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BRASÍLIA 18 DE OUTUBRO DE 2011 Ano 9 · Edição 102 · R$ 5,30 EDITORA Plano BR MESA REDONDA Alberto Fraga CIDADANIA Inclusão social por meio da dança PONTO DE VISTA Chico Vigilante www.planobrasilia.com.br 02 1 Indignação As manifestações populares tornaram-se ponto de partida para o complexo embate contra a corrupção

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Edição 102 da Plano Brasília

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BRASÍLIA18 de OutuBRO de 2011

A n o 9 · e d i ç ã o 1 0 2 · R $ 5 , 3 0

E D I T O R A

PlanoBR

MESA REDONDAAlberto Fraga

ciDADANiAInclusão social por meio da dança

PONtO DE ViStAChico Vigilante

w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

0 21

IndignaçãoAs manifestações populares

tornaram-se ponto de partida para o complexo embate contra a corrupção

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6 PLANO BRASÍLIA

Sumário

10 Cartas

11 Mesa Redonda

16 Brasília e Coisa & Tal

18 Panorama político

20 Política Brasília

22 Dinheiro

24 Capa

28 Cidadania

30 Gente

34 Mercado de Trabalho

36 Educação

38 Tecnologia

40 Cotidiano

42 Planos e Negócios

44 Automóvel

46 Mercado Imobiliário

48 Esporte

50 Personagem

52 Saúde

54 Moda

56 Comportamento

58 Cultura

62 Gastronomia

64 Cultura

65 Música

66 Artigo

70 Vinho

72 Tá Lendo o Quê?

74 Frases

75 Justiça

76 Diz aí, Mané

78 Cresça e Apareça

80 Ponto de Vista

82 Charge

11

44 58

4828

36

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8 PLANO BRASÍLIA

Expediente Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex [email protected]

PlanoBRASÍLIA

CHEFIA DE REDAÇÃO Elisa de Alencar

DESIGN GRÁFICO Eward Bonasser Jr, Líbio Matni e Raphaela Christina

ESTAGIÁRIA DE CRIAÇÃO: Paula Alvim

FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim

EQUIPE DE REPORTAGEM Michel Aleixo, Alexandra Dias e Yuri Achcar

ESTAGIÁRIAS: Fernanda Azevedo e Railde Nascimento

COLABORADORES: Adriana Marques, Antônio Matoso, Arlete Sampaio, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Deborah Delbart, Rodrigo Falcão, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Romário Schettino, Tarcísio Holanda e Vetuval Martins

Vasconcelos

IMPRESSÃO RR Donnelley

TIRAGEM 60.000 exemplares

REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

CAPA Fotos - Rodrigo Montezuma

AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da

editora www.planobrasilia.com.br

PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA.SCLN 413 Bl. D Sl. 201

CEP: 70876-540, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011

Redação: 61 3202.1357Administração: 61 [email protected]

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Caro leitor,

Você acaba de receber uma nova edição da Revista Plano

Brasília. Mais uma vez, recheada de temas interessantes que

preparamos exclusivamente para você que nos prestigia com

sua leitura e suas críticas. Nesta edição, elegemos como tema

principal o movimento contra a corrupção que se formou por

meio de discussões nas redes sociais, a partir da indignação

dos brasilienses, e que começa a tomar corpo em manifestações

por todo o Brasil. Conversamos com organizadores, cientistas

políticos e historiadores para saber o que pensam do movimento,

comparando-o com outros que mudaram a história do país como,

por exemplo,o “Diretas Já” e o “Fora Collor”.

A Mesa Redonda da semana é com o ex-secretário de

Transportes Alberto Fraga. Ele fala sobre o papel da oposição

no DF, a sobrevivência de seu partido, após o escândalo da

Caixa de Pandora, sobre denúncias feitas à sua administração

na Pasta dos Transportes que culminou com a prisão de seu

secretário adjunto à época e, finalmente, sobre a crise que se

instalou no Ministério do Esporte.

Trazemos ainda para você um bate papo exclusivo com

o menestrel Juca Chaves que esteve em Brasília para a

inauguração do complexo cultural Brasil 21, um novo espaço

para as artes em nossa capital. Escolhemos Luiz Amorim,

criador do Açougue Cultural T-Bone como nosso personagem

da semana e contamos ainda a história de esforço e superação

das meninas da Casa Azul em Samambaia que, capitaneadas

pela bailarina Renata Nunes,encontraram na dança uma forma

de transformar suas vidas e de suas famílias.

Além de nossas já habituais editorias de saúde, cotidiano,

justiça, esportes, gastronomia, moda, fatos e política e dos nossos

competentes colunistas, introduzimos nesta edição, a coluna “No

Divã” com a psicóloga Eliane Almeida, criadora da Psicoterapia

Temática em Grupo que vai falar sobre as doenças decorrentes do

stress como a “síndrome do pânico” e a “depressão”.

Tenham todos uma boa leitura e até a próxima edição.

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Cartas Fale conosco

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540Brasília-DFFones: (61) 3202.1357 / [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Senhor Diretor Executivo.Plano Brasília que pego, ao acaso, em consultório médico, nos apresenta dois colunistas Romário Schettino e Yuri Achcar. Este, que não deixa e-mail e aquele, cuja manifestação segue em cópia, deviam dar uma olhada em manuais de como (não) se faz jornalismo. O primeiro, das oito notas, seis são para enaltecer o petismo e as duas restantes para porradas na Jaqueline Roriz; o outro, das doze notas, oito dedicadas à citada deputada eas quatro restantes para um oba-oba ao petismo brasiliense, hoje (e ontem) voltado às denúncias (vazias, naturalmente) de grossa roubalheira. Na próxima consulta acredito poder ler algumas linhas dedicadas ao inatacável homem público Waldemar Costa Neto, beneficiado pelo mesmo corporativismo - bem adjetivado pelo insuspeito colunista - na absolvição continuada de crimes contra o erário, ética, democracia, etc, etc,, todos blindados até mais não poder pelos companheiros e camaradas.Atenciosamente,

Roberto MacedoSenhor Roberto Macedo,Obrigado, pela atenção de nos escrever. Isso é muito importante porque estabelece o diálogo direto.Falo apenas por mim, Romário Schettino. Minhas notas são opiniões sobre fatos. Portanto, dizem respeito ao que penso, não ao que o senhor pensa. Jaqueline Roriz é citada por motivos óbvios. Ela estava em julgamento na Câmara dos Deputados e foi notícia em nível nacional. Meu direito à opi-nião está garantido na Constituição. O seu direito de discordar também. Continuemos acompanhando o que se escreve.,Atenciosamente,

Romário Schettino

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Mesa Redonda

Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Liana Alagemovits, Veronica Soares e Yuri Achcar | Fotos: Fábio Pinheiro

PB > Nas últimas eleições, o DEM não elegeu

nenhum deputado federal. Dois deputados dis-

tritais foram eleitos pela legenda para a Câmara

Legislativa. Um saiu do partido e o outro não faz

oposição ao governo Agnelo. O DEM corre o risco

de acabar?

AF > De forma alguma. A deputada

Eliana Pedrosa tomou uma decisão,

alegando ocupar o mesmo espaço que

eu. A saída dela para o PSD seria para

que, lá na frente, não tenhamos que

disputar, no mesmo partido uma vaga

majoritária. Com relação ao Raad

(Massouh), o assunto é mais delicado.

Ele se elegeu na oposição e parece que

está na base do governo. Mas quando

eu o chamo para conversar, ele diz

que não é verdade. Nós temos uma

resolução que não permite qualquer

coligação ou apoio do DEM ao Par-

tido dos Trabalhadores. Eu já tinha

decidido pela expulsão do deputado,

mas a executiva nacional diz que é

exatamente isso que ele quer. Então,

a punição que achei mais viável para o

momento foi cortá-lo dos programas

políticos, como fiz. Ele não participou

em momento algum das propagandas

eleitorais do partido. Se esses depu-

tados que foram eleitos pela oposição

– nós temos vários, não é só do DEM,

não! – estão se posicionando a favor

do governo em troca de cargos, quem

tem que dar uma resposta para esses

deputados é a população. O DEM vai

continuar, com ou sem deputado. Na

época da eleição, exatamente pelo

partido estar esvaziado e, por contar

com um bom tempo de televisão, a

conversa será outra.

Ex-secretário de Transportes do governo Arruda, Alberto Fraga assumiu a presidência

regional do DEM com a missão de reerguer aquele que já foi o mais influente partido da capital da Re-pública. Deputado federal por três legislaturas, Fraga foi candidato a senador nas últimas eleições. É, hoje, um dos principais críticos do governo Agnelo Queiroz e se apresenta como o nome do DEM para a disputa pelo governo do DF em 2014. Coronel da reserva da Polícia Militar, Fraga ganhou notoriedade nacional ao liderar a campanha pelo “não” no re-ferendo sobre o desarmamento, em 2005. Confira os principais trechos da mesa redonda com a equipe de jornalistas da Plano Brasília.

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12 PLANO BRASÍLIA

O DEM pode pedir as vagas para o partido e

colocar os suplentes na Câmara?

Neste caso, não. A alegação é a saída para

o PSD. E a lei permite. Eu já estive reunido

com a executiva local e conversamos sobre

o teste da fidelidade partidária. Em uma

determinada votação, aquele integrante do

partido que votasse contrariamente à indica-

ção da legenda seria punido por infidelidade

partidária. Aí, sim, perderia o mandato.

Como o senhor está articulando a campanha

eleitoral do DEM no Entorno para 2012?

Nós temos conversado muito com o

deputado Ronaldo Caiado, que é o res-

ponsável do DEM pela região, e com o

governador Marconi Perilo, do PSDB. A

minha opinião é que, enquanto eu não

resolver os problemas do DF, eu não

tenho o direito de ir para o Entorno

tentar resolver os problemas dos outros.

Se pudermos ajudar de uma maneira não

muito atuante, até pode ser. Mas não vejo

como ajudarmos porque nem recursos

temos. Elegemos um novo diretório

permanente, estamos renovando o par-

tido. Aqueles nomes antigos não foram

retirados do partido, mas constam agora

apenas como filiados. Foi exatamente

por causa dessas figuras notórias que o

partido ficou patinando e não fez absolu-

tamente nada. Nós poderíamos ter tido

o governador tampão. Meu nome foi

escolhido. Não tenho dúvidas que se eu

tivesse sido escolhido o governador tam-

pão, hoje seria o governador do DF. Em

um segundo momento, quis participar

da eleição como candidato a governador.

Mais uma vez, o meu partido não deixou.

O DEM, nacionalmente, se acovardou em

não querer discutir o assunto mensalão.

Não temos que ter vergonha. A vergonha

é de quem praticou o ato. O partido não

rouba, quem rouba são os integrantes.

No momento em que o integrante é

expulso do partido, porque a culpa tem

que ficar com a legenda?

Mas não houve uma chantagem de Arruda contra

as lideranças nacionais do DEM? Teria outras

pessoas do partido envolvidas?

Eu também ouvi essa conversa, mas nada

ficou comprovado. Eu acredito que, pelo que

fizeram com o governador Arruda na época,

se ele tivesse alguma prova, teria colocado

isso para fora. Agora, não posso também

falar pelo Arruda.

Paulo Octávio não faz mais parte da executiva do

partido, mas teria interesse em voltar a disputar

uma eleição, assim como Arruda?

Arruda, no DEM, não. Contra Paulo Octávio,

não ficou provado absolutamente nada. Ele

é filiado ao partido. Se quiser ser candidato,

a decisão é dele. Prefiro que ele seja candi-

dato pelo DEM do que pelo PSD, PMDB

ou qualquer outro partido. Paulo Octávio é

um empreendedor, um homem de sucesso

na cidade, e não ficou absolutamente nada

provado contra ele. Aí é que digo que o

partido se acovardou ao exigir a desfiliação

de Paulo Octávio. Ele assumiu o governo e

quem de imediato começou batendo foi o

DEM. O partido quis ser a palmatória do

mundo. Eu disse na executiva: “vocês acham

que vão apagar a mancha que ficou tirando

alguém do partido? Vamos aos mesaleiros do

PT: foram é promovidos!”. E, neste caso, eles

estão denunciados. No caso do mensalão do

DEM de Brasília, não há ninguém denun-

ciado. Teve gente que ficou presa e sequer

foi ouvida. (O ex-deputado distrital) Geraldo

Naves é um deles. Aconteceu alguma coisa

que não sabemos dizer o que foi. As imagens

são devastadoras. Mas são de 2006. Até hoje,

andando no Congresso, vejo que muita

gente acredita que Arruda pegou aquele

dinheiro quando era governador.

O senhor é hoje um dos principais nomes do DEM

no DF. Que outros nomes o partido teria para ter

um bom desempenho nas próximas eleições?

Eu tive, sozinho, meio milhão de votos.

Sem dinheiro de bicheiro, de ONGs. Não

tive apoio nem do candidato a governador

(Joaquim Roriz). Acredito que isso quer

dizer muita coisa. Me orgulho muito dos

meus 511 mil votos. Só Deus sabe a luta que

foi. Ninguém é candidato três anos antes.

O povo tem memória curta. Você fecha

um acordo hoje e quando chega a eleição

alguém faz uma proposta melhor. O DEM

será um partido muito procurado para

disputar as eleições em 2014. Primeiro, por

ser um partido com tempo de televisão,

que não vai perder o fundo partidário. Eu

também não acredito que vai continuar esse

problema de ter um candidato a deputado

derrotado com 20 mil votos e outro eleito

com 5 mil votos. Se querem falar coisas

sérias, vamos falar em reforma política

que a população entenda. Não podemos

A saída de Eliana Pedrosa para o PSD seria para que lá na frente

não tenhamos que disputar no mesmo partido uma vaga

majoritária.

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PLANO BRASÍLIA 13

ter um deputado com 16 mil votos fora e

uma deputada com 7 mil votos dentro. E

não é só um caso, são vários. Isso tem que

acabar. A pessoa pública talvez tenha medo

de enfrentar o problema do DEM. Eu não

tenho. Muita gente me pergunta por que

eu fiquei ao lado do Arruda até o último

momento. Eu já respondi isso para ele

mesmo: porque ninguém ficou! Pessoas que

eram secretárias, que estavam ao lado dele

e ganharam muito dinheiro fazendo obras,

abandonaram o cara. E eu sempre digo que

pessoas que abandonam o barco quando

afundam são ratos. E eu não sou rato.

O senhor acredita que as denúncias de João

Dias Ferreira podem comprometer a atuação do

governo Agnelo? O PSOL, por exemplo, defen-

deu o afastamento do governador e do ministro

do Esporte enquanto durarem as investigações

sobre o suposto esquema de corrupção no

Ministério do Esporte.

Os indícios de desvios de dinheiro por

ONGs não são surpresa para ninguém. Mas

a posição do governador Agnelo Queiroz é

muito delicada, incomodada. A prova disso

é que ele não consegue vir a público explicar

absolutamente nada. Fala sem olhar para as

câmeras, para os eleitores. É um governador

envergonhado porque a qualquer momento

pode ficar sem o mandato. Há uma briga

de quadrilhas com o governador no meio.

O desenrolar dos fatos será desastroso para

Brasília. Não tenho dúvida de que Agnelo

tem culpa no cartório. É um assunto delica-

díssimo e isso será levado adiante.

O inquérito da Operação Shaolin está tramitando

no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investi-

gação da Polícia Civil do DF desvendou, em 2008,

o suposto esquema de lavagem de dinheiro com

recursos do Ministério do Esporte. O assunto foi

explorado durante a campanha eleitoral contra

Agnelo, sem sucesso. Por outro lado, o senhor foi

recentemente acusado de receber propina de uma

cooperativa de micro-ônibus quando foi secretário

de Transportes, no governo Arruda, em investiga-

ções da Operação Regin, também da Polícia Civil

do DF. Isso dificulta o senhor se apresentar como

uma alternativa ao eleitor de Brasília?

Essa investigação não tem nada a ver comi-

go! Peguem os depoimentos dos cooperados

e vocês verão que eles sequer falam no meu

nome. O tempo inteiro o delegado insiste

em falar o meu nome e eles afirmam que

nunca falaram ou estiveram comigo, que esse

assunto de propina nada tem a ver comigo

e Arruda. Agora, eles afirmam que foram

procurados pelo Zé Geraldo (José Geraldo

de Melo, ex-assessor de Arruda preso pela

operação da Polícia Civil), e que este falou

em meu nome e em nome do Arruda. Como

eu ou qualquer um poderia impedir que

alguém usasse meu nome para se locupletar?

E como posso estar envolvido, se nem sequer

estou indiciado? Por que não houve man-

dado de prisão e nem de busca para mim?

Não havia nem razão para propina, porque

a inclusão dessa cooperativa no sistema de

transportes foi por força de decisão judicial.

Por que pagar propina, se o ato praticado

pela secretaria era por ordem da Justiça? A

mídia entrou no jogo do governo, de criar

factóides para desviar o foco dos problemas

do Agnelo. E acabou me expondo a essa

acusação ridícula e que espero que pare por

aqui. A vulnerabilidade do homem público é

tão grande, que imagine se cada dono de van

resolvesse dizer que deu grana para alguém

porque eu mandei pedir. Isso é ridículo!

Entre as acusações à atual gestão, está a de

ser uma continuidade do governo Arruda.

Afinal, grande parte dos aliados são os mes-

mos. Então não seria uma contradição fazer

oposição a Agnelo?

Não vejo esse governo como uma continua-

ção, de forma alguma. A única continuidade

que poderia existir é via o vice-governador

Tadeu Fillippeli e Arruda, que são amigos

e continuam conversando. Mas não tem

nada a ver. As ações de governo de Arruda

não tem nem comparação. Foram todas

elas feitas para beneficiar a população. Esse

governo agora, de uma incompetência

nunca vista na história do Brasil e do Distrito

Federal, não conseguiu sequer concluir as

obras que foram deixadas. E são momentos

distintos. Como presidente do partido,

não tenho nenhum constrangimento em

discutir a questão do mensalão. O DEM

tomou todas as providências que deveria

tomar. Desafio qualquer partido a comparar

a atitude que o DEM tomou na questão das

denúncias. O partido tinha o governador, o

vice-governador, um senador, três deputados

federais, o presidente da Câmara Legislativa

e três deputados distritais. Ou seja, era o

partido mais forte no Brasil, em relação aos

estados. O DEM se dispôs a perder tudo isso.

E ainda vem a mídia dizer que é mensalão do

DEM... mas quem está recebendo dinheiro é

Não tenho dúvidas que se eu tivesse

sido escolhido o governador

tampão, hoje seria o governador do

DF.

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14 PLANO BRASÍLIA

do PMN. A outra que colocou dinheiro na

bolsa era do PMDB. Quem era do DEM não

continua no partido e continuam falando

em mensalão do DEM. É a força da verba

publicitária que o governo federal aplica na

imprensa. Um governador que tem os seus

bens bloqueados pela Justiça, é acusado

de receber propina quando era diretor da

Anvisa, tem uma testemunha dizendo que

levava dinheiro para ele e depositava na

conta e ninguém faz nada! Eu não comparo

de maneira alguma o governo do DEM com

o governo Agnelo.

Mas não há como negar que as denúncias

contra o governo Arruda foram, até agora,

mais contundentes.

O cidadão José Roberto Arruda, que era

governador, foi flagrado recebendo dinhei-

ro na pré-campanha. Eu digo que 98% dos

políticos brasileiros praticam aquele ato.

