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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2016 Paulo Roberto Moschetta Adesão ao Tratamento por Usuários Não Alfabetizados Florianópolis, Março de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICACURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2016

Paulo Roberto Moschetta

Adesão ao Tratamento por Usuários Não Alfabetizados

Florianópolis, Março de 2018

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Paulo Roberto Moschetta

Adesão ao Tratamento por Usuários Não Alfabetizados

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alização Multiprofissional na Atenção Básicada Universidade Federal de Santa Catarina,como requisito para obtenção do título de Es-pecialista na Atenção Básica.

Orientador: Fabíola Polo de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Dra. Fátima Büchele

Florianópolis, Março de 2018

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Paulo Roberto Moschetta

Adesão ao Tratamento por Usuários Não Alfabetizados

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenção do título de “Especialista na aten-ção básica”, e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Saúde Pública da Uni-versidade Federal de Santa Catarina.

Profa. Dra. Fátima BücheleCoordenadora do Curso

Fabíola Polo de LimaOrientador do trabalho

Florianópolis, Março de 2018

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ResumoIntrodução: a Unidade de Saúde Dr. Nilo de Freitas (Indaial/SC) conta com duas

equipes de saúde da família, mas sua estrutura apresenta apenas: 02 médicos, 01 den-tista, 02 enfermeiras, 04 técnicos de enfermagem, 01 técnica de odontologia e 04 agentescomunitários de saúde para uma população cadastrada de 4.453 pacientes. Em sua mai-oria, a população de idosos reside sozinhos ou com seu companheiro, também da terceiraidade e, praticamente 60% não são alfabetizados, o que dificulta a adesão ao tratamentoe a efetividade no controle de tais comorbidades. A atenção básica precisa dar conta dasnecessidades de saúde da população, incentivando a autonomia através de ações relacio-nadas aos determinantes de saúde da comunidade. Objetivo: atendimento qualificadoao paciente não alfabetizado. Metodologia: utilização da sala de espera para açõesde prevenção e promoção a saúde de maneira simples e acessível aos usuários analfabe-tos ou pouco alfabetizados. Concomitantemente, será utilizado vídeos educativos comoforma lúdica de educação em saúde e, para auxiliar na adesão ao tratamento dos pacien-tes pouco alfabetizados, será implementado um receituário lúdico e de fácil compreensão.Resultados alcançados: espera-se ao final da implementação total desse projeto, ob-

servar maior e melhor adesão ao tratamento, maior conhecimento da saúde dos usuáriose controle de sinais e sintomas de agravos, promovendo maior qualidade de vida dospacientes.

Palavras-chave: Adesão à Medicação, Assistência Integral à Saúde, Atenção Primária àSaúde

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Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

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1 Introdução

A história de nossa comunidade inicia-se no ano de 1982 colonizadores italianos ealemães decidiram formar uma colônia habitacional às margens do Rio Morto, um afluenteque desemboca no caudaloso Rio Itajaí-Açú, Bairro Populoso da cidade de Indaial, SC.Nossa Unidade Saúde da Família (USF) teve sua inauguração da reforma e ampliaçãoda Unidade de Saúde Dr. Nilo de Freitas no dia 17 de setembro de 2005. Atualmente,contamos com duas equipes de saúde da família na teoria, porém desfalcada em suaestrutura pessoal: 02 médicos, 01 dentista, 02 enfermeiras, 04 técnicos de enfermagem, 01técnica de odontologia e 04 agentes comunitários de saúde.

Nossa comunidade tem uma população carente e de escassos recursos, em que os me-lhoresm empregados trabalham na Indústria Têxtil, uma grande parte vive da agriculturafamiliar e outra parcela importante vivem da reciclagem. A renda familiar dificilmentesobrepõe 4 salarios mínimos. Não há conselho local de saúde, no entanto, realizamos 4reuniões para debater o tema e incentivar a comunidade, porém apenas duas pessoas sedisponibilizaram em participar. Uma das justificativas para a falta de participação é o re-lato de conselho de saúde não teria força de luta com a Prefeitura Municipal, pois existemoutros conselhos que não conseguem atuar em favor da comunidade.

