Painel - edição 179 – fev.2010

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Embrapa faz acordo de com dez universidades federais para pesquisas direcionadas ao setor sucroalcooleiro. Inpe mapeia a colheita da cana-de-açúcar e divulga o roteiro do fogo nos canaviais. painel Ano XII nº 179 fevereiro/2010 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto AEAARP ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO ETANOL A segunda geração do combustível desafia pesquisadores e cria um novo paradigma na produção que mais gera riqueza e tecnologia na região de Ribeirão Preto. Em um futuro próximo, até o bagaço da cana-de- açúcar vai ser convertido no combustível. Foto Fernando Battistetti

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Revista oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

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Embrapa faz acordo de com dez universidades federais para pesquisas direcionadas ao setor sucroalcooleiro.

Inpe mapeia a colheita da cana-de-açúcar e divulga o roteiro do fogo nos canaviais.

painelAno XII nº 179 fevereiro/2010 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

A E A A R PASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO

ETANOL A segunda geração do combustível desafia pesquisadores e cria um novo paradigma na produção que mais gera riqueza e tecnologia na região de Ribeirão Preto. Em um futuro próximo, até o bagaço da cana-de-açúcar vai ser convertido no combustível.

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Eng. civilRoberto Maestrello

Editorial

O ser humano tem a necessidade de viver em grupo desde os primórdios da humanidade. Já naqueles tempos observou que a união de pessoas com interesses convergentes era capaz de fortalecê-los. Foi esse objetivo que uniu pouco mais de uma dezena de profissionais que fundaram a AEAARP. Nós já fomos três dezenas de profissionais, chegamos a três centenas nos anos 70 e agora somamos pouco mais de 3.000 engenheiros, arquitetos e agrônomos. O trabalho que desempenhamos nos últimos anos para aumentar o número de associados nos proporcionou vitórias, como a conquista da vaga de conselheiro de engenharia elétrica no CREA-SP. Agora a AEAARP é representada por três conselheiros.

Nossa capacidade de influenciar nos rumos da cidade, em propostas de lei encaminhadas à Câmara Municipal, em debates liderados pela Prefeitura Municipal ou grupos formados pelo Ministério Público depende de nossa capacidade de articulação com todos esses setores. Nossa força está em cada associado que compõe o nosso quadro e no empenho da diretoria em participar de todos os assuntos pertinentes e que são relevantes à classe e ao desenvolvimento da cidade.

Mas, nós queremos mais. E é exatamente porque podemos avançar em todas as ações que lançaremos nos próximos meses uma campanha para a conquista de novos associados. Além do reconhecimento e da representatividade, a AEAARP tem um papel importante na vida de todos nós profissionais e de nossa cidade. É a instância onde vemos nossos anseios, necessidades e sonhos se multiplicarem. É o momento que encontramos eco no grupo. Nessa hora, as ideias se fortalecem.

A AEAARP é um grande exemplo de que o associativismo é uma das formas mais saudáveis e democráticas de debater e gerar efeitos positivos para uma comunidade. O conhecimento somado de todo o grupo e a experiência profissional e pessoal de cada um são de um valor imensurável. Nossa história nos permite dizer hoje, com orgulho, que aquele sonho dos anos 40 levou a AEAARP a produzir estudos e documentos que se tornaram lei no Plano Diretor de Ribeirão Preto. A AEAARP é consultada para questões técnicas que envolvem o desenvolvimento da cidade, o meio ambiente, a qualidade de vida em comum e participa de vários conselhos municipais, colocando-se sempre à disposição da comunidade para o debate.

Isso não seria feito por uma só cabeça. As ideias precisam ganhar força para tomarem corpo – depois de debatidas viram, então, ações. É esse o grande papel do associativismo. É a possibilidade de construir em conjunto. A AEAARP oferece essa oportunidade aos seus associados e queremos que 2010 seja marcado como o ano da participação de todos. É assim que exercemos a democracia, o direito à ação e à opinião.

Eng. civil Roberto MaestrelloPresidente da AEAARP

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AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Índice

Expediente

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

EspEcial 05para além da fermentação

pEsquisa 10cana sem fogo

cana-dE-açúcar 12Embrapa assina acordo com 10 universidades para desenvolver setor sucroalcooleiro

Etanol 14petrobras inaugura primeira térmica a operar em etanol

aEaarp 15crEa empossa conselheiros da aEaarp

opinião 16Fiasco ou esperança?

BiodiEsEl 18Embrapa e petrobras querem desenvolver cultura do girassol com foco no biodiesel

MErcado 20presidente da GE anuncia contratações de engenheiros brasileiros

indicador VErdE 20

prêMio 21agência nacional de Águas recebe inscrições para prêmio ana 2010

crEa 22crEa e tcE assinam acordo de cooperação técnico-institucional

cidadEs 23aEaarp terá representante na 4ª conferência Estadual das cidades

notas 24

lEGislação 26acidentes de trabalho somaram 1.301 em 2009

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello Geraldo Geraldi Junior Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: Hugo Sérgio Barros RiccioppoDiretor Financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor Financeiro Adjunto: Luis Carlos Bettoni NogueiraDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Anibal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Newton Pedreschi ChavesDiretora de Comunicação e Cultura: Maria Ines CavalcantiDiretor Social: Paulo Brant da Silva Carvalho

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia Agrimensura e afins: José Mario SarilhoAgronomia, Alimentos e afins: Kallil João FilhoArquitetura, Urbanismo e afins: Luis César BarillariEngenharia Civil, Saneamento e afins: Edison Pereira RodriguesEngenharia Elétrica, Eletrônica e afins: Tapyr Sandroni JorgeGeologia, Engenharia de Minas e afins: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia Química e afins: Paulo Henrique SinelliEngenharia de Segurança e afins: Luci Aparecida SilvaComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e afins: Orlean de Lima Rodrigues JuniorEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e afins: Gustavo Barros Sicchieri

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Hirilandes AlvesDa Mulher: Nadia Cosac FraguasDe Ouvidoria: Arlindo Antonio Sicchieri Filho

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Luiz Gustavo Leonel de CastroDilson Rodrigues Caceres Luis Antonio BagatinEdgard Cury Luiz Fernando CozacEduardo Eugenio Andrade Figueiredo Luiz Gustavo Leonel de CastroElpidio Faria Junior Manoel Garcia FilhoEricson Dias Melo Nelson Martins da CostaHideo Kumasaka Pedro Ailton GhideliInamar Ferraciolli de Carvalho Ricardo Aparecido DeBiagiJoão Paulo S. C. Figueiredo Sergio Luiz CoelhoJosé Fernando Ferreira Vieira Wilson Luiz LagunaJosé Roberto Scarpellini

CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP REPRESENTANTES DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Wilson Luiz LagunaCâmara Especializada em Engenharia Mecânica: Giulio Roberto Azevedo Prado

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269, cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Georgia Rodrigues

Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Pajolla Júnior / Jóice Alves

Tiragem: 2.500 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Fernando Battistetti.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Para além dafermentação

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Foto Fernando Battistetti

especial

O mundo tremeu diante da crise econômica de 1929, que

derrubou o mercado de café e afetou profundamente a atividade econômica

da região de Ribeirão Preto, à época a maior produtora do grão. Na recuperação, já a partir do ano seguinte, a cana-de-açúcar surge como uma das culturas alternativas para reerguer economicamente a cidade, segundo o economista Julio Manoel Pires, da Faculdade de

Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto-USP, no artigo “O

desenvolvimento econômico de Ribeirão Preto”, publicado

em 2000.

O etanol colocou a região de Ribeirão Preto no mapa da economia mundial na última década. A segunda geração desse combustível deverá otimizar o aprovei-

tamento da cana-de-açúcar como matéria-prima e demandar

um novo biótipo dessa planta gerando mais

riquezas para o Brasil nos próximos anos.