Lula praticou, foi à imprensa e disse que

era caixa dois. Ficou por isso mesmo. Se o

Arruda tivesse vindo à público, em 2006,

quando recebeu o dinheiro, e afirmado que

era caixa dois, ele poderia sangrar por 30

dias, mas ficaria no governo. Arruda caiu

por tentar subornar um jornalista e obstruir

a ação da Justiça.

A reforma política em curso prevê financiamento

público de campanha. O senhor acredita que este

é o caminho? E qual é a posição do DEM?

Eu sou favorável ao financiamento público

de campanha, desde que o Tribunal Supe-

rior Eleitoral e o Tribuna Regional Eleitoral

desenvolvam instrumentos de fiscalização.

É muito desigual você participar de uma

campanha sem dinheiro. Eu me recordo

da minha primeira campanha, quando eu

era major da Polícia Militar. Ninguém me

conhecia, eu até brincava: “Praga por praga,

vote no Fraga!”. Eu competi com Paulo Oc-

távio, Osório Adriano... empresários muito

bem-sucedidos. Eu gastei R$ 18 mil na cam-

panha para deputado federal e consegui, na

época, 22 mil votos. Na segunda campanha,

gastei R$ 84 mil, fiz 30 mil votos. Na terciera,

gastei R$ 427 mil porque tive que ajudar

candidatos a deputado distrital. E na campa-

nha para senador, que todo muito diz que é

de R$ 6 milhões, gastei oitocentos e quarenta

e poucos mil reais. E tive meio milhão de

votos. Agora, vá ver quanto gastaram (Maria

de Lourdes) Abadia, Cristovam (Buarque),

(Rodrigo) Rollemberg.

O senhor acredita que teria mais chances com o

financiamento público de campanha?

Não é discurso de perdedor. Sou favorável

ao financiamento público de campanha

para que as regras do jogo sejam definidas

e ganhe aquele que tenha as melhores ideias

para beneficiar a sociedade. Me desculpem

a falta de modéstia. Mas na propaganda dos

quatro candidatos a senador, tinha alguma

proposta para a segurança pública melhor do

que a minha? Não tinha! E está aí a violência

aumentado. Eu propus o fim da menoridade

penal, porque é uma vergonha nacional.

Esses moleques estão aí matando nas ruas

porque sabem que vão ficar impunes. Eu

queria proibir o saidão, porque a cada saidão

a violência aumenta e o número de pessoas

que retorna é pequeno. Queria exigir traba-

lho obrigatório dos presos. Vem um teórico e

diz que é inconstitucional? Inconstitucional

uma ova! Inconstitucional é ficar lá dentro,

sem ter o que fazer, aprendendo a roubar

para sair pior do que entrou. O trabalho

ressocializa, reintegra, dignifica o homem.

Muita gente vai para o crime porque não

tem uma profissão.

O senhor criou uma polêmica quando era secre-

tário de Transportes e propôs o fim do Eixão do

Lazer aos domingos. Mudou de ideia?

Eu penso que enquanto você tem 100 pesso-

as andando no Eixão, você tem 50 mil carros

passando na Epia. Seria mais conveniente

estipular um horário. Você não vai andar no

sol de meio-dia ou uma hora da tarde.

A Plano Brasília agradece a participação do se-

nhor e abre espaço para as considerações finais.

Eu gostaria de agradecer essa oportunidade.

Eu faço política de uma maneira diferente.

Odeio aquele político chato, que não conse-

gue dizer o que a população quer ouvir. Eu

digo. Sei que às vezes sou controverso, um

cara polêmico. Mas prefiro ser polêmico a

omisso, a incoerente, que é o que tenho visto

nos políticos de Brasília. Por isso, mais uma

vez, agradeço a oportunidade. Obrigado.

Esse governo, de uma incompetência

nunca vista na história do Brasil e do DF, não conseguiu

sequer concluir as obras que foram

deixadas.

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Jose

Cru

z/Ab

rEl

za F

iúza

/Abr

O ministro Caiu Orlando Silva, o ministro do Es-

porte, tentou sobreviver à onda e

ataques da imprensa e de um erto

policial militar chamado João Dias

Ferreira. No inferno astral entrou

também o seu partido, o PCdoB.

As provas contra o ministro ainda

não apareceram. João Dias recuou

neste quesito, mas o estrago

político foi arrasador. Por tabela,

vai junto para o Supremo Tribunal

Federal o governador Agnelo

Queiroz, do DF. O jornalista inves-

tigativo, Caco Barcelos, vê com cautela o trabalho dos jornalistas

brasileiros. Para ele, o jornalismo declaratório, imediatista, de in-

ternet, tem que ser repensado no Brasil sob pena de continuarmos

atirando no que não se vê e acertando apenas no vazio.

Bandeira branca – I Depois de muitas refregas, o senador Cristovam Buarque (PDT) deci-

diu hastear a bandeira branca para Agnelo Queiroz. O senador foi ao

gabinete do governador no Palácio Buriti para fumar o cachimbo da

paz. “Deixamos claro que estamos afastados do governo, mas não

do diálogo”, fez questão de ressaltar o senador ao site “Brasília247”.

Acompanhado do presidente do PDT-DF, Georges Michel, Cristovam

conversou durante uma hora e meia e levou uma longa carta explica-

tiva com 32 propostas agrupadas em dez itens para todas as áreas

do governo.

Bandeira branca – IIAgnelo, que não é bobo nem nada, ouviu tudo atentamente, explicou

por que fez isso e aquilo e comprometeu-se a estudar todas as su-

gestões, críticas e reclamações do PDT. A principal reivindicação é a

consolidação do Conselho Político formado pelos presidentes dos

partidos da base aliada para que a nomeação de secretários não seja

uma surpresa a cada dia. O PDT se ressente da forma como foi esco-

lhido o atual secretário de Educação, Denilson Bento. Isso ocorreu há

mais de dois meses, até agora não se falou mais no assunto.

Bandeira branca – IIIDois assuntos caros a Cristovam ocuparam espaço generoso na

carta do PDT: educação e cultura. Para uma “revolução na educa-

ção”, propõe: implantação do que chama de Escola Básica Ideal

em pelo menos quatro cidades, com tempo integral, grade escolar

com ciência, artes, línguas e esportes; retorno pleno da Escola de

Aperfeiçoamento dos Professores (EAP); instituição do 14º salário

(seria viável?) para os professores da rede pública como incentivo

à melhoria da qualidade da educação, além da volta de projetos

como Poupança Escola, Escola em Casa, Projeto Saber, Bolsa Alfa.

O partido de Cristovam listou também três ações na promoção da

cultura: 1) Criação de Vilas Culturais com cinema, teatro, biblioteca,

corais, orquestras; 2) Volta da Mala do Livro (que continua existindo)

e Temporadas Populares e Arte nas Escolas; e 3) Funcionamento das

Vilas Olímpicas. Em geral, as idéias são boas, o desafio é priorizar e

ter recursos para executar todas elas. A conferir.

Liberdade de ImprensaO GDF vai ajudar a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) a

concluir a construção do Monumento à Liberdade de Imprensa. A

obra paralisada fica ao lado do Memorial JK, no Eixo Monumental. O

prédio abrigará um Centro de Imprensa, que será administrado pela

Fenaj mediante convênio. Tudo isso para antes da Copa de 2014.

Conselho de ComunicaçãoDurante audiência pública na Câmara Legislativa, o deputado Cláudio

Abrantes (PPS) se comprometeu a enviar uma indicação do governa-

dor Agnelo Queiroz para que seja formada uma Comissão Especial

para estudar a proposta de instalação de um Conselho Comunicação

Social do DF, conforme prevê a Lei Orgânica em seu artigo 261. A

Secretária de Comunicação, Samantha Salum, não só apoiou a idéia

como elogiou a iniciativa. A ver.

Brasília e Coisa & Tal ROMÁRIO SCHETTINO

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PLANO BRASÍLIA 17

JMar

coni

Exemplo de Cristina A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, tem o que ensinar a

Dilma Rousseff no quesito campanha eleitoral. Com grande parte da

grande mídia contra, a viúva de Néstor Kirchner foi reeleita com 54%

dos votos no primeiro turno. Isso não é pouca coisa. Antes de chegar

a hora, Dilma pode pedir uma consultoria para a “hermana”.

Paulo Freire no DFCom a presença de Nita Freire, viúva de Paulo Freire, a Câmara

Legislativa comemorou os 90 anos do mais famoso e importante

educador brasileiro. Durante a cerimônia, Paulo Freire recebeu o títu-

lo póstumo de Patrono da Educação do Distrito Federal, o primeiro de

sua história. Nesse mesmo dia foi relançado o livro “Comunicação e

Cultura: as idéias de Paulo Freire”, de Venicio A. de Lima, uma co-

-edição da Editora da UnB e da Fundação Perseu Abramo. No dia

seguinte, foi realizado o I Encontro Paulo Freire no DF, cujos anais

serão publicados em breve. Pelo menos é o que se espera.

Parque Olhos D´ÁguaA ameaça às nascentes que alimentam a Lagoa do Sapo no Parque

Olhos D´Água, na Asa Norte, continua movimentando os ambienta-

listas. Vários abraços ao parque já foram feitos. A notícia de que as

nascentes não existem ainda carece de comprovação, mas mesmo

que elas sejam intermitentes nada justifica a construção de um sho-

pping no lugar. O governador Agnelo Queiroz ainda não deu a palavra

final, mas há muita gente atenta ao assunto. Abra os olhos, Agnelo!

Missão Cruls no ParqueUma réplica do Observatório SW da Missão Cruls (foto) foi exposta no

Estacionamento 11 do Parque da Cidade. Trata-se de informações e

fotografias dos cientistas e técnicos que fizeram parte da Missão

Reforma políticaO movimento contra a corrupção no Brasil deveria focar sua rei-

vindicação na necessária e imprescindível reforma política. O atual

sistema eleitoral favorece a corrupção. Dessa forma, até os corruptos

são contra a corrupção. Uma nova legislação que contemple o finan-

ciamento público de campanha seria uma maneira de impedir o caixa

2 e de barrar os contratos superfaturados que sangram os cofres

públicos. O sistema eleitoral como está é alimento para a corrupção.

Chega de hipocrisia!

Brasília, cidade do transporte egoístaO Dia Mundial Sem Carro não pôde ser comemorado em Brasília.

Infelizmente a nossa cidade está na contramão da tendência mundial

de estimular o transporte coletivo e o transporte alternativo não po-

luente, como a bicicleta. Os pedestres, então, não têm vez: escadas

substituem calçadas em diversos comércios locais (sobretudo na Asa

Norte); não foram construídos passeios em vias de ligação entre

quadras residenciais – as pessoas são obrigadas a passar por trilhas

escuras, empoeiradas ou enlameadas, conforme o tempo. Será que

vamos ter de assistir a mais atropelamentos para o GDF agir?

Comunicando

E-mail: [email protected]

Anto

nio

Cruz

/Abr

Cruls encarregada, em 1892, de demarcar o quadrilátero da futura

capital do Brasil no Centro-Oeste. Esse trabalho, sobre a pré-história

de Brasília, faz parte de um grande projeto realizado pelo Instituto de

Comunicação Animatógrafo, comandado pelo cineasta Pedro Jorge,

e que recebeu patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria

de Cultura do DF. A réplica será instalada definitivamente na Arie

Cruls, no Setor Noroeste, sede do Centro Cultural de Ciências da

Natureza Luiz Cruls.

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18 PLANO BRASÍLIA

O conflitoDilma X Judiciário

“Tenho a honra de solicitar a Vossa Excelência que informe a esta Corte se será, ou não, encaminhada, por essa Presidência, mensagem modificativa à de no 344/2011 [Orça-mento de 2012] para incorporar as despesas previstas pelos órgãos do Poder Judiciário da União” – reclamou o presidente do STF, Cezar Peluso, em ofício encaminhado à presidente Dilma Rousseff, sobre a necessidade de o poder Executivo reclamar recursos específicos (R$ 7,7 bilhões) para garantir o aumento de vencimentos no Judiciário.

Panorama Político TARCÍSIO HOLANDA

Um ofício enviado á presidente Dilma Rousseff pelo presidente do Supre-mo Tribunal Federal, Cezar Peluso,

reacendeu o confronto entre o judiciário e o Palácio do Planalto. Na mensagem, Peluzo solicita informações à presidente sobre a inclusão no Orçamento de 2012 da dotação, destinada a cobrir o aumento dos ministros e dos servidores do Judiciário, cujo custo foi estimado em R$ 7,7 bilhões. Aqueles recursos foram previstos pelo Supremo Tribunal Federal na sua previsão orçamentária, mas foram excluídos na proposta que Dilma enviou ao Congresso Nacional. O ministro Peluzo, como se re-corda, protestou em público pela exclusão, chamando o corte de “equívoco”.

E reclamou medidas para reconsti-tuir a previsão orçamentária tal como fora prevista pelo Supremo Tribunal Federal. Dilma recuou, enviando ao Congresso uma mensagem na qual, embora critique a despesa exigida pelos ministros do STF, já incluíra a cifra tal como estava estimada na mensagem original daquela corte. No mesmo dia, ao falar para a imprensa, Peluzo se manifestara satisfeito, chamando o confronto de “página virada”. Mas o conflito voltou quando a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, ao participar de uma audiência pública no Senado, anunciou, com todas as letras, que o governo não cogita de incluir no Orçamento os recursos que cobririam o aumento do Poder Judiciário.

A CRISE MUNDIAl E O AUMENTO DO STF

A ministra do Planejamento disse aos senadores (dia 14/09) que, quando a programação orçamentária começara a ser discutida, no primeiro semestre, a crise na economia mundial ainda não se mostrara em toda a sua grave dimensão e profundidade. Agora, diante da convicção de que o Brasil está sofrendo os reflexos da crise que atinge a economia internacional, o governo preferia não comprometer os R$ 7,7 bilhões exigidos pelo reajuste do Judiciário. Peluzo viu as declarações da ministra Miriam Belchior como uma quebra de compromisso, enviando o ofício a Dilma em que exige providências. Pas-sou a reclamar uma definição do Palácio do Planalto sobre se respeitaria ou não o aumento do Judiciário.

Os ministros do STF consideram inaceitáveis as declarações de Miriam Bel-chior e por isso reclamaram uma definição de Dilma, lembrando que o Judiciário dispõe de autonomia para tratar de sua política de pessoal.

AMPlIAçãO DO BOlSA-FAMílIAA ministra do Desenvolvimento

Social, Tereza Campello, anunciou nesta última segunda-feira a ampliação do Bolsa-Família. Deverá subir de três para cinco o número de filhos que recebem o benefício em cada uma das 12 milhões de famílias inscritas no programa. Cada filho continuará recebendo R$ 32,00. Não há

informação a respeito da soma em dinhei-ro que será acrescentada ao Orçamento da União. A novidade é o início da ação do governo de Dilma em dar cumprimento a uma das suas mais importantes promessas de campanha: a erradicação da “extrema pobreza”. Quando anuncia mudança substantiva no programa Bolsa-Família, o governo se esqueceu de citar, delibe-radamente, parece, o compromisso de erradicar o analfabetismo do país.

REDUzIR, NãO ERRADICAR O ANAlFABETISMO

Fala agora, em reduzir o analfabetis-mo, não em erradicá-lo, como prometera Dilma durante a campanha eleitoral. De uma população de quase 200 milhões de habitantes, o país tem, ainda, 14 milhões de analfabetos. São brasileiros que não sabem escrever um mero bilhete. O minis-tro da Educação Fernando Haddad, já re-conhece que acabar com o analfabetismo é um desafio que só poderá ser cumprido em 2020. “Tarefa árdua” – confessa o ministro. Haddad defendeu a presidente Dilma Rousseff, dizendo não se lembrar de que ela tenha prometido acabar o anal-fabetismo. O ministro da Educação, que se mantém no governo desde Lula, não tem interesse em se lembrar da promessa de Dilma para não colocar em risco o cargo que ainda detém.

Erradicar essa parcela da população que continua incapaz de escrever um bilhete é uma tarefa que exige uma

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grande massa de investimentos públicos, como é óbvio. Uma coisa é promessa de campanha. Outra bem diferente é a realização prática do que foi prometido. Quando o candidato vitorioso nas urnas assume o poder, costuma verificar que a disponibilidade de recursos está sempre muito aquém das necessidades do país. É forçoso reconhecer que Fernando Ha-ddad tem sido um ministro da Educação bastante razoável, desde os tempos do governo do ex-presidente Lula. Mas ele não é capaz de obrar milagres, ainda que prometa fazer o milagre de elegê-lo prefeito de São Paulo. Lula, que vai lan-çar a candidatura de Haddad a prefeito, sempre posou de milagreiro.

OS lIMITES DA “COMISSãO DA VERDADE”

A Comissão da Verdade deve ser localizada fora de Brasília, em um Estado da Federação, como Minas Gerais, fora das pressões políticas da capital e da coreografia relativa de um ou outro lado dos interessados”- declara o ex-prefeito do Rio, César Maia, defendendo que a Comissão destinada a reparar os prejuízos causados a pessoas seja instalada fora da capital federal.

O ex-prefeito faz uma análise crítica sobre a lei que cria a “Comissão da Verda-de”, assim como as propostas de emendas que já surgiram. Sustenta que o “uso do artigo 8 das Disposições Constitucionais Transitórias para definir prazo (1946 a 1988) de investigações, cria uma instabili-dade institucional desnecessária, pois o ar-tigo 8 cita a Anistia. Se é para ir tão longe, por que não o Estado Novo: deveria ser o período focado tão curto quanto possível, como na Argentina. No caso do Brasil,

deveria ser do AI-5 (Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968), quando a tortura passa a ser rotina nas prisões políticas, até 31 de dezembro de 1975, onde os casos de eliminação da direção do PCB e da guerrilha do Araguaia estariam incluídos. A partir de 1976 entra-se no processo de redemocratização”.

Cesar acha que a Comissão “não deveria ser profissional, assalariada, como OAB, CNBB, ABL (na Argentina, o escritor Ernesto Sabato presidiu a Comissão), ficando a Presidência da República com a indicação de nomes individuais para parte da Comissão. Os membros da Comissão não deveriam ter tido qualquer envolvimento direto ou indireto com os processos e casos a serem avaliados”. Sustenta o ex-prefeito que a Comissão “não deveria ser profissional, assalariada, como está previsto, mas apenas recebendo despesas de viagem/deslocamento, estadia e diárias, como em outras “Comissões da Verdade” em ou-tros países. Salário/cargo em Comissão só para quem vai dar apoio administrativo.

A TORTURADiz que se deveria “incluir os casos de

delação que tenham levado a morte ou tortura. Dever-se-ia citar explicitamente “tortura física”. A Comissão da Verdade deve ser localizada fora de Brasília, em um Estado da Federação como Minas Gerais, “fora das pressões políticas da capital e da coreografia relativa de um ou outro lado dos interessados.” Sugere, também, que se deva prever o sigilo de todas as informações e depoimentos “até que o pleno da Comissão confirme como fatos e feitos comprovados/documentados.” O caso dos desaparecidos, diz ainda, deve ser

qualificado: “definitivamente desapareci-dos.” E os casos de patrocínio empresarial dos “esquadrões da morte” da repressão para torturas/assassinatos deveriam ser incluídos nas investigações.

