PB 109

84
DF debate Sacolas Plásticas BRASÍLIA Plano BR MESA REDONDA MERCADO DE TRABALHO TURISMO www.planobrasilia.com.br 09 1 Arlete Sampaio Profissional de beleza regulamentado Catetinho reinaugurado no aniversário da capital 21 DE FEVEREIRO DE 2012 Ano 10 · Edição 109 · R$ 5,30

description

Edição 109 da Revista Plano Brasília

Transcript of PB 109

Page 1: PB 109

DF debateSacolas

Plásticas

BRASÍLIAPlanoBR

MESA REDONDA

MERcADO DE TRAbAlhO

TuRiSMO

w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

0 91

Arlete Sampaio

Profissional de beleza regulamentado

Catetinho reinaugurado no aniversário da capital

21 de Fevereiro de 2012A n o 1 0 · e d i ç ã o 1 0 9 · r $ 5 , 3 0

Page 2: PB 109
Page 3: PB 109
Page 4: PB 109
Page 5: PB 109
Page 6: PB 109

6 PLANO BRASÍLIA

Sumário

10 Cartas

11 Mesa Redonda

16 Visão de Brasília

18 Panorama Político

20 Política Brasília

22 Dinheiro

24 Capa

28 Cidadania

30 Gente

32 Cidade

34 Turismo

36 Mercado de Trabalho

38 Tecnologia

40 Planos e Negócios

42 Automóvel

44 Vida Moderna

46 Esporte

48 Automobilismo

50 Personagem

52 Saúde

54 Moda

56 Cultura

58 Artes Plásticas

60 Dança

62 Gastronomia

64 Agenda Cultural

66 Meio Ambiente

68 Propaganda e Marketing

70 Vinho

72 Tá Lendo o Quê?

74 Frases

75 Justiça

76 Diz aí, Mané

78 Cresça e Apareça

80 Ponto de Vista

82 Charge

11

42

62

6028

34

Page 7: PB 109
Page 8: PB 109

8 PLANO BRASÍLIA

Expediente Carta ao leitor

Caro Leitor,

Esta edição está repleta de assuntos interessantes, que

atrairão sobremaneira você, leitor.

Vai de política a esporte, passando pela sempre apai-

xonante musicalidade de Brasília, além de tantos outros

temas que prenderão sua atenção.

Interessa, e muito, a matéria que elegemos para a Capa:

a proibição das sacolas de plástico, lei que acaba de ser

sancionada na nossa Capital. Por enquanto, as sacolas de

pano, ou ecobags, já começam a fazer parte do cotidiano

dos consumidores de supermercados; enquanto isso, as

sacolas de plástico ainda servirão para juntar o lixo.

Na política, há a já tradicional mesa redonda, desta vez com

Arlete Sampaio, abordando as questões da Câmara Legislativa,

onde a maioria governista precisa de acertos definitivos.

No ambiente cultural da cidade, o destaque é a pre-

sença do Cirque Du Soleil com seu espetáculo Varekai.

Também, o anúncio de que, reformado, o Catetinho será

reinaugurado no dia 21 de abril, aniversário da cidade.

A flautista Beth Ernest Dias conta que os chorões de

Brasília – geralmente servidores públicos vindos do Rio de

Janeiro – se reuniam no início da década de 1960, na casa

de Raimundo Brito, cujo cavaquinho pontificava em apre-

sentações memoráveis. Era o embrião do Clube do Choro.

Em uma passagem por salões seletos de clubes, descobri-

mos que a sinuca é esporte sério, tem campeonatos, e até uma

federação. Isso tudo, sem desmerecer os ases dos botequins.

Finalmente, comentamos a regulamentação, pela pre-

sidente Dilma, das profissões que envolvem a beleza – de

cabeleireiro a manicure, e outras afins.

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

PlanoBRASÍLIA

EDIToRA-ChEFE Elisa de Alencar

ChEFE DE REDAção Joaquim Jodelle

DESIGN GRÁFICo Eward Bonasser Jr, Líbio Matni e Raphaela Christina

CRIAção: Paula Alvim

FoToGRAFIA Fábio Pinheiro e Victor hugo Bonfim

EQUIPE DE REPoRTAGEM Alexandra Dias, Caroline Aguiar, Djenane Arraes, Janaína Camelo, Lígia Moura, Pedro Wolff e Yuri Achcar

CoLABoRADoRES: Andréa Monteiro, Antônio Duarte, Antônio Testa, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Cerino, Luciano Rêgo, Nelson Calandra,

Rodrigo Rollemberg e Tarcísio holanda

REVISão: Lígia Dib Carneiro

IMPRESSão Lótus Gráfica Editora

TIRAGEM 60.000 exemplares

REDAção Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

AVISo Ao LEIToR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da

editora www.planobrasilia.com.br

PLANo BRASÍLIA EDIToRA LTDA.SCLN 413 Bl. D Sl. 201

CEP: 70876-540, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011

Redação: 61 3202.1357Administração: 61 [email protected]

21 de fevereiro de 2012

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Page 9: PB 109

PLANO BRASÍLIA 9

Page 10: PB 109

Cartas Fale conosco

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540Brasília-DFFones: (61) 3202.1357 / [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Fiquei feliz ao ler na Revista Plano Brasília a entrevista com o diretor da Faculdade de Medicina do DF, doutor Mourad Belaciano. Parabéns ao brilhante médico por sua lucidez e seu trabalho à frente da faculdade, colocando-a entre as melhores do país.

Júlia SoutoAsa Norte

Gostaria de parabenizar a revista pela reportagem sobre o parque nacional de Brasília e a ameaça que vem sofrendo ao longo dos anos pela especulação imobiliária. Nós todos sabemos o quanto a preservação é importante, mas parece que os políticos não estão nem aí. Não fossem a sociedade e os cientistas, já teríamos perdido o nosso pulmão candango. Parabéns também aos colunistas pelos temas relevantes que têm sido abordados.

Eliana AndradeGuará I

A revista está de parabéns pelos temas abordados e pelos colunistas. Leio-a do início ao fim. Gostaria, no entanto, de sugerir uma matéria sobre a falta de banheiros públicos na capital. Estamos às vésperas de dois grandes eventos nacionais que terão lugar na nossa Brasília e não há banheiros públicos para quem circula na área central da cidade. Acompanhei dois turistas europeus em visita à Brasília no mês de janeiro e fiquei envergonhada quando me pediram para usar um sanitário e tive que levá-los a um restaurante.

Ana LúciaLago Sul

Page 11: PB 109

PLANO BRASÍLIA 11

Mesa Redonda

PB > A senhora assumiu o mandato na Câmara

Legislativa, mesmo contra a vontade de muita

gente no governo. Houve muita pressão para que

continuasse à frente da Sedest?

AF > Quando o governador Agnelo me

convidou para assumir a Sedest, eu disse

a ele que eu pretendia exercer o meu

mandato. Mas eu não podia me furtar,

devido à experiência que tinha acumulado

no Ministério do Desenvolvimento Social

(MDS), a contribuir com o governo. Então

fizemos um pacto: eu ficaria por um perí-

odo suficiente para reestruturar a Sedest,

para construir uma equipe competente,

capaz de impulsionar os programas, as

ações, os projetos desenhados. E achei

que, ao final de 2011, eu tinha conseguido

isso, com um secretário-adjunto que tinha

todas as condições de assumir a secretaria

e com uma equipe muito boa, que veio

comigo inclusive do MDS. Portanto, a

minha missão era essa. Achei que estava

cumprida e que eu podia então retornar

à Câmara Legislativa. Sempre houve uma

pressão grande das pessoas que votaram

em mim para que eu cumprisse meu

mandato. Acertei no final do ano com o

governador que eu voltaria em fevereiro.

E voltei. Cumpri a minha palavra com o

governador e com os eleitores.

E como foi a volta para a Câmara? A senhora não

conseguiu assumir a presidência da Comissão

de Educação e Saúde, que era um objetivo.

Eu sou presidente da Comissão de Defesa

do Consumidor. Não consegui a Comissão

de Educação e Saúde. Mas é importante

perceber que eu cheguei com o processo

já em curso. Havia um acordo político.

Evidentemente, eu não poderia querer

romper um acordo que foi construído.

Aceitei integrar a Comissão de Educação

e Saúde como titular, assumi a presidência

da Comissão de Defesa do Consumidor

e sou suplente de duas outras comissões.

Acho que , nesse momento, foi o possível.

É claro que, agora, vamos dar sequência

a uma convivência com os deputados que

vai permitir que eu me recoloque nesse

espaço tão complicado que é a Câmara

De volta à Câmara Legislativa, Ar-lete Sampaio (PT) cumpriu o que anunciou à Plano Brasília em pri-

meira mão, em setembro do ano passado. Médica formada pela Universidade de Brasília (UnB), Arlete deixou a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferên-cia de Renda (Sedest) do governo Agnelo para assumir a atividade parlamentar pela segunda vez. Já é apontada como a possível sucessora de Patrício (PT) na presidência da Casa, no biênio 2013-2014. Depois de ser vice-governadora do Dis-trito Federal entre 1995 e 1998, foi eleita deputada distrital em 2002. Em 2006, foi a candidata do PT contra duas chapas alia-das ao governo Roriz: a de José Roberto Arruda (ex-DEM), que acabou eleito, e a da ex-vice-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB). No ano seguinte, a convite do presidente Lula, assumiu a Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome. Confira os principais trechos da entrevista à equipe da Plano Brasília.

Equipe Plano Brasília: Janaína Camelo, Joaquim Jodelle, Pedro Wolff e Yuri Achcar | Fotos: Fábio Pinheiro

Arlete Sampaio

Page 12: PB 109

12 PLANO BRASÍLIA

afirmar agora, necessariamente, que essa

disputa vai ocorrer. Vamos, primeiro,

trabalhar neste primeiro semestre. Ver

como as coisas ficam. E, a partir daí,

vamos discutir qual é a melhor alternativa

que nós temos para que o DF continue

tendo a possibilidade de uma presidência

alinhada com as necessidades do governo.

Com Patrício (PT) na presidência, a Câmara não

é alinhada com o governo?

Hoje é. E tem que continuar sendo.

É um outro poder, autônomo. Mas

é fundamental que haja alguma

afinidade política com o governo,

sem que a Câmara possa ser utilizada

para finalidades que não sejam as suas

finalidades precípuas.

Meu nome sempre é lembrado (para a presidência da

câmara), mas seria precipitado afirmar

agora que essa disputa vai ocorrer

Legislativa. Tenho convicção de que vou

conseguir fazer no âmbito das minhas

atribuições, inclusive na Comissão de

Defesa do Consumidor, um trabalho

bom. Eu tenho três anos para mostrar

para a população que eu tenho todas as

condições de fazer um bom mandato.

Qual foi a reação dos colegas parlamenta-

res ao recebê-la?

Foi diferenciada. Fui muitíssimo bem

recebida por muitos deputados. Outros me

olharam com certa desconfiança, e outros

me viram com muita má vontade. Quando

eu me postulei à Comissão de Educação e

Saúde, sei que mexi com os brios de algu-

mas pessoas que compõem a comissão. Não

com o presidente (Washington Mesquita

– PSL), que não tem problema nenhum

comigo. Mas, evidentemente, isso é uma

construção. Eu acabei de chegar. Vamos

construir uma relação no dia a dia, todos

vão ver que eu sou uma pessoa capaz de

ter uma convivência respeitosa, sem jamais

abrir mão das minhas convicções políticas.

Tenho que compreender que aquela Câ-

mara é um espaço de negociação. Dentro

de algum tempo, muitas pessoas que me

viram com desconfiança vão quebrar este

gelo. É claro que algumas jamais perderão

a má fé de tentar subterraneamente me

atacar, como estão fazendo. Há uma dis-

puta política e ideológica. Não tem jeito,

vai ser assim.

Parece um discurso de candidata à presidên-

cia da Câmara...

Nossa bancada tomou a decisão de não

abrir esse debate no primeiro semestre.

Vamos discuti-lo só no segundo semestre,

porque as coisas são muito dinâmicas. A

gente precisa acompanhar o desenrolar da

situação. É evidente que meu nome sempre

é lembrado para essa possibilidade, de ser

presidente da Câmara, mas tanta coisa

ainda pode acontecer que seria precipitado

Na Sedest, a senhora conheceu de perto um dos

problemas do DF, que é o menor abandonado, o

menino de rua. De volta à Câmara, o que fazer

para combater a questão?

Eu vou continuar tendo a mesma posição

que eu defendia na Sedest. A Secretaria

de Desenvolvimento Social tem que, cada

vez mais, aprimorar as suas ações com

relação à população de rua, incluindo

os adolescentes. Nós temos um trabalho

hoje e ele precisa ser aprimorado. Temos

que ter mais orçamento para executar

essas ações de forma melhor. O trabalho

que realizamos no ano passado, nos

centros de convivência e fortalecimento

de vínculos, com crianças que vivem em

situação de vulnerabilidade, tem tido um

efeito muito importante. Por exemplo,

tivemos três jovens acompanhados pela

Sedest que passaram no vestibular. Dois

na Universidade de Brasília (UnB) e

outro na Fortium, que ganhou uma bolsa

do ProUni. É a demonstração de que a

gente pode cada vez mais aprimorar essa

relação e contribuir para o fortalecimen-

to dos vínculos desses jovens com as suas

respectivas famílias.

Na Câmara, então, a senhora vai lutar por mais

dinheiro para a área social?

Eu posso, como parlamentar, lutar

mais pelo orçamento. Mas eu também

tinha vontade de não ficar restrita às

ações da Sedest, de ver o governo na

sua amplitude. É fundamental que eu

tenha um olhar para a saúde, já que eu

sou oriunda da área, e que acompanhe

a educação. O exercício do mandato

me dá mais liberdade para ver ampla-

mente o governo.

Se não há crise social ou administrativa no go-

verno, há uma evidente crise política. A volta da

senhora à Câmara Legislativa é para combater

essa crise?

Eu não vejo nenhuma crise.

Page 13: PB 109

PLANO BRASÍLIA 13

esquerda, um governo do Partido dos

Trabalhadores”. Claro que não é só do PT,

mas é de um corpo de partidos que possui

uma orientação política clara. O governo

ainda não tem essa cara. Precisa ter. E nesse

sentido é um problema político também. O

governo precisa melhorar muito mais sua

articulação política. Não sei se a solução

é dividir a Secretaria de Governo ou se é,

sobretudo, vincular o governador a um nú-

cleo político, do qual o PT participe, para

que possamos dizer “olha, o governo está

deficiente aqui e acolá, vamos consertar

isso”. Qual é a avaliação que temos hoje da

saúde? Ela deu conta de resolver os proble-

mas? Por que não deu? O que precisa ser

Ainda não conseguimos encontrar o

formato para que o governo tenha o desempenho que esperamos

dele

A senhora não vai admitir, mas há uma crise

política que o PT terá de enfrentar...

Não há uma crise política. Há uma

situação em que o governo ainda não

conseguiu mostrar à população as coisas

positivas que ele está fazendo. Há muitas

coisas positivas e um bombardeio contra

o governador. Isso tudo deixa, de fato, o

governo em uma situação difícil. Existe

um setor, que foi deslocado do poder,

que está articulando no submundo da

política iniciativas contra o governo. E

o governo teve um ano para se articular

e ainda não conseguiu se comunicar de

maneira adequada com a população,

nem realizar ações capazes de otimizar

aquilo que cada pasta está fazendo. E o

governo precisa se acertar para poder

ter a capacidade de mostrar para a po-

pulação que as coisas estão sendo feitas.

Se nós formos somar tudo de bom que

está acontecendo na saúde, vamos ver

que muito foi feito. Mas esse muito é,

ainda, insuficiente. Na Sedest, herdamos

uma situação tão complexa que não foi

possível fazer tudo o que a gente queria

no primeiro ano. Neste segundo ano,

temos que acertar mais. E, sobretudo,

saber nos comunicarmos para mostrar

para a população que esse governo está

fazendo coisas positivas. Temos proble-

mas que precisam ser solucionados.

Há, então, dois problemas fundamentais no

governo: um de gestão, outro de comunicação.

Nesta área, inclusive, houve a nomeação de um

porta-voz para o governador. Na gestão, há o

retorno das discussões sobre a Casa Civil para

desafogar a Secretaria de Governo. São iniciati-

vas que vão ajudar a resolver esses problemas?

O governador Agnelo precisa se dar conta

de que ele tem que ter um núcleo estratégi-

co, que o ajude no sentido de determinar

o rumo do governo. A verdade é que o

governo ainda não tem uma nitidez política

que permita dizer “este é um governo de

feito? Esse debate não está sendo feito de

maneira aberta no governo. O governador

precisa ter um núcleo político capaz de

ajudá-lo a enfrentar os problemas que exis-

tem. Não adianta esconder os problemas.

Se eles existem, tem que ser encarados e

serem encontradas as soluções.

Mas esse núcleo já existe, não? O próprio

secretário de Saúde, Rafael Barbosa, é uma das

pessoas mais próximas ao governador, assim

como o secretário de governo, Paulo Tadeu, e

o chefe de gabinete, Cláudio Monteiro. Eles não

formam esse núcleo?

O governo não tem um núcleo duro. E, se

tem, não foi organizado conforme os inte-

resses do Partido dos Trabalhadores. Penso

que o PT tem que se colocar de uma manei-

ra mais firme diante do governo, dizer que

queremos participar mais, influenciar mais

os rumos do governo. Porque nosso objeti-

vo não é disputar cargos, mas o programa

que ajudamos a construir para que esse

governo pudesse, de fato, resgatar Brasília

e a qualidade de vida da nossa população.

O que falta, então, para o governo ter essa

cara do PT?

Falta uma articulação maior. A grande

deficiência do governo é a ausência de

um núcleo político capaz de auxiliar

nas decisões.

E na comunicação do governo, onde está o

problema e qual seria a solução?

A comunicação só é efetiva quando

ela é pautada exatamente por esse

núcleo político que aponte quais são

os programas estratégicos, que preci-

sam ser acompanhados e divulgados

para a população.

Falta identidade?

Falta um núcleo que dê identidade

política ao governo, que impulsione

as metas estratégicas.

Page 14: PB 109

14 PLANO BRASÍLIA

O PDT está na base do governo, mas as

principais lideranças do partido no DF, o

senador Cristovam Buarque e o deputado

federal Reguffe, adotaram um contundente

discurso de oposição. É uma situação que

reforça essa crise de identidade do governo?

O PDT está no governo, em uma secre-

taria importante, a do Trabalho, e em

Administrações Regionais. Portanto, o

PDT também tem responsabilidade com

o governo a despeito da inconformidade

de algumas lideranças, que se sentem

alijadas do processo de consulta. A fala do

senador Cristovam na televisão não me

parece uma ruptura e, sim, uma cobrança.

E acho que falta um gesto do governo em

relação ao senador. Ele se ressente do fato

de não ter sido consultado com relação à

Secretaria de Educação. Acho que ele tem

uma crítica correta. Ele deveria, sim, ter

sido consultado. Pela personalidade que

ele é e pelo fato de ter sido governador do

Distrito Federal, se notabilizado como o

senador da educação.

E o Reguffe? Ele foi o deputado proporcional-

mente mais votado do País...

A câmara é um espaço de

negociação. Dentro de algum tempo, muitas pessoas

que me viram com desconfiança vão quebrar este gelo

Agnelo estaria mais preocupado com o poder do

que com a estratégia? Parece que não há projeto

de governo...

Projeto tem. O PT tem um projeto de

governo, eu participei da elaboração dele.

O governo realizou um planejamento

estratégico, definindo metas e ações.

Mas influenciou o governador?

Apoiei Agnelo como candidato nas prévias

do PT. Temos a expectativa de que. como

governador, ele vai impulsionar esse projeto.

Há um esforço para que ele faça isso. Mas

ainda não conseguimos encontrar o formato

acertado para que o governo tenha o desem-

penho que esperamos que ele venha a ter.

Não é, então, falta de vontade do governador?

Eu tive a oportunidade de verificar isso, ele

tem o desejo e a determinação de que o

governo dê certo.

A questão do governo dar certo é um ponto funda-

mental para 2014. As eleições já preocupam o PT?

Tivemos a chance de governar Brasília, de

1995 a 1998. E Brasília perdeu muito com

a nossa derrota eleitoral em 98. Tanto é que

vivemos esse caos todo nesses 12 últimos

anos de outros governos. E agora tivemos

a chance de voltar. Aposto todas as minhas

fichas na nossa capacidade de fazer o gover-

no dar certo.

O Reguffe tem que ser levado a sério. Mas

ele não é um deputado orgânico, militante,

de nenhum partido. Tem sua meta pessoal

e não se vincula efetivamente a nenhum

projeto político. Então, não me espanta as

coisas que ele fala. Ele tem o direito de falar.

É uma escolha que ele fez.

Como a senhora vê o próprio futuro político?

Sou um tipo de política que acredita não

ser preciso ter um mandato para fazer

política. Eu tenho sido política por toda a

minha vida e é a terceira vez que tenho um

mandato eletivo. A minha pretensão é de

fazer bem esse mandato, sem pensar no

passo seguinte. Acho que o passo seguinte

depende do que eu fizer agora. Não tenho

nenhuma ambição, a princípio, de cargos

ou a que próxima eleição concorrer. A

minha ambição, neste momento, é con-

tribuir para que esse governo dê certo,

cumpra o nosso programa, e também fazer

um mandato bom na Câmara Legislativa.

Quando a senhora foi candidata ao GDF, em

2006, o PT enfrentava as denúncias do mensa-

lão. A missão era defender o partido. Agora, é a

hora da volta por cima?

O PT tem a chance e deve ter o desejo

de fazer com que esse governo dê certo.

Queremos que o PT continue governando

Brasília para além de 2014. Depende

muito da condução do partido neste

processo, para que a gente possa interferir

no curso do governo. Esse é o meu desejo,

a minha ação e o meu esforço. Tenho cer-

teza de que o governador Agnelo, sendo

uma personalidade política – foi deputado

distrital, deputado federal, candidato a

senador com 37% dos votos, governador

eleito –, vai querer fortalecer o seu nome

na cidade fazendo um mandato positivo.

O meu desejo é ajudá- lo. Acho que um

ano não é suficiente para fazer um julga-

mento definitivo do governo.

Page 15: PB 109

PLANO BRASÍLIA 15

Page 16: PB 109

16 PLANO BRASÍLIA

Visão de Brasília ANToNIo TESTA

A política do DF dá voltas incrí-veis. Depois de tantas idas e vindas, velhas raposas, assen-

tadas na péssima avaliação do atual detentor do trono, assanham-se no-vamente. Enquanto isso, outras, tão ardilosas quanto, apenas observam, aguardando o desfecho das regras,

sobretudo da Ficha Limpa, para deci-direm seu futuro eleitoral.

