PB 103

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BRASÍLIA Ano 9 · Edição 103 · R$ 5,30 EDITORA Plano BR MESA REDONDA COTIDIANO PONTO DE VISTA www.planobrasilia.com.br 03 1 Longevidade Venício Lima Acessibilidade Inacessível Wasny De Roure Como atividades físicas regulares ajudam a conquistá-la

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Revista edição 103

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BRASÍLIAA n o 9 · E d i ç ã o 1 0 3 · R $ 5 , 3 0

E D I T O R A

PlanoBR

MESA REDONDA

cOtiDiANO

PONtO DE ViStA

w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

0 31

Longevidade

Venício Lima

Acessibilidade Inacessível

Wasny De Roure

Como atividades físicas regulares ajudam a conquistá-la

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6 PLANO BRASÍLIA

Sumário

10 Cartas

11 Mesa Redonda

16 Brasília e Coisa & Tal

18 Panorama Político

20 Política Brasília

22 Dinheiro

24 Capa

28 Cidadania

30 Gente

32 Cidade

34 Educação

36 Tecnologia

38 Cotidiano

40 Planos e Negócios

42 Automóvel

44 Vida Moderna

46 Esporte

48 Personagem

50 Saúde

52 Moda

54 Comportamento

56 Dança

58 Cultura

60 Gastronomia

62 Agenda Cultural

64 Mundo Animal

66 Jornalista Aprendiz

68 Propaganda e Marketing

70 Vinho

72 Tá Lendo o Quê?

74 Frases

75 Justiça

76 Diz aí, Mané

78 Cresça e Apareça

80 Ponto de Vista

82 Charge

11

44 62

56

28

42

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8 PLANO BRASÍLIA

Expediente Carta ao leitor

Embora sem chegar ao nível de Matusalém e Noé,

aquele da Arca, há quem, hoje, pretenda chegar senão pró-

ximo à imortalidade, como eles, porém bem mais adiantado

no viver. E não é tão difícil. Os que abraçaram a disciplina

como método de vida já estão conseguindo isso, haja vista

os vigorosos velhos atletas percorrendo os parques – e até

disputando maratonas.

Em Brasília, a receita de longevidade de alguns idosos

alcançou a média de 76 anos, como atestam os geriatras

ouvidos pela Plano Brasília. Esses privilegiados, além

da prática de exercícios e da dieta balanceada, primam

pela autoestima e a consciência tranquila. Veja na nossa

matéria de capa.

Verá, também, que, em matéria de acessibilidade, o

transporte público em Brasília deixa a desejar: somente 950

dos 3.950 ônibus que circulam por aqui estão adaptados

para cadeirantes. Mas o pior é que motoristas e trocadores

não são treinados para lidar com o equipamento...

Num momento em que pessoas maltratam animais, há,

entretanto, que se dedique a eles. Mostramos, por exemplo,

que existem profissionais que passam alguma parte do seu

tempo passeando com cães.

Ainda no Mundo Animal, oito fotógrafos saíram regis-

trando 454 espécies ornitológicas existentes nas quebra-

das de Águas Emendadas, em momentos de rara beleza.

Em véspera de um novo ano, os blocos carnavalescos

se antecipam às escolas-de-samba, com uma programação

animadíssima. Pacotão, Asé Dudu, Galinho, Mamãe Taguá, ,

Baratinha, Baratona, O Menino da Ceilândia e os Rapariguei-

ros estão se apresentando dos os finais de semana.

Uma mesa redonda com o sociólogo e cientista Venício

Lima aborda um tema palpitante, no momento político brasilei-

ro, a regulação da mídia. Ele procura aprofundar a discussão,

revelando questões evitadas pela maioria dos debatedores.

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

PlanoBRASÍLIA

EDiTORA ChEFE Elisa de Alencar

ChEFE DE REDAçãO Joaquim Jodelle

DESiGN GRÁFiCO Eward Bonasser Jr, Líbio Matni e Raphaela Christina

CRiAçãO: Paula Alvim

FOTOGRAFiA Fábio Pinheiro e Victor hugo Bonfim

EQUiPE DE REPORTAGEM Alexandra Dias, Janaína Camelo, Djenane Arraes, Pedro Wolff e Yuri Achcar

ESTAGiÁRiOS: Fernanda Azevedo e Luiz Felipe Brandão

COLABORADORES: Antônio Duarte, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Cerino, Liana Alagemovits, Romário Schettino, Tarcísio holanda, Wasny de

Roure e Weder de Oliveira

iMPRESSãO RR Donnelley

TiRAGEM 60.000 exemplares

REDAçãO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

AViSO AO LEiTOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da

editora www.planobrasilia.com.br

PLANO BRASÍLiA EDiTORA LTDA.SCLN 413 Bl. D Sl. 201

CEP: 70876-540, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011

Redação: 61 3202.1357Administração: 61 [email protected]

Novembro 2011

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

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PLANO BRASÍLIA 9

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Cartas Fale conosco

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540Brasília-DFFones: (61) 3202.1357 / [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Parabéns a todos que fazem a revista Plano Brasília com reportagens atuais e interessantes. Gosta-ria de mencionar ainda alguns colunistas como a psicóloga Eliane de Almeida, Carlos Grillo, Tarcísio hollanda e o professor Bohumil. As frases também são ótimas e o “diz aí, Mané é impagável. Enfim, parabéns pela bela revista.

Priscila MesquitaAsa Norte

Parabéns pela reportagem da página 49 sobre o Luiz Amorim do Açougue T-Bone. histórias como a dele precisam ser contadas para as novas gerações. Parabéns ainda pela qualidade da revista. É bonita e bem feita.

Maria Elisa CostaPark Way

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Mesa Redonda

Venício LimaEquipe Plano Brasília: Alexandra Dias, Joaquim Jodelle, Liana Alagemovits, Romário Schettino e Yuri Achcar | Fotos: Victor Hugo Bonfim

PB > Por que o senhor defende a regula-

ção da mídia?

VL > Eu tenho feito uma diferença

entre regular a mídia e democratizar

a comunicação. Digo que é necessário

regular a mídia para democratizar

a comunicação. Regular a mídia é

regular as atividades das empresas que

exploram comercialmente o negócio

de mídia. Então, fundamentalmente,

estamos falando da regulação do

mercado. No Brasil, por circunstâncias

históricas específicas, diferentes do

que ocorreu em outras sociedades

democráticas contemporâneas, a

mídia é historicamente concentrada,

controlada por um grupo reduzido

de empresários. Na maioria das vezes,

grupos familiares vinculados às oli-

garquias políticas regionais ou locais.

Um princípio básico do liberalismo na

área de mídia é o de que é necessário

diversidade e pluralidade. Se você tem

poucos falando e muitos ouvindo, você

tem poucos grupos controlando as co-

municações. É uma situação, do ponto

de vista liberal, que distorce o processo

democrático. Então, o primeiro motivo

para regular a mídia é porque é a opor-

tunidade de dar mais vozes a quem não

tem voz. Há uma tradição secular no

Brasil de uma imensa maioria excluída

do debate público. Da mesma forma

que outras atividades econômicas são

reguladas, é preciso criar a competição

no mercado da mídia.

O pesquisador Venício Artur de Lima é professor titular de Comunicação e Ciência

Política aposentado da Univer-sidade de Brasília (UnB). Jorna-lista, sociólogo, mestre, doutor e pós-doutor pela Universidade de Illinois, foi fundador e primeiro coordenador do Núcleo de Estu-dos sobre Mídia e Política da UnB. Nascido em Sabará, Minas Gerais, em maio de 1945, Venício Lima vivenciou boa parte das mudanças que marcaram o país, principal-mente a partir de 1964. É autor de livros como “Regulação das Comunicações – História, poder e direitos (Editora Paulus, 2011).”

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12 PLANO BRASÍLIA

O governo Lula teve muitos atritos com a

imprensa por conta da tentativa de regulação

da mídia. E por que tantos profissionais da

área são contra a regulação?

Eles têm receio porque há uma confusão

deliberada entre regulação de mercado

e regulação de conteúdo. Uma não tem

nada a ver com a outra. Um autor norte-

-americano, o jurista Edwin Baker, fala

que na área de mídia é preciso que pre-

valeça o princípio da “máxima dispersão

da propriedade”. Aí você tem várias

formas de estabelecer políticas públicas

que incentivem o aparecimento de mais

empresas explorando a comunicação.

Não é um fenômeno só brasileiro. Há

uma tendência natural nas mídias tra-

dicionais de serem concentradas porque

exigem muito investimento. No caso do

rádio e da televisão, há uma distorção.

Porque eles são uma concessão do Esta-

do. Se houvesse uma política pública de

evitar a concentração, ela não existiria.

No Brasil, nunca tivemos nenhuma

forma de controle da propriedade cruza-

da: um mesmo grupo sendo concessio-

nário de rádio AM e FM, televisão aberta

e fechada e ainda sendo proprietário de

jornal, revista e portal de internet. Para

se ter uma ideia, nos Estados Unidos,

quando o rádio estava se tornando co-

mercial, em 1934, a primeira regulação

da área impedia que o concessionário

de rádio fosse proprietário de jornal.

No Brasil, nunca houve esse controle. O

caminho mais curto para a concentração

é a propriedade cruzada.

Muita gente ainda entende a regulação

como censura. O que falta para essa

discussão ser superada?

O processo constituinte de 1987 e 1988,

na área de comunicação, foi muito

difícil. Posso falar porque acompanhei

o processo e fui testemunha pessoal das

dificuldades de se negociar o que acabou

sendo aprovado. Algumas das normas e

princípios favorecem muito os grupos

que já controlavam a comunicação. Mas

há também vários pontos que significa-

riam um avanço na regulação da mídia

para democratizar a comunicação que

foram incorporados à Constituição, mas

nunca foram regulados. O artigo 220

tem um parágrafo que fala que os meios

de comunicação não podem ser objetos

de oligopólio ou monopólio. O artigo

221 estabelece uma série de normas e

princípios para a programação das con-

cessões de radiodifusão que falam em re-

gionalização da produção, em cotas para

a produção regional, preferência para a

produção regional jornalística, cultural.

Mas esses artigos nunca foram regula-

dos. Depois de doze anos de tramitação,

um projeto que regula um desses incisos

do artigo 221 foi aprovado na Câmara

dos Deputados. Está no Senado há cinco

ou seis anos, mas a regulação nunca foi

complementada. Tem um caso gritante

que é o artigo 224 da Constituição, que

cria o Conselho de Comunicação Social

como órgão auxiliar do Senado Federal,

sem poder deliberativo, funcionando

quando acionado pelo Congresso Nacio-

nal. Ele foi regulamentado em 1991 por

uma lei de um senador daqui de Brasí-

lia, Pompeu de Souza. Só foi instalado

em 2002. Funcionou até dezembro de

2006 e desde então a Mesa Diretora do

Congresso não convoca sessão conjunta

para escolher os novos membros. Ele

não está funcionando, de uma forma

completamente ilegal. A proposta origi-

nal da constituinte era a de criação de

um órgão independente e autônomo,

que tomava como referência a comissão

americana, a FCC, Federal Communi-

cations Comission, mas acabou virando

um órgão consultivo e, ainda assim, não

funciona, embora esteja na Constituição.

Então, uma primeira forma de começar

seria respeitando a Constituição.

Além de um conselho de comunicação

independente, que outros pontos o senhor

considera importantes para a comunicação

que também ficaram de fora da Constituição?

Uma agência de regulação autônoma

e independente seria algo muito im-

portante. Na época, essa foi a questão

central da ruptura da negociação. O

que se queria era um conselho que

definisse as normas que regulassem as

concessões de rádio e televisão. E isso

não aconteceu. Os grupos que sempre

controlaram a radiodifusão no Brasil

desde que ela existe conseguiram incluir

Regular a mídia é a oportunidade de dar mais vozes a

quem não tem voz. Há imensa maioria excluída do debate

público

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PLANO BRASÍLIA 13

na Constituição um texto, no artigo

223, que faz da concessão pública uma

propriedade. As concessões de rádio

têm prazo de 10 anos. De televisão, 15

anos. São os maiores prazos do planeta,

nenhum país tem igual. A não renovação

de uma concessão precisa ser votada no

Congresso Nacional, em voto aberto, por

dois quintos do Congresso. Qualquer

pessoa que conheça o funcionamento

do Congresso Nacional sabe que isso é

impossível, tanto é que nunca aconteceu.

O cancelamento de uma concessão só

pode ser feito por uma decisão judicial,

e não pelo poder concedente, a União.

Se você é concessionário do serviço de

transporte coletivo e não cumpre algum

item do contrato, o poder que o concede

pode lhe advertir, suspender, multar, até,

eventualmente, tirar a concessão de você.

Com a radiodifusão, não. E o mais im-

portante: antes da Constituição de 88, as

concessões eram prerrogativas exclusivas

do Poder Executivo. Depois, passaram a

ser compartilhadas com o Legislativo. O

processo começa no Ministério das Co-

municações, o presidente da República

concede, mas é preciso ser referendado

pelo Congresso. Lá, vai para a Comissão

de Ciência, Tecnologia, Comunicação e

Informática da Câmara dos Deputados.

E a maioria da comissão é formada por

concessionários. Eu fiz uma pesquisa que

documentou cinco casos de congressistas

que estão presentes e votam nas sessões

para renovação das suas próprias con-

cessões. O poder concedente e o conces-

sionário coincidem na mesma pessoa. É

uma coisa totalmente absurda!

A TV digital e o crescimento das rádios e

tevês pela internet contribuem de alguma

forma para romper essa concentração?

A escolha que o Brasil fez com relação ao

modelo de TV digital foi mais uma vitória

desses grupos. A grande esperança com a

digitalização da TV e também do rádio,

que não aconteceu ainda, é que um canal

analógico, quando transformado em

digital, é multiplicado por seis. Então, po-

deríamos aumentar o número de conces-

sionários em seis vezes. Mas na decisão do

modelo tecnológico e na decisão jurídica,

com o decreto de 2008 que vai em direção

contrária de outro decreto de 2003, inven-

tou-se uma figura jurídica nova chamada

consignação. Foi questionada em uma

ação direta de inconstitucionalidade, mas

foi derrotada no Supremo Tribunal Fede-

ral. Isso não existia no direito referente às

telecomunicações e radiodifusão no Brasil,

e atribuiu aos antigos concessionários os

canais novos oriundos da digitalização.

Então, o processo tecnológico que permi-

tia a ampliação dos concessionários, fruto

da revolução digital, no caso brasileiro não

vai acontecer. Cada concessionário ficará

com a ampliação dos canais. Essa é uma

questão pouco discutida depois da decisão.

Apesar do engajamento dos grandes grupos

de mídia no sentido contrário, é possível

constatar algum avanço nessa discussão?

Eu cheguei a escrever sobre os avanços

porque eu não queria repetir o que eu disse

o ano inteiro. 2011 foi marcado por uma

grande frustração: o não aparecimento do

projeto de marco regulatório da área, que

tinha sido anunciado no final do governo

Lula, depois de oito anos. Muitos de nós

esperávamos que isso tivesse acontecido ao

longo do governo Lula. Porque essa ideia

de um marco regulatório para a mídia

não é uma coisa que começou com Lula.

O primeiro ministro das Comunicações

do governo Fernando Henrique, Sérgio

Motta, já falava nisso. Durante o período

em que foi ministro, chegaram a circular

alguns pré-projetos de marco regulatório.

Toda essa discussão que muitas vezes

acusa o governo de pretender censurar

ou limitar a liberdade de imprensa ou de

expressão – que são coisas diferentes, é

bom que se diga – é baseada em hipóteses,

porque não há um projeto. Quanto mais

rápido tivesse um projeto menos chance

haveria de acusação de censura ou coisas

do tipo. Você teria que mostrar no texto do

projeto o que levaria à censura.

Mas é possível comemorar alguma coisa?

Eu fiz um balanço seletivo tentando identifi-

car aspectos do campo das comunicação que,

em uma perspectiva histórica, podem ser

identificados como avanços. Por exemplo, a

ONU (Organização das Nações Unidas) de-

clarou o acesso à internet como um direito

humano fundamental. E o acesso no Brasil

tem aumentado muito, mesmo com todas

As concessões de rádio têm prazo de 10 anos. De

televisão, 15 anos. São os maiores

prazos do planeta

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14 PLANO BRASÍLIA

as dificuldades com relação à banda larga.

Hoje, fala-se em 80 milhões de brasileiros

que já teriam acesso à internet. E o governo

federal mandou para o Congresso, depois

de muita discussão e consultas públicas,

um projeto de marco civil para a internet.

Em princípio, ele foi criado para garantir

as liberdades de acesso à área. Outra coisa:

em abril foi criada uma frente parlamentar

de apoio à liberdade de expressão. Essa

frente tenta pavimentar o terreno dentro do

Congresso para, quando chegar o projeto

de marco regulatório, a discussão sobre o

assunto já estar sendo feita.

As divergências entre os grupos que apoiam

a regulação atrapalham o debate?

Depois de um trabalho longo, demorado,

difícil, os movimentos sociais que atuam na

área de democratização da comunicação e

regulação da mídia convergiram em 20

pontos fundamentais para a criação de

um marco regulatório da área. Houve uma

reunião no Rio de Janeiro e se chegou a

um texto preliminar, que ficou em consulta

pública pela internet. Esse documento

é um avanço. Em vez de dispersar, você

pode centrar a discussão nesses 20 pontos.

A dificuldade para conhecer os concessionários

dos serviços de comunicação já foi superada?

Parece piada, mas não é. No Brasil,

sempre houve uma dificuldade de acesso

ao cadastro dos concessionários de rádio

e televisão. As emissoras são um serviço

público. E até o início do governo Lula, o

Ministério das Comunicações não publi-

cava as informações. O primeiro ministro

de Lula na área, Miro Teixeira, prometeu

que ia disponibilizar o cadastro. E isso

aconteceu. Mas, com a entrada de Hélio

Costa no ministério, o cadastro desapare-

ceu. Você reclamava que não tinha acesso

ao cadastro e lá no Ministério das Comu-

nicações diziam que era possível acessar

o cadastro na Anatel (Agência Nacional

de Telecomunicações). De fato, a Anatel

tinha vários sistemas de informação. Se

você soubesse o nome da pessoa jurídica,

o CNPJ, o endereço, um por um, cidade

por cidade, poderia localizar os concessio-

nários. Quando o ministro Paulo Bernardo

assumiu a pasta, no início do governo

Dilma, ele se comprometeu a colocar

o cadastro mais uma vez disponível. E,

hoje, o cadastro está à disposição em dois

arquivos imensos em pdf, muito difíceis de

se trabalhar. É atualizado periodicamente

com a relação dos concessionários, em

duas entradas distintas. Mas os arquivos

estão lá e isso é um dado importante. Em

outro país, isso seria inacreditável.

Se os avanços são barrados pela influência

dos grupos tradicionais de mídia, é possível

enxergar uma crescente mobilização po-

pular em torno do assunto, suficiente para

colocá-lo na pauta política?

(áudio sem a resposta)

Como o senhor avalia o papel da mídia nas

recentes denúncias contra o governador Ag-

nelo Queiroz e ministros do governo federal?

Nas democracias representativas e

liberais, a mídia tem o papel de grande

sentinela da sociedade. Isso surgiu junto

com o ethos da profissão, que atribui ao

jornalista uma certa missão de vigiar o

poder público. Isso está muito calcado

em uma visão de um liberalismo que

hoje está superado, porque considera o

Estado como principal inimigo da socie-

dade. Em muitas situações, o Estado é o

grande garantidor das liberdades. Tem

funcionado assim para as mulheres e mi-

norias étnicas, raciais, por opção sexual.

A imprensa construiu para si mesma essa

função de grande zeladora da moral e

dos bons costumes, considerando o

Estado o grande inimigo das liberdades.

O risco disso, que tem acontecido e não

é um fenômeno só brasileiro, é que a

mídia passe do papel de fiscalização

para o de substituição da Justiça. Ela

investiga, julga, condena e às vezes até

perdoa, substituindo o papel da Justiça,

como já faz com os partidos políticos.

O governador do Rio Grande do Sul,

Tarso Genro, abriu há pouco tempo

uma reunião do Ministério Público do

estado dizendo que isso é uma forma de

fascismo pós-moderno. É uma atribuição

a si própria de uma função que exclui

uma instituição constitucionalmente

constituída, que é o Judiciário. E isso é

um risco grave.

A proposta original da constituinte era a de criação de um conselho autônomo, mas virou um órgão

consultivo e, ainda assim, não

funciona

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PLANO BRASÍLIA 15

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16 PLANO BRASÍLIA

Brasília e Coisa & Tal

Universíada em Taipé

O governador Agnelo Queiroz foi a Bruxelas, na Bélgica, para

trazer as Universíada 2017 para Brasília. Não deu, Taipé, capital

de Taiwan, ganhou a parada e levou o megaevento.Brasília-

disputava a sede dos Jogos Universitários Mundiais, segunda

maior competição do esporte internacional, atrás apenas das

Olimpíadas. Ao todo, 22 delegados da Federação internacional

do Esporte Universitário (Fisu) votaram para escolher a cidade-

-sede do evento. A Universíada de Verão 2017 reunirá cerca

de 8.000 atletas de 144 países. A última edição foi realizada

em Shenzhen, China. A Universíada de Verão 2013 será em

Cazã, na Rússia. Em seguida, será a vez de Gwangju, Coreia

do Sul, sediar o evento. Brasília ganhou experiência para tentar

de novo, quando tiver melhores condições para abrigar eventos

dessa natureza.

O legado da CopaO que mais se espera da Copa de 2014 é o legado que poderá

deixar na cidade. Depois de investir alguns milhares de dóla-

res em obras e infraestrutura para receber a Copa, o que a

população quer é que fique alguma coisa especialmente para

a cultura local. A rede hoteleira será incrementada com novos

hotéis, o trânsito deve ser reorganizado. E a produção cultural?

Terá algum benefício de tudo isso? Ou não?

Eixão da morteVolta o assunto do Eixão da morte. Uma jovem motorista passou

mal, perdeu o controle do carro, atravessou a pista e bateu de

frente. Morte imediata. Por isso, as autoridades resolveram bus-

car soluções para o grave problema que é ter uma auto-estrada

no meio da cidade, sem condições de funcionamento. O Depar-

tamento de Trânsito (Detran-DF), por incrível que pareça, não

tem uma seção de engenharia de trânsito até hoje. Além disso,

dizem os técnicos, o tombamento de Brasília impede alterações

fundamentais. Enquanto isso, mortes e mais mortes sem que as

passagens subterrâneas sejam ativadas para uso de pedestres.

