PARTE II– PROJETO DE ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DO …
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PARTE II– PROJETO DE ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DO ANTIGO
LIXÃO
O presente plano foi desenvolvido com base nas informações obtidas nos estudos de Avaliação
Ambiental Preliminar e Investigação Confirmatória de forma a atender o Anexo I do documento
nº 001/10/TACR.
12. MEMORIAL DESCRITIVO DAS OBRAS
A área denominada Lixão Alvarenga se encontra ocupada por um antigo depósito de lixo
de espessuras variáveis, o qual deverá ser envelopado para permitir a implantação do
Parque Alvarenga, com áreas e equipamentos para lazer. A área será terraplenada de
forma que nos locais mais elevados e de topografia mais suave sejam construídos os
platôs necessários e suficientes para receber o parque, e que as encostas e o talvegue do
vale sejam preparados para receber o novo canal do córrego existente, a ser recuperado
e integrado ao parque.
O envelopamento do lixo será feito com a aplicação de uma manta de PEAD em toda a
área, de forma a promover o total confinamento dos detritos, e do chorume e biogás
produzidos, recoberta por uma camada de aterro de cobertura com espessura suficiente
para a proteção da manta, isolamento dos contaminantes e revegetação com vistas ao
parque.
Todo o chorume produzido pelo lixo será coletado por meio de trincheiras construídas no
pé das encostas do vale, ao longo das margens do córrego, para onde o mesmo drenará
por gravidade. O biogás será extraído por meio de um sistema de drenos verticais e
tubos de drenagem e sucção, que o conduzirão para sul, onde o mesmo será utilizado
para produção de energia ou queimado, em função dos volumes obtidos. Ambos os
sistemas serão construídos sob a manta de PEAD, ficando totalmente isolados da
superfície do terreno.
As águas do córrego serão captadas diretamente na nascente por meio de drenos
profundos, isentas de contaminantes, e serão lançadas em um novo canal a ser
construído sobre a camada de aterro de cobertura da manta, também sem qualquer
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contato com o lixo e seus efluentes e devidamente protegido contra erosão. As águas das
chuvas, em toda a área do parque, serão coletadas e conduzidas para o córrego por
sistemas de drenagem superficial, e daí para seu canal natural que desemboca no
Reservatório Billings.
Toda a área será recoberta com grama em placas, para proteção contra erosão, e será
devidamente isolada por meio de cerca metálica do tipo alambrado. Com a construção do
Parque Alvarenga, será procedida sua revegetação final com arbustos e árvores,
conforme o projeto paisagístico a ser futuramente detelhado.
Neste item são descritas as obras de terraplenagem, impermeabilização, drenagem e
extração de biogás a ser realizadas no Lixão Alvarenga, visando seu envelopamento para
a ocupação da área, controle das águas superficiais, drenagem e disposição adequadas
do chorume produzido, e extração de biogás para queima ou geração de energia. Nos
Desenhos 10 a 17 apresentadas no Anexo I, podem ser visualizados o arranjo geral e
os detalhes típicos das obras.
12.1. Seqüência Construtiva das Obras
A execução das obras será realizada conforme uma seqüência construtiva, de forma a
permitir o perfeito entrosamento entre as diferentes etapas e os métodos construtivos a
ser utilizados, bem como garantir a qualidade e eficiência das medidas a ser adotadas. As
cinco etapas – independentes e subseqüentes – são apresentadas a seguir na ordem de
execução a ser observada, sendo cada etapa necessária e preparatória para a etapa
seguinte.
I. Terraplenagem para a conformação do terreno em platôs;
II. Construção dos drenos profundos para o chorume, do sistema de extração do
biogás, dos poços para monitoramento e dos drenos para captação da nascente do
córrego;
III. Construção do aterro para regularização da superfície do terreno e aplicação da
manta de PEAD;
IV. Construção do aterro de cobertura;
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V. Construção do sistema de drenagem superficial, canalização do córrego, tanque
para acumulação do chorume, medidas para proteção superficial do terreno contra erosão
e isolamento da área.
No Anexo XII são apresentadas as Especificações Técnicas da Obra.
12.1.1. ETAPA I – Terraplenagem para a Conformação do Terreno em
Platôs
12.1.1.1. – Desmatamento, Destocamento e Limpeza
As obras de terraplenagem a ser realizadas inicialmente terão, por finalidade, a
conformação do terreno em platôs, visando-se a utilização da área pelo Parque
Alvarenga.
Antes do início das escavações, serão realizados os serviços de desmatamento,
destocamento e limpeza de toda a área. Os materiais provenientes desses serviços –
como galhos, raízes, troncos e solo orgânico – deverão ser dispostos em áreas de bota-
fora, com os cuidados ambientais necessários para seu transporte e disposição.
Também antes do inicio das escavações o Plano de Intervenção deverá ser comparado ao
projeto aqui proposto para que se for necessário sejam realizadas adequações ao mesmo.
Serão implantados 13 platôs dispostos em três conjuntos, em função da topografia atual
do lixão, de forma a ocupar as áreas mais planas e de cotas mais elevadas. Os taludes
dos cortes e aterros serão construídos com inclinação 1(v):2,5(h), 1(v):3(h) ou ainda
mais suaves em função da topografia local , conforme mostrado no Desenho 10 –
Anexo I. No Anexo XIII é apresentado o Memorial de Cálculo de estabilidade dos
Taludes.
A superfície final da terraplenagem deverá se apresentar perfeitamente regularizada e
livre de blocos e objetos pontiagudos, de forma a facilitar a construção e garantir uma
espessura mais uniforme para o aterro de regularização do terreno que irá receber a
manta de PEAD. As seções mostrando onde será necessário corte ou aterro, estão
apresentados no Desenho 11 – Anexo I.
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Na eventualidade de remoção de matacões ou objetos pontiagudos que possam
prejudicar o assentamento da manta impermeável, as escavações deverão ser executadas
manualmente ou por equipamento mecânico.
O material escavado – constituído por solo, lixo ou ambos – será lançado diretamente nas
cotas mais baixas e compactado, para conformação dos taludes dos platôs, suavização do
terreno e preenchimento parcial do fundo do vale.
Caso durante as escavações sejam encontrados tambores contendo produtos químicos,
ou resíduos e outros materiais que possam ser considerados perigosos, estes deverão ser
amostrados quanto à sua classificação segundo a NBR série 10.000, e caso se
classifiquem como perigosos (Classe 1), deverão ser destinados adequadamente, com a
aprovação dos órgãos competentes.
O material excedente da construção dos platôs será disposto na própria área e
compactado. O córrego existente deverá ser desviado por trechos, por meio de tubulação
provisória e/ou sistemas “corta-rio”.
Caso o nível do lençol freático se encontre a pequenas profundidades durante as
escavações, poderá ser necessário um sistema de esgotamento de água e drenagem
provisória, de forma a permitir a realização dos trabalhos. Poderão ser utilizados sistemas
de valas, escoramentos e poço para instalação de bomba, os quais serão devidamente
desativados e reaterrados após o término dos serviços.
Durante as escavações/terraplenagem relativas às obras de reconformação topográfica da
área, serão necessárias todas as medidas de segurança com relação a um potencial risco
de explosão na área, decorrente da presença de metano no subsolo.
