Parte Escrita

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J se tornou lugar-comum dizer que o Brasil tem passado por profundas transformaes nestes primeiros anos da atual dcada

Universidade Federal de Juiz de Fora

Edgard Elidio

Fernando Jorge

Henrique Queiroz

Marco AndrPaulo Minana

Rafael AlvimTiago PedrosaA Evoluo da Industrializao BrasileiraProf. RabibEconomia BrasileiraJuiz de Fora, 03/07/2007

IntroduoO presente estudo tem por objetivo expor a evoluo das indstrias brasileiras ao longo da economia nacional. Nota-se um retardamento nesse processo, que teve incio no fim do sculo XIX, mas que surtiu efeito, de fato, com o processo de substituio de importaes a partir da primeira Grande Guerra. Entretanto, a indstria comea a responder por parte significativa de nossa economia somente na metade do sculo XX. H que se destacar a influncia do capital estrangeiro, fator determinante para o desenvolvimento tecnolgico da industrializao nacional. Associado a este capital, tem-se a participao do capital nacional, atravs do capital privado e estatal, este ltimo, no incio, tendo uma participao mais efetiva.

A partir da estabilizao e desenvolvimento da indstria nacional, observa-se um declnio da participao do capital estrangeiro e aumento da influncia nacional, todavia essa comparao se equilibra novamente na dcada de 1990 com a abertura econmica no combate inflao.Desenvolvimento

J se tornou lugar-comum dizer que o Brasil tem passado por profundas transformaes ao longo dos anos que seguiram ate dcada atual. Tais mudanas generalizaram-se, deixando de ser apenas demogrficas, para se tornarem tambm econmicas, sociais e institucionais.

Nas ltimas dcadas do sculo XIX comeam a surgir as primeiras grandes empresas brasileiras, basicamente nos setores de bens de consumo no-durveis. Em 1889 havia pouco mais de 600 estabelecimentos industriais no pas e em 1920 j eram contabilizados 14.000. A indstria nacional que emerge neste perodo foi financiada, principalmente, com capitais privados nacionais. Apesar de haver alguns empreendimentos industriais estrangeiros nesta poca, o capital estrangeiro no teve um papel mais destacado nas primeiras etapas do desenvolvimento da indstria brasileira. O capital estrangeiro se restringiu aos setores de infra-estrutura e a atividade extrativa mineral para exportao. Na dcada de 1830, por exemplo, a minerao subterrnea de ouro em Minas Gerais recebe investimentos de companhias britnicas e a partir da dcada de 1860 h um grande influxo de capital estrangeiro nos setores de infra-estrutura, principalmente, ferrovias.

Porm, nos setores industriais considerados como o ponto de partida dos maiores grupos nacionais (tecidos e, em menor medida, a manufatura de produtos alimentcios, principalmente, farinha, acar e cerveja) os maiores grupos estrangeiros no desempenharam quase que nenhum papel no incio da histria da indstria brasileira.

Foi somente durante e depois da 1 Guerra Mundial que as empresas industriais estrangeiras comearam a se instalar no pas em grande nmero. A presena de empresas estrangeiras na economia brasileira data do incio do sculo XIX.

Ao trmino da 1 Guerra Mundial, as bases de uma economia industrial haviam sido criadas no Brasil e, de uma maneira geral, os grandes grupos estrangeiros que ingressaram no Brasil por essa poca no se interessaram por txteis ou alimentos. Ao final da 1 Grande Guerra, os grupos nacionais dedicados aos setores de alimentos e txteis j no formavam a ponta de lana da industrializao no pas. Os grupos recm-formados eram mais provavelmente estrangeiros e quase certamente dedicados a outras indstrias. Essas tendncias se acentuaram depois de 1930 e a entrada de grupos estrangeiros continuou. medida que novas indstrias desempenhavam um papel central no crescimento industrial brasileiro, os grupos estrangeiros adquiriram destaque e comeavam a assumir o papel pioneiro que haviam evitado na fase inicial antes da 1 Guerra Mundial. Alguns dos fatores que influenciaram a industrializao por substituio de importaes nos anos 20, foram tambm responsveis pelo estmulo ao ingresso de empresas estrangeiras no pas: restries ao comrcio exterior em decorrncia dos conflitos na Europa, os efeitos da Grande Depresso sobre a demanda e os preos das exportaes brasileiras, as barreiras comerciais impostas pelo pas e o prprio estmulo dado ao ingresso de capital externo.

