Paraíso das compras · deixaram um grande legado para turim e para a Itália. Qualquer cidade...

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Rio de Janeiro, março de 2007 Ano XIII – Nº 105 ISSN 1676-3220 R$ 7,90 www.comunitaitaliana.com A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Tratado de Roma: os 50 anos da criação da UE Beleza saudável Na luta contra a anorexia e a bulimia, a dieta mediterrânea repercute no mundo fashion e vira opção para manter a forma sem prejudicar a saúde

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Rio de Janeiro, março de 2007 Ano XIII – Nº 105

ISS

N 1

676-

3220

R$

7,90

www.comunitaitaliana.com

A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

Tratado de Roma: os 50 anos da criação da UE

A vez do Rio

Beleza saudávelNa luta contra a anorexia e a bulimia, a dieta mediterrânea repercute no mundo fashion e vira opção para manter a forma sem prejudicar a saúde

Paraíso das compras

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EditorialEncontro à sinistra ........................................................................06

Cose NostreFilme com Robert de Niro rebate polêmica de “Código da Vinci” ....07

Marco LucchesiL´autore incontra Frei Betto che parla dei suoi libri e anche di trasformazione e disuguaglianza .............................12

EntrevistaEmerson Fittipaldi fala sobre sua relação com a Itália e sua mais nova paixão: Arraial d’Ajuda ......................18

EconomiaComissione Europea stima che l´Italia cresca del 2 per cento nel 2007 .....................................................24

AmbienteCambiamenti climatici stanno causando dello sfasamento dei cicli biologici in Italia, danni per oltre un miliardo di euro .....................32

ComunidadeDescendentes italianos vão à busca da história de seus antepassados e criam fenômeno chamado “neogenealogia” ...........39

GastronomiaNhoque sem batatas: receita mostra a substituição do ingrediente por ricota de búfala .............................39

48 45Turismo Arraial d´AjudaItalianos elegem distrito baiano, com praias e eclética vida noturna, como destino para passeio e até para moradia

Attualità SanremoFestival ha dato la vittoria a due canzoni impegnate nel sociale con Simone Cristicchi e Fabrizio Moro

Sport Un´altra sfidaIl giocatore del Milan, Ronaldo, si trova già vicino al suo peso ideale e risponde a chi dubita del suo potenziale

Curiosidade Glamour metálicoA prata já foi considerada sagrada pelos antigos e, antes do século 18, só os nobres ou igrejas a possuíam

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CAPA Mudança de padrõesDesfile em Milão provoca debate e direciona modelos às dietas mais saudáveis, dentre elas, a mediterrânea.

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entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

Os olhos do governo italiano pare-cem estar mais abertos para a Amé-rica Latina e, em especial, ao Brasil.

Depois de um distanciamento devido à política externa do ex-governo de centro-direita de Silvio Berlusconi, o reempossado primeiro ministro italiano, Romano Prodi, agora de-clara como prioridade absoluta a relação UE\Mercosul.

Em primeiro de janeiro, quando veio à posse do presidente, o responsável pela pas-ta exterior do país, o ministro Massimo D’Alema, já havia dado sinais de que a amizade com Lula favoreceria no approach do convívio entre as esquerdas italiana e brasileira. Passados três meses, é hora de aportar no Brasil uma missão capitaneada pessoalmente por Prodi. Entre 26 e 27 de março, em São Paulo e em Brasília, representantes do setor privado italiano debatem sobre a importância de se investir no maior mercado da Améri-ca do Sul com os principais nomes da Economia brasileira.

Na agenda, o líder italiano não esqueceu de priorizar um encontro com os eleitores que tornaram viável o atual governo da bota [pois todos se recordam que foram os votos do subcontinente que deram a apertada maioria no Senado e na Câmara dos Deputados para a l’Unione há um ano atrás], reunindo-se com a forte comunidade italiana presente em São Paulo. A expectativa é a de que a Itália volte a ter uma presença importante de capital no país, trazendo inclusive os bancos italianos de volta. Mas não somente, espera-se também que os consulados, reduzidos em número de pessoal, sejam potencializados para melhorar a assistência aos cidadãos.

Alguns especialistas, porém, criticam a conduta italia-na em relação aos países da América Latina. Em recente con-gresso realizado pelo Instituto Italiano para a América Latina, na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, o reconheci-do embaixador Sergio Romano lembrou, em entrevista exclu-siva a Daniele Mengacci, que desde sempre existem proble-mas nesse campo. “Não vejo diferença entre o que diz Prodi e aquilo que outros governantes disseram no passado”, dis-parou, afirmando ainda que se trata de um problema históri-co. “A Itália tem um sistema político péssimo, que faz com que os governos dêem mais atenção aos problemas internos, regionais, assim, a política exterior se limita às grandes prioridades. Por isso nos ocupamos sempre dos problemas elementares como o Oriente Médio, a Nato etc e a AL fica sempre em segundo plano”, afirmou Romano.

Já o presidente da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Ivan Simonsen, respondeu em al-to em bom tom para uma platéia de peso a uma introdução reducionista do embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise. Simonsen observou que ao falar de Brasil, os italianos devem fazer um esforço para não analisarem os problemas partindo de conceitos europeus. “Infelizmente as pessoas tendem a encontrar modelos simplificados que causam erros de análise. Um italiano pode jogar muito bem o nosso futebol, gostar da nossa gastronomia e das belezas naturais, mas para entender a geopolítica é necessário examinar profundamente a situação brasileira”, disse o professor que, desde que assumiu a presidência da FGV, rece-beu inúmeros ministros e economistas italianos para palestras aos alunos da instituição.

Caso os objetivos da parceria Brasil\Itália sejam alcançados, espera-se que os dois pa-íses desenvolvam sistemas concretos e profícuos de trabalho econômico-social. Nunca é de-mais lembrar que esta terra acolheu milhões de imigrantes que hoje têm condições mais dig-nas graças a uma boa política de colaboração. Por sua vez, a Itália deu ao maior país latino-americano mão de obra qualificada, o que permitiu níveis de desenvolvimento melhores que os de países africanos e investe, até hoje, milhões de euros em projetos sociais no Brasil.

Boa leitura!

DIREtOR-PREsIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIREtOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIREtOR EXECUtIVO:Adroaldo Garani

PUblICAÇãO MENsAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

tIRAGEM:30.000 exemplares

EstA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:20/03/2007 às 12:30h

DIstRIbUIÇãO:brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIstRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31Niterói — Centro — RJ

CEP: 24030-050tel/Fax: (21) 2722-0181 /

(21) 2719-1468

E-MAIl:[email protected]

sUbEDIÇãORosangela Comunale

[email protected]

REDAÇãO:Nayra Garofle

e sílvia souza (estagiária)

REVIsãO / tRADUÇãOAna Paula torresCristiana Cocco

PROJEtO GRáFICO E DIAGRAMAÇãO:Alberto Carvalho

CAPA: Modelo, Érica solon de Pontes Jasmim.

Foto de Roberth trindade

COlAbORADOREs:braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao soligo – Marco lucchesi – Domenico De

Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – beatriz Rassele

CORREsPONDENtEs:Guilherme Aquino (Milão)Ana Paula torres (Roma)

Giordano Iapalucci (Florença)Marcos Petti (são Paulo)

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista.

la rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

IssN 1676-3220

Filiato all’Associazione

stampa Italiana in brasile

Pietro Petraglia Editor

Encontro à sinistra

Triste constataçãoApesar de a maioria dos

casos [90%] não ser denunciado, a Itália regis-trou, em 2006, 1,15 mil casos de violência [física, sexual, psicológica] contra a mulher. Um total de 74 mil mulheres, entre 16 e 70 anos, foram vítimas de es-tupros ou tentativas de es-tupros. Mais de 2 milhões delas passaram a ser perse-guidas pelos companheiros, sendo ameaçadas quando do momento da separação e após o desenlace da rela-ção. Os números fazem par-te do trabalho La violenza e i maltrattamenti contro le donne dentro e fuori la fa-miglia, divulgado pelo Isti-tuto Nazionale di statista (Istat). A pesquisa envolveu 25 mil mulheres e, segun-do o Istat, após as ocorrên-cias, registra-se a perda de confiança e da auto-estima, com sensação de impotência (44,5%), distúrbios do sono (41%) e ânsia (36,9%).

Bahia em vogaA bIt Milão, principal feira de turismo na Itália, em sua

27ª edição, reuniu os principais profissionais da área e da imprensa especializada. Uma das participantes foi a bahia-tursa, empresa de turismo do estado da bahia. O evento se tornou uma ótima oportunidade para expor os produtos baia-nos não apenas para a Itália como para toda a Europa. Em seu estande, uma baiana, vestida tradicionalmente, recepcionou os visitantes com a distribuição de fitinhas do senhor do bon-fim e cocadas, além de folhetos sobre os principais destinos turísticos da bahia.

Para flertarO estilo “shyno” [que significa não à timidez] é a nova forma de paque-

rar na Itália. Uma camiseta com essa frase foi criada pelo estudante de medicina simone Gianicola. A blusa pode ser comprada pela internet ou em várias lojas italianas ao preço de 38 euros [cerca de US$ 50] e vem com um cartão similar ao de recarga telefônica, que contém um código secreto com o qual se conecta o número da camiseta ao telefone celular do proprie-tário. Com o método, podem ser enviadas por telefone celular mensagens de texto ou vídeo-mensagens de maneira totalmente anônima e quem re-cebe pode responder ou não e começar o jogo da paquera.

Turismo sexualA Justiça italiana está processando quatro agências de viagem

por formação de quadrilha e promoção de turismo sexual no brasil. A acusação é de que as empresas atendiam clientes, entre 20 e 60 anos, e organizava encontros sexuais com menores de idade. Quatro pessoas foram presas e estão sob investigação. segundo in-formações obtidas, o pacote para as cidades brasileiras mais famo-sas custava cerca de dois mil euros e, para os encontros com as mais jovens, bastava desembolsar mais 15 ou 20 euros. Os detalhes das investigações não deixam dúvidas: dos turistas europeus que viajam a Fortaleza para encontros sexuais ilícitos, cerca de 80 por cento são italianos. A rede trazia cerca de cinco mil turistas por ano ao país.

Jogos de InvernoOs Jogos Olímpicos de Inverno de turim deram um prejuízo

de cerca de 25 milhões de euros [R$ 67,5 milhões], segun-do informe apresentado pelo Comitê Organizador do evento ao Comitê Olímpico Internacional (COI). De acordo com o documen-to, o prejuízo equivale a cerca de dois por cento do investimento realizado para organizar a competição, no valor de 1,2 bilhão de euros [R$ 3,3 bilhões, aproximadamente]. O presidente do COI, Jacques Rogge, fez questão de minimizar o prejuízo. “Os Jogos deixaram um grande legado para turim e para a Itália. Qualquer cidade gostaria de ter sua infra-estrutura renovada, novos equi-pamentos e melhorias por esse custo”, afirmou o dirigente.

O rebateO ator Robert De Niro in-

terpretará santo Escri-vã de balaguer, o fundador da organização católica Opus Dei, no longa metragem que será uma resposta ao filme “Código da Vinci”, sucesso mundial ao apresentar a en-tidade como uma espécie de seita secreta poderosa, vol-tada à promoção de políticas conservadoras. A co-produ-ção internacional tem a parti-cipação da italiana lux Vide, de Ettore berbanei. O título e diretor do filme estão ainda conservados em segredo.

Kaká italianoO brasileiro Kaká, companhei-

ro de Ronaldo no Milan, recebeu a cidadania italiana e deixará de ocupar uma vaga de estrangeiro na equipe de Milão. Além do Fenômeno, o meio-cam-pista conta com outros quatro compatriotas no elenco: sergi-nho, Cafu, Ricardo Oliveira e Di-da. O fato de sua esposa, Caroline Celico, já ser italiana foi decisivo para a aquisição da cidadania.

Eis a prova do que provocou o pedido de renúncia do premier Prodi. Na ocasião, o senado desaprovou a questão da política

externa proposta pelo governo. A surpresa da queda tão repentina provocou até um comentário do senador e ex-primeiro ministro Giulio Andreotti. “Eu realmente não calculei isso. Não compreendi que, sem meu voto, o governo poderia cair”, disse.

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17ª Festa da Colônia Alicerçada em três grandes eixos: a manuten-ção da identidade do agricultor, a preservação de usos e costumes herdados e o entrosamento estabelecido com o visitante, a Festa da Colô-nia visa fazer com que todos possam desfrutar, por alguns momentos, de um passado distan-te, simbolicamente representado no folclore e na gastronomia da cidade de Gramado. O even-

na estante

agenda culturalPaRliamONEcon l’Avvocato Giuseppe Fusco

[email protected]

anChe noi vogliamo la luna

opinião serviço

frases“Non sono incinta, sono grassa. Ho preso tre chili”

Simona Ventura, conduttrice televisiva, sorridendo divertita all´ipotesi,

rimbalzata sui giornali scandalistici.

“Trata-se de um problema pastoral espinhoso e complexo, uma

verdadeira praga do ambiente social contemporâneo que vai, progressivamente, corroendo os próprios ambientes católicos”

Papa Bento 16, sobre novos casamentos de divorciados, no documento

Sacramentum Caritatis.

to acontece de 15 de março a 1º de abril. lo-cal: Praça das Comunicações, Gramado. Outras Informações (54) 3286-3154 ou através do e-mail [email protected]

vinitaly 2007 O salão Internacional dos Vinhos e Destila-dos, que ocorre desde 1967, é uma feira para realização de negócios e tem por objetivo de-

tectar as tendências do setor e as novidades do mercado. Durante o Vinitaly, os produtos serão apresentados aos profissionais do setor. Estarão em exposição, vinhos de todas as re-giões da Itália, além de franceses, austríacos, alemães, portugueses, húngaros, americanos, chilenos, australianos, entre outros. De 29 de março a 2 de abril, em Verona. Horário: das 9h às 18h30min. Mais informações 045 8298111. E-mail: [email protected]

Em nossa viagem à Itália, em outubro de 2005, minha mãe, Ilza Alves, e eu conhecemos diversos lugares. Esta foto eu

tirei em Pisa, na Praça dos Milagres, com a torre ao fundo. É um país inesquecível! Valeu a pena estar lá!

Ronald Alves, Rio de Janeiro - RJ

click do leitor

cartas

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

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uivo

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“Seguindo a sugestão da coluna do pro-fessor Júlio Vanni, publicada na últi-

ma edição desta respeitada revista, fui con-ferir o Carnaval Veneziano da Casa D’Itália de Juiz de Fora, juntamente com alguns ami-gos descendentes, no dia 09/02. A festa foi ótima com comidas típicas, apresentação de danças folclóricas italianas, concurso de máscaras e o encerramento com marchinhas carnavalescas do brasil.

RAul SAlleS,Pequeri, MG,

por e-mail

“Lendo o artigo sobre turismo na re-vista “ComunitàItaliana” nº103,

me chamou a atenção a vontade do sr. Gennaro Avella [Ente Amministratore per il Turismo - Salerno], de estimular o tu-rismo de retorno fazendo com que os des-cendentes de italianos, como eu, conhe-çam suas origens.

Parabéns a todos da revista Comuni-tàItaliana!”

AnA luciA c. Bellei, Juiz de Fora, MG,

por e-mail

“Gostaria de manifestar minha satis-fação ao ler a matéria sobre a Fena-

vinho na edição de fevereiro. O texto estava muito bem escrito e dinâmico. Foi muito in-teressante descobrir como a comunidade ita-liana consegue preservar sua identidade, mas sem deixar de pensar no futuro, em novas realizações.

Espero que mais reportagens fora do eixo Rio-são Paulo sejam realizadas.”

SilViA VilAnoVA, Niterói, RJ,

por e-mail

Molti connazionali residenti in Italia vo-gliono la luna, magari anche in fondo al

pozzo, ma la vogliono.A volte piena, a volte nascosta, crescente

e mancante, il satellite lunare pare che go-verni la vita terrestre, la maree, forse anche i terremoti, senz’altro gli umori e i capricci di tutti noi, politici e burocrati compresi.

Per la veritá, vogliono la luna non perché fa sognare, ma perché fa gonfiare, tanto che, spes-so, gli altri dicono: non farci caso, è un lunatico.

Il lunatico inventa la politica che è l’arte di sconfiggere gli avversari, distruggere il ne-mico e mantenere il potere.

Per questo, si trasforma in lupo mannaro, ma anche in volpe, serpente, iena e avvol-toio, e siccome tutto si trasforma e niente si distrugge, la foresta politica ospita questa grande varietà di fauna affamata.

la luna che noi vogliamo, invece, è quella che ci fa sognare. Ecco un sogno: un’ammi-nistrazione al servizio del cittadino e non un apparato che soffoca, lontano, freddo, a vol-te prepotente, lunatico, capriccioso, vendica-tivo, arrogante e pedante.

Un’amministrazione di servizio, e non so-lo di funzioni, che invece di dettare, parli, che al posto di inveire, spieghi, che invece di umiliare, si umili. Che bel sogno!

Il cittadino non fa voli pindarici, in fondo si accontenta di poco e questo ‘poco’ lo vuole ben fatto.

tutto questo mi è venuto in mente, do-po alcune telefonate di cittadini italiani, di-

ciamo, alquanto perplessi e (vogliamo dirlo?) timorosi e in conflitto con qualche ammini-stratore pubblico.

Che dire? tutte le Amministrazioni Pub-bliche hanno il compito di fornire i servizi necessari affinché il cittadino possa eserci-tare concretamente i suoi diritti e doveri: a questo serve la burocrazia amministrativa: organizzare, rispondere, facilitare, risolve-re, garantire. Invece convoca, intima, cita, notifica, apre la pratica e non la chiude più, manca sempre un certificato, un timbro, una legalizzazione, una marca da bollo, un rinvio, un richiamo, una circolare ministe-riale K 28.

Va bene cosí, dottoressa? Ma che scherza, caro Signore. Ma Lei si deve informare. Non può ignorare che il Dipartimento per le Libertà Civili e l’Immigrazione, Direzione Centrale dei Diritti Civili, la Cittadinanza e le Minoranze, del Ministero degli Interni, dice che noi dob-biamo acquisire ogni utile elemento in ordine alla sussistenza dei suoi requisiti, pertanto lei è invitato a produrre ulteriore idonea docu-mentazione.

Ma... Buongiorno e non mi faccia perde-re tempo. Allo sportello potrà ritirare i moduli necessari.

Ecco, appunto, la garanzia delle libertà civili debitamente protocollate, timbrate, si-glate e archiviate. Meno male che anche oggi è finita. Ma che vo’ tutta ‘sta gente? La luna? Miracoli? Figuriamoci, manco i Santi li fanno più.

Marco Pólo – A Incrível Jor-nada. Marco Polo talvez seja o maior e mais célebre explora-dor de todos os tempos, tendo sido um dos primeiros ociden-tais a chegar à China percor-rendo a Rota da seda. Robin brown conta as histórias do jovem que, depois de perma-necer por 17 anos a serviço do grande imperador Kublai Kahn, volta a Veneza, sendo capturado e feito prisioneiro pelos genoveses. Madras Edi-tora, 190 págs., R$32,90.

Leonardo Da Vinci. Alessandro Vezzosi, diretor do Museu Ideal leonardo da Vinci, nos revela o gênio da Renascença, desde sua infância, na Itália, até sua mor-te, na França. Dono de uma vasta obra, Da Vinci foi autor de frases como “Nunca o homem inventará nada mais simples nem mais be-lo do que uma manifestação da natureza. A necessidade divina, pelas suas leis, compele o efeito a derivar da causa pelo caminho mais curto”. Editora Objetiva, 160 págs., R$36,90.

enquetePesquisa mostra que católicos apoiam união gay, mas Vaticano mantém oposição. Você acha que:

52,6% - A igreja deve, sim, manter sua posição pela defesa do casamento,

presente em sua doutrina.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 23 a 27 de fevereiro.

47,4% - A Santa Sé está indo longe demais e pode interferir numa decisão

que é parlamentar.

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articolo

Il quinquennio di governo della Casa delle libertà, con-cluso a metà 2006, era stato caratterizzato dalla stabilità

politica [leadership di Berlusconi con nitide maggioranze a Came-ra/Senato] e da una sconfortan-te staticità economica che, in un contesto mondiale di generale espansione, aveva fatto perdere all’Italia molte posizioni.

Pareva quindi logico che le elezioni dello scorso anno, anche sulla base dei precedenti risul-tati regionali, avrebbero portato ad una netta vittoria dell’Unione di centrosinistra, mentre ne è in-vece scaturita una risicatissima maggioranza per la prevalenza mediatica dello scatenato berlu-sconi, ottimo e spregiudicato co-municatore, su Prodi - certo pre-parato specie dal punto di vista economico -, ma impacciato nel-le presentazioni e condizionato dalle scomode frange di estrema sinistra del suo schieramento.

Inoltre berlusconi riusciva in extremis a far approvare una nuova legge elettorale che ac-centrava sui partiti la designa-zione dei rappresentanti popolari ed assicurava una larga maggio-ranza allo schieramento vincente alla Camera, mentre per il senato prevalevano criteri proporzionali con conseguenti difficoltà a le-giferare, anche considerando le posizioni spesso controcorrente della sinistra dell’Unione.

Oltre alla staticità economi-ca, la Casa delle libertà lasciava una pesante eredità di aumento del deficit e spese pubbliche, per cui – anche per precise esigenze europee – il primo provvedimen-to del nuovo governo consisteva in una laboriosa ed impopolare legge finanziaria nell’intento di riportare il deficit entro i limiti tollerati del 3% annuo, dovendo-si così aumentare l’imposizione fiscale, paralizzare varie opere pubbliche, impegnarsi in un pro-gramma di repressione dell’eco-nomia informale e di ripristino

Burrasche e crescitadella concorrenza in varie cate-gorie in cui prevalevano interessi corporativi. Nel contempo, veni-va esclusa la possibilità di futuri condoni per le tante irregolarità italiane, procedimento questo che era stato largamente utiliz-zato dal governo uscente.

Detta legge finanziaria ve-niva faticosamente approvata a costo di un crollo della già scarsa popolarità del governo, seguendo poi tutta una serie di provvedimenti di carattere assai delicato e polemico: l’interven-to militare italiano in libano sotto l’egida dell’ONU; il pro-gressivo ritiro del contingente italiano in Iraq; il rinforzo di quello in Afganistan, peraltro con finalità di aiuto e solida-rietà alla popolazione locale, escludendosi la guerra ai tale-bani; il preteso rafforzamento della base militare americana di Vicenza; il riconoscimento delle coppie di fatto, con conseguen-te violenta reazione della Chie-sa cattolica in aperta polemica con lo stato italiano. Inoltre, dovrebbe essere sensibilmente aumentata l’età di pensionamen-to, problema questo affrontato con insufficiente determinazione dal passato governo, considerata l’insostenibilità dell’attuale si-

stema previdenziale anche per il dilatarsi dei limiti vitali.

Per fortuna, in questo quadro di enormi difficoltà dal quale non sappiamo come il governo potrà uscire, emerge come provviden-ziale ancora di salvezza l’inaspet-tata ripresa economica italiana iniziata dall’avvento del governo Prodi da metà 2006, che ha fatto registrare un incremento del PIl del 2% nell’anno, risultato questo che dovrebbe ripetersi anche nel 2007, nonostante la nuova legge finanziaria. si tratta di un livello ancora al di sotto delle media dei paesi europei, che si sviluppano da anni sulla media del 2,5%, trattandosi comunque di un’in-versione di tendenza che dà adito a speranze più che mai necessarie in questo travagliato periodo.

Difficile capire che cosa real-mente stia accadendo: berlusconi sostiene che il merito sia del suo governo, specie imputabile alla regolamentazione del lavoro pre-cario e al rilancio dei lavori pub-blici. Prodi ritiene che invece la causa principale sia l’avvento del suo governo con il serio impegno ad affrontare concretamente i

tanti problemi economici e politi-ci in essere. Montezemolo, Presi-dente della Confindustria, indica le industrie come principali arte-fici della svolta, in quanto [per affrontare la concorrenza asiati-ca] puntano ora sulla specializza-zione in prodotti di alta qualità e su cooperazioni internazionali.

Personalmente ritengo che, oltre a questi fatti, stia influendo sulla ripresa economica la crescen-te disponibilità della popolazione ad indebitarsi con le banche, fe-nomeno questo reso possibile dai bassi tassi d’interesse [nel 2007 l’inflazione dovrebbe essere infe-riore al 2%] e finora poco conge-niale alle tradizioni di risparmio italiane. E cioè, il potere acquisi-tivo fortemente depauperato dopo l’avvento dell’Euro, tenderebbe a ripristinarsi mediante un soppor-tabile indebitamento, come d’al-tronde già avvenuto da tempo in UsA e in Europa. Potrà trattarsi di un fatto positivo e durevole, pur-ché mantenuto in limiti ragione-voli.

