PENTATEUCObibliologia

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1 PENTATEUCO ALUNO:__________________________________ ELABORAÇÃO PROF. ODIVALDO CIPRIANO DA COSTA

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Livros Bíblicos

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PENTATEUCO

ALUNO:__________________________________

ELABORAÇÃO PROF. ODIVALDO CIPRIANO DA COSTA

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PENTATEUCO

A primeira parte da Santa Escritura no VT. tem recebido vários nomes,dependendo dos aspectos

considerados.Os cinco livros de Moisés têm recebido o nome comum de PENTATEUCO.A expressão

vem de duas palavras gregas:penta(cinco) e teukos(rolos ou livros).O nome simboliza dessa maneira

os cinco livros como uma unidade.

O nome Pentateuco foi dado por judeus que fizeram a tradução do VT hebraico para a língua grega

por volta de 250 a.C.numa tradução que passou a ser chamada de SEPTUAGINTA,palavra latina que

significa “setenta”,pois cerca de 70 ou 72 rabinos começaram a sua tradução,pelo menos é isso que

nos legou certa tradição.

ou TORÁH

Os judeus chamam os livros de Moisés de Toráh.O termo hebraico vem duma raiz “yaráh”,jogar,atirar

e significa:condução,direção,lei,instrução.

O Pentateuco ou Toráh tem no VT vários nomes:

A lei,Js.8.34;Ed.10.3;NE.8.2,7,14

O livro da lei,Js.1.8;8.34;2 Cr.22.8

O livro da lei de Moisés,Js.8.31;23.6

A lei do Senhor,Ed.7.10;1 Cr.16.40

A lei de Deus,NE.10.28,29

O livro da lei de Deus,Js.24.26;Ne.8.18

O livro da lei do Senhor,2 Cr.17.9

O livro da lei do Senhor,seu Deus,Ne.9.3

A lei de Moisés,servo de Deus,Dn.9.11

A lei de Moisés,Dn.9.13;Ml.4.4

O NT tem vários nomes do Pentateuco:

O livro da lei,Gl.3.10

O livro de Moisés,Mc.12.26

A lei,Mt.12.5;Lc.16.16;Jo.7.19

A lei de Moisés,Lc.2.22;Jo.7.23

A lei do Senhor,Lc.2.23,24

O autor do Pentateuco

Tanto o testemunho interior como o exterior indicam que Moisés é o autor do Pentateuco. O

próprio Pentateuco indica Moisés como autor de partes importantes da lei:

Ex.17.14-“então disse o Senhor a Moisés:Escreve isto para memorial num livro,e relata-o aos

ouvidos de Josué,que hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.”

Ex.24.4-8: “então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.”

Ex.34.27: “disse mais o Senhor a Moisés:Escreve estas palavras:porque conforme o teor destas

palavras tenho feito pacto contigo e com Israel.”

Nm.33.1-2: “Moisés registrou os pontos de partida,segundo as jornadas,conforme o mandado do

Senhor.”

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Dt.31.9: “Moisés escreveu esta lei,e a entregou aos sacerdotes,filhos de Levi,que levaram a arca do

pacto do Senhor,e a todos os anciãos de Israel.”

Dt.31.22: “assim Moisés escreveu este cântico naquele dia,e ensinou aos filhos de Israel.”

O Novo Testamento, Moisés e o Pentateuco

O NT considera Moisés como autor do Pentateuco.

- Jesus Cristo mesmo participa e considera o conceito geral entre os judeus que Moisés escreveu os

cincos livros que têm em seu nome.

Olhe por exemplo: Mt.19.8; Mc.10.5; os apóstolos e os autores do NT. mostram a mesma

convicção, At.3.22, 13.39; 15.5-21,25; 26.22, Rm.10.5, 19; Ap.15.3.

A Teoria documental

Esta teoria diz que o Pentateuco não é autoria de um único cérebro. A teoria que o Pentateuco era

uma compilação de seleções de vários documentos escritos diferentes, compostos em lugares e

época diferentes, no decurso dum período de cinco séculos, muito tempo depois de Moises.

Começou com Jean Astruc, um clinico Francês que se interessou na análise literária de Gênesis.

Ficou intrigado pelo fato de Deus ter sido chamado somente Elohim em Gn.1, e quase somente

Jeová (Yahweh) em Gn.2.

Jean Astruc procurou explicar o fenômeno com a suposição que Moisés tinha lançado mão de duas

fontes escritas diferentes que continham dois relatórios diferentes de criação. Sustentou que ao

compor estes dois capítulos Moisés citava um autor que só conhecia o nome de Jeová, como nome

de Deus.

Wilhelm M.L. De Wette (1806) é outro que contribui com a teoria documental quando expõe em

um estudo sobre Deuteronômio que nenhuma parte do Pentateuco vinha dum período anterior à

época de Davi. Mas quanto a Deuteronômio, trazia todos os sinais de ter sido o livro da lei que o

sumo-sacerdote Hilquias achou no templo de Jerusalém na época da reforma do rei Josias, 2 Rs.22.

Assim surgiu a teoria do documento D (conforme veio a ser chamado), inteiramente separado de J

e E quanto à sua origem. Assim a lista de “fontes” do Pentateuco chegou a incluir três documentos:

E, De Elohim o mais antigo

J, De Jeová o segundo

D, de Deuteronômio do fim do 7º século

P, de presbiterial, de Ez até ao Exílio.

Posteriormente surgiu um outro documento chamado “O código sacerdotal” composto em várias

etapas desde Ezequiel, cerca de 570 a.C até Esdras sob cuja direção as últimas seções sacerdotais

foram acrescentadas à Torá. Este documento foi chamado de P (presbiterial ou sacerdotal).

A teoria documental transforma o Pentateuco numa colcha de retalhos.

A língua do Pentateuco Foi escrito possivelmente no hebraico antigo. De uso entre os israelitas dos dias de Moisés, em rolos

de papiro. Ou ainda possivelmente, na língua cuneiforme da palestina e Síria (também conhecida no

Egito), em placas de barro; e depois traduzida para o hebraico. Seu estilo fragmentário e cheio de

repetições, em partes, é exatamente o que se podia esperar de livros traduzidos de placas, cada uma

das quais era um livro em si mesmo.

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O alfabeto Hebraico: as 22 letras que compõe a língua hebraica

As fontes para o Pentateuco

I – Uma tradição verbal é provável e possível.

1 – A relação dos primeiros pais e dos patriarcas com Deus faz uma revelação direta desta história

original possível e provável.

- Adão e Eva – Criados para a imagem de Deus.

- Deus conviveu diretamente com eles. Gn.3.8

- Primeira narração da criação diretamente da boca de Deus, para os nossos primeiros pais.

- Uma tradição confiante foi possível por causa da idade avançada dos homens, Gn.5.11.

II – Revelação de inspiração diretamente de Deus.

Além de ter recebido grande parte do seu material da tradição oral, extremamente comum na cultura

judaica, é certo que Moisés recebeu muito da sua Torá por revelação especial de Deus.

Deuteronômio capitulo 34

Muitos dizem que Moisés não foi o autor do Pentateuco pelo fato de que sua morte é registrada no

capítulo 34. Mas isso de forma nenhuma pode se constituir numa objeção séria, haja vista, que muitas

obras têm sido completadas postumamente.

