Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

215
A Jardinagem Sem Jardim Lazarine BERGERET " Sao frutos, flores, foihas e ramos. 6 Quem se ocupa de flores e plantas, em contacto com a perfeiçao da Natureza, sente uma força misteriosa, vive momentos de calma e serenidade. Este tipo de aprendizagem permitc à criança exer- citar o seu sentido de observaçao, pondo à p~ova a sua perseverança, iniciando-se a estética quando se exprime através das flores? Para evitar demasiadas decepcoes, para orientar as suas experiências, reunimos, neste volume, um grande número de conselhos e sugestoes bastante simples, que a ajudarao a tornar-se um autêntico jardineiro e florista de interior. Texto de Lazarine BERGERET llustraçoes de Claude VERRIER Traduçao de Lília Amaral Capa de J. Alvaro Pece~ueiro

Transcript of Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Page 1: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A Jardinagem Sem Jardim

Lazarine BERGERET

" Sao frutos, flores, foihas e ramos. 6 Quem se ocupa de flores e plantas, em contacto com a perfeiçao da Natureza, sente uma força misteriosa, vive momentos de calma e serenidade. Este tipo de aprendizagem permitc à criança exer- citar o seu sentido de observaçao, pondo à p~ova a sua perseverança, iniciando-se a estética quando se exprime através das flores? Para evitar demasiadas decepcoes, para orientar as suas experiências, reunimos, neste volume, um grande número de conselhos e sugestoes bastante simples, que a ajudarao a tornar-se um autêntico jardineiro e florista de interior. Texto de Lazarine BERGERET llustraçoes de Claude VERRIER Traduçao de Lília Amaral Capa de J. Alvaro Pece~ueiro

Page 2: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

flores e plantas de interior ao cuidado da criança COLECÇAO NOVA PRáTICA Pedagógica 1. Jogos úteis para criancas dos 2 aos 6 anos 2. Jogos de Praia 3. Primeiros Recortes 4. Sensibilizar as Crianças à Natureza 5. Actividades Manuais para os mais pequenos 6. Dobragens em Papel 7. Jogos de Interior 8. Atletismo e Natacao 9. A Jardinaqem sem Jardim

Page 3: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

** No page found **

Page 4: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Familiarizar a criança com o mundo maravilhoso das plantas e das flores é hcultar-lhe observa- çoes apaixonantes e experiências enriquecedoras; é também, tantas vezes, levá-la a encetar os pri- meiros contactos com a Natureza. Conhecendo os ciclos de vida dos vegetais, satis- faz a sua carência de actividade e descoberta. Através das suas tentativas, ainda que fracassadas, a criança apercebe-se das necessidades, reacçoes, hábitos ou caprichos das plantas e flores, e começa a desenvolver o sentido de protecçao, o senti- mento da responsabilidade. Este interesse permanente, esta atençao continua que Ihe é exigida, permitem-lhe, ao longo das estaçoes, a aquisiçao dos conhecimentos mais diversos e mais surpreendentes. Reservar diariamente, com toda a regularidade, alguns instantes para a contemplaçao das flores ou tratamento das plantas, contribui, portanto, para que a criança enverede por um ideal nobre, aju- dando a formaçao da personalidade, na medida em que aprofunda o seu sentido estético. Ocupando-se das plantas e das flores, o jovem jardineiro-florista aperfeiçoa a sua adaptaçao à vida. t isso que pretendemos com este livro. E, se damos tantos conselhos e sugestoes, pre- tendemos, apenas, evitar desilwoes e tentativas inglórias. No entanto, sempre que o deseje, a criança poderá pôr em prática as suas próprias técnicas, e soluçoes que Ihe pareçam mais ade- quadas. Sobretudo, deixemo-la disfrutar a liber- dade da descoberta !

Page 5: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

** No page found **

Page 6: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

- `~ '~

Page 7: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

As flores, que representam um instante de perfei- çao, devem transportar-nos para além do tempo. Pensamento japonês Uma flor é um sinal de amizade que te dirige a tua irma, a planta. Corresponde a essa amabilidade prestando Ihe atençao, e saudando-a, no regresso. Mibu no Akimine

Page 8: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A FORÇA DAS FLORES A criança gosta de flores, da mais humilde à mais rara. Ocupar-se delas constitui uma tarefa impor- tante, um passatempo bem agradável. Alguns países só concebem a educaçao reservando uma parte privilegiada a tudo o que respeite às flores e arranjos florais. Oferecer flores foi sempre um atributo do «savoir- -faire)~, e as preocupaçoes estéticas dos Ociden- tais inclinam-se, cada vez mais, para. a composi- çao dos ramos e arranjos florais. O ra~mo nao é um artigo de luxo. Tem sempre o seu lugar. As flores e os ramos nao se compram só na florista; podem ser colhidos no campo, na floresta, nos prados, sempre que a planta seja tratada com respeito, assunto de que nos ocupa- remos posteriormente Frescas ou secas, isoladas ou compostas com elementos decorativos, as flores oferecem-nos em qualquer estaçao, a oportunidade de expor ao ólhar novo e maravilhado da criança um pouco de beleza. Detenhamo-nos um pouco nestas observaçoes, con- selhos e sugestoes que podem ajudar os jovens e as pessoas inexperientes de qualquer idade A

Page 9: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

1n estimar, colher, comprar, tratar. conservar e arranjar as suas flores Atraída pelas flores, como por tudo o que brilha, vive e vibra na Natureza, desde a borboleta até à estrela, a criança, por vezes, trata o vegetal sem os devidos cuidados, mutila-o e. involuntariamente, «faz-lhe mal~. É porque ninguém Ihe ensinou. pri- meiro, a observar sem tocar, respeitando a beleza frágil das corolas e das folhas A finalidade do ramo nao é unicamente decorativa e utilitária. No interior, a flor necessita de um ambiente de simpatia. O ramo inspira uma sensa- çao de natureza, sugere, para quem o «com- preende~, uma estaçao ou uma paisage~m. Conduz- -nos até ao campo, na sua mais delicada forma de expressao, enquanto embeleza a noQcA ~`ACA «As flores que colhemos nao sao efémeras~, diz o poeta . LINGUAGEM DAS FLORES: Os dicionários e certos livros especializados ensi- nam-nos tudo o que se pode exprimir, oferecendo uma simples flor ou um ramo. Quantas surpresas, estudando esta linguagem!... O significado simbólico das flores remonta a tradi- çoes ancestrais, que se perpetuaram até aos nossos dias. O que uma determinada flor quer dizer depende da sua forma, da coloraçao, mas, fre- quentemente, nao podemos compreender a razao do seu significado. E que importa ? Vejamos alguns exemplos:

Page 10: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

1--Acanto 2--Aciano 3--Amarilis 4--Amor-perfeito 5--Anémona 6--Botao-de-ouro 7--Brincos-de-princesa 8--Campainha 9--Capuchinhas 10--Cardo 11--Cerejeira 12--Cravo 13--Dália 14--Espelho-de-Vénus 15--Espinheiro-alvar 16--Feto 17--Geranio 18--Glicínia 19--Hera 20--Hortensia 21--Iris 22--Jacinto 23--Lilás 24--Lírio 25--Loureiro 26--Margarida 27--Miosótis 28--Muguet 29--Novelos 30--Orquídea 31--Peonia 32--Rosa 33--Tulipa 34--Urtiga 35--Urze 36--Violeta 37--Zínia Sensibilidade à Ar~ Timidez Vaidade Recordaçao Perseverança Alegria Orgulho Espionagem

Page 11: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Indiferença Austeridade Boa educaçao Preocupaçao Reconhecimento Elegancia Espera nça Sinceridade Pa rvoíce Ternura Fidelidade Indiferença Mensagem Alegria no coraçao Afeiçao Pureza Glória, triunfo Inocência Nao me esqueças Felicidade

Page 12: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Altivez Bem-estar, riqueza Sinceridade A~mor Optimismo Crueldade Força e solidao Humildade Inconstancia ~o SO(J o~ ti5 l ~

Page 13: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Como é evidente, esta linguagem varia com as regioes, e nao tem nada de científico ! No entanto, ofereceremos robustas tulipas, sim- bolo de optimismo, a um doente, mas evitaremos of erecer cravos a pessoas supersticiosas ! E podem ter a certeza que os vossos amigos fica- rao sempre contentes quando receberem lilases ou miosótis ! 12

Page 14: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

PR EPARAÇAO DOS RAMOS Os utensilios da perfeita florista Para nos ocuparmos de flores, precisamos, efecti- vamente, de poucas coisas. Antes de instalarmos o material numa mesa ou ao lado da banca, estender um jorrlal velho, que facul- tará, quando a operaçao terminar, a recolha dos desperdícios. Arraniar: --tesoura, ou melhor, ainda, tesoura de poda: --uma velha faca, para cortar, em viés, a maior Darte doc rAIllPc --um pequeno rnartelo para bater os caules lenho- sos (lembremo-nos que alguns caules, como os dos crisantemos, partem e nao se cortam); --um par de luvas velhas, sobretudo para as flores com espinhos (rosas, por exemplo); --enfim, e porque é quase indispensável, um pulverizador, ou, o que é mais prático ainda, uma tarr~pa-pulverizador, que se adapta a qualquer garrafa .

Page 15: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

1 4 Antes de iniciar o trabalho, agrupar rapidamente todos estes objectos, prontos a serem usados. Quando esta disposiçao nao é viável, arranjar um local para colocar estes <(utensilios>~ perto dos vasos, das jarras ou dos suportes. Vasos, recipientes, suportes: Nao é necessário dar às crianças vasos de valor. O essencial é colocar vários à sua disposiçao, para que possam escolher livremente. Portanto, arranjar vários recipientes muito simples: vasos de vidro ou ceramica, de gás ou porcelana, e ainda de cobre, estanho, bem como utensílios de uso comum: terrinas, frascos, copos de pé alto, taças, garrafas, pratos de aperitivos, for~mas para bolos, etc. Mesmo quando se dispoe, unicamente, de simples vasos de iogurte, é sempre possível dissimulá-los numa caixa redonda ou rectangular, num cesto de vime, camuflá-los com fragmentos de cortiça, ou introduzi-los em estruturas de bambu. Suportes de madeira, metal ou ceramica poderao, igualmente, originar arranjos harmoniosos e de- corativos. LlMPeA DO INTERIOR: O interior deve ser lavado com qualquer detergente. Se necessário, deixar o produto 2 ou 3 horas. 14 Antes de iniciar o trabalho, agrupar rapidamente todos estes objectos, prontos a serem usados. Quando esta disposiçao nao é viável, arranjar u.m local para colocar estes ~utensílios~> perto dos vasos, das jarras ou dos suportes.

Page 16: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Vasos, recipientes, suportes: Nao é necessário dar às crianças vasos de valor. O essencial é colocar vários à sua disposiçao, para que possam escolher livremente. Portanto, arranjar vários recipientes muito simples: vasos de vidro ou ceramica, de gás ou porcelana, e ainda de cobre, estanho, bem como utensílios de uso comum: terrinas, frascos, copos de pé alto, taças, garrafas, pratos de aperitivos, formas para bolos, etc. Mesmo quando se dispoe, unicamente, de simples vasos de iogurte, é sempre possível dissimulá-los numa caixa redonda ou rectangular, num ccsto de vime, camuflá-los com fragmentos de cortiça, ou introduzi-los em estruturas de bambu. Suportes de madeira, metal ou ceramica poderao, igualmente, originar arranjos harmoniosos e de- corativos. LIMPEZA DO INTERIOR: O interior deve ser lavado com qualquer detergente. Se necessário, deixar o produto 2 ou 3 horas.

Page 17: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

E~m casos específicos, encher os recipientes com água adicionada de lixívia ou vinagre (o que eli- mina os maus cheiros). Para limpar completamente as paredes interiores, agitar fortemente o vaso, no qual se introduziu sal grosso e húmido ou cascas de ovos esmagadas. Em seguida, enxaguar cuidadosamente. LlMPeA DO EXTERIOR: Para a porcelana, grés ou vidro, empregar os mes- mos produtos já usados para o interior. O álcool dá também excelentes resultados. Para as caçarolas, peças de cobre ou formas para bolos, usar os produtos empregues, geralmente, para limpeza de ~metais Para recipientes de vime ou outros cestos, escovar com água adicionada de sabao, e enxaguar com cuidado. COLOCAÇAO DE RECIPIENTES: ~ uma questao de gosto, de utilizaçao dos locais disponíveis, de harmonia com a decoraçao dos co,mpartimentos. Um copo de pé com uma única rosa ficará bem num canto da lareira ou num toucador, um vaso de grés numa cómoda, um tacho de cobre no corredor da entrada. O importante é habituar os nossos jovens floristas a evitar as manchas de água nos móveis, o que os poderá deteriorar definitivamente Poderemos utilizar ~pratos)> de plástico, vendidos para este fim. Ou ainda, o que terá efeitos mais

Page 18: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

1 6 BOL~ D~ \~(D~O (- 0 ~1 v~ s~,s c c, ~ ~ ~c~` x~ s decorativos, recortar em plástico diversas formas: ovais, coraçoes, folhas, etc. Simples rodelas de cortiça ou de madeira, cober- tás de papel de veludo adesivo, farao, ta.mbém, suportes muito práticos. Aliás, qualquer ~napperon~ pode servir, desde que nao se receie estraaá-lo. Elementos auxiliares: pica-flores e suportes A disposiçao e manutençao das flores nos vasos é facilitada por pica-flores, suportes ou outros processos engenhosos e baratos, que examina- remos. BOLA DE VIDRO: Exigindo poucos cuidados, muito prático para flores de caules rígidos, esta bola, à venda nos estabe- lecimentos comerciais, permite compor belos arran- jos. PICA-FLORES METALICOS: Chegam-nos do Japao. De base redonda, quadrada ou rectangular, sao formados por uma base de chumbo cheia de pregos. Alguns, sao munidos de encaixes, permitindo agru par vários ou dar diversas formas ao arranjo floral.

Page 19: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Outros, possuem uma ventosa, o que assegura estabilidade do ramo. ~ necessário colocá-los e.m jarras de vidro opaco, ou dissimulá-los com folhas, flores, musgo, pedri- nhas, ou qualquer outro elemento decorativo: frag- mentos de madeira, cortiça, conchas, etc. PICA-FLORES DE MAT~RIA PLASTICA: Mais baratos, mas co~m menor estabilidade, estes pica-flores, no entanto, sao muito úteis na prepa- raçao de arranjos pequenos. ~ necessário conservá-los sempre bem limpos. REDE: A rede pode ser utilizada de várias maneiras: dobrando sucessivamente uma tira, ou dando a forma de auadrado, rebatendo os cantos. Deverá ser galvanizada para que nao enferruje. Este processo, ainda que menos oneroso, permite a colocaçao das flores, que se fixa,m sem dificul- dade nos orificios da rede. TAMPAO DE CELOFANE: Colocado no fundo do vaso, permite a disposiçao de flores de caule curto, impedindo-as de sub- merair. MUSGO NATURAL SUPORTE DE ARGILA: Estes processos, usados por floristas profissionais, permitem a conservaçao das flores. Deverao dis-

Page 20: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

18 simular-se no ~musgo ou argila pequenos tubos, para introduçao dos caules. MUSGO ARTIFICIAL Esta espécie de musgo compra-se em placas de diferentes espessuras, e é agradável à vista. Basta amass~-la até formar uma pasta maleável, enchendo o recipiente a ornamentar. Existe à venda nas cores branca e verde. PASTA DE MODELAR: Esta pasta, bem conhecida das crianças, permite, também, sustentar flores e ra,mos. Mas é neces- sário preparar pequenos orificios, com um lápis, por exemplo, para que os caules penetrem fa- cilmAntA TAMPA PERFURADA: lJma simples rodela de contraplacado, de aluminio,de rede fixada no rebordo, de cer3mica perfurada, permite a confecçao de ramos maravilhosos. Este mesmo processo pode usar-se no arranjo de flores secas, recorrendo, entao, a uma rodela de cana o . PLACA DE VIDRO PERFURADA: Este tipo de pica-flores é colocado na abertura do vaso ou no colo. ~ usado, especialmente, em jarras de vidro ou cristal. Encontra-se facil,mente nos estabelecimentos comer~iAi~0

Page 21: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ESFERAS DE VIDRO: Arranjar 25 a 30 esferas de vidro, e colocá-las no fundo do vaso: os caules das plantas sao fixados nos intervalos. Se as cores das esferas estiverem bem cúmbina- das e a jarra for transparente, o efeito obtido é muito feliz FOLHAS DE PINHEIRO OU OUTRAS CONIFERAS: Praticamente imputresciveis, estas folhas (ou agu- lhas) sao bastante sólidas e permitem a fixaçao das flores para diversos arranjos. AREIA E PEDRINHAS: Sendo um processo a que, também, se pode recor- rer facilmente, este género de suporte é de difícil manutençao na cidade, por causa dos odores desa- gradáveis. Nao é fácil lavar no lava-loiça um vaso cheio de areia e pedras, porque pode entupir. Qualquer que seja o processo usado para manter as flores, é sempre possivel obter arranjos harmo- niosos e originais, que sao o reflexo da persona- lidade de cada um. Cuidados e conselhos: Quer sejam colhidás, compradas ou recebidas como presente, mal as flores entram em casa devem ser imediatamente tratadas. Devere~mos ocupar-nos de- las, procedendo de modo a que durem o mais POSsivel

Page 22: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Para já, hlaremos da apresentaçáo. Posteriormente, veremos como as devemos ohrecer, e os diver- sos tipos de arranjos. FLORES COLHIDAS: ~ sempre possivel colher as flores na natureza, onde crescem livremente, mas, de qualquer forma, necessário observar as devidas precauçoes para nao estragar as culturas, tornando estéril o local onde crescem, deteriorando as árvores ou outras plantas. Existe uma forma correcta de colher. Se, ao lon~qo do caminho, no ca~mpo ou na floresta, colhermos flores sem os devidos cuidados, sere- mos os primeiros a sofrer uma decepçao, pois, ao chegar a casa, estarao comoletamente murchas. Primeira coisa a fazer para as reanimar: deixá-las, completamente mergulhadas, se necessário, flores, folhas e caules, numa grande bacia com água. Quando as plantas retomarem o aspecto habitual, poderemos compor o ramo. Para nao e~tragar as flores que colhemos, é con- veniente levar, em passeio, um cesto, um saco de base larga, ou uma caixa de botanico. As .mesmas precauçoes deverao ser tomadas com as flores colhidas num jardim. Colocar um bocado de algodao hidrófilo embebido em água, ou mus~qo húmido, na base dos caules, e aspergir as plantas com água antes de as transponar numa caixa ou num saco de plástico. Caso nao se disponha deste material, protege-las bem com papel.

Page 23: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

As flores devem ser colhidas, de preferencia, de manha ou à tardinha, quando o calor já abrandou. Evitar a colheita nos dias em que haja muito vento. De qualquer maneira, escolher os botoes prestes a abrir, preferindo os às flores já completa.mente abertas. Dar um golpe seco, cortando a flor. Alguns caules panem-se facilmente. Outros, requerem um uten- sTlio cortante, mas nunca devem ser torcidos. Um pequeno conselho: mes~mo quando nao se dispoe de luvas, para evitar as picadelas das rosas ou outra p!anta com espinhos, fixar o caule com um alfinete ou uma pinça, e será fácil cortá-lo com uma tesoura vulgar ou de poda. FLORES COMPRADAS: Na florista, escolher, unicamente, flores muito frescas. Reconhecemo-las pelo estado do caule que mergulha na água. Este deve ter um aspecto sao, sem estar escurecido na base. As flores de- vem conservar .o seu brilho, e as folhas nao deverao estar caidas. Segundo as preferencias, ou a importancia do vaso a ornamentar, escolher as flores com todo o cui- dado, tendo em conta que se pode compor um belo ramo com poucas flores, desde que sejam de boa qualidade. Os ramos densos e sobrecarre- gados estao longe de ser os mais bonitos. Desconfiar das protecçoes que dissimulam, tantas vezes, caules muito curtos. E preferivel uma flor que dure, do que um grande ramo que murcha pouco tempo depois.

