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Patologia no Revestimento Cerâmico de Fachada em Edificação da Região Administrativa de Águas Claras Dezembro/2016 1 ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016 Patologia no Revestimento Cerâmico de Fachada em Edificação da Região Administrativa de Águas Claras Kleber Augustinho Oleari – [email protected] Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção Instituto de Pós-Graduação – IPOG Brasília, DF, 09 de dezembro de 2015 Resumo Neste trabalho de conclusão de curso será apresentada uma revisão bibliográfica sobre as patologias em revestimento cerâmico de fachada com o foco na identificação das possíveis causas e soluções para algumas das patologias mais frequentes. Serão abordados, assim, os principais problemas verificados em edificações, que fazem com que o revestimento cerâmico de fachada não atenda sua função principal para a qual fora especificado conforme as normas vigentes. Tais funções são: proteção contra infiltrações, facilidade na limpeza, manutenção, e oferta de um diferencial estético ao empreendimento. Como embasamento empírico, é mencionada uma edificação na região administrativa de Águas Claras-DF, afetada por patologias na fachada. Os conceitos relacionados ao tema são abordados de forma breve a fim de informar ao leitor sobre o sistema citado. Aspectos técnicos e práticos da fase de projetos e de execução dos elementos que compõe os revestimentos são também elucidados. As patologias analisadas neste trabalho são i) trincas e fissuras ii) destacamentos de placas e iii) eflorescências. Por fim, conclui-se que tais manifestações poderiam ser evitadas se todas as fases do processo fossem observadas à luz da normatização existente e apresento ainda uma nova tecnologia que poderá ser utilizada em benefício da preservação das fachadas. Palavras-chave: Patologia. Revestimento cerâmico de fachada. Destacamento de Placas. Trincas. Eflorescência. 1. INTRODUÇÃO A cerâmica como material de uso estético e arquitetônico, tem sido utilizada desde a Antiguidade. Com o advento de suas grandes navegações no séc. XV e contato com outras

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ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016

Patologia no Revestimento Cerâmico de Fachada em Edificação da

Região Administrativa de Águas Claras

Kleber Augustinho Oleari – [email protected]

Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

Brasília, DF, 09 de dezembro de 2015

Resumo Neste trabalho de conclusão de curso será apresentada uma revisão bibliográfica sobre as patologias em revestimento cerâmico de fachada com o foco na identificação das possíveis causas e soluções para algumas das patologias mais frequentes. Serão abordados, assim, os principais problemas verificados em edificações, que fazem com que o revestimento cerâmico de fachada não atenda sua função principal para a qual fora especificado conforme as normas vigentes. Tais funções são: proteção contra infiltrações, facilidade na limpeza, manutenção, e oferta de um diferencial estético ao empreendimento. Como embasamento empírico, é mencionada uma edificação na região administrativa de Águas Claras-DF, afetada por patologias na fachada. Os conceitos relacionados ao tema são abordados de forma breve a fim de informar ao leitor sobre o sistema citado. Aspectos técnicos e práticos da fase de projetos e de execução dos elementos que compõe os revestimentos são também elucidados. As patologias analisadas neste trabalho são i) trincas e fissuras ii) destacamentos de placas e iii) eflorescências. Por fim, conclui-se que tais manifestações poderiam ser evitadas se todas as fases do processo fossem observadas à luz da normatização existente e apresento ainda uma nova tecnologia que poderá ser utilizada em benefício da preservação das fachadas. Palavras-chave: Patologia. Revestimento cerâmico de fachada. Destacamento de Placas. Trincas. Eflorescência. 1. INTRODUÇÃO

A cerâmica como material de uso estético e arquitetônico, tem sido utilizada desde a

Antiguidade. Com o advento de suas grandes navegações no séc. XV e contato com outras

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civilizações, Portugal acabou absorvendo alguns traços das culturas orientais. Um desses

traços foi à difusão do uso de revestimentos cerâmicos com finalidades ornamentais em

palácios, igrejas e conventos. Após a implementação de um projeto do então Primeiro

Ministro D. João VI, Marquês de Pombal, que incentivava o aumento da produção de

azulejos, seu custo foi reduzindo e os revestimentos cerâmicos se tornaram mais populares.