Dois posicionamentos têm sido apresentados quanto a esta dificuldade.

1º O relato da morte de Moisés foi completado por Josué, seu fiel companheiro de ministério, por

orientação divina.

Apesar de Moisés estar no monte NEBO sozinho com o Senhor todos já estavam avisados do que

aconteceria lá. Dt.34.1-2.

2º A segunda opinião, mesmo provável é que Deus revelou para Moisés detalhes de sua morte e ele já

deixou tudo registrado, haja vista, que Jesus e também Pedro tiveram revelações sobre a forma que

morreriam.

O Pentateuco como base de todo pensamento teológico bíblico

As escrituras judaicas estão divididas em três partes:

1 º Torá ou Pentateuco.

2 º Naviim ou profetas.

3 º Ketubiim ou escritos.

A primeira divisão chamada de Torá é a base do pensamento teológico de todas os autores bíblicos do

VT. e do NT. e mesmo de Jesus.

Nos momentos de apostasia todos recomendavam um retorno a Moisés, uma volta aos estatutos e leis

dadas pelo Senhor.

Nos momentos de acusar os pecados e a apostasia também a lei era citada. Neemias faz isto em

Ne.9.13-17.

Esdras refere-se a Moisés e a outros grandes homens do tempo de Moisés como os profetas servos do

Senhor que profetizavam sobre a terra prometida,Ed.9.11-14. Ele prega que os israelitas desfaçam seus

casamentos e voltem aos moldes éticos da Torá. Ed.10.

A pregação dos profetas é, em geral, contra as injustiças sociais e econômicas, contra a idolatria e

contra os que se afastam de Deus. Mesmo que Moisés não seja citado, a volta à pratica da justiça, das

boas obras, do abandono do pecado é conforme o que determinou Moisés no Pentateuco.

Jr.5.1,2,25-28;6;19;

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Ezequiel denuncia que Israel afastou-se dos juízos e estatutos do Senhor,Ez;20;11-16; faz críticas as

opressões que a lei prescrevia que não se fizesse, Ez.18.11-18.

Daniel diz que por ter o povo se desviado da lei e por não ofender a voz do Senhor, a maldição e o

juramento que está escrito na lei de Moisés se derramou sobre Israel. Dn.9.10-13; Lv.26.14; Dt.28.15

Amós denuncia a terrível exploração social que ocorria em seus dias. A lei proibia veementemente a

exploração aos pobres. Am.4.1, Ex.22.20-24

Miqueias combate as medidas injustas registradas na lei, Mq.6.10, Dt.25.13-16.

A violência dos ricos a mentira e a língua enganosa. Mq.6.12.

Habacuque salienta com muita ênfase a questão da violência, do ímpio que persegue o justo. “Por

está causa a lei se afrouxa e a sentença nunca sai.” Hc.1.1-4.

Sofonias,profeta que viveu nos dias do rei Josias,denuncia a opressão,a violênca,as injustiças e a

idolatria.Em seus dias e nos dias de Josias achou-se um livro da lei no templo o que proporcionou uma

grande reforma religiosa em Judá,2 Rs.22.8-13.A profetisa Hulda,nesta mesma época,profetizou os

males que viriam sobre Jerusalém conforme estava profetizado na Torá.2 Rs.22.14-20.

Ageu,profeta da restauração,estimula a justiça de acordo com Moisés e a volta ao Senhor antes de

começarem a reconstrução do templo e profetiza bênçãos conforme determina a lei,Ag.2.10-23.

Zacarias exorta o povo à verdade,ao juízo,a não praticar o mal com seu próximo,ao não juramento

falso,ao amor a verdade e a paz.Isso retirará de entre eles as maldições e trará as bênçãos da

constituição mosaica,Zc.8.13-19.

Moisés como a base do pensamento teológico do NT

No NT todos pensam Moisés.O povo,At.13.15;Jesus,Lc.14.5;Jo.5.46;os apóstolos,Jo.1.17;os inimigos

de Jesus,Jo.19.7;Paulo,Rm.4.3,17;10.5-8.

Para Jesus Moisés fala literalmente dele,Jo.5.46;os redimidos da tribulação cantam o cântico de

Moisés e do cordeiro,Ap.15.3.O nome desse profeta e seu código de leis está semeado por todo o NT:

Mt.17.3;19.8;Mc.9.4;10.4;Lc.9.30;16.29;24.27;Jo.1.17;3.14;5.46;6.32;9.29;At.3.22;7.22;21.21;Rm.5.1

4;10.5;1 Co.10.2;2 Co.3.7;3.15;2 Tm.3.8;Hb.3.2;7.14;9.19;11.23;Jd.v.9;Ap.15.3.

De que trata o Pentateuco

De acordo com Moisés Maimônides,eminente filósofo judeu do século XII,a lei de Moisés é um

código de leis com 613 mandamentos dados a Moisés no percurso da caminhada dos quarenta anos no

“barmidbar Sinai”ou no deserto do Sinai,desde o sopé do monte sagrado até a planície de Moabe.

Encontramos no prefácio de uma de suas principais obras chamada de “Os 613 Mandamentos” o

seguinte dizer:

“Esta obra monumental intitulada “torah” ou “a Lei” é a primeira constituição escrita distribuída a um

povo para lhe servir de estatuto e guia. Escrita sobre pergaminho e dividida em 5 capítulos ou

livros(Gênesis,êxodo,Levíticos,Deuteronômio,Números),contém 613 artigos de lei mais conhecidos

como os 613 preceitos ou mandamentos.Estes preceitos são divididos em duas grandes secções:os

preceitos positivos ou “Farás”e os negativos ou “Não farás”.São 248 os preceitos positivos e 365 os

negativos,pois usará as 248 partes que compõem seu corpo para fazer os seus deveres para com Deus e

seu próximo e se recusará a fazer o mal os 365 dias do ano.Os dez mandamentos resumem os 613

preceitos.”

Obs.mandamentos negativos:248 +

Mandamentos positivos :365

Igual 613

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A TORÁ E OS VÁRIOS ASPECTOS DA VIDA JUDAICA

Além de falar da origem do mundo e do homem e dar ênfase especial à formação de Israel,há

especificações legais sobre uma ampla gama de assuntos relacionados aos mais diversos aspectos da

vida social comunal judaica,além de servir de base para inúmeros códigos legais de vários povos

através dos tempos.Vejamos um resumo das diversas áreas da vida social influenciadas pela Torá:

Sistema Cultual Judaico

A Torá especifica um complexo sistema cultual em torno do tabernáculo(Mishekan)Ex.37 e 38.As sete

principais peças desse complexo tinham ampla representação no culto.

1-O Altar dos Holocaustos,(mizbah Olah)Ex.38.1.Uma peça feita de madeira e coberta de

cobre.Sobre esse altar eram feitos os sacrifícos rituais que testificavam a redenção de Israel e por

extensão de todo o mundo.

2-A Pia de Cobre,(kiyyõr)Ex.38.8.Lugar onde o sacerdote se lavava após o sacrifício.Dá ênfase a

questão da santificação.

3-A Mesa dos Pães da Proposição,(shulhan welehem panim)Ex.37.10.Coberta de ouro.Aponta para

a comunhão com Deus e com os irmãos.