Na primeira metade do sculo 20, tem incio o projeto nacionalista de desenvolvimento por substituio de importaes. Surgem as primeiras empresas de controle estatal e o capital estrangeiro investe nos setores mais dinmicos da indstria, principalmente, os de bens de consumo durveis. O capital britnico controlava as principais empresas de papel, fumo e fsforo e tinha expressivos investimentos nos setores txtil, caladista e em moinhos. O capital norte-americano estava presente em vrios setores industriais, tais como: alimentos, equipamento ferrovirio, lmpadas, transformadores, aparelhos domsticos, fongrafos, cimento e sacos de papel. No setor automotivo, a Ford, a General Motors e a Chrysler j haviam estabelecido unidades de montagem no Brasil. Empresas suas haviam investido nos setores de curtume e de processamento de alimentos, enquanto os capitais franceses investiam no setor qumico. As principais empresas dos setores qumico e farmacutico eram de origem britnica, francesa, norte-americana e alem.

medida que empresas estrangeiras penetravam em vrias indstrias novas nas dcadas de 30 e 40, alguns grupos nacionais comearam a diversificar suas atividades, competindo diretamente com elas - como o alumnio e o ao, por exemplo. entre 1933 e 1939 que objetivamente se pode falar no desencadeamento de um processo de industrializao no Brasil, quando o ritmo de crescimento da indstria alcanou 11,28% ao ano, superando por larga margem o crescimento da agricultura. Antes, como ressaltam Villela e Suzigan, tivemos apenas surtos de crescimento industrial. Em contraposio, sob o primeiro governo Vargas, a indstria passa a ser o centro dinmico da economia, deslocando o setor agrrio para uma posio inferior. O empresariado industrial se expande aceleradamente. Lembremos que cerca de 70% dos estabelecimentos industriais levantados pelo Censo de 1940 foram fundados depois de 30. Seguindo o caminho aberto por Vargas, nos anos 60, o projeto desenvolvimentista j estava consolidado, permitindo economia brasileira alcanar as mais altas taxas de crescimento de sua histria.

Nota-se, nessa poca, um aumento da penetrao estrangeira no mercado nacional acirrando o conflito entre as indstrias nacionais e estrangeiras. Em alguns casos, o resultado foi o deslocamento do capital nacional pelo capital estrangeiro, como no caso da indstria de vidros, aonde a imposio de tarifas protecionistas durante a 2 Guerra Mundial aumentou o interesse estrangeiro pela indstria e resultou na desnacionalizao e no afastamento de grupos nacionais pelos grupos estrangeiros. As empresas nacionais foram pioneiras na expanso de algumas indstrias e continuaram a domin-las na dcada de 1970; outras indstrias foram criadas por grupos estrangeiros e o capital nacional nunca conseguiu penetrar nesses setores. Mas o capital nacional e o estrangeiro trabalharam em conjunto em vrias indstrias. Em algumas delas, o capital nacional foi afastado, em outras sobreviveu.

At o final da dcada de 60 e incio da seguinte, o capital estrangeiro predominava em quatro indstrias: equipamentos de transporte, produtos de borracha, produtos farmacuticos e fumo. Em outras seis indstrias predominava o capital nacional (produtos de couro, indstria tipogrfica e editorial, roupas e sapatos, produtos de madeira, produtos de papel e no-metlicos). Assim sendo, no perodo entre guerras a presena do capital externo j era significativa. Em trs outras indstrias o capital nacional representava a maioria das vendas e bens entre as maiores firmas da indstria, mas o capital estrangeiro tambm tinha um papel importante: alimentos e bebidas, txteis e fabricao metlica. Finalmente, h trs indstrias nas quais o capital estrangeiro predominava, mas o capital nacional tinha um papel significativo: produtos qumicos, maquinaria e mquinas eltricas.

