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I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte Semi confinamento para produção intensiva de bovinos de corte Ricardo Andrade Reis 1 , André Alves de Oliveira 2 , Gustavo Rezende Siqueira 3 , Eliane Gatto 4 1 Professor Titular da FCAV/UNESP Jaboticabal, SP, Pesquisador do CNPq, Membro do INCT/CA - [email protected]; 2 Pós Graduando em Zootecnia, FCAV/UNESP-Jaboticabal. 3 Pesquisador da Apta Regional Alta Mogiana - Colina,SP, Prof. Convidado do Programa de Pós-graduação da FCAV/UNESP 4 MSc. Zootecnista, Bellman Nutrição Animal. 1 Introdução A partir da ultima década do século XX a agropecuária brasileira passou por profundas transformações frente à nova ordem econômica mundial. Apesar dos recentes avanços obtidos no manejo nutricional e sanitário dos rebanhos, apenas uma parcela dos pecuaristas investe na intensificação dos sistemas de produção. Assim, grande parte dos 174 milhões de hectares ocupados por pastagens no país está degradada ou sofrem algum estagio de degradação, devido, principalmente, a má utilização e manejo (Anualpec, 2008). A intensificação na utilização das pastagens torna-se vantajoso, pois permite diluir os custos fixos, através do aumento na taxa de lotação e redução no tempo de abate. O manejo intensivo, associado à adubação, suplementação estratégica e potencial genético animal, representam as práticas que promovem maior produtividade em sistemas de produção de bovinos em pastagens. O ano de 2010 foi finalizado com sucesso pelo setor prodututivo de carne bovina, tendo sido até mesmo denominado como o “ano da carne”. As cotações bateram recordes e o preço da arroba do boi gordo, segundo o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apresentou uma valorização de aproximadamente 20%. Essa valorização foi acompanhada por sinais de aumento da demanda nacional e externa por carne bovina, impulsionando os preços do boi e da carne. Para atender a demanda mundial de carne bovina em 2050, que deverá ser quatro vezes maior que a atual, o efetivo do rebanho mundial, 1,5 bilhões de cabeças, deverá aumentar em torno de 100% e o número de animais

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I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte

Semi – confinamento para produção intensiva de bovinos de

corte

Ricardo Andrade Reis1, André Alves de Oliveira2, Gustavo Rezende Siqueira3, Eliane Gatto4

1Professor Titular da FCAV/UNESP – Jaboticabal, SP, Pesquisador do CNPq, Membro do INCT/CA - [email protected]; 2 Pós Graduando em Zootecnia, FCAV/UNESP-Jaboticabal. 3 Pesquisador da Apta Regional Alta Mogiana - Colina,SP, Prof. Convidado do Programa de Pós-graduação da FCAV/UNESP 4MSc. Zootecnista, Bellman Nutrição Animal.

1 – Introdução

A partir da ultima década do século XX a agropecuária brasileira passou

por profundas transformações frente à nova ordem econômica mundial. Apesar

dos recentes avanços obtidos no manejo nutricional e sanitário dos rebanhos,

apenas uma parcela dos pecuaristas investe na intensificação dos sistemas de

produção. Assim, grande parte dos 174 milhões de hectares ocupados por

pastagens no país está degradada ou sofrem algum estagio de degradação,

devido, principalmente, a má utilização e manejo (Anualpec, 2008).

A intensificação na utilização das pastagens torna-se vantajoso, pois

permite diluir os custos fixos, através do aumento na taxa de lotação e redução

no tempo de abate. O manejo intensivo, associado à adubação, suplementação

estratégica e potencial genético animal, representam as práticas que

promovem maior produtividade em sistemas de produção de bovinos em

pastagens.

O ano de 2010 foi finalizado com sucesso pelo setor prodututivo de

carne bovina, tendo sido até mesmo denominado como o “ano da carne”. As

cotações bateram recordes e o preço da arroba do boi gordo, segundo o

CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apresentou

uma valorização de aproximadamente 20%. Essa valorização foi acompanhada

por sinais de aumento da demanda nacional e externa por carne bovina,

impulsionando os preços do boi e da carne.

Para atender a demanda mundial de carne bovina em 2050, que deverá

ser quatro vezes maior que a atual, o efetivo do rebanho mundial, 1,5 bilhões

de cabeças, deverá aumentar em torno de 100% e o número de animais

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abatidos triplicar, desse modo haverá aumento de produtividade, expresso em

50% de desfrute.

A produção mundial de carne bovina, hoje estimada em 60 milhões de

toneladas/ano, deverá aumentar para 84 milhões de toneladas nos próximos 20

anos. Uma vez limitadas as áreas de expansão da agropecuária, o aumento da

produção de carne se dará através da intensificação dos sistemas, havendo

necessidade do aumento da produção de grãos, para a alimentação desses

animais.

Segundo a análise de dados do CEPEA, existe uma forte tendência para

queda no preço dos grãos (milho e soja), principais ingredientes do

concentrado da dieta de animais confinados. Esse cenário pode favorecer a

maior utilização de grãos na fase de terminação dos bovinos uma vez que o

pecuarista tem maior poder de compra e a relação de troca da @ do boi pela

tonelada do milho e outros ingredientes é favorável.

Diante deste cenário, as técnicas de suplementação, em especial o

semi-confinamento, devem ser adotadas como estratégia para manutenção do

equilíbrio entre a oferta e demanda de alimentos nos sistema de produção e

visando incrementar os níveis de produção animal (ganho de peso por animal e

por área) na entressafra.

Portanto, o objetivo deste trabalho é elucidar sobre técnicas de manejo

de pastagens e suplementação alimentar para intensificação da produção de

bovinos de corte no período seco do ano.

2 – Bovinocultura de corte em pastagens

A produção de bovinos em pastagens enfrenta sérios desafios, uma vez

que há limitações na qualidade e quantidade da forragem disponível ao longo

do ano para atender o requerimento animal. A distribuição desuniforme das

chuvas resulta em acentuada variações na oferta de forragem, ao decorrer do

ano. No geral, verifica-se nas condições do Brasil Central, concentração de 70

a 80% da produção forrageira nos períodos de chuvas (primavera/verão) e de

30 a 20% no período da seca (outono/inverno).

Os pastos de gramíneas tropicais raramente mantêm um balanço ótimo

entre os requerimentos dos animais e os nutrientes necessários para atender

as exigências para ganhos elevados. Com a maturação das forrageiras a partir

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do final do período chuvoso ocorre diminuição no valor nutritivo, com elevação

na percentagem de matéria seca e nos constituintes da parede celular, bem

como diminuição na concentração de conteúdo celular, como a proteína bruta

(Johnson et al., 1998). Nesse caso, o baixo teor de proteína da forragem limita

a fermentação ruminal, a degradação da fração fibrosa do alimento e o

consumo de forragem, resultando via de regra em ingestão insuficiente de

proteína e energia para desempenho satisfatório do animal (Reis et al., 2004).

A estacionalidade da produção de forragem é mais marcante nas

espécies de capim pertencentes ao gênero Panicum (Tanzânia, Mombaça e

Colonião), comparativamente àqueles do gênero Brachiaria (Braquiarão,

Decumbens e Humidicola), que apresentam maior plasticidade de produção e

facilidade de manejo.

Os efeitos desse fato sobre a pecuária de corte são evidentes,

ocorrendo uma variação acentuada de ganho de peso, e um conseqüente

atraso da idade de abate. Neste período a taxa de lotação das pastagens sofre

redução, uma vez que a oferta de forragem é reduzida. Diante disso, a escolha

de alternativas visando minimizar os efeitos da estacionalidade na produção de

plantas forrageiras deve ser coerente com o nível de exploração pecuária,

diferenciando-se, principalmente pela necessidade de intensificação de uso das

pastagens.

A utilização de suplementos concentrados permite corrigir deficiências

específicas de nutrientes na forragem para maximizar a atividade de digestão

da fração fibrosa e, conseqüentemente utilizar mais eficientemente os

carboidratos estruturais, além de complementar a dieta em situações de

escassez de forragem. Nas situações onde o consumo é limitado pela baixa

oferta de forragem, um suplemento pode substituir a forragem proveniente do

pasto, constituindo às vezes o único alimento disponível. Os níveis de

concentrado e as estratégias a serem usadas são dependentes da categoria

animal e das metas de ganho de peso.

A estratégia de suplementação, no entanto, deve ser precedida da

caracterização da quantidade e da qualidade da forragem disponível. A

qualidade da forragem no tocante a características dos carboidratos e

compostos nitrogenados são determinantes para a tomada de decisão para o

fornecimento de nutrientes limitantes a atividade microbiana.

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3 – Qualidade da Forragem

3.1 – Fração fibrosa e valor nutritivo de plantas forrageiras

Os carboidratos são os principais constituintes das plantas,

correspondendo de 50 a 80 % da MS das forrageiras e representam a principal

fonte de energia para os ruminantes. As características nutritivas dos

carboidratos das forrageiras dependem dos açúcares que as compõem, das

ligações entre eles estabelecidas e de outros fatores de natureza físico-

química. Assim, os carboidratos das plantas podem ser agrupados em duas

grandes categorias conforme a sua menor ou maior degradabilidade, em

estruturais e não estruturais, respectivamente (Van Soest, 1994).

A natureza e a concentração dos carboidratos estruturais da parede

celular são os principais determinantes da qualidade da forragem. A parede

celular pode constituir de 30 a 80 % da MS da planta forrageira, onde os mais

importantes carboidratos encontrados são a celulose, a hemicelulose e a

pectina. Além disto, podem constituir a parede celular componentes químicos

de naturezas diversas dos carboidratos, tais como tanino, proteína, minerais,

lipídeos e lignina (Hatfield et al., 2007).

Com o avançar da maturidade, verificam-se aumentos nos teores de

carboidratos estruturais e redução nos carboidratos não estruturais o que

depende em grande parte das proporções de caule e folhas. Isso se reflete na

digestibilidade da forragem, que declina, especialmente de maneira mais

drástica nas gramíneas do que nas leguminosas (Reis e Rodrigues, 1993).

