Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

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GEOCAPITAL Ponte para a Lusofonia Diogo Lacerda de Araújo, Administrador da Geocapital, sublinha que a empresa continuará a apostar nos países de língua portuguesa Nº 115 Mensal Abril 2012 2.20# (IVA incluído) Carlos Torres Presidente da Resul Ângelo Costa Director Geral da Reclamoeste Fernando Dias Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de Minas Gerais DOSSIER PORTUGAL-CABO VERDE

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Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal e quer aumentar intercâmbio de comércioe de investimentos. E tem apoios a conceder a quem quer investir nesta zona central do Brasil

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Abril 2012 | País €conómico › 1

GeocaPital

Ponte para a lusofoniaDiogo Lacerda de Araújo, Administrador da Geocapital, sublinha que a empresa continuará a apostar nos países de língua portuguesa

nº 115 › Mensal › Abril 2012 › 2.20# (IVA incluído)

carlos torresPresidente da Resul

Ângelo costaDirector Geral da Reclamoeste

Fernando DiasPresidente da câmara Portuguesa de comércio de minas Gerais

DossieR PoRtUGal-caBo VeRDe

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› HeaD

2 › País €conómico | Abril 2012 Abril 2012 | País €conómico › 3

editorial

Está a acelerar a volatilidade dos corpos acionistas de muitas empresas

portuguesas, com o renovado interesse de várias empresas estrangeiras,

particularmente algumas provindas do espaço dos países de língua por-

tuguesa, em adquirirem ativos valiosos dessas mesmas corporações na-

cionais.

Os exemplos têm sido multiplicados nos últimos meses, sendo os mais

visíveis as aquisições concretizadas de importantes parcelas do capital da

EDP e da REN, ou do renovado e insistente interesse da Sonangol em par-

ticipar diretamente no capital da Galp Energia. Outros exemplos menos

mediáticos poderiam ser apontados.

A questão essencial é que o interesse tem residido em empresas com eleva-

do e reconhecido know how, com uma posição internacional relevante em

alguns dos principais domínios do seu core business. Todavia, ao contrário

do que seria esperado, ou talvez não em face do valor concreto das empre-

sas em referência, a aquisição desses ativos tem sido efetuada por valor

bastante elevados e não por montantes que talvez inicialmente não fosse

considerado possível em face da crise financeira internacional e da natural

depreciação de muitas empresas na Europa, incluindo Portugal.

O resultado obtido mostra a importância estratégica das empresas portu-

guesas empreenderem antecipadamente um processo de internacionali-

zação consistente, com a casa devidamente arrumada no próprio país, e

capacitadas para darem um passo fundamental no seu processo de cresci-

mento e sustentabilidade.

A recessão no mercado interno, aliado ao fraco crescimento da generali-

dade dos países europeus, configuram a necessidade das empresas portu-

guesas olharem com urgência para outras geografias, onde naturalmente

os países de língua portuguesa deverão assumir um papel preponderante,

embora não único, nesse processo que leve muitas das nossas empresas

(e também muitos cidadãos) a apostarem no exterior, ganhando com isso

elas próprias mas ganhando também o país, desde que este crie as con-

dições globais para a manutenção da ligação dessas empresas a Portugal,

inclusivamente ao nível do investimento que conseguem efetuar com os

resultados de um sólido processo de internacionalização.

JoRGe GonçalVes aleGRia

internacionalizar é essencial

Ficha técnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria

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Abril 2012 | País €conómico › 54 › País €conómico | Abril 2012

Grande entrevista

índiceDiogo Lacerda Machado, Administrador da Geocapital, a empresa

de capitais luso-chineses que foi criada em 2006, tendo a sua sede

em Macau, e que montou uma estratégia de investimento nos

países de língua portuguesa, com predominância para as apostas

concretizadas no sistema financeiro de vários desses países, como

sejam os casos de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, mas

preparando-se também para criar bancos de investimento em

Macau e em Timor-Leste. No que respeita a Portugal, é o próprio

administrador da Geocapital que o sublinha o papel de aconselha-

mento e de interlocutor junto de grandes empresas chinesas para

levar que algumas destas invistam em Portugal. Como aconteceu

recentemente na EDP e na REN. E que poderá acontecer breve-

mente noutras empresas nacionais, pois as empresas chinesas

começaram a olhar para Portugal com outra atenção e interesse.

pág. 24 a 31

As relações entre Portugal e Cabo Verde conti-

nuam de boa saúde e se recomendam. Apesar

de uma ligeira diminuição no comércio e no

investimento empresarial entre os dois países

registado no ano passado, as perspetivas são

do relacionamento continuar a desenvolver-se

e a aprofundar-se, constituindo Portugal um

parceiro incontornável no desenvolvimento

económico, empresarial e social de Cabo Verde,

sendo que esse aprofundamento deverá impli-

car no futuro o alargamento de ambos os paí-

ses como plataformas das empresas de ambos

os países chegarem de forma mais intensa aos

mercados regionais em que ambos os países

estão inseridos.

pág. 06 a 21

ainda nesta edição…

23 Bes cresce em espanha

35 sonae sierra inaugurou shopping em Uberlândia

36 Bahia vai acolher encontro empresarial em Junho

37 aquapura quer construir resort no ceará

38 centro oeste tem apoios para apoiar investidores portugueses

44 Hipogeste vai criar rede de frio em angola

44 compal-sumol investe em fábrica em moçambique

44 mota-engil e Visabeira ganham obra em moçambique

53 Região norte lidera exportações

56 Porto de sines em crescimento

57 Porto de setúbal melhora ligação ferroviária a espanha

58 Vieira de castro investe em nova fábrica

Grande Plano

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Estudo da Ceso CI aponta os setores da alimentação, hotelaria e construção, como os mais promissores

cabo Verde é um mercado com potencial

a consultora Ceso CI, por solicitação da AIP, apresentou

um estudo de mercado onde apontou as principais po-

tencialidades para o comércio e o investimento das em-

presas portuguesas, no seu relacionamento com Cabo Verde.

Apesar de reconhecer que Cabo Verde constitui um mercado de

reduzida dimensão, aliás traduzido nos valores das exportações

portuguesas (ver dados na página anterior), ainda assim o estudo

também salienta que o arquipélago “oferece um ambiente de ne-

gócios ímpar no contexto africano e em que a exposição ao risco

é sensivelmente menor face a outros destinos de investimento e

exportação, nomeadamente no espaço PALOP”.

A Ceso CI aponta sobretudo que “a estabilidade social, associada

ao crescimento económico tem vindo a alargar a �espessura� da

classe média cabo Verdiana e a dinamizar o mercado de consumo,

abrindo oportunidades interessantes para o setor alimentar”. Por

outro lado, adianta o mesmo estudo, “a crescente implantação de

cadeias de hotéis, veio conceder uma escala nova às operações de

exportação, mas também coloca desafios de competitividade. São

oportunidades e desafios que importa conhecer, num contexto in-

terno que, cada vez mais, impõe às empresas portuguesas, não já

o desafio, mas a necessidade de internacionalização”.

Aliás, é sublinhado que “o setor da hotelaria, fortemente alavan-

cado pelo enorme potencial turístico de Cabo Verde, constitui um

dos domínios da atividade económica que muito beneficiou com

a estabilização social e económica. Prestigiadas cadeias interna-

cionais (algumas portuguesas) têm vindo a instalar-se no país e

com elas transportam novas necessidades e oportunidades de

negócio”.

Aliás, é referido em complemento que o próprio setor hoteleiro

(e não só) oferece oportunidades no setor da construção e dos

materiais de construção.

Com efeito, e analisando as exportações portuguesas e o potencial

de incremento dessas mesmas exportações, mas igualmente ao

nível dos investimentos diretos, o estudo da Ceso CI. Apesar da já

presença muito relevante dos produtos portugueses exportados

para Cabo Verde, o estudo sublinha que ainda existem “oportuni-

dades por explorar por parte das empresas portuguesas”. E iden-

tificou cerca de duas dezenas de produtos específicos e em que o

investimento no mercado justifica plenamente “salvaguardados

os aspetos de competitividade e qualidade”.

Esse conjunto de produtos situa-se nas áreas dos produtos alimen-

tares, leite e nata, concentrados ou adicionados de açúcar ou de

outros edulcorantes, carnes e miudezas, comestíveis, frescas, refri-

geradas ou congeladas, das aves, arroz, milho e trigo de mistura

com centeio. De referir que em 2011 Cabo Verde importou de Por-

tugal um total de 255.203 milhões de euros, colocando-se como o

21º cliente de Portugal, representando então uma percentagem de

0,60% do total das exportações portuguesas. ‹

Relações entre Portugal e Cabo Verde continuam fortes, mas podem crescer

Parceria estratégica fortalecida

Portugal e Cabo Verde possuem uma forte

relação estratégica, não apenas no direto

contexto bilateral, mas igualmente enquanto

articuladores privilegiados nos espaços económicos

regionais onde ambos os países se inserem. A con-

vertabilidade do escudo cabo-verdiano na sua relação

com o euro contribuiu sem dúvida para credibilizar

a moeda de Cabo Verde e para fortalecer a posição

internacional do arquipélago no contexto das relações

económicas e financeiras internacionais.

Apesar da ligeira descida no valor das exportações

portuguesas para Cabo Verde em 2011 (diminuiu de

263.4 milhões de euros em 2010 para 255.2 milhões

de euros em 2011, uma redução de 3,1%), ainda assim

Portugal continua a ser o principal fornecedor do país

com uma quota de 44,67%. Portugal é também o se-

gundo principal cliente dos produtos cabo-verdianos,

com uma quota de 16,89%, tendo as compras portu-

guesas atingido no ano transato um valor de 9,971

milhões de euros.

Apesar do ligeiro recuo no valor global das exporta-

ções portuguesas no ano passado, ainda assim au-

mentaram o número de empresas que exportaram

para Cabo Verde, tendo passado de 2.785 (2100) para

2.833 (2011). Já o número de empresas importadoras

diminuiu no ano passado para 77 quando no ano an-

terior se cifravam em 91.

Por último é de destacar no que respeita ao fluxo de

investimento (IDE) entre os dois países, é de subli-

nhar a acentuada descida verificada em 2011, com o

investimento das empresas portuguesas a atingirem

os 17.360 milhões de euros enquanto esse valor tinha

atingido em 2010 os 49.624 milhões de euros, uma

redução de 65%. Já o investimento de empresas cabo-

-verdianas em Portugal atingiu no ano passado ape-

nas a cifra de 6.000 milhões de euros, um valor 28,1%

inferior ao registado em 2010. De referir que Cabo

Verde representou em 2011 apenas 0,11% do investi-

mento português no exterior, constituindo o vigésimo

destino do investimento lusitano além-fronteiras. ‹

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João Manuel Chantre, Presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo de Cabo Verde

«empresários portugueses devem investir mais em cabo Verde»

Em entrevista à País €conómico o presidente da Câmara de Comércio, Indústria

e Turismo Portugal Cabo Verde diz que está satisfeito por constatar que já há

muitos empresários portugueses que incluem Cabo Verde no seu processo de

internacionalização, mas por outro lado deixa alguns reparos muito pertinentes.

Diz João Manuel Chantre que ao mesmo tempo que se promove ou que se deseja

a internacionalização, «não há incentivos para que isso aconteça». Por outro lado

– acrescenta - «aquilo que se entende hoje como internacionalização da economia

portuguesa é apenas a exportação e não formas de investir, analisar mercados e

investir neles para que se instalem e se defendam as suas quotas». João Manuel Chantre

refere que hoje em dia essa é uma via praticamente saturada e que o passo seguinte

é o investimento no território e, consequentemente, a instalação dessas empresas

portuguesas naquele arquipélago.texto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

Há quem afirme que a criação, em

Novembro de 1991, da Câmara

de Comércio, Indústria e Turis-

mo de Cabo Verde é uma consequência

legítima do primeiro Acto Eleitoral livre e

democrático ocorrido nesse ano em Cabo

Verde. João Manuel Chantre concorda

com esta afirmação.

«Eu creio que se pode dizer isso, precisa-

mente porque o novo regime democrático

e económico que foi implantado em Cabo

Verde a partir de 1991 (estamos a falar das

primeiras eleições livres e democráticas

ocorridas neste arquipélago) levou a que

a política desse novo governo entendesse

que a abertura da economia ao exterior

era uma prioridade. Embora já houvesse

alguma legislação visando a atracção de

investimento externo, ela era pouco clara

e pouco atractiva e foi a partir de 1991,

com o governo do MPD e com a vontade

séria de atrair investimento estrangeiro,

que o Ministério da Economia, na altura,

criou não só a carga de investimentos mas

também um conjunto de legislação que

permitiu a Cabo Verde tornar-se um desti-

no de investimento estrangeiro, sem limi-

tações e com incentivos e benefícios para

o investidor estrangeiro. E a CCITPCV

nasce porque em Portugal era necessário

promover esta nova realidade da econo-

mia cabo-verdiana e angariar investimen-

to externo português para Cabo Verde»,

referiu João Manuel Chantre.

E está satisfeito com o interesse dos em-

presários portugueses em incluírem Cabo

Verde no seu processo de internacionali-

zação? «Naturalmente que satisfeito es-

tarei. Eu diria que não estou satisfeito é

com o facto de alguns empresários que

hoje em dia chegam a Cabo Verde não ser

consequência de uma política ou de uma

estratégia de internacionalização das em-

presas, mas sim pela necessidade de pro-

curarem outros destinos quando Portugal

se encontra em dificuldades», referiu João

Manuel Chantre, presidente da Câmara

de Comércio, Indústria e Turismo Portu-

gal Cabo Verde que este ano comemora 20

anos de existência.

Este responsável referiu, ainda a propó-

sito desta questão, que não é novidade

que Cabo Verde sempre se afirmou como

um destino de investimento de negócio

em geral: comércio e investimento entre

Portugal e Cabo Verde. «Quem analisa

estas tendências já o entendia na altura

(há 20 anos atrás). Mas é contraditório

que ao mesmo tempo que se promove ou

que se deseja a internacionalização das

empresas, não haja incentivos para que

isso aconteça. Aquilo que se entende hoje

como internacionalização da economia

portuguesa é apenas a exportação, e não

formas de investir, analisar mercados e

investir neles para que se instalem e se

defendam as suas quotas», sublinhou o

nosso entrevistado.

E esta não é uma das tarefas da CCITPCV?

«Essencialmente a Câmara de Comércio,

Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

sempre analisou tendências do desenvol-

vimento de Cabo Verde e promoveu an-

tecipadamente sectores para a internacio-

nalização de empresas portuguesas para

Cabo Verde, mas na linha daquilo que nós

entendíamos que era adequado para Cabo

Verde. Se em tempos nós promovemos o

negócio que se fazia na exportação, hoje

em dia entendemos que essa é uma via

praticamente saturada e que o passo se-

guinte é o investimento no arquipélago, as

empresas poderem-se instalar no arquipé-

lago de Cabo Verde e promoverem as in-

dústrias», salientou João Manuel Chantre.

cabo Verde espera os investidores turísticosMas não é verdade que por parte dos em-

presários portugueses, nomeadamente os

ligados ao sector do turismo, tem existido

um grande entusiasmo em apostarem em

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Abril 2012 | País €conómico › 1110 › País €conómico | Abril 2012

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Cabo Verde? O presidente da CCITPCV

não concorda.

«Eu não diria tanto. Se há entusiasmo

é apenas praticamente como turistas,

como investidores não. Nós temos pou-

cos exemplos de investimento turístico

português de dimensão em Cabo Verde.

Ainda na BTL que decorreu em Lisboa

muito recentemente, nós promovemos

alguns encontros entre os principais

hoteleiros portugueses e a Cabo Verde

Investimentos, porque entendemos que

os empresários portugueses do sector do

turismo estranhamente têm procurado o

Brasil e a meio caminho têm Cabo Verde

que pode ser um destino de muito suces-

so para estes mesmos empresários», cha-

ma a atenção João Manuel Chantre, que

sublinha o facto de Cabo Verde ter hoje

unidades hoteleiras espanholas de grande

dimensão, ter investimento de grupos in-

gleses nos sectores hoteleiro e imobiliário

também com dimensão. «Os italianos já

estiveram de 1995 a 2005, mas hoje em

dia estão mais desaparecidos por força de

uma série de factores que não interessa

agora explicar, mas de qualquer modo os

portugueses nunca foram na estatística de

investimento externo no turismo muito

importantes».

Este encontro que a CCITPCV teve na

BTL com empresários portugueses serviu

para os sensibilizar para uma aposta em

Cabo Verde? João Manuel Chantre não

podia ter sido mais claro. «Nós gostaría-

mos que este encontro desse os seus fru-

tos. Estes contactos que temos feito com

estes investidores ou com estes hoteleiros

de dimensão, tem vários objectivos. Um

deles é perceber porque é que até agora

não olharam para Cabo Verde da forma

como nós gostaríamos e perceber quais

são os constrangimentos que eles encon-

tram para o não terem feito até agora. Por

outro lado estes encontros visam promo-

ver o investimento e encontrar aqui um

conjunto de verdadeiros interessados, e

levá-los a Cabo Verde para se inteirarem

das condições de investimento, que são

bastante atractivas».

João Manuel Chantre gostaria de ver em

Cabo Verde investimento que substituísse

as importações cabo-verdianas. «Portugal

tem sido o principal fornecedor de Cabo

Verde, tem sido a origem das importações

cabo-verdianas. Portugal é o principal par-

ceiro comercial de Cabo Verde. Não conse-

gue ultrapassar a quota dos 50 por cento,

porque eu acredito que a nova fase é pre-

cisamente instalar no mercado as empre-

sas que hoje exportam, e trabalharem o

produto, trabalharem o mercado, eventu-

almente alargá-lo, mas defendendo-o de

outras investidas que vêm de Espanha,

que virão do Brasil, que vêm da China»,

salientou o presidente da CCITPCV.

É verdade que Cabo Verde é um país que

quase não tem dívida externa? Como é

que se consegue isso? «Tudo isto é fruto

de uma boa gestão e de humildade. Cabo

Verde não tendo riquezas naturais, que

não as Pessoas, vê-se obrigado a gerir mui-

to bem os recursos. Se houver alguém que

se aventure a desafiar esse equilíbrio, dá

cabo completamente do país. E ninguém

quer ser responsável por uma situação

dessas. Cabo Verde é um país demasiado

pequeno, muito jovem e com um futuro

muito grande pela frente. A humildade e

a responsabilidade têm sido os principais

factores do equilíbrio das contas externas

que hoje Cabo Verde desfruta», recordou

João Manuel Chantre.

O facto de haver estabilidade política, este

não poderá ser também um factor deter-

minante para se investir em Cabo Verde?