Atuamos dentro de uma população devidamente cadastrada em sistema de 4.453 pa-cientes. Desta população, 2.422 pacientes são do sexo masculino e 2.031 pacientes do sexofeminino. Tal população foi dividida nas seguintes faixas etárias:

- Crianças e jovens menores de 20 anos: 1.302 pacientes;- Adultos entre 20 e 59 anos: 2.604 pacientes;- Idosos com mais de 60 anos: 547 pacientes;Verificamos uma prevalência de casos de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) de

0,258; ou seja 25 casos para cada 100 atendimentos realizados, e também observada umaprevalência nos casos de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DMT2) de 0,153; praticamente 15casos para cada 100 atendimentos. Grande parte dos idosos vivem sozinhos em suas casasou com seu companheiro também da terceira idade, e praticamente 60% não são alfabe-tizados, o que dificulda muito a adesão ao tratamento e a efetividade no controle de taiscomorbidades.

A maioria procura o serviço de saúde para queixas banais como: atestado médico(grande maioria) principalmente no início da semana, ”exigindo seus direitos”, sendo quea maioria das empresas da Indústria Têxtil tem profissionais médicos, mas são pouco pro-curados por eles na intenção de conseguir um atestado na ESF. Dentre as queixas maiscomuns estão: cefaleia, lombalgias, dorsalgias, ciatalgias, dores abdominais difusas, doresarticulares, febre inespecífica, vômitos, diarréia, disúria, polaciúria, ansiedade e depres-são. As principais doenças são: HAS, DMT2, infecção do trato urinário (ITU), síndromes

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10 Capítulo 1. Introdução

metabólicas, DST’s, neuropatias, transtornos mentais e psíquicos, hipotireoidismo, onco-lógicas, entre outras. A atenção básica precisa dar conta das necessidades de saúde dapopulação, incentivando a autonomia através de ações relacionadas aos determinantesde saúde da comunidade. Para eficiência das ações, é importante o trabalho em equipe,somando saberes e responsabilidades no cuidado efetivo (FIGUEIREDO, 2010). Pensarno cuidado pautado na autonomia e contrução de ajuda mútua são aspectos essenciaispara a relação médico-paciente, priorizando a humanização do cuidado e a compreensãodas condições de vida (LIMA et al., 2014). Diante dos dados apresentados, uma questãoimportante a ser trabalhada é a dificuldade de adesão ao tratamento por usuários nãoalfabetizados. O tema escolhido é relavante diante da dificuldade que muitos pacientesnão alfabetizados têm para interpretar e organizar seu plano terapêutico ambulatorial,principalmente pacientes que vivem sozinhos ou que contam com a presença de seu com-panheiro, também não alfabetizado.

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2 Objetivos

2.1 Objetivo GeralAtendimento qualificado ao paciente não alfabetizado

2.2 Objetivos EspecíficosMelhorar a comunicação médico-paciente;Envolvimento profissional e didático da ESF;Valorizar a importância da visita domiciliar no acompanhamento destes pacientes.

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3 Revisão da Literatura

Quando se fala em saúde, é imprescindível que o usuário (paciente) compreenda perfei-tamente as recomendações necessárias para o seu tratamento ser eficaz. Como foi referidona introdução, a população atendida na Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Nilode Freitas é de 60% de idosos não alfabetizados. Alfabetização é o processo pelo qual oindivíduo aprende a ler e a escrever (HOLANDA, 2010). Letramento funcional significa odesenvolvimento das habilidades de compreender e interpretar os significados por meio decódigos escritos. Uma pessoa pode saber ler e escrever, porém não possuir habilidades deleitura e escrita suficientes para tornar possível seu desenvolvimento pessoal e profissional(IBOPE, 2005) . Colbert, Sereika e Erlen (2012)) relatam que os pacientes com baixa es-colaridade e com reduzido letramento funcional são mais vulneráveis ao acesso a serviçosde saúde e correm maior risco de resultados de saúde ruins. Mesmo quando eles acessamserviços de saúde e têm discussões com enfermeiros sobre seus medicamentos, a pessoacom letramento funcional inadequado não sabe o que perguntar ou pode não compreendercompletamente o que os profissionais estão explicando a eles. Uma das consequências danão compreensão do que é passado pelos profissionais de saúde é a polifarmácia. Segundoos achados do estudo de Flores e Mengue (2005), os entrevistados não consideravam medi-camentos para emagrecer, analgésicos, antigripais, antiácidos, antitérmicos e outros semprescrição médica fossem remédios. Podem haver interações medicamentosas e causar re-ações adversos a esses pacientes onde esse item leva a mais um fator de não adesão aotratamento. Dentre as características sociodemográficas analisadas no estudo de Florese Mengue (2005) as mulheres, os que viviam sozinhos, os mais idosos e ter no mínimouma consulta médica no último ano são fatores que devem ser sempre considerados porestarem fortemente associados com um maior uso de medicamentos. Com relação aos ido-sos, uma pesquisa realizada com 117 idosos com idade entre 60 e 89 anos apresentaramuma porcentagem elevada de doenças crônicas não transmissíveis (82,1%) e de uso demedicamentos (78,6%) sendo que a maioria desses idosos (56,4%) com doenças crônicaspossuíam hipertensão arterial sistêmica (HAS). Ainda, 97,4% desses idosos foram classi-ficados como obesos abdominais, com risco muito alto para desenvolvimento de doençascardiovasculares (LEITE-CAVALCANTI et al., 2009). Os pesquisadores discutem sobre odirecionamento do conhecimento para boas práticas de saúde. Isso indica que os hábitosde vida dos idosos estão deixando a desejar no quesito bons hábitos e é extremamenteessencial que a promoção e prevenção de saúde deve ser adequada ao letramento funcio-nal desses pacientes. A prevenção e o controle das doenças crônicas podem melhorar asatividades e, consequentemente, promover o bem-estar desta população (ALVES; AL etal., 2007). Conforme observado no prática diária, a maioria dos idosos da população aten-dida na USF Nilo são analfabetos. Taylor, Byrd e Krueger (2003) em estudo realizado no

