Paulo Freire

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FREIRE, Paulo. A Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 21ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 168 p. (Coleção Leitura). ISBN 85¬219¬-0243¬-3. Pela leitura realizada do livro “A Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire, percebemos claramente a linha de pensamento deste importante educador brasileiro, pois no livro são tratadas todas as principais idéias discutidas pelo autor em suas obras anteriores. Freire inicia seu livro explicitando os principais motivos que considera para analisar a prática pedagógica do professor em relação ao desenvolvimento da autonomia de ser e de saber do educando com que trabalha. Já em suas primeiras palavras fala da necessidade do professor em respeitar o conhecimento que seus educandos trazem para escola, por se tratar de sujeitos sócio-histórico-culturais, transformadores do seu meio. Paulo Freire defende que o professor deve valorizar esse conhecimento, e procurar desenvolvê-lo cada vez mais. Assim, o professor estará agindo eticamente na sua relação consigo mesmo e com o outro. A essa ética, Freire denomina de ética universal do ser humano e a julga como essencial para a prática docente e, ao mesmo tempo, indissociável da mesma. A seguir, o autor passa a tratar de três grandes temáticas co- relacionadas, as quais estruturam todo o livro, subdividindo-o em três capítulos. No primeiro capitulo, intitulado de “Não há docência sem discência”, Freire expõe “alguns saberes fundamentais à prática educativa progressista” (significa dizer uma educação voltada para o saber crítico e não passivo), que segundo ele, origina-se com o fato de o professor não ser apenas aquele que ensina, mas aquele que ensina e aprende também ao ensinar, ao professor estar aberto a apreender também com a realidade de seus educandos. Contudo, Freire destaca que para tanto é necessário que o professor tenha uma metodologia rigorosa, bem como uma consciência clara de seu papel em sala de aula. É então que o autor explica que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Logo, “quem forma se forma e re- forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”, bem como “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Dessa forma, ele deixa claro que o ensino não depende somente do professor, e a aprendizagem não pode ser vista como algo que é exclusivamente para o educando. Em outras palavras, Paulo Freire está dizendo que "não há docência sem discência, que as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os caracterizam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Neste primeiro capítulo, o autor

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FREIRE, Paulo. A Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 21ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 168 p. (Coleção Leitura). ISBN 85¬219¬-0243¬-3. 