A politica do Distrito Federal impressiona pela incapacidade de produzir lideranças capazes de propor projetos estratégicos. Ao contrário, o dia a dia da política local se parece muito com o de uma

pequena cidade do interior, cujos líderes não conseguem ver os pro-blemas do outro lado da rua.

A política local prima pelas disputas corporativas. O Legislativo tem uma visão estreita, o Executivo dá lições marcantes de incompetên-cia gerencial.

estreitoFoco

Observação e reflexão

Page 17: PB 109

PLANO BRASÍLIA 17

Mas o que mais chama a atenção é o desinteresse da população pelo seu futuro. Deixar a política a deus-dará

será péssimo. Para todos nós.

Como se engolir sapos não fosse se envenenar. O desleixo do governo com as pequenas coisas é assombroso.

Claro que exis-tem setores mino-ritários e inexpres-sivos politicamente que se posicionam contra. Mas isso só acontece em am-bientes fechados, botequins, salas de aulas e outros. Na prática, “tá tudo dominado”. A força das corporações, dos partidos e do clientelismo indica o rumo do proces-so. Para onde é, não se sabe.

Brasília terá que escolher, mais uma vez, por falta de opções, pelos mes-mos que tanto mal fizeram “à cidade e tanta incompetên-cia demonstram”.

É triste a sina de uma cidade que não tem oposição séria na mídia e nem líderes políticos

opositores expressivos.Talvez essa tragédia decorra do

populismo assistencialista demagógico dos coronéis locais mesclados com as políticas assistencialistas modernas, ca-pazes de amortecer até a classe média conformada com a mudança de status.

Terrível sina essa de uma capital construída para ser a Meca da espe-rança e que se tornou o showroom do

desencanto e o laboratório da incom-petência gerencial.

Essa realidade talvez seja fruto do casamento promíscuo do coronelismo com o sindicalismo burguês, de classe média, com visão burocrática e limita-da: só o umbigo interessa.

Um conflito estrutural na política do DF, que é uma das mais corpora-tivas do Brasil, está no comando da mais poderosa instituição pública do GDF, a Secretaria de Segurança. Lá, desde o início do atual governo, a disputa pelo poder é acirrada.

Foi digno de atenção o recado do novo diretor da Polícia Civil aos interes-sados naquele filão de poder: Podem opinar, mas não interferir. Disse-o bem o novo diretor. Ouvidos arderam em outras instâncias do poder local. Novos conflitos institucionais virão? Aguardemos.

Realmente é chocante o descom-passo entre a ação dos deputados distritais, que colocam emendas para festas no orçamento, e a precariedade da infraestrutura de Brasília. Ruas es-buracadas, serviços públicos de péssi-ma categoria, parques abandonados...

O que fazer para mudar a menta-lidade desses dirigentes, que confun-dem circo e assistencialismo com a ação política objetiva: o bem comum?

Mas nem tudo é só tristeza e desencanto. Há momentos de des-contração e riso: o jornal local de maior circulação noticia que nosso líder máximo irá questionar ao ges-tor dos condomínios - por ele mesmo nomeado - se ele é proprietário de terrenos irregulares.

Ora, um ex-distrital que renunciou para não ser cassado, devido a proble-mas parecidos, quase se derreteu de tanto rir. Não se sabe se de alegria, ou deboche, pela hipocrisia da decisão gerencial do gestor mor.

O povão... Continua povão. Cada vez mais naquela de “me engana que eu gosto”.

Tem mais coisas hilárias no noticiá-rio: ex-procurador está sendo acusado de fraudar o erário. Não dá para acre-

ditar! O cara é um exemplo de figura impoluta. Impressionante, só novidade!

Não podemos deixar de fazer referência à atualidade das decisões de nossa Tia. Toda poderosa, disse que não aceitava greve da PM e dos Bombeiros. O problema chegou ao Conselho Político. Lá só tem águia. Mas lembra mais um conselho de idosos discutindo o futuro do tribalismo norte-americano ante o avanço das ferrovias.

O governo fez de conta que não foi avisado de que haveria greves desde o ano passado. Na prática, o governo e seus conselheiros primam pela visão-estratégica. Não ligam a mínima para a segurança pública e a defesa civil.

O governo não tomou provi-dências, porque tem muitas cartas na mangapara empurrar a questão para frente. E os governadores não têm interesse em prover salários dignos para os policiais e bombei-ros. Essa é a verdade.

Ingenuidade dos policiais e bom-beiros achar que ganhariam a disputa com suas táticas. Como ensinou o velho mestre Raimund Boudon, ilustre sociólogo francês, o resultado foi o efeito perverso: o efeito não esperado.

Em vez de conseguirem aumento, o governo irá regulamentar o direito de greve do servidor público. PMs e os bombeiros poderão ter esse direito cerceado. São militares.

Aumento salarial terá que ser con-seguido pela via da negociação. Ou-tras variáveis interferirão no processo. Entre elas, a qualificação profissional. O governo terá que profissionalizar o serviço público, antecipando-se a esses problemas corporativos.

Difícil prever se será bem sucedido, pois o aparelhamento partidário da máquina pública e o descompromisso como bem comum dos chefes de estado e seus subordinados e o desinteresse da população pelo seu futuro são um prenúncio de um tempo muito ruim para todos.

Page 18: PB 109

18 PLANO BRASÍLIA

Alckmin divide a esquerdaNa iminência de fechar um

acordo com o antigo inimigo Gilberto Kassab (PSD), o PT

de São Paulo tem dificuldade em convencer os “aliados” tradicionais da esquerda a aderirem à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura da capital paulista. Já se sabe que parte dos problemas criados se deve a um inimigo oculto: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que tem interesse em “melar” o acordo. Interessado em diminuir o palanque de Fernando Haddad, o governador tucano de São Paulo aproxima-se de partidos que fazem parte da coalizão governista. Para isso, se utiliza do PSDB e da poderosa estrutura do governo paulista. Alckmin já atraíra o apoio do PP, entregando a um afilha-do de Maluf a presidência da estatal CDHU (Cia. de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

ATRáS DO PSB E DO PDTNesse instante, o governador tu-

cano de São Paulo procura assegurar o apoio de dois outros partidos que são aliados de Dilma Rousseff: PSB e PDT. Amigo de Lula e aliado de Kassab no plano federal, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, pediu a Alckmin que retirasse o PSDB da disputa pelas prefeituras de Campinas e São José do Rio Preto dois importantes municípios do interior paulista. O primeiro pedido já foi atendido. Em Campinas, contra a vontade dos seus aliados locais, Alckmin trabalhou para que o PSDB apoiasse a candidatura do deputado federal Jonas Donizete, do PSB de Eduardo Campos. O PSDB terá de se satisfazer com a indicação

do candidato a vice. Em Rio Preto, Alckmin luta para apoiar a reeleição Valdomiro Lopes, do PSB.

CONTRA AlOySIO NUNES FERREIRAConvém lembrar que o governador

de São Paulo age contra o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, amigo e aliado de José Serra, que defende o lan-çamento de um candidato próprio do PSDB. É claro que esse trabalho de Al-ckmin a favor do PSB no interior inclui uma compensação na capital paulista. Pelo menos é isso o que o governador paulista espera dos socialistas agora. Em vez de se associar à coligação petis-ta de Fernando Haddad, o PSB tende a se associar ao projeto de Alckmin. Tal expectativa é reforçada pela presença do deputado Márcio França, presidente do PSB de São Paulo, no comando da Secretaria de Turismo, no governo de Geraldo Alckmin. Quanto ao PDT, o governador está na iminência de entregar àquele partido a Secretaria de Emprego e Relações de Trabalho.

ATRAI TAmBém O PPSEssa pasta é, hoje, chefiada por

David Zaia, do PPS, o partido de Ro-berto Freire. Deverá ganhar a cadeira o pededista Sérgio Leite, primeiro-secre-tário da Força Sindical, que é presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, do PDT de São Paulo. Enquanto avança sobre o PT, o governador revela dificuldade de definir o seu próprio projeto. Na maior e mais rica cidade do país, que é São Paulo, Alckmin trabalha em duas fren-tes. Em uma para que José Serra aceite ser candidato a prefeito da cidade. Em outra, aguarda a realização da eleição prévia no PSDB marcada para o dia 4

de março. Uma disputa em que me-dirão forças os pré-candidatos tucanos com baixos percentuais nas pesquisas, como Andrea Matarazzo, José Aníbal, Bruno Covas e Ricardo Trípoli. São militantes respeitáveis do PSDB, mas que não empolgam o eleitor.

mENSAlãOOs ministros do Supremo Tribunal

Federal estão preocupados com a má repercussão que uma eventual prescri-ção dos crimes praticados pelos réus do chamado escândalo do Mensalão do PT provocaria na opinião pública. Por isso, todos eles se empenham em apressar o julgamento dos acusados. Um dos mi-nistros quer compõem o STF, ex-pre-sidente daquela corte, confidenciou que o processo deverá ser submetido à apreciação do plenário no primeiro semestre de 2012, provavelmente ainda em maio. Será o mais rumoroso e longo julgamento do Supremo Tribunal Federal em seus 122 anos de história. Existem 38 acusados para serem julgados. Especialistas calculam que, entre o primeiro e o último dos réus, os ministros levarão de 30 a 40 dias para concluir suas sentenças. A tramitação dos autos ganhou um novo ritmo no final do ano passado. Ministro-revisor, cabe a Ricardo Lewandowski rever o voto do ministro Joaquim Barbosa, que é o relator. Só em seguida, o processo será liberado e submetido à votação em plenário. Lewandowski já dissera que o processo poderá ser adiado para 2013.

lUlA QUER Um ACORDO COm KASSAB

Mesmo doente, em fase final de tratamento contra o câncer na laringe, o ex-presidente Lula decidiu apressar o

Panorama Político TARCÍSIo hoLANDA

Page 19: PB 109

acordo político com o prefeito de São Paulo de forma a garantir seu apoio a Fernando Haddad, que ele pretende apresentar como candidato a prefeito da capital paulista. Vaiado na festa de aniversário dos 32 anos do PT, Kassab é visto por Lula como “Zé Alencar do Ha-ddad”. Ao mesmo tempo em que luta para deixar em forma as suas cordas vocais, Lula cuida disso obsessivamente com o auxílio de uma fonoaudióloga. Ela procura tranquilizá-lo, assegurando que sua recuperação é “surpreendente”. Garante que terá a voz de volta, plana-mente restaurada, até abril. Quanto à segunda preocupação, inspira-se em sua intuição política, que o manda buscar o reforço de Kassab para forta-lecer Haddad, eleitoralmente, em uma disputa difícil.

lUlA QUER O ACORDO AINDA Em FEVEREIRO

Nos termos da legislação, as coliga-ções partidárias devem ser fechadas até junho. Lula não parece disposto a es-perar tanto tempo. Sua intuição o leva a contornar o calendário para vencer as resistências internas no PT contra a candidatura de Fernando Haddad. Ele quer fechar um acordo com o prefeito Gilberto Kassab ainda em fevereiro. Há dois dias, mandou dizer a Kassab, atual presidente do PSD, partido que o prefeito fundou, que deseja reencontrá--lo. Kassab não quer outra coisa. Não vai viajar no carnaval. Estará a postos para atender ao convite de Lula, a qualquer instante. Quinta-feira da se-mana passada, Lula interrompeu uma consulta com a fonoaudióloga para ter uma conversa política. Recebeu um dos

raros petistas que, como ele identifica em Kassab não um incômodo aliado, mas um precioso cabo eleitoral para vencer esse difícil entrevero.

“O Kassab vai trazer os 20% que nos faltam” – garante Lula, otimista quanto a um acordo do candidato do PT com o prefeito paulistano.

lUlA QUER A ClASSE méDIA PAUlIS-TANA

“O Kassab é o Zé Alencar do Lula”, disse Lula a esse importante interlocutor, no curso do diálogo que com ele man-teve. O ex-presidente avalia que Kassab está para o Haddad de 2012 assim como o José Alencar estava para o Lula de 2002. Segundo a avaliação que fez Lula, para vencer essa difícil disputa eleitoral na capital paulista, Haddad terá de “quebrar o preconceito” que afugenta a importante e sempre decisiva parcela conservadora do eleitorado paulistano das candidaturas do PT. A mesma aver-são que fez o partido ter que suportar três derrotas eleitorais nas competições presidenciais. Atraído para vice, José Alencar foi o contraponto moderado que ajudou a pavimentar o caminho que levou ao Planalto o operário, mal visto pela plutocracia e encarado pela classe média alta como uma excrescência que era preciso acabar.

VAIAS DOS PETISTAS A KASSABNão se pode ignorar que Gilberto

Kassab é egresso do ultraconservador DEM e ainda aliado do ex-governador José Serra, do PSDB, feroz adversário, senão inimigo do PT e de Lula. Assim, promete ajudar Haddad a saltar o cer-cado que, na capital paulista, mantém

os candidatos do PT nos 30% e evita que eles ganhem a Prefeitura. “O Kas-sab vai trazer os 20% que nos faltam”, garante Lula, cometendo um evidente exagero nos seus cálculos. Escorado nesse percentual, considera tudo o mais secundário, o que inclui a inco-erência de uma aliança com o prefeito liberal a cuja gestão na capital paulista o PT se opôs radicalmente. Na última sexta-feira, atraído pela hipótese de um acordo, Gilberto Kassab foi a Bra-sília para a festa do 32º aniversário do PT. O simples anúncio de sua presença provocou uma onda de vaias instantâ-neas da parte dos militantes.

OS DETAlhES DO ACORDOKassab não deu importância às

vaias. Com a imagem aparecendo em um telão ao fundo do auditório, o ex-adversário ergueu o braço direito, acenando para a plateia de militantes hostis. Em seguida, sentou-se em uma das cadeiras reservadas aos dirigentes de partidos aliados. Na conversa que já programou para “antes do final do mês”, Lula promete enumerar com Kassab os detalhes do acordo que considera fechado. Deseja engatar 2012 com 2014. Lula acredita que a eleição municipal pede um estágio para um acordo maior na eleição esta-dual dois anos depois. Sua obsessão é acabar com a hegemonia que o PSDB mantém na política do estado mais rico do País há 16 anos. Quer segurar o apoio de Kassab a um candidato do Palácio ao Palácio dos Bandeirantes para frustrar o projeto do governador Geraldo Alckmin de eleger um tuca-no em 2014.

Page 20: PB 109

20 PLANO BRASÍLIA

Upa, ainda não...As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) prometem ser um dos

imbróglios do ano para o governo Agnelo. Especialistas avaliam que

elas são desnecessárias no Distrito Federal, que já possui uma rede

hospitalar pública instalada com razoável infraestrutura. o que falta é

gestão centrada no atendimento básico e domiciliar. A saúde, longe

de virar vitrine, continuará sendo vidraça.

E tome pancadaAsfixiado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (PRF), que impede

mais contratações, o governo não tem como contratar o número

necessário de médicos para instalar e manter em funcionamento

as 10 UPAs prometidas na campanha. Além disso, vê o Conselho

Regional de Medicina interditando a UPA de Samambaia, única em

funcionamento, por falta de condições mínimas de trabalho.

Tropa de choque em combateNa Câmara Legislativa, enquanto a oposição, personificada na depu-

tada Celina Leão (PSD), cobra explicações para o caos na saúde, o

deputado Chico Vigilante (PT) ataca o Conselho Regional de Medicina,

que estaria sendo usado de forma política para atingir o governo.

Quase unanimidadeos comerciais de tevê do Partido dos Trabalhadores, que comemo-

ram os 32 anos do partido, estão muito melhores que os do próprio

GDF no enaltecimento do governo Agnelo. A opinião é quase unânime

entre os petistas. o governador aparece mais à vontade na propa-

ganda do PT do que na oficial. Um dos spots mostra ainda grandes

nomes da legenda no Distrito Federal defendendo a gestão petista,

com destaque para o combate à corrupção.

Sem a cara do PTAliás, na visão deste mesmo grupo, o grande problema do governo

seria a falta de uma identidade petista. A ampla coalizão teria deixado

a gestão Agnelo sem a marca da legenda. Para integrantes do gover-

no de outras legendas, porém, o PT é justamente o que atrapalha a

execução dos projetos.

E por falar em televisão...o senador Cristovam Buarque e o deputado federal Reguffe usaram

a propaganda do PDT para partir ao ataque contra o governo Agnelo.

São os dois principais nomes da legenda. Mas isso não quer dizer

que os pedetistas estão abandonando o barco governista. Da boca do

deputado distrital Israel Batista ou do secretário do Trabalho, Glauco

Rojas, ninguém ouve críticas a Agnelo.

Salário do Datena e prestígio do BonnerQue tal ser jornalista assim? Pelo menos é o que deseja um deputado

distrital, que enviou um cartão bem-humorado, por e-mail, parabe-

nizando os profissionais que cobrem a Casa pelo Dia do Repórter,

comemorado no dia 16 de fevereiro. Não sabia? A maioria dos

repórteres também não.

YURI AChCARPolítica Brasília

Roos

ewel

t Pin

heiro

/ABr

Osw

aldo

Rei

s

Page 21: PB 109

PLANO BRASÍLIA 21

Roriz é abatido em pleno vooMesmo em frágil estado de saúde, o ex-governador Joaquim Roriz

reuniu amigos e aliados em uma demonstração de que poderia

retornar à cena política do DF. Mas, com a decisão do Supremo

Tribunal Federal, que confirmou a validade da Lei da Ficha Limpa

para as eleições a partir deste ano, Roriz só poderia ser candidato em

2024. o ex-governador renunciou ao mandato de senador em 2007,

para escapar de uma possível cassação. Nos bastidores, muita gente

acredita que esse trecho da lei foi escrito sob encomenda para que

Roriz não atrapalhasse a volta do PT ao Palácio do Buriti.

2,3 milhões de reaisEste foi o valor gasto em 2011 pelos deputados distritais com

a verba indenizatória. o recurso está à disposição dos parla-

mentares para ações, como divulgar a atividade parlamentar,

contratar consultorias, alugar imóveis e abastecer veículos.

Pelo ranking organizado pelo Adote Um Distrital, os campeões

em gastos foram Roney Nêmer (PMDB) e Benedito Domingos

(PP). os que menos se beneficiaram dos recursos foram os

deputados Evandro Garla (PRB) e Israel Batista (PDT).

Verba moralizatóriao valor da verba indenizatória foi reajustado em 77%, mas o pre-

sidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), acredita que a Casa

pode gastar menos com a regulamentação dos ressarcimentos. os

gastos com combustível e consultorias, por exemplo, serão limitados

a 40% da verba total à disposição de cada parlamentar. o ato da

Mesa Diretora será publicado em acordo com o Ministério Público

do Distrito Federal.

Se esse era o melhor nome...A lição com a queda de onofre de Morais do comando da Polícia

Civil parece não ter sido absorvida pelo Palácio do Buriti. Criada

em dezembro, a Secretaria de Condomínios só recebeu o titular da

pasta em fevereiro. Foi escolhido o deputado distrital Wellington Luiz

(PPL), que mora em uma casa no Park Way sem escritura e tem,

imaginem só, outros três terrenos em condomínios irregulares. Será

que ninguém no GDF sabia? Wellington jura que não vai trabalhar

em causa própria. E nem pode mesmo. De acordo com o Ministério

Público do DF, somente serão regularizados os lotes já construídos

cujos donos morem no local e não tenham outros imóveis.

Reeleição garantidaPara o deputado distrital Agaciel Maia (PTC), um dos principais

articuladores da criação da Secretaria de Condomínios, o gover-

nador Agnelo Queiroz não precisa se preocupar com denúncias,

ataques ou problemas de gestão. Basta regularizar os condo-

mínios que terá mais quatro anos de mandato. Afinal, mais de

600 mil moradores do DF não têm a escritura dos seus imóveis.

“Disse a Agnelo que se ele regularizasse os condomínios, poderia

descansar, pois sua reeleição estaria garantida”, afirmou Agaciel,

do Plenário da Câmara Legislativa.

Superfaturamento no Zooo novo sistema de monitoramento 24h do Zoológico de Brasília

vai contar com mais de 80 câmeras de vigilância. Para adquirir os

equipamentos, o custo ficou pouco acima dos R$ 400 mil. o contrato

anterior era de aluguel. Cerca de 60 câmeras custavam mais de R$

1,6 milhão por ano. Mais uma herança do governo Arruda.

E-mail: [email protected] | Twitter: @yuriachcar

Divu

lgaç

ão

Divu

lgaç

ão

Divu

lgaç

ão

Page 22: PB 109

22 PLANO BRASÍLIA

* LUCIANo RÊGoDinheiro

(*) LUCIANo RÊGofinis art: Soluções integradas para negócios, agro3w: Estratégia e marketing para o agronegócio, agiste: Marketing digital, www.agiste.com www.agro3w.com www.finisart.com

Uma quebra de paradigma que minha geração (X), mais analógica que digital, terá de enfrentar ou não (como diria Caetano), serão os livros em formato eletrônico.

Hoje temos e-books, pdf ’s e outros formatos disponíveis no mercado (e fora dele – grátis). Até algum tempo atrás, era complicado, mas hoje temos bons monitores, notebooks e bons aparelhos para ler estes tipos de livro. Existem alguns para crianças com animações (narizinho da globo.com) de encantar até mesmo o mais sério dos adultos.

Minha primeira experiência com um e-book foi com um livro sobre o Prezi (software de apresentação). Recebi um e- mail informando que tinham sido lançados os dois primeiros livros sobre o assunto (nos EUA e em inglês). Fui à livraria Cultura e me informaram que custava R$ 55,00 e levava 5 se-manas para chegar. Deixei para encomendar na Amazon, pois pelo fedex seria muito mais rápido. Quando entrei no site, vi que tinha uma versão para Kindle (livro eletrônico). Surpresa! A versão em papel US$ 22,00 e a versão Kindle US$ 11,00. Maravilha! Pena que eu não tinha o aparelho. Não desisti! Pro-curei na internet e vi que tinha um programa para PC’ s que liam os arquivos Kindle Ótimo! Vou começar a ler o livro hoje mesmo, pensei. Baixei e programa e fui ao site da Amazon para comprar o livro. Quando estava no processo de compra, vi que existia uma versão para Iphone. Que pena! Eu podia ter comprado e ter lido no meu Iphone. Naquele momento eu não sabia, mas, uma vez que você compra um Kindle, você pode lê-lo em qualquer das versões – Iphone, Ipad, Kindle, PC, etc. E o melhor: quando você abre o arquivo, ele pergunta: quer ir para onde você estava lendo no outro aparelho? Fantástico. Ele ainda permite marcar o texto (com aquele amarelinho) e fazer

anotações (notes). Baixei o App do Iphone e alternei entre ele e o meu PC. Li o livro inteiro e me pus em igualdade com qualquer pessoa no mundo que poderia ter comprado o livro numa loja em Nova York ou Londres (revolução I).