«Os empresários portugueses de certa for-

ma levam isso em conta, mas também é

verdade que os empresários portugueses

têm uma visão a muito curto prazo. Desta

forma Cabo Verde não corresponde a essa

imagem. Cabo Verde é um país onde se in-

veste a longo prazo e onde os frutos levam

algum tempo a obter. Por isso eu digo que

os empresários portugueses quando vão

para Cabo Verde têm de ter na sua estra-

tégia de internacionalização essa viagem

para um novo destino de investimento, e

não fugir para resolverem problemas de

curtíssimo prazo que têm em Portugal». ‹

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Abril 2012 | País €conómico › 1312 › País €conómico | Abril 2012

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Carlos Torres, Presidente da RESUL – Equipamentos de Energia, SA

«os últimos três anos foram os melhores da vida da empresa»

Há 30 anos no mercado, a Resul é uma empresa especializada em redes de distribuição

de energia eléctrica e de gás natural e GPL, que tem no mercado externo o seu maior

pólo de atracção. Entrevistado pela País €conómico, Carlos Torres, presidente da

Resul, faz eco da importância das exportações na vida da empresa, sublinhando que 70

por cento da facturação da Resul são o resultado das vendas para o estrangeiro. Carlos

Torres salienta que a sua empresa tem andado em contra-ciclo e que os últimos três

anos foram os melhores da vida da Resul, que em 2011 facturou 49 milhões de euros,

prevendo-se que continue a crescer em 2012 e nos anos seguintes. «O nosso volume

de encomendas é tal que nos leva a concluir que os próximos anos continuarão a ser de

crescimento acentuado para a Resul», que tem em Angola, Moçambique e Rússia os seus

principais mercados externos.texto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

a Resul foi constituída em 1982,

sob a denominação de socieda-

de por quotas, mas em Junho de

2000 sofreu uma alteração ao seu pacto

social com a passagem da empresa a so-

ciedade anónima e com a denominação

de Resul – Equipamentos de Energia, SA.

Carlos Torres recorda o percurso da Resul

ao longo destes 30 anos de vida. «Tem

sido um percurso feito de degrau em de-

grau. A empresa nasceu muito pequenina,

inicialmente era uma empresa de cariz

comercial, mas desde logo apostou no sec-

tor produtivo. Por isso criámos duas asso-

ciadas de produção, que ainda as temos,

e que constituem a nossa rectaguarda

fabril. Hoje ainda temos uma outra recta-

guarda produtiva em Moçambique».

Considerando-se uma empresa cerebral e

imaginativa, a Resul estuda, concebe, de-

senvolve, produz e propõe soluções de al-

tíssima qualidade relacionadas com redes

de distribuição de energia eléctrica, redes

de distribuição de gás natural e GPL, redes

de iluminação pública, redes de distribui-

ção de água, aquecimento central, e solu-

ções relacionadas com fontes de energias

renováveis.

Sobre a crise que afecta Portugal e o Mun-

do, Carlos Torres é bem claro. «É evidente

que a crise nos preocupa. Agora digo que

a Resul nunca a sentiu, porque de facto os

nossos mercados principais são mercados

onde a crise não se coloca nos termos em

que ela está sendo colocada na Europa. E

como nós temos uma empresa bastante

versátil quer na venda dos produtos que

oferecemos, quer nos mercados onde es-

tamos, todos os anos há sempre factores

de compensação. Posso-lhe dizer que em

2011 mercado russo baixou consideravel-

mente, mas foi compensado pelo mercado

de Moçambique, onde o ano passado cres-

cemos bastante. Portanto, há mercados

que diminuel e há outros que aumentam

a sua actividade. E por outro lado, estamos

sempre à procura de novos mercados», su-

blinhou o Presidente da Resul.

Como já foi dito, a Resul aposta numa

estratégia globalizante de conquista de

novos mercados, e é por isso que a sua

facturação relativa aos mercados externos

ultrapassa (e muito) a do mercado nacio-

nal.

Está fortemente implantada no sector

energético nacional, tendo a EDP, a REN,

a EDA, a EEM e ainda os principais ins-

taladores portugueses como principais

clientes.

A Resul exporta para 27 países em todo

o Mundo, mantendo uma actividade re-

gular de exportação para mercados tão

diversos como todos os países Palop�s,

Rússia, diversos mercados da União Euro-

peia (Franaça, Bélgica, Espanha e Suécia),

Macau, Israel e Ucrânia.

O exemplo que a Resul tomou ao longo

da vida optando em força pela internacio-

nalização deveria ser seguido por muitas

mais empresas portuguesas?

Quando o caminho certo é a internacionalização«Eu diria que esta é uma obrigação moral.

Repare que nesta crise em que o País está

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Abril 2012 | País €conómico › 1514 › País €conómico | Abril 2012

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mergulhado uma coisa que não nos está a

correr mal são as exportações. Isto signifi-

ca que os empresários portugueses muitas

vezes só reagem em momentos de adver-

sidade. E por isso eu intrepreto este bom

comportamento das exportações por-

tuguesas neste momento de crise nesta

conjuntura difícil, porque muitos dos em-

presários portugueses ou iam à procura

de mercados externos, ou simplesmente

morreriam. Eu repito aquilo que disse no

início desta entrevista. Eu nunca enntendi

uma certa timidez dos empresários portu-

gueses em irem à procura de mercados ex-

ternos», comentou o Presidente da Resul.

Segundo Carlos Torres um dos grandes

trunfos da Resul assenta no facto da em-

presa ter conseguído mobilizar os 50 tra-

balhadores que a ela dão diariamnente o

seu contributo, «e para mim é um orgulho

muito grande dizer que tenho aqui comi-

go pessoas que trabalham para a Resul

desde o primeiro dia».

«Acho que conseguímos criar um ambien-

te extremamente motivador, descontraí-

do, e não tem sido difícil liderar esta equi-

pa, que é altamente qualificada. Se calhar

hoje tenho esta equipa a trabalhar para a

Resul, porque ela está imensamente mo-

tivada para enfrentar os desafios actuais

e os desafios que ainda hão-de vir», reco-

nheceu Carlos Torres, presidente da Resul.

Carlos Torres faz uma ligeira pausa para

concentrar o seu discurso no mercado ex-

terno, uma das grandes bases de susten-

tação da Resul. «A história do mercado

externo?! Aí eu diria que ela tem muito

que ver com a minha postura pessoal.

Eu nunca entendi qual era o temor das

empresas portuguesas irem à procura do

mercado externo, isto porque a globaliza-

ção tem muitas desvantagens, mas tam-

bém tem algumas vantagens, e uma delas

é esta: Desde que uma empresa tenha um

produto com qualidade demonstrada e

demonstrável, e tenha preço competitivo,

não há fronteiras. Assim, três anos após

a criação da empresa, em 1985, já estava

a visitar alguns mercados externos. Cla-

ro que na altura comecei pelos mercados

africanos de expressão portuguesa – os

Palops - . Portanto, esta saga de exporta-

ção da Resul, começou logo no princípio

do nascimento da empresa, e tem vindo

sempre a crescer. Hoje o mercado exter-

no representa para a Resul 70% do total

da sua facturação, e nós hoje exportamos

para 27 países espalhados pelo mundo»,

recordou Carlos Torres.

Estando esta edição da P€ direccionada

de certo modo para Cabo Verde, e sabendo

nós que este país é um dos mercados ex-

ternos da Resul, achámos oportuno pedir

a Carlos Torres uma opiniãp sobre as reais

capacidades deste mercado.

cabo Verde é um mercado atractivo«Cabo Verde é um mercado que tem-

-se comportado muito bem. Estamos em

Cabo Verde há cerca de 25 anos e o que

lhe posso dizer desde já é que estamos a

falar de um mercado muito especial no

contexto africano, porque é um país or-

ganizado, sempre muito cauteloso no as-

sumir dos seus compromisso. No nosso

caso, (a Resul é uma empresa especializa-

da e vocacionada para o fornecimento de

equipamentos para redes de distribuição

de electricidade e de gás), quando come-

çámos a trabalhar com Cabo Verde, este

país em termos de electrificação rural es-

tava muito atrasado. Naquela altura a taxa

de cobertura eléctrica deste país era muito

reduzida. E por isso durante muitos anos

Cabo Verde foi para a Resul um mercado

muito maior do que o seu território e o

seu número de habitantes indicariam.

Isto porque de facto havia uma grande

necessidade de implementar a chamada

electrificação rural, levar a rede eléctrica a

todas as pessoas. Por isso, eu repito, Cabo

Verde durante muitos anos foi um mer-

cado bastante maior que aquilo que o seu

tamanho e a sua população faziam supor.

Hoje já não é tanto assim (infelizmente

para nós e felizmente para Verde), por-

que este país tem hoje tem uma cobertura

eléctrica notável, ou seja, já na precisa tan-

to de material para novas electrificações.

Mas devo-lhe dizer que Cabo Verde conti-

nua a ser um mercado muito importante

para nós», referiu o Presidente da Resul.

angola, moçambique e RússiaCarlos Torres centrou o seu discurso na-

quilo que o mercado externo representa

para a vida da Resul.

«Os mercados alvo da Resul terão de ser

necessariamente mercados em vias de de-

senvolvimento. A nós o que os interessa

é de facto os mercados onde ainda haja

muito trabalho por fazer em termos de

electrificação, isto porque o mercado euro-

peu onde Portugal se insere já não é mais

o mercado das novas electrificações, mas

apenas e só de substituição e reparação de

redes. Nòs hoje continuamos a ser um for-

necedor importante da EDP em Portugal,

mas o mercado da EDP hoje é apenas o

da substituição, manutenção e reparação

de redes. Já não é um mercado de novas

electrificações, porque Portugal está 100

por cento electrificado. Por isso eu digo

que os principais mercados alvo da Resul

são os países em vias de desenvolvimento,

ou, como é o caso da Rússia, países onde

as condições climatéricas determinam

um tempo de vida das redes eléctricas,

que é sempre mais baixo do que em ou-

tros países», esclareceu Carlos Torres, que

considerou Angola, Moçambique e Rússia

como sendo os principais mercados da

Resul neste momento.

Será que se Carlos Torres não tivesse to-

mado, em 1985, a decisão de escolher o

mercado externo como forma de con-

seguir um desenvolvimento sustentado

para a Resul, hoje esta empresa seria dife-

rente, para pior? Posta a questão, o nosso

entrevistado respondeu sem hesitações.

«Tenho a consciência que se não tivesse

tido essa decisão a Resul não tinha no

mercado a posição que tem hoje. Era im-

pensável. Mas é difícil responder a esta

pergunta, porque o mercado externo

sempre esteve intrínseco na visão desta

empresa. Se não fosse o mercado externo

eu até lhe diria que se calhar a empresa

não tinha sobrevivido, ou se tivesse sobre-

vivido teria uma dimensão completamen-

te diferente», reconheceu Carlos Torres,

para adiantar que em 2011 a facturação

da Resul andou pelos 49 milhões de euros,

o que significou um bom crescimento em

relação ao ano anterior. «Eu tenho uma

conversa em contra-ciclo, porque nós te-

mos sabido de facto ultrapassar esta crise.

Os três últimos anos foram os melhores

da vida da empresa. E 2012 ainda vai ser

melhor que em 2011. Com o nível de en-

comendas que já temos em carteira, vai

se seguramente um ano melhor que em

2011». ‹

Page 9: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 1716 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe Plano

Nuno Mateus, Administrador de SOLFÉRIAS

«cabo Verde é um destino de preferência»

Por intermédio da operadora turística Solférias, em 2011 mais de 27 pessoas passaram

férias em Cabo Verde, o que significou um crescimento de 50 por cento em relação ao

ano transacto. Entrevistado pela País €conómico, Nuno Mateus, administrador da

Solférias atribui o facto à proximidade, à língua, às belezas naturais do arquipélago, à sua

Cultura , hospitalidade e gastronomia. No entender deste responsável e apesar da crise,

há que saber encontrar soluções que mobilizem o turista a visitar este país. «É isso que

temos procurado fazer», sublinhou Nuno Mateus.texto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

Há dois anos que Nuno Mateus

está ligado ao projecto Solférias.

Homem com uma larga experi-

ência no ramo do turismo, decidiu abra-

çar este projecto, após uma passagem pela

Soltrópico.

Nuno Mateus diz ter uma paixão pelo

turismo e que quando se decidiu pela

Solférias foi com o propósito de ajudá-la

a impor-se num mercado onde há muita

concorrência. «O meu percurso tem tido

uma evolução e em relação à Solférias o

que tenho para dizer que ele é um pro-

jecto aliciante, que tem crescido ao longo

destes dois anos, que tem-se afirmado

dentro do mercado do turismo, até porque

nós vendemos exclusivamente às Agên-

cias de Viagem», refere, para em relação

ao comportamento do mercado nacional

dizer que neste momento de crise «há que

saber tornar mais fáceis as coisas difíceis,

de modo a se poder dar a volta à situação».

«As crises por vezes criam oportunidades

e por isso é preciso saber inovar, criando

produtos adequados e de qualidade. Além

do mais é preciso ter-se uma boa capacida-

de de resposta, e quando falo em boa res-

posta estou a referir em trabalhar com os

agentes de viagens de uma mais transpsa-

rente. No caso concreto da Solférias temos

procurado marcar a diferença, porque um

operador de viagens só se justifica se re-

almente for uma mais valia para o mer-

cado, e é isso que nós tentamos fazer. A

par disso temos de estar atentos e saber

apostar nas ferramentas tecnológicas, im-

prescindíveis numa actividade como esta.

E a Solférias tem feito essa aposta, e ao

mesmo tempo tem procurado rodear-se

de uma boa equipa, outro ponto determi-

nante numa actividade como o turismo»,

salientou Nuno Mateus.

Abordando os reflexos que a acrtual cri-

se possa ter no sector do turismo, numa

altura em que muitos já afirmam que em

finais de 2012 ou no início de 2013 já

iremos observar melhorias na economia,

Nuno Mateus vai directo à questão.

«2012 está a mostrar-se um ano diferente

e para os portugueses é muito difícil pre-

ver a evolução deste ano. É verdade que

nos primeiros dois meses deste ano se re-

gistou procura, mas tem havido a necessi-

dade de vender programas a preços mais

económicos.

O preço dos programas tem uma impor-

tância fundamental na opção dos portu-

gueses que pretendem viajar.Agora tam-

bém é verdade que hoje em dia há uma

mentalidade diferente, há uma evolução,

os turistas procuram fazer férias. Podem

não optar por um programa tão caro, op-

tar por um programa mais económico,

mas manifestam o desejo de fazer férias.

Por isso ter de haver algumas adaptações

de parte a parte, em termos de procura e

em termos de oferta», disse o administra-

dor da Solférias.

a importância do destino cabo VerdeEstava na altura de abordarmos o destino

Cabo Verde e o que ele representa para os

negócios da Solférias. Sentem-se “culpa-

dos” pelo acréscimo de interesse por este

destino turístico?

«Em parte, sentimo-nos, porque nós in-

vestimos muito no destino Cabo Verde,

Portugal e não só, e fazemos muitas for-

mações para as agências de viagens. Fa-

zemos também alguma publicidade para

que o destino de Cabo Verde seja apelati-

vo aos portugueses, e a outra parte dessa

promoção é feita pelas cadeias hoteleiras e

pelas transportadoras aéreas. Agora uma

das grandes vantagens de Cabo Verde,

nomeadamente nos tempos que correm,

é a proximidade. Esta é uma vantagem

porque conseguímos oferecer a um pre-

ço apelativo um bom produto que tem

no fundo não só a componente de lazer,

como ainda a cultura, a gastronomia, e ou-

tros factores importantes. Não podemos

ver Cabo Verde só pelas praias...», salien-

tou Nuno Mateus.

A Solférias em 2011 levou a Cabo Verde

mais de 27 mil pessoas, mais do que 50%

das que levara em 2010. Isso ficou a dever-

-se a quê?

«Ficou-se a dever a factores internos e a

factores internos. Factores externos que

contribuiram para o aumento do fluxo de

Cabo Verde, foi o Norte de África (Marro-

cos, Argélia, Tunísia, Egipto) que optaram

por Cabo Verde. Esta foi uma das ques-

tões.

A segunda questão é que abriram hotéis

novos em Cabo Verde, este país cada vez

mais prima pela qualidade, e Cabo Verde

que era até há relativamente poucos anos

um mercado sazonal, neste momento

acaba por ser um mercado que tem uma

população anual muito elevada. De No-

vembro a Abril Cabo Verde está completa-

mente esgotado, muito naturalmente pelo

mercado inglês, pelo mercado alemão e de

outros países.

Por isso eu digo que há destinos que se

adequam mais nestes meses, e Cabo Ver-

de tem a grande vantagem da proximida-

de, do preço, da língua, da hospitalidade,

da gastronomia.

Todos estes factores juntos fazem com

que Cabo Verde seja realmente um desti-

no de preferência», sublinhou o adminis-

trador da Solférias. Nesta entrevista Nuno

Mateus referiu-se a outros produtos e des-

tinos que a Solférias vem promovendo,

e foi-nos dito que a Solférias está a con-

seguir crescer em todos os seus destinos,

incluindo Portugal Continental, Açores,

Madeira e Moçambique.

«Portugal é um dos produtos mais evoluí-

dos dentro da Solférias, e vamos continu-

ar a promover este destino, que se justifica

mais do que nunca, numa altura em que

o nosso país está em crise», concluiu o ad-

ministrador da Solférias. ‹

Page 10: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 1918 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe Plano

COSEC está onde o seu negócio estiver

asseguramos os riscos na exportação

No mercado há mais de 40 anos, a COSEC – Companhia de Seguros de Créditos, SA é

líder em Portugal nos ramos do seguro de crédito e caução, oferecendo as melhores

soluções de apoio à gestão e controlo de créditos no mercado interno e externo. É

igualmente responsável por conta e ordem do Estado Português pela cobertura e gestão

dos riscos de crédito, caução e investimento em países de risco político. Em entrevista

à País €conómico, Maria José de Melo, directora do Departamento Internacional

da Cosec sublinha que a missão da sua empresa é fazer com que «as empresas

exportadoras sintam mais confiança e mais segurança quando se abalançam a exportar

para países e clientes que desconhecem, e também para a sua perspectiva de ir em

frente internacionalmente».texto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

segundo Maria José de Melo a Co-

sec é uma empresa que está no

mercado desde Dezembro de 1969

e que tem por objectivo segurar o risco de

incobráveis nas vendas a crédito.

Relativamente à importância da Cosec e

ao facto desta ser líder em Portugal nos

ramos de seguro de crédito e caução, Ma-

ria José de Melo reconhece que este é um

aspecto muito importante a destacar «por-

que temos uma quota de mercado de 50

por cento e a crescer, e no ramo deseguro

cauçãoembora sejamos também impor-

tantes, a nossa quota de mercado ronda

os 44 por cento, devendo-se esta diferença

ao facto da Cosec estar em concorrência

com a Banca, na questão das garantias

bancárias».

Como é que se consegue o estatuto que

a Cosec atingiu de ser actualmente a me-

lhor seguradora de créditos para que os

empresários desenvolvam os seus negó-

cios sem risco?

Maria José de Melo justifica esta realida-

de, lembrando antes de mais que a Cosec

está no mercado há mais de quatro déca-

das. «Nós temos uma estrutura accionista

que tem o BPI, que é o 4º maior banco

privado nacional e a Euler Hermes que é

o maior grupo mundial de seguradoras de

créditos.Através da base de dados da Eu-

ler Hermes nós temos -a possibilidade de

monitorizar e de avaliar o risco de crédito

de empresas em todo o mundo, e -esse fac-

to é decisivo para que as nossas empresas

reconheçam na Cosec esta capacidade de

segurarem os riscos de crédito que enfren-

tam em todos os mercados e perante - a

carteira dos seus clientes».

seguro de créditos é ferramenta fundamentalQuisemos saber da directora do Departa-

mento Internacional da Cosec se numa

situação de crise como a que estamos hoje

a atravessar, fazia cada vez mais sentido

os empresários investirem neste tipo de

seguros. Maria José de Melo não tem dú-

vidas.

