Paulo Freire
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PAULO FREIRE
Para constituir seu pensamento sobre a “Pedagogia da esperança”, foi necessário Paulo Freire discutir a esperança com a qual escreveu a “Pedagogia do oprimido” para suprimir certezas sectárias e assumir uma postura de coerência acerca do que diz e faz.
Rememorando, passo a passo, a “Pedagogia do oprimido”, analisando as críticas e sua própria linguagem, Paulo Freira, 24 anos depois, mostra, com humildade, a sua coerência progressista, repensando e redizendo sua obra.
Isso o próprio Paulo Freire afirma:
Minha preocupação, neste trabalho esperançoso, como tenho demonstrado até agora, vem sendo mostrar, exercitando, desafiando a memória, como se estivesse escavando o tempo, o processo mesmo como minha reflexão, meu pensamento pedagógico, sua elaboração, de que o livro é um momento, vem se constituindo. Como vem se constituindo meu pensamento pedagógico, inclusive na Pedagogia da esperança, em que discuto a esperança com que escrevi a Pedagogia do oprimido. [...] E a Pedagogia do oprimido é um momento importante na minha vida de que ela, Pedagogia, expressa um certo instante, exigindo, ao mesmo tempo, de mim, a coerência necessária com o nela dito.1
É o próprio Paulo Freire que sintetiza seu pensamento da “Pedagogia da esperança” ao afirmar que:
[...] ensinar implica, pois, que os educandos, em certo sentido, “penetrando” o discurso do professor, se apropriem da significação profunda do conteúdo sendo ensinado. O ato de ensinar, vivido pelo professor ou professora, vai desdobrando-se, da parte dos educandos, no ato de estes conhecerem o ensinado. [...] ensinar é um ato criador, um ato crítico e não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e dos alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender.”2
1 FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Um reencontro com a Pedagogia do oprimido[1992]. 11. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 65.2 FREIRE, 2003, p. 81.