desempenhou essa função, fez sempre questão de protelar a substituição do velhi-nho auto comando que utilizava enquanto não fossem satisfeitas outras necessidades operacio-nais do corpo de bombeiros.

Durante a sessão solene pro-cedeu-se à entrega de um con-junto significativo de medalhas de assiduidade e dedicação da LBP, da Associação e da Câmara de Sintra (CMS).

Com as medalhas da Associa-ção foram distinguidos, por 55 anos, o bombeiro de 3ª Fernan-do Jorge, por 50 anos, o segun-do comandante Manuel Valente, o adjunto José Laureano e os bombeiros de 1.ª, António Gan-chas e António Nunes, por 40 anos, o bombeiro de 3.ª Luís Silveira, por 35 anos, o bombei-ro de 1.ª João Martins e o bom-beiro de 2.ª Germano Varandas, e por 30 anos, incluindo CMS; o chefe Paulo Mendes, o bombeiro de 1ª Augusto Oliveira, e os bombeiros de 2.ª Deolinda An-dré e José Salgueiro.

Com medalhas de dedicação da LBP foram contemplados, por 25 anos, o segundo comandante Rui Fontainhas, o chefe Paulo Mendes, e os bombeiros, Pedro

S. PEDRO DE SINTRA

Comandante e adjunto tomam posse

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Marques (1.ª), Deolinda André (2.ª), e Paulo Fonseca (3.ª), e por 20 anos, o chefe Luís Justi-no, os subchefes, Paulo Moreira e Mafalda Silva, e os bombeiros, de 1.ª, Pedro Marques e Hugo Silva, de 2.ª, Ana Catarina Cor-reia, e de 3.ª, Luís Miguel Frade e Ana Patrícia Andrade.

Com as medalhas de assidui-dade da LBP e Associação foram contemplados, por 15 anos, o comandante Hugo Marques, os bombeiros de 1.ª, Hélder Fonse-ca, Hugo Silva, Ricardo Neves, Vítor Lopes e Luís Líbano, de 2.ª, João Pinheiro e Filipe Frei-tas, e de 3.ª, Paulo Fonseca, Jorge Mestre, Tânia Martins (EAPS) e Rodrigo Batista, por 10 anos, aos bombeiros de 2.ª,

José Miranda, Vanessa Cravo, Rodrigo Batista, Licínia Pinheiro, Pedro Mourão, Ana Lúcia Mar-ques, José Cardoso, Nuno Lou-renço, Ricardo Nunes e Nuno Cesário, e de 3.ª, José Pereira, Marta Mendes, Luís Martins, Diogo Carrondo, João Pedro Martins, Bernardo Martins e Ivo Lopes.

As medalhas de assiduidade da LBP e da associação, por cin-co anos, foram atribuídas aos bombeiros, de 2.ª Luís Alves, Fábio Teixeira, Jair Delgado, Sandra Magalhães e Cláudio Neto, e de 3.ª Diogo Carvalho, Liliana Azevedo, Adriana Ca-nhão, João Santos, Mafalda Cunha, Ema Freitas, Luís Laran-jeira e Tiago Pereira.

A cerimónia foi presidida pelo vereador da Câmara Municipal de Sintra, Domingos Quintas, na presença, do vice-presidente da LBP, Rui Ramada Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-boa, comandante António Gual-dino, da vogal da direção da Es-cola Nacional de Bombeiros, Susana Silva, do comandante distrital da ANPC, André Fer-nandes, do presidente da União de Freguesias de Sintra, Fer-nando Pereira, acolhidos, pelo presidente da assembleia-ge-ral, Silvano Inácio, do presiden-te da direção, Avelino do Couto, pelo comandante Hugo Mar-ques e restantes órgãos sociais e comando.

A comemoração do 111.º aniversário dos Bom-beiros Voluntários de S. Martinho do Porto fi-

cou assinalada com a inauguração do mausoléu dos bombeiros no cemitério local, homenagem à memória de todos os que fizeram parte do seu corpo de bombeiros.

O programa incluiu também a inauguração de três novas viaturas e promoções de bombeiros.

No caso das promoções, passaram, a chefe, José Simão e Ricardo Silva, a subchefe, Marta Caçoila, Bruno Fernandes, Nuno Fortuoso e Marco Neto, a bombeiro de 1.ª, Emanuel Souto, Márcio Rodrigues, Hugo Santos, Hélder Moreira, Cláudio Rodrigues e Paulo Sena, e a 2.ª, Rui Silva, Filipa Rebelo, Cátia Pires e Rui Pradiante.

Foram também anunciados louvores públicos

aos bombeiros Ricardo Silva (chefe), Emanuel Souto (1.ª) e Aníbal Rodrigues.

As três viaturas inauguradas inscrevem-se to-das na área da saúde, duas ambulâncias de so-corro (ABSC) e um veículo dedicado ao transpor-te de doentes (VDTD).

A sessão solene contou com a presença de um representante da Câmara Municipal de Alcobaça,

do comandante Adelino Gomes, em representa-ção da Liga dos Bombeiros Portugueses, do pre-sidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, comandante Almeida Lopes, do coman-dante distrital de Leiria da ANPC, Carlos Guerra, do presidente da Junta de Freguesia de Alfeizerão e S. Martinho do Porto, acolhidos pelos órgãos sociais e comando da instituição.

S. MARTINHO DO PORTO

Inaugurado mausoléu dos bombeiros

Page 24: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

24 JUNHO 2018

O espírito dos atuais dirigentese bombeiros não é igualao de outros tempos

José Artur Marinho,presidente da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Fão

palavra de PRESIDENTEData de 27 de dezembro de 1925 a funda-

ção da Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Fão, uma instituição que serve atualmente cerca de 12 mil habitantes das uniões de freguesias de Apúlia e Fão e Fonte Boa e Rio Tinto, freguesia de Gemeses e Gandra (pertence à União de Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra), no concelho de Esposende, Distrito de Braga.

Este corpo de bombeiros que divide territó-rio com os Voluntários de Esposende conta atualmente com 62 efetivos, a que se juntam cerca de uma dezena de funcionários no de-sempenho de funções operacionais e adminis-trativas.

Nos 37,76 Km2 que constituem a área de atuação própria, residem cerca de 11.500 ha-bitantes, tornando-se este número muito su-perior nos meses de verão, devido à elevada afluência às praias, ao pinhal e ao Rio Cávado.

Este território é atravessado por uma vasta rede viária como por exemplo A28, A11 e EN13, e oito quilómetros de costa.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fão dinamiza ainda uma fan-farra com cerca de 30 músicos.

Cartão de visita

São conhecidas e ampla-mente debatidas as difi-culdades com que se de-

batem as associações humani-tárias para responderem às ne-cessidades mais básicas dos corpos de bombeiros, tanto ao nível dos equipamentos como dos meios, tudo para que nada falhe no socorro às populações. Ao longo dos últimos anos, jor-nal Bombeiros de Portugal tem feito eco das reivindicações de dirigentes e operacionais, que rejeitando a subsidiodependên-cia, não escondem, contudo, a revolta de quem é, não raras vezes, obrigado a “pagar para salvar”.

