Panorama dos estudos sobre nutrição e doenças ... · doenças negligenciadas de maior interesse...

24
ARTIGO ARTICLE 39 1 Departamento de Epidemiologia, Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rua São Francisco Xavier 524, 7º andar, bloco D, Maracanã. 20550-900 Rio de Janeiro RJ. guilherme.werneck@ terra.com.br 2 Programa de Pós- Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde, Instituto de Nutrição, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Panorama dos estudos sobre nutrição e doenças negligenciadas no Brasil An overview of studies on nutrition and neglected diseases in Brazil Resumo O objetivo deste artigo é revisar a litera- tura acerca da relação entre nutrição e doenças infecciosas negligenciadas em populações brasilei- ras, focalizando especificamente a doença de Cha- gas, a malária, a esquistossomose e a leishmaniose visceral. A revisão da literatura foi realizada em janeiro de 2010 a partir de um levantamento bi- bliográfico nas bases SciELO, LILACS e Medline. Foram captados 293 resumos; dentre estes, 66 fo- ram selecionados para leitura de texto completo e 43 incluídos na revisão. A presente revisão salien- ta a relevância dos estudos nutricionais no campo da Saúde Coletiva para melhor compreensão dos aspectos envolvidos no risco e prognóstico de ma- lária, esquistossomose, leishmaniose visceral e doença de Chagas. Evidencia-se também certo des- balanceamento na literatura sobre o tema, com muito mais estudos experimentais do que estudos em populações humanas. Ainda que os primeiros sejam essenciais para esclarecer os mecanismos fi- siopatológicos subjacentes à relação entre déficits nutricionais e estas doenças, estudos bem delinea- dos em populações humanas são fundamentais para que o conhecimento científico se traduza em ações efetivas para o controle de doenças negligenciadas. Palavras-chave Nutrição, Malária, Leishmaniose visceral, Doença de Chagas, Esquistossomose, Des- nutrição Abstract The objective of this paper is to review the literature on the relationship between nutri- tion and neglected infectious disease in Brazilian populations, in particular Chagas’ Disease, ma- laria, schistosomiasis and visceral leishmaniasis. The literature review was performed in January 2010 by searching the databases SciELO, LILACS and Medline. Two-hundred and ninety-three abstracts were retrieved, 66 of them were selected for full-text analysis and 43 were included in the review. This review reinforces the relevance of nutritional studies in public health for better understanding the aspects involved in the risk and prognosis of malaria, schistosomiasis, viscer- al leishmaniasis and Chagas’ Disease. It was pos- sible to detect an unbalance in the literature about the theme, with much more experimental studies than population-based studies. Although the first are essential for helping to understand the patho- physiological mechanisms underlying the associa- tion between nutritional deficits and those dis- eases, well designed population-based studies are fundamental for the translation of scientific re- search into effective actions for controlling ne- glected diseases. Key words Nutrition, Malaria, Visceral leish- maniasis, Chagas’ Disease, Schistosomiasis, Mal- nutrition Guilherme Loureiro Werneck 1 Maria Helena Hasselmann 2 Thaise Gasser Gouvêa 2

Transcript of Panorama dos estudos sobre nutrição e doenças ... · doenças negligenciadas de maior interesse...

  • AR

    TIG

    O A

    RT

    ICLE

    39

    1 Departamento deEpidemiologia, Instituto deMedicina Social,Universidade do Estado doRio de Janeiro. Rua SoFrancisco Xavier 524, 7andar, bloco D, Maracan.20550-900 Rio de JaneiroRJ. [email protected] Programa de Ps-Graduao em Alimentao,Nutrio e Sade, Institutode Nutrio, Universidadedo Estado do Rio de Janeiro.

    Panorama dos estudos sobre nutrioe doenas negligenciadas no Brasil

    An overview of studies on nutrition and neglected diseases in Brazil

    Resumo O objetivo deste artigo revisar a litera-tura acerca da relao entre nutrio e doenasinfecciosas negligenciadas em populaes brasilei-ras, focalizando especificamente a doena de Cha-gas, a malria, a esquistossomose e a leishmaniosevisceral. A reviso da literatura foi realizada emjaneiro de 2010 a partir de um levantamento bi-bliogrfico nas bases SciELO, LILACS e Medline.Foram captados 293 resumos; dentre estes, 66 fo-ram selecionados para leitura de texto completo e43 includos na reviso. A presente reviso salien-ta a relevncia dos estudos nutricionais no campoda Sade Coletiva para melhor compreenso dosaspectos envolvidos no risco e prognstico de ma-lria, esquistossomose, leishmaniose visceral edoena de Chagas. Evidencia-se tambm certo des-balanceamento na literatura sobre o tema, commuito mais estudos experimentais do que estudosem populaes humanas. Ainda que os primeirossejam essenciais para esclarecer os mecanismos fi-siopatolgicos subjacentes relao entre dficitsnutricionais e estas doenas, estudos bem delinea-dos em populaes humanas so fundamentais paraque o conhecimento cientfico se traduza em aesefetivas para o controle de doenas negligenciadas.Palavras-chave Nutrio, Malria, Leishmaniosevisceral, Doena de Chagas, Esquistossomose, Des-nutrio

    Abstract The objective of this paper is to reviewthe literature on the relationship between nutri-tion and neglected infectious disease in Brazilianpopulations, in particular Chagas Disease, ma-laria, schistosomiasis and visceral leishmaniasis.The literature review was performed in January2010 by searching the databases SciELO, LILACSand Medline. Two-hundred and ninety-threeabstracts were retrieved, 66 of them were selectedfor full-text analysis and 43 were included in thereview. This review reinforces the relevance ofnutritional studies in public health for betterunderstanding the aspects involved in the riskand prognosis of malaria, schistosomiasis, viscer-al leishmaniasis and Chagas Disease. It was pos-sible to detect an unbalance in the literature aboutthe theme, with much more experimental studiesthan population-based studies. Although the firstare essential for helping to understand the patho-physiological mechanisms underlying the associa-tion between nutritional deficits and those dis-eases, well designed population-based studies arefundamental for the translation of scientific re-search into effective actions for controlling ne-glected diseases.Key words Nutrition, Malaria, Visceral leish-maniasis, Chagas Disease, Schistosomiasis, Mal-nutrition

    Guilherme Loureiro Werneck 1

    Maria Helena Hasselmann 2

    Thaise Gasser Gouva 2

  • 4 0W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Introduo

    As doenas negligenciadas, muitas vezes deno-minadas de doenas tropicais negligenciadas,correspondem a um grupo de doenas infeccio-sas que afeta predominantemente as populaesmais pobres e vulnerveis e contribui para a per-petuao dos ciclos de pobreza, desigualdade eexcluso social, em razo principalmente de seuimpacto na sade infantil, na reduo da produ-tividade da populao trabalhadora e na pro-moo do estigma social1,2.

    Essas doenas so assim denominadas por-que os investimentos em pesquisa geralmenteno revertem em desenvolvimento e ampliaode acesso a novos medicamentos, testes diagns-ticos, vacinas e outras tecnologias para sua pre-veno e controle1,3. O problema particular-mente grave em relao disponibilidade demedicamentos, j que as atividades de pesquisa edesenvolvimento das indstrias farmacuticas soprincipalmente orientadas pelo lucro, e o retor-no financeiro exigido dificilmente seria alcana-do no caso de doenas que atingem populaesmarginalizadas, de baixa renda e pouca influn-cia poltica, localizadas, majoritariamente, nospases em desenvolvimento1,4,5. Um aspecto adi-cional que contribui para a manuteno dessasituao diz respeito baixa prioridade recebidapor essas doenas no mbito das polticas e dosservios de sade.

    H grande variedade de definies e visessobre quais seriam essas doenas negligenciadas.Tais variaes refletem o reconhecimento de di-ferenas regionais na carga de doena atribuda acada enfermidade e tambm na abordagem doproblema (nfase em pesquisa e inovao ou emvigilncia e controle dessas doenas). Dentre asdoenas negligenciadas de maior interesse no ce-nrio brasileiro, a Organizao Mundial da Sa-de (OMS) atualmente prioriza a esquistossomo-se, a dengue, a doena de Chagas, as leishmanio-ses, a hansenase, a filariose linftica, a oncocer-cose, as helmintases transmitidas pelo solo (p.ex.: ascarase e ancilostomase), o tracoma e araiva4,6. J o prestigioso peridico cientfico PLoSNeglected Tropical Diseases inclui em seu escopode interesse, ainda, as seguintes doenas de im-portncia epidemiolgica no Brasil: amebase,giardase, tenase, cisticercose, febre amarela, c-lera, sfilis, paracoccidioidomicose, leptospirose,miase e escabiose (http://www.plosntds.org/).No Brasil, em 2008, o Ministrio da Sade e oMinistrio da Cincia e Tecnologia promoverama segunda Oficina de Prioridades de Pesquisa em

    Doenas Negligenciadas, elencando dengue, do-ena de Chagas, leishmanioses, hansenase, ma-lria, esquistossomose e tuberculose como as seteprioridades de atuao do programa em doen-as negligenciadas1.

    O processo de determinao das doenas ne-gligenciadas complexo e envolve fatores queoperam em vrios nveis, desde os mais distais(p. ex.: polticas sociais e econmicas, contextosocioambiental e condies de vida) at os maisproximais (p. ex.: fatores genticos e constitucio-nais)7. Para se compreenderem os diferentes pa-dres de ocorrncia dessas doenas, necessrioconsiderar que nem todos os seus determinantespodem ser reduzidos a atributos locais ou indivi-duais. Fatores que variam em nveis ecolgicosmais abrangentes podem ser importantes deter-minantes das taxas de infeco em indivduos epequenas regies. No entanto, as condies indi-viduais para uma adequada resposta imune soessenciais para a proteo e resoluo bem-suce-dida da infeco. Como consequncia, o efeitode caractersticas individuais, como estado nu-tricional, no risco de infeco e adoecimento podevariar de acordo com o ambiente em que o indi-vduo est inserido. Neste sentido, fortalece-se anecessidade de desenvolvimento de estudo emcontextos socioculturais especficos que utilizemabordagens integradas para avaliar o papel dosdiferentes fatores associados ao risco de infecoe doena7.