O engenheiro agrônomo Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, afirma que

o desafio é antever o cenário em uma

década. Da semente à criação de uma nova

variedade, os pesquisado-res trabalham para responder

a um questionamento estratégico:

como será a indústria sucroalcooleira daqui a dez anos?

O empresário Maurílio Biagi Filho, presidente da Maubisa, acredita que o futuro dessa produção está assegurado. “Será maior ou menor dependendo da capacidade das pessoas de enxergar as coisas que acontecem.” Ele vê o etanol de segunda geração como uma das oportu-nidades de negócios na qual a indústria deve investir e desenvolver tecnologia. E ele sabe do que está falando. Foi uma das indústrias de sua família, a então Usina Santa Elisa, que testou as máquinas de-senvolvidas por outra empresa, também do grupo Biagi, a Zanini, que é uma das mais importantes fabricantes de usinas sucroalcooleiras do mundo. Isso depois de os executivos viajarem o mundo todo em busca de novas tecnologias. Essa iniciativa deu fôlego à indústria de Sertãozinho.

O etanol de segunda geração exigirá

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novos parques industriais e um novo perfil varietal da cana-de-açúcar, que é pesquisada, entre outros lugares, nos laboratórios do Centro de Cana terá de produzir o máximo de energia. No processo atual de fabricação do etanol a indústria utiliza a fermentação da sacarose do caldo da cana-de-açúcar. O desenvolvimento tecnológico nessa área vai além disso, aproveitando os açúcares C6 e C5, que são frações do bagaço e da palha de cana-de-açúcar, partes da planta que têm hoje outros destinos (adubo, alimento animal, material para queima em caldeiras, dentre outros) se-rão incorporadas à produção de etanol. “Temos que verticalizar a produtividade. E isso se dará com a incorporação dessas novas tecnologias de processamento da cana e com ganhos no potencial biológico via melhoramento genético. Esse é um caminho para ampliar a sustentabilida-de da canavicultura nacional”, afirma Landell. Um dos entraves para o ganho da produtividade é a hidrólise dessa bio-massa, que deve quebrar as moléculas da sacarose presentes nas fibras da planta.

A expectativa de Landell é a de que usando todo o potencial energético da planta será possível obter até 100% de ganho na produtividade. Atualmente os canaviais cobrem 7 milhões de hectares em todo o país. A produção atual de eta-nol é de aproximadamente 7 mil litros/ha quando usada quase que exclusivamente para esse fim. Em 15 anos – e com as novas variedades e as tecnologias para extração do combustível – a produção deve saltar para 14 mil litros/ha.

A realização desse cenário depende de muita pesquisa e de investimento. No

final de janeiro deste ano o governo fede-ral inaugurou o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que consumiu R$ 69 milhões para a sua implantação. Na mesma oportunidade, o governo paulista anunciou a criação do Centro Paulista de Bioe-nergia, com investimentos de R$150 milhões. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta-do de São Paulo (Fapesp) está in-vestindo apro-ximadamente R$ 60 milhões nas pesquisas em andamen-to nas universi-dades e centros d e p e s q u i s a s , como o Centro de Cana IAC. E a Embra-pa acaba de assinar acor-do de parceria em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com a Rede Interuniversitária para o De-senvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), formada por dez universidades federais (leia reportagem na pg 12).

Gestão

Avançar para um sistema de produ-ção sustentável, entretanto, exige mais do que os esforços dos pesquisadores. Maurílio Biagi avalia o modelo de gestão das indústrias como “muito caseiro”, o que permite que sejam tragadas pelo capital estrangeiro. E ele fala isso com conhecimento de causa. “O melhor exemplo é a Santelisa. Uma empresa

absolutamente profissional. Eles tinham uma liderança reconhecida e exercida, um grupo profissionalizado. A história é feita de fatos e ações. Falta profissio-

nalização na indústria brasileira”, diz o empresário, ao analisar a aquisição da indústria que já pertenceu à sua família, a Santelisa Vale, pelo grupo francês Louis Dreyfus, em uma negociação anunciada em 2009 ao valor de R$ 200 milhões. Sua posição é a da profissionalização na gestão, do investimento em marketing, na ordem de R$ 1 bilhão, e em favor do capital estrangeiro, desde que o controle do processo seja nacional.

O empresário e o pesquisador são unâ-nimes em afirmar que falta planejamento ao Brasil para aproveitar todo o potencial que a cana-de-açúcar pode proporcionar.

Marcos Landell trabalha com cana-de-açúcar

há 28 anos. Ele conta que de 1982 até o início dos anos 2000 houve um

arrefecimento nos investimentos de pesquisa para essa área. Questões ambientais, entretanto,

chamaram a atenção do mundo para a produção de energia renovável. Quando isso aconteceu, o modelo brasileiro estava pronto, segundo Landell, graças à persistência dos pesquisadores. E então as pesquisas de cana-de-açúcar ganharam novo fôlego.A tecnologia desenvolvida aqui atraiu o capital

estrangeiro e o advento dos carros com motor flex esquentou o mercado interno, dando

vida ao Proálcool, um programa que estava condenado a

desaparecer.

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A f e r r u g e m alaranjada é a nova doença que ataca os canaviais brasileiros. Marcos Landell afirma que a formação de canaviais com diferentes variedades da planta reduz riscos de uma epidemia como aquela

que ocorreu na Austrália em 2000 com a mesma doença. A prática de segmentar o plantio com diferentes variedades ocorre no Brasil em decorrência da grande eficiência dos programas de melhoramento genético

brasileiros para criação de novas variedades. Nos últimos dez anos aproximadamente 80

novos cultivares foram lançados para desfrute do setor de produção.

Uma das questões mais cobradas por analistas do setor e citada pelos dois é a da ausência de estoque regulador, capaz de assegurar acomodação dos preços para toda a cadeia produtiva.

No final de janeiro o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anun-ciou que o Governo Federal deverá disponibilizar cerca de R$ 2,5 bilhões, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para financiar a formação de um estoque para evitar a volatilidade dos preços do combustível. De acordo com a Agência Brasil, os recursos foram oferecidos em 2009, mas não houve sobra de etanol.

especial

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Na época, o volume do recurso dis-ponível era suficiente para armazenar aproximadamente 5 bilhões de litros do combustível.

O ministro Stephanes disse à Agência que “o setor deve se planejar”. “Tem que haver compromisso. O mercado interno é quem sustenta a indústria do etanol, e há um consumidor a quem se deve lealdade. Quando o preço sobe acima do adequa-do, significa que não se está sendo muito correto com o cliente. Claro que nesse caso houve um fenômeno anormal que foi o excesso de chuvas no período, mas de qualquer forma, deve-se planejar para evitar isso no futuro.”

Preços

Biagi diz que, na bomba, o etanol deveria custar mais caro do que a gasolina. Os be-nefícios ambientais do combustível jus-tificariam o preço mais elevado. Landell

pondera que a defesa do empresário deve-se mais à necessidade de uma remuneração correta dos produto-res do que à realidade do mercado. Para ele o etanol é competitivo e precisa gerar mais renda no campo.

Ele argumenta que no sistema atual, o valor pago ao produtor não cobre

os custos.Landell diz que a visão extrativista

da atividade agrícola, que remonta ao surgimento desse meio de sobrevivên-cia, ofusca o potencial econômico do campo e penaliza o produtor que, por sua vez, tem de investir em tecnologia para manter-se competitivo.

Biagi alerta sobre o futuro do etanol: “Será maior ou menor dependendo da capacidade das pessoas de enxergar as

coisas que acontecem”.