As gramíneas tropicais apresentam baixos teores de carboidratos

solúveis e amido (frações A e B1), raramente superiores a 20% dos

carboidratos totais (Vieira et al., 2000). A fração indisponível C é dependente

do teor de lignina, portanto plantas com idade fisiológica mais avançada

apresentam maiores teores dessa fração. O aumento da fração C promove

redução da porção potencialmente degradável da fibra (B2), devido às

interações entre a lignina e a hemicelulose (Caballero et al., 2001).

Os componentes que compõem a fração B2 e C formam a fibra insóluvel

em detergente neutro (FDN). A FDN constitui o conceito analítico de fibra

desenvolvido por P. J. Van Soest na década de 1960, a qual apresenta os três

componentes principais: a celusose, hemicelulose e lignina. A FDN possui

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grande influência no valor nutritivo das gramíneas tropicas devido a sua

elevada capacidade de repleção ruminal em função da lenta degradação pelos

microrganismos ruminais, a qual influencia diretamente no consumo de

forragem (Detmann et al., 2010).

Em recente artigo de revisão Huhtanen et al (2010) propuseram a

utilização das frações do FDN como um modelo de predição da digestibilidade

in vivo da matéria orgânica de silagens, mas este pode ser aplicado as

forragens em geral.

O sistema de análises de fibra utilizando detergentes, desenvolvido por

Van Soest (1967) forneceu a base para um mais completo entendimento dos

mecanismos biológicos da digestão da forragem comparado com o sistema de

análise proximal de Weende. Neste sistema, tem-se a separação da matéria

seca da forragem na porção solúvel em detergente neutro (SDN), ou conteúdo

celular e na fibra em detergente neutro (FDN). Originalmente, a porção SDN foi

estimada através da diferença entre MS – FDN, mas considerando que as

cinzas não fornecem energia, o calculo de SDN deve ser feito utilizando a

matéria orgânica (MO). Assim, tem-se: SDN = MO – FDN.

A fração FDN pode ser digerida pelas enzimas produzidas pelos

microrganismos ruminais, enquanto a porção SDN também pode ser utilizada

como substratos pelas enzimas sintetizadas pelos mamíferos (Huhtnen et al

2010). Segundo Van Soest (1994) a digestibilidade verdadeira da fração SDN é

próximo de 100% quando estimada pelo teste de Lucas. Huhtanen et al. (2006)

reportaram valor de 0,963 de digestibilidade verdadeira da fração SDN em

diferentes forragens. Os mesmos autores determinaram valor de excreção

metabólica fecal (M) de 100 g/kg de MS consumida, e assim o máximo valor de

digestibilidade aparente não pode exceder a 0,90.

Com base nos princípios do teste de Lucas, a concentração de MO

digestível (MOD) pode ser expressa como (g/kg MS)

MOD = SDN + dFDN – M [1]

Onde: SDN = solúvel em detergente neutro, dFDN = concentração de FDN

digestível, M = excreção metabólica fecal.

Considerando que a fração dFDN representa o conteúdo de FDN x a

digestibilidade do FDN, enquanto a SDN é a MO – FDN e M é igual a 100 g/kg

de MS.

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MOD (g/ kg) = (MO – FDN) + (FDN x dFDN) – 100 [2]

Segundo Huhtanen et al. (2010) esta equação indica que a variação na

digestibilidade da MO da forragem está associada, principalmente a

concentração e digestibilidade da fração FDN, o que implica que a principal

ênfase na avaliação da MOD da forragem deve ser direcionada para as

características nutricionais da parede celular.

Uma porção do FDN da forragem não e digerida pelos microrganismos

ruminais, mesmo quando submetida a ação das enzimas por tempo

indeterminado (Figura 5). Esta porção é denominada fração de fibra em

detergente neutro indigestível (FDNi), a qual pode ser determinada pelas

técnicas in vitro e in situ. Assumindo esta premissa, pode-se calcular a fração

FDN potencialmente digestível (Huhtanen et al, 2010).

FDNpd = FDN – FDNi [3]

Considerando que o FDNi é uma entidade nutricionalmente uniforme, a

equação [2] pode ser escrita como a seguir:

MOD (g/kg) = (MO – FDN) + (FDNpd x dFDNpd) – 100 [4]

Onde, dFDNpd é a porção digerida do FDNpd.

Esta equação indica que a variação na DMO é uma função das

concentrações do FDNi e da dFDNpd. Segundo Huhtanen et al. (2006) os

menores coeficientes de variação (4,1 x 11,4%) e variação nos valores (0,79 a

0,94 x 0,48 a 0,87) na digestibilidade do FDNpd, comparado com a do FDN em

varias forrageiras indicaram que o FDNpd é uma entidade nutricionalmente

ideal mais adequada para avaliação da qualidade da forragem do que a porção

FDN.

Neste contexto (Figura 1) é importante distinguir claramente as

diferenças entre as frações FDNi e porção de FDN não digerida (uFDN). A

porção FDNi não é digerida pelos ruminantes, enquanto uFDN representa a

excreção fecal do FDN/ kg de MS ingerida, ou seja a fração do FDNpd que não

é digerida em um dado nível de consumo. A porção do uFDN pode exceder a

FDNi, uma vez que inclui uma porção do FDNpd que não é digerido devido ao

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tempo de retenção nos compartimentos de fermentação serem curtos para

completarem a digestão do FDNpd (Figura 1).

Figura 1 – Ilustração conceitual das transformações da MS da Forragem no

trato digestivo Mertens, 2007.

3.2 - Compostos nitrogenados

A avaliação da composição química e das características nutricionais

dos compostos nitrogenados é de suma importância para otimizar a utilização

dos recursos forrageiros. Algumas espécies forrageiras são fontes de proteína

de alta degradação ruminal, enquanto outras suprem proteína com taxa de

degradação mais lenta (Redfearn e Jenkins, 2000).

A fração protéica da forragem é composta de proteína verdadeira e de

nitrogênio não protéico (NNP). Cerca de 75% do N das folhas é relacionado a

proteína verdadeira, compondo as enzimas que atuam nos processos de

fotossíntese, respiração e crescimento. Em termos de fisiologia vegetal a

proteína verdadeira da planta é classificada em três grandes classes de acordo

com a solubilidade em água (Mangan, 1982). A Fração I é solúvel em água,

enquanto a Fração II contém porções solúveis e insolúveis e a proteína da

membrana do cloroplasto que é insolúvel representa a terceira classe.

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A Fração I refere-se à proteína homogênea do cloroplasto, constituída

de macromoléculas de ribulose 1-5 difosfato carboxilase-oxigenase (RUDP). A

enzima RUDP é uma proteína abundante, altamente solúvel encontrada nas

células do mesofilo de gramíneas C3 e no feixe vascular da bainha das

gramíneas de clima tropical (Ku et al., 1979). A enzima fosfoenol piruvico

carboxilase (PEP) substitui a RUDP no mesofilo das espécies de gramíneas

C4, e podem representar 10 a 15% da proteína verdadeira das folhas.

A Fração II da proteína verdadeira constitui de grandes quantidades de

ferredoxina, plastocianina e os citocromos do cloroplasto e tubulina, actina,

ATP sintetase, anidrase carbônica, e também fatores de alongação contidos no

citoplasma, enquanto os aminoácidos livres representam em média 10% da

proteína da forragem (Redfearn e Jenkins, 2000).

A fração de NNP representa aproximadamente 25% do N total das

folhas, embora esse componente possa variar de 15 a 50% do conteúdo de N

da planta inteira. A fração de NNP compreende DNA, RNA, amônia, uréia e

nitrato, e sua principal função é servir como intermediário para a síntese de

proteína, agente de translocação e como produto de assimilação inorgânica de

N (Mangan, 1982).

A fração de proteína das plantas C3 tem sido bem caracterizada,

enquanto as informações sobre as espécies C4 são escassas. Os teores de PB

das espécies de gramíneas de clima tropical variam de 10,0 a 15,0; 7,0 a 10,0

e de 4,0 a 7,0%, respectivamente, nas plantas colhidas no estádio vegetativo,

alongamento do caule e reprodutivo (Redfearn e Jenkins, 2000). Enquanto os

valores registrados na literatura nas gramíneas de clima temperado são de

12,0 a 18,0; 9,0 a 12,0 e de 6,0 a 9,0%, respectivamente nas plantas colhidas

no estádio vegetativo, alongamento do caule e reprodutivo (Buxton et al.,

1996).

As gramíneas pertencentes ao gênero Panicum, quando imaturas,

apresentam conteúdos de PB adequados, atendendo o requerimento para

ganho de peso da maioria de bovinos do rebanho de corte, que é de

aproximadamente 11%, de acordo com o NRC (1985). Porém, quando em

estádio de desenvolvimento avançado, os conteúdos de PB se aproximam do

nível crítico de 6,0 a 7,0%.

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Segundo Poppi et al. (1997), enquanto os teores de PB da forragem

podem variar consideravelmente, os valores de proteína do conteúdo celular

são constantes. Tal fato ocorre devido a grande variação nos valores de parede

celular da planta, afetando assim os teores de PB da forragem devido ao efeito

de diluição. Estes resultados são coerentes com o conteúdo de RUDP, que

representa a principal fonte de PB solúvel das forrageiras (34 a 40% do total de

PB).

Recentemente têm ocorrido avanços na avaliação nutricional dos

compostos nitrogenados de plantas forrageiras. O sistema proposto por Sniffen

et al. (1992) denominado Cornell Net Carbohydrate and Protein System

assume que a proteína metabolizável varia em todas as forrageiras com base

na composição da proteína bruta, taxa de digestão ruminal, taxa de passagem,

produção e composição da proteína microbiana. Esse sistema assume cinco

frações da proteína, ou seja, as frações A, B1, B2, B3 e C. A fração A é

considerada como a solúvel, constituída de NNP, enquanto a C é determinada

pelo N ligado a porção insolúvel em detergente ácido. As frações B1, B2 e B3

são consideradas proteína verdadeira e apresentam degradação ruminal

rápida, intermediária e lenta, respectivamente. A fração B3 é constituída pela

extensina, proteína associada à parede celular, determinada pela diferença

entre os conteúdos de N ligado a fibra em detergente neutro menos o N ligado

a fibra em detergente ácido.