Pela leitura realizada do livro “A Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire, percebemos claramente a linha de pensamento deste importante educador brasileiro, pois no livro são tratadas todas as principais idéias discutidas pelo autor em suas obras anteriores. Freire inicia seu livro explicitando os principais motivos que considera para analisar a prática pedagógica do professor em relação ao desenvolvimento da autonomia de ser e de saber do educando com que trabalha. Já em suas primeiras palavras fala da necessidade do professor em respeitar o conhecimento que seus educandos trazem para escola, por se tratar de sujeitos sócio-histórico-culturais, transformadores do seu meio. Paulo Freire defende que o professor deve valorizar esse conhecimento, e procurar desenvolvê-lo cada vez mais. Assim, o professor estará agindo eticamente na sua relação consigo mesmo e com o outro. A essa ética, Freire denomina de ética universal do ser humano e a julga como essencial para a prática docente e, ao mesmo tempo, indissociável da mesma. A seguir, o autor passa a tratar de três grandes temáticas co-relacionadas, as quais estruturam todo o livro, subdividindo-o em três capítulos. No primeiro capitulo, intitulado de “Não há docência sem discência”, Freire expõe “alguns saberes fundamentais à prática educativa progressista” (significa dizer uma educação voltada para o saber crítico e não passivo), que segundo ele, origina-se com o fato de o professor não ser apenas aquele que ensina, mas aquele que ensina e aprende também ao ensinar, ao professor estar aberto a apreender também com a realidade de seus educandos. Contudo, Freire destaca que para tanto é necessário que o professor tenha uma metodologia rigorosa, bem como uma consciência clara de seu papel em sala de aula. É então que o autor explica que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Logo, “quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”, bem como “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Dessa forma, ele deixa claro que o ensino não depende somente do professor, e a aprendizagem não pode ser vista como algo que é exclusivamente para o educando. Em outras palavras, Paulo Freire está dizendo que "não há docência sem discência, que as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os caracterizam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Neste primeiro capítulo, o autor trata sobre vários aspectos do ato de ensinar na prática docente, mostrando que o professor deve ter a consciência da natureza da ética da prática educativa e de que ela é especificamente humana, e, por isso mesmo, ensinar exige rigorosidade metódica, exige pesquisa, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, exige criticidade, exige estética e ética; ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo, exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; ensinar exige reflexão crítica sobre a prática educativa e exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Todos estes conceitos são denominados por Freire como “alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista” e são explicados por ele neste primeiro capítulo, de forma simples e ao mesmo tempo aprofundada. Segundo Freire o professor precisa entender que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Este é justamente o tema tratado no segundo capítulo do livro. Aqui, o autor expõe uma concepção do pensar certo, pois segundo ele, para o educador saber que ensinar é algo muito maior do que transferir conhecimento é “fundamentalmente pensar certo”. Coloca que isto não é algo simplório e fácil, mas lembra que “sem rigorosidade metódica não há pensar certo”. Ressalta ainda que é necessário ensinar também o educando a pensar certo. Assim como no primeiro capítulo, neste o autor trata sobre vários aspectos do ato de ensinar na prática docente, os quais ele considera como saberes fundamentais ao educador. É dentro destes tópicos que o autor defende a idéia que o professor não deve transferir o seu conhecimento como um dono das verdades absolutas e inquestionáveis, mas ajudar o educando a desenvolver seu pensamento e o conhecimento, o qual ele caracteriza como inacabado, uma vez que o educador é sempre também um aprendiz, pois faz parte da natureza do docente a indagação, a busca e a pesquisa. Esse pesquisar, buscar e compreender criticamente só ocorrerá se o professor souber pensar. Para Freire, saber pensar é duvidar de suas próprias certezas, questionar suas verdades. Se o docente faz isso, terá

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facilidade de desenvolver em seus alunos o mesmo espírito. Freire afirma também que “é na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente” devendo, portanto, “respeito à autonomia e à identidade do educando” exigindo-se desse modo “uma prática em tudo coerente com este saber”. É neste contexto que o autor apresenta uma concepção de aprender co-relacionado à “construir, reconstruir, constatar para mudar”, contudo, lembra que isto “não se faz sem uma abertura do espírito”. Diz ainda que o professor deve ter consciência que o ser humano é um ser condicionado, preso a uma história, uma cultura e a um tempo, por isso pode se dizer que o pensamento, vai sendo desenvolvido ao longo do tempo, e ter consciência que os educandos também estão presos às suas realidades, é necessário que eles reflitam sobre sua própria existência. O autor chama atenção para que haja um respeito pela autonomia do aluno, isto é um imperativo ético. O educador deve considerar que cada pessoa possui particularidades e pensamentos que não podem ser desconsiderados ou mesmo ridicularizados. E Paulo Freire conclui o segundo capítulo evocando para uma convicção de que a mudança é possível e retoma o item “curiosidade” como um fator instigante do saber (conhecimento) e do saber ser. No terceiro e último capítulo, Freire trata do tema “ensinar é uma especificidade humana”. E, assim nos dois capítulos anteriores discorre sobre alguns saberes que considera fundamentais à prática docente. Inicia afirmando que “ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade”. Segundo ele, “o professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe”. Pois, “a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor”. Então, Freire expõe conceitos claros sobre autoridade democrática, o que, para ele, muito difere de autoritarismo. Diz Freire: “No fundo, o essencial nas relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no aprendizado de sua autonomia”. Aliado à questão da segurança do professor em sua prática docente Freire fala sobre a necessidade do comprometimento do educador como absolutamente imprescindível à sua tarefa. A seguir, o autor coloca que ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. É então que Freire critica as forças dominantes que, muitas vezes, “se esvazia de humanismo quando da confrontação entre os interesses humanos e os do mercado”. Neste ponto o autor diz-se aberto ao pensamento de Marx de defesa dos interesses humanos. Aliás, como característica que lhe é peculiar – a defesa do ser contra qualquer forma de discriminação ou opressão, Freire propõe “a expulsão do opressor de dentro do oprimido, enquanto sombra invasora”. Depois, o autor explica que ensinar exige liberdade e autoridade – isto é, “fazer possível que a necessidade dos limites seja assumida eticamente pela liberdade”. Segundo ele é necessário resolver a tensão deste paradoxo: autoridade e liberdade. Freire relata ainda que um educador não deve falar para o educando, mas sim com o educando, e isso só é possível quando o educador sabe escutar. Ressalta que este escutar não deve ser passivo, mas participativo, dialógico, e coloca que isto pode ser refletido numa maneira crítica e justa de avaliação. Freire expressa que “o desrespeito à leitura de mundo do educando revela o gosto elitista, portanto antidemocrático, do educador que, desta forma, não escutando o educando, com ele [também] não fala”. A seguir, o autor expõe que outro saber também fundamental à prática educativa do professor é saber que ensinar exige reconhecer a educação como ideológica. Segundo Freire, o professor não deve ser ingênuo, mas precisa tomar consciência que a educação é formadora e transformadora, ela desvela o mundo, educação é uma ideologia. Lembra que ensinar exige disponibilidade para o diálogo – isto é, ter abertura às várias questões dos educandos e sempre estar disponível para responder às suas inquietações e suas curiosidades. Por fim, Paulo Freire expressa que ensinar exige querer bem aos educandos. Explica que querer bem “significa a disponibilidade à alegria de viver”. Significa a “abertura ao querer bem a maneira que tenho de autenticamente selar o compromisso com os educandos numa prática específica do ser humano”. E, finaliza: “como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse o rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual”. Trata-se, portanto, de uma obra indispensável a qualquer docente que queira abrir mais sua visão e seus horizontes na sua prática pedagógica. Pois neste livro Paulo Freire discute “o cotidiano do professor na sala