Duas sugestões podem ser acrescidas: construir um belo jardim

no meio do Eixão e reduzir a velocidade para 60km. Mas o

principal mesmo é a revitalização das passagens. Acorda, GDF!

Parque a salvoFinalmente o GDF

tomou a decisão

correta, vai ampliar

o Parque Olhos

d´Água da Asa Norte.

O Ministério Público

conseguiu convencer

o governo a desapro-

priar o terreno ven-

dido pela Terracap e

ampliar a poligonal do parque. Será uma conta alta que poderia

ter sido evitada se a Terracap fosse mais democrática e ouvisse

a comunidade antes de colocar à venda uma área de interesse

público. Apesar do custo, a comunidade saiu vencedora e a

natureza agradece.

Área públicaA embaixada americana em Brasília amplia sua área invadindo

espaço público. Uma grande obra está em curso neste momento

no Setor de Embaixadas Sul. Cadê o Ministério Público e a

fiscalização do GDF?

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ROMÁRiO SChETTiNO

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PLANO BRASÍLIA 17

Comunicando

E-mail: [email protected]

ConcentraçãoO instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (iPEA) tem os

números: 40 mil produtores rurais elegeram 110 deputados

federais. Eis o motivo pelo qual o Código Florestal foi aprovado

da formacomo foi. isso também explica por que não haverá

nenhuma reforma eleitoral nem regulação da mídia no Brasil. A

não ser que a população reaja.

Regulação da mídiaDe tanto espalhar o terror, a mídia brasileira pode se tornar

vítima de si mesma. O medo da regulação virou esquizofrenia

e a censura que tanto combatem os empresários da imprensa

passou a ser exercida por eles mesmos. O tema está proibido

e não é discutido abertamente nos meios de comunicação co-

merciais. Todo aquele que defende a regulação virou “censor” e

quem censura o debate é quem a denuncia. Dá para entender?

Cinemas novosNo Shopping CasaPark, oito salas em dezembro, e no Liberty

Mall, quatro salas em janeiro. Dessa forma, o brasiliense sai

do jejum de cinco anos sem cinema de arte. Nesse período 37

salas foram fechadas. O Espaço itaú de Cinema, no CasaPark

começou a funcionar dia nove de dezembro. O novo complexo

tem oito salas com capacidade para 1157 pessoas. Este será o

primeiro dos nove novos complexos que o itaú vai inaugurar em

capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador

e Porto Alegre, onde funcionavam os Espaços Unibanco ou Arte-

plex. O Espaço itaú de Cinema oferece um ponto de convivência

nos foyers, para que as pessoas possam se encontrar, acessar

internet, ler e tomar café antes das sessões. No Liberty, local

mais acessível no Plano Piloto, as obras de reforma já começa-

ram e muitas novidades estão para ser anunciadas. Aguardem!

ConselhoO governador

Agnelo Queiroz deu

posse aos conse-

lheiros do Conselho

de Desenvolvimento

Econômico e Social

(CDES) do DF. São

80 pessoas – re-

presentantes da

sociedade civil,

trabalhadores, empresários e secretários de Estado –, que irão

se debruçar sobre os temas mais caros à cidade e pensá-la

para os próximos 50 anos. Entre os nomeados estão o reitor

da UnB, José Geraldo, a cantora Célia Porto, o presidente do

Sindicato dos Jornalistas, Lincoln Macário. No texto do Decreto

está prevista a criação de Grupos de Trabalho para tratar de

temas específicos. A exemplo do que acontece no Rio Grande do

Sul, é possível que se crie o GT da Comunicação e da Cultura.

Oxalá!

Bienal do LivroO secretário de Cultura do DF, hamilton Pereira, lançou a Bienal

do Livro e da Leitura de Brasília, prevista para ocorrer em abril

do ano que vem. É um evento de fôlego que pode lançar o

Distrito Federal como a Capitalda Leitura. isso é muito bom.

Rússia abre os olhos

A Rússia abriu os olhos. A informação de que a Rússia entra

com embarcações militares na Síria é sinal de que os russos

não vão permitir uma simples invasão dos EUA e seus aliados.

A Síria sempre foi um aliado militar estratégico da Rússia. O

Oriente Médio continua dividido entre os ocidentais e os russos.

As forças multipolares tentam se organizar, mas o Conselho de

Segurança da ONU continua “imexível”.As autoridades russas já

disseram: “Cabe aos sírios decidir sobre o próprio destino, sem

qualquer tipo de ‘empurrão’ vindo do exterior. A Rússia de modo

algum aceita qualquer tipo de cenário que inclua intervenção

militar na Síria”.há notícias de que haveria assessores russos

trabalhando com os sírios para a instalação de um avançado

sistema de mísseis S-300 – que tornará extremamente arris-

cada, para o ocidente, qualquer tentativa de implantar na Síria

alguma “zona aérea de exclusão”, como fez na Líbia.

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18 PLANO BRASÍLIA

Uma greve de juízes“É mais fácil falar sobre o futuro do euro do que sobre o futuro do PSDB. A política é imprevisível e ainda falta muito tempo para as eleições” - disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ironizando seu próprio partido.

Panorama Político TARCÍSiO hOLANDA

Os juízes federais acabam de anunciar uma greve de um dia, reivindicando um aumento

salarial, sob a alegação de que seus vencimentos estão corroídos em 22%. As perdas chegariam a 32%, nos últimos seis anos, se a magistratura não tivesse se beneficiado de um reajuste salarial de quase 9%, em 2009. O problema é que aumento para os juízes têm efeito casca-ta, uma vez que se espalham para todo o Judiciário. E lembre-se que a carreira dos servidores do Judiciário tem como parâmetro os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que estão lá em cima. Os ministros do STF recebem vencimentos de R$ 26,7 mil. O salário mais alto dos juízes não vai além de R$ 24,1 mil. O governo encara isso com apreensão, pois os gastos ameaçam a política econômica.

Já se sabe que os ministros do Supre-mo Tribunal Federal reivindicam reajus-te de 14,79%, pleito que, se atendido, elevaria os vencimentos dos ministros para R$ 30,6 mil mensais. Caso a rei-vindicação dos juízes seja atendida, seus vencimentos se elevariam para mais de R$ 27,6 mil. O que assusta o governo é que aumento para os juízes acaba resul-tando em reajuste de 56% para o Judiciá-rio. Lembre-se que, diante da ameaça de volta da inflação, o governo optou por uma política econômica de austeridade, que impõe cortes nos gastos. Tanto que o anúncio dessa política econômica impôs um corte de despesas da ordem de 50 bilhões de reais. O Ministério do Plane-jamento fez os seus cálculos prevendo que o reajuste implicaria gastos anuais da ordem de R$ 7,7 bilhões.

A mETADE DO BOlSA-FAmílIAEssa importância constitui quase

a metade dos recursos que o governo pretende destinar, em 2012, ao Bolsa--Família, o seu mais ambicioso progra-ma social, criado ainda no governo do ex-presidente Lula. O governo de Dilma Rousseff, encarando esse movimento com profunda apreensão, advertiu que o aumento cogitado pelo Judiciário “prejudicaria a efetiva implementação de políticas essenciais, como as de saúde, educação e redução da miséria.” Mas a verdade é que o Poder Judiciário tem inegável poder de barganha sobre os demais poderes, em especial o Congresso Nacional, onde a questão está colocada. Assim, caberá ao Congresso Nacional decidir se inclui a previsão de gastos do reajuste do Poder Judiciário no Orçamento de 2012, ainda sob seu exame.

PEDEm mAIS SEgURANçAAlém do reajuste salarial, os juízes

reivindicam melhores condições de trabalho e maior segurança pessoal para todos eles. O assassinato da juíza Patrícia Acioly por policiais militares, crime ocorrido em Niterói, no Rio de Janeiro, teve grande impacto entre os juízes de todo o país, levando-os a pleitearem maior segurança pessoal para eles. A greve ou paralisação de um dia resultará na suspensão de milhares de audiências que seriam realizadas em diferentes pontos do país, o que contribuirá com o aumento da notória lentidão do Judiciá-rio brasileiro. Deverão irritar mais ainda a multidão de cidadãos que dependem de suas decisões. Calcula-se que, só na

Justiça do Trabalho, terão de ser can-celadas mais de 20 mil audiências, que terão de ser reprogramadas.

DIlmA é O AlVO DO PSDBLembra-se que, nas eleições de

2002, quando Lula venceu José Serra, candidato do PSDB e da oposição a presidente da República, o PT levou ao horário eleitoral gratuito do rádio e da televisão uma criação publicitária de Duda Mendonça, o marqueteiro do par-tido até que explodisse o escândalo do Mensalão? A campanha era denomina-da “Xô da Corrupção” e exibia os ratos roendo a bandeira brasileira, enquanto uma voz ecoava no ar para advertir: “Ou a gente acaba com eles ou eles acabam com o Brasil.” A esse tempo, o PMDB fazia parte da coligação partidária que sustentava politicamente o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. O PT acusava o governo e os partidos que o apoiavam de praticar graves irre-gularidades e atos de corrupção. Agora, o PSDB está colocando na TV um vídeo de 30 segundos, que diz: “O que era apenas uma propaganda do PT virou a realidade deste governo” (ou seja, os ratos roendo o país).

Fernando Henrique Cardoso foi a Buenos Aires, sob patrocínio do Deutsche Bank, fazer uma palestra sobre a crise econômica internacional e a América Latina. Os repórteres o abordaram sobre o PSDB e as eleições municipais de São Paulo, enquanto Fernando Henrique respondia usando da velha ironia contra o seu próprio partido: “É mais fácil falar sobre o futuro do euro do que sobre o futuro do PSDB.

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A política é imprevisível e ainda falta muito tempo para as eleições”. O PSDB paulista, como se sabe, dividiu-se em vá-rias correntes na disputa pela Prefeitura da capital paulista.

Um SISTEmA PRISIONAl ATERRORI-ZANTE

“Estamos muito tranqüilos. Sabemos da correção de tudo, da seriedade com que tudo foi feito, não apenas na Secre-taria, mas em toda Prefeitura” - declarou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em Londres, para onde viajou, contes-tando as denúncias de corrupção feitas pelo Promotor na capital paulista.

É notória a extrema precariedade do sistema prisional brasileiro, moti-vo de interesse no exterior - o que é um constrangimento, para todos nós, brasileiros. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez um levantamento sobre o sistema carcerário de Pernam-buco e acabou descobrindo cenários medievais. Os presos são submetidos a condições degradantes, o que certa-mente se verifica, também, no Ceará, no Rio de Janeiro, em São Paulo ou no Rio Grande do Sul. O juiz Sidnei Bruzka, que foi um dos coordenado-res desse importante levantamento, registrou em seu relatório: “Em todos os locais, existem presos sem camas, dormindo no chão, em banheiros, corredores, barracos improvisados e até em um canil.”

Concluído no dia 4 de novembro, o relatório exibe um quadro de descalabro que foi analisado no seminário realizado no dia 22 (terça-feira), no Fórum Rudol-fo Aureliano, na capital pernambucana. O juiz Luciano Losekann, coordenador

do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, fez revelações interessantes. Existem 23.925 presos em Pernambuco, repetindo-se ali um fenômeno nacional conhecido – o da superlotação. Estima-se em 14.042 o déficit de vagas. No princi-pal presídio de Recife, o Aníbal Bueno, há 177 presos dividindo um pavilhão imenso onde só existem dois banheiros. Na cadeia da cidade de Palmares, 540 presos estão em um ambiente onde só caberiam 74 pessoas.

TODOS DE Pé“Os presos mal conseguem se mexer.

Boa parte fica em pé, pois aparentemen-te sequer há espaço para todos sentarem no chão” – afirma o relatório do CNJ. No município de Igarassu, encontram--se 2.363 detentos em um espaço onde só existem 426 vagas. O coordenador Losekann afirmou: “Os pátios, outrora usados para recreação, estão sendo utilizados para cumprimento de penas. Mal dá para caminhar por entre os detentos esparramados no piso das qua-dras.” O relatório do CNJ sugere várias medidas, como, por exemplo, que a Corregedoria-Geral de Justiça controle o tempo de julgamento dos processos e pede à Defensoria Pública que procure atender regularmente as demandas que chegam de todos os presídios.

INFORmATIZAR O SISTEmA PRISIONAlPropõe que a Corregedoria-Geral de

Justiça crie um sistema de informatiza-ção para fornecer dados aos magistrados sobre o término das penas dos detentos. Vários Estados têm sistemas computado-rizados de acompanhamento das penas,

como Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Sul e São Paulo, mas Pernambuco não tem esse serviço. Cópias do relatório do CNJ serão remetidas ao Tribunal de Justiça de Pernambuco e ao governador do Estado, Eduardo Campos (PSB). A qualquer observador parece absurdo que o CNJ recomende às autoridades a adoção de um procedimento tão ele-mentar quanto o controle na execução das penas dos detentos. O próprio Estado tem interesse nisso, uma vez que cada detento tem custo alto.

PRESíDIOS DOISTOIEVSkIANOSO governador de Pernambuco,

Eduardo Campos, costuma alardear que comanda uma administração dinâmica e moderna, trombeteando que seu governo cumpre metas. Nos presídios do Estado esse sistema moderno não chegou. Desde que foi criado, em 2008, o Conselho Nacional de Justiça já libertou 34,5 mil presos, que estavam presos ainda que tivessem cumprido todas as suas penas. Em outros 65,7 casos, verifi-cou-se nos processos que os detentos tinham direitos e benefícios que lhes eram negados, como a progressão do regime de penas, prevista em lei. Essa falta de respeito à própria lei exibe a face triste e dramática dos presídios brasileiros. A população carcerária recebe tratamento que não é dispen-sado nem aos animais.

Isso explica as altas taxas de rein-cidência de crimes no Brasil por parte dos ex-detentos: mais de 70%. O nosso sistema prisional, na verdade, é estimu-lador da criminalidade, como constatam os especialistas.

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20 PLANO BRASÍLIA

Viva a crise política!Tem secretário feliz da vida com a crise política no DF. Depois que as sus-

peitas de envolvimento do governador Agnelo Queiroz em irregularidades

no Ministério do Esporte e na Anvisa alcançaram repercussão nacional, as

relações institucionais teriam melhorado consideravelmente. Decisões que

antes eram tomadas pela “turma de cima”, muitas vezes sequer com a

consulta ao titular da pasta responsável pelo tema, agora são negociadas.

“Estão até perguntando o que achamos das propostas”, confessou um dos

secretários. “Crise? Que crise?!”

O amigo oculto de AgneloOutra denúncia de alguém próximo ao governador Agnelo Queiroz? Nada

disso... É que na última reunião do secretariado na Residência Oficial de

Águas Claras, ninguém parou para conversar com os jornalistas, que ficaram

no portão em busca de alguma informação. Entre as especulações, logo

surgiu a piada: o encontro serviu para o sorteio do amigo oculto do primeiro

escalão do GDF. Fantasiando sobre a brincadeira, ninguém teve dúvida: o

vice-governador Tadeu Fillippeli estaria torcendo para tirar Agnelo.

Cadê a transparência?Os carros oficiais do secretariado possuem algo em comum: todos têm

aquelas películas escuras que impedem a identificação das pessoas no

interior do veículo. O curioso é que um dos carros com o vidro mais escuro

era justamente o do secretário de Transparência, Carlos higino.

Balanço do anoA reunião de Agnelo com todos os secretários serviu para o governador fazer

um balanço das atividades e anunciar que os tempos de vacas magras che-

gariam ao fim. Em fevereiro, foi criada uma força-tarefa com representantes

das secretarias de Planejamento, da Fazenda e da Transparência, além da

Procuradoria-Geral do DF. A missão: regularizar os oito convênios firmados

em gestões anteriores com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)

do Governo do Distrito Federal, que impediam o GDF de receber recursos

federais. Enfim, todas as pendências junto ao Cadastro Único de Convênio

(CAUC/SiAFi) e ao Cadastro informativo de Créditos não Quitados do Setor

Público Federal (CADiN) foram sanadas.

Caça às bruxasAgnelo disse aos secretários que os gestores dos governos passados

responsáveis por deixar o GDF com o nome sujo na praça foram acionados

na Justiça. O governador não citou nomes. Mas outras ações ainda estão por

vir porque ainda há pendências no CNPJ de algumas secretarias. Por essas

e outras, Agnelo cobrou dos secretários eficiência na gestão.

Culpa da herança maldita

Na visão do governo, o nome sujo do GDF evidenciou a dificuldade encon-

trada pela atual gestão em resolver problemas anteriores a 2011. Daí as

promessas de campanha para este ano terem ficado para 2012. A saúde

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PLANO BRASÍLIA 21

de Brasília, Lúcio Costa,

apresentou a solução. “O

governo deveria colocar po-

liciamento nas passagens

para garantir a segurança

dos pedestres”, disse a

arquiteta Maria Elisa Costa,

que mora no Rio de Janeiro

e veio a Brasília participar

de um seminário sobre as

unidades de vizinhança.

Simples, não?

Barata inconvenienteColetiva à imprensa de um dos mais importantes secretários do governo

Agnelo. Câmeras, microfones e gravadores registrando as respostas da

autoridade. Entre uma resposta e outra, uma barata invadiu o recinto e se

aproximou do quebra-queixo. Avisado por uma jornalista atenta, um assessor

tratou de resolver o problema. Bastou uma pisada. Mas a cena foi emblemá-

tica. Afinal, era o secretário de saúde, Rafael Barbosa, recebendo a imprensa

no auditório da sede da secretaria. Na defesa de Barbosa, há quem possa

alegar que a barata é do tempo em que o prédio recebia outros hóspedes.

Até o primeiro semestre do ano passado, funcionava ali a Câmara Legislativa.

Antes das férias, muito trabalhoPara desfrutar do recesso de fim de ano, os deputados distritais precisaram

trabalhar muito. Principalmente em comparação ao restante do ano. Em 14

dias, 32 projetos do Executivo foram aprovados em Plenário. Desde o início

de 2011, a Câmara Legislativa aprovou 78 proposições do Palácio do Buriti.

Entre as mais importantes, estavam o Pacote da Saúde, em fevereiro, e o

Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), em abril. Agora, foi a vez de

projetos como o que dá isenção do imposto sobre a Propriedade de Veículos

Automotores (iPVA) aos carros zero-quilômetro.

Polêmica para 2012Uma delas é o PL 559, que une as carreiras de agente, fiscal e auditor

tributário, além de criar mil novos cargos. O outro foi em relação ao projeto

de Regime Jurídico Único dos Servidores com uma emenda que permite

contratação de parentes no Executivo e Legislativo, desde que não haja

subordinação direta. Ou seja, liberaram o nepotismo. Quanto ao novo Plano

Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), esse os distritais deixaram para

o ano que vem.

ilustra bem a situação: quatro unidades de pronto-atendimento (UPAs) já

estariam em funcionamento, segundo o candidato Agnelo Queiroz. Mas o

governador, até hoje, só conseguiu entregar a de Samambaia, que já estava

pronta desde o ano passado.

Agora é tarde

Por conta das pendências, o GDF não executou um centavo das emendas

aprovadas pela bancada brasiliense no Congresso Nacional. No fim do ano

passado, os parlamentares apresentaram mais de R$ 1 bilhão em emendas

coletivas ao Orçamento de 2011. Entre elas, estavam R$ 210 milhões para

a Saúde. Outros recursos foram destinados ao Projeto Orla, à implantação de

internet banda larga nas cidades do DF, aos projetos do Veículo Leve sobre

Trilhos (VLT) e do Veículo Leve sobre Pneus (VLP) e, ainda, à ampliação do

metrô. O coordenador da bancada do DF no Congresso, Rodrigo Rollemberg

(PSB), acredita que não há mais tempo para evitar o prejuízo, já que o

impasse foi resolvido a menos de 15 dias do fim do ano orçamentário.

Mais uma secretariaO governo Agnelo conta agora com 33 secretarias. A mais nova delas é a

Secretaria de Condomínios, criada para cuidar da regularização dos loteamen-

tos irregulares. A ideia não é nova. Ainda nos anos 90, Joaquim Roriz criou

uma secretaria para cuidar do tema e, em meio às denúncias de corrupção e

grilagem de terras, se viu obrigado a encerrar as atividades do órgão em 2002.

Surpresa: o ano novo está chegando, de novo!Assim como aconteceu no governo Rosso, ano passado, mais uma vez o

Réveillon pegou de surpresa as autoridades. Até o início de dezembro, abso-

lutamente nada estava decidido sobre as comemorações de ano novo, que

deveriam ter sido anunciadas no dia 22 de novembro. Em dezembro, o GDF

divulgou a programação, mas o Tribunal de Contas embargou, alegando que

os preços estavam superestimados. O GDF reduziu as despesas e, finalmente,

o brasiliense vai ter a festa da virada com direito a fogos e shows musicais.

Basta um PMEnquanto o GDF estuda há décadas como revitalizar as passagens subter-

râneas do Eixão e evitar mais mortes na via, a filha do urbanista criador

Divu

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ão

Uirá

Lou

renç

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E-mail: [email protected] | Twitter: @yuriachcar

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22 PLANO BRASÍLIA

Ensaios para uma Liderança mundial?

A PROFECIANovas superpotências, países emer-

gentes, multipolarização da economia mundial... Quem procura e quem não procura se informar, já estava se acos-tumando com estas expressões profeti-zadas pelos economistas e propagadas pela mídia em todo o mundo. Em 2001, o economista Jim O’Neil criou o acrônimo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) para simbolizar a mudança no poder econômico global, a qual estaria se afastando do G7 (composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e aproximando-se das econo-mias em desenvolvimento. Segundo as projeções de O’Neil, na época chefe de pesquisa em economia global do maior banco de investimentos do mundo, o estadunidense Goldman Sachs, o conjunto das economias dos BRICs superaria todos os países per-tencentes ao G7 ate 2050, com exceção dos Estados Unidos, que teria de se contentar com um amargo 2º lugar, acumulando naquele ano US$ 38,5 tri, praticamente metade da riqueza que seria gerada pela China US$ 70,7 tri.