    O estado nutricional um dos principaismoduladores da resposta imune, sendo, por umlado, importante determinante do risco e doprognstico de doenas infecciosas e, por outro,diretamente influenciado pela infeco8. Este pa-dro de interao sinrgico, em que um pior es-tado nutricional contribui negativamente para odesenvolvimento e a evoluo da infeco, assimcomo a infeco leva a uma piora do estado nu-tricional, um fenmeno crucial tanto para acompreenso da dinmica populacional das in-feces quanto para o estabelecimento de estra-tgias para o controle dessas doenas8,9.

    Os mecanismos biolgicos de interao entreinfeco e diversas deficincias nutricionais, tan-to de macronutrientes (protena, carboidratos egordura) como de micronutrientes (eletrlitos,minerais e vitaminas), tm sido descritos em di-versos estudos experimentais. Por exemplo, bai-xos nveis dietticos de zinco afetam a respostaimune de animais infeco pelos agentes dadoena de Chagas e da esquistossomose (Trypa-nosoma cruzi e Schistosoma mansoni, respectiva-mente)10,11. Alm disso, a suplementao dietti-

  • 4 1C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    ca de zinco est associada com reduo nos n-veis sanguneos de Trypanosoma cruzi durante afase aguda da infeco em ratos12. A desnutrioproteico-calrica, por sua vez, tem sido associa-da a uma diminuio da resposta imune em ani-mais infectados pelo agente da leishmaniose vis-ceral (Leishmania chagasi (syn. L. infantum)) eao consequente aumento da carga parasitrianesses animais13.

    Entretanto, as evidncias empricas sobre asrelaes entre as diferentes modalidades de dfi-cits nutricionais e doenas negligenciadas obti-das por meio de estudos com populaes huma-nas no so abundantes e, ainda por cima, ten-dem a ser publicadas em peridicos de diferentesreas do conhecimento, o que torna rdua umaadequada sntese do conhecimento sobre o tema,particularmente aquele desenvolvido em nossomeio. Neste sentido, o objetivo deste artigo re-visar a literatura acerca da relao entre nutrioe doenas infecciosas negligenciadas em popula-es brasileiras, focalizando especificamente adoena de Chagas, a malria, a esquistossomosee a leishmaniose visceral.

    Mtodo

    A reviso da literatura foi realizada a partir deum levantamento bibliogrfico nas bases Scien-tific Eletronic Library On-line (SciELO), Litera-tura Latino-Americana e do Caribe em Cinciasda Sade (LILACS) e Medical Literature Analysisand Retrieval System Online (Medline). Na bus-ca, utilizaram-se os termos (Chagas Disease ORChagas Cardiomyopathy OR Trypanosoma cru-zi) AND (nutrition OR Nutritional Status ORMalnutrition OR Nutrition Disorders OR vita-mins OR retinol OR ferritin OR anemia OR zincOR iron OR albumin) AND (Brazil OR Brasil)para a localizao da literatura acerca da nutri-o e doena de Chagas. A mesma estratgia debusca, trocando somente os aspectos relativos acada doena avaliada, foi utilizada para malria,esquistossomose e leishmaniose visceral. Os ar-tigos publicados a partir de 1980 foram investi-gados, aceitando-se aqueles escritos em portu-gus, ingls e espanhol. A reviso foi atualizadaem janeiro de 2010.

    Os resumos identificados pela estratgia debusca bibliogrfica aqui descrita foram analisa-dos de forma independente por dois avaliado-res. Nesta etapa buscou-se selecionar estudosoriginais de base emprica, realizados em popu-laes humanas brasileiras, cujos resultados ex-

    ploravam a relao entre aspectos nutricionais eas doenas infecciosas de interesse. Estudos queexploravam os mecanismos biolgicos da rela-o entre nutrio e doena em modelos animaisou in vitro foram excludos.

    Em uma segunda etapa, os artigos seleciona-dos na etapa anterior foram lidos na ntegra coma finalidade de selecionar os estudos que iriamcompor esta reviso. Para este fim, utilizou-seuma ficha de extrao de dados elaborada espe-cificamente para este estudo e que permitia regis-trar informaes bibliogrficas (ttulo, autores,ano e peridico de publicao) e especficas so-bre o estudo (objetivos, mtodos e resultadosprincipais sobre o tema de interesse central destareviso). As informaes foram extradas por umpesquisador e revisadas pelo coordenador dapesquisa. A extrao dos dados de cada artigoenvolveu seleo dos pontos julgados mais rele-vantes tendo em vista o objetivo da reviso e in-terpretaes acerca do desenho de estudo quemais se adequaria para melhor descrever a abor-dagem utilizada, nem sempre obedecendo ipsislitteris ao que constava no artigo.

    Nesse processo, foram excludos aqueles ar-tigos que no apresentavam, mesmo que secun-dariamente, resultados especficos sobre a rela-o entre aspectos nutricionais e as doenas es-tudadas, assim como revises e artigos de opi-nio. Estudos eminentemente descritivos basea-dos apenas em populaes de doentes ou infec-tados (estudos de srie de casos) foram exclu-dos, a no ser que apresentassem algum tipo deresultado sobre a relao entre aspectos nutrici-onais e caractersticas dos casos (p. ex.: formasclnicas, carga parasitria). O mesmo se deu comestudos descritivos populacionais, a no ser quefornecessem comparaes entre as medidas an-tropomtricas da populao de estudo em rela-o a estimativas de outras populaes. Discor-dncias na avaliao de ambas as etapas foramresolvidas por consenso.

    Resultados

    O Quadro 1 mostra detalhes dos procedimentosusados na busca bibliogrfica e o nmero de ar-tigos selecionados em cada etapa. Foram capta-dos 293 resumos por meio da estratgia de buscabibliogrfica implementada. Dentre estes, 66 fo-ram selecionados para leitura de texto completo,43 deles foram includos na reviso, 18 excludospor diversas razes (p. ex.: revises, estudos queno apresentavam resultados empricos espec-

  • 4 2W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    ficos sobre a relao entre aspectos nutricionais eas doenas analisadas, estudos eminentementedescritivos) e a cinco deles no se obteve acesso.

    O Quadro 2 resume as principais caracters-ticas e resultados dos 11 estudos selecionadosenfocando aspectos nutricionais e malria14-24. Osdesenhos de estudos empregados foram seccio-nal (5), caso-controle (2) e estudo de srie decasos (4). A quase totalidade (10) no envolveuseguimento dos participantes, e apenas um delesincorporou a dimenso temporal via inquritossequenciais. A temtica da anemia foi dominan-te, aparecendo em dez artigos. Estudos envol-vendo aspectos antropomtricos e nveis sricosde vitamina A apareceram em um artigo cada.Os resultados enfatizaram a relao entre ane-mia e diversos aspectos da malria. A maior par-

    te dos resultados aponta para uma relao diretaentre anemia e alta parasitemia (ainda que umestudo tenha encontrado associao entre ane-mia e parasitemia subpatente), durao da do-ena, nmero de episdios de malria e demorano diagnstico. Pior estado nutricional, avaliadopelo ndice de massa corporal, esteve associado ainfeco por Plasmodium falciparum em um es-tudo. Nveis sricos mais baixos de vitamina Aestiveram associados com parasitemias mais al-tas e com o primeiro episdio de malria.

    O Quadro 3 resume as principais caracters-ticas e resultados dos 14 estudos selecionadossobre aspectos nutricionais e leishmaniose visce-ral25-38. Os desenhos de estudos empregados fo-ram seccional (1), caso-controle (6), coorte (5) eestudo de srie de casos (2).

    Quadro 1. Procedimentos utilizados na busca bibliogrfica sobre aspectos nutricionais e doenas infecciosasnegligenciadas.

    Doena

    Doenade Chagas

    Malria

    Esquistossomose

    Leishmaniosevisceral

    Estratgia de busca

    (Chagas Disease OR ChagasCardiomyopathy OR Trypanosoma cruzi)AND (nutrition OR Nutritional StatusOR Malnutrition OR Nutrition DisordersOR vitamins OR retinol OR ferritin ORanemia OR zinc OR iron OR albumin)AND (Brazil OR Brasil)

    (malaria OR Malaria, Vivax OR Malaria,Falciparum OR Malaria, Cerebral) AND(nutrition OR Nutritional Status ORMalnutrition OR Nutrition Disorders ORvitamins OR retinol OR ferritin ORanemia OR zinc OR iron OR albumin)AND (Brazil OR Brasil)

    (Schistosomiasis OR Schistosomiasismansoni) AND (nutrition ORNutritional Status OR Malnutrition ORNutrition Disorders OR vitamins ORretinol OR ferritin OR anemia OR zincOR iron OR albumin) AND (Brazil ORBrasil)

    (visceral leishmaniasis OR leishmaniachagasi) AND (nutrition OR NutritionalStatus OR Malnutrition OR NutritionDisorders OR vitamins OR retinol ORferritin OR anemia OR zinc OR iron ORalbumin) AND (Brazil OR Brasil)

    Resumoscaptados

    (N)

    123

    64

    57

    49

    Selecionadospara leitura

    de textocompleto

    (N)

    13

    19

    16

    18

    Includosna reviso

    (N)

    10

    11

    8

    14

  • 4 3C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Quadro 2. Estudos populacionais sobre nutrio e malria no Brasil (1980-2009).

    Autor, ano

    Cardoso etal., 199214

    Santos etal., 199515

    Pereira etal., 199516

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: SeccionalLocal:Candeias, ROPerodo:08/1990 a11/1990

    Tipo: SeccionalLocal: Itaituba,PAPerodo: 1992

    Tipo: Caso-controleLocal:Humait, AMPerodo: semreferncia

    Populao deestudo

    1.068 indivduosde todas asidades (14,1%da populaototal),selecionados pormeio deamostragemaleatria de9,6% dosdomiclios domunicpio.

    223 moradoresde reagarimpeira(74,3% dapopulaoestimada).

    120 adultos comidade entre 17 e72 anos,distribudos emquatro grupos:1) controle 1(indivduos semhistria demalria, n=30);2) controle 2(indivduos comhistria demalria mas semmanifestaoclnica nomomento doestudo, n=40);3) caso 1(indivduos commalria porPlasmodiumvivax, n=19); e4) caso 2(indivduos commalria porPlasmodiumfalciparum,n=31).

    Objetivos

    Descrever aprevalncia deanemia emindivduoshabitantes de umarea endmica demalria e discutir opossvel impactoda malria sobre aepidemiologia daanemia.

    Conhecer ascondies de vida ede sade de umacomunidadegarimpeira,especialmente asrelaes entrecontaminao pormercrio e outrosagravos.