Numa tentativa de minimizar lacunas para garantir uma efi-caz e pronta reposta às comuni-dades que servem, os bombei-

ros trabalham muito, desdo-bram-se na promoção de inicia-tivas várias, evolvem-se nas ações locais, tudo com o intuito de angariar receita e são, quase sempre, acompanhados neste esforço pelas populações que participam, dando um impor-tante contributo para a valori-zação da causa. Em muitos pontos do País e também em Fão, no concelho de Esposende, o povo está alinhado com os soldados da paz.

“Felizmente, não necessita-mos pedir nada a ninguém, mas sabemos que se isso for neces-sário podemos contar sempre com a população, o que aliás já aconteceu no passado”, revela José Artur Marinho, presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fão,

FÃO

“Felizmente não necessitamos pedirA estreita ligação com a comunidade é uma

espécie de bandeira que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fão exibe com natural orgulho. O trabalho

de dirigentes e bombeiros, ao longo de quase 93 anos de existência, tem permitido à instituição granjear o apoio incondicional

de beneméritos e amigos que muito têm contribuído para o crescimento desta

instituição do concelho de Esposende.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

dando como exemplo uma cam-panha de solidariedade que, no final da década de 90 do século passado, após um incêndio no quartel, uniu a as gentes da terra no apoio aos seus bombei-ros.

O comandante João Morais faz também questão de subli-nhar a generosidade do povo sempre disponível para partici-par e colaborar nas ações e eventos que permitam angariar receita para a associação, de-signadamente nas noites de fado e no festival do marisco, ou em patrocinar eventos como o natal do bombeiro.

Com particular graça, contam que os projetos da associação

sejam de substituição de equi-pamentos, de modernização do parque de viaturas, ou de bene-ficiação das instalações, aca-bam de, uma forma ou de ou-tra, por assegurar patrocínios.

“Tudo o que nós fazemos sai bem feito, porque na verdade podemos contar, sempre, com os amigos. Estão sempre cá quando precisamos”, regista com natural vaidade o presi-dente da direção,

Os apoios externos chegam, também, da Câmara Municipal de Esposende que desenvolve uma profícua parceria com os

de bombeiros do município. A autarquia, para além do subsí-dio anual, faz questão de aten-der a solicitações mais premen-tes como é exemplo da recente a aquisição de uma ambulância de socorro para os Voluntários e de uma outra para o quartel da sede de concelho. Entretanto, há cerca de um ano, o executi-vo aprovou um pacote de bene-fícios para os soldados da paz que contempla isenção de taxas e licenças e a utilização gratuita de alguns equipamentos do concelho. Estas regalias funcio-nam como incentivo ao volunta-

riado que, também, começa a escassear neste concelho do distrito de Braga.

Porque importa garantir não apenas reforços, mas também a renovação do corpo ativo, o co-mandante dá conta de algumas ações de sensibilização nos esta-belecimentos de ensino da área de atuação deste corpo de bom-beiros, nomeadamente na Esco-la Profissional de Esposende que tem vindo a contribuir fortemen-te para engrossar as fileiras de recrutas nas últimas escolas de ingresso na carreira de bombei-ro, promovidas neste quartel.

“O voluntariado não está fá-cil… E, por aqui, nem sequer podemos contar com o apoio dos desempregados que, em tempos, permitiam suprir lacu-nas. Durante o dia é difícil dar resposta às inúmeras solicita-ções. Só com a boa vontade e a entrega de todos conseguimos assegurar a prontidão exigida ao socorro”, assinala João Mo-rais.

Não existindo grandes carên-cias, o comandante considera importante começar a renovar a

Page 25: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

25JUNHO 2018

O aumento do preço dos combustíveis nas últi-mas semanas, nomeadamente do gasóleo,

está a criar dificuldades acrescidas aos corpos de bombeiros do distrito de Bragança, dos que mais quilómetros são obrigados a percorrer no País de-vido ao transporte de doentes para unidades hos-pitalares fora da região. O alerta para o problema foi dado pelo presidente da Associação Humani-tária dos Bombeiros de Bragança, Rui Correia, que diz que os bombeiros “estão em vias de fi-nanciar o Serviço Nacional de Saúde”. O preço pago ao quilómetro pelo transporte de doentes mantém-se igual, desde 2012, mas o gasóleo não para de subir.

“O preço do quilómetro, no transporte de doentes, mantém-se, sendo pago a 51 cêntimos. Se este valor não aumentar vamos enfrentar sé-rias dificuldades. Começa a ser um problema gra-ve”, afirmou Rui Correia, à margem das comemo-rações do 128.º aniversário da Associação Huma-nitária dos Bombeiros de Bragança (AHBB), no dia 30 de maio.

O questão foi, também, abordado secretário da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), coman-

dante José Requeijo, que marcou presença nas cerimónias:

“É um problema transversal de norte a sul do país”, sublinhando o esforço e trabalho conjunto da confederação e os corpos de bombeiros para que a tutela proceda à imprescindível e urgente “atualização do preço por quilómetro”, que não é revisto há mais de uma década, quando, obvia-mente, “os carros e os combustíveis eram mais baratos e as despesas com manutenção e recur-sos humanos também eram muito menores”.

Um dos pontos altos das comemorações deste 128.º aniversário, foi a bênção e inauguração de um veiculo de combate a incêndios florestais, ad-quirido com a comparticipação dos fundos comu-nitários, no âmbito do Programa Portugal 2020. O veiculo, marca UNIMOG U5023, apadrinhado pelo comandante do Corpo de Bombeiros de Bragan-ça, tenente coronel José Fernandes, está dotado de equipamento especifico para operações de ex-tinção em vários tipos de incêndios, do qual se destaca o monitor frontal de alto débito, teleco-mandando do interior da cabina, para combate e proteção.

BRAGANÇA

Bombeiros preocupadoscom o aumento dos combustíveis

O voluntariado não está fácil…E, por aqui, nem sequer podemos contar com o apoio dos desempregados que, em tempos, permitiam suprir lacunas. Durante o dia é difícil dar resposta às inúmeras solicitações. Só com a boa vontade e a entrega de todos conseguimos assegurar a prontidão exigida ao socorro.

João Morais, comandantedos Bombeiros Voluntários de Fão

voz de COMANDO

frota, nomeadamente os veícu-los de combate a incêndios flo-restais, até porque, nos últimos anos tem havido um forte in-vestimento no parque de ambu-lâncias.

A mais recente aposta do corpo de bombeiros surge ao nível do resgate e socorro a ani-mais, uma valência ainda re-cente no nosso País, mas que, em Fão, surge como comple-mento ao trabalho do grupo ci-notécnico, ainda em constitui-ção. Já existem operacionais formados nestas áreas e o pró-ximo passo será a inauguração de uma viatura devidamente adaptada para o efeito e que poderá fazer toda a diferença a norte do País com apartação de uma viatura para o efeito.