Profecias a parte, ninguém imagi-nava é que o previsto para meados de 2050 saltasse aos olhos do mundo já em 2011. Em novembro deste ano, a Eco-nomist Intelligence Unit (empresa de consultoria e pesquisa ligada a revista The Economist), afirmou que o Brasil havia ultrapassado o Reino Unido, assumindo a posição de 6a maior economia do mundo, ou seja, sexto maior produto interno bruto medido em dólares a taxa de cambio corrente. E mais, até 2020, já teria ultrapassado a França e a Alemanha. Assim, ainda que se pese a possibilidade de alterações

cambiais que invertam este resultado antes do fechamento do ano de 2011, é inegável a tendência que hora se apresenta. E o mais surpreendente, seguindo as estimativas publicadas pelo Goldman Sachs em 2006, estas ‘’ultra-passagens’’ deveriam acontecer apenas em 2030 e 2035 (respectivamente), o que evidencia a profunda influencia de externalidades agindo como cata-lisadoras do processo de inversão da ordem econômica mundial.

CATAlIZADORES mUNDIAISNos Estados Unidos, em 2008,

um modelo de acompanhamento da salubridade dos ativos bancários, embora considerado ‘’moderno e ágil’, quase levou o mundo à pior recessão da Historia. Some-se isto aos investimentos ampliados desde 2001 na luta pela ‘’paz’’, aplicados controversamente na indústria bélica e na área militar, visando combater o terrorismo ou modelos de governo que ‘’não eram espelho’ (leia--se, apenas teocráticos e/ou ditatoriais, pois monárquicos não entram na lista), mas apenas despejaram trilhões de dó-lares no mercado mundial, aumentando a divida externa americana (que já era a maior do mundo) a níveis quase não mais renegociáveis no âmbito interna-cional, gerando recentes incertezas e confrontos políticos internos.

O reflexo deste mal estar da economia americana, afetou o acesso ao crédito no mundo inteiro, mas na Europa as já engessadas economias de países como Portugal, Espanha e Grécia se viram diante da necessidade de salvar instituições financeiras privadas com recursos públicos, ampliando de forma perigosa os percentuais dos déficits nacionais em relação ao PIB. Para sanar

estes prejuízos, a saída destes governos foi reduzir gastos, congelando salários de servidores, reduzindo investimentos (inclusive de programas sociais) e aumentando impostos. Na opinião de vários analistas econômicos e lideres de governos, esta saída diminui a capaci-dade de reação das economias e inibe o desenvolvimento social.

Na contramão desta austeridade, os países do BRIC (em 2011, agora BRICS, ao incluir a África do Sul) ampliaram seus programas sociais, reduziram impostos, aumentaram a participação do Estado na economia e na empregabilidade, alem de incentivar pesquisas e tecnologia de ponta. Ainda que se pesem as profundas diferenças estruturais entre os países deste grupo, o BRICS corresponde a quase 50% da população e território mundial, e as medidas adotadas retiraram da miséria milhões de pessoas.

A economia mundial passou a contar uma significativa parcela de consumido-res que antes não existiam como tais. Além de comer mais e melhor, a popu-lação emergente incluiu na sua cesta de consumo serviços e itens duráveis, como automóveis, imóveis e eletrônicos, redi-recionando os investimentos do mundo inteiro para estes novos mercados. Tudo isto salvou as economias exportadoras de commodities, como por exemplo, o Brasil, mas elevou os preços no mundo inteiro, dificultando a vida dos países com economias mais frágeis.

* CARLOS VASCONCELOSDinheiro

(*) CARLOS VASCONCELOSPernambucano e pós-graduado em economia pela UnB.Trabalha em Brasília desde 2003 e hoje é Diretor de Planejamento da Empresa Avante Brasil, desenvolvendo soluções tecnológicas para a Educação a Distância.

Parte I

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Correrparaviver

A prática de uma atividade física, além de ser fundamental para a saúde, pode prolongar a vida de uma pessoa em até seis anos.

CapaPor: Djenane Arraes | Fotos: Victor hugo Bonfim

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O ser humano tem capacidade física para viver até 120 anos. É o que ga-rante a médica pneumologista Maria

Otávia Poti, que tem 71 anos bem vividos. Esta meta ainda parece ser um sonho distante. De acordo com o Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida média do brasileiro é de 73,5 anos. A média sobe um pouco no Distrito Federal: 76 anos. Dos cerca de 2,5 milhões de brasilienses, pouco mais de 21 mil estão nesta faixa etária. Quanto aos seculares, os que mais se aproximaram no limite defendido pela doutora, existem menos de 200 indivíduos.

“É a gente que se mata com os vícios, como o alcoolismo, e uma vida pouco saudável”, defendeu Maria Otá-via. A doutora, que é uma pioneira em campanhas antitabagismo, afirmou que um fumante dificilmente viverá mais que 70 anos. “Na faixa dos 90, não tem quase nenhum”, garantiu. Há muitos outros fatores que contribuem para o abreviamento da vida de uma pessoa. O stress da cidade grande e a poluição são alguns deles.

Há formas de se combater os males gerados por uma vida atribulada. São coisas simples, bem conhecidas, mas nem sempre praticadas. A receita para a longevidade passa por uma dieta balanceada, uma consciência tranquila e a prática de exercícios. Movimentar o corpo regularmente pode aumentar a expectativa de vida em até seis anos, de acordo com a doutora Maria Otávia.

Os benefícios não param por aí. Segun-do o geriatra Einstein de Camargos, fazer uma atividade física com regularidade faz bem tanto para a prevenção quanto no tra-tamento de doenças. Ajuda na prevenção e no combate da diabete, da hipertenção, da osteoporose, do acidente vascular cerebral (o popular derrame), e outros. “O ideal é começar o mais cedo possível, mas nunca é tarde. Mesmo quando se começa a se exercitar regularmente na vida idosa, se melhora a massa muscular, a resistência e o equilíbrio, evitando assim as quedas”, comentou Camargos. “Também traz bene-fícios aos hormônios, que nesse momento da vida estão inconstantes e alterados”.

O geriatra também defende a ideia de que uma pessoa não deve se preo-cupar com a questão de longevidade quando entre na faixa dos 30 ou 40 anos de idade. O quão longe o indivíduo terá condições de viver é um fator que come-ça a ser definido ainda na gestação. “A mãe que teve uma gravidez boa, nutriti-va, sem estresse, com todos os cuidados de prevenção, tudo isso vai influenciar e muito a saúde do filho. Então, desde o útero da mãe começa-se a trabalhar na longevidade da pessoa”, advertiu.

CORRERIA DO BEmEm Brasília, não é só o trânsito de

carros que se intensifica pela manhã ou no final da tarde. Nos parques, calçadas

e espaços verdes da cidade também há intensa movimentação de pessoas que aproveitam o tempo ameno para correr e se movimentar. No Parque da Cidade, às 5h, a jornalista e chefe de cozinha Vera Viana começa a corrida diária de 10 km. É provável que durante o trajeto ela cruze com o funcionário público Luiz Nogueira. O Parque da Cidade é uma das áreas do DF que ele utiliza para correr os cerca de 100 km mensais.

Luiz Nogueira também gosta de cor-rer no Parque Olhos d’Água, no Eixão, e no Pistão Norte de Taguatinga. Quem também gosta de fazer rodízios de locais para se exercitar pelo DF é o ex-atleta e atualmente treinador, o francês Laurent Migaire – pronuncia-se “Lorrã”. Ele

É a gente que se mata com

os vícios, como o alcoolismo, e uma vida pouco

saudável

O francês Laurent se apaixonou por Brasília

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comanda uma equipe de aproximada-mente cem pessoas dos mais diferentes níveis de condicionamento físico. Disse que o parque que mais gosta, por ter mais verde, é o Olhos d’Água, localizado no final da Asa Norte. Foi ali, entre os aparelhos públicos de ginástica, que esta reportagem encontrou dona Florinda Lopes e o esposo.

Eles residem em Presidente Pru-dente, SP, e todas as vezes que vêm a Brasília para visitar a filha, aproveitam o espaço para se exercitar. “É ótimo aqui. Talvez vocês [brasilienses] não tenham noção do tanto que são privilegiados em ter lugares assim para recreação”, comentou Florinda. A ampla área verde também foi uma das razões que fizeram

o ex-atleta Laurent permanecer e adotar a cidade. “Viajava pela Europa quando conheci uma moça brasileira e começa-mos a namorar. Vim parar aqui”, contou. “Brasília tem muitos espaços abertos, gramados, tem o cerrado – e sou um apaixonado pelo cerrado. Descobri uma cidade maravilhosa para correr e decidi ficar. A corrida me fixou aqui.”

Quando estava em fim de carreira, algumas pessoas que conheciam Laurent propuseram que o francês os treinasse. O grupo aumen-tou com o passar do tempo. Hoje, o ex-atleta orienta tanto pessoas que têm am-bição de se profissionalizar quando aqueles que procu-ram vencer o sedentarismo. Os resultados não poderiam ser melhores. “Há atletas--alunos que terminam uma competição de 10 km em 1h20. Outros fazem o trajeto em 32 min.”

O resultado mais cele-brado por Laurent é quando ele percebe a satisfação de um aluno que recuperou a autoestima. “O lado mais gratificante do treinador não é apenas promover uma saúde física, mas também a alegria de viver do aluno”, pontuou Laurent. “Às vezes nem percebemos o quanto essas coisas fazem bem aos outros. Então ouvimos depoimentos de familiares dos alunos, que mostram a revolução que a prática de exercícios provocou na vida de uma pessoa.”

Luiz Nogueira começou a correr incentivado pelos

amigos. Era uma forma que encontrou para tentar combater o estresse. Disse que no início foi difícil, mas os benefí-cios da prática esportiva não tardaram a aparecer. “A corrida me proporcio-nou quilos a menos na balança, noites de sono bem dormidas, disposição no trabalho, e fome, muita fome”, co-mentou. “O que mais gosto na corrida

é que, mesmo que seja um esporte individual, ela permite a aproximação das pessoas por meio dos grupos de treinos e das corridas semanais.”

Hoje, o funcionário público Luiz tornou-se também um atleta amador. Ele participou de maratonas, meias ma-ratonas, e corridas de 10 km. O próximo desafio pessoal de Luiz é participar da tradicional maratona de Nova York já no próximo ano e também mudar de modalidade: agora ele quer se tornar um tri-atleta.

CORRIDA qUE SAlVAO depoimento comum das pessoas

que praticam exercícios, além da melho-ria da qualidade de vida, é a sensação de bem-estar. Existe uma explicação química para isso. “Fazer exercícios melhora a concentração e a capacidade de trabalho. Já a sensação de prazer é devida à liberação de endorfinas na corrente sanguínea”, explicou a doutora Maria Otávia. Mas há momentos em que a prática desportiva vai muito além da busca do bem-estar e do prazer: vidas são salvas. Como foi o caso da jornalista e chefe de cozinha Vera Viana.

Em 1977, quando morava na Ar-gélia, Vera havia contraído uma virose originária do continente daquele país. Procurou tratamento em Paris, França, mas o diagnóstico foi impreciso e che-gou a ser desenganada pelos médicos que seguiam a medicina tradicional. Ela tinha apenas 30 anos e pesava 40 kg. Ao voltar ao Brasil para morrer na terra natal, Vera se internou no sítio em Mariporã, interior de SP, onde recebeu a orientação do professor japonês Tomio Kikushi – renomado especialista em medicina oriental e introdutor da alimentação macrobiótica no País.

A recomendação para que sobrevi-vesse ao mal contraído na África era rela-tivamente simples: comida macrobiótica e exercícios físicos. Nada de academia ou de treinamentos sofisticados. “Foi aí que comecei devagarzinho a trabalhar na horta e mexer com a enxada”, disse. De paciente, Vera tornou-se uma das chefes de comida macrobiótica mais badaladas. Voltou a Brasília – onde havia morado uma vez – e montou um restaurante

Luiz Nogueira vai correr a maratona de Nova Iorque

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dentro de casa. Era época do movimen-to da Constituinte e o restaurante dela recebia clientes como Luiz Inácio Lula da Silva e Luiz Gushiken.

“O problema é que aí eu comecei a ficar estressada de novo”, brincou Vera. “Comecei a ficar fraca novamente. A recomendação foi que intensificasse os exercícios físicos. Foi quando entrei para uma academia e comecei a correr”. Vera Viana disse que até hoje, no auge dos bons 64 anos, se exercita todos os dias. Só de corrida são 10 km diários. “Eu simplifiquei muito a minha vida. Se você comer bem e não fizer exercícios, não vai assimilar nada. Não existe um sem o outro”, opinou. A doença contraída na África que a afligiu não dá notícias há décadas e ela garante que faz mais de 30 anos que não sabe o que é tomar me-dicamentos da medicina tradicional. “A minha filha nunca soube o que é tomar remédio, e ela tem 31 anos.”

A relação entre alimentação e exer-cícios físicos é algo corroborado pelo geriatra Einstein de Camargos. Mas, na opinião do médico, a longevidade é uma equação complexa que inclui também a cultura de uma sociedade. Ele afirma que o melhor tipo de alimen-tação para uma pessoa vai depender da genética, dos hábitos e da cultura. “A culinária espanhola, por exemplo, por ser muito rica em azeite, é uma das mais interessantes no sentido da prevenção de doenças do coração”, exemplificou. “Mas se você pegar um sujeito que trabalha em Wall Street, em Nova York, e alimentá-lo apenas com pratos da cozinha mediterrânea, esse indivíduo vai morrer do coração do mesmo jeito.”

AlTA PERFORmANCE X ATIVIDADE FíSICA

Apesar desta matéria ter conversado com bons corredores, pessoas como o funcionário público Luiz Nogueira, que ambiciona a maratona de Nova York – ou mesmo um ex-atleta profissional como Laurent Migaire –, esta não é a única atividade física que contribui para a longevidade. É só uma das mais baratas e simples, sobretudo numa cidade com espaços variados, como Brasília. Todos os esportes ou formas de se exercitar

são válidos e vão trazer benefícios. Mas cuidado: não exagere.

Para Laurent, o esporte e a com-petição são apaixonantes, mas a busca pelo alto-rendimento pode criar um efeito reverso. “Todo esporte que busca o alto rendimento leva a uma prática excessiva”, explicou o ex-atleta. “Neste caso, ele ultrapassa o limite aceitável pelo organismo e do que é desejável pela própria saúde.” O corpo não raramente responde ao esforço acima dos limites com as famosas dores mus-culares. A continuidade da atividade física de alto rendimento pode trazer males piores, como desgastes precoces em articulações e contusões dos mais diversos tipos. São problemas que podem levar um atleta profissional a abreviar ainda mais a carreira com-petitiva dele, que já é curta. “Muitas vezes, um atleta profissional não é tão saudável quanto aquele que se exercita com moderação e que respeita os limi-tes do próprio corpo”, disse Laurent.

A prática de exercícios é funda-mental e a palavra de ordem é esta: com moderação. “Para a saúde, o mais importante é ter uma atividade con-trolada. É preciso respeitar o descanso, que é o prazo para a regeneração do corpo”, explicou Laurent. Também não existe uma mais adequada. “Fazer uma academia, natação, correr. Tudo é

ótimo. Porém, muito mais importante que isso é não ficar parado”, incen-tivou Einstein de Camargos. “Todo mundo tem condições de fazer uma atividade, nem que seja só um pouco. Basta querer”, incentivou Vera Viana. E aí? Vai continuar parado?

ServiçoEquipe Lo-Rã(61) 9963.7934

Clínica Vitallis Dr. Einstein de Domingos(61) 3349.2827

NãO TEM TEMPO PARA ACADEMIA? NãO gOSTA? HÁ ALTERNATIVAS.

Estacione o seu carro em um local um pouco mais distante do seu trabalho; Usa transporte público? Desça uma

ou duas paradas antes; Suba e desça escadas: tantos

lances quanto conseguir; Faça alongamento pelo menos uma

vez por dia; Se tiver um cachorro de estimação,

leve-o para passear; Procure se alimentar bem. Evite

comidas gordurosas; Durma bem.

Florinda Lopes aproveita os espaços verdes sempre que vem a Brasília

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Palavrasque

tocam

noNatal

Campanha de Natal dos Correios termina atendendo 20 mil cartas de crianças para o Papai Noel.

CidadaniaPor: Janaína Camelo | Ilustração: Eward Bonasser Jr. | Fotos: Victor hugo Bonfim

“Querido Papai Noel, eu sou João Pedro, moro no Varjão com minha mãe,

papai e meu irmão. Papai Noel, neste Natal gostaria de ganhar um skate. Eu sou muito estudioso! Beijos e Obrigado.” Foi com estas sinceras palavras que uma simples cartinha endereçada ao Papai Noel tocou o coração de mais um cidadão brasiliense. A solidariedade se fez presente no DF durante o projeto Papai Noel dos Correios, campanha natalina criada pelos Correios há 22 anos, com o objetivo de realizar desejos de Natal revelados em carti-nhas escritas por crianças carentes.

Vinte mil cartas para o Papai Noel foram adotadas durante os dias da campanha. Uma quantidade bem maior que as contempladas em 2010. Nove mil cartinhas foram seleciona-das no ano passado.

Neste ano, o Papai Noel nos Correios foi diferente. O projeto foi vinculado a um dos Objetivos do Milênio, desen-volvido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Por isso, as doações foram destinadas prioritariamente às cartas enviadas por alunos de escolas conveniadas à campanha. São mais de 40, todas escolas públicas.

Para adotar uma carta, já não há mais tempo. Os presentes recebidos

pelos Correios foram entregues às esco-las na primeira quinzena de dezembro.

Apesar do fim do prazo, quem quiser doar presentes, ainda pode. Os Correios recebem até às vésperas de Natal, a tempo de as crianças serem presenteadas pelo Papai Noel. As do-ações serão entregues aos remetentes que não estudam nas escolas creden-ciadas à campanha e a instituições que dependem de caridade.

Aliás, as cartinhas de crianças que não estudam nas escolas participantes do projeto, mas que chegam aos montes em malotes dos Correios, são as mais disputadas. “Aqui já chegaram 40 mil só dessas crianças. Estas cartas são

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diferentes. As crianças são mais sofridas. Tem histórias emocionantes”, conta a servidora Aucidete Lopes de Melo. É ela quem coordena a equipe de triagem das cartas selecionadas para concorrer aos presentes de Natal. As pessoas que compõem a turma, a maioria voluntária, leem as cartinhas, escolhem as mais interessantes e que pedem presentes acessíveis. “Não escolhemos cartas pe-dindo dinheiro, eletro-eletrônicos... Já recebemos cartas pedindo até bujão de gás.”, lembra Aucidete.

Na Casa do Papai Noel, nos Correios da 508 Norte, ficam as cartas e os pre-

sentes, que chegam a todo momento. Um grande galpão armazena tudo. No hall de entrada, estão organizadas as cartinhas que até então estavam dis-poníveis para quem quisesse adotá-las. Ketlen Lima dos Santos, de 21 anos, pelo segundo ano decidiu ir até a Casa do Papai Noel. Dessa vez ela ficou como responsável por escolher cartinhas também para os colegas do trabalho e da faculdade. “Ano passado, vim com a minha irmã. A princípio íamos levar só uma cartinha, mas acabamos saindo com quatro. Em uma das cartas, um menino pedia um panetone. Fico feliz em ver que em tempo de tanta violência ainda exista inocência”, comenta.

Não há época de Natal em que a aposentada Silvia Andrade, de 55 anos, deixe de fazer suas doações à crianças carentes. Em todos os anos, a Casa do Papai Noel é sempre um ponto de parada durante as entregas de presentes a instituições e creches feitas por Silvia. Dessa vez, a entrega nos Correios incluiu

patins, bonecas, carrinhos e bolas. “Não chego a escolher cartinhas, mas faço questão de entregar presentes na Casa do Papai Noel. Sei que lá eles terão um bom destino.”, disse a aposentada.

O tipo de doação feito por Silvia se encaixa no segmento de presentes, recebidos pelos Correios, chamado “presentes avulsos”. “São esses que iremos dar de presente de Natal às crianças que mandam cartas mas que não fazem parte das escolas que estão participando da campanha.”, explica a servidora Aucidete.

Portanto, os Correios ainda esperam receber doações para crianças, em situação de vulnerabilidade social, que desejam ter seus sonhos de Natal atendi-dos através de uma inocente carta para o Papai Noel.

ServiçoPapai Noel nos Correios508 Norte - Bl. D, 2º andar, acesso pela W2.(61) 3307.3554

Aucidete coordena a equipe que lê as cartinhas

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GentePor: Edson Crisóstomo

Caixa RápidoPolíticaCentro-Oeste sem misériaNo dia 16 de dezembro um importante passo será dado no combate à miséria da região Centro-Oeste. A assinatura do Pacto Brasil sem Miséria vai ser assinado pelo Governo Federal, e as 4 Unidades Federativas da região. Estarão presentes além da presidenta Dilma Roussef, o governador do DF, Agnelo Queiroz, os governadores de Goiás, Marconi Perillo, de Mato Grosso, Silval Barbosa, e de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. O GDF unificará os quatro cadastros existentes e ainda vai localizar 93 mil famílias vivendo abaixo da linha da pobreza. O plano distrital é intersetorial.

Os tributos vão custar para os brasileiros em 2011 R$ 1,5 trilhãoEstudo do instituto Brasileiro de Planejamento Tributário mos-tra que a carga de impostos de 2011 terá recorde histórico, chegando próxima a 36% do Produto interno Bruto, atingindo o patamar de R$ 1,5 trilhão. O aumento da arrecadação será de 1,5 ponto percentual em comparação a 2010.Os tributos “líderes” em arrecadação nominal são: iCMS (19,86% do total), iNSS (18,23%), imposto de Renda (16,80%) e Cofins (10,65%). O crescimento nominal da arrecadação neste ano será de aproximadamente R$ 220 bilhões.

Newton garcia, Vanessa mendonça e marco Aurélio de menezes

Rodrigo Freire e gil guimarães luiz Claúdio e Calaf

Paulo Octavio e Voriques Oliveira

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geleia geralLançamento do primeiro livro sobre Presidenta DilmaNo dia 16 de dezembro, o primeiro livro sobre a Presidenta Dilma Roussef será lançado na capital. “A Vida Quer É Coragem”, do jornalista Ricardo Amaral e da Editora Primeira Pessoa conta a biografia e a trajetória da mineira mais famosa do Brasil. O jornalista, que trabalhou como assessor da Casa Civil e atuou na campanha presidencial de 2010, mostra os bastidores da história e da rotina da Dilma em 336 páginas. Como destaque, a ilustre personagem aponta a morte do pai, no ano em que faria 15 anos. Depois, viriam os árduos anos da ditadura, a que se refere como sobrevivente.