Page 24: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FLORES OFERECIDAS: Saber tirar partido de todas as flores, quaisquer que sejam, é uma forma de as estimar. Do mais simples ramo de violetas às mais luxuo- sas orquideas, a valorizaçao das flores agrupadas depende, em grande parte, do vaso escolhido. Aceitemos com alegria todas as flores que nos of ereçam, Se, de imediato, nao dispomos do tempo necessário para nos ocuparmos do ramo, pelo.menos mergu- lhemo-las em água, colocando-as num recipiente provisório. COMO FAZER DURAR AS FLORES: Vejalmos alguns conselhos práticos para conservar as flores durante mais tempo. Para já, recordemos as (<receitas» antigas, que, no entanto, ainda nao perderam a sua eficácia. Assim, segundo os hábitos das diversas regioes, aconse- lhamos a introduzir na água limpa do vaso: --um fragmento de carvao de madeira, --algumas gotas de lixívia, --um pouco de sal, --um cubo de açúcar, --um pequeno pedaço de sabao, --um ou dois cubos de gelo, --um comprimido de aspirina, --um bocado de canfora, --algumas gotas de vinagre (sobretudo para as anémonas) .

Page 25: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

E divertido experimentar, ou fazer com que as crianças ensaiem os diversos processos, compa- rando-os entre si. Assim, poderemos descobrir que este ou aquele é particularmente eficaz para esta ou aquela flor. Mas, se quisermos utilizar processos mais moder- nos, poderemos comprar, na florista, produtos es- pecializados, de grande utilidade. Já vimos, atrás, que as flores se reanimam quando sao ,mergulhadas num recipiente com água fresca (algumas preferem a água tépida, como os cravos, após uma viagem, por exemplo). Por vezes, basta vaporizá-las (encontramos à venda rolhas que se adaptam a qualquer garrafa, ou pulverizadores especiais). Tratar as flores com toda a delicadeza. Exceptuando os recipientes transparentes, a que é necessário renovar a água todos os dias e limpar os caules, basta acrescentar água, ou um ou dois pedaços de gelo, sem tocar nas florec Se as flores estao sujeitas ao excesso de calor do Verao ou do aquecimento, aspergi-las. Evitar as correntes de ar e as mudanças bruscas de temperatura. Quando algumas flores ~murcham, nao hesitar em retirá-las, refazendo o ramo doutra maneira Os Japoneses, para impedir a saida da seiva, cortam os caules sempre dentro de água.

Page 26: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Há quem apoie o esmagamento dos caules lenho sos (lilases, crisantemos, por exemplo), para que aspirem a água mais hcilmente e em maior qgan- tidade. Devemos preferir as facas que cortam os caules em viés, ou as pequenas tesouras de poda que comprimem os caules. Enfim, retirar as pequenas folhas inúteis, que, mer- gulhando na água, a contaminam. ~s D~ Y~2Ro An~iL~ O C/~

Page 27: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FAÇAMOS RAMOS DE FlORES Nós gostamos de flores. Temos bons utensilios. Dispomos de jarras e recipientes. Temos, igualmente, pica-flores ou elementos de supone. Enfim, já conhecemos os cuidados exigidos pelas diversas flores. Instalemo-nos para confeccionar ramos variados, segundo a estaçao e as flores de que dispo,mos. Fazer um ramo nao é, unicamente, colocar flores na água, mas compô-las harmoniosamente, tendo em conta a sua beleza especifica, numa jarra que Ihes convenha. O conjunto deve ser colocado num local que realce o seu valor. Ocuparmo-nos de flores com paciência e aplica- çao é um processo de relaxamento, trazendo con- sigo grande calma e serenidade. E necessário respeitar as regras da organizaçao, da limpeza e da atençao. Assim, como já referimos, começamos por nos instalar confortavelmente, com os utensilios dis-

Page 28: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

postos num papel ou num jornal aberto, que nosservirá para reunir os detritos inevitáveis. QUE PO~DEREMOS ENCONTRAR EM... ? NO quadro seguinte, temos uma lista das flores de que poderemos dispor em cada mês: Janeiro: Abeto, pinhas, algumas flores. Fevereiro: Hera, bagas, ramos, rebentos, narcisos amentilho. Março: Ramagens, primeiras tulipas. Abril: Miosótis, ancólias, violetas, açafrao, goi- vos, primeiros lilases, margaridas. Maiio: Tulipas, peonias, tulipas anas, primeiros íris, tremo'Ss Jur~ho: Rosas, lirios, ervilhas de cheiro. Julho: Verbenas, balsaminas, clematites, flores campestres, espigas, gramineas. Agosto: Gladiolos dálias, phlox. Seternbro: Aster, crisantemos. Outubro: Bagas, folhagens avermelhadas, uvas. Novernbro: Liquenes, amentilho, mimosas frágeis. De~ernbro: Azevinho, visco, ramos de coniferas. Para compor arranjos florais agradáveis à vista, é necessário conhecer algu.mas regras que ajudam a encontrar o equilíbrio indispensável, a proporçao ideal entre o vaso, as flores, e o local reservado ao ramr~

Page 29: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Os ramos colocados no centro de uma sala sao feitos de forma a terem um aspecto harmonioso, pois sao vistos por todos os lados. Outros, encostados a uma parede, apresentam uma única face. Outros ainda, qu'e deverao colocar-se em frente de um espelho, reflectem-se equilibra- da,mente. Enfim, alguns ramos dominam os obser- vadores, enquanto que outros, colocados no chao, sao feitos para serem dominados. Portanto, é necessário reflectir na situaçao do ramo antes de o confeccionar. Como devem ser entao, dispostas as flores ? Da- remos numerosos exemplos, que orientarao a vossa aprendizagem. Em seguida, devereis tentar compor arranjos mais originais, segundo as vossas possi- bilidades. Um mesmo ramo, sempre no mesmo local, tornar-se-ia bastante monbtono. Aliás, é impossivel realizar duas vezes a r~iesma composiçao. As flores dispoem-se por si, e nem sempre sao «obedientes». E preciso muita pacien- cia, recomeçando várias vezes antes de obter um r7mo harmonioso. Mas, por outro lado, que alegria, quando o consequimos ! O factor mais imponante é o comprimento dos caules: por vezes, um ou dois centimetros a mais ou a menos podem alterar tudo comPletamem~ Para dobrar as ramagens, impondo-lhe uma deter- minada curvatura, deixar o ramo na água, durante a noite, prendendo-lhe um peso. De manha, ao retirar o peso, o r7mo continua curvado. Vejamos algumas ideias de vários tipos de ramos. Fica ao vosso cuidado a escolha do que mais vos agrada, esperando que consigam obter a har- monia que se pretende. Boa sorte ! Z V} z--s ~ A'--~` Dr~ v~sO~ 0~ ~Lo h£A~os~ (J~A IJ£ ~t£. ~,

Page 30: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Ramo com uma só flgr ou uma única ramagem: Para um escritório, uma mesa de trabalho, ou mesmo um canto da lareira, é preferivel compor um ramo muito simPles~ E uma só flor, com toda a sua elegancia e delica- deza, basta para fazer co~mpanhia, assim como uma única ramagem. O efeito produzido é ainda mais discreto R intimn A rosa é uma destas flores que se bastam a si próprias, e nao têm necessidade de qualquer outro elemento O mesmo se passa com um ramo de lilás, um iris, um jarro, uma tulipa, uma esterlizia ou uma or- quidea. Mas, neste caso, a escolha da jarra é muito impor- tante: deve ser elegante, de colo longo. O copo de pé alto fica .muito bem com a rosa. Ramo de flores de caul0s curtos~ Violetas normais, violetas de Parma, margaridas, capuchinhas, jacintos espontaneos e outras flores de caules curtos devem compor-se em ramos sim- ples. Agrupam-se num conjunto, e rodeiam-se das folhas. Ramo com uma só flor ou uma única ramagem: Para um escritório, uma mesa de trabalho, ou mesmo um canto da lareira, é preferivel compor um ramo muito simples. E uma só flor, com toda a sua elegancia e delica- deza, basta para fazer co~mpanhia, assim como uma única ramagem. O efeito produzido é ainda mais discreto e intimo. A rosa é uma destas flores que se bastam a si

Page 31: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

próprias, e nao têm necessidade de qualquer outro elemento. O mesmo se passa com um ramo de lilás, um iris, um jarro, uma tulipa, uma esterlizia ou uma or- quldea. Mas, neste caso, a escolha da jarra é muito impor- tante: deve ser elegante, de colo longo. O copo de pé alto fica muito bem com a rosa. l~amo de flores de caules cui~tos: Violetas normais, violetas de Parma, margaridas, capuchinhas, jacintos espontaneos e outras flores de caules curtos devem compor-se em ramos sim- ples. Agrupam-se num conjunto, e rodeiam-se das folhas.

Page 32: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Se constituem um feixe, desamarrá-las para que componha~m livremente. Se necess~rio, acertar os caules para que o ramo fique bem arredondado. Mas podemos preferir um ramo mais leve, o que se obtém deixando os caules com alturas dife- rentes. O que origina o encanto do ramo é a sua simpli- cidade rústica. ~amos triangulares: Serao esguios ou atamcados, conforme a impor- tancia do local de que se dispoe.

Page 33: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Ramo redondo: Sensivelmente da mesma altura, as flores serao repartidas regularmente. Este ramo destina-se a ser dominado. Adapta-se a muitas flores: rosas pequenas, ra- núnculos, margaridas, cris3ntemos pequenos. Ramo alongado: Destina se a flores de caules longos, que se dis- poem sucessivamente, começando sempre pelas mais altas, e preenchendo, depois, os espaços vazios. Composto para ser visto dum único lado, todas as flores estarao de frente. Composto para ser visto de todos os lados, é necessário avaliar o efeito, rodando. Poderemos dispor, indiferentemente, flores de uma só espécie ou de v~rias. Ramo campestre: As flores de estufa, as flores cultivadas, por mais bonitas que sejam, nao conseguem fazer esquecer a graciosidade despretenciosa das flores do campo e da floresta. Consoante o local onde nos deslocarmos, podere- mos sempre colher as mais variadas flores, umas frágeis e efémeras, outras duma vitalidade extraor- dinária . Nao hesitar em misturar as diferentes esDécies.

Page 34: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Sao os vasos de barro ou de grés, rústicos, de cores escuras (castanho, verde azulado), formas baixas (boioes de conservas, bilhas, tachos, pi- chéis, etc.) que melhor se adaptam aos ramos de flores campestres.

Page 35: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

o ~ 9 o Ramos de várias cor~ Vejamos, como exemplo, dS tulipas: Escolhe-las na ~nesma gama de amarelo ou ver- melho. Os caules sao, geralmente, curtos, e orientam se por si, desde que nao estejam muito apertados. Colocar as maiores e mais escuras na parte de trás e, se dispusermos de quantidade suficiente, formar uma piramide. Adaptá-las a um suporte apropriado ou a uma terrina, dispondo as flores de maneira a obter-se um esbatimento de tons. Cuidado, porque os caules sao muito frágeis, e partem como vidro I Utilizar urn pica-flores largo, ou vários mais pequenos, ou ainda uma rede fina. Recorrer às folhas para tornar o conjunto mais levR n harml~ni~c~ Ramo com uma única cor, tom sobre tom: As flores azuis sao bastante raras na natureza. A delicadeza dos mios6tis será ainda mais eviden- ciada se, de onde a onde, se puder ver um tufo de acianos. Melhor ainda, uma mistura de miosótis e cabelos- -de-vénus formará um conjunto duma leveza per- feita numa jam branca ou num copo de cor esbatida . ~ dum extraordinário bom gosto ~nisturar duas ou tres flores da mesma cor. Podemos, assim, jogar em toda a gama de tons duma mesma cor, va-

Page 36: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

riando infinitamente.

Page 37: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Um ramo completamente branco nao é, necessaria- mente, monótono: há tantas espécies de «branco» nas flores, que cada uma possui o seu tom e textura específicos. Compor um ramo branco, com uma folhagem li- geira e quase «vaporosa)), de preferência num vaso de opala, por exemplo, que reforça a pureza do conjunto, é dum efeito muito feliz. Quer se disponha dum vaso de grés de cor cas- tanha ou duma jarra branca, um conjunto de dálias vermelhas, de margaridas amarelas, de crisantemos rosados, contribui para alegrar um co~npartimento decorado com móveis rústicos. Ramos de flores de caules muito longos: Os gladíolos, algumas rosas, os jarros, os lírios, os lilases, flores de caules bastante longos, cons- tituem os exemplares preferidos pelos conhecedo- res. Sao frequentemente oferecidas em rimos a pessoas a quem se faz uma visita. Estas flores, muito decorativas, exigem jarras de colo longo e muito estáveis. A disposiçao do ramo deverá ser conservada no vaso. Ramos de frutos, legumes, etc. A decoraçao floral pode recorrer aos mais diversos frutos e legumes. ~ uma forma original de informar os convivas sobre a ementa (legumes) e de apresentar a sobremesa (frutos) .

Page 38: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Observemos este divertido arranjo, próprio para a época da Páscoa: Os ovos sao apresentados na sua forma normal ou coloridos, e dispoem-se num cesto de vime, sobre a palha que dissimula peque- nos recipientes (do género de boioes de iogurte) contendo um ramo de forsythias, outro de prima- veras ou violetas. ~RA A ~A~ C~ ~\ ~f~ to DF ~ u Li-~u ~S~ ~C.

Page 39: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Ramos de cerimónia: É um hábito de grande delicadeza oferecer um ramo em determinadas ocasioes, festas ou ceri- mónias, que constituem uma etapa importanta da vida. Como é evidente, será fácil ir directamente à flo- rista. E porque nao tentarmos nós confeccionar um ramo, testemunho de um esforço bem pessoal? E, mesmo que o resultadi~ final nao seja tao es- pectacular, representará sempre um verdadeiro gesto de amizade. Veja~mos dois exemplos que poderao fornecer su- gestoes interessantes: O RAMO ROMANTICO: Volta a estar na moda: Nas festas de casamento, começamos a vê-lo, gra- ciosamente ornamentado com fitas, nas maos da noiva e das damas de honor. Nos aniversários e nascimentos, poderá ornamen- tar-se com velas. Num vaso de opala (há imitaçoes em vidro, e bas- tante baratas) baixo e arredondado colocado num canto duma cómoda existente no local da cerimó- nia, um ramo deste tipo dará um toque de graça e romantismo. AS FLORES: Escolher flores pequenas, que possam agrupar-se em redondo. Nao convém, por exemplo, peonias ou íris. Pelo contrário, muguet, ervilhas de cheiro, acianos, cravos, margaridas, miosótis, amores-per- feitos ou rosinhas fazem belos ramos romanticos.

Page 40: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

RAMO: ~oderá ser composto por flores da mesma espécie (da mesma cor ou de duas cores diferentes) ou flores diferentes. Evitar ramos cc~.n mais de duas cores. Por exemplo: só muguet, margaridas ama- relas no centro e acastanhadas à volta, ou marga- ridas no centro e miosótis à volta Cortar os caules da mesma altura. Dispor as corolas em forma de prato arredondado, bastante juntas, prendendo os caules. Enrolar um fio de ráfia ou um fio verde à vnltA dos caules. Dissimular com papel de estanho ~PORTE-BOUTONNIERo OU «NAPPERONS PARA ORNAMENTAÇAO: Sob a forma de <(naperons>) ou de ornamentos para pratos de bolos, podemos encontrar à venda nos estabelecimentos co~rnerciais estes ornamentos, destinados a apresentar produtos de confeitaria, mas é bem mais divertido confeccionar um --Dobrar uma folha de papel branco (dourado, prateado, ou de uma cor que se harmonize com as flores) em 4, depois em 8 e em 16 (ver esquemas). --Cortar a parte exterior, arredondando-a, e fa- zendo rendilhados. --Recortar pequenos encaixes nas arestas. --Cortar a ponta, de modo a obter-se um orifício por onde serao introduzidos os caules Resta, apenas, fixar o ~napperon» nas flores, obten- do-se, assim. um ramo romAntir- ~

Page 41: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Para casa~mentos, aniversários, bodas de ouro, etc. A fim de evitar àquele a quem se destinam o cui- dado da disposiçao das flores, poderemos ofere cê-las já em corbelhas. Com um pouco de atençao, gosto, e, talvez, um toque de originalidade, a realizaçao duma corbelha pode estar ao alcance dum amador. Arranjemos, primeiro, a ~estrutura»: corbelha clás- sica, com o fundo pequeno e grande diametro, ou, porque nao?, para romper com o estilo ~florista», um belo cesto de vime, uma peça de ceramica, ou mesmo um chapéu de palha. O essencial é conservar a humidade dos caules. Na parte dedicada aos «Elementos de suporte (pág. 16) encontraremos sugestoes neste campo: musgos diversos, areia, etc. Dispor as flores em corbelhas, tal como para os ra mos. Por vezes, é necessário reforçar os caules com arame, para manter as folhas e flores na posiçao pretendida . Para completar o arranjo, poderemos adaptar laços de tule ou flores. Ramos para decorar: No Natal, poderemos ~misturar velas na decoraçao floral. Na vossa cozinha existe, com certeza, uma forma de pao-de-ló. Obtém-se uma bela decoraçao en- chendo de florinhas esta forma, guarnecida com musgo. Para isso, cortar os caules auase oela base

Page 42: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

T,IJ~3 0 ~R i ~1~ ~oRr~ ~s i VE~ D£ c~ ~ o~S ~e~ o ~o ~ pr~ S ~AD~ ~; y O S~ ~Do DE ~R ~5 38 8~R R o 1~£ ~ Ca~ Se nao se possui essa forma, poderemos comprar recipientes especiais em vidro, semi-arqueados, destinados a decorar o centro duma mesa. UMA FLOR PARA CADA CONVIDADO: Dissimular um pequeno tubo de medica~mentos em barro de modelar (ou pasta de modelar) colocado num cartao forte ou numa taça. Cada tubo, cheio de água, conservará a frescura da flor individual que cada convidado colocará na lapela do casaco, ao sair. O nome do convidado e a ementa serao fixados no barro por meio de um aqrafo. Ramos de folhagem: Quando as flores escasseiam, ou, simplesmente, quando as ramagens sao decorativas, os arranjos destas últimas dao um efeito muito feliz. Vejamos alguns: --Folhage~m de eucalipto.

Page 43: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--Ramagem de castanheiro com rebentos, com um pé de junquilhos no musgo, folhas secas e camélias. --Ramos de tamargueira (a árvore preferida de Cleópatra ) com margaridas. --Um ramo de mimosas. --Um ramo de árvore da Judeia. --Folhagem de coníferas (escolher ~(agulhas>) de três espécies, com formas e coloraçao diferentes).

