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1 Centro de Ensino Superior do Ceará Faculdade Cearense Curso de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo Giselle Leite Fabrício PARKOUR EM FORTALEZA Fortaleza CE Julho, 2013

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Centro de Ensino Superior do Ceará

Faculdade Cearense Curso de Comunicação Social

Habilitação em Jornalismo

Giselle Leite Fabrício

PARKOUR EM FORTALEZA

Fortaleza – CE

Julho, 2013

2

PARKOUR EM FORTALEZA

Projeto de pesquisa apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo à Faculdade Cearense, sob a orientação do prof. Esp. Michel Barros.

Fortaleza (CE)

2013

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4

AGRADECIMENTOS

Inicialmente, agradeço ao meu querido e amado Pai Celestial que, por graça e misericórdia,me sustentou até o fim, fazendo-me uma grande guerreira e vitoriosa. Aos meus pais, Gilvan e Mazé, aos meus irmãos, Gilmara e Paulo Eduardo, que pacientemente me ajudaram e apoiaram quando eu mais precisei. Também à minha tia Iracy Leite, que me apoiou no período de meu ingresso na instituição. Não esquecendo de meu sábio e ilustre orientador Michel Barros, que dedicou pacientemente boa parte de seu tempo para a formação deste projeto. Aos meus amigos StrongFamily: Felipe Veras, Ivanildo Júnior, Ricardo Farias e Ricardo Júnior. Ao presidente da Associação Cearense de Parkour (ACPK), Sharlley Souza, ao grupo de Parkour Fortaleza, ao Chamel Flores de Manaus, Julio César (JC) do Rio de Janeiro, entre vários outros que me concederam ótimas entrevistas e imagens, não somente no Encontro Cearense de Parkour como também em diversos momentos de lazer.

5

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre cair ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.”

(Cora Coralina)

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RESUMO

O presente trabalho tem o intuito de discutir como a sociedade visualiza a nova modalidade praticada pelos jovens da cidade de Fortaleza conhecida como Parkour, que tem por significado na linguagem francesa, “Percurso”. Mas em alguns locais é conhecida como “A Arte do deslocamento” ou mais precisamente “A Arte do movimento”. Com o objetivo de apresentar, discutir, discorrer e expor os métodos e técnicas utilizadas e desenvolvidas por estes praticantes para o percurso, com a ajuda de especialistas na área de sociologia e educação física. O método do parkour nasceu na França em 1980, mas o nome foi oficializado pelo idealizador David Belle, com o objetivo de realizar percurso em vários obstáculos estabelecidos ao meio urbano. Na cidade de Fortaleza, encontra-se um grupo de Parkour, que tem por nome Strongfamily, que possuem sete integrantes e treinam em vários locais de Fortaleza, o grupo nasceu há mais de três anos, com o objetivo de se divertirem. Porém, a prática ainda é mal vista pela sociedade; entretanto, os praticantes ao treinar tentam mostrar o contrário do que a sociedade pensa.

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ABSTRACT

The present work has the intuition of discussing how society sees the new modality

practiced by the youth of Fortaleza known as Parkour, which has the meaning

"percurso" in the french language. But in some locations it's known as "the art of

displacement" or more precisely "the art of movement". With the objective of

presenting, discussing, discourse, and exploring the methods and techniques utilized

and developed by these participants for the route, with the help of specialists in the

areas of sociology and physical education. The Parkour Method was born in France

in 1980, but the name became official by the idealist David Belle, with the objective of

realizing routes in various obstacles established around the urban. In the city of

Fortaleza, there is a group of Parkour, which has the name Strongfamily, that has

seven members and train in various locations of Fortaleza. The group started more

than three years ago, with the objective of having fun. But, the practice is still viewed

poorly by the society; however, the participants as they practice try to show the

opposite that the society believes.

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………….…………8

2 CULTURA.......……………………………………………………………………………13

3 PARKOUR............................................................................................................. 19

3.1 Ideologias dos traceurs (praticantes).......................................................... 22

3.2 Strongfamily ............................................................................................... 24

4 DOCUMENTÁRIO ................................................................................................. 26

5 DIÁRIO DE CAMPO ……………......………………………………………………..... 29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………......…………………………………….... 32

7 ROTEIRO .…….……………………………..………………………………………..... 33

8 ANEXOS................................................................................................................ 37

9 REFERÊNCIAS ......................……………….……………………………………...... 46

9

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo analisar, através de um vídeo

documentário, de que forma a sociedade visualiza a prática do Parkour em

Fortaleza, a prática é uma nova modalidade de “Arte do Movimento/ Percurso”, na

qual, atualmente é conhecida no mundo inteiro. Este percurso não era muito popular

na cidade, mas devido à mídia aos poucos ganhou novos adeptos.

De acordo com as emissoras locais como: Diário do Nordeste, Tv

Jangadeiro, Tv Cidade, Tv Verdes Mares entre outras e também nacional como:

Globo Esporte e algumas novelas nas quais divulgaram a arte em participações

especiais, o Parkour é considerado um esporte radical dos centros urbanos. Mas os

praticantes exclarecem de forma sutil o significado do percurso.

Para os próprios praticantes conforme o traceur1Paulo Eduardo Leite2 da

cidade de Fortaleza a modalidade é designado como uma “arte” e não um esporte.

Portanto, não treinam para competir entre eles e sim para desafiar a si mesmo. A

arte ao longo do tempo foi ganhando novos adeptos a essa nova modalidade de

expressão corporal, com isso passou a estender-se não só na França, mas sim no

mundo todo.

O Parkour que tem por significado na linguagem francesa “O Percurso”,

segundo o site Parkour Brazil Team3, os movimentos da prática é utilizada desde o

início da humanidade, porém, a arte para enfrentar obstáculos, foi criada no início da

década de 1980 na França por David Belle4. As novas simulações de deslocamento

de David foram desenvolvidas juntamente com primos e amigos, onde precisava

resgatar alguém em perigo em lugares de grande percurso. Nessa situação em que

se encontrava, passou a chamar o ato de deslocamento para “A arte do

deslocamento” / “A arte do movimento”, sendo assim oficializado em 1998 o nome

de “Parkour”.

Os novos adeptos do parkour passaram a si conhecer e a se comunicar,

através de redes sociais, possibilitando, assim, uma estabilidade melhor, a ter novos

conhecimentos dos praticantes de cada cidade ou país, além, da linguagem e da

1 Praticante de Parkour no sexo masculino

2 Entrevistado em 06 de fevereiro de 2013

3 Acesso: 25 de janeiro de 2013

4 Seu pai Raymond Belle, bombeiro, o único responsável

10

cultura. A filosofia dessa arte está conectada ao risco, pois seu objetivo maior é

enfrentar qualquer tipo de obstáculo do meio urbano, destacando o que lhe é de

mais importante, a “segurança”, e assim ter uma preparação maior para enfrentar os

empecilhos que poderão aparecer no dia-a-dia.

Serão desenvolvidos a técnicas de observação de campo, com anotações

em diário, ressaltando o dia-a-dia dos traceurs da cidade de Fortaleza, os encontros

realizados por eles, os locais de treinos e apresentações, destacando o que a

sociedade acha da modalidade. Estabelecendo um entrosamento entre o discurso

oral e escrito e as ações práticas e como forma de desempenhar uma dinâmica com

boa caracterização para o funcionamento do projeto.

