Parnasianismo

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Parnasianismo Ars gratia artis – arte pela arte

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Literatura

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ParnasianismoArs gratia artis – arte pela arte

MOMENTO HISTÓRICO europeu

O final do século XIX caracteriza-se por uma grande transformação nos meios de produção. O avanço da industrialização torna possível um crescimento econômico jamais experimentado; o uso da energia elétrica e do petróleo acelera o desenvolvimento das fábricas.

Por um lado, a burguesia consolida seu poder, aumenta seus lucros e fortalece suas posições políticas. De outro lado, vítima da exploração, o proletariado: excluído do processo econômico e submetido a condições de trabalho desumanas em troca de salários baixíssimos.

Momento histórico europeu

Movimentos filosóficos como o positivismo e o marxismo somam-se aos científicos, como o darwinismo, para emprestar uma visão menos idealizada do mundo, mais objetiva e distanciada do dogmatismo religioso.

Momento histórico brasileiro

No Brasil, os movimentos abolicionista e republicano ganhavam corpo e conquistavam importantes objetivos sociais e políticos: o fim da escravidão e a proclamação da República.O país alinha-se ao pensamento europeu, separa a Igreja do Estado, organiza o sistema judiciário do país e estabelece um regime de maior participação popular.

ESTÉTICA PARNASIANA

Apesar de ser contemporâneo ao Realismo e ao Naturalismo, a estética parnasiana diferencia-se ideologicamente por não se preocupar com a temática social ou mesmo com a reflexão sobre o homem e sua condição.

O racionalismo traduz-se em objetivismo, em rejeição aos excessos românticos e em crítica ao sentimentalismo. A arte não era um simples entretenimento, mas a busca da beleza, a arte pela arte.

O poeta, alienado socialmente, inspira-se na Antiguidade Clássica, na mitologia greco-latina como uma forma de negar os princípios do Romantismo e garantir prestígio entre as camadas mais letradas do Brasil.

O artificialismo é uma de suas principais características, valorizando excessivamente a forma (os sonetos, as rimas ricas, a métrica perfeita), ostentando um nível vocabular refinado e grande rigor gramatical.

O nome Parnasianismo tem origem na Grécia antiga: segundo a lenda, Parnaso é o nome de um monte da Fócida, consagrado a Apolo e às musas. É o monte onde nasceu Castália, a musa inspiradora dos poetas. É uma arte excessivamente descritiva, cheia de adjetivos e imagens poéticas elaboradas. O objetivo maior é o culto à forma na busca de atingir a perfeição.

A mulher no Parnasianismo é vista com objetividade, contrapondo-se às idealizações românticas. Desta forma, a sensualidade e o amor carnal eram cultivados pelos parnasianos.

O Parnasianismo fez bastante sucesso em sua época, estendendo-se da década de 80 do século XIX até a Semana de Arte Moderna em 1922. Foi a poesia “oficial” do Brasil durante longas décadas.

Autores parnasianos

Autores parnasianos

Autores parnasianos

Ao coração que sofre - Olavo Bilac

Ao coração que sofre, separadoDo teu, no exílio em que a chorar me vejo,Não basta o afeto simples e sagradoCom que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,Nem só desejo o teu amor: desejoTer nos braços teu corpo delicado,Ter na boca a doçura de teu

beijo.

E as justas ambições que me consomemNão me envergonham: pois maior baixezaNão há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homemSer de homem sempre e, na maior pureza,Ficar na terra e humanamente amar.

Análise

• Bilac, já na primeira estrofe, anuncia que seu amor não é apenas inocente e espiritual, já que sofre por ter o coração separado da amada e afirma que não basta o simples e sagrado.• Expressa a necessidade de ter o amor carnal e

não apenas sentimento.

• “Para os românticos a mulher era um anjo, para os parnasianos era uma fonte de desejos”

• O amante ainda afirma que tais desejos não o envergonham, pelo contrário, ele sente que a verdadeira baixeza é trocar a Terra pelo Céu, conceito oposto ao dos românticos

• A última estrofe deixa claro a posição antropocentrista Parnasiana, já que o poeta afirma que o coração do homem é elevado permanecendo do homem, obedecendo assim, seus instintos naturais humanos. Há pureza no amor carnal também, segundo Bilac, e o homem deve humanamente amar e não tentar ser anjo ou Deus.

• Métrica é a medida do verso. • O estudo do metro chama-se metrificação e escansão é a

contagem dos sons dos versos.• As sílabas métricas, ou poéticas, diferem das sílabas

gramaticais em alguns aspectos.• Lembraremos alguns preceitos a esse respeito: contam-se

as sílabas ou sons até a tônica da última palavra de um verso.• O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada

verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. • Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro

verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.

Métrica

• O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período.

• Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.

Métrica Parnasiana