Reconhecimento NacionalA presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Danielle Moreira, foi premiada pelo Fórum de Líderes Empresariais do país, na categoria Novos Líderes Nacionais, em São Paulo. O Fórum é presidido pelo fundador da Embraer e ex-ministro Ozires Silva, com a participação de empresários como ivan Zurita, da Nestlé, Carlos Ermírio de Morais, do Grupo Votorantim, entre outros. “Receber um prêmio como esse, me deixa bastante honrada e renova minhas energias para continuar o trabalho que venho desenvolvendo com tanto carinho no Distrito Federal”, disse.

liliane Roriz e Samanta Sallum Juliana Santana e Rafael Brito

Bené Flausino, liana Alagemovits, Nubia Paula e Coronel Dal molin Cosete Ramos e Betty Bettiol

Natanry Osório e Juliana Schreurs

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Em volta deles está dese-nhado um alvo, nas cores vermelho e branco. Eles

são redondinhos e com profundi-dades variadas. E o prêmio para quem acertar o alvo - ou melhor, para quem cair nos buracos que estão espalhados pelas ruas de Brasília - são rodas partidas ou pneus furados.

Após ter perdido várias rodas ou pneus de seu carro nos bu-racos da cidade, a estudante de artes plásticas da Universidade de Brasília (UnB), Natasha de Albuquerque Correia, 20 anos, decidiu junto ao amigo, que cursa engenharia, também na UnB, Luan Haickel, 20 anos, pintar alvo nos buracos. Segundo Natasha, a intenção é alertar os motoristas para as depressões nas pistas,a

fim de que possam desviar com antecedência e evitar prejuízos. “É uma brincadeira, tem a ideia de que se você acertar o alvo, perde”, diz. Os estudantes come-çaram a pintar alvos nos buracos em julho, mas as suas ações só repercutiram mesmo no final do ano, quando chamaram a atenção da população e da mídia local. Os estudantes criaram um e-mail e uma página no Facebook para as pessoas que quisessem apontar buracos ou contribuir de alguma forma com sua iniciativa. “As pes-soas mandam muitos e-mails com a localização de buracos, já rece-bemos várias doações de galões de tintas e até R$ 100”, diz Natasha. Em breve, os estudantes organiza-rão uma página na internet para receber patrocínio da população.

A iniciativa de Natasha e Hai-ckel parece ter mexido com os brios da Secretaria de Obras do Governo do Distrito Federal. No dia 28 de setembro, o secretário Oto Silvério Guimarães se reuniu com os estudantes. Segundo Natasha, o secretário lançou um desafio para eles, uma espécie de “corrida para o buraco”. Os universitários devem comunicar à Secretaria de Obras sobre os buracos que encontrarem, e quem chegar ao local primeiro ganha. Se a secretaria achar primeiro, o bu-raco é tampado; se os estudantes forem mais rápidos, eles podem fazer o alvo. A Secretaria de Obras alega que não houve provocação ou qualquer tipo de desafio. Con-forme a assessoria da secretaria, o secretário apenas agradeceu a

CidadePor: Fernanda Azevedo | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Alvosde risco

Com ajuda de pincel e tinta, estudantes da UnB apontam buracos das pistas de Brasília

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iniciativa dos estudantes, e os alertou para o perigo de fazerem os alvos nas vias publicas só com um cone, para sinalizar aos motoristas que eles estão pintando os buracos. Ainda conforme a assessoria, o secretário indicou que os estudantes informassem a secretaria primeiro, antes de pintar os buracos, e que em um prazo máximo de 48 horas a via seria recu-perada. Os estudantes não responderam ao desafio. “Fica difícil a gente ir atrás de todos os buracos, nós somos apenas dois e eles são vários, não acho justo”, esclarece Natasha. A universitária reconhece que o melhor seria avisar a secretaria de obras sobre as fa-lhas encontradas, mas quer continuar fazendo alvos nos buracos, pois para ela é uma forma de protestar e beneficiar a sociedade.

SOBRE OS BURACOSConforme a assessoria da Novacap, com a chegada das

chuvas, as operações tapa buracos foram intensificadas. No mês de novembro, a companhia realizou ações correti-vas ( tampando os buracos) e preventivas ( com a troca de malhas asfálticas no eixo monumental). A equipe também esteve na Estrada Parque de Indústrias Gráficas (Epig). As próximas vias a serem consertadas serão os eixinhos W e L do Plano Piloto. As operações da Novacap serão

realizadas apenas nos finais de semana e feriados, a fim de evitar transtornos no trânsito. Conforme a assessoria, as equipes deverão ser ampliadas em dezembro e janeiro, época em que as chuvas são mais intensas, quando trinta e cinco novas máquinas entrarão em operação, especial-mente para atender as áreas críticas, que são as cidades do Guará, Samambaia, Ceilândia, além do Plano Piloto.

2000

SCORE HI-SCORE LIFE

13562 80000 03

O buraco pode até parecer inocente, pequeno, no canto da pista. mas, se o motorista cair nele, pode ter um prejuízo de R$ 1.500 a 2.000. Se rasgar o pneu, a pessoa terá que gastar cerca de R$ 300 por um novo. Já se tiver que trocar a roda, uma nova, de liga leve, sai por R$ 700 e, se for de ferro, por volta de R$ 250. No caso de a pessoa ter que desempenar a suspensão, o preço do serviço pode variar dependendo do carro e do estrago, mas não sai barato, o valor pode chegar até R$ 2.000.

ServiçoPara contatar Natasha e Haickel ou avisar sobre os [email protected] avisar ou reclamar para secretaria de obras sobre os [email protected]

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EducaçãoPor: Pedro Wolff | Fotos: Divulgação

Mandarim, ética, empre-endedorismo e educação financeira - são assuntos

para crianças? Agora são. Com uma proposta inovadora, o Colé-gio Seriös abre suas portas para oferecer educação de referência em Brasília. A instituição terá seu primeiro ano letivo agora em 2012 e convida os pais para conhecer suas instalações e proposta peda-gógica na 902 sul. Neste primeiro ano, o colégio oferecerá Educação Infantil e Ensino Fundamental até o 5º ano. Mas até 2014 irá dar aula de ensino médio.

A instituição é nova, porém a proposta pedagógica é consolida-da. E foi construída em 12 anos pela equipe da diretora Andréa Bichara. As novidades são as di-versas salas temáticas e os recursos tecnológicos como equipação de

de lousas touch screen em todas as salas. A diretora comenta as vanta-gens desta lousa tecnológica. Ela é conectada à internet e dispõe de vários softwares. E armazena tudo que foi escrito durante as aulas. “É mais dinâmico e atraente. A vantagem é a otimização do tempo para que se possa explorar mais os conteúdos, com maior interação do aluno nesse momento de co-nhecimento”, diz Andréa.

O diferencial do Colégio Seriös é que, além de oferecer as aulas tradicionais, como matemática, português, inglês e etc, a institui-ção ministra às crianças empreen-dedorismo, aula de circo, teatro, artes visuais, música, gastronomia infantil, educação financeira. “Antes bastava às escolas formar um alfabetizado funcional. Hoje o profissional do mercado de traba-

lho exige profissionais criativos, proativos, com bagagem cultural ampla e antenado com a globali-zação”, explica Andréa Bichara.

A diretora complementa que além de tudo isso, o profissional do futuro tem que preservar suas raízes. “A proposta pedagógica é diferenciada por fugir do tradicio-nal. É fazer acontecer na prática. Trabalhar com a contextualização e interdisciplinaridade. E fazer isso de uma forma lúdica. O tradicional aprender brincando”, resume.

A instituição trabalha nesse horizonte tão amplo, mas dentro da concepção da proposta pe-dagógica de Lev Vigotsky. Para o pensador e psicólogo russo, o desenvolvimento do conhecimen-to em uma pessoa se dá com uma interação com o meio. Ele não é algo situado fora do indivíduo,

SeriösA melhor opção para formação do seu filho

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dessa forma o intelecto da criança se desenvolve por suas interações sociais e desenvolvimento infantil.

Outra inovação e ineditismo do Colégio Seriös é oferecer aos alunos uma profissional contado-ra de histórias em uma sala toda ambientada. A missão desta pro-fissional é promover diariamente ações intencionais para despertar o gosto da leitura nas crianças. Além disso, uma equipe multidisci-plinar vem sendo contratada desde setembro para assistir diariamente as crianças. São pedagogos, psicó-logos, psicopedagogos e professo-res com especialização até em mes-trado que estão sendo contratados.

No trabalho de seleção desses profissionais e de consultoria ao Seriös, junto com a diretora Andréa, estão Cristiano Muniz e Albertina Mistjáns. Cristiano é vice-diretor da faculdade de Educação da UnB e dá consulto-ria em matemática, e Albertina é especialista em inovação e criati-vidade no contexto escolar. Além destes profissionais de peso, o Colégio conta como base o grupo Aurora Seriös, um grupo sólido e

premiado com mais de 24 anos de mercado e que resolveu apostar em educação de qualidade.

A funcionária pública Edmea Piazzi conta porque escolheu para matricular sua filha Giulia o colégio. “Fiquei encantada com as instalações. Foi uma expectativa com a sala de música e de infor-mática”, diz a mãe coruja.

Ela, preocupada com a educa-ção da filha, escolheu o colégio Seriös por saber que será um ambiente para o qual as crianças gostem de ir. E onde serão res-peitadas e aprenderão brincando. “Também para preparar minha filha para um mundo globalizado. Sei que na educação serão enfati-zados o lúdico, o social, o dia-a--dia e a vivência de cada criança”.

ServiçoEscola SeriösSGAS 902 Bl. F lt. 73 (61) 3049.8800 | 9949.6606 Todas as segundas-feiras até janeiro a equipe oferece palestras, das 19h às 21h, para apresentar a proposta e o espaço físico.

A escola aposta no lúdico e na tematização como forma de estimular o aprendizado

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O smartphone Galaxy Nexus, da Samsung e do Google, chega ao mercado com inovações tecno-lógicas capazes de ameaçar o reinado do iPhone,

da Apple. É um aparelho de 13,5 cm de altura, 9,47 mm de espessura, 150g de peso e tela de 4,65 pole-gadas (1,1 polegada maior do que o do concorrente). Ele chega ao Brasil em fevereiro com um preço de lançamento salgado: previsão R$ 1,9 mil. Ainda assim é mais barato do que o iPhone 4S, que chegou ao mer-cado neste mês com preço nas operadoras entre R$ 2,1 e 2,7 mil.

O consumidor que dispuser desta “bagatela” do bolso para adquirir um Galaxy Nexus vai levar para casa um celular com câmera de 5 megapixels de alta velocidade e panorâmica. O aparelho reconhece o rosto do usuário para destravar. Se você acha que teclados virtuais são in-convenientes, o novo Samsung/Google tem mecanismos capazes de reconhecer a voz e transformar o áudio num texto escrito. Para compartilhar arquivos, fotos e músicas, basta o usuário encostar o aparelho em qualquer outro celular com Android. São tantos recursos que a Apple pode se sentir ameaçada, correto? Nem tanto.

A Samsung/Google e demais empresas que desenvol-vem smartphones têm um desafio muito maior do que superar as inovações tecnológicas desenvolvidas pela Apple. Elas precisam romper o forte vínculo e senso de comunidade que a concorrente estabeleceu com os consumidores: quem tem um iPhone, hoje, dificilmente vai trocá-lo pelo Nexus ou por qualquer outro, mesmo que o similar da Apple seja mais caro. Esta reportagem ouviu dez usuários do iPhone, e apenas um mostrou-se disposto a mudar de marca. “Talvez trocaria para algum Android com tela maior que a do iPhone e em software

livre, como é o Galaxy”, disse a jornalista Tatiana Sottili. Mesmo assim, ela admite estar satisfeita com o 3GS que tem em mãos. “É ótimo”, sintetizou.

Desde que chegou ao mercado de telefonia, a maçã idealizada e capitaneada por Steve Jobbs mudou formas de consumo. A empresa foi a primeira que aliou ino-vações tecnológicas e a interatividade da internet com status social. “Por ser smartphone, [o iPhone] me per-mite uma série de possibilidades. Uso os aplicativos de redes sociais, os de geolocalização, aplicativos de sites de notícias (os de futebol principalmente), aplicativos de mensagem via internet e de câmera fotográfica”, explicou o publicitário Diego Arelano. “Sem falar no rádio, que conecto ao som do carro e escuto diretamen-te do iPhone rádios do mundo inteiro.”

O webdesigner Washington Ribeiro elogia ainda as facilidades de uso e a velocidade do sistema da Apple. “O IOS é muito intuitivo e dedutível, com isso, os usu-ários ficam à vontade para utilizar os recursos. A forma com que os aplicativos interagem é muito boa, e ainda as atualizações do IOS, que são gratuitas para aqueles que não usam Jailbreak, acrescentam muitas novidades e recursos ao aparelho”, disse. A empresa ainda agre-gou ferramentas de interatividade compartilhadas com outros usuários. É um recurso que gera afinidades. “Existem funcionalidades [no IPhone] que só são inte-ressantes caso você tenha amigos que também possuam um. O iMenssage e o Face Time são bons exemplos”, apontou o administrador de rede Marcelo Lemos.

O Galaxy Nexus da Samsung/Google tem tudo para ser um sucesso comercial, se conseguir fidelização à marca da mesma forma que a Apple fez com eficiência. Está aí um desafio e tanto. O mercado vai estar de olho.

TecnologiaPor: Tatiane BarbosaPor: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Desafio

Novo smartphone desenvolvido pela Samsung em parceria com a gigante Google chega ao mercado com o desafio de romper a fidelidade do público alvo com a Apple

além da tecnologia

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Imagine você precisar usar uma cadeira de rodas em uma cidade cheia de obstáculos, como é

Brasília. Por exemplo: você precisa ir ao médico; sai de casa e enfrenta os percalços do trajeto até um ponto de ônibus. Mas o pior ainda está por vir. Um transporte adaptado para um passageiro cadeirante leva tempo até chegar à parada. Meia hora quase. No entanto, infelizmen-te, ainda não é a hora de você entrar no ônibus O motorista avisa que o elevador para a cadeira de rodas está quebrado. “Não era para ser assim”, você pensa. Mais vinte minutos até um próximo ônibus adaptado. O cobrador não consegue operar a plataforma. O motorista desce para ajudar. Quinze minutos até o ônibus partir, diante da impaciência dos outros passageiros. Você finalmente segue viagem.

A mesma história se repete diver-sas vezes, todos os dias, no Distrito Federal. Dos 3 mil 950 ônibus no DF, somente 950 são adaptados a cadeirantes. Menos de 25 % de toda a frota. “O que tem não supre a necessidade do cadeirante. Se quero ir a algum lugar de ônibus, vou saber que irei chegar atrasada ao compromisso”, lamenta a servidora pública Nilza Soares Gomes. Ela é fundadora e presidente da Associação dos Portadores de Deficiência Física do Distrito Federal. Queixas sobre as condições de transporte público para deficientes ela nunca deixou de ouvir. “Muitos ônibus não param quando o motorista vê que há um deficiente na parada. Quando não é o elevador para cadeirante que não funciona, é o cobrador e o motorista que não sabem fazer o equipamento funcio-nar. A mancada já começa na hora

que o motorista recebe o portador de deficiência. Fica com medo de falar. Tropeça nas palavras”, conta Nilza.

No DF, são 380 mil portadores de deficiência física. O transporte ade-quado para atender quem depende de cadeira de rodas é obrigatório desde que a Lei de Acessibilidade entrou em vigor em 2000. A Lei prevê edificações sem barreiras, sanitários acessíveis que proporcionem mais segurança, calçadas de melhor quali-dade, travessias mais seguras, ônibus sem degrau, além de locais de embar-que e desembarque mais acessíveis em todos os meios de transporte.Em 2004, o Departamento Nacional de Trânsito publicou decreto determi-nando que toda a frota nacional esteja adaptada para cadeirantes até 2014.

Enquanto não há punição para empresas e governo, só quem de-pende do transporte adaptado vai

CotidianoPor: Janaína Camelo | Fotos: Victor hugo Bonfim | Ilustração: Líbio Matni

Acessibilidade

inacessível

Dependentes de cadeira de rodas enfrentam descaso no transporte público

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à luta para garantir um serviço ade-quado. Celmo Rodrigues do Santos registra denúncias na ouvidoria do DFTrans desde quando sua mulher, cadeirante, fraturou a coluna du-rante um acidente dentro de um ônibus. Segundo Celmo, no veícu-lo, o lugar destinado a portador de deficiência física não estava em boas condições de uso. “Estávamos num ônibus que ia de Samambaia para Ceilândia. O motorista passou em alta velocidade em um quebra--molas. Foi quando minha esposa caiu no chão”, conta. Ele diz que a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência na delega-cia, mas retirou depois de saber que o motorista poderia perder o emprego. “Ela desistiu por pena”, comenta. Sempre que percebe des-caso quando acompanha a mulher no ônibus, como quando se depara com uma plataforma quebrada, Celmo faz uma denúncia. Em casa, ele guarda todos os protocolos.

Segundo a presidente da Asso-ciação dos Portadores de Deficiência Física do Distrito Federal, inúmeras reivindicações já foram feitas ao GDF. “Mas a promessa é sempre a mesma: ‘Nós estamos arrumando. Estão previstas outras instalações de elevadores em ônibus’. Mas na verdade o que se faz é maquiar estes ônibus”, desabafa Nilza.

Nos 25% de ônibus adaptados com elevadores para portadores de deficiência física, já estão incluídos os veículos que carregam máquinas quebradas. O DFTrans não soube informar quantos eles são. Ou seja, não se sabe ao certo a quantidade de ônibus adaptados que funcionam de verdade. Ainda de acordo com o DFTrans, o conserto dos elevadores é de responsabilidade das próprias empresas de ônibus. O órgão tam-bém garante que os motoristas e cobradores recebem treinamento para operar o elevador destinado a portadores de deficiência física.

Dia a dia Nilza enfrenta, com dificuldade, os pro-blemas de acessibilidade no transporte público

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Planos e Negócios ALEx DiASALEx DiAS

Serviço Porcelanataria cortes e lapidação de porcelanato LTDASAAN Qd. 1, lt. 810ª (61) 3202.3363 | [email protected]

PORCELANATARIA

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PISO PAREDEHá dez anos atendendo o mercado de Brasília, a Piso Parede se posiciona como uma Boutique de Revestimentos. A loja tem como parceiros as mais importantes marcas de pisos em PVC, flutuantes, cimentícios, além de paredes em pedras, papel de parede importados, pastilhas, cerâmicas decoradas e painéis de madeira maciça, estes últimos uma tendência em acabamentos tanto de pisos como de paredes.

A Boutique tem como diferencial um atendimento personalizado, associado à qualidade dos produtos, prazos de entrega adequados e preços justos.“Aqui todos se sentem em casa, seja o arquiteto, decorador ou o próprio cliente final. Pois sabemos que é um sonho que estamos concretizando. Por isso, dedicamos nosso conhecimento e atenção a eles”, afirma Rosana melo.

A Piso Parede também investe no repasse de conhecimentos. Isso é feito por meio de cursos sobre materiais e decoração de interiores para alunos de arquitetura e decoração das faculdades de Brasília.

Através de muito trabalhando e capacitação profissional, Cynthia Fernandes está no mercado há mais de sete anos.

Hoje sua equipe é formada por também sete funcionários especiali-zados em penteados, maquiagens e reestruturação capilar, com uso de produtos naturais e importados.

Durante este período no Distrito Federal o Estudio Cynthia Fernan-des busca atender seus clientes com excelência e hora marcada, disponibilizando produtos para maquiagem a prova d’água com duração de 12 horas sem retoque, cursos complementares de auto-maquiagem em HD e produtos capilares de tecnologia com elementos ativos naturais de origem vegetal , potencializados para uma maior resistência contra agentes de causadores de deteriora-ção dos cabelos.

A Porcelanataria nasce em Brasília para quebrar paradigmas e mostrar que o porcelanato pode ser muito mais do que simples piso.Equipada com maquinários modernos desenvolvidos para trabalhar especialmente com porcelanato, a Porcelanataria se dedica essen-cialmente em cortes especiais, apresentando a mesma perfeição das grandes fábricas.

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CENTRO ODONTOLógICO RKEspecializada em comercialização de lançamentos e terceiros. Possui larga experiência e estrutura operacional que a permite combinar uma atuação voltada para empreendimentos residenciais e comerciais.

Com o modelo de gestão focado em garantia da qualidade de serviços desenvolvidos por seus colaboradores, a BORDAlO obtém escala de crescimento elevado, desde a sua criação, surpreendendo o mercado imobiliário do Distrito Federal. No âmbito organizacional é dada grande importância aos construtores, produtos, clientes e, principalmente, aos corretores, que são a força de crescimento da empresa, proporcionando elevados níveis de especialização de pro-cessos, baixo custo de operacionalização e qualidade diferenciada no segmento em que atua.

A BORDAlO acredita atingir uma diversificação geográfica no setor imobiliário brasileiro. Atualmente é sediada no Distrito Federal, com planejamento para expansão em médio prazo para outras cidades no Centro-Oeste e, em longo prazo, para as principais capitais brasileiras.

O aumento do volume de produtos e a crescente demanda de clientes impactam positivamente as atividades da BORDAlO de diferentes maneiras, dentre as quais se destaca a velocidade da solidez da marca com a efetivação do nome no mercado obtido por crescentes resultados, reduzindo a alocação de capital próprio na atividade imobiliária, aumentando, assim, a sua capacidade de crescimento.

A clínica de odontologia Cork foi criada em 2004 pelo Dr. Carlos Eduardo R. Paula Pinto como consultório odontológico apenas com a especialidade de clínica geral. De 2005 a 2006 já com as espe-cialidades de Endodontia, Prótese Dental e Dentísta, o consultório começou a crescer investindo em contratações de profissionais especializados. Em 2007 com as especialidades de Implantodontia, Periodontia e Ortodontia. No ano de 2009 para acomodar melhor seus pacientes, foi feita uma parceria entre Dr. Carlos Eduardo R. de Paula Pinto e Dr. Ricardo Cintra Pouso martins onde o consultório se transformou em centro Odontologico com instalações modernas abrangendo assim as especialidades da odontologia: Prevenção bucal, periodontia, dentista e clareamento dental, ortodontia, im-plantodontia, prótese dental e cirurgia oral

Diretores e Responsáveis Técnicos:Dr. Carlos Eduardo R. Paula Pinto CRO-DF 6917.