Nesse caso, Lakatos (2003, p.186) explica que: “Pesquisa de campo é

aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos

acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese,

que se queira provar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre

eles.” Sendo assim, será utilizado novas abordagens de técnicas, se em alguma

circunstância for necessária ao longo da pesquisa.

Esse processo favorecerá a elaboração do roteiro do documentário, a

partir do planejamento de captação de imagens, entrevistas e depoimentos. Enfim,

surgiu-me o interesse de fazer um vídeo documentário com todos os desígnios

exigidos para o desenvolvimento da pesquisa, levando em consideração o objetivo

geral: analisar de que forma a sociedade visualiza a prática do parkour na cidade de

Fortaleza, por meio de um vídeo documentário.

Os específicos: discutir o pensamento da sociedade a respeito da prática

dos jovens em alguns locais de treino de Fortaleza. Apresentar o pensamento dos

pais dos praticantes desta modalidade: se são contra ou a favor. Situar o

posicionamento de um profissional de educação física e um sociólogo,

estabelecendo quais pontos positivos e negativos sobre a prática. Discorrer um

breve histórico do método natural (MT) e do parkour (PK). Expor ainda o

comportamento nos treinos e a convivência dos integrantes da Strongfamily.

A questão inicial a ser discutida é como a sociedade visualiza a prática do

parkour, em Fortaleza, levando em consideração o modo dos praticantes em se

vestir e a maneira com que se comportam nos determinados locais de treino,

focalizando em especial os integrantes do grupo Strongfamily e pontuando sua

essência na “arte do movimento”.

11

Conforme Lakatos (2008), a formulação do problema prende-se ao

proposto, pois ela esclarece a dificuldade específica com o qual se defronta e o que

se prende resolver por intermédio da pesquisa. Após a definição e a compreensão

do problema a ser estudado, faz-se necessária a apresentação de uma ou mais

possíveis respostas ou suposições ao problema levantado.

Ao priorizar a análise da arte do grupo Strongfamily, o pressuposto desse

estudo é que o percurso, ao mesmo tempo em que produz mudança social,

proporcione uma melhor compreensão da prática à sociedade, de forma clara,

objetiva e direta, através das técnicas utilizadas por eles.

Agrega-se à finalidade do trabalho a análise sobre a relação da sociedade

com os praticantes de parkour, em Fortaleza, além do relacionamento entre os

grupos e os respectivos encontros anuais na cidade. Para a elaboração da pesquisa

serão levadas em consideração as referências existentes sobre o método natural e o

surgimento do parkour.

A pesquisa se torna importante, pois poderá ser esclarecido à sociedade

o que essa nova modalidade, designada como a „arte do deslocamento/movimento‟

poderá desenvolver nos jovens, tanto no relacionamento entre amigos, como e

também familiar. Tive a possibilidade de verificar/analisar e compreender o

comportamento entre os praticantes no decorrer da investigação, trazendo os pontos

e as estratégias principais.

Levando em conta que tenho um grande envolvimento e aproximação

com os praticantes de parkour de algumas regiões do Brasil e de outros países.

Entretanto, além de ter sido uma traceuse5, há quase dois anos, e também por meu

irmão Paulo Eduardo Leite ser considerado o traceur mais conhecido da cidade de

Fortaleza de forma internacional, por ter praticado um percurso em uma

apresentação na cidade de São Paulo.

Anualmente, os traceurs se reúnem para realizar encontros em suas

respectivas cidades. No ano de 2013, na cidade de Fortaleza, foi realizado o 6º

Encontro Cearense de Parkour, reunindo diversos praticantes de outras regiões do

5 Praticante de parkour no sexo feminino

12

Brasil, possibilitando aos traceurs segundo Ivanildo Júnior6, novas formas e técnicas

para desenvolverem o percurso e também conhecer novos “picos7”.

Ainda de acordo com o traceur Ivanildo Júnior do grupo “Strongfamily”,

enfatiza que o bom do parkour é quando os traceurs de outras regiões chegam à

cidade com outras técnicas e ensinam o seu método, e os praticantes de Fortaleza

também passam a ensinar os novos métodos praticados por eles, podendo assim

todos absorver grandes conhecimentos e novas visões para o percurso.

No âmbito de construção do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, na

graduação de Comunicação Social – Jornalismo, e a partir da experimentação

prática, possibilitando a ter um conhecimento mais abrangente em relação à Teoria

do Método Natural de George Hébert para o Parkour, pude constatar que as

técnicas e os percursos traçados pelos traceurs são de significativa importância para

os eventuais obstáculos no dia-a-dia.

No próximo capítulo (2), serão apresentados os conceitos, definições e

características do que venha a ser cultura. Contudo, alguns autores a destacam

como conjunto complexo de conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e

várias outras aptidões e costumes que o homem passou a adquiri-los como membro

de uma sociedade. Também será abordado no decorrer deste capítulo 2 a

subcultura, pois muitas vezes é confundida com cultura e com um estilo de vida.

Já no capítulo 3, será apresentado um breve histórico do parkour,

definindo sua origem, seu criador e o porquê do nome parkour. Alguns tópicos

pontuando o método natural de George Hebert, o idealizador das técnicas

desenvolvidas em treinamentos militares. Através da análise do parkou em

Fortaleza, será mostrado como são os treinos desses jovens e as ideologias dos

traceurs.

Por último, patentearei para um bom esclarecimento a definição de

documentário. Segundo o artigo A Idéia do documentário é citado que documentário

conforme MitchelBlock (1944) são realizados “para fazer o bem ou para fazer

dinheiro”.

6Praticante da cidade de Fortaleza do grupo Strongfamily, entrevista em 17 de março de 2013.

7 Local de treino

13

2 CULTURA

O termo cultura é simbolizado em diversos aspectos de uma determinada

comunidade, ou em vários países de forma bem diferenciada; mas o termo foi

resumido por Mello (2004, p.40): “cultura é este conjunto complexo que inclui

conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e várias outras aptidões e hábitos

adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.”

A cultura inclui em destaque todo o comportamento humano, ou seja, todo

o conjunto de obras humanas. Com base neste conceito, Laplantine (2007)

específica o significado social e cultural, explicando que

O social é a totalidade das relações (relações de produção, de exploração, de dominação...) que os grupos mantêm entre si dentro de um mesmo conjunto (etnia, região, nação...) e para com outros conjuntos, também hierarquizados. A cultura por sua vez não é nada mais que o próprio social, mas considerado dessa vez sob o ângulo dos caracteres distintivos que apresentam os comportamentos individuais dos membros desse grupo, bem como suas produções

originais (artesanais, artísticas, religiosas...) (LAPLANTINE, 1988, p.120).

Com ênfase do lado social e cultural, pode-se perceber que a cultura é o

conjunto dos comportamentos, sendo característica de uma determinada sociedade,

pondo em prática as atividades adquiridas. Em nossa vida diária vem suprindo as

maiores necessidades, pontuando a melhor forma para nos comportarmos em

determinados lugares ou situações, mostrando à sociedade que também podemos

obter mudança, transformação e inovação.

Linton (1971) sonda algumas considerações em torno dos aspectos da

cultura, alegando que:

A cultura de qualquer sociedade consiste na soma total e organização de ideias, reações emocionais condicionadas e padrões de comportamento habitual que seus membros adquirem pela instrução ou pela imitação de que todos, em maior ou menor grau, participam. Tentando determinar o conteúdo de qualquer cultura, o investigador tem de abstrair francamente das personalidades dos membros componentes da sociedade estes elementos (LINTON, 1971, p.295).