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com apoio de um método efi-

ciente que permita o monitoramento do tipo de

colheita, ou seja, se ela é feita com ou sem o uso de fogo.

De acordo com a Agência Fapesp, essa realidade é uma das motivadoras do es-tudo do Inpe que, pela primeira vez, usa imagens de sensoriamento remoto para monitorar a colheita da cana. Segundo os resultados do estudo, cujas imagens foram adquiridas de abril a dezembro de 2006, 33,5% da área total foram colhidos sem o uso do fogo contra 66% em que se utilizou o recurso.

Em relação à área mecanizável, o estu-do identificou que 34,7% foram colhidos com uso do fogo e o restante sem. De acordo com Daniel Alves de Aguiar, um dos autores do trabalho, a identifica-ção da área mecanizável não permite concluir se o produtor usa máquinas ou não: ela se refere apenas à declividade, isto é, diz respeito à área onde existe a possibilidade de colheita com maquiná-

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, identificaram e mapearam o modo de colheita da cana-de-açúcar nos municípios produtores paulistas. Um dos objetivos do estudo, publicado na revista Engenharia Agrícola, foi mapear as áreas de cana colhida com e sem o uso do fogo no ano-safra 2006/2007 a partir de imagens de sensoriamento remoto, a fim de estimar o percentual de área colhida sem queima.

A queima da cana-de-açúcar no estado de São Paulo deverá ser gradativamente eliminada até 2017, de acordo com o Protocolo Agroambiental do Setor Su-croenergético, assinado em 2007 entre o governo do estado de São Paulo e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). O acordo reforça uma legislação ambiental já rigorosa com relação às queimadas, mas que ainda não conta

Cana

rio necessário.“Ela se refere à área que tem uma

declividade do terreno menor ou igual a 12%. Se for maior do que isso, a máquina não consegue colher e os produtores

pesquisa

São Paulo produz quase dois terços do açúcar e álcool

do país, segundo dados da Unica. O cultivo da cana

ocupa mais da metade das lavouras do estado, excluídas

as pastagens. O estudo indicou que entre os dez municípios

com maior área de cultivo de cana, Piracicaba, Paraguaçu

Paulista, Jaboticabal, Guaíra e Araraquara se destacaram por produzirem menos de 40% do

total com uso de fogo em 2006.Já Barretos e Jaú (quinto

e sexto maiores produtores) queimaram cerca de 80% e 92% de suas áreas colhidas, respectivamente. Batatais, Lençóis Paulista e Morro

Agudo queimaram entre 60% e 80%. Entre os municípios que

colheram toda sua área de cana sem o uso do fogo destacam-se Agudos e Paulistânia, com

cerca de 1 mil e de 480 hectares, respectivamente.

sem fogo

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Tels: (16) 3630.1818Fax: (16) 3630.1633R. Roque Nacarato, 81 Ribeirão [email protected]

Tudo em material elétrico

Ligada em você

terão um prazo mais extenso para se adaptar ao protocolo e à legislação”, diz Aguiar.

De acordo com o protocolo, o prazo para o fim das queimadas nas áreas que permitem o uso de máquinas agrícolas é 2014 e para as não mecanizáveis é 2017. “Mas mesmo nas áreas não mecanizá-veis os produtores terão de se adaptar. Ou eles passam a colher manualmente sem queima ou terão que esperar uma nova tecnologia que permita a colheita em áreas com declividade maior. Senão terão que deixar de cultivar cana nessas áreas”, explicam os pesquisadores.

Segundo a pesquisa, a área de cana colhida sem queima foi avaliada em 1,1 milhão de hectares no período estudado. E, apesar de ainda parecer pouco – perto dos 3,24 milhões de hectares do total –, a área atendeu à legislação ambiental que, para o ano de 2006, previa que 30% da área de cana fossem colhidos sem queima.

Desde o período em que foi feito o estudo, o cenário parece ter melhorado consideravelmente no estado de São Paulo. Segundo a Unica, neste ano, pelo menos 50% dos canaviais paulistas serão colhidos sem uso do fogo. O balanço do

segundo ano de vigência do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, divulgado em novembro, apontou um índice de mecanização no cultivo da cana no estado de 54%, contra 34% de antes do compromisso.

Na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP) é possível ler a íntegra do artigo “Imagens de sensoriamento remoto no monitoramento da colheita da cana-de-açúcar”.

Informações de www.agencia.fapesp.br

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12 cana-de-açúcar

A Embrapa acaba de assinar acordo de parceria em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com a Rede Interuni-versitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), formada por dez universidades federais.

O acordo impulsiona a estratégia de governo, que busca fortalecer o desen-volvimento tecnológico do setor sucroal-cooleiro, em particular, as atividades de ciência e tecnologia agrícola e industrial voltadas para a produção de açúcar, eta-nol e derivados da cana-de-açúcar.

A Embrapa, desde 2004, desenvolve esforços para estabelecer uma extensa agenda de pesquisa em cana-de-açúcar. A iniciativa abrange as seguintes áreas: fixação biológica de nitrogênio, biotecno-logia aplicada à transformação genética,

Embrapa assina acordo com

zoneamento agroecológico da cultura e manejo da cana-de-açúcar sob condições irrigadas, entre outras.

“Ao mesmo tempo”, destaca o diretor-executivo Geraldo Eugênio de França, “a empresa tem investido na contratação de técnicos e pesquisadores dedicados exclu-sivamente à cultura da cana-de-açúcar, de modo que possa atender às demandas”.

Liderança Conforme o diretor, esse investimento

é fundamental, pois o Brasil, hoje, o prin-cipal produtor de açúcar e etanol a partir da cana-de-açúcar, pretende manter essa liderança, em especial no uso do etanol como combustível renovável. O país con-tinuará, portanto, investindo nas institui-ções públicas e empresas privadas.

Diante desse quadro, a cooperação en-tre Embrapa e Ridesa fortalecerá a ação de pesquisa em várias áreas agrícolas que limitam a produção. Entre outras, a identificação de genes que contro-lam a tolerância a estresses hídricos, temperaturas elevadas, pragas (como a broca girante) e enfermidades, como a ferrugem laranja da cana-de-açúcar, que recentemente chegou ao Brasil.

O trabalho em conjunto, a ser desen-volvido pela Embrapa e a Ridesa – duas redes de pesquisa do governo federal – estabelece um marco de cooperação, que envolve não apenas diversos cen-tros de pesquisa e universidades, mas o esforço conjunto dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Educação (MEC) e Ciência e

Federal de São Carlos é uma das universidades contempladas

setor sucroalcooleiro10 universidades para desenvolver

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Foto Cláudio Bezerra

Tecnologia (MCT).Cada uma das universidades federais

que compõem a Ridesa assinam o acordo com a Embrapa. Ao todo são: Universi-dade Federal Rural de Pernambuco (UFR-PE), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal de Viçosa

(UFV), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Univer-sidade Federal do Piauí (UFPI).

Geraldo Eugênio da Embrapa, e o presidente da Ridesa, Valmar Corrêa de Andrade. Foto Cláudio Bezerra

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14 etanol

Petrobras

Inédita no mundo, a Petrobras lançou em janeiro a primeira usina termelétrica flex fuel (bicombustível). A conversão da usina que operava com gás natural acon-teceu em Juiz de Fora (MG) e agora passa a operar com etanol. A usina faz parte do parque gerador da Petrobras.

“Essa conversão é a primeira no mun-do, é a primeira vez que se gera energia elétrica a partir do etanol“, explicou o gerente executivo de operações e partici-pações em energia da Petrobras, Alcides Santoro. “Tal qual o carro flex fuel, a usina é totalmente flex. Posso passar do gás para o álcool e do álcool para o gás instantaneamente”, explicou.