Serviço Bordalo ImóveisSIG Qd. 01, lt. 495, sl. 302 e 305 - Ed. Barão do Rio Branco(61) 2195.0060www.bordaloimoveis.com

VACCINE CARE CLÍNICA DE VACINAS

BORDALO IMóVEIS

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EvoqueRange Rover

Da Redação | Fotos: DivulgaçãoAutomóvel

O novo Range Rover Evoque estreou no Brasil como um SUV compacto para ser

usado na cidade e para encarar trilhas. A preocupação da monta-dora é no quesito da sustentabi-lidade, que visa reduzir emissões de gases poluentes sem alterar a eficiência do motor. O modelo é menor do que seus concorrentes e o cliente pode personalizar seu veículo com uma tentadora gama de opções de design, acabamento e tecnologia. As escolhas variam desde elegantes kits externos, cores contrastantes no teto e nos spoilers, interiores com acaba-mento de grife imaculado e uma variedade de tecnologias para

maximizar o conforto e o prazer a bordo.

Dentro do veículo, cinco pesso-as ficam confortáveis e percebem mais espaço e versatilidade na luxuosa cabine, e flexibilidade e espaço de bagagem em uma station wagon compacta. O painel possui uma tela sensível ao toque para controlar os ajustes do Range Rover Evoque, bem como toda a parte de entretenimento e infor-mações do veículo. Esse monitor permite que, dependendo do ân-gulo de visão, o motorista possa usar o navegador GPS enquanto o passageiro assiste a um filme.

De acordo com Rodrigo Guedes, gerente comercial da

Caltabiano veículos em Brasília, o diferencial do modelo SUV (Veículo utilitário esportivo, em tradução livre do inglês) é um 4x4 que combina tanto com a cidade quanto com o campo, por ser um carro mais alto. Para encarar as trilhas, o modelo tem uma trans-missão padrão nas quatro rodas, que faz continuamente variar a divisão de torque entre os eixos dianteiro e traseiro, através de um acoplamento central da Haldex controlado eletronicamente, que proporciona aderência e equilí-brio atualizados para as atuais condições de estrada.

O Evoque conta com uma configuração de sistema motor-

Menor, mais leve, mais econômico

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-transmissão turbocomprimido. O novo motor Si4 2.0 turbocomprimido de 240HP combina injeção direta de combustível com duplo comando variável, para uma excepcional experiência ao dirigir e grande economia, chegando de 0 a 60 mph (96 km/h) em 7.1 segundos.

Responsável pelas vendas do veículo no Distrito Federal, o gerente comercial do Evoque comenta o sucesso de vendas desse modelo, que tem uma pla-taforma nova. “Mais de 70 veículos foram encomen-dados somente no DF, antes mesmo de ele chegar à nossa loja”. Já foram entregue 12 unidades nos últimos seis meses.

E, segundo o comerciante, não há um perfil defi-nido para quem quer comprar o novo modelo SUV da Ranger. “São clientes de todas as idades e estilos. Não consegui traçar perfil somente com os pedidos daqui”.

Os preços variam entre R$164 mil em sua versão mais simples até R$ 231 mil no modelo mais luxoso. Esta versão traz o diferencial de câmera 360º, para ser utilizada no momento de estacionar o veículo, DVD no encosto de cabeça traseiro e as opções de personalizar o veículo. “O mais pedido é para mudar a cor do teto. Mas na parte interna você pode escolher do mais clássico ao mais esportivo”.

Os engenheiros da Land Rover desenvolveram o Range Rover Evoque para oferecer aos clientes uma refinada experiência de direção e uma condução esportiva, com desempenho de resposta rápida e sem esforço.

O Evoque se beneficia da mesma seleção abrangente das mais recentes tecnologias dos Range Rovers maio-res, em termos de controles, conectividade, conforto e conveniência para todos os ocupantes.

“O Range Rover Evoque é ideal para uso urbano, com sua condução ágil, tamanho compacto e desem-penho verde; por isso é justo que nossa campanha Pulse of the City concentre-se em capturar o espírito da vida na cidade,” diz John Edwards, diretor global de Marcas da Land Rover.

ServiçoCaltabiano Volvo BrasíliaSIA Trecho 1, 1570, Parte A(61) 3701.7070 Fax: (61) [email protected]

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Passear com cachorros pode ser uma atividade lucrativa para jovens e ainda faz muito bem ao melhor amigo do homem

Atividadeanimal

Que a vida urbana é estressante não é novidade. Morado-res de grandes centros urbanos, como o formado por Brasília e demais cidades do Distrito Federal, sentem na

pele os efeitos da vida agitada. Não são os únicos. Os animais domésticos sofrem com o espaço reduzido, a falta de atividades e, sobretudo, a ausência dos próprios donos. Como é o caso de Nuno, o vira-lata de Isabel Alves, 45. O cachorro de um ano e meio virava o quintal do avesso. “Não se podia deixar nada no quintal que ele destruía”, revelou a funcionária da Caixa Econômica Federal.

Isabel e o marido possuem agenda extensa de trabalho e têm pouco tempo para se dedicar ao “atentado” Nuno. Para ajudar o bicho de estimação, o casal contratou serviços de ades-tramento e de dog walking, ou passeio com cães. Em outras palavras, contrataram uma pessoa que não apenas disciplinava, mas também levava o espevitado Nuno para passear. O inves-timento deu resultado: o vira-lata com traços de labrador ficou mais calmo e não tem mais problemas para obedecer aos donos

O trabalho de dog walker foi estruturado e popularizado nos Estados Unidos, Inglaterra e Argentina. É comum encontrar na paisagem urbana destes países uma pessoa caminhando pelas ruas e parques na companhia de cinco, seis animais presos a ele numa guia. Existem grandes empresas e associações especializadas neste serviço. É o caso da Petsit USA, organização que cadastra e traz informações para ajudar na formação do profissional. Passear com cães era uma atividade realizada por jovens estudantes que não tinham conseguido um emprego formal. Hoje, o perfil do dog walker é variado: pode ser feito por adolescentes, aposentados, empresas e por verdadeiros especialistas em comportamento animal.

Passear com cães começou a ganhar notoriedade no Brasil há dez anos, sendo que São Paulo tornou-se um centro de referência. Hoje é uma atividade em crescimento em todo país, estimulado por um mercado promissor. De acordo com pesquisa realizada pela Assofauna – Associação dos Revendedores de Produtos, Pres-tadores de Serviço e Defesa Destinados ao uso Animal –, 63% das famílias brasileiras situadas nas classes A e B possuem cachorro. O percentual aumenta em um ponto nas famílias da classe C. Es-tima-se que o Brasil possua a segunda maior população canina do

Vida ModernaPor: Djenane Arraes | Foto: Fábio Pinheiro

Renato Burani passeia com três “clientes”

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mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação disse que eram aproximadamente 34,3 milhões em 2010.

Brasília não é diferente. “Cerca de 95% das casas em Brasília e no Lago possuem pelo menos um cachorro. A porcentagem é menor nos apartamen-tos, mas ainda é significativa. Se analisar por este lado, vai perceber que existe um mercado grande a ser explorado”, especulou o psicólogo Renato Buani, 25, que há sete trabalha também como dog walker.

Mas não é só a quantidade de animais em residências que torna o mercado atraente. São as longas jornadas de tra-balho e a pura falta de tempo dos donos para se dedicar aos animais de estimação que possibilita essa carreira. Além disso, essas pessoas não podem contar com alguém de casa para ajudar a cuidar dos bichinhos. Seja por terem filhos ainda pequenos, ou por morarem sozinhos ou por qualquer outra razão. Mal ou bem, o trabalho de passeador de cães é resulta-do da vida agitada das grandes cidades. “A maior parte dos clientes me procura por não ter tempo para se dedicar ao animal”, admitiu Buani.

BAIXO INVESTImENTO Renato Buani começou na ativi-

dade como muitos dos jovens: precisava de uma renda complementar, mas não tinha tanto tempo disponível devido aos estudos na faculdade. Ficou instigado a conhecer este trabalho depois que leu um anúncio. Na pesquisa, tomou conhe-cimento de que ser dog walker poderia render um bom dinheiro. Ele tem razão. Um passeio avulso de 40 minutos feito por uma firma especializada no trato com animais domésticos custa em média R$ 35. Iniciantes e amadores fazem o serviço por R$ 20 em média. Existe ainda um leque de opções para pacotes mensais.

Outro ponto atraente desta atividade é a relação de custo-benefício. De acordo com estudos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o investimento inicial é baixo.

É preciso dispor de cerca de R$ 350 para compra de acessórios, como guias para adestramento, kit de primeiros socorros, petiscos e saquinhos para recolher fezes. Não estão contabilizados gastos com pu-blicidade, classificados e cursos de capa-citação. Em contrapartida, o faturamento médio pode chegar até a R$ 3,6 mil.

O ofício de dog walker ainda não é regulamentado pelo Ministério do Trabalho, portanto não são exigidos treinamentos formais ou licenças para atuar nesta profissão. Por outro lado, quanto mais qualificação a pessoa tiver, melhor. É preciso também ter um bom preparo físico. Afinal, passear com cachorros gasta muita sola de sapato, requer paciência e atenção, além de disposição para suportar do calor mais intenso (em especial no período de seca no DF), até o tempo chuvoso.

Quando começou com o trabalho de dog walker, Buani pagou para imprimir 1,5 mil panfletos. Conseguiu cinco clien-tes de quatro patas na ocasião. Hoje ele montou uma pequena empresa, a Perfect Dog, e trabalha com 42 animais, oferece outros serviços agregados e conseguiu montar uma boa logística para o em-preendimento. Assim como as pequenas empresas mais estruturadas, oferece também serviço de transporte: o animal é buscado na casa do proprietário e levado a um local agradável para o passeio.

O AmIgO PElUDO AgRADECE“Um cachorro, quando livre na natu-

reza, percorre cerca de 200 km por dia”, explicou Renato Buani. “São animais que têm muita energia e é preciso gastá-la.” O psicólogo alertou que o confinamento e o pouco espaço disponível estressam e podem provocar uma série de distúrbios. Eles podem roer móveis, uivar, latir muito e fazer necessidades em locais em que não foram habituados. Problemas estes que são agravados caso o dono não passe ou não saiba demonstrar e passar afeto. “Uma vez eu tratei de um animal que não andava há dois anos. Ele, no máximo, se arrastava por alguns poucos metros para beber água e comer. Fisicamente não havia nada de errado, era apenas o dono

que não conseguia transmitir afetividade a ele”, contou Buani.

O cachorro que não andava teve um final feliz e ele voltou a ficar de pé. O uso da psicologia animal agregada à atividade física proporcionada pelo dog walker foram fundamentais, além da afetividade do dono. Buani acredita que muitas pessoas começaram a ficar atentas à necessidade de proporcionar uma boa qualidade de vida ao bichinho de estimação. Foi o caso, por exemplo, do servidor público Urgel Pereira Lopes, 41, que possui duas cadelas de raça de três anos e meio.

Lopes assistiu a um programa de adestramento que passa num canal da televisão por assinatura. Foi quando ficou ciente da necessidade de proporcionar uma atividade física aos bichinhos de estimação. Como muitos, ele trabalha o dia inteiro e não tinha como proporcio-nar ele mesmo este lazer. Ele procurou um dog walker e não tardou a identificar melhoras no comportamento. “Elas fi-caram mais estáveis e tranquilas”, disse. “Entendi que quando a gente ajuda o animal, ele nos ajuda também.”

ServiçoPerfect Dogwww.seuamigo.com.br(61) 8524.2754

DICAS PARA SE TORNAR UM BOM DOg WALKER

Faça cursos sobre dog walking e procure aprender tudo que puder sobre cães. Capacitar--se é fundamental para o sucesso;

Pense em formas de atrair clientes. lembre--se que a propaganda é a alma do negócio;

Procure adquirir referências e recomenda-ções. Clientes satisfeitos indicam bons serviços à família e aos amigos;

Delimite uma área da cidade para atuar. Procure atender uma única vizinhança por dia e estabeleça os locais, em especial parques e áreas verdes, para onde você vai levar os clientes de quatro patas;

Se os negócios prosperarem, pense em formalizar uma pequena empresa. Existem ver-dadeiras franquias de serviços de dog walking espalhadas pelo mundo. Procure conhecer essas companhias.

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46 PLANO BRASÍLIA

Modalidade que o candango não conhece é o mais novo esporte olímpico

RúgbiBrasília

Sabe aquele esporte em que os jogadores usam capacetes, uma série de parafernálias para a proteção do corpo e que os estadunidenses adoram? Parece, mas não é o

rúgbi. No esporte que vai estrear nas olimpíadas de Londres, os jogadores usam uniformes que parecem de futebol, apesar de que a bola se assemelha à do futebol americano.

O Distrito Federal é sede de dois times de rúgbi. O maior e mais antigo é o Brasilia Rúgbi, que existe há dez anos. A equipe participa do campeonato “Copa Brasil Central” ou “Pequi Na-tions”, versão brasileira inspirada no torneio mais conhecido do mundo: o seis nações ou “Sixnations”. A equipe brasiliense foi a primeira campeã do torneio regional em 2009.

Segundo Diego Dubard, vice-presidente do Brasília Rúgbi, o esporte criou suas próprias regras de jogos e a maior diferen-ça para as outras modalidades é o respeito máximo ao árbitro. Somente o capitão do time tem liberdade de falar com o juiz no decorrer da partida. Dentro desta modalidade, a formação do caráter do atleta é uma prioridade, por isso o rúgbi é conhecido pelos praticantes como “esporte formativo”.

O rúgbi no Brasil é prioritariamente amador. Existe um ou outro jogador que vive da prática do esporte, porém não vivem como atleta, e sim como professor da modalidade. Não quer dizer que os talentos não apareçam. Brasília revelou o atleta ju-venil Ravi Araújo, 18, que foi convocado pela seleção nacional para disputar o campeonato sul-americano no próximo ano.

CONHEçA O RúgBIAs categorias do esporte são subdivididas da seguinte

maneira: M8, M11, M13, M15, M17, M19, M23 e adulto. O “M” significa “masculino” e o número é uma referência à idade do praticante.

O rúgbi é um esporte profissional desde 1995. No mundo, o esporte começou a ser profissional após a Copa do Mundo realizada na África do Sul. Na ocasião, a seleção da casa ganhou e foi decretado o fim do amadorismo.

Antes, os jogadores não conseguiam viver do rúgbi, nem mesmo nos países onde a modalidade é tradicional. Um caso marcante foi o de David Kirk, capitão da equipe campeã mundial da Nova Zelândia em 1987. Depois de erguer a taça, o atleta, considerado um dos melhores da história, saiu para trabalhar num emprego formal no dia seguinte.

Uma nova era surgia no esporte, tanto na parte técnica e fí-sica quanto na parte tática, hoje os atletas são mais preparados.

EsportePor: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação

Cobrança de lateral

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O exemplo disso é o caso da 1° copa em 1987, quando o capitão do time da Nova Zelândia, considerado por Diego Dubard o “melhor do mundo”, ganhou o titulo no sábado, e na segunda feira, já estava trabalhando normalmente.

O esporte nos dias atuais é diferente. Os jogadores de rúgbi de grandes times têm reconhecimento e bons salários. Mas os praticantes no Brasil ainda não obtive-ram tal conquista, apesar de existir essa vontade para a profissionalização.

Segundo Diego Dubard, até agosto deste ano o Brasília Rúgby foi o único time da modalidade no DF. “Em setem-bro o Uniceub criou uma equipe juvenil (M19), que treina durante a semana no campo “Candangos”, localizado na Asa Norte”, explicou. Em relação ao público nas partidas, Diego disse que ele ainda não chegou à casa dos milhares. O maior registrado foi na final do Brasil Central, realizado neste ano em Goiânia, onde cerca de mil pessoas assistiram ao jogo.

ESPORTE PARA mUlHERO Brasilia Rúgbi conseguiu no começo desse ano montar

um time feminino, na versão mais conhecida da categoria “Seven”: o time é composto por sete jogadoras. A equipe do

Brasil é heptacampeã nesta categoria. O rúgbi feminino é mais técnico e ágil do que o masculino, que tende a ter mais impacto. A mulherada tem mais chances de trazer visibilidade ao esporte.

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ServiçoBrasília Rugby Diego Dubard | Vice - Presidente(61) 8176.0225www.brasiliarugbi.com.br

AS DIMENSõES DO CAMPO:Pode ser grama, areia, barro, neve ou grama artificial (o ideal é grama), o requisito é que seja seguro o tempo inteiro, ou seja, sem detritos (pregos, vidro) ou sem estruturas (árvores, concreto, bocas de lobo)Dimensões: até 100mx70m de campo de jogo, mais até 22m de zona de pontuação (sempre que possível deve ser maior que 10 metros, mas não é obrigatório)O gol do Rúgbi tem largura de 5,6 m, a trave deve estar a 3m do solo e altura maior que 3,4m

UNIFORME:Camisa, calção, meião e chuteiraProteção de espumaProtetor Bucal

ALgUMAS REgRAS:O Rúgbi é jogado com as mãos, jogando a bola para trás, ou na mesma linha. E com os pés, chutando a bola para frente.São quatro formas de marcar pontos:

O ensaio ou Try – Pontuação máxima; Conversão: apoiar a bola na perpendicular; A qualquer momento no jogo, você pode chutar em direção

do gol;Penalidade grave: o jogador tem a possibilidade de chutar

para o gol. Vale 3 pontos.No Rúgbi as substituições podem ser feitas até 7 vezes.

Scrum, ou o reinício da partida

Lais

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Luz queos astrosnos emanam

Astrologia tratada como ciência

No Brasil tende-se a levar a astrologia como um entreteni-mento. É divertido saber qual a

relação dos astros com o signo de cada pessoa. Mas àqueles que a estudam como ciência, como Francisco Seabra, 52 anos. Chico, como é conhecido, vive da leitura de mapas astrais há 27 anos e abriu em 2011 a UniAstrologia onde forma astrólogos.

Em sua concepção a Astrologia é um conhecimento organizado em leis cartesianas. “O meu diferencial é o determinismo astrológico baseado em fundamentação cientifica”, explica Seabra. Ele estuda as combinações de 12 signos com dez planetas em 12 casas, que agrupam os diversos assuntos de nossas vidas. A explicação para este determinismo é por conta da luz que recebemos de cada astros e signos. Tudo é medido, a principio, pela magnitude, ou seja, a sensação luminosa que cada astros emite.

Para Chico, a determinação celeste da posição do astro no céu em relação à esfera terrestre específica a vida em cada um de nós. E cada um dos signos e astros emana uma cor específica. “O planeta marte e o signo de Áries fazem parte do grupo de coloração verme-lha. Todos sabem que esta cor tem relação direta com a impulsividade e a raiva. Logo as pessoas deste signo têm

tendência de expressar sentimentos como estes”, cita.

Por tratar diretamente com planetas, Chico diz buscar correspon-dências na astrofísica para explicar Astrologia. Uma é que a inclinação axial de cada planeta se encaixa no conceito da astrologia clássica de planeta benéfico, maléfico e neutro. O mesmo vale para o achatamento polar: o planeta mais harmonioso é Vênus por ser uma esfera perfeita.

Chico Seabra já estudava astro-logia por duas décadas, mas houve uma evolução no conhecimento dela como ciência quando ele fundou um grupo de estudos de Astrologia no Núcleo de Estudos dos Fenômenos Paranormais da Universidade de Brasília (UnB). Ele já era conhecido no meio astrológico de Brasília, mas a grande guinada de sua carreira foi em 2005, quando ganhou projeção nacional com um Globo Repórter dedicado a ele.

Esse convite da Globo foi graças a um trabalho científico com 95% de acertos nas interpretações. Esta experiência ciêntifica foi apresen-tada pelo professor do Instituto de Tecnologia da UnB, Paulo Celso dos Reis Gomes. O experimento foi à leitura do mapa de 100 pessoas identificadas apenas numericamen-

te. “Eu fiz interpretações apontando fatores específicos e intransferíveis para cada um deles”. Seabra apontou informações como cicatriz no joelho ou indicou que uma das pessoas do grupo era um atleta, apenas com os dados do seu nascimento.

Para o astrólogo, esses anos de estudos na UnB foram o diferencial em sua carreira. Porque lá a exigência da qualidade fez o conhecimento se desenvolver muito. No Curso de Astrologia para Pesquisadores “tínha-mos alunos de ponta com questio-namentos precisos que precisávamos responder”, relembra. Durante os anos na universidade foram elabora-das hipóteses de fundamentações fí-sicas que explicariam a influência dos astros na Terra. Hoje, ele conta saber de coisas que seu pai, o astrólogo Geraldo Seabra, já falecido, jamais poderia imaginar existir.

lEITURA DO mAPA ASTRAlFrancisco Seabra ensina ao leigo

que para avaliar o trabalho de um astrólogo basta pedir para que ele leia na carta um período especifico do seu passado, visto que também está no seu mapa astral.

E prossegue afirmando que ele não dá conselhos ou atua como psicólogo. “O astrólogo não influência em nada,

PersonagemPor: Pedro Wolff | Fotos: Victor hugo Bonfim

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apenas aponta o momento futuro”. O máximo que o astrólogo pode fazer é sugerir aonde uma pessoa irá passar seu próximo aniversário. Está é uma das técnicas do mapa da Revo-lução Solar é o mapa do instante do aniversário da pessoa. Chico Seabra explica que o local de comemoração de aniversário irá influenciar no seu próximo ano. “É tudo devido a sua posição geográfica e o ângulo de inci-dência da luz dos astros”, diz Seabra.

BIOgRAFIARecifense, Francisco Seabra che-

gou a Brasília com um ano de idade. Seu pai Geraldo Seabra na época veio dirigir a sucursal do jornal a Última Hora. Quando ele se aposentou do jornalismo na década de 1980 resol-veu assumir a posição de astrólogo.

Seabra acompanhou a astrologia com seu pai desde pequeno. Aos 25 anos abandonou a área de comunicação para se dedicar inteiramente a astrolo-gia. Hoje ele atende a pessoas em sua casa e ministra aulas na Uniastrologia.

mAPA ASTROlógICO DE BRASílIAVale ressaltar que o mapa astro-

lógico de Brasília foi calculado para as 0h do dia 21/04/1960. No mapa de Brasília, o Sol está em Touro e o ascendente em Aquário. O mapa da revolução solar está com a configura-ção que o planeta saturno na casa 2, o dinheiro. Seabra diz que vai faltar dinheiro ao funcionalismo público e isso acarretará em paralisações. O lado favorável é o planeta Vênus na casa 10, o que favorece a vida artística da vida. “Em 2012 deverá ser acele-rada a questão da regularização dos condomínios e o pior momento em termos de governabilidade será em outubro”, diz.

