PCNs Fáceis de Entender - Língua Estrangeira 5ª a 8ª Séries
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Conhecendo umacultura diferente
A hora de ensinar aos alunos um segundoidioma, diferente da lngua materna, geralmen-
te no terceiro ciclo, coincide com uma fase mar-cada por transformaes fsicas e emocionaisdo pr-adolescente. Na escola tambm h novi-dades. O momento representa uma ruptura daorganizao curricular e da interao entre pro-fessor e aluno, com novos horrios e discipli-nas. Tudo isso gera reaes diversas, que podemir da insegurana apreenso. A descoberta deoutro idioma est inserida nesse contexto.
A importncia do
segundo idioma fundamental que desde o incio da aprendi-
zagem da lngua estrangeira o professor desen-volva a autoconfiana em seus alunos, para queeles acreditem na capacidade de aprender. A li-
mitao de recursos dispo-nveis na escola para aprtica de ensino e a re-duzida carga horria dadisciplina no devem ser
motivo para abrir mo dosobjetivos. Talvez o professorno consiga desenvolver, ao finaldo quarto ciclo, todas as habilidades emseus alunos, como leitura, compreenso eproduo oral e escrita. Mas ele pode estabelecertrs metas que sejam teis para a turma.
Aumento do conhecimento da lnguamaterna, no caso o portugus, por meio decomparaes com o idioma estrangeiro em di-versos nveis.
Ao construir significados em outro idio-
ma, o aluno se habilita para usar uma lnguaestrangeira. Conhecer valores de outras culturas de-
senvolve a percepo da prpria, promovendo aaceitao das diferenas nos modos de expres-so e de comportamento.
Voc est a p a ixona d o? J b eijou alg um ?
P
erguntas como
essas, que atiam acuriosidade dos jovens,
viraram moda nas
aulas de Ingls da
professora Nadja FariaCorra Trombetta, do
Centro Educacional
Leonardo da Vinci, em
Vitria (ES). Nadja
encontrou a forma
ideal para motivar a
classe a trocarinformaes em idioma
estrangeiro: sugeriu que
escrevessem em ingls
nos cadernos de
perguntas e respostas.
Eu ficava imaginando
como poderia transformar
a brincadeira deles em
uma atividade didtica no
ensino de Ingls, lembra
ela. Primeiro, Nadja pediu
aos estudantes que
anotassem em portugus
perguntas que gostariam
de fazer a seus colegas.
Em seguida, foram
selecionadas as 20
questes que apareceram
com maior freqncia.
A partir da, os alunos
comearam a traduzi-las
para o ingls. Cada umdeles escreveu as
perguntas no prprio
caderno e o repassou
para os colegas
responderem, compondo,
assim, uma enquete.
Dessa maneira, os
alunos enriqueceram
o vocabulrio e
ultrapassaram o contedo
dos livros de 5 srie,
constatou Nadja.
Fofocas econfidnciasescritasem inglsfizeramsucesso nasala de aula
Nadja selecionou as 20dvidas mais comuns
I speak two languages.
Je parle deux langues.
Ich spreche zwei sprachen.*
* Eu falo duas lnguas.(em ingls, francs e
alemo)
PCN Ingls a porta de acesso ao mundo O estudo de outra lngua refora a materna Conhecer mais um idioma aumenta a culturLngua Est rangeiraParm etr os Cur r icu lares Nacionais
Fceis de en tender
d
e5
a8
srie
CsarIncioNunes
A aprendizagem da segunda lngua um desafio para o aluno do terceiro ciclo
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Portuguesa
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Bem-vindos era
da informaoNo Brasil, devido a suas particularidades
histricas e culturais houve prepondernciada influncia portuguesa , pequeno o n-mero de pessoas que utilizam um idioma es-trangeiro na comunicao oral diria. Somen-
te em regies fronteiriasnota-se um contato maior com o espa-nhol. O uso da segunda lngua entrebrasileiros est mais vinculado leitu-ra, seja de textos tcnicos ou culturais.Por esse motivo, seus alunos podemduvidar, a princpio, da utilidade pr-tica de aprender outra lngua. Mas de-ve ser ressaltado que, diferentementede dcadas anteriores, conhecer umnovo idioma significa nos dias de ho-
je um passaporte para o ingresso na sociedadeda informao.