Nas espécies de clima temperado, mais de 80% do N está na fração

solúvel da célula (Sanderson e Wedin, 1989). A concentração de N da parede

celular é menor nas espécies de gramíneas de clima temperado comparado

com leguminosas, mas a concentração de N na parede celular é mais alta nas

folhas de gramíneas do que nas de leguminosas.

As características da fração protéica também diferem entre as

gramíneas de ciclo C3 e C4. Além de menor conteúdo de PB, as folhas de

gramínea C4 possuem menor degradação da proteína no rúmen em relação a

plantas C3, uma vez que são observados altos valores das frações de menor

solubilidade ruminal (B2, B3) e insolúveis (C). Além deste aspecto, deve-se ter

em mente que os teores de proteína degradável no rúmen diminuem com o

desenvolvimento das gramíneas de clima tropical, no entanto nas gramíneas

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C3 as concentrações destas frações sofrem menores alterações (Mullahey et

al., 1992).

Com o desenvolvimento das plantas, observa-se decréscimo no

conteúdo de PB, aliado a manutenção da proporção de proteína de baixa

degradação ruminal, sendo assim, em função do efeito de diluição, tem-se o

aumento na fração proteína escape. É oportuno salientar que a presença de

proteína escape não é importante para os microrganismos do rúmen, podendo

ocorrer deficiência de N para atender o requerimento dos mesmos, o que tem

implicações na taxa de degradação da fração fibrosa, consumo de forragem e

desempenho animal (Anderson, 2000).

No entanto forragens com altos teores de proteína degradável no rúmen

apresentam menor eficiência de utilização de nitrogênio amoniacal ruminal e

síntese de proteína microbiana. A análise da Figura 2 evidencia que de nada

adianta um pico de produção de N-NH3 se a energia não está prontamente

disponível para a síntese microbiana (Figura 2). Neste caso, a amônia liberada

no rúmen será absorvida pela parede ruminal e quando a capacidade de

reciclagem do nitrogênio na forma de uréia for superada, este excedente será

eliminado através da urina, carregando com ele 4 ATPs por mol de uréia,

gastos na sua síntese, afetando sobre maneira o desempenho animal.

De acordo com Poppi e McLennan (1995) a máxima eficiência na

síntese de proteína microbiana é atingida quando se observa 160 g de PD/kg

de matéria orgânica fermentável, enquanto valores da ordem de 210 g de

PD/kg de MO fermentável resultam em apreciável perda de N.

É importante chamar a atenção para a discordância dos eventos

ocorrentes no rúmen, uma vez que a rápida disponibilidade de produtos da

degradação da proteína ou de NNP não é simultânea com a liberação de

quantidade apropriada de energia disponível para o crescimento microbiano

(situação A, Figura 2), representando baixa eficiência de incorporação de

nitrogênio em proteína microbiana. Na situação B (Figura 2), simulando maior

disponibilidade de energia, simultaneamente ao evento da degradação da

proteína, a utilização de NH3 pelos microrganismos será maior, com menores

perdas de nitrogênio na forma de amônia.

A disponibilidade das frações protéicas e fibrosas da forragem são os

fundamentos para a maximização da síntese de proteína microbiana, que é a

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principal fonte de proteína para atender o requerimento de animais em pastejo.

A sua produção (PPM) expressa em g/kg matéria orgânica digestível (g/kg

MOD) varia intensamente nas dietas a base de forragem, devido a

concentração de carboidratos não estruturais ou também daqueles solúveis em

água (Poppi et al., 1997).

Acúm

ulo

Tempo

NH3

Uréia

Proteína da planta de rápida degradação

NH3 utilizado por microorganismos

(A) Lenta liberação de energia

(B) Rapida libração de energiaFígado

Urina

Figura 2. Representação esquemática do desajuste dos principais eventos no rúmen (Adaptado de Davies et al, 2005).

Alternativas estratégicas para melhorar o sincronismo entre

disponibilidade de energia com a liberação de NH3 para uma melhor eficiência

microbiana é desejável, por esse motivo tem sido alvo de pesquisas das

grandes áreas de nutrição e manejo de pastagens. Desta forma, o objetivo

central da suplementação da dieta de animais em pastejo é o equilíbrio nas

relações energia/proteína que permitam ao animal expressar seu desempenho

de forma bioeconomicamente viável, o que nas condições tropicais apresentam

características muito peculiares.

4 – Produção intensiva de bovinos de corte em pastagens no período

seco

A intensificação dos sistemas de produção de carne bovina em pastejo

envolve estratégias de manejo que maximizem o ganho de peso no período

seco de forma a manter crescimento contínuo dos animais durante todo ano.

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Para aumento na produtividade e maior giro de capital, o abate de

animais com 24 meses ou menos de idade se faz necessário. Um dos grandes

desafios nesses sistemas é a terminação dos animais em regime de pastejo,

principalmente no período seco do ano, em função das alterações na

disponibilidade de massa e concentração de nutrientes das forrageiras

tropicais.

A adequação da disponibilidade de nutrientes às exigências dos animais

é de extrema importância para sistemas mais intensivos que objetivam abate

de animais precoces. Nesse contexto a terminação de bovinos em pastejo deve

ser estruturada em três etapas, em que a primeira refere-se à utilização de

estratégias que permitissem o acúmulo de massa de forragem para a utilização

no período de baixo crescimento das plantas. A seguir deve-se proceder à

correção dos nutrientes limitantes nessa massa acumulada para sua eficiente

utilização pelos microrganismos ruminais, e por fim o calculo final da dieta com

base nas exigências para terminação dos animais (Figura 3).

Figura 3. Esquema das etapas para terminação dos animais em pastejo durante o período da seca.

4.1- Estratégias de manejo para produção de forragem para uso no

período seco

O manejo de diferimento do pasto é a primeira etapa que deve ser

implementada nos sistemas produtivos que utilizam a terminação de bovinos

nas pastagens durante a seca, pois permite acúmulo de forragem para

utilização nesta época do ano.

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O diferimento das pastagens consiste em selecionar determinadas áreas

e vedá-las à entrada de animais no final da estação de crescimento (período

das chuvas), com o objetivo de corrigir a defasagem de produção de forragem

durante o ano, e proporcionar forragem na forma de feno em pé para pastejo

direto durante o período de baixa produção forrageira. No entanto, em grande

parte dos sistemas que utilizam esta técnica, verifica-se que o pasto é de baixa

qualidade com pequena proporção de folhas e alto acumulo de colmos e,

conseqüentemente elevado teor de fibra (Reis et al, 1997).

A época inadequada de diferimento e a escolha de gramíneas

impróprias para este tipo de manejo consistem nos principais fatores de erro,

com efeitos marcantes sobre as fases seguintes. O período de vedação, ou

seja, as datas na qual o pasto será vedado e utilizado assume importante papel

em relação à qualidade da forragem a ser obtida ao final do período de

exclusão, sendo esta a primeira importante decisão a ser tomada dentro do

sistema.

Porém esta decisão é difícil, uma vez que é afetada por outras variáveis,

algumas controláveis (massa de forragem no momento de vedação, quantidade

de adubo aplicado) e outras não (precipitação, temperatura, disponibilidade de

luz). Assim, a escolha do período de vedação das pastagens varia de acordo

com as condições do ambiente, sendo que, a aplicação dessa tecnologia deve

ser analisada e estudada de acordo com cada situação.

4.2 – Época de diferimento e espécie forrageira

No geral, pastagens diferidas por períodos mais longos apresentam

menor valor nutritivo, maior produção de matéria seca e maiores riscos de

apresentarem perdas por acamamento e pisoteio. Em períodos menores de

vedação, ocorre um menor acumulo de forragem e um maior valor nutritivo

(Costa et al., 1993).

Leite et al. (1998) avaliaram épocas de diferimento (fevereiro, março e

abril) e utilização (junho, julho, agosto e setembro) em seis gramíneas. Esses

autores relataram que, em todas as espécies estudadas, o teor de proteína

bruta foi maior na forragem colhida nas três primeiras épocas de utilização

(junho, julho e agosto), sendo o menor valor no período de diferimento de

fevereiro e o maior em abril. Assim, chegaram à conclusão que a melhor época

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para diferimento do P. maximum cv. Vencedor, e os quatro genótipos de B.

brizantha estendem-se de março até a primeira quinzena de abril, enquanto no

genótipo A. gayanus cv. Planaltina, o diferimento deve ser realizado durante o

mês de março.

Segundo Silva et al. (2008), as plantas mais indicadas para a prática de

diferimento são aquelas cujo valor nutritivo sofre redução lenta ao longo do

tempo, tais como as gramíneas de crescimento prostrado e decumbentes como

as do gênero Brachiaria (decumbens, capim-marandu e capim-xaraés),

Cynodon (capins estrela, coastcross e tifton) e Digitaria (capim-pangola). As

gramíneas cespitosas de crescimento ereto, tais como as do gênero Pannicum

(capins tanzânia, mombaça e tobiatã), Pennisetum (capim elefante) e

Andropogon (cvs. Planaltina e Baeti), quando diferidas por períodos longos,

apresentam acúmulo excessivo de colmos grossos e baixa relação folha:colmo,

não sendo indicadas, portanto, para a vedação por longos períodos (Silva et

al., 2008). Euclides et al. (2007) relataram que as plantas forrageiras mais

recomendadas para a prática de diferimento são aquelas que apresentam

baixo acúmulo de colmos e boa retenção de folhas verdes, o que resulta em

menores reduções no valor nutritivo ao longo do tempo.

Euclides et al. (2007), avaliaram o efeito da época de diferimento

(fevereiro e março) e utilização (maio a julho e julho a outubro) em pastos de B.

brizantha (cv. Marandu) e B. decumbens (cv. Basilisk). Os autores relataram

que os pastos diferidos em fevereiro apresentaram maior massa de matéria

seca total (4.530 vs 3.160 kg/ha), de matéria seca verde (2.290 vs 1.445 kg/ha)

e matéria seca de lâminas foliares (935 vs 680 kg/ha) que os diferidos em

março e concluíram que esses dois cultivares de braquiária são adequados

para o diferimento no final do verão possibilitando grande incremento na taxa

de lotação durante todo o período seco, porém com valores nutricionais

limitantes a produção animal.