O maquinário empregado na obra deve ser dotado de abafadores em seus escapamentos
e outros equipamentos que evitem ou isolem possíveis fagulhas geradas nas máquinas.
Devem ser utilizadas apenas ferramentas elétricas à prova de explosão ou deve se optar
por ferramentas pneumáticas.
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12.1.1.2. Taludes e Limites das Escavações e Aterros Lançados
As escavações e aterros lançados obedecerão aos limites, taludes, cotas e critérios
indicados nos desenhos de projeto. que mesmos foram estabelecidos a partir das
características geológico-geotécnicas e topográficas do local. Se eventualmente for
reveladas situações cão previstas nas condições do subsolo, o projeto pode sofrer
modificações para garantir a estabilidade final dos taludes.
12.1.2. ETAPA II – Construção dos Drenos Profundos, Poços de
Monitoramento e Sistema de Extração do Biogás
12.1.2.1. Drenos Profundos para o Chorume
Para a captação e drenagem adequada do chorume produzido pelo lixão, serão
construídas duas trincheiras drenantes nas cotas mais baixas da área, sendo uma em
cada margem do córrego, desenvolvendo-se paralelamente a este e com um afastamento
de 5,00m do eixo do novo canal, conforme mostra o Desenho 12 – Anexo I.
As trincheiras terão 2,0m de profundidade e 0,80m de largura, e serão escavadas com
taludes verticalizados, os quais deverão ser mantidos estáveis até o preenchimento da
mesma pelos materiais drenantes. Seu fundo irá se posicionar cerca de 1m acima da cota
do fundo do canal do córrego, de forma a captar todo o fluxo subterrâneo de chorume,
desde os níveis mais elevados do lixão.
Durante a realização dos trabalhos, poderá ser necessário um sistema de esgotamento de
água e drenagem provisória, caso o nível do lençol freático se encontre a pequenas
profundidades. Poderão ser utilizados sistemas de valas, escoramentos e poço para
instalação de bomba, os quais serão devidamente desativados e reaterrados após o
término dos serviços.
O material proveniente da escavação das trincheiras será disposto na área e compactado.
Deverão ser utilizados escoramentos nas paredes das trincheiras, durante as escavações,
para que não apresentem instabilidades ou risco para trabalhadores e pessoas envolvidas
nas obras.
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Antes e durante o preenchimento das trincheiras, as mesmas deverão estar
absolutamente limpas, sem resíduos ou materiais oriundos das paredes. No caso de
desmoronamentos, sobre escavação ou irregularidades nas paredes, as camadas
drenantes de preenchimento poderão ter larguras variáveis, em função das
irregularidades observadas, mantendo-se suas alturas e os cuidados com a limpeza
durante a aplicação.
O preenchimento das trincheiras compreenderá uma camada basal de brita graduada com
0,50m de altura e um tubo de PVC corrugado e perfurado com 0,10m de diâmetro,
envolvida por manta de PEAD apenas na base da trincheira e paredes laterais da camada
de brita. Sobre essa camada serão aplicados 0,50m de pedrisco, e o restante da
trincheira será preenchido com 1,00m de areia grossa até a superfície do terreno.
Deverão ser utilizados brita graduada, pedrisco e areia no preenchimento dos drenos de
chorume, considerando-se areias, os materiais em que, no máximo, 5% dos grãos, em
peso, atravessam a malha da peneira 200, e que não contenham partículas menores do
que 0,002mm. Todos os materiais serão analisados granulometricamente, de forma a
confirmar suas características. Os coeficientes de permeabilidade das areias irão
apresentar valores mínimos da ordem de 10-2cm/s, quando compactadas com grau de
compacidade relativa de 60%. Tanto a areia quanto a brita e o pedrisco deverão se
apresentar limpos, sem presença de matéria orgânica ou raízes.
Todo o chorume coletado pelos drenos será encaminhado, por meio de tubulação, para o
tanque de acumulação de chorume, previsto para sul
12.1.2.2. Sistema de Extração de Biogás
O biogás será coletado por meio de trincheiras de extração nas áreas onde o nível
freático se encontra próximo à superfície, e por drenos verticais (PE) instalados nas áreas
onde o nível freático é mais profundo.
Os drenos verticais serão instalados em perfurações de 12" de diâmetro, com tubos PEAD
perfurados de 250 mm de diâmetro. O comprimento dos drenos verticais é variável em
função da espessura da camada de lixo. Os PE foram distribuídos em três grupos com
comprimentos de 25m, 15m e 12m, conforme mostrado o Desenho 13 – Anexo I.
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Para dimensionamento do sistema e do espaçamento dos drenos, a diretriz geral em
aterros sanitários, para se determinar o raio de influência de poços de extração,
normalmente estabelece que este deva variar entre 1,25 e 2,5 vezes a profundidade dos
poços. A partir do ensaio piloto de extração realizado na área do lixão Alvarenga,
determinou-se um raio de influencia de 12 metros para um poço de extração de 4 metros
de profundidade (3 vezes a sua profundidade). O ensaio foi realizado com as condições
atuais de solo exposto, o que permite que o ar atmosférico penetre livremente pela
superfície, gerando "curtos-circuitos" que diminuem a área de influência potencial; desta
forma, quando a aterro for impermeabilizado, tal raio de influência poderá ser ainda
maior, uma vez que o vácuo gerado será aplicado totalmente no solo, sem as perdas
causadas pela infiltração no solo do ar externo. Desta forma, adotou-se, como valor
conservador, o limite considerado de 2,5 vezes a profundidade dos drenos, como raio de
influência para a extração, baseando-se nos resultados do ensaio piloto e no projeto de
impermeabilização do aterro.
As trincheiras de extração de biogás serão escavadas na superfície atual do terreno, e
terão aproximadamente 4m de profundidade. Após a escavação das mesmas, os
primeiros 2 metros serão preenchidos com rachão. Em seguida será posicionado no
interior da trincheira um tubo perfurado PEAD 100 mm, e o mesmo será novamente
coberto com rachão até o limite superior da trincheira, a qual será recoberta pela camada
de manta impermeabilizante que estará disposta em toda a área do lixão.
Todos os drenos verticais e trincheiras serão acoplados a um sistema horizontal de tubos
para sucção por vácuo por meio de sistema de extração a ser instalado junto ao flare,
que será instalado obedecendo aos cuidados e diretrizes de normas específicas. Além
disso, as trincheiras serão conectadas por uma rede de tubos PEAD 100 mm, que têm a
finalidade de drenar por gravidade eventuais acúmulos de chorume e/ou umidade,
levando até a área destinada ao tratamento de chorume.
A tubulação de drenagem das trincheiras, a ser disposta no perímetro da área ocupada
pelo lixo, será constituída por tubos de PEAD de 100mm-PN6. A tubulação de sucção por
vácuo compreenderá tubos de PEAD com diâmetros de 90mm-PN6, 300mm-PN6 e
450mm-PN6. O ponto final da tubulação, onde o biogás extraído será utilizado para
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geração de energia ou queimado, apresenta coordenadas: 7.373.360,0221 N e
335.718,6901 E.
Todo o sistema de extração estará posicionado abaixo da camada de regularização do
terreno que receberá a manta de PEAD, ficando as tubulações horizontais enterradas
após a terraplenagem da área, sempre niveladas com a superfície do terreno que irá
receber o aterro de regularização para não constituir “altos” que possam danificar a
manta, conforme o Desenho 13 – Anexo I.