A escolha da unidade mineira para a conversão foi motivada principalmente

inaugura primeira térmica a operar em etanolpela disponibilidade de área e pelas tur-binas derivadas do uso aeronáutico, que facilita a conversão. Países importadores de combustíveis líquidos e gasosos, como o Japão, são mercados potenciais para esse uso.

Instalada no Distrito Industrial de Benfica, a usina tem duas turbinas aero-derivadas e capacidade total instalada de 87 MW. Está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e tem con-tratos de fornecimento de energia até 2020. Uma dessas turbinas, com capaci-

dade instalada de 43,5 MW (o suficiente para abastecer uma cidade de 150 mil habitantes), foi adaptada para utilizar também o etanol. Cerca de 90% dos materiais e equipamentos para a infra-estrutura de recebimento, armazenagem e transferência do etanol para a turbina são nacionais. Em relação aos equipa-mentos adquiridos para conversão da turbina, o percentual é de 5%.

Nos primeiros dias de testes, o resul-tado de 150 horas de geração de energia elétrica com etanol apresentou a redu-ção de 30% na emissão de NOx (óxidos de nitrogênios), comparando com as emissões do gás natural.

*Com informações da Agência Petrobras de Notícias

É a primeira vez que se gera energia elétrica a

partir do etanol.

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15aeaarp

Os engenheiros Tapyr Sandroni Jorge e Orlean de Lima Rodrigues Junior to-maram posse como titular e suplente, respectivamente, no CREA-SP, como representantes da AEAARP na área de engenharia elétrica. Eles ocupam a ter-ceira vaga conquistada pela Associação, que já tem os engenheiros Wilson Luiz Laguna e Giulio Roberto Azevedo Prado como conselheiros para as áreas de en-genharia civil e mecânica.

Os novos conselheiros foram empossa-dos no dia 21 de janeiro, em São Paulo. O

Paulo Eduardo de Grava, Giulio Azevedo Prado, Wilson Laguna, José Tadeu da Silva, presidente do CREA-SP, Tapyr Sandroni e Orlean Rodrigues Junior.

CREA empossa conselheiros da

AEAARPmandato tem duração de três anos. Tapyr Sandroni e Orlean Junior afirmam que o principal desafio é a descentralização e regionalização dos trabalhos, objeti-vando mais agilidade nos processos. As reuniões do Conselho acontecem todo mês, na capital paulista.

Há um ano, a AEAARP possuía apenas um conselheiro no CREA-SP. A Associação lutava para reconquistar as três vagas e recompor o quadro de representantes. O número de conselheiros é definido de acordo com o número de associados.

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16 opinião

Aconteceu em Copenhagen no ultimo mês de dezembro a 15a Conferência Global sobre Mudanças Climáticas. Conhecida como COP 15, a reunião promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu 193 delegações de países de todos os continentes. Mais de 15 mil par-ticipantes tiveram acesso diariamente ao Centro de Convenções Bella Center. Com uma temperatura média de quase 0oC, os grupos ativistas realizavam passeatas e manifestações públicas do lado de fora.

A COP 15 tinha como objetivo estabe-lecer os compromissos de redução da emissão de carbono, além da discussão de melhores práticas ambientais e de fontes de energias renováveis, em subs-tituição do Protocolo firmado em Kyoto, há mais de uma década.

Acompanhada pela imprensa de todo o mundo, a expectativa de um acordo legalmente vinculante que garantiria a implementação das metas não aconteceu. O texto produzido pelos delegados dos

diversos países não atendeu aos interes-ses dos países desenvolvidos e dos países pobres. Para garantir a redução das emis-sões de carbono na atmosfera e evitar o aumento da temperatura global, com a consequente elevação do nível dos ocea-nos e impactos catastróficos nas próximas décadas, os países deveriam assumir compromissos de redução que trariam grande impacto em suas economias.

Países considera-dos desenvolvidos como Estados Uni-dos, Finlândia, Ingla-terra, França e Ale-manha, dentre ou-tros que compõem o Umbrella group, não conseguiram atender aos anseios dos demais países para aumentar os seus compromissos de redução de emissões. A proposta dos mais ricos era de assumir um compromis-

so político com a questão ambiental, sem estabelecer metas precisas.

O Brasil teve um papel importante na COP 15, visto que a sua delegação era a mais numero-sa e o presidente

Lula era considerado uma das maiores personalidades presentes no evento. O discurso do presidente brasileiro, que propôs metas claras de redução de emissões e a possibilidade de aumentar o fundo mundial voltado para as questões ambientais, foi aplaudido por diversas vezes pelos chefes de Estado presentes na reunião da cúpula de líderes.

Estavam presen-tes na Conferência, representando seus países, d iversos cientistas, técnicos, ambientalistas, polí-ticos e profissionais envolvidos com as ações de mitigação dos impactos am-bientais.

Como todo Fórum da ONU, as decisões são tomadas por consenso, o que dificulta chegar rapidamente a um documento que seja consenso, visto que a realidade apre-sentada pelos países é muito diversa.

Os países africanos têm um perfil pouco poluidor, em função de seu baixo nível de industrialização, enquanto os norte-americanos e europeus estão em primeiro lugar na emissão de carbono, visto que possuem economias industrializadas.

O Grupo dos 77, como é conhecido, que reúne o Brasil, Índia e os países afri-canos, vem discutindo há algum tempo a

esperança?FiAsCoou

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criação de um fundo global para financiar a manutenção das florestas e a transfe-rência de tecnologia (sem custos) para a produção de energia limpa. O Brasil chegou a propor a transferência de tec-nologia na área de bicombustíveis sem custos para os países mais pobres.

Durante a Conferência, os países pu-deram apresentar as suas experiências no campo ambiental. As montadoras de automóveis japonesas, francesas e alemãs apresentaram diversos modelos de veículos elétricos (algumas grandes cidades estão equipando suas frotas de veículos públicos com esses modelos).

Experiências de cidades de baixo carbono e transporte público foram apresentadas pelos norte-americanos, como forma de incentivar a implemen-tação de modelos de uso do solo mais compacto, reduzindo as necessidades de grandes deslocamentos, aumentando a densidade populacional e integrando ao sistema de transporte urbano. As ações implementadas pelos dinamarqueses e suecos na área de transporte cicloviário também foram destaque no evento.

A delegação brasileira buscou interagir com os demais delegados e organizações visando à troca de experiência e a abertura de novos canais de comunicação. A apresentação do Amazon Fund foi uma das mais concorridas no auditório do Brasil, com a presença de diversos delegados de outros países.

Os delegados do CONFEA presentes na COP 15 estiveram em audiência com o embaixador do Brasil na Dinamarca, Georges Lamazière, quando puderam conversar sobre as ações da área da en-genharia, arquitetura e agronomia e as relações bilaterais com a Dinamarca.

Está prevista na “con-venção quadro” da ONU que os paí-ses desenvolvidos deverão investir (transferir recur-sos financeiros) nos países pobres e em desenvolvi-mento. Entre 120 e 164 bilhões de dólares se-rão necessários aos projetos de mudança climática. O grupo dos 77 propôs entre 0,5% e 1% do PIB dos pa-íses desenvolvidos para financiar essas ações. Ações nacionais de mitigação apropriadas deverão ser implantadas pelos países em desenvolvimento de forma complementar.

O Brasil propôs reduzir entre 36,1 e 38,9 em 2020 a curva do nosso crescimento, o que representa aproximadamente 1 bilhão de toneladas de CO2.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou em sua fala as ações diretas relativas ao desmatamento na Amazônia, que foi o foco principal de sua apresentação à delegação brasileira e convidados. Destacou o acordo de cooperação firmado pelo Brasil com uma empresa dinamarquesa para a produção de energia a partir do resíduo da cana-de-açúcar.