Este foi o início e não parei mais. Hoje dou preferência a comprar livros eletrônicos, pois tudo fica mais fácil, além de serem ecológicos, mais baratos e disponíveis onde eu estiver. Uma verdadeira revolução! Fiquei tão animado, que saí atrás do que me interessava em e-books. Pena que ainda existam tão poucos títulos oficiais. Na ânsia da busca pelos livros eletrônicos, comecei a baixar livros também em PDF (alguns grátis e outros não), mas sem aquelas funcionalida-des. Que pena!

Diante deste novo cenário e muita propaganda, decidi comprar um Ipad, que foi trazido dos EUA pelo meu so-brinho. Comecei meio sem jeito com o “bicho”, ainda sem conseguir substituir totalmente o notebook, mas satisfeito com a portatibilidade, rapidez no ligar, entre outras coisas boas. Esta semana, encontrei com um amigo “Ipadmaní-aco” e peguei a dica do goodreader, leitor e organizador de pdf ’s. Faz literalmente tudo. Imagine marcar com o amarelinho, anotar, rabiscar, colocar quadros, círculos, etc. Até a mão livre se escreve no pdf! Ontem mesmo comecei a ler um livro fazendo todas as marcações e anotações de que precisei. Uma beleza! (Revolução 2).

E-books quebram paradigmas

Page 23: PB 109

PLANO BRASÍLIA 23

Page 24: PB 109

24 PLANO BRASÍLIA

DF tenta abolir sacolas plásticas

Polêmica sobre proibição do uso de sacolas plásticas chegou à capital federal em 2008 e se arrasta até hoje. Projeto de lei perto de ser sancionado pode

não resolver o problema

Por: Caroline Aguiar | Fotos e Ilustração: Raphaela ChristinaCapa

Page 25: PB 109

PLANO BRASÍLIA 25

Desde a década de 1970, as sacolas plásticas entraram no dia a dia das pessoas e ganharam mil e uma uti-

lidades. Carregar compras, acondicionar lixo, recolher fezes de animais e guardar objetos são algumas das muitas funções das sacolinhas. No entanto, de alguns anos para cá, o utensílio passou de herói a vilão. Os prejuízos causados ao meio ambiente fizeram com que ambien-talistas e governantes iniciassem uma verdadeira guerra contra o material.

As leis que proíbem a distribuição e venda das sacolas se multiplicam pelo país, obrigando estabelecimentos comerciais e clientes a se adequarem à nova realidade. Em Brasília, a polêmica é grande e se ar-rasta desde 2008, quando foi sancionada a primeira lei proibindo a distribuição.

A iniciativa partiu dos deputados distritais Batista das Cooperativas (PL), Rôney Nemer (PMSB) e Wilson Lima (PR). No segundo semestre de 2008, eles propuseram a Lei 4.218, que estabe-lecia a proibição do uso de embalagens plásticas no acondicionamento e entre-ga aos clientes de mercadorias, gêneros alimentícios e qualquer tipo de produto nos estabelecimentos comerciais e in-dustriais do Distrito Federal.

A lei previa a substituição dessas sacolas por embalagens de plástico bio-degradável ou retornável. A legislação ainda é específica ao determinar o que são esses materiais. “Entendem-se por sacolas reutilizáveis aquelas que sejam confeccionadas em material resistente ao uso continuado, que suportem o acondi-cionamento e o transporte de produtos e mercadorias em geral e que atendam às necessidades dos clientes”, descreve.

Já as sacolas de plástico biodegradável são aquelas que, “após o uso, podem ser decompostas por microorganismos usuais no meio ambiente”. No entanto, a polêmi-ca em torno do texto começou logo após a aprovação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

O então governador José Roberto Arruda não se pronunciou em relação à lei. No prazo estabelecido, ele sequer sancionou ou vetou o texto, o que fez com que a própria CLDF sancionasse as novas regras. O fato de a sanção não ter sido feita pelo governador não muda em nada a efe-

tividade da lei, que dava três anos de prazo para que os comerciantes se adequassem.

Com isso, supermercados, padarias e demais estabelecimentos comerciais deveriam ter deixado de distribuir sacolas plásticas em outubro de 2011. O texto previa multa diária de R$ 500 para os comércios que não cumprissem a lei. Além disso, determinava que o poder executivo regulamentaria a lei no prazo de 90 dias, o que não foi feito.

Para agravar a situação, no início do mês de setembro do ano passado, o governador Agnelo Queiroz entrou com uma ação no Ministério Público no DF alegando que a lei é inconstitucional.

O GDF afirma que ela cria encargos para o poder executivo que não pode-riam ser criados pelo poder legislativo. Ainda por cima, o texto criaria uma obrigação que é desproporcional ao benefício que vai oferecer. Assim, a legislação fica em suspenso, aguardando a decisão do desembargador Roberval Casemiro Belinati. Não há previsão para que o processo seja encerrado.

mOVImENTAçãO NA CâmARA lEgISlATIVA

Contudo, os próprios deputados distritais, vendo a ineficácia da legis-lação sancionada em 2008, tomaram suas iniciativas. Em maio de 2011, o de-putado Cristiano Araújo (PTB) propôs nova legislação relacionada ao assunto (Projeto de Lei 297/2011). Por sua vez, o relator Joe Valle (PSB) sugeriu um substitutivo ao texto do colega, que foi aprovado durante as últimas decisões do ano legislativo, em dezembro de 2011.

O substitutivo ao PL 297/2011 de-termina “a substituição de embalagens do tipo sacola e sacos plásticos para o acondicionamento de lixo”. O governa-dor Agnelo Queiroz tem até o dia 23 de fevereiro para sancionar ou vetar a nova proposta de regulamentação.

Se sancionada, a lei revoga a legis-lação aprovada em 2008 e que está sob questionamento judicial. No entanto, o substitutivo do deputado Joe Valle não deixa clara a proibição da distribuição de sacolas plásticas.

No artigo quarto, o texto diz apenas que “a substituição das embalagens de

CURIOSIDADES

- Uma sacola plástica pode demorar mais de 400 anos para se decompor no meio ambiente.- O planeta consome entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacos plásticos por ano. Cerca de 1,5 milhões distribuídos por hora.- No meio do Oceano Pacífico, entre a Califórnia e o havaí, existe uma enorme ilha de lixo flutuante. Ela é formada por pedaços muito pequenos de plástico arrastados pela convergência de várias correntes marítimas. Não há medição exata do tamanho da monta-nha de lixo, mas as estimativas chegam a 400 mil km² e 4 milhões de toneladas de plásticos. Tamanho equivalente ao Pantanal brasileiro. - há diferença entre as sacolas oxibiodegra-dáveis e as biodegradáveis. As primeiras se dissolvem no meio ambiente e ficam pare-cendo uma espécie de farinha. No entanto, as substâncias químicas que as compõe continu-am existindo e poluindo o meio ambiente da mesma forma, a sacola apenas desaparece aos nossos olhos. Já as biodegradáveis são feitas de cana de açúcar ou amido de milho, assim elas são decompostas no meio ambien-te sem trazer prejuízos a ele.

POVO FALAO que você acha da proibição da dis-tribuição de sacolas plásticas?

“Acho que não tem que proibir. Se for proibido, vou ter que me adaptar, porque uso sempre e até gosto. é uma questão de praticidade. Não precisa proibir é só usar do jeito certo. Eu procuro colocar o máximo de produtos dentro da mesma sacola para não ter que ficar usando várias”Jane lima, 47 anos, cabeleireira

“Eu me acostumei com as sacolinhas, é uma questão de comodidade, não fico pensando em levar uma sacola retornável. Até me preocupo com o meio ambiente, mas a gente acaba acomodado e não pensa nisso. Se proibirem, a gente tem que acostumar”Ricardo Oliveira, 28 anos, estudante

“Sempre trago uma sacola retornável de casa, mas, às vezes, esqueço. Não tem jeito, a gente sempre acaba usando uma ou outra sacolinha plástica, é um hábito difícil de desfazer” maria José Carrijo, 75 anos, aposentada

Page 26: PB 109

26 PLANO BRASÍLIA

que trata esta lei dar-se-á no prazo de um ano, período em que os estabelecimentos comerciais, industriais e a administração pública direta e indireta deverão tomar medidas para adaptação”.

No artigo anterior, o substitutivo de-termina que os custos de distribuição de sacolas recicladas ou reutilizáveis para o consumidor ficará a critério de cada es-tabelecimento comercial, incentivando uma concorrência comercial.

Os comércios que não cumprirem a decisão no prazo de um ano receberão advertência e notificação para regulariza-ção no prazo de 30 dias. Caso o estabeleci-mento notificado não regularize a situação dentro de um mês, será aplicada multa de R$ 1 mil e os sacos plásticos serão apre-endidos. Se a loja persistir na distribuição das sacolas, a multa é dobrada, mas não há recolhimento do material. Se a reinci-dência acontecer em menos de um ano, é prevista a interdição do estabelecimento.

O autor do substitutivo, deputado dis-trital Joe Valle, defende o texto e diz que a redação final é fruto de acordo entre as necessidades ambientais e as exigências dos estabelecimentos comerciais. “A lei

está pronta do ponto de vista ambienta-lista e só falta a sanção do governador. Ouvimos os comerciantes e associações de supermercado para termos uma lei que seja realmente efetiva e não fique apenas como letra morta”, explicou.

O parlamentar prevê que o período de um ano seja suficiente para que todos se adaptem, tendo em vista que muitos estabelecimentos já começaram a buscar soluções desde 2008, quando a primeira lei foi sancionada. Sobre as campanhas educativas que, pelo proje-to de lei, são obrigatórias, ele defende que são fundamentais.

“As campanhas são justamente para fazer uma transição sem ruptura. Por sua vez, o trabalho nas escolas é funda-mental para que as próximas gerações tenham consciência do prejuízo que esse material causa ao meio ambiente”.

O deputado ainda ressalta a impor-tância da lei. “Os governos precisam parar de pensar apenas em desenvolvi-mento econômico. Este deve vir junto com o desenvolvimento social. Só o bom andamento da economia não traz melho-rias para a população”, argumentou Valle.

POSSIBIlIDADE DE VETOApesar de o deputado garantir que

há negociação com o governo para a san-ção da lei, a Secretaria de Meio Ambiente do DF fez, a pedido do governador, uma análise do texto e deu parecer contrário à sanção. A oposição dos técnicos não quer dizer que a lei não possa ser aprovada pelo poder executivo, tendo em vista que nem sempre as negociações políticas levam em consideração a real efetividade das novas regulamentações.

O subsecretário de sustentabilidade socioambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Cadu Valadares, explica que o parecer foi contrário à sanção da lei justamente pelo fato de ela não proibir definitivamente a distribuição de sacolas plásticas. “Em momento algum, a lei proíbe a sacola plástica, ela proíbe apenas o acondicionamento de lixo. A lei não vai atingir o seu objetivo. O pro-blema está na distribuição, no consumo excessivo”, afirma Valadares.

Ele ainda ressalta a necessidade de efetivamente dar fim ao uso desse

material. “A sacola causa um dano terrível para o meio ambiente como um todo. O uso disseminado está causando muitos problemas e há situações que prejudicam o meio ambiente e atingem as cidades, como o entupimento dos esgotos e enchentes”, esclarece.

Independente da decisão relativa à legislação, a Associação de Supermer-cados de Brasília (Asbra) afirma que é a favor da extinção das sacolas plásticas. “Vemos a proibição de modo positivo e consciente de sua participação na ajuda da preservação do meio ambien-te, cooperando com todos os setores da sociedade”, declarou Onofre Silva, vice-presidente da Asbra.

Silva explica que os comércios estão buscando alternativas indepen-dentemente da sanção ou não da lei. “Nossos supermercados estão fazendo um trabalho de conscientização nas lojas. Dando alternativas de transporte, como caixas de papelão, venda de sacolas retornáveis e outros”.

SACOlAS PROIBIDAS Em TODO O BRASIl

A onda de proibições da distri-buição de sacolas plásticas começou em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, onde a lei foi aprovada em 2008 e entrou em vigor em 2011. Enquanto a cidade mineira colocava em vigor a proibição, São Paulo aprovou uma lei semelhante, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2012.

No dia 25 de janeiro, entrou em ação, em todo o Estado de São Paulo, o projeto “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” que não proíbe a distribuição de sacolas plásticas nos estabelecimentos, mas sugere que ela seja suspensa e que sejam vendidas sacolas biodegradáveis.

Em Vitória (ES), Teresina (PI), São Luís (MA), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Palmas (TO), Natal (RN), João Pessoa (PB), Goiânia, (GO), Florianópolis (SC) e Aracaju (SE) existem leis visando a redução do uso de sacolas plásticas.

Está em tramitação no Senado um projeto de lei que proíbe o uso das saco-linhas. A proposta é do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e impede, em todo o

DICAS PARA EVITAR O USO DE SACOLAS PLÁSTICAS

Planeje suas compras e faça uma lista. Isso estimula o consumo consciente, pois você compra apenas o necessário, preci-sando de menos sacolas para o transporte leve sempre uma sacola retornável no carro Recuse sacolas plásticas em farmá-cias, padarias e na compra de produtos pequenos Quando utilizar sacolas plásticas, use toda a capacidade delas, assim necessi-tará de uma quantidade menor e evitará o desperdício Faça a separação do lixo em casa, assim vai precisar de menos sacos plásticos para armazená-lo. Não há necessidade de embalar recicláveis – garrafas pet, caixas de papelão – para jogá-los fora Dê preferência para carrinhos, caixas de papelão, ecobags e sacolas retorná-veis na hora de carregar as compras Peça para o estabelecimento entregar as compras na sua casa

Page 27: PB 109

PLANO BRASÍLIA 27

país, a utilização, a fabricação, a impor-tação, a comercialização e a distribuição de sacolas plásticas feitas a partir de polietileno, propileno ou polipropileno.

O PLS 322/2011 está na Comissão de Constituição e Justiça e ainda deve passar pela Comissão de Meio Ambien-te, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. Se aprovado, o texto segue para a Câmara dos Deputados.

Na proposta de Eduardo Braga, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ficaria responsável pela fiscalização e também pela promoção de campanhas educativas. O prazo para adequação à lei será no máximo de três anos, a ser deter-minado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

O Instituto Sócio Ambiental dos Plás-ticos (Plastivida) e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) defendem que a proibi-

ção das sacolas plásticas não é o melhor caminho, mas sim o consumo consciente e o reaproveitamento. Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, argumenta que a proibição das sacolas plásticas irá causar mais danos ao meio ambiente.

“Sem a sacolinha, as pessoas serão obrigadas a comprar sacos de lixo, que poluem da mesma forma. Além de cau-sar um gasto a mais para o consumidor, irá inibir o reaproveitamento que hoje já efeito”, explica. Ele ainda defende que os supermercados sairão ganhando, pois não vão tirar dos produtos o custo das sacolas que já está embutido. Assim, os estabelecimentos teriam um lucro a mais de R$ 500 mil ao ano, economi-zado com o fato de deixar de oferecer sacolas plásticas.

“A proibição traz uma nova realidade que só leva as pessoas a se adaptarem e não educa. É um custo a mais para os consumidores e não tem vantagem

ambiental e benefício social. Ainda pode causar mais problemas porque as classes baixas não vão ter condições de comprar sacos de lixo e vão deixar seus resíduos espalhados pelas ruas o que causará enorme transtorno”, defende Bahiense.

Ele ainda acrescenta que “a defesa do meio ambiente só será eficaz se as ações partirem de princípios educativos e não de restrição de um ou outro pro-duto. É fundamental que a sociedade tenha a informação correta para poder decidir qual é o melhor produto ou em-balagem que deve adotar para garantir seu conforto, qualidade de vida, além da preservação ambiental”.

Em 2011, o faturamento do setor de plásticos foi de R$ 500 milhões, com geração de 30 mil empregos diretos e 70 mil indiretos. Estima-se que existam no Brasil entre 200 e 250 empresas de fabricação de plástico, das quais entre 80 e 100 estão no Estado de São Paulo.

Equivale ao plantio de 81 árvores da mata Atlântica

é reduzido um volume de lixo que encheria 160 cestos de lixo residenciais

é eliminado o peso do lixo equivalente a mais de quatro carros populares

Corresponde a economizar 291 botijões de gás

é o mesmo que apagar 50 mil lâmpadas comuns de 60W por um mês

CADA 1 MILHãO DE SACOLAS PLÁSTICAS NãO PRODUZIDAS*

São reduzidas 4,5 toneladas de lixo, o equivalente ao lixo acumulado por uma família brasileira em três anos e dois meses

4,5 81

50MIL

TONELADAS DE LIxO

4CARROS

ÁRVORES

160CESTOS DE LIxO

291BOTIJõES DE GÁS LâMPADAS

*Cálculos do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente

Page 28: PB 109

28 PLANO BRASÍLIA

Motociclistas solidárias

Mulheres vão se reunir no autódromo de Brasília para confraternizar e ajudar dependentes do crack

Andar de moto é coisa para mulher solidária e conscien-te. Cerca de 5 mil delas – mas

é bom resaltar que o espaço estará aberto a todos os interessados – devem participar do 2º Passeio do Dia Internacional da Mulher no dia 10 de março no Parque da Cidade. O evento é uma chamada para o Encontro Nacional de Mulheres Motociclistas a ser realizado no dia 21 de abril no Autódromo Interna-cional Nelson Piquet. São esperadas 25 mil pessoas para a ocasião. Mas a confraternização entre as motoci-clistas brasileiras não vai se limitar a passeios, encontros e sorrisos. Discussões sérias sobre problemas sociais vão estar em pauta.

O primeiro e mais sério pro-blema é sobre a arrecadação de donativos para clínicas que ofere-cem tratamento a dependentes do crack. “Entendemos que este é um dos grandes problemas sociais da atualidade. É um mal que invadiu as grandes capitais e que agora se espalha para o resto do país”, defendeu Andreia Oliveira, uma das organizadoras do evento e

integrante do Vulcanas Motoclube – que é exclusivo para mulheres e existe há 12 anos. Além de ajudar no combate ao crack, o evento ainda vai promover palestras edu-cativas sobre a saúde da mulher, preservação do meio ambiente e também de segurança no trânsito.

Outra ação tradicional realizada entre os motociclistas em qualquer evento realizado por eles é o de ar-recadação de alimentos. “As inscri-ções para qualquer coisa feita pelos motoclubes envolvem a doação de 1kg de alimentos não perecíveis para doação em creches ou asilos”, explicou Andreia. As próprias vul-canas, mesmo sendo formada por cinco mulheres, anualmente fazem arrecadação de donativos que elas revertem em produtos para serem doados: além dos mantimentos, ainda compram presentes para as crianças e organizam um belo café da manhã com a garotada. “O dinheiro que sobra a gente doa em espécie para a própria instituição.”

“A cultura solidária é muito forte entre os motoclubes do país. Todos se organizam no sentido

de ajudar, em especial nas datas especiais, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal.” Os motociclistas não se escondem nas situações de emergência. Ano passado, na oca-sião das enchentes que assolaram o estado do Rio de Janeiro, os aman-tes de duas rodas se uniram para arrecadar donativos em prol dos desabrigados. As ações não param, e não importa se são grandiosas ou pequenas. No dia 8 de março, por exemplo, as cinco vulcanas têm compromisso no Hemocentro para doar sangue.

Brasília é um importante polo de motociclistas. De acordo com Andreia Oliveira, são mais 200 clubes, o que faz do DF ser, propor-cionalmente, o local do país com o maior número desses grupos orga-nizados. “A cultura motociclística em Brasília é muito forte. Sábado à tarde você pode observar a quanti-dade de motos rodando. A própria cidade favorece isso devido à varie-dade de pistas largas para a gente rodar”, disse. O Moto Capital, por exemplo, é um dos maiores eventos do tipo realizado na América do

CidadaniaPor: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Page 29: PB 109

PLANO BRASÍLIA 29

Sul. São aproximadamente 200 mil pessoas que circulam em quatro dias. Neste ano, a nona Edição do Moto Capital acontece nos dias 25 a 29 de julho na Granja do Torto. “Os motoclubes são várias famílias que compõem uma única. Somos todos irmãos.”

mUlhERES NO FACEBOOKA organização de um encontro

nacional de mulheres motociclistas

tem raízes nas redes sociais, mais especi f icamente no Facebook. Foi ali que surgiu o grupo organizado Mulheres Apaixo-nadas por Duas Rodas. Gisela Girardi e Alice Castro foram as idealizadoras do grupo e do evento, que tem a coorde-

nação de Andreia Oliveira e Luciana Sacheto. São cerca de 800 mulheres que fazem parte desta comunidade virtual. “A gente conversa com mulheres do Brasil inteiro. E foi por meio deste grupo que percebemos a carência delas no meio motociclísti-co. São muitas que querem comprar motos e interagir, mas elas até então se sentiam sozinhas”.

É nesta comunidade do Face-book em que a mulherada pode

trocar informações sobre veículos e acessórios. Comentam-se coisas mais lúdicas também. “Às vezes uma comenta que comprou uma moto e pede para as outras suges-tões para batizar a nova máquina.” O apelo e a quantidade de pessoas interessadas foi o ponto motivador para que Andréia, juntamente com as idealizadoras e coordenadoras, organizasse um encontro nacional. Com a ajuda na organização do Portal Encontro de Motos, o Grupo conseguiu o apoio do GDF – por meio das secretarias do Meio Am-biente e da Mulher –, Detran, Polí-cia Rodoviária Federal, BPTRAN e do Hemocentro. Todos estes órgãos estarão presentes em tendas com campanhas educativas.

Serviço2º encontro Nacional de Mulheres Motociclistas21 de abril de 2012 Autódromo internacional Nelson Piquet

Motociclistas brasilienses tem tradição em ações solidárias

Page 30: PB 109

GentePor: Edson Crisóstomo

PolíticaBrasília sem miséria“Nosso objetivo é erradicar a pobreza. Não é diminuir, é acabar com a extrema pobreza até 2014. Essa é uma meta nacional e faz parte do conjunto de metas do governo federal, que nós, aqui do DF, também participamos”, destaca Agnelo Queiroz.o governador também se refere à assinatura do termo de pactuação do Plano “Brasil Sem Miséria” com os demais governadores da região Centro-oeste. Com a assinatura desse termo, os estados e o Distrito Federal podem estabelecer a renda mínima para cada habitante be-neficiário do programa federal Bolsa Família: no DF, a atual gestão vai complementar o valor mínimo de R$ 70. “Cada família nessa situação,

aqui no Distrito Federal, terá renda mensal de, no mínimo, R$ 100 por integrante. Isso a partir já deste mês de fevereiro”, ressaltou Agnelo Queiroz. os esforços para eliminar a miséria do território do DF é um trabalho articulado, que reúne projetos sociais e de outras áreas prioritárias, como saúde e educação, fundamentais para resga-tar a dignidade e proporcionar qualidade de vida à população. Um dos programas apontados pelo governador garante café da manhã às crianças da rede pública de ensino com alimentos produzidos por agricultores familiares.