12.1.2.2.1. - Operação do Sistema de Extração de Gases
Conforme a estimativa de produção de Biogás da área, determinada anteriormente
através dos ensaios e modelagem da degradação do lixo, e considerando como Tempo 0
(T0 - inicial) o ano de 2010, estima-se como vazão de extração nos 5 primeiros anos (T1
a T5), 1200m3/h, operando 24 horas diárias, dimensionado assim para captar todo o gás
contido e a ser produzido no maciço.
A partir do 6º ano, a vazão produzida pelo maciço cai pela metade; com isso, a operação
da extração passará de 24h para 12h, até o décimo ano de operação (T6 a T10).
A partir do décimo ano, a produção de gás cairá ainda mais, e a extração será realizada 3
h por dia. A partir do 20º ano não é mais esperada produção de biogás em quantidades
justificáveis para extração; a continuidade da operação deverá ser avaliada de acordo
com os monitoramentos de gases a serem realizados periodicamente durante a operação;
de qualquer forma, o plano de operação deverá ser continuamente reavaliado e
calibrado, levando em consideração as concentrações futuramente observadas na
realidade, e as estimativas atualizadas da produção de metano pelo maciço.
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12.1.2.3. Poços de Monitoramento de Águas Subterrâneas e dos Gases
Para realização dos monitoramentos da qualidade das águas subterrâneas, os poços de
monitoramentos destruídos durante a reconformação topográfica e terraplenagem
deverão ser reconstruídos. Os poços de monitoramento serão instalados usando-se como
referência a norma ABNT NBR 15495-1 e 15495-2 (Junho/2007) – “Poços de
Monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares”.
Os poços para monitoramento de gases serão instalados na zona não saturada, com
seção filtrante de no máximo de 1 metro, com diâmetro de 1 polegada, conforme
especificado no documento nº 001/10/TACR.
Nos trecho da tubulação dos poços, tanto de monitoramento de água subterrânea, como
de gases, compreendido entre a manta de PEAD e a cota final do aterro de cobertura
(com 0,80m de espessura), o tubo deverá ser isolado com a manta de forma a manter a
integridade desta e garantir a total impermeabilização e isolamento do topo da camada
de lixo, conforme detalhe mostrado no Desenho 12 – Anexo I.
Essa rede de monitoramento irá fornecer o conhecimento sobre o mapeamento das
plumas e sua evolução, garantindo que os zoneamentos de riscos, que serão previstos na
Investigação Detalhada, Análise de Risco e Plano de Intervenção sejam asseguradas não
gerando riscos para os receptores locais.
12.1.2.4. Captação da Nascente do Córrego
O córrego terá sua nascente captada e isolada, de forma que as águas subterrâneas
aflorantes, juntamente com as águas provenientes dos sistemas de drenagem superficial
de sua bacia, formem um novo curso de água totalmente isento de contaminantes e
isolado das emanações de chorume.
A captação da nascente do córrego será feita por meio de dois tubos de PVC perfurados
com 2” de diâmetro e 10m de comprimento, envoltos em tela de nylon, com inclinação de
10º com a horizontal para o interior do terreno, de forma que os drenos trabalhem
“afogados”, evitando-se a entrada de ar e sua colmatação por compostos de ferro.
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O lançamento das águas captadas será feito em caixa coletora com descarregador de
nível, e o córrego se desenvolverá no canal projetado sobre a superfície do aterro de
cobertura, absolutamente isolado do lixo existente e das emanações de chorume, e
devidamente protegido contra erosão.
12.1.3. ETAPA III – Construção do Aterro de Regularização e Aplicação da
Manta de PEAD
Após a construção das trincheiras drenantes, sistema de extração de biogás e poços de
monitoramento, a superfície do terreno será regularizada e livre de blocos e objetos
pontiagudos, de forma a receber o aterro de regularização sobre o qual será assentada a
manta de PEAD.
O aterro de regularização terá 0,20m de espessura e será constituído por solo de
qualquer natureza, desde que seja inerte e não apresente blocos, fragmentos de rocha,
concreções, etc. que possam danificar a manta. Será devidamente compactado para que
não ocorram recalques localizados que possam provocar deformações na mesma.
Para a impermeabilização de toda a área, será utilizada geomembrana poliolefínica do
tipo PEAD – polietileno de alta densidade – laminada, com espessura de 2,0mm,
denominada manta impermeável, assentada diretamente sobre a camada de aterro
compactado. Antes da instalação, será elaborado o Plano de Instalação, o qual
compreenderá a qualificação e quantificação da manta, a modulação com indicação da
numeração dos painéis, as etapas de aplicação e os ensaios para controle de qualidade.
Os painéis deverão ser posicionados de acordo com o Plano de Instalação e sua
numeração, e a abertura das bobinas, será iniciada na crista dos taludes, sendo feita, de
preferência, mecanicamente. Serão aplicados no sentido da máxima inclinação dos
taludes e posicionados de forma a se evitar ondas e rugas. As emendas serão executadas
no sentido da máxima inclinação dos taludes, sem emendas horizontais, e os trespasses
entre os painéis a ser emendados serão de aproximadamente 15cm, com as soldas sendo
realizadas por termo-fusão.
Nas interseções com poços de monitoramento, drenos profundos para a captação da
água do córrego, extratores de gás, etc., a aplicação da manta será adequada a essas
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interferências e outras eventualmente existentes, de forma a garantir a
impermeabilização do lixão e em conformidade com os critérios preconizados para suas
emendas e trespasses.
A ancoragem da manta será feita na crista dos taludes, por meio de canaletas escavadas
e reaterradas com solo argiloso compactado, a ser executadas previamente à aplicação
da manta, porém com uma defasagem mínima para que se evite desmoronamentos de
suas paredes por ação de chuva ou trânsito local.
Uma vez instalada a manta, serão realizados testes para avaliação dos serviços
executados, de forma a garantir sua qualidade e eficiência, os quais irão compreender:
Testes das máquinas de solda, imediatamente antes de cada jornada de trabalho e
quando houver mudanças nas condições de serviço.
Testes das soldas a partir de corpos de prova, em tensiômetro de obra, para
verificação de resistência ao cisalhamento e ao descolamento.
Ensaios não destrutivos, compreendendo ensaio de vácuo, ensaio de faísca
elétrica, ensaio de pressurização, ensaio de jato de ar e spark test.
Ensaios destrutivos em corpos de prova, compreendendo resistência ao
cisalhamento e resistência ao descolamento.
Durante a realização dos serviços e após o seu término, serão tomados cuidados
especiais de forma a se evitar qualquer tipo de dano que possa afetar ou pôr em risco a
integridade da manta, até que seja aplicado o aterro de cobertura. Os soldadores
deverão utilizar calçados com solado de borracha e não serão permitidas atividades ou
procedimentos que utilizem movimentação de máquinas, veículos e pessoas, apoio ou
disposição de objetos, acesso de animais, etc.
De forma a drenar as águas acumuladas sobre a manta após a construção do aterro de
cobertura da mesma, por infiltração das águas das chuvas, serão construídos drenos com
6,00m de comprimento de tubos de PVC perfurados e 3,00m de tubos lisos de PVC, com
0,10m de diâmetro, envoltos em manta geotêxtil filtrante. Serão posicionados nas bordas
dos platôs, descarregando as águas captadas nos taludes a jusante dos mesmos, sobre a
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superfície do aterro de cobertura devidamente protegida contra erosão, conforme
mostrado o Desenho 15 – Anexo I.