No século XIX essa tendência foi trazida ao Brasil, e, foi inicialmente utilizada com o

propósito de melhorar a salubridade em edifícios construídos em lugares úmidos. Após a

constatação de sua durabilidade, de características antitérmicas e do seu poder de conservação

quando revestindo outros materiais, foi grande a disseminação do uso de cobertura cerâmica

em pisos e fachadas do país. Além de todas as qualidades citadas, o revestimento cerâmico

ainda traz a vantagem de embelezamento estético e valorização dos imóveis.

Porém, apesar de tantos benefícios, no decorrer do tempo foram registradas inúmeras

alterações inesperadas nas características dos revestimentos cerâmicos, principalmente os

utilizados nas fachadas.

Embora as vantagens sejam inegáveis - as cerâmicas apresentam grande durabilidade e menor necessidade de manutenção quando comparadas as outras soluções. - Ultimamente a ocorrência de casos de descolamentos de placas tornou-se alvo de discussões no setor. (TÉCHNE, 2006, p.44)

Delimitando a análise dos problemas observados em fachadas, o enfoque deste trabalho

se concentra na região administrativa de Águas Claras – Distrito Federal, devido ao grande

número de patologias encontradas nas fachadas das edificações dessa área, em especifico a

uma edificação situada neste local, conforme é apresentado a seguir.

Na figura 01 é apresentada uma foto aérea da localização da edificação a ser analisada na

região administrativa de Águas Claras.

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Figura 1 - Localização da edificação a ser analisada Fonte: Acervo Dr. eng. civil João da Costa Pantoja

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é enfatizar e relacionar as patologias mais frequentes

observadas nos revestimentos de fachada e suas principais causas, além de trazer uma análise

sucinta com enfoque numa edificação da região administrativa de Águas Claras, DF.

2.2 Objetivo Específico

Analisar e apresentar algumas das soluções cabíveis para os problemas de destacamento

de placas, trincas, fissuras e eflorescência, mencionando-se formas de recuperação e

introdução de novas tecnologias, como o revestimento de fachada não aderida.

Na figura 02 é uma vista geral da fachada onde podem ser observados diversos

desplacamentos por toda a fachada da edificação.

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Figura 02 – Vista geral da fachada com diversos desplacamentos Fonte: Acervo Dr. Eng. Civil João da Costa Pantoja

2.3 Justificativa

A decisão de analisar as patologias no revestimento cerâmico de fachada, em especial, o

destacamento, a eflorescência, as trincas e fissuras são justificadas pela observação de sua

recorrência nas edificações da região administrativa de Águas Claras - DF.

Em relação ao destacamento, é importante ressaltar que além do efeito estético negativo,

sua ocorrência pode ser desastrosa, ocasionando danos a bens materiais, além de colocar em

risco vidas.

A eflorescência gera um efeito visual desagradável na fachada da edificação.

Já as trincas e fissuras podem ser indicadores de problemas mais graves tanto na estrutura

quanto no revestimento. Através dos tipos de trincas pode-se analisar se há algum risco

eminente com a estrutura da edificação.

Para que situações dessa natureza sejam suprimidas, é necessário que suas causas sejam

avaliadas tecnicamente e as soluções propostas sejam de acordo com as normas brasileiras da

ABNT.

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A figura abaixo ilustra as camadas da base de assentamento camada de regularização,

camada de fixação e camada de acabamento (placas cerâmicas e juntas), para que possamos

melhor visualizar cada camada do revestimento.

Figura 03 – Etapas do processo de revestimento Fonte: Manual de assentamento de revestimento cerâmico www.pamesa.com.br

3. CAUSAS

As patologias cerâmicas são defeitos que podem surgir logo após seu assentamento, ou

então, surgem após algum tempo de uso. Entender sua origem e saber identificar esses

problemas é extremamente necessário para minimizar as suas consequencias. Suas causas são

diversas e em sua grande maioria podem ocorrer por falhas no processo de execução.

3.1 Causas Congênitas

São as que ocorrem na fase inicial do método construtivo, e em geral por deficiência de

um bom projeto, que empregue as metodologias, técnicas e materiais necessários para a

execução de todas as etapas do processo construtivo, de acordo com as normas da ABNT.

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É considerado um bom projeto aquele que especifica os requisitos para cada camada da

base de assentamento com a finalidade de certificar a boa aderência entre elas, de modo a

impedir que se desprendam. A segunda preocupação que deve ser ressaltada é a projeção de

juntas de movimentação no planejamento da fachada.

3.2 Construtivas

Sua ocorrência se dá na etapa de construção e é causada por fatores como: mão de obra

não qualificada, materiais sem especificação e ausência de procedimentos padronizados.