ServiçoUniastrologiaLago Oeste, Rua 19 - Condomínio Palmas (61) [email protected]

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SaúdePor: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Do coqueiro se aproveita tudo. Das flores é possível preparar suco e especiarias, como o

pudim indiano. O tronco fornece palmito e a madeira é muito utilizada na construção de jangadas. As folhas podem ser usadas para confeccionar telhado, e ainda é importante maté-ria-prima para o artesanato. O fruto é a estrela do negócio. É de onde vem a boa água que hidrata e refresca. Além disso, existe a polpa que alimenta e de onde se extrai o óleo. É justo o óleo que tem sido foco de interesse de pesquisa nos últi-

mos anos. O que antes era usado para fazer sabão e usar na fritura, hoje é visto como um alimento poderoso capaz de aumentar a fração HDL do colesterol. Outras propriedades medicinais atribuí-das ao óleo de coco são proteção do fígado contra os efeitos do álcool, ajuda no sistema imuno-lógico e, por produzir o “bom colesterol”, auxílio no combate às doenças cardiovasculares. Esses benefícios são possíveis por causa da estrutura da mo-lécula, que favorece a absorção

dos nutrientes pelo organismo, e também pelo teor da composição, que se assemelha ao leite humano. Significa que a digestão dela é fa-cilitada e a energia é rapidamente usada. “O óleo de coco extra vir-gem age neutralizando uma gama enorme de agentes infecciosos. Melhora o sistema imunológico e elimina seu estado de estresse”, declarou o doutor Sérgio Puppin, no estudo “Coco: o milagre de uma gordura”. Existem estudos que procuram usar as propriedades benéficas da

Novo herói medicinalPesquisas apontam que o óleo extra virgem de coco pode ajudar no tratamento de doenças como AIDS e câncer de mama

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ServiçoFarmacotécnica: Farmácia de Manipulação(61) 3245.7667www.farmacotecnica.com.br

gordura do coco no combate a doenças como câncer, especialmente o de mama, e AIDS. A explicação para tal está no ácido láurico, uma das substâncias encontradas em grande quantidade na gordura virgem do coco. Isso ocorre porque o ácido libera a interleucina, que faz a molécula óssea produzir mais células brancas de defesa. Além disso, o ácido láurico pode agir como anti-inflamatório.

COmO USAR O ólEO A forma mais simples de usar o óleo de coco e, por consequência usufruir dos benefícios, é na culinária. Pode-se substituir a hoje declarada noci-va margarina para comer com o pão e o biscoito. Também pode ser usado na fritura dos alimentos. “Algumas pessoas gostam de bebê-lo às colheradas. Há quem prefira diluí-lo no café, iogurte ou colocá--lo na salada no lugar do azeite de oliva”, disse Sérgio Puppin. “Outra dica saudável é bater o óleo no liquidificador junto com frutas, num coquetel verdadeiramente energético”. O óleo de coco pode ser encontrado tanto nas prateleiras de supermercados, quantos nas farmácias de manipulação, que disponibilizam, inclusive, o produto em cápsulas. “Algumas empresas oferecem pílulas de óleo de coco e recomendam o consumo de seis a vinte cápsulas ao dia”, explicou Sérgio Puppin. “São doses pequenas para atender a finalidade te-rapêutica”. É bom lembrar que todo medicamento, mesmo os naturais, deve ter orientação médica.

COCO TAmBém é COSméTICOO sabão de coco é um produto que faz parte das

casas brasileiras há muitos anos. É a boa receita que vem dos tempos da bisavó, que não “estraga” as mãos na hora fazer atividades domésticas. De fato, o coco possui propriedades que beneficiam a pele, como a ausência de radicais livres. É também bom para os cabelos. As mulheres orientais, por exemplo, possuem cabelos sedosos e invejados por muitos. A genética ajuda, claro, mas o coco também tem sua impor-tância. Uma receita milenar da tradição oriental é massagear os cabelos com uma ou duas colheres de sobremesa do óleo da fruta. O óleo de coco extra virgem também é um pode-roso hidratante, capaz de prevenir rugas, inclusive. Ele age na pele sem agredir os tecidos e sem obs-truir a respiração da pele. O efeito é antisséptico e imunoestimulante. As orientais também costumam tomar banho de água de coco para recuperar a pele ressecada pelo efeito do clima frio do inverno. Ficam aí boas dicas da sabedoria milenar.

RECEITACoco serve até para quem está de dieta. E nada como uma receita com poucas calorias para para um lanche rápido, ou como quitute para uma animada festa.

BOLO DIET DE COCOIngredientes da massa:30 g de coco ralado3 ovos6 envelopes ou colheres (sopa) de adoçante que resista ao calor 3 colheres (sopa) de amido de milho1 colher (sopa ) de fermento em póIngredientes do recheio:1 pacote de mistura pronta para pudim dietético sabor baunilha ½ litro de leite desnatado

MODO DE PREPARO DA MASSA:Bater as claras em neve até obter o ponto de suspiro. Adicionar o adoçante, as gemas (uma de cada vez) e bater bem. Desligar a batedeira e misturar levemente o amido peneirado com fermento. Colocar em assadeira grande for-rada com papel manteiga e untada. Assar em forno quente durante 25 minutos.

MODO DE PREPARO DO RECHEIO:Preparar o pudim dietético conforme instruções do pacote. Cortar o bolo em duas partes iguais e montar com uma cama-da do bolo, metade de recheio, a outra metade do bolo e, por fim, o restante do recheio. Cobrir com coco ralado.

Rende 12 porções

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Por: Pedro Wolff | Fotos: DivulgaçãoModa

Brilhou na passarela do Capital Fashion Week o desfile de moda da multimarcas Vila Kids. Ao todo, foram 35 looks apresentados por crianças com

idade entre dois e 12 anos. A proprietária da marca, Julia-na Pires, comentou da alegria que a criançada trouxe ao Capital. “As mães que escolhiam os modelos, nós apenas adaptamos para as passarelas”.

CapitalFashion

dasCrianças

ServiçoVila KidsCLN 109, Bl. A - lj. 34(61) 3546.3343www.vilakids.com.br

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54 PLANO BRASÍLIA

A Vila do Pequenino Jesus acolhe portadores de necessidades especiais

Casa que resgata aesperança

Em meio ao conforto dos lares do Lago Sul, existe uma casinha calma, alegre e receptiva. O que há de

diferente neste lugar é que lá residem 13 pessoas com necessidades especiais. Criada em 15 de agosto de 2009, a Vila do Pequenino Jesus chegou a Brasília com o propósito de resgatar a esperança daque-les que foram deixados por familiares sem condições de dar os cuidados necessários.

O projeto social foi trazido pelo empresário Irone Claudino. Ao ver a Vila do Pequenino Jesus no programa de TV

“Canção Nova”, transmitido em Petrópolis (RJ), decidiu viajar ao local para conhecer a estrutura. O objetivo do empresário era viabilizar o projeto em Brasília. Para isso, recebeu a ajuda dos diretores Jorge Deister e Cássia Stumpf.

Jorge conta que na Vila do Pequenino Jesus tentam criar um ambiente familiar com todos os residentes que ali convivem. “Viemos de Petrópolis para cuidar dessas pessoas especiais que são dependentes”, disse. “Em nossa casa, tentamos tirar esse aspecto de instituição para quebrar o clima

de ambiente frio. Recebemos nossas visitas com muita satisfação”.

O projeto dá assistência a 13 internos com deficiência mental. São pessoas sem condições financeiras e que dependem totalmente da ajuda dos monitores. É o caso da pequena Jane. Apesar dos bons 53 anos de idade, mentalmente tem apenas 5. A casa estava com a expectativa de re-ceber dois novos moradores especiais, mas isso dependeria de condições financeiras. A Vila tem um grande trabalho em mãos e pouco dinheiro no bolso.

ComportamentoPor: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Victor hugo Bonfim

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ROTINA DA CASA Como qualquer casa, a rotina é

simples: preparam o café da manhã, dão banho nos residentes e levam uma das crianças para a escola. Depois realizam atividades físicas. É um momento impor-tante, razão pela qual a Vila não recebe visitas pela manhã.

Após o almoço, acontece a sesta para recuperar as energias. Os moradores precisam de energia para realizar as ativi-dades de terapia ocupacional. É quando têm a liberdade de fazer o que bem en-tenderem. “Alguns fazem cordão, outros pintam, outros interagem com a música ambiente”, explicou Jorge.

No fim do dia, os monitores dão os medicamentos necessários e controlados para cada morador, antes da merecida soneca. “Basicamente é isso. É uma rotina quase normal que eles têm”, disse Jorge.

Há dias em que alguns dos internos recebem ainda a visita de parentes. “Al-guns de nossos portadores têm familiares e mantém o vínculo com eles. Alguns vêm toda semana, outros, uma vez no mês”, ressalta Cássia.

AJUDA NECESSáRIAVila do Pequenino Jesus é uma ins-

tituição filantrópica sem fins lucrativos, que vive de doações. O empresário e idealizador Irone Claudino ajuda com 40% do orçamento necessário para o funcionamento do projeto. Existem al-guns outros contribuintes fixos, mas uma boa parte do dinheiro mínimo necessário depende da boa vontade de terceiros. Por isso é necessária uma campanha perma-nente para a casa se manter funcionando e proporcionando conforto aos internos.

A contribuição pode ser feita por meio de boletos bancários vinculados a dois grandes bancos. “O boleto é uma forma segura para a pessoa que está nos ajudan-do. Também temos a forma de mesada descontada automaticamente na conta bancária. Esse valor é o tanto que a pessoa quiser doar”, lembrou Jorge.

ServiçoVila do Pequenino JesusJorge(61)3526.0506 | 8140.0198 www.viladopequeninojesus.com.br

Quadro de expressão dos moradores da Vila do Pequenino Jesus

O ambiente é espaçoso e bem arejado

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56 PLANO BRASÍLIA

O feriado de Carnaval só chega em meados de fevereiro, mas festas regadas a samba e marchinhas

já começam a surgir em Brasília. São os tradicionais blocos de rua da cidade que decidiram animar a capital duran-te os meses que antecedem o Carnaval.

Quem se diverte com o ritmo dos blocos de rua de Brasília já pode se pro-gramar. O bloco Pacotão vai organizar vários eventos até o carnaval. A ideia é reunir seus foliões, participantes ligados à associação de blocos e simpatizantes do carnaval de rua, como informa o presidente da agremiação, José Antônio Filho, mais conhecido pelo codinome Joanfi. “Até fevereiro teremos ensaios de banda, escolha de figurinos, escolha de temas. Tudo com festa”, conta o presidente do bloco mais tradicional de Brasília, característico por sua irreverên-cia, com marchinhas de críticas à política e sobre temas polêmicos.

Tambem estão a todo vapor os preparativos para o Fim de ano dos

Raparigueiros, festa que acontece em plena virada de ano, dia 31 de de-zembro. O trio elétrico, que em todo feriado de Carnaval desfila no Eixão Sul ao lado do bloco Baratona, é co-nhecido por fazer os foliões dançarem ao som de axé e música eletrônica.

Os ensaios da Liga Tradicional dos Blocos de Rua já começaram. E melhor ainda: abertos ao público. Tudo acontece a cada sábado na sede da Liga, no Núcleo Bandei-rante. A cada evento, são dois blo-cos que se encontram e participam dos ensaios.

CONCURSO DE mUSA DO CARNAVAl DE RUA

Para esse ano, também está previsto o Concurso da Musa do Carnaval. A seleção de beldades assíduas no Carnaval de rua de Bra-sília teve sua primeira edição no ano passado e repercutiu em todo o DF. O concurso é destinado a passistas e

dançarinas do Carnaval de Brasília. As três candidatas mais votadas pelo júri escolhido irão representar os oito grupos que fazem parte da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília e ainda ganhar prêmios.

O concurso de Musa do Carnaval de Rua de Brasília é realizado junto à Secretaria de Cultura e terá uma seleção dividida em quatro etapas. As datas das votações ainda não foram definidas, mas o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília, Jean de Souza Costa, garante que cada fase será comemo-rada com uma festa para o público. “Só dependemos da liberação de recursos do governo para começar. Aí sim iremos publicar a programa-ção”, explica Jean.

CONCURSO DE mARCHINHASAs polêmicas marchinhas que

embalam o desfile do bloco Pacotão podem ser também criadas pelo

DançaPor: Janaína Camelo | Fotos: Divulgação

Ainda não é Carnaval, mas blocos de rua e suas marchinhas começam a agitar Brasília

Folia

antes de época

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PLANO BRASÍLIA 57

público. Quem quiser participar já pode enviar letras irreverentes e versos brincalhões para a Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília. Um

grupo de 20 jurados, entre artistas, jornalistas e foliões, irá fazer a seleção das músicas. As marchinhas vencedoras devem ser divulgadas no final de janeiro. E também com muita festa.

PRé-CARNAVAlApesar de tanta folia antes de

época, o Pré-Carnaval dos Blocos de Rua ainda não começou oficial-mente. A data exata é dia 11 de fevereiro. Dez dias antes do feriado de Carnaval. Aí sim, desfiles de bonecos, alegorias e músicas irão esquentar as estrequadras e o eixão da Asa Sul por dois dias.

TRADIçãOSão oito os blocos de rua que

formam a Liga Tradicional dos Blo-cos de Brasília: Pacotão, Galinho de Brasília, Mamãe Taguá, Bloco dos Raparigueiros, Asé Dudu, O menino da Ceilândia, Baratona

e Baratinha. O mais antigo é o Pacotão, criado por jornalistas em 1977, quando foi às ruas fazendo sátiras ao chamado Pacote de Abril do ex-presidente Ernesto Geisel. Os demais blocos têm 10 anos de existência cada um.

Frevo, maracatu, marchinhas, samba, afro e axé music embalam os desfiles de carnaval de rua em Brasí-lia, contemplando diversas manifesta-ções culturais carnavalescas.

Na programação para 2012, os desfile serão realizados nos dias 18,19,20 e 21 de fevereiro.

ServiçoFim de ano dos Raparigueiros Dia 31 de dezembro, quadra 3, Candangolândia.

Concurso das Marchinhas [email protected]

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58 PLANO BRASÍLIA

CulturaPor: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação

A surf music caiu no gosto do brasiliense e o projeto Quarta in surf promete mexer com o final de ano.

Som praianona capital

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PLANO BRASÍLIA 59

Surge uma nova forma de se fazer surf music na capital federal. Cinco jovens da

cidade começam a atrair olhares e ouvidos para o bom e velho estilo imortalizado por bandas califor-nianas, como os Beach Boys. Mas em vez da tradicional guitarra nervosa e dos arranjos vocais, a Surf Sessions agregou funk, reg-gae, rap e outros elementos para modernizar o estilo.

A banda é integrada por Rafael Monte Rosa (Guitarra/voz), Feli-pe “Maguin” (Baixo/voz), Felipe Bittencourt (Violão/voz), Junior Fernandes, (Bateria), Renato Azam-buja (percussão/ voz), Jorge Bittar (Teclado). Em algumas ocasiões, Marconi Fernandes (Trombone) reforça o sexteto, que representa a nova geração da música candanga.

A Surf Sessions tem como vitri-ne de trabalho o restaurante/bar Mormaii, que toda as quartas do ano abriu espaço para o projeto “Quartas in surf ”, idealizado pela própria banda. O percursionista Renato Azambuja conta que o evento “tinha dado uma parada”, pois a banda cumpria outros com-promissos de agenda. “O projeto volta nas últimas quartas do ano”, disse. O público da banda varia entre 16 e 35 anos. A cada show, o número de espectadores da Surf Sessions aumenta.

A banda surgiu em 2008 como “cover”. No final do mesmo ano optou por seguir carreira autoral. A mudança e o risco agradaram os fãs mais antigos e ainda atraiu novos. No ano seguinte, foram contemplados com o apoio do Governo Federal. O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) deu a oportunidade ao grupo de lançar o primeiro CD, “Corre Pro Mar”, com 14 faixas autorais.

Apesar do trabalho autoral, a Surf Sessions ainda utiliza no repertório alguns covers, mas estes são restritos aos shows. São canções de Jack Johnson, Ben Harper, Mar-celo D2 e Amy Winehouse, artistas estes que também fazem parte da lista de influências.

Parte da gravação do CD foi realizada em Brasília, menos a parte final e mais importante do produto: a masterização das mú-sicas. Esta etapa do processo foi realizada no “Abbey Road Studio”, na Inglaterra. O nome é familiar

para muitos por ser o lendário local onde os Beatles ensaiavam e gravavam discos.

A verba do FAC proporcionou a distribuição de 15 mil cópias de “Corre Pro Mar” para quatro regiões do País. A forte estraté-gia de divulgação proporcionou shows da banda em estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, que são praças importantes dentro do cenário da música pop brasileira.

Só de discos vendidos foram cerca de 5 mil unidades na capital federal. O número é expressivo, se considerar que as vendas foram computadas numa única cidade, por serem independentes e também porque estão se aventurando num mercado em constantes mutações de formas de consumo da música. Outra conquista da Surf Sessions foi conseguir espaço dentro da pro-gramação da rádio Transamérica/Brasília. As canções são tocadas por lá há um ano e meio.

A produção da banda não para. A Surf Sessions emplacou o novo projeto “Surf in tha House”, que tem roupagem acústica. “O acústico da banda é parecido com o projeto tradicional na MTV”, disse Azambuja. O formato come-çou a trazer frutos para o grupo: o novo formato do show está contagiando os fãs, que pedem aos músicos para se apresentarem com esse novo formato.

ServiçoContato para shows Renato Azambuja(61) 7814.7647 | 55*88*9146 | 8127.9146

PROJETOS EM ANDAMENTO: Pré - Reveillon no dia 28/12, em

Caraíva (BA)

Reveillon dia 31/12, em Caraíva (BA)

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60 PLANO BRASÍLIA

A mais alta gastronomia italiana com dicas da chef para você levar para a cozinha da sua casa. Essa é a intenção da chef Myryam

Carvalho, que inaugurou em novembro a Sanfelice Officina di Pasta, na 412 norte. Na Sanfelice você compra a massa crua e a leva para assar em casa, ou para atender encomendas para hotéis, restaurantes e bufês. A razão de comercia-lizar a massa crua, explica a chefe de cozinha, é ser esta a melhor forma de se preser-var o paladar dos alimentos. “Principalmente nas massas, que têm uma estrutura po-rosa, que absorve muito do molho e do recheio, e não há como sentir o sabor na íntegra”, explica. Myriam vai além e acrescenta que vender a massa crua também é mais honesto, porque quando se vende a massa pré-cozida ela absorve de 20% a 30% de água.

A casa produz sob encomenda uma grande variedade de massas e molhos. Mas quem visitar a loja pode encontrar massas e molhos prontos, além

de um empório com vários produtos como vinhos, cervejas importadas, especiarias e sobremesas. O cardápio está dividido em massas recheadas, massas diversas, massas secas, gnochi, molhos e antepastos. São massas artesanais, com destaque para os capel-letis. O cliente pode escolher desde um cappelletoni

de Bacalhau com Azeitonas Pretas a um Tagliatelle de Beterraba. Ou desde um Raviolli de Queijo de Cabra com Pêra a um Ca-nellone de Frutos do Mar.

Mas para entender me-lhor a Sanfelice Officina di Pasta tem que conhecer a vida da chef Myriam Carva-lho. A intimidade dela com as massas vem de berço. O próprio nome da loja é

uma forma de homenagear sua família. Segundo ela, Sanfelice é o sobrenome da sua trisavó, uma das responsáveis pela introdução da massa na família. “Ela foi responsável também pelos personagens de muitas das histórias contadas pela minha avó, enquanto fechávamos o capeletti na grande mesa

GastronomiaPor: Pedro Wolff | Fotos: Fábio Pinheiro

Officina di PastaSanfelice

Rotissiere apresenta à capital novo conceito de servir massas

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ServiçoSanfelice Officina di PastaCLN 412 Bl. E lj. 10(61) 3039.4333www.sanfelicemassas.com.br

de madeira. Naquela época, a mesa de madeira era permitida e a predileta para fazer massas,” explica.

Aos 16 anos, esse costume virou profissão: Myryam trabalhava no buffet de sua avó em Londri-na (PR). De lá para cá, já são 17 anos de experiência em restaurantes da região sul, São Paulo e Europa. Sua experiência em solo europeu foi em 2007, quan-do Myriam ganhou uma bolsa de estudos para se aprimorar em um internato na cidade de Módena, na Itália. Concluída a especialização, foi trabalhar em algumas capitais do velho continente. “Antes de voltar ao Brasil, pois já sabia que era aqui em Brasília que eu queria fixar o meu cozinhar, tive a oportunidade de ser cozinheira também em Madri, assim pude aumentar um pouquinho o meu conhe-cimento desse mundo de sabores,” ressalta Myriam.

Em 2009, decidiu vir para Brasília continuar seu tra-balho de chef. A ideia de abrir a Sanfelice Officina di Pasta veio de clientes e amigos que começaram a convencê-la de que estava na hora de abrir negócio próprio.

Hoje à frente de sua própria rotissiere, do fran-cês “casa de servir massas”, Myriam sente prazer em fazer o que mais gosta: servir os clientes. “Faço ques-tão de explicar cada massa e recheio. De conversar com eles e abrir mão do possível para atender todos os seus pedidos”. Essa sua paixão de servir está no seu DNA, de ver a gastronomia como uma coisa de família, com o prazer de servir, agradar e deixar as pessoas felizes. “O comer não é somente restaurar o organismo, é paladar, cheiro, textura, memória. O prazer de reunir os amigos, a família, ou mesmo de fechar um belo negócio”.

DICAS DA CHEF MYRIAM:Preze pela higiene e organização. Procure embalar tudo a vácuo para manter os ingredientes. Aprenda a jamais usar creme de leite para fazer o risoto. Bata o arroz até ele perder o próprio amido. Reduzir caldos para se ter mais espessura, e não usar farinha para dar espessura. quando refogar, o sabor que se deseja ressaltar é o primeiro ingrediente a se por no azeite.