14

A vivência de outra cultura pode levar o historiador ou o pesquisador a se

desfazer de alguns aspectos da cultura e dar ênfase maior a outro. É fato ser

impossível uma pessoa mesmo que tenha uma intensidade de culturas apreendidas,

não consiga em nenhuma hipótese conhecer toda a sua cultura, pois esta cultura se

recicla a cada dia de forma que muitos queiram adquiri-la.

As principais acepções do termo cultura ainda de acordo com Mello

(2004) se dão através de: cultura objetiva, subjetiva, material, não material, real,

ideal e o uso popular do termo cultura. Suas principais características se dividem

em: simbólica, social, dinâmica e estável, seletiva, universal e regional, determinante

e determinada. Através destas acepções e de suas características fundamentais

qualquer indivíduo poderá ter uma noção do que venha a ser cultura.

Nestas divisões culturais, pode-se destacar, conforme Mello (2004), a

cultura objetiva, que cria situações particulares, como hábitos, ideias, artefatos,

objetos de arte, contudo, representa todo o conjunto da obra humana de modo geral.

Cultura subjetiva fornece padrões individuais de comportamento, firmando em

conjunto de valores, qualidade, conhecimentos, crenças e experiências presentes

em cada indivíduo.

Cultura material tem por habilidade manipular e construir, entretanto,

define-se que toda cultura pode ser vista como um produto e um resultado. A cultura

não material é transmitida pela intenção, em que as ações humanas são providas de

conteúdo e significados, mesmo antes de ser construída ou manipulada. Contudo,

são apresentados através de hábitos, aptidões, conhecimentos, ideias, crenças

entre outros significados.

A cultura real é algo que as pessoas passam a criar em sua vida cotidiana

e social de forma concreta. Para finalizar os destaques de Mello (2004) sobre as

principais acepções do termo cultura, conceitua-se a cultura ideal, sendo o objetivo

de cada pessoa, ou seja, o conjunto de comportamento que as pessoas dizem

acreditar.

Dois aspectos diferenciados são conceituados, segundo Laraia (2006): o

do senso comum e da ciência antropológica. No senso comum, é utilizada em uma

sociedade para identificar a educação que passou-se a receber de forma mais

aprimorada; entretanto, são pessoas que “não possuem nenhuma cultura”. Para a

Antropologia, a cultura se define na imensa capacidade de criar diferentes soluções

para a vida humana.

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Estas soluções se estendem de acordo com a necessidade da sociedade,

dando a ela uma melhoria em seu comportamento e principalmente na educação de

seu corpo. O aprimoramento da cultura vem em seu dia a dia, possibilitando

decisões cabíveis para o ser humano, podendo assim, adquirir um aprendizado

variado a cada dia.

Ainda de acordo com Laraia (1992), a cultura pode ser estendida também

através da concepção na qual o homem é resultado do meio cultural em que foi

socializado. Este homem reúne em si conhecimento e experiência, fruto de um longo

processo de acumulação, herdada pelas gerações que o antecederam. O homem

passa a ganhar conhecimento de sua cultura no âmbito em que foi idealizado.

O conhecimento e as experiências que o homem passa a adquirir refletem

em seus antecedentes, pois, deixam uma herança aglomerada de uma cultura

antiga, passando a ser desenvolvida na nova geração. Essa cultura adquirida pela

nova geração passa a ser fortalecida e também gera novos conceitos de uma cultura

moderna. É presenciada em diversos lugares, formulando novas „práticas‟ do velho

para o novo.

Os principais componentes e função da cultura, conforme Brym (2006) se

dão em torno de ideias, normas de comportamento e objetivos materiais realizados

pelos seres humanos. A habilidade de criar símbolos, cooperar e fazer ferramentas

deu ainda mais aos seres humanos uma capacidade maior de prosperar em seus

respectivos ambientes. “Podemos perceber melhor os contornos de uma cultura se

não estivermos nem muito profundamente imersos nem muito distantes dela” (BRYM

2006, p.102).

Além disso, Brym (2006) nos revela e afirma ainda que a cultura tem duas

faces, pois em alguns aspectos, a cultura nos dá oportunidades crescentes de

praticar nosso livre-arbítrio. Em outros aspectos, a cultura nos estabelece restrições,

depositando limites ao que o ser humano poderá se tornar. Logo, compreende-se

que a cultura nos dá limitações no que podemos pensar e fazer, vista como

oportunidade de liberdade e como uma fonte de limitação.

A natureza da cultura, de acordo com Marconi (2001, p.42), é que “muitas

vezes a palavra cultura é empregada para nos indicar o desenvolvimento do

indivíduo por meio da educação, da instrução. Neste caso, uma pessoa culta seria

aquela que adquiriu domínio no campo intelectual ou artístico. Seria inculta a que

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não obteve instrução.” Para ele, o termo cultura que vem de colore, cultivar ou

instruir; cultus, cultivos, instrução não se restringe na linha da antropologia.

Ainda conforme Marconi (2001), a cultura possui grandes qualidades

significativas ao modo de vida de um povo, pois se manifesta nos seus atos e

artefatos, ela é divida por:

A social - é criada, aprendida e acumulada pelos componentes do grupo e transmitida socialmente de uma geração a outra e vinculada em seu formato original ou alterada (MARCONI, 2001, p.59),

A seletiva – as sociedades, ao estabelecerem suas culturas, nem sempre incluem todos os padrões comportamentais dominantes de outras culturas (MARCONI, 2001, p.60),

A explícita - também definida como aberta, pode ser exteriorizada por meio de ações e movimentos. (MARCONI, 2001, p.61),

A implícita – se encontra no íntimo das pessoas. É subjetiva, oculta, inconsciente ou dissimulada, entretanto, é notável somente por quem observa (MARCONI, 2001, p.61).

No decorrer do estudo abordado, pode-se ressaltar também no âmbito da

tese cultura o termo a ser analisado: “subcultura”. Mello (2004) explica que não

contém uma ligação com o problema do espaço, embora a cultura do Nordeste

brasileiro seja reconhecida como uma subcultura contraposta à cultura global

brasileira. Ressalte-se ainda que na prática a subcultura quase sempre se identifica

com a cultura regional, parte da cultura nacional. Isso se justifica tendo em vista a

forte correlação existente entre cultura e ambiente. Esta correlação acontece devido

ao isolamento que o espaço oferece.

Velho (2008) explica a ligação entre esses dois termos:

A utilização desenfreada de subcultura constantemente leva à reificação de traços, elementos que podem ser particulares a certo grupo social, mas que não expressam necessariamente um sistema cultural propriamente dito. Muitas vezes, confunde-se, seguindo esse caminho, cultura ou subcultura com estilo de vida. Ou seja, a maneira de ser e de se comportar, a prática cotidiana de um determinado segmento social é a sua forma de expressar sua participação em um sistema de relações simbólicas e significativas mais abrangentes que denominamos cultura […]. (VELHO, 2008, p.88).

Para dar melhor compreensão à subcultura, Soares (1997, p. 7) explica

que “Talvez seja o corpo o lugar mais visível de inscrição da cultura humana, seu

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registro mais verdadeiro. Esta constatação nos leva a um alargamento de formas,

modelos e técnicas específicas que viabilizem a „educação do corpo‟”. Logo,

subtendem-se através de Simões (2001) duas noções específicas e exemplifica

como conceito da não aceitação da subcultura em meio à juventude, as noções de

„tribos‟ ou „neotribo‟.