3.3 Causas Adquiridas

Ocorrem ao longo do tempo de vida útil dos revestimentos, pelo fato de sua exposição

direta que sofrem do ambiente em que estão assentados, como maresia, ataques químicos e

também pela falta de manutenção ou por essa ser executada de maneira inadequada.

3.4 Causas Acidentais

São causadas por fenômenos imprevisíveis como terremotos, furacões, deformações

mecânicas, incêndios, dentre outros. Estes fenômenos geram tensões de caráter inesperado.

4 IDENTIFICAÇÃO DE PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA

4.1 Destacamento de placas

O destacamento de placas é a perda de aderência que incide entre a superfície de contato

da placa cerâmica e o substrato da argamassa colante. Isso acontece quando as tensões

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ultrapassam sua capacidade de aderência entre as camadas que compõem o sistema de

revestimento.

Podemos considerar como causas iniciais: a falta de um projeto de revestimento bem

detalhado; erros nas fases de execução, onde são desconsideradas etapas do sistema

construtivo; o assentamento que é feito em cima de uma base ainda úmida, não sendo

esperado o tempo de cura ideal do local a ser assentado, também pode ser causada pela

presença de engobe que não foi retirado da peça cerâmica, deixando seu tardoz sem aderência

com a argamassa de assentamento e também por imperícia no assentamento.

Os principais sintomas são observados pelo aparente estufamento das placas cerâmicas e

pelo som oco (cavo) que reproduzem quando são percutidas algumas peças, este

destacamento pode ser eventual ou instantâneo.

Vejamos abaixo alguns exemplos que mostram as causas mais prováveis que podem

ocasionar o destacamento de placas cerâmicas.

Na figura 04 é observado o excesso de emboço para regularização da fachada, tal

ocorrência faz com que as tensões ultrapassem a capacidade de aderência entre as camadas do

sistema de revestimento ocasionando o destacamento.

Figura 04 – Excesso de emboço no revestimento Fonte: Acervo Dr. Eng. Civil João da Costa Pantoja

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Na figura 05 é observado nitidamente nas placas cerâmicas que não houve aderência

entre a argamassa de assentamento e o revestimento cerâmico, tal fato ocorreu, pois, não

houve o devido cuidado da limpeza do engobe do revestimento e também pelo fato de não ter

sido passada uma camada de argamassa no seu tardoz para que ocorrese uma melhor

aderência entre a base e o revestimento cerâmico.

Figura 05 – Falta de aderência com a argamassa de assentamento Fonte: Acervo Dr. Eng. Civil João da Costa Pantoja

4.2 Eflorescência

São manchas esbranquiçadas que se destacam na face do revestimento cerâmico, devido à

ação do meio ambiente ou reações químicas, sua ocorrência é resultante da migração e

evaporação de soluções aquosas salinizadas, deixando na face vitrificada dos revestimentos

um pó branco, popularmente chamado de salitre, que são decorrentes da percolação da água

utilizada na construção, ou originária de infiltrações, e vão transportando para a superfície do

revestimento, os sais solúveis existentes nas placas cerâmicas, os componentes da alvenaria,

da argamassa de emboço, da argamassa de fixação ou da argamassa de rejuntamento. Os sais,

tais como o CaCO3, em contato com o ar solidifica-se formando os depósitos. Nos ambientes

muito úmidos e com alguns tipos de sais mais difíceis de secar, esses depósitos apresentam-se

como uma exsudação na superfície do revestimento.

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Na figura 06 foi observado o surgimento de manchas esbranquiçadas no revestimento

superior da varanda, possivelmente ocasionado pela ausência de pingadeiras.

Figura 06 – Presença de eflorescência no revestimento Fonte: Acervo Dr. Eng. Civil João da Costa Pantoja

4.3 Trincas e Fissuras

São distinguidas por apresentarem a perda de integridade física da placa de revestimento,

podendo ter como consequência mais grave seu desplacamento.

As trincas são fendas superiores a 1mm de espessura no corpo das placas cerâmicas que

provocam sua separação. São causadas por esforços de tração e flexão decorrentes da

acomodação da estrutura e também da variação térmica.

Já as fissuras, diferentemente, são fendas de menos de 1mm e não causam tal separação,

apenas pequenas linhas que marcam as placas.

Na FIG 07 pode-se notar uma trinca no revestimento que ocasionou sua separação e

posteriormente seu destacamento.