4.3 - Estrutura do pasto diferido

Durante o crescimento e desenvolvimento dos pastos, que resulta em

acúmulo de forragem, a planta modifica sua morfologia e, conseqüentemente,

sua estrutura (Hodgson, 1990). De acordo com Stobbs (1973), as

características estruturais da forragem afetam o tamanho do bocado, o número

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de bocados por unidade de tempo, o tempo de pastejo e, por fim, o consumo e

desempenho animal. Desta forma, o período de diferimento além de afetar a

produção de forragem, também modifica a estrutura do pasto, caracterizado

pela massa de seus componentes morfológicos (Santos et al., 2009a).

O tempo de diferimento influência negativamente no número de perfilhos

vivos e vegetativos e positivamente na massa de colmo verde e material morto

(Figuras 4 e 5) (Santos et al. 2010a). A redução na densidade populacional de

perfilhos vivos em pastos diferidos por longos períodos pode comprometer sua

persistência, caso o diferimento seja realizado, numa mesma área, durante

vários anos consecutivos. Deste modo, é prudente alternar as áreas de

pastagem a serem diferidas durante os anos, principalmente se o período de

diferimento for longo, devendo-se considerar ainda que a adoção do

diferimento da pastagem, em geral, resulta em aumento do banco de sementes

no solo pelo desenvolvimento dos perfilhos reprodutivos.

Figura 4 - Massa de colmo verde (●) e de material morto (o) em pasto de capim-braquiária durante o período de diferimento da pastagem em Viçosa, Estado de Minas Gerais. Significativo a 1% (**) e 5% (*). Fonte: Santos et al. (2010a).

Pastos diferidos por menores períodos (tardiamente) são desfolhados

por mais tempo. Assim, muitos perfilhos que estavam iniciando o estágio

reprodutivo têm seu meristema apical removidos, por outro lado, pastos

diferidos mais cedo (maior período de diferimento) foram menos pastejados,

apresentando maior proporção de perfilhos reprodutivos durante o período de

diferimento (Santos et al., 2009b).

Figura 5 –Densidades populacionais

de perfilhos vivos (●) e de perfilhos

totais (o) em pasto de capim-

braquiária durante o período de

diferimento em Viçosa, Estado de

Minas Gerais. Significativo a 1%

(**). Fonte: Santos et al. (2010a).

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A altura das plantas também aumenta linearmente em pastos

submetidas a maiores períodos de diferimento. Santos et al. (2009c), avaliando

o índice de tombamento (quociente entre altura da planta estendida e altura do

pasto) em pastos formados com Brachiaria decumbens (cv. Basilisk),

submetidos a diferentes períodos de diferimento e doses de N notaram que o

índice de tombamento dos pastos foi influenciado apenas pelo período de

diferimento. Os mesmos autores sugeriram que as estratégias de manejo que

poderiam ser utilizadas para reduzir esse índice e reduzir as possíveis perdas

de forragem associadas a esta condição seria o menor período de diferimento

e a redução das doses de N aplicada no início do diferimento do pasto.

4.4 – Adubação nitrogenada antes do diferimento

A Adubação nitrogenada e o tempo de diferimento afetam diretamente a

estrutura e valor nutritivo da forragem acumulada. Trabalho conduzido por

Santos et al. (2009b) avaliando doses crescentes de nitrogênio (0, 40, 80 e 120

kg/ha) e três períodos de diferimento (73, 95 e 116 dias) em pastos de

Brachiaria decumbens cv. Basilisk encontraram aumento linear da massa de

forragem com o aumento no período de diferimento e das doses de nitrogênioe.

A massa de lâmina foliar verde aumentou com a aplicação de N, podendo isso

ser explicado pelo aumento na duração de vida das folhas e pelo número de

folhas por perfilhos individuais.

Pastos com menores períodos de diferimento (73 dias), a adubação

nitrogenada de 0 para 120 kgN/ha resultou em aumento de 145% na densidade

populacional de perfilhos vegetativos, uma vez que esse tipo de adubação

aumenta a capacidade de perfilhamento. Esse efeito de aplicações de N na

densidade de perfilhos depende do índice de área foliar (IAF) que o pasto é

mantido (Santos et al., 2009b). Quando o IAF é baixo, ocorre efeito positivo do

N na densidade de perfilhos (aumento no site filling), mas esse efeito não

persiste com o desenvolvimento do IAF devido ao sombreamento e mudanças

na qualidade da luz incidente na base da planta que inibe o perfilhamento.

Prosseguindo nesse mesmo estudo, foi encontrado aumento na massa

de colmos verdes com elevação nas doses de N, devido à maior número de

perfilhos por unidade de área e, principalmente, pelo maior peso dos perfilhos

nesses pastos, sendo que o período de diferimento também contribuiu para o

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aumento da massa de colmos verdes devido ao alongamento destes. Os

autores relataram ainda que o aumento da massa de forragem total com o

aumento das doses de N foi devido ao aumento da massa de forragem verde,

uma vez que o N não afetou a massa de forragem morta. Neste trabalho, o

pasto diferido por maior período (116 dias) e sem adubação nitrogenada

produziu semelhante massa de forragem (4.979 kgMS/ha) em comparação

aqueles diferidos por menor período (73 dias) e adubados com a dose de 80

kgN/ha (4.901 kgMS/ha).

Assim, adubação nitrogenada também pode permitir maior flexibilização

do período de diferimento da pastagem, pois o nitrogênio aumenta a taxa de

crescimento da gramínea e, conseqüentemente, a quantidade de forragem

produzida por unidade de tempo, sendo possível obter produção de forragem

semelhante, mesmo adotando distintos períodos de diferimento (Santos et al.,

2009d).

Porém, atenção deve ser dada à existência de possibilidade de ocorrer

grandes perdas por volatilização quando uréia é administrada nas épocas

secas do ano em solos com baixa umidade . Nesse sentido, outras fontes de N

como o sulfato de amônio e o nitrato de amônio, menos susceptíveis a

volatilização, podem ser empregados como forma de reduzir as possíveis

perdas (Santos et al., 2009d).

A adubação nitrogenada tem efeito limitado e pequeno na melhoria do

teor de PB da forragem diferida e seu efeito é mais pronunciado sobre o

aumento na produção de forragem. Segundo Santos et al. (2009d), em todas

as equações geradas que continham os efeitos do fator período de diferimento

e doses de N, o coeficiente angular foi sempre superior para o período de

diferimento em detrimento às doses de N. Desta forma, a adequação de

período de diferimento da pastagem constitui ação de manejo prioritária e

essencial para conciliar produção de forragem em quantidade e qualidade

(Santos et al., 2009d).

4.5 – Valor nutritivo da forragem de pastos diferidos

O menor período de diferimento pode contribuir para a melhoria do valor

nutritivo da forragem disponível devido à maior participação de perfilhos

vegetativos na estrutura do pasto que possuem maior relação entre massa de

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lâmina foliar verde:colmo verde o que favorece o consumo pelos animais

(Santos et al., 2009b; 2010a).

Euclides et al. (2007) encontraram relações entre matéria seca

total:matéria seca verde de 1:0,40 e 1:0,55 nos pastos diferidos em fevereiro e

março, respectivamente. Segundo os autores, a dieta selecionada e consumida

pelos animais foi 100% da fração verde da planta, e, desta, 40 e 55% das

dietas foram constituídas de lâmina foliar, nos pastos diferidos em fevereiro e

março, respectivamente. Desta forma, as ofertas desses componentes da

forragem podem limitar a máxima ingestão de forragem pelos animais.

O índice de tombamento é associado com baixos valores nutritivos da

forragem, e neste sentido, Santos et al. (2010b) encontraram que pastos mais

baixos (tombados), porém com maior altura de planta (altura estendida)

correlaciona-se positivamente com os teores de FDN e FDN indigestível (FDNi)

e negativamente com os valores de PB e MS potencialmente digestível (MSpd).

No entanto, foi observado correlação positiva entre o componente morfológico

massa de lâmina foliar verde com os percentuais de PB, FDNpd e MSpd e

negativa com a FDN e FDNi. Também encontraram correlação positiva entre

massa de lâmina foliar morta e FDNpd, indicando que laminas foliares mortas

constituem alimento energético para o animal durante o período da seca. A

massa desse componente morfológico foi correlacionada negativamente com

os teores de FDNi.

Euclides (2001) enfatizou que o consumo máximo de forragem por

animais em pastejo ocorre quando os mesmos estão em pastos com alta

disponibilidade de folhas sendo que, o colmo e material morto, podem limitar o

consumo. Vários autores descreveram a importância da quantidade de folhas

verdes sobre a qualidade da ingesta (Santos et al., 2004a; Euclides et al.,

2000; Euclides, 2001). Euclides et al. (2000), notaram uma preferência dos

animais por folhas a caules e material morto, caracterizando sua seletividade.

A avaliação da Figura 6 corrobora com os autores supracitados uma vez

que o desempenho de animais em pastejo está intimamente ligado as

variações na estrutura do dossel forrageiro e o valor nutritivo da forragem.

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Figura 6 - Oferta de matéria verde seca e ganho de peso de novilhas suplementadas com suplemento protéico e suplementadas com sal mineral mantidas em pastagens de capim Marandú avaliada nos períodos chuvoso e seco. Adaptado de (Oliveira, 2006).

A suplementação propiciou maior ganho de peso dos animais mantidos

em pastagens ao longo do ano, comparado com o desempenho dos não

suplementados. No entanto, o ganho de peso dos animais acompanhou a

variação da oferta de forragem verde, registrando-se menores desempenhos

nos meses nos quais se observaram as menores ofertas de massa e também

nos meses de julho a setembro, constatou-se que a proporção de folha foi

inferior a 40%, sendo que nos demais períodos a porcentagem de folhas foi

sempre superior ao valor supracitado. Esses dados demonstram que a

suplementação é um componente que auxilia na eficiência de utilização do

pasto, porém é altamente dependente da quantidade e qualidade do pasto

existente.