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14 Capítulo 3. Revisão da Literatura

estado do Alabama/Estado Unidos, com pacientes adultos, observou que a dificuldade deler a prescrição é um achado que atrapalha a adesão do tratamento. Martins et al. (2007)concluíram que o grau de instrução das cuidadoras interferiu diretamente na adesão ounão no processo de educação em saúde. A reflexão dos autores reflete a necessidade deque os profissionais de saúde repensem o tipo de abordagem utilizada nas orientações enas estratégias adotadas para que ocorra uma maior interação entre enfermeiro/cuidadordomiciliar. Vasconcelos et al. (2005) verificaram que referente ao conhecimento das medi-cações, 100% dos idosos descrevem o formato e sabem a cor dos comprimidos que tomamdiariamente, mas 44,2% não sabem referir o nome da medicação da qual fazem uso. Issopode levar ao uso da medicação errada ou aumento da dose até mesmo pela dificuldadede ler o receituário. Como estratégias utilizadas, uma equipe de enfermagem de uma es-tratégia de saúde da família no interior de São Paulo, incluiu a comunicação assertivaverbal e não verbal onde empregaram entonação adequada da linguagem, estabelecendoum diálogo acolhedor, falando de forma clara, pausada, olhando de frente para cadaidoso e fazendo uso claro de expressões faciais. Ainda utilizaram o recurso telefônico,realizando ligações para os idosos a fim de acompanhar seu tratamento, uso de cartãode agendamento para o idoso não esquecer os dias e horários das reuniões e consultas,e tais estratégias demonstraram bons resultados na população pesquisada (ALMEIDA;CIOSAK, 2013). (ALMEIDA; CIOSAK, 2013) Mediante a revisão exposta, nota-se a im-portância de desenvolver métodos contextualizados de aprendizagem que possa suprir asnecessidades destes pacientes e cuidadores a fim de aumentar a adesão ao tratamento,assumir a responsabilidade do tratamento e diminuir riscos que a falta do conhecimentoe da alfabetização possa gerar na qualidade de vida do idoso.

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4 Metodologia

PopulaçãoEste plano de intervenção é destinado para os usuários da UBS Dr. Nilo de Freitas que

apresentam dificuldades na compreensão das orientações e usuários não alfabetizados.Ações

a) Sala de esperaRealizar reuniões com os usuários que estão aguardando o atendimento na UBS.As reuniões serão realizadas pela equipe, com o tempo máximo 30 min, sobre te-

mas diferenciados distribuídos durante a semana com os usuários que estão aguardandoatendimento no período da manhã e da tarde.

Serão realizadas por meio de figuras e dinâmicas onde o objetivo é orientar os usuáriosa identificar os sinais de risco para cada doença e como prevenir que se cronifique asdoenças ou que os eventos ocorram. Os profissionais que estarão a frente das reuniõesserão os enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, além domédico e cirurgião dentista. As reuniões acontecerão na própria sala de espera. A cadamês, a equipe realizará um reunião para definir os temas do mês seguinte de acordo comas necessidades percebidas durante as reuniões.