4-O Castiçal de Ouro Puro,(menorah)Ex.37.17.ênfase na iluminação que traz a fé em Jeová.

5-O Altar do Incenso,(mizbah miqtar)Ex.37.25.Símbolo da adoração e a oração a Deus.

6-A Arca,(„aron habberit)Ex.37.1.Uma caixa feita de madeira de 1mx1m e revestida de ouro.

7-O Propiciatório,(kapporet)Ex.37.6.Uma tampa de ouro puro que fechava a arca do concerto.Sobre

ele estavam os dois querubins,símbolos da presença de Deus.

O sistema cultual estabelecido pela lei tinha certa hierarquia inflexível e que não podia ser

quebrada ou substituída a sua liturgia.Nadabe e Abiu,filhos de Arão,por apresentarem uma liturgia

diferente da estabelecida,foram mortos dentro do tabernáculo,Lv.10.1,2.

Sistema Econômico

A Torá prescreve um eficiente sistema econômico, com contribuições sistemáticas e dízimos para

sustento da tribo sacerdotal(Levi)e os serviços da tenda da congregação.Ex.30.11-16,estabelece uma

contribuição obrigatória do resgate da alma de “metade de um siclo como oferta ao Senhor.Em

Números o Senhor ratifica para Arão que toda a arrecadação feita para a tenda da congregação

pertence aos levitas para que nada faltasse a eles.Nm.18.8-24.

Sistema Governamental A Torá estabelecia um sistema de governo teocrático tendo Moisés como líder maior(pelo menos para

os dias da peregrinação),o qual não podia ser questionado ,pois falava em nome de Deus.Seus irmãos

foram punidos por Deus por não aceitarem sua liderança,Nm.12.1-16.Coré,Data e Abirão também

foram punidos por questionarem o líder Moisés,Nm.16.1-50.

Sistema Social

A Torá continha um exigente sistema de leis para se aplicar na parte social da comunidade.São

centenas de mandamentos voltados para as relações humanas e o respeito à vida comunal.Lv.19.9-

37;24.17-20;25.6,7.

Sistema Moral

A Torá estipula um severo código moral entre os membros da comunidade israelita os quais se

quebrados trariam severas consequências sobre os transgressores. Ex.22.16;23.1-9.

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GÊNESIS(γενεζις)-pronúncia guênesis

50 capítulos e 1533 versículos

É o primeiro livro de Moisés. A palavra Genesis é grega que significa começo ou origem. A pronúncia

grega é “guênesis”. O nome hebraico deste livro é “Bereshit”,( ) que significa “no principio”.

Os nomes gregos dos livros de Moisés não foram dados por ele, mas pelos tradutores da LXX.

Os nomes dos livros do Pentateuco vêm da técnica dos judeus de darem aos nomes dos livros de

Moisés a primeira palavra ou primeira frase que aparece no livro.

Esboço de Gênesis

Merece confiança o Antigo Testamento ? de Gleason Archer.

I – O começo da humanidade, 1:1 – 11:32.

A – A criação do mundo, 1:1-2:3

B – O lugar do homem no mundo, 2:4-25

C – A entrada do pecado, e a queda resultante, 3:1-4:26

D – As raças antediluvianas e os patriarcas (Adão e Noé). 5:1-32

E – A pecaminosidade do mundo expurgada pelo dilúvio, 6:1-9:29

F – A peternidade de Noé, e as raças primitivas do oriente próximo, 10:1-11:32

II – A vida de Abraão,12:1-25:18

A – a chamada de Abraão e sua aceitação da aliança pela fé, 12:1 – 14:24.

B – Renovação e confirmação da aliança, 15:1 – 17:27.

C – Ló é poupado de Sodoma, 18:1 – 19:38.

D – Abraão e Abimeleque, 20:1-18

E – Nascimento e casamento de Isaque, o filho da promessa, 21:1 – 24.67.

F – A posteridade de Abraão, 25:1-18

III – A vida de Isaque e sua família, 25:19-26:35.

A – Nascimento de Esaú e Jacó, 25.19-28

B – Esaú vende a primogenitura a Jacó, 25:29-34

C – Isaque e Abimeleque II, 26:1-16.

D – A disputa em Berseba, 26:17-33

E – Os casamentos de Esaú, 26:34,35.

IV – A vida de Jacó, 27:1-37:1;

A – Jacó no lar paterno,27.1-46

B – Exílio e viajem de Jacó, 28:1-22.

C – Jacó com Lobão na Síria, 29:1-33:15

D – Jacó volta à terra da promissão, 33:16-35:20

E – A Posteridade de Jacó e Esaú, 35:21-37:1.

V - A vida de José, 37:2-50:26.

A – José como menino, 37:2-36

B – Judá e Tamar, 38:1-30

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C – José promovido no Egito, 39:1-41:57

D – José e seus irmãos, 42:1 – 45:15

E – José recebe Jacó no Egito, 45:16-47:26

F – últimos dias de Jacó e suas profecias finais, 47:27-50:14

G – José garante aos seus irmãos seu perdão completo, 50:15-26.

Visão panorâmica do livro

As diversas matérias do Gênesis podem ser resumidas da seguinte maneira:

I – Desde a criação até o dilúvio. Compreende esta parte criação do mundo, a formação do homem à

imagem de Deus, a instituição do Sábado, e do casamento (caps.1,2); a entrada do mal no mundo, a

sentença contra o tentador e o homem, e a promessa de Deus a respeito dum Salvador (3); caso de

Caim a Abel, e aos descendentes de Caim; princípio das obras humanas, as manufaturas, e as artes (4);

a linha dos patriarcas desde Adão até Noé (5); a universal preponderância do pecador, a destruição do

mundo corrompido pelo dilúvio, sendo Noé salvo com sua família (6,7).

II – Desde o dilúvio até a vocação de Abraão. Compreende esta parte o pacto da misericórdia que

Deus fez com o novo mundo, e a profecia de Noé com respeito aos três filhos(9); A repovoação de

terra pelos descendentes de Noé, a origem das distinções nacionais, e a começo dos principais

impérios da antiguidade(10); a confusão das línguas, e a dispersão da família humana pela terra(11).

III – Desde a vocação de Abraão até à morte de José. Nesta divisão do livro os negócios gerais da

humanidade somente são relatados ocasional e acidentalmente: trata-se, principalmente, do patriarca e

seus descendentes, a quem Deus escolheu e separou do resto do mundo, a fim de que da sua geração

pudesse descender o salvador prometido. Compreende, pois, esta parte a vida de Abraão e família, em

informações da origem e história de alguns dos mais antigos reis e nações (12 a 25); de Isaque e sua

família (26,26); e de Jacó e sua família (28 a 35); e mais particularmente a vida de José, indo a

narração até ao estabelecimento da família de Israel no Egito (Miziraim), onde os israelitas puderam

livrar-se da fome e, pela providência de Deus, começar a sua preparação para constituírem mais tarde

um grande povo (37 a 47); vem em seguida a profecia de Jacó com respeito a seus filhos e seus

descendentes, brilhando nela um raio de luz a respeito da futura redenção (48,49).

Conclui o livro com determinação de José em relação aos seus restos mortais, e com sua morte (50).