Obras podem ficar comprometidasO Procurador-Geral da República,

Roberto Gurgel, ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal em que pede uma declaração daquela corte pela inconstitucionalidade da lei que institui o RDC (Regime Diferenciado de Contratações). A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, advertiu que, sem aquele instituto que apressa o sistema de licitações, as obras para a Copa de Futebol Mundial de 2014 poderão ser comprometidas. Sua maior preocupa-ção reside nos projetos que melhoram a infraestrutura urbana, a cargo de Estados e Municípios e avisa que não existe um Plano B. A chefe da Casa Civil do palácio do Planalto logo avisa: “Primeiro, é importante dizer que a utilização do RDC é facultativa. Tanto que ela deve ser indicada expressamente no ato de licitação. Nós não trabalhamos com a hipótese de não contarmos com o regime diferenciado. Nós avaliamos que ele é constitucional e vamos fazer a nossa argüição jurídica. Obviamente que, se ele não puder ser utilizado, todas as obras vão ser licitadas pela Lei Geral de Licitações (8.666/1993). Também é im-portante dizer que o RDC não foi criado apenas para agilizar as obras. Claro, é um instrumento para deixar mais célere as contratações, mas nós avaliamos que ele reduz riscos quanto á qualidade e aos custos dos empreendimentos públicos. Ele eleva o acompanhamento do con-trole interno e externo.”

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20 PLANO BRASÍLIA

YURI ACHCARPolítica Brasília

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ão

De Mané Garrincha a Elefante BrancoBrasília perdeu a abertura da Copa do Mundo de 2014 para

São Paulo, se é que de fato chegou a participar de alguma

disputa. Mas o governador Agnelo Queiroz voltou da Suíça,

onde acompanhou o sorteio da Fifa, satisfeito com a abertura

da Copa das Confederações, em 2013, o terceiro jogo da

seleção brasileira na primeira fase da competição e a decisão

do terceiro lugar, já que o Maracanã, no Rio de Janeiro, será

o palco da finalíssima. É hora então de retomar a ideia da

diminuição da capacidade do Estádio Nacional de Brasília,

como defendeu Agnelo logo depois de eleito. Em vez de 75

mil pessoas, a capacidade máxima seria 42 mil lugares. De

acordo com as contas do próprio governador, há quase um

ano, o custo das obras seria reduzido de R$ 700 milhões para

R$ 400 milhões. Ou seja, uma economia de R$ 300 milhões.

Não é pouca coisa. Ainda mais levando em conta a tradição

futebolística da capital da República, que deve manter o novo

estádio às moscas.

Muy amigosOs deputados federais Izalci Lucas (PR) e Luiz Pitiman

(PMDB), que romperam com o governador, fizeram questão

de usar o Plenário da Casa para lembrá-lo da proposta de

reduzir a capacidade do Estádio Nacional de Brasília. Para

Pitiman, a questão tem um gostinho a mais. O ex-secretário

de Obras do governo Agnelo teve que deixar o cargo depois

de trabalhar contra a transferência da administração do

estádio para a Terracap, proposta defendida pelo Executivo e

aprovada na Câmara Legislativa. “Nós temos condições ainda

de reduzir o tamanho do estádio e trazê-lo para a realidade”,

defendeu Pitiman.

Clipping ambulante O deputado Izalci Lucas (PR) subiu

à tribuna para ler todas as notícias

que encontrou a respeito das de-

núncias de corrupção no Ministério

do Esporte. Fez questão de cercar

de suspeitas o governador Agnelo

Queiroz, que comandou a pasta nos

primeiros anos do governo Lula. Izal-

ci abandonou a base aliada ainda no

início do ano, quando o GDF cortou

todos os programas implementados

pelo deputado na Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Quatro horas de interrogatórioO delator do susposto esquema de corrupção que envolveria

organizações não-governamentais (ONGs) e o Ministério

do Esporte, João Dias Ferreira, prestou um depoimento de

quatro horas na Superintendência da Polícia Federal. Ele

afirmou ter entregue à PF 13 gravações com evidências

de desvios de verba na pasta. Agnelo e Orlando Silva não

estariam nos diálogos. Além disso, Dias teria repassado aos

investigadores uma lista de 20 ONGs que estariam dispostas

a confirmar as denúncias de fraude no repasse das verbas

destinadas ao programa Segundo Tempo.

Pedido para investigar Orlando Silva e Agnelo está no SupremoO procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu

ao Supremo Tribunal Federal autorização para investigar

as denúncias contra o ministro do Esporte, Orlando Silva,

e o governador Agnelo Queiroz. Gurgel também solicitou ao

STF o pedido ao Superior Tribunal de Justiça para enviar o

inquérito da Operação Shaolin ao Supremo. João Dias foi um

dos presos na operação, realizada pela Polícia Civil do DF

para investigar irregularidades no programa Segundo Tempo.

Gurgel incluiu o nome do governador no pedido porque

Agnelo é citado no inquérito da investigação.

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PLANO BRASÍLIA 21

Pedr

o Go

ular

t

Reguffe a favor de investigaçãoDa tribuna do Plenário, o deputado federal José Antônio

Reguffe (PDT-DF) anunciou que, se houver, assina o pedido

de criação de uma CPI para investigar as denúncias de cor-

rupção no Ministério do Esporte. Também cobrou explicações

de Agnelo Queiroz, sugerindo até uma entrevista coletiva do

governador à imprensa. O parlamentar lembrou que não se

deve generalizar as ONGs, mas é preciso separar as institui-

ções sérias daquelas que existem apenas para captar dinheiro

público . “O governo não deveria colocar dinheiro em ONGs,

deveria aplicar políticas públicas diretamente, principalmente

nas áreas de educação e saúde. É pra isso que o Estado

existe”, argumentou o parlamentar.

Oposição ouriçadaNa Câmara Legislativa, a oposição acredita que pode con-

seguir emplacar a CPI do Segundo Tempo. Para a comissão

parlamentar de inquérito ser criada, faltam apenas duas

assinaturas. Um grande feito em um Legislativo conhecido

por ter na oposição apenas três dos 24 parlamentares. Além

do trio do PSD, Eliana Pedrosa, Celina Leão e Liliane Roriz,

assinaram o requerimento Aylton Gomes (PR), que anunciou

recentemente a saída da base aliada, e dois governistas:

Rôney Nemer (PMDB) e Wellington Luiz (PSC). Para o líder do

bloco PT-PRB na Casa, Chico Vigilante, a mobilização não faz

sentido: o dinheiro é da União, então caberia à Câmara dos

Deputados investigar as denúncias. Mas Celina Leão, autora

do requerimento, alega que o Orçamento do DF destinou mais

de R$ 500 mil em recursos ao programa, como contrapartida.

PSD já tem segunda maior bancadaCom a benção do pai, o ex-governador Joaquim Roriz, Liliane

Roriz trocou o PRTB pelo PSD. O novo partido agora tem

quatro parlamentares. Já tinham aderido à legenda Eliana

Pedrosa, ex- DEM, Celina Leão, ex-PMN e Washington Mes-

quita, ex-PSDB. Só falta um deputado para o PSD se igualar

ao PT, atualmente o dono da maior bancada da Câmara

Legislativa. Com a mudança, Raad Massouh (DEM) se viu

obrigado a abandonar o bloco que formava com o PMN e

o PRTB e anunciou independência. O rearranjo oferece um

cenário do que pode vir a ser a disputa eleitoral em 2014.

O efeito João DiasDesde que voltou da viagem à Europa, a impressão que se tem é que

o governador não tem feito outra coisa a não ser explicar que não teria

nada a ver com o suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte

revelado pelo policial militar João Dias. Agnelo faz questão de destacar

que não é mais ministro desde 2006, quando deixou o cargo para disputar

uma vaga ao Senado. Orlando Silva, que assumiu a pasta e por lá ficou,

tem insinuado que o esquema seria responsabilidade da gestão anterior.

Na oposição, muita gente já enxerga uma possível Caixa de Pandora 2 no

Distrito Federal.

Menos, menos...Ainda não é possível comparar as denúncias atuais com o escândalo

que derrubou o governo Arruda. É bom lembrar que o delator do suposto

esquema de corrupção, o policial civil Durval Barbosa, era secretário de

relações institucionais quando começou a colaborar com as investigações

do Ministério Público. Documentou repasses com a gravação de vídeo e

áudio. E, ainda assim, Arruda não caiu. Só foi abandonado de vez pelos

aliados depois de ser preso pela Polícia Federal sob a acusação de tentar

subornar uma testemunha do inquérito. Detalhe: o governo mudou, mas

muitos aliados ainda são os mesmos.

Denúncia nos olhos dos outros é refrescoAos amigos, o direito à ampla defesa e a presunção da inocência. Aos

adversários, o julgamento sumário e a execração pública. Desde que

governo é governo e oposição é oposição as coisas funcionam assim. O

problema é quando a discussão se apequena em nome das ideologias e

em nada contribui para um país melhor. Pelo twitter, o senador Cristovam

Buarque (PDT-DF) constatou: “Pior da corrupção é que está formando uma

geração de militantes cínicos”. Ponto final. Celina Leão

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22 PLANO BRASÍLIA

Dinheiro

Cooperativismo e desenvolvimento

Para discutir a questão do monopólio com relação ao crédito consig-

nado no Distrito Federal, a Cooperativa de Crédito dos Servidores da

Secretaria de Saúde do DF (CrediSaúde) promoveu recentemente

um café da manhã em sua sede para receber dirigentes de outras insti-

tuições como o presidente do Sicoob Coominagri Executivo Luiz Lesse, o

superintendente do Sicoob central DF Edivaldo Alves de Oliveira, o presidente

da Organização das Cooperativas do Distrito Federal (OCDF) Roberto Marazi

e a deputada Eliana Pedrosa DEM/DF.

Na ocasião, a deputada distrital pode conhecer um pouco mais sobre os

gargalos enfrentados pelas instituições do setor salientadas por representantes

das cooperativas de Brasília que estiveram no evento. Após diversas explica-

ções, Pedrosa se comprometeu a estudar com cuidado o assunto, assim como

as reivindicações. “As cooperativas de crédito tem em mim uma aliada, porque

sempre me preocupo com o direito do trabalhador.”, garantiu a parlamentar.

Neste mesmo dia, o presidente da Credsaúde e vice-presidente da OCDF

Benedito Faustino ressaltou a importância do engajamento de Eliana Pedrosa

e do seu apoio ás cooperativas de crédito. “Precisamos que ela nos ajude a

conscientizar os políticos sobre a importância das cooperativas de crédito para

a população da cidade.”, frisou Faustino, que sempre foi um grande defensor

do sistema cooperativista.

Segundo ele, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) declara que

é preciso incentivar os países em desenvolvimento a adoção do sistema

cooperativista que é considerado um dos fatores mais importantes para o

desenvolvimento econômico, social e cultural de um país. Faustino lembrou

ainda o relatório do Banco Mundial, que também reconhece que o sistema

é eficaz.

Então, não é por acaso que a estratégia de crescimento do Banco do Brasil

está focada no crédito consignado principalmente, dos servidores públicos.

“Como conseqüência, isso nos deixa em completa desvantagem.”, se queixou

novamente Faustino ao lembrar que as cooperativas de crédito possuem um

papel fundamental no desenvolvimento das comunidades em que atuam.

“Estamos sempre próximos dos nossos associados porque conhecemos a

realidade em que estamos inseridos. Podemos orientar melhor e estar focados

na necessidade deles.”, garantiu o presidente da Credsaúde, que também re-

conhece que com a liberação do consignado as cooperativas deverão disputar

terreno com outras instituições financeiras. “Para nós será ótimo porque o que

oferecemos é uma grande parceria de crescimento. Nós somos nosso próprio

cliente.”, anunciou com confiança.

O presidente da OCDF Roberto Marazi salientou que a natureza das

cooperativas será um marco importante. “Elas não visam o lucro.”, completou

Marazi ao afirma que o custo dessas instituições financeiras poderá cair ainda

mais com o uso do crédito consignado.

Assim, diante de uma maior concorrência ou não, em um mercado onde

metade dos 112 mil funcionários públicos locais tem crédito consignado, as

cooperativas querem continuar comprando essa briga. O fato inevitável é que

a liberação do consignado vai celebrar um direito de escolha. Sabe-se que a

exclusividade não representa um mercado livre, onde o consumidor tem direito

de escolha. Então, para os representantes das cooperativas, é natural que o

servidor público seja beneficiado devido às opções oferecidas pelas instituições

financeiras cooperativistas. “Nós não somos apenas um banco, representamos

segmentos da sociedade.”, justificou Faustino lembrando ainda que essa

questão foi um dos compromissos de campanha assumidos pelo governador

Agnelo Queiroz.

Esse caminho é tão promissor que levou o Banco do Brasil a quase um

monopólio nacional. Mas agora os ventos da mudança estão soprando e o

cerco está se apertando por causa da pressão da sociedade. Assim, para evitar

que essa situação perdure r se torne insuportável, o Banco Central proibiu

qualquer contrato ou convênio que contenha cláusulas de exclusividade sobre

a oferta de empréstimos consignados (com desconto em folha) a servidores

públicos. Espera-se que até 2012 não haverá mais exclusividade, o que deve

ajudar a equilibrar o mercado de crédito e contribuir para a melhoria da saúde

do sistema financeiro.

“Temos que ter apoio político para que isso possa realmente acontecer

no DF. Será importante para todas as cooperativas e conseqüentemente para

todos os cooperados, que afinal são realmente parte dessas instituições”,

finalizou Adriana Carneiro gerente da Credsaúde.

Por: Liana Alagemovits

Instituições ganham, apoia defesa na Câmara Legistiva

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PLANO BRASÍLIA 23

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24 PLANO BRASÍLIA

CapaPor: Michel Aleixo | Fotos: Rodrigo Montezuma

A InTERnET ESTá UnInDO UmA nOVA gERAçãO DE bRASILIEnSES InDIgnADOS E DISPOSTOS A IR àS RUAS CONTRA A CORRUPçãO

Novos Caras Pintadas

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PLANO BRASÍLIA 25

E ra 12 de outubro, Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Como acontece todos os anos, os tradicionais

eventos católicos na Esplanada estavam lá. Brinque-dos e recreação para as crianças também. Mas eis que, pouco a pouco, um exército de pessoas com camisas pretas, trazendo no peito frases indignadas, começa a se misturar aos fiéis e as crianças. Eram os caras pintadas invadindo a Esplanada, centro do poder. 20 mil pessoas de todas as idades, fantasias, irreverência e indignação e, em comum, um grito de guerra entoado em uníssono: Chega de corrupção.

Esse foi o segundo ato do ano, promovido pelo “Movimento Contra a Corrupção”. Uma ação po-pular que, segundo seus organizadores, é formada por um grupo de brasilienses que “cansados de ouvir falar em corrupção e impunidade resolveu se unir”. Um dos organizadores, o analista de sistemas Giderclay Zeballos, 39 anos explica: “A princípio, o movimento era apenas uma manifes-tação dentro de uma rede social da internet. No entanto, a quantidade de pessoas que aderiam à causa aumentava a cada dia. Então resolvemos sair do virtual para ir às ruas”.

A primeira investida real do grupo foi uma mar-cha que contrastou com o desfile oficial do Dia da Independência, em 7 de setembro. O movimento contabilizou mais de 30 mil participantes. Apitos, máscaras, nariz de palhaço e caras pintadas. A principal palavra de ordem protestava contra a deputada federal Jaqueline Roriz, que foi absolvida de denúncias de corrupção no plenário da Câmara dos Deputados na mesma semana. “As pessoas que participaram da marcha são das mais variadas classes e profissões. Temos estudantes, pessoas mais velhas, advogados, empresários. Esse é um movimento aberto ao povo e do povo somente”, comemora Giderclay.

Entre a primeira marcha e a do dia 12 de ou-tubro, o Movimento evoluiu. Segundo o analista de sistemas, a cúpula da organização conta com pelo menos 30 pessoas atuantes, que se reúnem esporadicamente para definir as pró-ximas ações. Todas as decisões são tomadas democraticamente através do voto. A única regra universal diz que qualquer manifestação de partidos políticos é expressamente proibi-da nas marchas. “Quando algum partidário abre uma bandeira ou coisa do tipo, pedimos educadamente para ele guardá-la. Quando se opõe, as vaias fazem a pessoa mudar de ideia”, garante o organizador. Para o estudante João Paulo Neves, participar dos protestos significa

dizer que a geração mais jovem tem consciência po-lítica e está disposta a mudar o país: “Muitas pessoas da minha idade são alienadas, não se importam com o que ocorre na política. Mas tem também muita gente disposta a mudar as coisas. É só observar o número de jovens nas marchas”.

PODER DO POVOAo longo de seus anos 51 anos como capital da

república, Brasília guarda em seus registros mo-mentos ímpares de manifestações populares contra situações políticas ou contra seus representantes. Sejam as lutas a favor das Diretas Já, o impeach-ment do presidente Collor ou em ocasiões menos conhecidas, como a ocupação da Unb pelo regime militar. Ir às ruas é um traço de personalidade que atravessa várias gerações de brasilienses. Para o analista político e pesquisador da história da cidade, o professor Luiz Humberto de Faria, essa característica salienta exatamente o tipo de cidade que Brasília representa. “O povo de Brasília nunca ficou calado. A maioria é funcionário público, e como não seria bem quisto descer dos ministérios de terno e gravata para protestar, as pessoas geral-mente sempre fizeram panelaços e marchas bem organizadas. Exatamente por trabalhar no poder, todos são antenados para as questões políticas”, acredita o historiador. Ele ressalta ainda, que a massa pensante de Brasília sempre esteve direta-mente ligada aos representantes do povo, “mas o curioso é que as manifestações da capital raramente tiveram cores partidárias”, completa.

De toda forma, uma questão sempre vem à tona quando se fala em manifestações de qualquer tipo. Marchas e protestos têm ou não poder para mudar paradigmas políticos? O Cientista Político da UnB, David Fleisch acredita que sim. “Marchas demons-tram antes de qualquer coisa, que a população chegou ao seu limite em relação a algum problema. Políticos querem sempre aparecer e quanto mais

Robe

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Fleu

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O cientista David Fleisch acredita que marchas e protestos tem poder para mudar paradigmas políticos

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26 PLANO BRASÍLIA

mídia gera um determinado protes-to, mais pressionados se sentem os governantes”. David ainda elogia os esforços recentes do Movimento Contra a Corrupção, porque o grupo apresenta uma carta de de-mandas que pretendem reivindicar. Algo que nem sempre acontece.

Entre as principais prioridades do movimento está a exigência do voto aberto em todas as votações do Congresso Nacional; a efetiva apli-cação da Lei da Ficha Limpa; e a manutenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como órgão competente para exa-minar processos e punir magistrados que desonrem a toga. Sobre esse assunto, o movimento tem como aliada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente nacional da ordem, Ophir Cavalcante participou pessoalmente do evento do dia 12 de outubro. Sobre o palanque do carro de som da mar-cha, o jurista defendeu veementemente o Conselho. “Juiz que não tem nenhum tipo de problema ético, juiz que é sério e honesto não teme qualquer tipo de fiscalização e muito menos um CNJ forte”.

Com mais de 30 anos dedicados a estudar a história da cidade, o professor Luiz Humberto de Faria chegou a temer que a abertura da democracia tivesse enfraquecido os movimentos de protesto. Mas hoje, faz elogios ao fato de que os novos caras pintadas sabem exatamente o que exigir dos par-lamentares. “Em resumo, essas marchas querem mudar toda a conjuntura política. Esse modelo

está vencido. Ninguém mais aceita votos secretos e ministros do tribunal de contas que são indicados por aqueles que eles devem fiscalizar”, enfatiza.