Com a difuso da Internet, entre outrasformas de comunicao, o contato com outraslnguas se torna cada vez mais freqente. Umalngua estrangeira, particularmente o ingls,d acesso cincia e tecnologia modernas, comunicao intercultural e ao mundo dos ne-gcios.
Um p a sseio p elo b a irro e o ing ls se revela
Vale tudo na aulade Ingls da
professora Eliane
Florentino das Chagas.
Uma volta pelo
quarteiro? L est ela,
com seus alunos de 5a
srie, caa de palavras
escritas no idioma
estrangeiro.E nunca
preciso andar muito at
encontrar alguma. Rdio
ligado? Eliane no perde
tempo e faz a turmaaprimorar a
compreenso auditiva
por meio das msicas
tocadas na FM. E, se
algum assunto em
particular atrair a ateno
da garotada, a professora
no deixa a bola cair. Ano
de Copa do Mundo, por
exemplo, uma boa
oportunidade para pegar
um mapa-mndi e
verificar em quais pasesdo planeta se fala ingls.
Tudo isso tem mexido
com o interesse dos
estudantes da Escola
Municipal Professor
Domingos Diniz, em
Contagem, cidade da
regio metropolitana deBelo Horizonte (MG).Se
antes era comum ouvir
perguntas do tipo para
que aprender ingls?,
agora Eliane colhe
comentrios animadores,
como eu pensava que
no ia dar conta deaprender tudo isso,
dito pelo aluno Rodrigo
Henrique Santos,
contente por mostrar
seu caderno com as
primeiras palavras em
ingls. A receita seguida
A professora Eliane e sua turma: lies de Ingls esto em qualquer lugar
SergioAmzalak
FernandoVivas
Hello? My name
is Ktia and Im calling
from Brazil...*
*Al? Meu nome Ktia e eu estouligando do Brasil...
?
Qual a origem dalngua inglesa?
O ingls temorigem no idiomados anglos esaxes, povos
brbaros(germanos) que nosculo V de nossaera invadiram aBretanha, o atualReino Unido daGr-Bretanha.Em 1500 anos deevoluo, sofreuinfluncia de outraslnguas, entre elas
o celta, o latim e ofrancs. Costuma-se dividir a histriado ingls em trsperodos: o arcaicoou anglo-saxo(entre os sculos Ve XI), o mdio (dosculo XI ao XVI) eo moderno (a partirdo sculo XVI).
O patrimniovocabular doidioma estimadohoje em 750000palavras. Cercade metade dosvocbulos deorigem germnicae o restante provmdo latim e delnguas neolatinas,
como o francs,o espanhol e oitaliano. consideradoidioma universal,sendo o maisutilizado nosnegcios, naInternet e nomundo doentretenimento.
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A lngua a servio do usurioO desafio enfrentado por grande parte dos
professores de Lngua Estrangeira poderia serresumido nesta pergunta: Como saber se oque estou ensinando ser aproveitado no futu-ro? A resposta depende sobretudo da realida-de vivida pelos alunos, suas expectativas eperspectivas. Mas pode ser resumida ao seguin-te lema: o idioma precisa estar a servio de seuusurio. Nada pior do que, nas poucas horasdisponveis para a disciplina, a turma achar queaprender outra lngua perda de tempo. Por is-so, necessrio focar a administrao e a orga-nizao do ensino da segunda lngua segundoos olhos da garotada. Pelas diretrizes dos Par-
metros Curriculares Nacionais, ao longo dequatro anos do Ensino Fundamental, espera-seque o aluno seja capaz de:
saber identificar lnguas estrangeiras eperceber que vive num mundo plurilnge, noqual alguns idiomas desempenham papelhegemnico em determinado momentohistrico;
ter uma experincia de se expressar e dever o mundo, ampliando a compreenso doprprio papel como cidado de seu pas e domundo;
reconhecer que a aquisio de uma oumais lnguas permite acessar bens culturais dahumanidade;
ler e valorizar a leitura como fonte deinformao e prazer;
utilizar outras habilidades comunicativasde modo a poder atuar em situaes diversas.
gelo). No
fliperama
deparam oscom termos
game over
(jogo
encerrado) e
play (jogue).