Gênesis e o NT

São abundantes as referências no NT ao livro de Gênesis. As passagens seguintes são indicadas

segundo a fórmula geral das citações – “Está escrito”, “O Senhor disse”, Etc. :

Gn.1.27 – Mt.19.4

Gn.2.2 – Hb.4.4

Gn.2.7 – I Co.15.45

Gn.12.3 – At.3.25;Gl.3.8

Gn.17.7 – Gl.3.16,19

Gn.21.10,12 – Gl.4.30, Hb.11.18

Gn.22.16,17 – Hb.6.13,14; Tg.2.23

Gn.25.23 – Rm.9.12.

Há frequentes referências a episódios e personagens do Gênesis, como:

Gn.3.4,5 (Eva enganada pela serpente); II Cr.11.3; I Tm.2.14

Gn.4.4 (sacrifício de Abel); Hb.11.4

Gn.5.24 (caráter e trasladação Enoque, Hb.11.5,6

Gn.14.18-20 (Melquisedeque); Hb.7.

Gn.19.24 a 26 (destruição de Sodoma e Gomorra_; Lc.17.29,32; 2 Pe.2.6.

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Gn.22.9 (sacrifício de Isaque), Tg.2.21

Gn.25.33 (a venda que fez Esaú do seu direito de primogênitura); Hb.12.16.

Gn.47.31 ( Jacó adorando apoiado ao seu bordão ou sobre a cama); Hb.11.21.

Junte-se a isto todas as referências que fez Estêvão, quando estava sendo julgado no Sinédrio (At.7)

A frase “no princípio (Bereshit) Gn.1.1, é repetida com uma profunda significação em Jo.1.1. (en

arqué). O homem criado a imagem e semelhança de Deus (5.1 e 9.6) é uma verdade reconhecida em 1

Co.11.7; Ef.4.24; Cl.3.10; Tg.3.9.

A santidade da união conjugal é reforçada com as palavras de Gn.2.24 por Jesus em Mt.19.5, e por

Paulo em 1 Co.6.16 e Ef.5.31.

A fé de Abraão (15.5,6) é repetidas vezes mencionadas como figura de caráter Cristão, Rm.4.3; Gl.3.6;

Tg.2.23. A palavra “Paraíso” leva o pensamento ao jardim do Éden, Gn.2.8,9; Ap.2.7;22.1,2. E a

escada de Jacó é tomada como símbolo de grande expressão, Gn.28.12; Jô.1.51.

Muitas conformidades verbais mostraram que o Gênesis era familiar aos inspirados escritores do novo

testamento, sendo reputado como livro de autoridade divina.

Autoria de Gênesis

H.H. Halley em seu manual bíblico diz que segundo antiquíssima tradição hebraica cristã, Moisés,

dirigido pelo Espírito de Deus, compôs o Gênesis à vista de antigos documentos existentes em seus

dias. Os fatos do final do livro ocorreram uns 300 anos antes dos dias de Moisés. Este podia ter

recebido as informações somente por revelação direta de Deus, ou mediante aqueles registros

históricos recebidos dos seus ancestrais.

De acordo com Halley, Gênesis começa com o “hino da criação”, vindo depois dez “livros de

gerações” que constituem o arcabouço de Gênesis. Parece que tais livros ou foram incorporados na

íntegra por Moisés, com as adições e explicações que Deus o levou a fazer, ou foram compostos por

ele, sob a direção divina, à vista de outros registros históricos que lhe vieram às mãos.

Os onze documentos são os seguintes:

1 – O hino da criação, 1.1-2.3

2 – O livro das gerações dos céus e da terra, 2.4-4.26

3 – O livro das gerações de Adão, 5.1-6.8

4 – As gerações de Noé, 6.9-9.28

5 – As gerações dos filhos de Noé, 10.1-11.9

6 – As gerações de Sem, 11.10-26

7 – As gerações de Tera, 11.27-25.11

8 – As gerações de Ismael, 25.12-18

9 – As gerações de Isaque, 25.19-35.29

10 – As gerações de Esaú, 36.1-043

11 – As gerações de Jacó, 37.2-50.26.

Êxodo(ε τ ο δ ο ς)

40 capítulos e 1213 versículos

O nome Êxodo foi dado a esse livro pelos tradutores da LXX. Êxodo em sua etimologia significa

“EX” (Extrair, tirar) e (rodos – caminho). Extrair pelo caminho. Fala de como Deus extraiu Israel do

Egito pelo caminho do deserto. Geralmente se traduz Êxodo simplesmente por “saída”.

O titulo hebraico que significa “E estes são os nomes de ou simplesmente Shemoth( ) (os

nomes). O titulo hebraico do livro é o primeiro verso do livro.

Tema:”O tema do livro é o começo de Israel como nação da aliança. Narra como Deus cumpriu sua

antiga promessa a Abraão, multiplicando seus descendentes até formar uma grande nação, redimindo-a

da terra da servidão, e renovando a aliança da graça com a nação inteira.”

(Glason L. Archer, Jr. Merece confiança o AT ?)

Autor: No NT., Jesus chama Êxodo de “O livro de Moisés”. Mc.12.26.

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Data: De acordo BEG(Bíblia de estudo de Genebra) devemos datar o livro após o acontecimento do

êxodo (1450-1440 a.C) e antes da morte de Moisés, próxima a 1406 a.C. De acordo com a datação

abaixo, o nascimento de Moisés teria ocorrido durante o reinado de Tutmés I. Hatsepsute, a rainha

viúva de Tutmés II, usou títulos masculinos e até mesmo uma barba quando reinou a partir de 1504 –

1483 a.C. Talvez fosse ela então o Faraó que já havia falecido quando Moisés retornou de Midiã ao

Egito.

Esboço de Êxodo em cinco pontos:

(Merece Confiança o AT ? livro de Gleason Archer Jr.)

I – O treinamento do homem de Deus para a tarefa de Deus,1:1-4:31.

A – O passado de Moisés; a perseguição tirânica, 1:1-22.

B – Sua adoção e instrução, os primeiros 40 anos, 2:1-14.

C – Seu caráter disciplinado, os segundos 40 anos, 2.15-25.

D – Sua vocação da parte de Deus, em Horebe, 3.1-4:31.

II - A graça triunfante: o povo de Deus libertado da escravidão, 5:1-18:27.

A – O triunfo de Deus sobre a potência mundial, através das dez pragas, 5:1-11:10.

B – Seis tipos da salvação, 12.1-18:27.

1 – A páscoa: símbolo e apropriação do calvário, 12.1-13.22

2 – Travessia do mar vermelho: o mergulho pela fé (batismo_, 14.1-15:27

3 – Mamá dos céus: o pão da vida (eucaristia), 16:1-36.

4 – A rocha fendida: a água da vida, 17:1-7

5 – Refidim: antegozo da vitória sobre o mundo, 17:8-16.

6 – Nomeação dos anciãos: organização da comunidade religiosa, 18:1-27.

III – O selo da santidade, 19.1-31:18.

A – A promessa da aliança: absoluta submissão à vontade de Deus revelada como “nação santa,

propriedade peculiar de Deus”, 19.1-25.

B – Princípios básicos duma vida santificada, segundo a aliança: O decálogo, 20:1-26

C – A vida santa na sua conduta para com os outros (“livro da aliança”) (três grandes festivais), 21:1-

23:33.