O representante do Movimento Contra a Cor-rupção vai além. Giderclay acredita que esse é o momento chave não só para uma reforma política geral, como tem certeza que a internet e os novos meios de comunicação tem capacidade para reedu-car a população para que tenha mais atenção na hora de escolher em quem votar. “Não incentiva-mos votos nulos ou brancos. Queremos ir além. É chegada a hora de acabar com o analfabetismo político. Todo brasileiro se acha técnico de futebol, mas não sabe votar certo. O que estamos tentando fazer é abrir a mente das pessoas para que saibam que existem maneiras de acabar com toda essa corrupção. Chega de esperar por promessas. Nós podemos fazer a diferença”.

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PLANO BRASÍLIA 27 PLANO BRASÍLIA 20 DE SETEMBRO DE 2011 27 PLANO BRASÍLIA 20 DE SETEMBRO DE 2011 27

mOVImEnTOS PELO mUnDO

OCUPE WAll STREET

Nos Estados Unidos, o movimento “Occupy Wall Street” é um protesto pacífico contra a in-fluência empresarial na sociedade e no governo dos Estados Unidos, e contra a impunidade dos responsáveis e beneficiários da crise financeira mundial. Ele começou em setembro, quando 150 pessoas ocuparam uma praça no bairro de Wall Street, Nova Iorque, considerado o centro financeiro mundial. Com a ajuda das redes sociais da internet, o movimento cresceu e se espalhou para outras cidades americanas. “Somos 99%” é o principal lema dos manifestantes. Se refere ao fato de que a maior parte das finanças e riquezas do país estão concentradas com apenas 1% da população.

PRIMAVERA ÁRABE

Em 2011, uma série de revoltas se alastrou por países árabes e já derrubou três governos no norte da África: Tunísia (em janeiro), Egito (fevereiro) e recentemente a Líbia (agosto), com a captura e execução do ditador Muamar Kadafi. O uso de celulares, mensagens de texto e da internet, foi fundamental para organizar as concentrações em praças e coordenar os protestos. Isso porque em muitos desses países, os meios de co-municação oficiais são fiscalizados e censurados pelo governo. Razões demográficas, econômicas e geopo-líticas contribuíram para as revoltas. Há uma grande proporção de jovens nesses países, muitos deles sem emprego ou grandes perspectivas.

PROTESTOS NO ChIlE

Com início em maio deste ano, uma série de protestos estudantis no país sulamericano mobi-lizaram alunos de segundo grau, universitários, professores, pais e sindicatos, nas maiores mani-festações em duas décadas de democracia chilena. As marchas chegaram a concetrar mais de 100 mil pessoas. Muitas dessas resultaram em confrontos ente manifestantes e policiais. Uma das líderes do movimento, a aluna do curso de geografia na Universidade do Chile, Camila Vallejo, esteve em Brasília em agosto, para participar da marcha organizada pela União Nacional dos Estudantes (UNE). A estudante chegou a se encontrar com parlamentares do Congresso Nacional e com a presidenta Dilma Rousseff. No Chile não existem universidades gratuitas. As instituições privadas podem operar mas, por lei, não podem ter fins lucrativos. A mensalidade cobrada tanto em uni-versidades públicas quanto privadas chega a US$ 400 por mês.

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Inclusão socialpor meio da dançabailarina profissional ensina jazz e dança contemporânea para jovens carentes de Samambaia

CidadaniaPor: Railde Nascimento | Fotos: Fábio Pinheiro

Fada madrinha é uma persona-gem comum em contos de fadas. É conhecida por ser a entidade

mágica que aparece para realizar os sonhos dos protegidos. Se existe, não se sabe, mas o fato é que para algu-mas crianças carentes de Samambaia ela apareceu de sapatilha de ponta.

Então, o que era apenas um sonho tornou-se realida-de. O nome dela

é Renata Nunes - bai-larina profissional que há

11 anos realiza um trabalho de inclusão social por meio da dança –

hoje chamado Cia de dança Artevida (nome provisório). A principal moti-vação que a faz conduzir o grupo até hoje é à força de vontade das alunas. “Eu vejo que a evolução delas não foi só na dança, mas na vida. Enquanto eu acreditar que ainda estou fazendo algo bom por elas, estarei aqui”, declara.

A companhia é um grupo independente. Conta com a parti-cipação de 10 meninas, entre 15 e 23 anos, que encontraram na dança um refúgio para a dura realidade passada na infância. A maioria delas participava das oficinas de dança na Instituição Casa Azul, em Samambaia. “No meio delas eu encontrei diamantes brutos para serem lapidados”. Após um tempo, Renata propôs formarem um grupo fora da instituição e todas aceitaram se aventurar. Mas tudo isso foi bem

além de uma simples aventura. O grupo ainda permanece e se edifica recebendo inúmeros convites para apresentações em diversas ocasiões.

lEgADO PASSADO DE PROFES-SORA PARA AlUNA

Simone Coelho, 23 anos, é inte-grante da companhia desde o início, em 2000. Segundo ela, o projeto foi uma revolução na sua vida. De bailarina, passou a ser professora e hoje dá aulas de dança no colégio Impacto, em Brazlandia. Durante o período de formação na companhia, ela teve várias dificuldades. “Se eu precisasse comprar uma sapatilha, tinha que dar um jeito. Já cheguei a juntar latinhas para vender e poder comprar uma”, mas, mesmo assim, não desistiu do que almejava conquistar. “Se eu não tivesse me vinculado à dança quem sabe eu não estaria no caminho errado?”, salienta. Ela chega a faturar 2 mil reais ao mês com este trabalho que define como hobby.

Assim como Simone, a dedicação por parte das outras integrantes é intensa. Atualmente todas praticam ballet clássico durante a semana, e treinam juntas aos domingos pela manhã, na Universidade Católica de Brasília (UCB). Apesar de não possuir patrocínio, o projeto de Renata já rendeu frutos às jovens, sendo premiadas em Brasília, Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Embora

Renata Nunes“Não fui eu quem quis ser pro-fessora, foram elas que cobraram isso de mim”

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ServiçoCia Artevida ou Cia Renata Nunes(61) 9677.9107 (Para quem quiser ajudar)

seja um projeto social, Renata é exigente na disciplina e determinação das dançarinas.

RECONhECIMENTO DO TRABAlhODevido ao sucesso e a seriedade do trabalho da com-

panhia, muitas bailarinas quiseram ingressar no grupo. Uma delas éi Ana Carolina Amorim Rabello, 19 anos, que participa há três anos. Mesmo sendo de família de classe média, ela resolveu participar do projeto por conhecer o trabalho que Renata havia desenvolvido. “No início, tive um pouco de dificuldade em relação à técnica do estilo da Dança Contemporânea. Como só tinha feito ballet e jazz, isso era novo pra mim”, explica.

O incentivo também partiu da mãe – a funcionária pública Thelma Brant Rabello, 53 anos. Ela conta que conheceu a companhia há oito anos, em Águas Claras,

onde Renata havia montado um espetáculo. “Eu passei a admirá-la mais ainda pela competência, garra e deter-minação depois disso”, celebra. Porém, ela afirma que é triste ver um grupo tão bom não ter apoio financeiro.

O grupo não possui qualquer tipo de patrocínio regular. Para viajar e participar dos campeonatos, elas promovem eventos, como festas juninas, e vendem rifas para pagar viagens e figurinos. O pré-requisito para participar da Companhia, segundo Renata, é ter interesse e um mínimo de conhecimento de dança. E finaliza: “Não fui eu quem quis ser professora, foram elas que cobraram isso de mim”.

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GentePor: Edson Crisóstomo

Política511 anos depois...Agora são meia-dúzia de índios invadindo terras. No setor Noroeste, com apoio de ambientalistas e estudantes esses índios que não estavam em Brasília na década de 60 vem conquistando vitórias, espaço e impedindo a contrução do bairro. PS. Esses índios, ambientalistas e estudantes estão criando uma nova tribo: não tasca vi primeiro ponto com.

Seis por meia-dúzia O PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, aliás sem votos, que faz belos acordos, fez mais um, colocou Dr. Charles que foi recusado pelos eleitores, “mas primeiro suplente do partido” no lugar dos poucos votos a mais de Cristiano Araújo, que por sua vez ganhou um novo mimo, virou secretário de ciência e tecnologia do Distrito Federal. O setor produtivo voltou a chorar.

Inauguração do Espaço Cultural do Brasil 21

Fabiano Cunha Campos com a esposa luciana e os filhos Pedro e Juliana

Fabiano Cunha Campos, Ruy Faquini, Yara Chaves e Juca Chaves Paulo Octávio, Fabiano Cunha Campos, Elifas Andreato e Dr. Arnaldo Cunha Campos Andressa Pádua, Voriques Oliveira e Soraya lacerda

Fabiano Cunha Campos, Paulo Octávio e Dr. Arnaldo Cunha Campos inaugurando o Brasil 21 Cultural

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Geleia GeralCaixa RápidoCéu de brigadeiroCom a proximidade da alta estação, todo trade turístico resolveu dar uma azeitada nos preços. Isso vale para tudo, tudo mesmo! Passagem aérea, hotel, locação de veículos, city tour, guia e etc, etc... São preços de amargura.

Paralelo 16 - Mostra de Dança ContemporâneaDepois de três edições em Goiânia, Brasília recebe pela primeira vez o Paralelo 16 - Mostra de Dança Contemporânea. De 2 a 20 de novembro, a mescla entre oficinas e apresentações irá proporcionar qualificação profissional, troca de experiências, divulgação da dança contemporânea e o fortalecimento de seu público na capital. Os eventos acontecem no Teatro Funarte Plínio Marcos. Os ingressos custam entre 10 e 5 reais e estão sendo vendidos na própria bilheteria do teatro. Para os amantes do forró tradicional, Dominguinhos toca sucessos de seus 50 anos de carreira na Arena do Forró, no próximo dia onze, às 22 horas. Quem abre o show do mestre pernambucano é Flavinho Lima e Fúba de Taperoá. A arena do forró fica no Setor de Clubes Sul, trecho 3 - próximo à AABB-DF.

liliane Roriz e Samanta SallumPaulo Octávio, Fabiano Cunha Campos, Elifas Andreato e Dr. Arnaldo Cunha Campos Andressa Pádua, Voriques Oliveira e Soraya lacerda

Dani guerra e Mauro Assis, da Funyl, com o anfitrião da noite, Flávio Resende Samanta Sallum e o Senador Cristovam Buarque

Roberto Caldas Alvim e Ataíde Rodrigues

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Mercado de TrabalhoPor: Tatiane Barbosa | Fotos: Victor Hugo Bonfim | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Exatas e humanas em uma só profissão

Produção

E scolher uma profissão pode ser muito difícil diante da diversidade de atuações

que hoje existem no mercado de trabalho. Por isso, começar com a formação em que tenha poucos graduados e com possibilidade de trabalhar em diferentes áreas é uma boa opção para quem está em dúvida quanto a que carreira profissional seguir. A profissão de engenheiro de produção se encaixa perfeitamente nesse perfil.

Apesar de pouco conhecido em Brasília, o engenheiro de produção pode atuar em diversas áreas dentro da empresa, já que sua formação é ampla e inclui, desde as ciências exatas até a gestão de pessoas. “Quando estava em São Paulo, trabalhei em vários departamentos como marketing e logística”, conta Maria Cláudia Falcão, 37 anos, há 13 formada na área. Atualmente, ela trabalha num organismo inter-nacional, a OIT.

Resumidamente, usar o racio-cínio lógico e lidar com pessoas para obter bons resultados com o menor custo possível é o que faz um engenheiro de produção. Muita gente, erroneamente, acredita que esse profissional possa substituir o economista. “O engenheiro de produção é um profissional gene-ralista e não especialista. A pessoa formada em economia vai saber melhor como funciona o mercado financeiro, por exemplo. O enge-

Engenhariade

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nheiro sabe como desenvolver e colocar em prática um processo que economize recursos e custos”, afirma Maria Cláudia.

Por trabalhar com gestão, a prática profissional do engenheiro confunde-se com a atuação do ad-ministrador. “A grande diferença da engenharia de produção com administração é que o engenheiro de produção pode fazer qualquer coisa em engenharia, desde que estude aquilo que quer ter de atribuição depois de formado”, ressalta João Mello da Silva, coor-denador do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Brasília (UnB).

Conforme ele, o engenheiro de produção pode trabalhar em qualquer das outras seis áreas de engenharia, contanto que tenha em sua grade, as matérias relacio-nadas à que se deseja especializar e conseguir atribuição junto ao Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia, o Con-fea. “Por exemplo, se uma pessoa for formada em engenharia de produção e tiver especialização ou doutorado em engenharia ele-trônica, pode recorrer para obter a atribuição de um engenheiro eletrônico”, esclarece.

Segundo especialistas, para que se inicie a carreira como engenhei-ro de produção são necessárias aptidões como facilidade para raciocínio lógico, comunicação e liderança, já que qualquer uma das engenharias trabalha com sistemas compostos por elementos básicos como matéria, energia e informa-ção. “A engenharia de produção trabalha com o quarto elemento que se chama ser humano”, aponta João Mello.

Em Brasília, mesmo sem algumas especializações, o engenheiro de pro-dução tem vasto campo de atuação na construção civil e empresas de ma-nutenção. Outra opção de mercado são os concursos públicos nos quais podem trabalhar na área quantitati-va, de simulação e de gestão. “Tudo o que tem a ver com gestão tem a ver com engenharia de produção. Por esta razão, ela é a mais ligada ao go-verno do que as outras engenharias”, garante o professor da UnB.

O salário inicial de um profis-sional da área está em torno de R$ 4 mil. Além disso, segundo Maria Cláudia, dificilmente um engenheiro de produção fica sem trabalho. “Nenhum dos colegas que se formou comigo está desem-pregado”, conta.

Prof. João Mello garante que a área tem múltiplas atuações

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TecnologiaPor: Tatiane Barbosa

Apnéia ObstrutivaO sono que pode levar à morte

Fernando Pessoa já dizia que “tudo o que dorme é criança de novo”. Mas além do simples fato de dormir, é necessário que se durma muito bem.

O sono serve para, entre tantas outras coisas, restaurar a energia gasta durante o dia e também para reforçar e consolidar a memória. Nos casos de dificuldades de concentração, dores de cabeça e cansaço, o aconselhá-vel é parar para descansar, relaxar, pois tais sintomas podem estar relacionados à Síndrome da Apnéia Obs-trutiva do Sono (Saos). Distúrbio psicológico que afeta o organismo e que pouca gente imagina que pode estar ligado a uma noite mal dormida e que pode também levar à morte. De acordo com Graziele Cristina da Silva Oliveira Prates, 31 anos, fisioterapeuta do sono, a síndrome é causada quando a pessoa para de respirar durante o sono. “A Saos é a interrupção da respiração por um período mínimo de dez segundos, em uma frequência maior que cinco episódios por hora, devido ao cola-bamento (abalar) das vias aéreas superiores durante o sono”, explica. As complicações da fragmentação do sono e a diminuição na oxigenação do sangue podem causar complicações cardiovasculares e levar a pessoa a óbito. “As consequências mais frequentes são o aumento da pressão arterial, alteração do ritmo do coração, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral e sonolência diurna excessiva”, aponta a fisioterapeuta. A Tecsono, especializada em venda e locação de aparelhos para o tratamento da doença, possui um diferencial no que se refere ao tratamento da síndro-me. Além de oferecer equipamentos específicos como máscaras para CPAP e BIPAP e aparelhos de oxigênio domiciliares como o concentrador e o cilindro portátil de O2, a empresa disponibiliza profissionais qualifica-dos em relação à polissonografia, orientação e suporte aos pacientes. Conforme especialistas da Tecnoso, os fatores prin-cipais causadores da Sindrome da Apnéia Obstrutiva do Sono são as deposições de gordura na região cer-

vical, retração de maxila ou mandíbula, hipertrofia de amídalas ou adenóide e grande volume das secreções respiratórias. Entre os sintomas estão os roncos, para-das respiratórias e engasgos durante o sono, sonolência diurna, alterações de humor e diminuição da libido. Graziele Cristina alerta para que, em caso de evidenciamento de um dos sintomas ou suspeita da doença, o aconselhável é que se procure o médico para avaliação inicial. Caso seja confirmada a doença, o tratamento com um médico especialista em distúr-bios do sono (pneumologista, otorrinolaringologista, neurologista, cardiologista, entre outros) é o mais recomendável. Conforme ela, o tratamento depende da gravidade da enfermidade. Se leve, o paciente será orientado a adotar medidas de higiene do sono, per-der peso e avaliação das vias aéreas superiores. Para as formas moderada e grave, conforme a especialista, é usado um CPAP ou BIPAP, aparelho utilizado por meio de uma máscara, onde o fluxo de ar, sob uma pressão positiva, mantém as vias aéreas desobstruídas.

HIGIENE DO SONOSete passos para uma boa noite de sono 1- Ritual do sono (tudo aquilo que fazemos quando nos preparamos para dormir - escovar os dentes, ir ao banheiro). 2- horário regular para deitar e levantar (respeitar esses horários, favorece o bom funcionamento do relógio biológi-co). 3- Preparação do ambiente (escureça o ambiente, reduza o barulho e tente manter uma temperatura agradável). 4- Não comer na hora de ir para a cama (o ideal é aguardar cerca de uma hora depois da refeição). 5- Não ingerir bebidas alcóolicas antes de dormir e nem aquelas que favoreçam a insônia (o álcool interfere no relaxamento da musculatura da garganta) 6- Não fumar antes de dormir (a nicotina favorece a insônia) 7- Praticar esportes (pelo menos 4 horas antes de dormir).

Por: Wellington Beltrão| IFoto: Fabio Pinheiro

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CotidianoPor: Fernanda Azevedo | Ilustração: Raphaela Christina

mudança de clima,

Sinônimo degripe

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A seca finalmente acabou, mas deixou espaço para a umidade e os brasilienses ainda sofrem com problemas respiratórios

A universitária Alessandra Fonseca, 23 anos, não via a hora de começar as chuvas

em Brasília. Todo agosto e setem-bro ela costuma passar mal, o nariz sangra, os olhos e garganta ficam irritados. Nessa época Alessandra sofre muito com alergias causadas pelo clima seco. “Esse ano tive uma crise alérgica com uma tosse seca de mais de duas semanas”, diz. Mas as coisas não melhoraram muito depois das chuvas. Com a mudança brusca de temperatura que é característica de Brasília, a universitária sofreu uma crise de amigdalite, (inflamação nas amígdalas que pode ser causada por diversos fatores, inclusive por bactérias). “Tive de ir ao hospital e tomar uma benzetacil”, conta. Hoje Alessandra está bem melhor, mas todo ano sofre muito com as

mudanças climáticas de Brasília. A universitária não sabe mais o que fazer, pensa muito em se mudar da cidade. Segundo o médico pneumologis-ta do Hospital Universitário de Bra-sília (HUB), e professor de medicina da Universidade de Brasília (UNB), Ricardo Luiz de Melo Martins, quan-do chega a época das chuvas e con-sequentemente a umidade, há um crescimento das doenças alérgicas como rinite, sinusite e asma. Pode-se observar com mais freqüência tam-bém, infecções respiratórias como gripe e resfriados. Para evitar doenças de época, como a gripe, Martins aconselha as pessoas a terem hábitos saudáveis, como se alimentar corretamente, comer bastantes frutas, verduras e fazer exercícios. O médico re-comenda também que as pessoas

façam uma limpeza nas residências nesse período. A casa também pre-cisa de cuidados, para não atrair doenças. Providencias como con-sertar o telhado, limpar as calhas e revisar as instalações hidráulicas podem fazer muita diferença para a saúde dos moradores. “O excesso de umidade na casa propicia a presença de mofo nas paredes, que significa a existência de fungos: um microorganismo capaz de provocar doenças respiratórias alérgicas e infecciosas”, diz Martins. Martins aconselha as pessoas que já tem tendências alérgicas, ou estão em grupos de riscos como crianças e idosos a visitarem o médico periodicamente e adotarem cuidados preventivos. “A gripe pode provocar uma queda na imunidade da pessoa e o quadro clínico pode resultar em pneumonia”, afirma.