«Eu diria que nos tempos que vivemos,

em que está fortemente abalada a con-

fiança do mercado, e na valia das empre-

sas, o seguro de créditos representa uma

ferramenta fundamental e imprescindível

para a vida das empresas. Tal como as pes-

soas na sua vida pessoal fazem os segu-

ros das suas habitações, fazem os seguros

dos seus automóveis, não se compreende

como é que os empresários portugueses

não procuram ainda mais os seguros de

créditos. E, realmente, nós temos também

compreendido que os empresários vão

progressivamente reconhecendo a valia

deste instrumento, que é (repito) um ins-

trumento fundamental na gestão empre-

sarial».

Viver em contra-cicloComo tem sido o percurso da Cosec?! «Eu

diria que nas fases em que o mercado está

mais optimista e mais confiante, os segu-

ros de créditos não têm tanta procura. Nós

actuamos em contra-ciclo, e é precisamen-

te nesta altura que o nosso papel se torna

tão relevante», referiu a directora do De-

partamento Internacional da Cosec.

Mas a Cosec não está à espera de situações

de crise como a que vivemos para poder

triunfar?! «Com certeza que não. Nós

achamos que o seguro de créditos deve

fazer , de forma natural, parte integrante

dosinstrumentos de gestão do risco das

empresas portuguesas, e como tal penso

que é uma oportunidade para depois da

crise passar, os empresários portugueses

continuarem a reconhecer os méritos des-

te instrumento», esclareceu Maria José de

Melo.

Quando a crise passar é legítimo pensar

que a Cosec pode vir a ter uma diminui-

ção na sua actividade?! Maria José de

Melo respondeu dizendo que «estamos

optimistas e confiantes que não…».

Cosec sempre atenta ao mercadoAfirma-

-se que já existem alguns sinais de recu-

peração da economia da União Europeia,

e em relação a Portugal diz-se que esses

sinais surgirão já em 2013. Perante este

cenário a Cosec já está a elaborar alguma

estratégia face a esses possíveis sinais de

melhoria? Maria José de Melo diz que a

Cosec está muito atenta ao mercado. «Es-

tamos sempre muitos atentos ao merca-

do. Aliás, como temos uma grande base

de monitorização das empresas e como

estamos em permanente contacto com os

nossos empresários, nós acompanhamos

de muito perto e de forma muito atenta

os seus anseios, para assim podermos cor-

responder da melhor maneira, inovando

produtos e indo ao encontro das necessi-

dades das empresas».

A inovação do produto é uma constante

na vida da Cosec. «Isso faz-se sobretudo

escutando os anseios do mercado e es-

cutando as empresas, e compreendendo

que dentro do quadro legal em que nós

actuamos, podemos ir ao encontro dessas

necessidades, criando produtos mais flexí-

veis e apropriados às exigências do mer-

cado», revelou Maria José de Melo, que a

este propósito adiantou que a Cosec está a

desenvolver algumas consultas neste âm-

bito, mas que seria ainda prematuro falar

delas. «Oportunamente todo o mercado

será informado das novidades, e vindo

da Cosec certamente que serão boas no-

vidades», sublinhou a directora do Depar-

tamento Internacional da Cosec. Através

da Euler Hermes a Cosec tem uma presen-

ça fortíssima na Europa e Mediterrâneo,

América, Ásia e África, e no que concerne

às vantagens do seguro de créditos quere-

mos destacar a protecção contra perdas

financeiras (dívidas de clientes) e gestão

segura de tesouraria; melhor gestão co-

mercial e de risco de crédito; equilíbrio

entre o seguro de créditos e as necessida-

des financeiras; aumento das receitas e da

rentabilidade; produção de custos; e me-

lhorar a classificação de risco do próprio

segurado. ‹

Page 11: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 2120 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe Plano

cabo Verde: retoma à vista com diáspora no horizonteUm país não se restringe ao seu

espaço geográfico. As diásporas

que se espalham pelo mundo

levam consigo a cultura, a língua e a von-

tade de manter laços com o seu país, cons-

tituindo uma extensão

natural deste. Alguns dos

emigrantes que deixaram

o seu país devido à falta

de perspetivas, trabalha-

ram duro, integraram-se

nas comunidades que os

acolheram, alcançaram

o sucesso profissional e

conseguiram dar uma

melhor educação e, con-

sequentemente, melho-

res perspetivas aos seus

filhos.

Parte destes emigrantes,

na esperança de um dia

regressarem, foram en-

viando as suas poupanças

de volta para a sua terra,

contribuindo, através des-

sas remessas, para a eco-

nomia do seu país natal.

Outros, decidiram poupar

ou investir no país de des-

tino, dadas as perspetivas

de aí permanecer, apesar

de manterem com o país

de origem uma forte rela-

ção emocional e cultural. Independente-

mente do tipo de emigrante, as diásporas

têm muitas qualidades e um potencial que

pode e deve ser aproveitado pelos seus pa-

íses de origem. E há medida que as remes-

sas de emigrantes perdem a importância

de outrora, é necessário pensar em formas

de atrair os empresários da diáspora para

investirem no seu país de origem.

No caso de Cabo Verde, há já alguns emi-

grantes que regressaram e investiram no

seu país. No entanto, muitos fizeram-no

de forma intuitiva, sem planearem ade-

quadamente e movidos mais pela emoção

do que pela razão. Por isso, o sonho de

terem um pequeno negócio na sua terra

natal, infelizmente, pode terminar num

pesadelo.

É por isso que as autoridades locais têm

de enquadrar de forma mais adequada

os empresários cabo-verdianos que

pretendem investir no seu país de origem,

disponibilizando-lhes melhor informação,

mais formação ao nível de empreendedo-

rismo e, também, incentivando-os a inves-

tirem em áreas de negócio que conhecem,

em vez de se aventurarem em setores para

os quais não dispõem de vantagens com-

petitivas nem têm conhecimentos especí-

ficos. Só assim aumentam as possibilida-

des de ter sucesso. E com o seu sucesso,

estão também a contribuir para o êxito do

seu país, criando emprego, transferindo

competências e permitindo que o estado

disponha de mais receitas para cumprir

os seus deveres de serviço público.

Claro que a questão da re-

duzida dimensão do mer-

cado doméstico, do fraco

poder de compra dos ca-

bo-verdianos, da descon-

tinuidade do estado dis-

perso por diversas ilhas e

da sua natureza insular e

a inexistência de frontei-

ras terrestres com países

vizinhos, continuam a

preocupar o investidor

que procura os melhores

locais para fazer crescer

os seus negócios.

É por isso que, além de

enquadrar melhor os in-

vestidores cabo-verdianos

que pretendem regressar

ao seu país, se deve apos-

tar em soluções que po-

tenciem o investimento

em Cabo Verde.

A aposta nos recursos

marítimos, diversifi-

cando da componente

turística imobiliária, na

formação dos seus cida-

dãos, na exploração de vantagens que

levem empresas a investir em Cabo Ver-

de como, por exemplo, os acordos de co-

mércio com importantes países como os

Estados Unidos da América ou o Canadá,

será determinante para se continuar a in-

verter uma situação que, permanecendo

difícil, apresenta sinais de que o futuro,

com a ajuda da sua diáspora, é soalheiro

para Cabo Verde. ‹

por DIOGO GOMES DE ARAúJO,

Presidente Executivo da SOFID

Page 12: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

23 › País €conómico | Abril 201222 › País €conómico | Abril 2012

eDUaRDo catRoGaEleito Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, o antigo ministro das Finanças tem todas as condições para ajudar a administração executiva da elétrica a assumir com sucesso o processo de integração dos novos acionistas chineses e continuar a fazer da EDP um caso de sucesso empresarial português no mundo. ‹

FeRReiRa De oliVeiRaO Presidente Executivo da Galp Energia concluiu com sucesso a operação de venda de 30% do capital da Petrogal Brasil aos chineses da Sinopec, processo que permitiu o reforço dos capitais da empresa para a aposta bem-sucedida na exploração petrolífera no pré-sal brasileiro. ‹

FeRnanDo BRitesO Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio em Brasília (Brasil) veio uma vez mais a Portugal alertar os empresários portugueses para as oportunidades e apoios que poderão dispor para investimentos no Centro Oeste brasileiro, a região que mais cresce num país fundamental na internacionalização das empresas portuguesas. ‹

› a aBRiR

antonio HuertasÉ o novo Presidente da MAPFRE, revelando

que vai procurar reformar os negócios do

grupo segurador espanhol, com realce

para a presença na América latina, e muito

particularmente no Brasil, onde o grupo

segurador possui uma parceria com o Banco

do Brasil. ‹

magda meraliÉ a nova Marketing Manager da Bright

Partners, ficando responsável pelas áreas

de marketing e comunicação da empresa,

com enfoque na Bright Experience, área

que analisa a utilidade e relevância, além do

valor criado em cada reunião. ‹

luís PaisanaÉ o reeleito presidente da AMBA –

Associação dos Moradores do Bairro Alto,

para o mandato entre 2012 e 2015.

O lema do seu mandato será “Por um Bairro

Alto habitável”, com particular destaque

para a observância da lei do ruído e do

direito ao descanso dos moradores do bairro

lisboeta. ‹

subindo na Pirâmide

› notícias

Bes comprou agências em espanhaO Banco Espírito Santo comprou 25 agências à NovaGalícia em Espanha, Segundo o jor-

nal espanhol “Expansion”, nove dessas agência estão localizadas em Madrid, enquanto

outras seis estão em Barcelona e três na Galiza. As restantes sete estão distribuídas por

várias cidades espanholas. Com esta nova aquisição, o número de agências detidas pelo

BES no país vizinho sobre para meia centena. De sublinhar que em Madrid, a filial do

banco português detinha apenas duas agências, passando agora para nove, o que poderá

impulsionar de sobremaneira a exposição do banco na capital espanhola. ‹

Litoral Alentejano quer mais competitividade

RUci apoia projetos na regiãoA RUCI – Rede Urbana para a Competitividade e a Inovação do Alentejo Litoral, foi

apresentada em Santiago do Cacém, no âmbito de um debate subordinado ao tema “Ca-

minhos com História, Centros Urbanos e Património”.

A Rede de Aglomerados Urbanos do Alentejo Litoral, aprovada no âmbito do Programa

Operacional Regional InAlentejo, visa apostar na cooperação interurbana dos municípios

de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, tendo sido baseada

num plano estratégico elaborado por Augusto Mateus, com investimentos na ordem dos

7,5 milhões de euros, dos quais cinco milhões de fundos comunitários.

De referir que a Rede inclui os cinco municípios e a Comunidade Intermunicipal do Alen-

tejo Litoral (Cimal) e a Associação dos Resorts do Alentejo Litoral (Areal).

Segundo o Presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, «os cinco muni-

cípios partiram do princípio que esta candidatura não era a solução mágica para resolver

os problemas, mas a Rede faz parte da estratégia que visa potenciar a atratividade e a

competitividade da região, para desenvolver a cooperação interurbana para explorar as

potencialidades dos nossos aglomerados urbanos e, ao mesmo tempo, marcar a diferen-

ciação entre eles».

O RUCI do Alentejo Litoral já está no terreno, sendo que os projetos aprovados estão em

curso e alguns já foram mesmo concretizados, como é o caso do Festival de Músicas do

Mundo e a Escola de Artes de Sines, ou a criação de ligações a bairros em Alcácer do Sal

e de uma ponte pedonal sobre o rio Mira, em Odemira. ‹

SOFID avança com primeira operação em Magreb

Vibeiras investe em marrocosA SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento e a Vibeiras assinaram

um contrato para o financiamento de um projeto de investimento em Marrocos no setor

da arquitetura paisagística. Integrada no Grupo Mota-Engil, a Vibeiras procedeu em 2011

ao início do seu processo de internacionalização com a criação da Vibeiras Maroc, tendo

em vista a prestação de serviços associados aos projetos em cursos de requalificação ur-

bana e ambiental, de desporto e também projetos promovidos pelo setor privado, pelo

crescente número de hotéis, condomínios e campos de golfe.

O projeto de investimento apresentado à SOFID, no montante global de cerca de 900 mil

euros, visa a implementação, desenvolvimento e apetrechamento da Vibeiras Maroc, ten-

do em vista responder mais eficazmente à procura de serviços de manutenção de espaços

verdes, designadamente através da prestação de um serviço “chave na mão”.

Após a assinatura do contrato, Diogo Araújo, Presidente Executivo da SOFID, sublinhou

que «o apoio a empresas portuguesas que pretendam internacionalizar-se para os paí-

ses do Magreb, nomeadamente para Marrocos, corresponde a uma das prioridades da

SOFID». Esta primeira operação é para o gestor da SOFID uma «prova de como se pode

avançar depressa quando, por um lado temos empresários que apresentam projetos vi-

áveis e sustentáveis, e por outro temos uma instituição financeira ágil e empenhada em

apresentar soluções para as empresas poderem continuar a crescer». ‹

Page 13: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 2524 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe entReVista

Diogo Lacerda Machado, Administrador da Geocapital, admite que mais empresas chinesas possam vir a investir em Portugal

a Geocapital é uma ponte no plano empresarial nas relações da china com a lusofonia

A Geocapital surgiu em 2006 para dar corpo no plano empresarial aos princípios

definidos no Fórum de Macau que estabeleceu um profícuo diálogo de cooperação

económica entre a China e os países de língua portuguesa. Jorge Ferro Ribeiro, Stanley

Ho e Ambrose So são os três acionistas da empresa com sede em Macau, possuindo

em comum uma já longa história de negócios conjuntos desde a década de oitenta do

século passado. Diogo Lacerda Machado, Administrador da Geocapital, sublinha nesta

entrevista à País €conómico, a importância do relacionamento estabelecido ao longo

de séculos entre chineses e portugueses em Macau, e de como fruto dessa experiência

a China encarou de forma estratégica as relações com os países de língua portuguesa,

materializadas nas relações comerciais com o Brasil e Angola, e muito recentemente

com os investimentos de empresas chinesas na EDP e na REN. A Geocapital ao longo

destes anos efetuou importantes investimentos em Portugal e nos países de língua

portuguesa, com realce para o setor financeiro (Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique)

e segurador (Cabo Verde), dispondo-se a contribuir para que mais investimentos

chineses aportem a Portugal, mas também que empresas portuguesas da área industrial

se possam internacionalizar, particularmente para Angola. E o futuro, acredita Diogo

Lacerda Machado, poderá estar nos biocombustíveis, setor onde a empresa deverá lançar

importantes projetos de desenvolvimento em Moçambique e na Guiná-Bissau, além de

estar a construir um centro de investigação em parceria com o Estado de Cabo Verde.texto › JORGE ALEGRIA | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

A Geocapital foi fundada em 2006, ten-do a sua sede em Macau, mas regista uma importante presença em África e Portugal, e já esteve também no Brasil. O que é e o que faz a Geocapital?A Geocapital é um projeto que começou a

ser concebido pouco depois da transição

de Macau para a China, e que assentou na

ideia de que a singularidade histórica de

Macau como o lugar de encontro prova-

velmente da primeira globalização, que

foi e continua a ser um extraordinário

exemplo de convívio harmonioso entre

culturas muito diferentes ao longo de cin-

co séculos. Esta singularidade histórica de

Macau deve ser projetada no futuro e na

altura foi igualmente percebido de que a

China iria internacionalizar a sua econo-

mia e constituir um agente económico ati-

vo no mundo, contribuindo para a emer-

gência de uma nova geoeconomia.

Então, nessa ocasião, foi também conside-

rado que essa singularidade de relaciona-

mento do povo chinês com o povo portu-

guês poderia ser aproveitada e estendida

na relação entre a China e os países de

língua portuguesa. Consequentemente,

foi criado em Macau o Fórum para a Co-

operação Económica entre a China e os

Países de Língua Portuguesa, e cuja con-

sequência já no presente é a de que esse

relacionamento evoluiu para um caráter

e importância estratégica para a própria

China, senão vejamos que o Brasil é na

atualidade o maior parceiro mundial da

China, com saliência para os planos ali-

mentar e das comoditties, assim como

Angola é o segundo maior fornecedor de

petróleo da China, apenas suplantada pela

Arábia Saudita. Por outro lado, Moçambi-

que é um país que está a ganhar impor-

tância sobretudo devido aos seus grandes

recursos minerais e de gás natural, logo,

recursos susceptíveis de serem transpor-

táveis ou utilizados na incorporação de

Page 14: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 2726 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe entReVista

diversos elementos, pelo que assume tam-

bém cada vez mais importância para a

própria China.

Com efeito, pelo que acabei de descrever,

fácil se torna perceber como no presente

existe um conjunto de países de língua

portuguesa com uma enorme importân-

cia para a China.

É nesse contexto estratégico que surge a Geocapital?Precisamente. Naturalmente foi em

face dessa percepção e relacionamento

existente que se deram os passos para

a criação do Fórum em Macau, e conse-

quentemente começou a ser concebida

e desenhada a Geocapital como projeto

para poder dar concretização no plano

empresarial ao que foi afirmado no plano

dos princípios do Fórum.

O que surgiu a seguir na sua implemen-tação?Essencialmente, a concretização dos in-

vestimentos nos setores básicos da eco-

nomia de cada um dos países de língua

portuguesa, justamente criando essas

ligações de Macau e da China com esses

países. O primeiro setor da nossa aposta

foi o sistema financeiro, e depois entran-

do também no designado segundo ciclo,

que se iniciou no ano passado com a es-

truturação de projetos nas áreas das infra-

-estruturas, energia e aproveitamento de

recursos naturais, sempre com a preocu-

pação de que estes projetos possam bene-

ficiar daquilo que a China possui hoje em

super abundância – capital – além de con-

tribuírem efetivamente para o desenvolvi-

mento económico e social desses países,

mas serem igualmente interessantes para

a própria China.

A Geocapital tem como seus accionistas, um investidor português (Jorge Ferro Ri-beiro) e dois conhecidos investidores de origem chinesa (Stanley Ho e Ambrose So). Esta conjugação empresarial tem sido um factor relevante no campo em-presarial para o incremento das relações empresariais luso-chinesas?Muito. A associação e a parceria estabe-

lecida entre o doutor Jorge Ferro Ribeiro

e os doutores Stnaley Ho e Ambrose So,

remonta à década de 80 do século passa-

do, e constituiu, como constitui, um caso

extraordinário de entendimento e de su-

cesso em vários empreendimentos reali-

zados em conjunto. Já na fase de transição

do processo de Macau, entenderam que,

eles próprios, também poderiam empres-

tar um contributo para as relações entre

a China e os países de língua portuguesa.

Um dos principais investimentos em Por-tugal pela Geocapital, através da Energy Finan ce, foi na EDP. Como observaram a entrada recente no capital da EDP pela China Three Gorges Corporation?Como um sinal extraordinário da realiza-

ção justamente dos desígnios do Fórum e

sobretudo como a aceitação clara de que

existe um contexto novo e que deve ser

bem aproveitado pelo lado português.