Page 44: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Mesmo quando dispomos unicamente de folhas, podemos compor ramos muito graciosos. No Outono, as cores sao bastante quentes e va- riadas: do dourado ao verde e vermelho, passando por todos os tons de castanh- ~ Ramos secos: Vêmo-los com aspecto sumptuoso, na florista ou nos estabelecimentos. Os vossos ficarao, também, agradáveis e bem fei- tos se se observarem as regras de conservaçao de flores secas (Ver: «Flores secas)>, pág. 44). Nao é necessário possuir-se um grande número de elementos florais secos. Mesmo com poucas plantas de reserva, poderemos obter misturas au- daciosas e originais. Por exemplo: --espigas de milho com amentilho, dispostos na vertica 1, --tufo de gramíneas do campo misturadas com es- pigas de trigo, numa caneca rústica, --mistura de ramos de coníferas, folhas secas e velas vermelhas, para avivar o conjunto (mas é inútil acender as velas porque tudo é inflamável), --utilizaçao de todas as reservas restantes, con- fiando no acaso. Constatamos, assim, que há inúmeras combinaçoes aplicáveis a ra~mos secos, tanto mais que Ihes po- demos juntar flores imaginárias (ver pág. 59) que darao ao conjunto a fantasia, o volume e a cor desejados.

Page 45: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

AIU~ CA~ D ~ ~ ~ o I~)CLil~J~ $o6~E~V RA~o saoAc~v~ ~o ~1~ A ~A~O ~ £5 Ramo da ~eira-mar: A flora da beira-mar é muito especial, e permite arranjos florais um pouco severos, talvez, mas sempre oriqinais. Podemos guarnecer uma taça com conchas e sei- xos, e apresentar cravos-romanos, que conservam as folhas verdes no Inverno, com funcho e tancha- gem. Este ramo conserva-se durante muito tempo. Podere~,-nos, também, utilizar os fragmentos de madeira que sparecem na praia na maré-vaza, e pedaços de cortiça. Misturados com flores frescas, formam um coniunto muito sedutor. Podemos empregar algas e sargaço, observando com cuidado se a secagem se comPletou. Os maravilhosos cravos das dunas originam ramos perfumados. E nao esqueçamos as ramagens de pinheiro rna- rítimo, de tamarqueira. de iunco. etc. Ramos japoneses: Os ramos japoneses sao apreciados na Europa há já muito tempo. A propósito, debrucemo-nos um pouco sobre este género de arranjos. Os japoneses nao se contentam com a coloraçao das flores numa jarra. (dkebana» (palavra que po-

Page 46: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

deríamos traduzir por ((Flores vivas», ou melhor, ((acçao de dar vida às flores», ou ainda <(arranjo tloral>)) é uma arte ensinada nas escolas. Desde

Page 47: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

a infancia, a rapariguinha é inic.ada na arte de arranjar flores, assim como o rapaz. Isto faz parte da educaçao, e toda a gente cuida das flores com ternura e respeito. Uma das regras ensinadas diz-nos que nao há nada simétrico, na Natureza. Assim, o arranjo japonês, formado por poucos el,ementos (flores e ramos), desprovidos de botoes e folhas supér- fluas, é composto segundo três di;ecçoes, em forma de triangulo. Para obter este tipo de arranjos, o pica-flores é indispensável sempre que se escolha uma taça. Nunca se coloca no centro, e deve ser dissimulado com pedras, conchas, musgo, folhas, etc. Utiliza-se uma única flor, grande, ou grupos de flores pequenas atadas discretamente, e ramos cor- tados em viés, para que possam facilmante fixar-se no pica-flores. O primeiro ramo (simbolizando o céu) coloca:se no centro, ligeiramente inclinado para a direita ou para a esquerda. O segundo ramo (o homem) deve ser colocado perto do primeiro, e um pouco mais inclinado. O terceiro ramo (a terra) é um pouco mais curto e quase horizontal. O conjunto deve ficar muito livre. Experimentem, por exemplo, com um gladíolo encurtado, ao qual se tiraram as pétalas ~,-nurchas, ou com um único íris. Neste estilo de arranjo, todos os elementos, assim como todas as flores, constituem um símbolo

Page 48: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Assim: --o bambu evoca vigor e longevidade --a ameixoeira evoca a esperança que nasce após o Inverno --o pinheiro simboliza a perseverança Da mesma maneira, botoes e rebentos simbolizam o futuro, enquanto que as flores abertas evocam o presente, e um velho tronco com rebentos anuncia a maturidade conjugada com a ternura. maneira de. força . Todos os pintores célebres imortalizaram as flores, desde os primitivos até Picasso Através destes quadros, poderemos seguir a evo- luçao da arte floral, e talvez seja apaixonante tentar, por nosso lado, reproduzir, com flores verdadeiras e bem vivas, os belos ramos fixados nas telas. Observemos três, que podemos comparar: BREUGHEL DE VELOURS: Este pintor flamengo viveu há 400 anos. O seu ramo é um autêntico fogo de artifício das mais variadas espécies de flores: flores cultivadas e flores do campo, ,misturadas. O colorido dá uma sensaçao de riqueza. Observemos o vaso que Assim: --o bambu evoca vigor e longevidade --a ameixoeira evoca a esperança que nasce após o Inverno --o pinheiro simboliza a perseverança Da mesma maneira, botoes e rebentos simbolizam

Page 49: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

o futuro, enquanto que as flores abertas evocam o presente, e um velho tronco com rebentos anuncia a maturidade conjugada com a ternura. maneira de.. força. Todos os pintores celebres imortalizaram as flores. desde os primitivos até Picassr~ Através destes quadros, poderemos seguir a evo- luçao da arte floral, e talvez seja apaixcnante tentar, por nosso lado, reproduzir, com flores verdadeiras e bem vivas, os belos ramos fixados nas telas. Observemos três, que podemos COmDarar BREUGHEL DE VELOURS: Este pintor flamengo viveu há 400 anos. O seu ramo é um autentico fogo de artifício das mais variadas espécies de flores: flores cultivadas e flores do campo,.misturadas. O colorido dá uma sensa,cao de riqueza. Observemos o vaso que

Page 50: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

suporta o arranjo: ~ baixo e arredondado, com forma de um pequeno tonel. Reconhecemos, portanto: ervilhas, ameixoeira, tre- moço, escabiosa, campanulas, dálias, lírios, brincos- -de-princesa, acianos, maravilha-bastarda, anémo- nas, assim como vários ramos e gramíneas. PAUL C~ZANNE: Veja~mos como o ramo deste grande pintor mo- derno parece simples ao lado do de Breughel de Velours. Nao tenta dar-nos, através do conjunto, uma impressao de riqueza, mas desenvolve a graça e o equilíbrio das linhas. Reconhecemos grandes folhas de jarro e íris azuis, em cima, sobrepondo-se às rosas e às folhas da base. Os ramos estao misturados com as flores. A jarra é dum magnífico azul escuro. Ao lado, vêem-se maças. Trata-se dum ramo que pode ser colocado na cozinha . ODILON REDON: Que boa ideia foi fazer um quadro com os três arranjos contidos nas canecas ! O conjunto é muito feliz. Reconhecemos cardos, ameixoeira, amores-perfei- tos, maravilhas-bastardas, dálias, urze, borragem azul e verbena. Também aqui, encontramos, lado a lado, flores do campo e flores de jardim.

Page 51: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ARRANJOS DE INVERNO ~olheita: As flores sao mais raras e o seu preço sobe bas- tante durante o Inverno. No entanto, a casa ficaria bem pouco alegre sem a nota de delicadeza e colorido du,-n arranjo floral. Por isso, é necessário adquirir o hábito de, no Verao, fazer as provisoes para os ramos de Inverno. Quando chega o .momento, podereis folhear o vosso arquivo de reservas, realizando arranjos poéticos e plenos de fantasia, que modificareis e renovareis à medida que certos elementos se forem dete- riorAndo O QUE PODEREMOS CONSERVAR ? Consoante o local de férias, colhereis, respeitando ao máximo a Natureza, grande quantidade de ele- mentos de todas as espécies. Vejamos como os podemos conservar e arrumar, sua utilizaçao no para que possamos recorrer momento próprio. FLORES: Colher flores, umas, de preferência pouco abertas, e outras, pelo contrário, já prestes a secar.

Page 52: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Serao os cravos-ro~manos (amarelos, azuis, rosados ou brancos), a urze (há de várias espécies), umbe- las de cenouras selvagens e de funcho, flores violáceas de azedas espontaneas, e outras. As mais conhecidas nem sempre produzem o efeito mais decorativo. Encontrá-las-emos à beira-mar, na floresta, no ca mpo. No jardim da avó encontraremos alfazema, lunária (devido à semelhança entre o suporte das semen- tes e o disco da lua), sempre-vivas (de cores cas- tanho-avermelhadas), gipsofilas. Poderemos, também, co~mprar estas flores no mer- cado. FOLHAGENS: Nas florestas e matas, ao longo dos caminhos, nos valados, nos jardins, encontraremos ramos de car- valho, de castanheiro, de faia, de pinheiro, abeto, cipreste, etc. INFLORESC~NCIAS EM ESPIGA: Esta espécie de flores em espigas alongadas, que se encontram, sobretudo, no início da Primavera, sao do mais gracioso efeito: salgueiro, choupo, carvalho, nogueira, aveleira. ERVAS: Grande quantidade de gramíneas (como a erva do pastor, tao leve) e outras que crescem, esponta- neamente, nos campos. MUSGOS E LIQUENES, dos quais existem nume- rosas variedades.

Page 53: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

RAM OS: Cepos de vinha, r7mos bifurcados e de formas es tranhas, galhos trazidos pela maré (que se apa- nham à beira-mar). CASCAS: As mais decorativas sao as do sobreiro. Mas re- correre,mos, também, à do carvalho, do plátano (placas que se destacam de forma tao bizarra), do cedro ou bétula. CARDOS: Cardos da montanha (sem caule, e que podem servir de barometro) cardo-penteador ou cardo do bosque («cabaret~> dos pássaros, assim chamado porque os pássaros bebem a água que se acumula nos seus interstícios). Todos os cardos, grandes ou pequenos, sao, vm geral, muito decorativos. Mas cuidado co~m as picadelas ! Usar luvas próprias. S UMAGR E : As sumidades deste arbusto sao dum belo efeito, porque, no Outono, tomam uma agradável cor ver- melha . CORTADEIRA (ou <(erva dos pa.mpas») de mara vilhosos penachos prateados. ESPADANA: Esta planta aquática, de longas folhas ponteagu- das, possui flores com a forma de longas espigas cilíndricas. Também sao conhecidas por canas de junco. MILHO, assim como triqo, aveia soja.

Page 54: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FRUTOS E LEGUMES de todas as cores e todas as formas: bagas vermelhas de roseira brava, pinhas de diversas coníferas, quase todas em forma de cone: pinheiro, abeto, cedro, cipreste). Co~mo norma geral, nunca colher, para secar, plan- tas húmidas da chuva ou do orvalho. COMO SECAR FLORES, GRAMINEAS E FOLHAS ? Para conservar ou prolongar milho, aveia, trigo, centeio, alho, sempre-vivas, cravos-romanos, car- dos azuis e cardos dos Alpes, roseiras, urze, pi- nhas, lunárias, colocínticas, que se apanham no campo ou se compram no mercado, é necessário co.meçar por fazer uma triagem. Depois de retirar as folhas pequenas e inúteis, atar os caules, de preferência com ráfia, de modo o formar pequenos feixes que se suspendem num local bem seco e sombrio, invenidos. Isto é muito imponante. O melhor processo consiste em deixar assi.m plantas, até à utilizaçao. Contudo, se há falta de espaço, arrumá-las, quando estiverem bem secas, em caixas onde nao penetre a luz, mas nas quais se tenha feito orifícios para ventilaçao. MILHO: ~ preferível conar a espiga pela base do caule. Deixar as folhas como estao, ou dispô-las em forma de flor, com a espiqa no centro. co~ ERvA~v~ VA, C A e ~ o

Page 55: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Espetar a «flor» num bastao ponteagudo, e deixar SEMPRE-VIVAS: Podem secar como as gramíneas. Mas podemos, também, retirar todas as folhas, e fixar um ~caule» de arame rígido na base da flor. JUNCO E MASSETA: Pulverizar com laca do cabelo as grandes cabeças acastanhadas dos juncos, a fi~m de impedir que se desfaçam, ou cobri-las com uma camada de verniz incolor. Podemos, ainda, pintá-las com duas camadas de guache adicionado de algumas gotas de secativo. Poderemos decorá-las, também, com pequenos círculos, quadrados, linhas quebradas ou espirais. LUNARIA: Retirar as duas membranas que cobrem as silíquas, de forma a isolar a parte nacarada. MUSGOS: Formar volumes compactos, atados em feixe. Dei- xar secar. Na altura da utilizaçao, mergulhar em água pelo menos durante três horas, para readquirir vida e colorido. LIQUENES: Nao é necessário proceder à secagem. Para a colheita, arranjar Supones: caixas, pratos, fragmentos de cascas, etc.

Page 56: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FOLHAS: Passar as folhas de ácer, nogueira, castanheiro, faia, carvalho, com u.m ferro tépido, com papel de seda. Dar pequenos cones nos ramos ou caules. Depois, mergulhá-los durante vários dias numa mistura de água e glicerina (1/3 de glicerina para 2/3 de água). Pulverizando as agulhas e pinhas com produtos vendidos em pulverizador mUitn int~rRscAnt~c RAMOS NUS DE MADEIRA FLUTUANTE: Poderao ser utilizados tal co~mo se apresentam, depois de serem limpos, secos, ou mesmo enver- nizados. No entanto, após a secagem, poderemos recobri- -los, a pincel ou com pulverizador, com lacas de todas as cores. Mas cuidado, aqui, para nao cair no mau gosto: nada de dourados excessivos ou tintas agressivas I COLOCINTIDAS E CUCURBITACEAS: Secá-las à sombra, evitando que se toquem. Po- deremos torná-las brilhantes esfregando-as com um pano embebido em azeite.

Page 57: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Realizaçoes: Quando chega o mau tempo, munidos de todas estas provisoes, poderemos, enfim, dar livre curso à nossa imaginaçao. Como é evidente, as recomendaçoes e conselhos dados a propósito dos ramos frescos, mantêm-se para os arranjos de Inverno (ver pág. 25 e se- guintes) . Primeiro, reflectir. Quer se escolha uma única es- pécie vegetal ou uma mistura, é preciso determi- nar, com ~mais cuidado ainda do que no caso do ramo efémero, o local em que será exposto: é e.m funçao desta localizaçao que o arranjo será confeccionado. A proximidade de um espelho, de um objecto, de um móvel, de um quadro, a altura a que será colocado (na lareira, numa mesinha, no cimo de um armário ou rente ao solo), a ilumi- naçao da sala; tudo isso entra em linha de conta. É absolutamente necessário que o arranjo se inte- gre no 7mbiente, que seja leve e pouco compacto. Uma composiçao floral esbelta e harmoniosa cha,ma muito mais a atençao do que uma massa pesada e sem graça. É, sobretudo, o contraste com o que está ao lado que realça uma flor, mesmo seca, e nao a acumulaçao. Os elementos secos sao muito frágeis: é conve- niente manipulá-los com cuidado. Prestar atençao ao arranjo, para substituir o que se for deteriorando. Melhorar a composiçao floral interpondo ele~mentos novos. Ter a corage.m de proceder a desbastes, se necessário. Pode mesmo acontecer (mas só em casos muito raros: cuidado com as facilidades e falta de gosto 1) que uma flor «anifici~l», discreta e ele-

Page 58: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

gante, contribua para a graça do conjunto. Pode- remos dar uma nota de cor hbricando flores ima- ginárias com a ajuda de elementos naturais ou materiais diversos ~ Ver: « Flores imaginárias~), pág. 59 ) . Também dá resultado misturar nas flores e ramos secos pequenos caules de hera ainda verde, mer- gulhando na água contida e~m tubos ou provetas (de farmácia, por exemplo) bem dissimulados. Enfim, poderemos juntar ao arranjo seco penas de faisao, pavao ou avestruz que, por vezes, se har- monizam de forma muito feliz com o conjunto. Neste domínio, o que importa é a moderaçao. O efeito deve ser sempre discreto. Cansamo-nos depressa de um efeito fácil e demasiado especta- cular. Saiba.mos ~manter a humildade e respeito pela Natureza. Se sobram flores e folhagens que já nao cabem nos vasos, ou se já nao possuimos mais vasos, poderemos fazer um Kakemono, realizando um quadro romantico, ou decorando caixas e Pratos. --Arranjar uma tira larga de seda, veludo, ou dum tecido vistoso, que valorize as cores das flores secas. Este supone terá uma altura de cerca de 2 vezes e meia maior que a largura. --se se trata de tecido, dobrar as pontas com cui- dado, colando-as com um pouco de cola, a fim de que o rebordo fiaue Derfeito. Esticar a pane de cima e de baixo, fixando-as a u,m tubo de electricidAde ou outra esPécie de

Page 59: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

moldura. A quantidade necessária é muito pequena: só duas vezes a largura do Kakemono. Pintar os bastoes ou dourá-los, se ficam à vista. Mas poderemos, também, enrolar o tecido por trás, fixando-o com «punaises» ou cola. --Arranjar um fio ou qualquer processo de sus- pensao. --Neste fundo, dispor as flores, atadas com uma fita. As flores que ficam por trás sao colocadas com precauçao ou presas ao tecido com pontos, habilmente dissimulados. O QUADRO DE VIDRO ROMANTICO: --Proceder como para um quadro vulgar (isto é, é preciso colar os elementos num cartao forte, pintado ou cobeno com tecido ou papel de uma cor que se harmonize com o conjunto). Podere- mos, também, utilizar uma placa de contraplacado, igualmente pintada ou forrada. --Adaptar um vidro convexo cnamaao <~vloro ae relógio» (1). Colar este vidro a toda a volta, utili- zando um fio de cola forte, em tubo. Cobrir com um galao adesivo. Ou, se arranjamos um fundo maior do que a superfície do vidro, colar sobre este fundo um cartao com as mesmas dimen- soes, mas recortado no sítio onde encaixa o vidro: desta forma, este mantém-se na posiçao correcta. Naturalmente, este fundo será também pintado ou cobeno com tecido adesivo. (1~ Gerolmen~e as ca~a~ de biju~arias focili~am a aauisi sao des~es vidros, semelhon~es oos vidros dos desper~adores ou dos reló~qios de mesa Por vezes concordam em for- nece-los em quan~idade pora coleclividade~ E~es vidros ~ao ba~onfe bara~o~ N T --Poderemo~ adquiri-lo~ hmbem na~ caso~ forn-- i cedoras de ma~erial para labaralório

Page 60: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--Arranjar uma simples caixa de fósforos, uma lata de conservas cilindrica ou cúbica: o formato pouco importa, pois o procedimento é o mesmt --Pintar com uma ca~mada de cor clara, que será o fundo. Deixar secar hPm --Aplicar a segunda camada de pintura. E, sem esperar que esta seque, dispor as folhas e flores segundo um esboço previamente traçado, que indique correctamente as posiçoes. Para este trabalho minucioso e delicado, utilizar uma pinça pequena (ou uma agulha grossa, ou de croché), para nao tocar com os dedos na pintura. --Com cola feita de água e farinha, os principiantes poderao limitar-se a colar os elementos na pin- tura já seca. --Para terminar, passar uma leve camada de ver- niz incolor em todo o conjunto. Mes~mo as flores que já nao possuem o caule (sempre vivas ou outras flores deste género, de quaquer tamanho) podem ser utilizadas para a decoraçao de pratos de piquenique, em cartao. --Recobrir o prato co.m cola, e dispor simetrica- mente, flores, musgo, sementes, etc.