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São várias opções para os amantes da culinária italiana

A chef Myryam Carvalho mostra o resultado do que aprendeu na Itália

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Modernistasna Galeria Banco Central

Ainda dá tempo! A exposição que foi inaugurada em outubro permanece aberta até meados de 2012

Agenda CulturalPor: Alexandra Dias

Na Galeria do Banco Central, das 10 às 17h30 horas, de terça a sexta-feira e das 14 às 18 horas

aos finais de semana, é possível conferir obras de peso da vanguarda Modernista da Coleção Banco Central.

Destacam-se as obras de artistas como Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Candido Portinari, Cícero Dias, Vicente do Rêgo Monteiro, Ismael Nery, entre outros.

Os brasileiros nem sonhavam em mudar a capital para o Centro-Oeste, quando alguns jovens geniais reuniram-se para expor suas obras, linguagens e ideais. O ano de 1922, em São Paulo, mudaria o rumo da prosa cultural e política do país.

O Teatro Municipal de São Paulo assis-tiu essa efervescência como testemunha, dos dias 13 aos 17 de fevereiro de 1922.

Parece pouco, mas a semana foi mais que um evento de artes plásticas, mar-cou um movimento muito maior que passeava pela literatura, política, artes cênicas, arquitetura e música.

O presidente do Estado, na época, era Washington Luis que não só apoiou o movimento, como garantiu ainda a participação de artistas cariocas como Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, par-ceiros de partido do então presidente.

Era o começo do movimento nacio-nal pela renovação da linguagem, pela busca da experimentação, da criação livre, da ruptura com o passado.

O “NOVO” ERA A PAlAVRA DE ORDEmNos bastidores da semana de 22

estavam personagens tão ilustres quanto os artistas plásticos. Mário de Andrade,

Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa Lobos, Tácito de Almeida, Rubens Borba de Moraes, Carlos Drummond, Santos Dumont e outras personalidades, que na sua mo-dalidade fizeram história.

A mostra Vanguarda Modernista na Coleção Banco Central presta especial homenagem a Di Cavalcanti, e aos 80 anos da realização do Salão de 1931, ocorrido em setembro daquele mesmo ano. Em fevereiro de 2012 comemora-se os 90 anos da Semana de 1922.

ServiçoGaleria Banco Central SBS Qd. 3, bl. B, 8º andar(61) 3414.2099

Frevo, de Cândido Portinari Anchieta, de Cândido Portinari

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PLANO BRASÍLIA 63

A maior livraria musical da América Latina está localizada em Brasília.Aqui você encontra:• Livros de música, DVDs didáticos-musicais,• Métodos e Partituras:• Importados e nacionais;• Em todos os estilos;• Para todos instrumentos musicais;• Nivel iniciante ao avançado

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BOhUMiL MED*Música

Música natalina

*BOhUMiL MED Professor emérito da Universidade de Brasília.Com a colaboração de Regina ivete Lopes

Natal é a época em que os cristãos relembram o nascimento de Cristo. Além das festividades de

aspecto religioso, é a época das festas familiares, dos exageros culinários e etílicos e da febre consumista que tudo isso implica. Muitos costumes acom-panham as comemorações. A troca de presentes e os pratos especiais da ceia de natal são alguns deles. E tudo isso, é claro, acompanhado de um fundo musical de cânticos natalinos.

CÂNTICOS NATAlINOSA finalidade original do canto

natalino é glorificar o nascimento de Jesus Cristo. A primeira canção consi-derada natalina foi o Hino dos Anjos, indicado por um bispo romano no ano 129 d.C. Posteriormente, esse hino foi substituído por cantos gregorianos e canções medievais cantadas em latim. Só que o povo simples não entendia o latim, então começou a compor as próprias canções na língua local para serem cantadas em praças públicas ou lugares não sacros. A mensagem dessas canções era o amor – principalmente pelo menino Jesus –, a alegria e a es-perança. Os cantores eram geralmente estudantes pobres ou clérigos menos graduados, que faturavam alguns tro-cados extras. Eram também freqüentes as encenações populares retratando o evento natalício, nas quais os cânticos eram uma parte importante.

A tradição dos cânticos populares se espalhou rapidamente. No século XV todos os países europeus já tinham o próprio repertório natalino.

O primeiro nome dado a essas canções foi “Calendae” que vem do latim e significava os primeiros dias de janeiro. Também se referia às comemorações do solstício de inverno e do culto ao deus pagão Saturno. Na França o nome era parecido – Calen-do, mas, a partir do século IX, passou a ser Noels. Já na Inglaterra, a música natalina recebeu o nome de Carols. Eram cantadas por um solista ou por um coro à capella ou acompanhado por instrumentos da época.

Além dos artistas populares, a maio-ria dos compositores eruditos se deixou seduzir pelo clima natalino e compôs obras religiosas como missas, oratórios, coros e até composições instrumentais. Provavelmente o primeiro a compor peças dedicadas à natividade foi o italiano Giovanni Gabrieli (1555/1612). Na Alemanha, destaque para Hein-rich Schütz (1585/1672), Johann Sebastian Bach (1735/1782) e Handel (1685/1759), autor do famoso oratório “O Messias”, que inclui o Hallelujah, uma das mais tradicionais e executadas peças do repertório do gênero.

múSICA NATAlINA HOJENeste período, vários espaços,

principalmente igrejas, são tomados

por programas de obras natalinas. O momento mais inspirado é o da meia--noite de 24 de dezembro, quando é realizada a Missa do Galo. O galo é a ave que anuncia o nascimento do novo dia. Simbolicamente, a Missa do Galo é a forma de concretização da profecia sobre a vinda do Messias.

Excetuando os movimentos como as cantadas apresentadas, há anos, em escolas, hospitais e logradouros pú-blicos pela Serenata de Natal – grupo formado por alunos da UnB –, as canções natalinas transformaram-se em apelo comercial. Tentando atrair o consumidor, muito antes do natal lojas, rádios, e alto-falantes de carros de publicidade, perseguem o cidadão com tal carga de música natalina, que até cansa. De Noite Feliz, passando por Natal Branco, Jingle Bells, até chegar aos Beatles, que gravaram o Beatles Christmas Álbum, nada escapa.

Pena que o espírito que toma conta das pessoas nessa data não permaneça durante os 365 dias do ano. Pena que o principal motivo para tanta festa – o nascimento de Cristo – esteja sendo re-legado a segundo plano pelo interesse do comércio que só pensa em faturar.

Desejo a todos um Feliz Natal regado de boa música.

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64 PLANO BRASÍLIA

Da RedaçãoMundo Animal

O Brasil, com 1.832 espécies de aves registradas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO),

é um dos países com maior número de registros no mundo. O Distrito Federal, apesar de sua pequena extensão repre-sentando apenas 0,07% do território nacional, tem 454 espécies catalogadas, ou seja, 25% de todas as espécies de aves brasileiras. Habitat de cerca de 60% das espécies endêmicas ao bioma cerrado, a Lagoa Bonita, maior lagoa natural do Distrito Federal, localiza-se na Estação Ecológica Águas Emendadas (ESEC-AE), e é frequentada por aves aquáticas de difícil registro em outras localidades da região.

O projeto de pesquisa “Oito fotógrafos e um destino - Águas Emendadas” foi aprovado pelo Instituto do Meio Ambien-te e Recursos Hídricos do Distrito Federal IBRAM-DF, como parte do programa de Educação Ambiental da Estação e realiza o levantamento fotográfico das aves que

fazem da Estação Ecológica Águas Emen-dadas sua moradia.

O grupo é formado pelos fotógrafos Bertrand Campos, Evando Lopes, Hugo Viana, João Martins, Roberto Aguiar, Rodrigo D’Alessandro e Tancredo Maia, liderados por Margi Moss, jornalista e pesquisadora queniana, que adotou o Brasil como sua terra e já escreveu cinco livros, além de inúmeras matérias em várias revistas nacionais e internacionais sobre as expedições realizadas junto com o marido Gérard Moss, a bordo do monomotor “sertanejo”, para registrar as águas, a fauna e a flora em diversos locais do Brasil e do mundo.

Até o momento, foram fotografadas mais de 150 espécies no projeto “oito fotógrafos e um destino”, entre elas: Freirinha (Arundinicola leucocephala) foto: Evando F. Lopes; João-de-pau (Pha-cellodomus rufifrons) foto João Martins; Tico-tico-rei-cinza (Lanio pileatus) foto:

Tancredo Maia; Inhambu-chororó (Cryp-turellus parvirostris) foto: Roberto Aguiar; Arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris) foto: Margi Moss; Sanhaçu--de-fogo (Piranga flava) foto: Bertrando Campos; Pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucos) foto: Ro-drigo D’Alessandro; Arara-canindé (Ara ararauna) foto: Hugo Viana.

A Educação Ambiental de Águas Emendadas realiza trilhas educativas com alunos da rede pública e particular de en-sino do DF e Entorno, na margem direita dessa lagoa, atividade que faz parte do programa de Educação Ambiental da UC (Unidade de Conservação). Em muitos trechos da trilha, de aproximadamente mil metros, os visitantes param para observar a mata ciliar, o cerrado aberto e o canto das aves de ambiente aquático. Muitas vezes é possível flagrar o saltitante Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula rufi-cauda) capturando seu alimento (insetos

fotógrafos

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e um destinoOito

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voadores) em pleno voo, o que é uma no-vidade principalmente para as crianças.

ServiçoBR-020 Km 28/29 - Zona rural de PlanaltinaEducação Ambiental (61) 3488.6758 | 3488.6159Administração(61) 3501.1790

fotógrafos

Evan

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SAIBA MAISO cerrado é considerado hoje uma das vinte áreas mais críticas (hotspot) para a conservação da biodiversidade do mundo. No programa o Homem e a Biosfera, da Unesco, a estação Ecológica de águas Emendadas (ESEC--AE) compõe a área nuclear da reserva da biosfera cerrado fase I. A Estação Ecológica de águas Emendadas é uma importante unidade de conservação si-tuada a nordeste do Distrito Federal, no Brasil Central, e abriga uma expressiva vereda de aproximadamente 6 km de extensão, de onde vertem águas que correm para o norte, contribuindo para formação da bacia Araguaia-Tocantins e ao sul para a bacia do Prata. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), águas Emendadas está na categoria de Unidade de Proteção de Uso Integral, onde é possível desenvolver pesquisa científica e educação ambiental.

Fonte: www.aguasemendadas.com

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Inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris)

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Arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris)

João-de-pau (Phacellodomus rufifrons)

Sanhaçu-de-fogo (Piranga flava)

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Freirinha (Arundinicola leucocephala)

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66 PLANO BRASÍLIA

A dor e a delícia dos poetas:nova leva de

escritores locaisNa terra berço de uma das maiores poetisas brasileiras, Cora Coralina, crianças e jovens lutam para manter viva tradição dos versos e rimas

Jornalista AprendizPor: Paulo Pimenta | Fotos: Divulgação

Impossível falar da Cidade de Goiás sem falar de Cora Coralina. Impos-sível, ainda, não encontrar poesia

por aquelas terras goianas. Predestinada – por magia ou simplesmente por cultu-ra – a pulsar versos, a cidade consegue espalhar por seus moradores o incrível dom da escrita.

Até a “Goiás Velho” rejuvenesceu. Ali, há quem diga que poesia é coisa de gente com mais idade. Há também quem garanta ter se encontrado na po-esia com apenas 20 anos. Mas há espaço para todos? Bom se, para Carlos Drum-mond de Andrade, Cora Coralina foi “a pessoa mais importante de Goiás”, por que não haveriam de sair de lá grandes mestres dos versos e rimas?

A cidade não é grande, mas tem um número razoável de habitantes. E, além disso, tem pessoas interessadas em não deixar a chama da poesia se apagar. “Temos jovens produzindo o tempo todo. O que falta é fomento, colocá-los na vitri-ne”, lamenta o editor executivo do jornal O Vilaboense e ex-secretário de cultura da Cidade de Goiás, Marco Antônio Veiga.

Para tentar mudar a realidade mais feia deste poema, o jornal, em parceria com o Colégio Sant’Ana, leva crianças entre dez e doze anos a participarem de um projeto de incentivo à leitura. Estes estudantes produzem textos e, mensal-mente, cinco deles – em média – são publicados. A tarefa de escolher os mais

novos poetas da cidade fica a cargo da professora Caroline Costa.

Enquanto os pequenos dão os pri-meiros passos no universo das rimas, os jovens alçam voos mais altos e buscam destaque. Com apenas 20 anos, Rafael Ribeiro Bueno Fleury de Passos ou Rafael Ribeiro Rubro (como assina seus textos) é poeta, contista, cronista, cantor, compositor e já tem quatro livros escritos e dois publicados. O estudante, que cursa o 4º ano da faculdade de Direito na UEG, conta que começou a escrever aos 14 anos. “Me mudei para Goiânia para fazer o Ensino Médio e passei a dar mais valor às coisas e então comecei a escrever”, lembra Rafael. Segundo ele, a falta que sentia da cidade e da família foi a maior motivação para os textos. “Escre-via para externar a saudade que sentia”.

O primeiro livro de Rafael foi publicado em 2008. “Âmogo” é um ne-ologismo criado por ele mesmo e serve tanto como uma declaração de amor quanto como um retrato da cidade. Ad-mirador de Cora Coralina, sua segunda publicação foi intitulada “Com a Cora e a coragem”. “Cora era uma mulher de muita fibra, coragem e adiantada à época. Foi desprezada por muitos por conta de preconceitos que havia no início do século XX, já que ela fugiu com um homem que era casado. Ela fala das classes excluídas e do engajamento social”, relata o estudante. “Os jovens (da cidade) pouco se interessam por ela hoje. Ou a amam ou a odeiam”, ressalta.

Farricoco há quatro anos, Rafael diz que eles vivem mendigando ajuda enquanto isso é obrigação da cidade.

Poeta, contista, cronista, cantor e compositor Rafael Ribeiro Rubro

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ServiçoPaulo Pimenta é estudante do 6º semestre de jornalismo da UnB

“Estamos passando por um tempo po-lítico muito complicado. A Secretaria de Cultura não dá apoio. Estamos carentes de atenção”, desabafa. Também mem-bro da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT) e da União Brasilei-ra de Escritores (UBE-GO), Rubro diz que depois dos quatro outros livros que escreveu, resolveu ampliar a temática e

mais dois livros estão a caminho. Agora sobre os lugares por onde viajou.

A cidade continua com a coleção de versos em sua história, enquanto os poe-tas do novo tempo esperam atenção do governo. São eles próprios, os poetas, com ajuda de pais, professores, amigos e amantes da poesia, quem arcam com todos os custos de manter viva a tradição.

Casa de Cora Coralina na cidade de goiás, também conhecida como goiás Velho

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azuis Caixas

Setembro de 1971. Um aspirante a engenheiro de Palo Alto, Estados Unidos, lê na revista Squire um artigo intitulado “Os segredos da pequena

caixa azul”. O texto contava como hackers e piratas do telefone haviam descoberto um meio de fazer chamadas de longa distância de graça, ao reproduzir os sons que encaminhavam sinais na rede a AT&T. Empolgado, o garoto ligou para um amigo e contou sobre o que acabara de ler. Juntos, reproduziram a tal caixa azul e até incluíram algumas melhorias. Imbuí-dos do espírito transgressor e inocente da juventude, ainda mais em tempos de contracultura, lançaram-se à aventura de comercializar o invento. Resultado: quase acabaram presos.

O aspirante a engenheiro era Steven Wozniak. E o amigo em questão chamava-se Steve Jobs. Segundo Walter Isaacson, biógrafo de Jobs, estava lançado ali, no episódio das pequenas caixas azuis, o embrião da Apple. Uma das maiores e mais admiradas empresas do mundo, que revolucionou pelo menos cinco grandes indústrias: a de computadores pessoais, a de música, a de telefones, a de tablets e a de publicações digitais. O genial e tímido Wozniak cuidava do desenvolvimento dos produtos, enquanto Jobs, um engenheiro mediano, dava vazão ao seu incrível tino para o design, o marke-ting e os negócios.

Experiências como a das pequenas caixas azuis se repetiram, com outros personagens e em outras situ-ações, inúmeras vezes na história dos Estados Unidos e de diversos países que focaram sua educação no em-preendedorismo. No Brasil, tomamos rumos diferentes. Até hoje, arcamos com o ônus de decisões equivocadas que resultaram, por exemplo, em atraso tecnológico, altas taxas de analfabetismo e um enorme desequilíbrio na distribuição de renda. No entanto, de alguns anos para cá, nosso país cresceu, estabilizou-se e assumiu uma posição de protagonismo mundial. Papel que deve perdurar por, pelo menos, mais uma década.

Entre os Estados Unidos da década de 70 e o Brasil de hoje há, é claro, muitas diferenças. Mas, com efeito, podemos perceber também várias semelhanças. Do lado de lá, a guerra do Vietnã impulsionou o surgimento de empresas e grandes invenções. Do lado de cá, a eco-nomia pujante e a nova classe média devem assumir esse mesmo papel, tornando-se o motor do nosso país. Do lado de lá, havia um governo desenvolvimentista. Do lado de cá, a Presidente Dilma tem assumido com bastante firmeza essa mesma posição.

O fato é que o Brasil vive um grande momento. Talvez o melhor da sua história. Chegou a nossa hora. Parafraseando um conhecido aforismo atribuído ao publicitário Washington Olivetto: enquanto o mundo chora os efeitos da crise, devemos estar preparados para vender lenços. Precisamos reinventar o nosso sis-tema jurídico e tributário de modo a criar um ambiente propício à abertura e sustentabilidade de empresas. Investir numa educação profissionalizante e técnica, mas também no ensino superior. Temos urgência em formar empreendedores. Precisamos estimular a troca de conhecimento e multidisciplinaridade. Promover o encontro de estudantes de engenharia com estudantes de marketing, de futuros arquitetos com futuros admi-nistradores. Enfim, fomentar a produção das nossas próprias caixas azuis.

CURIOSIDADE No final do filme, um dos pôneis dá um beijinho

no motorista indignado e fala para ele em espanhol: “te quiero”. Trata-se de mais uma piada, pois os principais con-correntes da Nissan Frontier são fabricados na Argentina.

Propaganda e Marketing

*CARLOS GRiLLO Sócio-Diretor da Fermento Soluções em ComunicaçãoE-mail: [email protected]: @carlosgrillo

CARLOS GRiLLO*

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Uma tarefa das mais inglórias que conheço é tentar harmo-nizar o vinho com a tradicio-

nal ceia natalina.É peixe, é carne, é doce, enfim

uma verdadeira orgia gastronômi-ca. Qual vinho utilizar? Uma coisa eu garanto: é espumante do Natal ao Ano Novo todos os dias, que não tem erro. No Natal, porque vai harmonizar com quase tudo. Nos outros dias, porque espumante é muito bom. No Ano Novo, porque ninguém é de ferro e um espuman-te cai muito bem para brindar a chegada de 2012.

Mas, falando sério, é um grande problema, e como dizem, vamos por partes.

Bacalhau – Todo mundo tem a sua receita particular que é sempre melhor, mais gostosa e trabalhosa do que a da vizinha.

Em Portugal, é costume acom-panhar com vinho verde tinto. Aqui quase não chega e também não esta-mos habituados ao seu gosto.

Preparados no azeite com cebola, pimentão, tomate, alho, etc, a nossa famosa bacalhoada podemos har-monizar com um tinto com pouco álcool e taninos, como por exemplo um bom vinho do Dão, para não mascarar o peixe.

Nos outros preparados, podemos usar espumante brut, brancos secos e gordos como Cartuxa, Riojas (Viúra), Chardonnay do Novo Mundo, todos com estágio em car-valho, Cova da Ursa, Esporão Reser-

va (portugueses) ou então um tinto leve pouco tânico como Barbera, Pinot Noir. Vale também um tinto com idade bem evoluída.

Para o bolinho de bacalhau, um branco seco, um tinto leve ou um Porto Tawny. O contraste sal/doce fica uma delícia. Vale a pena experimen-tar. Quando o bacalhau for em salada, como por exemplo com grão de bico, vale um branco seco, português de boa cepa do Alentejo ou Douro.

Peru - Eis um prato que permite uma ampla variedade de vinhos, em que podemos ir dos espumantes e brancos estruturados até aos tintos leves e frutados. O que vai determi-nar a nossa opção é o acompanha-mento, que em geral é à Califórnia, com frutas em calda e fios de ovos. Neste caso podemos optar por um espumante demi-sec, um Chardon-nay do Novo Mundo com madeira como o Doña Dominga Gran Reser-va, de excelente custo/benefício, um Torrontés, bem jovem. No caso de tintos, aconselhamos um Pinot Noir do Velho Mundo, um espanhol como o Edulis, Merlot Terroir da Miolo ou um Dão Grão Vasco.

Se o peru for só com farofa sem frutas ou puro e frio, um vinho rosado ou um espumante rosé vai fazer uma excelente harmonização.

Tender – Eis aqui um prato bastante complexo. Temos o sal e a gordura da carne de porco e o doce da caramelização, que provoca uma casca crocante, para os quais os ta-ninos são boa companhia, mas não

podem ser em excesso. Então po-demos colocar um Shiraz chileno, argentino, australiano, sul-africano ou da Nova Zelândia, portugueses do Douro ou Herdade dos Grous tinto, que é alentejano. Se você ficou com a casquinha das pontas, tente um vinho de colheita tardia, um Porto Rubi ou um espumante demi-sec brasileiro.

Rabanadas – É um Porto Tawny a minha preferência, mas temos outras opções, como o uruguaio doce ETXE ONEKO, feito com a uva Tannat da Pisano, Asti Moscatel italiano ou um Moscatel de Setúbal.

Frutas secas – Porto branco ou Tawny, Madeira, Jerez, espumante demi-sec, Asti ou Moscatel brasileiro. Os vinhos devem ser servidos bem frescos e, no caso dos espumantes, a uns 8 graus.

Panetone – Outra tradição que se enraizou no nosso Natal, pode ser servido com vinhos de colheita tardia, espumante Demi-sec ou doce, Moscatel de Setúbal ou o Moscato Di Noto Planeta DOC.

Finalmente chegamos às casta-nhas cozidas. Costume tradicional e herdado dos portugueses, tem nos tintos leves, como Pinot Noir, uma boa escolta.

No mais, um Feliz Natal e, se a dúvida pairar, coloque o espumante e vamos brindar à espera do Novo Ano.