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Figura 07 – Trinca e desplacamento do revestimento cerâmico Fonte: Acervo Dr. Eng. Civil João da Costa Pantoja

5 PROCEDIMENTOS PARA SE EVITAR AS PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO

CÊRAMICO DE FACHADA

Na figura 08 podem ser observadas algumas regras básicas para que se obtenha uma boa

aderência entre os substratos para o assentamento do revestimento cerâmico.

Figura 10 – Fatores que exercem influência na aderência de argamassas Fonte: Revista Téchne www.revistatechne.com.br

5.1 Recomendações para a execução de um bom revestimento

Antes da execução do revestimento cerâmico devem ser observadas algumas regras

básicas, muito conhecidas, mas nem sempre executadas. Estas regras se devidamente seguidas

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evitam erros desagradáveis, o que proporciona um serviço de bom acabamento e de excelente

durabilidade.

• Antes do cobrimento das alvenarias das paredes, elas devem estar secas com todas as

juntas curadas, aguardando o tempo de acomodação de toda a estrutura;

• Em tempos de chuva deve-se aguardar um prazo maior de cura providenciando uma

secagem mecanizada;

• A alvenaria deve estar totalmente limpa e livre de pó, graxas, entre outros;

• Antes do cobrimento com o chapisco devem-se umedecer as paredes para que haja

uma melhor aderência entre os substratos;

• O emboço aplicado deve ter idade mínima de 21 dias para o recebimento do

revestimento, e deve atingir uma resistência igual ou superior ao do revestimento a ser

aderido;

• Devem ser executados testes de arrancamento afim de se saber a resistência de cada

camada do processo construtivo;

• Devem ser executadas juntas de movimentação na vertical e horizontal, sendo a junta

horizontal executada a cada pavimento na altura das vergas ou a cada 3m, e as verticais a cada

3m ou 6m, em função do sentido do sol e dos ventos predominantes na fachada, já em

condições extremas deve-se reduzir o espaço entre as juntas.

De acordo com a (NBR 8214) o espaçamento mínimo entre as juntas deve ser de:

Dimensão do Painel Limitado pela Junta Largura da Junta

Até 3m 10mm

Entre 3m e 4m 12mm

Entre 4m e 5m 15mm

Entre 5m e 6m 15mm

5.2 Como evitar o desplacamento dos revestimentos

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Além de serem observadas todas as etapas anteriores ao assentamento, alguns

procedimentos básicos devem ser seguidos:

• Seguir todos os detalhes especificados em projeto;

• Treinamento da mão de obra;

• Utilização de materiais de qualidade e dentro das normas técnicas;

• Limpeza do emboço para retirada de pó e graxas;

• Limpeza do tardoz para retirada do engobe que diminui a área de aderência do

substrato;

• Utilização de argamassa industrializada específica para cada tipo de revestimento a ser

assentado;

• Executar o cobrimento de toda a área do tardoz com argamassa e efetuar o aperto

necessário para sua melhor fixação;

• Esperar o tempo necessário para sua cura antes de iniciar o rejuntamento;

• A execução de todas as juntas de acordo com as normas vigentes;

• Acompanhamento pelo fiscal de todas as etapas do procedimento de assentamento.

5.3 Para se evitar a eflorescência, alguns procedimentos são necessários

• Eliminar o uso de cimento comum se utilizando um com baixo teor de álcalis;

• Utilizar cerâmica de boa qualidade, com queima realizada em temperaturas elevadas

acima de 1100ºC para eliminação dos sais;

• Garantir que todas as etapas tenham seu tempo de cura respeitada, entre outras;

Algumas precauções devem ser seguidas a fim de se evitar o surgimento das

eflorescências: Reduzir o consumo de cimento Portland na argamassa de emboço ou usar

cimento com baixo teor de álcalis; Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja,

queimadas em altas temperaturas, o que elimina os sais solúveis de sua composição e a

umidade residual; Aguardar o tempo necessário para secagem de todas as camadas anteriores

antes do assentamento do revestimento cerâmico, executar o rejuntamento de acordo com as

especificações do fabricante; fazer a manutenção de acordo com as normas da ABNT, afim de

se evitar o surgimento de patologias.

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Uma vez que as eflorescências apareçam no revestimento cerâmico de fachada é possível

removê-las utilizando ácido muriático em pequenas quantidades. Depois de sua limpeza deve-

se enxaguar abundantemente com água. É importante ressaltar que, se esse procedimento não

for feito a tempo e de maneira correta, a patologia pode ser agravada.