    Avaliar parmetrosnutricionais emindivduos commalria porPlasmodiumfalciparum e/ouPlasmodium vivaxe compar-los comos de indivduossaudveis com ousem histria prviade malria,amoradores deuma mesma reaendmica.

    Variveis

    Faixa etria, sexo, histriade malria prvia,diagnstico de malria(pesquisa de plasmdio emgota espessa), diagnsticode parasitose intestinal(parasitolgico de fezes),diagnstico de anemia combase na concentrao dehemoglobina (Hb).

    Identificao, condies devida, histria ocupacional,morbidade, hbitosalimentares, mercrio totalna urina, hemograma,diagnstico de malria(pesquisa de plasmdio emgota espessa), diagnsticode parasitose intestinal(parasitolgico de fezes),soropositividade paramalria, hepatite B e sfilis.

    Sexo, idade, diagnstico demalria (pesquisa deplasmdio em gota espessa),histria prvia de malria,diagnstico de parasitoseintestinal (parasitolgico defezes), peso, altura,indicadoresantropomtricos (ndice demassa corporal [IMC],circunferncia do brao[CB], circunferncia domsculo do brao [CMB],prega cutnea tricipital[PCT], prega cutneasubescapular [PCS]),dosagens de clulassanguneas (hematcrito[Hct], hemoglobina [Hb],volume globular [ VG],leucograma), dosagensbioqumicas sricas (glicose,protenas totais, lipdios,ureia, bilirrubinas).

    Principais resultados

    Em nenhuma faixa etriahouve diferenasignificativa na prevalnciade anemia entre indivduoscom ou sem passadomalrico. Tendncia dediminuio da prevalnciade anemia na medida emque se distancia o ltimoepisdio malrico(significante entre >14anos).

    Entre todos os indivduosque tiveram resultado parahemograma, 66,4%apresentaram anemia.Entre aqueles com malria,64,2% estavam anmicos.

    Medidas antropomtricasforam, em geral, piores nogrupo com P. falciparum.Diferenasestatisticamentesignificantes entre essegrupo e todos os outrosapenas em relao ao IMC.Em relao ao grupocontrole 1 (sem histria demalria), diferenassignificantes foramencontradas para peso,PCS e CB. Resultadosbioqumicos e de clulassanguneas foram, emgeral, capazes de distinguirapenas os dois maioresgrupos (casos e controles).Casos apresentaramsignificativa reduo nosnveis de VG, Hct, Hb(apenas P. falciparum),leuccitos totais, protenatotal, albumina, globulina,transferrina, triptofano(apenas P. vivax),colesterol e lipdios totais.Os com P. falciparumapresentaram nveis maisaltos de triglicerdios.

    continua

  • 4 4W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Quadro 2. continuao

    Autor, ano

    Venturaet al.,199917

    Noronha etal., 200018

    Jarude etal., 200319

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Srie decasosLocal: Belm,PAPerodo:01/1995 a11/1996

    Tipo: Sriede casosLocal: Manaus,AMPerodo:10/1997 a12/1997

    Tipo: Srie decasosLocal: RioBranco, ACPerodo:01/1996 a12/2001

    Populao deestudo

    Amostraaleatria de cemcrianas eadolescentes (0-14 anos) comdiagnstico demalria porPlasmodiumvivax atendidosno ambulatriodo Programa deMalria doInstitutoEvandro Chagas.

    Todas ascrianas (N=61)com idade entre0 e 14 anos commalria por P.falciparumatendidas noInstituto deMedicinaTropical doAmazonas,centro dereferncia paradoenasinfecciosas emManaus, AM.

    Todas as 445grvidas comdiagnsticoparasitolgico demalriainternadas naMaternidade eClnica deMulheresBrbaraHeliodora (RioBranco, Acre).

    Objetivos

    Avaliar os aspectosepidemiolgicos,clnicos elaboratoriais damalria porPlasmodiumvivax em crianase adolescentes.

    Avaliar ascaractersticasclnicas da malriafalciparum emcrianasprocedentes daAmazniabrasileira.

    Conhecer ascaractersticasdemogrficas,epidemiolgicas,clnico-laboratoriais eteraputicasutilizadas emgrvidasportadoras demalria.

    Variveis

    Diagnstico de malria vivax(pesquisa de plasmdio emgota espessa), identificao,local da infeco, histriaanterior de malria, estadonutricional (peso/altura,conforme o padro dereferncia da OrganizaoMundial da Sade),aleitamento natural,imunizao, histria dadoena atual, evoluoclnica, diagnstico deanemia com base naconcentrao dehemoglobina (Hb),diagnstico de parasitoseintestinal (parasitolgico defezes).

    Diagnstico de malriafalciparum (pesquisa deplasmdio em gota espessa),sinais e sintomas,quantificao de leuccitos eplaquetas, dosagem dehematcrito (Hct),hemoglobina (Hb), glicose,ureia, creatinina,transaminases e bilirrubinas,diagnstico de anemia combase na concentrao de Hb.

    Informaes de registrosmdicos, laboratoriais eadministrativos sobrediagnstico parasitolgico demalria falciparum ou vivax(pesquisa de plasmdio emgota espessa), idade,residncia (rural ou urbana),perodo gestacional, sinais esintomas e dosagem dehemoglobina (Hb),hematcrito (Hct), glicose,creatinina, ureia, bilirrubinas,alanina aminotransferase,aspartato aminotransferase eteraputica.

    Principais resultados

    Prevalncia de desnutrio= 33%.Prevalncia de anemia =82,5%.No foi verificadadiferena significativa naprevalncia de anemia enas mdias dos nveis deHb entre os pacientesdesnutridos e os eutrficos.Observou-se umacorrelao negativasignificativa entre o retardodo diagnstico e os valoresde Hb. Quanto maiordemora no diagnstico demalria, menores foram osnveis de Hb encontrados.

    Prevalncia de anemia =54,5%, sem evidncias deanemia grave.Forte associao entre apresena de anemia e osmaiores nveis deparasitemia, sendo maisfrequente nas crianas comparasitemia acima de cincomil parasitas/mm3.

    Uma proporosignificativamente maisalta de grvidas commalria falciparumapresentou reduo nosnveis de Hb, Hct e glicose;e aumento nos nveis decreatinina, ureia ebilirrubinas, emcomparao com aquelascom malria vivax.

    continua

  • 4 5C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Quadro 2. continuao

    Autor, ano

    Melo et al.,200420

    Ferreira etal., 200721

    Fernandeset al.,200822

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Srie decasosLocal: Manaus,AMPerodo: 2000a 2002

    Tipo: SeccionalLocal: rearural daAmaznia, ACPerodo: 2004

    Tipo: Caso-controleLocal: Belm eParagominas,PAPerodo: 2001a 2003

    Populao deestudo

    200 indivduoscom diagnsticode malria (7 e 84anos),acompanhados noambulatrio demalria daFundaoNacional de Sadeem Manaus, AM.

    398 indivduoscom idade entre 5e 90 anos (96%dos residenteselegveis).

    Casos: 199crianas,adolescentes eadultos comdiagnstico demalria (pesquisade plasmdio emgota espessa) etratados noInstituto EvandroChagas e HospitalMunicipal deParagominas.Controles: 56pessoas vivendonas regiesestudadas, semhistria prvia demalria e resultadonegativo em gotaespessa.

    Objetivos

    Avaliar a associaoentre nveis sricosde vitamina A eleso ocularatribuvel malriano complicada.

    Investigar aprevalncia efatores de riscopara anemia edeficincia deferro.

    Avaliar afrequncia daanemia pormalria (leve,moderada e severa)em pacientesinfectados por P.falciparum e P.vivax. Estudar operfil plasmticode citocinas eautoanticorpos dospacientes paraidentificar asassociaespotenciais entreestes fatores comos diferentes grausde anemiaobservados.

    Variveis

    Diagnstico parasitolgicode malria falciparum ouvivax (pesquisa deplasmdio em gota espessaou pelo quantitative buffycoat test QBC), graude parasitemia, histria deepisdios de malria, lesoocular, concentrao sricade vitamina A.

    Dados sociodemogrficos,diagnstico de malria(gota espessa), histria demalria (< 6 meses),diagnstico de anemia,com base na dosagem dehemoglobina (Hb), edeficincia de ferro,combase nos nveis sricos deferritina e receptor solvelde transferrina, parasitoseintestinal (parasitolgicode fezes), deficincia deG6PD.

    Dados demogrficos, tipode malaria (vivax oufalciparum), nvel deparasitemia, diagnstico deanemia com base naconcentrao dehemoglobina (Hb),dosagem de citocinas equimiocinas plasmticas(TNF, IFN, IL10, IL12,MIF e MCP-I), presenade anticorpos contra amembrana normal doeritrcito eanticardiolipina.

    Principais resultados

    Prevalncia dehipovitaminose A (< 0.70mol/l) = 33% eprevalncia de deficinciade vitamina A (< 0.35mol/l) = 4,2%.Deficincia de vitamina Aesteve associada comparasitemia mais elevada ecom o primeiro episdio demalria. No houveassociao entre deficinciade vitamina A e tipo demalria.

    Episdio recente ou atualde malria esteve associadosignificativamente amaiores nveis sricos doreceptor solvel detransferrina.

    Prevalncia de anemia =36% (91,7% apresentaramanemia leve).Frequncia deanemia foi similar entre ospacientes com malriafalciparum e vivax. Afrequncia de anemiamoderada foi maior nogrupo com malria vivaxdo que no com malriafalciparum. No houveassociao significativaentre grau de anemia envel de parasitemia.Operfil de citocinas foisimilar entre pacientescom malria vivax efalciparum, sendo elas maiselevadas em casos emrelao aos controles(exceto IL12).

    continua

  • 4 6W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Nas duas sries de casos houve acompanha-mento da evoluo clnica dos pacientes, permi-tindo avaliar o efeito do tratamento na melhoriade indicadores laboratoriais de anemia e deficin-cia proteica. Em um estudo caso-controle e umestudo de srie de casos, foi investigada a relaoentre aspectos nutricionais e o prognstico. Umdeles evidenciou que anemia admisso hospita-lar estaria associada com evoluo para o bito, eo outro encontrou que a desnutrio moderada egrave, avaliada pelo indicador peso-para-idade(escores Z-2 desvios-padro), foi um fator asso-ciado maior letalidade. A maioria dos estudosbuscou esclarecer o papel da desnutrio, avalia-da via indicadores antropomtricos, na probabi-lidade de infeco e de adoecer aps ter sido infec-

    tado. Os resultados mais robustos, avaliados emestudos de coorte, sustentam a hiptese de que adesnutrio um importante fator de risco paradesenvolvimento da forma clnica da doena apsa infeco ter ocorrido. Os estudos de cartertransversal so consistentes com esses resultados.