D – A vida santa no culto e na comunhão com Deus ( A tipologia do sacerdócio) do sacrifício e dos

móveis do tabernáculo, 24:1-31:18.

IV – o fracasso da carne, e o arrependimento pelo pecado, 32:1-33:23.

A – Rebelião, apostasia, idolatria: quebra da comunhão com Deus, 32:1-35.

B – Arrependimento, castigo, e a intercessão de Moisés o mediador, 33:1-23.

V – A provisão divina pelo pecado: o perdão contínuo através do sacrifício, 34:1-40:38.

A – Reafirmação da aliança da graça, e a advertência divina contra a idolatria, 34:1-35.

B – Meios de graça para evitar a apostasia: o sábado e o tabernáculo, 35:1-19.

C – A congregação promete obedecer ao plano divino, 35:20-39:43.

D – Formas de culto que Deus santifica e aceita, 40:1-38.

Levítico (nome na LXX : λεσιηικον)

27 capítulos e 859 versículos

Nome dado pelos tradutores da LXX ao 3º livro de Moisés devido ao grande número de instruções

dadas à tribo de Levi, tribo responsável pelo culto a Jeová.

A Bíblia hebraica dá ao livro o nome de Va yiquirã,( )expressão hebraica que significa “e ele

chamou”, primeiras palavras do livro.

Page 11: PENTATEUCObibliologia

11

Relação com Êxodo e Números

“O livro está em estreita relação com Êxodo e Números, mas difere destes livros em apresentar apenas

uma pequena narrativa histórica (caps. 8 a 10; 24.10 a 23).

Tema : “no livro de Levítico estão as leis e os mandamentos que Deus mandou Moisés dar ao povo de

Israel, especialmente as leis a respeito das reuniões de adoração, dos sacrifícios que o povo devia

oferecer a Deus, e dos deveres dos sacerdotes. Todos os que serviam no templo eram da tribo de Levi,

tanto os sacerdotes como os seus ajudantes, os levitas.

“A lição principal do livro é que o Deus do povo de Israel é Santo, portanto, esse povo que ele

escolheu precisava ser santo também, isto é, precisava ser completamente fiel a Deus.”

(Bíblia na Linguagem de Hoje)

Esboço

I-A Lei dos sacrifícios,1:1-7:38.

A.O holocausto,1:1-17.

B.As ofertas de manjares,2:1-16

C.Os sacrifícios pacíficos,3:1-17

D.O sacrifício pelos pecados por ignorância,4:1-5:13

E.O sacrifício pelo sacrilégio,5:14-6:7

F.O holocausto contínuo e as ofertas dos sacerdotes,6:8-23

G.A disposição das vítimas,na oferta pelo pecado,na oferta pela culpa,e na oferta pacífica.6:24-7:27

H.A oferta movida e a oferta levantada,7:28-38

II-A Consagração dos Sacerdotes,8:1-10:20

A.A consagração de Arão e dos seus filhos,8:1-36

B.Arão como sumo sacerdote,9:1-24

C.Julgamento contra Nadabe e Abiu por causa da sua desobediência,10:1-20

III-Separação das coisas impuras,11:1-15:33

A.Comidas puras e impuras,11:1-47

B.Purificação das mães depois de darem à luz,12:1-8

C.Regulamentos no que diz respeito à lepra,13:1-14:57

D.A purificação dos corrimentos corporais,15:1-33

IV-O Dia da Expiação,16:1-34

V.O lugar do sacrifício,e a Inviolabilidade do Sangue,17:1-16

VI.A Santidade prática:Leis contra a Impudícia,a Impureza e a Idolatria,18:1-20:27

VII.A Santidade e os deveres dos Sacerdotes,21:1-22:33

VIII.As Santas Convocações:Sábado,Páscoa,Pães

Asmos,Pentecoste,Trombetas,Expiação,Tabernáculos,23:1-44

IX.Símbolos da Consagração;Penalidades pela Profanação,24:1-23

X.O Ano de Descanso e o Ano do Jubileu,25:1-55

Page 12: PENTATEUCObibliologia

12

XI.As Bem-Aventuranças da Obediência,as Maldições da Desobediência,26:1-46

XII.O Pagamento de Votos e Dízimos,27:1-34

Números (αριηιμοι-pronúncia aritimoi))

36 capítulos e 1288 capítulos

O título hebraico deste livro é “Bemidbar”( ) que pode ser traduzido por “no deserto de”

expressão que aparece no inicio do quarto livro de Moisés.

O nome números foi dado pela tradução da Septuaginta (LXX) devido às duas numerações do povo de

Israel.

A primeira numeração acontece no segundo ano da sua jornada (1 a 4) a outra quando os israelitas

estavam junto à terra de Canaã, trinta e oito anos mais tarde (cap.26).

A septuaginta dá ao livro o nome “Aritmói” de onde vem a tradução para português, números.

Esboço :

I.Preparação para a viagem do Sinai,1.1-10.10

A.Censo do exército e distribuição das posições da marcha,1.1-2.34

B.A enumeração dos levitas,e a descrição dos seus deveres,3.1-4.49

C.A impureza é excluída do acampamento:leis da lepra;restituição por danos causados;julgamento de

mulheres acusadas de adultério,5.1-31

D.Nazireus(tipificando a vida dedicada);a bênção,6.1-27

E.Tesouros dedicados ao Tabernáculo pelas doze tribos,7.1-89

F.Os levitas santificados e instalados no seu ofício,8.1-26

G.Observância da primeira Páscoa anual,9.1-14

H.Seguindo a coluna de nuvens;os sinais das trombetas,9.15-10.10

II.De Sinai até Cades-Barneia,10.11-14.45

A.Primeira etapa de viagem:começa a marcha,10.11-36

B.Primeira e segunda queixas em Taberá e Quibrote-Hataavá(as codornas);setenta anciãos

profetizam,11.1-35

C.Julgamento contra Arão e Miriã por causa de terem-se rebelado contra Moisés;a lepra de Miriã é

curada,12.1-16

D.A grande rebelião em Cades depois do relatório dos dez espias,13.1-14.45

III.De Cades-Barneia até as Planícies de Moabe,15.1-21.35

A.Leis de ofertas de manjares e ofertas pelo pecado;a morte é castigo pela blasfêmia e pela violação

do sábado;as orlas das vestes,15.1-41

B.A rebelião de Core e a validez do sacerdócio arônico,16.1-17.13

C.O relacionamento entre sacerdotes e levitas;sua única propriedade em Canaã serão as ofertas e os

dízimos,18.1-32

D.A água de purificação pela impureza,19.1-22

E.A morte de Miriã;a rocha ferida pela segunda vez;Edom proíbe a passagem;a morte de Arão,20.1-29

F.A sétima murmuração do povo e a serpente de bronze;a chegada em Moabe,21.1-20

G.As primeiras conquistas permanentes;a derrota de Siom e de Ogue,21.21-35

IV.O Encontro com os Moabitas e Balaão,22.1-25.18

A.Balaque contrata os serviços de Balaão,22.1-25.18

Page 13: PENTATEUCObibliologia

13

B.A tríplice bênção de Balaaão,predizendo o triunfo de Israel,23.1-24.25

C.O pecado de Baal-Peor,25.1-18

V.Preparativos para a Entrada de Canaã,26.1-36.13

A.Planos para a conquista e a divisão da terra,26.1-27.23

B.Leis sobre sacrifícios e votos,28.1-30.16

C.A vingança contra os midianitas,31.1-54

D.A Transjordânia é distribuída a Rúben,Gade e Manassés,32.1-42

E.Resumo das viagens do Egito até Moabe,33.1-56

F.Planos para a divisão de Canaã,34.1-36.13

A história pós-Sinai

Números é o livro que mais narra a história dos 40 anos no deserto. Ainda aparecem no livro algumas

leis, 5 a 10.10), mas depois se torna um livro de notáveis ações do povo de Israel.