Page 61: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

l~ ~os~ ~ Dr ?~2~B~>s CARToES PESSOAIS: Para o Ano Novo, festa~, aniversários, etc. --Dobrar ao meio um pedaço de papel fone, ou canolina (todos 09 formatos sao aceitáveis). --Decorar a primeira página do pequeno caderno assim formado recorrendo a diversos elementos florais seco~, dispostos com gosto: folhas, floreJ, ervas. A colagem deve ser efectuada com toda a delicadeza. --Se necesl~ário, acrescentar pluma~, ca-ules e folha~em. --Adaptar, no interior, uma folha de papel ligeira- mente mais pequena~ na qual podemo~ e~crever. ~US~o 5E~ I v~s ~3~ 1~/ í/ ~£ ~T~s r~ ) 1;`~""~"~ a 9 ~3 O ~, ~ ~/~ PR ~ D r co~Dr~ ~i~o

Page 62: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ACTIVI DADES Ll GADAS AS FLORES O interesse suscitado pelas flores poderá dar ori- gem à prática de actividades que com elas se relacionem ou, pelo contrário, ser pretexto para a descoberta do mundo vegetal. Estas actividades estendem-se desde a procura de plantas para a confecçao do herbário, até aos jogos e histórias, passando pela fabricaçao de flores imaginárias. Vejamos alqumas sugestoes: O meu herbário: Nao é necessário ser-se especialista de botanica para iniciar a colecçao e conservaçao de plantas num herbário. Ficaremos com uma agradável re- cordaçao dos passeios pelos campos, exercitare- ~mos a observaçao e aten,cao da criança, comuni- cando-lhe o prazer de uma actividade que a ocupará nos dias de chuva. Pl B~n;ca ~ o est~,- c6 fa~o~;toda~a~s ~ned ;t~t;~ P2rece ~e ~cele~tc ~ idel`a de cs~`mu l~ v~ c ;dade ola vos~a ~Iha ~nediarrte u~ rnac~ de dt~n~o par~css.~s pe~4er~as sn.3 ~av i Ihd ~ 5ao as p~ as. .. ~Ju~na ~a lav~a, ~14 pro~o~ oe ~ra~ao d e u t~i r~

Page 63: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

MATERIAL NECESSARIO: --Uma «Flora» (é um livro relativamente barato, que permite um bom conhecimento das plantaQ). --Jornais velhos, listas telefónicas. . --Papel ou fita adesiva. --Etiquetas. --Folhas de papel bastante rígido, ou melhor, de cartolina, todas do mesmo formato, numa capa de cartao ou num cartao desenhado. --Um saco (saca grande ou caba~) ou, melhor ainda, uma caixa especial, como indica o esque~ma anexo. --Uma pá pequena, uma colher de jardineiro, te- soura, uma faca. COLHEITA: Pretender coleccionar tudo fatigaria o principiante. A colheita deve ser alegre, espontanea, imprevista, voltando aos mesmos locais se se pretender apro- fundar os conhecimentos. Umas vinte plantas dife- rentes bastam para uma boa iniciaçao. A planta, colhida com uma colher de jardineiro (ver pág. 81), deve conservar as raees. Ser-lhe-á ane- xada, imediatamente, uma pequena etiqueta, indi- cando a data e o local da colheita. Achatadas, separadas umas das outras por papel de jornal, as plantas serao dispostas num saco de base larga, num cesto ou, o que é preferível, numa caixa de canao forte ou madeira, suspensa a tiracolo por uma asa. Fixar solidamente esta es- trutura com a ajuda de dobradiças ou porcas de parafusos, mais convenientes do que os pre~os, MATERIAL NECESSARIO: --Uma «Flora» (é um livro relativamente barato, que permite um bom conhecimento das plantas).

Page 64: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--Jornais velhos, listas telef6nicas. . . --Papel ou fita adesiva. --Etiquetas. --Folhas de papel bastante rígido, ou melhor, de cartolina, todas do mesmo formato, numa capa de cartao ou num cartao desenhado. --Um saco (saca grande ou cabaz) ou, melhor ainda, uma caixa especial, como indica o esque~ma anexo. --Uma pá pequena, uma colher de jardineiro, te- soura, uma faca. COLHEITA: Pretender coleccionar tudo fatiyaria o principiante. A colheita deve ser alegre, espont3nea, imprevista, voltando aos mesmos locais se se pretender apro- fundar os conhecimentos. Umas vinte plantas dife- rentes bastam para uma boa iniciacao. A planta, colhida com uma colher de jardineiro (ver pá~q. 81), deve conservar as raí~es. Ser-lhe-á ane- xada, imediatamente, uma pequena etiqueta, indi- cando a data e o local da colheita. Achatadas, separadas umas das outras por papel de jornal, as plantas serao dispostas num saco de base larga, num cesto ou, o que é preferível, numa caixa de cartao forte ou madeira, suspensa à tiracolo por uma asa. Fixar solidamente esta es- trutura com a ajuda de dobradicas ou porcas de parafusos, mais convenientes do que os pre~os.

Page 65: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

que ferem e arranham. Para dimensoes do fundo da caixa, adoptar as das folhas empregues para a separacao das plantas (folhas de jornal dobradas ao meio, por exemplo). As plantas muito altas podem ser dobradas ou cortadas, para facilitar o transporte. É conveniente, de início, colher dois exemplares de cada espécie, porque uma planta pode ficar estragada durante a manipulacao. SECAGEM E CONSERVAÇAO: Quando se chega a casa, retirar as plantas com cuidado, dispondo-as na horizontal. Utili~ar outras folhas de papel de jornal ou mata-borrao. Sobrepor as capas de protecçao. Adaptar, por baixo, um cartao forte ou uma prancheta supor- tando 4 a 6 kg. de peso. Um velho Anuário Co,mer- cial pode ser de grande utilidade, neste momento. Ao fim de cerca de uma semana de secagem (se nao esperarmos tanto tempo as plantas nao secam convenientemente), colocar cada espécie numa fo- lha de papel de desenho dobrada ao meio, o que protegerá as partes delicadas. Quando dobradas, as capas devem ter as mesmas dimensoes (25 por 80cm, por exemplo). Para fixar os caules, as folhas, os pedúnculos, utili~ar fita-adesiva ou papel adesivo, em tiras muito estreitas. Os dados acerca da planta serao inscritos numa etiqueta colada, ou escritos directamente num canto da folha. Deveremos mencionar: o nome (conhecido ou obtido a partir da consulta da Flora), a data e o local da colheita.

Page 66: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Adoptar uma disposiçao uniforme para todas as plantas. A classlllca,cao mals slmples e a cronolOglca. Quando os conhecimentos aumenta~m, poderemos agrupar as plantas por familias vegetais. Prever, para isso, capas grandes em cartao. Um pouco de D. D. T. em pó, ou pulverizado, con- tribui para uma melhor conservaçao. Nos museus, encontramos plantas colhidas há mais de um sé- culo que estao ainda intactas. Ao lado da planta, podemos colar uma fotorqrafia tirada no momento da colheita. Poderemos ainda hzer um pequeno esquema, mostrando os porme- nores interessantes. 5/,~ - DE ~"~po D~ 11~S h~n~ D6

Page 67: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

OBSERVA ,CoES: Ap6s a colheita das plantas ou herbário, lavar bem as maos. Nao debastar os locais de colheita: respeitar as plantas vizinhas. trabalho no Flores imaginárias: As flores artificiais raramente sao bonitas. Imitar a Natureza é quase impossivel. No entanto, certas flores fabricadas consegue.m atrair o olhar dos decoradores devido à sua fantasia. Sem pretender copiar as flores «vivas», podem ser feitas à base de elementos naturais, de papel, de cartao, de diversos tecidos. Chegamos, assim, à confecçao de flores originais, que poderao utilizar-se em va- , ~_ ~ ~I'C~ Cr~l~L.nc~,la c~ca ) aQ;L ~-9 D£.. ..

Page 68: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

DE ~A ~lot~ sos, ornamentando paredes, decorando uma mesa, ou conjugadas com flores secas. FLORES IMAGINARIAS A BASE DE ELEMENTOS NATURAIS: Folhas'de mahonia, pinhas, palha, cascas, carneira, perga~ninho, rolhas, sementes, aparas, conchas, penas, etc., tudo poderá ser utilizado. Basta ter gosto e imaginaçao, e trabalhar com.o máximo de cuidado. Daremos, apenas. alguns exemplos, deixando-vos o prazer de descobrir, vós próprios, novas flores imaginárias. UTILIZAÇAO DAS FOLHAS DE MAHONIA~ Estas folhas, de aspecto liso e brilhante de uma bela tonalidade castanho-clara e fulva, conservam- -se durante muito tempo. Reuni-las em flores é rápido e fácil: --Para nao estragar as folhas, atravessá-las com um punçao ou uma a~qulha grossa. --Cose-las numa rodela de feltro do mesmo tom. Podemos também colá-las numa base de cartao. --Inventar uma «corola» que se cola no centro. --Montar a flor num arame verde (ou coberto de papel verde), quer recorrendo a uma ~qrande pé- rola ou botao, quer prendendo com la.

Page 69: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FLORES DE CONCHAS: Para perfurar as conchas nacaradas, é necessário um pequeno punçao. A fim de nao estragar a mesa, trabalhar em cima de uma prancheta ou duma chapa metálica bas- tante espessa. O centro pode ser uma pérola, um botao redondo ou um fragmento de vidro colorido. FLORES DE PALHA: --Cortar a palha em fragmentos regulares, do ta- manho pretendido (de 1 a 6 cm, aproximadamente). --Colá-los em rosácea, sobre uma rodela de feltro, cartao nu cnllrn --Perfurar o centro da rosácea para a montagem do arame do caule. --Dissimulá-lo com outra rodela que será orna- ~mentada de um botao, sementes, feltro desfiado, etc. Alternando os fragmentos de palha de duas ou mais dimensoes, obtém-se um efeito diferente. FLORES DE PENAS: Penas e plumas de qualquer cor e tamanho for- mam flores imaginárias de grande delicadeza, --Montar as penas numa rodela, como nos outros exemplos, ou enrolá-las numa espécie de cálice de feltro. --Apertar com um arame, e dissimular co~n galao adesivo. PA ~ L: Co L ,o~ D C~ 0~

Page 70: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~9~'v,

Page 71: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

62 FLORES IMAGINARIAS A BASE DE ELEMENTOS VARIADOS: Com pergaminho, restos de couro, cartao, etc., recorrendo sempre ao mesmo processo de monta- gem em arame, que pode ser coberto com papel verde escuro, castanho ou branco, ou com um galao (à venda nos estabelecimentos comerciais), obtemos efeitos bastante felizes. Os «núcleos» sao muito variados: podemos utili- zar, por exemplo, esferas revestidas de tecido, pérolas grandes, botoes de fantasia, uma rodela de cortiça, etc. Se os elementos que constituem as pétalas forem bastante leves, fixar pela parte de trás um arame, com a ajuda duma tira estreita de fita-adesiva no tom do elemento empregue. Os arames, agrupa- dos, constituem a flor. Nao hesitemos em criar, assim, flores de formas bizarras. Em decoraçao, a fantasia é permitida e, mesmo, recomendada. Para este género de flores, nao é necessário imitar servilmente a Natureza. Pelo contrário, juntar ro- delas unidas, com ou sem recortes, opondo cores e dimensoes. Misturar elementos variados, pro- curando um aspecto fantasista. Poderemos, mesmo, usar cores opostas, ou empre- gar, unicamente, tons sombrios. O essencial é que o conjunto seja harmonioso. Por exe~mplo: branco, castanho e alaranjado. Se nao possuirmos fios de arame, fixar as flores em ramos naturais, ou utilizar agulhas de tricotar soltas, que, fixadas em pasta de modelar e com uma rolha a fazer de corola, formarao caules mati- zados.

Page 72: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Se dispwermos, unicamente, de papel, realizar flores gi~qantes, tao em moda neste momento. Jogos: Para melhor fixar o no~me e a forma das flores, vejamos alguns jogos que serao executados e uti- lizados conforme o tempo disponível, sem despesa, recorrendo, somente, à habilidade, gosto, imagi- naçao e cuidado. Para oferecer a um companheiro doente que se vai visitar, para o aniversário de uma amiga, podere- mos fabricar pequenas lembranças em que o mérito principal cabe ao trabalho de cada um. O DOMINO DE FLORES SELVAGENS: Vejamos um interessante jogo de do~minó, que pr6pria criança poderá confeccionar. Recorte do~l «domin6s~: --Preparar 28 «domin6s» pequenos e semelhantes, recortados em cartao forte, ou mandados cortar em contraplacado muito fino. Poderemos até, se necessário, utilizar 28 caixas de fósforos. Cada pedaço de cartao terá um comprimento duplo da largura: 2 por 4cm, ou 3 por 6cm, por exemplo. --Pintar uma hce de branco, ou cobri-la com uma folha de papel bem colado. --Com um traço, dividir o rectangulo ao meio, obtendo-se dois quadrados iguais.

Page 73: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

E colha do~ rr~tivos: Escolher 6 flores e um insecto (ou um pássaro). Por exemplo: 6 flores selvagens: botao de ouro, violeta, mio- s6tis, muguet, aciano, papoila) e uma libelinha, ou 6 flores cultivadas (dália, rosa, mimosa, íris, ~qladíolo, amor-perfeito) e um tentilhao. A partir de flores diferentes umas das outras, na forma e coloraçao, tentar desenhá-las de forma rápida e simples. DecoraçEao do dorninóc: Veja~mos, por exemplo, o conjunto de flores sel- vagens. Primeiro, fixar bem a numeraçao de cada cate- goria: 1--botao de ouro 2--violeta 3--mios6tis 4--mu~quet 5--aciano 6--papoila 7 _ libclinha Alinhar os domin6s como no esquema anexo, nu- merando-os a lápis como está indicado. Resta, apenas, desenhar as 6 flores e o insecto, seguindo a numeraçao correspondente. Por exem- plo, o domin6 4-7 terá, na parte superior, um ramo de lírios do vale, e em baixo a libelinha. A primeira coluna é constituída pelos «duplo~»: duplo botao de ouro, dupla violeta... dupla libe- linha.

Page 74: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

REGRAS DO JOGO: --Voltar os dominós para trás (onde nao há nada desenhado). --Misturá-los. --Cada jogador tira, ao acaso, o mesmo número de peças. --É isso que constitui a ~<corbeille». --Cada um dispoe os domin6s virados para si, escondendo o jogo dos companheiros. --O que possui o domin6 «dupla-libelinha» colo- ca-o no centro, e começa. --~ preciso colocar libelinha contra libelinha. 65

Page 75: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

66 --Se nao se tem uma libelinha no jogo, e pre- ciso ir buscá-la à reserva. --O jogo continua assim até esgotar os dominós --O vencedor é o que se libertou primeiro das suas peças. --Se o jogo nao pode continuar, contam-se os pontos que restam a cada um, e ganha o que tiver menos (o botao de ouro vale 1 ponto, a violeta dois, etc.) Por isso, interessa desembara- çar-se dos duplos o mais depressa possivel. --O duplo dispoe-se em cruz (ver esquema) BAILADO DAS FLORES: ~,uM BASTbES: E necessário: --um disco, --um cenário, --bastoes ornamentados de flores, ou flores mon- datas em varinhas. Entre duas cadeiras, na abertura de uma porta, entre duas árvores, estender um tecido verde ou acastanhado. Escondendo-se bem atrás da cortina, o operador faz aparecer as flores na parte superior, de forma lenta e hesitante, de início, e, subitamente, com toda a decisao As flores <(crescem~> segundo o ritmo da música escolhida. Estas flores-personagens podem ser flores natu- rais, artificiais ou imaginárias, fixadas em varinhas Dançarao, cantarao, falarao com bastoes de rosto humano.

Page 76: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

COM DISFARCES DE FLORES: Nada impede que a criança se torne aflor))~ dis- arçando-se de forma muito simples Cabeleiras: O mais simples é confeccionar as cabeleiras: --Com flores colhidas nos campos ou na floresta, formar coroas, grinaldas, ou dispo-las num boné ou num cone de cartao, preso com fitas ou com um elástico. --Com papel, tecido ou fita, inspirando-se na forma e cor da flor escolhida, guarnecer em coroa um boné (ou um simples circulo de cartao), uma boina, um gorro ou uma forma qualquer de cartao. Disfarces cornpletos: Há revistas especializadas para ((travestisa que fornecem moldes que permitem a confecçao de roupagens inspiradas em flores. Por exemplo, no caso da rosa, a saia é constituida por pétalas montadas à medida, o corpo é for- mado por sépalas, etc Estas fantasias podem ser executadas rapidamente em papel ou tecido reluzente, mas de preço aces- sív~l A roda dos rnalrnequeres: Vejamos o exe~mplo de um fato, com mais por- menor: F/ ~, F(, o R ~ S 67

Page 77: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

1/1~\~ Cada ((malmequer)> trará um colarinho franzido à volta do pescoço, feito duma tira de papel adamascado, no qual se recortaram pétalas Para a cabeleira, uma tira de papel de veludo verde, no qual se recortam as sépalas, sendo o conjunto disposto na cabeça Quando todos estiverem arranjados, organizam-se rodas e cantares acompanhando a música RAMOS FANTASISTAS: --Juntar catálogos de floristas çoes de flores. várias reprodu- --Recortar as flores com cuidado. --Agrupá-las com o máximo de fantasia, quer combinando as cores, quer procurando tons opos- tos. Variar a disposiçao destes ra~mos de papel, até encontrar um que satisfaça plenamente --Entao, colar as flores recortadas num pedaço dr~ rArtA o --Colar também, por baixo, um vaso que se adapte, que poderá ser também recortado ou mesmo desenhado. --Traçar os caules a pincel, lápis de cor ou giz. --Colar ou desenhar as folhas. Obtemos, assim, belas composiçoes florais que poderemos oferecer sob a forma de quadro, se o pretendermos . Da mesma maneira, é possível fazer originais cartoes de aniversário ou de festa.