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Planos e Negócios ALEx DIAS

Serviço Ferragens PinheiroQI 11, Lotes 02/26 - taguatinga(61) 3354.8181www.ferragenspinheiro.com.br

FERRAGENS PINHEIRO Fundada em 1961, pelo empresário getúlio Pinheiro de Brito, a Ferragens Pinheiro nasceu com o objetivo de comercializar ferro para a construção civil. A empresa de base familiar foi responsável por oferecer grande parte de materiais para a construção de Brasília. Com o passar dos anos, os serviços e materiais oferecidos foram se multiplicando. Atualmente, a empresa trabalha com um mix de mais de dois mil produtos comercializados e industrializados. localizada em Taguatinga, traz com a nova gestão, moderna estrutura e serviços diferenciados.

Neste mês, a empresa reinaugurou a unidade de Taguatinga, mostrando aos clientes a nova e moderna infraestrutura. Além disso, a empresária e diretora--executiva da Ferragens Pinheiro, Janine Brito, garante que, em breve, uma nova loja será inaugurada no SIA e uma indústria será aberta em Ceilândia. Na gestão da Ferragens Pinheiro desde 2010, Janine Brito, conta que a ideia de mudar partiu da necessidade de poder trazer atendimento com excelência aliado a um bom preço e produtos com entrega imediata. “Com o objetivo de dinamizar a empresa, estamos com esta proposta de modernidade. Adotamos uma melhor ambientação para dar um atendimento especial aos clientes; am-pliamos a frota de caminhões a fim de agilizar a pronta entrega. Tudo fizemos para facilitar as demandas dos nossos consumidores”, revela.

Serviço Carmelinda Junqueira Cenários e BalõesSHIS QL 02, Conjunto 05, Casa 14 - Lago Sul(61) 7811.1887 / 3522.1009

SLSW Qd. 101 bl. C lj. 4 - Sudoeste(61) 3344.5575

CARMELINDA JUNQUEIRAEspecializada em criação de cenários personalizados para festas, a Carmelinda Junqueira está no mercado há quatro meses e traz um diferencial: esculturas gigantes feitas com balões. Seja em formato de personagens ou de cenários. Além disso, a empresa oferece na organização dos eventos brinquedos infláveis, lembrancinhas e tendas de chocolates com frutas. De acordo com a proprietária Renata Junqueira, as festas são personalizadas dando preferência ao gosto dos clientes.

Para a ornamentação, Renata conta com uma equipe formada por 12 profissionais experientes em criação com balões. Eles retratam personagens de desenhos e ambientes temáticos como exemplo: florestas, o mundo da Disney e castelos voltados principalmente para eventos infantis sempre priorizando a qualidade dos serviços e proporcionando uma festa inesquecível.

Serviço SePS 705/905 Sul – Bl. B sls. 201 a 205 - Centro empresarial Asa Sul (61) 3345.6685

SCLN 213 – Bl. A sub. 2 a 8(61) 3032.1884

CNC 2 – Lt. 13 – lj. 01 - taguatinga Norte(61) 3562.7451

FISIOTRAUMA EXCELLENCECom uma metodologia e conceito inovador, a Fisiotrau-ma Excellence chegou a Brasília para fazer a diferença. Composta por uma equipe qualificada, a clínica oferece tratamentos convencionais, alternativos e busca sempre a satisfação de quem a procura. genuinamente brasilien-se, a empresa, criada em 2001 por um grupo de amigas e profissionais que tinham o mesmo objetivo em comum: levar qualidade de vida para quem deseja. Recentemen-te, a empresa inaugurou uma nova clínica na Asa Sul,

mais ampla e moderna, com objetivo de levar mais con-forto e comodidade para os pacientes. Especializada em atender pessoas de todas as idades, principalmente os idosos, com a utilização de aparelhos de última geração e técnicas de saúde e bem-estar. Com atendimentos particulares e de convênios, a clínica facilita o acesso do paciente ao tratamento. A Fisiotrauma Excellence oferece, entre outros serviços, Fisioterapia, Reeducação Postural global (RPg), hidroterapia e Pilates.

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O escritório Valter Xavier Advogados Associados é constituído pelo desem-bargador aposentado, presidente do Instituto dos Magistrados do Distrito Federal (IMAg-DF) e professor Valter Ferreira Xavier Filho. Atualmente, conta com advogados que atuam na Justiça comum e nos Tribunais Su-periores, sob supervisão direta do titular. Valter Xavier presta pessoalmente serviços de consultoria, sendo procurado por advogados de todos os cantos do país para colaboração e parceria em causas de grande complexidade e expressão - especialmente nas áreas cível, empresarial, administrativo, criminal e de direito processual civil.

ServiçoVX Advogados AssociadosSHS Qd.06 lt. A ed. Brasil 21, bl. C sl. 813 - Asa Sul(61) 3202.2299

VX ADVOGADOS E ASSOCIADOS

Serviço Suprema KawasakiSIA trecho 4, 1.180 – Lj. 1 e 10(61) 3361.0701 / 3361.0582 QNd 4 – Lt. 1(61) 3361.3000www.supremakawasaki.com.br

SUPREMA KAwASAKIOs apaixonados por motos contam com mais uma nova opção de compras em Brasília. O grupo Suprema Veículos, representante exclusivo da Kawasaki no Distrito Federal, inaugurou recente-mente, sua segunda concessionária. Com um investimento inicial de, aproximadamente, R$ 2 milhões, a nova loja da marca está funcionando em Taguatinga Norte. Com uma área de 1.000 m² (loja e estacionamento), a Kawasaki Suprema de Taguatinga contacom show room, oficina especializada e loja de acessórios. Dentre os modelos oferecidos está a Kawasaki Ninja 250R, moto da linha popular da Kawasaki, que é o produto de entrada da marca. Com o estilo e o apelo das superesportivas Ninja (zX-6R e zX-10R), a moto possui motor de dois cilindros paralelos, de quatro tempos, com 250 cilindradas, potência de 33 cavalos a 11.000 RPM e câm-bio de seis marchas. há 20 anos no mercado, o grupo Suprema

trouxe, com exclusividade, as marcas Effa, lifan e Kawasaki para o Distrito Federal.

Serviço Mirante IncorporaçõesAv. Araucárias nº 885 Lojas 4 e 5 - Águas Claras (61) 3435.0364www.miranteconstrucao.com.br

MIRANTE INCORPORAçÕES A Mirante Incorporações atua com foco nos mercados Imobiliários e da construção civil, sendo uma das empresas mais estruturadas e admira-das do setor no Distrito Federal. Ao longo dos oito anos de sua criação, a empresa é responsável por empreendimentos que se tornaram destaque. O sucesso alcançado reflete um posicionamento que envolve criatividade, inovação, dedicação constante, eficiência e solidez. hoje, com quatro di-retores e mais de 400 colaboradores, as obras da Mirante Incorporações são reconhecidas pelo elevado nível de qualidade, priorização dos baixos custos, governança corporativa e preservação do meio ambiente.

Em setembro, a empresa recebeu o Prêmio Master Imobiliário 2011, na categoria “Profissional Comercialização”, projeto imobiliário DF Century Plaza, realizado pelas Incorporadoras Brookfield e Mirante, com vendas pela Mgarzon. Com os princípios de eficiência, credibilidade, transparência e de um trabalho comprometido, o projeto DF Century Plaza oferece diferenciais exclusivos, que vão além das expectativas dos consumidores. O empreendimento será construído com altíssimo padrão de qualidade e com um moderno processo construtivo, cujo objetivo é garantir a satisfação e conforto aos clientes.

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Da Redação | Fotos: DivulgaçãoAutomóvel

Segurança e conforto de primeira classe

Fiat Freemont

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Design forte e elegante

Central eletrônica de informações do veículo (EVIC)

Powertrain: moderno e eficiente

Bancos Easy entry

Destinado a ocupar o topo de linha da marca Fiat, o Freemont chega ao Brasil como o primei-

ro modelo resultante da associação da Fiat com o grupo Chrysler. Seu nome, assim como o próprio modelo, evoca o sentido de liberdade, do prazer da vida ao ar livre e da possibilidade de enfrentar qualquer situação da vida cotidiana com muita sofisticação. Trata-se de um veículo projetado para atender às diferentes exigências dos consumidores que buscam um veículo espaçoso, cômodo, seguro, completo, gostoso de dirigir e versá-til para o dia a dia ou para o tempo livre nos finais de semana. No Fiat Freemont você encontra todos os carros que você quer.

O novo veículo, produzido em Toluca, no México, e recentemente lançado na Europa, combina fle-xibilidade e funcionalidade com um estilo diferente e original. Suas dimensões garantem excelente con-forto e comodidade interna, além de grande versatilidade: o Fiat Fre-emont é o único a oferecer 7 lugares em sua categoria no Brasil. Todos os ocupantes têm o máximo de visi-bilidade externa. As três fileiras dos bancos estão posicionadas de forma a criar o efeito “anfiteatro”, ou seja, a segunda fileira está em posição mais elevada que a primeira e a terceira mais elevada que a segunda. O Fre-emont permite também mais de 30 diferentes configurações dos bancos.

A terceira fileira tem bancos espa-çosos, que são facilmente acessíveis graças ao excelente ângulo de 90° de abertura das portas traseiras e do sistema Easy Entry da segunda fileira dos bancos.

A segunda fileira de bancos tam-bém conta com o inovador sistema child booster que, graças à elevação da parte central dos assentos, permite posicionar corretamente crianças entre 4 e 7,5 anos. O conforto a bordo está assegurado pela posição de diri-gir mais elevada, pelos seus assentos ergonômicos, por numerosos espaços

porta-objetos (mais de 20 espaços), pelo amplo porta-malas dotado de duplo compartimento, e pela capa-cidade de transportar até 2.301 litros de bagagens.

Este novo modelo da Fiat se destaca por ser um carro muito completo e mais, por oferecer equipamentos de alta tecnologia, como os de segurança, que conta, por exemplo, com a presença de até seis airbags, sistema antibloqueio de freios (ABS), programa Eletrônico de Estabilidade (ESP - Electronic Stability Program) e sistema antica-potamento (ERM - Electronic Roll Mitigation). Também são relevantes para a segurança a presença dos as-sentos para crianças, piloto automá-tico e muitos outros equipamentos. O Fiat Freemont ainda possui um sistema inteligente de controle de reboque (TSC - Trailer Sway Con-trol), que evita oscilações perigosas.

O eficiente motor do Freemont é um 2.4 litros, DOHC, 16 válvulas, com comando de válvulas variável (Dual VVT). O modelo vem com câmbio automático de quatro marchas com opção de mudanças sequenciais.

Por ser o carro topo de linha da marca e muito bem equipado, o Fiat Freemont chega ao mercado brasi-leiro com duas versões em sua gama: Emotion e Precision.

Fiat Freemont

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Mercado ImobiliárioPor: Fernanda Azevedo | Fotos: : Fabio Pinheiro

Triple AUm novo conceito em prédios inteligentes

Quando se houve falar em prédios inteligentes, logo vem à cabeça, imagens da alta tecnologia caracterís-tica dos filmes de Hollywood, em que a casa te dá

bom dia quando você chega e pergunta como você esta, quase como uma pessoa. Mas nem sempre um prédio inte-ligente aplica tecnologias como essas, que geralmente são caras e não tem uma utilidade funcional. Prédios conside-rados inteligentes são aqueles que visam a comodidade e praticidade da pessoa que vai ocupar o ambiente. Pensado nisso é que a empresa de construção civil, Area Realty, traz a Brasília um novo conceito de prédios empresariais: O “Triple A”. Modelo que une inteligência e sustentabilidade nos projetos de construção.

Conforme a coordenadora de incorporação e projeto da Area Realty, a arquiteta Caroline Caribé, a empresa está construindo um novo complexo em Brasília, a ser localizado no Setor de Indústria Gráfico (SIG), dentro do padrão Triple A. Trata-se do Capital Financial Center. O complexo busca unir conforto, praticidade e inteligência em projetos de alto padrão. “Nós procuramos pensar em tudo, desde da parte de estacionamentos até a automação predial”. Conforme Caroline, o empreendimento promete surpreender o mercado imobiliário da cidade.

Pensado nos mínimos detalhes, o projeto propõe mais facilidade no trajeto de pessoas, bem como áreas arbori-zadas de lazer para os passantes. “A idéia é proporcionar aos pedestres áreas de lazer e socialização aconchegantes e com visual atraente, o que não tem muito em Brasília”, afirma. O projeto também inovará nos quesitos economia e sustentabilidade. As próprias áreas de socialização, que funcionarão no complexo foram projetadas para aprovei-tar, ao máximo, a luz natural e a temperatura ambiente. O mesmo acontece no interior do prédio. As janelas de alta tecnologia têm um vidro próprio para absolver a lumino-sidade, sem deixar passar o calor do sol.

Conforme Caroline, desde a preparação para o lan-çamento, a especulação sobre o projeto tem sido grande. “Mesmo antes de lançarmos o stand oficial, as pessoas tem nós procurado, principalmente investidores. Já fizemos muitas reservas”, garante.

Apesar de o Capital Financial Center ser a pedra da coroa da Area Realty, a empresa tem outros projetos de destaque em Brasília. O “Hope” da coleção diamantes, a ser localizado no Noroeste, é outro projeto de ponta. Conforme Caroline, os apartamentos foram projetados de forma a aproveitar, ao máximo, os espaços e a luz natural nos ambientes. Os espaços também são prepa-

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rados pensando no futuro, para quando o cliente for morar no imóvel. “Nós imaginamos aquele cliente que pensa em fazer uma modificação no local. Os espaços são adaptados para qualquer obra que o proprietário quiser fazer”, conta. E as facilidades vão desde uma fiação e tubulação de alto padrão que proporcionem maior mobilidade e menos custos na hora de modificar os ambientes, até a portas da varanda que podem ser removidas sem prejudicar o piso.

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EsportePor: Fernanda Azevedo | Fotos: Fabio Pinheiro

Um novo jeito de fazer fisioterapia

AMais dinâmico e lúdico, o esporte pilates é uma forma inovadora de fisioterapia que

está fazendo muito sucesso. Criado pelo alemão Joseph Pilates durante a primeira guerra mundial, o método, batizado de “contrologia” consiste em praticar exercícios que visam o equi-líbrio, a boa forma e o bem estar. São exercícios criados a partir da ação da gravidade e de molas para criar re-sistência corporal. A técnica trabalha força, flexibilidade, concentração e respiração, associados aos exercícios.

Joseph Pilates foi uma criança do-ente, tinha asma e febre reumática,

doenças que deixaram sequelas na fase adulta. Como forma de criar um méto-do que o levasse a superar as sequelas da infância, Pilates criou os exercícios. Na fase adulta, como esportista, mergu-lhador e boxeador, ele usava o método também para se preparar e serecuperar das lutas. Durante a primeira guerra, Joseph serviu na enfermaria. Através de molas colocadas nas camas dos soldados feridos, ele pode verificar os efeitos positivos do método em outras pessoas, pois os soldados com molas nas camas tinham uma recuperação mais rápida.

De acordo com a fisioterapeuta e educadora física, Vanessa de Moura Ro-

Pilates

A fisioterapeuta Vanessa de Moura Rodrigues

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drigues, o pilates consiste em uma serie de exercícios que treinam os movimentos praticados rotineiramente e, claro, obedecem aos princípios da respiração, concentração e eficiência no movimento. “São movi-mentos mais complexos do que os de academia, são movimentos em diagonal e em espiral, imitando os movimentos do dia- a- dia”, esclarece.

O pilates é uma forma mais divertida e lúdica de fazer fisioterapia. O praticante brinca com bola e com os outros equipamentos. Vanessa recomenda a atividade para quem tem problemas com a coluna e dores musculares. “Nós tivemos respostas excelentes com pessoas que tem problemas com a coluna, mas o pilates também teve bons efeitos com pacientes de fibromialgia”, afirma. Conforme a fisioterapeuta, os primeiros exercícios nos pacientes novos são feitos de forma a estabilizar a coluna, para depois traba-lhar o problema que a pessoa tem com os exercícios. Para Vanessa, o pilates é uma forma de ensinar a pessoa a se mover melhor e melhorar problemas físicos anteriores.

Segundo a fisioterapeuta, o pilates é indicado para pessoas de todas as idades e funções, até para crianças. E os adeptos são muitos, vai desde o atleta que tem problema com movimentos repetitivos até a dona de casa que não con-segue mais estender roupa por causa de dores no ombro.

Para a psicóloga Fernanda Braga, 26 anos, que já faz pilates a mais de um ano, a vida melhorou muito depois que começou a praticar o esporte. “Eu tenho escoliose e lordose, antes precisa-va fazer fisioterapia, estou muito melhor agora”, comemora. Segundo Fernanda, hoje em dia a sua postura é bem melhor. Ela considera que tem mais consciência sobre o próprio corpo. A psicóloga também conseguiu perder aqueles quilinhos indesejáveis e ganhar massa mus-cular. E quando perguntamos se gosta de praticar os exercícios, ela garante que sim. “Eu nunca parei em nada, já fiz de tudo, o pilates é a primeira atividade em que tenho praticado por mais tempo, afirma.”

Fernanda Braga, psicóloga e prati-cante de pilates

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PersonagemPor: Fernanda Azevedo | Fotos: Victor Hugo Bonfim

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O homem que criou o açougue cultural

AmorimAo passar pelas ruas de Bra-

sília, você já deve ter obser-vado as paradas de ônibus

abarrotadas de livros. Curioso? Interessante para dizer o mínimo. O dono da ideia, desse engenho todo é o Luiz Amorim do açougue cultural. Tudo começou com uma ou duas paradas em que o seu Luiz colocava livros, depois a iniciativa se expandiu por toda Brasília. Para Amorim, começou como um desafio, uma provocação como ele mesmo diz: “Agora não tem mais desculpa para não ler”.

Luiz Amorim chegou a Brasília vindo do nordeste, mas especifi-camente de Salvador, na Bahia. A história do seu Luiz não é muito diferente da história de muitos brasileiros, que vieram construir uma nova vida na capital. Chegou a Brasília em 1973, ainda peque-no, junto com uma fileira de seis irmãos. Fez diversos tipos de tra-balho, desde vendedor de balas a engraxate. Até que na adolescência encontrou o açougue T- Bone, no qual trabalha até hoje, só que agora como dono. A história de Luiz poderia ter parado por ai, mas não parou nem se resumiu a uma vida simples, por que de simples ele não tem nada. Sempre inquieto, Luiz que não era alfabetizado até os 16

anos, teimou que queria aprender a ler. A vontade era tanta que depois que aprendeu não parou mais. Mesmo trabalhando no açougue, devorava os livros, principalmente os de filosofia, seus preferidos.

Quando mais tarde, se tornou proprietário do açougue, Amorim resolveu inovar, montou uma bi-blioteca no local. “Os livros fizeram tanta diferença na minha vida, que eu queria que fizessem diferença na vida das pessoas também”, conta. A ideia, segundo ele, surgiu para provocar. Com o mesmo objetivo das paradas culturais. Mostrar que o acesso à cultura pode ser fácil e gratuito, que indo à esquina, a pes-soa pode encontrar um bom livro para ler, mesmo que seja em um açougue. Do açougue que já chegou a ter mais de 10 mil exemplares, foi criada uma biblioteca na Quadra 712/13 norte.