O dinamismo desta equipa é notório, bem como o empenho em acrescentar valor ao proje-to encetado pelos fundadores, na década de 20 do século pas-sado. Ainda, ainda antes de passar a outros este importan-te legado, José Marinho gosta-ria de materializar o que, por agora, não passa de uma arro-jada ideia: a ampliação do quartel. Esta aspiração parti-lhada por dirigentes e bombei-ros carece, desde logo, do aval e do apoio da autarquia. Con-forme revela o presidente, o projeto assenta na deslocaliza-ção das áreas associativas do quartel e a criação de um par-queamento para viaturas me-nos usadas para um terreno fronteiro às atuais instalações

que, desta forma, ganhariam espaço e funcionalidade para os operacionais. Enquanto o “sonho” não se concretiza im-porta garantir algumas obras de manutenção e requalifica-ção do espaço, conforme adian-ta José Artur Marinho ao nosso jornal.

“Trabalhamos muito, mas as-sim vale a pena”, sublinha o presidente da direção, salien-tando que “a missão dos diri-gentes é servir as associações”, embora, do alto dos seus quase 40 anos de ligação à causa, re-conheça muitas mudanças, no-vos estilos de liderança, outras posturas e alterações de perfis:

“O espírito dos atuais diri-gentes e bombeiros não é igual ao de outros tempos”.

nada a ninguém”

Page 26: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

26 JUNHO 2018

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Entre-os-Rios as-

sinalou a comemoração do seu 95.º aniversário com a atribui-ção do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ao vice-presidente da di-reção José Vieira Pinheiro, uma das mais altas distinções da Liga dos Bombeiros Portugue-ses. Foram também atribuídas várias medalhas de assiduida-de, 12 de grau cobre, por 5 anos, cinco de prata, corres-pondentes a 10 anos, quatro grau ouro relativas a 20 anos e várias distinções a elementos da fanfarra.

O programa comemorativo fi-cou, também, marcado pela apresentação de duas viaturas novas para transporte de doen-tes não urgentes, um autotan-que reconstruído e um veículo de comando, oferecido à insti-tuição por uma empresa e pos-teriormente adaptado à sua nova função.

A cerimónia incluiu ainda a atribuição de três medalhas de dedicação da LBP por 25 anos de serviço, a atribuição de me-dalhas de serviços distintos da LBP, grau cobre à subchefe Su-sana Rangel, e grau ouro, a Adriano Clemente, António Cle-mente, António Barbosa da Sil-va e Filomena Pereira, ex-presi-dente da direção.

As comemorações ficaram, também, assinaladas pela atri-buição da medalha de mérito distrital da Federação dos Bom-beiros do Distrito do Porto ao presidente da direcção dos Bombeiros de Entre-os-Rios, António Fontes, pelos serviços prestados à comunidade e aos bombeiros ao longo de mais de 40 anos.

Em dia de aniversário, a dire-ção dos Bombeiros de Entre-os--Rios distinguiu como sócia ho-norária, Nelza Florêncio, ex-se-cretária-geral do Ministério da Administração Interna pelo pa-pel determinante que teve aquando da construção do atual quartel.

O presidente da direção, An-

tónio Fontes, na sua interven-ção, aludiu às dificuldades fi-nanceiras que continuam a as-soberbar a associação, defen-dendo que as associações humanitárias devem ser geri-das como empresas.

“Com as dificuldades finan-ceiras e os exíguos apoios ofi-ciais, continua a não ser fácil gerir esta casa. Tenho que refe-rir mais uma vez que estas ins-tituições de bombeiros têm que funcionar e ser geridas como se de uma empresa se tratasse cuja atividade principal é socor-rer pessoas e bens com custos elevados e tratando-se de uma entidade de utilidade pública ela é de direito privado”, disse, salientando que qualquer ação solicitada aos bombeiros que não seja de emergência e so-corro, essa intervenção estará sempre sujeita a orçamento e quem requisita os serviços terá que assumir o inerentes custos.

O mesmo dirigente recordou que os custos da atividade dos bombeiros aumentam todos os dias, com receitas cada vez mais exíguas e com despesas maiores motivadas pelos custos dos combustíveis e do equipa-mento que é imperativo dar aos soldados da paz, reconhecendo que o parque automóvel da cor-poração está envelhecido com grande parte das viaturas a te-rem mais de 12 anos.

Falando dos meios que as au-toridades têm prometido, Antó-nio Fontes recordou que os Bombeiros de Entre-os-Rios realizaram uma candidatura ao abrigo do anunciado financia-

mento comunitário PO-SEUR-2020 de uma viatura VTTF para combater os fogos florestais, mas esta não foi atendida.

“Foram comtemplados al-guns corpos de bombeiros onde quase não existe floresta, com-parado com a mancha florestal da área de intervenção dos Bombeiros de Entre-os-Rios”, sustentou.

Na sua alocução, o presiden-te da direção ressalvou, tam-bém, o apoio que a Câmara de Penafiel tem dado à corporação, felicitando-a pela instalação do ar condicionado no salão nobre do quartel.

O comandante dos Bombei-ros de Entre-os-Rios, Marco Ferreira, realçou o esforço que a atual direção e demais órgãos sociais da corporação têm feito com o objetivo de equilibrar fi-nanceiramente a associação e dotar o comando e o seu corpo ativo dos meios e viaturas para fazer face às necessidades da corporação.

Falando das viaturas que fo-ram apresentadas, Marco Fer-reira declarou que o autotan-que, veículo tanque tático, “a corporação foi buscá-lo à suca-ta, tendo sido reconstruído pe-los bombeiros e o carro de co-mando foi oferecido por uma empresa, tendo sido posterior-mente adaptado”.

Referindo-se, ainda, ao par-que automóvel, Marco Ferreira avançou que este era um inves-timento que tinha de ser feito, que vai permitir dotar a corpo-ração de melhores meios quer

no socorro quer no combate aos incêndios florestais, defenden-do que o parque dispõe de vá-rias viaturas, algumas com 600 mil quilómetros.

O responsável pelo corpo ati-vo elogiou, também, a colabo-ração da comunidade local nas várias campanhas que a corpo-ração tem realizado e elogiou o trabalho dos seus homens no apoio à população.

O vice-presidente da Federa-ção dos Bombeiros do Distrito do Porto, Joaquim Carneiro, manifestou que celebrar os 95.º aniversario de uma instituição é lembrar o passado, os seus fun-dadores, mas, também, pers-petivar o futuro. Na sua alocu-ção, Joaquim Carneiro recordou as vítimas do incêndio de Pe-drogão Grande e expressou o desejo para que este cenário não se repita.

Joaquim Carneiro entregou a medalha de mérito distrital ao presidente da direção dos Bom-beiros de Entre-os-Rios justifi-cando esta atribuição pelos 40 anos de ligação aos bombeiros, pela sua ação e apoio logístico na tragédia de Entre-os-Rios e por ter sido uma mola funda-mental na construção do novo quartel

Albano Teixeira, segundo co-mandante distrital do Porto en-fatizou a importância do volun-tariado, a cultura de instrução e formação que existe nos Bom-beiros de Entre-os-Rios, assim como o esforço da direção e do comando para dotarem a cor-poração e o seu corpo ativo de melhores meios e materiais.

O vice-presidente da LBP, Marco Braga, relevou o papel que os bombeiros portugueses tiveram em Pedrogão Grande, discordando com os que insis-tem em atribuir responsabilida-des soldados da paz pelo suce-dido.