Page 78: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A MULTA: Fazer um ramo. Trata-se de um pequeno jogo de sociedade. O ~<multado» escolhe três flores. O orientador do jogo toma nota, e escreve ao lado de cada flor o nome dum companheiro. De- pois, pergunta ao mesmo elemento o que conta fazer das flores: --O que vais fazer do malmequer ? --Esmago-o com o pé ! 69

Page 79: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

70 O orientador diz, entao, o nome do omalmequer)). Os ~mais pequenos apreciam muito este jogo oinocente)). Histórias: Debrucemo-nos agora sobre algumas histórias que tratam de flores: FLORZITA QIJE TINHA SEDE: No Oriente, um pobre trabalhador subia com grande dificuldade um caminho de montanha curvado sob o peso do fardo que transportava. Subitamente, ve, entre duas pedras, uma flor muito pequena morrendo de sede Apesar da carga que trazia às costas, ajoelha-se e verte as últimas gotas de chá que ainda possuía sobre a flor, para que pudesse viver até à noite. Depois, continuou a caminhar ULTIMA VIOLETA: História de Louis Guillaume. Era a última violeta de Abril. Todas as suas irmas tinham ~,morrido, porque o tempo das violetas já passara, mas aquela ficava sempre fresca e per- fumada, junto da velha vereda, e via-se, intimidada, rodeada pelas elegantes flores de Maio. --Ora vejam ! Uma violeta, e tao bem conservada, apesar da sua idade! exclama a verónica, de olhar doce. Diz-me depressa a tua receita .. 70 O orientador diz, entao, o nome do ~malmequero. Os ~mais pequenos apreciam muito este jogo (dnocente~ Hist~rias:

Page 80: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Debrucemo-nos agora sobre algumas histórias que tratam de florec FLORZITA QUE TINHA SEDE: No Oriente, um pobre trabalhador subia com grande dificuldade um caminho de montanha curvado sob o peso do fardo que transportava. Subitamente, ve, entre duas pedras, uma flor muito pequena morrendo de sede. Apesar da carga que trazia às costas, ajoelha-se e verte as últimas gotas de chá que ainda possuía sobre a flor, para que pudesse viver até à noite. Depois, continuou a caminhar ULTIMA VIOLETA: História de Louis Guillaume. Era a última violeta de Abril. Todas as suas irmas tinham ~morrido, porque o tempo das violetas já passara, mas aquela ficava sempre fresca e per- fumada, junto da velha vereda, e via-se, intimidada, rodeada pelas elegantes flores de Maio. --Ora vejam ! Uma violeta, e tao bem conservada, apesar da sua idade! exclama a verónica, de olhar doce. Diz-me depressa a tua receita ..

Page 81: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--violeta, minha querida, como fazes para conser- var essa cor ? pergunta a frágil anémona, muito pálida . --Ninguém acreditaria que és uma flor de Abril ! exclama a ficária dourada, com voz fina. É porque ficas à sombra ? E todas as outras a espiava~m com curiosidade inveja . Mas a violeta era tao tímida que nao sabia o que responder. Assustada com tantas perguntas, bai- xou a cabeça e escondeu-se atrás duma folha. --Deixem-na sossegada ! gritou entao a marga- rida, que era sua amiga. A pequena nao gosta que tratem dela, é esse o seu segredo. Neste momento, chega Cathy, que faz um belo ramo de Maio. Apanhou todas as flores, as ele- gantes e as tagarelas. Mas nao colhe a margarida (havia muitas) e por isso nao vê a violeta, a última violeta de Abril, que podereis admirar todo o ano, se estiverdes com os olhos bem abertos (ou mesmo fechados, se acreditais), no canto da velha vereda, escondida, oh, ~muito bem es- condida ! A SOMBRA DO SOL: Era uma vez um patinho que se afastara da mae quando nadava no pantano. Estávamos em Julho, e o nosso amigo sofria muito com o calor. --Patinho, esqueces-te do teu chapéu de palha Vais ficar doente ! Poe-te à minha somhrA Quem é que Ihe falava assim ~ 71

Page 82: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

72 ~ ~ ~ Era uma flor grande e bonita, com pétalas douradas rodeando a parte central, escura. --Aceito, diz o patinho. Como és a~mável, ocupan- do-te de mim. Mas como é que te chamas ? --Eu sou o girassol, o grande sol... --Oh ! O patinho nem conseguia respirar, por ter feito tal descoberta. Primeiro, fez uma vénia de agrade- cimento, depois deitou-se à sombra do girassol, tendo o cuidado de mudar de posiçao de tempos a tempos, porque a sua ~sombrinha» viva rodava sempre segundo o sol, o outro sol, o que queima e nao se deixa olhar de frente. A tardinha, enfim, o patinho perdido adormeceu E, quando a Ma.ma Pata o encontrou, ficou satis- feita porque ele nao estava doente. Mas ele disse-lhe ao acordar: --Nao tenhas ~medo, Mama, estou à sombra de um grande sol, meu amigo... Como foi invejado pelos irmaos, quando contou a sua aventura ! árvore dos gulosos: Enfim, quando houver uma festa de crian,cas, pode- remos divertir-nos a fazer ou orientar a confecçao desta <~árvore» inesperada, que permite aos jovens convidados a colheita dos frutos maravilhosos. É constituída por um belo ramo bastante rígido, fixado num caixote, no qual se suspendem laran- jas ou toranjas.

Page 83: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Para segurar os frutos, atravessamos-lhes u,m duplo fio de «nylon». Para isso, usar um atacador, uma agulha grossa ou um arame. No anel interior do fio, passar um pequeno fragmento de ~.madeira, para impedir a queda do fruto. As duas pontas que ficam na parte superior sao atadas ao ramo. Espetar, nos frutos, salsichas pequenas, pedaci- nhos de queijo, sandes variadas, azeitonas... e mesmo chupa-chupas. Ao pé da árvore, dispor ao acaso pedaços de pao, colocados sobre papel verde bem limpo. Debaixo deste papel, estao escondidos bombons, chocola- tes, etc., que os gulosos só descobrirao quando tiverem comido o pao destinado a acompanhar os alimentos que orna.mentam a árvore Para completar a decoraçao, enrolam-se caules ae hera aqui e acolá. N

Page 84: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

74 E SEMPRE BOM SABER AS FLORES MARCAM AS ETAPAS DA VIDA: Os nossos antepassados, na ocasiao das festas, cobriam de flores as ruas da cidade, a entrada e as fachadas das casas, o pavimento dos santuá- rios. Nos banquetes, os convivas ornamentavam a cabeca com flores Ainda actualmente, nas i!has do Pacífico, os visi- tantes sao acolhidos com colares de flores perfu- madas, que Ihes sao colocados à volta do pescoço E frequente vermos as visitas levarem flores, e o ramo mais modesto dá sempre prazer à dona da casa, que deve encontrar palavras apropriadas para agradecer. Dará toda a importancia ao ramo, que porá imediatamente em água, trazendo-o para a sala de receDcao. No quarto de um doente ou de um convalescente, em casa, na clínica, no hospital, a presença de flores é sempre um sinal de esperança.

Page 85: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

No entanto, nao oferecer ramos muito grandes ou perfumados, que poderiam incomodar, numa sala excessivamente aquecida No Dia da Mae, é costume oferecer um belo ramo de flores, quer com a cumplicidade do Pai, quer recorrendo às próprias economias Estas flores podem apresentar-se em ramo, ou sob a forma de pequenos presentes decorados com flores, como os quadros de flores secas de que falámos na pág. 52, flores confeccionadas com agulha ou pintadas a pincel, etc. O ramo de luto, por vezes apresentado sob a forma de palma ou coroa, representa o último adeus. E acompanhado de um cartao de visita em que se exprimem as condolências à família. O ramo oferecido por ocasiao de um nascimento ou baptizado, de cores delicadas (branco, azul pálido, rosa) exprime os votos de felicidade à cnança que agora entra no mundo. O ramo de comunhao, de preferência branco, po- derá ser, também, rosa pálido, malva ou azul cla ro . O ramo de casamento acompanha-se de u~m cartao de visita com parabéns e votos de felicidades. 75

Page 86: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

O ramo de bodas de ouro, que marca uma uniao de cinquenta anos, é, frequentemente, constituído por rosas vermelhas. Saibam também que: O oitavo mês do ano republicano chamava-se Floreal (20 de Abril a 19 de Maio), o mês das flores. As Florais. sao festas em honra da aeusa Flora (deusa das flores). As Florais de 1969 foram orga- nizadas no Bosque de Vincennes, em Paris. A capital dos perfumes é a cidade de Grasse, nos Alpes Marítimos, rodeada de campos de flores. A indústria de perfumes está muito desenvolvida. Alfazema, rosas, jasmins, cravos, flor de laran- jeira, violetas, etc., sao aí colhidas, e, graças a uma exposiçao privilegiada, adquirem um aroma particularmente agradável. Chamavam-se ~cultivadores loucos)>, em Harlem (cidade da Holanda, capital das tulipas desde o séc. XVI) aos amadores destas belas flores que possuiam as mais diversas variedades, por vezes bastante raras. Nao hesitavam em se arruinar para adquirir o bolbo duma tulipa que faltava na sua colecçao. Alexandre Dumas conta uma história a propósito deste facto no seu livro A TULIPA NF(:R~

Page 87: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios
Page 88: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

78 Ao contrário do que se pensava, n3io basta à crian~,ca viver em contacto com a Natureza, rnas deve, sobretudo, agir com ela, sobre ela, i5to é, cultivar plantas, Alu e Jacques

Page 89: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A FORCA DAS PLANTAS Se, por instinto, a criança é atraída pelas flores colhidas e agrupadas em ramos, é certo que gosta ainda mais de plantas, das quais pode observar o crescimento, apercebendo-se da vida que nelas existe . E bom deixá-la ~<frente a frente>) com elas, para que possa levar a efeito as suas experiências, mesmo que sejam, à partida, condenadas ao fra- casso. Isto faz parte da tomada de contacto com a Natureza. Apesar de tudo, é conveniente pre- servar o pequeno jardineiro de malogros suces- sivos, decepçoes dolorosas, guiando-o, dando-lhe indicaçoes e conselhos que Ihe assegurem vitórias encora jadoras. Para já, é necessário que a criança se aperceba de que as plantas ao seu cuidado Ihe pertencem completamente. Torna-se assim, como diz Froebel, «responsável por uma acçao sériae. E isso fará com que se aplique cada vez mais Dispondo de um canto para as suas <(culturas)), vigia-as, observa as suas carências, alimenta-as, defende-as, trata dos seus ferimentos com pre- cauçao, numa palavra, compreende essa coisa ma- ~J 79

Page 90: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

,E ~5 Doj- TD ~ P~f~ ~V~ L-_ c ~ ~A C.~ R~ J~ ~9 CiA \ YA ~) c z ,` ,q u ~ ravilhosa que se Ihe revela: <(o silencioso mundo das plantas» (Holderlin). E que excelente escola de perseverança ! Se a rapidez do desenvolvimento (como no jacinto, por exemplo) surpreende, por vezes, a criança, na generalidade dos casos, a paciência quase que se esgota, perante a lenta eclosao da vida. Descobrirá que a planta nao é somente o que se vê, o que sai da terra, mas que há, no solo, como que um reflexo obscuro do caule: também a raiz cresce, .mas em protundidade. A planta cresce «para os dois lados !» Bastará observar um ja- cinto num vaso de vidro para se convencer desta realidade . Habituemos a criança a tratar das plantas regu- larmente, a uma hora fixa. C)ptimo exercício de disciplina consentida, de observaçao contínua, de educaçao da vontade e da generosidade, porque o tempo reservado à ~<cultura» diminui as disponi- bilidades para brincar. Podemos estar certos: a crianc,a gosta da des- coberta, tem prazer em aumentar os seus conhe- cimentos, e o nosso jardineiro vive, assim, a mais divertida aventura.

Page 91: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

TRATAR DAS PLANTAS Os utensílios do perfeito jardineiro: Antes de se dedicar à jardinagem, para nao sujar ou estragar as roupas, a crianca deve proteger-se com um pequeno avental, munido de u.m grande bolso, se possível, onde serao transportados os ~<utensilio5», Instalar-se confortavelmente no chao ou a uma mesa, tendo o cuidado de proteger sempre o local escolhido co~m folhas de jornal. Munir-se de luvas velhas. Veremos, adiante, como proceder para preparar os vasos, a terra e as plantas. Plantar é fixar uma planta na terra, e, para isso, é preciso um plantador. f um pedaço de madeira cil~ndrica, munido de uma ponta por vezes metálica, e dobrado na outra extremidade de forma a poder segurar-se melhor. ~egundo a i.mportancia das raizes ou do caule (estaca), é preciso recorrer a um verdadeiro plantador ou a um fragmento de madeira ponteaqudo (um láDis, Dor exemDlo).

Page 92: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Para deslocar as plantas, transvasando-as, é indis- pensável uma colher de jardineiro. Impede que os caules, principalmente os mais jovens, que se par- tam, e permite a conservaçao da terra à volta das raizes. Uma velha colher poderia servir, mas é pro- vável que o avô ou o pai se resolvam a fabricar um autêntico ~<transplantador», que serve, também, para a herboriza,cao. Nao é difícil, basta proceder como se segue: --Arranjar um tubo de alumínio ou borracha muito duro, de 15 a 25 cm de comprimento, e de 3 a 5 cm de diametro. --Cortar um dos lados do tubo em viés alongado, inspirando-se nó desenho anexo. Obtemos, assim, um utensílio muito prático para a deslocaçao de plantas. Para dobrar os caules, no solo, utilizar garK~hos de cabelo (modelo antigo). Tambérn é preciso um regador de bico muito com- prido para chegar às partes afastadas sem ferir a planta, e um pulverizador ou uma rolha-pulveri- zadora, que se pode adaptar a qualquer garrafa. Encontramos à venda pequenas colecçoes de uten- sílios para o perfeito jardineiro, próprias para «jardinagem de apartamento». Recipientes, vasos, jardineiras, J~ciache-pot'' e jardins móveis: VASOS: Conforme o tamanho da planta, o vaso deve per- mitir que as raizes fiquem à vontade, mas sem

Page 93: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

exagero. Quando se torna muito pequeno, muda-se a planta (ver pág. 90). As formas tradicionais, as ,mais usadas, servem perfeitamente, assim como os vasos de barro ou faiança. Contudo, os vasos de matéria plástica sao cada vez mais usados e apreciados. O importante é escolher um recipiente que tenha um ou mais orificios de evacuaçao. MANUTENÇ~O: Os vasos de barro perdem rapidamente a frescura. Assim, é necessário escovar o exterior sempre que pareça necessário. Por cada nova utilizaçao, um vaso deve, aliás, ser cuidadosamente limpo e desinfectado (com lixívia). Para permitir a evacuaçao do excesso de água de rega ou de chuva (plantas de varanda), é neces- sário arranjar um dispositivo de fácil realizaçao: --para um vaso pequeno, um simples caco ou uma pedra basta para obturar o orifício; --para uma jardineira grande, uma bacia de fonte- nário ou outro recipiente com um fundo de grandes dimensoes, será preferivel arranjar uma base de pedrinhas, mas os orifícios de evacuaçao devem sempre ser protegidos com pedras grandes ou uma placa de fibrocimento imputrescível. Os vasos mais práticos sao, como é evidente, os que conserva,m a água, o que permite regas menos frequentes (e isto é importante quando se parte para férias). Obtém-se, assim uma distribuiçao regular da água. o a~ o CO~?o co~TP,~ o,e,~ O . t~ VA ~ ~Aa CO ~1

Page 94: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~ ~ C~G~

Page 95: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

SL~SP~,4s, ~5 ro D ~ Di~osj~/`v~o ~v~t/osc, v ~ ~v I ~,4~.q C~v~qRDqR~o ~U- I vt z~ 4s ~ t ~UAv s~R~ ~1 ~;'' J ~'k, / p~ ,9 c~, 5 D~ Y~D~4S ~/ vRo C, ~ ;V s~ Dis~os IJA~) 5 L ~ ~ o t=~ ;~ p~9GJ45 D~ ,P~s ~/ t~20 C~

Page 96: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~A R£ ~ ~V PD~ A r~R ~4 Co~O De£' ~f',R U~ 6~ e4,~E 't~e~ `RJ~ /~ \~ ~ ~/~ ,4 ~ R R ~ DE D~ 4~, S C~,DA2A ~,4c,~ e ~ R~ '~I J~ O O O O ._~c~ ~ ~.qvs ~,7~ G O

Page 97: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

«CACHE-POT)) Os vasos de reserva de água de que falámos nao necessitam de «cache-pot>~, em vinude do seu aspecto elegante e variedade de cores. Mas, para evitar os <(acidentes~ que podem ser provocados pelo escoamento de água, e para embelezar a apresentaçao da planta, existe~m nu- merosos tipos de «cache-pot~, escolhidos em fun- çao do local a que se destinam e decoraçao da casa . Para que o ar possa circular, deverao ser um pouco maiores que o próDrio vasn LOCALeAÇAO E DISPOSI,CAO: Se se dispoe de várias plantas para cuidar, dis- pô-las de forma simultaneamente prática e elegante, sabendo como agrupá-las. --Numa varanda: Colocar, apenas, plantas que suportem a exposiçao ao sol e a sombra. Se a temperatura for excessivamente baixa, os vasos podem quebrar. Aliás, os vasos devem ser solidamente fixados na varanda, por causa do vento. E cuidado com a rega das plantas, para nao molhar o vizinho ou os transeuntf3g ! --Num suporte suspenso no tecto: Plantas pen- dentes, de preferência. Forrar o fundo do vaso com musgo natural ou sintético.

Page 98: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--Numa mesa baixa. --Num prato de balança. --Num carrinho de chá. --Nu.m recipiente apropriado, autêntico ((jardim móvel~x O carrinho de chá e o jardim móvel deslocam-se sobre rodas, o que facilita imenso os cuidados de limDeza . Elementos de suporte: estacas e suportes vários: As plantas que têm caules herbáceos devem ser apoiadas, de início, para que sejam orientadas harmoniosamente, e, depois, para que nao partam. É essencial tentar dissimular as estacas o mais possível (porque, por vezes, sao bastante dese- legantes), ou, pelo contrário, empregar elementos de suporte escolhidos para serem vistos (raízes ou pedaços de madeira flutuante, por exemplo). Para atar os caules, nao e.mpregar fios cortantes. Prender com ráfia ou com uma fita liaeira. Vejamos alguns modelos de estacas: --Caules de plástico adquiridos nos estabeleci- mentos comerciais. Sao bastante rígidos e muito feios. --Estacas de ferro. Têm o inconveniente de en- ferrujar. --Bastoes de madeira. Ao fim de certo tempo, apodrecem.

Page 99: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--Ramos secos e bifurcados também apodrecem, mas permitem arranjos muito decorativos. --Bambus. Imputrescíveis, e, talvez, os menos desagradáveis à vista, sao os que preferimos. Prender os caules ramificados numa única estaca tem o grande inconveniente de apertar demasiados os caules, sobretudo os mais jovens, que ficam bastante comprimidos. O processo mais conveniente consiste em arranjar várias estacas, unidas com ráfia, arame ou junco, dispostas em paliçada, e.m triangulo, quadrado ou círculo Conforme a altura, po~erao ser necessanas vanaS filas de ráfia para segurar convenientemente esta estrutura (o que, frequentemente, é indispensável, nas varandas). Nos apartamentos, para plantas com gavinhas, po- deremos recorrer a um pedaço de tecido de corti- nado ou uma rede leve, presa a dois suportes. Numa superfície maior, podemos formar verdadei- ros tabiques de folhagem (várias plantas trepa- deiras) . Se se pretender manter os caules na terra (para germinar), poderemos usar ganchos de cabelo das nossas av6s, muito práticos e baratos. Precauçoe~ e eonselhos: O importante é gostar-se das plantas, o que im- plica a compreensao das suas carencias, para que se mantenham belas e frescas. Para se possuir plantas bonitas, para que se de- senvolvam, é necessário rodeá-las de cuidados por

Page 100: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

vezes um pouco desagradáveis. Mas que grande alegria, depois, quando se observa o seu bom estado, quando se consta que se desenvolvem plenamente graças à vossa atençao ! Nao podemos obrigar as plantas a serem belas por artes mágicas; mas, no entanto, há um se- gredo importante: viver em comunhao com elas, observá-las, ajudá-las, admirá-las. Esta verdade, válida para todas as plantas, é ainda mais notbria nas plantas de apartamento, que recusam o seu meio natural para viverem connosco, entregando-se aos nossos cuidados. Nao há regras absolutas. Mas, assinalando-vos factos diversos, comunicando-vos certos resulta- dos, dando-vos alguns conselhos, esperamos aju- dar-vos na vossa tarefa, que será teniar conservar perto de vós, ou das crianças que vivem convosco, as mais belas e variadas plantas. COMO DEVEM SER TRATADAS: As plantas, como é do vosso conhecimento, ali- mentam-se, crescem, desenvolvem-se e reprodu- zem-se. Se nao forem bem tratadas, morrem. E estes cuidados sao tanto mais necessários quanto nós es aprisiona.mos nos apartamentos, onde se encontram numa situaçao anormal. Todas precisam de: --Alimentaçao, através de mudança de terra, adubo, rega. --Ar, luz e sol. --~liqiene e beleza.