Na verdade, Simões (2001) apresenta estas noções como forma de

solucionar mais precisamente as práticas de consumo e sociabilidades juvenis (p.

92). Podemos entender que o conceito de Simões (2001) entre (sub) culturas ou

(neo) tribos não se torna mais relevante, contudo a causa é uma prática denominada

nos tempos livres, por isso, o sentido do conceito de subcultura.

Para Boas (2007, p.26), “Quando se estuda a cultura de uma tribo

qualquer, podem ser encontrados traços análogos mais ou menos próximos de

traços singulares de tal cultura numa grande diversidade de povos.” As tribos

idealizadas como cultura em meio aos povos podem ser comparadas ao meio

urbano no parkour, pois as tribos tornam-se os grupos de traceurs de cada cidade.

Contudo, cada cidade possui diversos grupos, sem preconceito ou críticas de sexo

ou idade.

Simões (2001) salienta, ainda, a ideia de subcultura, a ideia de

diversidade cultural, tornando acessível a diferenciação interna da sociedade,

contudo, levanta o problema da forma como se estabelece a relação entre as

diferentes subculturas e a sociedade/cultura ainda maior que fazem parte. A

aplicação da subcultura advém de uma relação implícita que a diferenciação se dá

entre a subcultura e a cultura dominante existente.

Neste sentido, no contexto da sociedade geral, passa-se a assumir a

forma de qualquer outro grupo, no qual se apresentam interesses que se alternam

pela cultura dominante. Entretanto, a cultura dominante sempre estará presente e

ausente, desafiando um sentido simultâneo. A distinção das culturas ainda é alvo de

discussões, logo, da adequação de subcultura.

Existe com aprimoramento, uma variedade de definições conceituando

subcultura, que resulta da sua aplicação nos diversos contextos teóricos e

empíricos. Acordos entre vários autores definem que as subculturas são grupos de

pessoas que possuem algo em comum (compartilhando uma prática, interesse ou

até mesmo um problema) que as distingue de um modo significativo dos membros

de outros grupos sociais (THORNTON, 1997).

18

Ainda conforme Marconi (2001, p.57), a subcultura “significa alguma

variação da cultura total.” A subcultura pode ser determinada como um meio

característico de vida de um determinado grupo em menor quantidade dentro de

uma sociedade maior. Para Linton (1965, p.57), a cultura “é um agregado de

subculturas”. Desta forma, a subcultura não é inferior ou superior à outra, pois não

possui conotação valorativa.

Marconi (2001, p.57), em sua tese, explica que a subcultura não é

fundamentalmente conectada a um determinado espaço geográfico, contudo, uma

subcultura pode identificar uma determinada área cultural. “O termo subcultura é

associado por alguns antropólogos a certos grupos regionais, étnicos, castas e

classes sociais. A cultura é social seletiva, explícita e implícita”.

Como foi visto a cultura e a subcultura podem ser definidas, conceituadas,

exemplificadas e caracterizadas de várias maneiras; contudo, a cultura e a

subcultura nascem e são desenvolvidas e designadas de acordo com o que a

pessoa aceita. No próximo capítulo será apresentado um histórico, estabelecendo o

conceito desta nova modalidade, conhecida como uma subcultura e um estilo de

vida denominado parkour.

19

3 PARKOUR

A questão inicial abordada é a nova modalidade de movimentos corporais

nomeada de Parkour, que tem por significado na linguagem francesa, segundo o site

Parkour em Fortaleza: „o percurso‟. Iniciou-se na década de 1980, na França, pelo

seu idealizador, David Belle8, filho de Raymond Belle e Monique Belle. A atividade

também é conhecida por “A arte do deslocamento” e vem chamando a atenção de

muitos, deixando de lado as restrições de idade, sexo ou raça.

O grande responsável pelo surgimento dos métodos do parkour foi o

então bombeiro, Raymond Belle, pois adaptou ao método natural de George

Hébert9, que tinha influência nos círculos militares. Aos poucos passou a ensinar ao

filho a desenvolver a adaptação no meio urbano. As novas simulações de

deslocamento de David foram desenvolvidas juntamente com primos e amigos,

quando precisava resgatar alguém em perigo em lugares de grande percurso.

Devido à situação em que a arte se encontrava, por precisar se deslocar

em lugares mais perigosos e precisos, a prática passou a se chamar de

deslocamento para „A arte do deslocamento /A arte do movimento‟. Foi oficializado

em 1998, com o nome de „parkour‟ por David Belle.

No decorrer dos anos esta nova modalidade passou a ganhar destaque e

a ser conhecida no mundo todo por conta da mídia televisa, expandindo-se e

gerando muitos adeptos à nova “arte”. A inspiração de alguns jovens traceurs à

prática se deu através do método natural de George Hébert, sendo adaptado ao

meio urbano, em que se educa o corpo diante de obstáculos encontrados, criando

uma identidade corporal em treinos e apresentações nas cidades e em vários

países. Sendo assim, aperfeiçoa o praticante a cada percurso encontrado.

George organizou seu método em oito habilidades naturais, essenciais

para a sobrevivência humana na natureza, comparadas com os movimentos do

8David nasceu em 29 de abril de 1973, em Fécamp, na Normania. Aos poucos David foi ganhando

popularidade e com isso passou a desenvolver o parkour também em filmes. Atuou como ator nos filmes B13 (Banlieue13), um filme de ação francês de 2004. Dirigido por Pierre Morel, escrito e produzido por Luc Besson. Em 2009, deu sequência ao filme B13 – U (Banlieue 13 - Ultimatum), do gênero ficção científica, com roteiro de Luc Besson e direção de Patrick Alessandrin. 9Georges Hébert nasceu em 1875 em Paris, foi um desportista e educador físico francês.

Desenvolveu o método natural. Aos 27 anos, em 8 de maio de 1903, Hébert coordenou a evacuação de 700 pessoas próxima da cidade de Saint Pierre, durante uma catastrófica erupção vulcânica no monte Pelair (ou monte Pelée).

20

parkour, onde segundo o traceur Ricardo Junior10 é atribuído nos percursos de cada

traceur ou traceurse:

Quadro 1: Comparação das termologias das técnicas desenvolvidas por

George Hébert e pelos praticantes de Parkour na atualidade:

George Hébert Praticantes de Parkour

lutar e nadar luta contra seu psicológico (não existe

luta física no parkour);

marchar (longas caminhadas) percurso

correr (normalmente descalço) flow

saltar (com ou sem peso extra) precisão

movimento quadrúpede (andar em quatro

apoios por longas distâncias)

quadrupedal

escalar (pedras, montanhas, árvores) climb

equilibrar-se teste psíquico

carregar e arremessar pesos bigjump (arremessa seu próprio

corpo)

Fonte:site“Papo de homem e arkour em Fortaleza”.

Os métodos são desenvolvidos ao longo de cada treino, pois, segundo os

praticantes de parkour, caso não houvessem os métodos criado por George Hébert

não haveriam tantas habilidades desenvolvidas por eles para a nova modalidade

para o percurso estabelecido. Contudo, se inspiram em cada ato fundado pelo

educador físico. Essa subcultura que vem ganhando espaço na cidade de Fortaleza

ainda é discriminada pela sociedade. Mas, ainda há quem não compreenda seu

significado no meio social, ou até mesmo seu conceito de subcultura. Para alguns

10

Praticante de parkour da cidade de Fortaleza do grupo StrongFamily.