São notáveis no livro os seguintes episódios:

A nomeação dos 70 anciãos (11); a expedição dos espias e suas conseqüências (13,14). A jornada pelo

deserto; a rebelião de Coré, com os subsequentes decretos referentes ao sacerdócio (16 a 19).

A marcha final pelo deserto é então narrada, descrevendo-se os incidentes da rocha, tocada com a vara,

e da serpente de bronze, assim como a visita e as profecias de Balaão (20 a 24).

As murmurações e os castigos do povo ocupam uma grande parte do livro, sendo concluída esta parte

do Pentateuco com a conquista de Midiã, cap.31, a divisão do território ao oriente do Jordão (cap.32),

a recapitulação das estações do deserto (cap 33), uma exposição dos limites da terra da promissão(34),

e as deliberações com respeito às cidades de refúgio (cap 35) e ao casamento dos herdeiros (cap 36).

(Dicionário Bíblico Universal).

Números e o NT

As referências do NT. aos personagens e aos incidentes nos Números compreendem:

- Os nazireus, Nm.6; Lc.1.15; At.18.18; 21.26.

- A páscoa, Nm.9; Jo.19.36; 1 Co.5.7

- O maná, Nm.11.4-9; Jo.6.31-35, 41-58

- A fidelidade de Moisés, Nm.12.7; Hb.3.5,6.

- Os prostados no deserto, Nm.14.16; 1 Co.10.5

- O pecado de Coré, Nm.16; Jd.11

- A vara de Arão, Nm.17.8; Hb.9.4

- Balaão, Nm.22.5; 31.16; 2 Pe.2.15; Jd.11; AP.2.14.

A expressão “ovelhas que não têm pastor” aparece pela primeira vez em Nm.27.17.

(dicionário bíblico)

Deuteronômio (δεσηερονομιο-pronúncia deuteronômio)

34 capítulos e 959 versículos

O nome hebraico do livro é Elleh hadebarim( ).A tradução é “estas são as palavras”. São

as primeiras palavras hebraicas do livro.

A Septuaginta (LXX) deu ao livro o título Deuteronômio, que pode ser traduzido por segunda

explanação da lei, pois o livro é na verdade uma repetição da narrativa das coisas que aconteceram até

a planície da Moabe.

Ao chegar à planície de Moabe, Moisés já sabia que não entraria na terra da promissão. Resolveu

então recapitular toda experiência até aquele momento.

Page 14: PENTATEUCObibliologia

14

A versão portuguesa manteve o titulo do livro bem próximo do titulo grego “Deuteronomion” e não

fez a tradução como foi feito com o livro de Números.

Esboço do livro:

I.O primeiro Discurso:Revista Histórica,1.1-4.43

A. A orientação graciosa de Deus,de Horebe até Moabe,1.1-3.29

B.A nova geração recebe a admoestação de guardar a Lei,4.1-40

C.Escolha das cidades de refúgio de Transjordânia,4.41-43

II.O Segundo Discurso:Leis pelas quais Israel deve viver,4.44-26.19

A.Mandamentos básicos,4.44-11.32

1.prefácio:as circunstâncias históricas,4.44-49

2.O Decálogo e o amor a Deus,que devem ser ensinados à posteridade,5.1-6.25

3.A firme obediência e a lembrança constante e grata da maneira de Deus tratar com Seu povo,7.1-

11.32

B.Estatutos para o culto e para uma vida santificada,12.1-16.22

1.O culto genuíno,e salvaguardas necessárias contra a idolatria,12.1-13.8

2.Regras tratando de comida,dos sábados e dos dias de festa,14.1-16.22

C.Julgamentos:o tratamento de ofensas específicas,17.1-26.19

1.Morte pela idolatria;o procedimento do apelo;as responsabilidades dum rei,17.1-20

2.As penalidades pela bruxaria e pela falsa profecia;o verdadeiro Profeta,18.1-22

3.Cidades de refúgio por homicídios acidentais;penalidades pela fraude e pelo perjúrio,19.1-21

4.Regras para as batalhas e cercos,20.1-20

5.Cuidado pelos mortos;esposas cativas;heranças e a disciplina da família;a remoção do cadáver da

força,21.1-23

6.Propriedades perdidas;proíbe-se o travesti;proibida a mistura de sementes ou de diversos

animais,22.1-22

7.Leis de casamento,castidade,cuidados corporais,limpeza,22.13-24.5

8.Leis de justiça econômica e social,24.6-25.19

9.Leis de mordomia,de ofertas e de dízimos,26.1-19

III.O Terceiro Discurso:Advertência e Predição,27.1-30.20

A.A lei deve ser lavrada em inscrições,e suas sanções citadas no Monte Ebal,27.1-26

B.Condições para a bênção e para o castigo da nação (predição de futuros julgamentos contra

Israel),28.1-68

C.Os benefícios recebidos de Deus passados em revista;exortações à fidelidade,29.1-30.20

IV.A Lei Escrita entregue aos cuidados dos líderes de Israel,31.1-30

V.O Cântico de Moisés:A responsabilidade de Israel perante a Aliança,32.1-43

VI.A última recomendação e a despedida,32.44-33.29

A.A última exortação de Moisés,32.44-47

B.Moisés advertido da morte que se aproxima,32.48-52

C.A bênção final de Moisés sobre Israel,tribo por tribo,33.1-29

VII.A Morte de Moisés e seu obtuário,34.1-12

O último capítulo

A Beg diz:

Page 15: PENTATEUCObibliologia

15

“os críticos observam corretamente que o último capítulo não poderia ter sido escrito por Moisés.

Existe um amplo consenso de que o cap.34 é um adendo, talvez acrescentado por Josué.

Dessa mesma forma, o livro de Josué termina com a morte de Josué, registro feito claramente pelo

autor de Juízes, o qual acrescentou alguns versículos de Juízes à parte final de Josué, Jz.2.7-9;

Cf.Js.24.29,31; semelhantemente, os primeiros versículos de Esdras foram copiados e anexados ao

últimos capítulos de Crônicas (Crônicas termina no meio de uma frase). Essa maneira de vincular um

livro subsequente ao precedente (ou variantes dessa prática) era comum na antiguidade e tinha como

propósito indicar a sequência correta dos pergaminhos ou tabuletas de cerâmica. É provável que Josué

tenha adicionado a nota sobre a morte de Moisés, sendo isto aceito por Israel. Isto também veio a

vincular o livro de Josué à grande produção de Moisés. (o que chamamos de Hexateuco)

Deuteronômio e Jesus

A predição acerca de um profeta, 18.15-19, é duas vezes aplicada a Jesus Cristo no NT pelo Apóstolo

Pedro e pelo mártir Estêvão (At.3.22 e 7.37). Há provas de que essas palavras eram, também,

consideradas pelos judeus como referentes à vinda do Messias. Veja-se Jo.1.30,31,45 e 5.45 a 47. Não

há dúvida de que a linguagem de Moisés teve geral cumprimento no fato de uma sucessão profética

culminando no aparecimento e obra de Jesus Cristo, a quem por consequência as palavras Mosaicas se

referem de um modo eminente. As numerosas citações do livro de Deuteronômio no NT deixam ver a

consideração em que o livro era tido logo nos primeiros dias da igreja cristã.