E os resultados práticos no Brasil? Uma nova legislação ambiental en-

contra-se em processo de discussão na esfera federal, de forma a vincular compromissos de preservação e demais ações de mitigação, visando reduzir as emissões de carbono.

A discussão continua no plano in-ternacional, visto que as negociações

evoluíram, deram um passo adiante, mas ainda estão lon-

ge de um acordo que atenda a todos os anseios. Esperamos que as ações locais possam contribuir para o cumprimento das metas nacionais e que os demais países continuem avançando nessa perspectiva.

Os profissionais das áreas de enge-nharia, arquitetura e agronomia têm um papel primordial na busca desses resul-tados, pois estão ligados diretamente a todas as ações que produzem impactos ambientais e também em suas formas de mitigação.

Novas práticas na construção civil que visem à redução do consumo energético, novos sistemas de transporte urbano usando energias alternativas, produção de produtos orgânicos, implementação de vias adaptadas para o transporte ciclovi-ário, são exemplos de ações importantes que envolvem a atuação de profissionais e que contribuirão para a construção de cidades melhores e sustentáveis.

Prof. Dr. José Roberto Geraldine Junior Membro da Delegação do CONFEA na

Conferência Climática da ONUCoordenador do curso de

Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá

Modelo de veículo elétrico apresentado no evento

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18 biodiesel

querem desenvolver cultura do girassol com foco no biodiesel

O girassol apresenta boa tolerância à seca e ao calor, podendo tornar-se uma importante alternativa para o semiárido brasileiro (nordeste e norte de Minas Gerais). Apostando nessas características, a Embrapa e a Petrobras acabam de aprovar um projeto para o desenvolvimento e transferência de tecnologias sobre a cultura do girassol nessa região, com foco na produção de biodiesel.

O projeto no valor de R$ 1 milhão será executado entre 2010 e 2012, sob coordenação da Embrapa Soja com a participação da Embrapa Tabuleiros

Costeiros, Embrapa Meio Norte, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Instituto Pernambuco de Agropecuária (IPA), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), Secretaria de Agricultura de Alagoas, Instituto Centec, entre outras instituições regionais.

Desde 2009 é meta do governo brasileiro que todo óleo diesel comercializado no Brasil contenha 4% de biodiesel. A soja é a principal matéria-prima para produção de biodiesel no Brasil, mas pretende-se expandir a produção de óleo de girassol,

dendê, canola e mamona. “A área cultivada de girassol, no Brasil – cerca de 150 mil hectares – é ainda inexpressiva. No entanto, muitos conhecimentos de pesquisa têm sido gerados no intuito de mudar essa realidade”, comenta o pesquisador Sérgio Luiz Gonçalves, da Embrapa Soja.

Na sua avaliação do pesquisador Cláudio Portela, da Embrapa Soja, o projeto recém-aprovado objetiva difundir os conhecimentos acumulados sobre a cultura do girassol, variedades e híbridos, e tecnologias associadas, tais

Embrapa e Petrobras

18

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como o uso do plantio direto, integração lavoura-pecuária e rotação de culturas, fertilidade de solos, o controle de ervas daninhas, pragas e doenças, épocas de cultivo e conhecimento sobre as melhores adaptações de materiais para cada região.

A Petrobrás já está estimulando o cultivo de girassol numa área de 35 mil hectares da Bahia, Sergipe e Minas Gerais, onde se encontram usinas de produção de biodiesel da empresa. “Em 2009, a Petrobrás iniciou atividades para disseminação dos conhecimentos existentes sobre o girassol para Sergipe e Bahia, mas o projeto de pesquisa, além de criar uma rede para transferência de tecnologias para toda a região,

pretende refinar as informações existentes e também estabelecer critérios regionalizados”, explica Gonçalves. “Questões de manejo da cultura como melhor época de cultivo, espaçamento e densidade de população de plantas, adubação e manejo de pragas, doenças e plantas daninhas serão bastante estudadas nos próximos três anos”.

O projeto visa ainda selecionar cultivares de girassol que melhor se adaptem ao sistema de consórcio com o milho, o feijão e a mandioca, culturas já implantadas na região. “O plantio do girassol em consórcio com as culturas tradicionais possibilitaria ao produtor obter matéria-prima para produção de biodiesel, sem competir com a produção

de alimentos”, diz Portela.O pesqu isador esc larece que

atualmente a maioria das cultivares de girassol com sementes disponíveis no Brasil é proveniente de empresas privadas, que as desenvolvem em outros países, como a Argentina, que possui características de solo e clima diferentes. A Embrapa conta com uma rede de ensaios para o desenvolvimento de cultivares de girassol desde 1989. No entanto, há poucos locais de teste nos estados da Bahia, Sergipe, Ceará, Piaui e Rio Grande do norte. “O projeto aprovado visa aumentar o número de teste nesses estados e expandir para outros estados como Alagoas, Pernambuco e norte de Minas Gerais”, diz Portela.

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Indicador verde

Coca-Cola verdea the coca-cola company inaugurou a primeira fábrica “verde” do sistema coca-cola na américa latina. instalada na Fazenda rio Grande, em curitiba, a estimativa de economia de energia na nova fábrica é de até 23%, graças a utilização de telhas translúcidas, do telhado verde e da ventilação natural. a água da chuva também será reaproveitada na limpeza e pode gerar uma economia de consumo de 36%.

Politicamente correto

quatro em cada cinco brasileiros acham que é preciso proteger o meio ambiente ainda que isso custe diminuir o crescimento econômico e perda de empregos. a pesquisa ouviu 26 mil pessoas de 25 países, sendo 800 só no Brasil. o objetivo era medir a atitude do cidadão em diversas partes do mundo em relação ao combate ao aquecimento global. o país lidera a lista no ranking dos mais preocupados com a questão, seguido pela argentina, França e coreia do sul.

os menos interessados que ocupam o fim da lista são os chineses e americanos, os dois países que lideram o ranking de emissões de gases que causam o efeito estufa. Já 90% dos brasileiros declararam considerar o aquecimento como “um problema muito sério”.

Pegada ecológicaque marcas você quer deixar no planeta? com esse questionamento, o site www.pegadaecologica.org.br disponibiliza um questionário para identificar hábitos dos cidadãos e como isso pesa no planeta. são 15 perguntas que permitem ao internauta saber o tamanho de sua ´pegada ecológica´. a partir das respostas, é possível estimar a quantidade de recursos naturais necessária para sustentar as atividades diárias de cada um no planeta.

O Bras i l vai ganhar em 2010 um centro de pesqui-

sa e desen-volvimento

(P&D) instalado pela segunda maior

companhia do mundo, a General Electric. O presidente global da GE, Jeff Immelt, informou que só serão contratados engenheiros brasileiros para o quadro de funcionários e confirmou um investimento de pelo menos US$ 120 milhões para a unidade, que será a primeira na América Latina e a quinta no mundo. A GE é uma das empresas que mais investem em P&D no mundo, cerca de US$ 6 bilhões anuais.

“Investimentos como esses contribuem diretamente para o desenvolvimento da tecnologia nacional em diversos setores e ajudam a lapidar os nossos profissio-nais, tanto no nível de conhecimento e experiência, quanto na oportunidade de empregos, o que gera maior valorização e melhor remuneração”, defende o enge-nheiro Luiz Gustavo Leonel de Castro.

A empresa se comprometeu a “investir em talentos locais” e as pesquisas desen-volvidas pelo centro serão concentradas nas áreas de petróleo e gás, energia e aviação. A GE é uma empresa de serviços e tecnologia que opera em mais de 100 países e emprega cerca de 315.000 pes-soas em todo o mundo, atuando desde a manutenção para motores de aviões até geração de energia, passando por serviços financeiros, eletrodomésticos,

equipamentos de diagnóstico por ima-gem e plásticos de engenharia.