Berlusconi sostiene che il merito sia del

suo governo [...] Prodi ritiene che invece la causa

principale sia l’avvento del

suo[...]

opinione

Ezio MaranEsi

Perdere i chili in più dipende dal suo orgoglio e dalla sua disciplina

L’Italia è tornata in pos-sesso, grazie a Dio, di questo splendido gioiel-lo. Era scappato alcuni

anni fa dalle brume milanesi, che pure l’avevano cullato e blandi-to. Gente buona, i milanesi, che avevano accettato le sue scap-pate notturne e i suoi frequenti strappi muscolari. Aveva ripagato con i gol, ma non era riuscito a dare lo scudetto alla sua squadra. Pianse, e attratto dalle dorate si-rene madrilene, preferí scappare, tra pochi rimpianti e molti insul-ti. Fu “venduto” a peso d’oro, a una media di circa 600.000 eu-ro al chilo. tenendo conto che i suoi piedi, quando funzionava-no, valevano veramente oro, c’è da chiedersi quali altre parti del corpo valessero molto meno. Ho conosciuto lara, casualmente, a Milano nel novembre scorso. È stata Miss brasil verso la fine degli anni ’80. stava terminando un libro, pubblicato poi da RCs a Natale. lara, bella ragazza, andò a Milano per inserirsi nel mondo della moda. Ebbe le sue fortu-ne e le sue storie, che racconta nel libro. Visse per qualche tem-po nel bel mondo milanese, fre-quentato anche dal nostro eroe. Per quanto mi disse lara in ante-prima, il nostro “fenomeno” sul prato di san siro non era altret-tanto fenomenale in altri prati. Ma fuggiamo dal gossip; se avete occasione comprate il libro. È in-teressante.

Ora Galliani, fronte alta [anzi altissima, senza fine] delle perso-ne che vedono lontano, lo ricom-pra, a un prezzo per chilo dieci volte inferiore. Infatti, il prezzo complessivo è franato e il peso è aumentato. Galliani afferma che, con questa operazione, rilancia il Milan sul piano mediatico. Ci dobbiamo credere: Galliani cono-sce il suo mestiere. È probabile che l’astro porti contratti di pub-blicità in misura tale che finisca col non costare nulla. Anzi, che sia un asset redditizio. se poi fa-

rà anche i gol, sarà l’affare del secolo. tre anni di pallone d’oro e l’appellativo di “fenomeno” se li è guadagnati; quindi i mezzi tecnici li possedeva. Qualcosa deve essere rimasto: dipende dal suo orgoglio e dalla sua discipli-na perdere i chili in più che gli anni, ahimé, gli possono consen-tire di perdere e non cedere al-le sirene milanesi che già l’han-no condotto, lui come Adriano, a perdere il cammino della rete.

Non credo, viste le premesse, che ci sia ancora qualcuno che pensa al calcio come sport, ma non è grave. Un Milan più me-diatico significa un Milan che si “vende” meglio a chi vuol com-prare i diritti televisivi, i suoi gadgets, le sue partite amiche-voli, l’entrata agli stadi. Ronal-do come Pavarotti allora, come il pianista Pollini, come baglioni o Albertazzi. E cosí sia, ci sta pure bene; il calcio come show. Inve-ce di andare a teatro, al concer-to, al cinema, andiamo alla par-tita per vedere giocare il calcio delle stelle, che si suppone sia un buon calcio. Non c’è più posto per il tifo: che senso ha essere ti-fosi dell’Inter di Milano se non ci gioca un solo milanese, anzi non un solo italiano quando Mataraz-zi ha il mal di pancia? O del Mi-lan, del Real Madrid, del Chelsea, ecc. che sono più o meno nella stessa situazione? sono i miliar-di e il buon senso dei “padroni” che fanno vincere o perdere par-tite e campionati. Allora vale la pena fare il tifo per Moratti, per berlusconi, per Abramovich, ecc. anche se tifare per Abramovich a londra non avrebbe molto sen-so. Poiché il calcio dà notorietà e appaga il desiderio di potere, ci sarà un’inflazione di nuovi pa-droni disposti a scucire milioni di euro per essere sui giornali e nei cuori delle anime semplici che esultano quando la legione straniera vince. Non è per caso che i ricchi texani cominciano a contendersi i club inglesi; chi li

conoscerebbe altrimenti, nono-stante i loro miliardi, al di fuori della loro provinciale Houston?

Il fenomeno si esibirà quindi sul palcoscenico dello stadio G. Meazza con una paga che persino Pavarotti, sul palcoscenico del-la scala, manco si sogna. Farà i suoi acuti, le sue stecche, e pas-serà alla cassa. E noi esultere-mo, o imprecheremo, a seconda che la palla abbia passato, oppu-re no, la linea bianca della por-ta. Ho deciso che farò un ciclo di sedute di analisi per capire le profonde motivazioni di questo nostro comportamento irraziona-le. Potrebbe essere, per esempio, che il cattivo che sempre alber-ga nel fondo della nostra anima veda, nei 22 giovanotti in mu-tande, l’attore oltre che l’atle-ta: se infatti gli sfiori il viso lui frana al suolo, rotolando sei vol-te, contorcendosi nel dolore più atroce, guatando tra le palpebre socchiuse per vedere se l’arbitro ha abboccato. Oppure apprezzi il fulgido esempio di Marado-na che frega gli avversa-ri e l’arbitro, facendo un gol “malandro” con la manina, e se ne vanta. Op-pure il vile che sgambetta l’av-versario da dietro, o gli strappa la maglia per-ché è colpevole di essere più veloce di lui. Il calcio come scuo-la di vita: impa r i a -mo come si fanno i soldi fre-gando il pros-simo anche quando il QI e la buona educazione non aiu-tano.

Il mondo moderno, at-traverso i suoi media, ci propone come esem-pio questi modelli. Ci parla dei flirt

RonaldinhoFranco Urani

Un quadro di enormi difficoltà dal quale emerge un incremento del Pil

di Vieri, che non trova da tem-po il cammino della rete ma tro-va quello del cuore, si fa per dire, delle “veline” televisive, o aspi-ranti tali, ci racconta del Feno-meno, che affitta un intero ca-stello francese per uno sfarzoso matrimonio che dura alcune set-timane, ci infligge Maradona, lautamente pagato dalla RAI per ballare con le stelle, ma è co-stretto a scappare perché il fisco insiste affinché paghi le tasse. se il nostro circo, con i suoi fu-namboli e pagliacci, si limitas-se a questi flash educativi, an-drebbe anche bene. Il problema è che i nostri eroi hanno anche cose profonde da dire, e i media li provocano per farli parlare e raccontarci come si fanno i soldi. Alla faccia di tutto ciò, milioni di italiani, me compreso, attendo-no trepidanti la “giostra dei gol” della domenica mattina. Devo pro-prio confermare l ’ a p p u n -tamento con l’ana-lista; non c’è tempo da perde-re.

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soresse sono uscite per fare una passeggiata per le vie di Avana. Ad una è venuto mal di pancia e ha trovato rifugio in una casa. la famiglia le ha ceduto il bagno. Non c’era la carta igienica, ma quella da pacchi sì. l’altra professores-sa ha commentato: “Che orrore, questa gente non ha nemmeno la carta igienica”. E la donna ospita-ta ha reagito dicendo: “Ma hanno la casa”. sono convinto del fatto che il 90% dei problemi del socia-lismo cubano si devono al blocco del governo degli UsA. Dicono che l’internet è il più democratico spa-zio del mondo. Ma cerca di com-prarci qualcosa di cubano...Lucchesi — Tra le sue occupazio-ni, come e quando è sorta l’idea del romanzo? C’era un’urgenza di trasfigurare la realtà, o di una po-etica che si definisce in se stes-sa, da quando è venuta fuori l’idea della tuba, soffio e allucinazione?FB — Magari sapessi l’origine delle mie allucinazioni... Faccio sempre meno altre cose e scrivo sempre di più. Da 20 anni riserbo 120 giorni all’anno – non di se-guito, ma sono sacri – solo per scrivere. E sono impadronito da molti angeli e demoni. E credo che la mia vocazione letteraria sia quella del romanzo, della nar-rativa. sicuramente il mio pros-simo libro, che uscirà a giugno (e di cui preferisco non parlare), sarà il mio ultimo saggio. Do-po... lascerò che i tori emergano nell’arena dell’incosciente.Lucchesi — Qual è la sua aspet-tativa per il nuovo film che par-te proprio da un momento dram-matico della nostra storia, in cui i domenicani hanno svolto un ruolo così nobile e coraggioso?FB — “battesimo di sangue”, tra-dotto in Italia dalla sperling & Kupfer di Milano, è appena stato girato da Helvécio Ratton, con la sceneggiatura di Dani Patarra. l’ho già visto tre volte. È impattante. Al Festival di brasilia ha portato la platea ad applausi intensi e pianti convulsi, vincendo i premi di Mi-glior Regia e Miglior Fotografia (lauro Escorel). A tiradentes non ha concorso, ma ha chiuso la Mos-tra di Cinema provocando la stes-sa reazione. sono molto felice del risultato, per il quale ci ho tenuto a non influire. Finché il governo brasiliano resiste all’apertura degli archivi della dittatura, l’arte lo fa con molto talento e coraggio.

marco lucchesi / intervista

Un Toro nell’Arena dell’IncoscienteMarco Lucchesi — Frei

Betto, dopo aver rilet-to il suo bello e dolo-roso libro Batismo de

sangue [Battesimo di sangue], così come Cartas da prisão [Lettere dalla prigione], le do-mando, dove sono oggigiorno i legittimi nuclei di resistenza, i venti dell’utopia, le richieste di trasformazione? Da dove rico-minciare?Frei Betto — sono convinto del fatto che l’essere umano nasce con un difetto di fabbrica. È nel primo capitolo della bibbia, nel libro della Genesi, ed è chia-mato peccato originale. Quindi, non penso che possiamo crede-re che, un giorno, diverrà reale l’utopia dell’uomo e della don-na nuovi, figli del matrimonio fra Ernesto Che Guevara e san-ta teresa d’Avila. Comunque so-no stati fatti passi in avanti: i diritti umani, la preoccupazione con la preservazione ambientale, la schiavitù e la tortura consi-derati reati non patteggiabili e non depenalizzabili, ecc. Questo è un segno del fatto che i nu-clei di resistenza sono vivi. Ad esempio, la primavera democra-tica in America latina, ove il po-polo rifiuta le antiche oligarchie e vota “gente che ci somiglia”. Il più espressivo nucleo di resis-tenza è il Forum social Mundial. Ma esso si rende capillare grazie a movimenti popolari, indigeni, donne, neri, ecologici, artisti-ci, ecc. Come la fenice, deve ri-cominciare sempre, e credo che una buona porta d’entrata sia la metodologia dell’educazione po-polare del professor Paulo Freire. È quella che lula applica nel suo

governo. È quella che permet-te agli oppressi di conquistare l’autostima. È quella che per-mette all’utopia di essere uto-pia. se vogliamo passare dalla democrazia rappresentativa a quella partecipativa, dobbiamo rafforzare i movimenti popolari e i meccanismi di controllo del governo e dello stato.

Lucchesi — Dopo A obra do ar-tista [L’opera dell’artista] e En-tre todos os homens [Tra tutti gli uomini], vedo più forte una com-prensione che include nella sua riflessione la disuguaglianza, l’ecologia, l’ordine cosmico, co-me Boff, come Mathew Fox in un altro senso. Ma lo sento sempre più vicino alla sintesi di un Er-nesto Cardenal (sto pensando al Cântico cósmico)...FB — Non sono né teologo, né scienziato, sono un pellegrino di Dio a cavallo del paradosso. sono più cuore che ragione, più narrativa che saggistica. I rigo-ri dell’accademia mi stancano, mi stufano... Voglio promuovere

l’indissolubile matrimonio tra in-tuizione ed emozione, espresse nell’estetica dell’immaginazione. È ciò che cerco faticosamente attra-verso il mio tessuto letterario. Il paragone con Cardenal – un amico caro – è immeritoria e, allo stesso tempo, onorifica. Magari potessi bere dalla stessa fonte dell’Io pro-fondo in cui lui si ubriaca.Lucchesi — Un articolo molto equilibrato ed aperto al dialo-go ha ventilato la possibilità di buone sorprese con papa Bene-detto XVI...FB — Non posso scrivere con preconcetti. È ancora presto per giudicare benedetto XVI, e l’unica enciclica che ha scritto, sull’amore, mi sembra un passo in avanti, considerando i precedenti moralisti della Chiesa Cattolica. spero in Dio che, in questa visita al brasile a maggio, lui confermi la linea sociale di Giovanni Paolo II, che ha condannato il neolibe-ralismo, l’invasione dell’Iraq e si è mantenuto equidistante in re-lazione alla Casa bianca.Lucchesi — Mi dica come defini-rebbe oggi la figura di Fidel Cas-tro partendo dalle sue ultime pa-role in Fidel e a religião [Fidel e la religione]...FB — sono amico di Fidel e il 2 febbraio sono tornato da Cuba, dove ho partecipato al Congresso Mondiale di Pedagogia. Fidel è un leader carismatico che è riuscito a dare dignità a tutto un popolo. la Rivoluzione cubana presenta molti errori, ma le conquiste sono infinitamente maggiori. basti dire che tutta la popolazione ha i dirit-ti basici assicurati: alimentazione, sanità ed educazione. In questi giorni del Congresso, due profes-

“Dicono che l’internet è il più

democratico spazio del

mondo. Ma cerca di comprarci qualcosa di

cubano...”

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In questa intervista, il teologo Frei Betto parla di trasformazione, disuguaglianza, e anche di suoi libri come “Battesimo di sangue” che è appena stato girato

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turismo

Ao desembarcar da balsa que atravessa o silencioso rio buranhém, o “admirá-vel mundo novo” começa.

Porto seguro, na bahia, caracte-rizada pelo turismo de massa, dá lugar a uma pequena vila cuja cal-maria é constante. Arraial d’Ajuda é famoso pelo charme, pelo esti-lo tropical, pelo colorido presen-te nas lojinhas e, principalmente, pela rusticidade. É esse conjunto que tem deixado os italianos cada vez mais apaixonados pelo distri-to, localizado na Costa do Desco-brimento, onde nasceu o brasil.

E a paixão italiana por Arraial tem sido cultivada e, conseqüen-temente, dado frutos. se ao ca-minhar pelas ruazinhas da vila é comum escutar “grazie”, “prego”, “ciao” e “andiamo”, não é estra-

amor à primeira vista

Arraial d’Ajuda

Italianos e descendentes se encantam com o distrito de Porto Seguro, na Bahia e, além de passear, decidem morar, investir e explorar a região

nho perceber o quanto o lugarejo deixou nossos “fratelli” encanta-dos a ponto de passarem de turis-tas para investidores do local.

Para se ter uma idéia, o único resort de Arraial tem como pro-prietário o descendente de ita-lianos Carlos Niquini. Há cinco anos, o Arraial Eco Resort, cená-rio da novela global Paraíso tro-pical, passou por uma reformula-ção que inclui também o parque aquático existente na vila.

— surgiu a oportunidade de comprar o hotel. Fizemos refor-mas, ampliamos os quartos. Antes, era um hotel direcionado para o que acontecia em Porto seguro. Eu penso diferente, acho que temos de valorizar Arraial — conta Niquini.

Mineiro de Ouro Preto, o em-presário deu um giro de 180 graus

no dia-a-dia do Distrito. Com 100 por cento de suas instalações ocupadas, o resort atrai turis-tas dos quatro cantos do mundo, principalmente italianos.

— Eles têm sido a grande maioria dos hóspedes. Isso acon-tece devido aos vôos charters [vôos fretados] — diz.

A vontade de ajudar no desen-volvimento de Arraial é tão grande que Carlos comprou um caminhão compactador de lixo, pois, os de-tritos eram recolhidos num cami-nhão com caçamba. Por dois anos, contratou pessoas para fazer o re-colhimento de graça. A prefeitura pagava somente o combustível.

— Foram dois anos pagando por este serviço. Depois disso, parei e disse: agora é com a prefeitura. Hoje, ela tem o próprio caminhão.

O espírito empreendedor de Niquini o fez acreditar que a alma do negócio é não deixar o turis-ta enclausurado no resort. Apesar de todos atrativos do hotel, há um diferencial, fazer o hóspede aproveitar os prazeres de Arraial d’Ajuda em vez de curtir uma pis-cina o dia todo.

— A idéia é oferecer o conhe-cimento do local. Por isso, dispo-nibilizamos transporte gratuito para a cidade e balsa particular. Acho que, talvez, fazer isso seja uma grande idéia. É uma questão de responsabilidade social. Criar uma região que se complete como destino turístico — afirma Carlos.

A intenção de Carlos se con-centra, justamente, na contra-mão dos grandes hotéis. Para o mineiro, o resort pode apresentar

todas as possibilidades para os hóspedes: ter sauna, piscina, sa-la de massagem, salão de beleza, dois restaurantes, salão de jogos, mas “oferecer o conhecimento do entorno, que é riquíssimo, é uma forma de ajudar no crescimento do lugar”.

Mas se você pensa que só o resort faz parte da vida de Niqui-ni, está enganado. Quando com-prou o hotel, o empresário “le-vou” junto o parque aquático e ainda um terreno ao lado. Carlos terceirizou os serviços e acabou com as dívidas do parque. No ter-reno, teve a idéia de construir um condomínio residencial, onde o ex-piloto e amigo pessoal Emer-son Fittipaldi comprou uma casa.

— Quem for proprietário de uma casa no condomínio vai ter

acesso ao parque aquático e ao haras. A idéia é fazer do condo-mínio um lugar para relaxar. O Emerson ficou encantado pelo lugar e logo quis comprar a casa, assim como seu genro, o piloto italiano Max Papis — revela.

Quando o assunto é Itália...Uma certa euforia toma conta de Carlos Niquini. seu sobrenome “aportuguesado” , já que o origi-nal era Necchini, guarda lembran-ças do avô italiano, da cidade de Manerba del Garda, na província de brescia, na lombardia.

— Depois de muito tempo retomei os contatos com meus familiares descendentes da Itá-lia. sabe que conseguimos reu-nir cerca de 400 pessoas da fa-mília numa festa de reencontro?

Foi muito bom! — declara entu-siasmado.

sobre a presença massiva de italianos em Arraial, Carlos afir-ma que o lugar é aconchegante, tranqüilo e isso atrai os turis-tas. O maestro Renzo Arbore, por exemplo, já esteve várias vezes no local.

— Aqui no hotel sempre te-mos muitos italianos hospeda-dos. O Renzo Arbore sempre apa-rece por aqui. Ele adora Arraial

— salienta Niquini que, apesar de não falar italiano, diz apreciar bastante a gastronomia, a músi-ca, ou seja, a cultura do país de seus antepassados.

Ao longo de seus 51 anos e com três filhas, pode-se dizer que o mineiro, proprietário de um ho-tel em Ouro Preto, mora em Ar-raial d’Ajuda, onde tem uma casa e o resort para se hospedar, mas também passa alguns dias na ci-dade mineira.

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— Eu sou apaixonado por es-se lugar. Aqui tem uma qualidade de vida muito boa. Estou o tem-po inteiro no hotel e sabe o que eu tenho de mais precioso? Os meus funcionários. A forma como eles trabalham, sempre dispostos a ajudar, não tem preço — fala.

“Invasão” italianaAlguns turistas italianos conhecem Arraial d’Ajuda, voltam várias vezes, e só depois acabam se rendendo e comprando um imóvel. Outros não pensam duas vezes e, de primeira, garantem o retorno com direito à hospedagem em casa própria.

— Os italianos correspondem a 40 por cento de nossos clientes. E quando eles compram é de dois lotes pra cima. Já cheguei a ven-der 22 lotes para um só italiano. Eles se interessam muito pela par-te ecológica, pelo calor e pelo po-vo — declara a consultora luhana bunussi, do Villas do Arraial, em-presa que comercializa terrenos no distrito.

segundo luhana, Arraial d’Ajuda “é a esquina do mundo, onde todos se encontram”.

— É possível encontrar ar-gentino, polonês, francês, chi-leno. Italiano é o que não falta — informa.

se a vilazinha satisfaz a to-dos e já agradou aos seus olhos, é bom saber que um lote, no lo-cal, custa em média R$ 37 mil.

— Os preços variam muito e, a cada dia, tem um italiano comprando — diz a descenden-te luhana que, há 14 anos, che-gou em Arraial e, como muitos, se apaixonou e ficou.

Tranqüilidade e charmeDa balsa ao pequeno centro de Arraial são quatro quilômetros. Durante o percurso, ao longo das praias do Apaga Fogo e Araçaípe, inúmeras pousadas e casas fazem parte da decoração local. A Estra-da da balsa termina numa ladeira que leva ao centro histórico. Isso porque, na época da colonização, os portugueses se “hospedavam” no alto de um morro e não à bei-ra-mar, pois assim, seria melhor a visão do Atlântico e da terra. Aos poucos, a vilazinha foi cres-cendo em direção ao mar. É na

estrada do Mucugê que Arraial “acontece”. Restaurantes minei-ros, comidas espanholas, austrí-acas, francesas, japonesas e, cla-ro, italiana.

Alguns italianos chegam e vol-tam inúmeras vezes a passeio, ou-tros vêm e não querem ir embora. E se vão, é para ficar seis meses na Itália e, depois, o mesmo tempo no lugarejo, tamanho o encanta-mento por Arraial. Como aconteceu com a fisioterapeuta aposentada Gabriella Carbone, de 66 anos.

— Estive pela primeira vez aqui em 1989 e me apaixonei. Conheci vários lugares no brasil, até mesmo o Rio de Janeiro, mas Arraial é maravilhoso — define a italiana de Roma.

Ela ficou tão admirada com a beleza do distrito que resolveu abrir uma pousada. O prazer de cuidar da estalagem era maior do que o montante lucrado para a italiana.

— O que mais me chamou a atenção aqui, além da beleza e do charme, foram a segurança e a tranqüilidade que o local sempre me passou, mas um dia a pousa-da foi assaltada e resolvi fechar — confessa.

Apesar de ter sofrido com a violência no brasil, Gabriela afir-ma amar o país e o povo. Não é por acaso que, mesmo depois de fechar a pousada, a italiana con-tinua em Arraial. O terreno on-de a estalagem era localizada foi vendido e, no mesmo local, foi construído um condomínio resi-dencial onde a senhora Carbone possui uma casa.

— Aqui fico seis meses e os outros seis vou para a Itália. Du-rante esse período, a casa fica alugada. Gosto muito daqui, das pessoas. Arraial cresceu muito desde quando cheguei e eu acom-panhei esse crescimento — diz.

E cresceu mesmo, mas o cres-cimento é de forma diferente das cidades turísticas mais badala-das do país. se as demais aca-bam perdendo a autenticidade do local, Arraial valoriza cada vez mais o que tem de melhor: o estilo tropical.

— É a primeira vez que ve-nho a Arraial. As pessoas aqui são gentis, alegres. tem um am-biente muito bom! Quero voltar mais vezes. seria maravilhoso ter uma casa aqui — encanta-se o italiano de Pisa, Claudio Madon-na, de 41 anos.

Para o empresário de livor-no, Andrea Creatini, de 40 anos, há uma diferença em se hospedar em Arraial d’Ajuda.

— Já visitei vários lugares do litoral brasileiro. Uma vez fiquei em Porto seguro e agora estou numa pousada em Arraial. Ficar aqui é mais vantajoso porque vo-cê pode escolher entre um pro-grama mais calmo ou atravessar o rio e curtir a noite de Porto. Aqui, a sensação é de paz — explica.

Mas, se do outro lado do rio tudo é mais popular e os jovens se divertem o ano inteiro com ba-dalações em ritmo de axé, em me-nos de 10 minutos o turista troca os trios elétricos pela MPb, pelo reggae e até mesmo pelo rock.

turismo

Mas, se quiser, nas praias do Mu-cugê e Parracho, os mestres do axé dão suas caras animando o público que deseja “balançar o esqueleto”.

— Cada lugar tem a sua ca-racterística. se Porto seguro é mais movimentado com o turis-mo de massa, Arraial é mais cal-mo e tem um público mais sofis-ticado. são aquelas pessoas que já têm um padrão de vida esta-bilizado e chegam para curtir e descansar, mas que podem atra-vessar o rio e estar em Porto a qualquer momento — garante o secretário municipal do litoral sul, Heitor siqueira.

segundo o secretário, há um projeto conhecido como “Quatro destinos em um só lugar”, que corresponde a Porto seguro, Ar-raial d’Ajuda, trancoso e Caraíva, incentivando o turista a conhe-cer a Costa do Descobrimento.

— temos cerca de 200 pou-sadas, só em Arraial, que ofere-cem serviço com conforto. Os italianos adoram isso aqui. Re-cebemos cerca de 80 mil turis-tas no verão e cerca de 20% são italianos. Eles procuram um lu-gar diferente e Arraial tem uma relação mais artesanal, tem uma boa variedade na gastronomia — revela.

Direto da SicíliaDepois de passar por são Paulo, pelo Pará e pelo sertão paraiba-no, o italiano de Palermo, Fabri-zio Abbate desembarcou em Ar-raial d’Ajuda e dali não saiu mais.

O chef é proprietário do restau-rante Don Fabrizio, localizado na Estrada do Mucugê, reduto dos que gostam e sabem apreciar a noite de Arraial.

— Aqui tive a oportunidade de ter meu restaurante e deu cer-to. Vir para o brasil foi um gran-de desafio — emociona-se.

Há quase 15 anos morando em terras brasileiras e 36 anos de ex-periência na cozinha, o chef é um italiano apaixonado por Arraial.