    Em relao infeco, so poucos os resulta-dos baseados em estudos de seguimento (apenasum), mostrando ausncia de associao signifi-cativa entre desnutrio de incidncia de infec-o. A maior parte dos estudos de cunho trans-versal fornece resultados consistentes com esseachado, mas pelo menos um deles encontrouassociao positiva entre desnutrio e chance deestar infectado. Em relao aos micronutrientes,os poucos estudos identificados demonstraram

    Quadro 2. continuao

    Autor, ano

    Caicedoet al.,200923

    Ladeia-Andradeet al.,200924

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: SeccionalLocal: Manaus,AM, e Tamuco(Colmbia)Perodo: 2004e 2007

    Tipo: SeccionalrepetidoLocal: ParqueNacional doJa, AMPerodo:11/2002-01/2003 e05/2003-06/2003

    Populao deestudo

    246 pacientes (18-45 anos) comdiagnstico demalria (pesquisaem gota espessa).126 em Tamuco(2006-2007) e 120em Manaus (2004-2006). Gestantes epacientes comdoenas associadascom anemia foramexcludos.

    90,9% dosresidentes(N=540) dediferentescomunidades elocalidadesparticiparam depelo menos umdos cincoinquritosrealizados ao longodo perodo deestudo. Excludosos residentes nopermanentes ecrianas < 3 meses.

    Objetivos

    Estudar a relaoentre variveishematolgicas etempo de doena,raa, exposioprvia malria eespcie de parasitoem pacientes commalria em duasreas endmicasno Brasil e naColmbia.

    Avaliar aprevalncia efatores de riscopara malria(infeco e doenaclnica) eassociao entreinfeco malricasubpatente eanemia.

    Variveis

    Diagnstico de malria eidentificao de espcie(gota espessa), sexo, idade,raa, relato de episdiosprvios de malria,residncia urbana ou rural,dias de doena, tabagismo,nvel de parasitemia,dosagem de hemoglobina(Hb), leuccitos,reticulcitos e amplitudeda distribuio doseritrcitos (RDW).

    Diagnstico de malria eidentificao de espcie(em gota espessa ou porreao em cadeia dapolimerase PCR), nvelde parasitemia, anemiacom base no volumeglobular, anticorpos IgGpara P. vivax e P.falciparum, idade, sexo,local de moradia, paredeno quarto de dormir, horade despertar/dormir, sinaise sintomas relacionados malria, presena deinfeco subpatente,histria de infecomalrica prviaconfirmada.

    Principais resultados

    Decrscimo nos nveismdios de Hb com oaumento do tempo dedoena, maior nvel deparasitemia e maiornmero de episdiosprvios de malria.Tendncia ao aumento deRDW com o aumento daparasitemia.

    Presena de parasitemiasubpatente (identificaode infeco por PCRapenas) estevesignificativamenteassociada a uma chance92% mais alta de anemia.

  • 4 7C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    nveis sricos menores de vitamina A e zinco emaiores de cobre nos pacientes com LV. Um es-

    Quadro 3. Estudos populacionais sobre nutrio e leishmaniose visceral (LV) no Brasil (1980-2009).

    Autor, ano

    Evans etal., 198525

    Badar etal., 198626

    Harrison etal., 198627

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo:Seguimento desrie de casosLocal:Fortaleza, CEPerodo: 1982

    Tipo: CoorteLocal:Jacobina, BAPerodo: 1980-1984

    Tipo: Caso-controleLocal: Sobral,CEPerodo:07/1980 a03/1982

    Populao de estudo

    Crianas (N=29, < 16anos) com diagnsticode LV admitidas nosetor de pediatria doHospital das Clnicas,Fortaleza, CE.

    Todas as crianas < 15anos moradoras emsete sees localizadasem favelas em tornodo centro da cidade.Inicialmente foramidentificadas 1.920crianas (1980), mas acada ano novascrianas eramincorporadas noestudo. Em mdia,foram 2.246 crianasobservadas nas cincofases do estudo.

    Casos: 9 pacientescom LV confirmadaparasitologicamente eatendidos no HospitalSanta Casa daMisericrdia emSobral, CE.Controle 1: 30assintomticosresidentes da mesmacasa dos casos;Controle 2: 30assintomticosmoradores navizinhana dos casos,onde residia ummenor de 18 anos.

    Objetivos

    Avaliar asmanifestaesclnicas eevoluo da LVentre crianasno Nordestedo Brasil.

    Estudarepidemiologia,padresclnicos efatores de riscopara LV.

    Avaliar aassociaoentredesnutrioe LV.

    Variveis

    Idade, sexo, local demoradia, perda de peso,febre, anemia, palidez,distenso abdominal,letargia, anorexia,hemorragia, edema,ictercia, tamanho dofgado e bao, durao dadoena, parasitoseintestinal registrada,hematcrito (Hct),plaquetas, leuccitos,protenas (albumina eglobulina).

    Idade, ndicesantropomtricos (altura-para-idade A/I, peso-para-idade P/I),diagnstico parasitolgicode LV, histria de migraorecente, localizao dacasa, histria de infecespor L. chagasi, dadosclnicos, parasitoseintestinal (parasitolgicode fezes), pesquisa deanticorpos anti-Leishmania e paraTrypanosoma cruzi,intradermorreao deMontenegro.

    Antropometria (aferidaem 1982) permetrobraquial (PB) e pregatriciptal (PT). reamuscular (AM) =(PB-PT)2/4 e rea adiposa(AA) =(PB)2/4 AM.Pesquisa de anticorposanti-Leishmania pelomtodo deimunofluorescnciaindireta (IFI), histria deleishmaniose e doena deChagas.

    Principais resultados

    admisso, os casosapresentavam perda depeso (96%), Hct < 30%(90%), protenas totais< 7g/dl (59%) e albumina< 2,5g/dl (63%). Aps otratamento, houve melhorasubstancial em todos osparmetros bioqumicos:Hct < 30% (22%),protenas totais < 7g/dl(19%) e albumina < 2,5g/dl (5%).

    Avaliao nutricional(1981 a 1983, entre < 8anos). Para os com LV, aavaliao feita 2 a 12 mesesantes do incio dossintomas. Indicador P/I:56% das crianas eramdesnutridas (45% grau leve,11% moderado/grave critrio de Gomez). J paraas crianas quedesenvolveram LV, 77%delas eram desnutridas(32% grau leve, 45%moderado/grave).Desnutrio foi um fatorde risco paradesenvolvimento de LVaps infeco.

    Anlise pareada por sexo eidade (12 pares): o grupode residentes na mesmamoradia dos casos tinhaAA em mdia 22% menorque os controles vizinhos.O efeito da VL no estadonutricional foi avaliado emanlise pareada por sexo eidade, segundo faixa etria(0-4 e 12-20 anos). AA eAM foramsignificativamentemenores entre os casos emrelao a cada grupocontrole (0-4 anos).

    continua

    tudo verificou associao entre incidncia de in-feco e anemia.

  • 4 8W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Quadro 3. continuao

    Autor, ano

    Evans etal.,199228

    Cunha etal., 199529

    Cunha etal., 200130

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: CoorteLocal: rearural, cidade deBrotas, CEPerodo:1987-1990

    Tipo: SeccionalLocal: MonteGordo, BAPerodo:06-07/1991

    Tipo: Caso-controleLocal:Porteirinha,MGPerodo: 1998

    Populao de estudo

    Foram recrutadas 712crianas (1-11 anos deidade, 99% do total).O seguimento se deuem mais cincocontatos, nos quaisnovas crianaspoderiam serrecrutadas (critrio deentrada: 10 meses a 11anos). Total de 920crianas recrutadas aolongo do estudo. Operodo de deteco decasos de LV estendeu-se por um ano aps oltimo contato (em06/1989).

    A totalidade dos 243residentes na rea foientrevistada, masdados antropomtricosforam obtidos para 59(81,9%) crianas

  • 4 9C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Quadro 3. continuao

    Autor, ano

    Luz et al.,200131

    Caldas etal., 200132

    Caldas etal., 200233

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Caso-controleLocal: Natal,RNPerodo: 07/1997 a 01/1999

    Tipo: CoorteLocal: Raposa,MAPerodo:07/1997 a06/1998

    Tipo: CoorteLocal: Raposa,MAPerodo:07/1997 a06/1998

    Populao de estudo

    Casos: crianas (6meses a 18 anos) comLV confirmada pormeio do encontro deformas amastigotas emmielograma eadmitidos em doishospitais em Natal,RN (n=22). Controles:irmos assintomticose pacientes (n= 9, 6meses a 18 anos).

    Crianas entre 0 a 5anos (N=648),avaliadas em relao incidncia de infeco(~7 meses deseguimento).

    Crianas entre 0 e 5anos (N=648),avaliadas em relao incidncia de infeco(~7 meses deseguimento).

    Objetivos

    Comparar osnveis sricosde vitamina Ade crianascom LV comos de umgrupocontrole.

    Avaliar ascaractersticasda infecopor L. chagasie verificar seexisteassociaoentredesnutrio einfecoassintomticapor L. chagasi.

    Identificarfatores de riscoassociados cominfecoassintomticapor L. chagasi.

    Variveis

    Sexo, idade, febreprolongada,hepatoesplenomegalia,dosagem srica devitamina A (em g/100ml).

    Idade, sexo, renda familiar,escolaridade dos pais, tipode casa, recolhimento delixo, destino de dejetos,presena de animais e dovetor, doenas na famlia evizinhos (incluindo LV),local onde toma banho,brinca e faz necessidadesfisiolgicas, peso (P) ealtura (A), ndicesantropomtricos (altura-para-idade A/I, peso-para-idade P/I, peso-para-altura P/A),anticorpos anti-Leishmania,intradermorreao deMontenegro (IDRM).