5.4 Trincas e Fissuras

Para evitar o aparecimento dessas patologias, devem-se seguir quase os mesmos

procedimentos necessários para se evitar o destacamento. São eles:

• Seguir todos os detalhes especificados em projeto;

• Treinamento da mão de obra;

• Utilização de materiais de qualidade e dentro das normas;

• Utilização de argamassa industrializada específica para cada tipo de revestimento a ser

assentado;

• Executar o cobrimento de toda a área do tardoz com argamassa e efetuar o aperto

correto para sua melhor fixação;

• Esperar o tempo necessário para cura antes de iniciar o rejuntamento;

• A execução de todas as juntas de acordo com as normas vigentes;

• Acompanhamento pelo fiscal de todas as etapas do procedimento de assentamento.

5.5 Seguindo as Normas

Seguem trechos das normas para melhor execução dos revestimentos.

A NBR 13.816 (ABNT, 1997a) conceitua o revestimento cerâmico de tal modo que a camada de regularização dele não faz parte. Isso pode ser entendido de duas formas:

a) Quando as placas são assentadas diretamente sobre a base, essa camada realmente

não existe e não é mencionada;

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b) Quando essa camada existe, ela deve ser projetada e executada de forma a apresentar características que proporcionem condições adequadas para o assentamento das placas cerâmicas, garantindo um bom desempenho do revestimento. Então, nesse caso, a camada de regularização deve ser parte integrante do conceito de revestimento cerâmico.

As camadas do revestimento cerâmico, argamassa de assentamento e o substrato, foram

previstos para estarem intimamente ligadas entre si. Estando ligados entre si, a deformação de qualquer um deles devido a causas endógenas ou esforços externos, resultará em esforços atuando em cada camada.

A combinação destes efeitos, com maior ou menor magnitude certamente acarreta a

formação de tensões permanentes e variáveis no revestimento e na sua ligação ao suporte, acabando por romper estas ligações, pela fadiga ou magnitude das tensões.

As causas citadas são complementadas forçosamente por falhas de mão de obra, pelo

nível de controle tecnológico e pela fiscalização. A inexistência de juntas de alívio de tensões no revestimento, com o assentamento das

peças com junta seca (peças encostadas uma às outras), ou rejuntadas com argamassa rígida, obviamente acarretam no desprendimento das placas de revestimento da fachada. As formações das tensões iniciam quando do assentamento com a argamassa. Ao utilizarmos uma argamassa para o assentamento de um revestimento, temos com o endurecimento da argamassa uma diminuição do volume, pela evaporação da água, como devido às reações de hidratação.

Deterioração das Juntas A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais

idênticos ou distintos, é subdividida pelas normas segundo seus objetivos, como sendo: • Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças de revestimentos adjacentes. • Juntas de movimentação: espaço regular cuja função é subdividir o revestimento,

para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. • Juntas de dessolidarização: espaço regular cuja função é separar o revestimento para

aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. • Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões provocadas pela

movimentação da estrutura de concreto.

Na FIG. 12 são mostrados os tipos de juntas que devem ser utilizadas juntamente com o

revestimento a ser assentado.

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Figura 12 – Tipos de juntas Fonte: Revista Téchne<www.revistatechne.com.br>

NBR 8214 - Assentamento de azulejos recomenda para assentamento de azulejos a criação de juntas de movimentação, longitudinais e/ou transversais, em paredes externas com área igual ou maior que 24 m², ou sempre que a extensão for maior que 6 metros, devendo-se a mesma aprofundar-se até a superfície da parede, devendo a junta ser preenchida com material deformável, sendo em seguida vedada com selante flexível.

NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas

recomendam a execução de juntas horizontais de movimentação e de dessolidarização espaçadas no máximo a cada 3 metros ou a cada pé-direito, na região do encunhamento da alvenaria, bem como a execução de juntas verticais de movimentação espaçadas a cada 6 metros. A execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano de revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas e vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõe a estrutura suporte de concreto para alvenaria.

A largura destas juntas deve ser dimensionada em função das movimentações previstas

para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade admissível do selante, respeitado o coeficiente de forma (largura/profundidade da junta), que deve ser especificado pelo fabricante do selante.

As juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter espaçamento ou juntas entre elas para preencher as seguintes funções:

a) Compensar a variação de bitola, facilitando o alinhamento; b) Atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano a

revestir com a largura das juntas; c) Oferecer o relativo poder de acomodação às movimentações da base e da placa

cerâmica; d) Facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta;

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e) Facilitar a troca de placas cerâmicas. Obs.: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5mm, desde que esta

largura e a elasticidade do material de rejuntamento atendam, pelo menos, as deformações devidas à variação térmica a que está submetido o revestimento, mais aquela devida à expansão por umidade das placas cerâmicas.

NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização com material de enchimento e selante.

Nos revestimentos de exteriores, com altura entre 3 m e 15 m em relação ao piso

adjacente, é indicado o uso de grampos fixados em telas, preferencialmente eletros- soldadas, ancoradas convenientemente no suporte. Acima de 15 m de altura, recomenda-se fixação por dispositivos metálicos.

O espaço entre a face posterior da placa e o suporte a ser preenchido com argamassa deve ser de 1 cm a 3 cm. O preenchimento deve ser feito com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, em volume. A consistência da argamassa deve ser compatível com o processo de lançamento, de modo que todo o espaço entre o suporte e a placa seja preenchido. Deve-se utilizar a mínima quantidade de água, a fim de assegurar máxima resistência de aderência e mínima retração.

As juntas entre placas devem ser suficientes para absorverem as movimentações tanto do suporte como do revestimento. Cabe ao projetista verificar, em cada caso, a necessidade de juntas de dilatação no revestimento.

Devem ser previstas juntas de dilatação nos encontros das placas com quaisquer elementos distintos que se projetem no plano do revestimento ou para além deste. A criação destas juntas está relacionada principalmente quanto às causas relacionadas abaixo:

a) Variações térmicas: As movimentações térmicas de um material estão relacionadas

com as suas propriedades físicas e com a intensidade das variações da temperatura; b) Teor de umidade dos materiais: Além da ocorrência de eflorescências que serão

posteriormente avaliadas, a alteração da umidade no substrato de argamassa de assentamento, que é porosa, acarretam variações dimensionais. Este efeito é conhecido como dilatação higroscópica. O aumento da umidade da argamassa de assentamento provoca expansão; inversamente, a diminuição da umidade provoca a contração do material.

As variações do teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: • Irreversíveis: Ocorrem geralmente logo após a confecção do material e são

originadas devido à perda ou ganha de umidade até que o material atinja a umidade higroscópica de equilíbrio;

• Reversíveis: Ocorrem por variação de umidade do material ao longo do tempo,

limitado a certo período em que o material esta os limites seco ou saturado.

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5.6 Projetos

Para aumentar a durabilidade do revestimento de fachada é necessário um bom projeto e

que ele seja feito em conformidade com os demais projetos construtivos; sejam os de

arquitetura, esquadras, impermeabilização, etc. Essa compatibilidade entre projetos é

fundamental para que erros na hora da execução sejam minimizados, o que faz com que os

custos da obra sejam também reduzidos, pois uma vez que o planejamento é bem estruturado,

evita-se o risco de patologias.

Ainda no que tange ao desenvolvimento de projetos bem elaborados, é importante frisar

que todas as etapas do sistema construtivo devem ser levadas em consideração. O

detalhamento do revestimento engloba os tipos de argamassas a serem utilizados, os

pormenores construtivos, ferramentas e equipamentos para a execução do serviço, e ainda as

diretrizes de ação e fiscalização, levando em consideração a metodologia adotada pela

empresa.

Para a escolha da argamassa a ser utilizada, serão avaliados os diversos tipos existentes

no mercado. A fim de testar a resistência de cada uma delas quanto à tração, formação de

fissuras e pulverulência superficial, é assentada na edificação a serem construídos pequenos

painéis com mostras das argamassas. Assim, com o resultado dessas análises, é escolhido o

tipo de argamassa ideal a ser usada.

Já na definição dos detalhes de execução, são verificados todos os projetos, localizando

então as interferências entre eles, com o objetivo de saber onde serão necessários reforços ou

aplicação de outros elementos. É nesta fase de planejamento em que são posicionadas as

juntas de dilatação e os detalhes que possibilitam a fiscalização e orientação correta da mão

de obra de execução.

5.7 Apresentação de Nova Tecnologia – Fachada Ventilada

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Na FIG. 13 observa-se um teste que é feito pela construtora afim de analisar o melhor

método de assentamento da estrutura de fachada.