— Eu amo isso aqui. Não te-nho nem palavras — diz.

A gastronomia local é mar-cada por variedades da cozinha internacional e, claro, comida baiana. No restaurante de Fabri-zio, onde há uma adega própria, os clientes podem aproveitar uma autêntica massa italiana, frutos do mar e diversos tipos de carne.

— Eu dou aos meus pratos a cor e o sabor da minha vida — completa.

O cenário tropical, a varie-dade de bares, as casinhas co-loridas e a fala mansa do baia-no que atende o turista com o maior prazer são responsáveis pela paixão dos italianos por Ar-raial. É um conjunto de fatores que compõem um clima prazero-so de conhecer o lugar e... por que não voltar? Aliás, por que não ficar?

Breve históriaArraial é um povoado típico dos aldeamentos jesuíticos do sé-

culo 16. sua história começou com a construção da igreja que recebeu a primeira romaria do brasil e, hoje, recebe cerca de 15 mil romeiros da bahia e de todo o país.

logo após a construção da igreja de Nossa senhora d´Ajuda, em 1549, ao seu redor foram construídas casas, que além de abrigarem os jesuítas, serviram também para o trabalho de catequese dos índios.

O santuário católico de Arraial d’Ajuda é considerado o mais anti-go do brasil, cuja romaria acontece a partir de 6 de agosto, com o ápi-ce da festa em homenagem à santa padroeira no dia 15 de agosto.

Arraial tem uma lenda sobre uma fonte com água milagrosa. Is-so porque, na época da colonização, dois padres construíram uma casa, mas não havia água boa para beber. Certa vez, parte de um morro desabou e ali brotou uma fonte de água potável.

O milagre foi atribuído à Nossa senhora d’Ajuda. A lenda diz que quem se banha na fonte retorna a Arraial.

Não deixar de irQuem visita Arraial d’Ajuda precisa ter em mãos um pequeno

roteiro dos principais lugares, aqueles que valem a pena co-nhecer não apenas pela beleza que faz bem aos olhos, mas tam-bém pelo teor cultural proporcionado por este Distrito, na Costa do Descobrimento.

A igreja de Nossa senhora D’Ajuda foi construída em 1549 pelos jesuí-tas. Em 1772, passou por uma refor-ma. localizada no alto do morro e afastada da costa, o templo possui, no frontão, o medalhão central que invoca a santa, venerada em romaria desde meados do século 16, quando foi descoberta uma fonte milagrosa.

Quem for caminhando pela rua ao lado, chega ao mirante, cuja vi-são panorâmica da pequena Arraial deslumbra qualquer visitante.

todas as praias de Arraial pos-suem uma beleza exuberante, porém, há aquelas mais famosas como as de Mucugê, Parracho e Pitinga.

O Arraial d´Ajuda Eco Parque é o maior parque aquático da América latina, à beira-mar, possui dimensões comparáveis aos existentes nas grandes cidades mundiais de turismo. Com capaci-dade para receber cinco mil pessoas diariamente, conta com di-versos equipamentos de lazer.

Não deixe de passar pela estrada do Mucugê. Há variedades de restaurantes que vão desde a gastronomia japonesa à italiana.

O beco das Cores é um dos points mais badalados da noi-te de Arraial. O lugar tem esse nome devido a uma tradição do século 18, quando as residências se diferenciavam pelas cores. Assim, cada estabelecimento é pintado com uma cor, o que dei-xa o clima local descontraído e alegre. No beco, o turista pode curtir bares e ouvir de MPb a jazz. O que caracteriza bastante a rusticidade do ambiente é o fato de as casas serem abertas, sem paredes que delimitam o espaço de cada um, além de a madeira ser a principal matéria-prima utilizada na decoração. Nada de cadeiras de plástico, por exemplo. localizado na Rua Caminho do Mar, que leva até a praia do Mucugê, o beco das Cores é im-perdível.

Como chegarDe carro - pela bR 101, ao chegar ao Km 772 em Euná-polis, siga para Porto seguro. são mais 62 Km até as balsas. De ônibus – Várias compa-nhias fazem a ligação com são Paulo, Rio de Janeiro, Vi-tória, belo Horizonte, brasí-lia, salvador e as principais cidades da bahia e norte de Minas Gerais. Da rodoviária são mais 3 km até as balsas. De avião - o aeroporto de Porto seguro recebe vôos di-ários da maioria das capitais brasileiras. A tam tem vôo direto de Milão. Do aeropor-to, é só tomar um táxi até as balsas: 4 km.

Carlos Niquini, proprietário do Arraial Eco Resort: um dos descendentes

que investe na região

No canto, o chef Fabrizio apresenta um prato típico de seu restaurante: carne de javali. Ao lado, Claudio Madonna e Andrea Creatini: retorno garantido para Arraial d’Ajuda

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entrevista

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A paixão pela velocidade começou na adolescência. Ele foi o primeiro brasileiro campeão mundial em categorias de ponta no automobilismo internacional. Bicampeão da Fórmula 1, campeão de kart e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis, o neto de italianos da região de Basilicata não deixou o mundo dos carros. Hoje, aos 60 anos, Emerson Fittipaldi, cuida de sua equipe A1 Teen Brasil, além de tratar de questões empresariais, onde se dedica à produção de energia renovável.

A carreira internacional de Fittipaldi começou em 1969, na Inglaterra, quando, aos 22 anos, disputou e sagrou-se campeão da Fórmula 3 inglesa. Logo, seu talento foi reconhecido pelo proprietário da equipe Lótus de Fórmula 1, Colin Chapman, que o contratou no ano seguinte para correr pela sua equipe.

Com uma vida literalmente corrida, Fittipaldi escreveu sua autobiografia intitulada “Emerson Fittipaldi: uma vida em alta velocidade”, pela editora Objetiva. Hoje, mora em São Paulo e na Flórida. Em uma de suas muitas idas à Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, na Bahia, Emerson se encantou com o lugar e decidiu comprar um imóvel. O local, reduto de italianos e descendentes, conquistou o ex-piloto que, volta e meia, aparece por lá para conferir de perto a construção de sua casa, no condomínio Águas d’Ajuda, de propriedade de seu amigo Carlos Niquini.

Mas seu envolvimento com a Itália vai muito além do sobrenome. Emerson diz apreciar a cultura, a gastronomia e a música italianas. Numa entrevista exclusiva à Comunità, ele fala sobre sua relação com o país de seus avós, sua vida pessoal, profissional e, ainda, sobre o amor por Arraial d’Ajuda.

A mil

ComunitàItaliana - Hoje, que relação você tem com a Itália?Emerson Fittipaldi – Eu

adoro a Itália para passear e te-nho muitos amigos italianos. Ob-viamente, adoro a comida italia-na e minha filha tatiana é casada com um piloto italiano chama-do Max Papis, de Varese. Ele foi campeão americano de Daytona Prototype. Deram-me um neti-nho chamado Marco, que eu cha-mo de “ítalo-brasileiro”.

CI – Esses amigos italianos cos-tumam freqüentar a sua casa?Fittipaldi – sim. Principalmente quando morei na suíça durante 12 anos. A maioria de meus ami-gos era italiana e eles iam bas-tante a minha casa.CI – Você foi o primeiro brasileiro campeão mundial, ou seja, abriu as portas para vários compatrio-tas. Qual a sua opinião sobre a atual fase do automobilismo?Fittipaldi – A Fórmula 1 está num momento de transição, indo para

um novo regulamento a partir de 2008, que vai dar um equilíbrio maior entre os carros e a equipe. Assim, vai ficar mais disputado, mais competitivo e mais emocio-nante para assistir.CI – Na sua opinião, quais são as chances de Felipe Massa depois da aposentadoria de Schuma-cher?Fittipaldi – Vai ser um ano muito importante na carreira dele, porém muito difícil porque o Kimi Haiko-nem é muito rápido, se não for o

mais rápido do mundo. Vai ser um grande desafio para o Filipe Massa, mas ele, com a vitória do grande prêmio brasil, mostrou bastante maturidade e segurança, correndo pressionado aqui no brasil.CI – Atualmente você mora em São Paulo e na Flórida. Arraial d’Ajuda é seu refúgio? Por que escolheu o lugar para comprar um imóvel?Fittipaldi – Porque acho que Ar-raial d´Ajuda tem todos os ingre-dientes de um lugar de lazer para a família. se eu quiser ficar uma

semana sem ver ninguém, eu pos-so permanecer na minha casa, no condomínio, sossegado e tranqüi-lo ou, se eu quiser fazer compras, passear ou ir a bons restaurantes, há ótimas variedades. são poucos lugares no mundo que oferecem o que Arraial tem e eu, que gos-to de esportes ao ar livre, como wakeboard, kite surf, tênis, golf, hipismo, acho aqui perfeito!CI – Quantas vezes visitou Arraial d’Ajuda até decidir comprar o imóvel?

Fittipaldi – Vim várias vezes há muitos anos e percebi que Ar-raial melhorou muito nos últi-mos três anos. Conheci o Carlos Niquini, proprietário do Arraial d´Ajuda Eco Resort e do con-domínio águas d´Ajuda, onde comprei minha casa. Ele fez um ótimo trabalho em seus empre-endimentos, tem uma visão em-presarial brilhante. Além de ser muito detalhista e perfeccionis-ta em tudo o que faz, virou um grande amigo meu.

CI – O que há de melhor no lugar?Fittipaldi - Eu acho que Arraial tem um conjunto de coisas in-críveis. são praias, bares. Conhe-ço poucos lugares no mundo que têm tanta diversidade como aqui. Arraial d´Ajuda é especial!CI – Atualmente, quais sãos os seus projetos e a quê tem se de-dicado?Fittipaldi - Eu tenho a equipe A1 Teen brasil. Assim como tem o conceito da copa mundial, ago-ra temos isso no automobilismo,

país contra país. são 24 países competindo, cada um com um carro, que é pintado com as co-res nacionais. No ano passado, eu corri no GP Master, na áfrica, Quatar e na Inglaterra. Já na área empresarial, eu estou me dedi-cando à produção de energia re-novável que é um grande proble-ma no mundo. O brasil está numa posição muito especial com a

produção do álcool etanol, pela experiência e tecnologia adquiri-das há mais de 30 anos. O nosso país é líder mundial em etanol e eu estou construindo duas usinas de álcool etanol com um grupo de sócios. todo ano, também or-ganizamos o “salão de Acessórios e Carros tunados da América la-tina”. Em 2007, o evento será re-alizado entre os dias 29 de mar-ço e 2 de abril, no Center Norte em são Paulo, com os 250 carros mais lindos do brasil.

por horaAcima, Emerson e sua esposa

aproveitam Arraial d’Ajuda. Abaixo, o ex-piloto acompanha, de

perto, as obras de sua casa

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Cândido Ricardo Bastos, pesquisador da versão

brasileira do arroz arbóreo

O que antes podia ser ape-nas consumido importan-do-se da Itália, agora, chega ao brasil. O arroz

arbóreo, essencial para a elabo-ração do risoto tipicamente ita-liano, recebeu uma versão brasi-leira. Apesar de o nome parecer estranho, é justamente ele que faz toda a diferença no preparo do prato, quando busca-se a au-tenticidade vinda da “bota”.

segundo uma pesquisa reali-zada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), foi desenvol-vida a primeira variedade espe-cífica para risoto adequada para o cultivo no estado de são Pau-lo. Para adquirir a característica

cremosa do verdadeiro risoto é indispensável a utilização des-se tipo de arroz, que ao absor-ver o molho, faz o amido soltar um creme durante o cozimento. Porém, a formação do amido é bastante influenciada pelo am-biente.

— A amilose, que dá a cre-mosidade ao arroz, pode variar em até oito por cento, depen-dendo do clima — ressalta o pesquisador do Instituto, Cândi-do Ricardo bastos.

segundo ele, temperaturas mínimas noturnas de 22ºC, uma das características da região do Vale do Paraíba, em são Paulo, são ideais.

desses materiais, em geral, apre-senta baixa produtividade e alta incidência de doenças. Depois de 12 anos de pesquisas, o institu-to, em parceria com o Pólo Re-gional do Vale do Paraíba, coloca à disposição dos agricultores o cultivo do IAC 300.

O novo material foi compara-do com a principal variedade ita-liana de arbóreo, conhecida como Volano, que rende de seis a sete mil quilos por hectare na Itália. De acordo com bastos, o IAC 300 produz 30% a mais que o Volano e seu ciclo precoce requer 113 dias do plantio até a colheita, sendo moderadamente resistente à bru-sone, principal doença que ata-

ca o arroz. A expectativa é que, a partir de outubro, o IAC pos-sa fornecer sementes às empresas multiplicadoras desse material.

— Provavelmente, em meados de 2008, o produto já estará dis-ponível no mercado — diz bastos.

Em Pindamonhagaba, onde estão os campos experimentais da IAC 300, é também produzido o arroz preto IAC 600, já comer-cializado.

O pequeno notávelO arroz foi a primeira planta cul-tivada na ásia. As mais antigas referências ao grão são encon-tradas na literatura chinesa, há cerca de cinco mil anos. Muitos historiadores e cientistas afir-mam que o sudeste da ásia é o seu local de origem.

O uso é também muito antigo na índia, sendo citado em todas as escrituras hindus. Variedades especiais usadas como oferendas em cerimônias religiosas, já eram conhecidas em épocas remotas.

Certas diferenças entre as for-mas de arroz cultivadas na índia e sua classificação em grupos, de acordo com o ciclo, a exigência hídrica e o valor nutritivo, foram mencionadas cerca de 1.000 a.C. Da índia, essa cultura provavel-mente estendeu-se à China e à Pérsia, difundindo-se, mais tar-de, para o sul e o leste, passan-do pelo Arquipélago Malaio, e al-cançando a Indonésia, em torno de 1500 a.C.

A cultura é muito antiga nas Filipinas e, no Japão, foi intro-duzida pelos chineses cerca de 100 anos a.C. Até sua introdução pelos árabes no Delta do Nilo, o arroz não era conhecido nos pa-íses Mediterrâneos. Os sarrace-nos levaram-no à Espanha e os espanhóis, por sua vez, à Itália. Os turcos introduziram o produ-

to no sudeste da Europa, aonde alcançou os balcãs. Em solo europeu, o arroz começou a ser cultivado nos séculos 7 e 8, com a entrada dos árabes na Península Ibérica. Foram, provavelmente, os portugue-ses que introduziram esse cereal na áfrica Ocidental, e os espanhóis, os responsá-veis pela sua disseminação nas Américas.

Tem novidade na área!

O arroz arbóreo, tipicamente italiano e ideal para a elaboração de risotos, recebe versão “made in Brazil”

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economia

Tipos básicos de arroz italianoArbóreo – é o mais comum e mais barato. Os grãos são lon-gos e largos com um centro branco onde está a porosidade do grão que absorve o molho, fazendo o amido soltar o creme durante o cozimento. Combina com risotos que levam porções maiores de carne. Ideal para a exportação, enquanto os ou-tros dois tipos são consumidos pelo mercado interno italiano.

Carnaroli – é um híbrido com mais amido, favorito dos ita-lianos. O grão, mais fino que o arbóreo, demora mais para co-zinhar, mas mantém melhor o cozimento “al dente”.

Vialone Nano – Grão menor, arredondado. Alguns o consi-deram melhor porque cozinha por igual. bom para risotos de-licados, com ingredientes pe-quenos ou frutos do mar.

— O objetivo é tornar o Vale um pólo produtor de arroz tipo especial — completa.

A nova variedade, conhecida como IAC 300, abre uma opção no campo da rizicultura, trazen-do a possibilidade de cultivar ar-roz especial com alto valor agre-gado. segundo bastos, o sistema de plantio do arroz arbóreo não é diferente dos outros tipos, já que pode ser cultivado com os mes-mos custos da espécie denomina-da agulhinha.

— A expectativa é que o pro-dutor do arroz arbóreo tenha lu-cro até três vezes superior ao al-cançado com o arroz agulhinha. Foram 12 anos de pesquisa para

chegarmos a esta variedade de arroz. O IAC 300 não tem mis-tério na sua produção, mas exige cuidados do produtor já que as sementes deverão ser mais caras — afirma o pesquisador.

Há três tipos de arroz italia-no: o arbóreo, o carnaroli e o via-lone nano. No brasil, seus preços podem chegar a R$ 20 o quilo, portanto, quase 20 vezes mais caro que o tradicional arroz agu-lhinha brasileiro [branco polido]. segundo o pesquisador, o IAC 300 apresenta características in-termediárias entre o primeiro e o segundo tipos. Atualmente, os ti-pos arbóreos disponíveis no mer-cado são importados e o plantio

Alguns autores apontam o brasil como o primeiro país a cul-tivá-lo no continente america-no. O arroz era o “milho d’água” [abati-uaupé] que os tupis, mui-to antes de conhecerem os por-tugueses, já colhiam nos alaga-dos próximos ao litoral. Consta que integrantes da expedição de Pedro álvares Cabral, após uma peregrinação por cerca de cinco quilômetros em terras brasilei-ras, traziam amostras de arroz, confirmando registros de Américo Vespúcio referentes ao cereal em grandes áreas do Amazonas.

Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras na bahia e, por volta de 1745, no Maranhão. Em 1766, a Coroa Portuguesa autori-zou a instalação da primeira des-cascadora de arroz no brasil, na ci-dade do Rio de Janeiro. A prática da rizicultura no país, de forma or-ganizada e racional, aconteceu em meados do século 18. Daquela épo-ca até a metade do século 19, o pa-ís foi um grande exportador.

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economia

Enfrentar uma reforma ou construção de uma casa re-quer muita força de vontade e esforço coletivo. Além dos

valores, por vezes salgados, que as obras sugerem, conviver em um ambiente de poeira e onde na-da está em seu devido lugar pode ser desastroso. Mas um bom aca-bamento faz do lar um palacete e seus moradores acabam esque-cendo os momentos de barulho e desordem passados. A quinta edi-ção da Revestir, a feira interna-cional do setor de revestimentos cerâmicos, provou isso. O evento, realizado de 13 a 16 de março, no transamérica ExpoCenter, em são Paulo, antecipou as tendências do setor no que diz respeito à tec-nologia e sofisticação quando o assunto se trata de revestimentos em cerâmicas, granitos, mármo-res, rochas ornamentais, mosai-cos, laminados, dentre outros.

Além de reunir mil comprado-res estrangeiros de 70 países, o que significa falar de negócios na ordem de Us$ 120 milhões duran-te os quatro dias de evento, cerca de 30 mil pessoas estiveram na feira, 10 por cento a mais que no ano passado. A Itália, que apare-ce em primeiro lugar no ranking dos exportadores mundiais, se-guida de Espanha, China e brasil, não ficou de fora do evento.

O Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE), em co-laboração com a Associação dos Construtores Italianos de Máqui-nas e Equipamentos para Cerâmica (Acimac), convidou 14 pequenas e médias empresas italianas para a edição de 2007 da Revestir. O dire-tor do ICE em são Paulo, Riccardo landi, afirma que a Itália “possui uma grande especialização neste setor, com tecnologia avançada”.

segundo landi, as empresas italianas esperam encontrar par-ceiros brasileiros para a venda de seus maquinários. Dados da Aci-mac, em 2005, apontam o fatu-ramento no setor de máquinas e

equipamentos em 1,7 milhão de euros [11,5 por cento a mais que o arrecadado em 2004].

Para 2007, a expectativa é um aumento de 8 por cento em rela-ção a 2006. As exportações dos maquinários mostram um aumen-to de 15,3 por cento, ou 1,32 mi-lhão de euros. Uma das empresas italianas que esteve pela primei-ra vez na Revestir foi a Gardênia Orchidea, de Modena. Produtora autorizada da linha Versace Cera-mic Design, ela apresentou cinco linhas de coleção.

No brasil, segundo lugar no ranking de mercado consumidor mundial [perdendo apenas para a China] e quarto maior produtor e exportador do mundo em revesti-mentos cerâmicos, a Associação Nacional dos Fabricantes de Ce-râmica para o Revestimento (An-facer) representa o setor e agre-ga 94 empresas. Entre os nomes brasileiros estão Portobello, In-cepa e Eliane.

— Em 2006, as empresas venderam 587 milhões de metros quadrados, superando os 556 mi-lhões comercializados em 2005 — afirma o presidente da Anfa-cer Adriano lima.

Para o mercado externo, o brasil fechou negócios, em 2005, de Us$ 376 milhões, ou seja, um acréscimo de 9,5 por cento em

relação a 2004. A produção bra-sileira de revestimentos cerâmi-cos no ano de 2006 atingiu 607,9 milhões de metros quadrados.

segundo o diretor da Reves-tir, lauro Andrade Filho, poucas eram as empresas brasileiras que tinham participação no mercado externo. Hoje, o brasil exporta para 140

países do mundo. Em relação à participação de mercado, Filho aponta o maior consumo em re-vestimentos cerâmicos, em torno de 70 por cento. Com três pólos produtivos espalhados pelo bra-sil [em Santa Catarina, São Pau-lo e no Nordeste], 60 por cento da produção está concentrada no estado paulista. Em 2005, só em pisos foram produzidos 385 mi-lhões de metros quadrados.

Paralelamente ao Revestir, foi realizado o quinto Fórum Inter-nacional de Arquitetura e Cons-trução que apresentou palestras e debates com temas como Design de Interiores, comportamento do consumidor, moda e estética. Pre-sidente do Future Lab Concept, de Milão, o designer italiano Fran-cesco Morace foi um dos convi-dados do evento. Ele abordou o tema “Living Trends: as tendên-cias do ‘habitar’ no futuro”, que antecipa a idéia de como serão as casas e o comportamento do con-sumidor em novos ambientes.

Pesquisador em tendências, Morace mostrou ao público pau-listano objetos e elementos esté-ticos que podem atrair a atenção do consumidor para o chamado cool. Já o diretor de arte da En-vironmental Design Research As-sociation (Edra), Massimo Mo-rozzi, um dos mais importantes arquitetos e designers italianos, discorreu sobre o tema “A impor-tância da percepção sensorial no design de Interiores”.

Revestir 2007 reúne grandes marcas italianas de máquinas e equipamentos para cerâmica

Marcos PEtti

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economia

A Italia lavoro, agência do Ministério do trabalho e da Previdência social [Di-reção Geral de Políticas

para a Orientação e a Formação], acaba de chegar ao brasil e pre-tende contribuir com atividades de formação voltadas a ações po-líticas de trabalho aos italianos residentes no exterior, incluindo os países do Mercosul, como Ar-

gentina e Uruguai. Promovido e aprovado pelo Ministério do tra-balho, o projeto ainda está no papel e visa reforçar a capaci-dade da comunidade de produ-zir trabalho junto a entidades representativas locais e às orga-nizações que operam para os ita-lianos no exterior. Denominado “Ocupação e Desenvolvimento da Comunidade Italiana de Italianos

no Exterior”, o projeto foi apre-sentado à comunidade e para a imprensa na noite de 15 de feve-reiro, no Circolo Italiano de são Paulo e contou com a presença do cônsul geral da Itália em são Paulo, Marco Marsilli, do respon-sável pelo projeto, Federico la-zzarini, da presidente do Comi-tês, Rita blasioli, entre outros.

Milhões de italianos que moram no exterior contribuem a cada dia com o seu trabalho pa-ra o desenvolvimento e o cresci-mento dos países onde moram. Entre os objetivos a serem al-cançados, estão o de promover e organizar a rede de serviços, difundir e colocar à disposi-ção, também para os italianos no exterior, as metodologias, os instrumentos e o “lavoro” de-senvolvido pelo Ministério do trabalho para as políticas de formação além de desenvolver e implementar o sistema de ne-cessidades profissionais e propi-ciar uma maior integração com o mercado de trabalho local.

União de forças

Agência Italia Lavoro, do Ministério do Trabalho italiano, cria projeto de formação junto à comunidade italiana no exterior

Marcos PEtti

Para organizar a rede, a agên-cia tem intenções de fazer um levantamento das necessidades profissionais e das oportunida-des de trabalho, formar operado-res, dar assistência à adequação de sistemas tecnológicos e via-bilizar a inserção no mercado de trabalho, voltada também aos jovens de origem italiana, por meio de estágios.

Nesta primeira fase de lan-çamento, a Italia lavoro foi a campo buscando identificar as necessidades para efetivamente colocar em prática seus objeti-vos. Em parceria com a Câmara de Comércio de são Paulo, 300 empresas associadas a ela foram selecionadas para responder um questionário.

segundo o coordenador da Italia lavoro no brasil, Giuseppe Petrucci, as empresas são de se-tores diversos, como companhias áreas, agências de turismo, de setor automotivo, entre outras de origem italiana. As perguntas selecionadas estão relacionadas ao perfil do funcionário, sua li-gação com a origem, se possuem registro e seus cargos dentro da empresa. Até o momento não ob-tiveram resposta, no entanto.

Na segunda fase, será possível conhecer, em detalhes, as ativi-dades, os serviços administrados pelas associações italianas, lo-cais e regionais e os patronatos que atendem no estado de são Paulo. A terceira etapa consistirá em saber dos jovens descenden-tes de italianos as dificuldades que têm quanto ao ingresso no mercado de trabalho.