12.1.4.1. Aterro de Regularização
A manta impermeável será aplicada sobre uma camada de aterro de regularização de solo
inerte de qualquer natureza, conforme indicado nos desenhos de detalhe do projeto,
isento de pedregulhos, fragmentos de rocha, concreções e outros elementos ou objetos
que possam danificar a manta a ser assentada. A superfície de apoio da manta deverá
estar regularizada, isenta de qualquer tipo de material contundente, depressões e
mudanças bruscas de inclinação do terreno.
Na eventualidade de tráfego de veículos durante as obras, a manta deverá ser protegida
por uma cobertura constituída por geosintético BIDIM RT-21 ou similar, e uma camada
superficial de solo.
De forma a se evitar a ação danosa de chuvas, ventos e trânsito local de veículos e
pessoas, a aplicação da camada de aterro de regularização deverá ser feita
imediatamente antes do assentamento da manta impermeável.
Na eventualidade de ocorrer bolsões de solo mole no terreno, e em função de suas
espessuras, os mesmos deverão ser removidos ou escavados até uma profundidade igual
à sua maior dimensão, e substituídos por solo argiloso compactado, conforme
procedimentos descritos no item 4 da ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS presente no Anexo
XII.
12.1.5. ETAPA IV – Construção do Aterro de Cobertura
Após a instalação da manta, será construída a camada de aterro para sua cobertura e
proteção, para permitir a revegetação da área por grama, arbustos e árvores nativas, e
possibilitar a implantação do Parque Alvarenga.
O aterro possuirá espessura mínima de 0,80m e será construído com solo argiloso
devidamente compactado e com controle tecnológico adequado, de forma a garantir a
densidade e as características de resistência especificadas para o material. Para o
escoamento das águas superficiais nos platôs, evitando-se empoçamentos, os mesmos
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serão construídos com caimento de 1,00% no sentido do vale. O memorial de cálculo
hidrológico encontra-se no Anexo XIV
No fundo do vale, as espessuras da camada de aterro deverão ser maiores, de forma a
permitir a implantação do canal do córrego sem que essas obras interfiram com a
integridade da manta de PEAD e esteja garantida a impermeabilização da área.
O solo argiloso a ser utilizado para a construção do aterro de cobertura e reaterro das
canaletas de ancoragem da manta deverá ser proveniente de áreas de empréstimo. Irá
apresentar limite de liquidez (LL) superior a 40%, limite de plasticidade (LP) superior a
20%, e mais de 25% do seu peso representado por partículas inferiores a 0,002mm.
Essas características serão verificadas por meio de ensaios completos de caracterização.
O material a ser compactado deverá ser lançado na umidade ótima, com uma tolerância
máxima de + 2%, e cada camada será compactada até que se atinja um “grau de
compactação” mínimo de 95%. Será compactado em camadas que não poderão exceder
0,20m, sendo lançado, espalhado e nivelado convenientemente de maneira a se obter
uma superfície plana e de espessura consistente da camada de solo solto a ser
compactada.
Antes da compactação, a camada lançada deverá se apresentar homogênea quanto à
umidade, aspecto e textura, e com o material perfeitamente destorroado. Os casos de
umidade insuficiente ou em excesso serão corrigidos por irrigação ou revolvimento
contínuo, respectivamente, até a perfeita homogeneização da umidade.
Os solos serão controlados nos estoques previamente preparados ou nas áreas de
empréstimo, de forma a se garantir que suas propriedades sejam as mais adequadas, e o
controle de umidade será executado sistematicamente, procedendo-se as correções
necessárias para garantir sua trabalhabilidade na compactação. Nas áreas de
empréstimo, as águas das chuvas serão adequadamente drenadas de forma a se evitar
erosões e assoreamentos, e as áreas decapeadas serão revegetadas após sua utilização.
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12.1.6. ETAPA V – Construção dos Sistemas de Drenagem Superficial,
Medidas para Proteção Superficial do Terreno e Isolamento da Área
12.1.6.1. Drenagem Superficial
A drenagem superficial da área compreenderá elementos hidráulicos representados por
canaletas pré-moldadas de concreto com diâmetros de 0,80m, 0,60m e 0,40m; caixas de
coleta e passagem construídas de concreto com fundo de pedra argamassada, e escadas
hidráulicas constituídas por gabiões-manta do tipo colchão Reno de dimensões 0,17m
(espessura) x 1,20m (largura) x 2,00m (comprimento), conformando degraus (Desenhos
14 e 15 – Anexo I.).
Nos pontos de descarga dos drenos da manta de PEAD nos taludes serão aplicadas
camadas de rachão argamassadas para proteção contra erosão, com dimensões 0,20m x
1,00m x 1,00m. Toda a água captada pelas canaletas e pelos drenos será conduzida para
o canal do córrego, e daí para seu canal natural que desemboca no Reservatório Billings.
12.1.6.2. Canalização do Córrego
O córrego será canalizado e terá seu traçado afeito à nova topografia, tornando-se mais
sinuoso e mais adequado ao projeto do Parque Alvarenga. A canalização terá início na
nascente existente no ponto de coordenadas 7.373.823,9015N e 335.384,7146E, onde
será feita a captação.
O canal terá seção trapezoidal escavada no aterro de cobertura, com taludes de
inclinação 1(v):1(h), e será revestido com gabiões-manta do tipo colchão Reno com
0,17m de espessura assentados sobre manta geotêxtil. No fundo, serão colocados blocos
de rocha com 0,10m de diâmetro argamassados, com a face superior saliente de forma a
oferecer a maior rugosidade possível, conforme mostra o Desenho 14 – Anexo I.
Serão utilizadas duas seções distintas, sendo uma de 1,00m (largura do fundo) x 0,60m
(altura) x 2,20m (largura da boca) por cerca de 120m de extensão, e outra de 2,00m x
1,20m x 4,40m por aproximadamente 380m. Em um trecho com declividades mais
acentuadas, de cerca de 140m, toda a seção do canal será revestida por uma camada de
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0,40m de espessura de blocos de rocha com 0,25m de diâmetro, argamassados, com a
face superior saliente de forma a oferecer a maior rugosidade possível.
As águas escoadas pelo canal serão conduzidas para o Reservatório Billings através da
drenagem natural da área.
Ressalta-se que a canalização deste córrego deve ser realizada mediante aprovação do
órgão responsável – DAEE.
12.1.6.3. Tanque para Acumulação do Chorume
Como a idade, espessuras e heterogeneidade do lixo depositado não permitem a
aplicação dos métodos usuais de cálculo de vazão do chorume, o tanque de acumulação
foi dimensionado com 3,00m x 6,00m no fundo, profundidade de 2,50m e capacidade
volumétrica total de cerca de 200m3, impermeabilizado com manta de PEAD.
Essa capacidade de reservação foi considerada suficiente, considerando-se que as
surgências de chorume na área se mostram pouco significativas e que o lixão é antigo e
será impermeabilizado. As dimensões adotadas para o tanque poderão ser alteradas após
sua entrada em operação, em função dos volumes de chorume efetivamente coletados e
da freqüência mais adequada para sua remoção.