Célio Renê, Bolivar Rocha e Agnelo Queiroz na inauguração do Centro Olímpico de Brazlândia

Cid moreira e a esposa Fátima com maria Angélica Colombo Fátima hamú

Crécia moraes

Alan

San

tos

Page 31: PB 109

Geleia GeralCaixa RápidoTá sobrando vagas no mercado de trabalhoA falta de trabalhadores qualificados é o terceiro maior entrave para o desenvolvimento industrial do Distrito Federal, queixam-se 35,7% dos empresários ligados à FIBRA. Mas o vilão é a carga tributária, anotam 67,9% deles, e 42,9% queixam-se da competição acirrada. Apesar disso tudo, a indústria brasiliense teve um desempenho positivo em 2011. Prova disso é o fato de que, em janeiro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) registrou que mais 2.500 pessoas passaram a ter carteira assinada no DF. os setores que mais empregaram foram os Serviços e a Construção Civil. Em 12 meses, foram gerados 27.100 novos postos de trabalho.

O BRB e o BNDESo BRB está procurando ampliar suas linhas junto ao BNDES. Do início de 2011 para cá, houve um aumento no quadro de funcionários na diretoria de desenvolvimento, que é responsável pela normatização e análise das operações de crédito, rural e imobiliário, por exemplo. o governador Agnelo Queiroz esteve no BNDES e, uma semana antes dele, o diretor-presidente do BRB, Jacques Penna, também para viabilizar treinamento de pessoal. o banco negociou também a ampliação do seu limite de operações com o BNDES. hoje, o BRB tem um limite de operações em R$ 14 milhões ampliável, mas Penna quer ter um limite muito maior, com um patamar inicial de R$ 50 milhões, R$ 100 milhões.

liliane Roriz e Samanta Sallum Weimar Pettengill e harley Alves

liana Sabo e lúcia garofalo Ana maria gontijo e Iara Curi

Carlos Chagas, Elisabeth Dutra , maria helena Prill e Baker Fattah hussen

Page 32: PB 109

32 PLANO BRASÍLIA

CidadePor: Lígia Moura | Fotos: Victor hugo Bonfim

Na manhã de 17 de fevereiro, a Secretaria de Estado de Publicidade Institucional deu iní-cio ao processo de Licitação do Governo do

Distrito Federal para a seleção de três agências de propaganda. No total, participaram 30 agências de publicidade. A disputa atraiu profissionais jovens e experientes. O valor a ser dividido pelas agências selecionadas é de R$ 147 milhões por ano. Foi criada uma comissão com seis representantes das li-citantes para garantir segurança e transparência ao processo de licitação. Os documentos foram vistos e rubricados por membros da comissão especial de licitação e por representante das licitantes.

Em nome da Comissão Especial de Licitação, o presidente Everton Francisco Castro conta que o

objetivo é de processar a licitação para a contra-tação de três agências para o governo do Distrito Federal, cuja gestão é da Secretaria de Publicidade, para atender os mais de 70 órgãos da administração direta do governo do Distrito Federal. Segundo o presidente, os contratos administrativos são regidos, nesse caso, pela Lei 12.232/10 e no que couber pela Lei 8.666/93. De acordo com o artigo 57, o prazo é de 12 meses, podendo ser prorrogado por iguais e sucessivos períodos, até o limite de 60 meses.

O mercado publicitário local esperava a contra-tação de cinco ou seis agências e não somente três. Com relação a este questionamento, Castro diz que é usual em todo o governo sempre contratarem três agências de publicidade, pelo volume e conside-

Licitação do GDF inflamercado publicitário

Três entre 30 agências dividirão verba de R$147 milhões de mais de 70 órgãos de administração direta

Page 33: PB 109

PLANO BRASÍLIA 33

ServiçoFoto e Filmagem Art digitalSCrS 509 W3 Sul Bloco C Loja 55Shopping Galeria (61) 3242-0163

rando a proporcionalidade. “Agora, o governo do DF tem por objetivo fazer ainda a licitação da ad-

ministração indireta. Sendo assim, se somadas três agências da administração direta, e outras que virão ser licitadas, esse número poderá chegar até 11 ou 12 agências”, completa.

Os publicitários da capital fazem outra indaga-ção. Eles acham que seria melhor investir somente no mercado de Brasília. Sendo assim, as empresas de outros estados brasileiros não poderiam participar do processo licitatório. Para Everton, as licitações públicas são regidas por princípios constitucionais, em que há o princípio da igualdade. “Não se pode fazer uma licitação somente por região em detri-mento de outras. Qualquer empresa, de qualquer parte do país que estiver com a documentação de habilitação em dia, pode perfeitamente participar da licitação” afirma.

Para dar continuidade ao processo, as licitantes serão convocadas para a segunda sessão após o julgamento dos envelopes por parte da subcomissão técnica que já foi escolhida por meio de sorteio. Pelos projetos apresentados, já se sabe que grande parte das empresas está bem preparada e pretende acompanhar todo o processo.

O presidente Everton Francisco Castro diz que licitantes serão convocados para a segunda sessão após julgamento dos envelopes

Page 34: PB 109

34 PLANO BRASÍLIA

TurismoPor: Ligia Moura | Fotos: Divulgação

O Catetinho, conhecido também como Palácio de Tábuas, foi a primeira residência oficial do presi-

dente Juscelino Kubitschek na cidade de Brasília, no ano de 1956. Projetado por Oscar Niemeyer, foi construído em apenas 10 dias. O que era para ser um lugar provisório foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural de Brasília pelo SPHAN, atual Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), a pedido do próprio JK, em 1959.

Pela sua importância, o gerente de acervo da Secretaria de Cultura, Paulo Lima, conta que o acervo do Catetinho recebeu um cuidado especial. Todos os ob-jetos foram levados para a Secretaria. No local, foi montado um laboratório onde todas as peças vão passar por um processo de higienização e por restauração, caso seja necessário. Ele diz que quase 90% dos objetos já foram restaurados.

Devido aos anos que o Catetinho passou sem reforma, o superintendente do Arquivo Público, Gustavo Chauvet, explica que houve uma necessidade de fechar o local e fazer uma restauração

mais consistente. A parte física vai ser res-taurada e remontada com os pertences de JK e com todos os objetos que fazem parte dessa história. Será realizada também uma dedetização no prédio. “Nós vamos montar uma exposição dentro e ao redor do Catetinho para reinaugurar o mesmo local, contando uma nova história e des-crever como era o cotidiano da época”, revela Chauvet. Ele complementa dizen-do que será realizado uma espécie de eco--museu, usando a mata, espalhando fotos pelo local, com o intuito de fazer com que o visitante tenha uma maior aproximação. Significa dizer que, de acordo com as pesquisas realizadas, vieram à tona novos fatos que serão contados de forma a inte-ragir com o visitante. No período escolar, haverá o projeto das visitas orientadas às terças e quintas. O catetinho recebe uma média de 60 mil visitas por ano. A data de reinauguração está prevista para o dia 19 de abril.

O coordenador de Educação e Cultura do Arquivo Público, Guilherme França, re-vela que a equipe acabou de realizar uma pesquisa sobre a construção do Catetinho.

De acordo com os novos dados, ele ob-servou que os amigos de JK contribuíram para a construção da primeira residência.Mas a maior parte do financiamento foi com dinheiro público da Novacap e foi realizado por uma empresa pública de Araxá, Minas Gerais, chamada Fertisa. Roberto Pena, engenheiro e amigo de JK, fez a intermediação desse grupo de pessoas com a empresa mineira. “Ele esteve pessoalmente em Minas, para poder organizar a vinda do pessoal e dos materiais de construção para Brasília”, conta Guilherme. Em outras palavras, os primeiros pioneiros são o grupo que veio de Araxá. Outro fato curioso é que esta equipe foi convidada a permanecer na cidade e recusou a oferta. Eles não podiam imaginar que aquele momento era apenas o começo de tudo o que temos hoje.

Guilherme explica que no Arquivo Público há três grandes coordenadorias que são divididas em: preservação, coordenação de pesquisa e divulgação. A ideia é fazer com que os locais históricos sejam acompanhados e sua importância histórica não seja esquecida. “A história é

Catetinhoserá reinaugurado em Abril

O mesmo local, a mesma cama e novos fatos históricos fazem parte do que os visitantes irão apreciar na reinauguração da primeira residência do presidente JK

Page 35: PB 109

PLANO BRASÍLIA 35

um pouco disso, é você descobrir, através de documentos, novos fatos”, lembra França. Ele relata que a Novacap possui uma linha de pesquisa que abrange o período da construção da capital, de 1956 até 1960. Essa pesquisa é chamada de Fundo Novacap e acondiciona, de forma organizada, um conjunto documental. Esse Fundo já recebeu um prêmio que é dado pela UNESCO, da Memória do Mundo, que tem como princípio preservar arquivos e documentos de grande valor histórico. Ele conta ainda que, no novo site que será lançado em março, a Novacap colocará algumas fotos para que os leitores identifiquem os locais da época. Outro destaque serão as exposições Elas estarão associadas a alguma data importante de comemoração. Será uma oportunidade para recontar, a partir da data escolhida, mais um capítulo da história.

• OCatetinhorecebeuessenomeemalusãoaoPaláciodoCatete, antiga sede do governo federal, no Rio de Janeiro.• Construído commadeira feita de aroeira e cedro e semostentação, foi projetado para que o Presidente não ficasse distante dos trabalhadores, que viviam em barracos e tendas.• Foiconstruídonoperíodode17a27deoutubrode1956.A inauguração oficial foi realizada no dia 10 de novembro do mesmo ano.• AsroupasusadasnainauguraçãodeBrasíliaporJKesuaesposa Sara, são mantidas originalmente no museu. • JK fezaproximadamente300viagensdoRiodeJaneiroaté Brasília durante a construção.

CURIOSIDADES SOBRE O CATETINHO:

Catetinho ServiçoCatetinho rodovia km 0 – Br 040, s/n°, Trevo do Gamawww.aconstrucaodocatetinho.com.br

Arquivo Público do distrito FederalSAP – Lt. B, Bl. 41, Novacap(61) 3361.7739www.arpdf.df.gov.br

Secretaria de Cultura do distrito Federalendereço: SCTN, via N2, Anexo do Teatro Nacional(61) 3325.6218 | 3325.6220

Page 36: PB 109

36 PLANO BRASÍLIA

Mercado de TrabalhoPor: Lígia Moura | Fotos Victor hugo Bonfim

Todas as áreas profissionais possuem uma lei ou uma associação que as regulamente por lei federal. As conquistas são feitas por aqueles que desejam me-

lhorar o exercício da profissão adequando-as à realidade social. Não seria diferente com os profissionais da área de beleza. Essa profissão que cresce a cada dia, e que, mui-tas vezes, é passada de geração em geração, finalmente conseguiu obter sua vitória recentemente. No dia 18 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.592/12, que regulamenta as atividades de cabeleireiro. Profissionais que trabalham como barbeiro, depilador, esteticista, pedicure, manicure e maquiador também estão assistidos pela nova lei. Para completar, o dia 19 de janeiro foi instituído como o dia nacional do cabeleireiro.

A lei foi publicada no Diário Oficial da União, um dia após a sua sansão presidencial e teve dois artigos vetados. De acordo com o documento, poderá exercer atividades na área quem tiver o ensino fundamental completo, habilita-ção específica, de entidade pública ou privada (devidamen-

te reconhecido) ou comprovação na área há pelo menos um ano. Também serão aceitos certificados ou diplomas estrangeiros, equivalentes aos exigidos no país. Os profis-sionais devem obedecer às normas sanitárias e devem usar materiais e utensílios esterilizados, estando em dia com as normas de higiene. As mudanças valem de acordo com a data de publicação desta Lei. Em dezembro de 2011, a proposta de regulamentação (PLC 112/07), de autoria do ex-deputado Marcelo Teixeira, havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e pelo Plenário.

A presidente Dilma Rousseff deixou uma mensagem com relação ao veto. Ela disse que, de acordo com a Cons-tituição, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo apenas impor restrições na hipótese de a atividade ser passível de causar algum dano à sociedade. Dilma ressaltou que a decisão de vetar, foi executada com base em consultas aos ministérios do Trabalho e Emprego, da Justiça, da Saúde, à Secretaria-Geral da Presidência da República e à Advocacia-Geral da União.

reconhecidos e regulamentadosPresidenta Dilma sancionou Lei que assegura renda de muitas famílias

Profissionais da beleza

Page 37: PB 109

PLANO BRASÍLIA 37

Para o diretor do Guia Salão Brasil, Ricardo Murolo, a regulamentação sig-nifica a evolução. Em entrevista para a revista, ele afirma que o reconhecimen-to e a regulamentação da profissão há muito tempo são desejados. “A expres-siva expectativa do mercado nacional certamente contribuirá não apenas para a especialização destes profissionais mas, também, para o crescimento da indústria e do comércio. Dentre as exi-gências, destaco a obrigação relacionada às normas sanitárias em que se passa-se a exigir a obrigatoriedade referente a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clien-tes”, ressalta. Ele finaliza dizendo que acredita que essa conquista pode levar o Brasil a um novo posicionamento no ranking mundial da beleza.

A cabeleireira Ana Lúcia, 40 anos, começou o seu negócio há 16 anos. Hoje com o seu próprio salão de beleza, ela comemora. “Eu tenho um salão e nele trabalham 12 pessoas. Agora estamos protegidos por lei. Eu estou muito entusiasmada com isso, pois trabalho dentro da fiscalização para oferecer o melhor para os meus clientes e funcionários”, conta. João Vitor, 37 anos, trabalha para Ana Lúcia há mais de 12 anos e também está feliz com a conquista. “Eu mesmo fiz vários cursos de aperfeiçoamento e, particularmente, acho importante todos estarem de acordo com as novas regras”, destaca.

O empresário Hélio Nakanishi tem uma vasta experiência na área de beleza. Ele possui 33 anos de prática, seis equipes na cidade, em uma me-tragem de seis mil metros quadrados com mais de 500 funcionários. Quan-do veio para Brasília, nos anos 80, ele sentiu falta da mão de obra. “Em cada momento que eu queria contratar um colega para trabalhar, tinha que ensiná-lo, porque não havia mão de obra especializada”, relembra.

Hélio é o primeiro interessado em ter profissionais treinados para atender seu público. Pensando nisso, ele abriu uma escola técnica com certificação. “Nosso foco é educar, formar e capacitar”, afir-

ma. Com esse reconhecimento, ele diz: “Agora que nós vamos organizar para que haja realmente uma maturidade na parte educacional, assim como existe na Europa, Ásia e nos Estados Unidos, que são reconhecidos na formação escola de cabeleireiros”. Ele revela que já pensava na regularização há anos, e hoje isso tornou-se realidade, independente dos desafios que existiam. “Isso ajuda na or-ganização da categoria. A pessoa torna-se um cidadão dentro da sua profissão”, conclui. Além de ele querer estar em dia com as obrigatoriedades de seu ofício, ele também defende as causas sociais. Pela Unesco e pela Loreal, ele possui o título de embaixador de Cabeleireiros do Mundo Contra a Aids.

Fica a dica para os profissionais da área de beleza: Seja qual for área de atuação, o trabalho pode ser executado, desde que se observem a norma vigente e os cuidados necessários para execução da tarefa.

ServiçoCentro Técnico Heliodiff SCS Qd 02 bl. C nº 180 sl. 101 Cedro ii (61) 3223.4400

Sindicato dos Salões e instituto de Beleza, Barbeiros, Cabeleireiros e Profissionais Autônomos na Área de beleza do dF. SCLN 309 Bloco “B”, sl. 201, edifício Boulevard(61) 3349.4396 | 3039.1443www.guiasalaobrasil.com

Helio Nakanishi: “Nosso foco é educar, formar e capacitar”

Page 38: PB 109

38 PLANO BRASÍLIA

TecnologiaPor: Lígia Moura | Fotos: Divulgação

Interação diretaa 360º graus

Quem já não assistiu a algum filme de ficção cien-tífica, em que aparecem imagens holográficas? Logo vem à mente os hologramas que podemos

ver em qualquer um dos filmes da saga Star Wars. Isso parece coisa do futuro, mas talvez não esteja tão distante. A empresa Microsoft está divulgando a sua mais recente tecnologia nessa área.

A Microsoft Research é uma divisão da empresa, que foi criada em 1991, e que desde então vem buscando experimentar novos sistemas de informação, com especialistas altamente reconhecidos em ciência da computação, física e matemática. Entre seus pesquisa-dores estão vencedores de prêmios como: Turing Award winners, Prize winner Leslie Lamport e Turing Award winner. Bem, diante de mentes tão brilhantes, podemos pensar em ideias ousadas.

Sendo assim, a Microsoft está trabalhando em um projeto chamado Vermeer, que se encontra em fase de desenvolvimento e experimentação. O projeto permite criar imagens que podem ser conduzidas de forma direta, com o movimento das mãos. Essa tecnologia produz uma ilusão ótica tridimensional que flutua no ar e que pode ser vista de qualquer ângulo em torno do dispositivo. O mais interessante é que não precisa usar uma tela especial ou óculos 3D. O efeito visual é combinado com a tecnologia kinect (sistema de detecção de movimentos da Microsoft), que permite um efeito tátil nas imagens projetadas.

Como funciona? Bem, este dispositivo combina ilu-são ótica, o mirascope, com uma tela de luz para obter o efeito de um movimento em 3D no ar, com 15 frames por segundo e 192 exibições emulando uma vez. Sendo assim, lançou quase 3.000 fps a 15 fps, conseguindo uma imagem para cada ponto de vista. A imagem 3D pode ser jogada usando uma câmera de profundidade, assim como funciona no kinect, que é capaz de capturar o movimento da mão e movê-lo para a imagem dando a im-pressão que podemos tocar no holograma. A versão mais atual do Vermeer usa câmeras de profundidade dentro do mirascope para detectar o movimento dos dedos.

Os pesquisadores da Microsoft parecem estar no caminho certo. Nesse ritmo, os técnicos e investigadores vão, certamente, melhorar a qualidade e complexidade relacionadas às projeções e movimentos dos hologramas. Novos estudos e testes estão sendo realizados. Enquanto isso, nós vamos ficar de olho e acompanhar os resultados dessa tecnologia.

38 PLANO BRASÍLIA

A Microsoft apresenta a sua mais nova tecnologia: vermmer. Ainda em desenvolvimento, permite criar hologramas que podem ser manipulados com o movimento das mãos.

Page 39: PB 109

360º graus

Page 40: PB 109

40 PLANO BRASÍLIA

Planos e Negócios

CASAR DECOR 2012

MARIA DE FÁTIMA CAFÉ DESIGNER

Serviço Casar decor 2012dias 14, 15 e 16 de agosto no Brasília Palace Hotel.Horário entre às 17h às 23h [email protected]@casardecor.com.brwww.casardecor.com.br

Serviço Maria de Fátima Café designer segunda-feira a sábado, das 10h às 19h.SHCGN 706 - bl. C, lj. 30(61) 3368.9321 | 3034.6777

Se você está ávido por começar a vida de casal. é apaixonado por novida-des, tecnologia e estilos diversificados, a mostra de Decoração e Estilo Casa Decor 2012 é o seu lugar.

Organizada pelo site Vestida de Renda, a maior audiência no centro-oeste, Brasília Palace hotel, grand Buffet e Elise giacomoni Assessoria a mostra terá quatorze amplos espaços decorados por grandes profissionais de Brasília. Cada um com seu estilo, para encantar os convidados e realizar

negócios. Em homenagem à capital, os espaços trazem também uma leitura moderna de decoração. A ambientação será completa, inclusive com cake designer e doces.

Desfiles, galeria de fotos, degustações de hora em hora, festival de música compõem este evento que mais parece uma festa.

Estações diversificadas sediarão patrocinadores e apresentarão produtos relacionados ao tema casamento. Empresas de turismo oferecerão roteiros inusitados, imobiliárias e corretoras levarão lan-çamentos imperdíveis, entre outras. Tudo para conquistar o público no momento que ele está voltado para a realização de um sonho.

há vinte e cinco anos no mercado de doces, a *cake designer* maria de Fátima é famosa por criar bolos personalizados, artísti-cos e artesanais.

Preparados para todas as ocasiões, maria de Fátima os cria de acordo com o desejo de quem encomenda, “a ideia é combinar com o estilo de cada pessoa”, revela, e agora é possível conhecer suas novas criações em um café.

Trata-se do *maria de Fátima Café Designer*, com delícias feitas todos os dias por maria de Fátima. Com uma cartela variada de sabores, o carro chefe da casa são as tortas produzidas pela *designer,* uma verdadeira tentação gastronômica de chocolate, morango, doce de leite, coco, bicho de pé e várias outras varie-dades. Tem ainda o menu chocolate quente, com cafés e drinques de café e chocolate, e duas especialidades da casa: os biscoitos amanteigados e as casquinhas de laranja, produzidos na própria loja e perfeitos para acompanharem um cappuccino ou um expresso.

Page 41: PB 109

PLANO BRASÍLIA 41

Serviço rio Quente resorts(11) 3512.4830 | (64) 3512.8080www.rioquenteresorts.com.br Mobile: www.rioquente.com.br

Poder desfrutar de um destination resort nas 24 horas do dia é um dos diferenciais do sucesso do Rio Quente Resorts, que está ao lado do hot Park – o melhor parque aquático do Brasil com a atração Praia do Cerrado. Permanecer nas piscinas naturais com águas a 37,5°C,duranteodiatodoouàsnoitesemmeioaárvores,eolharpara um céu coberto de estrelas é realmente um presente em pleno Centro-Oeste brasileiro.

Neste lugar fantástico, com clima de sol o ano todo, está inserido o melhor destination resort para a descoberta da natureza exuberan-te do Brasil. Serviços de excelência, acolhedores e lazer sem hora para acabar encantam toda a família. Os hóspedes podem curtir as piscinas de águas quentes correntes naturais do Parque das Fontes, academia, spa, quadras de futebol, restaurantes, bares e uma extensa programação de shows noturnos, eventos e festivais temáticos. O complexo exibe uma oferta hoteleira com mais de 1 mil apartamentos e disponibiliza para todo hóspede ingressos cor-tesia para o hot Park, o maior parque aquático do Brasil, durante sua estada. Este cenário privilegiado fascina visitantes de todo o País e faz do resort o líder disparado em ocupação hoteleira – média de 82% em 2010, com índices de 97% de recomendação e 58% de lealdade. Do EstadodeSãoPaulovêm63,8%dototaldehóspedes,seguidoporDistritoFederal(13,5%),MinasGerais(9,8%),Goiás(4,2%)eRiodeJaneiro(4,2%).Agrandemaioria,65%,éformadaporfamíliascomfilhos, que encontram no complexo um espaço único.