“O câmbio com o Real valorizado como está, apesar de prejudicar a maioria das empresas exportadoras, incentiva os investimentos em tecnologia e matérias-primas importadas”, avalia Leonel. A multinacional brasileira Vale anunciou em dezembro a criação de um instituto tecnológico e três novos centros de pesquisas no Brasil, além de contratar cientistas e desembolsar R$ 120 milhões. Já o maior laboratório farmacêutico do país, a EMS, acaba de assinar um acordo técnico-científico com um laboratório chinês para o desenvolvimento e produ-ção de biofármacos em sua unidade em Hortolândia (SP), onde foi construído um moderno centro de pesquisas. O centro recebe 6% do faturamento de R$ 2 bi-lhões e já emprega 200 cientistas.

Embora a GE não revele quanto será investido no centro de pesquisa e desen-volvimento brasileiro, os executivos da multinacional desembarcam no país nos próximos meses. Governos e universida-des já demonstraram interesse em sediar o centro. A expectativa é que o projeto se torne realidade em até 15 meses, após a definição do local. “O consumo interno no Brasil, apesar de ter sofrido uma de-saceleração com a crise, já está voltando aos patamares do ano de 2008, que foi muito bom. Também teremos as oportu-nidades para as empresas investirem nas obras do PAC, da exploração do pré-sal e outras de infraestrutura que serão par-tilhadas com a iniciativa privada, o que incentiva investimentos em pesquisa de tecnologia”, afirma Leonel.

Jeff Immelt veio ao país anunciar o

1º centro de pesquisa e desenvolvimento

latino

mercado

Presidente da GEanuncia contratações de

engenheiros brasileiros

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Em virtude de seus nove anos de funcionamento, a Agência Nacional de Águas (ANA) lançou o Prêmio ANA 2010. Em sua terceira edição, a premiação bienal tem o objetivo de reconhecer iniciativas de sete categorias – governo, empresas, organizações não governamentais, pesquisa e inovação tecnológica, organismos de bacia, ensino e imprensa – que se destaquem pela excelência de sua contribuição para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos do país. Além disso, as ações devem estimular o combate à poluição e ao desperdício e apontar caminhos para assegurar água de boa qualidade e em quantidade suficiente para o desenvolvimento e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até 31 de maio.

Assim como ocorreu na edição de 2008, o Prêmio ANA 2010 terá uma Comissão Julgadora composta de membros externos à ANA e com notório saber na área de recursos hídricos ou meio ambiente. Um representante da Agência presidirá o grupo, mas sem direito a voto. Os critérios de avaliação dos trabalhos levarão em consideração os seguintes aspectos: efetividade; potencial de difusão/replicação; aderência social; originalidade; e impactos social, cultural e ambiental.

Sendo assim, a Comissão Julgadora selecionará três iniciativas finalistas e a vencedora de cada uma das sete categorias, que serão conhecidas em solenidade de premiação marcada para 1º de dezembro de 2010 em local a ser definido. Os sete vencedores receberão o Troféu Prêmio ANA, concebido pelo mestre vidreiro italiano Mário Seguso.

“Água: o Desafio do Desenvolvimento Sustentável” é o tema da terceira edição da premiação, que tem sete categorias em disputa

Agência Nacional de Águas recebe inscrições para o

Prêmio ANA 2010

Inscrições Até 31 de maio, os interessados em participar da premiação poderão enviar seus trabalhos por remessa postal registrada aos cuidados da Comissão Organizadora do Prêmio ANA 2010 no seguinte endereço: SPO, Área 5, Quadra 3, Bloco “M”, Sala 222, Brasília-DF, CEP: 70610-200. A data de postagem será considerada como a de entrega. Os concorrentes poderão inscrever mais de uma iniciativa. Além disso, poderão ser apresentados trabalhos indicados por terceiros, desde que acompanhados de declaração assinada pelo indicado, concordando com a indicação e com o regulamento da premiação.

Cronograma

Inscrições: até 31 de maio de •2010Prazo de julgamento: de 2 de •agosto a 10 de setembro e de 4 a 8 de outubro de 2010Comunicação aos finalistas: de •25 a 29 de outubro de 2010Cerimônia de premiação: 1º de •dezembro de 2010

Histórico

Em sua primeira edição, em 2006, o Prêmio ANA teve três temas em disputa: “Gestão de Recursos Hídricos”, “Uso Racional de Recursos Hídricos” e “Água para a Vida”. À época, 284 trabalhos se inscreveram. No segundo Prêmio ANA, em 2008, o tema foi único: “Conservação e Uso Racional da Água”. Na ocasião, participaram 272 iniciativas de seis categorias: governo, empresas, organizações não governamentais, organismos de bacia, imprensa e academia.

Para mais informações acesse o hotsite www.ana.gov.br/premio, envie e-mail para [email protected] ou ligue para (61) 2109-5412.

Informações

prêmio

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22 crea

CREA-SP e TCE assinaram um acordo que tem como foco as obras públicas em todo o estado de São Paulo. O Acordo de Cooperação Técnico-Institucional compreende o estabelecimento de me-canismos com vistas à fiscalização dos aspectos concernentes à regularidade na execução de projetos, orçamentos, obras ou prestações de serviços que envolvam as áreas de engenharia, ar-quitetura e agronomia e atividades cor-relatas em que sejam partes as unidades da administração direta ou indireta dos municípios ou do estado de São Paulo, em especial aquelas relacionadas às Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) perante do CREA-SP.

O acordo também prevê a promoção de cursos e atividades de aperfeiçoa-mento ou capacitação, a divulgação de atividades e artigos técnicos e a realiza-ção de eventuais inspeções e/ou vistorias em obras públicas.

O documento também fala num acordo específico para elaboração e for-necimento de cadastro de profissionais legalmente habilitados e devidamente registrados no CREA-SP.

Nas entrevistas publicadas, o presiden-te do TCE, Edgard Camargo Rodrigues, disse: “O acordo de cooperação com o CREA-SP será uma ferramenta importan-te para as duas instituições e irá contri-buir para que o TCE cumpra da melhor maneira com a sua missão”.

O presidente do CREA-SP, José Tadeu da Silva, disse que a parceria com o TCE é especial. Ele comentou: “Há um grande número de obras públicas sendo realizadas pelo governo do estado. Essas obras envolvem um grande número de profissionais da engenharia, arquitetura e agronomia. Com a assinatura desse

convênio, CREA-SP e TCE cumprem com as suas finalidades de garantir qualidade no serviço público e segurança para a sociedade”.

Segundo o documento o TCE, no exer-cício de sua competência constitucional de controle externo, verificará para con-firmação da regularidade dos contratos de execução das obras e serviços técnicos contratados por órgãos e entidades da administração direta ou indireta do es-tado de São Paulo e de seus municípios, executados por profissionais e empresas públicas e privadas abrangidos pela fiscalização do CREA-SP, o registro das respectivas ARTs.

O CREA-SP e TCE também poderão celebrar acordo específico para organizar cadastros de profissionais legalmente habilitados e devidamente registrados no CREA-SP, para atuação em vistorias, pe-rícias, pareceres, consultas, avaliações, reavaliações e fiscalizações de obras.

A fiscalização do CREA, através desse convênio deverá ajudar os órgãos pú-blicos estaduais e municipais, afetos ao TCE, a evitarem situações incorretas que possam provocar reprovação das contas desses órgãos.

A principal situação que o CREA quer evitar é que as licitações de serviços afe-tos às atividades do engenheiro, do ar-quiteto e do agrônomo sejam realizadas em desconformidade com a legislação, desde o início do processo – como pro-jetos básicos, executivos, planejamento e orçamento – até a contratação de empre-sa legalmente habilitada perante o Siste-ma que vai executar esses serviços.