A Geocapital manteve algum contato com a China Three Gorges para aconse-lhar este gigante empresarial chinês a apostar na EDP?A Geocapital em todos os contatos que

estabelece regularmente na República Po-

pular da China com as autoridades e com

as grandes corporações, o que acontece

desde há cerca de seis anos, vem assina-

lando que existem excelentes oportunida-

des em Portugal, designadamente na área

da energia, além de outras naturalmente.

Nós vínhamos falando designadamente

sobre a EDP com várias empresas chine-

sas ao longo dos últimos anos. A esco-

lha recaiu sobre a China Three Gorges,

porque dentro do grupo de empresas de

energia da China, é a única exclusiva-

mente centrada nas energias renováveis,

controlando nomeadamente a Central

Hidroelétrica das Três Gargantas, a maior

do mundo. Além disso, convém sublinhar,

esta corporação chinesa detinha um perfil

ajustado ao que a EDP projetou e desen-

volveu nos últimos anos, no caso vertente,

de ser uma campeã no domínio das ener-

gias renováveis.

É previsível que venham mais investimentos chineses para PortugalO que é que a EDP poderá beneficiar na sua atividade global com a entrada da empresa chinesa?

A EDP ganha um reconhecimento da

sua enorme importância com um player

mundial, e isso é muito compensador jus-

tamente num momento em que o nosso

país está a ficar mais pequeno, visto que

temos uma empresa que é um agente

ativo no mercado mundial de energia ao

ponto de constatarmos que o primeiro

grande movimento internacional da Chi-

na é concretizado com a escolha de inves-

timento na EDP.

Pensamos que agora a EDP necessita de

mostrar que possui capacidade não ape-

nas para atrair o capital da China Three

Gorges, o que acabou por suceder, mas

sobretudo por ser capaz de ela própria

entrar na China Three Gorges, não neces-

sariamente com um investimento na pró-

pria empresa chinesa, antes mostrar que o

seu know how e experiência constitui um

contributo inestimável e muito útil em

novos projetos que a China Three Gorges

tenha pela frente para realizar.

Com este investimento na EDP, a que se seguiu a da State Grid na REN, conside-ra que poderemos assistir brevemente a novos investimentos chineses em Por-tugal, ou em plataformas empresariais portuguesas para mais facilmente atin-gir outros mercados?Eu acredito que vai existir no futuro mais

investimento chinês em Portugal. Nas

nossas conversas regulares com grandes

empresas chinesas sentimos um crescen-

te interesse por Portugal, e sem dúvida

que estes primeiros grandes investimen-

tos de que mencionámos contribuíram

indelevelmente para reforçar o papel de

Portugal junto da China, mas igualmente

no âmbito do próprio Fórum como porta

de acesso aos mercados de língua portu-

guesa.

É que Portugal é já presentemente obser-

vado com outra atenção e interesse por

outras empresas chinesas, e várias empre-

sas portuguesas podem desempenhar um

importante papel de cooperação virtuosa

triangular.

A própria Geocapital está à procura de novos investimentos em Portugal?Estamos sobretudo abertos a mobilizar

empresas chinesas e a ajudar a investirem

em Portugal. Quanto a nós, não esconde-

mos que neste momento estamos mais

apostados em procurar boas oportunida-

des de investimento noutras geografias do

mundo lusófono.

cabo Verde é um país extraordinárioPassamos, então, ao continente africa-no, e se me permite, numa rota de norte para sul, começamos por Cabo Verde, país onde a Geocapital possui partici-pações relevantes numa das principais instituições financeiras do país, bem como numa companhia seguradora de referência. Além de que através de uma parceria com o Estado cabo verdiano, estabeleceu o Centro Internacional de Investigação e Desenvolvimento dos Biocombustíveis. O que representam os investimentos em Cabo Verde para a Ge-ocapital?Em primeiro lugar, gostaria de sublinhar

que Cabo Verde constitui um caso extraor-

dinário de sucesso enquanto criação e afir-

mação de um país, um país detentor de

pessoas extraordinárias e que se tornou

num estado perfeitamente viável e com

fortíssimo reconhecimento internacional,

sendo considerado muito justamente um

exemplo em África.

Por outro lado, tendo atingido padrões de

desenvolvimento e capacidade de aprovei-

tar os seus melhores recursos – os seus ci-

dadãos – Cabo Verde poderá aspirar a ser

no Atlântico uma espécie semelhante ou

aproximada do que são as Ilhas Maurícias

na costa oriental africana (n.d.r. uma co-

nhecida e sólida praça financeira com for-

te expressão internacional). Desse modo,

Cabo Verde poderá projetar-se para toda a

região sul e ocidental de África, oferecen-

do serviços aos diversos países e agentes

económicos da região, ou seja, assumindo

um papel relevante no contexto da organi-

zação e desenvolvimento da economia da

região africana onde está inserido.

Neste sentido, e chegando à Geocapital,

onde recordo que Cabo Verde é uma das

origens do doutor Jorge Ferro Ribeiro,

sempre afirmámos que a nossa estratégia

passava em nos posicionar no sistema fi-

nanceiro do país, pelo que, em consequên-

cia, nos tornámos um acionista de refe-

rência – para além do próprio Estado – na

Caixa Económica de Cabo Verde, com

uma posição direta de 27,5%, além de que

a companhia seguradora IMPAR onde

também possuímos uma participação es-

tratégica, possui ela própria, uma posição

de 12% no capital da Caixa Económica de

Cabo Verde.

Em conformidade com o que referi, pode-

ria sublinhar que a estratégia de Geocapi-

tal é a estratégia da Caixa Económica de

Cabo Verde, no fundo, é a estratégia de de-

senvolvimento de Cabo Verde. Gostaria de

enfatizar que a Caixa Económica de Cabo

Verde é a única instituição de crédito para

quem Cabo Verde é o centro do mundo. A

Caixa é, de longe, a instituição financeira

do país a que mais se identifica com os

próprios cabo-verdianos, mas também é a

Caixa que dispõe das melhores condições

e está apetrechada para protagonizar a

Page 15: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 2928 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe entReVista

ideia que referia anteriormente de proje-

ção internacional do sistema financeiro

cabo-verdiano ao nível regional da África

Ocidental.

A Caixa Económica de Cabo Verde tem protagonizado essa estratégica de inter-nacionalização que referiu?Sem dúvida, e uma das ações visíveis são

as relações de cooperação com o BAO –

Banco da África Ocidental, a principal

instituição financeira da Guiné-Bissau,

na qual a Geocapital detém também uma

posição acionista estratégica. Esse relacio-

namento entre a Caixa e o BAO está em

pleno desenvolvimento e aprofundamen-

to e tem corrido da melhor forma.

Aliás, a Geocapital tem pugnado por uma maior cooperação e relacionamen-to entre as instituições financeiras onde detém participações diretas em África, nomeadamente entre a Caixa Económica de Cabo Verde, o BAO e o Moza Banco, de Moçambique. É verdade o que afirma. No entanto, subli-

nho que isso acontece sem que nenhuma

das entidades que mencionou perca a sua

identidade própria. A Geocapital possui

participações qualificadas nessas institui-

ções financeiras, mas não exerce um po-

der de controle. Essas instituições, que nos

casos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau,

constituem as maiores instituições finan-

ceiras dos respetivos países, são entidades

financeiras profundamente enraizadas

na cultura financeira de cada um dos três

países e a Geocapital está muito satisfei-

ta e confortável que assim seja, porque o

nosso interesse fundamental é que sejam

instituições que contribuam efetivamente

para o desenvolvimento dos seus povos.

Se me permite, gostaria ainda de referir

ao caso do BAO na Guiné-Bissau, que

constitui uma instituição que caso o

pretendesse poderia abrir de imediato

representações em mais oito países da

CEDEAO, região onde o país se integra. O

relacionamento e a parceria entre o BAO

e a Caixa Económica de Cabo Verde, que

representa igualmente uma espécie de re-

encontro feliz entre dois povos com uma

história com marcos vividos em comum,

significa também a capacidade de arti-

culação e de trabalho em conjunto para

poderem protagonizar uma estratégia am-

biciosa no futuro de desenvolvimento na

região africana envolvente.

Biocombustíveis desempenharão um importante papelRegressando aos investimentos da Ge-ocapital a Cabo Verde, mantém o inte-resse no Centro de Investigação dos Bio-combustíveis?O nosso interesse nesse projeto mantém-

-se. A Geocapital já estuda a questão dos

biocombustíveis há vários anos, com

particular enfase numa planta designa-

da Jatrofa, precisamente uma planta que

não necessita de terrenos férteis para se

desenvolver.

Cabo Verde não possui obviamente áreas

para uma plantação fundiária extensiva

desta planta e que seja capaz de abastecer

uma fileira industrial, mas possui inega-

velmente condições para entrar direta-

mente na fase da investigação tecnológi-

ca, pelo que surgiu quase naturalmente a

ideia de realizar este centro de investiga-

ção no arquipélago e que pudesse contri-

buir para o desenvolvimento dos restan-

tes países de língua portuguesa no setor

dos biocombustíveis. O Centro está neste

momento em construção.

Esse novo centro na área dos biocom-bustíveis poderá vir a apoiar o designa-do Projeto Golfo que pretendem desen-volver na Guiné-Bissau?Obviamente que deverá apoiar todos os

projetos em que estamos envolvidos, e

esse será um deles.

É preciso, entretanto, recordar o enorme

interesse pelos biocombustíveis quando o

petróleo chegou próximos dos 150 dólares

há alguns anos, e temos a plena convicção

de que esse interesse profundo regressará

com o aumento praticamente imparável

que o crude continua a registar.

A Geocapital realizou um trabalho pro-

fundo para tentar perceber se a produção

de biocombustíveis fazia sentido do ponto

de vista político, económico, social e am-

biental nos países de língua portuguesa. A

nossa conclusão, após inúmeros estudos

e contatos com as mais diversas autori-

dades nos vários países onde atuámos foi

o de que fazia realmente sentido se con-

seguíssemos combinar tudo isso com as

questões relacionadas com o uso da terra

para a produção alimentar que constitui

a questão mais importante nos países

que estamos a falar, e sobretudo no que

aos próprios biocombustíveis diz respei-

to com a utilização das chamadas �terras

marginais�, justamente porque a planta

utilizada (Jatrofa) não necessita de terras

com aptidão agrícola.

Todavia, estando nos casos da Guiné-Bis-

sau e de Moçambique os respetivos pro-

cessos em conversações com as autorida-

des de ambos os países, para a Geocapital

a implementação dos projetos só faz sen-

tido se numa perspetiva global eles tive-

rem uma conceção integrada da cadeia de

valor e em claro benefício para as gentes

da terra e para os seus países.

No caso que referiu do Projeto Golfo na

Guiné-Bissau, só há cerca de um ano e

meio é que conseguimos instruir devida-

mente o processo após um longo percurso

de estudo e definição das condições essen-

ciais em que poderíamos atuar no país em

relação aos vários items que referi ante-

riormente, pelo que depois efetuámos o

pedido ao Governo do país para uma con-

cessão de terras, aliás, a mesma coisa que

fizemos em Moçambique.

A Geocapital não possui demasiada pres-

sa, mas gostaríamos com certeza de poder

começar quanto antes a concretização

e desenvolvimento destes projetos, na

medida em que como anteriormente su-

blinhei cada um deles possui uma com-

ponente de produção alimentar que julgo

não ser despiciente, pelo contrário, para

cada um dos dois países em referência.

Biocombustíveis em toda a cadeia de valorOs dois projetos que referiu – na Guiné--Bissau e em Moçambique – pressupõem também um investimento de caráter in-dustrial?É claro que essa componente faz parte

integrante dos nossos projetos. Aliás, se

os projetos se limitassem à componente

agrícola de produção da matéria-prima

básica, no fundo estaríamos a replicar os

velhos conceitos predatórios. A Geocapital

sempre fez questão de sublinhar que nos

nossos projetos uma parte significativa da

componente de transformação industrial

teria de acontecer nos próprios países. No

caso da Guiné-Bissau dificilmente será

uma grande refinaria, mas certamente

que conseguirá instalar unidades indus-

triais de extração do óleo que poderão sig-

nificar centenas ou mesmo alguns milha-

res de postos de trabalho, algo de muito

importante do ponto de vista económico

e social para a Guiné-Bissau.

Geopactum quer levar projetos industriais portugueses para angolaEntre a Guiné-Bissau e Moçambique situa-se Angola, país de língua portu-guesa com maior potencial, mas que

também é curiosamente um país onde a presença e a atividade da Geocapital pa-rece ser mais restrita e contida. Verdade ou ilusão?Verdade à primeira vista, mas ilusão como

passarei a explicar. Angola é de fato já

uma referência económica há muito tem-

po. Neste país, possuímos um acordo já há

algum tempo com um grupo empresarial

encabeçado pela Global Pactum, que entre

outros ativos controla o Banco Privado

Atlântico (BPA), e com quem formámos a

Geopactum. Esta empresa tem como mis-

são essencial a de mobilizar investimen-

tos, quer chineses, quer portugueses, para

Angola.

No caso dos portugueses, trata-se essen-

cialmente de aproveitar algum know how

industrial que existe em Portugal, mas

que aqui começa a ter dificuldades em

se manter competitivo. Todavia, ao invés,

dispõe de boas condições de internaciona-

lização se for encarado numa perspetiva

de deslocalização dessas capacidades in-

dustriais e tecnológicas, e Angola poderá

ser um país de eleição para acolher essa

deslocalização industrial, visto que o país

continua a necessitar de se desenvolver

precisamente nas áreas industriais.

Dentro desta lógica, a Geopactum e o BPA

estão interessados e possuem as condi-

ções para estruturarem o investimento

e encontrarem a solução económica e

financeira que viabilize um processo em

que fundamentalmente a parte portugue-

sa entra com as componentes associadas

ao seu know how, que é muito valorizado

pela parte angolana.

No entanto, é preciso referir que além do

objetivo de mobilizar investimentos por-

tugueses para Angola, como referi acima,

também faz parte dos objetivos da Geo-

pactum a captação e encaminhamento

de investimentos chineses para Angola,

Page 16: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 3130 › País €conómico | Abril 2012

› GRanDe entReVista

designadamente o investimento chinês da

nova vaga, que chega através das empre-

sas chinesas e já não por intermédio do

Estado chinês, como acontecia anterior-

mente.

Mas, existe um outro aspeto muito rele-

vante na estratégia da Geopactum e que

vai ao encontro dos objetivos já mencio-

nados do Fórum para as relações entre a

China e os países de língua portuguesa,

que para além de pretender aproximar a

China deste conjunto de países, preten-

de igualmente aproximar estes países da

própria China, sobretudo numa lógica de

reciprocidade.

Ora, no caso de Angola, este constitui pre-

cisamente um país que está a dar passos

no processo de internacionalização da sua

economia, e já tem concretizado várias

ações nesse caminho precisamente no

local onde se sente mais confortável, em

Portugal. No entanto, é legítimo que o país

pretenda ir mais além nesse esforço de

internacionalização económica, pelo que

temos analisado com os nossos parceiros

angolanos oportunidades de investimen-

to noutras geografias, e em particular na

China, onde Macau poderá desempenhar

um papel de grande relevância e prepon-

derância.

Em conformidade, em conjunto com os

nossos parceiros angolanos, já efetuámos

um pedido de licença para abrir um banco

de investimento em Macau, o que corres-

ponde ao grande interesse angolano de

aproximar o BPA da China, e efetuar des-

se modo, o caminho inverso preconizado

nos princípios do Fórum de Macau. Esta-

mos com a perspetiva de poder receber a

breve prazo a informação da autorização

para avançar com essa nova instituição

bancária no território macaense.

moçambique precisa de aproveitar muito bem o Vale do ZambezeApesar de já temos abordado a questão do vosso projeto dos biocombustíveis em Moçambique, é neste país que a Ge-ocapital efetuou uma das mais fortes apostas no setor financeiro do continen-

te africano, ao dar corpo em conjunto com vários empresários moçambicanos ao projeto do Moza Banco. Entretanto, muito recentemente, a Geocapital alie-nou 25% do capital que detinha ao gru-po Espírito Santo, ficando apenas com uma posição de 24% no capital do banco moçambicano. A área financeira em Mo-çambique deixou de ser prioritária para a Geocapital?De modo nenhum. A Geocapital vendeu

a posição que referiu porque ficou claro

para nós que o alargamento da parceria

ao grupo Espírito Santo, bem como o

consequente reforço de capital do banco,

constituía um fator relevante na consoli-

dação do projeto e do reforço da impor-

tância do Moza Banco no panorama do

sistema financeiro moçambicano. Além

de que, nunca o escondemos, a operação

de alienação dos 25% do capital ao grupo

Espírito Santo, resultou numa transação

muito favorável para a Geocapital, pos-

sibilitando um retorno do investimento

inicial muito interessante.

Em Moçambique, além da participação no Moza Banco, é de sublinhar a presen-ça da Geocapital na Zamcorp – Zambeze Corporation. Qual é a ambição do grupo no estratégico setor mineralifero do país?O Vale do Zambeze constitui uma área de

enormes potencialidades e Moçambique

deverá aproveitar integralmente os frutos

das enormes riquezas nessa vasta área do

seu território.

A Geocapital detém atualmente a tota-

lidade do capital da Zamcorp, e estamos

em estreitos contatos com as autoridades

moçambicanas para poder desenvolver

projetos de interesse para o país e para a

própria empresa detida pela Geocapital,

particularmente, como referi noutro pas-

so desta entrevista, a projetos na área da

produção alimentar e dos biocombustí-

veis. Consideramos que a Zamcorp pode-

rá constituir um dos players importantes

no desenvolvimento empresarial, econó-

mico, social e ambiental na região do Vale

do Zambeze e portanto do próprio país

que é Moçambique. ‹

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Abril 2012 | País €conómico › 3332 › País €conómico | Abril 2012

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Fernando Meira Dias, Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Minas Gerais

empresas portuguesas têm um grande mercado em mimas Gerais

Na última semana de Abril desloca-se a Portugal uma missão empresarial do estado

brasileiro de Minas Gerais, numa organização liderada pela Câmara Portuguesa de

Comércio no Brasil – Minas Gerais, a que se associaram outras organizações públicas

e empresariais daquele estado brasileiro. Fernando Meira Dias é o Presidente da

Câmara Portuguesa de Comércio em Minas Gerais, e nesta entrevista exclusiva à País

€conómico, traça os objetivos que a Missão mineira pretende alcançar em Portugal,

sempre com o objetivo de reforçar as relações económicas e empresariais entre os dois

lados do Atlântico. E lembra que Minas Gerais têm cerca de 20 milhões de habitantes,

pelo que possui grandes potencialidades e oportunidades para as empresas portuguesas. texto › JORGE ALEGRIA | FotoGRaFia › ARqUIVO

No final do presente mês de Abril, estará em Portugal uma Missão Empresarial de Minas Gerais. Quais são os objetivos es-senciais desta visita a Portugal? O principal objetivo desta Missão Em-

presarial será conseguir uma maior com-

preensão dos empresários portugueses e

mineiros sobre as condições para se inves-

tir em Portugal e Minas Gerais, fontes de

financiamento, apresentar oportunidades

de negócios que Portugal e Minas ofere-

cem. Além disto, possibilitar aos empresá-

rios um conhecimento maior das possibi-

lidades destes dois mercados, bem como

da importância da união de forças para

as pequenas e médias empresas enfrenta-

rem o desafio de uma economia globaliza-

da. Pretendemos que, ao final desta Mis-

são Empresarial, surjam fatos concretos

de parcerias efetivas entre empresários

portugueses e mineiros, com investimen-

tos para Portugal e Minas Gerais.