RIO QUENTE RESORTS

MEGGA MóVEIS

Serviço Megga Móveis PlanejadosSiA trecho 2/3, lt. 765/775(61) 3038.2000

ePCT 03, lote 11, lojas 07/08(61) 3562.6268www.meggamoveis.com.br

Sinônimo de conforto e qualidade, a megga móveis está no mercado de planejados há 11 anos e trabalha com produtos so-fisticados e alinhados com o desejo do cliente. Sempre em busca de melhorar os serviços prestados, a megga realiza capacitação para seus funcionários e recentemente lançou a campanha “Só comece a pagar depois da entrega”. Ou seja, o cliente assina o contrato de compra, recebe seu pedido em até 45 dias úteis e ainda terá até 70 dias corridos para pagar a primeira parcela da compra. A ação estará disponível nas duas lojas da marca por tempo indeterminado.

Para 2012, a megga planeja investir na criação da própria fábrica de móveis e na formação de mão de obra qualificada. Segundo o empresário Paulo Franco, proprietário da marca, para montar a nova estrutura, a megga está investindo em maquinário e tecno-logia estrangeira.

Page 42: PB 109

42 PLANO BRASÍLIA

Chevrolet S10. Movida por desafios

A nova

Desenvolvimento da nova picape global foi liderado pelo Centro de Desenvolvimento da GM do

Brasil, em São Caetano do Sul.Novíssimo motor Chevrolet 2.8

CTDI oferece o maior torque do seg-mento Motor 2.4 FlexPower e recebeu importantes melhorias, para continuar ainda mais líder.

Picape tem a maior capacidade de carga do segmento, com até 1,3 ton.

Novas transmissões de 5 mar-chas manual e uma inédita e exclu-siva de 6 automática.

Nova caixa de transferência 4x4 com shift on the fly.

Referência em equipamentos, acabamento e em três versões: LS,

LT e LTZ Garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.

Passaram-se longos 16 anos de estradas esburacadas, de rodovias recém asfaltadas, de estradas de chão batido, como se diz no interior. E em qualquer que fosse a estrada, lá estava uma Chevrolet S10.

Hoje, quase metade da frota cir-culante de picapes médias no Brasil ostenta o logotipo da Chevrolet. Quantas histórias não foram escritas?

Quanto sucesso a S10 já pre-senciou? Seja no árduo trabalho na agricultura, que hoje é um dos mais importantes negócios do Brasil,seja nos grandes centros urbanos, car-regando famílias inteiras.

E, por falar em história de sucesso, a Chevrolet começa a escrever mais um ca-pítulo da sua, com a chegada da novíssima Chevrolet S10. E projetada e engenheira-da pelo Centro de Desenvolvimento da GM do Brasil, vem confirmar a tradição da marca, para ser uma nova referência no segmento de picapes médias.

Desenvolvida no Brasil. Fabricada no mundo. A nova S10 é fruto de um desenvolvimento global da Chevrolet com extensa participação das áreas de design, engenharia e powertrain da Ge-neral Motors do Brasil. Além da fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, a nova S10 já é produzida na Tailândia e em breve terá outras unidades da GM no mundo fabricando a picape.

Da Redação | Fotos: DivulgaçãoAutomóvel

Page 43: PB 109

PLANO BRASÍLIA 43

Baseada na arquitetura global da GM de picapes body--on-frame (carroceria e chassi), a nova S10 foi desenhada, desenvolvida e executada para entregar a melhor aparên-cia, performance, versatilidade e refinamento.

“O desenvolvimento da S10 foi muito além do mer-cado brasileiro. Criamos um veículo global, para rodar em qualquer canto do mundo”, afirma Grace Lieblein, presidente da General Motors do Brasil. “Na verdade, o Centro de Desenvolvimento da GM do Brasil, que fica em São Caetano do Sul, desenvolveu diversas opções da picape em três diferentes cabines: simples, estendida e dupla, com duas alturas e diferentes tipos de suspensão”, completa Grace.

A Chevrolet S10 será produzida na fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, para atender ao mercado brasileiro e de outros países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, e também na fábrica de Rayong, na Tailândia para suprir a demanda daquele país e países nos continentes asiáticos e australiano. Além destes, ou-tros países ainda estudam a produção e comercialização da nova Chevrolet S10 “Nosso mantra desde o início foi ‘reboca tudo, vai a qualquer lugar’”, afirma Brad Merkel, diretor executivo da linha de picapes médias. “Essa picape oferece excelente capacidade de reboque e carga atrelada à economia de combustível, qualidade e refinamento de construção, design sensacional e diversas opções de con-figuração. Foi desenvolvida para suprir as necessidades e desejos de compradores mais exigentes e também para as necessidades e anseios de frotistas. A nova S10 pode ser uma picape de trabalho ou um veículo familiar, com luxo e sofisticação”, completa Merkel.

SOFISTICAçãO, FORçA E TRADIçãO Em Um mESmO DESIgNEm relação ao estilo, a nova S10 é imponente. Seu

tamanho a faz ser facilmente confundida com uma picape de um segmento superior. Suas linhas têm o DNA marcante da Chevrolet, mas conseguem entregar toda a ousadia e a robustez que se espera de uma picape desta categoria.

“Queríamos desenvolver um veículo que impressio-nasse logo no primeiro olhar. E conseguimos”, explica Carlos Barba, diretor de design da GM América do Sul. “Nosso desafio foi conciliar ousadia e força. Para alguns, este veículo será usado para o trabalho e transporte de cargas. E o design precisa mostrar que o carro é capaz de fazê-lo. Outros consumidores vão olhar para suas linhas procurando elegância e um design diferenciado. A nova S10 certamente consegue despertar as duas interpre-tações”, completa Barba.

Com a frente alta, e a grade seccionada pela barra que ostenta o logo da Chevrolet, a nova S10 não deixa dúvida de que ela é uma picape, acima de tudo, capaz de superar diversos obstáculos. As linhas agressivas da dianteira acabam se tornando mais suaves na lateral,

mas a ideia de força e robustez continua forte na pica-pe pelas caixas de rodas altas.

O grande desafio do time de design da General Motors do Brasil foi desenhar um produto global em diferentes versões a fim de atender a demanda dos diversos merca-dos, formando assim toda a família S10. “São três picapes diferentes”, explica Carlos Barba. “Fazer com que o desenho da cabine funcione de maneira equilibrada e na-tural em três diferentes versões, cabine dupla, estendida e simples, não é uma tarefa nada fácil para os designers. Fe-lizmente conseguimos desenvolver um desenho de muita personalidade que se encaixa perfeitamente em qualquer dessas versões. Sua escultura é de uma beleza única que se traduz em força, robustez com toque de elegância”.

ServiçoJorlanSiA Trecho 03 Lt. 1130/1180(61) 2101.0101

Page 44: PB 109

44 PLANO BRASÍLIA

Vida ModernaPor: Lígia Moura | Ilustração: Raphaela Christina

Atualmente é muito fácil achar qualquer produto no comércio virtual. A comodidade de estar em casa, pesquisar em várias lojas e receber o produto

confortavelmente atrai muitos consumidores. Para quem gosta de comprar peças únicas, novas, semi-novas ou que acompanha a moda vintage, a melhor opção são os brechós virtuais. Este comércio é uma excelente saída, em especial para as mulheres, como forma de se desfazer de algo que já usou muito ou pelo simples fato de querer renovar o guarda roupa.

A ideia do brechó virtual é bem simples. O primeiro passo é tirar fotos do que se pretende vender, depois é só postar no site/ blog. O segundo passo é colocar infor-mações sobre o produto, tais como: o tamanho da peça, características e preço. A pessoa faz a reserva e, na conclu-são da compra, o cliente poderá escolher a opção de frete mais conveniente para receber o produto escolhido.

A história dos brechós começou no século XIX. No Brasil, a primeira loja de venda de roupas e objetos usa-dos teve início no Rio de Janeiro. Belchior foi o precursor

e garimpe peças únicas nos

brechós on-line

Economize tempo

Nas compras on-line, o cliente faz economia em dobro e sem esforço

Page 45: PB 109

PLANO BRASÍLIA 45

Serviçowww.brechoaliceusavaonline.blogspot.com/www.vintagebrecho.com.br/www.buscabrecho.com.br/www.brecho-coisa-fina.blogspot.com/2011/07vestidos-xadrez-partir-de-r-95.htmlwww.enjoei.com.br/quasenovo.wordpress.com/ www.bazardasenhorita.blogspot.com/www.adorobrecho.com.br/www.brechoonline.com.br/www.cafebrecho.com.br/

PARA REALIZAR BOAS COMPRAS

Para comprar na Internet, é necessário tomar alguns cuidados. Cícero Alves, 26 anos, analista de sistema, ensina algumas dicas para realizar a sua compra com total segurança.

Busque informações sobre o site pesquisando se há alguma reclamação e observe se a empresa disponibiliza endereço físico, telefone, e-mails etc.

Se a empresa possuir um CNPJ, certifique no site da Receita Federal se o CNPJ é igual ao endereço apresentado pela empresa. Para verificar, consulte o site: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/cnpjreva/Cnpjre-va_Solicitacao.asp;

Verifique se o site oferece opções de troca, garantia, devolução, reclamação, se há despesas adicionais com o frete etc.

Caso precise confirmar a sua compra, guarde todos os dados (e-mails, nome dosite,valorpago,númerodeprotocolodecompra,etc.);

mantenha seu computador protegido por antivírus e evite usar computadores públicos para efetuar suas compras;

Exija nota fiscal mesmo que o local da compra não seja uma empresa. Ess procedimento lhe dá garantia, caso precise trocar o produto ou este apresente algum defeito.

Se realizar compras com cartão de crédito, procure saber se o site é confiável e se possui sistema de segurança para garantia das transações;

Nunca empreste o seu cartão de crédito para outras pessoas e não deixe de assiná-lo.

dessa ideia. O nome do comerciante popularizou-se e ficou conhecido como Brechó. A partir daí, muitas pessoas começaram a vender aquilo que não tinha mais utilidade dentro de casa. O que antes era feito ao vivo, agora invade o espaço virtual e con-quista compradoras assíduas.

Esse é o caso da personal stylist Ana Carla Gomes, 36 anos. Para ela, o brechó permite que as pessoas possam usar a criatividade na hora de escolherem as peças que vão com-prar. Carla conta que a onda vintage encantou até mesmo as estrelas de Hollywood. Julia Roberts, por exem-plo, usou um vestido comprado em um brechó para a entrega do Oscar. Outras estrelas, como Angelina Jolie, Gisele Bundcchen e Nicole Kidman, entre outras famosas, declaram em suas entrevistam que adoram se vestir com roupas compradas em brechós. Sendo assim, Carla dá uma dica pessoal importante: “Quando encontrar algo de que goste, compre na mesma hora, porque as peças são únicas e não existem opções de tamanho”, explica.

Carla acrescenta que, para se fazer boas compras, é preciso ter paciência, tempo e disposição. O destaque dos brechós se resume em uma palavra, exclusividade. No brechó, você poder ter uma peça só sua e fazer economia. Ela dá algumas dicas: pesquise até achar a peça perfeita. Adicione peças inte-ressantes ao seu look. No brechó, você poderá comprar, cintos, sapatos, lenços, bolsas entre várias outras combinações. Mantenha contato com os brechós e os mantenha informado sobre você. Faça amizade com o vendedor. Essa é uma maneira de obter informações sobre as novas peças que chegarem à loja e você estará atualizado. Não pense duas vezes! Se achar algo que gostou, compre. As chances de vê-lo novamente são raras.

A estudante de moda Gisele Alves, 22 anos, revela que adora tudo relacionado ao mundo da moda, principalmente os brechós. Ela afirma que: “Virtualmente en-contro brechós que possuem verda-deiros tesouros. Com a comodidade da compra virtual, encontro roupas de grifes famosas, em perfeito esta-do de conservação”, comemora.

Page 46: PB 109

46 PLANO BRASÍLIA

Popular nos botequins, produz campeões mundiais milionários

é esporte sérioSinuca

Sinuca é esporte sim senhor. Engana-se quem associa essa atividade a ambientes barlescos

e de aposta. Em Brasília, por exem-plo, a Federação de Sinuca do Distrito Federal (FSDF) promove o esporte de forma salutar e desportiva.

A Federação do Distrito Federal costuma jogar em diversos clubes filiados da cidade e promove anual-mente torneios individuais de sinuca: nas categorias máster e sênior, atletas com mais de 50 anos de idade; e nos

torneios interclubes – individual e por equipes. O ápice é o Campe-onato Brasileiro de Sinuca, evento realizado no mês de novembro.

A FSDF promove de dois a três torneios anuais, que são realizados na regra internacional, a chamada sinuca inglesa, com 15 bolas vermelhas sem numeração. A quantidade de eventos oficiais é satisfatório para os atletas do taco, mas existe hoje um “terrível” defeito, conforme aponta Fernando José Ferreira da Silva (70), diretor

Técnico da FSDF: falta é quórum feminino necessário para a realização de competição para as mulheres.

O Brasil hoje começa a partici-par de campeonatos nacionais. São praticantes da sinuca que, além de praticar como hobbie, gostam de participar das competições inter-nas de clubes, bem como competi-ção desportiva.

Na palavras de Fernando, sinuca é na realidade é uma atividade de lazer prazerosa que reúne os amigos e

EsportePor: Pedro Wolff | Fotos: Fábio Pinheiro

Page 47: PB 109

PLANO BRASÍLIA 47

disputam torneios. “A popularíssima ‘sinuquinha’ é o nascedouro de grandes campeões da sinuca. Inicialmente jogo exclusivo da elite, a intensificação do uso em locais humildes, onde eventual-mente jogadores experientes tentavam arrecadar alguns trocados dos incautos iniciantes, às vezes envolvendo bebidas alcoólicas, trouxe a antiga e falsa ima-gem de ‘jogo de malandro’”, comenta.

Para ser um bom jogador, Fer-nando dá as dicas. É necessário que se tenha boa visão, ou seja, é preciso ver a jogada como se apresenta em relação às bolas da caçapa. Outro aspecto muito importante é ter um bom domínio da mão direita. “A força necessária em geral é o peso do taco. Geralmente são 520 gramas, e esse peso é o suficiente para impulsionar a bola branca”, ensina. Mas Fernando considera como mais importante o domínio da bola branca, ou seja, encaçapar e posicioná-la em condição de dar prosseguimento à jogada.

hISTóRIA DA SINUCAA sinuca e o bilhar foram

reconhecidos como modalidades

desportivas no Brasil pela Resolução nº 07/88 do Conselho Nacional de Desportos, aprovada em sessão rea-lizada em 29 de fevereiro de 1988 sob a presidência do Dr. Manoel José Gomes Tubino. Mas a história remonta o Século 19. Os jogos em mesas com bolas e tacos eram prati-cados em diferentes versões. A mo-dalidade do snooker surgiu em 1875, durante período de intensas chuvas na cidade de Jubbulpore, Índia. Oficiais Ingleses do Regimento Devonshire passavam muitas horas em volta de uma mesa de bilhar. Diversão era a ordem do dia para entreter e manter elevada a moral dos militares.

Buscando novas motivações e usando modalidades já conhecidas, o oficial inglês Sir Neville Francis Fitzgerald Chamberlain iniciou experiências com variações no uso das 15 bolas vermelhas e uma bran-ca do jogo pyramids, mesclando-as com as bolas coloridas do life pool, e outras depois acrescentadas, agra-dando os praticantes. Assim nasceu o novo jogo, batizado de snooker.

A divulgação da nova regra em outros continentes foi pos-sibilitada por John Roberts, então gran-de jogador de bilhar, que em 1885 viajou à Índia e foi apresen-tado a Chamberlain, conhecendo e ado-tando o novo jogo.

Em 1907, o in-glês Charles Dawson venceu o primeiro campeonato profis-sional de snooker. Vinte anos depois, o inglês Joe Davis venceu no próprio país o primeiro cam-peonato mundial de snooker, tendo como recompensa o valor de £ 6,10, iniciando

a era dos grandes prêmios nesse esporte. O mesmo Joe Davis fatu-rou os primeiros 15 campeonatos mundiais do snooker. Em 1986, Joe Johnson atingiu £ 70 mil de prê-mios em um único evento. Hoje os prêmios em campeonatos mundiais chegam a £ 3 milhões.

O snooker evoluiu, praticado pela elite em alguns países e se popularizando em outros. Engana-se quem acredita que a popular sinuca brasileira é “coisa de plebeu”. Na Inglaterra, onde o snooker empolga a população e di-vide a preferência com o futebol, duas recentes publicações espe-cializadas em esportes divulgaram que a “dama de ferro” Margareth Tatcher e o Príncipe Charles são praticantes do snooker, que origi-nou a nossa sinuca.

ServiçoFederação de Sinuca do distrito Federal (FSdF) (61) 9975.0836 (Fernando Ferreira)9649.8712 (daniel Carvalho, presidente)

A federação se encontra em diversos clubes da cidade

Page 48: PB 109

48 PLANO BRASÍLIA

AutomobilismoPor: Pedro Wolff | Fotos: Fábio Pinheiro

Vitor Meira de volta àcapital

Após dez anos no exterior, piloto brasiliense tem novo desafio. Sai da formula Indy e estréia na Stock Car brasileira

Page 49: PB 109

PLANO BRASÍLIA 49

O bom filho à casa retorna. Após dez anos morando no exterior e correndo pela Fórmula Indy, o brasi-liense Vitor Meira, 34 anos, vai estrear na Stock Car

brasileira. Ele começa a temporada 2012, com início da disputa no dia 25 de março em São Paulo, no circuito de Interlagos. O piloto repatriado diz que o principal motivo de ter voltado ao Brasil é o bom momento que o país vive, oposto com a realidade estadunidense e europeia. “Os mercados estão encolhendo nos Estados Unidos e na Europa, ao contrário do Brasil que continua em um momento bom. É visível o aumento nos investimentos”, diz Vitor Meira.

Enquanto espera o início da temporada, Vitor Meira treina com kart. O motivo? A confederação permite apenas dois treinos oficiais por conta do alto custo. “É uma questão de paridade dentro da Stock Car, pois nem todos os pilotos têm como bancar os próprios treinos”, explica. Para ele é uma alegria de voltar à cidade natal. Brasília foi a cidade onde ele construiu sua carreira pelo Kart aos 11 anos. Após vários títulos nacionais e internacionais, ele partiu para o exterior. “Tudo tem o seu começo, meio e fim. Sou muito grato a tudo que a Fórmula Indy me proporcionou e agora existe novo começo. Saí com 18 anos e sempre quis fazer projetos no Brasil”.

Na Fórmula Indy, Meira disputava pela escude-ria Foyt Racing e agora corre pela Officer ProGP, companheiro Duda Pamplona do Rio de Janeiro. O carro que irá correr na Stock Car será um Chevrolet de 480 cavalos de potência, pneus slick goodwin que alcança a 300 Km/h e pode atingir até três gravidades em uma curva.

Falando da Fórmula Indy, nosso campeão só reserva agradecimentos. “Foi uma experiência fan-tástica que adquiri nesses últimos dez anos. Agora é um recomeço, pois enxerguei que era a hora certa de voltar ao Brasil e andar de Stock Car, a melhor categoria do país, ainda mais em uma equipe de ponta como a Officer ProGP. Tive algumas propos-tas para continuar correndo nos Estados Unidos, mas acredito muito que a decisão correta nesse momento seria vir para a Stock Car, uma das me-lhores categorias de turismo do mundo. Fui super bem recebido pelo Duda e toda equipe, e não vejo a hora de acelerar o meu carro. O meu objetivo é iniciar uma rápida adaptação a Stock para que possa ser o início de um longo período”, comentou o brasiliense, que além da AJ Foyt, pilotou para a equipe Menard, Rahal-Letterman e Panther.

Seu companheiro de escuderia, Duda Pamplona comenta o ingresso de Meira na sua equipe. “A Offi-cer ProGP está entusiasmada em receber um piloto com o ‘Know-how’ do Vitor, que vai contribuir muito

para todos nós. É uma grande força para a equipe ter um piloto desse calibre. Já nos entrosamos bem logo de cara, então, será um grande reforço para a temporada 2012”, comentou Duda Pamplona.

A escolha pela Stock Car é, de certa forma, uma continuidade de uma capítulo importante na trajetória de Meira no automobilismo. Antes de se transferir para a Fórmula Indy em 2002, Meira chegou perto de acertar para correr na Stock pela equipe de Amir Nasr. Então, ele considera que a escolha pela categoria seria o caminho natural após deixar o certame norte-americano. “Quase corri na Stock antes, mas pintou a chance de ir para Indy e tive esses anos fantásticos lá. Agora, é a hora de conhecer a fundo e me dedicar 100% para a Stock Car”, destacou.

Vitor Meira aproveita a boa fase do automobilismo brasileiro

Page 50: PB 109

50 PLANO BRASÍLIA

PersonagemPor: Caroline Aguiar | Fotos: Fábio Pinheiro

Religiosidade e amor pela exuberante natureza do Brasil sem jamais se esquecer de suas origens. É difícil tentar resumir em uma frase o trabalho do artesão

Gil Marcelino, 66 anos. Caso você tenha andado pelo Park Way, certamente já se deparou com o trabalho desse mestre do artesanato. Esse trabalho lhe rendeu a felicidade de ser reconhecido como patrimônio cultural do Distrito Federal. Esse agradecimento da sociedade brasiliense ao artista ocorreu recentemente, no dia 14 de março de 2012, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.

Talvez você não conheça a obra do artista Gil Marceli-no, mas ele já teve suas obras expostas em vários locais da cidade, do Brasil e do mundo. Nascido na Espanha e no Brasil desde os 11 anos, Gil se considera mais brasileiro do que qualquer outra coisa. Gil é muito grato à receptividade do país e nunca parou de fascinar com sua pluralidade em todos os aspectos. Seja na cultura, seja na miscigenação seja na natureza exuberante.

Gil Marcelino conta que sua veia artística começou na infância, enquanto pastorava rebanho de ovelhas e cabras

nas montanhas da Galícia. Nessa época brincava de mode-lar a natureza e criar animaizinhos. Sua história de vida dá uma grande mudança na pós-Segunda Guerra Mundial, em que muitas famílias migraram para o Brasil em busca de melhores condições. Ele, então com onze anos, guarda com emoção a primeira imagem do Brasil a bordo de um navio: o Cristo Redentor de braços abertos. “Na época não havia iluminação, e a impressão que o cristo nos dava era de estar flutuando no ar nos dando a sensação de bem-vindos”, lembra, ele que é católico.