É portanto a fiscalização do CREA trazendo uma valorização para o profis-sional e defendendo a sociedade com o respeito que ela merece.

assinam acordo de cooperação técnico-institucional

CRE

ACREA e TCE

Eng. civil José Galdino Barbosa da Cunha JúniorChefe da UGI - Ribeirão Preto - CREA - [email protected] João Penteado 2237Jd. São Luis - Ribeirão Preto -SP 16 3623.7627

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23

AEAARP

A arquiteta Adriana Quites Arantes será uma das delegadas na 4ª Conferência Estadual de Cidades, que acontecerá nos dias 27 e 28 de março em São Paulo. Ela e os engenheiros José Aníbal Laguna e Maria Inês Cavalcanti representaram a AEAARP na 4ª Conferência Municipal da Cidade, que aconteceu em Ribeirão Preto no mês de janeiro com o lema “Cidades para todos e todas em gestão democráti-ca, participativa e controle social”.

O tema “Avanços, dificuldades e de-safios na implementação da política de desenvolvimento urbano” foi debatido em quatro grupos temáticos que trata-ram das seguintes questões: Criação e implementação de conselhos das cidades, planos, fundos e seus conselhos gestores nos níveis federal, estadual, municipal e

no distrito federal; Aplicação do estatuto da cidade e dos planos diretores e a efe-tivação da função social da propriedade do solo urbano; A integração da política urbana no território: política fundiária, mobilidade e acessibilidade urbana, ha-bitação e saneamento; Relação entre os programas governamentais – como PAC e Minha Casa, Minha Vida – e a política de desenvolvimento urbano.

A prefeita Dárcy Vera participou da reunião. Ela disse que o município possui vários setores econômicos consolidados que promovem o desenvolvimento da ci-dade e a projeta como uma das principais cidades deste país. O arquiteto e urbanista Eder Silva representou Ivo Colichio Júnior, secretário municipal de Planejamento e Gestão Pública, durante a Conferência, e

disse que a finalidade do encontro é pro-por a interlocução entre autoridades e ges-tores públicos dos três setores federados com os diversos segmentos da sociedade para assuntos relacionados à política na-cional de desenvolvimento urbano.

“Esta é uma oportunidade de avançar na construção da política nacional de desenvolvimento urbano, indicar priori-dades de atuação ao Ministério das Cida-des, ao governo estadual e à Prefeitura de Ribeirão Preto, realizar balanço dos resultados das deliberações da 1ª, 2ª e 3ª Conferências Nacionais e da atuação do Conselho das Cidades”, destaca Silva.

Os documentos e textos referentes à Conferência estão disponíveis na página da Secretaria do Planejamento no portal da Prefeitura (www.ribeiraopreto.sp.gov.br).

cidades

terá representante na 4ª Conferência Estadual das Cidades

Avenida Meira Junior, 314 | Ribeirão - SPTel: (16) 3441-0100 | Nextel: 7* 44632

AÇO ARMADO - TRELIÇA TELA - PREGO - ARAME

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Ao preparar sua ART, não se esqueça de preencher o campo 31 com o código 046. Assim, você destina 10% do valor recolhido para a AEAARP. Com mais recursos poderemos fortalecer, ainda mais, as categorias representadas por nossa Associação.

Contamos com sua colaboração!

notasN

OVO

S AS

SOCI

ADO

S

ArqUitetUrA e UrBANisMOLucilia Fabrino de Oliveira

Melissa Alessandra Sanchez PrudencioTyeme Calheiros Bando

ENgENHArIA CIvILCarla Toyama

Renata Maria Barquete Botelho

ENgENHArIA AgrONôMICAGiuliano Fer Scandiuzzi

ENgENHArIA MECâNICAErico Marcelo Marques

Walter Luiz Constante Gabrierl

estUdANte - eNgeNhAriA eletrôNiCACleiton Busse

Rafael Almeida do Carmo

Produção industrial de plantas in vitro no Brasil é tema de evento no interior de São Paulo

A produção industrial de plantas in vitro, ou Biofábrica, é um método biotecnológico capaz de produzir mudas de plantas mais sadias e uniformes, com uma velocidade maior do que os métodos convencionais. Pensando no avanço da área, o Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promove, entre os dias 1º e 3 de março, a segunda edição do Seminário de Biofábrica - Produ-ção Industrial de Plantas in vitro.

A Biofábrica pode ser usada para produ-ção de todas as plantas que normalmente propagam-se vegetativamente. Hoje a bio-fabricação de plantas não se limita a flores e ornamentais, pois também são produzidas outras plantas de valor econômico, como batata, banana, eucalipto e cana-de-açúcar. Em 1992, as empresas envolvidas na produ-ção de plantas in vitro no Brasil eram, pra-ticamente todas, de pequeno porte. Hoje, grandes empresas, inclusive multinacionais

como a Monsanto, SBW e Syngenta, estão entrando no mercado brasileiro.

Diante desse novo cenário, a UFSCar reali-za a segunda edição do Seminário com diver-sas palestras e debates para tratar de temas como o uso de biorreatores na biofabricação de plantas e a eficiência e o gerenciamento de biofábrica de plantas. As palestras serão ministradas por representantes da Embrapa, SBW, ProClone, Bioflora, Jiffy do Brasil, entre outros, além de pesquisadores na UFSCar e da USP.

O evento acontece no anfiteatro do CCA, localizado no campus Araras da UFSCar. Os interessados podem se inscrever até dia 20 de fevereiro, pelo endereço www.cca.ufs-car.br/seminariobiofabrica, onde também está disponível a programação completa do evento. As vagas são limitadas.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 3543.2636.

CarreiraA engenheira agrônoma Maria Lucia Pereira Lima, associada da AEAARP, assumiu

em dezembro a Diretoria Geral do Instituto de Zootecnia em Nova Odessa. É o mais alto grau da zootecnia no estado de São Paulo em termos de pesquisa cientifica com gado de leite e corte e animais de monta.

A pesquisadora é formada pela ESALQ, USP em 1982, fez mestrado em Nutrição Animal pela Universidade de São Paulo (1988), quando estudou cana-de-açúcar e seus subprodutos na alimentação de bovinos. O curso de doutorado em Zootecnia foi realizado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002). Atualmente tem realizado pesquisas na área de manejo de pastagens tropicais, produção leiteira por vacas mestiças da raça Gir, em pastagens durante o verão ou consumindo cana-de-açúcar forrageira na época da seca.

PatrimônioO Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional (IPHAN) está com inscrições abertas, até o dia 4 de março, para o processo seletivo do Programa de Especialização em Patrimônio (PEP) para bolsistas. O programa oferece bolsas de estudos de R$ 1.200 para recém-formados em diferentes áreas de formação. São sete vagas para arquitetos disponíveis em Maca-pá, Belém, Recife, Teresina, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Aracaju, sendo uma vaga em cada cidade. As bolsas de estudos são váli-das por 12 meses, podendo ser renovadas por igual período.