“Há milhões para tudo, não há nada para os bombeiros”, disse, insistindo na necessidade da criação do cartão social para os bombeiros, na implementa-ção incentivos ao voluntariado, na revisão da lei do financia-mento e na inclusão das autar-quias na lei do financiamento.

Marco Braga defendeu, tam-bém, a criação de um comando único e uma direção autónoma para os bombeiros, a criação de

comissões distritais de reequi-pamento que elaborem um pla-no nacional de reequipamento com o objetivo de substituir veículos de maior idade e mais envelhecidos e de uma equipa de intervenção permanente para os Bombeiros de Entre-os--Rios e Paço de Sousa.

Na sua intervenção, a vice--presidente da Câmara Munici-pal de Penafiel, Susana Oliveira, relembrou o trabalho já realiza-do pela autarquia, nomeada-mente na atribuição de um se-guro de saúde a todos os bom-beiros do concelho e entregou ao presidente da direção dos Bombeiros de Entre-os-Rios um cheque com montante de 12 mil euros, metade do subsídio anual atribuída pela autarquia à associação.

Susana Oliveira declarou, ainda, que o executivo aprovou em reunião de câmara um sub-sídio no valor de 13.686 euros para ajudar nos custos da re-construção do autotanque apresentado em dia de aniver-sário.

ENTRE OS RIOS

Reforço do parque automóvele homenagem a dirigente

Page 27: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

27JUNHO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Fi-

gueirenses, de Figueira de Cas-telo Rodrigo, apresentou a sua nova viatura para combate a incêndios florestais (VFCI) e aproveitou a oportunidade para inaugurar também um veículo destinado ao transporte de doentes (VDTD).

O veículo de combate a in-cêndios florestais foi adquirido com a comparticipação comu-nitária através do POSEUR, Programa Operacional Susten-tabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (2014-2020) e o VDTD foi obtido com fundos próprios da Associação.

A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva, e contou com as presenças, do

presidente da Assembleia Mu-nicipal, Feliciano Martins, do vogal do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, comandante José Requei-jo, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, Paulo Amaral, do co-mandante distrital da Guarda

da ANPC, António Fonseca, do pároco local, reitor Victor Ma-nuel Alago Lourenço, dos presi-dentes das juntas de freguesia do concelho e do adjunto do comandante do Posto da GNR local, cabo Renato Roça, acolhi-dos pelos órgãos sociais e pelo comando da instituição.

FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Apresentadanova viatura florestal

O bombeiro de 3.ª, Joaquim Manuel Sousa Perei-ra, dos Voluntários de Canha foi distinguido

com o crachá de ouro na sequência da proposta apresentada pela Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Canha. Montijo, à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Joaquim Pereira, um dos bombeiros fundadores e ainda no ativo, recebeu o crachá durante as co-memorações do 35.º aniversário da Associação.

Na oportunidade foram também realizadas pro-moções e entregues a outros bombeiros medalhas de assiduidade e dedicação da LBP relativas a cin-co, 10, 15 e 20 anos de serviço.

A anteceder a sessão solene decorreu o hastear das bandeiras, a romagem aos cemitérios locais e diversas inaugurações.

Foram inaugurados dois veículos dedicados ao transporte de doentes (VDTD) adquiridos pela as-sociação, um posto de abastecimento de combus-tível interno e equipamento de desencarceramento no valor de 50 mil euros, suportado pela Câmara

Municipal do Montijo, e que veio substituir um ou-tro equipamento já com três décadas de serviço.

As cerimónias foram presididas pelo presidente da câmara do Montijo, Nuno Canta, na presença, do presidente da assembleia municipal, Catarina Marcelino Silva, do secretário do conselho executi-vo da LBP, Eduardo Correia, do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, do comandante operacional distrital de Setúbal da ANPC, Elísio Oliveira, os vereadores Clara Silva e Ricardo Bernandes, colhidos pelos órgãos sociais e comando da instituição.

CANHA

Crachá para fundador

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Paredes, aproveitou a comemo-ração recente do seu 134.º ani-versário para inaugurar as obras de remodelação da fachada ex-terior e da substituição do telha-do do quartel, orçadas em qua-se 300 mil euros e que foram realizadas apenas com fundos próprios.

Na oportunidade, a Associa-ção anunciou também a inten-ção de transformar um piso do quartel para o adaptar a base de apoio logístico distrital.

As cerimónias foram presidi-das pelo presidente da Câmara Municipal de Paredes, e contou com a presença do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, professor José

Miranda, e de outras entidades, acolhidas pelo presidente da di-reção, Mário Sousa, pelo co-mandante José Luis Morais e restantes órgãos sociais e co-mando.

A Associação assinalou tam-bém o décimo aniversário da sua escola de infantes e cade-tes, uma coincidência cujo sim-bolismo e importância foi desta-cada nas várias intervenções realizadas durante a sessão so-lene.

Durante a sessão, inclusive, foram distinguidos três dos bombeiros responsáveis pela escola de infantes e cadetes, que é já a principal fonte de re-crutamento dos Bombeiros de Paredes.

“Há 18 anos, quando vim

para cá, tinha ambição, vontade de trabalhar e objetivos, mas nunca nos meus melhores pla-nos podia imaginar a dimensão da obra que teríamos a possibi-lidade de concretizar”, confes-sou o comandante dos Bombei-ros de Paredes na sua interven-

ção. José Morais lembrou que as obras de requalificação só foram possíveis pelo trabalho conjunto da direcção, dos órgãos sociais e do corpo de bombeiros.

O comandante salientou ainda a dimensão da corporação, infor-mando “32% da população de

Paredes e 22% da área territorial do município são servidos por esta corporação”, explicou. O corpo de bombeiros é constituído por 196 elementos, sendo 70 do corpo ativo e 59 da escola de in-fantes e cadetes. Conta também com cinco veículos de emergên-cia e 12 veículos de combate a incêndio, uma frota que é “sufi-ciente”, mas que é preciso conti-nuar a renovar, defendeu.

José Morais realçou também que a escola de infantes e cade-tes, que completa 10 anos, é “uma aposta ganha” e a princi-pal fonte de recrutamento dos Bombeiros de Paredes. Pelo seu trabalho nesta área, três bom-beiros – José Moreira, chefe; José Nunes, bombeiro de 1.ª, e Maria Sousa, bombeira de 2.ª –

receberam medalhas de servi-ços distintos.

Estas obras do quartel agora inauguradas, orçadas em quase 300 mil euros, foram o maior in-vestimento da associação de-pois da construção do quartel, sustentou o presidente da dire-ção. Mário Sousa salientou ain-da que as obras foram feitas com recursos próprios e segui-ram-se a um outro investimento de 180 mil euros no parque de viaturas em 2016. “Tudo isto foi pago por nós e 30 dias depois de terminar a obra. Fizemos o apelo para estar aqui alguém do Governo, mas não foi possível. Decidimos inaugurar isto com os nossos amigos, que são os que cá estão”, criticou. “Temos vai-dade nesta obra”, assumiu.