Esse efluente será coletado regularmente por caminhão, e levado para a estação de
tratamento da SABESP; ou, dependendo de autorização, poderá ser ligado à rede de
esgoto existente, e então encaminhada, por estação elevatória de bombeamento, para o
tratamento da SABESP.
O tanque será escavado em solo natural, com taludes definitivos de inclinação de
1(v):1,5(h), e sua impermeabilização será garantida por meio de manta impermeável de
PEAD com 2mm de espessura a ser aplicada no seu fundo e taludes. No topo destes,
estará engastada por meio de canaleta escavada e reaterrada com solo argiloso
compactado, como adotado para a fixação nos demais taludes da área.
Não será permitido o afluxo de águas superficiais às obras do tanque, com a construção
de leiras de solo argiloso compactado com 0,30m de altura no perímetro da área. A
manta de PEAD será assentada sobre uma camada de solo argiloso compactado coberta
134
com geotextil do tipo BIDIM, após o preparo e regularização do terreno (Desenho 12 –
Anexo I).
Uma vez instalada a manta, serão realizados testes para avaliação dos serviços
executados, conforme descrito anteriormente, de forma a garantir sua qualidade e
eficiência, e a mesma será coberta por uma camada de solo argiloso com 0,20m de
espessura, cuidadosamente compactado segundo os mesmos critérios adotados para o
aterro de cobertura da área, para sua proteção durante a operação do tanque.
Durante a realização das obras, poderá ser necessário um sistema de esgotamento de
água e drenagem provisória, para que as águas das chuvas e de escoamento superficial
não interfiram com os trabalhos. Poderão ser utilizados sistemas de valas e poço para a
instalação de bomba, os quais serão devidamente desativados e reaterrados após o
término dos serviços.
Da mesma forma que para a o restante da área, os trabalhos de instalação da manta no
tanque serão realizados com todos os cuidados necessários para se evitar danos à
mesma, não sendo permitidas atividades ou procedimentos que ofereçam riscos à sua
integridade. Após o término das obras, a área permanecerá isolada e terá seus acessos
controlados.
12.1.6.4. Proteção Superficial
Após a construção do aterro de cobertura, os platôs, taludes e terreno natural de toda a
área do lixão serão revestidos com grama em placas, até que seja implantado o Parque
Alvarenga com as coberturas vegetais previstas no projeto paisagístico a ser
desenvolvido. Nos locais de descarga de águas pluviais e pontos com maior declividade,
sujeitos à instalação de processos erosivos, serão aplicadas camadas de rachão
argamassado.
12.1.6.5. Isolamento da Área
Após o término das obras, a área será devidamente isolada por meio de cerca metálica
do tipo alambrado, com portão, e terá seu acesso controlado, como mostra o Desenho
16 – Anexo I.
135
12.1.7. ETAPA VI – Alternativa de Uso Futuro
A proposta de uso futuro será inicialmente de um parque, conforme mostrado o
Desenho 17 – Anexo I, a qual ofereceu um exemplo de como poderá ser realizado. No
Anexo XV é apresentado o projeto arquitetônico.
Observa-se que sobre a área aterrada, com presença de lixo, só há áreas abertas, as
quais são menos suscetíveis a pequenos efeitos de acomodação que poderá ser
observado logo após a execução das obras.
De qualquer forma, após a impermeabilização e controle dos gases em toda a área, não
haverá restrição à construção de áreas fechadas sobre, ou no entorno, da área.
Ressalta-se que a implantação do parque só será realizada após a total estabilização
geotécnica que será observada através do Programa de Monitoramento Geotécnico
previsto.
Com relação à previsão de uso futuro, além da implantação de um parque, a porção
nordeste da área, na qual não foi verificada a presença de lixo (e a qual estará sujeita a
investigações adicionais para confirmar estas observações) poderá ter como uso
alternativo, a implantação de um conjunto residencial, a ser definido pela Prefeitura, para
o qual poderão se realocados os eventuais residentes da área do lixão que necessitarão
ser removidos do local. Desta forma esta área estará sujeita a licenciamento específico,
conforme tal uso seja pretendido pela Prefeitura futuramente, caso as futuras avaliações
mostrem a viabilidade desta ocupação.
136
13. PROGRAMA DE MONITORAMENTO GEOTÉCNICO
13.1. Introdução
Este programa tem, por objetivo, definir os procedimentos necessários para o monitoramento
geotécnico da área do Lixão Alvarenga durante e após a conclusão das obras de
envelopamento, drenagem e extração do biogás, e de construção do Parque Alvarenga, quanto
à ocorrência de eventuais rupturas de taludes, recalques, erosões e assoreamentos.
Também são definidos os procedimentos necessários ao monitoramento de outras operações e
processos representados pelo transporte e disposição dos detritos e materiais, e a utilização de
materiais de construção na execução das obras.
13.2. Metodologia dos Trabalhos
As medidas de acompanhamento e controle ambiental das obras serão realizadas em
conformidade com os padrões e metodologias usuais, e com as normas técnicas pertinentes.
Consistirão, basicamente, de procedimentos de observação e medição, os quais permitirão a
identificação dos processos envolvidos, sua investigação, diagnóstico e quantificação, de forma
a se estabelecer as medidas de remediação, controle e prevenção necessárias.
As ações a ser desenvolvidas compreenderão:
Observação periódica de eventuais erosões, rupturas, escorregamentos, recalques e
riscos à manta de PEAD e sua camada de cobertura.
Controle de eventuais erosões e assoreamentos, para a verificação de volumes, taludes
e evolução dos processos.
Instalação, acompanhamento e análise de eventuais necessidades de investigações e
instrumentação para verificação de volumes, características de materiais,
movimentações e recalques quanto à sua magnitude e evolução.
Eventual verificação da estabilidade de taludes e parâmetros de resistência dos solos.
Acompanhamento do transporte e disposição dos detritos e materiais.
Verificação da forma de utilização e qualidade dos materiais de construção.
137
13.3. Trabalhos de Monitoramento Geotécnico
13.3.4. Alterações na Drenagem e Escoamento Superficial
O preparo do terreno e a construção dos cortes e aterros para a conformação dos platôs irão
promover alterações na drenagem e nas condições de escoamento superficial, podendo ocorrer
a instalação de eventuais processos de erosão e assoreamento localizados.
O monitoramento da área deverá ser realizado por meio de inspeções e levantamentos
sistemáticos, durante a etapa de construção, registrando-se em croqui e planta
georeferenciada os tipos de erosão, forma da seção, extensão, largura, profundidade,
ocorrência de água e presença de depósito de material de assoreamento associado, e os tipos
de material (lixo ou solo) e suas características.
As inspeções deverão ser realizadas, durante as obras, semanalmente, e durante ou
imediatamente após os eventos de precipitações pluviométricas intensas e períodos de chuvas
continuadas.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Localização das obras em planta georeferenciada.
Croqui e cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências.
Fotografias gerais e de detalhes.
Descrição dos materiais envolvidos.
Diagnóstico sobre a origem dos processos e prognóstico sobre sua evolução.
Recomendações para medidas de remediação, controle e prevenção.
As áreas que apresentarem eventuais erosões deverão ser recuperadas e devidamente
drenadas. Como toda a área será recoberta com aterro, os depósitos de assoreamento
poderão ser mantidos, desde que não formem elevações ou outras deformações no terreno
que possam prejudicar a manta.