Amorim, que sempre foi inquie-to, não podia ter parado apenas no açougue cultural, e nem nas paradas de ônibus que funcionam como bibliotecas. Para incentivar a arte local da cidade, ele criou as noites de saraus de poesia e musica que acontecem toda quina- feira. Depois dos saraus surgiu a “Noite cultural T- Bone”, que atualmente acontecem duas vezes por ano. Nas

ultimas edições, o evento foi pre-senteado com artistas como Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Zé Ramalho e Milton Nascimento. A “Noite Cultural” já chegou a reunir mais de 8 mil pessoas. “Eu nunca esperei que os eventos crescessem tanto”, revela.

O açougueiro que virou agita-dor cultural da cidade inventou junto com amigos a “Primeira Bienal do B, a Poesia na Rua”, que reuniu mais de 50 poetas. No último dia 26.

Quando olha para trás, Luiz Amorim é modesto, acha que as coisas simplesmente aconteceram. E quem pensa que esse brasiliense de coração, de 46 anos já está sa-tisfeito com sua historia, se engana. “Eu apenas vivo o presente, vivo um dia de cada vez, e espero fazer mais eventos culturais, um passo de cada vez”, afirma. Para ele o importante é que a cultura chegue até as pessoas. “Eu considero o acesso à cultura essencial para que as pessoas não sejam alienadas, é importante que elas tenham esse acesso”, frisa. E ele faz questão de levantar a bandeira do acesso à cultura para todos. Tarefa que desde cedo ele tomou como missão de vida, mesmo que dentro de um simples açougue.

Luiz

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SaúdePor: Veronica Soares | Fotos: Divulgação | Ilustração: Raphaela Christina

Produtos de limpeza caseiros podem causar danos à saúde

Dermatites

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Hoje em dia, é cada vez mais comum achar produto de limpeza, preparados artesanalmente, à venda nas ruas da cidade. Água sanitária, sabão, amaciante, de-

sinfetante e detergente são preparados mais fáceis de serem encontradas no mercado informal e são revendidos ao consu-midor sem nenhuma fiscalização dos órgãos competentes. Ar-mazenados em garrafas pets, os produtos chamam a atenção dos consumidores pelas cores e o forte aroma que apresentam. Mas beleza não quer dizer eficácia. Muito pelo contrário, sem um rótulo que apresente a fórmula e os ingredientes os para o seu preparo, ao invés de limpar, esses produtos só deixam o cheiro e, junto com isso, ao entrar em contato com a pele, podem causar sérios danos à saúde humana.

Segundo o dermatologista Pedro Zancanaro, inflamações na pele, causadas pelo uso desses produtos são corriqueiras. Conhecidas por “dermatites de contato por irritante primá-rio”, essas lesões aparecem com mais frequencia nos pés e nas mãos das pessoas que manuseiam esses produtos. “Neste caso não é uma alergia comum. Qualquer pessoa que tiver contato com o produto preparado com uma fórmula errada vai apresentar alguma reação”, ressalta. Segundo o médico, as dermatites podem variar dos casos leves aos mais agu-dos. Nos mais simples, a pessoa pode apresentar coceira e descamação na região que teve contato com o produto. Nos casos mais graves, junto com essas coceiras, a pele apresenta bolhas e secreção.

Nessa lista, o sabão feito de soda cáustica e gordura animal é o maior causador de irritação. A explicação para esses casos é que, muitas vezes, as pessoas que fazem esses produtos, como não têm conhecimento técnico, não sabem a dosagem certa de cada ingrediente a ser usado. Além disso, a soda é um ingrediente muito agressivo, e só pode ser manuseado com segurança por especialistas. “Uma pessoa leiga, manuseando essas substâncias é como pedir a uma criança para fazer comida. As chances de dar errado é quase 100%”, compara. “Na indústria, ao preparar esses produtos, os técnicos verificam a fórmula, os conservantes, o PH, a acidez do produto” aponta. Além da maioria dos produtos feitos em casa, segundo o dermatologista, é comum pacien-tes reclamarem de lesões causadas por produtos industriali-zados que não foram diluídos corretamente. “Nos casos dos industrializados, as pessoas devem observar as orientações de uso no rótulo”, ressalta.

Mesmo sendo o “sabão de soda” o maior vilão das alergias, é comum também que as pessoas que usaram outro tipo de produto feito em casa apresentem algum tipo de lesão na pele. E na relação, ainda cabem outros como: água sanitária, pasta para dar brilho em panelas e os de-sinfetantes caseiros. Para Zancanaro, o que ocorre é que, muitas vezes, as pessoas ao fazerem esses produtos podem pensar que quanto maior a quantidade de um determinado ingrediente, mais eficiente será o seu poder de limpeza. “E é justamente esse produto que é colocado de forma des-

proporcional que pode causar lesões”, pontua. O médico orienta que, quando observar algum tipo de reação na pele, o primeiro passo a se fazer é suspender, imediatamente, o contato com o produto e depois procurar um médico.

A dona de casa Ana Maria Sousa, 23 anos, sofreu na pele a conseqüência de comprar um produto de limpeza caseiro . Segundo ela, era comum vendedores oferecerem esse tipo de produtos na loja em que trabalhava. Muitos cheirosos e com a coloração sempre atraente. Um dia ela resolveu comprar um desinfetante para limpar o estabelecimento. A primeira vez que usou o produto, a reação alérgica foi instantânea. “Logo que comecei a limpeza da loja e os meus pés entraram em con-tato com o produto, começaram a inchar e formar pequenas bolhas. Depois de uns dias, o solado do meu pé começou a descascar. Não quero passar por essa experiência novamente”, relata. Conforme ela, foi um barato que saiu caro. “Tinha que ter mais fiscalização, pois não sabemos o que estamos levando para casa”, lamenta.

Segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não existe lei que proíba a fabricação de produtos caseiros. De acordo com o órgão, quem faz a fiscalização em estabelecimentos como supermercados, hospitais, farmácias e outros são as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios. Em nota, a agência diz que não pode entrar na casa de uma pessoa que fabrica um sabão caseiro e puni-las por isso. .

Ainda conforme a nota, para garantir ao consumidor a aquisição de produtos seguros e de qualidade, a Anvisa é quem autoriza a comercialização de artigos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A autorização é concedida mediante o registro ou notificação do produto. O órgão também fiscaliza e estabelece normas para as empresas fabricantes, verifican-do todo o processo de produção, as técnicas e os métodos empregados. Alguns cosméticos não precisam de registro da Anvisa, apenas de uma notificação, pois não possuem riscos consideráveis à saúde da população .

Ana Maria de Sousa, 23 anos, sofreu na pele as consequências de escolher produtos de limpeza sem critérios adequados.

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Por: Railde Nascimento | Fotos: Fábio PinheiroEducação

A ExpoINEI é um grande evento promovido, anual-mente, pelo INEI com o objetivo de apresentar à comunidade os projetos que foram desenvolvidos

com os alunos de Maternal ao 9º Ano. “Para a realização deste evento, definimos um tema que permeará todas as produções”, explica a diretora pedagógica Gicelene Rodri-gues. “Este ano, com o tema “Transformação” procuramos mostrar, juntamente com os nossos alunos, que tudo pode ser transformado: os objetos, as pessoas e as atitudes, basta direcionar o olhar”, complementa a diretora.

Os trabalhos ficaram expostos em 10 salas, organizadas pelos alunos e professores em forma stands temáticos, onde era possível conhecer, entre tantos experimentos, a reciclagem do papel, a pigmentação de flores, a transfor-mação da família, o congelamento sem congelador.

PEqUENAS CIENTISTASAs alunas do 6º Ano Juliana Ladário, 13 anos, Júlia Estrela,

12 anos, e Catherine Andreoli, 13 anos, provaram que é possí-vel fazer um sorvete sem usar o congelador. “ Nós descobrimos que é possível congelar usando nitrogênio líquido, produto que congela com menos de 195 graus”, explica a adolescente Juliana Ladário, que participa pela primeira vez do evento, com o projeto congelado sem congelador, e se diz empolgada com o resultado do experimento. Para completar o experi-

Feira que há 16 anos expõe trabalhos produzidos pelos alunos do colégio InEI.mento, além do nitrogênio, elas utilizaram batedeira, leite e pó para sorvete. Mesmo sabendo que desenvolver este trabalho foi uma experiência enriquecedora para o aprendizado, as pequenas cientistas, no entanto, desabafaram aos risos: “Nós não queremos ver sorvete tão cedo”.

Assim como o “congelando sem congelador”, o objetivo dos projetos desenvolvidos na disciplina de Ciências foi chamar a atenção dos visitantes para a parte prática das transformações, afirmou a professora de Ciências e orienta-dora dos trabalhos, Anne Ellers. “Eu quis desafiar os alunos fazendo com que eles mostrassem ao público como a trans-formação era realizada, para isso, eles tiveram que realizar pesquisas e usar a criatividade”, explica a professora.

ROUPAS CUSTOMIzADASPartindo da proposta do projeto que é “transfor-

mação”, as crianças do 3º Ano participaram de uma

ExpoINEI 2011

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oficina de customização. Elas reaproveitaram mate-riais diversos, como algumas peças de roupas, com o objetivo de criar novos modelos. “Acredito que este trabalho contribuiu muito para a formação de um novo olhar em relação ao reaproveitamento de ma-teriais”, comenta a professora do 3º Ano, Rosa Maria de Azevedo.

Já na turma do Jardim II, a professora Angela Oli-veira colecionou lixo, durante todo o ano, para a con-fecção dos trabalhos do projeto “No meu lixão podia se encontrar de tudo”. Neste projeto, as crianças des-cobriram que tudo pode ser transformado, assim elas começaram a enxergar carrinhos em caixas, aviões em garrafas pets e por isso trouxeram de casa embalagens que seriam jogadas fora para serem transformadas.

Outro projeto que se destacou foi “Eu amo livros”, desenvolvido pela professora Elaine Santos a partir da coleção de livros de mesmo nome da autora Iris Bor-ges. O projeto mostrou a confecção dos livros, desde a sua criação à edição e distribuição.

PEqUENOS AUTORESAlém da exposição dos projetos, o INEI edita, anualmente,

um livro com uma coletânea de textos dos alunos de Jardim I ao 9º Ano. Neste ano, o livro “Aventuras no Papel” foi apresentado durante a ExpoINEI, e os autores, ainda, tiveram a oportu-nidade de autografá-lo em vários momentos durante o evento.

ExpoINEI 2011

ServiçoInei + SigmaSHIS QI 7 cj. 17 lt. 17(61) 3248.2450 www.inei.com.br

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ModaPor: Liana Alagemovits | Fotos: Fábio Pinheiro

Machadomarianna

Com suas peças exclusivas, Marianna Machado assina com classe o guarda roupa da mulher mo-derna. Brincos, pulseiras, bolsas, cintos e sapatos

completam o visual do momento. Os vestidos para fes-tas especiais, sob encomenda, também marcam o bom gosto da loja que já é tradição no sudoeste.

Vestidinho floral para o verão e a cor quente do sapato alto laranja

Brincos para brilhar na noite

Colete preto com detalhes em strass

A delicadeza do vestido azul florido

Sandália rasteirinha com detalhes coloridos

Short Keeron com detalhes e brilho do strass

Bolsa de mão

Fino sapato branco com detalhes dourados Anel com strass colorido

A leveza da blusa cinza

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ServiçoMarianna MachadoCLSW 303, Bl. C lj. 40 ed. Le Parkwww.mariannamachadoboutique.blogspot.com

Rasteirinha valorizando os pés

Colar de cor prata envelhecida

Salto alto verde Sapato de couro

Colar com cubo e badulaques

O clássico da sandália bege com detalhes no salto

Camiseta básica vermelha para qualquer momento Bolsa estilo cobra

Bolsa de mão com detalhes de flores

Blusa em estilo campestre com babados e margaridas

Saia grafite para completar um look elegante

elegante colar prata que combina com tudo

A elegante calça jeans Bandoleira

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Comportamento

O STRESS E VOCÊA tualmente falar em Stress é sinônimo de um

sintoma que dá status para a classe média e alta. Suas medicações mais usuais conver-

teram-se, numa grande apologia da felicidade de nossa civilização.

O Stress, esse grande vilão da modernidade traz em seu bojo outra síndrome do novo século – a SÍNDROME DO PÂNICO – e a já conhecida e expe-rimentada pela maioria, a DEPRESSÃO.

Na medida em que os valores essenciais e pesso-ais são esquecidos e a comunidade como um todo, privilegia o “TER” sobre o “SER”, o ser humano tende a empreender ao longo de sua existência, uma caminhada desumana para a obtenção de metas cada vez mais quantitativas. Além disso, os desafios da era moderna caracterizados pelos excessos. Excesso de estímulos, excesso de competitividade, excesso de de-mandas, excesso de informações, excesso de pressões, excesso de críticas, excesso de imposições, excesso de prazeres e tantos outros excessos, nos impelem a um estilo de vida que atropela nossa frágil condição hu-mana. E assim, também atropelamos de forma quase

ELIANE DE ALMEIDA*

fatal os nossos instintos, que deveriam funcionar como sensores naturais de auto-preservação.

Nossos ancestrais, em suas caçadas à procura de alimentos e conquista de território, já conheciam as manifestações funcionais do Stress. O Stress tem a função de deflagrar um estado de alerta no or-ganismo preparando-o para situações de luta pela sobrevivência. Além disso, ele nos prepara para situações de desafios e perigos com possibilidade de luta, onde vamos escolher se atacamos ou recuamos como estratégia nesta luta.

Porém, nosso estilo de vida moderno nos coloca demasiadamente expostos a estas situações, não nos oferecendo trégua para repouso e relaxamento necessários. Estes excessos de pressões diárias nos prendem em uma armadilha que obriga nosso organismo a reagir diariamente, como se estivesse exposto a perigos e riscos contínuos de morte.

Temos dentro de nós uma gravação profunda dessas reações de luta ou fuga pela sobrevivência, e isto se dá de forma automática, independentemente de nossa vontade. No vale tudo pela sobrevivência,

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*ELIANE DE ALMEIDAPsicóloga com especializações em Psicologia Clínica e Hospitalar e criadora da Psicoterapia Temática em Grupo

estamos permanentemente convidados a viver esse conflito. Nesta luta insana, nossa interioridade e subjetividade única, que nos distingue de todos os outros, estão permanentemente ameaçadas. O automatismo dessa luta está incessantemente defla-grado, gerando Stress contínuo.

Dentro deste estilo de vida que adoece, psiquica-mente estamos numa luta eterna pela sobrevivência, com o alarme soando o tempo todo numa prepara-ção sem trégua para o ataque ou fuga. Fisicamente nosso organismo se impregna de adrenalina e cor-tisol; nossa respiração fica ofegante e nosso coração dispara, numa situação de alerta máximo com todos os nossos sentidos funcionando aguçadamente.

O Stress é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma das maiores ameaças à saúde da humanidade do novo século.

O Stress não tem cura, a solução é o controle diário. Para a diminuição destes níveis de Stress constante, somente resgatando uma autonomia de vida tomando-a pelas suas próprias mãos. Res-gatando sua diferença como pessoa, dialogando consigo mesmo e promovendo um processo de autoconhecimento. Reconhecendo seus limites, aceitando suas fragilidades humanas e protegendo suas necessidades. E ainda, reforçando sua indi-vidualidade e resgatando-se deste rolo compressor social, você estará a caminho da recuperação do seu poder pessoal e controle de sua própria vida. Todas estas tarefas realmente não são fáceis, mas também não são impossíveis. Por isto, mãos à obra e cuide de sua saúde psíquica e física, num grande ato de amor por você mesmo.

COMO CONSEqüêNCIA DO STRESS, TEMOS:

• DIMINUIçãO DA lIBIDO • FAVORECIMENTO DA IMPOTêNCIA E DISTúRBIOS

MENSTRUAIS • AUMENTO DO COlESTEROl• AUMENTO DA PRESSãO ARTERIAl • AUMENTO DE RISCOS DE INFARTO • DESENCADEADOR DO DIABETES • PRODUçãO DE úlCERAS NO ESTôMAgO PElA

ElEVAçãO DO ÁCIDO ClORíDRICO • ASMA E AlERgIAS• NÁUSEAS • AgITAçãO, COM DIFICUlDADES PARA RElAXAR

E DORMIR.• PAlPITAçãO E SUDORESE.• DOR DE CABEçA OU NA NUCA.• IRRITABIlIDADE E MEDOS INFUNDADOS.• DISTúRBIOS DO SONO.

• ESTADOS DE DESEqUIlíBRIO E MUITO MAIS.

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CulturaPor: Railde Nascimento | Fotos: Divulgação

Para quem pensa que Brasília só é visível na parte política, se engana. A capital é rica em

patrimônios que chamam a atenção de turistas que passam por aqui. No centro, por exemplo, está a Catedral – um dos principais cartões postais da região. Além disso, para quem quer visitar a cidade, pode encontrar uma variedade de hotéis que oferecem diversas atrações para melhor atender seus hóspedes. Foi pensando assim que o grupo Brasil 21 inaugurou um novo espaço voltado para a cultura. Segundo o diretor executivo, Altamir Passos, este era o último elo que faltava para a conclusão do complexo. “O conjunto de hotéis e áreas de uso coletivo foi projetado para que quem viesse se hospedar aqui pudesse ter todas as necessidades atendidas. E o que faltava era um espaço cultural”, complementa.

As obras, que se iniciaram em 1999, incluem escritórios, hotéis, restauran-tes, entretenimento, lojas, centro de convenções e garagens. A nova área abriga três teatros com capacidade que varia de 100 a 300 expectadores.

Adaptação para deficientes físicos com cinco lugares para assistir e o camarim com rampas de acesso, criam um ambiente propício para receber

também artistas que possuem necessi-dades especiais. Para pessoas obesas, o local dispõe de poltrona apropriada.

O Brasil 21 Cultural vai abrigar espetáculos teatrais, apresentações musicais, eventos corporativos e expo-sições. No dia da abertura, a exposição fotográfica de Rui Faquini contou um pouco da história da construção do complexo. “São obras reunidas que contam a história do Brasil 21 como um todo, desde o início em 99”, expli-ca Faquini, curador da mostra.

Mas para abrir com chave de ouro, o público pôde apreciar o humor inte-ligente do menestrel Juca Chaves, no espetáculo Finalmente em pé...Quase!. Em formato de stand up, o humorista apresentou para os brasilienses a dife-rença do antigo para o novo humor. Meia hora de apresentação foi suficiente para mostrar as modinhas de amor e sátiras sobre o meio político e social. Em entrevista a Revista Plano Brasília, Cha-ves fala sobre a carência da cultura no país, o stand up, com muito bom humor.

O qUE O PúBlICO PODE PRESEN-CIAR NAS APRESENTAçõES DE JUCA ChAVES?

O Finalmente em Pé...Quase! é um stand up. Muita gente acha que é no-

vidade, mas não é. É uma coisa muito antiga, dos anos 30 que começou nos Estados Unidos. O público pode ver o stand up, que é um karaokê do humor. Você faz a sua piada, conta a sua his-tória. É interessante para mostrar ao público, principalmente aos jovens, que existe um rio de diferença entre o novo e o antigo humor.

E COMO é ESSA DIFERENçA ENTRE O ANTIgO E O NOVO hUMOR?