PAREDES

Inauguradas obras feitas sem apoios

Foto

: Ver

dade

iro O

lhar

Page 28: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

28 JUNHO 2018

O novo comandante e o novo segundo coman-dante dos Bombeiros Voluntários de Sintra,

respetivamente, Ricardo Silvestre e António Ber-nardo, tomaram posse dos cargos na sessão so-lene comemorativa do 128.º aniversário da insti-tuição.

Na sessão foram também homenageados com a medalha de honra, grau ouro, da Associação, o Presidente da República, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, o vereador da proteção civil, ex-presidente da Assembleia Muni-cipal e antigo dirigente de bombeiros, Domingos Quintas, e o Centro Social e Paroquial de S. João das Lampas.

Foram também atribuídos diplomas de sócios

honorários a três colectividades locais, o Hóquei Clube de Sinta, o União Sintrense e o Sporting Clube do Lourel.

Antes da sessão solene foram inauguradas quatro viaturas, um veículo florestal de combate a incêndios oferecido pela Câmara Municipal, uma ambulância de socorro reconvertida, uma ambulância de transporte (ABTM) e um veículo dedicado ao transporte de doentes (VDTD).

Nas várias intervenções realizadas durante a sessão solene foi evidenciado que a Câmara Mu-nicipal de Sintra, muitas vezes em parceria com a Fundação Cultur Sintra e os Parques de Sintra – Monte da Lua, tem sido exemplar no apoio aos bombeiros, nomeadamente na substituição de

viaturas de socorro, combate a incêndios e am-bulâncias.

Na sessão procedeu-se também ao juramento de quatro novos bombeiros de 3ª, Pedro Silva, Valdemiro Freitas, Eugénia Bites Teixeira e Bár-bara Baptista.

Decorreu ainda a atribuição de medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), da Associação e da Câmara Municipal de Sintra. Por 10 anos, foi distinguido a bombeira de 3.ª Isaura Baumberg, por 15 anos, o bombeiro de 2.ª Paulo Vieira, por 20 anos, o comandante Ri-cardo Silvestre, o subchefe Luis Narciso, o bom-beiro de 2.ª Carlos Teixeira e o bombeiro de 3.ª Carla Carvalho.

Finalmente, por 25 anos de serviços foram dis-tinguidos, o oficial bombeiro principal Nuno En-carnação, o bombeiro de 2.ª Davide Baleia e o bombeiro de 3.ª Joaquim Canoa.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara, Basílio Horta, na presença, do vice--presidente da LBP, Rui Rama da Silva, do presi-dente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante António Carvalho, do se-gundo comandante distrital da ANPC, Hugo San-tos, acolhidos, pelo presidente da assembleia geral, Hermínio Santos, do presidente da dire-ção, José Bento Marques, do comandante Ricar-do Silvestre, e restantes órgãos sociais e coman-do.

SINTRA

Posse do novo comando

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Ermesinde comemorou recen-temente o 97.º aniversário com um progra-

ma que incluiu promoções de bombeiros e dois simulacros - exercícios.

Foram atribuídas distinções a 23 bombeiros e realizados dois simulacros em Alfena, um desen-volvido pela escola de infantes e cadetes e o ou-tro realizado pelo corpo ativo no âmbito do salva-mento e desencarceramento.

Segundo o comandante dos Bombeiros Volun-tários de Ermesinde, Sérgio Barros, o objetivo foi proceder à demonstração de equipamentos e de técnicas na área do salvamento e desencarcera-mento à população de Alfena e Ermesinde.

O primeiro exercício envolveu os 34 elementos da escola de infantes e cadetes, pela primeira vez posto à prova perante os muitos espectadores presentes. Tratou-se de simular a extracção e mobilização de vitimas de trauma e ainda o pro-tocolo de suporte básico de vida.

O segundo exercício foi realizado pelo corpo activo, simulando um acidente com dois veículos de transporte escolar, e envolveu 37 bombeiros do quadro activo apoiados por oito veículos, uma

ambulância de suporte imediato de vida (SIV) do INEM com um técnico de emergência médica e um enfermeiro. As vítimas simuladas foram 15 escuteiros que se disponibilizaram para o efeito.

As cerimónias iniciaram com o hastear das bandeiras, a celebração da eucaristia na Igreja de Ermesinde e um desfile apeado ao cemitério de Ermesinde, tendo sido prestadas honras junto do talhão da Associação e depositada uma coroa de flores junto do monumento ao bombeiro na cida-de. Seguiu-se um desfile motorizado pelas ruas das cidades de Alfena e Ermesinde, com paragem também nos cemitérios de Alfena, Aguas Santas e n.º2 de Ermesinde.

O aniversário dos Voluntários de Ermesinde fi-cou ainda marcado com a realização das promo-ções de 9 elementos a terceira, 10 a segunda, 4 bombeiros a sub-chefe e um a estagiário.

Procedeu-se também à atribuição de nove equi-pamentos de protecção individual aos novos bom-beiros de terceira, para cuja aquisição contribuí-ram as Juntas de Freguesia de Alfena e Ermesinde e vários estabelecimentos comerciais locais.

Foram ainda contemplados 12 associados com mais de 50 anos com o emblema da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde.

Na oportunidade, o presidente da direção, Jor-ge Videira, deu nota das dificuldades sentidas

pela instituição na manutenção do parque de veí-culos devido à idade dos mesmos, alertou para a impossibilidade financeira da corporação adquirir novos veículos de combate a incêndios e aquisi-ção de um veiculo ligeiro de salvamento e desen-carceramento. Jorge Videira referiu-se, também, à impossibilidade da associação proceder à reali-zação de obras de remodelação e ampliação do quartel, nomeadamente nos balneários e cama-ratas femininas, considerando o aumento expo-nencial de bombeiros femininas.

A sessão solene, que decorreu salão nobre, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, que presidiu à cerimónia, dos presidentes das Juntas de Alfena e Ermesinde, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Paulo Braga, do presidente do conselho fiscal da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, dos órgãos so-ciais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, da PSP de Ermesinde, do comandante dos Bombeiros de Valongo, e fa-miliares dos bombeiros.

BP com “Verdadeiro Olhar”

ERMESINDE

Simulacros e promoções nos 97 anos

Foto

s: A

HBV

Erm

esin

deFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Page 29: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

29JUNHO 2018

“Basta de os bombeiros continuarem a pagar para socorrer. Se

para uns há dinheiro, também tem de haver para outros. Não podemos aceitar um Orçamen-to de Estado com 186 milhões para determinado tipo de ativi-dades, mas que não tem em conta o reequipamento das as-sociações e corpos de bombei-ros que se fazia todos os anos. Esse planeamento deixou de ser feito. Isto não pode conti-nuar a acontecer. Os Bombeiros Portugueses têm de ser ressar-cidos à dimensão do serviço que prestam a Portugal e aos portugueses e por isso mesmo a nossa voz não se vai calar até que que esta justiça seja repos-ta”, afirmou Jaime Marta Soa-

res, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) na sessão solene comemorativa do 91.º aniversário da Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Nazaré que se realizou no dia 10 de junho.