Desde então, um mundo diferente conheceu em terras brasileiras como descreve com um questionamento: “onde existe tal mistura multicolorida, alegre, sorridente e musi-cal”. E, no estado do Rio de Janeiro, começou a trabalhar cedo e teve seu primeiro contato com a receptividade local. “Morávamos em um local periférico e éramos os únicos brancos da região, e fomos sempre muito bem tratados”. Formou-se em ciências contábeis, trabalhou até se de-sencantar com a iniciativa privada, estudou e passou no concurso da Receita Federal.

Vida e obra de MarcelinoArtesão hispano-brasileiro fala de sua religiosidade e paixão pelo Brasil

Page 51: PB 109

PLANO BRASÍLIA 51

Já na carreira pública, foi transferido para todas as regiões do país até chegar a Brasília. “Nessas transferências eu tive a oportunidade de conhecer a arte popular e me encantar com as riquezas regionais do país”. Gil Marcelino disse que ficou fascinado com o artesanato intuitivo, foi aprendendo e conhecendo pessoas de todo país, bem como todos os ritmos musicais e diferentes manifestações artísticas.

O fruto desse trabalho o fez montar seu ateliê há 20 anos que conta atualmente com 19 pessoas. E faz qualquer tipo de trabalho com concreto, madeira, cerâmica, fibra, pedra e etc. Entre incontáveis obras, Gil Marcelino destaca três grandes projetos de sua vida, que define como suas três essências: o catolicismo, seu sangue espanhol e retribuição ao Brasil.

O primeiro grande projeto foi a vida de Cristo em 28 momentos. Esse trabalho demorou três anos e oito meses com três artesões. Todo um trabalho feito em madeira de cedro e feito com broca de dentista e lupa de ourives. O segundo foi o romance de Dom Quixote que envolveu 200 peças, 17 anos e oito pessoas. O terceiro projeto foi a Quadra da Arte, mais precisamente a quadra 28 do Park Way. Sua primeira felicidade nessa obra foi a administração do Park Way ter a intitulado como “Quadra da Arte”, com 36 peças da fauna brasileira espalhadas pela Quadra 28 do Park Way. “Minha maior felicidade é ver famílias trazendo seus netos para passear ou uma vizinha me dizer que não vai mais vender sua casa por conta das artes”, diz, feliz.

Agora seu próximo projeto é um livro realizado durante suas peregrinações pelo caminho de Santiago de Compostela. Este livro de 31 crônicas é fruto das três vezes que percorreu o Caminho de Santiago de Compostela. O título é um trocadilho proposital pela forma com que as três palavras estão dispostas, uma em cima da outra: “Um Peregrino Só”.

Gil Marcelino comenta que este projeto artístico, agora literário, não deixa de ser uma volta à religiosidade em sua vida. “É uma chance de introspectar. Andar sozinho lhe faz pensar e assim sentir poder para valorizar-se como pessoa e adquirir um amadurecimento profissional. Eu simplesmen-te o faço para agradecer a Deus”. Reforçando dentro de sua religiosidade católica, “a gente não evolui apenas com risos e gargalhadas, mas sim com sofrimento”. Dessa forma, descreve o artesão em 30 dias de mochila, cajado e pé e ante pé não tem como não pensar na vida.

BRASílIAE nada como viver em Brasília. Aqui, Gil Marcelino

passa a admirar como artista plástico os vários tons de verde de sua natureza. Ele comenta do clima maravilhoso de Bra-sília. Ele admira, entre várias coisas, como são “gritantes” os vários tons de verde da natureza que a cidade tem. E do nascer e do pôr do sol e da lua, que em suas palavras são de beleza única. E outro fato muito confortante para ele foi o fato de que, pelo menos em sua geração, diferentes pessoas vieram sem conhecer um ao outro. Meio que fez com que todo mundo se conhecesse e ganhasse afetividade.

Page 52: PB 109

52 PLANO BRASÍLIA

SaúdePor: Caroline Aguiar | Ilustrações: Eward Bonasser Jr. e Raphaela Christina

Boatos em redes sociais e correntes de e-mails vivem por levantar suspeitas e deixar pessoas em alerta. Entre as histórias que vem e vão, está a acusação de

que o uso de antitranspirantes pode causar câncer de mama. De acordo com especialistas, as pesquisas feitas até então não comprovaram relação entre o produto e a doença. No entanto, também não há estudos que provem o contrário.

A suspeita é levantada porque a maioria dos cânceres surge no quadrante superior da mama, área mais próxima da axila. Outro fator que contribui para a desconfiança é a presença de sais de alumínio, substância química existente no antitranspirante, em biópsias de tumores retirados de mulheres que usavam o produto.

No entanto, nada disso é suficiente para provar. Muitos médicos afirmam que a maior incidência de câncer próxi-mo à axila se explica pelo fato de ser onde há mais tecido mamário, portanto a possibilidade de desenvolvimento da doença é maior. E a presença dos sais de alumínio no tumor não quer dizer que eles sejam os causadores da doença.

Por causa dos boatos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um parecer técnico em que fala sobre o assunto. A agência afirma que, “após avaliar a litera-tura científica existente, não é possível fazer relação entre os sais de alumínio e a incidência de câncer de mama”.

Sendo assim, a Anvisa não proíbe ou desaconselha o uso de antitranspirantes. No entanto, o documento ressal-ta que a absorção de sais de alumínio “deve continuar na mira dos pesquisadores da área”.

O oncologista Murilo Buso também não acredita na correlação de fatores. “Não há nada que prove isso, eu não faço recomendações para que as mulheres deixem de usar o produto, acho que não tem nada a ver. Aliás, esses boatos ficam criando uma angústia social em torno de algo que não existe”, afirma.

FIQUE DE OlhOBuso lembra que os fatores de risco para o câncer de

mama são outros. Mulheres que têm casos de câncer na família precisam ficar atentas, principalmente aquelas em que as ocorrências foram na mama ou no útero. “De 10 a 15% dos cânceres têm o fator hereditariedade envolvido. As mulheres com mais de 50 anos também são as mais afetadas”, lista o oncologista.

O câncer de mama está relacionado com a grande quantidade de ciclos menstruais. Por isso, aquelas que não tiveram filhos ou menstruaram mais precocemente estão mais propensas. A reposição hormonal feita após a menopausa também influencia na incidência de câncer de

Antitranspirante e câncer

qual arelação?Informações circulam pela internet alertando que o uso de antitranspirante pode causar câncer de mama. A Plano Brasília foi atrás de esclarecer o boato

Page 53: PB 109

PLANO BRASÍLIA 53

Posicione-se em frente ao espelho e observe o tamanho, formato, superfície e contorno das mamas. levante os braços e olhe os mesmos aspectos.

Com os braços levantados, apalpe a mama esquerda com a mão direita e vice-versa. Faça movimentos suaves e circulares. Aperte o mamilo para procurar a presença de alguma secreção. Apalpe também as axilas.

Deite-se e repita o mesmo procedimento. Caso encontre algum caroço ou perceba endurecimento, procure o médico.

mama, por isso essa reposição deve ser muito bem pensada e discutida com um médico.

Mulheres que gostam de beber precisam ficar atentas. Mais de duas doses diárias de álcool passam a ser consideradas fator de risco. Já o cigarro não tem ligação com o câncer de mama, mas pode ser a causa de tumores em outros órgãos, como pulmão, laringe e fígado. Aumento de peso exagerado após a menopausa também é sinal de que algo pode estar errado e ser determinante na existência do câncer.

Outros comportamentos já aju-dam na prevenção. “Não há pesquisas que mostrem isso diretamente, mas sabemos que boa alimentação e exer-cício físico são bons para o organismo como um todo, inclusive para evitar doenças. Amamentar o máximo que puder também é uma boa medida preventiva”, relembra Buso.

O autoexame de mamas (veja quadro) não detecta tumores em fase inicial, mas ainda assim é uma ferra-menta na prevenção ao câncer. O exame é simples e deve ser feito mensalmente. Para mulheres que menstruam, o reco-mendado é que seja feito na semana seguinte à menstruação. Para aquelas

que estão na menopausa ou usam algum método contraceptivo que inibe a menstruação, o conselho é escolher um dia no mês e repetir o exame sem-pre na data determinada.

Se qualquer variação, como endu-recimento, erosão na pele, vermelhi-dão ou ardor, buracos, nódulo interno, assimetria, afundamento de mamilo ou veia crescente forem encontrados, a mulher deve procurar o médico ime-diatamente, visto que o diagnóstico precoce é uma das principais armas no combate a qualquer câncer. Sinto-mas, como protuberâncias no seio e secreção no mamilo também podem ser sintomas de câncer de mama.

Toda mulher deve fazer o autoexame a partir dos 20 anos de idade. Já a mamografia é recomendada anual-mente para aquelas com mais de 40 anos. Quem tem histórico da doença na família precisa ter cuidado redo-brado. Nesses casos, é aconselhada a ressonância de mama, e a mamogra-fia deve ser feita a partir dos 35 anos.

NAS PRATElEIRAS DO SUPERmERCADO

As seções de higiene dos mercados estão repletas dos mais diferentes produtos. Aí surge o dilema: antitrans-pirante ou desodorante? Não são ape-

nas os nomes que são diferentes, mas também a composição e os objetivos.

Como o nome diz, o antitranspiran-te é para evitar que a pessoa transpire ou para diminuir a quantidade de suor. Já o desodorante é para neutralizar o odor do suor. A maioria dos antitrans-pirantes também são desodorantes, mas o inverso não é possível.

A dermatologista Ranaia Tat-sukawa explica que a escolha por um dos produtos depende do perfil da pessoa. “Se é alguém que transpira muito, o antitranspirante é aconse-lhável. Mas, se é uma quantidade de suor normal, apenas o desodorante é suficiente”, aconselha.

Mas ela alerta que o antitranspi-rante deve ser aplicado apenas nas axilas e plantas dos pés. “Deixar de transpirar completamente não é bom, é como se o corpo tivesse uma febre. Por isso, o antitranspirante só deve ser aplicado em áreas estratégicas”, explica a dermatologista.

Além disso, ela recomenda que nenhum dos produtos seja usado após a depilação. “Quando se reti-ram os pelos, a pele já fica sensível, o uso tanto do antitranspirante como do desodorante pode facilitar a infla-mação dos pelos”, justifica Ranaia.

COMO FAZER O AUTOExAME DE MAMAS

Page 54: PB 109

54 PLANO BRASÍLIA

Por: Andréa MonteiroModa

Camisa Tricoline branca - Celina Paulista

vestido Tricoline preto - Celina Paulista

Gargantilha pérola - Zinc Complements

Vestida parao sucessoOs primeiros minutos de uma entrevista de

emprego serão baseado em como você é e o que voce está usando. Por isso, a importância

do look certo.Você vai querer que a primeira impressão seja,

não somente a certa, mas a melhor.

Page 55: PB 109

PLANO BRASÍLIA 55

Sapatilha couro com laço - Kirsche

Bolsa couro media - Kirsche

Pump preta em cetim fosco - Studio 35

Saia preta - Nágela Maria

ServiçoKirscheSCLS 308(61) 3244.3967www.kirsche.com.br

Celina PaulistaSCLS 315(61) 3346.1160www.celinapaulista.com.br

Zinc ComplementsSCLS 314(61) 3341.1439

Nágela MariaSCLS 314(61) 3346.5352

Studio 35SCLS 314(61) 3445.1135

Terno preto - Nágela Maria

Page 56: PB 109

56 PLANO BRASÍLIA

Choronacasa

deBritoUma turma da pesada de músicos

se reunia no apartamento de Odette Ernest Dias, 311 Sul,

para tocar chorinho em meados da dé-cada de 1970. Pessoas, como Avena de Castro, Pernambuco do Pandeiro, Nilo Costa, entre outros, além de produzirem músicas de altíssima qualidade, ainda conspiravam para a formação do Clube do Choro. Ideia que foi concretizada e se transformou em uma das manifestações culturais mais significativas e fortes produzidas em Brasília.

O que poucos sabem é que as reuni-ões na casa de Odette Ernest não foram a origem da ebulição do chorinho na cidade. Elas eram realizadas bem antes, na década de 1960, no apartamento de Raimundo de Brito. As histórias desta época serão reveladas pela musicista Beth Ernest Dias, filha de Odette, num projeto que prevê a produção de um filme, um documentário e de um disco com o repertório produzido na época. “O documentário será extraído do livro, ou o inverso. Tem algumas pessoas envolvidas que estão investindo o seu tempo e energias intelectual e emocional. Temos também algumas coisas documentadas em vídeo. Come-çou do fim, mas o projeto ainda está no começo”, disse Beth.

Conta a história, de acordo com a investigação à musicista, que o chorinho era uma manifestação cultural produ-zida por funcionários públicos. “Até há

pouco tempo não havia profissionalismo em música para quem executava o choro. Essa dobradinha é histórica”, explicou Beth. É uma curiosa dobradinha que existe desde o início do século passado. Tocado inicialmente em rodas organi-zadas nos quintais, varandas e salas de visitas, a urbanização levou o chorinho aos apartamentos. A tradição continuou em Brasília, mais notoriamente na 105 Sul, lar de Raimundo de Brito – e que tocava cavaquinho.

“Quando o Raimundo morreu, o pessoal ficou sem onde tocar. É aí que entra a minha mãe. Pessoas se acerca-ram dela perguntando sobre algum lugar. Então ela ofereceu a casa dela. É a mesma história. A diferença é que a da década de 1970 é mais investigada. O que procuro descobrir é anterior a isso.”

PERSONAgENSO gatilho Para que Beth começasse

a pesquisa aconteceu quando o filho de Giovanni Pache a procurou. Queria uma oportunidade para contar a história do pai, e que o próprio pudesse ter voz. Giovani Pasche era bombeiro, tocava violão 7 cordas e frequentava a casa de Raimundo de Brito. “Ele saiu de Brasília em 1969 e nunca mais se teve notícias dele até o filho vir me procurar. Giovani ainda está vivo, mas não toca mais chori-nho profissionalmente.”

As primeiras investigações de Beth revelam um cenário rico na música bra-

A musicista Beth Ernest Dias investiga os primórdios do chorinho de Brasília. Trabalho que vai virar um documentário, um livro e um disco.

CulturaPor: Djenane Arraes | Fotos: Nicolas oliveira

Beth Ernest Dias investiga o chorinho da década de 1960 em Brasília

Page 57: PB 109

PLANO BRASÍLIA 57

siliense da década de 1960, além de grandes personagens, como Avena de Castro – que depois se tornou um dos fun-dadores do Clube do Choro. Ele era um dos que frequentava o apartamento de Raimundo de Brito sempre aos sábados à tarde para tocar o choro. Avena era citarista, considerado o único popular do Brasil, começou a tocar na década de 1930 e tem parcerias com Ernesto Nazareth e Waldir Azeve-do, além de tantos outros. Foi um dos grandes músicos que veio para capital na década de 1960. “Ainda não se sabe a razão exata do porquê de ele ter vindo para cá. Isso faz parte também da minha investigação.”

Outro frequentador ilustre era o violonista João Tomé, que foi um dos fundadores da Escola de Música de Brasí-lia. Ele também trabalhava comandando a orquestra da Rádio Nacional, além de estar a frente de um programa de auditório. Era cego, mas gostava de andar à pé pela cida-de – frequentava bailes no Hotel Nacional – e lia partituras em braile com desenvoltura. Existe ainda uma participação importante de Jacob do Bandolim, que morou na cidade por razões profissionais.

De acordo com Beth, estudantes e pessoas ligadas à UnB também passaram pelo apartamento de Raimundo de Brito. “Estou investigando ainda. Não estou com pressa. Faço muitas conexões e estou tentando entender ainda o cenário. Isso me interessa também. Vieram muitas pessoas para cá naquela época. Ao mesmo tempo tinha a Universidade de Brasília.

Muitas pessoas das faculdades de Arquitetura e de Cinema que também foram parar na casa de Raimundo de Brito”, explicou. “Havia os movimentos que deram origem às formas de música de Brasília. Muita coisa aconteceu ali.”

Beth prefere não falar de um prazo para concluir a pes-quisa e transformá-la num produto. Mas a iniciativa é funda-mental para o resgate do pedaço importante da história da capital. “Acho que não há um interesse nacional sobre a vida de Brasília. Mas interessa para a gente aqui. Principalmente se você tem um fenômeno como o Hamilton [de Holanda], que é um jovem maravilhoso, super talentoso. Mas que não é geração espontânea. Ele é fruto de alguma coisa também. O que está acontecendo agora se explica, porque há uma história que possibilitou toda a estrutura que existe hoje.”

ClUBE DO ChOROEnquanto o projeto tocado por Beth Ernest Dias progride,

outras partes da história do chorinho de Brasília são contadas em forma de filme. Os jornalistas Felipe Linhares, Márcia Fernandes e Vicente Melo produziram o curta-documentário “A Alegria de Chorar – A História do Clube do Choro de Bra-sília”. O trabalho é fruto da pesquisa para conclusão de curso em 2008. No filme, há depoimentos de personalidades, como Odette Ernest Dias, Hamilton de Holanda, Reco do Bando-lim, Nilo Costa e Fernando César – que atualmente coordena a Escola de Choro. O resultado pode ser visto no Youtube.

Page 58: PB 109

58 PLANO BRASÍLIA

Você umaem tela

Artes PlásticasPor: Djenane Arraes | Fotos: Fábio Pinheiro

Page 59: PB 109

PLANO BRASÍLIA 59

Aarte digital carregada de refe-rências pop tornou-se coque-luche entre os jovens artistas

gráficos e é disseminada nas redes so-ciais. É uma tendência que, por vezes, pode fazer acreditar que a pintura em tela está morta. Mas há aqueles que não acreditam nisso e continuam a investir na arte tradicional. É o caso da pintora – e professora –, Deborah Laranjeira. A jovem brasiliense de apenas 26 anos começa a aparecer na cidade com obras que mostram traços e cores fortes que se traduzem em retratos. Apesar de ainda estar se desenvolvendo como artista, Deborah mostra que o trabalho dela tem assi-natura própria.

“Sempre me interessei pela arte abstrata e expressionista. Cores e traços trazem emoção”, explicou Deborah. “Então combinei esses ele-mentos expressivos em retratos. Amo rostos e também grandes espaços e cor. É por isso que comecei a pintar rostos grandes. Há várias cores já na pele que variam conforme a luz, a to-nalidade e minhas pinturas traduzem isso.” Formada em Artes Plásticas na University of San Jose, na Califórnia, a maior influência no trabalho pro-duzido por ela veio do movimento figurativo de San Francisco, iniciado nos anos 1950.

O modernismo brasileiro tam-bém tem lugar no leque de influ-ências. “Gosto de Di Cavalcante e, especialmente, de Tomie Ohtake. Eu gostaria de ser uma artista como ela, mas no rosto.” Além das obras, a ideologia modernista brasileira, especialmente o movimento antro-pofágico traduzido nas telas de Tar-sila do Amaral, é algo que agrada

a jovem brasiliense. “Gosto muito da idéia de devorar influências e devolvê-las em algo próprio. Tenho influências de pessoas do mundo todo, e agora também de Brasília, e quero que meu trabalho possa mostrar essas evidências.” Débora começou a pintar autorretratos, mas não com o propósito de registrar o próprio rosto. A artista busca uma forma de pintar rostos até chegar ao ponto em que as imagens passem a não ser um retrato de alguém em específico. “Quero fazer uma ima-gem que poderia ser de qualquer um e que as pessoas possam se enxergar na tela. Acho interessante estabelecer certas ambiguidades nas imagens em que as pessoas possam se encontrar por ali.”

A fascinação por retratos e pessoas nasceu das próprias experiências de vida de Deborah. Nascida em Brasília, ela foi morar ainda pequena nos Estados Unidos. As mudanças da família foram inúmeras e Deborah teve a oportunidade de conhecer lugares, países e gente diferentes. “E foram as pessoas que mais marcaram a minha vida. Nem tanto os lugares, até porque o que nos segura neles são as pessoas e o nosso desejo de conhecer.” Houve um ponto em que o desejo de reencontrar as raízes falou alto e a artista retornou à terra natal há três anos. Ela, inclusive, já consegue identificar elementos na própria obra que têm relações com a cidade. Um deles é o gosto por grandes espaços. “Acredito que também traduzo

essa impressão no tamanho das minhas telas. Tenho necessidade de trabalhar com o grande. Quero poder olhar para um quadro e me perder um pouco dentro de uma cor.”

Deborah também procura usar a obra como uma espécie de antídoto à solidão tipicamente brasiliense. Ao se deparar com telas grandes com retra-tos, ela espera promover encontros. “A gente consegue passar um dia inteiro sem chegar perto de alguém. E vemos as coisas de longe no trânsito. Por isso, quero proporcionar um encontro entre elas por meio dos quadros. Ter um rosto grande na sua frente talvez possa trazer uma nova experiência.”

Sobre ingressar na arte digitalizada e pop defendida e propagada pelos artistas companheiros de geração, Deborah não descarta a possibilidade, mas não pretende aderir por hora. “É muito interessante o que está sendo desenvolvido hoje em dia na arte contemporânea. Mas, particularmente, acho que ainda há muito que ser desen-volvido com materiais mais simples e tradicionais. Muitas pessoas falam que a pintura está morta. Mas não acredito nisso. Discordo. Nada se compara em ter a tinta na sua mão, de ver a tela molhada. São várias experiências no processo e isso me satisfaz.”

Deborah Laranjeira procura aproximar as pessoas e fazer com que elas se identifiquem em grandes retratos pintados

Serviçodeborah Laranjeirahttp://www.wix.com/deborahlaranjeira/[email protected]

Deborah não abre mão da tinta e da tela

Page 60: PB 109

60 PLANO BRASÍLIA

Você não vai saber para onde olhar. São tantas cores, formas, luzes e contorcionismos incríveis feitos pelos artistas, que se torna uma tarefa complicada fixar

numa coisa só. Ainda assim, Varekai, do Cirque Du Soleil, é hipnotizante. Instalado na área externa do Park Shopping, a trupe da companhia circense do Canadá – mas que é interna-cional – fica em Brasília até 18 de março, quando levanta as tendas rumo a Recife (PE). Esta é a quarta vez que o Cirque Du Soleil faz turnê no Brasil, sendo que só na capital são três passagens. A primeira em 2007 com o espetáculo Alegria, e dois anos depois o circo foi armado para o Quidam.