    Idade, sexo, renda familiar,escolaridade dos pais, tipode casa, recolhimento delixo, destino de dejetos,presena de animais e dovetor, doenas na famlia evizinhos (incluindo LV),uso de inseticida noltimo ano, local ondetoma banho, brinca e faznecessidades fisiolgicas,peso (P), altura (A),desnutrio crnica(escore Z de altura-para-idade A/I), anticorposanti-Leishmania,intradermorreao deMontenegro (IDRM).

    Principais resultados

    Mdia do nvel srico devitamina A nos casos foimenor que nos controles(21,38 g/100ml vs. 31,39g/100ml,respectivamente, p

  • 5 0W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Quadro 3. continuao

    Autor, ano

    Werneck etal., 200334

    Weyenberghet al.,200435

    Rey et al.,200536

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo:Caso-controleLocal: Teresina,PIPerodo: Noespecificado

    Tipo: Caso-controleLocal: Corte daPedra,Salvador, BA;Teresina, PIPerodo: Noespecificado

    Tipo:Seguimento desrie de casosLocal:Fortaleza, CEPerodo:01/1995 a12/2002

    Populao de estudo

    Pacientes com LVforam recrutados aolongo de 18 meses noHospital de DoenasInfecciosas deTeresina, PI. Casos:bitos durantetratamento para LV(N=12). Controles:amostra aleatria depacientes vivos ao finaldo tratamento(N=78).

    Casos: 10 de LV(Salvador, Teresina) e21 com leishmaniosecutnea oumucocutnea (Corteda Pedra). Controles:15 controles rurais(em geral parentessaudveis dos casos deCorte da Pedra) e 10alunos e tcnicos delaboratrio (controleurbano, Salvador).

    Todas as 450 crianas,residentes no Cear,internadas comdiagnstico clnico,parasitolgico e/ousorolgico de LV noHospital InfantilAlbert Sabin emFortaleza, Cear.

    Objetivos

    Identificarfatoresprognsticosparadesenvolveruma regra depredio parauso no apoios decisesclnicas.

    Investigar se osnveis de zincoe cobrediferem entreas formasclnicas daleishmaniose ese estorelacionados respostaimune.

    Analisar osaspectosclnicos eepidemiolgicosda LV emcrianastratadas emum hospitalpblico deFortaleza, CE.

    Variveis

    Sexo, idade, durao dafebre, perda de peso,diarreia, tosse, distensoabdominal, hemorragias,palidez, ictercia, dosagemde hematcrito (Htc) eleuccitos totais, histricode transfuso sangunea,presena de coinfeces,uso de antibiticos.

    Idade, sexo, dosagem dezinco e cobre plasmticos,quantificao delinfoproliferao edosagem de citocinas(IFN-, TGF-1, TNF-,IL-5).

    Reviso de pronturios:sexo, idade, local econdies de moradia,presena e durao desinais e sintomas, peso (P),desnutrio (escore Z depeso-para-idade P/I),globulina (g/dl), leuccitostotais, hemoglobina (Hb),plaquetas, atividade deprotrombina (%),velocidade dehemossedimentao.

    Principais resultados

    As variveis associadas aobito, segundo anlise deregresso logsticamultivariada, foram:anemia severa (Htc 15anos de idade)

    Casos: 70 indivduoscom resultadospositivos em doistestes sorolgicos paraTrypanosoma cruzi.Controles: 30indivduos negativosem dois testessorolgicos para T.cruzi.

    1.308 bitos ocorridosno estado de SoPaulo, cuja causabsica do bito foicardiopatia chagsica.

    Objetivos

    Examinar aassociaoentre nveissricos deprotena einfeco porTrypanosomacruzi.

    Investigar aresposta imunehumoral ecelular empessoasinfectadas porT. cruzi comdiferentesformas clnicas(indeterminada,cardaca,gastrointestinal-GI ou ambas) eem um grupode noinfectados.

    Estudar ascausascontributriaspara o bitopor cardiopatiachagsica econtribuir paraum melhorentendimentodo perfil demorbimor-talidadeassociado doena deChagas.

    Variveis

    Diagnstico de doena deChagas com base emresultados de sorologia,albumina e globulinasricas, padro deconsumo alimentar.

    Sinais e sintomas GI oucardacos, radiografia detrax ou GI, eco eeletrocardiograma,sorologia para T. cruzi,receptor IL-2 solvel,anticorpos anti tubulina,protena C reativa,albumina, indicadores deresposta imune celular.

    Sexo, idade, regio defalecimento, causascontributrias.

    Principais resultados

    No se encontrouassociao entre infecopor Trypanosoma cruzi enveis dealbumina.Indivduos comsorologia positivaapresentam um aumentode cerca de 10% dagamaglobulina quandocomparados com os comsorologia negativa(p4.000 mg/dl).

    A desnutrio apareceucomo causa contributriado bito em 26 das 1.308declaraes de bitoanalisadas (~2%). Nohouve diferenasignificativa nestaproporo considerando osbitos ocorridos entre < 50anos e > 50 anos.

    continua

  • 5 3C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Quadro 4. continuao

    Autor, ano

    Andrade &Zicker,199542

    Vieira etal., 199643

    Rivera etal., 200244

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Caso-controleLocal: rearural ao nortede GoisPerodo: 1991

    Tipo: CoorteLocal: NoespecificadoPerodo: Noespecificado

    Tipo: Caso-controleLocal: Rio deJaneiro, RJ;BeloHorizonte, MGPerodo: Noespecificado

    Populao de estudo

    A partir de uminqurito (1.900crianas, 7-12 anos, de60 escolas rurais), 153casos foramselecionados (aomenos dois testessorolgicos positivospara T. cruzi) econtroles (306soronegativos damesma sala de aula,pareados por sexo eidade).

    Durante dois anos,foram selecionados 33adultos comconfirmaodiagnstica demegaclon chagsicosem complicaesassociadas e candidatosa cirurgia eletiva.

    Casos: 170 pacientescom doena de Chagascrnica, moradores noRio de Janeiro ou BeloHorizonte h dezanos, com sorologiapositiva para T.cruzi.Controles: 32adultos saudveis noinfectados; dezpacientes(megassndrome, semcardiomiopatia); cinco(cardiomiopatia noinfecciosa); 22crianas (infecochagsica agudaassintomtica) e 14sem infeco.

    Objetivos

    Examinar apossvelassociaoentre infecopor T. cruzi edesnutriocrnica.

    Estimar aproporo dedesnutrio,documentar apossvel relaoentre oresultadocirrgico e osachados pr-operatrios, einvestigar ainfluncia delongo prazo darecuperaodosmovimentosperistlticosregulares noestadonutricional.

    Investigar se oselnio (Se)pode estarenvolvidocomo um fatorde risco paragravidadeclnica dacardiomiopatiachagsica,comoresultado dedeficincianutricional deSe oumetabolismoalterado do Se.

    Variveis

    Histria de diarreia,hospitalizao, doenainfecciosa crnica e atual,tratamento mdico,construo da casa,composio familiar,situao socioeconmica,idade (I), peso (P), altura(A), ndicesantropomtricos (altura-para-idade A/I, peso-para-idade P/I, peso-para-altura P/A).

    Peso, perda de pesorecente, prega cutneatricipital (PCT),circunferncia musculardo brao (CMB), ndicecreatinina-altura,albumina, transferrina,hemoglobina (Hb),hematcrito (Hct),indicador deimunocompetncia,balano nitrogenado,ingesto diettica, ndicenutricional prognstico(INP), complicaes ps-operatrias.

    Gravidade da doena deChagas com base emexame clnico, eco eeletrocardiograma (IND forma assintomtica ouindeterminada; CARDa forma assintomticacardaca; CARDb formacardaca sintomtica comdisfuno cardacamoderada a grave), selnio,tireotropina, glutationaperoxidase, IgGantigalactosil.

    Principais resultados

    Aps controle de variveisde confuso, crianassoropositivas tinhamchances 2,4 e 2,8 vezesmaiores de ter baixa A/I eP/I, respectivamente,quando comparadas comcrianas no infectadas(p

  • 5 4W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Quadro 4. continuao

    Autor, ano

    Barreto etal., 200345

    Penhavel etal., 200446

    Calderoniet al.,200647

    Theodoro-poulos etal., 200948

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: SeccionalLocal: Bambu,MGPerodo: 01 a08/1997

    Tipo: CoorteLocal: GoisPerodo: Noespecificado

    Tipo: Caso-controleLocal:Campinas, SPPerodo: Noespecificado

    Tipo: CoorteLocal: So Josdo Rio Preto,SPPerodo:9/2000 a9/2007

    Populao de estudo

    1.451 idosos > 60 anos(85,5% do total dacidade).

    Em 18 meses foramrecrutados 27pacientes, 38-80 anosde idade, comconfirmaoradiolgica demegaesfago (grupo IVou recorrente) ediagnstico sorolgicode doena de Chagas;18 deles reavaliados 90dias ps-cirurgia.

    Casos: 92 adultos comdoena de Chagascrnica (formasclnicas:indeterminada - 16;cardaca - 34; digestiva- 13; ambas -29).Controles: 197doadores de sangue(saudveis, mesmarea).

    14 pacienteschagsicos quesobreviveram aoperodo ps-operatriode transplantecardaco. Tempomdio de seguimento= 40,5 meses.

    Objetivos

    Descrever adistribuio dondice de massacorporal (IMC) einvestigar aassociao entreobesidade edesnutrio comalgumascondies desade e diferenassocioeconmicasneste grupo deidosos.

    Avaliar o papel doestado nutricionalpr-operatriocomo fator derisco cirrgico empacientes commegaesfagoclasse IV erecorrente, e asmodificaesnutricionais ps-operatriasocorridas emmdio prazo.

    Avaliar aassociao dofentipo dehaptoglobina comformas clnicas dadoena de Chagase o envolvimentoda haptoglobina edo metabolismode ferro nafisiopatologia dadoena.

    Avaliar fatores derisco parareativao dainfeco por T.cruzi apstransplantecardaco.

    Variveis

    Idade, sexo, estado civil,atividade fsica,escolaridade, renda,tabagismo, autoavaliaoda sade, visita aomdico e hospitalizao(12 meses), peso, altura,circunferncia da cinturae quadril, IMC,hemoglobina, pressoarterial, glicose,anticorpos para T. cruzi.

    Idade, avaliaonutricional subjetivaglobal, peso, altura,perda de peso recente;razo peso/altura, pregacutnea tricipital (PCT),circunferncia musculardo brao (CMB), ndicede massa corporal(IMC), albumina, ferro,transferrina, ferritina,hematcrito,hemoglobina, ingestocalrica.