Tudo isso
para mostrar
que ingls
no algo
distante da
realidade das
pessoas. No
decorrer doano, msica,
jogos, leitura
de livros e
brincadeiras mantm
acesa a curiosidade dos
alunos.Livros didticos?
Eliane Chagas j os
descartou h tempos.
So repetitivos e
desinteressantes,
resume ela, preferindo
seu mtodo.
pela professora para
captar o interesse dos
estudantes foi aliar o
ensino ao dia-a-dia. O
trabalho dela comea
antes do incio do ano
letivo. No final de cada
ano, Eliane visita as salas
de 4 srie e apresenta a
Dica
Mude a disposio das carteiras na
sala de aula. Nada menos interativo
do que manter todos os alunos
voltados para o professor, sem que
possam se envolver uns com os outros.
Como o ensino de lngua exige
comunicao,um simples rearranjo
no espao da classe, dispondo as
mesas em crculo, por exemplo,
ajudar a troca de dilogos.
Dica
Planeje atividades em grupo. Com
a mediao do professor, os alunos
passam a respeitar atitudes,
opinies, conhecimentos e ritmos
diferenciados de aprendizagem.
SergioAmza
lak ?Como possoensinar verbos demodo criativo?
Recorrer diverso a melhor forma dedeixar o ensino
agradvel e eficaz.Um dos mtodosmais usados ojogo de bingo. Oprofessor fica comcartes em queesto escritosalguns verbosno infinitivo.Na cartela dosalunos aparecem
as formas depassado e particpiopassado. Faz pontoquem marcar nacartela o verbolido. Outra opo brincar de mmica.A classe divididaem dois grandesgrupos. Escolhe-seuma pessoa para
sortear papis comverbos. Somente elapoder saber o queest escrito nacartela e deverrepresentar o verbocom gestos. Ganhapontos quemadivinhar o verbo.Uma variao pedir aos grupos
que conjuguem overbo sorteado.H tambm apossibilidade delanar mo deatividades escritas,como preencherpalavras cruzadasou relacionar umafigura com o verbocorrespondente.
seus futuros alunos
encenaes
bem-humoradas,
misturando muitas
palavras em ingls,
como shopping e
jeans, para instigar a
curiosidade das crianas
pela nova lngua, que ser
ensinada no ano seguinte.
J na 5 srie,
a primeira atividade da
turma sair pelas ruas
do bairro e encontrar
vocbulos no idioma
estrangeiro.Assim, no
bar, eles encontram a
bala Ice Kiss(beijo de
Sem rotina: cantar em ingls ou jogar no fliperama mostra a utilidade da segunda lngua
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?Que dinmicase brincadeirasposso usar nasaulas de LnguaEstrangeira?
Devemos lembrarque o ensino de umidioma deve ser,apesar daslimitaes, quaseigual ao da lnguamaterna. Pense emcomo voc aprendeuo portugus, emcasa e embrincadeiras, e tentelevar as experinciaspara a aula. A
recomendaovale para crianasmaiores eadolescentestambm. Se quiserinovar, afaste-seum pouco do livrodidtico, mesmomantendo ocontedo a serdado. Para aulas
de Ingls, umaprtica interessante pedir que osestudantescolecionem materialescrito ou falado noidioma e montemcartazes paraespalhar pelaescola. Todos vo sesurpreender com o
nmero de palavrasj incorporadas aonosso vocabulrio.Isso pode levar aoutras discusses,como, por exemplo,a influncia dessalngua estrangeiranas msicas queouvimos e filmesa que assistimos.