21

traceurs11, o Parkour não é considerado uma subcultura e sim um estilo de vida que

muitos passaram a aderir ao meio urbano. Mello (2004) em sua tese questiona que

“esta parte do comportamento humano e o produto deste comportamento e deste

conhecimento são denominados por nós de „cultura‟”.

Levando em consideração que esses praticantes utilizam sempre seu

lado psicológico, Butt (1987) afirma que:

Muitos autores defendem a tese de que o atleta construtivo contribui para o bem dele mesmo e dos outros, é um atleta motivado predominantemente pela competência e cooperação nos níveis psicológicos e sociais. ...isto não implica que o atleta evita competição, excelência, ou se torne um campeão... a nossa posição é que os estilos psicológicos serão associados com o aumento e não com a diminuição dos níveis de desempenho ( BUTT, 1987, p. 9).

Dentre as pesquisas elaboradas sobre subcultura, Hebdige (1979)

descreve-a com formas expressivas e ritualizadas de grupos subordinados. Nesse

sentido, o autor explica que a subcultura se torna um grupo de pessoas que

desafiam os significados dominantes aos produtos culturais. Logo, no Parkour não é

dado como diferente, pois, os traceurs a cada percurso denominam um novo desafio

ao seu próprio psicológico.

Na subcultura do Parkour relacionada ao seu psicológico no âmbito do

percurso, Samulski (1992) apresenta algumas técnicas relacionadas de controle da

motivação, como a respiração, o movimento, a imaginação e a linguagem, onde,

dependendo da forma como forem trabalhados, podem proporcionar ao atleta um

aumento ou uma diminuição do nível de ativação.

Outras técnicas são utilizadas para o fortalecimento para o controle de motivação,

tais como: direcionamento da atenção, acentuação de aspectos positivos com

relação à própria pessoa e à situação, a fim de captar com agilidade a subjetiva do

problema, a relativização, que pretende mudar o sistema de referência para avaliar

as condições pessoais e ambientais.

O comportamento desses jovens no parkour é algo significativo, Mello

(2004, pag.123) em sua análise diz que “como unidade social, o indivíduo age de

acordo com o que dele é esperado, isto é, conforme as normas do grupo ao qual

11

- Traceurs ou traceu – praticante de parkour

22

pertence e do qual pratica. Seu comportamento será tido como pessoal quando o

mesmo corresponde a uma maneira própria de agir, portanto, diferente do padrão.”

Em sua subcultura no ato do percurso, Gouvêa (1997) explica, que

pessoas que possuem um alto nível de motivação para a realização é demonstrado,

através de palavras e ações, uma procura pelo padrão de excelência. Para um

técnico, este indivíduo, na competição, teria como meta o sucesso e um melhor

desempenho esportivo.

As agilidades que o percurso desenvolve nos levam a acreditar que seria

de fato um “esporte” urbano, pois para eles não é esporte e sim “uma arte”. São

observadas várias práticas necessárias no decorrer do percurso, como correr (para

dar impulso o percurso), saltar (o que faz a diferença em um traceur) entre outros. A

liberdade de se expressar em um movimento no ambiente em que se encontra é

algo extremamente maravilhoso para eles, pois podem expressar através de seu

corpo o que estão sentindo.

3.1 - IDEOLOGIAS DOS TRACEURS (PRATICANTES)

Em sua ideologia específica, a subcultura se desenvolve devido à

permissão de alguns denominadores comuns para o conjunto de princípios,

objetivos e motivos. No Parkour vem a tona uma observação, pois a maioria dos

traceurs, já realizaram alguma prática de artes marciais antes de dá início a nova

“arte”. Dando a eles uma movimentação melhor de seu corpo, sendo expresso

através da prática.

Em sua ideologia musical se torna algo essencial para cada praticante,

pois segundo o traceur Ricardo Junior12é através do ritmo seguido que fazem suas

artes corporais. As músicas são variadas, vão de acordo com a batida e o ritmo,

sendo eles com ritmos rápidos, elétricos, estimulantes, hip hop, rock, punk, entre

outros. Uma observação incrível durante essa pesquisa é que alguns arriscam até

mesmo aquelas músicas em ritmo lento, como por exemplo, músicas do Coldplay ou

no estilo romântico.

No parkour os traceurs não aderem a competições, de acordo com Paulo

Eduardo13 a filosofia dos traceures se dá em competir consigo mesmo, ou seja,

competir com seus medos, ultrapassando e enfrentando qualquer tipo de obstáculos.

12

Entrevista realizada em 17 de março de 2013. 13

Praticante de Parkour da cidade de Fortaleza do grupo StrongFamily

23

A tese em não competir se dá através de seu alvo principal, “seu psicológico”. Para

esses praticantes o psicológico tem que ser trabalhado em todo momento, algo que

compete a cada movimento brusco ou até mesmo mal calculado.

A confirmação da não existência de competições entre eles, se deu

através de um “suposto”14 grupo de Fortaleza denominado de “StrongFamily” que

quer dizer “Família Forte”, no qual os traceurs Paulo Eduardo Leite e Ricardo Junior

em entrevista destacaram que “ no Parkour não há competições, a única pessoa que

você compete é com você mesmo, ou seja, você enfrenta seu próprio psicológico e

sua mente para enfrentar qualquer tipo de obstáculos”.

A atenção em trabalhar a mente e corpo quando se encontra algum

obstáculo é fundamental, entretanto, caso não siga os padrões e o limite de seu

corpo, pode até levar a um acidente nada agradável. A cada percurso seguido,

antes, o traceur verifica se o local está de acordo e se há possibilidade de seguir o

que está prestes a ser realizado. Um aspecto bem visto no trabalho de campo é a

construção de identidade e as dinâmicas de grupos.

Os “locais de treino”- conhecido por eles por “Pico” – são variados, onde

possuem corrimões, muros, escadas, prédios, ponte entre outros obstáculos a

serem explorados nos espaços urbanos. A expressão corporal transmitida no meio

urbano por esses jovens traceurs (praticantes) não é ainda bem vista em alguns

pontos do Ceará, mas ao atuarem a prática tentam de alguma forma passar uma

grande mensagem para a sociedade.

3.2- STRONGFAMILY

A StrongFamily foi criada há mais de dois anos pelos praticantes: Felipe

Veras, Ivanildo Júnior, Jadiê Oliveira, Leandro Evangelista, Paulo Eduardo, Ricardo

Farias e Ricardo Júnior. A ideia da formação do “grupo” de acordo com o praticante

Paulo Eduardo, não seria apenas para se reunirem para realizarem a arte e sim uma

“família” para todo tipo de atividades, pois a Strong é mais que uma família.

Os praticantes de parkour se reúnem como família em vários pontos da

cidade de Fortaleza, como por exemplo: Parque das Crianças, sendo designado de

acordo com Paulo Eduardo o pico15oficial, no qual é conhecido por eles de “PDC”16,

14

De acordo com o praticante Paulo Eduardo em entrevista, alega que no “parkour não existe grupo”. 15

Local de treino. 16

Parque das crianças

24

outro ponto específico seria a Praia de Iracema, conhecido também por eles como

“Paredão”, onde segundo o traceur Ricardo Junior17 treinam após saírem do “PDC”.

Para algumas pessoas que viajam para outras cidades ou até mesmo países,

procuram logo os pontos turísticos, entretanto, no Parkour de acordo com o que foi

notório durante as entrevistas, os traceurs procuram logo os locais de treino.