Desta forma, em situações com elevada oferta de forragem e baixo

consumo pelos animais, o aumento na oferta de forragem pode não alterar o

consumo e desempenho dos animais, uma vez que eles podem não conseguir

ingerir eficientemente o pasto (Santos et al., 2004).

5 – Princípios para suplementação no período seco

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As forragens de pastos diferidos, no geral, são caracterizadas pela baixa

qualidade, destacando-se o baixo nível de compostos nitrogenados ou proteína

bruta e pela elevada lignificação da fração fibrosa insolúvel, o que implica

baixos níveis de consumo e de digestibilidade, reflexo da falta de nitrogênio

para crescimento microbiano. Deste modo, o fornecimento os nutrientes

deficientes na forragem é essencial para utilização dos recursos forrageiros

disponíveis pelas bactérias ruminais e consiste na segunda etapa do esquema

proposto para terminação de bovinos em pastejo na seca (Figura 3).

Sendo o valor nutritivo das forragens durante o período seco limitado, o

consumo assume importante papel em relação ao desempenho animal. A

capacidade de ingestão de pasto de baixa qualidade está intimamente

associada ao efeito de repleção ruminal da fração fibrosa insolúvel, o qual

determina a capacidade da FDN em ocupar espaço no ambiente ruminal

(Detmann et al., 2010). Sendo assim, que a habilidade da microflora em

degradar e fermentar os polissacarídeos da forragem determina a energia

extraída e a taxa de passagem, influenciando assim a repleção ruminal.

A eficiência com que a parede celular é utilizada pelos microorganismos

fermentadores pode ser alterada por fatores ambientais e nutricionais, como

manejo da pastagem, alternativas de suplementação e correção de

desequilíbrios de nutrientes (Paulino et al., 2006a).

As limitações inerentes aos recursos nutricionais basais de baixa

qualidade (pasto) são intrinsecamente limitações ao crescimento microbiano no

rúmen. Nestas situações, devido à alta relação carbono:nitrogênio no substrato

basal, haverá deficiências absoluta de compostos nitrogenados para a síntese

de enzimas microbianas as quais são responsáveis pela degradação dos

compostos fibrosos insolúveis da forragem (Detmann et al., 2009).

Uma vez que a forragem foi consumida pelo animal, a qualidade da fibra

passa a ser o fator mais limitante à produção (Wattiaux et al., 1991), sendo isso

demonstrado pela melhora na performance animal com pequenas mudanças

na digestibilidade da forragem (Casler e Vogel, 1999).

Detmann et al. (2005) inferiram que em dietas onde parede celular é

fornecida pode haver um efeito dramático na cinética de digestão devendo esta

ser um processo de segunda ordem, sendo função do substrato e enzimas

ativas. Ainda citaram que no caso de parede celular, a digestão requer uma

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população microbiana ativa com capacidade de digeri-la, sendo possível que

tanto em dietas de forragem total como mistas com concentrado, há situações

em que a digestão é limitada por capacidade microbiana ou enzimática e não

somente pela propriedade cinética da parede celular.

De acordo com Reis et al. (2009) e Paulino et al. (2008) mesmo havendo

a disponibilidade de fibra potencialmente digestível nos pastos na seca, a

proteína é o nutriente mais limitante, devendo esta ser corrigida através da

suplementação, a fim de aumentar a eficiência de degradação da fração fibrosa

e, conseqüentemente, a taxa de passagem e o consumo de matéria seca da

forragem. Dessa forma, não só o consumo de forragem seria aumentado

devido ao estímulo ao crescimento das bactérias fibrolíticas, mas o consumo

de energia seria maximizado pela maior extração da energia da forragem

(Malafaia et al., 2006).

Com base nessa caracterização, pode-se inferir de forma direta que a

suplementação estratégica no período seco envolve a utilização de nitrogênio

como base para a formulação do suplemento considerando-se a segunda

etapa do planejamento nutricional para terminação de bovinos de corte nesta

época (Figura 3).

Segundo Reis et al. (2005), no Brasil Central o rebanho mantido em

pastagens no período de seca se alimenta de forragem de baixo valor nutritivo,

caracterizada por teores de proteína bruta inferiores ao nível crítico de 7% MS,

limitando, desta forma, o seu consumo. Entretanto, Lazzarini et al. (2009)

mencionaram que o nível mínimo de 7% PB na dieta não assegura

maximização na utilização dos substratos energéticos de lenta disponibilidade,

uma vez que respostas positivas na degradação da fibra foi observado ate

valores próximos a 13-14% de PB.

O fornecimento de compostos nitrogenados durante a seca deve

considerar os eventos ruminais de digestão, fermentação, síntese de

compostos nitrogenados e consumo de forragem de baixa qualidade.

Detmann et al., (2010) determinaram que no período da seca, com

forragem de baixa qualidade o mínimo de 8 mg/dL de nitrogênio amoniacal no

rúmen (NAR) deve ser estabelecido pela suplementação para garantir a

capacidade dos microrganismos fibrolíticos de degradação dos componentes

fibrosos. No entanto, verificou-se que a maximização do consumo de fibra de

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forragem de baixa qualidade foi obtida ao conseguir 15 mg NAR/dL de fluido

ruminal. A divergência entre os valores é devido às diferenças entre exigência

de microrganismos e animal. O aumento no consumo de fibra até níveis de 15

mg de NAR/dL pode constituir ajuste no balanço proteína metabolizável/energia

metabolizável da dieta. Ocorrendo constância na energia extraída a partir da

fibra, a elevação no consumo implicaria maior aporte de proteína metabolizável

a partir de proteína microbiana, o que acarretaria melhor adequação metabólica

ao animal. Deste modo, o mínimo de 8% de PB na dieta deve ser estabelecido

para crescimento microbiano e utilização da fibra e 10% de PB para maximizar

o consumo de fibra digestível (Detmann et al., 2010).

Assim, no período seco, a segunda etapa do planejamento nutricional

(Figura 3), a meta a ser alcançada com a suplementação é adequar os níveis

deficientes de nitrogênio da dieta basal, fornecendo compostos nitrogenados

em quantidades que permitam elevar o valor de PB da dieta a 10% a fim de

maximizar a atividade dos microorganismos ruminais e o consumo voluntário.

Dando seqüencia ao planejamento, a terceira etapa (Figura 3) seria o

suprimento das exigências dos animais para as metas de ganhos de peso

estipuladas pelo produtor. Como se refere a animais na fase de terminação a

energia da dieta assume importante papel uma vez que, nessa fase, o animal

passa a depositar de forma mais acentuada tecido adiposo. O nível de

suplementação e o tipo de suplemento a ser usado vão depender da qualidade

e quantidade de forragem disponível e dos objetivos a serem alcançados.

De maneira geral, Euclides e Medeiros (2005) consideram que as

formulações de suplementos para as condições de pastejo podem ser

estruturadas em três grupos, dependendo do desempenho a ser alcançado:

simples manutenção do peso vivo; ganhos moderados entre 200-

300g/animal/dia; e ganhos de até 500-600g/animal/dia. No entanto, as

respostas animal frente à suplementação podem ser afetada por diversos

fatores, sendo estes ligados ao ambiente, ao animal, e interações

pasto/suplemento.

Desta forma, para a formulação de suplementos e determinação da

quantidade a ser fornecida, com enfoque na terminação dos animais em

pastejo, devem ser considerados os aspectos relacionados à dieta basal e as

exigências do animal.

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5.1 – Características qualitativas e quantitativas dos suplementos x

forragem

A justificativa para o ajuste dos nutrientes a serem fornecidos para

animais em terminação nas pastagens, durante a seca deve-se a melhor

adequação e a maior eficiência de utilização dos mesmos. A fixação do nível

de 10% de PB na dieta basal para bovinos em pastejo consumindo forragem de

baixa qualidade permite delinear qual a melhor estratégia de fornecimento de

compostos nitrogenados que atenda a 2º etapa do planejamento proposto na

Figura 3, fornecimento de nutrientes limitantes para utilização da forragem

disponível.

No entanto, associada à proteína, deve-se considerar a

complementaridade com que o nitrogênio ruminal é utilizado na presença de

outros substratos microbianos essenciais, tais como ácidos graxos de cadeia

ramificada, enxofre, fósforo, cobre e cobalto. Além disso, o crescimento

microbiano desenvolve-se até o limite da disponibilidade de energia (Paulino et

al., 2008). A partir de então, inicia-se a 3º etapa que consiste na introdução de

compostos nitrogenados adicionais em conjunto com fontes energéticas que

permitam sua maior assimilação ruminal e/ou atendam as exigências dos

animais para que as metas de produção do sistema sejam atingidas (Detmann

et al., 2010).

O fornecimento de fontes energéticas de rápida degradação ruminal

concomitante aos compostos nitrogenados suplementares pode ser realizados

com dois propósitos principais, de acordo com as metas de ganhos e da

estratégia de manejo da pastagem. Devem-se estabelecer níveis de nutrientes

e fontes nos quais não haja restrições significativas sobre o consumo de

forragem priorizando maximizar a utilização da forragem e maximizar a síntese

de proteína microbiana. Nas situações, onde se observa limitação na oferta de

forragem, ou/e almeja-se maior lotação das pastagens, o fornecimento de

maiores níveis de suplementos com intuito de promover um efeito de

substituição da forragem pelo suplemento deve ser estabelecido. Neste

contexto, as características dos nutrientes fornecidos, o nível de suplemento e

sua interação com a quantidade e qualidade da forragem disponível ditarão às

respostas as estratégias adotadas.

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A principal interação que ocorre, quando suplementos são fornecidos para

animais mantidos em pastagens, é a do efeito associativo que,

conceitualmente, é definido como a mudança ocorrida na digestibilidade e/ou

no consumo da dieta basal (forragem). O efeito associativo pode ser de três

tipos: substitutivo, aditivo ou suplementar e combinado.