    Idade, sexo, raa,velocidade dehemossedimentao,contagem de hemcias,concentrao plasmticade ferro, ferritina,haptoglobina ecapacidade total deligao do ferro (CTLF),fentipo dehaptoglobulina.

    Caracterstica de base:idade, sexo, pressoarterial, frequnciacardaca, medicaes,neoplasia, rejeio dotransplante, contagemde eosinfilos,concentrao dehemoglobina.

    Principais resultados

    A desnutrio (IMC< 20kg/m2) foisignificativamenteassociada com umachance 1,7 vez mais altade infeco por T. cruzi.

    Desnutrio moderada egrave em 40,7% e 25,9%dos pacientes,respectivamente. No ps-operatrio houveaumento de PCT, IMC econsumo proteico, ereduo de hemoglobina.No houve associaoentre estado nutricionalpr-operatrio ecomplicaes cirrgicas emortalidade.

    O fentipo Hp2-2 foimais frequente nos casoscom qualquer formaclnica da doena deChagas em relao aoscontroles. No houvediferena significativa nosvalores de ferro e ferritinae CTLF entre as diferentesformas clnicas da doena.

    Aumento na contagemmdia de eosinfilos ereduo nos nveis mdiosde hemoglobina estiveramsignificativamenteassociados reativao dainfeco por T. cruzi apstransplante cardaco.

  • 5 5C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Um terceiro estudo identificou que nveis bai-xos de hemoglobina associaram-se com a reati-vao da infeco por Trypanosoma cruzi apstransplante cardaco.

    O Quadro 5 resume as principais caracters-ticas e resultados dos oito estudos selecionadosacerca de aspectos nutricionais relacionados esquistossomose49-56.

    Os desenhos de estudos empregados foramseccional (3), caso-controle (3), ensaio clnico

    randomizado (1) e estudo de coorte (1). No en-saio clnico, verificou-se um efeito positivo dotratamento da infeco por Schistosoma manso-ni no estado nutricional de meninos. No estudode coorte de crianas tratadas para infeco, ob-servou-se que os nveis de colesterol total e LDLeram mais altos entre o grupo de no infectadosao final do seguimento em relao aos que per-maneceram infectados ou se reinfectaram ao lon-go do estudo.

    Quadro 5. Estudos populacionais sobre nutrio e esquistossomose no Brasil (1980-2009).

    Autor, ano

    Costa etal., 198849

    Proietti etal., 199250

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: SeccionalLocal:Comercinho,MGPerodo: 05/1981

    Tipo: Caso-controleLocal: Ribeirodas Neves, MGPerodo: Noespecificado

    Populao de estudo

    558 crianas (1,5-14,4 anos de idade,86,9% do total).Classificadas emquatro classes deinfeco por S.mansoni (Negativo 1 sem ovos de S.mansoni nas fezes eteste intradrmiconegativo; Negativo 2 -sem ovos nas fezes eteste intradrmicopositivo; Positivo 1 -12-499 ovos/grama defezes (epg); Positivo 2- > 500 epg.

    Casos: indivduoscom exameparasitolgico de fezespositivo para S.mansoni(N=256).Controles:amostra aleatria deindivduos comexame parasitolgicode fezes negativo paraS. mansoni, pareadospor sexo, idade etempo de residnciana rea (N=256).

    Objetivos

    Avaliar aassociao entremedidasantropomtricase variveissocioeconmicas,infeco porSchistosomamansoni,intensidade deinfeco eesplenomegalia.

    Avaliar o papel dadesnutrioproteico-calricana associaoentre intensidadeda infeco porS. mansoni emanifestaesclnicas daesquistossomose.

    Variveis

    Idade, ocupao do chefede famlia, tratamentoprvio paraesquistossomose,suprimento de gua,qualidade da habitao,diagnstico e intensidadede infeco porSchistosoma mansoni(exame parasitolgico defezes e teste intradrmico),tamanho e consistncia dofgado e bao, peso (P),altura (A), rea muscularbraquial (AMB), escores zde altura-para-idade (A/I),peso-para-idade (P/I),CMB-para-idade (CMB/I).Percentil 5 usado comoponto de corte paracomparao.

    Idade, sinais e sintomas(ltimos trinta dias), usode lcool, tamanho econsistncia do fgado ebao, tratamento prvio deesquistossomose, peso (P),altura (A), prega cutneatricipital (PCT),circunferncia braquial(CB), rea muscular eadiposa do brao,intensidade de infecopor S. mansoni (ovos/grama de fezes), testeintradrmico, IgG, IgA,IgM, hemograma,componente 3 docomplemento.

    Principais resultados

    4,5 anos: Aps ajustepara variveissocioeconmicas, houveassociao entre A/I e P/I(

  • 5 6W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Quadro 5. continuao

    Autor, ano

    Parraga etal., 199651

    Coutinhoet al.,199752

    Assis et al.,199853

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Caso-controleLocal: Nazardas Farinhas,BAPerodo: 1992

    Tipo: SeccionalLocal: Duasvilas deTracunham,PEPerodo:03/1994 a03/1995

    Tipo: EnsaioclnicorandomizadoLocal: Nazar,BAPerodo:11/1992 a12/1993

    Populao de estudo

    Casos: escolares comexame parasitolgicode fezes positivo paraS. mansoni (7-15anos, N=539).Controles: escolarescom exame negativopara S. mansoni,pareados por sexo eidade.

    208 (90,8% do total)moradores foramavaliados parainfeco por S.mansoni.

    489 escolares de 7 a14 anos com infecoleve e moderada porS. mansoni (

  • 5 7C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Quadro 5. continuao

    Autor, ano

    Orsini etal., 200154

    Assis et al.,200455

    Reis et al.,200656

    Tipo, local eperodo de

    estudo

    Tipo: Caso-controleLocal:Comercinho,MGPerodo:1996-1997

    Tipo: SeccionalLocal: Nazar,BAPerodo: 1992

    Tipo: CoorteLocal: Jequi,BAPerodo:11/1992 a12/1993

    Populao de estudo

    Participantes (8-20anos de idade) emquatro grupos: Caso 1 formahepatoesplnica dainfeco por S.mansoni (N=31);Caso 2 formaintestinal com altaintensidade deinfeco (N=23);Caso 3 formaintestinal com baixaintensidade deinfeco (N=30);Controle noinfectados (N=30).

    Amostra aleatria de~50% de escolares de7 a 14 anos de 17dentre as 21 escolaspblicas da cidade.Dados completosobtidos para 461estudantes.

    106 escolares de 7 a18 anos com infecoleve e moderada porS. mansoni (

  • 5 8W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Os outros seis estudos (trs casos-controle etrs seccionais) abordaram a populao de estu-do de forma transversal e relataram oito resulta-dos referentes associao entre desnutrio,infeco (frequncia e intensidade) e formas cl-nicas da doena. Nestes estudos, a desnutrioesteve associada a uma maior chance de infeco(dois resultados); maior intensidade de infeco(dois resultados) e formas clnicas mais graves(dois resultados). Em outros dois resultados, nose encontrou associao entre desnutrio e pre-valncia e intensidade de infeco.

    Consideraes finais

    Nesta reviso, pretendeu-se oferecer um pano-rama sobre os estudos que exploram a relaoentre aspectos nutricionais e quatro das maisimportantes doenas infecciosas negligenciadasno Brasil e no mundo: malria, leishmaniose vis-ceral, doena de Chagas e esquistossomose. NoBrasil, so cerca de 300 mil casos novos de mal-ria e 3.500 de leishmaniose visceral a cada ano, ecerca de dois milhes e cinco milhes de pessoasinfectadas com os agentes da doena de Chagas eesquistossomose, respectivamente57-61. Juntas,estas doenas foram responsveis por cerca deseis mil bitos em 2008 em nosso pas, segundoo Sistema de Informaes de Mortalidade, doMinistrio da Sade.

    nfase foi dada aos estudos populacionais deabordagem emprica realizados em populaesbrasileiras, em particular aqueles que visavamdemonstrar o papel das deficincias nutricionaiscomo determinantes do risco de infeco e adoe-cimento ou do prognstico dessas doenas, ouainda como resultado delas ou mesmo comomoderadoras do efeito de outros fatores e dotratamento nessas doenas. Nesse sentido, o re-corte promovido neste trabalho deliberadamen-te exclui uma srie de estudos do campo da nu-trio aplicados a essas doenas, mas que se in-serem numa abordagem mais tpica do campoexperimental, em modelos animais ou no. Tam-bm no se contemplaram os estudos interessa-dos apenas em descrever a prevalncia dos dfi-cits nutricionais nessas doenas, em que pese suaimportncia para o diagnstico de sade e pla-nejamento de aes de promoo e preveno.Assim, deve-se ter cautela na interpretao dosresultados aqui apresentados, j que represen-tam apenas uma parcela da produo cientficarealizada no Brasil sobre a interface entre o cam-po da nutrio e essas doenas negligenciadas.

    Tambm deve-se considerar que a estratgiade busca bibliogrfica implementada apresentalimitaes em termos de sua habilidade para de-tectar os estudos no campo especfico de interes-se. Por exemplo, no se promoveu a busca bibli-ogrfica de teses, dissertaes, monografias, re-latrios de pesquisa ou de referncias citadas nosartigos selecionados, e nem todos os artigos sele-cionados puderam ser acessados na ntegra. Ain-da assim, h de se salientar que ao se optar poruma abordagem mais delimitada tende-se a ob-ter um panorama mais consistente, baseado emestudos com objetivos e abordagens menos va-riadas, e submetidos ao crivo de avaliao porpares por ocasio da publicao.

    Outros aspectos merecem destaque, como agrande discrepncia no nmero de resumos cap-tados na busca bibliogrfica e aqueles artigos de-finitivamente includos na reviso (cerca de 15%do total). Duas possveis concluses podem serretiradas deste fato: (1) o campo de investigaosobre aspectos nutricionais nessas doenas muitomais amplo do que o aqui identificado, existindouma grande base de pesquisa nesta rea com abor-dagens experimentais, clnicas e populacionaisdescritivas; (2) a estratgia de busca bibliogrficatalvez tenha sido excessivamente sensvel, parti-cularmente para a doena de Chagas, que repre-sentou 42% de todos os resumos identificados.