O traceur18 cearense Paulo Eduardo Leite do suposto19 grupo da

StrongFamily, foi convidado pela Red Bull para representar o estado do ceará no

ano de 2011 na cidade de São Paulo, onde realizou todo seu percurso descalço,

sendo para muitos praticantes algo bem desafiador e “louco”. Com essa nova forma

de praticar seu percurso, Paulo Eduardo Leite, ficou conhecido mundialmente.

O praticante foi convidado pela PUMA para representar o Brasil na

Argentina, (Lembrando que entre eles não há competições, apenas apresentações,

entretanto para esses praticantes a maior competição se dá contra seus medos e

obstáculos.) com isso, Paulo Eduardo conseguiu ser ainda mais reconhecido,

surgindo para ele entrevistas e participações em comerciais nacionais, como por

exemplo o comercial da apresentação de Parkour em São Paulo produzida pela Red

Bull.

Em entrevista, Paulo Eduardo diz que a importância do parkour em seu

dia-a-dia, veio para complementar sua vida, ou seja, a peça final que seu corpo

necessitava, “parkour nos mostra o valor da vida… nos mostra a enxergar a vida

diante de nossos olhos e descobrir que além daquele ponto, ainda podemos chegar

mais longe, com união e força de vontade.” Para ele o parkour se define apenas em

viver, “viver cada momento e aproveitar tudo aquilo que a vida nos oferece”.

A StrongFamily, realiza através dos praticantes Felipe Veras e Ricardo

Farias, no qual são responsáveis para que haja vários tipos de alongamentos antes

do ato da prática do parkour. Felipe Veras constantemente ajuda aos iniciantes de

parkour no “PDC” aos sábados. Segundo Felipe20, tudo o que faz é por amor a arte

do parkour.

Para uma melhor compreensão do que seja documentário, no último

capítulo será abordado as técnicas utilizadas, e qual a melhor forma de realizar um

documentário e um roteiro.

17

Entrevista em 22 de maio de 2013 (às 21hs) em sua residência. 18

TRACEUR: Praticante de Parkour no sexo masculino. 19

De acordo com os praticantes, não existe grupo, pois se consideram uma só família. 20

Entrevista em 26 de janeiro de 2013.

25

4 DOCUMENTÁRIO

O documentário21 requer vários processos de produção de acordo com a

concepção da ideia abordada ao roteiro, das filmagens à edição. Segundo Lucena

(2012), utilizar uma câmera é o passo essencial para que haja um registro

cinematográfico da arte. Essa linguagem cinematográfica, ainda segundo Lucena

(2012, p.9), “nasceu com aspecto documental, com a aplicação dos princípios da

câmera fotográfica, a imagens em movimento”.

Vários conceitos e definições são designados para o termo

“documentário.” Lucena (2012), juntamente com outros autores, em sua obra “Como

fazer documentários, afirma que “documentário é o tratamento criativo da realidade,

com a edição de expressões bastante utilizadas, como „filmagem factual‟ e

“reconstituição sincera.” Passa a ser apreciado como produção audiovisual, na qual

são registrados os fatos, personagens e situações.

Lucena (2012) ilustra, ainda, a importância das expressões da produção

audiovisual, pois de acordo com o que é filmado, a arte é criada e o tratamento é

desenvolvido com e por “personagens, situações que tenham como suporte o

mundo real (ou histórico) e como protagonista os próprios “sujeitos” da ação” [...]. A

criatividade é gerada do próprio documentarista no decorrer de sua filmagem, pois

ao realizar o roteiro e lançadas várias ideias ao realizar as imagens se implantam

novas realidades.

As ideias criadas são geradas conforme o que é observado em seu

entorno: bairro, moradia, a região em que se trabalha, convivência entre as pessoas,

os encontros eventuais de amigos, as notícias dos jornais impresso, rádio e TV.

Tudo, segundo Lucena (2012), pode motivar a criação de um documentário. Antes

de gerar grandes ideias, é preciso saber se há possibilidade de que seja realizado e

como fazê-lo.

Conforme Seger (2007), para que haja um bom roteiro é necessário,

chegar às ideias, em seguida organizá-las, anotar os seus fragmentos, ou seja, o

sistema de fichas indexadas, o esboço no qual são resumida uma das cenas que

constitui a história. Fazer um diário, pois, dá ao roteirista um aprofundamento maior

21

Nasceu em 1985 pelos irmãos Lumière, no Grand Café, em Paris.A primeira câmera capaz de filmar e ao mesmo tempo realizar a reprodução da película.

26

em seus personagens, falar consigo mesmo em um gravador, para que se tenha

uma melhor fluidez nas ideias de forma desinibida, entre outros.

A criação e as questões básicas vão de acordo com a forma com que os

estudantes de jornalismo aprendem, para que possam criar suas reportagens e

textos: O que eu quero mostrar? Como mostrar isso?Por que eu quero mostrar

isso?Quem é meu personagem?O que ele vai fazer?Por último, como ele vai agir?

No documentário contemporâneo, Lucena (2012) explica que o

tratamento criativo não se torna diferente, pois, dependendo de qual categoria o

cineasta venha a realizar o seu roteiro, será adotada uma linguagem documental

mais subjetiva em seus filmes, sendo recriadas ocasiões para que seja

complementada a ideia a qual pretende-se lançar. Lucena (2012) destaca ainda o

palestrante norte-americano Bill Nichols, que declarou existirem vários gêneros para

o documentário, sendo que:

Ainda se mostram válidos, apesar das mudanças radicais na linguagem dos filmes de não ficção, em todo mundo. Em relação à nova linguagem, aliás, o Brasil, ocupa papel de destaque; nos trabalhos mais recentes de Eduardo Coutinho (Jogo de cena, 2007 e Moscou, 2009), João Moreira Salles (Santiago, 2007) e Andrea Tonnaci (Serras da desordem), por exemplo, ficção e realidade, reconstituição cênica, dramatização realista, reencenação com atores e representação pessoal se misturam na tentativa de se dizer alguma coisa sobre algum assunto – às vezes o próprio cinema, caso de jogo de cena. (LUCENA, 2012, p. 13).

A linguagem do documentário é dividida em duas categorias conforme

Lucena (2012, p.20): “o discurso direto, em que uma voz fala com a câmera e, por

extensão, conosco, de forma direta e o discurso indireto, que não é dirigido a

câmera ou ao público.” Para o roteiro, são necessários os elementos do roteiro,

cabeçalho de cena, descrição visual ou ação, diálogos, argumento para

documentários entre outros. O documentário, ainda de acordo com Lucena (2012),

“é uma „história‟ contada por imagens, depoimentos ou pela narração, incluindo

elementos como pessoas, lugares, coisas, entre outros.”

Ainda conforme a autora Seger (2007), para que haja um roteiro bem

elaborado, com bons pensamentos, para se começar a escrever, deve-se, antes de

tudo, perguntar-se a si mesmo:

O que me leva a querer escrever este roteiro?

27

Já refleti bem a respeito de todos os elementos do roteiro: a

história, os personagens, o tema, as imagens, os diálogos?

Consigo ouvir a voz dos meus personagens? Eles já estão

começando a conversar comigo, de forma que eu possa ter

verdadeiros personagens falando, quando começar a

escrever os diálogos?

Gastei tempo suficiente explorando as possibilidades da

história e dos personagens, antes de me apressar em

escrever o roteiro?

Será que eu impus uma série de regras à minha história e aos

meus personagens ou permiti que fossem evoluindo

naturalmente?