Vinho ANTôNiO DUARTE *

*ANTôNiO DUARTE Presidente da Associação Brasileira de Sommelier

NatalHarmonizando seu É uma técnica simples, natural e se faz sem

esforço. A prática regular desta técnica produz um sensível conforto e bem estar mental, relaxamento e mais disposição física para o dia-a-dia. O exercício respiratório com clips, (pode ser usada uma corrente fina e comprida no lugar do clips) entre os lábios, deve ser lento e profundo durante 10 minutos a cada hora, em vigília. Este exercício respiratório sendo feito con-forme o orientado acima:COMBATE os seguintes sintomas: Stress - Insônia - Hipertensão - Depressão - Rinite - AnsiedadeDESENVOLVE as seguintes qualidades: Criatividade - Inteligência - Memória - Auto-Estima - PercepçãoPROPORCIONA após alguns meses de exercício: Energia - Repouso - Harmonia nos relacionamentos Quando um indivíduo coloca um clips entre os lábios e inspira lentamente e profundamente a respiração começa a ser regularizada, que passa a ser totalmente nasal, com a filtragem, a umidifica-ção, equalização da temperatura e a pressão do ar que vai para os pulmões. A respiração deve ser feita exclusivamente pelo nariz, tanto a inspiração quanto a expiração. A expiração do ar é quem limpa, aera e proporcio-na o desenvolvimento adequado de todas as áreas pneumatizadas da cabeça, que são: seios maxila-res, seios etmoidais, seios frontais, seio esfenoidal, tuba auditiva, ouvido médio e células da mastóide. Portanto quando o individuo não tem respiração na-sal e passa a respirar pela boca todas estas áreas passam a sofrer das mais diversas patologias, tais como: sinosites, otites, hipertrofia das adenóides, amigdalites, faringites, hipertrofia de todos os nó-dulos linfóides submandibulares e do pescoço.

Com o vedamento labial adequado a respi-ração volta a ser nasal e a deglutição passa a ter seu papel normalizado, que consiste em manter a pres-são sub-atmosférica do oro-faringe, aonde se cruzam as duas funções mais importantes para a higidez do ser humano, que são: a respiração e a alimentação. Quando o indivíduo respira pela boca o ar frio, sujo e sem pressão agride os tecidos moles da boca e do oro-faringe, principalmente as amigdalas palatinas, que sendo um tecido linfóide hipertofia, assim como todos os tecidos linfóides adjacentes, como as adenóides. Os tecidos moles do oro-faringe ficam irritados e exarcebam a atividade do vago, que controla a sensibilidade do oro-faringe ficam irritados e exarcebam a atividade do vago, que controla a sensibilidade do oro-faringe e com isso aumenta o peristaltismo esofagiano e gástrico que também são controlados pelo vago. Com a continui-dade deste peristaltismo exacerbado, o estômago passa a receber mais ácidos digestivos para fazer a digestão de um conteúdo gástrico sem alimento, o que a médio e longo prazo podem se transformar numa gastrite e úlcera e hérnia de hiato. Mantendo-se o vedamento labial desde a infância, o sistema estomatognático trabalhará bilateralmente, principalmente ao fazer a masti-gação, resultando num sistema binário funcionando lado esquerdo e direito e as cadeias musculares anteriores e posteriores, evitando alterações es-queléticas tais como: retificação da colina cervi-cal, escolioses, com a função bilateral dos tecidos moles da face, sistema estomatognático, pescoço e nuca com suas fásceas musculares, o arcabouço ósseo dessa região crescerá e se desenvolverá bi-lateralmente e harmonicamente.

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É uma técnica simples, natural e se faz sem esforço. A prática regular desta técnica produz um sensível conforto e bem estar mental, relaxamento e mais disposição física para o dia-a-dia. O exercício respiratório com clips, (pode ser usada uma corrente fina e comprida no lugar do clips) entre os lábios, deve ser lento e profundo durante 10 minutos a cada hora, em vigília. Este exercício respiratório sendo feito con-forme o orientado acima:COMBATE os seguintes sintomas: Stress - Insônia - Hipertensão - Depressão - Rinite - AnsiedadeDESENVOLVE as seguintes qualidades: Criatividade - Inteligência - Memória - Auto-Estima - PercepçãoPROPORCIONA após alguns meses de exercício: Energia - Repouso - Harmonia nos relacionamentos Quando um indivíduo coloca um clips entre os lábios e inspira lentamente e profundamente a respiração começa a ser regularizada, que passa a ser totalmente nasal, com a filtragem, a umidifica-ção, equalização da temperatura e a pressão do ar que vai para os pulmões. A respiração deve ser feita exclusivamente pelo nariz, tanto a inspiração quanto a expiração. A expiração do ar é quem limpa, aera e proporcio-na o desenvolvimento adequado de todas as áreas pneumatizadas da cabeça, que são: seios maxila-res, seios etmoidais, seios frontais, seio esfenoidal, tuba auditiva, ouvido médio e células da mastóide. Portanto quando o individuo não tem respiração na-sal e passa a respirar pela boca todas estas áreas passam a sofrer das mais diversas patologias, tais como: sinosites, otites, hipertrofia das adenóides, amigdalites, faringites, hipertrofia de todos os nó-dulos linfóides submandibulares e do pescoço.

Com o vedamento labial adequado a respi-ração volta a ser nasal e a deglutição passa a ter seu papel normalizado, que consiste em manter a pres-são sub-atmosférica do oro-faringe, aonde se cruzam as duas funções mais importantes para a higidez do ser humano, que são: a respiração e a alimentação. Quando o indivíduo respira pela boca o ar frio, sujo e sem pressão agride os tecidos moles da boca e do oro-faringe, principalmente as amigdalas palatinas, que sendo um tecido linfóide hipertofia, assim como todos os tecidos linfóides adjacentes, como as adenóides. Os tecidos moles do oro-faringe ficam irritados e exarcebam a atividade do vago, que controla a sensibilidade do oro-faringe ficam irritados e exarcebam a atividade do vago, que controla a sensibilidade do oro-faringe e com isso aumenta o peristaltismo esofagiano e gástrico que também são controlados pelo vago. Com a continui-dade deste peristaltismo exacerbado, o estômago passa a receber mais ácidos digestivos para fazer a digestão de um conteúdo gástrico sem alimento, o que a médio e longo prazo podem se transformar numa gastrite e úlcera e hérnia de hiato. Mantendo-se o vedamento labial desde a infância, o sistema estomatognático trabalhará bilateralmente, principalmente ao fazer a masti-gação, resultando num sistema binário funcionando lado esquerdo e direito e as cadeias musculares anteriores e posteriores, evitando alterações es-queléticas tais como: retificação da colina cervi-cal, escolioses, com a função bilateral dos tecidos moles da face, sistema estomatognático, pescoço e nuca com suas fásceas musculares, o arcabouço ósseo dessa região crescerá e se desenvolverá bi-lateralmente e harmonicamente.

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Fotos: Divulgação

Andresa de Moraes e Castro Arquivista Consultora

LivroComma 2002.3-4

AutorRevista internacional de Archivos

EditoraiCA

Márcia MarquesJornalista

LivroTrotski: o profeta armado

Autorisaac Deutscher

Editora Civilização Brasileira

é uma publicação do CIA- Con-selho Internacional de Arquivos. Nela há o Relatório da CITRA (Ta-ble Ronde des archives) sobre “O acesso à informação e questões de preservação”. é excelente para a atualização dos Arquivistas do mundo inteiro e, principalmente, para nós brasileiros, que no momento recebemos com alegria a sanção da nossa Presidenta Dilma ao Projeto de lei que regula o acesso a informações.

No final dos anos 1970, havia uma trilogia que era leitura obrigatória para um grupo de jovens de esquerda. Escrita pelo jornalista e historiador Isaac Deutscher, é ao mesmo tempo perfil do controverso revolucionário russo leon Trotski, e da própria revolução russa. O primeiro volume da trilogia, Trotski: o profeta armado, 1879/1921, é meu atual livro de cabeceira.O livro de Deutscher conta a história do judeu nascido lev Davidovitch Bronstein em 1879 e como construiu a trajetória política, tornando-se leon Trotski, um dos mitos da revolução russa. Jornalista e historiador inglês, o autor da trilogia acaba por destacar o papel dos jornais clandes-tinos e dos revolucionários articulistas na gestação do movimento que mudaria o jogo político mundial a partir de 1917.

O livro me chamou a atenção por-que quero conhecer todo o caminho traçado por esse verdadeiro gênio da informação, capaz de criar “má-quinas” que não precisávamos até conhecê-las e que, depois disso, praticamente, não podemos ficar sem elas. Na biografia, resultado de várias conversas do autor com Jobs e seus amigos, conhecemos o homem que só admitia a perfeição em tudo que fazia, mas sabia que não era um homem perfeito. Ali, conhecemos suas histórias de vida e profissional e ficamos sabendo suas opiniões sobre sua família, seus negócios, o futuro da tecno-logia e até sobre seus adversários.

LivroSteve Jobs – A biografia

Autor

Walter isaacson

EditoraCompanhia das Letras

gustavo Maluf Especialista em Periodontia

Raad MassouhDeputado Distrital

LivroO Monge e o Executivo

AutorJames C. hunter

EditoraSextante

é uma história envolvente criada por James C. Hunter para ensinar de forma clara e agradável os princípios fundamentais dos verdadeiros líderes, por meio da vida de um famoso empresário que larga tudo para se tornar um monge beneditino. O livro é, sobretudo, uma lição sobre como se tornar uma pessoa melhor.

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Frases

Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.

Pitágoras

A dúvida é o principio da sabedoria.

Aristóteles

Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.

Friedrich Nietzsche

Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

Albert Einstein

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele.

Platão

Não existem métodos fáceis para resolver proble-mas difíceis.

René Descartes

É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar.

Jean Jacques Rousseau

Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina.

Confúcio

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.

Voltaire

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Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal, fortemente fundamentado nos “deveres de boa-fé e incondicional respeito à confiança dos cidadãos”,

alterou sua jurisprudência dominante de longa data, passando a entender que a aprovação, dentro do limite de vagas definido no edital, gera para o candidato aprovado em concurso público mais do que expectativa de direito; gera direito subjetivo líquido e certo à nomeação, exceto em situações excepcionalíssimas, supervenientes, imprevisíveis e graves, judicialmente sindicáveis, se alegadas.

De alternativa às vicissitudes da iniciativa privada, a via rápida do concurso público a um bom padrão de vida tornou-se a primeira opção profissional de milhões de brasi-leiros, em vista da estabilidade, melhor remuneração inicial e condições privilegiadas de aposentadoria e pensão. Um case sociológico que suscita investigação.

Às tradicionais alternativas profissionais, somou-se a de ser servidor público. Famílias que há alguns anos cogitavam ver seus filhos na Administração Pública somente na magistratura ou no Ministério Público hoje se mobilizam para dar-lhes o apoio necessário ao ingresso em outras carreiras.

O concurso público tornou-se um empreendimento profissional. Não se compadece mais com o amadorismo e o voluntarismo. Quem escolhe essa alternativa precisa dedicar--lhe forte engajamento emocional e persistente e planejada preparação. Nesse caminho, empregos serão abandonados, rotinas familiares serão refeitas, momentos de lazer relegados, maternidade e paternidade postergadas. Muito tempo e recursos financeiros preciosos serão investidos nesse projeto.

Do lado da Administração, o concurso público é um pro-cesso administrativa e financeiramente oneroso, conduzido para resolver o complexo problema de avaliar milhares de candidatos, sob os princípios da isonomia e da impessoalida-de, para escolha das pessoas certas para os lugares certos.

Em torno dos concursos públicos formou-se um setor eco-nômico bilionário, de multifacetado empreendedorismo (de livreiros a candidatos), que reclama a proteção dos tribunais contra abusos decisórios e falhas de organização.

A relevância dessa questão pode ser sentida na leitura do quase sempre esquecido e negligenciado art. 169, § 1º, da Consti-tuição Federal, que condiciona a admissão de pessoal à existência de autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias e de

dotação orçamentária prévia e suficiente para suportar as novas despesas, o que significa submeter ao crivo do Poder Legislativo a necessidade e o planejamento financeiro de novas admissões.

Não pode o Poder Público, portanto, movimentar milha-res de cidadãos ao redor das promessas que faz ao chamá-los a disputar determinada quantidade de vagas para, posterior-mente, decidir se irá ou não nomear os aprovados, segundo alegadas conveniências de momento.

A mudança de orientação do STF conforma-se à evolução sociocultural da sociedade brasileira e pacifica entendimento que estava em franca consolidação no Superior Tribunal de Justiça. Contudo, essa decisão não terá encerrado esse debate se a Administração, em vez de assimilar sua ratio decidendi e lançar editais com quantificação verdadeira das admissões que irá realizar, procurar evadir-se do cumprimento do dever de nomear reduzindo ao mínimo as vagas fixadas no edital. Se agirem dessa forma, as administrações submeterão os candi-datos a insegurança maior do que a que a decisão do Supremo visou remediar, o que converteria essa decisão numa vitória de Pirro da cidadania. Se agirem assim, imputarão ônus des-necessários e gastos inúteis ao Estado brasileiro, ao incitarem candidatos a levarem aos Tribunais novas demandas judiciais.

Os concursos públicos precisam de melhor governança. Requerem sistemático e permanente aperfeiçoamento norma-tivo e operacional, com objetivos de alçar a transparência dos procedimentos ao nível mais alto possível, garantir a isonomia e assegurar aos que pretendem se lançar em empreendimento de tal envergadura que os resultados que todos alcançarão serão fruto de seus próprios esforços e da legítima disputa segundo regras isonomicamente formuladas, e que não verão suas expectativas e direitos frustrados por direcionamentos e favorecimentos imorais, cada vez mais sutis, havidos nos pontos de menor ou nenhum controle, o que ainda ocorre.

Aguardemos o desdobramento da novel decisão do STF antes de afirmarmos que se encontra superada mais uma etapa do longo processo histórico de afirmação do princípio do concurso público, o qual constitui um “direito fundamental ex-pressivo da cidadania”, na expressão da ministra Cármen Lúcia.

Justiça WEBER DE OLiVEiRA *

(*) WEBER DE OLiVEiRAProfessor do iDP (instituto Brasiliense de Direito Público) e ministro substituto do Tribunal de Contas da União

Direito à nomeação

do concurso públicoe à profissionalização

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Diz Aí, Mané

“O número de famigerados do mST almenta a cada ano seletivo.”

“Fidel Castro liderou a revolução industrial de 1917, que criou o comunismo na Russia.”

“O Brasil não teve mulheres presidentes, mas várias primeiras--damas foram do sexo feminino.”

“A capital da Argentina é Buenos Dias.“

“Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.”

“O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só

no céculo 17 foi levado definitiva-mente para o alto do morro.”

“Os anaufabetos nunca tiveram chance de voltar outra vez para a escola.“

“Espero que o desmatamento seja instinto.”

“A História se divide em 4: Antiga, média, momentânea e Futura, a mais estudada hoje.”

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É possível aumentar a autoes-tima? Não vou aconselhar a mirar o reflexo no espelho

e repetir qualidades que não se enxergam, para acreditar em si mesmo e sentir-se especial. Tam-pouco desmotivá-lo a fazer isso.

Eu, por exemplo, não costumo acordar de manhã aos pulos, exul-tante e repetindo para mim mesma – uau! Segunda-feira, de novo! Maravilha! Vou trabalhar! Iupi! – Ao contrário, a cama parece um ímã e sair dela, um sacrilégio. Mas, aos poucos, vou me recompondo, trazendo à memória coisas que podem me dar esperança!

É possível mudar a ordem das coisas: em vez de tentar se animar e se convencer de que precisa ser feliz para praticar atividades físi-cas, vá se arrastando à academia ou ao parque. Isso mesmo! esforce--se! Então, faça seu programa de atividade física com acompanha-mento profissional, suplementos e alimentação balanceada. Seja um guerreiro: esforce-se por dois meses. Depois, dê aquela olhadinha no espelho e verifique as mudanças conseguidas. Não faça isso antes de um mês! Antes disso, só espelhinho de bolso para conferir o sorrisinho.

Aí, meu amigo, você vai teste-munhar que, quando dizia na roda do bar com amigos que “a protu-berância na barriga é um charme, que custa trabalho e tempo para conquistar,” estava apenas se enga-nando. Apenas desleixo.

Na verdade, quando o seu corpo muda, você muda. Melhoram-se as possibilidades mentais e a disposi-ção para enfrentar a vida de forma positiva. Suas emoções também mudam! E, pasme!, a forma de ver a vida também passa a ser outra.

A possibilidade de começar uma nova fase de vida é maravi-lhosa, quando a expectativa com relação à vida é mais positiva. A melhora da autoestima torna a vida mais doce.

O investimento em um corpo mais saudável é a primeira etapa. E a segunda? A segunda é ser mais leve. Soltar as bagagens, e encarar a vida com responsabilidade, mas sem tantas cobranças. Deixar na mão de Deus aquilo que você não pode fazer. Relaxar, amigo.

Depois dos dois meses de peleja na academia, veja os resultados e veri-fique que os dias de malhação podem ser encarados de maneira positiva, não um sacrifício, mas algo prazeroso.

O segredo é vencer seus maiores adversários: o desânimo e a des-crença. E abraçar o ânimo e a fé!

Quando isso acontece, acordar fica menos penoso. E a busca para alcançar um objetivo torna-se, além de uma experiência desafiadora, fascinante. O objetivo não é apenas o resultado; é mais que isso: o cami-nho para consegui-lo. A trajetória! Aprender a apreciar as pequenas e simples coisas da vida.

No transcurso da jornada, livre de preconceitos, você pode conhecer as pessoas, suas crenças, suas expectativas, suas convicções, mesmo não convincentes e até pre-conceituosas, sem traumas.

Olhar a vida e curti-la, sabendo que a jornada é curta e precisa valer a pena.

É com essa postura que você deve protagonizar a sua vida. Es-crevendo sua própria história, com a pena da harmonia, da simplicida-de, da lealdade, da misericórdia e do amor. Com a mente e o corpo trabalhando a seu favor.

Cresça e Apareça CARLA RiBEiRO*

*Carla Ribeiro é advogada, doutoranda em psi-cologia organizacional, mestra em sociologia, tetracampeã mundial de caratê e presidente do projeto Formando Campeões

Saúde esucesso

pessoal

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Anualmente, em 25 de novembro - Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher -, os movimentos de mulheres do mundo inteiro se mobilizam para

denunciar as diferentes formas de violência que sofrem as mulheres. A partir de 1991, essa atividade se amplia com a campanha mundial denominada “16 dias de ativis-mo pelo fim da violência contra as mulheres”, realizada, atualmente, em 104 países.

A campanha luta pela erradicação da violência con-tra as mulheres e pela garantia de seus direitos. É um período em que se busca, por meio de diferentes ações, mostrar à sociedade que todo ato de violência contra a mulher deve ser rechaçado, repudiado. Fatos ocorridos recentemente no Distrito Federal confir-mam a necessidade e a urgência dessas ações, não apenas num período do ano, mas de forma mais permanente: o DF continua a ocupar um dos primeiros lugares nessa lista que envergonha a sociedade brasiliense: em 2011, foram 37 mulheres assassinadas por motivos fúteis.Em setembro, o assassinato bárbaro de Suênia Farias de Sousa, pelo seu professor e ex-namorado, no esta-cionamento do Uniceub, onde ela fazia Direito, torna evidente o quanto a violência contra as mulheres não tem grau de instrução, educação, classe ou status social que possa detê-la.

Quem poderia supor que um profissional que se de-dica à defesa dos direitos, que tem a incumbência social não só de defender as pessoas, mas de preparar outros profissionais na mesma profissão, poderia tirar a vida de outrem? Quem esperaria que alguém alçado à condição privilegiada de professor de direito poderia violar o direito mais fundamental do ser humano e de maneira tão frontal e pública, de forma tão cínica, covarde e pre-meditada, tão confiante na impunidade?

O que pode levar uma pessoa que diz amar outra a pra-ticar tal gesto? Muitos estudos têm indicado que aquilo que impulsiona, numa relação afetiva, uma pessoa a matar outra está além de qualquer aspecto formal da sua educação ou da sua condição social ou profissional. É algo mais profundo. Na grande maioria das vezes, é o sentimento não verbalizado de posse, de poder, de força, de superioridade de um ser sobre outro, do homem sobre a mulher - é essa energia destrutiva e voraz que leva uma pessoa a esse ato extremo.

Em nossa sociedade, a violência adquire formas tão variadas, complexas, sutis e permanentes que, para a maioria das mulheres e homens, ela é considerada um comportamento natural que faz parte dos costumes da nossa sociedade, da nossa cultura, da convivência entre homens e mulheres. Nada mais falso! Com base nessa concepção errônea, ela se reproduz entre os homens e é aceita por muitas mulheres.

Diante dos fatos colocados, sempre perguntamos o que poderia ser feito para ajudar a desconstruir essa realidade perversa que afronta os direitos humanos das mulheres e a dignidade dos seres humanos?

É preciso enfatizar que o Estado tem um papel im-portante na condução desses processos. Muitas ações têm sido empreendidas com essa finalidade. Avançou-se, cer-tamente, e a lei Maria da Penha é uma prova irrefutável desses avanços, apesar dos processos que a invocam se depararem com decisões judiciais que, ao contrário do que se espera, muitas vezes refletem essa “naturalização” da violência, nessas instâncias superiores da magistratu-ra, das quais se esperaria uma superação desses entraves culturais e morais.

E é nesse contexto que os profissionais das diferentes áreas precisam de uma maior atenção, preparação, para que possam colaborar na desconstrução dessa realidade que envergonha a todos nós.

Como se tem enfatizado tantas vezes, a prevenção e a reeducação de homens e mulheres é o melhor cami-nho. Dos homens, no sentido de uma educação que não reforce ou valorize sua agressividade, seu sentimento de superioridade diante do seu diferente. Das mulheres, na perspectiva da promoção da sua assertividade, da sua autonomia para o exercício de uma vida com dignidade e sem violência.

É nesse contexto que a luta pelo fim da violência con-tra as mulheres torna-se uma bandeira não apenas dos movimentos feministas, mas de todas as mulheres e dos homens de boa vontade. Uma luta de toda a sociedade.

WASNY DE ROURE*Ponto de Vista

O caso Suênia e a violência contra a mulher

*WASNY DE ROUREDeputado distrital pelo PT e líder do governo na Câmara Legislativa

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ChargeCharge

Eixo Monumental

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