O efeito substitutivo é caracterizado pela diminuição do consumo de

energia digestível oriunda da forragem, enquanto se observa aumento no

consumo de concentrado. Assim, nesta condição, mantém-se constante o

consumo total de energia digestível (CTED), indicando que a ingestão do

suplemento substituiu a do pasto (Figura 7).

O efeito aditivo ou suplementar refere-se ao aumento do consumo total de

energia digestível (CTED) devido ao incremento no consumo do concentrado,

podendo o consumo de forragem permanecer constante ou aumentar (Figura

7).

Figura 7. Representação dos tipos de efeito associativo (Adaptado de Moore,

1980).

No efeito combinado, observam-se ambos os efeitos, substitutivo e

aditivo, ou seja, há decréscimo no consumo de forragem e, ao mesmo tempo,

elevação no de concentrado, o que resulta em maior CTED (Figura 7).

Quando ocorre o efeito substitutivo, a redução do consumo de forragem é

expressa como uma proporção da quantidade do suplemento consumido.

Assim, o coeficiente de substituição pode ser expresso pela equação:

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Há que se considerar que, quanto melhor for à qualidade da forragem,

maior será o coeficiente de substituição pelo suplemento. Nessa situação, o

coeficiente de substituição pode refletir a manutenção de um consumo de

energia constante, ou a diminuição da digestão da fibra, o que pode acarretar

decréscimo no consumo de forragem em decorrência da diminuição da taxa de

passagem.

A terminação de novilhos jovens, abaixo de 24 meses, exige elevados

níveis de fornecimento de concentrado no período seco. Fornecimento que

varia, entre 0,6% a 1,5% do peso corporal pode ser estabelecido de acordo

com a quantidade da forragem disponível, taxa de lotação a ser empregada e

viabilidade econômica. No entanto, a formulação dos suplementos e as

características das fontes energéticas fornecidas devem ser consideradas na

tomada de decisão.

Segundo Chamberlain (1996), a produção de proteína microbiana varia

com a natureza do substrato energético fornecido (amido, fibra solúvel, ou

açucares), podendo ocorrer efeito substitutivo de acordo com a interação

estabelecida entre pasto-suplemento. Neste aspecto merece destaque o nível

de suplemento fornecido aos animais.

5.2 – Suplementos de alto consumo para o período seco

O fornecimento de suplementos protéico-energéticos de alto consumo

durante a seca, cerca de 0,6 a 1,0% do peso corporal (PC), é realizado

principalmente para a terminação em que o objetivo é o abate de animais

precoces entre 24 a 27 meses de idade. O objetivo é conseguir ganhos de

peso entre 0,700 a 1,00 kg/dia e o suplemento deve conter entre 2 a 8% de

mistura mineral; 70 a 80% de energia; e 15 a 25% de proteína verdadeira.

Deve-se suprir cerca de 100% das exigências de sódio, microminerais e PDR;

e cerca de 60% das exigências de fósforo (PAULINO, 1999).

Descréscimo no consumo de forragem

Quantidade de suplemento consumidoCoeficiente de Substituição =

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Essas estratégias de utilização de altos níveis de suplementos são

comumente chamadas de semi-confinamento e os níveis de concentrado

utilizados deve levar em consideração questões econômicas, metas de ganho,

tempo de terminação, disponibilidade de forragem e estrutura adequada.

O confinamento Expresso®, ou confinamento no pasto, é outra

estratégia de engorda que permite terminar os animais na própria fazenda,

mesmo não possuindo a estrutura tradicional de confinamentos. Além disso, o

sistema permite uma tomada rápida de decisão quanto à terminação dos

animais com altos níveis de concentrado. A decisão será de acordo com

oportunidade de mercado, pois, não existe necessidade de produção

antecipada de volumoso, uma vez que os animais irão utilizar o pasto como

fonte desse alimento. Contudo, exige um correto planejamento de áreas de

pastagens a serem diferidas para acúmulo de forragem para utilização no

período de terminação. Outra vantagem é a mistura de 2 ou 3 ingredientes para

a formulação do concentrado, onde se tem um núcleo protéico ao qual é

acrescentado uma ou mais fontes energéticas.

O sistema de confinamento Expresso® consiste em alocar os animais

em uma determinada área de pasto, previamente vedada, e fornecer alimento

concentrado nas quantidades que podem variar de 1,2 a 2,0% do PC. A lotação

da área é determinada de acordo com a quantidade de concentrado fornecida,

disponibilidade de forragem e o tempo de permanência dos animais no

sistema.

As dietas utilizadas no confinamento Expresso® são conhecidas como

“dietas de alto grão”, as quais se caracterizam por alta produção de ácidos

graxos voláteis no rúmen, provocando baixos valores de pH. Nesse caso é

importante o tamponamento adequado da dieta para que limite a queda de pH

ruminal. Alternativas para isso é a adição de ionóforos e tamponantes.

Tanto no confinamento no pasto, quanto nos convencionais, é

imprescindível que se faça prévia adaptação dos animais de modo a prevenir

problemas metabólicos. A adaptação pode variar entre 7 a 14 dias dependendo

do nível de concentrado. Os ganhos de peso apresentados também são

dependentes do nível de concentrado, oferta de forragem e potencial genético

dos animais.

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O confinamento Expresso® é uma estratégia adequada de terminação

de bovinos com altas quantidades de alimentos concentrados, e se inclui no

conceito de melhora da eficiência nos sistemas de produção pecuária,

consideradas as vantagens listadas acima. Nesta análise pode-se incluir a

maior taxa de ganho de peso na fase de terminação, melhor rendimento e

acabamento de carcaça e, conseqüentemente, carne de melhor qualidade.

Na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) no Pólo da

Alta Mogiana (Colina-SP), foi realizado um experimento para avaliar essa

tecnologia. O grupo de pesquisa testou duas formas de alimentação. Foi

fornecido aos animais a mesma quantidade de concentrado em porcentagem

do peso corporal (2% PC), sendo que metade dos animais receberam essa

alimentação em pastagens (Confinamento Expresso®) e a outra metade em

confinamento tradicional, ou seja, o que variou foram as instalações e a fonte

de fibra, que no confinamento expresso é representada pelo pasto.

O grupo de pesquisa constatou menor ganho em peso corporal nos

animais mantidos em pastagem (Figura 8), todavia esse foi compensado ao

final do período de confinamento pelo maior rendimento de carcaça dos

animais do confinamento Expresso®, em média o rendimento de carcaça foi

superior em 2 unidades percentuais. Desta forma, as arrobas ganhas no

confinamento nas duas estratégias foram próximas. O grupo de pesquisa inferi

que no confinamento Expresso® foi utilizado uma alta lotação 4 UA/ha (no

período seco) e ao final do período experimental havia baixa disponibilidade de

massa seca (<2.000 kg). Essa situação limitou o consumo de forragem e

provavelmente alterou a relação volumoso:concentrado pretendida que era de

20:80, possivelmente a taxa de passagem foi aumentada e a proporção do

conteúdo ruminal em relação ao peso corporal foi reduzida, elevando dessa

forma o rendimento de carcaça.

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Figura 8: Evolução do peso corporal de bovinos sob duas formas de

confinamento

Fonte: Moretti (dados em preparação)

6 – Planos nutricionais para terminação na seca

O estabelecimento de estratégias para terminação de bovinos de corte

em pastejo envolve obrigatoriamente o fornecimento de suplementos no

período seco, uma vez que, qualquer que seja a idade de abate do animal, ele

permanece na pastagem pelo menos por uma seca durante a sua vida.

A busca pelo aumento da eficiência técnica e econômica na produção de

carne de qualidade tem direcionado para sistemas de produção que abatem

animais jovens.

Desta forma, Siqueira et al. (2008) analisaram o crescimento de bovinos

associado a oferta de forragem ao longo do ano, e mostraram que a demanda

alimentar dos animais na segunda seca foi 65% superior a constatada no

mesmo animal na primeira seca (pós-desmama).

O aumento no ganho de peso dos animais durante a recria é

fundamental para o sucesso bioeconômico do sistema de produção, por ser

este um redutor do tempo de terminação e determinante para qual estratégia

de fornecimento de suplemento será realizada na terminação coincidente com

o período seco. Assim, o plano nutricional na vida desse animal sempre deve

ser mantido, ou ser crescente. Deve-se focar no objetivo que se deseja

alcançar com a suplementação durante a vida do animal, ou seja, qual idade de

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abate preconizada. O suplemento de seca deve ser balanceado para ganhos

semelhantes ou inferiores àquele esperado durante a fase subseqüente, de tal

forma que a taxa de crescimento do animal seja constante ou crescente

(Euclides, 2001).

Um dos fatores mais importantes para atingir peso de abate precoce é a

eficiência de ganho de peso nas diversas fases da curva de crescimento do

animal. A eficiência de crescimento de animais de corte é, principalmente,

função de duas características básicas: taxa de ganho e composição dos

tecidos depositados. (Paulino et al., 2004). Adicionalmente, o crescimento do

animal é alterado conforme a idade do mesmo desde a concepção,

nascimento, puberdade e até a maturidade. O peso acumulado do animal em

relação a sua idade segue uma curva sigmóide, com uma fase de pré-

puberdade de auto-aceleração do crescimento e de pós-puberdade de auto-

inibição (Owens et al., 1993).

Assim, na produção de animais precoces para abate, adequar a

disponibilidade de nutrientes às exigências dos animais durante as fases de

crescimento acelerado compreendido entre o nascimento e a puberdade (cria e

recria), constitui um dos maiores desafios no sistema. A estratégia de

suplementação (sal mineral com uréia; protéico de baixo consumo ou médio

consumo) a ser adotada logo após a desmama, por exemplo, que dependendo

da estação de monta coincide com o inicio da seca, será determinante para a

terminação ou não desse animal na seca seguinte.

A justificativa biológica para uma melhor adequação nutricional nesta

fase é devido à maior eficiência de utilização de nutrientes, energia e proteína,

no período compreendido entre o nascimento e a puberdade em que se

observam maior eficiência de conversão dos alimentos em peso corporal (kg de

MS/kg de ganho). Tal fato justifica-se pelo menor custo energético para

deposição de tecido muscular, o qual apresenta grande desenvolvimento nesta

fase (Cervieri et al., 2007).