138
13.3.5. Erosões e Rupturas de Taludes
Os processos erosivos tendem a se instalar em áreas desprovidas de proteção superficial, que
sofrem a ação física da água e perdem material sólido que se acumula nas drenagens,
formando os depósitos de assoreamento. Além de tais ocorrências, feições erosivas
eventualmente instaladas nos taludes poderão evoluir para instabilidades que, se não
controladas, podem levar a rupturas.
As erosões podem ser laminares, quando causadas por escoamento difuso das águas das
chuvas, resultando na remoção progressiva das camadas mais superficiais de material, ou
lineares, quando causadas pela concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento
superficial, provocando incisões na superfície do talude.
Em função da forma e dimensões atingidas pelas feições formadas, as erosões lineares podem
ser denominadas ravinas, sulcos, grotas, etc., sendo que, quando apresentam forma de “V”, o
processo é recente e se encontra ativo. Profundidades maiores são indicativas de estágios mais
evoluídos.
Os platôs, taludes e encostas da área estarão sujeitos a processos erosivos relacionados à
incidência de chuvas. Também poderão ocorrer eventuais rupturas durante a execução das
obras e após o seu término, relacionadas a inclinações inadequadas dos taludes, falta de
proteção superficial e erosões.
Além dos riscos de ruptura eventual dos taludes, os materiais gerados por erosões, em
especial as do tipo laminar, iriam se encaminhar para as drenagens, formando depósitos de
assoreamento.
Os eventuais processos de erosão deverão ser identificados por meio de inspeções sistemáticas
a ser realizadas nos platôs, taludes, encostas e canal do córrego, bem como nos elementos
dos sistemas de drenagem superficial como valas, canaletas, escadas hidráulicas, etc., onde
irão se depositar os materiais transportados indicativos desses processos.
Para a identificação da erosão laminar – que ocorre em superfícies expostas, pelo escoamento
das águas superficiais sem concentração de fluxo – deverão ser observadas evidências como
alterações na coloração do material superficial para tons mais claros; texturas e estruturas
mais pronunciadas, com o destaque das partículas granulares maiores; e exposição de raízes
da vegetação instalada nos taludes.
139
As erosões profundas – que se formam ao longo das faixas onde ocorrem concentrações de
fluxo das águas superficiais e podem comprometer a estabilidade do talude afetado – poderão
ser identificadas pela ocorrência de ravinas; grotas; massas de material descalçadas ou “em
balanço”; solapamentos; trincas e rupturas por descalçamento, e escorregamentos.
O monitoramento consistirá, basicamente, de inspeções sistemáticas semanalmente, durante
as obras, e durante ou imediatamente após os eventos de precipitações pluviométricas
intensas e períodos de chuvas continuadas nas quais deverão ser mapeadas em croqui e
planta georeferenciada, e caracterizadas detalhadamente, as seguintes feições e ocorrências
que eventualmente ocorrerem:
Tipos de erosão, forma da seção, extensão, largura, profundidade, ocorrência de água,
estágio de evolução e presença de depósito de material de assoreamento associado.
Características granulométricas, cor, grau de compacidade ou consistência, textura,
estruturas e outras características obtidas por inspeção tátil-visual, dos materiais
envolvidos (material exposto pela erosão e material do depósito correspondente).
Trincas de tração (abertas), com indicação da forma, comprimento, abertura em
milímetros, evidências de deslocamentos associados, evidências de infiltração de água e
carreamento de materiais.
Trincas de cisalhamento (fechadas, com abatimento de um dos lados ao longo da
superfície de ruptura), com indicação da forma, comprimento, deslocamento vertical
(ou rejeito) em milímetros, e evidências de deslocamentos associados.
Rupturas e escorregamentos relacionados às trincas, com seus limites e superfície de
ruptura, seção típica transversal pela ruptura, volume aproximado do material
mobilizado, tipo de fenômeno e de material rompido, e causa provável.
Presença de água e zonas saturadas, com indicação das áreas nos casos de umidade;
formas de ocorrência das surgências de água (escorrimento, gotejamento ou jorro),
com indicação de vazão (em litros/s) e carga hidráulica (em metros) se necessário.
Deterioração da vegetação de proteção, rachões e gabiões-manta, com croqui das
áreas das ocorrências, volumes, extensões, estado de conservação e identificação das
causas das ocorrências registradas.
140
Na eventualidade de uma ruptura profunda, atingindo a manta de PEAD, deverão ser
realizadas análises de estabilidade baseadas em sondagens à percussão, e também poderão
ser realizados ensaios de caracterização sobre amostras deformadas, ensaios de compressão
triaxial drenados (CD) e ensaios de adensamento não drenados, com saturação por contra-
pressão e medidas de pressões neutras (CUsat), sobre amostras indeformadas.
Como as erosões promovem o assoreamento de drenagens, e este tem caráter cumulativo, seu
monitoramento também compreenderá inspeções sistemáticas no canal do córrego e
elementos de drenagem superficial como canaletas, caixas e escadas hidráulicas, onde irão se
depositar os materiais oriundos de processos erosivos.
Os depósitos mapeados serão caracterizados quanto à sua extensão, largura, espessura e tipo
de material, determinando-se, também, sua origem e estágio evolutivo. Deverão ser
elaborados croqui e cortes esquemáticos típicos.
Durante a etapa das obras, as inspeções deverão ser realizadas semanalmente, e durante ou
imediatamente após os eventos de precipitações pluviométricas intensas e períodos de chuvas
continuadas.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Localização das obras em planta georeferenciada.
Croqui e cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências e seu estágio de evolução.
Fotografias gerais e de detalhes.
Descrição tátil-visual dos materiais envolvidos quanto à sua granulometria, cor, grau de
compacidade ou consistência, e textura.
Diagnóstico sobre a origem dos processos e prognóstico sobre sua evolução.
Perfis individuais das sondagens, boletins de análises e ensaios de laboratório, e
análises de estabilidade.
Recomendações para medidas de remediação, controle e prevenção.
141
Como medidas preventivas, prevê-se a proteção dos platôs, taludes e encostas com grama em
placas, e o canal do córrego com gabiões-manta e blocos de rocha. As drenagens e quaisquer
elementos hidráulicos que apresentarem obstrução por materiais de assoreamento
provenientes de eventuais erosões e rupturas de taludes serão desobstruídos por escavação
manual ou mecânica.
Os taludes e encostas onde os processos erosivos, eventualmente, evoluírem para rupturas,
serão devidamente recuperados e protegidos contra novas erosões, sendo utilizados
retaludamentos e eventuais obras de contenção se necessário.
13.3.6. Recalques
Recalques poderão ocorrer por deformação do lixo ou problemas relacionados a
inconformidades com o projeto no preparo do terreno para a aplicação da manta de PEAD e
construção dos aterros de regularização e cobertura.
As obras, portanto, deverão ser realizadas com monitoramento contínuo – conforme
preconizado pelo projeto – controlando-se os serviços de preparo do terreno, alturas dos
taludes e sua inclinação, lançamento e compactação dos aterros, sua qualidade, e observando-
se o comportamento de áreas vizinhas quanto a indícios de eventuais rupturas.