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de aula e fora dela”, evidenciando, como ele mesmo denomina, “alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista”. Faz isto utilizando-se de uma linguagem acessível, clara e direta no que tange aos termos da temática desenvolvida. Um dos temas centrais da sua obra é o sentido sublime do ato de ensinar, mostrando que este ato é grandioso e, por isso mesmo, o educador deve compreendê-lo, amá-lo e vivê-lo. Enfim, a Pedagogia da Autonomia é um presente do grande educador Paulo Freire a todos os professores em todos os níveis da educação. 

Cirley Bandeira de Abreu Acadêmico do Curso de Pedagogia [PARFOR] – Universidade Federal do Tocantins (UFT).

QUESTÕES SOBRE A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

1.       (FUNDEP – PEDAGOGO Contagem/2006) São princípios da educação libertadora (Paulo Freire) EXCETO:

a)      Acreditar na igualdade fundamental entre os seres humanos, independentemente de quaisquer diferenças.

b)      Buscar a transformação social, constituindo-se como meio de contribuir para a justiça social e para a participação.

c)       Conceber a participação como um processo que favoreça cada vez mais a centralização das decisões tendo em vista a unidade institucional.

d)      Organizar-se como um processo em que as pessoas sejam sujeitos de sua própria formação.

2.       (FUMARC - PROFESSOR GOV.VALADARES/2009) “Não há docência sem discência”. Em seu texto, Freire (2000) discute a importância de uma reflexão envolvendo a formação docente e a prática educativo-crítica em favor da autonomia dos educandos.

Avalie as afirmativas abaixo:

        I.            A temática abordada incorpora a análise de saberes fundamentais, apresentando elementos constitutivos para a compreensão da prática docente enquanto dimensão social da formação humana.

      II.            A tarefa do educador não se resume apenas em ensinar os conteúdos, mas ensinar a pensar certo, exigindo rigorosidade metódica. Ensinar, aprender e pesquisar envolvem dois momentos do ciclo gnosiológico.

    III.            O ato de ensinar exige a corporeificação das palavras através do exemplo. Uma vez que, não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de desdizê-lo.