O tecido adiposo é o ultimo a acentuar seu crescimento, quando o

acumulo de músculo começa a diminuir. A partir deste ponto a maior parte dos

alimentos fornecidos será convertida em gordura. Contudo, a gordura e o

músculo apresentam diferenças quanto à quantidade de energia consumida

necessária para deposição, apesar de que o tecido adiposo seja mais eficiente

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em termos de Mcal consumida/ Mcal depositada. O tecido muscular é

composto por 75% de água, necessitando menos energia para sua deposição.

Para a mesma quantidade de energia disponível (10 kcal) há a deposição de 4

vezes mais tecido muscular (2,8g) que adiposo (0,7g) (Cervieri et al., 2007).

Portanto, a suplementação é indicada na fase de recria, podendo ser

fornecida apenas na época seca ou durante toda a vida do animal. Esses

suplementos são fornecidos entre 0,1 a 0,4% de peso corporal ( % PC) na fase

de recria. Na terminação de machos usa-se na faixa de 0,6% a 1,0% do PC.

Deste modo, cabe ao produtor delinear de acordo com o nível de

intensificação que deseja implementar na propriedade a melhor estratégia de

terminação. Os animais podem ser abatidos como superprecoce no pasto com

até 18 meses de idade (Paulino et al., 2006b); o novilho precoce com abate até

22 meses; e abate entre 24 a 27 meses de idade. Assim, na escolha de

qualquer estratégia, o planejamento alimentar é primordial, passando pelo

correto manejo das pastagens e a estratégia de suplementação a ser adotada.

6.1 - Abate de novilhos entre 24 a 27 meses de idade

A estratégia para o abate de novilho precoce com idade entre 24 a 27

meses estabelece uma suplementação para ganhos moderados, 150 a 400

g/dia, na primeira seca de sua vida, sendo fornecido proteinado na quantidade

entre 1 a 4 g/ kg PC, dependendo das condições quali-quantitaivas da forragem

e do peso a desmama. Animais desmamados com peso superior a 200 kg

podem receber proteinados de baixo consumo, desde que não possua

limitações na oferta de forragem. Já aqueles desmamados mais leves devem

receber um proteínado de médio consumo para ganhos maiores.

Durante o período das águas esses animais são mantidos apenas com

sal mineral em pastagens que garantam ganhos médios diários acima de 0,500

kg/dia. Para a terminação dos animais na segunda seca, viabiliza-se ganhos de

peso corporal em torno de 0,700 a 1,0 kg/dia. Esse ganho só é alcançado

nessa fase, com elevadas quantidades de suplemento com fornecimento de

proteinados entre 6 a 10 g/ kg PC. Essa suplementação elevada só torna-se

viável caso se consiga abater esses animais no final da época seca, buscando

um diferencial na valorização da arroba.

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Nesse contexto, Euclides et al. (1998) verificaram que a suplementação

alimentar com concentrados durante o período seco do ano (8 g/ kg do PC)

propiciou uma redução na idade de abate de 5 a 13 meses. Sessenta bezerros

Nelores desmamados foram distribuídos nos seguintes tratamentos: A) os

animais não receberam suplementação; B) os animais receberam

suplementação somente no primeiro período seco; C) os animais receberam

suplementação apenas no segundo período; D) os animais receberam

suplementação nos dois períodos secos; e E) os animais receberam

suplementação no primeiro período seco e foram confinados no segundo. O

suplemento utilizado, em ambos os períodos, foi uma mistura de 75% de milho

desintegrado com palha e sabugo e 25% de farelo de soja. Os animais

atingiram o peso de abate aos 35,3; 30,6; 28,7; 26,6; e 22,6 meses,

respectivamente, para os tratamentos A, B, C, D e E.

Além da redução na idade de abate, outra vantagem da suplementação

durante o período seco é o incremento na capacidade de suporte da pastagem,

permitindo trabalhar com uma maior taxa de lotação. Euclides et al. (2001)

avaliando a eficiência de estratégias de suplementação para redução na idade

ao abate, concluíram que a suplementação no período seco reduz a idade ao

abate para 22-24 meses e ainda proporcionou um incremento na capacidade

de suporte da pastagem no período seco de 24 a 30%.

Detmann et al. (2004) avaliaram níveis de proteína bruta em

suplementos múltiplos para terminação de novilhos durante a segunda seca da

vida do animal. Foram fornecidos suplementos, na quantidade de 4

kg/animal/dia, constituídos por fubá de milho, grão de soja integral, uréia,

sulfato de amônia e mistura mineral, sendo formulados para apresentarem

níveis de 12, 16, 20 e 24% de proteína bruta (PB), com base na matéria natural

e mais um tratamento controle. Os ganhos médios foram de 0,277, 0,684,

0,811, 0,983 e 0,800 nos tratamentos sal e 12, 16, 20 e 24% de PB,

respectivamente. Com base nos resultados os autores determinaram o nível de

20% proteína como sendo o ótimo para suplementos para terminação de

bovinos a pasto, durante a época seca.

Santos et al. (2004b) avaliaram a terminação de novilhos mestiços

Limousin X Nelore com diferentes concentrado. Os animais com peso médio de

367 kg receberam suplementos com 24% PB na quantidade de 10 g/ kg do PC.

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Os animais suplementados obtiveram um ganho médio de 915 g/dia e os não

suplementados de 104 g/dia. Em experimento avaliando grão de soja e caroço

de algodão em suplementos múltiplos para terminação, Paulino et al. (2002a)

conseguiram ganhos perto de 1,2 kg/dia com animais de idade e peso iniciais

de 24 meses e 361 kg respectivamente. Os suplementos com 20% PB e

fornecidos a uma quantidade de 4 kg/dia proporcionaram pesos médios finais

de 460 kg.

Para animais que são terminados durante o período das águas

subseqüente, com idade média de 30 meses a suplementação só é praticada

durante o período seco com suplementos proteinados fornecidos entre 1 a 4 g/

kg PC.

6.2 - Abate de novilhos abaixo de 24 meses de idade

A terminação de novilhos com idade inferior a 24 meses exige um

planejamento nutricional mais preciso e a suplementação é estabelecida após

a desmama até o abate. As metas de ganhos de peso na primeira seca do

animal são maiores, ou seja, no período pós-desmana. Nesta estratégia, o

objetivo é a terminação dos animais no inicio da próxima seca, eliminado a

segunda seca da vida do animal. Contudo, questões mercadológicas referentes

a esse sistema devem ser consideradas, principalmente relacionado ao custo

final da arroba produzida e o preço pago pela arroba no período de abate.

O peso a desmama dos animais no final do outono deve estar acima de

180 kg/PC e os ganhos obtidos nesta fase devem ser acima de 500 g/dia.

Assim, na primeira seca, realiza-se uma suplementação com proteinado de

médio consumo que possa promover um consumo em torno de 1 a 4 g/ kg PC.

Trabalhos como de Carvalho et al. (2009) e Gomes Junior et al. (2002)

fornecendo proteinados na faixa de 6 g/ kg PC obtiveram ganhos médios

diários de 700 e 470 kg/dia, respectivamente. Os ganhos obtidos nesta época

do ano são em função, principalmente, da quantidade e da qualidade da

forragem. Quanto maior a oferta de forragem de qualidade menor a

necessidade de suplementos para atingir ganhos mais elevados.

No final do inverno e inicio da primavera iniciam as primeiras chuvas

promovendo mudanças na estrutura do dossel forrageiro e na qualidade da

forragem disponível. Este período é caracterizado de transição seca-águas

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onde ocorre o surgimento dos primeiros perfilhos que são aquosos, tenros,

ricos em nitrogênio não protéico, com baixo conteúdo de matéria seca. Verifica-

se assim, uma rejeição da forragem remanescente do período seco pelos

animais, que preferem as novas brotações, ainda escassas e insuficientes para

atender o consumo (Paulino et al., 2002b).

Quando o objetivo é o abate de animais no final do período chuvoso

subseqüente é necessário manter um plano nutricional crescente e para isso o

fornecimento de suplementos nesta época deve ser mantido, de acordo com a

qualidade e quantidade da forragem. Os animais devem receber suplementos

na ordem de 3 a 4 g/ kg PC. A utilização de suplementos nesta fase passa pelo

questionamento de qual nível de PB deve ser incluído para melhor eficiência

econômica e produtiva. Neste contexto, Moraes et al. (2006) concluíram que a

suplementação apenas com energia não atende as exigências de compostos

nitrogenados para ganhos elevados na transição seca-águas. O fornecimento

de proteinados na faixa de 3 g/ kg PC com 24% de PB proporcionaram a

melhor resposta produtiva com ganhos médios diários que chegaram a 1

kg/dia.

No período das águas, as estratégias de suplementação mudam, porém

os objetivos são os mesmos, manter um plano nutricional ascendente para

terminação dos animais. Neste período, as forragens são classificadas como

de média a alta qualidade, com teores de compostos nitrogenados acima do

mínimo recomendado para plena atividade das bactérias que utilizam os

carboidratos estruturais. Deste modo, o foco não está apenas na utilização

eficiente da forragem disponível, haja vista que na seca não possui

crescimento e sim utilização da forragem acumulada durante o diferimento, à

suplementação entra como uma ferramenta de auxilio ao manejo do pastejo

priorizando maior ganho por animal e por área.

O manejo correto das pastagens aliado a suplementação estratégica

pode ensejar ganhos superiores a 1,0 kg/dia. A terminação durante o período

das águas torna-se vantajoso pela menor necessidade de suplementação para

atingir altos desempenhos. A suplementação neste período deve ser de acordo

com a qualidade da forragem, pois geralmente não possui limitação

quantitativa. Para isso suplementação entre 1,5 a 3 g/ kg PC podem ser

implementados.