    Mais uma questo interessante se refere aostipos de delineamento utilizados para captar asexperincias populacionais. Dentre todos os 43estudos revisados, apenas 10 (~23%) utilizaramdesenhos tipicamente longitudinais (coorte e en-saio clnico randomizado), preferenciais para aidentificao de fatores associados ao risco e prog-nstico de doenas. certo que alguns poucosestudos seccionais, caso-controle e de srie decasos envolveram algum tipo de abordagem quepermitiu abarcar aspectos temporais, mas emsituaes bem particulares (p. ex.: seguimentops-operatrio). No obstante, a grande maio-ria dos estudos utilizou uma abordagem seccio-nal, que se presta mais a descrever associaesentre aspectos nutricionais e a prevalncia de in-feco e doena do que propriamente desvelar opapel intricado dos dficits nutricionais nessasdoenas. Assim, ainda que os vrios estudos aquiapresentados promovam uma boa descrio des-sas relaes, uma agenda de investigao deveriapriorizar o desenvolvimento de estudos de se-guimento populacional.

    Um terceiro aspecto que chama a ateno que pela prpria feio epidemiolgica de cadadoena as abordagens variaram bastante entre

  • 5 9C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Colaboradores

    GL Werneck, MH Hasselmann e TG Gouva par-ticiparam, igualmente, da elaborao do artigo,de sua discusso e redao e da reviso do texto.

    elas. Por exemplo, os estudos em malria majori-tariamente focalizaram aspectos relacionados anemia, enquanto nas outras doenas h predo-minncia de estudos enfatizando os dficits nutri-cionais avaliados por meio de medidas e ndicesantropomtricos. No entanto, talvez at por limi-taes dos indicadores disponveis, estudos sobrea relao entre nutrio e intensidade de infecose concentram, em sua maioria, em torno damalria e da esquistossomose. Adicionalmente,estudos com nfase clnica e de prognstico fo-ram mais vistos em leishmaniose visceral e doen-a de Chagas. Oito dos nove estudos de coorteidentificados foram realizados nessas doenas.

    Todos esses aspectos reforam a importnciade se compreenderem as peculiaridades fisiopa-tolgicas, imunitrias e clnico-epidemiolgicasde cada uma dessas doenas para que se possamidentificar os pontos crticos no conhecimentocientfico que merecem ser abordados via estu-dos em populaes humanas. Por exemplo, aanemia da malria determinada por diversosfatores e mecanismos fisiopatolgicos que levamao aumento da destruio e diminuio da pro-duo dos glbulos vermelhos62,63. Entretanto,h ainda muitas lacunas a serem preenchidassobre esses mecanismos na malria causada peloPlasmodium vivax, sobre o possvel papel da ane-

    mia sobre o risco e prognstico da malria emreas com baixos nveis de transmisso e, ainda,sobre a suplementao de ferro no tratamentoda anemia na vigncia de malria64,65. Na leish-maniose visceral, nfase tem sido dada com-preenso do papel da desnutrio no risco dedesenvolver formas clnicas aps exposio in-feco. Apesar das evidncias relativamente sli-das, pouco se sabe, por exemplo, sobre a magni-tude dessa associao e sobre o potencial efeitoque estratgias de suplementao alimentar po-deriam ter na incidncia da doena66-68.

    Por fim, a presente reviso salienta a relevn-cia dos estudos nutricionais no campo da SadeColetiva para melhor compreenso dos aspectosenvolvidos no risco e prognstico de malria, es-quistossomose, leishmaniose visceral e doena deChagas. Evidencia-se tambm um certo desba-lanceamento na literatura sobre o tema, commuito mais estudos experimentais do que estu-dos em populaes humanas. Ainda que os pri-meiros sejam essenciais para esclarecer os meca-nismos fisiopatolgicos subjacentes relao en-tre dficits nutricionais e essas doenas, estudosbem delineados em populaes humanas sofundamentais para que o conhecimento cientfi-co se traduza em aes efetivas para o controledessas doenas.

  • 6 0W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Ventura AM, Pinto AY, Silva RS, Calvosa VS, SilvaFilho MG, Souza JM. Malria por Plasmodium vi-vax em crianas e adolescentes: aspectos epidemio-lgicos, clnicos e laboratoriais. J Pediatr (Rio J)1999; 75(3):187-194.Noronha E, Alecrim MGC, Romero GAS, MacedoV. Estudo clnico da malria falciparum em crian-as em Manaus, AM, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop2000; 33(2):185-190.Jarude R, Trindade R, Tavares-Neto J. Malria emgrvidas de uma maternidade pblica de Rio Bran-co (Acre, Brasil). Rev Bras Ginecol Obstet 2003;25(3):149-154.Melo AM, Carvalho RA, Figueiredo JF, VannucchiH, Jordo Junior A, Rodrigues ML. Serum vitaminA levels in patients with ocular lesions attributableto non-complicated malaria in the Brazilian Ama-zon region. Trans R Soc Trop Med Hyg 2004;98(8):485-488.Ferreira MU, da Silva-Nunes M, Bertolino CN,Malafronte RS, Muniz PT, Cardoso MA. Anemiaand iron deficiency in school children, adolescents,and adults: a community-based study in rural Ama-zonia. Am J Public Health 2007; 97(2):237-239.Fernandes AAM, Carvalho LJM, Zanini GM, Ven-tura AMRS, Souza JM, Cotias PM, Silva-Filho IL,Daniel-Ribeiro CT. Similar cytokine responses anddegrees of anemia in patients with Plasmodium fal-ciparum and Plasmodium vivax infections in theBrazilian Amazon region. Clin Vaccine Immunol2008; 15(4):650-658.Caicedo O, Ramirez O, Mouro MP, Ziadec J, PerezP, Santos JB, Quinones F, Alecrim MG, Arevalo-Herrera M, Lacerda MV, Herrera S. Comparativehematologic analysis of uncomplicated malaria inuniquely different regions of unstable transmissionin Brazil and Colombia. Am J Trop Med Hyg 2009;80(1):146-151.Ladeia-Andrade S, Ferreira MU, de Carvalho ME,Curado I, Coura JR. Age-dependent acquisition ofprotective immunity to malaria in riverine popula-tions of the Amazon Basin of Brazil. Am J Trop MedHyg 2009; 80(3):452-459.Evans T, Reis MF, Alencar JE, de Jesus JA, McAu-liffe JF, Pearson RD. American visceral leishmania-sis (kala-azar). West J Med 1985; 142(6):777-781.Badar R, Jones TC, Loreno R, Cerf BJ, Sampaio D,Carvalho EM, Rocha H, Teixeira R, Johnson W. Aprospective study of visceral leishmaniasis in an en-demic area of Brazil. J Infect Dis 1986; 154(4):639-649.Harrison LH, Naidu TG, Drew JS, Alencar JE, Pear-son RD. Reciprocal relationships between under-nutrition and the parasitic disease visceral leishma-niasis. Rev Infect Dis 1986; 8(3):447-453.Evans TG, Teixeira MJ, McAuliffe IT, VasconcelosI, Vasconcelos AW, Sousa AA, Lima JW, PearsonRD. Epidemiology of visceral leishmaniasis inNortheast Brazil. J Infect Dis 1992; 166(5):1124-1132.Cunha S, Freire M, Eulalio C, Cristvo J, Netto E,Johnson Jr. WD Jr, Reed SG, Badaro R. Visceralleishmaniasis in a new ecological niche near a ma-jor metropolitan area of Brazil. Trans R Soc TropMed Hyg 1995; 89(2):155-158.

    17.

    18.

    19.

    20.

    21.

    22.

    23.

    24.

    25.

    26.

    27.

    28.

    29.

    Referncias

    Brasil. Ministrio da Sade. Departamento de Cin-cia e Tecnologia. Secretaria de Cincia, Tecnologiae Insumos Estratgicos. Doenas negligenciadas:estratgias do Ministrio da Sade. Rev Saude Pu-blica 2010; 44(1):200-202.Hotez P. A new voice for the poor. PLoS Negl TropDis 2007; 1(1):e77.Yamey G. The worlds most neglected diseases. BMJ2002; 325:176-177.World Health Organization. Neglected tropical dis-eases, hidden successes, emerging opportunities. Gene-va: WHO; 2009.Trouiller P, Olliaro P, Torreele E, Orbinski J, LaingR, Ford N. Drug development for neglected diseas-es: a deficient market and a public-health policyfailure. Lancet 2002; 359:2188-2194.World Health Organization. Neglected tropical dis-eases, frequently asked questions: what are the ne-glected tropical diseases? 2009. [site da Internet][acessado 2010 abr 23]. Disponvel em: http://www.who.int/neglected_diseases/faq/en/index.htmlEhrenberg JP, Ault SK. Neglected diseases of ne-glected populations: thinking to reshape the deter-minants of health in Latin America and the Carib-bean. BMC Public Health 2005; 5:119.Scrimshaw NS, SanGiovanni JP. Synergism of nu-trition, infection, and immunity: an overview. Am JClin Nutr 1997; 66(2):464S-477S.Gordon JE. Synergism of malnutrition and infec-tious disease. In: Beaton GH, Bengoa JM, editors.Nutrition in preventive medicine. Geneva: WHO;1976. p. 193-209. (WHO Monograph Series, 62).Fraker PJ, Caruso R, Kierszenbaum F. Alteration ofthe immune and nutritional status of mice by syn-ergy between zinc deficiency and infection withTrypanosoma cruzi. J Nutr 1982; 112(6):1224-1229.Nawar O, Akridge RE, Hassan E, El Gazar R, Dough-ty BL, Kemp WM. The effect of zinc deficiency ongranuloma formation, liver fibrosis, and antibodyresponses in experimental schistosomiasis. Am JTrop Med Hyg 1992; 47(3):383-389.Brazo V, Del Vecchio Filipin M, Caetano LC, ToldoMP, Caetano LN, do Prado Jr. JC. Trypanosomacruzi: the effects of zinc supplementation duringexperimental infection. Exp Parasitol 2008;118(4):549-554.Malafaia G. Protein-energy malnutrition as a riskfactor for visceral leishmaniasis: a review. ParasiteImmunol 2009; 31(10):587-596.Cardoso MA, Ferreira MU, Camargo LM, SzarfarcSC. Anemia em populao de rea endmica demalria, Rondnia (Brasil). Rev Saude Publica 1992;26(3):161-166.Santos EO, Loureiro ECB, Jesus IM, Brabo E, SilvaRSU, Soares MCP, Cmara VM, Souza MRS, Bran-ches F. Diagnstico das condies de sade de umacomunidade garimpeira na regio do Rio Tapajs,Itaituba, Par, Brasil, 1992. Cad Saude Publica 1995;11(2):212-225.Pereira PC, Meira DA, Curi PR, de Souza N, BuriniRC. The malarial impact on the nutritional statusof Amazonian adult subjects. Rev Inst Med Trop SoPaulo 1995; 37(1):19-24.