    IV.            Na formação permanente dos professores, ensinar exige reflexão crítica a respeito da prática, é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

Verifica-se que estão CORRETAS as afirmativas:

a)      Apenas I, II e III

b)      Apenas I, III e IV

c)       Apenas I, II e IV

d)      I, II, III, IV

3.       (FUMARC - PROFESSOR GOV.VALADARES/2009) Leia atentamente o trecho extraído do livro “Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa”:

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O ato de cozinhar, por exemplo, supõe alguns saberes concernentes ao uso do fogão, como acendê-lo, como equilibrar para mais, para menos, a chama, como lidar com certos riscos mesmo remotos de incêndio, como harmonizar os diferentes temperos numa síntese gostosa e atraente. A prática de cozinhar vai preparando o novato, ratificando alguns daqueles saberes, retificando outros, e vai possibilitando que ele vire cozinheiro. A prática de velejar coloca a necessidade de saberes fundantes, como o do domínio do barco, das partes que o compõem e da função de cada uma delas, como o conhecimento dos ventos, de sua força, de sua direção, os ventos e as velas, a posição das velas, o papel do motor e da combinação entre motor e velas. Na prática de velejar se confirmam, se modificam ou se ampliam esses saberes.

FREIRE, 2000, P. 23 e 24

O texto acima permite analisar que:

a)      Ensinar é um processo que pode tornar o aprendiz mais e mais criador. Quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender, mais se constrói e se desenvolve o que pode ser chamado de “curiosidade epistemológica.

b)      Existe uma relação entre o ato de ensinar e a prática de cozinhar, mostrando que o professor precisa diversificar sua prática, promovendo atividades fora do ambiente escolar.

c)       Na prática pedagógica, é importante estabelecer atividades que relacionem com o cotidiano dos alunos, utilizando receitas familiares e atraentes.

d)      Com o objetivo de criar “espaços inovadores”, cabe aos professores utilizarem com frequência todo o espaço escolar.

4.       Segundo Paulo Freire ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade. Assim o clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente deve contribuir para:

A) reforçar o autoritarismo na escola pública.

B) reforçar o medo que os pais tem dos professores e os conduz a afastar-se da escola.

C) os alunos reagirem negativamente ao exercício do comando.

D) fortalecer o caráter formador do espaço pedagógico.

E) estabelecer na escola o mandonismo que tolhe a criatividade do educando.

5.       A escola X vem trabalhando na construção coletiva do PPP escolar que tem como base a Pedagogia da Autonomia. Um dos pontos elencados e operacionalizados pelo grupo foi a formação continuada dos docentes, partindo do entendimento de ser essa a forma de favorecer:

A) uma prática pedagógica neutra que reflete positivamente no meio social.

B) o desenvolvimento de experiências que só servem para cada profissional do ensino.

C) o desenvolvimento de atividades pragmáticas que centram o ensino em atividades descontextualizadas.

D) visões distorcidas do mundo do trabalho.

E) novas formas de ordenação da experiência humana, com múltiplos reflexos positivos na cognição dos estudantes.

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6.       Os pedagogos e demais profissionais e pessoas que circulam na escola pública devem considerar, segundo Paulo Freire, a importância das relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdade, entre pais, mães, filhos e filhas o que contribui para a:

A) reinvenção do ser humano no aprendizado de sua autonomia.

B) elaboração do calendário escolar que marca as lições de vida e deve inibir as liberdades dos alunos na avaliação da escola.

C) elaboração de um regimento escolar apenas por quem entende de legislação de ensino.

D) elaboração das diretrizes escolares por pessoas que detém o saber pedagógico e encontram-se fora de sala de aula.

E) produção de documentos e registros escolares exclusivamente pelos pedagogos.

7.       De acordo com a Pedagogia defendida por Paulo Freire, a autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É nesse sentido que os pedagogos devem estimular reflexões centradas em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, o que pressupõe:

A) experiências respeitosas da liberdade.

B) o receio às críticas mesmo construtivas.

C) a espera para saber onde as pessoas podem ir e em seguida mostrar o caminho certo.

D) a licenciosidade que hipertrofia a decisão coletiva.

E) o espontaneísmo.