Uma dimensoafetiva no ensino
Por um sculo inteiro, entre 1880 e 1980,os educadores apostaram uma espcie decorrida maluca em busca de um mtodoideal de ensino de Lngua Estrangeira. Foramcriadas diversas correntes de ensino, como ade gramtica e traduo, a audiovisual, o au-diolingual e vrias outras. A corrida, no en-tanto, no teve vencedores. Simplesmenteporque os especialistas chegaram conclusode que o mtodo no poderia ser visto comoum modelo pronto e definitivo. Ou seja, dife-rentemente de uma receita de bolo, no existeuma frmula acabada para a boa aula. A par-tir da dcada de 80, esse conceito passou a serrevisto e o que antes era tratado como mtodo
virou um processo dinmico, cclico, cheio deincertezas e sem fim. Agora, mais importantedo que o professor tentar transmitir todo oprograma fazer com que o aluno aprenda ausar o que aprendeu. Dessa forma, ele estarpreparado para dar seqncia ao estudo daLngua Estrangeira mesmo depois do trminodo curso.
Como avaliar o que foi ensinadoAvaliar no se resume a constatar o nvel
do aluno nem a distribuir conceitos. um ins-
trumento para orientar a ao pedaggica e de-tectar como melhorar o ensino. Para o aluno,
um retorno de seu desenvolvimento. No casoda Lngua Estrangeira, outro fator entra em ce-na: a dimenso afetiva. Em contraste com ou-tras disciplinas, o ensino de idiomas envolvevrios fatores que podem dificultar a aprendi-zagem, como a frustrao pela no-comunica-o e a reao emocional pelo estranhamentodo novo idioma. Testes que tenham como obje-tivo apenas checar, por exemplo, o domnio deum ponto especfico da gramtica so inefica-zes para verificar o contedo aprendido. Aoelaborar a forma de avaliao, tenha em menteos seguintes objetivos pedaggicos.
Quanto compreenso escrita e oral, espe-ra-se que o aluno seja capaz de:
demonstrar compreenso geral de tex-tos, fazendo uso de elementos visuais (fotogra-fias, grficos, desenhos e outras imagens) e daspalavras conhecidas;
selecionar informaes do texto; compreender que para entender o textono preciso conhecer todas as palavras;
reconhecer como a informao apre-sentada e demonstrar postura crtica em rela-o aos objetivos do texto.
A respeito da produo escrita e oral, a ex-pectativa de que o aluno seja capaz de:
demonstrar adequao na criao, res-peitando normas sintticas, morfolgicas, lxi-cas e fonolgicas do idioma;
entender que escritores/falantes tm em
mente leitores/ouvintes inseridos em certo con-texto dentro da sociedade.
Sub a neste p a lco
e so lte a lng ua
Sakamoto.Dessa
forma, nossos
alunos aprendem
com prazer, diz
Vvian.
O trabalho se
realiza em etapas.
Em abril, os
estudantesescrevem os
poemas, em dupla ou
sozinhos. Nesse
momento desenvolvem o
vocabulrio, lidam com
questes gramaticais e
trabalham com rimas.No
estgio seguinte, as
professoras avaliam os
textos e corrigem erros
de gramtica e ortografia.
Os melhores poemas so
selecionados para uma
segunda fase, a cargo
do msico Marcelo
Zurawski, contratado
pelo colgio. Seguem-se
semanas de ensaios,
para treinar a pronncia
e o ritmo, o dia
da apresentao,
em agosto.
Promotersdo festival
Os alunos do Colgio
Nossa Senhora do
Morumbi esto
aproveitando as aulas de
Ingls para soltar a voz.Todos os anos eles se
preparam para participar
do Song Festival, que
virou sucesso absoluto
na escola. Dele
participam estudantes
da 5 8 srie que
apresentam composiesfeitas por eles mesmos
ou interpretam canes
j existentes.O nico
pr-requisito
que s vale
cantar em ingls.
As promoters
do festival so
as professoras
Vvian Rosio
Figueredo e
Rosa Mina
GustavoLourenno
Os alunos treinam no palco
GustavoLourenno