    1.

    2.

    3.

    4.

    5.

    6.

    7.

    8.

    9.

    10.

    11.

    12.

    13.

    14.

    15.

    16.

  • 6 1C

    incia & Sade C

    oletiva, 16(1):39-62, 2011

    Cunha DF, Lara VC, Monteiro JP, Romero HD,Cunha SF. Growth retardation in children with pos-itive intradermic reaction for leishmaniasis: pre-liminary results. Rev Soc Bras Med Trop 2001;34(1):25-27.Luz KG, Succi RC, Torres E. Vitamin A serum levelin children with visceral leishmaniasis. Rev Soc BrasMed Trop 2001; 34(4):381-384.Caldas AJ, Silva DR, Pereira CC, Nunes PM, SilvaBP, Silva AA, Barral A, Costa JM. Leishmania (Leish-mania) chagasi infection in children from an en-demic area of visceral leishmaniasis in the So LusIsland-MA, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 2001;34(5):445-451.Caldas AJ, Costa JM, Silva AA, Vinhas V, Barral A.Risk factors associated with asymptomatic infec-tion by Leishmania chagasi in North-East Brazil.Trans R Soc Trop Med Hyg 2002; 96(1):21-28.Werneck GL, Batista MS, Gomes JR, Costa DL,Costa CH. Prognostic factors for death from viscer-al leishmaniasis in Teresina, Brazil. Infection 2003;31(3):174-177.Weyenbergh JV, Santana G, DOliveira Jr. A, SantosJr. AF, Costa CH, Carvalho EM, Barral A, Barral-Netto M. Zinc/copper imbalance reflects immunedysfunction in human leishmaniasis: an ex vivo andin vitro study. BMC Infect Dis 2004; 17(4):50.Rey LC, Martins CV, Ribeiro HB, Lima AA. Amer-ican visceral leishmaniasis (kala-azar) in hospital-ized children from an endemic area. J Pediatr 2005;81(1):73-78.Gomes CM, Giannella-Neto D, Gama ME, PereiraJC, Campos MB, Corbett CE. Correlation betweenthe components of the insulin-like growth factor Isystem, nutritional status and visceral leishmania-sis. Trans R Soc Trop Med Hyg 2007; 101(7):660-667.Maciel BL, Lacerda HG, Queiroz JW, Galvo J,Pontes NN, Dimenstein R, McGowan SE, PedrosaLF, Jernimo SM. Association of nutritional statuswith the response to infection with Leishmania cha-gasi. Am J Trop Med Hyg 2008; 79(4):591-598.Pereira MG, Dorea JG, Johnson NE, Castro CN,Macdo V. Serum albumin and gamma globulin inTrypanosoma cruzi infections. Trans R Soc Trop MedHyg 1983; 77(1):32-34.Cetron MS, Basilio FP, Moraes AP, Sousa AQ, PaesJN, Kahn SJ, Wener MH, Van Voorhis WC. Humor-al and cellular immune response of adults fromNortheastern Brazil with chronic Trypanosoma cruziinfection: depressed cellular immune response toT. cruzi antigen among Chagas Disease patientswith symptomatic versus indeterminate infection.Am J Trop Med Hyg 1993; 49(3):370-382.Wanderley DM, Litvoc J. Doena de Chagas comocausa bsica de bito na regio Sudeste do Brasil:presena de causas contributrias. Rev Saude Publi-ca 1994; 28(1):69-75.Andrade AL, Zicker F. Chronic malnutrition andTrypanosoma cruzi infection in children. J Trop Pe-diatr 1995; 41(2):112-115.

    Vieira MJ, Gama-Rodrigues JJ, Habr-Gama A, Fain-tuch J, Waitzberg DL, Pinotti HW. Preoperative as-sessment in cases of adult megacolon suffering frommoderate malnutrition. Nutrition 1996; 12(7-8):491-495.Rivera MT, Souza AP, Moreno AH, Xavier SS, Go-mes JA, Rocha MO, Correa-Oliveira R, Neve J,Vanderpas J, Arajo-Jorge TC. Progressive Chagascardiomyopathy is associated with low seleniumlevels. Am J Trop Med Hyg 2002; 66(6):706-712.Barreto SM, Passos VM, Lima-Costa MF. Obesityand underweight among Brazilian elderly: the Bam-bu Health and Aging Study. Cad Saude Publica 2003;19(2):605-612.Penhavel FA, Waitzberg DL, Trevenzol HP, Alves L,Zilberstein B, Gama-Rodrigues J. Pre-and postop-erative nutritional evaluation in patients with cha-gasic megaesophagus. Nutr Hosp 2004; 19(2):89-94.Calderoni DR, Andrade TS, Grotto HZ. Haptoglo-bin phenotype appears to affect the pathogenesis ofAmerican trypanosomiasis. Ann Trop Med Parasitol2006; 100(3):213-221.Theodoropoulos TA, Silva AG, Bestetti RB. Eosi-nophil blood count and anemia are associated withTrypanosoma cruzi infection reactivation in Cha-gas heart transplant recipients. Int J Cardiol 2009;May 4 [Epub ahead of print].Costa MFL, Leite ML, Rocha RS, Almeida Magal-hes MH, Katz N. Anthropometric measures in re-lation to Schistosomiasis mansoni and socioeconom-ic variables. Int J Epidemiol 1988; 17(4):880-886.Proietti FA, Paulino UH, Chiari CA, Proietti AB,Antunes CM. Epidemiology of Schistosoma manso-ni infection in a low-endemic area in Brazil: clini-cal and nutritional characteristics. Rev Inst Med Trop1992; 34(5):409-419.Parraga IM, Assis AM, Prado MS, Barreto ML, ReisMG, King CH, Blanton RE. Gender differences ingrowth of school-aged children with schistosomia-sis and geohelminth infection. Am J Trop Med Hyg1996; 55(2):150-156.Coutinho EM, Abath FG, Barbosa CS, DominguesAL, Melo MC, Montenegro SM, Lucena MA, Ro-mani SA, Souza WV, Coutinho AD. Factors involvedin Schistosoma mansoni infection in rural areas ofNortheast Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 1997;92(5):707-715.Assis AM, Barreto ML, Prado MS, Reis MG, Parra-ga IM, Blanton RE. Schistosoma mansoni infectionand nutritional status in schoolchildren: a random-ized, double-blind trial in Northeastern Brazil. AmJ Clin Nutr 1998; 68(6):1247-1253.Orsini M, Rocha RS, Disch J, Katz N, Rabello A.The role of nutritional status and insulin-like growthfactor in reduced physical growth in hepatosplenicSchistosoma mansoni infection. Trans R Soc TropMed Hyg 2001; 95(4):453-456.Assis AM, Prado MS, Barreto ML, Reis MG, Con-ceio Pinheiro SM, Parraga IM, Blanton RE. Child-hood stunting in Northeast Brazil: the role of Schis-tosoma mansoni infection and inadequate dietaryintake. Eur J Clin Nutr 2004; 58(7):1022-1029.

    30.

    31.

    32.

    33.

    34.

    35.

    36.

    37.

    38.

    39.

    40.

    41.

    42.

    43.

    44.

    45.

    46.

    47.

    48.

    49.

    50.

    51.

    52.

    53.

    54.

    55.

  • 6 2W

    ern

    eck

    GL

    et a

    l.

    Reis EAG, Reis MG, Silva RCR, Carmo TMA, AssisAMO, Barreto ML, Parraga IM, Santana MLP, Blan-ton RE. Biochemical and immunologic predictors ofefficacy of treatment or reinfection risk for Schistoso-ma mansoni. Am J Trop Med Hyg 2006; 75(5):904-909.Oliveira-Ferreira J, Lacerda MV, Brasil P, LadislauJL, Tauil PL, Daniel-Ribeiro CT. Malaria in Brazil:an overview. Malar J 2010; 9:115.Maia-Elkhoury ANS, Carmo EH, Sousa-Gomes ML,Mota E. Analysis of visceral leishmaniasis reportsby the capture-recapture method. Rev Saude Publi-ca 2007; 41(6):931-937.Werneck GL. Geographic spread of visceral leish-maniasis in Brazil. Cad Saude Publica 2010; 26(4):644-645.Drummond SC, Silva LC, Amaral RS, Sousa-Perei-ra SR, Antunes CM, Lambertucci JR. Morbidity ofSchistosomiasis mansoni in the state of Minas Gerais,Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 2006; 101(Sup-pl.1):37-44.Rassi Jr. A, Rassi A, Marin-Neto JA. Chagas dis-ease. Lancet 2010; 375(9723):1388-1402.Menendez C, Fleming AF, Alonso PL. Malaria-re-lated anaemia. Parasitol Today 2000; 16(11):469-476.Ghosh K, Ghosh K. Pathogenesis of anemia in ma-laria: a concise review. Parasitol Res 2007; 101(6):1463-1469.Oppenheimer SJ. Iron and its relation to immunityand infectious disease. J Nutr 2001; 131(2S-2):616s-635s.Ojukwu JU, Okebe JU, Yahav D, Paul M. Oral ironsupplementation for preventing or treating anaemiaamong children in malaria-endemic areas. CochraneDatabase Syst Rev 2009; (3):CD006589.Garg R, Singh N, Dube A. Intake of nutrient supple-ments affects multiplication of Leishmania donovaniin hamsters. Parasitology 2004; 129(Pt 6):685-691.Dye C, Williams BG. Malnutrition, age and the riskof parasitic disease: visceral leishmaniasis revisit-ed. Proc Biol Sci 1993; 254(1339):33-39.Dye C. The logic of visceral leishmaniasis control.Am J Trop Med Hyg 1996; 55(2):125-130.

    Artigo apresentado em 10/11/2009Aprovado em 15/03/2010Verso final apresentada em 15/04/2010

    56.

    57.

    58.

    59.

    60.

    61.

    62.

    63.

    64.

    65.

    66.

    67.

    68.