Estou concentrando o foco naquilo que me comove, em

minha arte, naquilo que realmente quero dizer? Ou estou

mais preocupado com aspectos comerciais, relacionados ao

marketing, à fama ou a quanto dinheiro esse roteiro irá me

render? Estou pensando apenas em ganhar prêmios ou já me

daria por satisfeito com uma simples indicação?

Estou me lembrando de manter os olhos no processo em vez

de ficar tentando encontrar soluções rápidas? (SEGER, 2007,

p.35).

Após todo o processo da fase de preparação, o documentarista estará

pronto para iniciar seu roteiro, sua estrutura, para uma história dramática, moldar o

início, o meio e o fim de seu roteiro. Assim, o verdadeiro documentarista dará o

passo certo para ser um grande profissional e ganhará espaço na mídia, realizando

diversos roteiros.

28

5 DIÁRIO DE CAMPO

Minha jornada em campo no começo foi bem frustrante; se deu em 24 de

janeiro de 2013, no aeroporto Pinto Martins de Fortaleza (entre 5h5min às 5h e

45m), quando o tracer Chamel Flores juntamente com sua namorada Andrea

Coelho, da cidade de Manaus, estavam previstos para chegarem ao aeroporto às

5h15min. Eu passara o segundo semestre de 2012 aguardando este momento único

para a realização de minhas filmagens, pois haveria o “VI Encontro Cearense de

Parkour em Fortaleza”.

Os praticantes só realizam estes encontros uma vez no ano. Foram

realizadas diversas imagens em todos os locais de treino e com vários praticantes

de variadas cidades, como, por exemplo: imagens de alguns traceurs na Praia do

Futuro, em Fortaleza (das10h30m às 12h 30m.

Principais atividades:

25/1/2013: Praça da Parangaba – das 14h às 17h30m.

26/1/2013: Parque Rio Branco – das 7h50màs 11h55m.

Entrevistas com: Bartolomeu da cidade de Campina Grande – 8h20m;

Sharley (Presidente da Associação Cearense de Parkour) – 9h;

Chamel Flores de Manaus – das 9h e 25m / 9h55min;

Júlio Cesar (J.C) da ABPK – Associação Brasileira de Parkour e da OMINI

da cidade do Rio de Janeiro - 10h15m.

Felipe Strong – 11h55m.

Praça 13 de maio - 12h45m às 15h36m

Passagem – 14h46m

Sonora com Patrícia do Elen (representante do parkour feminino) 15h.

CUCA BARRA – Centro de Cultura da Barra do Ceará da cidade de

Fortaleza – 16h55m. Sonora com Isabel Silvino (produtora cultural) e com Sharley

(presidente da ACPK) – 17h17m.

O encontro encerrou-se no dia 27/1/2013, no Parque das Crianças,

localizado no Centro de Fortaleza, quando realizei minha última entrevista com Odair

Santos de Campina Grande - das 8h às 16h50m.

29

Para minha infelicidade, em março de 2013 todas as reportagens,

imagens e ideias que havia realizado durante o “IV Encontro Cearense de Parkour”

foram dadas como perdidas, pois ao verificar no PC do meu irmão para iniciar a

edição, elas não estavam mais lá. Quando ocorreu o fato, quis desistir de meu

projeto, mas levantei a cabeça e entreguei nas mãos de Deus. E foi ai que comecei

do zero as imagens, reportagens entre outros, que seriam úteis para o meu

documentário.

Em minha segunda jornada de filmagens, realizei juntamente com dois

integrantes22 da StrongFamily, dia 6 de fevereiro de 2013, no aeroporto Pinto Martins

da cidade de Fortaleza (das 10h34m às 11h25m) a chegada dos chilenos Claudio

Alfonso e Camilo Zukll, que visitavam pela primeira vez a cidade, quando na verdade

tinham um único objetivo: conhecer os locais de treinos que a Strong praticam.

Com isso, foi realizado o seguinte: sonora com Paulo Eduardo Leite e

Ricardo Júnior, do grupo da StrongFamily de Fortaleza (11h4m) e também sonora

com Claudio Alfonso e Camilo Zukll do Chile (11h e 16m). Algumas das imagens

também sumiram do notebook de meu irmão e também o cd que eu havia gravado.

A única filmagem que consegui resgatar foi a do dia 7 de fevereiro, na

qual entrevistara novamente os chilenos na praça da 14 do bairro José Walter

(15h15m), com a ajuda (tradução) do praticante Júlio Cesar, do Rio de Janeiro, na

qual os dois relatam o motivo que escolheram entre todo o Brasil visitar pela primeira

vez a cidade de Fortaleza e a felicidade de treinar juntamente com seus irmãos da

Strongfamily.

Na última tentativa para executar meu vídeo documentário com perfeição,

no dia 4 de maio foram feitas novas imagens e entrevistas com os integrantes da

Strongfamily e presidente da ACPK (Associação Cearense de Parkour). O local

designado é considerado por eles como o berço do parkour cearense. Entrevistados:

Felipe Veras (Strongfamily)(15h). Sharley Souza (presidente da ACPK) (15h45m.

Ivanildo Júnior (Strongfamily) (15h13m). Paulo Eduardo Leite

(Strongfamily)(15h23m).

Para haver melhor compreensão do comportamento da sociedade diante

do percurso efetuado ao meio urbano por esses jovens, foi realizada uma entrevista

com o profissional em sociologia Lenildo Gomes, o também coordenador de

22

Paulo Eduardo Leite e Ricardo Júnior.

30

Criação e Fomento da Secretaria de Cultura de Fortaleza. O sociólogo relata a

importância do parkour em Fortaleza e o motivo que a sociedade ainda tem o olhar

crítico e o preconceito ao realizarem o percurso nos espaços urbanos da cidade.

Não poderia deixar de saber o que a sociedade pensa a respeito dessa

“arte”, então realizei uma entrevista, durante os treinos no dia 22 de junho, no

Parque das Crianças, com o senhor Francisco Wilson, é motorista da Defensoria

Pública do Ceará Ele demonstrou curiosidade ao visualizar os praticantes realizando

o percurso. No mesmo dia foi entrevistada a praticante Taisa dos Santos (15h5m),

que fala sobre os preconceitos estabelecidos pela sociedade ao vê-la realizando a

prática em meio aos homens e também o que seus pais acharam quando ela aderiu

à prática.

O praticante Ricardo Farias (Strongfamily) (16h30m) esclarece a

importância de treinar no Parque das Crianças e os preconceitos que já passou por

parte da sociedade. Alguns dos pais dos praticantes também relataram o que

acharam no início e como o pensamento deles mudaram diante da prática. Por

último, o estudante Bruno Silva (18h) quando se sentiu indignado ao falar sobre a

prática, pois não concorda com o percurso, achando o ato algo sem futuro e sem

resultados que tragam benefícios aos jovens.

31

ROTEIRO

DOCUMENTÁRIO: PARKOUR FARTALEZA

Produção: Giselle Leite Fabrício

#ABERTURA

#VINHETA

#OFF

#IMAGEM

#OFF

#PASSAGEM

COM ARTE

#SONORA1

PARKOUR FARTALEZA

Os movimentos do Parkour são utilizados desde o início da humanidade, mas

a arte de superar obstáculos na verdade foi criada nos anos 80 em Lisses,

França.

O Parkour moderno surgiu em 1998 por David Belle, em Paris, quando

decidiu colocar nos espaços urbanos os conhecimentos de movimentação

natural, com a busca de vencer desafios e superar obstáculos.