Mais inforMações sobre o projeto através do telefone:

(11) 3179-0091

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economia

Mais uma novidade pa-ra a comunidade íta-lo-brasileira no Rio de Janeiro. E tudo em prol

do bem comum, ao verdadeiro estilo humanitário e empreende-dor originário da “bota”. tudo is-so porque agora o Ministério do trabalho italiano, o das Relações Exteriores e o Istituto Regiona-le per l’Istruzione Professionale (IRIPA) Abruzzo, estão promo-vendo o projeto “I-Flora Manage-ment”. O principal objetivo é es-tabelecer um pacto organizativo para a constituição de uma rede transnacional, através da trans-ferência de know-how e da tec-nologia vindas da Itália para o desenvolvimento local do setor no brasil.

Por conta disso, a idéia é ofe-recer cursos gratuitos aos cida-dãos italianos residentes em ter-ras brasileiras interessados em floricultura, além de dar o ma-terial didático e uma bolsa-auxí-lio de um euro por hora/aula. O foco se concentrará em aspectos mais amplos do segmento como as técnicas de gestão do solo, de

Onde tudo são flores

Projeto I-Flora Management prevê transferência de know-how e tecnologias italianas para a floricultura brasileira e ainda oferece cursos

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irrigação, do cultivo em estufa, além do associativismo e coope-rativismo, da melhoria genética, da comercialização de produtos e da organização de feiras e even-tos, dentre outros.

segundo o diretor transnacio-nal do projeto, Paolo Cerritelli, o setor produtor de flores e plan-tas ornamentais demonstra uma crescente necessidade de ações articuladas para que o país tenha condições de uma produção de qualidade.

— Nosso objetivo maior é o desenvolvimento econômico no setor da floricultura — salienta.

Mas não é apenas a comu-nidade que sairá lucrando com a iniciativa. O estado do Rio de Janeiro também. segundo estu-dos realizados pelo projeto “Flo-ricultura Fluminense”, o seg-mento ainda não é amplamente desenvolvido e, por causa dis-so, não está preparado para a competição no mercado porque não obedece a condições bá-sicas como o sortimento, qua-lidade e continuidade [não há oferta permanente]. Enquanto

isso, são Paulo está no topo da lista com 67 por cento da pro-dução nacional, sendo seguido por Paraná com 4,5 por cento e os estados de santa Catarina, Rio Grande do sul, Pernambuco, Minas Gerais e Goiás que, em conjunto, correspondem a 21,6 por cento.

tratando-se, ainda, sobre qualidade, no estado do Rio de Janeiro, de acordo com o proje-to, há deficiências ligadas a fa-lhas no sistema produtivo e de colheita e à falta de investimen-to em tecnologia e mão-de-obra. Os estudos dão conta de que os principais empecilhos da cadeia produtiva são a falta de especia-lização de quem trabalha no ra-mo de flores e folhas e a ausên-cia de pesquisas para melhorar a condição delas.

— Para isso oferecemos a abrangência de níveis do cur-so. Vamos do fundamental até o MbA. Queremos mostrar a cadeia produtiva completa — ressalta Cerritelli.

segundo o projeto, para ala-vancar o setor, é necessária tam-

bém a criação de um mercado atacadista organizado de flores e plantas ornamentais, ou seja, um lugar onde as negociações de compra e venda possam ser feitas adequadamente, com ca-pacidade física para abrigar as flores e folhas e de acesso restri-to aos negociadores do produto. Atualmente, a negociação é feita no mercado Cadeg, em benfica, com precária infra-estrutura pa-ra abrigar um material conside-rado delicado. No local, a entra-da é liberada, permitindo que o comprador final tenha acesso às flores pelo mesmo preço que o comerciante.

Mas, para os fluminenses, a competição vem mesmo de são Paulo. As flores produzidas pelo estado, especialmente as de Ho-lambra, são altamente compe-titivas por sua qualidade e seu preço, o que leva o produtor do Rio a ter que seguir o valor es-tabelecido por são Paulo. Deste modo, acaba perdendo muito di-nheiro, já que consome 15 por cento da produção nacional mas só produz 2,5 por cento.

Números da floricultura no RJ- 53 municípios fluminenses envolvidos com a atividade;- 686 produtores rurais estabelecidos, dos quais 33 por cento em Nova Friburgo, 22 por cento no Rio de Janeiro, 18 por cento em bom Jardim e 12 por cento em Petrópolis;-764 hectares plantados, com 37 por cento de flores de corte [gypsohila, rosa e crisântemo], 37 por cento de grama [esmeralda], 10 por cento de folhagens de corte [murta, samambaia, serrote e dracena], 8 por cento de plantas em vaso [orquídea e bromélias], 6 por cento de plantas de jardim [ixora e hibiscus] e 2 por cento de forração [pingo de ouro, grama-preta e onze-horas];-3.281 empregos diretos e envolvidos, dos quais 72 por cento permanentes, 28 por cento temporários, 82 por cento de mão-de-obra masculina e 18 por cento feminina.

economia

Italia in ripresa

Da bruxelles arriva una buo-na notizia per l’economia italiana. la stima della Commissione europea è

che l’Italia cresca del 2 per cento nel 2007. Nel novembre scorso, le previsioni indicavano un incremen-to dell’1,4 per cento del Prodotto interno lordo (Pil). A completare in modo positivo il quadro sono i dati che riguardano l’inflazione, prevista a quota 1,9 per cento.

secondo quanto presenta-to dalla Commissione, l’accele-razione dell’economia italiana, avvenuta soprattutto nel quarto trimestre dell’anno scorso, in-fluenzerà positivamente la cre-scita reale del Pil durante il 2007. Nel 2006, l’Italia è riuscita a crescere l’1,9%, un valore mai raggiunto dal 2000.

— tale accelerazione – di-chiara la commissione in un co-municato – è stata prodotta so-prattutto da un aumento della produzione industriale negli ul-timi tre mesi dell’anno, special-mente nel mese di dicembre. le imprese manifatturiere italia-ne sembrano aver beneficiato dell’incremento della domanda esterna, che all’interno dell’Ue è stata particolarmente guidata dagli ordini della Germania.

Nonostante stia andando me-glio del previsto, secondo il com-missario dell’Unione Europea per gli Affari economici e monetari, Joaquin Almunia, l’Italia conti-nua a crescere meno degli altri paesi dell’Eurozona, ma, anche se lentamente, si sta avvicinando alla media.

la situazione italiana rima-ne comunque sotto sorveglian-za della banca centrale europea, la quale sottolinea la possibilità che il belpaese, insieme al Porto-gallo, non riesca a portare avanti i propri impegni. Anche il Fondo monetario internazionale (Fmi) guarda all’Italia con particolare attenzione perché, nonostante vi sia la crescita economica, è da valutarne la sua qualità.

Il quadro continua delicato per via della perdita di competi-tività dell’Italia e di un eccesso di regolamentazione e protezione dei mercati. A ciò si aggiungono le pesanti imposte fiscali e le rifor-me da attuare, come, ad esempio, quella delle pensioni. Anche per l’Fmi occorre incentivare l’allunga-mento della vita lavorativa media. Per quanto riguarda il mondo del

lavoro, l’istituzione con sede ne-gli stati Uniti ritiene, inoltre, che sia necessario trovare un modo di stabilizzare l’occupazione.

Progetti futuriIl ministro dell’Economia, tom-maso Padoa schioppa, è invece intervenuto durante la trasmis-sione “In mezz’ora” condotta da lucia Annunziata, su Rai tre. Nell’occasione, ha commentato quanto dichiarato dalla Commis-sione europea e dall’Fmi.

— Abbiamo due stime per un +2 per cento. Una prima, larga-mente attendibile, relativa al Pil 2006. E una seconda relativa al 2007, dovuta ad un’economia con un tono più forte. Per questo − ha aggiunto − mi aspetto un 2007 superiore alle previsioni di settembre.

Il ministro ha inoltre annun-ciato che un taglio alle imposte potrà essere fatto soltanto con la Finanziaria del 2009. − se la lotta all’evasione avrà veramen-

te successo, e la pressione fisca-le dovesse aumentare di quattro, cinque o sei punti, più di quan-to ci serve per aggiustare i con-ti pubblici, ci sarà la possibilità di ridurre le tasse. − ha detto − Ridurre le tasse con la prossima legge finanziaria − ha precisato − sarebbe troppo presto e poco responsabile.

Per quanto riguarda il setto-re dell’impiego e la riforma del-le pensioni, il ministro ha invece sottolineato l’importanza di trat-tare alcune problematiche, lega-te soprattutto ai giovani. − C’è la convinzione − ha detto Padoa schioppa − che alcuni problemi vanno affrontati. In particolare quello dei giovani, e quello del-le pensioni troppo basse. I gio-vani, oggi, sono infatti pena-lizzati due volte: pagano quote altissime del proprio stipendio per sostenere le pensioni attua-li, e accumulano poco per la lo-ro pensione. – e aggiunge − la maggior durata della vita umana è una riserva di ricchezza di cui ci si può servire.

Durante l’intervista vi è sta-to del tempo anche per parlare della privatizzazione dell’Alita-lia. Il ministro ha spiegato che l’interesse per il trasporto aereo nazionale c’è e si pretende che i servizi per persone e merci, da e verso l’Italia, siano di qualità, sicuri e a prezzi contenuti. Ma questo non vuol dire che la com-pagnia di bandiera debba essere di proprietà dello stato.

E nel concludere la sua par-tecipazione al programma, Padoa schioppa ha fatto riferimento anche alla tav, linea treno alta velocità, dicendo che le ultime decisioni riguardo il tratto to-rino-lione, da tempo motivo di polemica con gli abitanti della zona interessata, verranno prese entro il mese di settembre.

— la decisione in fondo è già presa. – sottolinea il mini-stro – Quando c’è una grande li-nea ferroviaria che deve attraver-sare l’Europa da Ovest ad Est e si tratta di decidere se deve passare al di là o al di qua delle Alpi, è fuori discussione che è interes-se dell’Italia che passi al di qua. Questa è una cosa condivisa. Non c’è da stupirsi però – ha aggiun-to – che su alcuni aspetti tecnici o su precise modalità di attua-zione del progetto ci possano es-sere discussioni.

La stima è che il paese cresca del 2 per cento nel 2007

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notizie notizie

Direttamente dall’ ItaliaImprenditori brasiliani e italiani, la maggior parte della Cam-

pania, si sono fatti presenti, a marzo, per incontri affaristici presso il Consolato Generale d’Italia a Rio de Janeiro. l’obiettivo dell’evento è stato quello di stabilire partnership commerciali af-finché prodotti come pasta, sughi, condimenti e olii d’oliva, tra i vari prodotti, siano messi in circolazione in terre brasiliane. se-condo uno dei rappresentanti del Caffè Kimbo, Enrico Annunziata, la ‘febbre’ della dieta medi-terranea può essere consi-derata come uno dei motivi che aiutano a fare leva alle esportazioni.

Il perché del tentativo di vendere questo prodot-to in un Paese tradizional-mente conosciuto per la sua esportazione lo spiega lui stesso: “Il nostro caffè è diverso da quello consumato dai brasiliani. Anche se i chicchi vengono dal brasile, questi passano attraverso una doppia torre-fazione, il che dà una consistenza più cremosa alla bevanda”.

secondo l’italiano, gli incontri a san Paolo avuti alcuni gior-ni prima hanno garantito buoni risultati. “Abbiamo fatto con-tatti con importatori e catene di distribuzione”, rivvela Annun-ziata. (R.c)

BeatificazioneDovrebbe chiudersi il 2 aprile, a due anni esatti dalla morte,

la fase diocesana della causa di beatificazione di Giovanni Paolo II. l’annuncio, si apprende da fonti cattoliche polacche, potrebbe essere dato, alle 12.00 di quel giorno, durante una cerimonia in laterano. Dopo la fase diocesana, il processo ca-nonico entra nella nella fase seguente presso la Congregazione vaticana per le cause dei santi.

Pino LancettiÈ morto a Roma lo stilista Pino lan-

cetti. Aveva 78 anni e da alcuni me-si era affetto da una grave malattia. lan-cetti ebbe un grandissimo successo tra gli anni ‘70 e gli anni ‘90, in Italia e in Giappone, quando lanciò i vestiti fatti con tessuti stampati che riprendevano le opere di grandi pittori, e questo gli valse l’appellativo de ‘il sarto pittore’.

Per le biennaliVenezia, Kassel, Munster, basilea, le

esposizioni biennali più importanti d’Europa sono riunite per la prima vol-ta in un sito web. ‘l’obiettivo - ha det-to il presidente della biennale di Venezia Davide Croff - è quello di poter visitare quest’anno tutte le quattro manifesta-zioni d’arte contemporanea del mondo in un ideale Grand tour’. Nel sito www.gran-dtour2007.com si possono trovare le in-formazioni necessarie per prenotare ho-tel, viaggi e altri sostegni logistici.Oscar TV

Sarà per la prima volta Antonel-la Clerici, affiancata da Daniele

Piombi, a condurre il 47/mo Premio Regia televisiva, noto come Oscar tv. Durante lo spettacolo, in onda dal teatro Ariston di sanremo il 27 marzo su Raiuno, saranno premiati i migliori programmi e protagonisti della stagione tv, in base alle pre-ferenze dell’Accademia dell’Oscar tv, composta quest’anno, oltre che dal presidente Gigi Vesigna [tra gli altri] da Renzo Arbore, Giorgio Assumma, Giorgio Forattini e loretta Goggi.

Italia 1 meno graditaA febbraio la rete tv meno gradita,

secondo l’Osservatorio del Moige, movimento dei genitori, è Italia 1. Ne dà notizia la stessa associazione, sotto-lineando che sotto accusa ci sono il tg studio Aperto e il programma Distrac-tion. sempre secondo il Moige, al primo posto nelle preferenze c’è Raitre con il programma Melevisione, seguita da Rai-due. Di Canale 5 non piace il Grande Fra-tello con i suoi partecipanti sempre in mutande e atteggiamenti di totale ozio.

Sicurezza stradaleCambierà il sistema delle patenti, ed i

‘pirati della strada’ avranno pene al-ternative, come l’obbligo di assistere le vittime di incidenti. lo prevede l’atto sul-la sicurezza stradale del ministro dei tra-sporti Alessandro bianchi. Verranno ina-sprite le sanzioni proporzionalmente alla pericolosità delle violazioni, aumenterà la durata di sospensione della patente e ci saranno forme di pena alternative. Previ-sti anche una ‘cura d’urto’ per la messa in sicurezza delle 12 strade più pericolose.

“X-rated”Una pubblicità di Dolce & Gabbana è

stata vietata in tutta Italia. lo rende noto il Comitato di Controllo. Il messaggio [che mostra una donna, bloccata per i polsi, a terra, da un uomo a torso nudo, con al-tri che assistono alla scena] è stato vietato perché la donna “è rappresentata in modo svilente” e l’immagine “evoca la rappresen-tazione di un sopruso o l’idea della sopraf-fazione nei confronti della donna stessa”.

Dibattito sull’immigrazioneQuando parliamo di immigrazione ita-

liana in brasile, si ricorda di quella della prima metà del XIX secolo, quando molti italiani sono stati costretti a lascia-re le loro terre verso il nuovo continente con l’idea di ‘fare l’America’. E quando sono arrivati a san Paolo dal porto di santos, si sono fermati in quello che conosciamo oggi come Museu do Imigrante, che a quel tempo era l’Hospedaria dos Imigrantes. Poi di là si sono trasferiti nelle diverse fazen-das di caffè esistenti all’epoca.

Una tavola rotonda su questo tema è stata organizzata il 23 scorso presso lo stesso Museu do Imigrante, con la parte-cipazione dei professori del Centro di Do-cumentazione e Memoria dell’Unesp (Ce-dem), del direttore del Museu, Ana Maria da Costa l. Vieira e di Odair da Cruz Pai-va (Marilia). l’obiettivo è stato quello di risvegliare l’interesse su questo periodo e far conoscere l’importanza di documenti, libri, canzoni, poesie e film. (M.P)

Tav BrasileL’auditorium del Centro di studi bra-

siliani all’Ambasciata brasiliana a Roma è stato il palco della presentazione multimedia del progetto “treno di alta ve-locità san Paolo-Rio de Janeiro”. Appog-giato dal senatore Edoardo Pollastri, che lo considera come “il maggior progetto di in-frastruttura ferroviaria del mondo”, l’ope-ra prevede il rafforzamento delle relazioni economiche e commerciali tra il brasile e l’Italia, attraverso la costruzione di uma nuova linea ferroviaria a doppio senso, lun-ga 412 km, che unirà le due città brasiliane in meno di 90 minuti. l’investimento tota-le è di 9 miliardi di dollari e renderà pos-sibile a 32 milioni di persone all’anno di spostarsi ad una velocità di 300 km all’ora. lo studio che concerne la realizzazione dei lavori è stato messo a punto dall’impresa toscana Italplan, attuale consulente del Ministério brasileiro dos transportes, insie-me alla Valec [principale compagnia ferro-viaria brasiliana]. Quando sarà considerato realizzabile dal governo brasiliano, il pre-sidente della statale Valec, José Francisco das Neves, ha dichiarato che sarà possibile rendere noto il bando di concorso per la determinazione dei lavori a maggio.

25º anniversarioIn occasione del 25º anniversario di fon-

dazione dell’Associazione Piemontesi nel Mondo [di San Paolo], il 4 marzo è stata celebrata la santa Messa nella chiesa Nos-sa senhora da Paz, a san Paolo, in memoria del Duca d’Aosta e di tutti i caduti per la Patria. secondo il presidente Giovanni Ma-nassero, sono previste alcune attività cul-turali. A far parte della programmazione: il balletto dell’Esperia, il trio Hausopera, e anche uma mostra dedicata al cinema. Per far ricordare i piemontesi a san Paolo, ci sono il presidente della bauducco, luigi bauducco, il senatore Edoardo Pollastri e il console generale della Repubblica di san Marino a san Paolo, Giuseppe lantermo di Montelupo. (M.P)

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SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

O cheiro das lembrançasO perfume da rosa reforça a memória. Pelo

menos foi esta a notícia divulgada es-te mês pela Universidade de lubeck, da Ale-manha. segundo os estudiosos, os estímulos do olfato durante a noite podem ajudar na consolidação das lembranças. O cheiro au-mentaria a atividade central da memória, o hipocampo. Na pesquisa, os voluntários que foram expostos à fragrância da flor obtiveram os melhores resultados nos testes.

Para filtrar melhor o corpo

Aos 21 anos, a estudante de enferma-gem Paula Ferro quase perdeu a folia carnavalesca por um problema que, há muito, deixou de ser sinal de velhice e

acomete milhares de pessoas no mun-do. Alimentando-se mal, por conta do calor característico da estação, a cario-ca quase sucumbiu à sede, ao inchaço nas pernas e às dores ao urinar durante um show. Depois de dois dias de mal-estar, o diagnóstico: Paula foi vítima de infecção urinária, uma entre tantas do-enças que perturbam no brasil e na Itá-lia, quatro milhões de pessoas.

— bebo geralmente três litros de água por dia mas, estava ansiosa, não tinha água no local do show. É incrí-vel como de uma hora pra outra você fica vulnerável — recorda a futura en-fermeira.

Casos como o de Paula fazem os ne-frologistas do mundo todo se unirem. Isso porque no dia 8 de março, além do Dia Internacional da Mulher, se come-mora o Dia Mundial do Rim. segundo estimativas da Organização Mundial de saúde (OMs), 500 milhões de pessoas sofrem de problemas renais no mundo. A preocupação dos profissionais ligados à área é não deixar que os pacientes che-guem à Doença Renal Crônica, a DRC. Alguns estudiosos até se referem ao mal como a nova epidemia do século 21.

Para evitar a insuficiência renal crônica, que é a perda lenta, progressiva e irreversí-vel das funções renais, médicos como a ne-frologista Gianna Mastroianni mobilizaram-se na campanha “Previna-se”. Autora do artigo “seus rins estão bem?”, a professora da Uni-versidade Federal de são Paulo (Unifesp) con-

sílvia soUza

Dia Mundial do Rim alerta para doenças que atingem a milhões de pessoas na Itália e no Brasil

ta que a DRC é silenciosa, uma vez que apa-rece por conseqüência de outras doenças e condições de vida, e não há sintomas até que os rins percam 50 por cento de sua função.

— se o diagnóstico for tardio, pode ser necessário o tratamento com diálise ou trans-plante, em geral quando a função renal chega a 15 por cento. No brasil, são 70 mil pacientes em diálise. Estima-se que, em 2010, este nú-mero cresça para 125 mil pessoas — salienta.

A universitária Paula Ferro já sabia do de-sespero de poder estar sem os órgãos respon-sáveis pela filtragem do corpo [os rins são os

principais órgãos do sistema excretor. Em for-ma de feijão, eles têm aproximadamente 11 centímetros de comprimento, cinco de largura e três de espessura]. No ano de 1999, Paula

descobriu ser portadora do lúpus, ou-tra doença crônica que altera o siste-ma imunológico do paciente.

— Descobri a doença porque estava sem 90 por cento do funcionamento dos rins. A urina saía preta — conta Paula.

Das doenças que levam à insufi-ciência renal crônica as mais comuns são a hipertensão arterial e a diabe-tes. Para os portadores de diabetes, os problemas renais surgem depois de 15 anos de doença. Os sintomas são a perda de proteínas na urina, aumento da pressão arterial e, mais tarde, o au-mento da uréia e da creatinina no san-gue. A nefrologista Gianna lembra que 25 por cento dos pacientes em diálise são portadores de diabetes do tipo 2.

— Quando a doença renal crôni-ca é detectada precocemente, é possí-vel tratar com medicamentos, controle alimentar e retardar, assim, a perda da função renal ou até mesmo curar a do-ença em alguns casos — pondera.

E o problema não é só dos países em desenvolvimento. Mais de 80 por cento dos pacientes que fazem diálise

estão nos países desenvolvidos, o que leva a estimativa de que o custo acumulativo global para diálise e transplantes para a próxima dé-cada deve exceder Us$ 1 trilhão.

De acordo com o professor Vittorio An-dreucci, da Università di Napoli, e presidente da Fondazione Italiana Del Rene, 46 mil ita-lianos estão em diálise, mais de 15 fizeram um transplante renal e mais de 2 milhões de pacientes sofrem de algum tipo de doença re-nal (nefropatia). No brasil, em 2006, a hemo-diálise consumiu R$ 1,33 bilhão da verba de saúde e 47 por cento dos pacientes em diáli-se estão na fila do transplante renal.

— Hoje, com o aumento da expectativa de vida, o brasil deve preparar-se para atender à demanda das doenças crônico-degenerativas com ações de prevenção que podem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e diminuir o impacto econômico e social das doenças — acredita a doutora Gianna Mastroianni.

Doença renal crônica:Quem são as pessoas do grupo de risco para contrair DRC?Diabéticos; hipertensos; pacientes com doenças cardiovasculares; pacientes com histórico familiar de doença renal; portadores de outras doenças renais.

Sintomas — A DRC é silenciosa até que comprometa mais de 50 por cento da função renal. Por isso, ao apresentar aumento da pressão arterial; inchaço nos pés, pernas e olhos; sangue na urina; urina espumosa, mal cheirosa ou turva; aumento no número de miccções; anemia ou palidez cutânea sem outras justificativas; o indivíduo deve imediatamente procurar um nefrologista.

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Vigor pela raizRica em nutrientes como fósforo, vitami-

na A e niacina, a batata baroa é tam-bém uma importante fonte de energia em função do seu alto teor de carboidratos. E mais: como é de fácil digestão, é aconselha-da por médicos para a alimentação de bebês, e crianças, idosos e pacientes em recupera-ção de doenças. Ela é originária dos países andinos e chegou ao brasil no início do sécu-lo passado, provavelmente vinda da Colôm-bia. Pertence à mesma família da cenoura, da salsa, do coentro, do aipo e do funcho.

Tempero contra câncerCientistas italianos de Milão constata-

ram que dietas ricas em cebola e alho diminuem o risco para diversos tipos de cân-cer. Entre eles estão o da boca, laringe, esô-fago, cólon, mamas, ovário e rins. segundo o estudo publicado em revistas científicas americanas, pessoas que aumentaram o con-sumo de cebola e alho no dia-a-dia de sua alimentação,diminuíram as chances de con-trair algumas formas de tumores.

LongevidadeNos próximos 40 anos, dentro da

União Européia (UE), as mulheres continuarão a viver mais que os homens e a expectativa de vida feminina no bloco deve ultrapassar os 80 anos em 2050. A pesquisa do Eurostat, diz que a distância entre a expectativa de vida dos homens e das mulheres “deve diminuir ano a ano em quase todos os países-membros”.

Levinha, levinha...Prevenir a prisão de vente, a inflama-

ção do intestino e da bexiga e, de quebra, manter o corpo em forma. sim, isso é possível através da ingestão da pêra. Muito apreciada por suas proprie-dades nutritivas e pelo seu leve sabor, ela tem baixo valor calórico [cerca de 53 calorias por cada 100 gramas] e é rica em fibras. Devido à textura e à fácil absorção pelo organismo, a pêra é um bom complemento alimentar e ajuda na formação dos ossos e dos dentes.