Varekai conta a história de Ícaro (Mark Halasi), o personagem da mitologia grega. Ele cai em um vulcão onde existe uma floresta profunda e escura habitada por criaturas fantásticas, como um vigia muito cativante interpretado por Gordon White, e um guia espiritual (Otis Cook). Ícaro perde as asas para as criaturas curiosas, em compensação, apaixona-se por uma das habitantes de Varekai, interpretada por Yula Mykhalova. Formado por artistas do mundo inteiro, o espetáculo tem a presença das trapezistas brasileiras Michele Ramos e Natalia Presser.

O espetáculo corre o mundo desde abril de 2002 e já rodou 60 cidades em mais de 500 apresentações. Antes da estreia, foram dois anos de trabalho, desde a concepção da ideia até a montagem final. “Varekai significa ‘onde quer que seja’. A palavra vem da linguagem cigana. É sobre uma

viagem, um destino, um vislumbre”, disse a assistente de direção Shreyl Lynne. “É uma história linear que começa com a queda de Ícaro. Ele fica extasiado com os perso-nagens e com os acrobatas que vê. O público assiste tudo através dos olhos dele e embarcam nesta viagem junto com ele. É uma concepção diferente dos outros espetáculos que trouxemos ao Brasil.”

A trupe de Soleil consegue lotar um avião. De acor-do com o diretor da turnê, Robert Mackenzie, são 135 pessoas que viajam mundo afora. Ainda são contratadas cerca de 150 pessoas em cada cidade visitada. A equipe local supre a necessidade logística para a produção do site, para a venda de ingressos, merchandising, manutenção e outras funções. “É uma grande cidade com muita gente esperando a oportunidade”, disse Mackenzie. “É um de-safio encontrar pessoas qualificadas. Mas é um bom poder escolher entre centenas que desejam trabalhar e temos um bom processo de seleção.”

Sobre o público, nada a reclamar. “O brasileiro é muito familiarizado com a tradição circense”, defendeu Shreyl. “Sempre há a formação de bons profissionais aqui, bons artistas. E o público consegue entender muito bem o que estamos nos propondo a passar”. As escolas de samba são exemplos pontuais sobre a capacidade criativa do brasileiro, segundo a assistente de direção. “É fantástico como se con-segue fazer coisas diferentes sobre o mesmo tema e formato.

Ícaro se apaixonaCirque Du Soleil traz Varekai a Brasília. Espetáculo cheio de cores convida o público a se encantar através dos olhos do personagem mitológico

DançaPor: Djenane Arraes | Fotos: Victor hugo Bonfim

Page 61: PB 109

PLANO BRASÍLIA 61

É, com certeza, uma inspiração para a nossa equipe.” A energia carnavalesca não só inspira, mas parece que inspira os artistas do mundo inteiro. “Tivemos a sorte de chegar aqui no Brasil e fazer montagens próximas à época do carnaval. A impressão que tenho é de que o público, que vem de todas as partes, traz uma energia diferente. Claro que isso acaba por modificar a performance dos artistas no sentido que eles absorvem essas boas ener-gias”, comentou Mackenzie.

CIRQUE DU SOlEIlA origem da trupe canadense

surgiu a partir da iniciativa de jovens integrantes do Clube do Salto Alto. Eram artistas que faziam malabaris-mos e cuspiam fogo no alto de pernas de pau, que invadiram a cidade de Baie-Saint-Paul, no Canadá. Lidera-dos por Gilles Ste-Croix, eles criaram um circo em Quebec e excursionaram mundo afora. Hoje, 30 anos depois, o Cirque Du Soleil é uma referência de qualidade e inovação. “Mesmo que alguém integre um show que já existe, ele vai a Montreal para ter aulas de atuação e para entender a concepção do espetáculo. Todos os artistas se submetem aos mesmos departamen-tos de arte, mesmo técnicos, assim eles podem atuar em qualquer uma das montagens”, explicou Shreyl.

Não pense que isso quer dizer que os espetáculos sejam padroni-

zados. O método é uma forma de garantir a boa qualidade. “A sepa-ração começa quando é necessário ensaiar certas técnicas acrobáticas que requerem treinos específicos e técnicos distintos. Cada equipe de criação é designada especificamente para um determinado show. Dominic Champagne, diretor e roteirista do Varekai, criou um espetáculo que tem concepção única em relação aos outros da companhia”, disse Shreyl.

O Varekai, por exemplo, é formado por 55 artistas de 18 pa-íses. Além das especificações que o espetáculo requer de cada um deles para os números, outro fator que contribui nessa diferenciação é o toque pessoal. “Ele [Varekai] tem nove anos e alguns dos artistas estão conosco durante todo este tempo. Uma das melhores coisas é que conseguimos trazer novos artis-tas para este espetáculo, que intera-gem com os mais antigos. Isso cria uma interessante inovação, porque mantemos certas tradições e ainda assim há evolução. Todos os artistas que integram trazem algo único e especial”, concluiu Shreyl.

Serviçovarekai – Cirque du SoleilAté 18 de março na área externa do Park Shoppingingressos de r$ 150 a r$ 585http://www.varekai.com.br/

10

Page 62: PB 109

62 PLANO BRASÍLIA

Ingredientes de primeira, uma pitada de criatividade e muita dedicação. Essa é a receita de um chocolate para lá de especial. Criada há dois anos pela brasiliense Anna

Kaebisch, a franquia que leva o sobrenome da chocolatier é um sonho para qualquer pessoa. Para os chocólatras, é o paraíso. Com duas lojas em Brasília e uma no Rio de Janeiro, a Kaebisch Schokoladen mistura a delicadeza do chocolate belga com a força dos ingredientes brasileiros.

Tudo começou com paixão pelo chocolate. Anna, 35 anos, confessa o vício. “Sou chocólatra, sempre fui. Quando pequena, fazia meu próprio brigadeiro e juntava as moedas da minha mesada para comprar chocolate”. A chef de cozinha cresceu sem usar os dotes culinários profissional-mente. Fazia doces em casa e, às vezes, sob encomenda para amigos. Enquanto isso, trabalhava na parte administrativa da confeitaria dos pais.

Os pedidos dos amigos começaram a crescer e Anna de-cidiu investir na ideia. Criou a loja e procurou se especializar, fez cursos em Paris e na Bélgica, mas também aprendeu bastante coisa por si só. “Muito do que sei, aprendi sozinha, sou um pouco autodidata sim”, explica. Usando o chocolate belga, ela faz bombons e trufas dos mais variados sabores.

A matéria-prima vem da Europa, mas as criações são da chef. Às vezes as ideias surgem do nada e sempre são resul-tado de muitos testes. “É uma questão de inspiração. Penso em coisas que podem combinar e vou para a cozinha testar, algumas vezes dá certo e outras não. Mas a gente sempre vai experimentando e melhorando até chegar ao ponto ideal. O bom do chocolate é que você pode brincar”, relata Anna.

Das brincadeiras da chocolatier, saíram as mais variadas gostosuras. Nos balcões da Kaebisch tem os bombons tradi-cionais, como o branco, ao leite e amargo, mas também tem sabores inusitados. Chocolate com castanha, com pimenta, limão, champagne, gianduia, café e capuccino. Alguns cha-mam a atenção, como o bombom de especiarias, feito com cravo, canela e mel. “O destaque do de especiarias é que você consegue sentir o sabor de todos os ingredientes sem que nenhum deles fique enjoativo”, ressalta Anna.

Outro que ganha destaque é o de caipiroska, com recheio feito de vodka e limão, reproduzindo a receita da bebida. Entre os mais vendidos está o mandala, que é um pouco maior que um bombom tradicional, vem no formato de uma flor e é feito com pasta de avelã, amên-doas e massa folhada.

GastronomiaPor: Caroline Aguiar | Fotos: Victor hugo Bonfim

De daráguana

bocaCriado por uma brasiliense, o chocolate artesanal da Kaebisch mistura a tradição belga com sabores bem brasileiros. Até os não chocólatras vão se derreter

Page 63: PB 109

PLANO BRASÍLIA 63

Já o preferido de Anna é o de framboesa, com chocolate ao leite, ele leva o recheio da fruta. “Como chocolate todos os dias. E meus gostos são de fase, a cada época tenho um preferido e, aos poucos, vou trocando o da vez. Um que gosto muito é o de coco com castanha do Pará”, conta.

Além das trufas, bombons e barras de chocolate, a loja ofe-rece produtos que podem ser utilizados como matéria-prima para outras receitas. Bastante procurados, o chocolate e o cacau em pó podem ser ingredientes de um brigadeiro, chocolate quente ou torta. “Chocolate combina com tudo, é só saber o jeito certo de fazer. Um café com raspas de chocolate pode ficar uma delícia, por exemplo”, sugere.

DO OUTRO lADO DO ATlâNTICOO chocolate usado por Anna vem da Europa e tem

uma longa tradição. Conhecido como um dos melhores do mundo, o chocolate belga tem uma preparação diferen-ciada. Os grãos de cacau são selecionados e o processo de conchagem – quando o chocolate é misturado – pode durar até 40 horas. É a longa conchagem que dá a textura e o brilho à delícia belga.

Além disso, como o açúcar da cana de açúcar não é tão comum na Europa, eles utilizam outros tipos de doce para temperar o chocolate. O açúcar de beterraba é um dos mais utilizados e dá um adocicado suave, menos forte que açúcar da cana. Por último, o chocolate belga não tem gordura hi-drogenada e conservantes, o que conta muitos pontos a favor. Para manter essas características, ele precisa ser guardado sempre em temperatura amena, entre 18 e 22ºC.

Para que a degustação do chocolate seja melhor, Anna recomenda que o paladar esteja limpo. Por isso, um copo de água antes de comer ajuda para que o real sabor seja sentido. A chocolatier alerta que o chocolate não deve ser colocado na geladeira. “Ele absorve a umidade da geladeira e acaba per-dendo as propriedades. Um bom chocolate tem que ter brilho, estalar ao ser quebrado e derreter na boca”, ressalta Anna.

A chef ainda explica que bombons podem ser combinados com bebidas. “Os produtos mais doces, geralmente à base de chocolate ao leite, podem ser combinados com vinhos para sobremesas, aqueles de colheita tardia. Já os mais fortes, como o amargo, vão bem com whisky e conhaque”, recomenda.

ServiçoKaebisch SchokoladenSCLS213 norte, bl. B

SudoesteSCLSW 103, bl. C www.kaebischschokoladen.com.br

SANTO REMÉDIO A grande quantidade de antioxidantes existente no chocolate amar-go faz com que ele seja conhecido como um aliado na prevenção de doenças. Ao combaterem os radicais livres, os antioxidantes retardam o envelhecimento precoce e diminuem os níveis de colesterolruim(LDL)nosangue.Eleaindapodecolaborarparaadiminuição da pressão arterial. mas nem por isso vale exagerar. A recomendação é não passar dos 50 gramas diários, o equivalente a uma barra média. Já o chocolate branco e ao leite não são vistos com bons olhos por causa da gordura saturada que possuem.

Page 64: PB 109

64 PLANO BRASÍLIA

Os anos 1980 continuam em alta. E alguns dos repre-sentantes internacionais desta geração vão retornar a Brasília no primeiro semestre deste ano. Quem

primeiro aterrissa no planalto central em 28 de abril, mais precisamente no Ginásio Nilson Nelson, é o Duran Duran. No mês seguinte, no dia 15 também no Ginásio, a dupla Roxette é quem embala os brasilienses.

Tanto o quarteto inglês do Duran Duran quanto a dupla sueca Roxette retornam ao País após uma turnê de sucesso realizada no ano passado. Os ingleses liderados pelo vocalista Simon Le Bon foram destaques no festival SWU, em Paulínia (SP). Veterano, o quarteto mostrou que ainda estava em grande forma e presenteou a multidão com um show acima das expectativas. Nada pode dar tão errado como um show que inclui um ótimo repertório com os hits mundiais Save a Prayer, Ordinary World e The Wild Boys. Os suecos, por sua vez, passaram por quatro capitais. Brasília ficou de fora desta primeira parte da turnê internacional. Mas não desta vez. Os brasilienses vão poder pedir que toquem alguns bons sucessos de Marie Fredriksson e Per Gessle por alguns bons sucessos, como Listen to Your Heart e Fading Like a Flower (Every Time You Leave).

Duran Duran surgiu em 1978 num momento em que, paralelo aos punks, surgia um movimento de bandas pop com pegada romântica. Apesar do público adolescente e feminino ter sido o alvo principal, o nome da banda não foi inspirado em algo inocente. Trata-se de uma homenagem ao persona-

gem interpretado pelo ator Roger Vadim no filme de ficção científica picante Barbarella, que imortalizou Jane Fonda. O ousado filme não inspirou a banda apenas no nome: o sucesso alcançado pelo Duran Duran também foi graças aos clipes ousados que viraram coqueluche na nascente MTV.

A dupla Roxette foi o mais bem-sucedido projeto musical vindo da Suécia desde o Abba. O que aproximava a velha e a então nova geração daquele país foi o gosto quase desavergo-nhado pela música pop grudenta. O curioso é que, em deter-minado ponto da carreira, Marie e Per ficaram tão famosos que conseguiam emplacar hits mundiais, sem necessariamente figurarem nas principais paradas norte-americanas.

Para ver a tradicionalmente platinada (e de cabelos curtís-simos) Marie Fredriksson em companhia do fiel companheiro Per Gessle, o brasiliense vai ter que dispor de R$ 160 a R$ 280. Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido informa-do o preço dos ingressos para o show do Duran Duran.

Veia pop inabalável

Duran Duran e Roxette colocam Brasília na rota da turnê que vão realizar no País no primeiro semestre deste ano

xxxxxxxxxx

Agenda CulturalPor: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Serviçoduran duran28 de abrilGinásio Nilson Nelson

roxette15 de maioGinásio Nilson Nelsonwww.ticketsforfun.com.br

Page 65: PB 109

PLANO BRASÍLIA 65

Consagrar dia do ano a um santo é tradição que nasceu na idade média. E, desde então, se o santo é muito poderoso, a data é bastante festejada. Senão,

passa despercebida. Hoje, há mais santos homenageados do que são os

dias do calendário. Assim, existem dias que são devotados a mais de um, como é o caso, por exemplo, do 25 de outubro, dia de São Crispim e são Crispiniano, quando também se comemora o Dia do Sapateiro. É que os dois irmãos labutavam nessa profissão.

A prática de adotar um santo como protetor de catego-rias também é antiga. Os artífices adotavam como protetor o santo com o qual mais se identificavam. Logo, há santos e datas comemorativas para as mais diversas esferas – pro-fissionais, ou não.

Na era moderna, a escolha de muitas datas, como o Dia do Trabalho (1º de maio), o Dia do Fim da Segunda Guerra Mundial (7 de maio), o Dia do Futebol (19 de julho), o Dia do Exército Brasileiro (19 de abril) e outros, dispensou a intermediação dos santos.

Na música, existem várias datas festejadas, mas só uma tem relações com santo. É o 22 de novembro, devotado a Santa Cecília e escolhido como Dia do Músico (não se sabe exatamente o porquê). As demais, como o Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), Dia Nacional do Choro (23 de abril), Dia Mundial do Rock (13 de julho) e Dia Mundial da Música (1º de outubro) são bem profanas.

A ESCOlhA DA DATAA ideia de criar um dia para comemorar a música

clássica brotou da revista VivaMúsica! em 2005. Três datas de nascimento de compositores brasileiros foram

sugeridas: 5 de março (Villa-Lobos), 11 de julho (Carlos Gomes) e 22 de setembro (Padre José Maurício). Pessoas do Brasil inteiro votaram e elegeram o 5 de março, do (quase santo!) Heitor Villa-Lobos. A data foi reconhecida pelo Governo Federal, por meio de decreto assinado pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2009.

Qual seria precisamente a espécie de música homena-geada pela criação do Dia Nacional da Música Clássica? É que existe certa dificuldade em determinar a música clássica. Definições para choro, samba, rock são claras e facilmente identificáveis. Já a música clássica, ou erudita, ou de concerto – como alguns musicólogos preferem – pas-seia muito pelo universo da chamada popular e vice-versa. Schubert, Dvorak, Bartók, por exemplo, denominados eruditos, invadiram o que se classifica como gênero po-pular. O próprio Villa-Lobos compôs “Sôdade do Cordão” um samba clássico. E Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Tom Jobim? Considerados populares, invadiram a área clássica. E a obra de Astor Piazzolla e George Gershwin? Popular ou erudita, ambos os gêneros carecem de um conceito preciso e indiscutível. Mas isso não vem ao caso. O importante é que tem muita música boa para a gente comemorar todos os dias do ano, qualquer que seja o santo! Ouvir música é uma fonte de prazer e inspiração. A música é o que há de mais sublime para engrandecer os momentos importantes da vida.

Vida longa à Música Clássica e aos demais gêneros musi-cais. Enquanto se faz música, pratica-se menos incivilidades.

Dia nacionalda música clássica

A maior livraria musical da América Latina está localizada em Brasília.Aqui você encontra:• Livros de música, DVDs didáticos-musicais,• Métodos e Partituras:• Importados e nacionais;• Em todos os estilos;• Para todos instrumentos musicais;• Nivel iniciante ao avançado

E agora com novidades:• Instrumentos musicais infantis;• Material didático para musicalização;• Instrumentos de sopro e de cordas e

seus acessóriosVisite-nos e conheça o infinito

mundo da música!SCRS 505 Bloco A loja 65 – W3 sul - Brasilia – DF / Fone: 61-3244-9799

[email protected] – www.livrariamusimed.com.br

Musimed-an200x65.indd 1 24/01/2011 18:02:21

BohUMIL MED*Música

*BohUMIL MED Professor emérito da Universidade de Brasília.Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

Page 66: PB 109

66 PLANO BRASÍLIA

Da Redação | Fotos: DivulgaçãoMeio Ambiente

Por um mundosustentável

Conferência Rio+20 vai reunir as nações na discussão de como estabelecer uma economia verde

Chuvas assolam o Brasil no início do ano. Frio mata centenas na Europa e ameaça

encadear uma crise energética. O calor mata dezenas nos Estados Unidos. Umidade relativa do ar em Brasília abaixo dos 10%. Essas são notícias recorrentes nos diários nacionais. Todos os anos, em algum momento, manchetes do tipo estampam as páginas dos jornais. A diferença é que tais dra-mas climáticos não são mais dis-sociados das agressões que o meio

ambiente sofre de forma rápida, principalmente após a industria-lização e urbanização aceleradas que caracterizaram o Século 20.

Se há males que vêm para o bem, essa desordem ambiental contribuiu para despertar a cons-ciência ecológica na população comum e nos governantes. O primeiro grande grito de alerta aconteceu na Eco-92, conferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro. Nos dias 20 a 22 de junho deste ano, a capital

fluminense volta a ser palco das grandes discussões ambientais na conferência Rio+20

O Eco-92 foi o primeiro passo para as grandes discussões ambien-tais que culminaram no Protocolo de Kyoto, que se preocupa funda-mentalmente com o aquecimento global. O Rio+20 será diferente. A maior pauta da conferência mun-dial diz respeito à economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável. Uma ação esperada no evento é a reafirmação do compro-

Page 67: PB 109

PLANO BRASÍLIA 67

misso assumido e não honrado dos países desenvolvidos em destinar 0,7% do PIB como contribuição aos países pobres na tentativa de tornar o mundo menos desigual.

Outras questões econômicas devem entrar em pauta, como a ins-tauração da taxa Tobin para coibir

especulações financeiras, criação de um novo tributo para emissões de carbono e, por último, propostas de pedágios sobre ares e oceanos cobrados de aviões e navios que os atravessam. A justificativa para este último item defendida pelos ecologistas é de que esses meios de transporte fazem uso de bens comuns à humanidade e transitam em áreas internacionais.

O Rio+20 também vai debater sete questões consideradas críticas: emprego, energia, cidades, alimen-tação, água, oceanos e desastres. Algumas propostas de soluções são defendidas pela própria ONU para o desemprego e para amenizar o fato de que 1,3 bilhão de pessoas (representantes de 40% da força de trabalho do mundo) possam ser aproveitados em trabalhos “ver-des”. São empregos voltados para a restauração de ecossistemas e da biodiversidade. Estima-se que 2,3

milhões de vagas de empregos ver-des podem ser criadas de imediato.

Sobre a questão da energia, as discussões passam por uma duali-dade: como reduzir o consumo de carbono e, ao mesmo tempo, tentar levar energia para 1,4 bilhão de pessoas sem acesso a este benefício? Além da economia, questões funda-mentais, como o uso de meios de transportes limpos nas cidades (me-tade da humanidade vive no meio urbano) e melhor uso da agricultura para preservação dos recursos hídri-cos, estarão em pauta.

De efetivo, a Rio+20 será usada como um selo para legitimar as ações políticas que serão propostas entre as nações participantes e grandes empresas, na busca por um equilíbrio entre as ações ideais e o que pode ser efetivo. Cabe à sociedade civil cobrar por soluções e ações concretas. A população pode e deve participar previamente da Conferência por meio do e-mail [email protected].

ServiçoConferência rio + 2020 a 22 de junho no rio de Janeirowww.rio20.info

Page 68: PB 109

68 PLANO BRASÍLIA

Grand Canyon, abril de 2003. O alpinista Aron Ralston, durante uma de suas aventuras, ficou preso em uma garganta do mais famoso cartão postal de

Nevada (EUA). Depois de uma queda, seu braço ficou espremido entre um paredão e uma enorme pedra que rolou. Ralston gritou por socorro, sem sucesso, durante dias. E lutou para sobreviver. Quase uma semana depois, bastante machucado, sem comida e sem água, ele tomou uma decisão extrema: cortou o próprio braço e, com a pouca energia que ainda lhe restava, salvou a própria vida. Essa história foi retratada no filme 127 Horas, de Danny Boyle, que contou com a atuação memorável de James Franco no papel principal.

No mundo corporativo, histórias como essa se repetem todos os dias. Executivos e profissionais de marketing frequentemente precisam tomar decisões do tipo “cortar na própria carne”. Muitas vezes, são obrigados a fazer escolhas ainda mais radicais, na linha “matar ou morrer”. Steve Jobs, o lendário CEO da Apple, encarava ambas as situações com uma naturalidade invejável e incomum. Suas criações, apesar de inovadoras e desejáveis, represen-tavam uma ameaça a outros produtos da empresa, incluin-do líderes de segmento. Em certas ocasiões, chegavam a colocar em risco a própria Apple.

O iTunes, recebido na época de seu lançamento como uma grande revolução, colocou Jobs diante de um dilema dessa natureza. O badalado media player foi concebido para rodar apenas nos computadores Apple. A estratégia era aproveitar o enorme desejo gerado por ele para alavancar as vendas de iMacs e iBooks. Além disso, sempre foi política da empresa controlar toda a experiência do usuário com a integração fina entre o aplicativo, o sistema operacional e a máquina. Apesar de todas as pressões, em particular dos acionistas, licenciar o produto para concorrentes como a

Microsoft era algo inimaginável para Jobs. E ele resistiu o quanto pôde. Meses depois, ciente da necessidade de abrir o iTunes para o Windows e salvar a Apple de uma possível crise, Jobs cedeu. Sua única condição foi de que seus desenvolvedores – e não os da Microsoft – cuidassem do projeto.