Figura 13 – Fachada ventilada Fonte: Acervo pessoal

A fachada ventilada é um tipo de revestimento que tem como característica seu

afastamento da parede, o que proporciona a circulação de ar. Por não estar aderida a parede

esse tipo de revestimento não sofre as mesmas tensões e evita a formação das patologias

citadas, e caso haja alguma alteração nas características do revestimento, uma simples

substituição pode ser feita e solucionar o problema. Outra vantagem que essa nova técnica

apresenta é a economia no consumo de energia elétrica proporcionada pela vantagem de

manter os ambientes internos sempre mais frescos, já que possibilita uma ventilação natural

evitando as comuns umidades e condensações recorrentes das fachadas não-ventiladas. Dessa

maneira, a utilização de ar condicionado para refrescar o ambiente se torna menos necessário.

Apesar de ser uma técnica muito cara vem sendo muito utilizada no Brasil, sua colocação é

bem fácil e ainda torna possível a utilização do espaço para instalações elétricas e sanitárias.

Na Fig. 14 mostra o sistema já aplicado na fachada, podendo ser observada a distância

entre a parede e o revestimento.

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Figura 14– Fachada ventilada sendo executada Fonte: Acervo Pessoal

6. CONCLUSÃO

Para a apresentação das patologias citadas neste trabalho foi analisada uma edificação na

região administrativa de Águas Claras, que é em sua totalidade, uma cidade vertical e ainda

jovem. Por esse motivo, há a preocupação em relação ao cumprimento de todas as etapas do

processo construtivo, pois, é possível notar que um grande número de edificações apresenta

patologias no revestimento de fachada.

Verifica-se ainda que muitas construtoras optam pela utilização do revestimento cerâmico

de fachada por ser uma opção estética e que valoriza o empreendimento. Porém, quando os

procedimentos expostos nesse trabalho não são aplicados de forma satisfatória, fica

comprovado o aparecimento de tais patologias, caracterizando exacerbada desvalorização dos

mesmos.

Faz-se necessário lembrar a importância da manutenção preventiva por parte dos

proprietários dos imóveis, devido à degradação causada pelas intempéries que contribuem

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para a deterioração da edificação, portanto de nada adiantaria as construtoras seguirem todos

os procedimentos para uma boa execução do revestimento, se não forem efetuadas as devidas

manutenções.

Como proposta para solução dessas patologias, avocamos a possibilidade de que seja

imprescindível o seguimento correto das normas em todas as etapas construtivas, desde o

projeto até sua execução.

Já para um futuro próximo, sugiro a realização e monitoramento das fachadas não

aderidas, por entender que estas proporcionam mais qualidade, durabilidade e eficiência.

Referências ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 1408: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas. Rio de Janeiro, 2012.

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8214. Assentamento de azulejos. Rio de Janeiro, 1983.

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13818. Placas cerâmicas para revestimento especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1997.

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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13816. Placas cerâmicas para revestimento terminologia. Rio de Janeiro, 1997.

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13755. Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante procedimento. Rio de Janeiro, 1996. COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO. Sistemas à base de cimento, programa de melhoria da comunidade da construção. Revestimento de Fachadas. Fortaleza, 2004. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/> Acesso em: 22 out. 2015. Patologia em revestimento cerâmico de fachada. 2002. 110f. Dissertação (Especialização em Engenharia de Avaliações e Perícias) - FEA FUMEC – Faculdade de Engenharia e Arquitetura. Belo Horizonte, 2002. ROSCOE, M. T. Patologias em revestimento cerâmico de fachada. 2008. 76f. Dissertação de mestrado (Especialização em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2008. Revista Téchne. Editora Pini. nº116, pag. 44 – 50, 2006. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 20 ago. 2015. Revista Téchne. Editora Pini. n°159, pag. 62 - 65, 2010. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 3 de set. 2015. Revista Téchne. Editora Pini. n°171, pag. 30 - 35, 2011. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 20 ago. 2015. Revista Téchne. Editora Pini. n°174, pag. 54 - 57, 2011. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 8 de out. 2015. Revista Téchne. Editora Pini. n°184, pag. 34 - 38 e 58 - 62, 2012. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 16 de set. 2015. Revista Téchne. Editora Pini. n°185, pag. 24 - 37, 2011. Disponível em: http://revistatechne.com.br. Acesso em: 15 de out. 2015. Manual de assentamento de revestimento cerâmico. www.pamesa.com.br.