Gordura X fertilidadeOs casais obesos têm três vezes

mais dificuldades para conceber do que os que possuem peso normal, indica um estudo publicado na versão revista “Human Reproduction”. O rela-tório indicou que, se os dois parceiros eram obesos, tinham 2,74 vezes mais probabilidades de ter que esperar pela gravidez do que um casal com peso ade-quado. Em caso de sobrepeso, a chance era de 1,4 vezes.

Cuidado ao volanteAgora o ato de dirigir vai requerer mais

um tipo de atenção. segundo a pesqui-sa produzida na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, as pessoas que dirigem muito apresentam um risco maior de desen-volver câncer de pele. Os autores da pesqui-sa perceberam que motoristas apresentavam uma maior incidência da doença, principal-mente do lado esquerdo. Esse é o lado no qual se encontra a direção do veículo e que fica mais exposto ao sol enquanto o motoris-ta está dirigindo.

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politica

Governo Prodi in crisi do-po il voto contrario del senato alla politica este-ra provoca la rinuncia del

premier. Dopo le consultazioni, il presidente Napolitano rinvia il governo a senato e Camera per il voto di fiducia, mentre il centro-destra intensifica l’attacco.

sono stati momenti di ten-sione e aspettativa quelli vissuti nelle ultime settimane in Italia, dopo che, lo scorso 21 febbraio, il senato ha bocciato la politica internazionale del governo, co-stringendo il primo ministro Ro-mano Prodi a consegnare le sue dimissioni al presidente della Re-pubblica, Giorgio Napolitano.

Ma cos’è successo? la politica estera dell’attuale governo viene illustrata al senato dal vicepre-mier Massimo D’Alema, ma non ottiene l’approvazione durante la votazione. In aula non si rag-giunge la maggioranza necessa-ria: 160 voti, dato che i consen-si sono stati 158, i contrari 136 e 24 gli astenuti, che al senato contano di fatto come dei “no”.

A Palazzo Madama si scatena la rabbia dei membri del centrosi-nistra e vengono urlate delle paro-lacce rivolte ai senatori Fernando Rossi (ex PdcI) e Franco turigliat-to (Prc), che non hanno votato a favore. Anche il voto del senatore De Gregorio è stato spostato verso il “no”. Ma il vero colpo di scena è arrivato dai senatori a vita. Giulio Andreotti aveva assicurato il suo “sì”, che però era condizionato alla relazione di D’Alema, mentre sergio Pininfarina, che mancava da mesi, si è inaspettatamente presentato e si è schierato dal-

la parte di Forza Italia, nonostan-te gli inutili tentativi di Valerio Zanone (Ulivo) di convincerlo a cambiare posizione.

Le reazioni Dopo l’esito della votazione, i cori del centrodestra festeggiano urlando “a casa, a casa”, “dimis-sioni, dimissioni”.

− lo dico da tempo che non abbiamo più la maggioranza – ha dichiarato il presidente dei sena-tori dell’Ulivo, Anna Finocchiaro – contavamo sul voto del presi-dente Andreotti e del senatore Pininfarina. Non è andata così – conclude.

− Maledetta legge elettorale – ha invece dichiarato il ministro per la Famiglia, Rosy bindi, poco dopo l’esito negativo al senato – Non c’erano i motivi e le con-dizioni per votare così. si sono presi una gravissima responsabi-lità nei confronti del Paese.

Informato dell’esito del vo-to al senato, il presidente del-la Repubblica interrompe il suo viaggio istituzionale a bologna e rientra a Roma per incontrare in serata il presidente del Con-siglio Romano Prodi al Quirinale. Durante il colloquio, durato cir-ca mezz’ora, Prodi consegna le sue dimissioni al Capo dello sta-to. Iniziano le consultazioni, in-dette da Napolitano, per affidare l’incarico di formazione del nuo-vo governo.

— siamo consapevoli della difficoltà della situazione – di-chiara il capogruppo alla Came-ra Dario Franceschini – ma siamo pronti a riconfermare la piena fi-ducia al Governo Prodi. Ci augu-riamo – aggiunge – che le consul-tazioni servano a un chiarimento profondo per superare non solo un nuovo ed eventuale voto di fiducia, ma perché il governo ab-bia una maggioranza che lo so-stenga convintamene.

Il vicepremier Francesco Ru-telli parla invece delle prospet-tive tra governo e maggioranza: “la maggioranza ha due doveri” spiega “assicurare al paese una politica estera credibile, coeren-te, affidabile. Il secondo” con-tinua “è servire il paese con la maggioranza ricevuta dagli elet-tori e scongiurare il ritorno del-la destra. senza una maggioran-za in politica estera” sottolinea, “non si governa il Paese e bene ha fatto il premier Romano Prodi a dirlo con grande nettezza, fino a rimettere il mandato nelle ma-ni del Capo dello stato. Vedremo nei prossimi giorni” conclude “se le forze della sinistra radicale e quelle che hanno già perso dei rappresentanti sapranno riporta-re una affidabile disciplina nelle loro fila parlamentari e scongiu-rare nuovi episodi di infedeltà come quello registrato oggi al senato”.

— È arrivato il momento di mettere in cantiere un altro cen-trosinistra. – dichiara il leader dell’Italia di mezzo, Marco Follini – Quello che si è visto all’opera fin qui non regge più.

Per Oliviero Diliberto, segre-tario del PdcI, è giusto convoca-re subito il Consiglio dei Ministri ed è necessario risaldare la coa-lizione. – Criminale – sottolinea – sarebbe riconsegnare il Paese alla destra o procedere verso ipo-tesi che tradirebbero il mandato elettorale, tipo larghe intese o ipotesi neocentriste.

Nonostante faccia parte del-l’opposizione, il leader dell’Udc, Pier Ferdinando Casini, crede che sia necessaria una tregua. − E’ necessaria una tregua, un armi-stizio. – dichiara in un’intervista

al telegiornale di RaiUno – È ne-cessario mettere al centro alcu-ni punti programmatici e dare ri-sposte al Paese.

Ancora più preoccupato con la crisi, Guglielmo Epifani della Cgil dice: − Mi auguro una rapida soluzione della crisi e un governo che possa riprendere il cammino, sennò tutto, dalle pensioni alla politica economica, dal Mezzo-giorno alle liberalizzazioni, è de-stinato a saltare.

— Prodi – afferma il porta-voce silvio sircana – ha preso at-to che questa è una crisi grave e che egli non dispone di una mag-gioranza al senato. È pronto a re-stare come primo ministro − sot-tolinea – se, e solo se, d’ora in avanti gli sarà garantito il pieno appoggio di tutti i partiti della maggioranza.

— È essenziale che ora ogni gruppo parlamentare dia assicu-razione sul pieno e leale soste-gno al governo Prodi – dice il se-gretario dei Ds, Piero Fassino. È dello stesso parere Antonio so-ro, della Margherita. − Dalla Mar-gherita c’è un pieno sostegno a Romano Prodi. Da parte nostra – continua – c’è l’idea di sferzare tutte le componenti del centro-sinistra a superare le ambiguità che in queste settimane hanno prodotto più di una fibrillazione.

Ecco invece l’opinione di bru-no tabacci, dell’Udc: “l’Udc non può aggiungersi a questa mag-gioranza che si dichiara auto-sufficiente. se Prodi per incarico del presidente della Repubblica” − spiega – si ponesse il proble-ma di assumere un ruolo diverso, e di gestire una politica di con-vergenze più ampie, allora non avremmo pregiudiziali sul nome.

— se Prodi ha la maggioran-za, che faccia il bis. A Napolitano – afferma Gianfranco Rotondi – raccomanderemo solo di verificare presto e bene questa condizione. se Prodi non ha la maggioranza, − aggiunge il segretario della De-mocrazia Cristiana per le Autono-mie – la Dc chiede che si torni alle elezioni. la macchina eletto-rale è già pronta per il turno am-ministrativo di maggio. Abbinare le elezioni politiche è persino un risparmio economico – conclude.

L’intesaMentre si attende la fine delle consultazioni da parte del presi-dente Napolitano, Prodi presenta al vertice di maggioranza un pro-gramma in 12 punti per prosegui-re nel governo e possibilmente al-largare la coalizione. Eccoli come sono stati originalmente diffusi:

1. Rispetto degli impegni internazionali e di pace. soste-gno costante alle iniziative di politica estera e di difesa stabi-lite in ambito Onu ed ai nostri impegni internazionali, derivan-ti dall’appartenenza all’Unione Europea e all’Alleanza Atlantica, con riferimento anche al nostro attuale impegno nella missio-ne in Afganistan. Una incisiva

azione per il sostegno e la va-lorizzazione del patrimonio rap-presentato dalle comunità ita-liane all’estero.

2. Impegno forte per la cul-tura, scuola, università, ricerca e innovazione.

3. Rapida attuazione del pia-no infrastrutturale e in particola-re ai corridoi europei [compresa la Torino-Lione]. Impegno sulla mobilità sostenibile.

4. Programma per l’efficienza e la diversificazione delle fonti energetiche: fonti rinnovabili e localizzazione e realizzazione ri-gassificatori.

5. Prosecuzione dell’azione di liberalizzazioni e di tutela del cittadino consumatore nell’ambi-to dei servizi e delle professioni.

6. Attenzione permanente e impegno concreto a favore del Mezzogiorno, a partire dalla si-curezza.

7. Azione concreta e imme-diata di riduzione significativa della spesa pubblica e della spe-sa legata alle attività politiche e istituzionali [costi della poli-tica].

8. Riordino del sistema pre-videnziale con grande attenzio-ne alle compatibilità finanziarie e privilegiando le pensioni bas-se e i giovani. Con l’impegno a reperire una quota delle risorse necessarie attraverso una razio-nalizzazione della spesa che pas-sa attraverso anche l’unificazione degli enti previdenziali.

9. Rilancio delle politiche a sostegno della famiglia attraver-so l’estensione universale di as-segni familiari più corposi e un piano concreto di aumento signi-ficativo degli asili nido.

10. Rapida soluzione della incompatibilità tra incarichi, di governo e parlamentari, secondo le modalità già concordate.

11. Il portavoce del presi-dente, al fine di dare maggiore coerenza alla comunicazione, as-sume il ruolo di portavoce del-l’esecutivo.

12. In coerenza con tale prin-cipio, per assicurare piena effica-cia all’azione di governo, al presi-dente del Consiglio è riconosciuta l’autorità di esprimere in maniera unitaria la posizione del governo stesso in caso di contrasto.

Verso la fiduciaDopo aver ottenuto la fiducia alla Camera e al senato il premier si è rivolto alla coalizione dicendo: “È finito il tempo dei giochini, è ora il tempo di agire su alcuni te-mi fondamentali per il Paese”.

Infatti, finita la tempesta, il governo torna ad occuparsi del-le questioni in scadenza come la riforma della legge elettorale e i finanziamenti delle missioni mi-litari.

Prodi

Dopo bocciatura al Senato, Prodi rinuncia. Napolitano rinvia il governo alle Camere

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ottienela fiducia Il presidente della Repubblica Napolitano viene intervistato durante la crisi

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Prodi presenta al vertice di maggioranza un programma in 12

punti per proseguire nel governo e possibilmente allargare la coalizione

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No entanto, o marido não man-dava o dinheiro e também não es-crevia uma linha sequer. O tem-po passou: um mês, dois meses, três meses e nada. Um dia, cansada de esperar, ela decidiu: “Agora sou eu que vou” - comprou as passagens, reu-niu os filhos, uns poucos pertencen-tes pessoais e muita coragem, e en-frentou a travessia do Atlântico, na 3ª classe de um navio a vapor.

Foi dessa maneira que, no dia 25 de agosto de 1891, Teodora e as três crianças desembarcaram no porto do Rio de Janeiro, e em seguida diri-giram-se para Amparo, um distrito localizado no Sul do estado do Rio de Janeiro, onde Giovanni residia e trabalhava. Na realidade, o distrito de Amparo já era um velho conhe-cido de alguns habitantes de Oneta. Desde os anos 1870, Pietro Pellegri-ni, pai de Teodora, já se encontrava vivendo no povoado, em companhia de dois outros filhos: Narciso e Carlo. A mulher de Pietro, Teresa Paolucci e a filha caçula Amélia, não vieram para o Brasil, permaneceram em Oneta.

Em terras fluminenses, Pietro trabalhou como caixeiro-via-jante e Narciso montou um peque-no negócio, um botequim; Giovan-ni Consani, Roberto Fazzi, e Carlo Pellegrini, logo que chegaram, também exerceram a profissão de mascate. Posteriormente, Giovanni e Roberto tornaram-se proprietá-rios de pequenos armazéns de secos e molhados, e Carlo foi dono de sua própria “oficina de sapateiro.”

Nos documentos de Teodora, cons-ta que ela era uma dona de casa, mas

em Amparo ela muito tra-balhou no armazém de seu marido.

Foi justamente contando com o trabalho de suas mulheres e de seus homens, que o núcleo familiar dos Pellegrini-Consani conseguiu se es-tabelecer em Amparo, sempre li-gado ao comércio. Como a vida é cheia de surpresas, umas boas e outras desagradáveis, logo veio a primeira perda: a família enterrou o seu pio-neiro, o primeiro membro a emi-grar e que, provavelmente, abriu o caminho para todos os imigrantes: Pietro Pellegrini. Mas a família também teve seus ganhos em terri-tório brasileiro, pois nasceram Ade-laide, em l897, e posteriormente, Galileu, em 1901.

Em 1910, os negócios mudaram de endereço e de estado: Giovanni abriu um armazém em Passa Quatro, no Sul de Minas Gerais, e a família para lá se transferiu.

Agora, se repararmos bem, há um outro trabalho que foi desenvol-vido por Teodora, tão importante quanto os outros: o de narrar casos e histórias à sua filha e às suas ne-tas. É que entre estas últimas, es-tavam a minha avó Stela e a minha tia Laís, e se hoje posso relembrar que “Giovannini e Dorinha, em 1891, vieram para o Brasil....”, é porque delas ouvi muitas histórias.

Rio de Janeiro, RJ

Syrléa Marques Pereira 46 anos

Ela se chamava Teodora Pel-legrini, mas na intimi-dade do casamento era Dorinha; e ele se chamava

Giovanni Consani, mas ela o tratava por Giovaninni. O casal e seus três filhos - Giuseppe, Maria Annun-ziata e Sofonisba - dividiam o mes-mo teto com a avó Teresa Paolucci e a tia Amélia Pellegrini. Moravam todos em Oneta, um pequeno povo-ado localizado em uma das tantas montanhas que formam os Apeninos toscanos, pertencente ao município de Borgo a Mozzano, na província de Lucca. Em 1891, Oneta era habi-tada por camponeses e artesãos e, ao longo dos séculos, no início de todo inverno, a maioria de seus homens saía para se empregar em localida-des e cidades próximas, retornando depois de alguns meses. Mas no fi-nal do século XIX e início do sécu-lo XX, surgiram novas oportunidades de trabalho em terras mais distan-tes: na “América”, e eles trataram de aproveitá-las. Conseqüentemen-te, na aldeia ficavam muitas mu-lheres e, sozinhas, passavam a edu-car os seus filhos, administrar suas casas e também plantar e produzir os meios necessários para garantir a sobrevivência de suas famílias. Na ausência dos maridos, as mulheres eram as chefes de família.

O marido comunicava a sua mu-lher que havia reunido umas econo-mias e estava decidido a emigrar, prometendo que, tão logo fosse possí-vel, garantiria a transferência de todo o grupo para o novo local. Assim, Giovanni fez: veio para o Brasil.

Nas próximas liNhas, a coNstatação

de uma verdade que permeou a

vida de muitos aNtepassados viNdos

da bota: o marido viajava para o

brasil e a esposa, com os filhos,

permaNecia Na itália. mas o

desfecho da história da família de

syrléa surpreeNde. No mês em que

se comemora o dia iNterNacioNal

da mulher, um exemplo de coragem

viNdo de uma “mamma”.

depoimeNto à repórter

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Ana Paula Torres

ROma

Cinema em altaComparando dados dos primeiros meses

de 2006 e 2007, observa-se que houve um incremento de 20 por cento de público nas salas cinematográficas da capital. Várias iniciativas como a Festa Internacional do Ci-nema de Roma, realizada pela primeira vez em outubro do ano passado e “Cin Cin Cinema”, com ingressos a preços reduzidos entre 3 e 5 euros, contribuiram para reaproximar a popu-lação da sétima arte. O filme mais visto em Roma de 1° de janeiro a 18 de fevereiro foi o italiano “Manuale d’Amore 2”, de Giovanni Veronesi, com Carlo Verdone, Monica bellucci, Riccardo scamarcio e Antonio Albanese.

A Galeria Candido Portinari, da Embaixada do brasil em Roma, hospeda a mostra “Giardini se-

greti”, de Cybèle Varela. O evento marca também o lançamento

de um livro [Gangemi edi-tore, texto de Bruno Man-

tura], dedicado aos 40 anos de carreira desta renomada artista plás-tica brasileira, radica-da na Europa há mais de 30 anos.

Cybèle Varela, tra-balha com diferentes mídias, desenvolven-

do a sua pesquisa en-tre a fotografia, vídeo,

objetos e instalações e colocando a arte de pintar

no centro da sua linguagem visual. Em Jardins secretos, esco-

lheu apresentar somente pinturas, re-alizadas em acrílico sobre tela. Através de representações e reconstruções do real, a artista leva o observador a des-cobrir as diferentes expressões de um mundo que revela seu caos por detrás da aparente tranqüilidade. A mostra acontece de 21 de março a 21 de abril na Galeria Candido Portinari que fica na Piazza Navona, 10, Roma. O horário é de segunda a sábado, das 13 às 19h. Ingresso gratuito.

Os jardins secretos de Cybèle

Amor eternoOs cadeados do amor são a nova

mania que toma conta da capital italiana. tudo começou depois da pu-blicação do livro “Ho voglia di te”, de Federico Moccia, no qual os protagonis-tas Gin e step, formam um jovem casal que jura amor eterno pendurando um ca-deado no lampião da histórica Ponte Mil-vio e jogando as chaves no rio tibre. Este novo ritual de romanos e turistas apaixo-nados vem causando polêmicas entre o prefeito Walter Veltroni, defensor da ini-ciativa, e outros membros da administra-ção municipal, que pedem a retirada dos cadeados.

Festa do morangoAqui vai um compromisso imperdível com

a “sagra delle Fragole” [Festa dos mo-rangos] de Nemi, cidadezinha com cerca de mil habitantes, localizada no coração dos castelos romanos. O evento acontece em to-do o território, durante o último final de se-mana do mês de maio. O desfile com carros alegóricos e a música da banda municipal animam esta tradicional manifestação da cultura popular que, há décadas, coloca em evidência o principal produto local: o moran-go. Vale a pena degustar o fruto fresco em-bebido em vinho à base de morangos, além dos liquores e sorvetes.

ambiente

Un inverno che sembra non essere mai arrivato. Fiori che sbocciano a febbraio, piogge quasi inesistenti,

sciatori che si esercitano sulla neve artificiale, ecco quanto ac-caduto quest’anno in Italia, ma non solo. la stagione che do-vrebbe essere quella più fredda dell’anno si è fatta sentire molto più calda del solito, con tempe-rature per lo più autunnale e a volte addirittura primaverili. Ma cosa sta succedendo?

Gli studiosi di tutto il mon-do sono convinti che si tratti dei danni che l’attività dell’uomo ha causato al clima e che gli effetti dureranno più di un millennio. In Italia, il problema più grave che si sta già verificando è quello le-gato alla siccità. Durante l’inver-no che finisce proprio in questi giorni, è piovuto molto meno del solito. Nello scorso dicembre, vi è stato l’86% in meno di piogge. le regioni più colpite dalla siccità sono state il Piemonte, il trentino Alto Adige, il Veneto, ma anche la toscana, le Marche e la Calabria.

A soffrire di più la mancan-za di piogge sono i fiumi e laghi del Nord Italia, come ad esempio il lago di Garda e il fiume Adige. Particolarmente grave la situa-zione del fiume Po che nella zo-na della città di Ferrara, all’inizio dello scorso febbraio, segnava un livello di 4,34m., inferiore anche a quello registrato nel 2006, quando i valori erano già preoccupanti.

In realtà, qualche pioggia, anche se poca, c’è stata. E si è verificato un aumento dell’inten-sità del fenomeno, fino a 120mm in poche ore, causando erosione del suolo e inondazioni. In que-sto inverno si è poi verificata una forte diminuzione della tra-montana e aumento del 30% dei venti provenienti dal sud.

Questi cambiamenti climatici stanno causando dello sfasamen-to dei cicli biologici delle pianta-gioni in Italia, danni per oltre un miliardo di euro. Confagricoltura sottolinea l’anticipo della matu-razione degli ortaggi in campo, con fenomeni di sovrapproduzio-ne date le differenze dei cicli pro-duttivi tra Nord e sud, che con le temperature alterate, non sono state rispettate dalle piante. Ol-tre al ribasso dei prezzi, si creano dei problemi legati all’irrigazione. l’assenza di neve, indispensabi-le per ricreare i bacini montani, mette in rischio l’irrigazione del-le piantagioni nei prossimi mesi. E come se non bastasse, con le temperature poco invernali, non sono solo i fiori ad sbocciare pri-ma del tempo, ma anche gli inset-ti, malerbe e infezioni fungine ad iniziare prima il loro lavoro di in-festazione delle colture agricole.

Inquinamento urbanoCome detto dagli studiosi, le at-tività dell’uomo provocano dei cambiamenti climatici. Il traspor-to stradale è la principale causa di inquinamento nelle città europee. A Roma, il 70% dello smog pro-viene dai veicoli e invece di mi-gliorare, il problema tende solo a peggiorare, dato che nella ca-pitale vengono immatricolate tre nuove vetture ogni ora. Nel giro di dieci anni il numero di automobi-li private in circolazione nei cen-tri urbani italiani è aumentato del 20%, e rimane uno dei valori più alti d’Europa. Quasi tutte le città superano la quota di cinquecento autovetture ogni mille abitanti.

E’ vero che gli italiani ama-no le automobili, ma soprattutto nelle grandi città si è arrivati a dei livelli insopportabili non solo di inquinamento ma anche per il blocco della circolazione, dovuto

all’esagerato numero di veicoli presenti nelle strade. E poi, se si pensa al parcheggio, allora sì che gli automobilisti si fanno pren-dere dalla disperazione. Ma sarà che usare la macchina quotidia-namente per ogni spostamento è una scelta personale, o si tratta di una vera e propria necessità?

Diciamo che i mezzi di tra-sporto esistono, ma spesso sono insufficienti. la rete metropolita-na italiana è tra le più corte d’Eu-ropa, con un totale di soli 168 chilometri, mentre la sola cit-tà di londra ha il triplo di chilometri. E questo do-vrebbe essere il tipo di trasporto più diffuso, data la sua efficien-za e livello di inqui-namento zero.

Un altro proble-ma grave è quello dei rifiuti che vede le città di Prato e Catania come le re-sponsabili dei maggio-ri tassi di produzione pro capite, come anche le cit-tà turistiche Firenze, Venezia e Roma. E’ da sottolineare che negli ultimi anni vi è stato un incremen-to nella raccolta differenziata, ma ciò nonostante, i valori medi ri-mangono insoddisfacenti. secon-do dati dell’Agenzia per la Prote-zione dell’Ambiente e per i servizi tecnici (APAt), nel periodo 2002-2004 le città che hanno avuto un maggiore sviluppo nella raccolta

differenziata sono state taranto (+116%), Catania (+113%), Roma (+96%) e Palermo (+36%).

Risultati positivi per quan-to riguarda invece gli spazi ur-bani verdi, che sono aumentati dell’88% pro capite dal 1999 al 2003. Però, per salvare il pianeta e i suoi abitanti, c’è ancora mol-to da fare, e presto, prima che lo smog ci soffochi o la siccità ci lasci senza uno dei beni più pre-ziosi: l’acqua.

Grave la situazione del fiume Po, nel Nord Italia, mentre in tutto il paese si respira un’aria piena di smog

Allarme siccità e inquinamento urbano

ana PaUla torrEsCorrispondente • roMa

Edi

toria

de

arte

Goldoni em cartazA peça “la locandiera”, de Carlo Goldoni,

será interpretada no teatro Eliseo de Roma, de 17 de abril a 6 de maio. Com Mas-cia Musy, Francesco biscione, Paolo Musio, Massimo Cimaglia, Alessandra Celi, Federica De Cola, Andrea benedet, Antonio Fermi, Vin-cenzo Rollo, Peppe sottile e Antonio bugio, o espetáculo será parte integrante das comemo-rações pelo terceiro centenário do nascimento de Goldoni. A peça será apresentada no teatro Eliseo, na Via Nazionale, 183 [próximo às esta-ções Repubblica e Cavour do metrô], em Roma. O telefone é 06/48872222. Mais informações pelo site www.teatroeliseo.it

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attualità

Esaltare la promozione di giochi e competizioni spor-tive divulgando l’Italia, la sua cultura e ospitalità, tra

le tante altre caratteristiche. Da 15 anni questo è uno dei ruoli del Comitato Olimpico Nazionale Italiano (CONI) in brasile.

secondo il delegato dell’isti-tuzione, Alfredo Apicella, tante buone esperienze si sono avute fin dalla prima azione del comi-tato in brasile [la realizzazio-ne dei Giochi della Gioventù, nel 1992, che è stata una pietra mi-liare]. E, completando dieci anni e mezzo di questa presenza, un cocktail ha riunito rappresentan-ti delle maggiori imprese e part-nership dello sport e della cultura italiani. lo scenario scelto è sta-to il salone della nave sinfonia, dell’impresa italiana MsC Crociere e l’iniziativa, che ha riunito circa 100 persone, è stata sponsorizza-ta dal console generale d’Italia a Rio de Janeiro, Massimo bellelli.