Na linha “matar ou morrer”, há inúmeros casos inte-ressantes e emblemáticos na história da Apple. Ainda nos seus primeiros anos de vida, o lançamento do Macintosh matou as vendas do Apple II, até então a estrela da com-panhia. Mais tarde, havia o medo real de o iPhone matar o iPod. Noutro momento, o iPad chegou a ser visto como uma ameaça fatal ao iPod Touch. Steve Jobs pouco sofria com essas questões e apenas seguia em frente. Muitas vezes, a contragosto da maioria dos membros do conselho da Apple. Sua visão era firme e convincente: se não fizer-mos, nossos concorrentes vão fazer, e o estrago será maior.

Com efeito, o desafio da Apple sempre foi superar a si mesma. A exemplo de Aron Ralston, Steve Jobs sabia, ainda que intuitivamente, que era melhor perder um pedaço de si mesmo ou até se matar do que morrer pelas mãos de terceiros. Hoje, Ralston segue mais vivo do que nunca e ainda pratica o esporte que sempre lhe deu prazer. Jobs faleceu vítima de câncer em outubro de 2011, mas sua Apple continuou a crescer e tornou-se uma das mais valiosas empresas do planeta. Manter o espírito preparado para suportar sacrifícios é fundamental e uma vantagem competitiva. Seja na gestão da sua vida, seja na gestão da empresa em que você trabalha.

Propaganda e Marketing

*CARLoS GRILLo Sócio-Diretor da Fermento Soluções em ComunicaçãoE-mail: [email protected]: @carlosgrillo

CARLoS GRILLo*

Matarou morrer

Page 69: PB 109

PLANO BRASÍLIA 69

Page 70: PB 109

70 PLANO BRASÍLIA

É sem dúvida a região mais im-portante da Borgonha e onde são elaborados seus grandes

vinhos. A topografia da região é formada por colinas de encostas suaves, que se situam entre 200 a 500 metros de altitude. Os vinhedos mais importantes pela sua qualidade ficam na região de altitude intermediária e as menos importantes, nas baixadas.

A Côte D’Or se divide em Côte de Nuits ao norte e Côte de Beaune mais ao sul, cada uma com as suas comunas, a saber:

Côte de Nuits - Formado pelas comunas de Marsannay, Fixin, Gevray-Chambertin, Morey-Saint--Denis, Chambolle-Musigny, Vouge-ot, Vosne -Romanée e Nuits-Saint--Georges. Os nomes das localidades agregaram o nome do vinhedo mais importante e assim mudaram de nome, como a pequena Gevrey que adicionou o sobrenome Chambertin por ser o nome do vinhedo mais im-portante da comuna. Aqui os tintos predominam e citamos as seguintes como as mais importantes:

Marsannay – é a primeira comuna vinícola de quem sai de Dijon em dire-ção a Lion, e que não possui vinhedos Grand Cru ou Premier Cru. Produz tintos, rosados e brancos, mas sem a ex-pressão daqueles um pouco mais ao sul.

Fixin – Comuna muito pequena e de pouca produção, predominantemen-te de tintos e apenas 2% de brancos, mas a qualidade já melhora em relação ao anterior. Aqui temos cinco vinhedos Premier Cru.

Gevrey-Chambertin – Era o tinto da predileção de Napoleão. São austeros e precisam envelhecer uns seis ou oito anos, antes dos quais não se toma em sua melhor fase. Talvez por isso aquele imperador só o to-mava diluído a um pouco de água,

pasmem! Somente os tintos têm di-reito a denominação de origem. Os vinhos genéricos da comuna são de qualidade intermediária, podendo decepcionar em função do preço. Entretanto, os Grand Cru da região são soberbos em aroma e sabor e são os seguintes: Chambertin, Chambertin-Clos de Bèze, Chapelle--Chambertin, Charmes-Chambertin, Griotes-Chambertin, Latriciéres--Chambertin, Mazis-Chambertin e Ruchotes-Chambertin.

Morey-St.-Denis – Esta comuna abriga completamente três vinhedos Grand Cru, Clos Saint-Denis, Clos de la Roche e Clos de Tart e divide com a vizinha Chambole--Musigny o vinhedo Grand Cru Bonnes Mares. Existem também vinte Premier Cru. Embora existam tintos e brancos, os primeiros dominam completamente e são fortes, encorpados, e os genéricos são de ótima qualidade e a preços bem mais convidativos que os vizinhos do norte e sul.

Chambolle-Musigny – Aqui os vinhos são um pouco menos austeros que os de Gevray, mas que também aprontam-se mais cedo e possuem um toque persona-lista. Há dois Grand Cru na região, o já mencionado Bonnes-Mares e o Musigny. Os Premier Cru formam um time de 24 vinhedos, o que vale dizer que representa praticamente a metade do plantio de uva da comuna, com forte apelo da qualidade.

Vougeot – O mais famoso é o Clos de Vougeot, um Grand Cru, vinhedo ao redor de uma abadia dos padres cisterciense até os anos 1700: quando da revolução francesa sofreu reforma agrária, e as parcelas foram distribuí-das pelos agricultores da época. Hoje em dia, são cerca de 75 proprietários, sendo os das encostas mais altas os mais sérios e melhores, enquanto os da baixada não se esmeram na qualidade. Deste modo, podemos ter sob este nome desde produtos médios até os de

qualidade soberba. O edifício central ao vinhedo, abriga a sede da confraria Les Chevaliers du Tastevin, que reúne os enófilos da região da Borgonha. Além deste, existem também na comuna quatro Premier Cru.

Vosne-Romanée – é a mais famosa das comunas da região e abriga alguns dos mais famosos vinhedos da Borgo-nha, que produzem vinhos decantados em prosa e verso, muito comentados e pouco provados em função do alto preço que alcançam. Os vinhos da denominação genérica pegam um pouco uma carona da fama dos grand cru, mas que são meio fracos pelos preços praticados. Os vinhedos Grand Cru da comuna são o Romanée Conti, La Tâche, La Romanée, Grand Echézeaux, Echézeaux, Richebourg, Romanée Saint Vivant e o La Grand Rue. A comuna conta ainda com treze vinhedos Premier Cru.

O Domaine de la Romanée Conti produz além do famosíssimo Roma-née Conti, o La Tâche (ambos Mono-pole) e três outros Grand Cru, como o Grand Echézeaux, Romanée Saint Vivant e o Echézeaux. Vale ressaltar que, ao comprar uma caixa com 12 garrafas do Domaine, recebe-se um assortement, ou seja, uma garrafa do primeiro, duas do segundo e três de cada um dos subsequentes .

O Grand Cru Romanée Conti é cultivado em apenas uma área de 1,8 hectares, equivalentes a uma área ocu-pada por cerca de três campos de fute-bol. A produção anual média está em torno de 7.500 garrafas, disputadas a peso de ouro pelos seus distribuidores. Ele compete com o Petrus o título de “o vinho mais caro do mundo”.

BorgonhaCôte D’Or (Côte de Nuits)

Vinho ANTôNIo DUARTE *

*ANTôNIo DUARTE Presidente da Associação Brasileira de Sommelier

Page 71: PB 109

PLANO BRASÍLIA 71

Page 72: PB 109

72 PLANO BRASÍLIA

Tá lendo o quê?

Boa leitura com um bom café

Brasília: 106 Norte Bl.C Lj. 52 | Tel: 61.3033-1010 Goiânia: rua 17 nº 64 - St oeste | Tel: 62.3942 4588

www.qualycream.com.br

Locação, venda e assistência técnica de máquinas para café espresso

Fotos: Divulgação

LivroConversas que Tive Comigo

AutorNelson Mandela

EditoraRacco LTDA

Tatiana GuerraEngenheira Civil

Livroos últimos passos de um vencedor

AutorLaurentino Gomes

Editora Globo

O s a n o s d e u m h o m e m público,admirado ainda em vida, sím-bolo de varias lutas contra o racismo e a opressão. Acadeia é um cenário ideal para conhecê-lo enquanto pessoa, e para inclusiveavaliar os efeitos de sua luta e a continuidade dela. Nenhum livro trata tãobem as suas relações e crenças...

“livros que falam sobre a história do Brasil chamam muito a minha atenção. Este tipo de leitura mexe com a minha curiosidade, pois me interesso bastante pela descoberta de hábito, cultura, vocabulário e personalidades de outras épocas.”

A leitura retrata como é possível transformar e abrir caminhos mesmo diante de situações difícies por meio da mudança pessoal. A leitura envolvente nos faz refletir sobre as prioridades e pequenas coisas do cotidiano. Recomendo!

Livroo Semeador de ideias

AutorAugusto Curi

EditoraPlaneta

Lúcia TucciAdvogada

Michel PlatiniPresidente do Conselho de Direitos humanos do DF

Aylton GomesDeputadoDistrital(PR)

LivroFoco e criatividade –

Fazer mais com menosAutor

Renata Di Nizo

EditoraSummus Editorial

A autora tem se dedicado a arte e ao desafio de tratar da comunicação em todas as suas esferas,ouseja,360graus.Em‘FocoeCriatividade’ ela demonstra, de maneira lúdica e inédita, a dobradinha indispensável para se lidar com a crise: partindo do que o mundo corporativo tem mais repetido “você só fará mais com menos”, e assim afirma que isso só será possível usando foco e criatividade. A obra mostra que é possível incorporar a criatividade e a boa comunicação na rotina diária e no trabalho para se reinventar. Um livro ótimo para os líderes focados em resultados que buscam soluções inovadoras.

Ki-FiléCavalcanteSabores Brasileiros 3274-6363

405 Norte

Page 73: PB 109

PLANO BRASÍLIA 73

Ki-FiléCavalcanteSabores Brasileiros 3274-6363

405 Norte

Page 74: PB 109

Frases

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.

Manoel de Barros

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Clarice Lispector

A infância é a camada fértil da vida.

Nicholas Behr

Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas...

Fernando Pessoa

o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de autoestima.

Nelson Rodrigues

A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.

Aparício Torelly ( Barão de Itararé)

As mulheres estão descobrindo que mulher é bom, coisa que os homens já sabem há séculos.

Chico Anysio

Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.

William Shakespeare

SHIS QI 09 Bl. B | Salas 102/103 - Lago SulProfª. Márcia Mª P. Giacomazzo

Educação que surpreende

www.kumon.com.br61 3248-4617

A proposta do método Kumon é tornar os seus alunos autodidatas,respeitando o ritmo e a capacidade e aprendizagem de cada um. O aluno passa a ter mais facilidade para entender o conteúdo trabalhado na escola e, a medida que avança na execução do material didático, poderá se adiantar, destacando-se em conteúdos ainda não desenvolvidos em sala.

Matemática, Português, Inglês e Japonês.

Que tipo de

educaçãovocê quer

para seus filhos

Que tipo de

educaçãovocê quer

para seus filhos

Page 75: PB 109

PLANO BRASÍLIA 75

Nenhum cidadão pode desconhecer o respeito e apoio às decisões do Supremo Tribunal Federal em um país democrático e civilizado, que é fruto de uma

construção coletiva. Não se deve também ter a pretensão de que apenas uma pessoa possa ditar os rumos e o futuro do Poder Judiciário brasileiro. Estamos convencidos de que o sistema só vai se aperfeiçoar se houver uma sinergia, e não uma disputa, entre os principais envolvidos.

Por si só, a posição assumida pela Associação dos Magis-trados Brasileiros (AMB), nos últimos meses, representou uma atitude muito importante e necessária ao questionar, junto ao Supremo, em nome do aperfeiçoamento do Judi-ciário e, nos últimos sete anos, da construção do Conselho Nacional de Justiça, em especial, os 18 artigos da Resolução 135, do CNJ, que ampliou seus poderes constitucionais.

Tais motivações foram sustentadas a partir da crença nos valores dos princípios federativos que regem este país, no au-togoverno, nas corregedorias estaduais e, principalmente, nos magistrados brasileiros. O objetivo deve ser sempre o respeito e o cumprimento dos preceitos constitucionais, entre os quais a aceitação das decisões proferidas pela Suprema Corte Brasileira.

Ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pela AMB, o Supremo Tribunal Federal reconhe-ceu a importância de alguns pedidos feitos e definiu parâme-tros fundamentais e democráticos, essenciais para a atuação do Conselho Nacional de Justiça. Os ministros reafirmaram aquilo que está previsto na Constituição ao definirem que o CNJ é um órgão administrativo e não jurisdicional (como pretendiam alguns). Ficou restabelecido também que o regime disciplinar da Magistratura está na Lei Orgânica da Magistratura e que o magistrado não pode se submeter a dois regimes, por exemplo, às sanções administrativas previstas na Loman e às sanções administrativas previstas na Lei de Improbidade Administrativa.

Como essas, e outras interpretações da Constituição, o Supremo está estabelecendo os limites e regulando a atuação

do Conselho. Sua competência foi definida como concor-rente, ou seja, a qualquer momento, o Conselho Nacional de Justiça pode conhecer do processo disciplinar, o que, na prática, tem efeito semelhante ao que defendia a AMB. Afinal, a competência ser subsidiária, com a possibilidade de avocação, ou competência concorrente não abre brecha para a impunidade, pois, como antes, o CNJ pode avocar ou conhecer diretamente. Basta lembrar o que já ocorre: 90% das representações diretamente apresentadas ao CNJ são encaminhadas aos Tribunais.

A atuação do CNJ, nos últimos sete anos, é o principal atestado de honestidade e correção dos magistrados brasi-leiros: dos 17.000 juízes que atuam no Brasil, o CNJ puniu 49, ou seja, 99,8% são honestos e portam-se de maneira correta. Do universo de 216.800 pessoas, avaliadas pelo Coaf (unidade de inteligência financeira do Ministério da Fazenda responsável pela análise de operações financeiras consideras atípicas), 369 apresentaram movimentações atípicas; ou seja, 99,9% tiveram atestada a lisura das suas ações.

Os magistrados, ao contrário de tudo aquilo que tem sido alardeado, não têm resistência ao Conselho Nacional de Justiça ou a sua corregedora, Eliana Calmon. São cidadãos honestos e trabalhadores, como confirmam as 23 milhões de sentenças (soluções de conflitos) proferidas no ano passado pelas cortes de todo o País. Agora, como nos últimos sete anos, ajudaram a construir o Conselho e a agir dentro das normas constitucionais. Ao fim, é possível afirmar com toda certeza que não há vencidos ou vencedores, tendo em vista que não falamos de pessoas e, sim, de instituições. Forta-lecidas estão a cidadania e a democracia brasileira com a definição de caminhos para a consolidação de um sistema judiciário mais, célere, eficiente e cidadão.

a construção de umJudiciário

mais democrático

É coletiva

(*) NELSoN CALANDRAPresidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

Justiça NELSoN CALANDRA*

Page 76: PB 109

76 PLANO BRASÍLIA

Diz Aí, Mané

Na época de Cristo não havia indústrias para poluir e assim

mesmo havia problemas sociais entre os povos.

Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem

celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.

O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.

O homem não está mais valorizando a sua pátria

ambiental.

A concentização é um fato esperançoso para o território

mundial.

Na corrida contra o tempo o vestibulando se distorce de

tanto estudar.

Precisamos agir de maneira inesperável.

Já está muito difícil de achar os pandas na Amazônia.

O curso de farmácia vai além das limitações coexistentes entre as flechas da reversibilidade em

uma reação reversiva.

Page 77: PB 109

PLANO BRASÍLIA 77

Page 78: PB 109

78 PLANO BRASÍLIA

É fato: conhecimento é poder. Você infringe uma lei da vida quando age

sem as necessárias informações e habilitações para gerar os resul-tados pretendidos. Se não estiver preparado quando o bonde da oportunidade passar na sua fren-te, você não vai pegá-lo. Não só o deixará passar, como também não conseguirá enxergar que o veículo zarpou. Quem não está preparado não apenas perde as oportunida-des como nem as percebe.

Conhecimento não é acúmulo de informação, mas competência para a ação. Quando conseguimos utilizar as percepções dos fenômenos que ocorrem a nossa volta, nas diversas áreas de especialização, de forma inteligente, conhecimento torna-se poder. O cidadão pode se colocar como sujeito e escrever a própria história. Poderá intervir na realidade de forma altruísta ou egoísta. Mas, em especial, será capaz, se souber questionar, de desafiar tudo que tem feito cegamente. É o olhar crítico.

A questão é que o despertar desse olhar analisador não é o resultado óbvio da informação acumulada. Isso porque o conhe-cimento pressupõe dinâmica. Ele se constrói e se desconstrói em movimentos que parecem cíclicos. Basta verificarmos que o que hoje é uma verdade absoluta amanhã

pode não o ser. Os argumentos e contra-argumentos se anulam e se fortalecem na busca constante por novos entendimentos.

O que fará a diferença é aquilo que se conseguirá fazer com o conhecimento adquirido. Não se trata apenas de acreditar e seguir em frente. Claro, é preciso acre-ditar. Mas, crer no que pressupõe ser verdadeiro pode fechar sua mente para outras possibilidades. Dessa forma, em vez de servir como uma mola impulsora, as informações serão paralisantes. Será a inércia causada pelo temor ou postura de negação. Esse, de certo, não é o poder desejado. A posição de negação o leva a não enxergar o que é, ou de resistir à situação por não gostar dela. O problema é que isso não muda nada na sua vida. Você só muda o que reconhe-ce. Isso é poder!

Nosso desafio, neste início de ano é: perceber as posições pa-drões que podem destruir nossas oportunidades de progredir. O co-nhecimento ofere-ce esse instrumento. Isso é fantástico! Ele nos ajuda a tirar as

vendas dos olhos para lidar com a situação real. Em síntese, você terá o poder da estratégia. Significa que poderá escolher o comporta-mento e suas consequências. Bem como poderá refletir sobre uma abordagem diferente se perceber que o que está fazendo não está dando certo. Novas ações, novos resultados. Assim, todo o poder lhe será dado. Essa batalha é de-cisiva. Ela vai te trazer os louros da vitória. Afinal, seu tempo é o agora! Do que você precisa para isso? O que já está dentro de você!

é poderConhecimento

Cresça e Apareça CARLA RIBEIRo*

*Carla Ribeiro é advogada, doutoranda em psicologia organizacional, mestra em sociologia, tetracampeã mundial de caratê e presidente do projeto Formando Campeões

Fotos: Divulgação

Page 79: PB 109
Page 80: PB 109

80 PLANO BRASÍLIA

Brasília poderá sediar o 8º Fórum Mundial da Água em 2018. A pro-posta será lançada neste mês de

março durante a sexta edição do evento, que acontece em Marselha, na França. Junto à Rio+20, esta será uma agenda estratégica para o Brasil, que hoje detém 12% da água doce de superfície do mundo, o rio de maior volume e um dos principais aqüíferos subterrâneos, além de expressivos índices de chuva.

O Brasil assume cada vez mais o protagonismo internacional no debate sobre sustentabilidade e desenvolvi-mento, não só pelas políticas públicas de redução de carbono e promoção do uso de energias limpas, mas pela profunda mobilização social, que coloca o país em posição de vanguarda no mundo, com experiências inovadoras nascidas da criatividade, da diversidade de saberes acumulados por comunidades tradicio-nais e da produção de conhecimento científico e novas tecnologias.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que inovamos em soluções globais, esta-mos em profunda defasagem quanto aos problemas locais enfrentados pelo país. Vivemos uma realidade projetada no sé-culo 21, mas com problemas estruturais ancorados no século 19. O saneamento no Brasil é o setor da infraestrutura nacional que apresenta o pior nível de desenvolvimento. Mais da metade dos domicílios brasileiros (56%) não possui qualquer ligação com a rede de coletora de esgotos; 80% dos resíduos gerados

são lançados diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento, e apenas 28,5% das cidades no país tratam o seu esgoto (IBGE/2008). O SUS recebe cerca de 800 pacientes/dia com doenças causadas por problemas de saneamento básico no Brasil.

A água é o bem mais precioso no presente e no futuro e, por isso mesmo, deve ser alvo de uma discussão muito mais ampla do que a pauta ambiental propriamente dita, mas que também envolva suas dimensões geopolíticas, econômicas e culturais – dimensionada fundamentalmente como uma questão de direito humano, mas também de saúde, de hábito e práticas de consumo e produção, de segurança, de desen-volvimento e soberania nacional. Não podemos admitir, por exemplo, que sob o conceito de economia verde estejam embutidas algumas obrigações que os países pobres e emergentes tenham que assumir em benefício dos mais ricos. Esse debate precisa ser aprofundado.

Por isso, o Brasil está hoje numa posição privilegiada no mundo para esse debate, pela riqueza de sua bio-diversidade e patrimônio natural, mas também pela diversidade de propostas e iniciativas de inovação. E Brasília tem todas as condições para assumir esse protagonismo. Primeiro, porque pode ser uma referência por seus serviços de saneamento, que apre-sentou uma das melhores avaliações dentre todos os municípios do país.

Segundo, porque produz pesquisas de reconhecimento mundial sobre o uso sustentável das águas, capitaneadas pela Universidade de Brasília. Por fim, pelo que representa simbolicamente por ser o berço de três grandes bacias hidrográficas do Brasil – Amazônica, Platina e São Francisco – que têm suas nascentes aqui no Distrito Federal, nas chamadas Águas Emendadas.

Em Marselha, me reunirei com par-lamentares de todo o mundo para lutar pela candidatura de Brasília. No Brasil, aprovamos o Plano Nacional de Recur-sos Hídricos, mas ainda é preocupante a forma predatória e não sustentável em que vêm sendo utilizados os diferentes ecossistemas do País.

É necessário, por exemplo, dar celeridade às discussões dos projetos que tramitam no Congresso Nacional sobre a criação de um amplo programa nacional de pagamento por serviços ambientais. Temos iniciativas isoladas e inovadoras, mas que precisam se concretizar na legislação brasileira. É imprescindível estudar modelos de reserva e armazenamento de volumes de águas superficiais ou subterrâneas, pela segurança nacional, pela utilidade e salubridade públicas e pela conservação do nosso patrimônio ambiental.

Águadesafios locais para respostas globais

RoDRIGo RoLLEMBERG*Ponto de Vista

*RoDRIGo RoLLEMBERG é senador do PSB/DF e presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA)

Page 81: PB 109

PLANO BRASÍLIA 81

Page 82: PB 109

82 PLANO BRASÍLIA

ChargeCharge

Eixo Monumental

Page 83: PB 109
Page 84: PB 109