Os eventuais recalques serão monitorados por meio de inspeções sistemáticas da superfície do
terreno onde estão sendo realizadas as obras, e após o seu término, e suas áreas vizinhas,
devendo compreender as seguintes feições e ocorrências que porventura se manifestem, a ser
mapeadas em croqui e caracterizadas detalhadamente:
Trincas de tração (abertas), com indicação da forma, comprimento e abertura em
milímetros.
Trincas de cisalhamento (fechadas, com abatimento de um dos lados ao longo da
superfície de ruptura), com indicação da forma, comprimento e deslocamento vertical
(ou rejeito) em milímetros.
Soerguimentos e ondulações do terreno.
Rupturas e escorregamentos relacionados às trincas instaladas e soerguimentos
próximos, com seus limites e superfície de ruptura.
142
Abatimentos, puncionamentos, deslocamentos, basculamentos, degraus e vegetação
inclinada ou tombada, com delimitação da área afetada pela ocorrência.
Presença de água na forma de poças, alagamentos e zonas saturadas, com indicação
das áreas das ocorrências.
Presença de sobrecargas como depósitos de detritos e materiais, equipamentos
pesados, tanques, veículos, etc., com sua descrição, relação provável com a ocorrência
registrada e, se possível, histórico da interferência, como tipo de carregamento, tempo
de permanência, vazamentos, etc.
Na etapa de implantação das obras, as inspeções deverão ser realizadas com freqüência
semanal. Após sua conclusão, deverão ser realizadas semestralmente, e imediatamente após a
notificação de ocorrências de abatimentos, puncionamentos, deslocamentos, basculamentos,
rupturas e escorregamentos de taludes.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Localização das obras em planta georeferenciada.
Croqui e cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências.
Fotografias gerais e de detalhes.
Eventuais seções topográficas.
Diagnóstico e prognósticos das ocorrências identificadas.
Recomendações para medidas de remediação.
Para a recuperação das áreas afetadas, deverá ser procedida a recomposição do terreno com
solo argiloso compactado, recompactação do solo de cobertura, trocas de solo e remoção de
eventuais sobrecargas, bem como medidas complementares de proteção das superfícies
expostas e drenagens superficiais.
143
13.3.7. Manta de PEAD
O monitoramento da manta de PEAD deverá ser realizado nas etapas de preparo do terreno,
aplicação da manta e construção da camada de aterro de cobertura, de forma a se identificar
eventuais inconformidades com o projeto, problemas construtivos, inadequações, defeitos,
rompimentos, desgastes, erosões e quaisquer outras ocorrências que possam por em risco sua
integridade ou eficiência.
Durante todas essas etapas, deverão ser observados e registrados, para os eventuais reparos e
adequações necessários, os seguintes aspectos e procedimentos:
Destocamento, limpeza rigorosa e regularização da superfície do terreno, de forma a se
evitar a presença de fragmentos de tocos, raízes, rocha, detritos e todos os materiais e
objetos que possam provocar deformações e perfurações na manta.
Compactação adequada do aterro de regularização e uniformidade na sua superfície.
Trespasses e soldas adequados nas junções entre as faixas da manta, para garantir a
eficiência quanto à vedação do conjunto.
Ausência de dobras e imperfeições na manta, durante sua colocação, de forma a se
evitar pontos vulneráveis a futuras infiltrações.
Vedação correta e ausência de imperfeições nos contatos da manta com elementos de
drenagem, poços de monitoramento e outras eventuais estruturas.
Proteção da manta quanto ao trânsito de veículos, pessoas e animais.
Materiais, espessura e compactação adequados do aterro de cobertura.
Durante as obras, as inspeções deverão ser realizadas diariamente. Todas as inconformidades
com o projeto, problemas construtivos, inadequações e defeitos observados deverão ser
caracterizados em boletins de vistoria, registrados no Diário de Obra e informados à
Fiscalização. Após a notificação de cada ocorrência, deverão ser procedidos os devidos reparos
ou adequações, de acordo com o projeto, de forma a garantir a eficiência e integridade da
manta.
144
Após o término das obras, o monitoramento consistirá de vistorias e inspeções sistemáticas, de
forma a se identificar e caracterizar ocorrências que possam pôr em risco a integridade da
manta de PEAD, quais sejam:
Ausência de proteção e drenagem superficial, com risco de exposição da manta à
ocorrência de eventuais erosões e rupturas, com indicação e estimativa das áreas
afetadas.
Erosões, com indicação do tipo, forma da seção, extensão, largura, profundidade,
ocorrências de água, estágio de evolução e presença de depósito de material de
assoreamento associado.
Soerguimentos e ondulações do terreno junto aos taludes, indicativos de eventuais
rupturas.
Trincas de tração (abertas) e de cisalhamento (fechadas, com abatimento de um dos
lados ao longo da superfície de ruptura), com indicação da forma, comprimento,
abertura ou rejeito em milímetros e evidências de deslocamentos associados.
Rupturas e escorregamentos relacionados às trincas, com seus limites e superfície de
ruptura, estimando-se a profundidade atingida.
Ondulações, abatimentos e puncionamentos indicativos de recalques do lixo e eventuais
rupturas ou infiltrações, com delimitação da área afetada pela ocorrência.
Presença de sobrecargas como depósitos de materiais, equipamentos pesados,
tanques, veículos, etc., com sua descrição, relação provável com a ocorrência
registrada e, se possível, histórico da interferência, como tipo de carregamento, tempo
de permanência, vazamentos, etc.
Presença de água na forma de empoçamentos e zonas saturadas.
As inspeções deverão ser realizadas mensalmente durante a implantação do parque, e
imediatamente após a notificação de qualquer uma das ocorrências relacionadas.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Localização das obras em planta georeferenciada.
Croqui e cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
145
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências.
Fotografias gerais e de detalhes.
Diagnóstico e prognósticos das ocorrências identificadas.
Recomendações para monitoramento.
Recomendações para medidas de remediação.
Para a recuperação das áreas afetadas, deverá ser procedida a remoção de eventuais
sobrecargas; recomposição do aterro eventualmente erodido ou rompido; trocas de solo, e
medidas complementares de proteção das superfícies expostas e drenagem superficial.
13.3.8. Transporte e Disposição de Detritos e Materiais
Durante os trabalhos de desmatamento, destocamento e limpeza superficial para o preparo do
terreno, e os movimentos de terra, será necessária a disposição provisória, em pilhas, dos
detritos vegetais gerados e dos materiais escavados não aproveitáveis, até seu transporte para
áreas de bota-fora. Os solos necessários para a construção dos aterros de regularização e
cobertura serão dispostos em pilhas provisórias de estocagem, até sua utilização.
O transporte inadequado dos detritos e materiais, em cargas mal acondicionadas, superiores à
capacidade das caçambas dos caminhões e/ou com quantidade excessiva de água, poderá
acarretar quedas dos mesmos, transbordamentos e vazamentos indesejáveis, criando situações
de risco no sistema viário.
As pilhas provisórias de detritos e materiais, dispostas conforme a conveniência dos serviços
na área promoverão alterações nas condições de escoamento das águas superficiais, podendo
gerar erosões e assoreamentos em pontos localizados. Alturas excessivas de pilhas e ângulos
de inclinação inadequados também poderão ocasionar rupturas e escorregamentos de taludes.