— Questo posto ricorda l’Ita-lia o un pezzetto di essa. sap-piamo che l’Italia, in diverse pro-porzioni, è conosciuta per la sua gastronomia, turismo, cultura ma, l’anno del Pan-Americano a Rio, non potevamo lasciar pas-sare questa data di celebrazione per il Coni, che ha fatto tanto per i giovani di origine italiana. lo sport è un elemento che unisce aspetti sociali ed umani, capa-ce di promuovere se non la pace, perlomeno la fine dei conflitti, come abbiamo potuto constatare alcune volte – dice il console.

l’evento è stato presenta-to dal direttore del telegiornale tG3 della RAI – Radio televisione Italiana, Gianfranco Coppola che, accanto agli ex calciatori [e cam-pioni mondiali nel 1994], Aldair dos santos e leonardo de Araújo, è stato omaggiato dalla sobera-na Ordem da Fraterna Integração ítalo-brasileira.

— Abito da dieci anni in Ita-lia, ho concluso la mia carriera di calciatore nel Milan, dopo cinque anni in campo per il club. Oggi ne

sono un manager. Penso di tornare in brasile, ma non ci riesco. là non sono mai stato visto come stranie-ro, ed essere una piccola parte di ciò che lo sport riesce a significare per il brasile e per l’Italia è gra-tificante. – dice leonardo, che ha consegnato, al console bellelli e ad Apicella, maglie con il numero del brasiliano Kaká [22], del Milan.

Chi si è anche fatto presente, meritando onori alla festa sporti-va, sono stati l’ex senatrice Denise Frossard e gli imprenditori Rober-to Fusaro, direttore generale della MsC in America latina, Alessandro Karlin, amministratore dell’Enel brasil e il presidente dell’Obiettivo lavoro, Massimo Cabiati. Mentre

Denise spiegava che il suo legame con l’Italia è più grande di quan-to molta gente possa immaginare, i rappresentanti delle multinazio-nali presentavano numeri dei loro investimenti in brasile.

– Visto che ho scelto una pro-fessione rischiosa e mia madre è morta quando io ero piccola, ho deciso di usare il suo cognome e proteggere mio padre e la fa-miglia. Ma io sono una Pavarotti losci! – ha sottolineato.

Oltre a premiare personalità che promuovono nella loro area di lavoro l’integrazione italo-bra-siliana, la solennità è servita an-che come incentivo e per il lan-cio di progetti legati al mondo

Un pomeriggio al mareCONI festeggia 15 anni di attività in Brasile a bordo della nave della MSC Cruzeiros

atualidadeatualidade

sportivo. la Camera Italo-brasi-liana di Commercio e Industria di Rio de Janeiro prepara la “Feira Italiana de Produtos e Oportuni-dades”, che promette di raggiun-gere circa due milioni di paganti, rappresentanti di una popolazio-ne oriunda delle tre Americhe.

la fiera si terrà dal 5 all’8 lu-glio, presso il Complesso del Flu-minense Football Club. Per divul-gare il Made in Italy, la previsione è di che saranno allestiti 50 stand, da 9 a 12 metri quadrati, per ospi-tare le marche interessate alla di-vulgazione dei loro prodotti. sa-

ranno anche resi disponibili spazi sulla riabilitazione post trauma-tica e ginnastica correttiva e po-sturale, che saranno orientati da professionisti del Coni.

— È meraviglioso poter unire persone di aree così diverse, ma che sono amiche dello sport e di tutta la trasformazione che esso può generare. la partecipazione delle colonie a san Paolo, Rio de Janeiro, Rio Grande do sul, santa Catarina ed altri stati, è immensa. Da nove anni il Coni apporta me-daglie d’oro in modalità disputate nei Giochi della Gioventù. Mi ri-cordo di molti buoni momenti, ma so che tanti altri devono ancora arrivare – spera Apicella.

sílvia soUza

Difícil resistir à tentação do cheiro da pizza ainda enquanto está no forno? E, se a cada 10 minutos,

essa sensação se renovasse? Foi exatamente assim a experiência vivida pelo público que esteve presente no Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, no últi-mo dia 5, durante a etapa carioca da 1ª Copa brasileira de Pizzas.

O objetivo do evento, orga-nizado pela promotora de feiras voltadas à cadeia produtiva de alimentos e bebidas, a Fispal, é destacar um dos segmentos da gastronomia que mais cresce no país. Além disso, busca-se tam-bém proporcionar oportunidades a operadores do mercado food service e fazer com que profissio-nais da área observem de perto o estágio de desenvolvimento tec-nológico das matérias-primas, as novas tendências no preparo da pizza e a qualidade da mão-de-obra neste segmento.

Ao todo, são nove etapas eli-minatórias realizadas nos estados de maior consumo de pizzas no brasil: Pernambuco, Minas Ge-rais, brasília, Rio de Janeiro, Pa-raná, santa Catarina, são Paulo e bahia, além de brasília, no Dis-trito Federal. Em cada uma, os competidores tinham 10 minutos para preparar o alimento e apre-sentá-lo aos jurados para degus-tação. Na eliminatória do Rio de Janeiro, foram vencedores os res-taurantes da Pasta & Pizza, Fra-telli, Pizza ao Taglio e Couve-Flor.

As pizzarias classificadas pa-ra a final, em junho, se apresen-tarão em área especialmente pro-jetada dentro da feira e equipada com acessórios modernos, garan-tindo aos competidores a chan-ce de mostrar talento e técnica no preparo do prato. O tema será livre, podendo o participante es-

colher o sabor da sua preferên-cia para apresentar. Os pizzaiolos selecionados em cada etapa da competição são premiados com cursos no Centro tecnológico de Desenvolvimento de Pizzas e Massas do brasil, comandado pe-

lo consultor Ronaldo Ayres, em são Paulo. Já o vencedor da Copa ganhará uma viagem para a Itália com acompanhante.

Mas tanta popularidade no setor não é sinônimo de riqueza de dados. Apesar do amplo con-

sumo de pizzas, as estatísticas ainda não são detalhadas. Pes-quisas feitas pela Fispal dão con-ta, por exemplo, de que há um custo de U$200 milhões durante o processo que envolve a comer-cialização do produto, ou seja, desde o pizzaiolo, passando pelo transporte, o serviço de delivery, a mão-de-obra, o treinamen-to, dentre outros estágios, até chegar às mãos do consumidor. segundo a promotora, a capital paulista possui oito mil pizzarias e é a primeira no ranking das ci-dades que mais consomem esse tipo de massa. Em seguida, apa-recem Nova Iorque, Milão, Roma e Chicago.

— É surpreendente perceber que são Paulo fica à frente, inclu-sive, de cidades italianas. só para se ter uma idéia, a cidade conso-me 30 milhões de pizzas por mês. O mercado brasileiro possui mais de 300 sabores diferentes de pi-zza. Precisamos entender esses números e ter mais orientação mercadológica e “medir” outros estados através da Copa. Este é nosso objetivo — explica o di-retor de atendimento da Fispal, Marco Antonio Mastrandonakis.

As próximas etapas elimina-tórias acontecerão no Paraná, em 26 de março; no estado de santa Catarina, em 16 de abril; no interior de são Paulo, em 23 de abril; na bahia, em 7 de maio; na capital paulista e na baixada santista, em 21 de maio e, por último, a grande final que será realizada durante a Fispal Food Service 2007, entre os dias 25 a 28 de junho, das 13 às 21h, no Expo Center Norte, na cidade de são Paulo. Mais informações so-bre o evento podem ser adqui-ridas pelo telefone (11) 3234-7725 ou pelo email [email protected].

Evento convoca pizzaiolos de todo o país para disputa e, ao mesmo tempo, busca aprimoramento

de dados sobre a pizza no Brasil

rosanGEla coMUnalE

Como tudo acabou em pizzaA história desse famoso disco de massa que encanta milhares de

pessoas pelo mundo, não podia ter começado em outro lugar, a não ser a Roma de César, antes da era cristã. segundo a história, os nobres dessa época comiam o chamado “pão de Abraão, o que cor-respondia a uma massa de farinha, água e sal, que ia ao forno bem forte. Em seguida, ervas e alho eram adicionados. Essa mistura era conhecida como “Piscea”.

O primeiro pizzaiollo da história foi Don Rafaelle Espósito, do-no de uma famosa pizzaria de Nápoles. Ele ficou famoso a partir do verão de 1889, quando cozinhou no palácio Capodimonte para o rei Umberto I e a rainha Margherita de sabóia que, naquela época, visitavam a cidade. Na ocasião, o pizzaiolo quis homenagear a so-

berana e, assim, decidiu fazer uma pizza com as co-res da bandeira italiana: branco, vermelho e ver-de. Resultado: ela gostou tanto da pizza que Don Rafaelle a batizou com seu nome. Em são Paulo, desde 1985, co-memora-se o Dia da Pizza em 10 de julho.

Com a mão na massa!

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“Nell’anno del Pan-Americano a Rio, non potevamo lasciar passare questa data di celebrazioni per il Coni, che tanto ha fatto per i giovani di origine italiana” MassiMo Bellelli, Console geneRale d’italia a Rio de JaneiRo

Sopra, Alfredo Apicella posa con parte dei membri dell’equipaggio che hanno ricevuto il titolo di Cavaliere e Commendatore durante la

cerimonia. Sotto, l’ex calciatore Leonardo fa un omaggio a Apicella insieme al console Massimo Bellelli e a Regino Barros

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attualità

Fitto il calendario di festeggiamenti per l’anniversario del Trattato di Roma e la nascita dell’Unione Europea

Insieme da 50 anniana PaUla torrEsCorrispondente • roMa

sfide e sulle opportunità di do-mani. l’Unione – aggiunge – ha unito nuovamente l’Europa, l’ha resa più forte e ha offerto ai suoi cittadini libertà, stabilità e pro-sperità. Ma nella misura in cui l’UE invecchia e le nostre socie-tà si trasformano, anche la que-stione dell’integrazione europea si evolve. Il Vertice – sottolinea – offrirà un’occasione senza pre-cedenti per discutere di questa Unione Europea in movimento.

In Inghilterra, una squadra composta dai migliori calciatori europei incontrerà il Manchester United in una partita di benefi-cenza. Il Palais des Beaux-Arts del belgio ospiterà una mostra di architetti e urbanisti intito-lata “Una visione per bruxelles”, mentre nei Paesi bassi, la città di Maastricht organizza un festival cinematografico.

In Romania - paese da poco integrante dell’UE - insegnanti, studenti e giovani detenuti si riu-niranno per presentare spettacoli teatrali, creazioni artistiche e let-terarie sul tema “l’evoluzione dei valori europei”. Inoltre, per tutto il mese di marzo, città come Co-penaghen, sofia, tallinn, Vienna e Atene proporranno spettacoli di intrattenimento, eventi informa-tivi, dibattiti aperti al pubblico e altre attività con l’obiettivo di avvicinare l’Europa ai cittadini.

Innumerevoli manifestazioni saranno organizzate anche in al-tre parti del mondo. In Indone-sia, ad esempio, si terrà un fe-stival gastronomico dedicato alla cucina europea. A Washington, negli stati Uniti, una “settima-na europea” renderà omaggio a mezzo secolo di cooperazione tra l’Unione Europea e il paese ame-ricano. A New York, invece, sarà realizzato un concerto, nel qua-le verrà eseguita la terza sinfonia di beethoven, la “Eroica”.

In brasile, un festival cinema-tografico, organizzato dall’Amba-sciata della Repubblica Federale della Germania [attuale presiden-za semestrale dell’UE] richiamerà l’attenzione sul cinema europeo. le proiezioni avranno luogo pres-so il Cine brasilia, nella capitale brasiliana, in programma tra i me-si di maggio e luglio. l’intenzione è di esibire due film di ogni paese integrante dell’UE, essendo uno contemporaneo e l’altro un clas-sico degli anni Cinquanta. tra gli obiettivi vi è quello di stimolare

l’interscambio con il brasile attra-verso dei film e seminari, nei qua-li potranno intervenire registi eu-ropei e brasiliani.

secondo la delegazione del-la Commissione Europea in bra-sile, per il secondo semestre di quest’anno [quando sarà la volta di Portogallo al comando dell’UE] um festival simile a quello di brasilia dovrà toccare altre città brasiliane. Ma i festeggiamenti non includono solo la cinemato-grafia. Fino a luglio altri eventi saranno svolti a san Paolo e Rio de Janeiro, come delle mostre e conferenze. Insomma, tutto in nome dell’“european way of life”.

La nascita e l’evoluzione trascorrono gli anni Cinquanta quando la Comunità europea del carbone e dell’acciaio comincia ad unire i paesi europei sul piano economico e politico, con lo sco-po di garantire una pace duratu-ra, dopo anni di guerre frequen-ti e sanguinose tra paesi vicini. Con la fine della seconda guerra mondiale è arrivata l’ora di pen-sare ad un futuro basato sulla pace e lo sviluppo. Con questi intuiti, il 25 marzo 1957, belgio, Francia, Germania, Italia, lus-semburgo e Paesi bassi firmano a Roma i trattati che istituisco-no la Comunità economica euro-pea (CEE) e la Comunità europea per l’energia atomica (Euratom), dando origine a quella che oggi chiamiamo Unione Europea.

Durante gli anni sessanta vi sono i primi segnali di crescita economica e tra i paesi dell’UE non esistono più dazi doganali nell’ambito dei reciproci scam-bi. Nel 1973 accade il primo al-largamento con l’adesione della

Danimarca, Irlanda e del Regno Unito, portando a nove il nume-ro degli stati membri. Nello stes-so anno, l’Europa soffre una crisi energetica e problemi economici per via di un conflitto tra l’Arabia saudita e Israele. Con l’uscita di scena di salazar in Portogallo e del generale Franco in spagna, si concludono le ultime dittature di destra al potere in Europa.

la Grecia entra a far parte del-l’UE nel 1981, mentre il Portogal-lo e la spagna lo fanno nel 1986. Ma il più importante degli avve-nimenti di questo decennio è si-curamente la caduta del muro di berlino il 9 novembre 1989. Per la

prima volta dopo 28 anni, si apro-no le frontiere tra la Germania Orientale e quella Occidentale.

Dal 1993 diventa possibile la libera circolazione di beni, servizi, persone e capitali in un mercato unico. Gli anni Novanta sono inol-tre il decennio di due importanti trattati: il trattato di Maastricht sull’Unione europea [1993] e il trattato di Amsterdam [1999]. I cittadini europei si preoccupano di come proteggere l’ambiente e di come i paesi europei possano collaborare in materia di difesa e sicurezza. Austria, Finlandia e svezia aderiscono all’UE nel 1995, mentre la cittadina di schengen presta suo nome agli accordi che consentono ai cittadini di viag-giare liberamente senza controllo dei passaporti alle frontiere.

Gli ultimi anni, invece, hanno dato spazio all’introduzione del-l’euro e al dibattito su che tipo di costituzione unica inserire in Eu-ropa. Dopo gli attentati dell’11 settembre 2001 negli stati Uniti, i paesi europei hanno dovuto fare

i conti con la criminalità interna-zionale, cercando delle strategie di difesa. Nel 2004, altri dieci paesi entrano nell’UE. sono Cipro, Esto-nia, lettonia, lituania, Malta, Po-lonia, Repubblica Ceca, slovacchia, slovenia e Ungheria. Il 29 ottobre dello stesso anno, i 25 paesi del-l’UE firmano un trattato che isti-tuisce una Costituzione per l’Euro-pa. l’obiettivo è di semplificare il processo democratico decisionale e la gestione in un’Unione di 25 e più paesi. Viene inoltre istituita la figura del ministro degli Affari esteri dell’Unione europea.

Nel febbraio del 2005 entra in vigore il Protocollo di Kyoto che ha come obiettivo la riduzio-ne delle emissioni dei gas ad ef-fetto serra in modo da limitare il riscaldamento del pianeta. l’UE ha partecipato attivamente a molti interventi realizzati per ri-durre l’impatto dei cambiamenti climatici, mentre gli stati Uniti, responsabili per i più alti tassi di inquinamento globale, non ade-riscono al Protocollo di Kyoto.

Il 1° gennaio 2007 il numero degli stati membri passa da 25 a 27, con l’entrata di bulgaria e Ro-mania, mentre i paesi attualmen-te candidati all’adesione sono la Croazia, l’ex Repubblica iugoslava di Macedonia e la turchia.

E’ difficile da prevedere cosa succederà in Europa nei prossimi cinquant’anni. Di certo si sa già che si dovranno affrontare temi come la prosperità in sintonia con la globalizzazione, assicura-re l’occupazione, soprattutto dei giovani che vivono attualmente soffocati da lavori precari, senza poter fare dei passi importanti, come mettere su famiglia.

Il riscaldamento del pianeta è un altro problema al quale ci si dovrà dedicare in modo più inten-so, anche perché già da ora i paesi europei sono tra i più colpiti dai cambiamenti climatici. l’uso più razionale dell’energia e l’incremen-to della sua produzione a partire da fonti rinnovabili poco inquinanti situate all’interno dell’UE è uno dei provvedimenti positivi nella bat-taglia contro l’innalzamento delle temperature. È necessario inoltre che l’UE ottenga maggiori forniture di energia pulita da fonti esterne affidabili, poiché le sue riserve di petrolio e gas sono esaurite.

(ha collaborato Rosangela comunale)

Proprio nella capitale italiana, il 24 e 25 marzo, oltre duecen-to giovani dei 27 stati membri si riuniranno per esporre le loro idee sull’Europa attuale e su cosa auspicano per il futuro. I risulta-ti di questo vertice verranno tra-smessi in breve tempo ai leader europei che si incontreranno a berlino negli stessi giorni.

— Questo 50° anniversario – ha dichiarato la vicepresidente Margot Wallström, responsabile delle relazioni istituzionali e del-la strategia di comunicazione – è l’occasione per celebrare i risul-tati conseguiti e riflettere sulle

Cinquant’anni fa veniva fir-mato il trattato di Roma, avvenimento storico che diede origine all’attuale

Unione Europea. tantissimi sono gli eventi in programma non solo in Europa, ma in tutto il mondo, per festeggiare l’anniversario. Il Vertice della gioventù a Roma, la riunione dei leader dell’UE a berli-no, il concerto “star d’Europa” a bruxelles e il Festival dell’Europa a londra, ne sono solo un assaggio.

“la tua Europa - il tuo futu-ro” sarà uno degli eventi più im-portanti in occasione del 50° an-niversario del trattato di Roma.

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Após cinco anos, o uso do Euro ainda causa debates na Itália e em países membros da UE

A moeda do futuro mais que presente

curiosità attualità

Não deve ser nada fácil manter a coesão econô-mica, política e comer-cial entre as 27 nações

que compõem a União Européia (UE). A rede engloba cerca de 500 milhões de cidadãos [a ter-ceira maior população do mun-do, perdendo apenas para China e Índia] distribuídos em apro-ximadamente quatro milhões de quilômetros quadrados. Para os 13 estados onde o euro é a mo-eda em circulação, a vida parece acontecer um degrau acima em relação às nações consideradas menos desprovidas de recursos. Mas, mesmo cinco anos após sua unificação, a discussão se mostra atual e cada vez mais ferrenha, seja pela adesão de novos países, ou pelo crescimento ou não das economias internas.

— O Euro se tornou, nesses cinco anos, uma “moeda de refe-rência” no contexto econômico internacional. As reservas de va-lor dos países mais industrializa-dos são hoje constituídas de pe-lo menos 30 por cento do Euro, enquanto num passado recente a única moeda forte era repre-sentada pelo dólar americano. O

atualidade

Euro, hoje, está bastante conso-lidado e efetuou uma superação histórica nos confrontos da mo-eda americana no que se refe-re à acumulação que circula no mundo — defende o adido eco-nômico e financeiro do Consula-do Geral da Itália em são Paulo, Andrea Amati.

Amati, que chegou ao brasil em janeiro de 2007, acompanhou bem todo o fervor dos preparati-vos para as comemorações pelos 50 anos do tratado de Roma, que instituiu a Comunidade Econômi-ca Européia. também em janeiro, a Eslovênia torna-se o 13º país a aderir ao Euro. O alargamento ao leste da UE, bem como a partici-pação de países com economias que, por anos, dedicaram-se a um regime socialista, como bulgária e Romênia, também preocupam quem esperou uma ascensão.

— Na Itália, a introdução do euro trouxe, como a outros paí-ses da “Eurolandia”, além de uma preciosa comodidade para quem viaja pela Europa, uma diminui-ção das taxas de interesse e con-seqüentemente um acesso mais fácil ao crédito, seja para as fa-mílias ou para as empresas. Além

disso, os países que adotaram o Euro estão obrigados a não ultra-passarem certos limites de infla-ção, do déficit no balanço do go-verno — explica Amati.

Mas, segundo uma pesquisa, realizada em janeiro pelo Institu-to Harris Interactive, mais de dois terços dos cidadãos italianos, franceses, alemães e espanhóis consideram que o euro prejudi-cou as economias de seus países. A maioria dos adultos que foram consultados gostaria de voltar a utilizar suas moedas antigas, a lira no caso da Itália. Mas, com exceção dos franceses, todas as pessoas das nacionalidades aci-ma citadas afirmaram que a mo-eda única contribuiu para a con-solidação da economia da União Européia.

— Na realidade, a entrada de novos países suscitou perple-xidade por parte da opinião pú-blica européia. Países com renda per capita muito inferior à mé-dia européia, com padrões qua-litativos da produção inferiores à norma da Europa e também um certo temor de emigrações ma-ciças são compreensíveis, mas deve se dizer que “os novos eu-ropeus” têm uma taxa de cresci-mento [4,6 por cento em 2005] superior à média européia e en-tão devem, em um curto espaço de tempo, recuperar grande par-te do terreno perdido — assinala o adido do consulado.

Além da Itália, os países que adotaram a moeda comum foram a Alemanha, áustria, bélgica, Eslovênia [aderiu ao grupo em 2007],

Espanha, Finlândia, França, Gré-cia, Irlanda, luxemburgo, Países baixos e Portugal. Entre os pe-quenos países que não pratica-vam políticas de moeda própria e também usam o euro estão An-dorra, Mônaco, são Marino e Va-ticano.

— A Itália foi a quarta expor-tadora da UE, depois da Alema-nha, França e Reino Unido, em 2005. sua cota do mercado é de oito por cento [na escala mun-dial, a Itália é o oitavo país ex-portador com uma cota de sete e meio por cento no mercado]. O incremento desta cota é possível somente aumentando-se as ex-portações, seja dentro da UE ou no resto do mundo. É aquilo que todos os paises procuram fazer, independentemente da moeda que adotam — acrescenta.

Mas como melhorar os negó-cios e ampliar as áreas de par-cerias? Andréa Amati é enfático. Para ele, investir em competiti-vidade através do Made in Italy é a solução.

— É necessário que os pro-dutos “Made in Italy” tornem-se mais competitivos, um processo com solução não muito fácil que passa, de todo modo, através da redução dos custos de produção, do aumento da produtividade, da tecnologia e da inovação, isto é, da produção de bens e serviços “novos” e do alto conteúdo tec-nológico — afirma.

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Grande successo per la 57esima edizione del Fe-stival della canzone ita-liana di sanremo, che ha

dato la vittoria a due canzoni im-pegnate nel sociale. simone Cri-sticchi ha vinto nella categoria “Campioni” con “ti regalerò una rosa”, mentre Fabrizio Moro si è aggiudicato il primo posto tra i giovani con “Pensa”. Ottimi gli ascolti che premiano un festival targato Pippo baudo, che ha sa-puto scegliere le canzoni da met-tere in gara, gli ospiti – quasi tutti italiani –, una buona dose di satira e, al posto di una bionda e una mora, ha scelto Michele Hun-ziker per affiancarlo nella condu-zione della kermesse canora.

Un brano dedicato ai “matti” è quello che ha dato a simone Cristicchi non solo il primo posto nella gara di sanremo, ma anche il Premio della critica “Mia Marti-ni” e il Premio della sala stampa radio e tv. “ti regalerò una rosa” racconta la storia di Antonio, un malato mentale che vive rinchiu-so in un manicomio.

— Questa canzone – raccon-ta Cristicchi – è esplosa dentro di me in maniera prorompente dopo la grande emozione vissuta nel mio viaggio attraverso gli ex ma-nicomi italiani. Mi andava di tra-

smettere questo, proprio perché questa esperienza mi ha segnato molto, dentro. All’inizio – conti-nua il cantautore romano – cre-devo che il messaggio potesse ar-rivare solo agli addetti ai lavori, a quelli che ascoltano i dischi e i testi in maniera più approfondita. Invece, – conclude – mi ha stu-pito l’emozione, palpabile, delle persone che mi fermavano.