(Dicionário Bíblico Universal)

ENCONTRAMOS UM IMPORTANTE ESTUDO SOBRE O PENTATEUCO (NA INTERNET) DO

REVERENDO EWERTON BARCELOS TOKASHIKI E TOMAMOS A LEBERDADE DE

ACRESCENTAR A ESSE TRABALHO PARA QUE POSSA RICAMENTE COMPLETÁ-LO.

O REVERENDO É

Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras – Rondônia

Professor de Teologia Sistemática no STPBC – Extensão em Ji-Paraná

Pentateuco por Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki

1. Título

Geralmente esta seção do AT é comumente conhecido como Toráh (Lei). O substantivo toráh

se deriva da raiz yarah, “lançar” ou “projetar”, e significa orientação, lei, instrução. Edward J. Young

observa que

como designação dos cinco primeiros livros da Bíblia, esse termo é empregado em sentido mais

restrito para destacar o elemento legal que forma tão grande porção desses livros. Esse emprego do

termo, porém, não exclui as seções históricas ou de narrativa; antes, inclui-as, visto que formam o

segundo plano ou arcabouço apropriado para a legislação.[1]

Page 16: PENTATEUCObibliologia

16

A palavra “Pentateuco” é uma derivação de duas palavras gregas “pente” (cinco) e “teuchos”

(volume). Seu primeiro uso se encontra, talvez, nos escritos de Orígenes, a respeito de Jo 4:25, “do

Pentateuco de Moisés”.

No AT o Pentateuco é chamado de:

1. Lei: Js 8:34; Ed 10:3; Ne 8:2,7,14; 10:34,36; 12:44; 13:3; 2 Cr 14:4; 31:21; 33:8.

2. Livro da Lei: s 1:8; 8:34; 2 Rs 22:8; Ne 8:3.

3. Livro da Lei de Moisés: Js 8:31; 23:6; 2 Rs 14:6; Ne 8:1.

4. Livro de Moisés: Ed 6:18; Ne 13:1; 2 Cr 25:4; 35:12.

5. Livro do Senhor: Ed 7:10; 1 Cr 16:40; 2 Cr 31:3; 35:26.

6. Lei de Deus: Js 24:26; Ne 8:18.

7. Livro da Lei de Deus: Js 24:26; Ne 8:18.

8. Livro da Lei do Senhor: 2 Cr 17:9; 34:14.

9. Livro da Lei do Senhor seu Deus: Ne 9:3.

10. Livro de Moisés, servo de Deus: Dn 9:11, 13; Ml 4:4.

No NT o Pentateuco é chamado de:

1. Livro da Lei: Gl 3:10.

2. Livro de Moisés: Mc 12:26.

3. Lei: Mt 12:5; Lc 16:16; Jo 7:19.

4. Lei de Moisés: Lc 2:22; Jo 7:23.

5. Lei do Senhor: Lc 2:23-24.

2. Autoria do Pentateuco

O Pentateuco é uma obra contínua, completa, produzida por um só autor inspirado. É possível

que se tenha feito o uso de fontes orais e escritas sob orientação divina.

2.1. Negação da Autoria Mosaica

2.1.1.Origem do Desenvolvimento da Teoria Documentária

Page 17: PENTATEUCObibliologia

17

Alguns movimentos como o Deísmo e Racionalismo forneceram o cenário, e contribuíram para

o surgimento da Teoria Documentária. Estas duas correntes de pensamento, embora diferentes,

concordam numa coisa: a negação de uma relação sobrenatural de Deus com o homem.

Negando a premissa sobrenatural, não se pode sustentar a doutrina da inspiração, profecias, a

providência divina, etc. A Bíblia torna-se um livro meramente humano. Foi quando começaram a

questionar a autoria mosaica, e a sua data de escrita, como também a veracidade de seu conteúdo.

Thomas Hobbes em sua obra Leviathan (1651) afirmou que o Pentateuco havia sido editado

por Esdras a partir de fontes antigas.

Benedicto Spinoza declarou em Tractatus Theologico-Politicus (1670) que Esdras havia

editado o Pentateuco com interpolação de Deuteronômio, questionando a autoria mosaica.

2.1.2.Teoria Documentária Primitiva

Jean Astruc, médico francês, foi o primeiro a dar expressão literária a essa teoria (em 1753).

Limitou suas dúvidas apenas a autoria de Gn 1. Sua tese era que Moisés havia compilado o livro de

Gênesis a partir de duas memórias (memoires), e outros documentos menores. Astruc identificou 2

fontes principais: Fonte A, com o uso da palavra Elohim, e fonte B, o uso da palavra Yahweh. Todavia,

aceita Moisés como autor do livro todo. Alegava ter encontrado em Gênesis mais de dez fontes e

outras interpolações textuais!

Johann G. Eichorn em sua Einleitung (1780-1783), expandiu as idéias de Astruc a todo o

Pentateuco e não apenas a Gênesis. Negou a autoria mosaica. Dividiu Gn e Êx 1-2 em fontes

designadas J e E, e afirmou que estas foram editadas por um autor desconhecido.

2.1.3.Teoria Fragmentária

Alexander Geddes, padre católico escocês, investigou as “memoires” de Astruc. Em 1792-

1800 desenvolveu a teoria fragmentária. Segundo a Teoria Fragmentária o Pentateuco consiste em

fragmentos lendários, desconexos entre si e de muitos autores desconhecidos, mas possuindo apenas

um redator. Foi o primeiro a sugerir a existência de um Hexateuco. Segundo Geddes o Pentateuco foi

compilado por um redator desconhecido a partir de numerosos fragmentos que tiveram sua origem em

círculos diferentes, um elohístico, e o outro javístico. A data da composição final do “Hexateuco” teria

ocorrido em Jerusalém, durante o reinado de Salomão.

J. Vater (1802-1805) fez a divisão do Pentateuco em 39 fragmentos. A data da composição

final do Pentateuco foi no exílio babilônico, sendo que nesta época adquiriu a forma que hoje

conhecemos.

A.T. Hartmann foi o primeiro a dizer que a escrita era desconhecida no tempo de Moisés entre

os israelitas (1831). Segundo ele, o Pentateuco era constituído de um grande número de pequenos

documentos pós-mosaicos, a que foram feitas adições, de tempos em tempos, até se tornarem nos

cinco livros. Considerava o Pentateuco como lenda e mito.

2.1.4.Teoria suplementar

Page 18: PENTATEUCObibliologia

18

Wilhelm M. L. De Wette (1780-1849) em 1805 escreveu um livro, acerca de Deuteronômio,

dando este livro como pertencente ao tempo de Josias e escrito um pouco antes da sua reforma

religiosa, em 621 a.C.