Num discurso marcado por muitos aplausos, Jaime Marta Soares relembrou reivindica-ções da confederação, designa-damente “o estatuto social do bombeiro” e não esqueceu a luta contra outras injustiças que se avolumaram no pós-incên-dios de 2017 quando “aqueles que são os menos culpados na situação” serviram para “bodes expiatórios”.

Deixou elogios e palavras de reconhecimento aos bombeiros e dirigentes da Nazaré, relembrou

a importância das famílias como suporte deste exercito de paz, evocou os fundadores, sublinhou a importância e retorno dos in-vestimentos do município neste setor e não esqueceu os associa-dos da instituição que disse se-rem, não apenas “um importante

NAZARÉ

Presidente da LBP exige reequipamento

sustentáculo destas casas, mais, também, o garante do funciona-mento democrático destas insti-tuições e, também nesta matéria que grande exemplo dão os Bombeiros Portugueses, pena é que não seja seguido por ou-tras”, enfatizou para depois de-fender que “os bombeiros portu-gueses não esperaram que hou-vesse 25 de abril para adotarem os valores da democracia, da li-berdade e da independência de todos os poderes”.

Numa intervenção voltava para dentro, o comandante dos Voluntários da Nazaré, João Paulo Estrelinha, falou com or-gulho da equipa que lidera, deu conta de reforço de meios e fi-xou-se no futuro anunciando que “em breve” a estrutura de comando será reforçada com um “novo adjunto”. À autarquia deixou vários pedidos, nomea-damente apoios para a dignifi-cação das instalações que aco-lhem o efetivo, uma reivindica-ção corroborada pelo presiden-te da direção, Joaquim Morais, que se bateu ainda pelos incen-

tivos ao voluntariado que tar-dam em chegar.

Comando e direção não se esqueceram de destacar a par-ceria com a Câmara Municipal da Nazaré que, nos últimos tempos, permitiu dotar o quar-tel de uma Equipa de Interven-ção Permanente (EIP), reequi-par os operacionais e adquirir uma viatura de comando.

O edil, Walter Chicharro, su-blinhou e sublimou a parceria com a associação, fazendo questão de elencar alguns dos apoios concedidos e anunciou que, até ao final do mandato, a transferência anual agora de 42 mil será atualizada para os “60 mil euros”, verba, aliás, recla-mada há algum tempo pela di-reção e comando, como revelou o presidente dando ainda conta da intenção do município da Nazaré, a título de incentivo ao voluntariado, “estender a tarifa social da água aos Bombeiros”.

Terminou anunciando que, mercê da ampla colaboração com a instituição, o projeto de

remodelação e adaptação do quartel será uma prioridade até porque importa dar todas as condições de trabalho, investir, “nas pessoas que arriscam a sua vida diariamente e durante as ocorrências a que são cha-mados pela segurança dos ou-tros, e do concelho”.

Refira-se que o programa co-memorativo do 91.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Naza-ré contemplou ainda a tradicio-nal romagem da saudade ao ce-mitério. Depois, o emblemático Santuário Nossa Senhora da Nazaré foi cenário para inaugu-ração e bênção de uma ambu-lância de socorro, duas outras destinadas ao transporte de doentes não urgentes e ainda de um veículo tanque tático ur-bano (VTTU), adquirido com o apoio de um grupo de bombei-ros. A festa terminou com o desfile apeado e motorizado abrilhantado pela fanfarra da instituição.

Sofia Ribeiro

Page 30: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

30 JUNHO 2018

No âmbito das comemorações do 85.º Aniversário da Associa-ção Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estremoz, que

decorrem durante todo este ano, realizou-se, no dia 16 de junho, um encontro de fanfarras, com o grupo da anfitriã a receber os congéneres de Arraiolos, Vendas Novas e Vila Viçosa.

As fanfarras saíram da sede União das Freguesias de Estremoz, Santa Maria e Santo André, passaram pelo centro da cidade e ter-minaram o desfile às portas do quartel dos Voluntários de Estre-moz

O programa prosseguiu no dia 24 de junho com uma caminhada que mobilizou cerca de 170 participantes. A boa disposição e o convívio marcaram este evento que culminou à mesa, com os ca-minhantes a repor energias com uma saborosa sopa de tomate à boa moda alentejana. A enorme adesão a esta iniciativa já levou a organização a reagendar este encontro para 2019.

Refira-se que programa evocativo de 85 anos de história, e de outros tantos marcados pelos bons serviços prestados à comuni-dade e ao País, abriu no passado mês de abril com a tomada de

posse dos novos órgãos sociais e culmina no dia 28 de outubro no salão Nobre “Major Francisco Rafael Grave”, com a atribuição de condecorações da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Para os próximos meses estão previstas, entre outras iniciati-vas, o workshop subordinado à temática “Primeiros Socorros Ve-terinários – Animais de Companhia” (16 de julho); uma mostra de meios operacionais, no Rossio Marquês de Pombal (29 de setem-bro) e inauguração e bênção de novas viaturas, no adro da Igreja de São Francisco (27 de outubro).

ESTREMOZ

Muitos meses de festa

O Grupo Cénico da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais voltou

a participar nas Marchas de Cascais com uma coreografia que mais uma vez se destacou en-tre os restantes grupos participantes.

Trata-se de uma iniciativa municipal, sem prémios em disputa, que se destina apenas a manter viva a tradição das marchas locais mas que suscita uma natural e saudável competiti-vidade entre os vários grupos participantes.

Recorde-se que o Grupo Cénico dos Bombei-ros de Cascais é uma formação centenária, criada pouco depois da formação da Associa-ção há 132 anos.

As imagens dizem respeito aos ensaios rea-

lizados num dos parques de viaturas do quar-tel, ao desfile nocturno realizado entre os pa-ços do concelho e o Mercado da Vila e à apre-sentação de todos os grupos neste último lo-cal.

CASCAIS

Marcha do Grupo Cénico encanta

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Moita distinguiu a Câmara Mu-nicipal da Moita pelos apoios dados, propondo à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a atribuição da medalha de servi-ços distintos grau ouro. A en-trega dessa distinção ao presi-dente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, ocorreu du-rante a sessão solene comemo-rativa do 85.º aniversário da instituição. A par da medalha da LBP, a Autarquia foi também distinguida com a atribuição de sócio honorário e sócio bene-mérito da Associação.

As comemorações arranca-ram cedo, com o hastear de bandeiras com formatura em parada, seguido da romagem ao talhão dos bombeiros no ce-mitério local e do desfile moto-rizado que percorreu todas as

freguesias do concelho, a União de Freguesias de sarilhos pe-quenos/Gaio-Rosário, Moita, Alhos Vedros e União de Fre-guesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira.

O descerramento de uma placa no Monumento ao Bom-beiro já contou com todas as entidades convidadas. A entre-ga formal do monumento à As-

sociação, pela respetiva comis-são, composta por antigos bombeiros e elementos do qua-dro de honra, ocorreu na sessão solene durante a intervenção do comandante Sérgio Moura.

Na sessão solene foram tam-bém louvados quatro elementos do corpo de bombeiros pelo nú-mero de horas de serviço ope-racional cumpridas sem faltas

registadas no ano transato, o subchefe Jorge Russiano, os bombeiros de 1.ª, Carla Ferrei-ra e Ernesto Varela, e o bom-beiro de 2.ª Bruno Pimenta.

