Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire - primeiro e segundo capítulos

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PAULO FREIRE Paulo Freire (Recife 19/09/1921 - São Paulo 02/05/1997) foi educador e filósofo brasileiro. Destacou-se pelo trabalho na área de educação popular, voltada para a escolarização assim como para a formação da consciência política. Sua obra “Pedagogia do Oprimido” nos apresenta um método de alfabetização dialético, que difere dos outros e defende o diálogo com as pessoas simples, como um método e um modo de ser democrático. Seu método influenciou a história da pedagogia mundial e o chamado pedagogia crítica. Essa prática fundamenta-se na ideia da assimilação do objeto

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PAULO FREIRE

Paulo Freire (Recife 19/09/1921 - São Paulo 02/05/1997) foi educador e filósofo brasileiro.

Destacou-se pelo trabalho na área de educação popular, voltada para a escolarização assim como para a formação da consciência política.

Sua obra “Pedagogia do Oprimido” nos apresenta um método de alfabetização dialético, que difere dos outros e defende o diálogo com as pessoas simples, como um método e um modo de ser democrático.

Seu método influenciou a história da pedagogia mundial e o chamado pedagogia crítica.

Essa prática fundamenta-se na ideia da assimilação do objeto de estudo, pelo educando, a partir da dialética, contrapondo-se à educação bancária, tecnicista e alienante.

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PEDAGOGIA DO OPRIMIDO Propõe-se a reconhecer a desumanização como realidade histórica;

O homem é vocacionado a humanidade que muitas vezes é negada e reafirmada na sua própria negação.

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Contradição opressores-oprimidos e sua superação A grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos é libertar a si e

aos opressores. Para restaurar a humanidade própria e também a generosidade verdadeira.

Quem melhor que os oprimidos se encontrará preparado para o significado horrível de uma sociedade opressora?

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A contradição opressores-oprimidos

O oprimido assume uma postura de aderência ao opressor. Para eles o novo homem são eles mesmos, tornando-se opressores de outros.

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A contradição opressores-oprimidossua superação A pedagogia do oprimido é a pedagogia de homens e mulheres

empenhados na luta por sua libertação. Crer no povo é a condição prévia indispensável à mudança revolucionária.

Verá, indígena da Aldeia Krukutú, estende faixa por demarcação na abertura da Copa.

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A situação concreta de opressão e os opressores

Em certo momento da experiência existencial dos oprimidos existe uma irresistível atração pelo opressor.

O sadismo é uma das características da consciência opressora.

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A situação concreta de opressão e os opressores

Os oprimidos são dependentes emocionais. A autodesvalia* é outra característica dos oprimidos que querem a todo custo parecer com o opressor. assume uma postura de aderência ao opressor. Para eles o novo homem são eles mesmos, tornando-se opressores de outros.

* Autodesvalia: experiência existencial dos oprimidos, onde se dá uma irressistível atração pelo opressor, por sua maneira de viver.

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Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.

Somente quando o oprimido descobre nitidamente, o opressor, e se engaja na luta organizada por sua libertação, começa a crer em si mesmo, superando, assim, sua convivência com o regime opressor.

Pretender a libertação dos oprimidos sem a sua reflexão no ato desta libertação é fazê-lo cair no engodo populista e transformá-los em massa de manobra.

A reflexão crítica leva à práxis.

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A concepção “Bancária” da educação como instrumento da opressão, seus pressupostos sua critica.

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A concepção “Bancária” da educação como instrumento da opressão, seus pressupostos sua critica.

O educador e os educandos se arquivam na medida em que nesta distorcida visão da educação, não se há criatividade, transformação, não há saber.

Pensar autenticamente é perigoso A visão “bancária” minimiza o poder criador dos educandos,

estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfaz aos interesses dos opressores.

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A concepção “Bancária” da educação como instrumento da opressão, seus pressupostos sua critica. O educador atua como sujeito, identificando autoridade do saber

com sua autoridade funcional opondo-se antagonicamente a liberdade dos educandos que como meros objetos devem ser disciplinados, pois nada sabem.

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A concepção problematizadora e libertadora da educação, seus pressupostos.

No momento em que o educador “bancário” vivesse a superação da contradição, ou seja, saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização, da opressão mais a serviço da libertação.

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A concepção “bancaria” e a contradição educador-educando A concepção “bancária ” serve a opressão, controlando o pensar e a

ação, sendo portanto uma pratica de dominação.

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Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. O educador já não é o que apenas educa, mas o que enquanto educa é educado, em

dialogo com o educando que ao ser educado também educa. A concepção problematizadora é libertação autentica que é a humanização em

processo, não uma coisa que se deposita nos homens. É práxis (ação e reflexão), sobre o mundo para transformá-lo.

Enquanto a concepção “bancária” necessariamente mantém a contradição educador-educando, a educação libertadora realiza a superação.

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O homem como um ser inconcluso consciente de sua inconclusão, e seu permanente movimento de busca do ser mais.

O homem se sabe como ser inacabado, inconcluso em e com uma realidade. Tem a consciência de sua inconclusão.

Aí se encontra as raízes da educação mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela tem.

O mundo, agora já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos homens, de que resulte a sua humanização.

Esta é a razão por que a concepção problematizadora da educação não pode servir ao opressor.

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Visão da educação libertadora O diálogo é o encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para

pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu.

Não pode realizar-se ao isolamento, no individualismo, mas na comunhão.

Educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica num constante ato de desvelamento da realidade.

Não mais educador do educando, mas educador-educando com educando-educador.

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A humanização começa com a sua opnião

O movimento para a liberdade deve surgir e partir dos próprios oprimidos. Dessa forma, a pedagogia decorrente será construída com o oprimido e não para ele. Assim, não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas que se disponha a transformar essa realidade.