Em Portugal, a Missão busca sobretudo a captação de investimento português para Minas Gerais, ou avaliará também eventuais oportunidades de investimen-to empresarial mineiro em Portugal?Pretendemos conseguir investimentos

nas duas direções. Será importante para

o empresário português conhecer as po-

tencialidades de se investir no Brasil, e

em Minas Gerais em particular, que tem

uma população com cerca de 20 milhões

de habitantes, com altas e seguras taxas

de crescimento, mercado consumidor

e renda crescente, e com possibilidades

variadas. Para o empresário brasileiro,

pretendemos apresentar Portugal como

um excelente ambiente de negócios, com

ótima qualificação de mão-de-obra, mo-

derna infraestrutura, e como um país que

tem projetado seu desenvolvimento na

inovação e tecnologia. Além disto, a pos-

sibilidade de ser a “porta de entrada” para

o mercado europeu, e também para os pa-

íses da CPLP.

Como avalia o estado atual da economia mineira? A internacionalização empre-sarial é um paradigma presentemente assumido pelos empresários mineiros?A economia mineira tem apresentado ín-

dices de crescimento bem acima da média

do Brasil. É uma economia que ainda tem

sua base no extrativismo mineral, mas

que vem buscando aumentar e melhorar

sua base tanto nos segmentos industrial,

comércio e serviços. No estado de Minas

Gerais está localizada a única fábrica de

helicópteros do Brasil, e a Fiat Automó-

veis. Além disto, dentro de um projeto de

desenvolvimento elaborado pelo Gover-

no do Estado de Minas Gerais, temos um

polo de desenvolvimento aeroespacial e

de tecnologia na cidade de Lagoa Santa,

região metropolitana de Belo Horizonte,

o Polo de Eletrônicos da cidade de Santa

Rita do Sapucai, Polo Calçadista da cidade

de Nova Serrana, Polo Moveleiro da cida-

de de Ubá, dentre outros. Isto demonstra

a preocupaçção do governo mineiro em

democratizar o desenvolvimento, regiona-

lizando-o e buscando atingir os seus 853

municípios. O processo de internaciona-

lização das empresas tem sido encarado

com seriedade pelas entidades empresa-

riais mineiras, principalmente em relação

às pequenas e médias empresas. A neces-

sidade do pequeno e médio empresário

mineiro de buscar parcerias estratégicas

com empresas estrangeiras é essencial

para que elas continuem competitivas em

um mercado global.

muitos setores promissores em minasQuais são as principais potencialidades de investimento no estado de Minas Ge-

rais para atrair investimento português?Temos recebido contatos e Missões Em-

presariais portuguesas que abrangem to-

dos os setores, desde indústria metalome-

cânica, comunicação, elétrico-eletrônica,

até arquitetura, construção civil, tecno-

logias em meio ambiente, entre outros.

Como referi anteriormente, Minas Gerais

tem um projeto de desenvolvimento, bus-

cando diversificar sua base. Assim sendo,

setores como prestação de serviços de

software, geração de energias alternativas,

tecnologias para indústria aeroespacial,

equipamentos para geração de energias

alternativas, e pequenas centrais elétricas,

hotelaria, construção civil e equipamentos

para extração de gás, são alguns segmen-

tos que podemos destacar.

Existem apoios públicos em determina-das áreas de atividade para o apoio e promoção do investimento empresarial em Minas Gerais?O Governo do Estado de Minas Gerais, em

conjunto com os municípios, tem vários

programas de incentivo à implantação de

novas indústrias e empresas no estado.

Em razão disto, além de apoiar a Missão

Empresarial, enviará um representante

para fazer uma palestra sobre o apoio

para novos investimentos no estado.

Os dados referentes ao comércio entre Minas Gerais e Portugal não são muito expressivos. O que pode ser feito para aumentar as trocas comerciais entre am-bos os lados do Atlântico?Em primeiro lugar, criar uma linha direta

de negócios entre Portugal e Minas Gerais.

Minas Gerais é grande consumidora de

produtos portugueses que são importados

por empresas que tem sua sede em outros

estados.

Por outro lado, temos que avançar na

melhoria das relações empresariais entre

Minas Gerais e Portugal. Temos que in-

centivar as parcerias empresariais entre

portugueses e mineiros, como forma de

gerar mais investimento e sustentabilida-

de para as empresas.

De que forma o início há poucos anos de ligações aéreas da TAP entre Lisboa e Belo Horizonte tem vindo a incrementar o relacionamento entre as duas partes?

Em primeiro lugar, o aumento de fluxo de

turistas entre Portugal e Minas Gerais. Em

segundo lugar, o aumento das viagens a

negócios, e em terceiro lugar, a exporta-

ção/importação de produtos. Esta relação

tem sido tão bem sucedida que a frequên-

cia de voos só tem crescido, sendo que,

conforme informações recentes da Tap,

passaremos a ter frequências de voos diá-

rios ligando Minas a Portugal, e vice-versa.

Preparados para apoiar as empresas portuguesas em minas GeraisQual tem sido o papel da Câmara Por-tuguesa de Comércio no Brasil – Minas

Page 18: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 3534 › País €conómico | Abril 2012

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Gerais, para dinamizar as relações eco-nômicas e empresariais entre Minas e Portugal?A Câmara Portuguesa de Comércio no

Brasil-Minas Gerais tem buscado diver-

sas formas para incrementar as relações

comerciais e empresariais entre Minas

Gerais e Portugal. Principalmente com o

estreitamento das relações com entidades

governamentais de incentivos comerciais

e empresariais, e com as entidades de clas-

se representativas tais como Associação

Industrial Portuguesa, Associação Empre-

sarial de Portugal, Confederação Interna-

cional Empresarial Portuguesa, Associa-

ção Comercial de Lisboa, Cotec, Federação

das Indústrias de Minas Gerais, Associa-

ção Comercial de Minas, Federação do Co-

mércio do Estado de Minas Gerais, dentre

outras, para promover ações que visem o

aumento das relações comerciais e empre-

sariais. Além disto, realização e apoio a

Missões Empresariais, Rodadas de Negó-

cios, Provas de Vinhos e eventos enogas-

tronômicos portugueses, etc. A Câmara

está apta a prestar também todo o apoio

para levantamentos de mercado, estudos

e análises de inteligência comercial, pro-

jetos de internacionalização de empresas,

match-making internacional e abertura de

empresas no Brasil e em Portugal.

Como perspetiva o futuro das relações econômicas entre Minas Gerais e Portu-gal? Temos expectativa positiva no incremen-

to das relações econômicas entre Minas

Gerais e Portugal. Historicamente Minas

Gerais tem sido um estado muito recep-

tivo a investimentos portugueses e, re-

centemente acolheu empresas como a

Alert, Naniun, Remax, Sabseg, além de

investimentos do Grupo Espírito Santo.

Entendemos que necessitamos aumentar

o fluxo de investimentos mineiros em

Portugal.

Temos a firme convicção de que o primei-

ro passo será dado com a Missão Empre-

sarial Minas Gerais-Portugal, no próximo

mês de Abril. ‹

sonae sierra em UberlândiaA Sonae Sierra Brasil, participada da Sonae Sierra, inaugurou

no passado dia 27 de Março, o Uberlândia Shopping, locali-

zado nesta cidade do estado de Minas Gerais. O investimento

ascendeu aos 62 milhões de euros para um shopping com uma

área bruta de 43.600 metros quadrados.

Segundo um comunicado da empresa portuguesa, até ao final

do presente ano, a empresa ainda deverá inaugurar este ano

no Brasil o shopping Boulevard Londrina, no estado do Paraná,

que deterá uma área bruta locável de 47.800 metros quadra-

dos e representará um investimento de 88 milhões de euros.

Já para o próximo ano, está previsto a inauguração do novo

Passeio das Águas Shopping, na cidade e Goiânia, capital do

estado de Goiás, um investimento de 167 milhões de euros e

que será a 13ª unidade do grupo no Brasil, país onde a Sonae

Sierra admitiu poder efetuar novas aquisições no mercado dos

shoppings centers, isto já depois de ter aumentar a participa-

ção de 30 para 60% no Shopping Plaza Sul, em São Paulo. ‹

martifer consolida no BrasilO mercado brasileiro já representa 18,6% de todas as encomendas da Martifer, enquanto

o conjunto da Península Ibérica, apenas representa 17,3% do portfólio de obras da em-

presa liderada por Carlos e Jorge Martins.

No Brasil o conjunto de obras ultrapassam os 120 milhões de reais (cerca de 50 milhões

de euros), além do Vale Verde Shopping, em São Paulo, a empresa portuguesa tem a res-

ponsabilidade de fornecer as estruturas metálicas de três estádios de futebol em que dois

deles acolherão partidas da Copa do Mundo em 2014, respetivamente, os estádios Fonte

Nova (Salvador da Bahia), Castelão (Fortaleza no Ceará) e o novo estádio do Grémio de

Porto Alegre (Rio Grande do Sul).

A Martifer apontou estes números por ocasião da divulgação dos seus resultados de 2011,

onde no que respeita aos proveitos foi salientado que os mercados brasileiro e angolano

já representam em conjunto 7,8% dos resultados. ‹

Unidas recupera no BrasilA Unidas, participada brasileira do gru-

po português SAG, fechou 2011 com um

prejuízo de 27,3 milhões de euros, ainda

assim uma recuperação de 48,8% face

aos resultados negativos obtidos no ano

anterior. Segundo o comunicado da em-

presa com sede em São Paulo, “o ano de

2011 foi muito importante para a Unidas

pela consolidação da sua estratégia de

crescimento com foco em rentabilidade,

assim como pelo fortalecimento da sua

estrutura de capital e em conjunto dos

seus accionistas, que permitirão à com-

panhia aproveitar as oportunidades de

crescimento que se apresentam no mer-

cado de locação de veículos no Brasil ao

longo dos próximos anos”.

Este ano, ainda segundo o comunicado, a

Unidas pretende abrir mais 10 lojas pró-

prias, 12 lojas franqueadas e quatro lojas

de venda de veículos. A empresa preten-

de ainda reformular o visual da sua rede

de atendimento. ‹

Rio de Janeiro náuticoO secretário de estado de Turismo do Rio de Janeiro, Ronald Ázaro, informou recente-

mente em Lisboa que o estado carioca vai apostar na construção de marinas públicas

flutuantes nos municípios de Arraial do Cabo, Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba e

Armação dos Búzios. O investimento global ascenderá a cerca de 8,4 milhões de euros.

Segundo o responsável do governo do Rio, «o Brasil, em especial o Rio de Janeiro, passa

por um momento de grande exposição no mercado internacional por conta dos mega

eventos que estão agendados, como sejam, em Junho deste ano, a Rio+20 e, nos próximos

anos, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os

Jogos Olímpicos». ‹

Page 19: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 3736 › País €conómico | Abril 2012

› lUsoFonia BRasil

Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia organiza evento empresarial em Junho

aproximar as economias baiana e portuguesaA Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Bahia, vai levar a efeito nos

dias 14 e 15 de Junho, um grande evento empresarial e de negócios, que se

realizará no Hotel Pestana, em Salvador da Bahia.

Segundo referiu à País €conómico António Coradinho, Presidente da

Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, o objetivo do encontro será o de

aproximar e intensificar ainda mais o relacionamento já existente entre as

economias do estado brasileiro da Bahia e a portuguesa. Por isso, adiantou o

empresário, são esperados cerca de 50 empresários portugueses que estarão

em Salvador integrados numa Missão Empresarial da AIP à Bahia (e a São

Paulo), e que se juntarão aos mais de 150 empresários baianos que marcarão

presença da unidade hoteleira do grupo Pestana na capital da Bahia.

Ainda segundo António Coradinho, o tema do Seminário será “Unindo Mer-

cados-Quebrando Fronteiras”, sendo as áreas de abordagem e de contatos

mais relevantes as da indústria naval, indústrias de cerâmica e mineração,

indústrias de materiais de construção, energias alternativas (eólica, solar, bio-

diesel e etanol), agroindústrias, química e petroquímica (terceira geração),

infraestrutura, turismo, imobiliário, além da abordagem da temática da mão-

-de-obra portuguesa qualificada, e que cada vez é mais importante no Brasil.

Constituindo um dos pontos alto da programação anual das atividades da

Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, é de realçar que já no próximo dia

13 do corrente, organizará um jantar com a presença da Ministra Mariana

Calmon, Chefe da Corregedoria Brasileira. ‹

semapa investe em fábrica de cimento no ParanáA Semapa, detida por Pedro Quei-

roz Pereira, vai investir 300 milhões

de euros no setor cimenteiro no

Brasil, dos quais 240 milhões de eu-

ros serão investidos na nova fábrica

de cimento em Adrianópolis, no es-

tado do Paraná. Este investimento

vem de acordo com o investimento

da Semana na aquisição de 50%

do capital da cimenteira Supremo,

com sede no vizinho estado de San-

ta Catarina, e que deverá ultrapas-

sar os 55,7 milhões de euros. ‹

leya chega ao RioO grupo português Leya ampliou a sua presença no Brasil, com a abertura de um novo

escritório na cidade do Rio de Janeiro, que será liderado por Maria João Costa. O objetivo

da chegada do grupo à Cidade maravilhosa, e que acolherá acontecimentos importantes

como a Final da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, será o de des-

cobrir autores, captar tendências e criar projetos editoriais, com o foco na não ficção.

Segundo a Leya, “a presença no Brasil é estratégica para o cumprimento da missão de dar

a conhecer os autores em todo o espaço lusófono e do desígnio de ser um grupo editorial

de referência na língua portuguesa”. ‹

Projar na Feicon BatimatO grupo português Projar, com sede no concelho de Mortágua, esteve presente na Feicon

Batimat, que se realizou no final de Março na cidade de São Paulo. O grupo português

esteve representado através das suas participadas Bach, Sisaf e Tria, onde tiveram a opor-

tunidade de apresentar as suas soluções de portas resistentes ao fogo e outros produtos

de protecção dos edifícios contra incêndios.

Criado em 2006, o grupo Projar é presidido pelo empresário António Lourenço Ferreira,

e teve no ano passado um volume de negócios que ultrapassou os 26 milhões de euros.

As participadas do grupo estão localizadas nas cidades de Coimbra, Carregado, Almada,

Ponte de Lima e Pombal, em Portugal, além de Madrid, em Espanha. ‹

Presidente do Brasil visitou o empreendimento Aquiraz Riviera

Dilma Rousseff recebida no Hotel Dom Pedro lagunaA Presidente Dilma Rousseff visitou no passado dia 28 de Feverei-

ro o empreendimento luso-brasileiro Aquiraz Riviera, tendo pas-

sado algumas horas no Hotel Dom Pedro Laguna e aproveitado

para almoçar no restaurante “White”, que faz parte da unidade

hoteleira que é o ex-libris do empreendimento localizado a 35 qui-

lómetros da cidade de Fortaleza, a capital do estado nordestino

do Ceará.

A presidente brasileira estava acompanhada pelo Governador Cid

Gomes (Ceará) e foi recebida por Jorge Chaskelmann, Diretor Ge-

ral do Aquiraz Riviera, e por Emanuel Freitas, Gerente Geral do

Hotel Dom Pedro Laguna. Os responsáveis do maior investimen-

to de capitais portugueses no turismo brasileiro sublinharam que

o Dom Pedro Laguna constitui o primeiro hotel no resort ecoló-

gico de luxo Aquiraz Riviera, que constitui o maior empreendi-

mento turístico de padrão internacional no país, e que ocupa uma

área total de 300 hectares, estando já implementados também um

campo de golfe de 9 buracos, mas que crescerá para 18 buracos,

além de já ter sido também inaugurado o Centro de Ténis, que

compreende quatro courts e um polidesportivo, além de uma pis-

cina junto ao Club House de Golfe. ‹

Grupo aquapura quer construir resort no cearáO grupo português Aquapura apresentou em Março ao Go-

vernador Cid Gomes um projeto para a construção de um

complexo imobiliário e turístico no estado, que correspon-

derá a um investimento de cerca de 125 milhões de euros.

Projeto será desenvolvido em parceria com a empresa Juriti

e designar-se-á por Península das Águas Belas, localizado no

município de Cascavel, compreendendo um complexo de

hotéis, residenciais, campos de golfe e um parque temático

Terra da Mónica.

Segundo informação prestada pelo governo cearense resul-

tante da reunião efetuada, o projeto da Aquapura deverá

gerar cerca de 3.300 empregos diretos e mais de dez mil

indiretos. O objetivo dos promotores é de que o início das

obras do empreendimento aconteçam em Junho do corren-

te ano assim como o complexo comece a operar em 2014. ‹

municípios de moura e tauá em cooperaçãoRepresentantes da Câmara Municipal de

Moura estiveram na cidade cearense de Tauá,

na sequência de um projeto de geminação

entre as duas cidades que se iniciou em 2010.

Unem as duas cidades o facto de possuírem

cada uma delas a mais importante central so-

lar fotovoltaica em cada um dos dois países,

uma aposta decisiva nas energias renováveis,

em particular na área do solar fotovoltaico.

A delegação de Moura foi liderada pelo presi-

dente da Câmara Municipal, José Maria Pra-

zeres Pós-de-Mina, e além do Ceará visitou

também o estado de Santa Catarina e a capi-

tal federal Brasília, onde teve a oportunidade

de se reunirem com diversos organismos do

governo federal e do congresso brasileiro. A

experiência no domínio da energia renovável

em Moura foi reconhecido e apreciado por

diversos membros das autoridades do país.