A ficha de inscrição, com documentos e exposição de motivos, deve ser enviada por correio ou entregues exclusivamente para a Coordenação do PEP situada na Coorde-nação-Geral de Pesquisa e Documentação do IPHAN (Palácio Gustavo Capanema, na Rua da Imprensa 16/808 - Rio de Janeiro). A análise de documentos será realizada até o dia 16 de abril. Os candidatos aprovados passarão por entrevista entre os dias 3 e 28 de maio. A divulgação dos selecionados à bolsa será feita no dia 14 de junho, e as atividades no PEP começam dia 2 de agosto deste ano. Mais informações disponíveis por meio do endereço [email protected] ou pelos telefones (21) 2215-5263 e (21) 2215-5155.(Fonte: PINIweb)

estUdANte - ArqUitetUrA e UrBANisMOJoyce Mara Barbosa dos Santos

Leandro José FardinMarcela Severino Kamiya

Marina Pousa Barbara

estUdANte - eNgeNhAriA Civil e AfiNsAnibal Marques de Oliveira Neto

Felipe GironiFlavia Sichciopi PereiraHerbert de Lima Pessoa

Mario Augusto Ferreira de AndradeTharanty Eiras

téCNiCO eM edifiCAçõesLeonardo de Carvalho

téCNiCO eM qUíMiCAElaine Cristina Bermudez Felippin

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IncentivoA Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) vai promover uma campanha durante o ano letivo de 2010 para despertar o inte-resse de estudantes do ensino médio pela carreira. A entidade produziu um vídeo de divulgação que vai explicar quais são as áreas de atuação do profissional e as oportunidades no mercado de trabalho. Segundo um estudo apresentado pela FNE, são necessários cerca de 170 mil profissio-nais nos próximos anos apenas para dar conta do setor petrolífero. Aproximada-mente 40 mil profissionais se formam por ano nos 2.032 cursos oferecidos no país. O número precisaria dobrar para 80 mil em um prazo de seis a dez anos. Atualmente apenas 30% dos 140 mil estudantes que ingressam nas faculdades de engenharia se formam. O material de 18 minutos a respeito das vantagens da profissão pre-tende estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem grande variedade de opções e especializações.

Gigante árabe Com 828 metros, o prédio mais alto do mun-

do foi inaugurado em janeiro. Burj Dubai, que foi rebatizado de Burj Khalifa, fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A torre de 160 andares inclui residências, escritórios de luxo, o primeiro Armani Hotel do mundo (assinado por Giorgio Armani) e o mais alto deck de ob-servação do mundo, localizado no 124oandar da torre. Cerca de 90% dos escritórios e apar-tamentos da torre já foram vendidos.

A inauguração ocorre pouco mais de um mês depois de o emirado ter pedido moratória do pagamento da dívida da estatal Dubai World e é vista como uma tentativa de reativar o oti-mismo local. A construção do prédio começou durante o boom econômico da última década e envolveu cerca de 12 mil trabalhadores. A data da inauguração já havia sido adiada duas vezes desde o início da construção, em 2004.

Projeto de LeiOs erros em projetos de construção

civil poderão se tornar crimes. A Câmara Federal está analisando o Projeto de Lei 5716/09, do deputado Maurício Rands (PT-PE), que tipifica como crime erros em projetos ou na execução de obras civis, colocando em risco a vida ou o patrimônio de pessoas. A proposta define o novo crime como “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, em ra-zão de erro no projeto ou na execução da construção”. A pena prevista é de reclusão de um a quatro anos, além de multa. Se a Justiça considerar que o crime foi somente culposo, a pena cai para detenção de seis meses a um ano.

Atualmente, os responsáveis – enge-nheiros ou donos de construtoras – só respondem criminalmente se acontecer um desabamento. Em casos menos gra-ves, mesmo quando há a interdição da edificação, os responsáveis só podem ser processados na área civil. O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisa-do pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Palestra marca aula inaugural na Unip

O presidente da AEAARP, Roberto Maestrello, ministra palestra no dia 2 de março, às 20h, no Anfiteatro da Unip – Bloco C, em Ribeirão Preto.

A palestra marca a aula inaugural do ano letivo da instituição e é direcionada para os estudantes matriculados nos cursos de graduação Engenharia e de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e Engenharia de Manutenção. O Coral Som Geométrico da AEAARP também se apresenta.

Hirilandes Alves, docente da Unip, e Maestrello, da

AEAARP.

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do FAP”, explica o advogado Adilson Araújo.

O mecanismo adotado vai au-mentar ou redu-zir as alíquotas de contribuição das empresas – que são definidas por ramo de atividade – com base nos índices de acidente de traba-lho de cada uma. O fator pode reduzir a alíquota para até metade, mas também pode fazê-la dobrar. Na prática, o FAP altera os limites da alíquota de 1% a 3% para 0,5% a 6%. Antes da nova regra, o empregador desembolsava apenas os afastamentos de até 15 dias. Após esse período ficava a cargo da Previdência o pagamento durante todo o tempo que o empregado ficasse incapaz para o trabalho ou mesmo falecesse. Com a nova regra, a despesa é dividida entre o empregador e o órgão público.

legislação

Em 2009 o Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de Ribeirão Preto concedeu 1.301 auxílios-doença motiva-dos por acidentes no trabalho. Segundo os dados divulgados pela Previdência Social, maio foi o mês com o maior nú-mero de benefícios: 145. Seis pedidos de aposentadoria foram concedidos pelo mesmo motivo. De acordo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a constru-ção civil, metalurgia e, no campo, o setor sucroal-cooleiro, são os setores onde mais acontecem essas ocorrências em Ribeirão. Para reverter as estatísticas em todo o país, o governo federal resolveu mexer no bolso das empresas e já está em vigor o Decreto nº 6.957 que modifica os critérios da con-tribuição previdenciária das empresas. Com a criação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), um novo cálculo é feito a partir de levantamentos que vão apurar a frequência dos acidentes, a gravidade e os custos das ocorrências.

Para o advogado Adilson Santos Araú-jo, do escritório Aguinaldo Biffi Socieda-de de Advogados, de Ribeirão Preto, a grande novidade é que as empresas com histórico de boas práticas trabalhistas po-dem se beneficiar, uma vez que o Decreto nº 6.957 penaliza as organizações pelo número de acidentes trabalhistas, mas diminui a carga tributária das que apre-sentam baixos índices de acidentes.

“Existe também uma postura de não prevenção. As leis trabalhistas e de pro-teção do trabalhador não são respeitadas

por algumas empresas que também não investem em treinamento de segurança adequado para os profissionais que chegam ao mercado de trabalho sem experiência”, pondera Germano Serafim de Oliveira, chefe de fiscalização da Ge-rência Regional do Trabalho e Emprego em Ribeirão Preto.

“No caso de um empregado que venha a perder a vida em decorrência de aci-

dente de trabalho, será considerada a expectativa de vida conforme a tábua de mortalidade do IBGE (levantamento que mede a expectativa de vida dos brasileiros) e esse tempo será multiplicado pelo salário do beneficiário de agora em diante. O montante será incluído

na apuração do índice de custo, que resultará fatalmente num índice maior

Decreto pode aumentar tributosHistórico de acidentes trabalhistas pode penalizar empresa,

mas boas práticas pode diminuir tributos

Adilson Araújo : “Boas práticas

trabalhistas podem implicar diminuição de

carga tributária”.

O FAP (Fator Acidentário de Prevenção) tem um cálculo é complexo, pois conjuga vários fatores que apurarão a frequência, a gravidade e os custos das ocorrências acidentárias. Para o cálculo somente entrarão as ocorrências de natureza acidentária relacionadas ao trabalho que geraram afastamento do empregado e o pagamento de benefícios pela Previdência Social. Um bom exemplo para elucidar o assunto é o caso de um empregado que venha a perder a vida em decorrência de acidente de trabalho. Para ele, será considerada a expectativa de vida conforme a tábua de mortalidade do IBGE e este tempo será multiplicado pelo salário do beneficiário de agora em diante, o montante será incluído na apuração do índice de custo, que resultará fatalmente num índice maior do FAP. O FAP será divulgado sempre no dia 30 de setembro de cada ano e terá como base o período anterior de dois anos. Por exem-plo, no índice FAP divulgado em 30.09.2009, os dados utilizados para o processamento foram do período de 01.04.2007 a 31.12.2008.

Adilson Araújo

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