A diferenciao entre empresas brasileiras privadas e estrangeiras proporcionava uma oportunidade ao capital nacional, porm uma oportunidade que no se ampliava. Os setores nos quais o capital nacional predominava estavam diminuindo em relao totalidade do estabelecimento industrial, enquanto a maior parte das indstrias de rpido crescimento eram controladas pelo capital estrangeiro. Havia somente dois setores industriais de rpido crescimento dominados pelo capital nacional: produtos de papel e fabricao metlica. No ltimo, a parcela nacional da indstria era constituda, principalmente, de empresas estatais que dominavam a indstria siderrgica. Os setores dominados pelo capital nacional eram menos concentrados, menos intensivos em capital, caracterizados por fbricas pequenas e onde a tecnologia era relativamente pouco importante. A nica indstria controlada nacionalmente que estava acima da mdia em mais da metade dessas medidas era, ainda uma vez, a indstria de fabricao metlica dominada pelo Estado.

Os setores dominados pelas empresas estrangeiras eram, pelo contrrio, aqueles nos quais havia altas barreiras entrada e, consequentemente, que geravam altos lucros para os que neles operavam, como, por exemplo, o setor de equipamento de transporte, aonde produo em larga escala, uso intensivo de capital e lucros elevados so uma exigncia. At mesmo o fumo, que a princpio no parece haver grandes barreiras entrada de novos competidores, tais como, volume de capital ou complexidade tecnolgica, um setor no qual a diferenciao dos produtos baseada em publicidade em grande escala assegura proteo contra as presses competitivas que poderiam reduzir os lucros.O resultado inevitvel da evoluo da estrutura empresarial no Brasil era a desnacionalizao: medida que a indstria se aproximava de uma produo de capital mais intensivo, de base tecnolgica, a diferenciao do capital deixava o capital nacional mais marginalizado.Em meados da dcada de 60, o governo Castello Branco tentou diminuir a presena do setor estatal na economia, pois as empresas estatais eram identificadas como as responsveis do dficit do setor pblico.

Nas dcadas de 1960 e 1970, esto estabelecidas as bases de uma cooperao complexa entre os capitais estrangeiro, estatal e privado nacional chamada de a trplice aliana. Os diferentes parceiros participaram desta associao com foras competitivas diferentes, cada um controlando setores diferentes. Esta especializao setorial entre os diferentes capitais e a expanso do capital estrangeiro, estimularam o debate sobre a desnacionalizao da indstria brasileira no incio da dcada de 1970. Na segunda metade dos anos 70 e ao longo da dcada seguinte as empresas de capital estatal e privado nacional se expandem e controlam juntas dois teros das vendas das 500 maiores empresas brasileiras.No entanto, por volta do incio da dcada de 70 as empresas estatais, criadas duas dcadas antes, chegavam maturidade, consolidando suas posies em vrias indstrias de base e diversificando para novas reas, como a Petrobrs e a Companhia Vale do Rio Doce no perodo de 1968 a 1974.

A maior presena das empresas estatais na economia se coadunava com a estratgia geral dos militares de aumentar a centralizao poltica e econmica. Assim sendo, ao longo do regime militar, o nmero de empresas estatais cresceu mais rapidamente do que em qualquer outro perodo. Em meados da dcada de 1970, a maioria das empresas estatais no havia sido herdada de perodos anteriores, mas criada pelos sucessivos governos militares. Algumas dessas empresas foram estabelecidas pelas mesmas razes que haviam levado os militares a apoiar a criao da CSN e da Petrobrs. O crescimento das empresas estatais criou uma situao na qual o Estado representava a maioria (60%) dos investimentos fixos no Brasil em 1969. Tambm deu origem a um padro de diferenciao entre o capital estatal e o privado que complementava o padro de diferenciao do capital estrangeiro e nacional. Apesar da expanso das empresas estatais, o Estado ainda estava ausente da maioria dos setores industriais no fim do surto de prosperidade. O capital estatal dominava os setores de infra-estrutura tradicional e matrias-primas. A diviso do trabalho entre o capital estatal e privado era melhor delineada do que a diviso entre capital estrangeiro e capital local. As reas de coincidncia, e portanto de competio potencial, eram poucas. Assim, durante o perodo do milagre brasileiro, o influxo do capital estrangeiro era mais do que compensado pelo crescimento das empresas estatais e a expanso do capital estatal representava uma modificao no que se relacionava desnacionalizao das empresas brasileiras.