As pessoas mais velhas percebem, os mais jovens não percebam, pois lhes falta a experiência do humor. O humor é a ginástica da inteligência. Você desenvolve também com a cultu-ra. Tem atores maravilhosos, mas que não têm muita cultura e sai um humor banal. Muitos deles falam muito pala-vrão nesses stand ups. Isso no Brasil todo. Porém, tem caras muito bons. Eu conheço uns cinco que estão se lan-çando, muito mais pela onda, ou seja, não tem diferença nenhuma. Neste espetáculo eu começo em pé – como era o meu passado – tudo era em pé, aí virou quase. Porque eu tenho duas cabeças: a de cima democrática, a de-baixo ditadura. A de cima quer fazer tudo em pé, mas a debaixo contesta. Uma cabeça comunista.

Brasil 21

EspaçoCulturaldoComplexo

O menestrel Juca Chaves esteve em brasília para apresentar o humor inteligente na inauguração do Espaço Cultural brasil 21

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O SEU hUMOR é ChAMADO hUMOR INTElIgENTE. ESSA IDéIA SURgIU DO SENhOR OU DOS CRíTICOS?

Graças a Deus que não foi dos críticos. Partiu de um grande jornalista chamado Flávio Alcaraz, que foi con-siderado um dos maiores repórteres do Brasil. Ele veio da rádio Guaíba, de Porto Alegre. Só podia. No Rio grande do Sul tem o jornalismo mais inteligente do Brasil, ainda. Ele já foi repórter de umas quatro guerras. Um dia cheguei perto dele e disse: ‘Sou um trovador!’ Ele respondeu que eu era um menestrel inteligente. Começou a falar que meu show era inteligente, meu humor era inteligente e assim foi.

COMO O SENhOR Vê A SITUAçãO DA CUlTURA NO BRASIl?

Hoje o teatro está numa crise não por falta de público, mas pela falta de cultura do brasileiro. As televisões não passam filme que não seja dublado por-que não vai dar audiência. Isso é triste,

pois a juventude hoje não consegue ler, pois está viciada no computador. Podiam juntar esses artistas brasileiros que são bons e fazerem clássicos, ao invés de novela. A cultura aqui é muito carente. Para começar, um professor deveria ganhar mais que um senador, pois se um senador está onde tá hoje, foi por ajuda dos professores que ele teve. Ou seja, para se ter uma boa cultura é necessário que haja uma boa educação também.

O PAlAVRãO NO ShOW DE PIADA é UM PROBlEMA PARA A NOVA COMéDIA?

Eu lembro que eu nunca disse palavrão. Eu dizia o que parecia um palavrão, mas que tinha duas conota-ções. Antes a palavra virgem era imoral para a sociedade brasileira, assim como a palavra tesão. Hoje, isso mudou.

O qUE O PúBlICO ENCONTRA NOS ESPETÁCUlOS DE JUCA ChAVES?

O que o público encontra de-pende deles. Quem procura acha.

O problema é que eu acho que os meus shows são imperdíveis, eu nunca perdi. Outra coisa é a pontualidade que eu tenho, eu sou pontual. O mínimo que você pode esperar de alguém é a pontualida-de. É este compromisso, eu tenho com o meu público.

Jucá Chaves

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GastronomiaDa Redação | Fotos: Divulgação

ServiçoSubstância Gastronomia Lightterraço Shopping - Praça de Alimentação - 2º Pisotelefones: 3322-0092/3223-3505www.substancia.com.br

Atualmente quem procura opções saudáveis de ali-mentação está cada vez mais bem suprido. Apesar de ser recente, a onda dos congelados veio para

ficar. E a Substância Gastronomia Light não fica de fora. A marca, que é sucesso em várias capitais brasileiras e possui diversos cardápios com opções de alimentação saudável, tem como uma de suas características mais fortes a pratici-dade dos kits prontos e congelados, sem perder o sabor e a apresentação dos pratos. O processo é realizado por meio de armários de congelamento por placas: equipamentos adequados para congelar alimentos rapidamente de forma segura e saudável, pois o frio interrompe a ação das bacté-rias e enzimas responsáveis pela deterioração do alimento, garantindo a conservação das propriedades nutritivas, o sabor, a textura e a cor, além de proporcionar total segu-rança sob o ponto de vista higiênico sanitário. Não apenas a variedade de receitas aumentou como o investimento em tecnologia possibilitou que, depois de aquecidas, as comidas ficassem mais parecidas com alimentos recém--preparados. Dessa forma, a Substância aposta na clientela que busca alimentos nutritivos e poucos “engordativos”, além de ser uma solução saudável para a falta de tempo do mundo moderno.

CARDÁPIO DE BEBIDAS DA SUBSTâNCIAA Substância Gastronomia Light, além de oferecer

deliciosos e saudáveis pratos, também oferece um cardápio de bebidas em versão light, entre eles está o chá de frutas – elaborado com limão, kiwi, laranja e maçã – os cafés e os cappuccinos e, os mais preferidos e geladíssimos milk shakes que podem ser servidos nos sabores de chocolate e limão. Outras delícias que também fazem grande sucesso em todas as lojas da Substância são os sucos, por isso a rede desenvolveu os de morango, de uva e o frapê de frutas amarelas (pêssego, suco de laranja e maracujá), que em qual-quer época do ano são uma ótima sugestão. Vá a uma loja da Substância e confira o maravilhoso cardápio de bebidas.

Congelados e

saudáveissaudáveis

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ServiçoComplexo Brasil 21 - Hotel MeliáSHS Quadra 6 Lote 1 Bloco d (61) 3218.4700

Adriana e Tatiana Cardoso ampliam o conceito de boutique de carnes

Menos de dois anos depois da abertura da pri-meira Boutique de Carnes Viande, as irmãs e sócias Adriana e Tatiana Cardoso inau-

guraram no dia 20 de outubro, a segunda unidade da marca. Especializada nos mais nobres cortes de bovinos, vitelos, suínos, cordeiros, carnes exóticas, linguiças, aves e frutos do mar, a Viande, em sua nova loja, será ainda mais abrangente. Do filé mig-non ao carré de cordeiro, do charque ao fois gras, as opções atenderão perfeitamente às necessidades do dia-a-dia e das ocasiões mais especiais.

Assim como acontece na unidade do Lago Sul, o es-tabelecimento que trabalha com os melhores fornece-dores do mercado a exemplo da Swift Black, Churrasco Maturatta (JBS-Friboi), Angus e Bonsmara Beef, prima pelo atendimento especializado e serviço delivery de carnes preparadas de acordo com o gosto do freguês. Uma das novidades é a variedade da oferta, já que a Viande também oferece o kit churrasco para ser levado pelo clientes. Para realçar o sabor, a boutique também comercializa temperos Bombay e vinhos da Mistral.

Completamente reestruturado para abrigar o conceito e qualidade Viande, o espaço tem projeto assinado pela arquiteta Cristina Martins. Para brin-dar à novidade, Tatiana e Adriana convidaram o chef Gute que vai preparou delícias usando matéria prima da casa, claro. Entre as opções cuscuz marro-quino com frutos do mar, arrumadinho de charque, picanha assada e bolinho de bacalhau.

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64 PLANO BRASÍLIA

CulturaDa Redação | Fotos: Divulgação

O filme “Hoje”, de Tata Amaral, foi o vencedor do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além do Can-

dango de Ouro de melhor filme, o longa levou o prêmio da crítica e as estatuetas de melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor roteiro e melhor atriz para Denise Fraga. Também com cinco estatuetas, o filme “Meu País”, de André Ristum, tam-bém saiu vitorioso, melhor montagem, trilha sonora, direção, ator para Rodrigo Santoro e o prêmio de melhor longa pelo júri popular. O documentário As Hiper Mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro, levou o prêmio de melhor som. “Hoje” retrata o período da ditadura militar sob a perspectiva intimista de uma ex-militante política. Na trama, a protagonista interpretada por Denise Fraga, consegue depois de vários anos ser reconhecida como viúva e receber a indenização do governo brasileiro pelo desaparecimento do marido, vítima do regime. Com o dinheiro, decide comprar o tão sonhado apartamento próprio, mas, no momento de fazer a mudança, recebe uma visita que a faz rever toda sua vida. “Espero que nunca mais haja tortura em nosso país”, disse Tata Amaral, ao receber o maior prêmio da noite. Com a estatueta,

a diretora se tornou a quinta mulher a dirigir um filme vencedor do Festival. “Meu País” conta a história de dois irmãos ricos, Marcos, vivido por Rodrigo Santoro, e Tiago, personagem de Cauã Reymond. Após a morte do pai, interpretado por Paulo José, em uma participação especial, eles se veem diante de encruzilhadas. O anúncio do prêmio de melhor ator para Rodrigo Santoro provocou um princípio de vaia no Cine Brasília, que foi logo abafado pelos aplausos. O próprio diretor se sur-preendeu com a chuva de premiações.

CINEBIOgRAFIAS Um dos filmes mais aguardados e elogiados na edição deste ano não con-corria à premiação oficial. O documen-tário “Rock Brasília - A Era de Ouro” de Vladimir Carvalho emocionou o público na abertura do Festival. Nele é contada a história da geração do rock dos anos 80 em Brasília, através de depoimentos dos músicos de bandas como o Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude. O filme ainda apresenta muitas imagens até então inéditas. “Eram jovens que reagiam instintivamente à autoridade. Eram cultos, viajados e que fizeram músicas e letras permeadas dessa reação naquele

momento de transição da política. Eles não foram cooptados, eles cooptaram”, disse o cineasta que registrou pessoalmen-te, muitas das cenas na época. “Comecei a gravar os shows que aconteciam na Foods (lanchonete da Asa Sul), na UnB e a gravar entrevistas com esses garotos. Isso ficou guardado por mais de 20 anos. A minha sorte é que não estragou”, acrescentou. Já na última noite do festival, outro documentário com temática musical arrebatou o público. Em “Vou Rifar Meu Coração”, a cineasta carioca Ana Rieper retrata o universo da música brega. O filme mistura depoimentos de compositores como Wando, Agnaldo Timóteo e Nelson Ned com falas de personagens reais dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco que já vivenciaram situações cantadas por eles. O resultado é uma compilação onde os problemas do coração inspiram os compositores e confortam os ouvintes que já sofreram por amor. Apesar de ser aplau-dido de pé pelo público após a exibição, o longa levantou uma polêmica no debate realizado na manhã da segunda, 3 de ou-tubro. Tudo porque um dos entrevistados é Lindomar Castilho, cantor romântico de sucesso nos anos 1970 (autor da música que dá nome ao filme), que matou a mu-lher, Eliane de Grammont, em 1981.

44º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIROEcletismo marca a premiação deste ano

MElhOR ATRIz - R$ 5.000,00Denise Fraga, por “Hoje”

COMPETIçãO DE CURTAS-METRAgENSMElhOR FIlME DE CURTA METRAgEM (JúRI OFICIAl) - R$ 20.000,00 - “L”, de Thais Fujinaga

MElhOR FIlME DE CURTA-METRAgEM (JúRI POPUlAR) - R$ R$ 10.000,00 E PRêMIO EXIBI-çãO TV BRASIl - R$ 10.000,00 - “A Fábrica”, de Aly Muritiba

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PRINCIPAIS VENCEDORES

COMPETIçãO DE lONgAS-METRAgENSMElhOR lONgA-METRAgEM (JúRI OFICIAl)R$ 250.000,00 - “Hoje”, de Tata Amaral

MElhOR lONgA-METRAgEM (JúRI POPUlAR) R$ 20.000,00 E PRêMIO EXIBIçãO TV BRASIl R$ 50.000,00 - “Meu País”, de André Ristum

MElhOR DIREçãO - R$ 20.000,00André Ristum, por “Meu País”

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PLANO BRASÍLIA 65

ARTISTA versus ARTISTA

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BOHUMIL MED*Música

*BOHUMIL MED Professor emérito da Universidade de Brasília.Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

Em julho, a imprensa mundial dedicou espaços e mais espaços falando da morte da cantora

inglesa Amy Winehouse, ídolo da música pop internacional. Como ela conseguiu essa fama toda em tão pouco tempo? Há que se reconhecer que era talentosa. Mas existem outras cantoras com o mesmo dom. Há que se reconhecer ainda que tinha habilidade para agradar no palco. Outras cantoras também agradam. O fator principal do seu sucesso era o apoio incondi-cional da mídia e das gravadoras, vi-sando, é claro, o retorno financeiro que ela proporcionava. Só que uma carreira tão mete-órica, um sucesso tão estrondoso podem desestruturar uma pessoa psicologicamente fraca, sacrifi-cando também a vida familiar e sentimental. Em muitos casos, fama, enriquecimento rápido e pressão de todos os lados são típi-cos ingredientes para o caminho da bebida e das drogas, levando a um processo de autodestruição, como infelizmente foi o caso dessa jovem artista, cerceada cedo demais de

uma carreira que poderia ter sido tão produtiva. A mídia cruel quer ver a des-graça alheia. Feito ave de rapina, espreita incansavelmente o artista, deleitando-se com os escândalos. E daí se isso servirá de exemplo a outros jovens fracos e imaturos, que nem sempre sabem separar o lado musical do modo errático da vida do ídolo? Mostrar o pior é o que vende, e vender é o que importa.

O CONTRAPONTO Poucos dias antes, em 18 de julho, faleceu aos 84 anos o artista Osvaldo Lacerda. Provavelmente a maioria dos leitores nunca ouviu seu nome. Ele era compositor erudito brasileiro, o que já é suficiente para condená-lo ao ostracismo. Casado com a consa-grada pianista Eudóxia de Barros, com quem viveu feliz, sem escândalos, sem divórcios, sem amantes, não des-pertava interesse da mídia. Lacerda começou a estudar piano aos 9 anos de idade, instrumento do qual se tornou um mestre, um virtu-oso. Pedagogo, escreveu vários livros didáticos adotados no Brasil inteiro.

Seu forte, porém, era a composição. Estudou com os melhores professo-res no Brasil e nos Estados Unidos. Ganhou muitos prêmios, mas pouco dinheiro. Em 1967, foi eleito mem-bro da Academia Brasileira de Músi-ca, posto máximo na carreira de um músico erudito no Brasil. E a mídia com isso? A mídia prefere publicar reportagens sobre celebridades, ído-los populares, jogadores de futebol. Osvaldo Lacerda, um dos prin-cipais representantes da escola nacionalista no Brasil e um dos mais importantes compositores eruditos contemporâneos faleceu sem provocar comoção nacional. Era somente um honesto musicista brasileiro da mais alta qualidade e de comportamento ilibado. Muito pouco para despertar interesse da imprensa, que poucas linhas lhe dedicou num obituário qualquer. Televisão? Nem pensar! Precisavam de espaço para uma cantora estran-geira de perfil questionável.

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Artigo

Começou mais uma disputa por vagas de Desembargador do TJDF, sendo uma delas destinada aos advogados membros da OAB-DF, pelo quinto constitucional. As

vagas decorrem da Lei n. 12.434/2011 que aumentou o nú-mero de Desembargadores do TJDFT de 35 para 40.

A Constituição de 1988 estabelece que: “Art. 94. Um quin-to dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de repre-sentação das respectivas classes”.

Ao assegurar a presença do quinto constitucional na composição dos Tribunais brasileiros, o legislador teve por ob-jetivo oxigenar o Poder Judiciário do País com a experiência profissional de advogados e membros do ministério público, permitindo-se mirar a Justiça com outro foco. Além disso, assegurou a inclusão de candidatos –de conduta ilibada- com-prometidos com o aprimoramento da justiça para que, nas instâncias colegiadas, os julgamentos fossem mais democráti-cos e as decisões menos sujeitas a equívocos.

A Constituição Federal, no entanto, não estabeleceu a forma como se dará a indicação dos 06 (seis) nomes, asse-gurando apenas que cabe aos órgãos de representação das respectivas classes. O Conselho Federal também não tem orientações sobre a matéria, cabendo a cada Seccional a esco-lha do método de eleição da lista sêxtupla.

E a OAB/DF escolheu o pior dos métodos. O menos democrático e mais sujeito à ingerências políticas e favores pessoais, em um processo que envolve muita política, jogos de poder, interesses, influência e prestígio.

Primeiro os Conselheiros da Seccional da OAB-DF esco-lhem seis advogados para constarem de uma lista - a famosa lista sêxtupla - que é encaminhada ao TJDF, que a reduz para 03 (três) nomes e os envia para a escolha final, e nomeação de um deles, pela Presidente Dilma Roussef.

Resumindo: um processo pouco democrático, onde a clas-se dos advogados não é ouvida, mantendo-se uma eleição no modelo “colégio eleitoral” onde não se prestigia o princípio da igualdade de oportunidade dos candidatos.

Aqui na OAB/DF o candidato é votado apenas pelos Con-selheiros Seccionais e não pela classe. É certo que a maioria das OAB’s do País (Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe) já instituiu a consulta direta a classe para escolha de seus repre-sentantes junto aos Tribunais, o que infelizmente não fez nossa Seccional da OAB-DF.

Vale lembrar que no Brasil o sistema eleitoral vigente é o do sulfrágio universal (um homem, um voto), e que, ao longo de nossa história, restou provado que os colégios eleitorais serviram sempre a uns poucos em detrimento de muitos, foi assim quando as mulheres não podiam votar, quando os anal-fabetos não podiam votar, quando ninguém podia votar na primeira era Vargas (1930 à 1945) e no período militar (1964 à 1984), sobreveio a última eleição por colégio eleitoral para Presidente em 1985, aí felizmente, o povo venceu o totalitaris-mo, os conservadores e o Brasil mudou. Eu mesmo exerci meu primeiro voto direto para Presidente da República na grande eleição de 1989.

No caso da OAB-DF não há como se justificar que os con-selheiros seccionais, que são tão poucos advogados, escolham os seis concorrentes da classe em nome de todos os advogados.

A escolha dos integrantes do Quinto Constitucional precisa ser exercida mediante critérios transparentes de mérito e com-petência, e não mais por privilégios inaceitáveis originados em almoços às escondidas, ou em apadrinhamento político. É preciso acabar com a caixa preta que hoje permeia estas escolhas, garantindo mais transparência na escolhas internas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal.

Por isso, em nome da democracia que tanto so-nhamos e pregamos, é que defendo que as próximas indicações sejam feitas de forma direta, em eleições realizadas pela OAB/DF na porta do tribunal, onde todos os advogados do Distrito Federal possam escolher seus representantes, afastando assim o subjetivismo da escolha política da direção da OAB nas indicações do quinto constitucional.

Assim, mais conscientes da nossa representatividade na escolha do quinto constitucional, poderemos finalmente ter representantes do quinto constitucional que, de fato, repre-sentem os anseios dos advogados, defendam nossos direitos e prerrogativas perante o Tribunal e lembrem-se sempre que vestem a toga, porque um dia foram escolhidos por aqueles que vestem a beca.

Diretas já!

Diretas Já: Quinto constitucional eleito pelos advogados.

*EVERARDO GUEIROS FILHOAdvogado e Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados

EVERARDO GUEIROS FILHO*

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Os vinhos e as notas dos críticos II

Vinho ANTôNIO MATOSO*

*ANTôNIO MATOSO Engenheiro e enófilo, apreciador sistemático de vinhos desde 1982, monitor de grupos de degustação e professor da ABS de Brasília.

Quando se fala em notas ou “pontuação” de vinhos atri-buídos por revistas, críticos, colunistas, o assunto logo chega ao ponto da polêmica. O fato é que o conteúdo

da coluna anterior, em que abordamos o assunto, resultou em vários contatos de amigos por e-mail e telefone e me externa-ram suas opiniões, a maioria pedindo até a continuidade, que agora tentaremos concluir.