Foram ainda condecorados com medalhas da LBP, de dedi-cação, 25 anos, o chefe Orlando Mendes, de 20 anos, os bom-beiros Carlos Anacleto (2.ª) e António Andrade (3.ª), de 15, o

bombeiro de 1.ª Ricardo Sei-xas, de 10 anos, os bombeiros, Hugo Moreira (1.ª) e Paulo Vas-ques (2.ª), e de cinco anos, bombeiro de 3.ª Ricardo Mota.

Foram entregues na sessão os louvores concedidos à Fan-farra da Associação e ao Servi-ço Municipal de Proteção Civil da Moita e medalhas a associa-

dos com mais de 25 anos de li-gação à instituição.

Um conjunto de empresas do concelho foi igualmente distin-guido com certificados de reco-nhecimento pelo apoio reitera-do dado à associação.

A sessão solene foi presidida por Rui Garcia, presidente da Câmara Municipal da Moita, e contou com as presenças, do presidente da assembleia muni-cipal, João Lobo, do secretário do conselho executivo da LBP, Eduardo Correia, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludo-vico, do comandante distrital de operações da ANPC, Elísio Oli-veira, do presidente da Junta de Freguesia da Moita, João Mi-guel, representantes das res-tantes freguesias, acolhidos pe-los órgãos sociais e comando da instituição.

MOITA

Bombeiros distinguem autarquia

Page 31: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

31JUNHO 2018

em junho de 1998

ANIVERSÁRIOS2 de julhoBombeiros Voluntários de Alhandra . . . . . . 118Bombeiros Voluntários de Carcavelos/S. Domingos Rana. . . . . . . . 107Bombeiros Voluntários de Riba de Ave . . . . .68Bombeiros Voluntários de Vila de Aves . . . . .414 de julhoBombeiros Voluntários de Gouveia . . . . . . . 1145 de julhoBombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora. . 127Bombeiros Voluntários de Caneças . . . . . . . .416 de julhoBombeiros Voluntários de Penafiel . . . . . . . 137Bombeiros Voluntários de São Pedro do Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . 1337 de julhoBombeiros Voluntários de Sobral de Monte Agraço . . . . . . . . . . . . 1058 de julhoBombeiros Voluntários de Benavente . . . . . 133Bombeiros Voluntários de Alcoentre . . . . . . .829 de julhoBombeiros Voluntários de Alijó. . . . . . . . . . .8612 de julhoBombeiros Voluntários de Matosinhos Leça da Palmeira. . . . . . . . . 145Bombeiros Voluntários de Freamunde. . . . . .8813 de julhoBombeiros Voluntários de Estarreja . . . . . . .94Bombeiros Voluntários de Fajões . . . . . . . . .3615 de julhoBombeiros Voluntários de Santo Tirso. . . . . 140Bombeiros Voluntários de Belas . . . . . . . . . .9318 de julhoBombeiros Voluntários de Cercal do Alentejo . . . . . . . . . . . . . . . . .43

Bombeiros Voluntários de Serpa . . . . . . . . .3919 de julhoBombeiros Voluntários de Vouzela . . . . . . . 133Bombeiros Voluntários de Meda . . . . . . . . . .88Bombeiros Voluntários da Golegã. . . . . . . . .75Bombeiros Voluntários de Águas de Moura . .3822 de julhoBombeiros Voluntários de Lamego . . . . . . . 141Bombeiros Voluntários de Madalena . . . . . . .38Bombeiros Voluntários de Serpins . . . . . . . .2523 de julhoBombeiros Voluntários Sul e Sueste, Barreiro .12424 de julhoBombeiros Municipais de Viseu . . . . . . . . . 191Bombeiros Voluntários de Lagos. . . . . . . . . 132Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3725 de julhoBombeiros Privativos Nestlé . . . . . . . . . . . .3326 de julhoBombeiros Voluntários de Bucelas . . . . . . . 127Bombeiros Voluntários da Mealhada . . . . . . .9129 de julhoBombeiros Voluntários de Mougadouro . . . . .86Bombeiros Voluntários da Ilha do Corvo . . . .3130 de julhoBombeiros Voluntários de Mangualde . . . . . .89Bombeiros Voluntários de Brasfemes . . . . . .7931 de julhoBombeiros Municipais de Santarém . . . . . . 188

Fonte: Base de Dados LBP

Em comunicado a direção As-sociação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Es-moriz e o comando do corpo de bombeiros subscrevem a nota de Esclarecimento sobre “o conteúdo das reportagens tele-visivas de 17 e 24 de novembro de 2017 do programa “Sexta às 9“ da RTP titulado “Industria do Fogo””, que passamos a trans-crever:

“A Direção e o Comando da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Es-moriz, vem por este meio ma-nifestar o seu profundo repúdio sobre o conteúdo da reporta-gem emitida a 17 de novembro de 2017 no Programa Sexta às 9 intitulado “A Indústria do Fogo”.

Agora que terminamos a obra, que foi inaugurada e apresentada aos sócios desta Digníssima Associação no últi-mo dia 20 de maio de 2018 a

Direção e o Comando de forma unida tem a obrigação de vir a público repor a verdade dos factos, perante o ataque mise-rável feito a entidades e pes-soas de bem.

Na dita reportagem o bom nome desta Associação foi ata-cado de uma forma ignóbil, in-justa, mentirosa, manipulada e tendenciosa envolvendo da mesma forma o nome da em-presa Jacinto Marques de Oli-veira Sucrs, Lda e o seu Admi-nistrador Sr. Eng.º Jacinto Oli-veira, Ex-Comandante e Ex--presidente desta Associação que tanto nos deu enquanto desempenhou ao longo de 47 anos os cargos de Bombeiro, Comandante e Presidente.

Ora, como diz o Povo: “Quem não se sente não é filho de boa gente”

Este processo da beneficia-ção das instalações do quartel foi transparente, correto, legal

e pautado de todo o rigor admi-nistrativo e burocrático. Se as-sim não fosse, não teria sido aprovado pelas Autoridades e instituições que financiaram este Projeto, concretamente o PROSEUR. Todos os requisitos administrativos e legais foram devidamente escrutinados e avaliados, tendo como corolá-rio a sua devida aprovação. As-sim, não há dúvidas de nada!

Não nos vamos alongar, por-que não nos merece qualquer tipo de comentários os critérios jornalísticos e a origem desta reportagem, que foi manipula-da através de cortes e inser-ções parciais das declarações feitas pelo Presidente desta As-sociação Sr. João Oliveira e pelo Sr. Eng. Jacinto de Olivei-ra, quando confrontados com as dúvidas e questões da jor-nalista. Declarações que foram “omitidas” de forma consciente para deixar um labelo de dúvi-

ESMORIZ

Direção e comando em nota de esclarecimentodas e de uma hipotética ilegali-dade cometida de forma con-junta entre a nossa Associação e a empresa Jacinto Marques de Oliveira, Sucrs, Lda. Certa-mente quem prestou este mau serviço jornalístico saberá res-ponder a esta dúvida…A quem interessou esta reportagem?