A participao do capital nacional (tanto estatal quanto privado), em fins da dcada de 1960 e princpios da dcada de 1970, entre as 300 maiores firmas industriais aumentou, em lugar de cair. Porm, se at princpios da dcada de 70 no haviam elementos que nos permitisse afirmar que ocorrera uma desnacionalizao das empresas brasileiras, o aumento da participao do capital estatal no apaga o declnio relativo do capital privado nacional, pois no h evidncias de que ele houvesse se beneficiado com a expanso do setor estatal. O crescimento das empresas estatais nos setores de ao e produtos qumicos, por exemplo, foi acompanhado pela diminuio da participao do capital nacional em relao ao capital estrangeiro. A maior parcela do capital estatal parece ter sido obtida no s expensas do capital estrangeiro, mas sim do capital privado nacional. Se o crescimento da empresa estatal parece ter protegido a parcela geral brasileira da indstria, no se pode dizer que tenha protegido a parcela do empresrio privado nacional.

A perda de participao do empresariado nacional parece ter se intensificado no perodo de 1973 a 1975, quando a participao do capital estrangeiro nas vendas das 500 maiores empresas brasileiras aumentou de 39% para 41,8%, enquanto a do capital nacional caiu de 61% para 58,2% no mesmo perodo. Desagregando as participaes do capital privado nacional e do capital estatal, no entanto, podemos observar que foi o primeiro quem perdeu participao relativa enquanto o segundo aumentava a sua participao de 20,5% em 1973 para 23,4% em 1975. A perda de participao relativa do capital privado nacional, no desenvolvimento industrial do pas, at a primeira metade da dcada de 1970. Porm, de meados da dcada de 1970 at o incio da dcada de 1990, h uma reverso deste processo que vai de 1976 a 1984, o capital estrangeiro perde participao para o capital nacional, tanto para o privado quanto para o estatal, mas principalmente para este ltimo. Em 1984, a participao das empresas de capital estrangeiro atinge o seu nvel mais baixo (27,2%). Ao longo desses anos, o capital estatal aumentou sua participao de 24,6%, em 1976, para cerca de 33%, em 1984, perodo que marca o auge da participao das empresas estatais nas vendas das 500 maiores empresas brasileiras. Finalmente, o capital privado nacional tambm aumenta sua participao, passando de 34,6%, em 1976, para 39,9%, em 1984. O ano de 1984 representa, tambm, o auge da participao total do capital nacional, tanto privado quanto estatal, nas vendas das 500 maiores empresas, atingindo um total de 72,8% naquele ano.

Durante os anos de 1985 a 1991, a participao do capital estrangeiro se recupera

levemente, saltando de 28,5%, em 1985, para 31%, em 1991. A participao do capital estatal decresce de 30,8%, em 1985, para 26,6%, em 1991, enquanto a do capital nacional privado fica relativamente estvel em torno dos 42%. A participao das empresas nacionais privadas e estatais, em seu conjunto, cai de 71,5%, em 1985, para 69%, em 1992. Mesmo levando-se em considerao de que durante estes anos as vendas das empresas estatais foram prejudicadas pela defasagem dos preos dos bens comercializados por elas, em funo do esforo de combate inflao, os nmeros dos anos seguintes no deixam margem a dvidas quanto perda de participao relativa do capital estatal nas vendas das 500 maiores empresas brasileiras.

Portanto, ao longo das dcadas de 70 e 80 a parcela do capital nacional (tanto estatal quanto privado) superou a parcela do capital estrangeiro, mas a partir da dcada de 90 esta tendncia vem sendo revertida com o avano da internacionalizao e desregulamentao da economia brasileira e a privatizao das empresas do setor estatal.

No entanto, com a privatizao das empresas estatais e a globalizao da economia brasileira na dcada de 1990, as empresas de capital nacional voltam a perder espao para as empresas estrangeiras, que passam a controlar quase metade das vendas das empresas no pas.