De sublinhar que a delegação e Moura foi

acompanhada e apoiada no Ceará e em Brasí-

lia, pelas respetivas câmaras portuguesas de

comércio nestes dois estados brasileiros. ‹

Page 20: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 3938 › País €conómico | Abril 2012

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Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal e quer aumentar intercâmbio de comércio e de investimentos. E tem apoios a conceder a quem quer investir nesta zona central do Brasil

sudeco têm 3.000 mil milhões de euros para apoiar projetos de investimento

O Distrito Federal (Brasília), Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, são os quatro

estados do Centro Oeste brasileiro, a região do país a que muitos já chamaram o “celeiro

do Brasil”. Grande parte das principais comoditties que o país produz e que permitiram

revolucionar a balança comercial brasileira na última década tiveram a sua origem no

Centro Oeste. Mas, esta zona central do território brasileiro, onde se cruzam as principais

vias rodoviárias, hidroviárias e as ferroviárias em construção, não se limita a mostrar

a sua força no designado agronegócio, aposta cada vez mais na inovação, na indústria

com incorporação de altas tecnologias e em serviços qualificados. A Superintendência de

Desenvolvimento do Centro Oeste (Sudeco), liderada por Marcelo Dourado, chefiou uma

delegação institucional e empresarial brasileira que veio a Portugal mostrar as enormes

potencialidades do Centro Oeste, mas também a sublinhar que a par do desejo do reforço

das relações comerciais nos dois sentidos do Atlântico, existem um vasto conjunto de

possíveis apoios financeiros, logísticos e fundiários que poderão constituir uma enorme

alavanca para acolher o investimento e projetos de empresas portuguesas ou de

parcerias entre empresas portuguesas e brasileiras para apostarem nesta região central

do Brasil. E a Sudeco, sublinhou Marcelo Dourado, dispõe de 7.000 milhões de reais

(cerca de 3.000 milhões de euros) para apoiar investimentos em projetos sustentáveis

na região, para além naturalmente dos apoios fiscais, estaduais e municipais que possam

complementar o apoio direto da Sudeco. Aliás, não foi por acaso que a delegação integrou

altos representantes em Portugal e na Europa (Londres) do Banco do Brasil e do BNDES,

respetivamente. Cabe agora a palavra aos empresários e decisores portugueses.

texto › JORGE ALEGRIA | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

ainda desconhecida para mui-

tos portugueses, mesmo para a

maioria da classe empresarial

lusitana, o Centro Oeste constitui uma das

regiões brasileiras que registam das maio-

res taxas de crescimento. Os números do

chamado corredor Brasília-Goiânia (capi-

tal do estado de Goiás), com uma extensão

de pouco mais de duzentos quilómetros

ao longo da BR-060, são expressivos e

indiciam um crescimento do que se cos-

tuma designar por “taxas de crescimento

chinês”.

O Centro Oeste produz uma quantidade

muito expressiva das comoditties que o

Brasil produz. A balança comercial bra-

sileira com o exterior é cada vez mais

influenciada pelas enormes e crescentes

produções que partem do Centro Oeste

para o país e para o Mundo. Mas, a região

não é apenas agronegócio e comoditties,

é um enorme centro logístico articulador

e distribuidor para todo o Brasil, não sen-

do por acaso que é na cidade de Anápolis

(que dista 40 quilómetros de Goiânia e 160

quilómetros de Brasiília) que se cruzam as

estratégicas linhas ferroviárias Norte-Sul

e Este-Oeste, ambas em construção (ver

texto na página 37 desta edição onde se

relata a recente visita da Presidente Dilma

Roussseff a alguns dos troços em constru-

ção no estado de Goiás) e que prometem

revolucionar a logística brasileira.

Desde a Capital Federal (Brasília), presen-

temente a urbe brasileira com o maior

rendimento per capita de todas as cida-

des brasileiras, superando claramente

São Paulo e o Rio de Janeiro, até Campo

Grande, a capital do estado de Mato Gros-

so do Sul, passando por Goiânia (capital

do estado de Goiás) e de Cuiabá (capital

do estado de Mato Grosso), o Centro Oes-

te possui grandes potencialidades e opor-

tunidades bastantes, em todos os setores

de atividade, para merecerem um outro

olhar e uma acrescida atenção da classe

empresarial portuguesa, para não dizer

da classe empresarial internacional no

seu sentido global. Aliás, são muitas as

empresas multinacionais que têm aporta-

do aos estados em referência, não apenas

interessadas nos setores do agronegócio,

mas igualmente em setores industriais de

ponta, como são os casos dos setores far-

macêutico, automobilístico e aeronáutico,

muito importantes por exemplo no estado

de Goiás.

Todos os estados mostraram numa con-

corrida sessão realizada na AIP as po-

tencialidades de cada um dos estados

integrantes desta missão. No seu conjun-

to, apresentam condições de atração de

investimento deveras interessantes, além

de que o seu crescimento do rendimento

dos seus cidadãos colocam estes estados

num padrão de crescente consumo de

bens e serviços que formam uma oportu-

nidade para as empresas que pretendam

conquistar posições comerciais neste cada

vez mais importante mercado no contexto

interno brasileiro.

centro oeste é «a terra prometida»O Presidente da Câmara Portuguesa de

Comércio no Distrito Federal (Brasília),

Fernando Brites, na sua intervenção no

auditório da AIP apelidou mesmo o Cen-

tro Oeste como «a terra prometida», lem-

brando que dos atuais pouco mais de 10

milhões de habitantes, a região espera

chegar num prazo de 15 anos a uma popu-

lação superior a 20 milhões de habitantes,

o que significa «importar para o Centro

Oeste uma população semelhante àquela

que Portugal possui presentemente. Isso

indicia grandes potencialidades e grandes

oportunidades. Enquanto cidadão luso-

-brasileiro e presidente da Câmara Por-

tuguesa de Comércio no Distrito Federal,

desejo contribuir para que Portugal, desde

já, aproveite de forma intensa e expressi-

vamente estas potencialidades, por isso

aqui estamos a dizer claramente “venham

que nós ajudamos a concretizar as oportu-

nidades e os projetos” das empresas portu-

guesas no Centro Oeste. Aliás, já criámos

uma sucursal em Goiás e vamos criar su-

cursais da nossa câmara de comércio em

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que

depois se transformarão naturalmente em

câmaras de comércio autónomas e com

vida própria no seu esforço de pugnar

pelo incremento das relações comerciais

e empresariais entre cada um dos seus es-

tados e Portugal», sublinhou o empresário

vindo de Brasília.

Na sessão que decorreu num auditório da

AIP completamente repleto de empresá-

rios portugueses, destaque para as apre-

sentações que os diversos representantes

dos estados brasileiros do centro oeste

efetuaram. António Apolinário Figueire-

do falou em representação do governo do

Distrito Federal e das potencialidades de

Brasília, enquanto Igor Montenegro e Or-

cínio Silva Júnior, intervieram em repre-

sentação do governo do estado de Goiás,

estado que esteve também exemplarmen-

te representado por Pedro Alves de Olivei-

Page 21: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 4140 › País €conómico | Abril 2012

› lUsoFonia BRasil

ra, Presidente da Federação das Indústrias

do Estado de Goiás. Já Mato Grosso esteve

representado por Márcio Luiz de Mes-

quita, enquanto Paulo Engel interveio a

mostrar o melhor de Mato Grosso do Sul.

Finalmente, destaque igualmente para as

intervenções de Renato Gerúndio, prin-

cipal responsável do Banco do Brasil em

Portugal e de Vinícius Vidal de Almeida,

responsável do BNDES na Europa (Lon-

dres).

Aliás, estes dois elementos foram muito

procurados por vários empresários por-

tugueses, bastante interessados em saber

das condições de financiamento que pode-

rão encontrar para operarem no mercado

brasileiro.

No entanto, é necessário destacar a inter-

venção de Marcelo Dourado, Superinten-

dente da Sudeco, o organismo do Minis-

tério da Integração Nacional e que gere o

designado FCO – Fundo Constitucional

de Financiamento do Centro Oeste, o

principal instrumento de apoio ao desen-

volvimento económico e social da região

central do Brasil e que dispõe de cerca

de 7.000 milhões de reais (cerca de 3.000

milhões de euros) para apoiar projetos de

desenvolvimento empresariais e de infra-

estruturas no Centro Oeste.

Marcelo Dourado lembrou que é nas épo-

cas de crise que se geram as grandes opor-

tunidades. Sublinhou que o Centro Oeste

possui em abundância os três recursos

fundamentais que asseguram o progres-

so da humanidade: terra, água e sol. Mas

assegurou que a região é presentemente

uma zona em forte crescimento e que pos-

sui espaço e condições ímpares para que

todos possam intervir e se desenvolver.

Incluindo, naturalmente, «os empresários

portugueses, que são muito bem-vindos e

temos um forte conjunto de apoios para

aqueles que de forma sustentada queiram

apostar e investir no Centro Oeste».

Destaque nesta visita a Portugal para a ré-

plica da conferência realizada na AIP para

a que decorreu dois dias depois na AEP,

em Matosinhos, a que se seguiu uma im-

portante visita ao Centro Ibérico de Nano-

tecnologia em Braga. Antes da subida ao

norte do país, a delegação visitou também

a Central Solar Fotovoltaica na Amareleja

e esteve na cerimónia da inauguração da

Fase 1B do terminal XXI do Porto de Si-

nes, admitindo vários membros da missão

brasileira que o principal porto português

de águas profundas, e que já possui uma

rota marítima direta com o Brasil, ligan-

do os portos de Santos e de Itaqui (Mara-

nhão) ao próprio porto de Sines, poderá

constituir no futuro uma excelente opor-

tunidade para receber as mercadorias do

Centro Oeste em trânsito para o continen-

te europeu.

No breve diálogo que mantiveram com o

Primeiro-Ministro português, Pedro Pas-

sos Coelho, essa possibilidade foi aflorada

e ficou a promessa de novas conversas so-

bre esta matéria. ‹

Presidente do Brasil visitou obras ferroviárias em Anápolis (Goiás)

obras ferroviárias são para acelerarA Presidente Dilma Rousseff visitou as obras de construção da

Ferrovia Norte-Sul, entre as cidades de Anápolis e Goianira, am-

bas no estado de Goiás. Acompanhada do Governador de Goiás,

Marconi Perillho, a presidente brasileira visitou as obras do túnel

2 nesse trecho ferroviário entre Anápolis (Goiás) e Palmas, capital

do vizinho estado do Tocantins. A ferrovia faz parte do Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC) e quando ficar totalmente

concluída terá cerca de três mil quilómetros de extensão que fa-

rão a integração de várias regiões do país, permitindo reduzir o

custo do transporte de cargas e favorecimento de projetos agro-

pecuários e agroindustriais nesse eixo. Na ocasião, o Governador

Marconi Perillo sublinhou que a Ferrovia Norte-Sul vai mudar

o perfil económico de Goiás, com melhoria na área da logística.

O projeto da ferrovia é executado pela Valec – Engenharia, Cons-

truções e Ferrovias, uma empresa pública pertencente ao Minis-

tério dos Transportes. ‹

osorinho em lisboaA Expedição Turística de Osorinho, no município de Ser-

ranópolis, região sudoeste do estado brasileiro de Goiás,

será apresentada como modelo no 13º Congresso Mundial

de Sociologia Rural, que decorrerá de 29 de Julho a 4 de

Agosto próximo, em Lisboa, congresso esse subordinado

ao tema “O novo mundo rural: da crise às oportunidades”.

A Expedição Turística de Osorinho é promovida pela Asso-

ciação de Condutores de Turismo de Expedição de Serra-

nópolis desde 2009, contando para o efeito com o apoio da

própria Prefeitura de Serranópolis, por meio da Secretaria

de Cultura e Turismo, além do Sebrae Goiás. A Expedi-

ção deve-se ao guia Osório Rodrigues de Moraes, que aos

74 anos ainda é uma figura lendária naquele município

localizado a 364 quilómetros de Goiânia, a capital de Goi-

ás. Em Lisboa, a Expedição do Osorinho será apresentada

pela professora Cátia Assis Leal, da Universidade Federal

de Goiás, do campus Jataí (GO) – cidade vizinha de Serra-

nópolis. A intervenção dos técnicos do Sebrae-GO foi o de

transformar o potencial em produto turístico formatando

numa perspetiva de sustentabilidade social e ambiental. ‹

empresas em manaus beneficiam de isençõesAs vendas internas realizadas pelas empresas instaladas na Zona Franca de Manaus,

no estado brasileiro do Amazonas, estão isentas de pagar o Programa de Integração

Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins).

Esta confirmação foi feita pela 2ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que

equiparou os embarques feitos pelas companhias às exportações, em processo mo-

vido pela Fazenda Nacional contra a Samsung Brasil. O ministro relator do processo

sublinhou no seu acórdão que “a interpretação do artigo 4º do Decreto-Lei nº 288,

de 1967, não deve ser restritiva, como entende a Fazenda Nacional. O dispositivo

equipara a tributação das entradas de produtos na Zona Franca à das exportações”. A

decisão do STJ foi unânime. ‹

Delegação de Goiás com a representante da AIP

Paulo Engel – Mato Grosso do Sul Marcelo Dourado – SUDECO António Figueiredo – Distrito Federal

Page 22: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 4342 › País €conómico | Abril 2012

› lUsoFonia BRasil

Btl promoveu Brasil como destino turístico

a BTL – Bolsa de Turismo de Lis-

boa destacou este ano o Brasil

enquanto país convidado, pelo

que o stand do turismo brasileiro na

FIL ocupou uma área bem superior ao

que normalmente ocupou em anos an-

teriores, além de que a TAP efetuou um

esforço acrescido em coordenação com

a Embratur para trazer mais operadores

turísticos europeus a Lisboa, que assim

tiveram uma oportunidade suplementar

de conhecer com maior profundidade e

detalhe as potencialidades e os circuitos

turísticos nos diversos estados brasileiros,

também eles presentes em força no certa-

me lisboeta.

Os maiores destaques este ano na repre-

sentação brasileira na BTL foram para a

promoção dos estados do Rio Grande do

Sul, Distrito Federal (Brasília), Goiás e

Amazonas, para além da forte aposta da

cidade de São Luís, a capital do estado

nordestino do Maranhão.

A País €conómico conversou com al-

guns dos representantes destes estados e

cidades brasileiras, tendo referido Gisela

Camargo, da Secretaria de Turismo do Rio

grande do Sul, que depois da abertura das

ligações aéreas diretas entre Porto Alegre

e Lisboa, é agora possível aos gaúchos e

aos portugueses conhecerem o que me-

lhor possuem as duas culturas, onde o

turismo deverá desempenhar um impor-

tante papel.

Já Luís Otávio Rocha, secretário do Turis-

mo do Distrito Federal, lembrou a monu-

mentalidade de Brasília e o enorme poten-

cial turístico da cidade que os portugueses

deverão descobrir. Descoberta de Goiás é

o que pretende também Thiago Ferreira,

da Secretaria de Turismo do Estado de

Goiás, lembrando as maravilhas do cerra-

do e as águas quentes que fazem do esta-

do o possuidor do maior conjunto termal

do Brasil.

Já mais para norte, destaca-se a aposta da

Secretaria de Turismo da cidade de São

Luís, a capital do estado do Maranhão,

onde o secretário Liviomar Costa recor-

dou que a cidade é um autêntico museu

da presença portuguesa naquela parte do

Brasil, destacou também alguns inves-

timentos hoteleiros portugueses já con-

cretizados na cidade, como são os hotéis

Luzeiros e Pestana São Luís. Registámos

a intensa atividade desenvolvida em Lis-

boa, nomeadamente para a TAP avançar

no futuro com voos diretos entre Lisboa e

São Luís. A demarche não foi bem sucedi-

da, apurámos, mas parece que a tentativa

junta da Atlantic Airways, pertencente

ao Grupo Pestana e a Tomaz Metelo po-

derá ter mais sucesso em termos de levar

alguns voos charters para a capital mara-

nhense.

Oreni Braga da Silva é a presidente da

Amazonastur, o organismo estadual do

estado do Amazonas, e que considera que

as belezas do seu estado, a começar pela

capital Manaus, a cidade mais a norte

do Brasil que receberá jogos da Copa do

Mundo em 2014, merecem uma visita dos

portugueses, que afinal foram dos primei-

ros europeus a penetrarem nesse territó-

rio belíssimo há alguns séculos atrás. ‹

Procopa financia turismoO BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econó-

mico e Social anunciou a aprovação de um financiamento

de cerca de 32 milhões de reais (cerca de 13,5 milhões de

euros) para a ampliação e modernização de três hotéis

em Pernambuco. O financiamento corresponde a 96% do

investimento total, e foram concedidos no âmbito do pro-

grama BNDES ProCopa Turismo. Até ao momento, este

programa já financiou a reforma ou construção de dez

unidades hoteleiras nos estados de Pernambuco, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Norte, Bahia e São Paulo. ‹

Page 23: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 4544 › País €conómico | Abril 2012

› lUsoFonia áFRica

Banco da cGD e da sonangol vai avançarPoucos dias depois do Chairman da CGD (Faria de Oliveira), agora

foi o ministro das Finanças de Portugal (Vítor Gaspar) a afirmar

em Luanda que o arranque do novo banco de investimento ofi-

cialmente criado em 2009 entre a Caixa Geral de Depósitos e a

Sonangol, entrará em operação até ao final do presente ano.

No final de Fevereiro, um administrador da Sonangol tinha refe-

rido com o início das operações da futura instituição financeira

estava dependente da evolução da conjuntura financeira interna-

cional, mas depois de contatos diretos com o governo angolano e

com próprio banco Nacional de Angola, foi agora o próprio mi-

nistro português a confirmar que a instituição que será detida em

partes iguais pela CGD e pela Sonangol, vai mesmo avançar em

2012.

Na altura da assinatura do acordo entre a CGD e a Sonangol, era

assumido que o futuro banco de investimento a constituir pelas

duas instituições tinha como principais objetivos o de apoiar e

financiar projetos de maior dimensão na economia angolana, par-

ticularmente na área das grandes infra-estruturas. ‹

Pt lançou serviço inovador em cabo VerdeA CVMóvel, operadora de telecomuni-

cações de Cabo Verde e participada da

Portugal Telecom, lançou recentemen-

te um serviço inovador no arquipélago,

precisamente o “Dá Saldo Internacional”.

Presente na apresentação deste novo ser-

viço esteve Zeinal Bava, o presidente exe-

cutivo da Portugal Telecom, que aprovei-

tou a oportunidade para sublinhar que a

“comunidade cabo-verdiana em Portugal

é muito grande, pelo que, para que estas

pessoas se mantenham em contato com

as que estão em Cabo Verde, vamos lançar

agora este serviço”.

O “Dá Saldo Internacional” consiste na

possibilidade de qualquer cliente TMN

efetuar carregamentos em Portugal para

a população cabo-verdiana residente em

qualquer das ilhas de Cabo Verde, cliente

da CVMóvel. A solução inversa dos carre-

gamentos móveis – CVMóvel/TMN – já

está a ser desenvolvida e deverá ser lan-

çada em breve.

Zeinal Bava aproveitou para referir na

ocasião que a CVMóvel constitui uma re-

ferência na inovação não só em Cabo Ver-

de mas em toda a África. ‹

Hipogest constrói rede de frio em angolaAproveitando a presença da ministra da Agricultura Assunção Cristas em Angola,

a Hipogest anunciou que em parceria com empresários angolanos vai avançar com

um investimento de 38 milhões de euros para criar naquele país africano uma rede

de frio a nível nacional, criando para o efeito cinco pólos no país, podendo assim

melhor garantir o escoamento e distribuição de produtos alimentar no território.

A ministra portuguesa sublinhou na ocasião a grande experiência de Portugal nas

áreas da logística, do frio e da refrigeração, destacando a propósito do anunciado

investimento da Hipogest que «a presença de empresas portuguesas em Angola

é conhecida em várias áreas, desde o ambiente ao tratamento de águas, passando

pelo saneamento e gestão de resíduos, construção e também na agricultura há pre-

sença de empresas portuguesas. É muito crítico Angola dar este passo para ter uma

rede de frio que permita que a produção aumentando possa também chegar em

boas condições ao seu destino». ‹

cimpor pode construir fábrica em moçambiqueA Cimentos de Moçambique, participada da Cimpor no país da África Austral, está

a estudar a construção de uma fábrica, projeto que poderá representar um investi-

mento de 100 milhões de euros. Segundo referiu à Bloomberg o CEO da Cimentos

de Moçambique, João Nunes Pereira, «estamos a realizar os estudos de viabilidade

de instalar uma fábrica de produção de clinquer junto à nossa unidade em Dondo».