Ma in realtà, in questo festi-val si potrebbe parlare di pareg-gio, dato che Al bano, secondo

classificato con “Nel perdono”, è rimasto di pochissimo dietro nel-la graduatoria totale, mentre ha vinto nel televoto. Il punteggio finale di ogni cantante veniva assegnato con la somma dei ri-sultati delle tre giurie: demosco-pica, qualità e televoto.

− Dall’analisi del voto del festival si deduce che l’Italia è spaccata in due anche per quel che concerne la musica. – ha detto il capo struttura di Rai Uno, Giampiero Raveggi – la dif-ferenza dello 0,3% tra Cristicchi e Al bano dimostra che, nume-ricamente parlando, il pubblico che apprezza una canzone d’au-tore della nuova generazione è lo stesso di quello che ama un bra-no melodico tradizionale.

Ma in realtà ce n’erano an-che altri di brani che avrebbe-ro potuto vincere il festival per la melodia, il testo e l’interpre-tazione del cantante. tra i più votati si trovano quelli di to-sca [“Il terzo fuochista”], An-tonella Ruggiero [“Canzone fra le guerre”], Paolo Meneguzzi

[“Musica”], Piero Mazzocchetti [“Schiavo d’amore”] e poi “la Paranza” di Daniele silvestri, il brano più scaricato come suone-ria per cellulare, durante lo svol-gimento del festival.

Nella categoria “giovani”, Fa-brizio Moro, romano, 32 anni, ha vinto con “Pensa”. Canzone de-dicata alle vittime della mafia, è stata molto apprezzata dalle giu-rie e dal pubblico fin dalla pri-ma esibizione. stefano Centomo, invece, è arrivato secondo con “bivio” e i Pquadro sono stati i terzi in classifica con “Malinco-niche sere”.

Molti sono stati gli ospiti. tra quelli stranieri: Norah Jones, John legend, Mika, Miguel Angel Munoz, scissor sisters, Joss sto-ne e take that. Di presenze no-strane, invece, grandi nomi della musica italiana che sicuramente hanno contribuito a mantenere alti gli ascolti televisivi. sul pal-coscenico dell’Ariston sono sali-ti Franco battiato, Gigi D’Alessio, Elisa, tiziano Ferro, Gianna Nan-nini e Renato Zero.

La musica torna protagonista

Successo per il Festival di Sanremo targato Pippo Baudo

ana PaUla torrEsCorrispondente • roMa

SanremoQuarant’anni fa, proprio du-

rante il Festival della can-zone italiana, moriva luigi tenco. Il cantautore, nato a Cassine, in Piemonte, si suicidò dopo essersi presentato con la canzone “Ciao amore ciao”, la quale non fu am-messa alla serata finale del festi-val, motivo che l’avrebbe spinto ad uccidersi. Insieme al suo cor-po, fu ritrovato un biglietto con il seguente testo scritto a mano:

− Io ho voluto bene al pub-blico italiano e gli ho dedicato inutilmente cinque anni della mia vita. Faccio questo − scri-veva tenco − non perché sono stanco della vita [tutt’altro] ma come atto di protesta contro un pubblico che manda “Io tu e le rose” in finale e una commissio-ne che seleziona “la rivoluzio-ne”. spero che serva a chiarire le idee a qualcuno. Ciao. luigi.

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curiositàcomunidade

“Família, família. Papai, mamãe, titia. Família, família. Vovô, vovó, so-brinha”. Para quem cos-

tuma dizer que os amigos são os parentes que o coração escolheu, a música dos titãs tem mesmo um sentido apropriado para revelar as confusões e problemas enfrenta-dos no dia-a-dia pelas famílias de qualquer nacionalidade. Mas um fenômeno relativamente recente tem tomado conta de netos e bis-netos de italianos: saber e recon-tar a história dos primeiros ante-passados que chegaram ao brasil. A busca pela neogenealogia cres-ceu na última década e tem co-mo ponto de partida o desejo de celebração e confraternização en-tre entes espalhados pelos quatro cantos do país. Algumas famílias, inclusive, contam com a partici-pação especial de primos e des-cendentes originários das regiões italianas das quais seus bisavós e tataravôs emigraram.

Como todo encontro italiano que se preze, a reunião de família mescla geralmente um almoço ou jantar, regado a pratos típicos, e também, a missas, que não ne-gam a raiz religiosa do povo. Há famílias que começaram com um álbum de retratos reunindo-se em um dia. Outras já enveredam por dois ou três dias de contato, além de gerarem a produção de livros que relatem sua história.

Os Dametto, por exemplo, ar-riscaram e conseguiram reunir-se em fevereiro. O encontro aconte-ceu em Anta Gorda, Rio Grande do sul, e envolveu mais de 20 pessoas em sua comissão de organização. E a data escolhida para o primeiro evento da família não poderia ser

outra: um dia depois da data em que se completaria 100 anos do casamento do primeiro casal Da-metto: 10 de fevereiro.

— Hoje, com as facilidades de pesquisa, impressão e reprodução que a tecnologia de informação proporciona, são muitas as famí-lias que estão restaurando a his-tória de seus parentes, através de sites de busca, comunidades de relacionamento e listas de discus-são de genealogistas — salienta

Quando o amor

Nair Dametto, coordenadora do projeto de encontro da família.

segundo ela, essa busca fami-liar tem proporcionado, na inter-net, através de alguns sites aos interessados, o know-how indis-pensável para quem deseja orga-nizar uma reunião de família, com roteiros, cronogramas e impressos a serem enviados para os parentes convidados. Assim, nada sai de improviso. Além disso, os encon-tros possibilitam um mapeamento

da história da imigração italiana. Não a história de partida e che-gada de alguns membros da famí-lia, fato já muito explorado entre estudiosos e periódicos, mas sim sua continuação. Ou melhor: seus reflexos nos dias atuais.

— Partimos de Angelo e Ange-la Dametto, que vindos de Castel-franco Veneto, no início da déca-da de 1880, fixaram-se em Carlos barbosa, uma das “doze colônias” italianas no sul do brasil. tiveram cinco filhos, entre eles José Da-metto. A reunião de fevereiro se dá pela família de José e Maria si-mon Dametto, que se casaram no dia 9 de fevereiro de 1907. Em cem anos, sua descendência forma um grupo de mais de 600 pesso-as. A comissão organizadora é res-ponsável por arrolar as principais datas, documentar com fotos e comentários sobre alguns familia-res, por exemplo, netos de Angelo e Angela Dametto que, em fins da década de 1950, migraram para o oeste do Paraná — explica Nair.

De acordo com ela, que é neta de José e Maria, a família

se multiplicou para além do Rio Grande do sul. É possível encon-trar Damettos em estados como santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do sul, Goiás, são Paulo e Rio de Janeiro. Um próximo en-contro do clã ainda não tem data fixada, mas ocorrerá em tapeja-ra, no Rio Grande do sul. Entre os objetivos, está conseguir tra-zer da Itália, outros parentes, da mesma genealogia de Ângelo Da-metto e Angela Robasso.

— Como todas as famílias ita-lianas, os Dametto são muito so-lidários e gostam de comemorar as pequenas coisas. Fazem visitas com freqüência. No Natal de 2003, depois de muitos anos, visitei pri-mos, primas, as tias Amélia e Ono-rina e os tios João e Maria Damet-to, em Anta Gorda. tio João era o único ainda vivo dos 13 filhos e filhas de meus avós. Era o arquivo vivo da família — recorda.

Outro que acompanhou o pro-cesso de reunião dessa numerosa família foi Enio simon. Ele acom-panhou o desejo de João Damet-to, que faleceu em setembro de 2004 e dizia querer “completar a árvore genealógica e fazer uma festa de toda a família”.

— Ficamos, minha es-posa e eu, encantados com tudo que ocorreu no encon-tro. lembro-me bem das palavras de Padre Miguel Da-metto, que completava 25 anos de ordenação celebran-do conosco: “Antes a história das famílias eram contadas somente através das pala-vras, de um para o outro. E hoje, é tudo registra-do e arquivado”. Como queremos fazer com a nossa! — define.

Para o engenhei-ro mecânico Egídio Dall’Agnol, uns dos responsáveis pelo encontro da fa-mília residente no brasil, o interesse de reunir as ge-rações poste-riores à chega-da dos primeiros membros da imensa família foi tanto que gerou a produção de

um livro. lançado em 1995, “Nova Fastro e a Família Dall’Agnol”, tem por objetivo registrar o resgate da cultura dos oriundos de Fastro [vi-larejo na região do Vêneto, no nor-te da Itália].

— Eu tinha vontade de co-nhecer e estava com dúvidas so-bre a origem da família. Há uns 20 anos, quando nasceu meu segun-do filho, essa vontade aumentou. Daí, em 1994, fizemos em Paraí [RS] o primeiro encontro da fa-mília e um ano depois eu estava a trabalho em Chicago, quando sou-be de uma promoção de passagem para Milão. Embarquei sem saber nada sobre Fastro e lá encontrei parentes. senti extrema alegria e aquilo foi de muita importância para tudo que aconteceu desde então — recorda Egídio.

As pesquisas dos Dall’Agnol se tornaram tão significati-vas que, além do livro, foi instituída a Associação Família Dall’Agnol

Descendentes de italianos investigam a história de suas famílias, promovem encontros

comemorativos e criam a “neogenealogia”

sílvia soUza

realmenteconstrói

e Outras Emigradas de Arsiè e, criado o site www.dallagnol.org. segundo informações obtidas em Fastro, entre 35 e 40 famílias dei-xaram a localidade rumando para o brasil no fim do século 19. Mas também é possível encontrar des-cendentes na França.

No cadastro, feito através do site, seis mil pessoas apresentam o sobrenome Dall’Agnol. Mas esti-ma-se que o clã chegue a 15 mil. No mês de novembro, 650 deles se reuniram em Putinga [RS]. Eles contabilizam oito reuniões, tendo os três primeiros eventos sido realizados anual-mente.

— Estive em Fastro umas oi-to vezes. Nos organizamos e ho-je fazemos dois boletins anuais para dar nossos informes à famí-lia. também investimos em in-tercâmbio, sempre que possível enviando um Dall’Agnol daqui ou recebendo um de lá. Outro dife-rencial está em não repetir o lu-gar dos encontros. O rodízio se dá por votação, em caso de mais de um familiar quer sediar a festa — conclui Egídio, avisando que a próxima reunião acontecerá em Arvorezinha [RS], em 2008.

A imigração italiana no RSSegundo pesquisa feita pe-

la comissão organizadora do encontro da Família Damet-to, a imigração italiana no Rio Grande do sul começou por vol-ta de 1875, originando as colô-nias de Dona Isabel [atual Ben-to Gonçalves], Conde D’Eu, Nova Palmira [atual Caxias do Sul] e silveira Martins. Os primeiros italianos que chegaram à região vieram do Vêneto [em número mais expressivo], da lombar-

dia, de trentino e Friulano. Em menor contingente, italianos de Piemonte, Emiglia-Romagna, toscana e ligúria.

Com o aumento da densidade demográfica, os lotes tornaram-se pequenos, o que desencadeou o primeiro movimento migratório interno. Da atual bento [que até 1870 se chamava Cruzinha] parti-ram para Encantado, Nova brés-cia, Guaporé etc. E assim conti-nuaram a chegar e se “espalhar”.

Em bento, foi instalada uma das primeiras vinícolas do país, em 1960, chamada Carlos Dreher. Entre outras atividades econômicas desenvolvidas pe-los italianos está a produção de queijo parmesão que, em pouco tempo, adquiriu fama no mer-cado de Porto Alegre e são Pau-lo. A continuação dessa jornada pode ser observada no desen-volvimento das 12 colônias da imigração italiana no estado.

Missa que celebrou o encontro dos Dametto em Anta Gorda (RS)

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Giordano Iapalucci

FiRENzE

Nella cornice del teatro Comuna-le di Firenze ogni anni ad aprile si riunisce l’Orchestra del Maggio

Musicale Fiorentino. la sua prima esecu-zione è datata 1933. Dalla metà degli an-ni sessanta si costituisce anche il corpo di ballo del Maggio al quale hanno parte-

cipato artisti come Nureyev, Carla Fracci e baryshnikov. Il programma ha inizio il 24 aprile con l’opera “Antigone” e si conclu-derà il 4 luglio con il concerto di chiusura diretto da Zubin Metha. I biglietti variano da 15 a 120 euro. Per eventuali informa-zioni: www.maggiofiorentino.com.

Maggio musicale

La principessa saggiaTermina il 15 aprile la mostra in ono-

re ad Anna Maria luisa de’ Medi-ci presso la Galleria Palatina di Palazzo Pitti. A questa figura femminile si deve molto della salvaguardia e custodia del patrimonio della famiglia Medici. l’obiet-tivo della principessa era quello di far sì che quadri, statue e quant’altro rimanes-sero nei posti d’origine “per ornamen-to dello stato, per utilità del Pubblico e per attirare la curiosità dei Forestieri”. l’esposizione propone varie opere d’arte di pittura e scultura come anche gioielli, oggetti in porcellana e maiolica, orna-menti in pietre dure e miniature risalenti alla fine del seicento, inizio settecento. Prezzo € 6,50. Apertura dalle 8.15 alle 18.50. Chiuso il lunedì.

Il lavoro nell’arteUna cinquantina di quadri per illustrare

com’è cambiato il lavoro, i mestieri e la classe lavoratrice in Italia. l’idea è quella di mettere in connessione sia l’elemento socia-le che quello economico del lavoro parten-do dall’Unità d’Italia [1860] fino al secondo dopoguerra per mostrare come la società è mutata in maniera profonda. si possono am-mirare capolavori di Fattori, signorini, balla, boccioni e molti altri, compresi quadri inedi-ti mai prima esposti. Fino al 13 aprile pres-so il Museo Piaggio Giovanni Alberto Agnelli a Pontedera. Ingresso libero dalle 10.00 alle 18.00. www.museopiaggio.it.

“Scuola superiore della ciccia”Nascerà ad aprile, presso la macelle-

ria del rinomato macellaio e poeta Dario Cecchini, la prima scuola per cuo-cere alla perfezione una bistecca alla fio-rentina. l’idea, dello stesso Cecchini, si avvarrà di un caminetto di circa 4 metri come base per gli apprendisti che così impareranno anche a fare un’ottima bra-ce e trasformarsi in “maestri di griglia”. Per informazioni 0055-055852020.

Desiderio da SettignanoAnche se non è tra gli artisti più cono-

sciuti, Desiderio da settignano è con-siderato uno dei più importanti scultori fiorentini del Rinascimento. Grazie alla col-laborazione tra il Museo del bargello e la National Gallery di Washington l’esposizione offre quasi trenta opere delle quaranta a lui attribuite. Fino al 3 giugno presso il Museo del bargello, Firenze. Ingresso 7 euro. Dal lunedì alla domenica, dalle 8.15 alle 18.00.

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Remo brasileiro se concentra para o Pan e Itália recebe etapa de seletiva que definirá competidores

esporte

sílvia soUza

Anderson Nocetti e Alan Bittencourt que, em 2006,

foram campeões sul-americanos competindo no double peso leve

Por um instante você tem a oportunidade de se trans-portar, através de uma má-quina do tempo, para o

brasil do século 19. Vai assistir a um esporte popular, divertir-se com o glamour da alta sociedade e perceber que aquela prática ar-rastava milhares de pessoas curio-sas ou conhecedoras do assunto. Não, caro leitor. Nós não estamos falando do futebol. Muito antes da atividade importada por Char-les Miller, o esporte que domi-nava a atenção dos brasileiros e imigrantes era o remo! Aliás, são esses imigrantes, principalmente italianos e alemães, os respon-sáveis pela importação da moda-lidade para terras tupiniquins. A partir de 1880, o remo seria o es-porte dos gaúchos e paulistas.

Clubes como o santos ou o Rio tietê, na capital, eram procu-rados pelos esportistas. Usados como meio de transporte desde a antigüidade grega, o império ro-mano e o Egito antigo, barcos a

remo tiveram sua primeira apa-rição nos Jogos Pan-americanos em 1951 [Buenos Aires]. Ainda com a ascensão do futebol, ti-mes que ostentam o termo “Re-gatas” em seus nomes, casos dos cariocas Clube de Regatas do Fla-mengo, Clube de Regatas Vasco da Gama e botafogo de Futebol e Regatas, comprovam a importân-cia do remo no momento de sua fundação, nos idos de 1900.

O esporte tem origens pouco precisas. segundo pesquisadores, há relatos de Virgílio, na Eneida, que descrevem uma regata de re-mos ou as supostas corridas entre os barqueiros do Nilo, no Egito. Eles teriam competido para ganhar a honra de participar na procissão funerária do faraó. Outros historia-dores consideram, por sua vez, que as primeiras competições entre barcos a remo começaram em Ve-neza, na Itália, em 1315, entre os gondoleiros. O fato é que as dispu-tas estão entre as mais antigas nos jogos olímpicos da era moderna.

Nelas, barcos em que cada remador conta com dois remos, divididos por raias, competem lado a lado em águas calmas pa-ra ver quem é o mais rápido. A distância oficial desse percurso em linha reta tanto para Jogos Olímpicos quanto para Pan-ame-ricanos é de 2 mil metros. As embarcações [com ou sem timo-neiro, ou skiff] podem ter um, dois, quatro ou oito componen-tes. O timoneiro é o integrante que não rema. Responsável por orientar e incentivar os compa-nheiros, ele não entra na conta dos componentes.

No Pan do Rio, as provas se-rão realizadas na lagoa Rodrigo de Freitas e uma das apostas da Con-federação brasileira de Remo (CbR) é o descendente Anderson Nocetti, de 33 anos, que é o primeiro co-locado no ranking nacional. trei-nando desde novembro especifica-mente para a competição, Nocetti e outros remadores passaram oito semanas, entre janeiro e março, concentrados no Rio Grande do sul. O ritmo de dedicação é intenso: com uma folga à tarde por semana, eles chegam a remar seis horas por dia, de segunda a segunda.

— Minha carreira começou mesmo em 1996, ainda em Floria-

nópolis, quando fui campeão bra-sileiro e sul-americano. Mas agora estou na expectativa pela defini-ção dos barcos — conta o atleta, que afirma fazer o sinal da cruz antes de cada prova e está cogi-tando parar de competir em 2008, se o físico não acompanhar o de-senvolvimento dos adversários.

— temos exemplos de compe-tidores que pararam aos 40 anos, sendo campeões. Na verdade, eu tenho que avaliar o meu aprovei-tamento — confirma Nocetti.

O remador também diz que procura não lembrar de seu favori-tismo e sua colocação nos campe-onatos que disputa. Reconhecido por especialistas como o melhor remador brasileiro da atualidade, ele foi o único atleta a representar

o remo do brasil nas Olimpíadas de sidney, na Austrália, no ano 2000, e também esteve presente em Ate-nas, na última edição dos Jogos, em 2004. Em 2006, foi campeão sul-americano no double peso le-ve, com o companheiro Allan bit-tencourt. Isso sem falar dos 10 tí-tulos brasileiros que possui.

— tenho uma filha, a Rúbia, de 9 anos, que é um incentivo para a minha continuidade no esporte. É bom dar orgulho às pessoas que amamos, mas eu en-tro no barco como se fosse minha primeira competição e tento ad-ministrar essa primeira colocação no ranking — afirma comedido.

Anderson, que já competiu em Milão por duas vezes, conta que se interessou pelo remo, ao

contrário de outros esportes mais populares, por influência do ir-mão mais velho. Apesar dos bons ventos que têm trazido resultados ainda melhores para o campeão, o oriundo não nega que sente fal-ta de ter mais que uma semana de descanso [o máximo de tempo que conseguiu ficar longe dos trei-namentos e competições].

— Queria poder ir mais à praia, tirar um mês inteirinho de férias. Por conta do Pan, nós só consegui-mos as folgas dos dias das festas de fim de ano. Não conseguimos descansar — assegura o atleta.

Depois de serem formadas as equipes que representarão o bra-sil, a Itália será destino dos can-didatos a competidores. Mais pre-cisamente o lago de Pedeluco, em

Roma. É lá que, no fim de abril, aproximadamente 28 atletas dis-putarão a décima e decisiva rega-ta de avaliação, conforme expli-ca o treinador do Grêmio Náutico União, Ricardo Contieri, que acom-panha Anderson Nocetti.

— O resultado da formação dos barcos sairá entre os dias 27 a 29 de abril. Essa ida à Itália é importante, pois testaremos ao lado de adversários fortes, num ambiente em que se respira remo — comenta Contieri.

A última vez em que o brasil subiu no posto mais alto do pódio em Jogos Pan-Americanos foi em 1987, em Indianápolis, nos Es-tados Unidos, com a dupla de ir-mãos Ronaldo e Ricardo de Carva-lho, na categoria dois sem.

No barcocerto

semana de julho, quando os 208 ingressos serão entregues.

- Filatelia: Atenção aficionados por selos! Natação, Nado sincro-nizado, Pólo Aquático, saltos Or-namentais e Futsal serão as moda-lidades representadas na coleção que homenageia o Pan do Rio. Em cada uma, Cauê, o mascote do Pan, aparece praticando o es-porte citado. Os selos foram im-pressos pela Casa da Moeda do bra-sil, em folhas de 36 unidades, com tiragem total de cinco milhões de selos e valor fa-cial correspon-dente ao 1º porte carta co-mercial.

Rapidinhas- “Nossa Rua, Nosso Pan!” Esse é o nome do concurso lançado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para incentivar os moradores a decorarem seus logradouros pa-ra os jogos. O prêmio para quem topar a ornamentação é tenta-dor: ingressos para assistir aos esportes mais concorridos da competição. Para se inscrever,

é preciso montar uma comis-são de moradores e

se encaminhar à Prefeitura. A ins-

crição vai até o dia 31 de

maio. A avaliação das me-lhores ru-

as começa-rá a ser feita na última semana

de junho. O resulta-do com as cinco vence-doras sairá na primeira

Primeiro colocado no ranking brasileiro,

Nocetti é a esperança em medalhas no Pan

“Outros historiadores

consideram que as primeiras competições

entre barcos a remo começaram

em Veneza, na Itália, em

1315, entre os gondoleiros”

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Guilherme Aquino

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Para todosDurante todo o mês de março, o Castelo

de Milão promove eventos para pessoas de todas as idades, crianças inclusive. E, para quem nunca teve contato com a história des-te importante lugar da cidade, a programação infantil pode ser uma ótima oportunidade pa-ra mergulhar na tradição secular do castelo, em meio a uma linguagem acessível e fácil de entender. Pode-se manusear e tocar as armas medievais, descobrir com um outro olhar as dependências do duque sforzesco e decifrar o Código de leonardo. Antes de embarcar pa-ra Milão, dê uma olhada no site do Castello: www.milanocastello.it

Navigli: história e músicaOs canais do Navigli, perto do centro

de Milão, representavam as estradas hídricas usadas pelos moradores para se locomover. Aos poucos, com a urbaniza-ção, eles foram sendo soterrados e “en-canados” embaixo de ruas. Alguns sobre-viveram e continuam a percorrer alguns poucos setores da cidade. Um deles, o valorizado Navigli, bairro de artesãos chi-ques, continua a ser uma grande atração turística e local. Ali perto está o teatro Edi que, no dia 25 de março, apresenta Quadri sonori, com um clarinetista, um pianista e um violonista para interpretar composi-ções de schumann, bruch e Mozart. De-pois, encantados pela música, os especta-dores podem se perder pelas calçadas ao redor dos antigos canais. O teatro fica na Via boffalora, esquina com Via barona.

A igreja do Duomo, no centro de Mi-lão, é uma das representações góti-cas mais importantes da Europa e a

maior da Itália. todos os dias, centenas de turistas entram e saem pelos seus gigantes-cos portais de bronze e se encantam com os vitrais no seu interior. Impossível não sen-

tir o peso da história e do poder eclesiásti-co. Além das missas, pode-se participar de uma visita guiada ao museu com os tesou-ros do clero, ir ao “teto de Milão”, às pas-sarelas no topo da igreja de onde é possível ver toda a cidade e, em dias de céu claro, as montanhas da cadeia dos Alpes.

Imponente

Por si só bastaO teatro Arcimboldi é o mais moderno palco

de música e dança de Milão. Ele foi cons-truído para servir de apoio durante a reforma do teatro la scala. Dono de uma arquitetura arrojada, ele, sozinho, já vale uma visita. Mas, com a progra-mação cultural, o passeio ao teatro se torna ainda melhor. Nos dias 20 e 21 de março, sobem ao palco os bailarinos da companhia de dança Los Trockaderos de Montecarlo. Um es-petáculo imperdível para os amantes da dança clássica. Já no dia 22 de março, ele vai receber a cantora canadense lorenna Mckennitt com o seu repertório de canções medievais. Mais in-formações no site www.arcimboldi.it.

Concurso para designersA casa de móveis, uma das mais impor-

tantes da Itália, a De Padova [www.de-padova.it] está anunciando um concurso in-ternacional de design. As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de junho de 2007. “A simplicidade é a essência do design”, já ensinava o mestre – arquiteto milanês Vico Magistratti, que empresta o nome ao prêmio. sendo Milão a capital mundial do design, es-ta é uma grande oportunidade para os cria-tivos de todo o mundo, do brasil inclusive, medirem forcas com o que há de melhor no mercado. O júri sera composto por persona-lidades do mundo da moda, da arquitetura e do design. O concurso tem a colaboração de uma das principais revistas online do seg-mento do mundo, a www.designboom.com.