Cronograma de palestras - outubro/2017b) Uso de vídeo educativos nas televisões da sala de espera Fazer uso de vídeos lúdicos

e de fácil compreensão para realizar promoção de saúde aos usuários atendidos pela UBS.Utilizar vídeos interativos que auxilia na visualização para melhor compreensão do pro-

cesso da doença e de mostrar ao usuário de uma forma lúdica como cuidar de sua doença ecomo prevenir outras. Os vídeos podem ser utilizados usando o site: http://homemvirtual.org.br/portal/

Toda a equipe deve utilizar os vídeos com os usuários pouco ou nada alfabetizadosquando for realizar ações de promoção e prevenção além de orientações quanto a doençajá instalada e seus cuidados;

O local a utilizar os vídeos varia de acordo com a necessidade das ações.

Tabela 1 –

Se-gunda

Terça Quarta Quinta Sexta

Ma-nhã

Hiper-tensão

Violênciadoméstica

Diabetes Acidente VascularEncefálico

AcidentesDomésticos

Tarde Diabe-tes

Hipertensão Acidente VascularEncefálico

AcidentesDomésticos

ViolênciaDoméstica

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16 Capítulo 4. Metodologia

Figura 1 – Receituário adaptado para pacientes pouco alfabetizados

O cronograma para efetivar a ação dependerá da disposição do gestor da UBS paraaquisição de aparelhos eletrônicos para exibição dos vídeos;

c) Criar e utilizar com pacientes pouco ou nada alfabetizados um receituário lúdicoque utiliza cores e figuras para identificar os remédios e horários a serem utilizados pelousuário.

Adaptar um receituário lúdico com cores e figuras para facilitar a compreensão dosusuários de qual medicamento e qual o horário do uso dos mesmos. Os medicamentosdo paciente recebem um selo colorido para a correta identificação de cada medicação. Omédico e o farmacêutico são os responsáveis por esta ação.

Esta ação está em fase de teste. ORÇAMENTO

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Tabela 2 – Tabela de custos

1ª Ação Valorestimado

2°Ação

Valorestimado

3ª Ação Valorestimado

Panfletos efolders

R$ 200,00bimestral

3 Ta-blets

R$1.500,00

Impressoracolorida

R$ 400,00

1 Te-levisão

R$1.500,00

Papelsulfite

R$ 300,00mensal

Cartuchos R$ 200,00mensal

Total R$ 200,00 R$3.000,00

R$ 900,00

Tabela 3 – Valores totais por período

Total dos valores aplicados uma única vez: R$ 3.400,00

Total dos valores aplicados bimenstral: R$ 200,00 Total dos valores aplicados mensalmente: R$ 500,00

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5 Resultados Esperados

Nas Unidades Básicas de Saúde é possível ver diariamente pessoas que não possuemalfabetização ou que sua escolaridade é muito baixa, o que gera dificuldades no repasse deinformações aos pacientes e a população. Na UBS Dr. Nilo de Freitas esse fator é diárioe preocupante. Como já visto na revisão de literatura deste trabalho, a dificuldade nacompreensão repassada aos pacientes e a não alfabetização dificulta o correto tratamentoe sua aderência. Pensando nisso é que este plano de intervenção está sendo traçado. Ação1: Sala de espera Enquanto os usuários aguardam o atendimento médico, odontológicoe o de enfermagem, um tempo ocioso pode ser preenchido por ações de promoção desaúde. O processo de educação pode influenciar os usuários a desenvolver seus potenciaisde autocuidado onde a doença ou situações agudas podem ser previníveis. Mediante essasações, a equipe de trabalho pode identificar problemas de saúde, desmitificar tabus e com-preender a cultura e crenças da comunidade resultando assim, na percepção do usuáriosna sua totalidade (RODRIGUES et al., 2009). Nesse intuito, espera-se alcançar a melhorcompreensão da totalidade dos indivíduos atendidos pela UBS e um aumento do nível decompreensão dos usuários acerca do seu tratamento mediante conhecimento das patolo-gias mais usuais da população. Espera-se ainda, observar maior aderência ao tratamentopor parte dos pacientes, modificando hábitos que prejudiquem sua saúde física e mental,tornando os usuários autônomos de sua própria saúde. Silva et al. (2014) concluiu que asatividades realizadas na sala de espera permite espaço para reflexão e conscientização dosparticipantes e os tornam multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. Ação 2: Usode vídeos nas televisões da sala de espera Os vídeos constituem uma forma lúdicade explicitação do tema. Compreender o funcionamento de determinada função e comoa patologia afeta a vida da pessoa, realiza um movimento de persuasão da modificaçãodos hábitos uma vez que o indivíduo compreende como seu corpo reage a determinadoassuntos. Os vídeos são autoexplicativos e não necessitam, em sua grande maioria, que opaciente/usuário seja alfabetizado ou exija um nível de habilidades de compreensão maiselevado. Objetiva-se alcançar que os usuários sejam capazes de compreender o processofisiológico do seu próprio corpo, como a doença o afeta e como os hábitos de vida sãoimportantes para o controle e a prevenção de novos agravos. Ação 3: Criar e utilizarcom pacientes pouco ou nada alfabetizados um receituário lúdico que utilizacores e figuras para identificar os remédios e horários a serem utilizados pelousuário. Adaptar os materiais de orientação e tratamento para se adequarem aos usuáriosé de grande benefício, pois a a compreensão torna-se com eficácia elevada . O tratamentocustomizado reflete a preocupação do profissional com o paciente o que denota ao pacienteum esforço maior ao acatar as orientações para retribuir o esforço atribuído ao trabalhodo profissional. Adaptar o receituário ao paciente traz grandes benefícios na adesão e pros-