Page 101: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Quando chega a vossa casa, a planta está confor- tavelmente instalada num vaso cheio de terra para plantas de interior. Em geral, a mistura desta terra é própria para a p!anta. De qualquer maneira, é preciso que a terra seia areiada e húmida. Arejada, porque as raizes respiram, tal como partes da planta aue ficam no exterior Húmida, para que a planta se alimente e sacie mais facilmente. Mas a terra esgota-se facilmente. Assim, de tem- pos a tempos, é necessário mudá-la ou dar-lhe um medicamento: adubo é a palavra apropriada As plantas sao mudadas de um vaso para outro quando a terra já nao tem as qualidades neces- sárias. Para a maior parte das plantas, esta opera,cao é necessária todos os anos. Mas cabe à própria pessoa ver quando se torna necessário mudar de terra, ou arranjar um vaso ligeiramente maior. Num vaso muito limpo, cujo orificio de base (orifício de drenagem) foi obturado por um caco ou uma pedra para facilitar o escoamento da água e reter as raízes, colocar terra própria (à venda nos estabelecimentos da especialidade), e insta- lar a planta com precauçao.

Page 102: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A dificuldade está em retirar a planta do vaso antigo sem estragar as raizes. Os jardineiros se- guram com a palma da mao a terra do vaso, e, apertando o caule entre dois dedos, rodam rapi- damente a planta e batem num rebordo qualquer para que o vaso se separe. Por vezes, procede-se assim sem resultado. Antes de isolar o vaso, é preciso humedecer bem a terra, para que a operaçao seja facilitada. Se necessário, sacrificar o vaso antigo, quebrando o fundo com um martelo. Se se trata de um vaso de valor ou de rega automática (Riviera, por exemplo), ter paciencia e agir com cuidado A planta, retirada do vaso antigo, é instalada num novo. É preciso comprimir ligeiramente a terra, deixando cerca de um centímetro do vaso livre para facilitar a rega. Terminada a mudança, regar abundantemente. E entao, esperar por Março ou Abril E, bem entendido, aproveitar a mudança para des- dobrar certas plantas demasiado volumosas. Adubos: De tempos a tempos, é preciso dar à planta um fortificante: um adubo. A operaçao é bastante simples: existem, à vend~ várias especialidades prontas para emprerlar Nunca se deve utilizar demasiado adubo, nem com demasiada frequência. A terra pronta para adubar deve estar húmida Regando bem, de véspera, evitamos queimar as raízes. 8c) 91

Page 103: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Rega: E difícil avaliar exactamente a água necessária a uma determinada planta. Umas necessitam de muita (Ipapiro), outras de menos (sanseveria). Em certas casas o ar é muito seco (aqueci.mento central). Se chove, o ar torna-se mais húmido. É necessário ter em conta tudo isto. Saibamos que: --Pouca água é, geralmente, menos prejudicial que água em demasia. --As regas demasiado frequentes fazem apodre- cer as raízes e tornam as folhas a~mareladas. --Nunca se deve deixar o prato de suporte com água, e também nao é conveniente deixar água no fundo do ~cache-pot)x --E preferivel regar as plantas com água da chuva. Nos apartamentos, se se recorre à água da tor- neira, ter o cuidado, no Inverno, de deixar a água em repouso durante um certo tempo, para que nao fique muito fria. O processo de rega mais prático consiste em usar um regador de colo longo, que permite dirigir a água exactamente para onde se quer, e que pode, também, servir para encher os reservatórioS de rega autom~tica, tao práticos. Nos vasos vulgares, ter o cuidado de regar toda a massa de terra, e nao, so~mente, a superficie. É preciso deitar bastante água, para que atravesse a terra até ao orifício inferior de drenagem T~r~tura: Há poucas hipóteses de se ter, dentro de casa, uma temperatura inferior a 10C.

Page 104: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Mas é preciso evitar as mudanças bruscas de temperatura: Janelas abertas directamente sobre as plantas, ou durante muito tempo. O calor excessivo seca muito. Pôr água nos satu- radores dos radiadores, e nao se esquecer de pulve- rizar as folhas (Ipulverizadores ou rolhas-pulveriza- doras, análogas às aconselhadas para as flores --ver pág. 13). Enquanto o aquecimento estiver ligado, estar atento às carencias de água de cada planta. Para isso, verificar com os dedos o teor de humidade de cada vaso, procedimento a adoptar também, nas épocas de grande calor. AR. LUZ. SOL. E necessário renovar o ar, porque as plantas tam- bém respira~m. É sobretudo ao cair da noite que se deve mudar o ar. E nao nos esqueçamos de arejar um companimento onde estiveram fuma- dnres I Mas, como já dissemos, evitar as mudanças brus- cas de temperatura. A luz é necessária para a formaçao de combinaçoes quimicas de grande importancia para a planta. Desta forma, estejamos atentos à penetraçao de eneroia luminnsA E~m certos locais sombrios (corredores, entradas), poderemos instalar lampadas eléctricas especiais (do género de lampadas fluorescentes Sylvania, Gro-Lux), que fornecem energia luminosa equiva- lente à do dia. Em relaçao a plantas colocadas perto das janelas, o sol pode ser contra-indicado para certas espécies.

Page 105: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Mesmo para as que têm necessidade de sol, é necessário que este nao seja muito violento. Neste caso, recorrer a persianas, portadas ou repostei- ros grossos. HIGIENE E BELEZA: É muito importante observar uma limpeza rigorosa dos vasos, dos ~cache-pot)> e das plantas. É indis- pensável lavar as folhas, para as libertar da poeira. Por vezes, é necessário pulverizar com insecticida para destruir os parasitas, ou com desinfectante, no caso de certas doenças. Mas isto raramente acontece quando as plantas sao bem tratadas. Observá-las com frequência. Procurar descobrir a causa de eventuais alteraçoes. Se a terra se torna muito compacta, revolve-la com a ajuda de um garfo velho, como se fosse um ancinho. Adaptar estacas sempre que seja necessário. Enfim, se pretendermos plantas com um aspecto ainda mais belo e brilhante (como no caso da «árvore da borracha>~, por exemplo), lavar as fo- lhas com um pouco de algodao hidrófilo embebido em leite cru, cerveja ou produtos especiais (à venda nas floristas ou horticultores).

Page 106: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A VOSSA ESCOLHA Plantas de interior de varanda: A Natureza poe à vossa disposiçao um número considerável de plantas. É necessário familiarizarmo-nos com todas estas espécies, mas nao é aconselhável empreender vá- rias culturas ao mesmo tempo. Impoe-se fazer u.ma escolha, que será funçao do acaso, da com- pra, de uma preferência. Vejamos algumas plantas atraentes e decorativas que poderemos reconhecer. Feita a escolha, observar atentamente as plantas, tratá-las bem, aprendendo as suas necessidades e caprichos. Elas nao gostam de mudar de lugar. Há afinidades entre elas. Nao podemos juntar no ~mesmo vaso plantas que nao tenham as mesmas carências, porque murchariam. Deixá-las em va- sos separados, colocados lado a lado em jardi- neiras, ou recipientes vários. E, sobretudo, ter muita paciência, como os puxa- dores de ricochó, no japao, que, enquanto esperam

Page 107: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

os clientes, tratam das suas minúsculas plantas durante horas, ou como aquele velho prisioneiro de Veneza, que tinha apenas uma amiga: uma flor insiqnificante que crescera na goteira. ARbLlA: Com as suas belas folhas espalmadas, a Arália adapta-se a qualquer decoraçao. Exige regas regulares e uma temperatura moderada. ASPARAGUS PLUMOSUS: A sua folhagem leve e ~muito fina é utilizada em ramos de cravos ou rosas. Esta variedade de espargo gosta de luz, mas nao se dá com muito sol. É uma olanta que necessita de muita água. A5~ARA~SUS S~RE~ £í21

Page 108: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ASPARAGUS SPRENGERI: Esta outra variedade tem longos caules pendentes e abundante folhagem. Na Primavera, produz deli- cadas e minúsculas flores cor-de-rosa, que origi- nam bagas escarlates. Este espargo também necessita de muita água. AUCUBA: Planta muito decorativa, originária do Japao, re- siste muito bem em varandas, se Ihe for fornecida humidade, regularmente. AZALEA: A sua inflorescência magnífica, que surge no inicio da Primavera, é apreciada por todos. Devido às suas tonalidades delicadas de ver.melho, branco, rosa e salmao, é utilizada para a confecçao de ra- mos, e muito decorativa em vaso. Infelizmente, nao resiste muito tempo: cerca de um mês, se a regarem atentamente. Cortar as folhas murchas, para permitir outras floraçoes. BEGONIA REX: Esta planta é apreciada pela sua folhagem mati- zada, com rebordos prateados. Suporta pouco sol. De te~mpos a tempos, é necessário pôr um pouco de adubo. Por vezes perde uma folha, mas depressa crescem outras. 97

Page 109: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~'IRv~Rf~ DA ~022,4 URZE: A floraçao surge no Outono. A urze tem necessidade de muito ar. Dá-se bem em grandes entradas ou terraços. «ARVORE DA BORRACHAo: Muito em voga, neste momento, esta planta neces- sita de muita luz. Prefere as regas ligeiras e repetidas. Pertence à família das plantas que fornecem a borracha. Pode atingir grandes dimensoes. ,qf2voR~ D ~o~P~4 C~ URZE: A floracao surge no Outono. A urze tem necessidade de muito ar. Dá-se bem em grandes entradas ou terracos. «ARVORE DA BORRACHAo: Muito em voga, neste momento sita de muita luz. Prefere as regas ligeiras e repetidas Pertence à família das plantas que fornecem a borracha. Pode atingir grandes dimensoes.

Page 110: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

AVENCA: ~ uma espécie de feto muito leve que nao resiste às correntes de ar, que receia o sol vio~ento e que gosta muito de água. Esta planta, tao elegante, presta-se arranjos florais. CLIVIA (ou Flor de S. José): A sua flor é dum vermelho flamejante. Muito robusta, floresce todos os anos. A partir de Setembro, é necessário reduzir muito a rega de Inverno. Podemos colher rebentos do pé para reproduzir novas plantas. Nao é necessário regar muito quando se forma botao. ~ ~ o O oO o~ 'o~ ~ op 6 ~ O~o o ~ ~0 ~ ~ O r~ ~o~08 "~ ' oD D~0~ O q~ D~Op, o ~o~ o

Page 111: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

co co s WEDD f ' Li~ ~A COCOS WEDDELLIANAN Esta planta, da família das palmeiras, agrada pela sua delicadeza e porte. Cortar as pequenas folhas da base desta robusta árvore logo que se tornem amareladas. A sua reno- vaçao é constante. CICLAMEN: Planta viva2, que nos chega da Pérsia, é de grande elegancia. Gosta de água e frescura. No entanto, nao a afas- tar das fontes de r~lr)r Se for tratada regularmente, abrem-se numerosos botoes semelhantes a borboletas. FETOS: Os fetos sao plantas ornamentais robustas. De Inverno, é necessário diminuir as regas. Na Primavera, com um pouco de adubo, desenvol vem-se bastante. Os fetos gostam de luz mas nao se dao com aquecimento. A beleza e resistência desta flor é amadores. De Fevereiro a Junho, encontramo-la naS floristas.

Page 112: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Branca, rosada, azul ou malva, a hortênsia adapta- -se a interiores. Evitar o sol excessivo, mas expô-la à luz e forne- cer-lhe água. HERA: Existem várias espécies, todas bastante resistentes. Umas têm folhas matizadas, outras em forma de lança . Os caules podem ficar pendentes, ou presos estacas para adquirirem a forma desejada De Inverno, a hera é mais frágil, mas adqulre vlgor na Primavera. Pode.mos apanhar, durante os passeios, pés de hera selvagem ou ramos com raízes pequenas, tentando adaptá-la à vida no interior. PAPIRO ( Cyperus-Papyrus ): Até ao séc. XVI, os papiros que cresciam na regiao do Baixo-Egipto, assim como os lótus, ser- viram para fazer uma espécie de papel (para isso, colavam-se várias fibras estendidas lado a lado). O papiro que podemos reproduzir facilmente per- tence à família deste Papiro do Egipto (ver ca- pítulo ((Reproduçao pela folhao, pág. 108). A planta deve ser regada com muita frequência, mas poderemos, ta~mbém, instalar o vaso num prato baixo constantemente cheio de areia e água (como nas margens do Nilo). Quando os papiros sao muito altos, é necessário 1 Rc~ 101

Page 113: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

apoiá-los em bambus ou estacas esverdeadas, dis- postas em feixes de 3 ou 4, e atadas com arame revestido de algodao verde ou cordao uPrdP PASSIFLORA ( Martí rios ): O missionário que trouxe esta planta da América do Sul via nela todos os simbolos da Paixao de Cristo: os cravos (na extremidade do gineceu), as cicatrizes (cinco estames), a trave (o gineceu alongado), a coroa de espinhos, etc. Desenvolve-se muito bem, e agarra-se à estaca com as gavinhas. A flor, que aparece no Verao, abre-se ao nascer do sol. ~ muito curiosa e decorativa. FILOOENDRO: ~ uma planta muito resistente, que absorve muita água, emitindo raizes aéreas para extrair da atmos- fera um suplemento de humidade.

Page 114: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Por vezes, instalam-se estas raizes em pequenos recipientes presos à estaca, para satisfazer a sua necessidade de água, e permitir que se alonguem até à terra, onde penetram. Neste momento, é necessário retirar o frasco ou tllho SAINT PAULIA (Violeta de usambará ou violeta de Africa): Com efeito, é semelhante à violeta (sobretudo na cor), mas pode ta~mbé.m ser rosada. As folhas partem como vidro. No entanto, é muito resistente. Poderemos conservar esta planta durante vários anos, expondo-a à luz, mas nao ao sol. SANSEVERIA: As suas longas folhas raiadas e ponteagudas sao orladas de amarelo. Muito resistente, mesmo com forte aquecimento central, exige regas ligeiras e regulares. Pode durar vários anos. sr S~, ~ V~ R i ~4 103

Page 115: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

SELAGINELA: Esta planta decorativa é semelhante aos fetos. Precisa de humidade constante. Os ramos sao muito apertados. Com excesso de água apodrecem. A selaginela é bastante bonita mesmo quando isolada, ~mas convém, sobretudo, compo-la com outras plantas em arranjos florais. TRADESCANCIA ( Erva -da -f ortuna ): Vigorosa e abundante, a erva-da-fortuna dá-se em qualquer lado. Minimiza as decepçoes devidas às outras plantas. Um ramo transplantado enraíza-se sem dificuldade (ver ~< Reproduçao por estaca ou enxertia », pág. 107). Existem variedades de folhas raiadas de prateado, outras púrpura, outras ainda de um verde muito sugestivo. A flor, pequena, é muito delicada. GERANIO: Do conhecimento de todos, o ger3nio vulgar e a hera-geranio, com flores de cores vivas, adaptam- -se muito bem às varandas. ~ uma planta resistente, que exige poucos cuidados e floresce durante muito tempo. Por outro lado, tem a vantage~m de afastar os mosquitos. Regar pouco, senao desenvolvem-se só as folhas, e nao as flores. Reproduz-se facilmente por enxertia.

Page 116: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Reproduçao das plantas: Para quem quiser desfrutar as alegrias da jardina- gem, mesmo na escala modesta da cultura de varanda ou apartamento, nao basta possuir algu- mas plantas compradas na florista, e tratá-las com cuidado. ~ preciso, també.m, tentar aumentar o ~jardim)~ de uma forma mais pessoal. Isto é: semear, enxertar, formar tufos, recolher bolbos e tubérculos. O jardineiro-amador nao consegue levar a bom termo todas as suas iniciativas. Mas pode tentar pôr em prática vários modos de reproduçao de plantas, obtendo flores encantadoras, mesmo em r leno Inverno. SEMFAR: Pacotes de derao ser teiras. Poderemos, também, ~cultivar» lentllhas, soJa ~os rebentos sao comestíveis), feijoes (os feijoes de Espanha dao flores que ficam muito bem nas va- randas), ou fazer experiências de volubilismo, etc. Obteremos roseiras pequenas recolhendo as bagas de uma cor vermelho-alaranjada que surgem quando as rosas murcham. Guardá-las em areia seca, num local temperado. Abri-las em Maio e semear as sementes minúsculas a pouca profundidade. ~ necessário regar suavemente as sementeiras, recorrendo ao pulverizador (ou à rolha-pulveriza- dor). Se necessário, usar um regador com o colo obturado por uma placa finamente perfurada. sementes com imagens sugestlvas po- primeiro passo para diversas semen- 105

Page 117: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

O mais prático é ainda regar bem a terra antesde semear. No apartamento, cobrir as sementeiras com uma placa de vidro (ou um pedaço de plástico trans- parente) . Existem à venda estufas em miniatura, que permi- tem fazer várias sementeiras no mesmo vaso. Também é possível fabricar uma mini-estufa, utili- zando uma dessas caixas de grades que servem de embalagem de vários produtos: --Obturar as aberturas com plástico transparente, ou, melhor, com plástico armado ('). --Para fixar o plástico, utilizar fita-adesiva ou agrafador. --Arranjar uma tampa para a caixa, também de plástico. Abrindo mais ou menos esta tamoa, Podemos re- gular a temperatura da estufa. No interior, as sementeiras serao feitas em reci- pientes planos, cheios de terra. Qualquer que seja o modelo de estufa utilizado, logo que as sementes se desenvolvam, transplan- tá-las para outros vasos. Para facilitar a transplantaçao, sem mudança de vaso, existem recipientes em terra que se enchem de húmus, e se coloca~m num vaso .maior. Quando as sementes se desenvolvem, os recipientes desa- gregam-se, sem ferir as raízes que os atravessam. A regularidade das regas é muito importante. (I) E umo folho mui~o fina que se vende o me~ro de esíufos. de plós~ico o~rovessodo por uma rede

Page 118: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

torno mois sólida. Es~e ma~eriol que os hor~icul~ores serve para a cons~ruSao

Page 119: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ENXERTOS: É a operaçao mais fácil. Corta-se um ramo, um rebento ou mesmo uma folha, coloca-se na água, depois na terra. Obtém-se, assim, novas plantas. ENXERTO DE UM RAMO PEQUENO: O sucesso é garantido no caso da tradescancia. Resulta frequentemente no caso de geranio, cravo e loendro. --Cortar um ramo forte da planta-mae. --Conservar só a extremidade, seccionando por baixo de uma folha, ficando com 5 a 8 cm de comprimento. --Retirar suavemente as folhas da base. --Plantar em terra húmida, à sombra, nos primei- ros dias. Podemos fazer vários enxertos lado a lado, em todas as estaçoes. Éi de realçar o resultado obtido com a tradescancia, chamada, também, erva-da- -fortuna, por exemplo. ENXERTO DE UM REBENTO (hera, filodendro): Numa planta velha, colher um rebento que tenha, de preferência, uma ou duas raízes adventícias, e colocar na terra. Resulta em 50 % dos casos, na Primavera. 107

Page 120: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ENXERTO DE UMA FOLHA: Saint Paulia: Escolher uma folha com bom aspecto, e plantá-la. As raízes formam-se pouco tempo depois, assim como os rebentos. Quando a planta estiver bem fixada no vaso, supri mir a folha-mae. ~ preferível realizar vários ensaios, simultanea- mente. Sar~evena: Plantar a folha completa ou parcialmente. Papiro: Na Primavera, cortar uma folha cora um caule de cerca de 2 cm. Cortar as folhas a 3 ou 4 cm do centro . Dispor esta espécie de estrela numa taça cheia de água pura (de preferência, água das chuvas). Cobrir com uma placa de vidro. Vigiar o nível da água. As raízes e os rebentos formam-se rapidamente Mudar para terra todos os rebentos, quando atin- girem cerca de 5 a 7 cm. ENXERTO DE MERGULHIA: É um processo que consiste em fixar um ramo à terra (com a ajuda de ganchos de cabelo), para provocar o aparecimento de raízes.