Caso o projeto venha a avançar demorará cerca de 36 meses a ser implementado.

Entretanto, a cimenteira portuguesa, cujo capital é maioritariamente detido pelas

brasileiras Votorantim e Camargo Corrêa, fechou o ano transacto com um cresci-

mento de 13,1% do seu volume de negócios no Brasil, tendo atingido 688,9 mi-

lhões de euros, consolidando-se assim como o principal motor de crescimento da

Cimpor. Já em Portugal, a empresa fechou as contas com um volume de negócios

de 378,2 milhões de euros, enquanto na vizinha Espanha teve negócios de 249,8

milhões de euros. ‹

sumol-compal investe 8 milhões em moçambiqueO Grupo Sumol-Compal assinou um acordo para a aquisição de uma unidade

fabril em Moçambique, num “investimento da ordem dos oito milhões de euros”,

estando previsto para o “primeiro ano de actividade de uma fábrica que deverá

garantir a produção e comercialização de produtos das marcas da empresa no

mercado de Moçambique e em 12 dos restantes 13 países” que também fazem

parte da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. No entanto,

fonte da empresa, referiu que apesar de pertencer à SADC, Angola não ficará

abrangida por este projeto.

Segundo o comunicado da empresa, no ano passado, a Sumol+Compal vendeu

um total de 80 milhões de euros para os mercados externos, um acréscimo de

30% face ao período homólogo. ‹

mota-engil e Visabeira em moçambiqueA Mota-Engil e a Visabeira conseguiram um

novo contrato de obras em Moçambique, numa

adjudicação no valor de cerca de 30 milhões de

euros, respeitante à empreitada de construção

de uma parcela do corredor ferroviário da Beira,

numa extensão de 68 quilómetros. A obra deverá

iniciar-se em breve e depois decorrerá ao longo

de seis meses. ‹

ies e insead em moçambiqueMoçambique será o primeiro país lusófono a

receber programas do Instituto do Empreendo-

rismo Social (IES), de acordo com o protocolo

assinado com a escola de negócios Insead. O

acordo tem o apoio da Câmara de Cascais e da

Fundação EDP, sendo Moçambique o primeiro

país lusófono a receber os programas IES – Po-

wered by INSEAD já em 2012, com o apoio da

Odebrecht. Com este programa de investigação

e formação, o Insead quer contribuir para a cria-

ção e disseminação de modelos de gestão para o

sector da inovação social. ‹

Page 24: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 4746 › País €conómico | Abril 2012

› lUsoFonia áFRica

Associação Comercial de Lisboa promoveu conferência sobre recursos e oportunidades no espaço da CPLP

lusofonia é crucial para as empresas portuguesaso espaço dos países lusófonos, que

presentemente comportam qua-

se 250 milhões de habitantes nos

oito países que compõem, assume uma

importância cada vez mais decisiva para

Portugal e para as empresas portuguesas.

A descontinuidade geográfica da CPLP

– Comunidade dos Países de Língua Por-

tuguesa, que noutros tempos poderia ser

considerada uma entropia, é assumida no

presente com um fator potenciador para

cada um dos países que a compõem, e na-

turalmente também para o próprio con-

junto dos oito países integrantes.

O fato de grande parte de cada um dos

países pertencerem a uma organização

regional releva a sua importância estra-

tégica para os seus parceiros no âmbito

da CPLP. O fato de Portugal pertencer à

União Europeia, é importante para os res-

tantes membros da CPLP. Assim como a

pertença do Brasil no Mercosul, de Angola

e de Moçambique na SDAC, ou da Guiné-

-Bissau e de Cabo Verde na CEDEAO.

No entanto, avisadamente, nesta conferên-

cia organizada pela Associação Comercial

de Lisboa (ACL), o Presidente da Direção

da ELO (e também responsável da Confe-

deração Empresarial da CPLP), Francisco

Mantero, veio recordar que o PIB dos oito

países integrantes da CPLP corresponde a

3,5% do PIB mundial, e que 4,2% do co-

mércio mundial tem origem nos oito paí-

ses integrantes da CPLP, mas no interior

da organização, o comércio efetuado entre

os próprios oito estados membros é muito

pequeno, para não dizer insignificante.

Por outro lado, Francisco Mantero tam-

bém veio dizer que a União Europeia

dispõe de um orçamento para a coopera-

ção com os países ACP (África, Caraíbas

e Pacífico) superior a 50 mil milhões de

euros, dos quais 4,6 mil milhões de euros

poderão ser alocados a projetos empre-

sariais da iniciativa privada. No entanto,

existe um fraco aproveito desses recursos

financeiros disponíveis por partes das em-

presas, nomeadamente das empresas por-

tuguesas, o que se torna urgente alterar.

exemplos de sucesso empresarial no mundoNesta conferência ouviram-se testemu-

nhos de empresas portuguesas de refe-

rência no domínio da internacionaliza-

ção, como são os casos da bicentenária

Pinto Basto (agência de navegação) e da

Efacec, cujo protagonismo e visibilidade

nos últimos anos atingiram uma forte ex-

pressão, a primeira em Angola, a segunda

em várias partes do globo, incluindo em

vários países da CPLP. Aliás, presente na

ACL esteve Alberto Barbosa, membro da

Comissão Executiva da empresa, que re-

cordou que a Efacec ultrapassou no ano

passado pela primeira vez o patamar de

vendas de mil milhões de euros, mas que

75% já provém dos mercados externos,

mercados onde se concentram 2.100 dos

4.900 trabalhadores que a empresa possui

a nível mundial. E sublinhou que no nú-

mero referido do exterior, são mais de 400

os que correspondem à operação brasilei-

ra e que no que concerne à presença em

Angola e Moçambique já ultrapassam as

duas centenas.

Todavia, também é de realçar os teste-

munhos de Alberto Barbosa e de Bruno

Bobone (Pinto Basto) quanto à diferença

entre cada um dos mercados que corres-

pondem aos oito países da CPLP. «Cada

um é diferente do outro, a língua é seme-

lhante, mas existem muitas questões dife-

rentes, incluindo no plano das legislações

aplicáveis a diversos domínios da ativi-

dade económica e comercial», sublinhou

Bruno Bobone. Antes da declaração final

de Domingos Simões Pereira, Secretário

Executivo da CPLP, merece uma especial

referência a intervenção de Fernando Bri-

tes, Presidente da Câmara de Comércio

Brasil-Portugal em Brasília, que aprovei-

tou a ocasião para sublinhar as potenciali-

dades do Centro Oeste brasileiro, enquan-

to polo de forte dinamismo e progresso

económico e empresarial, enfatizando o

fato do FCO – Fundo Constitucional de

Financiamento do Centro Oeste dispor de

3.000 milhões de euros para apoiar proje-

tos empresariais na região do Brasil que

mais cresce, o que naturalmente poderá e

deverá constituir uma oportunidade para

as empresas portuguesas.

O Secretário Executivo da CPLP encerrou

a conferência reforçando a ideia da im-

portância da integração de cada país inte-

grante da CPLP nas dinâmicas regionais

de cada um deles, na medida em que isso

deverá potenciar o seu papel facilitador

de integração das empresas dos restantes

países da CPLP.

Domingos Simões Pereira sublinhou tam-

bém que as várias etapas de aprofunda-

mento na integração dos países da CPLP

deverão levar brevemente à criação do

Conselho Económico e Social da CPLP,

aprofundando assim as dinâmicas econó-

micas e sociais entre os povos e respetivas

organizações no interior dos oitos países

que falam português no mundo. ‹ Miguel Horta e Costa – FIEP Domingos Simões Pereira – CPLP Alberto Barbosa – Efacec

Page 25: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 4948 › País €conómico | Abril 2012

› emPResaRiaDo

«Queremos crescer de maneira sustentável»

Há mais de vinte anos no mercado da fabricação de reclamos luminosos, a Reclamoeste

– Reclamos Luninosos do Oeste, Lda é considerada uma referência nesta área de

actividade. Sob a batuta de Ângelo Costa, Director Geral da Reclamoeste, esta emprsa de

Casais de Santa Bárbara, Lourinhã, tem registado um crescimento sustentado fruto de

um gestão cuidada que tem sido fortificada por uma equipa de profissionais de elevada

capacidade. Já foi distinguída com os estatutos de PME Lider e PME Excelência 2011,

atributos que para Ângelo Costa revelam a confiança que a Banca e o próprio IAPMEI

depositam na sua empresa.

texto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS

A RECLAMOESTE, Reclamos Luminosos

do Oeste, Lda. Foi constituída em 10 de

Dezembro de 1990, passou a cariz familiar

a partir de 1992, e em Dezembro de 2005,

mais precisamente a 20 de Dezembro,

deixou o cariz familiarpara poder deste

modo seguir novos voos.

No entender de Ângelo Costa, Director Ge-

ral da Reclamoeste a referida alteração da

estrutura societária visou inclusivamente

fazer a empresa crescer de uma forma

sustentada «num mercado extremamente

competitivo como o dos reclamos lumino-

sos».

Segundo este empresário, o mercado dos

reclamos luminosos é bastante aguerrido,

mas tem uma particularidade: «Apare-

cem muitas empresas, mas depois e por

diferentes vicissitudes, desaparecem».

Porquê esta constatação? «Porque este

tipo de empresas exige também um pro-

fissionalismo na sua gestão», recordou o

nosso entrevistado, que a propósito disse

ainda: «Uma empresa como a nossa dis-

põe de uma gama de valências técnicas

diferenciadas, desde as visitas aos clien-

tes e à prospecção de mercado, trabalho

que tem de ser exercido por profissionais

extremamente preparados e atentos. Um

comercial que não domine este mercado e

que se inicie de novo, nunca está bem pre-

parado para poder aconselhar um cliente

em menos de um ano ou um ano e meio.

Quando vemos um reclamo luminoso

ou vemos trabalhos que são quase artís-

ticos, não nos apercebemos das grandes

dificuldades que envolvem esta matéria,

e um comercial nunca demora menos de

um ano ou um ano e meio para estar bem

preparado e dominar esta área de activi-

dade», resumiu Ângelo Costa.

E tem sido fácil conseguir estes profissio-

nais? Ângelo Costa é peremptório na res-

posta. «Não tem sido fácil. Hoje em dia a

Reclamoeste tem uma equipa comercial

de três elementos, dois séniores e um

outro que tem um ano e pouco de activi-

dade nesta área, mas para se conhecer os

produtos, saber interpretar aquilo que o

cliente deseja, não é por vezes fácil, exige

tempo e muito trabalho».

Pme líder e Pme excelênciaQuando Ângelo Costa adquiriu a Recla-

moeste, foi com o intuito de torná-la mais

moderna e competitiva. «Como é sabido,

a esmagadora maioria das empresas fami-

liares estagnam ou ficam pelo caminho,

muitas das vezes fruto de desentendimen-

tos entre familiares. Há excepções, mas

por regra é assim. E no caso concreto da

Reclamoeste, começámos por fazer um

diagnóstico à empresa nas suas diferentes

vertentes – um diagóstico operacional e

estratégico -, a partir daí traçámos um pla-

no de acção da empresa que veio permitir

o seu crescimento, e em 2008 tivémos a

grata satisfação de vermos a Reclamoes-

te ser distinguída com o estatuto de PME

Líder, e em 2011, pela sua forma dec estar

no mercado em todas as suas vertentes, a

Reclamoeste viu ser-lhe atribuído o estatu-

to de PME Excelência. Isto foi importante

para nós, porque estas distinções revelam

da parte da Banca e do IAPMEI o reconhe-

cimento de que somos uma empresa séria

e de confiança, que desempenha exem-

plarmente os seus métodos de gestão e

métodos de trabalho», lembra o Director

Geral da Reclamoeste.

Reclamoeste: empresa especializadaA Reclamoeste é uma empresa especiali-

zada na produção de todo o tipo de supor-

tes publicitários, com especial incidência

na fabricação de publicidade luminosa.

É uma empresa que ao longo dos anos

tem sabido criar valor acrescentado para

os seus clientes, baseado em trabalho de

equipa e relações de confiança, pondo à

disposição do mercado uma oferta diver-

sificada de produtos e serviços, onde se

Page 26: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 5150 › País €conómico | Abril 2012

› emPResaRiaDo

destacam: Reclamos Luminosos, Pórticos,

Mupis, Outdoors, Neons, Decoração de

Viaturas, Quiosques, Estores/Cortinas Pu-

blicitárias, Design Gráfico, e Soluções para

Imagem Corporativa.

Ângelo Costa diz-se satisfeito por ver a sua

empresa crescer. «Fico imensamente satis-

feito, mas isto é resultado de um trabalho

de equipa. Eu sozinho não conseguiria

fazer o que estamos a fazer, mas tudo é

mais fácil quando se tem, como é o nosso

caso, uma equipa de bons colaboradores e

bons profissionais que com o seu esforço

e a sua dedicação têm ajudado a empresa

a crescer sustentadamente e a tornar-se

cada vez mais competitiva», reconheceu o

Director Geral da Reclamoeste.

Uma empresa de grande consciência socialO plano de acção a que Ângelo Costa se

refere visou à Reclamoeste a procura de

novos mercados. «De facto este foi um

dos objectivos deste plano de acção. Mas

quando falamos em mercados, temos de

ver aqui duas situações. No que concerne

à situação de novos mercados ao nível do

trabalho feito em Portugal, nós estamos

muito virados para os Reclamos Lumino-

sos, mas há a área Publicitária, a área dos

Pórticos, a área dos Outdoors, e também

a área de Interiores, que vamos desenvol-

vendo e valorizando de uma forma cal-

culada. Sabendo que o desenvolvimento

destas áreas implica investimentos, temos

de saber calcular o tempo desses investi-

mentos, até porque temos também que

levar em conta a imprevisibilidade de al-

guns mercados, que por vezes se mostram

um pouco “traiçoeiros”. Às vezes seguimos

um caminho que nos parece ser o melhor,

e depois somos surpreendidos. Tudo isto

tem de ser levado em conta numa activi-

dade como a nossa. Tem de haver sempre

um risco calculado a nível dos investi-

mentos, porque já quase 30 famílias de-

pendem das nossas decisões», sublinha

Ângelo Costa, para a este propósito acres-

centar ainda: «A Reclamoeste dá emprego

a 26 pessoas , e há que ter um pouco de

cuidado com esta matéria, porque qual-

quer opção errada que se tome, ela pode

conduzir a situações desagradáveis para

outras pessoas. Temos de ter aqui uma

grande consciência social de modo a que

as nossas decisões não impliquem danos

colaterais para as pessoas que aqui traba-

lham».

Ângelo Costa adquiriu a Reclamoeste em

Junho de 2004, e desde então tem incuti-

do nela o mesmo aspecto socializante que

adapta em relação a outras empresas a

que está ligado, como é o caso da Prorácio,

que desenvolve a sua actividade de con-

sultoria orientada para o crescimento dos

seus clientes.

«Tenho tido esta filosofia de vida em rela-

ção a todas as empresas a que tenho esta-

do ligado. Fui durante algum tempo tra-

balhador por conta de outrém, e por isso

mesmo aprendi a respeitar aqueles que

comigo hoje trabalham», deixa bem vin-

cado o Director Geral da Reclamoeste, um

homem que durante anos esteve ligado

ao sector automóvel, e que em 1992 fun-

dou a Prorácio. «Todos nós temos na vida

a ambição de um dia trabalharmos por

conta própria, surgiu essa oportunidade, e

não hesitei. Felizmente temos crescido de

maneira harmoniosa e isso deixa-me or-

gulhoso e com vontade de ir mais além»,

revelou Ângelo Costa.

O Director Geral da Reclamoeste não gos-

ta de se considerar um empresário de su-

cesso. Ele diz que tudo isto é subjectivo.

«Falar-se hoje em empresários de sucesso

é muito relativo, porque (como sabe) há

empresas que apesar de serem bem geri-

das e bem administradas, hoje estão bem,

mas passados uns meses ou alguns anos,

podem vir a enfrentar uma realidade bem

diferente, para pior. Há hoje um proble-

ma grave que se está a passar no merca-

do português e que está a a conduzir à

queda de algumas empresas, até mesmo

boas empresas, que é a falta de liquidez

proveniente do não pagamento dos clien-

tes. Existem no país empresas que foram

sempre certinhas nas suas contas e que

hoje, face a este tipo de procedimentos, lu-

tam com extremas dificuldades. E nós não

queremos cair neste caminho. Queremos

honrar sempre os nossos compromissos,

impondo uma gestão criteriosa e verda-

deira», disse Ângelo Costa.

Dirigir uma equipa coesa e disciplinadaCom 58 anos de idade, Ângelo Costa já

tem uma experiência considerável como

empresário e, como tal, sabe reconhecer

o esforço e o trabalho daqueles que hoje

para ele trabalham, tudo fazendo para

manter esta equipa vitoriosa.

«Temos tentado ter um naipe de remu-

nerações acima da média do mercado, te-

mos tentado (e conseguido) manter bons

níveis de formação porque há áreas que

comportam equipamentos novos que ad-

quirimos e que exigem um tipo de forma-

ção específica, isto para já não falar das

exigências informáticas própria da época

em que vivemos, e que é matéria a levar a

sério. No grupo de 26 pessoas que cons-

tituem o quadro da Reclamoeste, 5 são

licenciadas». ‹

Page 27: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 5352 › País €conómico | Abril 2012

› emPResaRiaDo

António Almeida Henriques em Paredes, não tem dúvidas

norte será motor de crescimento económico do país

o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Econo-

mia, António Almeida Henriques, foi o convidado

principal da Conferência “Exportações – Uma Lição

do Norte”, uma iniciativa conjunta do Município de Paredes

e do semanário Grande Porto, e sublinhou que «Portugal não

pode virar as costas à Europa», mas acrescentou que dificil-

mente as exportações portuguesas poderão crescer nos mer-

cados europeus.

«Onde está então o nosso futuro», interrogou-se Almeida Hen-

riques, para logo dar a sua opinião de que «precisamente do

lado contrário, ou seja, em países da América Latina e África,

onde podemos tirar partido da língua portuguesa como plata-

forma de negócio». Falando para empresários de um concelho

que é líder do cluster português do mobiliário, o presidente da

Câmara de Paredes, Celso Ferreira, lembrou que o município

em 2007 tinha mais de nove mil empresas, mas no presente se

cingem a cerca de 7.200, mas «produzimos, ainda hoje, cerca

de 65% do mobiliário português, mas passámos de mais de

1.260 fábricas para pouco mais de 700».