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20 Capítulo 5. Resultados Esperados

seguimento do tratamento. Atualmente, essa ação está em fase de teste. Foram realizadosa adaptação de receituários para cinco pacientes. Na avaliação mensal com enfermeiro,médico e agente comunitário de saúde notou-se uma melhor adesão ao tratamento quandocomparada ao receituário comum e um melhor controle dos sintomas referidos pelos paci-entes. Os pacientes referem, ainda, conseguirem entender a prescrição e adequar o horáriocorretos e quantidade dos medicamentos. Referem também maior funcionalidade no seudia a dia devido sentirem menos dores e desconforto. (RODRIGUES et al., 2009)Silva etal. (2014)

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Referências

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ALVES, L. C.; AL et et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dosidosos do município de são paulo, brasil. Cad. Saúde Pública, v. 23, n. 8, p. 1924–1930,2007. Citado na página 13.

COLBERT, A. M.; SEREIKA, S. M.; ERLEN, J. A. Functional health literacy,medication-taking self-efficacy and adherence to antiretroviral therapy. Journal ofAdvanced Nursing, v. 69, n. 2, p. 295–304, 2012. Citado na página 13.

FIGUEIREDO, E. N. de. A Estratégia Saúde da Família na Atenção Básica do SUS. SãoPaulo: UNIFESP, 2010. Citado na página 10.

FLORES, L. M.; MENGUE, S. S. Uso de medicamentos por idosos em uma região dosul do brasil. Rev Saúde Pública, v. 39, n. 6, p. 924–929, 2005. Citado na página 13.

HOLANDA, A. B. de. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Positivo,2010. Citado na página 13.

IBOPE, I. P. M. 5° Indicador de Alfabetismo Funcional: diagnóstico para inclusão socialpela educação (avaliação de leitura e escrita). São Paulo: IPM/ IBOPE, 2005. Citadona página 13.

LEITE-CAVALCANTI, C. et al. Prevalência de doenças crônicas e estado nutricionalem um grupo de idosos brasileiros. Revista Salud Publica, v. 11, n. 6, p. 865–877, 2009.Citado na página 13.

LIMA, C. de A. et al. Relação profissional-usuário de saúde da família: perspectiva dabioética contratualista. Revista bioética. (Impr.), v. 22, n. 1, p. 152–160, 2014. Citadona página 10.

MARTINS, J. de J. et al. Necessidades de educação em saúde dos cuidadores de pessoasidosas no domicílio. Texto contexto enfermagem, v. 16, n. 2, p. 254–262, 2007. Citadona página 14.

RODRIGUES, A. D. et al. Sala de espera: um ambiente para efetivar a educação emsaúde. Vivências, v. 5, n. 7, p. 101–106, 2009. Citado 2 vezes nas páginas 19 e 20.

SILVA, A. D. da et al. Promovendo saúde através de ações lúdicas e educativas: sala deespera em um centro de apoio psicossocial. 2014. Anais do III Congresso de Educação emSaúde da Amazônia (COESA). Disponível em: <http://www.coesa.ufpa.br/arquivos/2014/expandidos/relatoexperiencia/REL388.pdf>. Acesso em: 21 Ago. 2017. Citado 2vezes nas páginas 19 e 20.

TAYLOR, C. T.; BYRD, D. C.; KRUEGER, K. Improving primary care in rural alabamawith a pharmacy initiative. Am I Health-Syst Pharm, v. 60, n. 11, p. 1123–1129, 2003.Citado na página 13.

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22 Referências

VASCONCELOS, F. de F. et al. Utilização medicamentosa por idosos de uma unidadebásica de saúde da família de fortaleza – ce. Acta Paulista de Enfermagem, v. 18, p.178–183, 2005. Citado na página 14.