Page 121: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~ a operaçao mais difícil de realizar. Podemos tentar, primeiro, com uma Caprifoleácea. FORMAR TUFOS: No momento da ~mudança, separa-se o tufo em dois. Nas plantas com bolbos ou rizomas, separam-se os bolbos (tulipa, jacinto) ou os rizomas (íris). Estes bolbos e estas obatatas», como se diz, desenvolvem-se muito facilmente em apartamentos. E é divertido observar a evoluçao de um bolbo de jacinto colocado nu.ma garrafa, ou de tulipas dispostas numa taça. Quando colocado na garrafa, o bolbo nao deve mergulhar na água (deixar 1 ou 2cm de intervalo). O segredo consiste em manter a garrafa e o bolbo num local fresco e sombrio, durante três semanas. Reajustar o nivel da água, que se vai evaporando. Mudar de água de 15 em 15 dias Ao fim de três semanas de permanência na sombra, podemos assistir, à luz, ao crescimento da planta, e ao desenvolvimento da flor. Se nao se possui um vaso especial, recortar uma rodela de cartao que se coloca no centro, para fixar o bolbo numa taça ou num frasco de conserva. Existe u.m vaso especial para o açafrao. Revestir o fundo com areia fina coberta de musgo. Colocar a parte descoberta dos bolbos junto dos orifícios da parte superior. Deixar à sombra durante 15 dias. Manter uma humidade suave. So $~ ~4~:RAo 109

Page 122: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

casa transparente- ~ o nome que podemos dar a esta forma de apre- sentaçao das plantas, que começamos a ver nas montras. Na sua casa de vidro, vivem pequenas plantas, ao abrigo de poeiras e correntes de ar. Para isso, basta que tenham um pouco de terra húmlda, e que o vidro seja branco. Graças ao processo de isolamento, as plantas podem viver em circuito-fechado, sem desperdiçar humidade, e conservam a sua frescura durante muito tempo, mantendo o tamanho desejado. A realizaçao duma cultura deste género nao apre- senta grande dificuldade: RECI PI ENTES : Garrafoes, boioes, frascos antigos, garrafas vulga- res, redomas, etc. A forma pouco importa, o essencial é poder fechar hermeticamente. PLANTAS: Escolher espécies de pequenas dimensoes: fetos pequenos, avenca, begónia, hera, arruda-dos-mur funcho-marinho, etc. COMPOSIÇAO DO JARDIM: Dispor as plantas de forma harmoniosa num prato, ou mesmo num Dedaco de oaoel (com as mesmas

Page 123: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

dimensoes do fundo do recipiente), como se esti- vesse~m já na sua casa transparente, visiveis de todos os lados. Tentar descobrir um arranjo agra- dável à vista. Empregar plantas de folhagem diferente, cores va- riadas, que se valorizem mutuamente. COLOCACAO DAS PLANTAS É tanto mais fácil quanto maior for a abertura do recipiente. Se se tiver dificuldades na disposiçao, servir-se de: --uma agulha de croché para afastar a terra: --uma pinça para prender as plantas; --um ta.mpao de algodao para limpar as paredes interiores, se estiverem sujas; --um funil, para verter a terra: mistura de areia do rio, húmus e terra húmida. Se as plantas foram arranjadas no campo, ou obtidas por enxerto, conservar o torrao junto à raiz Se for muito volumoso, cortá-lo com a tesoura. Se a planta foi comprada em vaso, retirá-la do recipiente. ~ preferivel partir o vaso do que estra- gar a planta Verificar a humidade da terra. Se necessário, acres- centar água com a ajuda de um conta-gotas. Tal como no jardim japonês, as pedrinhas, conchas, figuras minúsculas ou ani.mais poderao dar ao con- junto uma nota de originalidade. ~O/~f~ DE V,~v ~R~T~ 111

Page 124: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

FECHO DO RECIPIENTE: Fechar cuidadosamente o recipiente onde vivem as plantas em circuito-fechado, sem perder humi- dade, como na Natureza. De dois em dois meses, aproximadamente, quando a terra perde cor (sinal de secura), deitar uma, duas ou três colheres de café com água, conforme o tamanho do vaso. Para fechar, usa-se uma rolha de cortiça ou vidro, uma tampa, uma campanula ou uma placa de vidro, conforme a configuraçao do recipiente. Há quem aconselhe abrir a < casa» durante a noite, retirando a rolha ou a tampa. No entanto, este procedimento nao nos parece indispensável. ~m factor importante é nunca colocar o jardim transparente perto duma fonte de calor ou duma ianela muito batida Delo sol. Esta apresentaçao original das plantas é muito apreciada pelos mais pequenos: --por aqueles que, dispondo de pouco tempo, possuem, mesmo assim, e com um minimo de cuidados, o seu jardim bem vivo; --por aqueles que sao curiosos (o mesmo é dizer, todas as crianças !) e amadores do insólito; --por aqueles que nao dispoem de espaço para a «cultura>), o que, efectivamente, acontece com a maioria das crianças da cidade. IPlantas carnudas e cactiformes: Estas plantas, de aspecto estranho, sao conhecidas por «plantas do deserto)x Nesta categoria, agru- pamos também outras plantas que se Ihes as~eme-

Page 125: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Iham, e têm as mesmas necessidades de solcalor. Há centenas de espécies de caracteristicas dife- rentes que se adaptam perfeitamente aos aparta- mentos modernos. É necessário colocá-las perto duma janela onde incida o sol, assegurando-se de que nao apanham frio. Por aqui se conclui que estas plantas sao pouco exigentes, acomodando-se, regra geral, em terra arenosa adicionada de um pouco de terra argilosa, num vaso que deixe escoar bem a água. Por isso, é conveniente colocar no fundo do vaso uma camada de cascalho. Só é necessário regar quando a terra estiver seca, isto é, pouco durante o Inverno e fins de Outono, e um pouco mais de Abril a Setembro: cerca de uma vez por semana nos dias bons, e de 15 em 15 dias durante o resto do ano. Basta mudar ao cabo de dois, ou mesmo três anos. Uma vez por outra, pulverizam-se as plantas por causa da poeira, mas nunca se deve deixar água no prato de suporte. Como vereis, a cultura destas plantas é muito fácil. Mas cuidado com as picadelas, que podem ser perigosas. E preferivel tomar certas precau- çoes: usar luvas velhas sempre que nos ocupemos delas, e colocá-las num local onde nao possam ferir ninguém. Se forem atacadas por insectos (joaninhas, aranhas vermelhas), pulverizar com insecticida à venda nos estabelecimentos. Bem tratados, os cactos poderao ter um aspecto agradável durante muitos anos. Como se repro- duzem muito facilmente, poderemos efectuar tro- 113

Page 126: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~J~o~B~ C£~, ( C~'~'r~J Go ~ ~o c~ e £ ~ ~oR~, D~ 114 cas co~m outros amadores, constituindo, assinuma bela coleccao. Os nomes sao estranhos. Por isso geral, sao conhecidos por sobrenomes, mais fáceis de fixar. Veja.mos algumas espécies: EUFORBIACEAS: --Semelhantes a velas (Euforbiácea-cirio) --Com rebentos no caule --Em forma de coxim ECHINOCACTUS MAMMILARIA, conhecidos por «cabeça de avó)), possuem inúmeras variedades. As flores sao coloridas e assemelham-se a uma bola. Sobre a bola inicial formam-se outras mais peque- nas, que podemos facilmente separar para obter outras Dlantas .~ ~'

Page 127: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ETCHEVARIA ou «alcachofra coral»: A sua forma sugere, efectivamente, a duma alca- chofra. Conforme as espécies, as folhas podem ser verdes, cinzentas, azuladas ou brancas. A reproduçao é muito fácil porque se formam outras pequenas «alcachofras)) que se destacam dos caules, desenvolvendo-se com rapidez. SEDUM ou Erva-Pinheira: As suas pequenas folhas carnudas crescem sem se elevarem demasiado, e transplantam-se sem dificuldade . ASTROPHYTUM: A superficie é verde, destacando-se pequenos pon- tos brancos formados por pêlos fortes e curtos, As flores surgem na parte superior da planta, como uma arande borla. 4LC~c ~bf~ C O/i~A L ER~`p;~l~A 115

Page 128: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

CERCUS: Planta ~trepadeira, ramificando-se em tufos. Na Primavera, surgem flores de um belo vermelho- -escarlate . OPUNCIACEAS: As folhas planas, ovais ou arredondadas, têm a forma de uma paleta. Os pontos brancos, amarelos ou avermelhados, conforme as espécies, sao muito decorativos. As flores sao de um amarelo-vivo muito quente. ZYGOCACTUS: A sua floraçao, ~muito abundante, produz-se no Inverno. A planta é muito resistente, e vive du- rante muitos anos. Poderíamos citar muitas outras espécies de cactos e plantas carnudas. Mas é fácil encontrá-las des- critas e reproduzidas em livros da especialidade, ou observá-las em floristas e em colecçoes de a mAdorec Como reproduzir estas l~iantas: S EM ENTEI RA: Até os jovens amadores podem semear a planta escolhida, optando por um vaso relativamente pe- queno e bem drenado, isto é, como já referimos, um vaso que deixe escoar bem a água, graças a uma camada de cascalho colocada no fundo. necessário que a terra esteja bem peneirada (passa-se por uma peneira ou coador). As semen- CERCUS: Planta ~trepadeira, ramificando-se em tufos. Na Primavera, surgem flores de um belo vermelho- -escarlate.

Page 129: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

OPUNClbCEAS: As folhas planas, ovais ou arredondadas, têm a forma de uma paleta. Os pontos brancos, amarelos ou avermelhados, conforme as espécies, sao muito decorativos. As flores sao de um amarelo-vivo muito quente. ZYGOCACTUS: A sua floraçao, ~muito abundante, produz-se no Inverno. A planta é muito resistente, e vive du- rante muitos ano.~ Poderíamos citar muitas outras espécies de cactos e plantas carnudas. Mas é fácil encontrá-las des- critas e reproduzidas em livros da especialidade, ou observá-las em floristas e em colecçoes de amadrlrec ~omo reproduzi estas plantas: SEMENTEIRA: Até os jovens amadores podem semear a planta escolhida, optando por um vaso relativamente pe queno e bem drenado, isto é, como já referimos um vaso que deixe escoar bem a água, graças á uma camada de cascalho colocada no fundo. necessário que a terra esteja bem peneirada (passa-se por uma peneira ou coador). As semen-

Page 130: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

tes serao dispostas na terra ligeiramente compri- mida, a pouca profundidade. Rega-se suavemente com um pulverizador, para nao deslocar as sementes, ou com um frasco especial, semelhante aos que se usam para borrifar a roupa. Cobrir o vaso com uma placa de vidro, ou mesmo com um pouco de plástico transParente. REPRODUÇAO POR ENXERTO Poderemos também reproduzir estas plantas por enxerto. Enxertar é separar uma parte da planta e deixá-la em condiçoes favoráveis para criar raiz. Alguns enxertos podem fazer-se imediatamente de- pois do corte. Outros exigem a secagem do golpe durante vários dias, e só depois se procede à reproduçao. De início, as reqas devem ser mllitn s.lAvr~c O jardim-miniatura: Bonsai Se, efectivamente, nao se dispuser de condiçoes para a criaçao de plantas, devido à falta de espaço dos apartamentos muito pequenos, é possível arranjar-se um jardim-miniatura, como se encontra no Japao. Para um Europeu, Bonsai poderá traduzir-se por «jardinagem em miniatura~>. O bonsa~ é de origem chinesa, mas pratica-se, so- bretudo, no Japao. Dispostas e.m pequenos vasos alongados, as árvo- reS anas exigem cuidados atentos e constantes Podem viver vários anos, transmitindo-se de pais para filhos. 117

Page 131: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

O vaso representa a terra. Por isso, nao deverá ser de cor agressiva, mas sim cinzento, castanho, azul-ardósia, verde-escuro. ~ quase sempre rectan- gular, com cerca de 30 a 40 cm, mas poderá ter outras dimensoes. A falta de profundidade nao permite uma alimen- taçao abundante, e a planta nao cresce, dando a mpressao de ser muito velha. preciso regar várias vezes por dia, sempre em .~ ~/~.

Page 132: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

pequena quantidade, com um conta-gotas no caso de se tratar de arranjos muito pequenos. Encontramos jardins japoneses à venda nos esta- belecimentos da especialidade, assim como árvo- res anas tratadas especificamente para estas com- posiçoes . Mas é muito mais apaixonante ser a própria pes- soa a criar este conjunto, escolhendo plantas erectas, inclinadas ou pendentes, e realizando, como quem faz um quadro, um minúsculo jardim bem ordenado. ~ ò'`,~ 119

Page 133: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

,4 ~rC "~ ~IT~ 1/3 D~ ~4LTLz2A Do | cA(20~0 Ao 1 ~ ~ 21 ~ C~ JJo ~ r~ . --No fundo do recipiente, colocar uma pequena rede de arame galvanizado. --Introduzir nas malhas fios de cobre que servem para fixar as raizes, e uma mistura de areia e terra (com 3 a 5 cm de espessura, aproximada- mente ) . --Nos locais escolhidos para as árvores anas, colocar seixos e fragmentos de carvao de madeira, para evitar a putrefacçao. --Dissimular a superficie com musgo húmido. Posteriormente, será necessário odesbastar)~ (isto é, suprimir) os rebentos principais. Formar-se-ao outros, mais numerosos e de menores dimensoes. Insistimos na necessidade de regar frequentemente, mas em pequena quantidade. Poderemos escolher pinheiros anaos, áceres, púr- pura, ginkgos, e todas as plantas pequenas (sa- xífraga, linária, tomilho). Os bonsai sao ornamentados com pequenos ele- mentos: pagodes, personagens, animais, rochas etc., que se encontram nos armazéns. Para divertir: Debrucemo-nos, agora, sobre algumas culturas bem simples, mas suficientemente originais para des- pertar a curiosidade dos mais pequenos, e, sem dúvida, também dos adultos ABACATE:

Page 134: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

tste fruto, dos países quentes, é já frequente nos estabelecimentos da especialidade. Prové,m, essen- cialmente, da bfrica e Israel.

Page 135: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Além do sabor, tem a particularidade de possuir um caroço susceptível de originar uma curiosa planta de apartamento. Vejamos como proceder: --Lavar bem o caroço do abacate com água tépida . --Colocá-lo num recipiente de boca larga, man- tendo-o direito com a ajuda de seixos ou ramos. --Encher o recipiente com água tépida, que nao deverá cobrir o caroço. O nível da água atinge, apenas, a sua parte inferior (cerca de 1/3 da altura ) . --Colocar o recipiente num local quente (mas ao abrigo do sol) e esperar com paciência, muita paciência ! --Observar de tempos a tempos e, se necessário, acrescentar um pouco de água tépida, sem alterar a posiçao do caroço. --Um dia, finalmente, veremos emergir um caulí- culo com duas folhas verdes. --Esperar, ainda, pacientemente. --Quando o caule tiver 12 a 15 cm de altura, cortar metade. --Entao, instalar cuidadosamente o caroço num vaso ~muito limpo, com terra até .metade da sua altura, isolando bem o caule. --A partir deste momento, regar suavemente, mas com regularidade, uma vez por dia. O abacate começa a expôr-se à luz. --Cortar sem hesitaçao os caules secundários que cresçam com muita rapidez e pareçam frágeis. Enfim, observar um certo número de regras:

Page 136: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Nunca perder a corage.m: este processo pode demorar vários meses... ~1~/ ~ A \Jc~ POR ~iA ~XPo2 Ao 5~ 121

Page 137: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Recomeçar sempre que a primeira tentativa falhe. É preferfvel plantar vários caroços, simultanea- mente. PLANTA MAGICA: O mundo vegetal é uma surpresa constante. Até existem plantas que crescem e florescem sem á~qua nem terra ! Com certeza que já viram, no campo, o jarro vulgar, que se reconhece pelos frutos de cor ver- melha viva, folhas sarapintadas e em forma de lança, e flores brancas semelhantes a um cornetim. A nossa planta mágica é uma variedade de jarro, que podemos encontrar nas floristas e horticulto- res: n «arum r~nrnlmlm~ Basta colocar o bolbo num prato. Nao sao necessários quaisquer cuidados, basta observar o fenómeno: sem terra e sem água, após um curto periodo de tempo, surgem folhas e uma flor estranha e muito decorativa OS ~CABELOS~: ~ fácil provocar a germinaçao de lentilhas, semen- tes de linho ou relva japonesa em locais inespe rados, desde que se Ihes assegure uma base cons- tantemente húmidA Este suporte pode ser constituído por algodao hi- drófilo, musgo ou pedaços de esponja. Humedecer regularmente. Em breve veremos que estas semen- tes originam cauliculos finos como «cabelos~, e

Page 138: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

folhas minúsculas de um verde muito fresco, cres- cendo em todas as direcçoes, como uma cabeleira desgrenhada. Poderemos decorar, assi.m, nao só um pires ou um prato, mas cascas de ovos, conchas ou um velho tamanco de madeira, o que diverte imenso as criancas. A BATATA MIRACULOSA ou Batata Doce (Con- vulvulus batatas): Originária da América do Sul e também da lndia, é comestível, e encontra-se à venda nos estabe- lecimentos de frutas e produtos exóticos. A batata doce será instalada num vaso grande, numa caneca ou num copo, cujo diametro corres- ponda ao seu tamanho. A água deve atingir cerca de um terço da altura total. Mais tarde, quando a planta se tiver desenvolvido, dissimula-se este recipiente com um «cache-pot». Deixar o tubérculo num local sombrio, durante alguns dias. Em breve se desenvolvem raízes na parte imersa. Depois surgem embrioes que origi- nam cauliculos. Entao, mudar a batata para um local claro, mas que nao seja excessivamente batido pelo sol. A partir deste momento, desenvolvem-se folhas, e os caules crescem, pelo menos, 2 cm por dia ! A planta toma uma forma natural e harmoniosa. 123

Page 139: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~D' ~t~4S P~s£f~, 7D~`o J Com uma despesa mínima, obteremos, assim, uma planta bastante curiosa, que nos surpreende pelo seu crescimento quase miraculoso. PLANTA CALHAU (Litrops): ~e tivéssemos referido esta planta no capítulo da Cactáceas, é possível que tivesse passado desper- cebida. ~ tao pouco vulgar que preferimos dá-la a conhecer pelo seu sobrenome de ePlanta-Calhau~x É originária dum deserto da Africa do Sul, onde chove apenas uma vez por ano, ou nao há, mesmo, qualquer tipo de precipitaçao ! Em repouso, coberta com uma película esbran- quiçada, tem o aspecto de uma pedra oval, com uma fenda que a divide ao meio, tomando a cor dos verdadeiros calhaus que a rodeiam. Na rea- lidade, trata-se de duas folhas que funcionam como reservatório de água. Nessa fenda surge um rebento, que origina duas outras folhas semelhantes. A pouco e pouco, as folhas precedentes secam. No momento da floraçao, sai da fenda uma flor do mesmo tamanho da planta, de um amarelo maqnífico. Os próprios ecalhauso tomam cores muito varia- das, amarelo, vermelho, azul ou rosa, e sao de De realçar que, se mudarmos as pedras que ro- deiam esta planta-camaleao, a sua própria cor é alterada, passando a assemelhar-se à dos elemen- tos que a rodeiam. Mas, mesmo assim, é preciso ter paciência, esperando uns quinze dias até que o fenómeno se torne visível.