No ano passado, segundo Gualter Morgado, presidente da As-

sociação Empresarial de Paredes, as exportações de mobiliário

das empresas do concelho de Paredes ascenderam a 390 mi-

lhões de euros, levando a que Almeida Henriques sublinhasse

que «temos de olhar para o Norte do país como o motor do

crescimento económico do país, já que se trata de uma região

que representa cerca de 40% do total das exportações nacio-

nais». ‹

Amorim Energia compra parte da posição da ENI na Galp Energia

américo amorim será o novo chairman

Américo Amorim vai ser o novo Chairman da Galp Energia, substituindo no cargo

Murteira Nabo. O atual CEO da petrolífera, Manuel Ferreira de Oliveira, mantém-

se também no cargo que tem desempenhado ao longo dos últimos anos. Estas

confirmações surgem depois da Amorim Energia ter informado a CMVM de que tinha

assinado um acordo com a ENI e a Caixa Geral de Depósitos, de modo a ter a opção de

compra de até 15,34% do capital detido pela ENI, possibilitando assim o reforço futuro

para uma percentagem de 48,68%.

o acordo estabelecido pelas três

partes – Amorim Energia, ENI

e CGD – liberta a ENI da obri-

gação de vender em bloco a sua posição

de 33,34% que detém na Galp Energia,

enquanto a própria Amorim Energia cede

os direitos de preferência sobre os 18%

remanescentes do capital detido pela

empresa italiana, que assim venderá no

mercado ou a instituições financeiras essa

percentagem, embora o vá fazer de forma

faseada.

No mesmo acordo, ficou estabelecido que

a Caixa Geral de Depósitos garante o “di-

reito de exigir a venda da participação de

que dispõe, 1% do capital da Galp Energia

no âmbito da (s) venda (s) da participação

referida, de 18% da ENI”.

No acordo estabelecido ficou igualmente

consagrado que o empresário Américo

Amorim, que controla a maioria do capi-

tal da Amorim Energia, será o novo presi-

dente do Conselho de Administração da

Galp Energia, substituindo na função o

atual presidente Francisco Murteira Nabo.

Com a entrada de Américo Amorim para

Chairman da petrolífera ficou logo asse-

gurada a manutenção de Manuel Ferreira

de Oliveira no cargo que já desempenha

de Presidente da Comissão Executiva da

Galp. Por outro lado, em face do acordo

agora estabelecido, se é certo que se ini-

cia o caminho para a saída progressiva

da ENI da Galp Energia, com o acordo da

empresa italiana vender no mercado ou

a instituições financeiras os seus rema-

nescentes 18%, poderá ficar igualmente

aberto o caminho para a entrada direta

da petrolífera angolana Sonangol no ca-

pital da Galp, ambição sempre afirmada

pela empresa angolana, mas negada até

agora pela própria Amorim Energia,

onde a Sonangol e a empresária Isabel

dos Santos controlam apenas uma parte

minoritária da holding energética lidera-

da por Américo Amorim. ‹

Page 28: Pais Economico - Centro Oeste brasileiro mostrou oportunidades em Portugal

Abril 2012 | País €conómico › 5554 › País €conómico | Abril 2012

› economia iBÉRica

Internacionalizar não é só uma palavra; é uma atitude. Significa orientar e desenhar

a atividade da empresa de acordo com esse fim. As dificuldades são muitas: culturais,

geográficas, tecnológicas, legais... Daí a necessidade de alinhar todos os departamentos

em prol do objetivo comum. E, tendo em conta as dificuldades que estão a sentir muitas

pmes, esse trabalho não sempre é fácil.

Por isso, convém conhecer e estudar os programas de

apoio à internacionalização. Espanha em geral e a Galiza

em particular oferecem excelentes programas que po-

dem e devem ser aproveitados pelos empresários portugueses. A

seguir analisamos os mais relevantes, demonstrando que o merca-

do ibérico significa também tirar vantagem destas oportunidades.

Para qualquer dúvida ou sugestão não hesitem em contatar-nos

em [email protected].

notícias Da GaliZa e Da eURo-ReGiÃo GaliZa-noRte De PoRtUGal

PonteVeDRa liDeRa o comÉRcio exteRioR esPanHol De PeixeA Alfândega da província de Pontevedra registou aproximada-

mente 500 mil toneladas das 1,327 milhões de toneladas de peixe

importado a nível nacional. Nas exportações, das 816 de toneladas

nacionais, 350 mil corresponderam a Pontevedra.

Nesse sentido, Espanha é o principal país tanto importador como

exportador da UE durante o 2011. A seguir a Espanha no capítulo

importador, temos a Alemanha, com 817 mil toneladas e França,

com 816 mil toneladas; no capítulo exportador, temos os Países

Baixos com 653 mil toneladas e a Dinamarca, com 539 mil tone-

ladas.

o salÃo FRanQUiatlántico celeBRoU a sUa xii eDiçÃo em ViGoA XII edição de Franquiatlántico celebrou-se nos dias 3 e 4 de

Março no Auditório Mar de Vigo e à qual assistiram quatro mil

pessoas, a maioria empreendedores interessados em informar-se

sobre o modelo de negócio e empresários à procura de um fran-

chising.

O salão reuniu duzentas marcas representadas por quarenta fir-

mas. Entre os setores presentes figuram agências de viagens, res-

tauração, moda, informática, clínicas, educação, compra e venda

de ouro, impressão, telecomunicações e lojas eróticas. Também

participaram consultoras nacionais e internacionais e os princi-

pais suportes digitais do setor, bem como o Igape e a Conselleria

de Educação. O salão repetirá o próximo ano em Vigo com mais

superfície, após o êxito de participação.

esPanHa e PoRtUGal DesenHaRÃo Uma noVa PRoPosta PaRa o comBoio ViGo-PoRto

A Ministra de Fomento, Ana Pastor e o Ministro português de

Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, acordaram elaborar

uma proposta para melhorar a ligação ferroviária entre as duas ci-

dades para garantir de forma eficiente o serviço público. Também

patuaram dar-se um prazo de seis meses para encontrar a melhor

solução para compatibilizar os sistemas de telepeagem das auto-

estradas dos dois países e resolver os problemas que tenham os

condutores galegos com o pagamento das peagens.

O comboio entre Vigo e Porto será coberto com dois serviços em

cada sentido por dia, embora as despesas geradas por esta linha

são consideradas excessivas pelo Governo português. Ambos os

ministros decidiram criar um grupo de trabalho que deverá apre-

sentar em breve uma proposta sobre os possíveis cenários que

garanta de forma eficiente o serviço público.

enGenHeiRos Da GaliZa e PoRtUGal instam a esPecialiZaçÃo Dos aeRoPoRtosO Colegio de Ingenieros da Galiza e a Ordem do mesmo setor

profissional do Norte de Portugal apostam pela coordenação dos

quatro aeroportos do noroeste através da especialização dos seus

tráfegos. Reclamam que os terminais do Porto, A Corunha, San-

tiago e Vigo deixem de concorrer entre si para serem complemen-

tares. Os engenheiros julgam que o aeroporto de Sá Carneiro tem

que ser percebido como uma oportunidade, sobre todo para o sul

da Galiza.

aPoios e sUBVençÕesaJUDas À inteRnacionaliZaçÃo AJUDA: Linha Participação em eventos expositivos que se cele-

brem fora da Espanha (2012)

PRAZO: 30/04/2012

OBJETIVO: Favorecer a participação em eventos expositivos e

promocionais internacionais que se celebrem fora da Galiza de

tipo comercial ou técnico.

BeneFiciáRios:› Empresas que tenham sede social na Galiza

› Consórcios de exportação com personalidade jurídica própria

domiciliados na Galiza

› Associações empresariais, conselhos reguladores de denomi-

nação de origem e clusters

› Centros tecnológicos e centros de apoio à inovação tecnológica

domiciliados na Galiza

DesPesas PassíVeis De aPoio:› Despesas de aluguer do espaço de exposição

› Despesas de aluguer do mobiliário e equipamentos audiovi-

suais

› Despesas de envio e, se for o caso, de catálogos, produtos, stan-

ds e outros materiais necessários para o projeto

› Despesas de desenho, montagem e desmontagem e construção

do stand

› Despesas de viagem desde Galiza e estadia

montante:a) Limite por candidatura:

› 50 % das despesas passíveis de apoios com um limite máximo

de 10.000 € no caso de participação organizada ou promovida

pela Xunta de Galicia ou pelo ICEX.

› 70 % das despesas passíveis de apoios com um limite máximo

de 15.000 € no caso de participação por organismos intermé-

dios.

b) Limites por conceito:› Despesas de desenho, montagem e desmontagem e construção

do stand: o máximo da subvenção será de 150 € por metro

quadrado do stand.

› Despesas de viagem:

› Para viagens com destino Portugal: 500 € por viagem passível

de apoio

› Para viagens com destino o resto de Europa: 1.000 € por via-

gem passível de apoio

› Para viagens com destino fora de Europa: 1.500 € por viagem

passível de apoio

AJUDA: Linha Prospeção Internacional (2012)

PRAZO: 30/04/2012

OBJETIVO: Apoiar a prospeção em novos mercados do estran-

geiro, prévia a uma possível implantação comercial estável, fa-

vorecendo assim a promoção exterior e o incremento da com-

petitividade da empresa mediante o estabelecimento em novos

mercados.

BeneFiciáRios:Pequenas e médias empresas que tenham sede social na Galiza

Associações empresariais, conselhos reguladores de denominação

de origem e clusters

DesPesas PassíVeis De aPoio:Terão consideração de despesas passíveis de apoio durante um

máximo de 12 meses compreendidos entre o 1 de Janeiro do exer-

cício até ao 30 de Setembro, os seguintes:

Arrendamento dos escritórios, locais, salas de exibição, show

rooms e outros espaços quando a atividade do projeto passível de

apoio o justifique.

Para aqueles solicitantes que, previamente à sua implantação de-

finitiva, decidam realizar a sua atividade de prospeção dentro de

centros de negócios, será subvencionado o custo de arrendamento

ou quota correspondente.

Despesas de viagem e alojamento desde Galiza ao estrangeiro

montante:› 50 % das despesas passíveis de apoio de projetos cujos solici-

tantes sejam empresas com um limite de 20.000 €.

› 60 % de despesas passíveis de apoios de projetos cujos solici-

tantes sejam organismos intermédios com um limite máximo

de 30.000 €.

Limite por conceito:Despesas de viagem: foram estabelecidas os seguintes montan-

tes máximos da subvenção em conceito de despesas de viagem

e estadia:

› Para viagens com destino Portugal: 500 € por viagem passível

de apoio

› Para viagens com destino resto de Europa: 1.000 € por viagem

passível de apoio

› Para viagens com destino fora de Europa: 1.500 € por viagem

passível de apoio.

eVentos e FeiRas

Data eVento lUGaR

Abril CONSTRULAN (Salón de la Construcción, Equipamento e Instalaciones Bilbao (Vizacaya)

13-15 Abril EUROBIJOUX & MIBI (Feria Internacional de Fabricantes de Bisutería) Barcelona

17-19 Abril IN-COSMETICS (Materias Primas para Perfumería y Cosmética) Barcelona

18-19 AbrilFUTURMODA, 1ª edición

(Salón Internacional de la Piel, Maquinaria y Compon. para Calzado y Marroquineria)Elche (Alicante)

18-21 AbrilFERIA INTERNACIONAL DEL MUEBLE DE MADRID

(Salón Internacional de Mobiliario e Interiorismo)Madrid

19-21 Abril EXPOFRANQUICIA (Salón de la Franquicia) Madrid

19-22 Abril SITC (Salón Internacional del Turisme a Catalunya) Barcelona

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› inFRa-estRUtURas

Porto de setúbal ligado a madridO Porto de Setúbal está ligado a Madrid, e ao resto de Espanha,

pelo serviço de transporte de mercadorias por ferrovia através da

Iberian Link, uma parceria entre os operadores português CP Car-

ga e o espanhol Renfe Mercancías, com uma oferta de três viagens

semanais, sendo as partidas do porto sadino às terças, quintas e

sextas-feiras.

A oferta engloba desde o transporte de contentores isolados até à

contratação de comboios completos, com capacidade de 48 TEU.

Os pontos de embarque no Porto de Setúbal são os terminais

Sadoport e Rodofer/SPC/Sapec. O tempo de viagem até Madrid

Abroñigal ronda as 15 horas, sendo que o prolongamento da via-

gem até às cidades como Saragoça, Tarragona, Barcelona, Valência

ou Bilbao, demoram 24 horas.

Com este serviço, estão criadas condições excecionais para o alar-

gamento do hinterland do Porto de Setúbal até Espanha, bem

como para o aumento da massa crítica que promova a competiti-

vidade e eficiência do porto através de economias de escala, quer

na ferrovia, que ao nível do frete marítimo. ‹

Primeiro-Ministro inaugurou a Fase 1B do Terminal XXI no Porto de Sines

mais contentores aportam a sines

o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho presidiu à ce-

rimónia de inauguração da Fase 1B do Terminal XXI

(Terminal de Contentores) no Porto de Sines, onde tam-

bém estiveram presentes o ministro da Economia, Álvaro Santos

Pereira, a presidente da Administração do Porto de Sines, Lídia

Sequeira, bem como David Young, CEO da PSA Europa e Medi-

terrâneo, a empresa de Singapura a quem está concessionado o

Terminal XXI.

A Fase 1B compreendeu a ampliação do cais em 350 metros, para

um total de 730 metros, além da ampliação da área de armazena-

gem de contentores de 20 hectares para 25 hectares. O terminal

está esquipado com cinco pórticos de cais de última geração e 12

gruas de parque, sendo o sexto pórtico de cais e mais três gruas de

parque esperados até ao final deste ano.

Este investimento vem aumentar a capacidade do Terminal CCI

para 1 milhão de TEUs (unidade correspondente a um contentor

de 20 pés) por ano. Em 2014, quando a Fase 2 for concluída o

investimento total neste terminal atingirá mais de 200 milhões

de euros.

De acordo com Lídia Sequeira, presidente da APS, «a parceria

com a PSA, o maior operador do Mundo de carga contentoriza-

da, constituiu uma garantia de sucesso associando as condições

naturais do Porto de Sines e da sua envolvente e o know how de

uma entidade que acreditou no projeto e assumiu integralmente

o risco de construção e da operação».

Já David Young, CEO da PSA Europa e Mediterrâneo, sublinhou

que «com este novo investimento a PSA Sines terá capacidade

para operar simultaneamente dois megacarriers. E graças às dra-

gagens dos acessos marítimos e da zona de manobra do Terminal

XXI efetuados pela APS, o terminal está agora pronto para rece-

ber os futuros grandes porta-contentores de 18.000 TEUs».

Pedro Passos Coelho aproveitou a deixa para recordar que em

2014 deverá ser inaugurada a obra de alargamento do Canal do

Panamá, o que constituirá justamente uma oportunidade para o

aumento estratégico da importância do Porto de Sines, enquanto

infra-estrutura portuária de ligação entre vários continentes e lo-

cal por excelência de transbordo de mercadorias que circulam de

forma transoceânica.

O líder do governo português agradeceu à PSA o investimento

concretizado em Sines, e sublinhou a sua importância como fator

de criação de oportunidades de desenvolvimento para o próprio

porto mas também para o país.

O Primeiro-Ministro não deixou de sublinhar que falta concreti-

zar agora uma ligação ferroviária entre o Porto de Sines e a Eu-

ropa, esperando que até 2014 essa ligação seja concretizada, pois

assegurou que o ministro da Economia (ali presente) estava muito

empenhado e em diálogo permanente com os seus colegas espa-

nhol e francês de modo a assegurar que o investimento se concre-

tiza do lado português e que é compatível com os investimentos

ferroviários dos lados espanhol e francês, precisamente para que

as mercadorias descarregadas em Sines possam chegar ao coração

do continente europeu.

Todavia, Pedro Passos Coelho não deixou também de aproveitar a

cerimónia para referir que a par dos investimentos concretizados

no Porto de Sines, os restantes portos portugueses também conti-

nuarão a ser modernizados e desenvolvidos. ‹

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› a FecHaR

semana da comunidade Portuguesa em Porto alegreDecorrerá de 19 a 27 de Abril a Semana

da Comunidade Portuguesa no estado

brasileiro do Rio Grande do Sul, com a

realização de diversas cerimónias come-

morativas da presença e do papel muito

relevante que ao longo de três séculos

diversas gerações de portugueses, com

particular destaque para os emigrantes

açorianos, tiveram, e ainda têm, no de-

senvolvimento do estado mais ao sul do

território brasileiro.

As comemorações terão início no próprio

dia 19 de Abril com uma exposição na

Assembleia Legislativa Estadual, na cida-

de de Porto Alegre, capital do Rio Grande

do Sul, seguindo-se ainda no mesmo dia

uma palestra e um debate sobre o Por-

tugal Contemporâneo, que decorrerá na

Escola de Negócios da PUC – Pontifícia

Universidade Católica, igualmente em

Porto Alegre.

Até ao final das comemorações, destaque

também para uma exposição fotográfica e

a cerimónia de homenagem ao “Dia da Co-

munidade Luso-Brasileira e aos 260 Anos

de povoamento Luso-Açoriano do RGS”,

que ocorrerá no dia 26 de Abril. ‹

intersismet inaugurou sede em luandaA Intersismet, empresa portuguesa de consultoria e gestão de pro-

jetos, inaugurou no início de Março a sua sede em Luanda. A inau-

guração da nova localização na capital angolana envolve uma nova

estratégia de formação e absorção progressiva de novos quadros e

consultores angolanos, a que se deverá igualmente seguir a abertura

do capital da empresa a sócios angolanos.

Fundada em 1978, a Intersismet atua nas áreas da Gestão Pública e

Local, com presença em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Mo-

çambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guatemala. Em An-

gola, a empresa conta atualmente com 75 colaboradores. ‹

Vieira de castro investeA Vieira de Castro, empresa de Vila Nova de Famalicão que produz várias mar-

cas do ramo alimentar, como são os casos das bolachas Maria ou das amêndoas

Torra, vai investir 25 milhões de euros numa nova fábrica no concelho. De

referir que parte deste investimento na terceira unidade fabril, dirigida à pro-

dução de bolachas, principiou a ser concretizado ainda no ano passado. Ana

Raquel de Castro, administradora do grupo referiu em declarações ao Diário

Económico que «nesta altura, a primeira linha de montagem da nova fábrica

já está a funcionar e vamos instalar uma segunda linha devido ao aumento

das encomendas». A nova unidade permitirá aumentar a capacidade instalada

para mais 15 mil toneladas, duplicando assim a capacidade das duas outras

fábricas da empresa, igualmente instaladas naquele concelho minhoto.

Cerca de metade das vendas da empresa destinam-se à exportação, destacando-

-se as vendas para os mercados brasileiro e angolano num total de 45 mercados

externos. No final do presente ano a Vieira de Castro estima alcançar um volu-

me de negócios de cerca de 30 milhões de euros. ‹

Unicer investe 80 milhões de eurosAntónio Pires de Lima, CEO da Unicer, informou recentemente

que a empresa vai avançar com um investimento de 80 milhões

de euros, a concretizar na modernização da unidade industrial

de Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, e que estará con-

cretizado até Março do próximo ano. O projeto de moderniza-

ção passará por colocar a fábrica a funcionar com mais duas

novas linhas de enchimento, tecnologicamente mais avançadas,

além de possui igualmente uma maior capacidade instalada de

produção e enchimento que será de 450 milhões de litros, e que

poderá mesmo ser estendida até aos 600 milhões de litros. Pi-

res de Lima adiantou que este investimento permitirá também

realizar uma poupança de 12 milhões de euros por ano naquela

que será, sublinha, «a melhor fábrica de cerveja da Europa». ‹

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