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Trabalhos de pesquisa conduzidos na FCAV/UNESP Campus de

Jaboticabal tem gerado informações relevantes sobre estratégias de manejo do

pasto e suplementação no período das águas. No período das águas de

2010/2011 Oliveira (dados não publicados) avaliou três alturas de pastos (15,

25 e 35 cm) Brachiaria brizantha cv. Marandu e dois suplementos protéico-

energéticos com 18% PB (Um com fonte de energia amilácea e outro com fibra

solúvel fornecidos na faixa de 3 g/kg PC) e mistura mineral na recria de

novilhos nelores. Os resultados mostraram a importância da suplementação e

do manejo do pasto. Animais suplementados e mantidos nos pastos nas alturas

de 25 e 35 cm obtiveram ganhos acima de 1 kg/dia, enquanto animais que

receberam mistura mineral apresentaram ganhos de 0,618 e 0,832 kg/dia,

respectivamente.

No período de transição águas-seca podem ocorrer mudanças

estruturais nos pastos como redução de massa total, oferta de folhas verdes e

aumento na proporção de material senescente e colmos. Deste modo, para

terminação dos animais antes do inicio da seca a suplementação na ordem de

4 a 6 g/ kg PC deve ser estabelecido nesta fase. Partindo deste principio, Sales

et al. (2008) avaliaram níveis de uréia em suplementos múltiplos para

terminação de bovinos em pastagens de Brachiaria brizantha no período de

transição água-seca. O consumo de suplemento foi de 1,5 kg/dia por animal,

cerca de 4 g/ kg PC e os ganhos médios foram acima de 500 g/dia. Barbosa et

al. (2007) no mesmo período de transição conseguiram ganhos acima de 700

g/dia com consumo de suplementos, energético-proteícos, em torno de 4 g/ kg

PC.

Villela (2004) trabalhou com fontes de proteína em suplementos

múltiplos para obter o novilho precoce criados no pasto com idade entre 20-22

meses. Assim, para terminação dos animais no período de transição o autor

trabalhou com uma suplementação pós-desmama de 5g/ kg PC no período de

seca; 1 kg/dia de suplemento na transição seca-água; e uma suplementação

de 1,7 g/ kg PC (500 g/dia) durante as águas.

Portanto, com estratégias corretas de manejo do pasto e suplementação

estratégica é plenamente possível o abate de animais entre 20 a 24 meses de

idade antes de iniciar a 2º seca da vida do animal.

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6.3 - Efeito do histórico alimentar sobre o desempenho na terminação

Atualmente estudos conduzidos na Apta Regional - Alta Mogiana

(Colina-SP), na FCAV / Unesp – Campus de Jaboticabal e na EPAMIG de

Uberaba tem avaliado os efeitos das estratégias de suplementação na recria e

seus impactos sobre a fase de terminação. O objetivo central é avaliar se o

aumento do padrão nutricional na fase de recria reduziria o desempenho dos

bovinos na fase da seca.

De forma geral, observou-se que mais determinante que a suplementação

na época de recria é o nível nutricional na fase de terminação (Tabela 1).

Nesses estudos, os animais foram recriados, na época das águas, em

pastagens intensivamente manejadas o que propiciou ganhos em peso

corporal adequados e a fase de terminação ocorreu de duas formas,

confinamento ou em pastagem. No pasto procedeu-se a suplementação que

variou de 3 a 8 g/ kg PC, porém na sua maioria na época da seca.

Tabela 1. Ganhos em peso corporal de bovinos terminados em pastagem recebendo suplementação, em função da suplementação recebida na recria

Suplemento GPD r3 GPD t3 Dif

Recria3 Dif term3 Autores

Sal 0,742 0,870

Fernandes et al. (2003a)

0,4 %PC1 0,881 0,850 0,139 -0,020

0,7 %PC 1,041 0,790 0,299 -0,080

Sal 0,770 1,120

Fernandes et al. (2003b) 0,6 %PC 1,060 1,100 0,290 -0,020

Sal 0,460 0,375

Casagrande (2010)

0,3 %PC 0,638 0,350 0,178 -0,025

Pasto - 152 0,406 0,406 Pasto - 25 0,559 0,342 0,153 -0,064

Pasto - 35 0,682 0,341 0,276 -0,065

Sal 0,583 0,300

Vieira et al. (2010)

0,3 %PC 0,768 0,252 0,185 -0,048

0,3 %PC 0,772 0,256 0,189 -0,044

Pasto - 15 0,609 0,300 Pasto - 25 0,731 0,243 0,122 -0,057

Pasto - 35 0,783 0,264 0,174 -0,036

Sal 0,580 0,589 Sampaio (2011) 0,1 %PC 0,684 0,409 0,104 -0,180

0,3 %PC 0,822 0,298 0,242 -0,291 1 %PC: porcentagem do peso corporal, 2: Altura do pasto, 3-GPDr: ganho em peso na recria, GPDt: ganho em peso na terminação, Dif recria: diferença do ganho dos animais

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suplementados em relação aos que receberam sal mineral, na fase da recria Dif term: diferença do ganho dos animais suplementados em relação aos que receberam sal mineral, na fase da terminação

Constata-se pela análise da Tabela 1, que em todos os experimentos

sempre os animais que apresentaram maiores ganhos em peso na fase de

recria, quer seja, devido a suplementação ou pela maior oferta de pasto de alta

qualidade, na fase de terminação apresentaram menores ganhos em peso. É

importante ressaltar que a explicação para esse fato não se baseia em ganho

compensatório, pois os animais na fase de terminação tiveram ganhos em peso

semelhantes ou inferiores, quando contrastados com os ganhos na fase de

recria na época das águas. Uma explicação para esse fato está baseada no

aumento da exigência de mantença dos animais que foram melhores

alimentados na fase de recria, principalmente devido ao possível aumento do

tamanho dos órgãos como fígado e rins que são grandes drenos energia.

Desta forma, aconselha-se aos produtores que escolham as estratégias

de suplementação a serem praticadas pensando no desempenho produtivo,

taxa de lotação e o tempo para terminação no período seco. Quando os

animais desses experimentos foram terminados em confinamento, ou seja, em

um nível nutricional superior aos que eles vinham recebendo, em poucos casos

houve diferença na taxa de ganho em peso.

7 - Considerações Finais

Nos sistemas de produção com base na utilização de pastagens de

gramíneas tropicais, é fundamental o ajuste entre a disponibilidade de

nutrientes às exigências dos animais durante todo o ciclo de produção. Em

função das variações quanti-qualitativas observadas ao longo do ano, a

associação do manejo das pastagens com vistas a propiciar alta quantidade de

forragem com matéria seca potencialmente digestível é imprescindível.

O abate de animais precoces em pastagens exige um planejamento

nutricional eficiente para atingir as metas preconizadas. O entendimento das

complexas interações existentes entre o consumo e a digestibilidade da

forragem em resposta a suplementação da dieta dos animais em pastejo

permite o planejamento da suplementação, considerando os aspectos relativos

às características do suplemento, as quantidades a serem fornecidas e a época

do ano a ser adotada. As interações entre qualidade, quantidade de forragem e

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as características quantitativas e nutricionais dos suplementos propiciam a

exploração do potencial dos animais e das pastagens conjuntamente.

Obrigatoriamente qualquer estratégia a ser delineada envolve a recria

e/ou terminação coincidente com o período seco do ano. Aliado a isto se tem o

desafio de através do manejo dos pastejo no período das águas, explorarem,

conjuntamente o potencial de ganho dos animais, concomitantemente ao da

pastagem, ou seja, o ganho por área.

O planejamento de estratégias de diferimento para produção de

forragem a ser utilizada no período seco deve levar em consideração a espécie

forrageira, tempo de diferimento, época de utilização e estratégias de adubação

nitrogenada. Esses fatores serão determinantes na quantidade da forragem

acumulada e principalmente do seu valor nutritivo, uma vez que, o sucesso do

fornecimento de nutrientes via suplemento no período seco, esta diretamente

associada à qualidade da forragem e dos teores de fibra potencialmente

digestível.

De acordo com a quantidade e a forragem disponível poder-se-á

planejar qual a melhor estratégia de suplementação para animais em recria e

terminação, traçando um plano nutricional ascendente de acordo com os

objetivos do produtor, idade de abate.

A adoção de um plano nutricional ascendente, que permita o atendimento dos

requerimentos de mantença e ganho de acordo com o peso do animal é

imprescindível para utilização de altos níveis de concentrado no período seco

do ano. Os ganhos de peso a partir da primeira seca e fases subseqüentes

devem ser semelhantes ou superiores ao registrados no período anterior, sob

pena de comprometer os investimentos desprendidos e a viabilidade

econômica da terminação com altos níveis de concentrado.

Deste modo, a terminação de bovinos em pastejo envolve

primeiramente a viabilidade econômica. Apesar de que as estratégias de

manejo de pastagens e suplementação ser dependentes da meta a ser

alcançada, a escolha destas deve ser fundamentada em uma analise

econômica. A rentabilidade das estratégias deve constituir-se no norteador na

escolha do manejo do pastejo, suplementos e da época de suplementação.

Para isso as metas devem ser previamente estabelecidas e planejadas

como a idade e peso de abate e a época do ano em que os animais serão

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terminados. A partir de então se deve avaliar com clareza a necessidade ou

não do uso da suplementação nas diferentes épocas do ano de acordo com os

objetivos traçados. O nível de suplementação, período e formas de

fornecimento, e composição dos suplementos devem ser delineados de acordo

com os recursos forrageiros basais e o manejo praticado nas pastagens. Os

custos diretos com distribuição de suplementos e mão de obra devem ser

computados no planejamento.

Outra questão importante é o potencial genético dos animais, pois, as

respostas biológicas do animal dependem do seu potencial. Os animais

oriundos do cruzamento entre zebuínos e taurinos respondem mais a

suplementação que os zebuínos.

A disponibilidade de grãos e subprodutos na região que está inserida a

propriedade também deve ser levado em consideração. A oferta e demanda

destes produtos vai ditar os preços dos suplementos pagos pelo produtor.

Questões mercadológicas e logísticas são fatores cruciais para viabilizar a

adoção deste sistema de terminação.

Todos esses fatores não devem ser negligenciados na escolha de

qualquer estratégia de terminação com uso de suplementos. O conhecimento

dos custos da arroba produzida é primordial para estabelecer estratégias que

tragam maior rentabilidade, se atentado para variações no preço da arroba e

dos insumos necessários.

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I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte

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