FORTALEZA / PRATICANTES DA CIDADE

Fortaleza, capital cearense, seu lema é a palavra em latim, que

em português significa: "força, valor, coragem". Através desse lema é que no

final de 2005 os jovens da cidade passaram a seguir também a nova

modalidade chamada Parkour, quando hoje se reúnem cerca de 400

praticantes.

De acordo com o presidente da Associação Cearense de Parkour, Sharley

Souza, logo que os jovens da cidade passaram a seguir a nova modalidade

do parkour, eram criticados pela sociedade de forma severa, mas,

atualmente, 95% da sociedade passou a enxergar a arte como um esporte

que poderá trazer benefícios aos jovens da cidade.

SHARLEY SOUZA – PCPK

00:16 (… NOS INTERIORES DO CEARÁ..)

2:26 – 3:30 (..CRÍTICAS MAIS NO COMEÇO… ESSES AGRADECIMENTOS

SÃO A TODOS.)

32

#SONORA2

#SONORA3

#IMAGEM

(StrongFamily)

#OFF

#SONORA4

#SONORA5

#IMAGEM

#SONORA6

VISÃO DA SOCIEDADE

FRANCISCO WILLSON – MOTORISTA DO GOVERNO

(EU ESTAVA EM PÉ ALI E FIQUEI ADMIRADO… PORQUE TEM

RESISTÊNCIA….COM O NOSSO PAÍS)

00:11 –01:25

BRUNO DA SILVA - ESTUDANTE

EXPERIÊNCIA VIVIDA PELOS PRATICANTES

Paulo Eduardo Leite

Ivanildo Júnior

Felipe Veras

Ricardo Farias

Ricardo Júnior

PARA TERMOS MAIS CONHECIMENTO DO COMPORTAMENTO DA

SOCIEDADE, OUVIMOS O PROFISSIONAL EM SOCILOGIA.

(LENILDO GOMES - SOCIÓLOGO)

INICIANTE

TAISA SANTOS

EU COMECEI A PRATICAR O PARKOUR...

(00:11 – 00:24 / 01:26 – 1:51)

VISÃO DOS PAIS DOS PRATICANTES

(GILVAN FABRICIO E MARIA JOSÉ LEITE – PAIS DO PRATICATE

PAULO EDUARDO)

33

#SONORA7

#IMAGEM

(Encontros)

#OFF

#SONORA DOS

CHILENOS8

#SONORA9

#IMAGEM

#SONORA9

#IMAGEM

#SONORA10

00:57 (QUANDO O PAULO EDUARDO COMEÇOU... ) 03:02 (... NÃO SÓ A

ELE COMO AOS AMIGOS.)

(FRANCISCA MARIA)

00:18 (A MINHA REAÇÃO..) 01:54 (TEM MUITA GENTE QUE CRÍTICA

NÉ...)

O ENCONTRO CEARENSE DE PARKOUR É REALIZADO ANUALMENTE,

COM O INTUITO DE NÃO SÓ TROCAR EXPERIÊNCIAS, MAS TAMBÉM

REVER OS AMIGOS DE OUTRAS CIDADES OU ATÉ MESMOS PAÍSES.

CHILENOS NO ENCONTRO PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL

02:42– 02:57 / 03:08 -04:24

ORGULHO DOS PAIS

GILVAN E MAZÉ – PAIS DO PRATICANTE PAULO EDUARDO LEITE

02:53 (EU PRATICAMENTE COMO MÃE DELE..)

FRANCISCA MARIA – MÃE DO PRATICANTE RICARDO JÚNIOR

03:51 (A SENHORA SE ORGULHA..) 04:26 (NUNCA DEIXA DE SER FILHO

NÉ)

BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS

(EDUCADOR FÍSICO - JANDER TEIXEIRA)

RECADO PARA SOCIEDADE

34

#CARACTERES

PRODUÇÃO:

EDIÇÃO DE

TEXTO:

EDIÇÃO DE

VÍDEO:

ENTREVISTADOS:

PARTICIPAÇÃO

ESPECIAL:

TRILHA SONORA:

PAULO EDUARDO LEITE

Giselle Leite Fabrício

Giselle Leite Fabrício

Paulo Eduardo Leite (PESTÚDIO)

Felipe Veras

Ivanildo Júnior

Paulo Eduardo Leite

Ricardo Farias

Ricardo Júnior

Taisa dos Santos

Camilo Zukll

Claudio Alfonso

Francisca Maria da Silva

Gilvan Fabrício

Julio César

Maria José Leite

Maybesshewill He Films the Clouds

Bonobo Silver

Best Violin Raphiphop Instrumental Beat Ever

TotekingShotta 16 voy a (Baghira)

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o processo de pesquisa, foram surgindo questões sobre a

forma com que a sociedade visualiza a nova modalidade atribuída pelos jovens na

cidade de Fortaleza nomeada de parkour. Quais as críticas direcionadas aos

integrantes da Strongfamily? O que os profissionais na área de sociologia e

educação física acham desta nova modalidade praticada em Fortaleza e quais as

consequências que esta prática poderá trazer para os jovens?

O estudo detalhado do referencial teórico e a observação constante no

processo de pesquisa em campo foram fundamentais para entender como a nova

modalidade ocorre na cidade de Fortaleza diante, cuja sociedade ainda não conhece

bem a arte. O motivo com que a sociedade ainda vislumbra o parkour, ou seja, de

forma crítica, é devido presenciar os praticantes treinando nos espaços urbanos,

como praças, muros, corrimãos, calçadas, entre outros e acharem que eles são

vândalos e que podem danificar o espaço.

Também foi observado o comportamento entre os praticantes antes,

durante e após o percurso nos locais de treino, quando eles não só se reúnem para

treinar e sim para interagir entre. O nome “Família” é a palavra-chave que eles mais

falam, contudo, afirmam se sentirem como uma grande família.

.

36

REFERÊNCIAS

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37

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38

ANEXOS

FOTOS REALIZADAS DURANTE A PESQUISA DE CAMPO

Praticantes Ivanildo Júnior e Paulo Eduardo Leite, da esquerda à direita. Na praia de Iracema após o treino

Praticante Ricardo Farias na praia de Iracema

39

Filhos dos praticantes Ricardo Farias e Felipe Veras. Miguel Farias e Enzo Veras da esquerda à direita

Praticantes de Fortaleza no Parque das Crianças

40

Felipe Veras com o filho Enzo Veras. Treino no Parque das Crianças

41

Praticantes de Fortaleza e de várias cidades do Brasil. VI Encontro Cearense de Parkour no Parque das Crianças

Praticantes Paulo Eduardo Leite de Fortaleza e Chamel Flores de Manaus; da esquerda à direita

42

Praticantes da StrongFamily em treino no bairro Barroso em Fortaleza

Mão do praticante Ricardo Júnior, após treino

43

Rodrigo Florêncio da cidade de Natal, na Praça das Crianças, após treino

Paulo Victor de Azevedo da cidade de Natal, durante treino

44

Praticantes Ivanildo Júnior e Felipe Veras, após treino na praia de Iracema; da esquerda à direita

45

Praticantes Aryson Dallas, Rian Laison, Paulo Eduardo Leite em treino no quintal de casa; da esquerda à direita

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Praticantes de outras cidades no Parque Rio Brancos, durante treino do VI Encontro Cearense de Parkour

Praticante Paulo Eduardo Leite da cidade de Fortaleza em treino na Praia do Futuro

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FAÇA VALER A PENA!