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Niente dolce vita

Ronaldo, il Fenomeno, perde peso e mostra ai milanesi la voglia di vincere

GUilhErME aqUinoCorrispondente • Milão

sport

Lui non si riposa. Un gior-no di questi, portando il figlio Ronald in un antico e tradizionale bar al centro

di Milano per mangiare biscot-ti finissimi, il goleador è sta-to accerchiato da un gruppo di ammiratori. È stato inutile aver prenotato un tavolo in fondo al locale. Ronaldo, il Fenomeno, è stato scoperto è non c’è sta-to verso di sfuggire all’assedio compatto degli ammiratori. Cac-ciatori di autografi e fotografi erano di piantone a via Monte-napoleone, la via più chic della città. Meno male che erano tutti milanisti.

— Mi piace molto prendere il caffè al bar, voglio continuare ad andarci, spero soltanto che colo-ro che non mi vogliono bene non mi facciano del male – ha detto il goleador quando ha rimesso i piedi a Milano.

Detto fatto, realizzata la pri-ma parte del desiderio. Invece la seconda per poco non è stata ri-spettata. Ma per il nobile moti-vo che tutti lì volevano applau-dirlo, non linciarlo. È riuscito ad andarsene con l’aiuto del manager del Milan, leonardo de Araújo, chiamato di gran fretta per ‘aiutarlo’. l’ex calciatore ha preso Ronaldo e il figlio e li ha portati all’albergo dove risiede l’attaccante, a Piazza della Re-pubblica. Questo fatto dimostra la capacità di Ronaldo di mono-polizzare le attenzioni, dovun-que si trovi, da solo o in com-pagnia.

Niente ‘dolce vita’ per il go-leador. Disposto a recuperare la vecchia forma, Ronaldo non vuo-le saperne di nottate e discote-che, per delusione e frustrazio-ne dei “paparazzi” di piantone, anche se è andato ad una sfilata qui e là durante la settimana del-la moda femminile, ma sempre di pomeriggio.

Durante la presentazio-ne di un libro, in un locale di Dolce&Gabbana, il brasiliano è stato il primo ad andarsene, la-sciandosi dietro tutta la squa-dra e il presidente del club, silvio berlusconi. la scusa era la migliore possibile: aveva gli allenamenti e non voleva arri-varci stanco. Alla ricerca del-l’eccellenza dell’esplosione mu-scolare, velocità e resistenza, Ronaldo si lascia andare ani-ma e corpo ai programmi fisici

e psicologici imposti dal Milan lab, il centro medico del Milan, famoso perché è riferimento in-ternazionale e si trova all’avan-guardia dei trattamenti nel campo della medicina sportiva. Risultato: in meno di un mese, Ronaldo ha già perso il grasso in eccedenza, accumulato du-rante i problemi avuti a Madrid. Pesando 88 chili, il brasiliano si trova vicino al suo peso ideale e risponde in campo a chi dubi-ta del suo potenziale.

— È una sfida con me stesso, ancora prima che con la tifose-ria. Far vedere che la mia storia non è finita – dichiara il golea-dor a ComunitàItaliana durante la sua presentazione ufficiale in un albergo, vicino al centro del-la città.

Per ciò che riguarda il marke-ting, ha già fatto un calcio da campione. Ronaldo era appena arrivato a Milano e la gigante-sca macchina pubblicitaria che lo circonda ha cominciato a

funzionare, sul campo italiano. le vendite della sua maglia so-no esplose. Il numero 99 sulla schiena con il suo nome in al-to può essere già visto in vari quartieri di Milano. Non è an-cora una “Ronaldomania”, co-m’è stata quella di Kaka ma, per chi è arrivato da poco tempo, non è certo una cosa da sotto-valutare.

Pochi interisti radicali, ri-vali dichiarati dei milanisti, lo chiamano ancora ‘grasso’, ‘tra-ditore’ o nutrono dubbi quan-to al suo rendimento, dentro e fuori dal campo. “Ronaldo, fero-cemente”, “ti amo Ronaldo” so-no alcune delle magliette ven-dute dai venditori ambulanti vicino allo stadio di san siro, in un contrattacco ai tifosi orga-nizzati del Milan agli imprope-ri degli interisti, senza un nome di peso mondiale capace di at-trarre folle agli stadi e di dare un lustro al campionato mac-chiato da scandali di corruzione e violenza.

Il giorno della ‘prima’ di Ro-naldo, il tempio del calcio mi-lanese ha aperto le sue porte soltanto ai soci del club. Circa 21mila persone sono andate e hanno potuto vedere il Fenome-no in campo. In questo periodo di ‘pallone moscio’ nel calcio ita-liano, con la caduta dello sha-re delle partite trasmesse in tv e dovuto anche alla parca pre-senza di tifosi sugli spalti, il sal-vataggio potrebbe dimorare ne-gli scarpini di Ronaldo e del suo calcio spettacolare.

bene per il Milan. la con-quista della Coppa dei Campio-ni equivale a portarsi a casa un premio di 50 milioni di euro. Non è un caso che questa gara sia la più ambita dal proprie-tario del club, l’uomo più ricco d’Italia, l’imprenditore ed ex primo ministro silvio berlusco-ni. Il premio riaccenderebbe il sogno di avere un attacco mi-lanista a livello della nazionale brasiliana. l’obiettivo del club è di ottenere Ronaldinho, del club spagnolo barcellona. Per ora, chi non ha Ronaldinho, ‘va a caccia’ con Ronaldo, che ha accettato di giocare il cam-pionato italiano guadagnando meno di quanto avrebbe rice-vuto nel dorato esilio offerto dalle proposte degli UsA e dal-l’Arabia.

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moda

E ao retalhar no corpo femi-nino peças com o molde mascu-lino, Armani causou uma revolu-ção. terninhos para ela? Por que não? longe de vestir a mulher como homem, Armani tingiu de rosa, com toques de ironia, a au-toridade e o respeito machista.

Um exemplo? A gravata escura de um smoking viril, uma vez aber-ta, envolve o pescoço como um colarinho e se desmancha como rédeas em ambos os lados de um belo vestido de seda creme.

Paletó desestruturado pa-ra ele? Por que não apresentá-lo no cinema? Em 1980, ao criar o guarda-roupa do personagem de American Gigolo, filme de Paul schrader, Giorgio Armani foi ca-tapultado para a fama mundial. Roupas sedutoras e criativas para vestir o papel principal, interpre-tado por um jovem Richard Ge-re, se tornaram irresistíveis ao grande público. A peça está lá, ao alcance das mãos, ao lado de muitas outras. Da ficção-científi-ca do mundo cinematográfico pa-ra a realidade da mostra, bastam as imagens de 24 filmes que es-correm num telão como moldura para os ternos e os vestidos exi-bidos na sala dedicada ao univer-so infinito do espetáculo. E não são eles que desfilam diante do público, mas sim o contrario. Nu-ma curiosa inversão de papéis, os visitantes circulam em meio a obras de arte, imóveis.

GUilhErME aqUinoCorrespondente • Milão

Dieta mediterrânea torna-se opção para manter a forma com saúde no mundo fashion

Mente sã e corpo são nos desfiles de moda. É tempo de curvas na re-ta das passarelas. Gente

como a gente Na semana de moda outono-inverno 2007/08, Milão declarou guerra à anorexia ainda sob o impacto da morte de uma modelo do Uruguai. A capital da moda quer servir de exemplo pa-ra o mundo “fashion” e levar para a passarela pessoas normais, ma-gras, mas de aparência saudável.

santo de casa faz milagre, sim. Na passarela armada pela prefeitura, no corso sempione, na frente do Arco della Pace, a roupa de número 38 foi abolida e algumas modelos foram dis-pensadas por não terem se en-quadrado no padrão de beleza e saúde de Milão: elas tinham me-

nos de 16 anos e/ou

massa corpórea inferior ao índi-ce 18,50.

No camarim, antes do desfi-le, as moças selecionadas recebe-ram uma visita de quem passa boa parte da vida debruçado num fo-gão e em busca de uma boa mesa. Na verdade, foi quase uma “ins-peção-relâmpago”, realizada por oito integrantes da “seleção Na-cional dos Cozinheiros Italianos”. “Comer faz bem a saude”, disse um deles cutucando uma modelo.

— Acho importante criar es-te novo padrão de beleza porque muitas meninas mais jovens se espelham nas modelos. Devemos ser tão bonitas como saudáveis. Visto 42/44, nado, corro, como bem, carne, principalmente, e “ti-ramissu” com creme de sobremesa — revela a modelo lauren Paisly, de 24 anos, à ComunitaItaliana.

segundo o presidente da Câ-mara Nacional da Moda, Mario boselli, a instituição mais im-

portante do setor no país, a Itália é a terra da die-ta mediterranea que conquistou o mundo e, por conta disso, a mu-

lher italiana não segue o tipo anoréxico.

— O estilo de vi-da italiano deve

ser seguido e acho que os estilistas irão se adequar às novas re-gras sem

por fim, a identificar os sintomas de anorexia e bulimia.

A cartilha traz ainda uma ta-bela com os dados da massa cor-pórea e ensina o cálculo mate-mático para descobrir o valor exato. Ou seja: ela é o resultado do peso em quilogramas dividi-do pelo quadrado da altura em metros. Abaixo de 18,50 e aci-ma de 25, o aspecto físico já co-meça a estar comprometido e a saúde fica vulnerável. O manual ajuda ainda as famílias a lidarem com os problemas conseqüentes do distúrbio alimentar através de dicas como: “Os pais nao devem culpar a filha pela suas mudanças de atitude em relação à comida”, ou então “devem estimular a fi-lha a estar à mesa com outros jo-vens”, e assim por diante.

— Uma modelo anoréxica nao tem luz nos olhos — atira, à queima-roupa, Giorgio Armani durante a semana da moda, na qual apresentou uma coleção-museu, que começou em 2000 em Nova York e foi crescendo e passando ao longo dos anos por outras seis cidades, até termi-nar em Milão, onde ele iniciou a carreira como estilista. A me-

ga-exposição dividiu a cena de todos os desfiles, incluindo os dele próprio.

O Palácio das Artes de Mi-lão, “la triennale”, abriu as por-tas para 600 manequins cobertos da cabeça aos pés pelas criações de Giorgio Armani. Visitar a ex-posição é como participar de um desfile com as melhores peças de sua carreira. Música de fundo, instalações visuais e muita, mui-ta criatividade e beleza em meio ao escuro das salas e dos holofo-tes focados nas roupas. lá estão os vestidos, as calças, os ternos, enfim, as criações que fizeram a história de Giorgio Armani e que o elevou ao “Olimpo” da moda.

Há 32 anos, aos 40 anos de ida-de, ele fundava o seu império que, hoje, vale cinco bilhões de euros.

— Não esperava chegar aqui. Estas roupas irão para o “comu-ne” de Milão quando ele puder cuidar delas, para que a popu-lação possa admirá-la. Acho im-portante e justo que a cidade que me deu a oportunidade de cres-cer do ponto de vista, principal-mente, psicológico e, também, como empresário, fique com elas — destaca o estilista.

A mostra é uma homenagem ao estilista que virou a moda pelo avesso. “Ele foi o primeiro a cor-tar o excesso, a recortar o supér-

fluo e a transformar o esportivo em rou-pas de trabalho e de noite”, escrevem os responsáveis pela curadoria da mostra. Nascia o estilo “casu-al, muito chique”, mi-nimalista, onde o mí-nimo é o máximo.

— Esta história aconteceu porque no

começo eu não tinha uma lira e era melhor fa-zer muito com pouco — entrega o mestre.

Mens sana in corpore sano

muitos problemas. A mulher me-diterrânea não é anoréxica e aqui em Milão não vemos mulheres muito magricelas — comenta.

— Nao queremos um saco de ossos desfilando — acrescenta a assessora de Milão para a Moda, tiziana Maiolo.

Para a assessora de saúde, Carla de Albertis, dona de um fí-sico “enxuto”, não se deve esti-mular a anorexia e é necessário dar um fim a imagens negativas relacionadas à saúde.

— Queremos dar um basta a um modelo negativo, colocar um fim neste mito da “beleza” anoré-xica. temos que passar uma men-sagem positiva, levar para a passa-rela um modelo de saúde e beleza. Uma beleza psico-física — reflete.

Quem desfilou vestia entre 40 e 44. As roupas de número 38 não deram o ar da graça. Como se es-perava, as coleções tinham mui-tos panos para as mangas, pernas e corpo. Elas foram apresentadas por quatro grifes e novos estilis-tas de uma escola de design. As peças mais decotadas não exi-biam costelas e nem clavículas. O desfile, na avenida sempione, ao lado do Arco da Paz, mais do que moda, ditou as regras estabelecidas por um comitê médico-cien-tífico. Elas estão contidas numa cartilha preparada ao longo dos últimos três meses. A grande tendência do momento é manter bem a saúde. O livrinho começou a ser preparado logo depois da morte da brasileira Ana Carolina Reston e da estudan-te de moda Carla Casalle, no fim do ano passado.

A ministra das Políticas Juve-nis e dos Esportes, Giovanna Me-landri, acelerou o debate sobre o tema da anorexia em conversas com estilistas, produtores da mo-da e representantes da mídia es-pecializada. Centenas deles foram distribuídos gratuitamente na cal-çada. Em suas 16 páginas e numa linguagem simples, estão infor-mações básicas, que se aprendem na escola, sobre os cuidados com o corpo e com a mente.

Uma anônima italiana, na platéia do desfile, dividia o olhar entre a exibição das peças de roupa e uma lida nesta espécie de manual de bem-estar e viver. Conselhos simples, mas impor-tantes em tempos de anorexia. O material contém dicas de dietas nutricionais [informa que se deve comer alimentos de altos valores nutritivos como ovos, leite, peixe e soja], aconselha a dormir pelo menos oito horas por dia, a fazer ginástica, principalmente com exercícios do tipo aeróbico, pelo menos quatro vezes por semana, ensina a combater o estresse e,

“Não esperava chegar aqui. Estas roupas

irão para o “comune” de Milão quando

ele puder cuidar delas, para que a população possa

admirá-la”.gioRgio aRMani

A seleção nacional dos Cozinheiros Italianos visitou as modelos antes do desfile outono-inverno

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Luxoprateado

A prata é um metal de tran-sição mole, branco, lúci-do e, entre todos os ou-tros, é o melhor condutor

de calor e eletricidade. E quando o assunto é arte, as obras con-feccionadas em prata costumam ser valorizadas por admiradores. Na era do pré-cristianismo, em determinadas civilizações, a pra-ta foi considerada mais preciosa que o ouro. Conhecido desde a antigüidade, esse precioso me-tal é usado em joalherias e res-ponsável por um setor inteiro: o de prataria que compreende ta-ças, bules, travessas, molduras e talheres.

Antes do século 18, a prata foi encontrada primeiramente nos repousos dos nobres ou na possessão das igrejas. Os roma-nos chamavam-na de argentum, mantendo-se este como nome internacional do elemento, de onde deriva o seu símbolo quí-mico [Ag]. Assim como o ouro, a prata era conside-rada pelos antigos um metal quase sagrado e de uso extremamente res-trito. A sua maleabilidade a torna ideal para fins ar-tísticos.

Para o empresário Irandir Cardinali, pro-prietário de uma loja de artigos para presentes, os consumidores deixaram de comprar utensílios em prata,

uma vez que os artigos em inox têm substituído o metal.

— A prata exige um certo cui-dado na limpeza e, hoje em dia, com a entrada da mulher no mer-cado de trabalho, os objetos que servem para ornamentar as mesas como os talheres, as sopeiras e as travessas caíram em desuso. Is-so ocorre porque as mulheres não têm mais tempo para lustrar os utensílios. Com os produtos em inox, de boa qualidade, ocorre uma certa substituição — afirma Cardinali, de 75 anos, que traba-lha desde os 49 no segmento.

Além da entrada da mulher no mercado de trabalho, há um ou-tro fator que influencia, e muito, no processo de desuso da prata: o preço. segundo Cardinali, um faqueiro completo confeccionado em prata pode custar R$ 3 mil, enquanto outro feito em inox de boa qualidade pode ser encontra-do por R$ 1,5 mil.

Confira na exposiçãose ter objetos em prata é raro nos dias de hoje [muitas vezes são lembranças que passam de gera-ção para geração], o requinte, a beleza e a criatividade da produ-ção italiana em prata, no século passado, podem ser apreciados na exposição “Pratas Italianas do século 20 – Da Arte Decorativa ao Design”, no salão Paraná do Memorial de Curitiba. A idéia de expor a coleção de objetos [são mais de 250 itens] surgiu a partir do Instituto Italiano de Cultura de são Paulo (IIC-sP) que iniciou, em 2006, um projeto intitulado “Design italiano no brasil: a cul-tura para a economia, a economia para a cultura” em colaboração com a Câmara ítalo-brasileira de

Comércio de são Paulo. O proje-to tem como proposta expor o de-sign italiano em suas várias ex-pressões: moda, decoração, luzes, dentre outras. A exposição, que passou por são Paulo, agora está no Memorial de Curitiba.

— O material enviado ao Is-tituto para a mostra era compos-to por mais de 200 peças: muitas

Material precioso da Antigüidade, a prata é utilizada na elaboração de jóias e utensílios de decoração. Exposição apresenta coleção italiana em São Paulo e em Curitiba

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para um espaço limitado como aquele do Museu da Casa brasi-leira. tratando-se de peças de importantes designers italianos conhecidos em todo o mundo, pensamos em dividir igualmen-te a mostra. Um pouco de peças históricas em são Paulo, e tam-bém em Curitiba, fraternamente — conta a diretora do Instituto, Fiorella Arrobbio Piras.

A mostra reúne 100 itens do acervo do Museu de Prataria Con-temporânea da Fundação sartirana Arte, de Pavia. Ela já passou por são Paulo mas agora está percor-rendo a América latina e, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal, a Fundação Cultural de Curitiba, o Consulado Italiano, o IIC-sP, a Fondazione Italia, a Re-gione lombardia, a Provincia di Pavia e a Fondazione sartirana Ar-te, pode ser conferida no Memorial de Curitiba até oito de abril.

— Depois de reunir tantas pe-ças, em acervo único no mundo, pela sua quantidade, pelo talen-to dos designers e pelas empresas produtoras pertencentes ao perí-odo de maior prestígio do design italiano [que vai de 1970 até o fi-nal do século 20] o comitê cien-tífico do nosso museu decidiu se

Museu de Prataria ContemporâneaCriado inicialmente para retratar o trabalho artesão de ouri-

ves italianos e instalado no Castello di Sartirana, o Museu de Prataria Contemporânea, aos poucos, acrescentou peças de renomadas “oficinas” italianas de design: Finzi Arte, são lorenzo, Gabriele de Vecchi, Cleto Munari, Memphis. Alguns nomes que as-sinam o desenho das peças em exposição no Memorial de Curitiba estão entre os mais expressivos do século 20. Um deles é Roberto sambonet, que também teve importância na trajetória do design brasileiro como colaborador do casal Pietro e lina bo bardi no Masp, ainda nos tempos da rua 7 de Abril.Taça Koppa de Sergio Asti per

Miracoli - Coleção MAC - 1993

curiosidade

voltar para as décadas preceden-tes, isto é, os anos 50 e 60 — ex-plica o curador da mostra e dire-tor da Fundação sartirana Arte, Giorgio Forni.

todas as peças em exposição compõem um panorama de obje-tos e utensílios da prataria italia-na com design moderno e inova-dor, apresentados avulsos ou em jogos de louça completos, como: candelabros, vasos, jarras, talhe-res, bandejas e lâmpadas. A maior parte da mostra traz peças de pro-dução mais recente, a partir da dé-cada de 1960, com designers como Alessandro Mendini, Carlo scarpa, Ettore sttoss e Vico Magistretti.

Dos itens expostos, o mais antigo é a molheira Finzi, com data de 1936. Ela integra a parte histórica com outros oito objetos dos tempos do artesão-ourives.

Várias peças já estiveram em ex-posição no México, tóquio, Pe-quim e Washington.

— Nos anos 50 e 60 alguns artesãos-artistas, com grande au-dácia e coragem empresarial, co-meçaram a produzir objetos em prata de linha pura, eliminando as tipologias ditadas pela moda do momento — diz Forni.

Além de ser utilizada na fabri-cação de jóias e utensílios de deco-ração, a prata tem um efeito germi-cida e, se for manipulada in vitro, mata muitos microorganismos sem praticamente causar danos a for-mas de vidas mais complexas.

O horário de visitas ao Memo-rial é de terça a sexta-feira, das 9h às 12h; sábados e domingos, das 9h às 15h. A entrada é fran-ca. Mais informações no telefo-ne: 41 – 3321-3313.

“Os romanos chamavam-na

de argentum, mantendo-se

este como nome internacional do elemento,

de onde deriva o seu símbolo químico [Ag]”

Três das 100 peças do acervo do Museu de Prataria Contemporânea

da Fundação Sartirana Arte presentes na exposição

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Marcos Petti

Sapori d’Italia

são Paulo – A receita deste mês foi preparada e sugerida pelo chef de cozinha Giancarlo Marcheggiani. O nhoque de rico-ta de búfala e espinafre chama a atenção pelo seu visual e sabor. A substituição da batata, tradicionalmente usada nas

receitas, pela ricota de búfala, dá ao prato um toque do sabor di-ferenciado. Aos que apreciam um forno e fogão, a montagem leva por volta de 30 minutos em três etapas, que envolvem a preparação da massa, do molho, e da cestinha, esta preparada com o próprio parmesão. Mas para quem prefere desfrutar de momentos inesquecí-veis, o caminho nos leva a um lugar pra lá de chique. Este nhoque faz parte do cardápio de um dos mais requintados restaurantes de são Paulo, o terraço Itália, de onde se tem uma vista privilegiada da cidade do seu 41º andar. Mas prepare seu bolso para não tornar sua noite romântica a dois numa indigestão.

De um ângulo de 180º, os freqüentadores do terraço, em sua maio-ria, executivos e empresários da região, têm a idéia da imensidão da metrópole vista pela extensão de suas janelas. De noite, a visão de milhares de pontos de luz tenta revelar o que a cidade esconde.

Aos 49 anos, Marcheggiani, nascido na Úmbria de são Francisco de Assis, está no terraço há mais de 10 anos. Morou em Florença por muito tempo até se transferir para o brasil em 1990, depois de ter feito contatos com amigos.

— O que me convenceu de vir ao brasil foi a vontade de buscar um modo de vida diferente daquele que vivia na Itália — confessa.

Depois de terminar o ensino fundamental na Itália, identificou-se com um curso de Hotelaria, em voga na época. Entre os estágios realizados e seus trabalhos, o chef conta que, ao completar seus 18 anos, teve de servir o serviço militar e acabou trabalhando na cozi-nha do quartel. Por cinco anos manteve em funcionamento, em são Paulo, seu próprio restaurante, o ‘Ponte Vecchio’. Para ele, a técnica aprendida no curso foi fundamental para seu sucesso profissional. Como resultado de seu empenho, receitas como a desse nhoque, ao mais puro estilo mediterrâneo.

Criativo e saborosoReceita de nhoque sem batatas é uma das pedidas por quem procura pratos menos pesados

serviço: terraço itália. av. ipiraNga, 344 – 41º ceNtro – são paulo. tel.: (11) 2189-2929.

Nhoque de ricota de búfala e espinafrePara 4 pessoas

Ingredientes para a massa: 300 gr. de ricota de búfala; 200 gr. de espinafre cozido e picado; 150 gr. de farinha de trigo; 02 gemas; 01 pitada de noz-moscada; sal e pimenta-do-reino a gosto; Parmesão a gosto.

Preparo da massa: Em uma tigela misture todos os ingredientes com as mãos até formar uma massa homogênea. Em seguida, sobre uma superfície enfarinhada, faça longas tiras com a massa da espes-sura que achar melhor e corte em cubinhos. Cozinhe os nhoques em uma panela de água fervente até o ponto de subirem. Retire-os.

Ingredientes para o molho: 04 tomates grandes bem maduros sem pele e sem sementes corta-dos em cubinhos; 01 dente de alho picado; 02 colheres de azeite de oliva; 01 raminho de manjericão; sal e pimenta-do-reino a gosto.

Preparo: Em uma panela, espalhe o azeite e, quando estiver aque-cido, coloque o alho, deixando-o dourar por poucos segundos. Acrescente os tomates, o sal, a pimenta e o manjericão e deixar cozinhar por 10 minutos. Reserve.

Ingredientes para a cestinha: 400 gr. de parmesão [100 gr. para cada cestinha].

Preparo: Numa frigideira antiaderente [de 20 cm de diâmetro], aquecida com azeite, espalhe o parmesão de modo uniforme. Dei-xar dourar o parmesão de um lado por aproximadamente dois minu-tos e repetir o mesmo processo virando-o do outro. É importante, segundo o chef Marcheggiani, fazer este procedimento de ambos os lados. Para dar o formato da cestinha, escolha entre uma pequena forma de pudim [14cm diâmetro] ou outro recipiente. se a escolha for a forma unte-a com óleo do lado de fora e com o parmesão dê o formato desejado, até que endureça. Faça a montagem do prato colocando o nhoque dentro da cestinha e aí....buon appetito !!

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