8.       A pedagoga Cláudia respalda a sua prática na Pedagogia da Autonomia coordena o planejamento escolar lembrando a necessidade de elevar os índices de aprendizagem do/as alunos/as e a importância das ferramentas básicas para que eles/elas circulem na sociedade letrada. Reconhece a importância dos saberes e dos conhecimentos de experiência que chegam à escola. Nesse sentido o saber ingênuo deve ser:

A) preservado.

B) considerado como produto final do ensino e aprendizagem escolar.

C) superado pelo saber produzido através do exercício da curiosidade epistemológica.

D) considerado como ponto de partida e de chegada na aprendizagem assistemática escolar.

E) motivo de exclusão no processo de ensinar e aprender.

9.       O pedagogo Joaquim dá testemunho de respeito ao seu aluno pelo exercício cotidiano de responsabilidade, pontualidade, assiduidade e cumprimento dos seus deveres como educador. Segundo Paulo Freire as características dessa prática pedagógica docente especificamente humana é:

A) incoerente pela realidade educacional e antiética.

B) profundamente formadora, por isso, ética.

C) esteticamente assistemática.

D) espontânea e assistencialista.

E) assistemática e escapa ao juízo que dele fazem os alunos.

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10.   Segundo Paulo Freire os homens e mulheres são os únicos seres que socialmente são capazes de aprender.

Assim toda prática educativa demanda processos interativos que favorecem:

A) a constatação que para mudar, é necessário práticas assistemáticas.

B) o espírito negativo e o fechamento ao risco.

C) a construção, reconstrução, a constatação que para mudar é necessário abertura ao risco.

D) o nível de adestramento dos outros animais ou do cultivo das plantas.

E) a construção dos saberes do senso comum e a constatação que para mudar é necessário apenas do mérito individual.

Leia o texto abaixo para responder às questões 11, 12 e 13

A questão da formação docente, ao lado da reflexão sobre a prática educativo-progressista em favor da autonomia do ser dos educadores, é a temática central em torno da qual gira este texto. É também temática a que se incorpora a análise de saberes fundamentais àquela prática e aos quais espero que o leitor crítico acrescente alguns que me tenham escapado ou cuja importância não tenha percebido.

Paulo Freire. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 13 (com adaptações).

11.   De acordo com o pensamento predominante no texto, o ato de ensinar exige

I rigorosidade metódica, pesquisa e criticidade.

II respeito aos saberes dos educandos, estética e ética.

III corporeificação das palavras pelo exemplo.

IV risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.

A quantidade de itens certos é igual a

A 1.

B 2.

C 3.

D 4.

12.   Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua própria construção, o que exige que o professor pense certo. Com relação aos pressupostos filosóficos subjacentes a essa afirmativa e ao texto, assinale a opção correta.

A) Pensar certo é uma postura exigente, difícil e penosa que o professor tem de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos.

B) Pensar certo é ter a certeza de que todas as ações humanas estão predeterminadas pelo destino, que a interferência do indivíduo pouco mudará a realidade.

C) Pensar certo é agir com espontaneidade, a ponto de todas as ações serem pautadas pelo espontaneísmo.

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D) Pensar certo é fácil, pouco exigente e complementa a atitude autoritária do professor, que cada vez menos necessita da rigorosidade metódica.

13.   A partir do saber fundamental “mudar é difícil, mas é possível” é que se deve programar a ação político-pedagógica. Com base nesse pressuposto e considerando, ainda, o texto de Paulo Freire, assinale a opção correta.

A) O educador deve assumir uma postura neutra diante do real, pois a função da educação é estudar e constatar a realidade, para compreendê-la e admirá-la como obra da construção humana.

B) O educador deve tomar consciência de que não é apenas objeto da história, mas também sujeito. No mundo da história, da cultura e da política, deve constatar a realidade não para se acomodar, mas para mudar.

C) Para que se possa transformar o mundo por meio da educação é preciso pregar a rebelião e instigar a revolta nas camadas populares, pelo fato de estas serem profundamente injustiçadas.

D) O educador deve respeitar o saber dos grupos com que trabalha. Porém, não pode permitir que estes predominem, por ter consciência de que aquilo que pensa, em face de sua formação, é melhor para o grupo.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

C D A D E A A C B C D A B