Para terminar, a história des-ta Associação está indelevel-mente ligada á família Jacinto. Toda a população sabe e reco-nhece que ao longo dos 87 anos de existência desta Asso-ciação, esta família tem nos ajudado como ninguém o fez.

Deste triste, injusto e infeliz episódio criado na sequência dessa dita reportagem fica o

nosso agradecimento público à Empresa Jacinto Marques de Oliveira, Sucrs, Lda, na pessoa do Sr. Eng. Jacinto Oliveira e da sua família, que uma vez mais deu provas REAIS, OBJECTI-VAS e SÉRIAS por ter ajudado a Associação e se ter disponibi-lizado a entrar no Concurso Pú-blico, assumindo com prejuízo próprio esta tão importante obra de beneficiação das insta-lações da nossa Associação Hu-manitária, que serve a popula-ção do Concelho de Ovar e de Portugal. Desta forma e sem hesitações uma vez mais, o Sr. Eng. Jacinto deu o seu inesti-mável contributo para o en-grandecimento desta Associa-

ção. Infelizmente nos tempos que vivemos é raro, mas nós podemos orgulhar-nos de ter-mos Sócios Beneméritos que estão disponíveis para contri-buir, como foi este o caso.

A obra em causa está termi-nada e vai servir para termos melhores condições, para me-lhor servirmos as populações para quem prestamos o tão va-loroso serviço como VOLUNTÁ-RIOS.

Obrigado a todos aqueles que em nós confiam e sabere-mos estar sempre à altura des-se crédito.

Esmoriz,14 de junho de 2018”

Page 32: Páginas 20 e 21 Fãobombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_381.pdf · dos os temas que importam, ... ciações humanitárias e corpos de bombeiros, revelando o rosto e dando

32 JUNHO 2018

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Mais um ano, afinal não é só em Portugal que acontecem incên-

dios florestais. Nas televisões vimos nos últimos dias que isso se está a passar também outra vez na Califór-nia, nos Estados Unidos da América.

Dá para perceber que andam lá à nora e não têm pejo em dizer que está decidido o estado de emergên-cia e que o fogo está descontrolado.

Será que a questão é mesmo complicada e que só quando é na terra dos outros, cá na nossa, é que os técnicos americanos vêm ensi-

nar-nos e dizer o que fazer e apon-tam soluções mágicas? Só não per-cebemos é por que essas soluções não dão na terra deles.

Enfim, por lá já evacuaram mais de 3 mil pessoas, arderam muitos milhares de hectares e no ano pas-sado arderam 559 mil hectares, morreram 46 pessoas e foram des-truídos mais de 10 mil edifícios e es-truturas.

À partida tudo aquilo que puder-mos aprender com os outros, sejam quem for, será sempre bom. Agora,

aprender com quem afinal lá na sua terra não dá conta do recado é que não me parece bem. Já cá vieram espanhóis, dizem-me que a seguir vêm australianos. Cá estaremos para ouvir o que têm para dizer. Para já, quer na Austrália, quer em Espa-nha a realidade é bem diferente da nossa. Lá, o pinga lume é usado e abusado sem grande perigo por que há muitas zonas sem populações. Aliás, dizem que já andámos a apa-gar os fogos que eles vieram para cá atear com o pinga lume sem os cui-

dados devidos. Afinal em que fica-mos, aprendemos ou ensinamos?!

Agora Portugal e Espanha entende-ram-se e passa a ser possível cada um intervir em socorro na terra do outro até 25 quilómetros quando an-tes era até 5 quilómetros, sem comu-nicação oficial superior. Ora bem, é bom que fique no papel, mas em abo-no da verdade há muito que andamos isso muitas vezes para ajudar os vizi-nhos e era bom que se dissesse isso.

[email protected]

Afinal em que ficamos

O Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), sublinha e constata, mais uma vez, que os bombeiros portugueses, em geral, são responsáveis por 98 % do socorro prestado em Portugal e garantiram 95,5 % dos meios humanos e viaturas presentes no combate aos 5715 incêndios florestais e rurais ocorridos desde o princípio do ano.Esse envolvimento tão expressivo comprova, mais uma vez, que os bombeiros são, inquestionavelmente, o principal agente da proteção civil existente em Portugal.A Liga dos Bombeiros Portugueses congratula-se com o facto e defende que a satisfação das necessidades dos bombeiros na sua proteção individual e nos meios para o combate, conforme tem defendido, é um imperativo nacional e uma forma de valorizar o envolvimento dos bombeiros na defesa do seu semelhante e de reduzir os riscos que lhe estão associados.Na semana transacta, entre 19 e 25 de junho, refira-se a título de exemplo, os bombeiros asseguraram de novo, com 98% dos meios humanos e materiais, a

intervenção nas 6988 ocorrências de todo o tipo registadas no país, incluindo nesse número os incêndios florestais e rurais.Entre os 28376 operacionais presentes nessas 6988 ocorrências 27705 são bombeiros, demonstrando assim quantitativa e qualitativamente a sua relevância na prestação do socorro a pessoas e bens em Portugal.Os Bombeiros afirmam-se sempre ao serviço de Portugal e dos Portugueses.

Bombeiros em todos os incêndiosBombeiros em todos os incêndiosDESDE O INÍCIO DO ANO

Foto

: Lus

a

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu uma reunião urgen-te ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para

esclarecer e clarificar uma decisão tomada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) através da qual esta pretende imiscuir-se na gestão das associações humanitárias de bombeiros voluntários.

A ANPC quer ver cumprido pelas associações um designado “Ca-derno de Apoio na Apresentação de Contas à ANPC”.

Em comunicado, a LBP esclarece que “não foi tida nem achada” na discussão e elaboração do dito documento e lembra que a ANPC, não é tutela, nem representa as associações de bombeiros. No segundo caso, inquestionavelmente, essa missão cabe à LBP.

A LBP ficou surpreendida com o envio às associações humanitá-rias de bombeiros voluntários de uma comunicação do Diretor Na-cional de Bombeiros, por ordem do presidente da Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil, para a obrigatoriedade de aplicação das nor-mas contabilísticas contidas no guia prático mandado elaborar pela ANPC:

A LBP manifesta o seu total desacordo com esta decisão, já que a ANPC não tutela as associações, estas são livres e independentes, foram criadas pela Sociedade Civil e são geridas por órgãos sociais livremente eleitos.

A Lei configura a criação e funcionamento das associações huma-

nitárias, bem como das Federações Distritais de Bombeiros e da Liga dos Bombeiros Portugueses, e obriga a que os serviços do Es-tado cooperem institucionalmente, como é o caso da ANPC.

Ora, o que acontece, é que a ANPC, não só não respeitou esse princípio, como, abusivamente, através do seu despacho, o presi-dente pretende implementar normas, que não está legitimado a tomar, nem com competências para tal.

“Não tememos qualquer avaliação, qualquer auditoria às associa-ções, mas não podemos nem vamos tolerar qualquer atitude auto-ritária, seja de quem for, e muito menos de quem não tem legitimi-dade para tal”, conclui o comunicado da LBP.

GESTÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE BOMBEIROS

Confederação exige respeito institucional