O perodo de 1950 a 1990 foi caracterizado pelos anos de proteo indstria nacional que permitiram a enorme expanso da indstria de transformao, mas, ao mesmo tempo, inibiram a competitividade de setores industriais inteiros. Assim, de um modo geral, at o incio da dcada de 90, a indstria brasileira estava defasada em relao aos seus concorrentes internacionais. Porm, a partir do final da dcada de 80, com a privatizao das empresas estatais, a internacionalizao da economia brasileira e a difuso do novo paradigma tcnico-organizacional baseado na microeletrnica, o modelo de desenvolvimento brasileiro passa por profundas mudanas, com conseqncias tambm profundas para as empresas brasileiras, que procuraram se adaptar ao novo cenrio de competio acirrada. Nesse processo de adaptao algumas empresas faliram, enquanto outras foram adquiridas pelo capital internacional.

Como ressaltam alguns autores, a transio para um regime aberto, em que a interveno do Estado, tanto nos fluxos de comrcio e recursos quanto na produo, , em geral, muito reduzida, trouxe vrias conseqncias para as empresas instaladas no pas, tais como: (i) exposio concorrncia internacional, obrigando as empresas a empreender vigorosos programas de modernizao e especializao; (ii) um amplo movimento de reestruturao setorial; e (iii) reduo do vis contra a exportao.Apesar das claras evidncias da crescente importncia das empresas transnacionais na economia mundial, nos pases da Amrica Latina a elaborao de polticas pblicas de incentivo internacionalizao das empresas de capital nacional ainda so muito incipientes. No caso do Brasil, por exemplo, at recentemente, os casos bem-sucedidos de internacionalizao decorreram da iniciativa das prprias empresas, no sendo o resultado de uma poltica deliberada do governo de apoio criao de multinacionais brasileiras.

Concluso

A anlise das empresas brasileiras nos anos 90 mostra claramente uma tendncia crescente desnacionalizao das empresas brasileiras de capital nacional, tanto estatal quanto privado. Alm disso, o deslocamento do capital nacional vem ocorrendo de forma mais intensa nos setores de ponta da nova economia. Mesmo entre os maiores bancos, a tendncia tambm inequvoca. Este , provavelmente, um processo irreversvel, que, se por um lado pode trazer benefcios de curto prazo para a economia brasileira, por outro, traz preocupaes importantes para o desenvolvimento futuro do pas. O impacto das multinacionais sobre as economias receptoras tem sido varivel e considervel. O impacto das empresas multinacionais sobre as economias receptoras pode ser desagregado em alguns aspectos principais: (1) a contribuio da empresa estrangeira pode ser grande nos estgios iniciais de um investimento, quando ela introduz novos produtos, e pode ser negativo nos estgios subseqentes, quando os dividendos so enviados para a matriz; (2) o impacto das multinacionais depende da qualidade do IED, pois se a economia uma receptora de grande quantidade de operaes de montagem de baixo valor agregado, ela pode experimentar um rpido crescimento econmico, mas sua perspectiva de crescimento de longo prazo pode no ser to promissora; (3) a nacionalidade da empresa estrangeira pode ser importante na medida em que empresas de pases detentores dos melhores sistemas organizacionais e tecnolgicos seriam mais benficas para a economia receptora; (4) h um entendimento de que um novo investimento prefervel aquisio de uma empresa domstica existente, apesar de no haver evidncias que sustentem uma distino clara dos impactos das duas formas de investimento; (5) a disposio de uma multinacional de transferir tecnologias ou marcas para uma subsidiria estrangeira pode depender do uso de diferentes formas contratuais e institucionais de operar em pases estrangeiros; isto , se a subsidiria uma joint venture ou totalmente controlada pela matriz; (6) o impacto das multinacionais depende da capacidade da economia receptora e das empresas domsticas em absorver tecnologias e capacidade gerencial de seus competidores estrangeiros. Ver Villela, A. e Suzigan, W. Crescimento Industrial e Industrializao, discutido em Diniz, E. op.cit. especialmente captulo 2.