Page 140: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

flores e plantas na cozlnha P~ntas aromáticas: Os bons cozinheiros utilizam as plantas aromá- ticas com conhecimento de causa. Estas plantas podem ser pulverizadas, encontran- do-se à venda sob esta forma. Mas, colhidas directamente no jardim, sao muito mais perfu- madas ! Mas, quem nao dispoe de jardim, terá que renun- ciar às verdadeiras ~(ervas aromáticas~> ? E possível cultivar as principais ervas aromáticas, e até mesmo o agriao, num canto da janela da cozinha ou numa varanda, numa cidade. Basta dedicar um pouco de atençao a este tipo de ~(cu!- tura em vaso)), que é, aliás, ~muito decorativa. PROCESSO ONEROSO, MAS SEGURO: Encontramos à venda colecçoes de plantas já de- senvolvidas, muito apreciadas pelas cozinheiras: cebolinha, saturagem, tomilho, estragao. 125

Page 141: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Dispondo-as num recipiente de plástico, podemos regar, cuidar e utilizar estes condimentos segundo as necessidades. PROCEDIMENTO UM POUCO MAIS ECON~5MICO, E COM BOAS PROBABILIDADES DE EXITO: Seguindo as indicaçoes e conselhos fornecidos na tampa da caixa já preparada que encontramos à venda, poderemos criar até à utilizaçao estas mes- mas plantas, sobretudo a salsa e a cebolinha. TERCEIRO PROCESSO, MUITO MAIS ECON~5MICO: Exige muito mais cuidado e atenc,ao, mas culti- vareis, em vaso, autenticas ~<ervas aromáticas». O essencial é respeitar a exposiçao e semear em pequenas quantidades, com intervalos que permi- tam a distribuiçao da produçao segundo as ne- cessidade~ EXPOSIÇAO AO SOL: --Alfavaca. No Outono, conar pelo caule e secar. Dará gosto às sopas durante todo o Inverno. EXPOSIÇAO A SOMBRA: --A salsa, uma das ervas culinárias mais vulga- res, contém muitas vitaminas. Neste caso, é necessario terra adequada, e... muita paciencia I Só cresce ao fim de cerca de 20 dias, e, para colher, é necessário esperar que se forme um grande tufo.

Page 142: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

--O cerefolho, de folhagem fina, cresce rapida- mente, mas dura pouco tempo porque começa a original sementes. Semeia-se a pouca profundidade. --A cebolinha, de caules esguios, forma tufos. Os rebentos desenvolvem-se ao fim de tres sema- nas, aproximadamente. Existe outra variedade se- melhante. EXPOSIÇAO INDIFERENTE: --A manjerona, com pequenas folhas redondas, nao deve ser regada com muita frequencia. No Outono, tal como no caso da alfavaca, cortar os caules; secá-los e utilizar no Inverno. --O tomilho tem necessidade de um vaso bastante grande, porque é uma planta vivaz, desenvolvendo- -se rapidamente quando é cortada. Mas a sua cultura exige um pouco de cuidado. Há ainda a segurelha, o rosmaninho, mas creio que é preferível limitar as experiências às plantas mais usadas na cozinha. Plantas de acompanha- mento de pratos: Vejamos, agora, «culturas» um pouco mais ori- ginais: REBENTOS DE SOJA: A soja é uma leguminosa muito apreciada. Os conhecedores utilizam os ~eu~ rebamo~ nm CAíAdA 1~7

Page 143: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

~c;Do D ~ ~,4 - ~ 4 5 ~ ,4 12 c;,4 5 co~,s r~lur~ h' U~/D O c muito fácil obter estes rebentos, procedendo à germinaçao das sementes que encontraremos à venda nas casas de produtos exóticos. Poderemos recorrer a vários dispositivos. Vejamos uma instalaçao muito simples, que permite obter rebentos em cerca de 8 dias: --Num recipiente de barro ou porcelana, de base larga, instalar as sementes (que devem ter ficado 24 horas mergulhadas em água numa tira de tecido de malhas largas (como tecido de saco), tendo o cuidado de dobrar a tira sobre cada nova camada de sementes. --Humedecer regularmente mas sem exagero (pouco, todos os dias). --Colocar o recipiente num local quente. Ao fim de cerca de uma semana, as sementes germinaram, e os rebentos atingem 4 a 5 cm, sendo, entao, próprios para consumo. AGRIAO: Tal como as ervas aromáticas, também o agriao é empregue com muita frequência: serve para quarnecer oratos, e é usado em salada. Poderemos comprá-lo no mercado, mas é muito mais divertido cultivá-lo em casa. Para isso, é preciso arranjar sementes de agriao, ou rebentos com raizes. REC I PI ENTE : c necessário dispor de um recipiente adaptável: uma pipa velha e pequena, um tacho de cobre.

Page 144: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

um vaso de grés ou um reservatório de vinagre, no qual se adapta uma torneira pequena. Atençao ! A localizaçao desta torneira determina a espessura da camada de terra, que deve ter 5 a 15 cm, conforme o tamanho do recipiente. Esta camada, depois da sementeira, será coberta com água, renovada frequentemente (de prefe- rência todos os dias). Para isso, recorre-se à utilizaçao de um funil de colo longo, mantendo a torneira aberta (ver esquema). SEMENTEIRA: Semear as sementes na camada de terra, a pouca profundidade, e regar suavemente. Ter o cuidado de manter uma humidade regular. Para fixar a terra, poderemos adaptar uma espécie de tampa ligeira, feita de ripas de verga. ~ " COMO REGULAR O NiVEL DA AGUA: ~ | ! Logo que os caules atinjam 4 a 6 cm, acrescentar ~ I / I , água, de forma a que os caules fiquem imersos, I l l ,, mas nao as folhas. I I . Como é evidente, o nivel da água acompanhará 1~ I ! ,' o crescimento dos caules, o que implica uma ll I ,~ renovaçao da água. 1~--t, COLHEITA: A primeira colheita permite ((desbastar>~ os caules, que se ramificam. 129 .._

Page 145: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Posteriormente, o agriao será colhido à medida que se desenvolve. Para melhorar o rendimento, podemos utilizar um adubo próprio e nao tóxico, como o superfosfato de cálcio. As plantas medicinais: A arte das flores nao se resume, unicamente, a valorizaçao das suas qualidades estéticas, mas implica, também, um conhecimento das suas vir- tudes. Grande nú~mero de remédios (sobretudo no Extremo-Oriente) sao feitos à base de plantas. Em familia; depois do jantar, toma-se, POr vezes, uma infusao, uma tisana. Desde a mais remota antiguidade que as plantas sao utilizadas em me- dicina e em ervanária. Porquanto, é indispensável conhecer algumas plan- tas usadas devido às suaS virtudes medicinais. Aliás, é bastante agradável proceder à colheita de ervas medicinais, conservando-as e utilizando-as posteriormente, em bebidas, tisanas, cataplasmas COLHEITA E CONSERVAÇAO: Noutros tempos, acreditava-se que as plantas colhi das na noite de S. Joao teriam virtudes especiais. No entanto, e como é evidente, é preferível colhê-las com tempo seco, e sol. Secá-las à sombra, virando-as de tempos a tempos, e arrumá-las em caixas ou frascos opacos bem

Page 146: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

fechados, munidos de uma etiqueta onde sera apontado o nome da planta e a data da colheita. Por exemplo: Tilia, Junho de 1975. Camomila, Julho de 1977, etc. PREPARAÇAO: Fixemos que a preparaçao de tisanas deve fazer-se, de preferência, em recipientes de esmalte, barro ou alumínio. INFUSAO: Prepara-se vertendo água fervente sobre a planta, flor. Exemplos: chá, tília, camomila, a ralz ou DECOCÇAO: Consiste em submeter a planta, raiz ou flor, a um cozimento mais ou menos prolongado. Exemplo: aciar~o MACERAÇAO: ~ utilizada, principalmente, para as raízes, que sao mergulhadas, durante um determinado periodo de tempo, em água ou outro liquido (vinagre, álcool). Exemplo: raiz de alteia. OUTRAS PREPARAÇt5ES: Preparam-se ainda tinturas, extractos, pomadas. pós, etc. Mas a sua preparaçao só é possivel na farmácia. 131

Page 147: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

OUTRAS UTILIZAC~ES: Banhos, inalaçoes, compressas, sacos perfumados sao também, frequentemente, à base de plantas Algumas plantas medi- cinais de fácil colheita: A Natureza fornece-nos inúmeras plantas medici- nais, espontaneas, que nao é necessário cllltivAr nem exigem qualquer tipo de cuidados TILIA: As flores colhem-se em Junho ou Julho. A tilia é utilizada em tisanas. Emprega-se, também, para hAnhoc rAlmAntPc ACIANO: A flor emprega-se em decoccao ou infusao, para tratar inflamaçoes dos olhos. CAMOMILA: As suas pequenas flores brancas sao colhidas de Maio a Setembro. É utilizada em tisana, para eliminar dores de estômago. Uma espécie, chamada ~camomila alemao, faz alou- rar os cabelos. sacos perfumados, ~requentemente, à base de plantas Algumas plantas medi- cinais de fácil colheita: A Natureza fornece-nos inúmeras plantas medici- nais, espontaneas, que nao é necessário cultivar nem exigem qualquer tipo de cuidados. TILIA: As flores colhem-se em Junho ou Julho. A tília é utilizada em tisanas. Emprega-se, também, para

Page 148: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

banhos calmantes. ACIANO: A flor emprega-se em decoc,cao ou infusao, para tratar inflamaçoes ~ln~ nlh~5 As suas pequenas flores brancas sao colhidas de Maio a Setembro. ~ utilizada em tisana eliminar dores de estômago. Uma espécie, chamada ocamomila alema)>, faz alou- rar os cabelos.

Page 149: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

ALTEIA: Utiliza-se, sobretudo, a raiz desta planta, para as dores de dentes dos animais. Com as suas flores malva, faz-se uma tisana para a tosse. ~ colhida de Março a Julho. LINHO: As sementes sao utilizadas em cataplasmas contra as inflamaçoes, e colhem-se em Setembro. ALFAZEMA: As flores de alfazema, colhidas de Junho a Setem- bro, sao utilizadas em perfumaria. Poderemos confeccionar saquinhos que se enchem de alfa- zema e se colocam depois nas gavetas de roupa ou nog armários. HORTELA: As folhas devem ser colhidas antes da floraçao. de Junho a Setembro, e sao utilizadas em tisana para facilitar a digestao. Há, ainda, muitas outras plantas do campo que os nossos antepassados usavam para tratar as doenças. A pouco e pouco, aprendereis a reconhe- cer outras. 133

Page 150: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

PARA APRENDER E FIXAR Se a terra de uma planta for invadida por vermes, colocar um pedaço de maça na parte superior, com a polpa virada para baixo: os vermes alo- jam-se aí, e... destroem a maça. Se o caule de uma flor se quebrou, poderemos prolongá-lo rodeando-o, delicadamente ~ouco de fita adesiva transparente. Se, em Novembro, colhermos ramos de amentilho e os colocarmos em água, num local quente, temo- -los abertos pelo Natal. Se tocarmos, mesmo ligeiramente, numa sensitiva, verifica~mos que as folhas baixam ao mínimo con- tacto. Se, no início do Outono, cortarmos ramos de macieira, e os colocarmos em água açucarada,

Page 151: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

num local temperado, teremos ramos floridos no Ano Novo. Se o vaso de ceramica nao retém a água, podemos impermeabilizá-lo passando uma camada de verniz no interior. Podemos, também, deitar leite quente no vaso, deixando-o durante 24 horas. Este processo dá bons resultados. Enfim, é possível, também, cobrir as partes poro- CA.C do vaso com cera. As plantas podem murchar numa sala onde haja fumadores, se nao se proceder a um arejamento conveniente. Se as plantas nao estiverem expostas à luz, pode- remos iluminá-las permanentemente com uma 13m- pada de 1uO Watts ou com tubos especiais. Existem cursos profissionais especializados para quem quiser aprender a profissao de florista. Para quem tiver que plantar no Outono: A la Sainte Catherine Le bois prend racine, 136 *

Page 152: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Para que~m se ausenta durante muito tempo, exis- tem ((pensoes)~ para plantas de apartamento que, de Junho a Setembro, organizam um serviço de vigilancia Para conservar a urze fresca, basta espetar o caule numa batata, que servirá de pica-flores. Os orifí- cios serao feitos com uma agulha de croché ou com um punçao muito fino Colocar o conjunto, sem 39Ud ~ ", .~"~,, "u", vaso rústico, a fim de dissimular a batata. Para ter um barómetro decorativo, pendurar na porta de entrada um grande Cacto de Auvergne: conforme a temperatura e a humidade do ar, a flor fecha ou abre, anunciando o tempo. Quando se colhem dormideiras, papoilas, ou qual- quer outra planta de seiva espessa e leitosa, de conservaçao dificil, passar a extremidade do caule na chama de uma vela, depois de cortar correc- tamente. Algumas floristas pretendem obter o mesmo resul- tado mergulhando a extremidade recentemente cor- tada em 5 cm de água fervente. Se se pretende conservar ervilhas de cheiro, nunca molhe a flor.

Page 153: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

A poeira dos arranjos de flores secas é facilmente iliminada com um secador de cabelo, junto a uma janela. Substituir, entao, os elementos deteriora- rl~c rProrrendo AC flores de reserva. * Fazer provisao de folhas de plátano, para guarne- cer os pratos de fruta ou queijo. Secá-las entre folhas de papel absorvente ou de jornal. Quem coleccionar selos ou imagens, encontrara no Daomé e no Japao séries de selos represen- tando plantas e flores do país, que sao muito de- corativas e variadas. No Japao, depois de tomar o chá, espalham-se as folhas e flores junto das camélias, para que se tornem mais agradáveis. No Ocidente, há quem disponha os residuos do café junto das plantas, para afastar os insectos. Se o vosso gato vive num apartamento, necesslta de verdura. Em vez de comprar na florista a «nê- veda-dos-gatos~, semear cevada em vasos. Regar ligeiramente e com regularidade. Semear a cevada 137

Page 154: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

com intervalos de 10 dias, para que nao cresça toda ao mesmo tempo. Quando o irmaozito mais novo observa a prepa- raçao dos ramos e o tratamento das plantas, é preciso cuidado para que nao se magoe nos uten- silios, ramos ou espinhos ! Sempre que haja um ferimento, desinfectar imediatamente com álcool, mercurocromo ou outro desinfectante Sempre que se utiliza um pulverizador (insecticida, por exemplo), afastá-lo do calor, porque poderia explodir. Se os jardins japoneses vos interessam, em Boulogne-sur-Seine (92), Quai du 4 Septembre, existe um autêntico jardim Japonês, que é um exemplo delicado da beleza originária de um lon gínquo país estrangeiro. Sr~brenon~s divertidos: Sabiam que há inúmeras plantas que têm um so- brenome divertido, que Ihes vem do seu aspecto ou características? Estes sobrenomes sao ainda utilizados, com muita frequência, no cam~o.

Page 155: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Assim. chama-se: <~erva de ouroo às heliantíneas (devido à sua cor dourada ), «erva-moura>~ à reseda-de-cheiro (origem africana), <~erva-umbigo>) à cinoglossa (as sementes asseme- lham-se a um umbigo), erva sem costura~> aos fetos da familia das Of io- glossáceas (desprovidos de nervura), omilfurada)> ao hipericao (folhagem perfurada), <~erva de dois lados~ ao escalracho (importancia dos caules subterraneos), <~erva dos espirros)> à Achillea ptarmica (em pó, faz espirrar), ~erva do algodao~ ao Gnaphalium arveuse (caules felpudos ), ~erva do limao~ à erva-cidreira (odor a limao), «erva dos dentes~ à paliteira ou bisnaga-das-searas (as umbelas sao usadas para tratar dores de den- tes), ~erva das pulgas~ à zaragatoa (a semente asseme- lha-se a uma pulga ), ~erva das abelhas~ à filipêndula (as flores atraem as abelhas), ~erva das verrugas~ à celidónia (dizem que a seiva elimina as verrugas), «erva de Nicot~ ao tabaco (em homenagem ao indivíduo que o introduziu em França). 1 39

Page 156: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

** No page found **

Page 157: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Jogos ........ .. ... ..... .... ....... .. ... O dominó de flores selvagens ....... O bailado das flores ................. Ramos fantassitas ........... ......... A multa: fazer um ramo ............ H istória s .. ........ ..... . . .. .... A florzita que tinha sede ........... A última violeta ................... A sombra do sol ................ A árvore dos gulosos ... .............. É SEMPRE BOM SABER ............................ 74 AS PLANTAS ...................... ............. 77 A FORÇA DAS PLANTAS ............. ........ 79 TRATAR AS PLANTAS ............................. 81 Os utensílios do perfeito jardineiro .......... 81 Reciplentes, vasos, jardineiros ~(cache-pot~ e jardins móveis ............................. 82 Elementos de suporte: estacas e suportes várioS ....................................... 87 Precauçoes e conselhos ........................ 88 A VOSSA ESCOLHA ............................... 95 Plantas de interior e de varanda .............. 95 Reproduçao das plantas ........................ 105 A casa transparente ............. .... ... 110 Plantas carnudas e cactiformes .. ..... 112 Como reproduzir estas plantas .. .. 116 O jardim miniatura: bonsa~ . .. . 117 Para divertir . . .... .. .. 120 O abacate ........... . .. . ... 120 A planta mágica . ... .. .... . . 122 Os ~cabelos~ ...... ...... 122 A batata miraculosa . 123 A planta-calhau ..... .. 124 FLORES E PLANTAS NA COZINHA .. . 125 Plantas aromáticas ... .......... 125 Plantas de acompanha~mentos de pratos . . 127 Rebentos de soja ............................ 127

Page 158: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Agriao ....... .......... ..... 128 As plantas medicinais ........................ 130 Algumas plantas medicinais de fácil colheita 132 PARA APRENDER E FIXAR ........................ 134 141

Page 159: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios

Tiragem: 5,000 exs,--Março 1978 Composiç~o, impress~o e ~c~b~mento Rocha/Artes Gráficas Rua Soares dos Reis, 604--Vila Nova de Gaia

Page 160: Paisagismo e Jardinagem - Jardim Sem Misterios