O monitoramento dos serviços de transporte de detritos e materiais, e de sua disposição
provisória na área do lixão e áreas de bota-fora será procedido por meio de inspeções das
operações de carga e descarga dos caminhões transportadores, e disposição das pilhas quanto
à sua localização na área, características geométricas, manutenção e desativação.
Os elementos e procedimentos a ser observados e controlados no monitoramento das
atividades de transporte e disposição deverão ser fotografados ou representados em croqui e
seções esquemáticas, e caracterizados detalhadamente conforme descrito a seguir:
146
Condições de segurança, estado de conservação e vedação das caçambas dos
caminhões, de forma a se evitar a ocorrência de acidentes com a carga e vazamentos
no seu transporte.
Tipo, condições de fixação, estado de conservação e segurança de lonas ou outros
materiais, elementos e dispositivos utilizados para a cobertura e proteção da carga nas
caçambas dos caminhões, de forma a se evitar quedas de detritos e materiais, e
transbordamentos no seu transporte.
Localização das pilhas provisórias na área do lixão, preferencialmente em áreas isoladas
pelos elementos de drenagem, evitando-se depressões e locais identificados como de
escoamento natural das águas superficiais.
Alturas das pilhas limitadas a 5m e inclinação dos taludes compatível com os ângulos
de repouso dos materiais.
Processos erosivos nas pilhas e seu entorno, e assoreamentos associados.
Trincas de tração (abertas) e de cisalhamento (fechadas, com movimentação de um
dos lados da superfície de ruptura), nos taludes das pilhas e seu entorno, com
indicação da forma, comprimento, abertura ou deslocamento vertical em milímetros e
evidências de deslocamentos.
Soerguimentos, abatimentos e ondulações do terreno no entorno das pilhas, com
delimitação da área afetada pela ocorrência.
Rupturas e escorregamentos relacionados às trincas instaladas e soerguimentos
próximos, com seus limites e superfície de ruptura.
Presença de água na forma de poças e zonas saturadas no entorno das pilhas, com
indicação das áreas das ocorrências e provável causa.
Histórico de eventuais erosões, assoreamentos, recalques e rupturas nos locais
destinados às pilhas provisórias na área do lixão, descrevendo-se as ocorrências
registradas na época.
Durante a etapa de implantação das obras, as inspeções das pilhas de detritos e materiais
deverão ser realizadas diariamente na área do lixão, e imediatamente após a notificação de
ocorrências de abatimentos, rupturas e escorregamentos de taludes das pilhas.
147
A inspeção dos caminhões será realizada com freqüência diária na área do empreendimento e
semanalmente nas áreas terrestres de bota-fora, por amostragem, inspecionando-se, pelo
menos, 10% das viagens realizadas.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Croqui e cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências.
Fotografias gerais e de detalhes.
Diagnóstico e prognósticos das ocorrências identificadas.
Recomendações para medidas de remediação, controle e prevenção.
Nos casos de eventuais rupturas, a geometria das pilhas deverá ser readequada. No caso de
eventuais processos erosivos e assoreamentos provocados por alterações nas condições de
escoamento das águas superficiais, deverão ser restauradas as condições naturais ou originais
de fluxo e recompostas as áreas erodidas, a ser devidamente protegidas contra novos
processos. Os elementos hidráulicos do sistema de drenagem superficial serão desobstruídos
ou desassoreados, para o restabelecimento e manutenção de suas seções hidráulicas.
13.3.9. Materiais Naturais de Construção
Os materiais necessários para a construção dos aterros de regularização e cobertura,
trincheiras de drenagem do chorume, gabiões-manta e rachões são representados por solos
inertes argilosos, areia, pedrisco, brita e pedra.
As características geotécnicas dos materiais a ser utilizados são preconizadas pelo projeto, que
estabelece os métodos construtivos, procedimentos, análises, e ensaios de campo e laboratório
necessários para a fiscalização e controle da qualidade das obras durante sua execução,
objetivando seu desempenho futuro, integridade e segurança.
São, portanto, especificadas e controladas as curvas granulométricas dos materiais granulares
utilizados; índices de plasticidade e consistência dos solos argilosos; graus de compactação,
densidade e umidade ótima dos aterros compactados, e as litologias e mineralogias desejáveis,
148
evitando-se a presença de restos vegetais nas areias e minerais reativos, deletérios ou
expansivos nas rochas para os gabiões e rachões.
Após o término das obras, fatores mecânicos, físico-químicos e biológicos poderão
comprometer o desempenho, integridade e mesmo a segurança dos aterros, sistemas de
drenagem e medidas de proteção do terreno contra erosão, a partir de alterações provocadas
nas suas características e funções originais, como por exemplo:
Alteração e/ou desagregação de rachões e blocos de rocha utilizados nos gabiões-
manta, que possam dar origem a eventuais focos de erosão e rupturas.
Carreamento de material fino pelos vazios existentes entre os blocos dos gabiões-
manta e blocos de proteção do canal, com a instalação de eventuais processos erosivos
e assoreamentos.
Erosões e instabilidades em aterros, associadas à presença de restos vegetais, matéria
orgânica, insetos e outros organismos.
Colmatação física e/ou química de drenos, por vegetação, atividade biológica, retenção
de material em suspensão ou precipitação de compostos químicos, reduzindo sua
permeabilidade e eficiência.
Tais alterações deverão ser detectadas por meio de vistorias, nas quais serão identificadas e
caracterizadas as seguintes ocorrências porventura observadas:
Trincas de padrão irregular nas superfícies de blocos de rocha, associadas à alteração
superficial, oxidação e descamação, com preservação de um núcleo mais resistente.
Redução de dimensões de blocos e de espessura de camadas de rachão, com ou sem
instalação de processo erosivo.
Cavidades tubulares nos taludes dos aterros, sem relação com a presença de insetos,
com ou sem surgência de água. No caso de surgência, indicar a forma de ocorrência
(gotejamento ou jorro, com estimativa de vazão) e turbidez (cor e presença ou não de
material fino).
Processos erosivos e assoreamentos associados.
149
Para o diagnóstico mais preciso da presença de minerais deletérios em blocos de rocha e
materiais granulares, poderão ser realizadas análises mineralógicas para a detecção de
minerais de quartzo na forma amorfa (opala, calcedônia, etc.), pirita, hidróxidos de ferro, etc.
Após o término das obras, as inspeções deverão ser realizadas semestralmente, ou
imediatamente após a notificação de qualquer uma das ocorrências descritas anteriormente.
Os elementos obtidos durante as inspeções deverão ser consubstanciados em relatórios de
monitoramento que compreenderão:
Croqui e eventuais cortes típicos esquemáticos das ocorrências.
Identificação e caracterização detalhada das ocorrências.
Fotografias gerais e de detalhes.
Boletins de análises mineralógicas.
Diagnóstico e prognósticos das ocorrências identificadas.
Recomendações para medidas de detalhamento, remediação, controle e prevenção.
Como medidas remediadoras, prevê-se a recomposição de camadas de rachão e de gabiões,
com as características preconizadas em projeto; recomposição de áreas erodidas, a ser
devidamente protegidas contra novos processos; desobstrução de drenos colmatados,
restabelecendo-se suas funções e eliminando-se ou minimizando-se as causas diagnosticadas
para a colmatação, e desobstrução de elementos hidráulicos dos sistemas de drenagem
superficial eventualmente afetados, restabelecendo-se suas seções hidráulicas.