Primeiramente, esclarecemos que não temos nada contra as revistas, “blogueiros” e críticos que pontuam vinhos do mercado e publicam mundo afora. Pensamos que cada um tem o direito de externar a sua opinião sobre determinado vinho que adquiriu, avaliou com seus critérios subjetivos ou objetivos, com muita ou pouca experiência. Opinião é opinião e ponto final. E cada leitor também tem o direito de tirar as suas conclusões e ter a sua opinião, seja ela divergente ou con-vergente. Ressaltamos inclusive que, num mundo sem muita referência, qualquer uma que exista pode ajudar bastante ao enófilo iniciante na compra de um vinho e que pode se orientar pelas notas atribuídas pelas revistas e críticos que lhe inspiram confiança. Isso também é uma escolha pessoal que cada um tem a sua.

O que gera polêmica mesmo é quando um crítico ou revista de grande alcance atribui uma nota inesperadamente baixa a um vinho de grande tradição no mercado ou quando um vinho de preço acessível alcança patamares de pontuação muito próximos de outros de maior reputação. Para quem gosta de destruir mitos, este é o nirvana. Para quem gosta de vinhos e tem curiosidade, logo vai querer tirar a prova tam-bém. Não obstante, não se pode esquecer que determinadas regiões vinícolas do mundo são muito suscetíveis a variações climáticas e que determinadas safras podem resultar em vi-nhos decepcionantes e que alguns produtores mais rigorosos sequer engarrafam os fermentados produzidos com os seus rótulos tradicionais, preferindo vendê-los a outros comercian-tes, normalmente não produtores, apenas engarrafadores.

Mas o assunto da pontuação continua dividindo opiniões. Uma amiga leitora questionou inclusive as famosas listas de “Top Ten”, “Top 100”, “Os melhores do Ano” que muitas publicações exibem em suas capas. Como dissemos, servem de referência, mas não de verdade absoluta. É impossível que se possa provar todos os vinhos produzidos no mundo, em cada ano, e daí publicar os mais pontuados. Não obstante, alguns vinhos de mesma categoria são comparados com safras diferen-tes entre si, o que pode resultar em um desbalanceamento da avaliação e muitas vezes ao se atribuir uma nota ao vinho não

se dá nenhuma referência se a safra naquela região específica foi extraordinária, boa, mediana, ou ruim. Aí a comparação das notas fica mesmo sem ponderação. E o que é pior é a situação em que o crítico/revista publica sua relação de melhores do ano, mas apenas de vinhos que os produtores/importadores lhes enviaram gratuitamente. Com todo respeito, essas devem ser desconsideradas porque o avaliador pode ter sido induzido positivamente com garrafas de lotes especiais que os produtores selecionaram para “ser bem avaliados,” o que não corresponde-ria à qualidade dos lotes de vinhos que nós mortais adquirimos em supermercados ou lojas especializadas.

Outra coisa importante a se considerar é que um vinho pode agradar, ou não, a determinada pessoa, independente-mente da nota. Autêntica, corajosa e sincera é a pessoa que, a provar, assume que não lhe agradou – detalhando os devidos critérios técnicos - um determinado vinho pontuado acima de 90 pontos por determinado crítico/revista. Ou que lhe agra-dou muito um vinho pontuado na faixa dos 80 pontos. Sim, porque independentemente dos critérios técnicos utilizados pelo crítico/revista, o vinho pode ser muito bem produzido, estar com suas propriedades organolépticas perfeitamente harmoniosas, mas simplesmente, pelo estilo, pode não agra-dar ao gosto dessa pessoa e aí não tem mais o que se discutir. Sim, porque uma nota técnica alta para um vinho pode não corresponder ao gosto até mesmo de quem o bem avaliou.

Por fim, o conhecimento amplo, a experiência de provar vinhos das diversas regiões produtoras do mundo, cada uma com suas particularidades, é que dá ao enófilo o cabedal ne-cessário para melhor decidir na hora de escolher um vinho. Já imaginaram se somente bebêssemos vinhos fartamente pontuados por revistas e críticos? E a maioria que ainda não entrou nesses rankings de pontuação? E a fabulosa, e muitas vezes surpreendente sensação de se conhecer vinhos de novas regiões, novos produtores? O mundo do vinho ficaria muito monótono, repetitivo talvez, chato, sem muita graça, se não nos encantássemos, vez por outra, com uma surpreendente e bela novidade, nunca dantes degustada.

E como mencionamos na coluna anterior, normalmente, a tradição, os critérios de produção e qualidade, a tipicidade dos vinhos de determinado produtor são mais confiáveis do que as notas de críticos e publicações.

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LivroGuia dos movimentos de

musculação – Abordagem anatômicaAutor

Frédéric Delavier

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LivroGuia politicamente incorreto da história

do Brasil Autor

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Em ‘A guerra dos Tronos’, george R. R. Martin traz uma história de lordes e damas, soldados e mercenários, assassinos e bastardos, que se juntam em um tempo de presságios malignos. Cada um esforçando-se para ganhar este conflito mortal - a guerra dos tronos. A temática de mistér ios, intr igas, romances e aventuras inspiraram a série transmitida pela hBO.

O livro descreve de modo simples e objetivo os movimentos de muscu-lação. Além disso, os exercícios são apresentados por meio de dese-nhos que permitem a visualização dos grupos musculares. O guia dos Movimentos de Musculação é de fundamental importância para estudantes, professores, médicos e cinesioterapeutas, como referên-cia para se especializar e aprimorar conhecimentos na área..

é um livro que ganhou respeito da crítica por trazer à tona novas e polêmicas versões de passagens da história do Brasil. Todo escrito com base em fatos verídicos, o guia provoca o leitor ao gerar questionamentos sobre o que é verdade e invenção quase que pa-triótica na história do nosso país ao longo de mais de 500 anos. O guia politicamente incorreto da história do Brasil leva qualquer um a refletir quem são os mocinhos ou bandidos de verdade da história do país. O livro é dividido em nove capítulos: índios, negros, escritores, samba, guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e comunis-tas. Uma nova fatia de conteúdo para despertar o senso crítico de qualquer leitor curioso, que não se contenta com unanimidades.

LivroGame of Thrones (Guerra dos Tronos),

Autor

George R. R. Martin

EditoraLeYa

O livro traz textos inéditos de autores consagrados e novos de inquestionável talento. Nos países de língua inglesa, tornou-se a mais influente e prestigiada publicação literária da atualidade. Pelas suas páginas já passaram autores como Mário Vargas llosa, Ian McEwan, Salman Rushdie e Primo levi, entre outros. Nesta edição, a seleção é de autores norte-americanos. Alguns já consagrados como Jonhathan Safran Foer e Nicole Krauss. é uma lista empolgante; os textos são originais, muitas vezes cômicos, e percorrem diferentes estilos literários.

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Não existe um caminho para a felicidade. A felicida-de é o caminho.

Mahatma Gandhi

Uma árvore leva dez anos para amadurecer; um homem leva cem anos para se formar.

Provérbio chinês

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein

Ainda sou ateu, graças a Deus.

Buñuel

Fora das matemáticas puras, nunca se deve pro-nunciar a palavra impossível.

Arago

Ficaríamos envergonhados de nossas melhores ações se o mundo soubesse quais os motivos atrás delas.

La Rochefoucauld

Existem verdades que a gente só pode dizer depois de ter conquistado o direito de dizê-las.

Jean Cocteau

Fala quanto estás zangado e terás pronunciado o melhor dos discursos que lamentarás.

Ambrose Bierce

No meio de uma grande alegria, não prometas nada ninguém. No meio de uma grande fúria, não respon-das a carta alguma.

Provérbio chinês

Frases

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Justiça

Recentemente, nos estudos efetuados sobre os novos temas incluídos no ambiente criminal me deparei com a nova redação do artigo 217-A do Código

Penal. Com a alteração, a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso contra menor de 14 anos deixou de ser uma simples modalidade do tipo penal comum de estupro, para assumir uma nova categoria de tipo penal com denominação própria: “estupro contra pessoa vulnerável”. Cabe ressaltar que a categoria jurídica “pes-soa vulnerável” é um novo conceito de Direito Penal e entendido, por alguns estudiosos, como toda criança ou mesmo adolescente com menos de 14 anos ou também, qualquer pessoa incapacitada física ou mentalmente de resistir à conduta estupradora do agente criminoso.

O legislador pretendeu punir, com maior severi-dade aquele, que se favorecendo da situação de vul-nerabilidade da vítima, não possa, naquele momento, esquivar-se da conduta criminosa do estuprador.

A relativização da vulnerabilidade contida no artigo acima mencionado é, data venia, necessária para não acometimento de injustiças e abarcamento de situações que o legislador, certamente, não gostaria de configu-rar como crime. O artigo 217-A “caput” do Código Penal estabelece que: “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos”. Sob a análise, um pouco mais detalhada, percebemos alguns pontos como: será que todo menor de 14 anos, em todas as situações, estará incluído pelo novo disposi-tivo de Lei, ou seja, é considerado vulnerável? Assim como outros doutrinadores acredito não ser esta a melhor tese, apesar de alguns doutrinadores, juristas e estudiosos do direito entenderem que sim.

Digo isso porque, se este entendimento, incon-dicional, for o entendimento legal, como ficaria o jovem casal, ela com 13 anos de idade e ele com 18

anos, viessem a ter relações sexuais consentidas pela jovem? Como ficaria seu relacionamento no shopping ou cinema sem nenhuma possibilidade de se beijarem, uma vez que o artigo acima rege que os atos libidinosos também podem enquadrar o presente crime?

Parece loucura, mas em um shopping de São Paulo¹ isso foi o suficiente para um casal homossexual, um com 13 anos de idade e outro de 18 anos, serem detidos e ele (o maior de idade) preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável podendo ser condenado a, no mínimo, oito anos de prisão. Deixando o assunto relativo à discriminação homossexual de lado (pois o assunto dará pauta a outro artigo), como o jovem poderá ser condenado a um crime hediondo se este casal encontrava-se namorando como qualquer outro, e claro, com o consentimento de ambos e de seus pais?

Será que é isso que a lei realmente busca? Será que é a proteção de todo e qualquer menor de 14 anos? Como dito atrás, acredito que não! O que a lei busca é prote-ger o menor de 14 anos desprovido de conhecimentos sexuais, ou de ausência da plena capacidade física ou mental de esquivar-se, ou seja, vulnerável à sexualidade.

Desta feita, concluo que a vulnerabilidade compe-tente à sexualidade não poderá focar única e exclu-sivamente na idade cronológica da suposta vítima, mas sim fazer com que tal item, somados com outras provas e situações do fato façam jus à caracterização do crime em tela analisado, sob pena de condenação até mesmo de pais que sob demonstração de carinho com seus filhos toca-lhes a boca. Enfim, entendo que a caracterização do crime não poderá pautar-se única e exclusivamente na idade da vítima.

Estuprocontra pessoavulnerável

VINICIUS FIDELIS OLIVEIRA *

(*) VINICIUS FIDELIS OLIVEIRAPós graduado em direito público, advogado militante no Distrito Federal há 07 anos nas áreas civel e criminal.

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76 PLANO BRASÍLIA

Diz Aí, Mané

Bach está morto desde 1750 até os dias de hoje

Os principais meios utilizados pelas comunicação são: meios orais (que são

falados), meios auditivos (que são ouvidos) e mais tácteis (que são sentidos)

handel era meio alemão, meio italiano e meio inglês

A comunicação é uma junção da verdade com a falsidade,

afinal fofoca é uma coisa feia e é comunicação

Marketing em português é mercado, marketing pessoal,

portanto é o mercado

Ditongo é a repetição da música típica mais popular da Argentina

A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não

Uma ópera é uma canção que dura mais de 2 horas

Agnus Dei é uma famosa compositora que escreveu

música para igreja

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PLANO BRASÍLIA 77

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78 PLANO BRASÍLIA

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Cresça e Apareça ADRIANA MARQUES*

*ADRIANA MARQUES Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.

Qual o segredo de uma vida que dá certo? Qual a fórmula usada, as escolhas feitas e as

abdicações assumidas? O que é pre-ciso pensar, sentir, fazer e ser para ter a certeza que as coisas estão em equilíbrio e funcionando? São tantas perguntas que fica difícil, por um minuto, definir por onde começar. Mas vamos lá; antes de mais nada, o que realmente é uma vida que dá certo? Será que existe um modelo exposto na prateleira ou esta é uma resposta altamente individual? Se, para alguns, viver uma rotina parecida com a de um conhecido é atraente, para outros isso pode pare-cer uma loucura. Então, antes de se perguntar se a sua vida dá certo ou não, tenha certeza do que é que ca-racteriza, dentro dos seus conceitos, a felicidade e a plenitude. Uma vez que você se dê conta de quais são estes elementos, é hora de indagar-se em que nível cada um deles se encontra atualmente em seu contexto. Aquilo que estiver faltando será sua meta a ser con-quistada. O que estiver presente, significa seu maior troféu. Em segundo lugar, para dar certo, uma vida não necessariamen-te precisa ser perfeita. Ela pode conter pequenos pontos de melho-ria, algumas lacunas a serem preen-chidas e até, a insatisfação assumida sobre alguns fatos. Mas uma coisa

é indispensável: o orgulho pelas suas conquistas e realizações. Inde-pendente do quão longe tenha-se ido, o crucial reside na decisão de até onde se quer chegar no futuro. Uma vida perfeita é a assunção das escolhas que se fez até o momento e o poder, nas suas mãos, de mudar qualquer que seja o rumo da estória que não esteja agradando. A vida que dá certo baseia-se em viver seus papeis de maneira plena. Isso não significa gastar mais tempo e, quem sabe, mais energia em cada um deles, mas sentir-se inteiro nos momentos e encontros. É atribuir diferentes níveis de importância para cada papel, em cada época da sua vida. Em algumas fases, por exemplo, os filhos precisam de mais qualidade de convivência do que de quantidade de tempo. Em outras, a vida profissio-nal exige dedicação e presença física, impedindo de estar mais próximo da família. Isso não precisa ser decretado como estar longe mas, quem sabe, a maneira de inventar novas formas de contatos não presenciais. Resumindo: é imprescindível vigiar, acompanhar e ter ciência quanto as necessidades daqueles que amamos. É necessário cuidado e carinho, permanentemente. E quanto a assumir suas escolhas? A vida que dá certo não deixa espaço para culpas ou arrependimentos infundados. Ela baseia-se no fato de que, para acertar, corre-se o risco

de errar. Por isso, o mínimo que se obtém de tentativas frustradas é a lição e a referência para ações futuras. Arrependimentos paralisam, enquan-to tentativas servem como trampolim. Por último, se você quer ter uma vida que dá certo, invista mais tempo em ser uma pessoa do bem. Fazendo o bem. Seja, assumidamente, o dono do seu destino e pague o preço pelos caminhos que decidir seguir. Você não terá tudo que gostaria, afinal, é preci-so escolher o que se ganha e o que se perde em cada situação. Mas um dos segredos é definir exatamente quais são as coisas que se está disposto a abrir mão para se obter outras. Tendo claro quais são as coisas dispensáveis, que passam a ser não-negociável, como uma regra pré-estabelecida para o jogo começar. De tudo isso, não se assuste se, ao final de toda esta análise, você perceber que a sua vida já deu certo. Faltava apenas você se dar este mé-rito. Faltava, talvez, a sensação de já ter sucesso sem, necessariamente, ter que se sentir acomodado. Esta é a vida. A sua vida. A única que você deve e pode opinar, optar e mudar o curso; a qualquer momento. A vida sempre dá certo.

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CHICO VIGILANTE*Ponto de Vista

Ver um general em cima de um tanque pedir autorização à presidenta da República Dilma Roussef para iniciar e depois encerrar o desfile

de 7 de setembro foi uma imagem que me emocionou. Para quem olhou os anos de ditadura no Brasil do lado de dentro do movimento sindical, conheceu prisões e o medo sugerido por simples palavras como DOPS e atestado de bons antecedentes, aquela cena carregada de simbolismo me fez voltar no tempo e trouxe uma certeza: valeu a pena lutar pela democracia!

Ao ver a presidenta Dilma - mulher inteligente e corajosa, que foi torturada nos porões da ditadura - hoje no comando da Nação, sinto que este país está mudando e a democracia brasileira sendo consolida-da. Nela, enxergo outras mulheres que participaram ativamente pelo direito à educação, direitos civis e políticos, pelo florescimento das artes e da literatura.

O direito a cursar uma faculdade só veio 52 anos depois. Elas lutaram pela Independência, Abolição da Escravidão, Proclamação da República e a árdua luta de mais de um século pelo direito de votarem e serem votadas. As constituições do Império (1824) e da República (1891) não lhes concederam esse direi-to. O texto constitucional de 1891 excluía do direito ao voto mendigos, analfabetos, as praças de pré (mi-litares da época) e os religiosos de ordens monásticas, sujeitos ao voto de obediência.

Elas usaram essa brecha na lei para romper o dique e tentaram se alistar como eleitoras. Em 1910, funda-ram o Partido Republicano Feminino, que mostrava o grau de consciência e organização atingido por elas no início do século XX. Mas foram necessários mais 20 anos de luta para que o Código Eleitoral, pro-mulgado em 1932, garantisse o direito à mulher de votar e ser votada: na eleição da Assembléia Nacional Constituinte de 1934. O Brasil se tornou o quarto país da América a estabelecer o voto feminino, antes concedido pelo Canadá, Estados Unidos e Equador. A potiguar Nísia Floresta (1809-1885) foi a grande

percussora dessa luta. Ela traduziu e publicou “Direi-tos das Mulheres e Injustiças dos Homens”, manifesto feminista de Mary Wollstonecraft. Obrigada a viver 28 anos na Europa, de volta ao Brasil, apoiou o movi-mento abolicionista e o republicano.

O primeiro periódico brasileiro feito por mulheres, o “Jornal das Senhoras”, foi fundado em 1852, pela jornalista Juana Noronha. No ano de 1873, a profes-sora Francisca Motta Diniz criou “O Sexo Feminino” e afirmou em um de seus editoriais: “não sabemos em qual grande República ou Republiqueta a mulher deixa de ser escrava e goze de direitos políticos como o de votar e ser votada”.

Mas quando as próximas gerações voltarem seus olhares ao passado encontrarão o nome de Patrícia Galvão, a Pagu (1910). Com 18 anos, ela fazia parte do Movimento Antropofágico, junto com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros, no contexto de efervescência política que levaria à Revolução de 1930. Militante do PCB, Pagu foi presa em 1931, em Santos (SP). Para fugir da repressão, viajou para os Estados Unidos, Japão, China, URSS, Alemanha e França, onde trabalhou como correspondente de vários jor-nais. Foi presa em Paris e enviada de volta ao Brasil, onde amargou cruéis torturas durante cinco anos de prisão nos cárceres da ditadura do Estado Novo.

Até esse momento de assistir um general bater continência à presidenta Dilma, muitas mulheres cru-zaram a História do nosso país. A todas elas, dedico o Hino Nacional brasileiro. Não cantado como nos impunham quando Dilma foi presa, com cheiro de tanques nas ruas, mas como uma ode à liberdade e um progresso, hoje, repleto de novas nuances neste nosso grande país.

DemocraciaA mulher na

* CHICO VIGILANTEDeputado distrital pelo PT. Líder do bloco PT/PRB na Câmara Legislativa, Vigilante foi fundador da CUT e ajudou também na fundação do Partido dos Trabalhadores.

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ChargeCharge

Eixo monumental

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