Heinrich Ewald (+1875) rejeitou a autoria mosaica. Segundo ele o Pentateuco é composto de

muitos documentos, mas enfatizando o documento E como sendo básico.

Tuch foi quem deu expressão clássica à teoria. Deu ênfase a dois documentos básicos, o E e o

J, tendo datado o E no tempo de Saul, e o J no tempo de Salomão.

Representa uma volta a Teoria Documentária primitiva. Segundo essa teoria, o documento

básico, original era um só, o documento E (elohista), combinado com um suplemento principal que era

o documento J (jeovísta) formavam a base para o Pentateuco. No decorrer dos séculos novas adições

foram feitas a estes documentos, terminando na cristalização do atual conjunto de cinco livros. Todos

estes críticos negaram a autoria mosaica do Pentateuco.

2.1.5.Teoria Documentária Modificada

Esta teoria defende que de três a quatro documentos principais e contínuos foram combinados

por um redator.

Hermann Hupfeldt, em 1853, ensinou que, além do Deuteronômio, havia três documentos

contínuos que eram J,E1 e E2, combinados por um único redator.

E. Riehm (1854) defendeu que os documentos contínuos eram quatro e não três. Foi o primeiro

a apresentar um quarto documento principal, chamado D. A forma dos documentos seria E1, E2, J, D.

2.1.6.Teoria Documental em seu Estado Final

Segundo esta teoria, quatro ou cinco documentos principais, mais outros documentos

secundários foram combinados por quatro redatores principais e mais outros redatores secundários.

Reuss (1850) acreditava em cinco documentos principais J, E1, E2, d, P. Foi o primeiro a

sugerir o documento P como sendo documento básico e também como sendo o último deles. Atribuiu

ao tempo de Esdras como data final da redação do Pentateuco.

Karl H. Graff, em 1865, afirmou a literatura de Êxodo, Levítico e Números, não pertencia ao

período de Josias, mas ao cativeiro babilônico. Rejeitou o documento E1 como sendo um documento

independente. Para ele o E1 é igual ao P, um documento procedente do período do reinado de Josias.

Para Graff a ordem dos documentos seria P–histórico, E, J, D, P-legal.

Abraham Kuenen (1869-1870) desenvolveu a teoria de Graff e a difundiu, principalmente na

Alemanha. Em sua obra “A Religião de Israel” (1869) argumentou que o P-histórico não poderia ser

separado do documento P-legal. Sua teoria resultou em J, E, D, P.

Julius Wellhausen foi quem deu uma popular formulação literária à teoria, em sua obra Die

Composition dês Hexateuchs, em 1876. Com ele a teoria adquiriu o nome de Graff-Kuenen-

Wellhausen. Causou um grande impulso ao criticismo moderno.

2.1.7.Teoria Documentária no Século XX[2]

Page 19: PENTATEUCObibliologia

19

Herman Gunkel (1862-1932) e Hugo Gressmann (1877-1927) posicionaram-se contra as

tendências do wellhausenismo clássico. Os grandes expoentes na crítica das fontes. Defendiam a

necessidade de se descobrir o Sitz im Leben (contexto vital). Comparação com a mitologia antiga.

Otto Eissfeldt em sua Einleitung in das Alte Testament (1934) defendia a classificação da

literatura do AT em vários gêneros e categorias. Tenta traçar o desenvolvimento (a influência pré-

história literária) dos diferentes documentos. Propõem a existência de um documento L (fonte leiga).

Não possui uma concepção adequada da revelação, considera a literatura do AT como de origem

meramente humana.

R.H. Pfeiffer em Introduction to the Old Testament (1941) mostra erudição e apologia,

basicamente anti-cristã. Ensinou a existência de um documento S (Sul ou Seir), mas obteve aceitação

popular. Nega a revelação, milagres, etc., segundo Pfeiffer estas são cousas subjetivas, sem prova

científica.

Gerhard Von Rad (1934) defendeu a existência de mais dois documentos Pa e Pb. Propôs a teoria do

Hexateuco.

Aage Bentzen publicou em 1941 uma obra que esposa o método histórico-crítico que presta

dedicada atenção ao estudo das supostas formas da literatura do AT.

Atualmente o liberalismo predomina nos estudos do AT em todo o mundo. Todavia, há vozes

conservadoras que se fazem ouvir com vasta erudição. Temos em português algumas obras

acadêmicas publicas sobre IAT:

1.Liberais: Negam a unidade e autoria mosaica

1.1. Klaus Homburg, Introdução ao AT, Ed. Sinodal, 1981

1.2. Aage Bentzen, Introdução ao AT, ASTE, 1968, 2 vols

1.3. E. Sellin & G. Fohrer, Introdução ao Antigo Testamento, Ed. Paulinas, 1978, 2 vols.

1.4. Werner H.Schmidt, Introdução ao AT, Ed. Sinodal.

2.Conservadores: confirmam a unidade e autoria mosaica

1.1. Edward J. Young, Introdução ao AT, Ed. Vida Nova, 1964

1.2. Clyde T. Francisco, Introdução do VT, JUERP, 1969

1.3. Gleason L. Archer, Merece Confiança o AT?, Ed. Vida Nova, 1991

1.4. Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o AT, Ed. Vida, 1996

1.5. W.S. Lasor, D.A. Hubbard & F.W. Bush, Introdução ao AT, Ed. Vida Nova, 1999 (conservador?)

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20

É necessário fazermos uma breve observação a título de orientação. A “Introdução ao Antigo

Testamento” de Lasor, Hubbard e Bush, recentemente editada (1999), pela Edições Vida Nova, deve

ser estudada com ressalvas. Embora, seja indicado “para alunos, professores e estudiosos evangélicos

conservadores”[3] e os três autores pertencessem ao renomado Seminário Teológico Fuller de

seguimento conservador[4]. Esta obra não pode ser considerada como totalmente conservadora, por

alguns motivos muito relevantes:[5]

1. Nega a autoria fundamental de Moisés, pág.10;

2. Adota a “teoria documentária” proposta pelo teólogo liberal alemão Martin Noth,

chamada “Tetrateuco” (Gn, Êx, Lv, Nm) e “História Deuteromística” (Dt, Js, Jz, Sm, Rs),

págs.11-14;

3. Defende uma “unidade temática-histórica”, pág.3-6, e uma “unidade estrutural”, págs.14-

15, mas não “literária-textual”;

4. Adota o pressuposto evolucionista hegeliano, pág.10;

5. Enfatiza que a formação do Pentateuco “é uma antologia literária” e o produto de

“comunidade de fiéis ao longo de muitos séculos”(p.14).

6. Aceita como premissa a teoria da “crítica canônica” de B.S. Childs (neo-ortodoxo).

Afirma que o importante é o produto final (i.é., o cânon, pág.14), sem importar com o

método utilizado, embora, não rejeita os pressupostos e métodos básicos da teoria

documentária de Martin Noth (veja as notas 17-19, na pág. 754 da obra).

2.1.8. Características dos “supostos” documentos

Resumidamente, segue abaixo um resumo sobre os supostos documentos que compõe o

Pentateuco, segundo os adeptos da teoria documentária.

Documento J (Jeová, Jeovista)

1.Data: 950 ou 850 a.C.

2.Local escrita: Judá

3.Autoria: é atribuído a um historiador desconhecido, pertencente ao reino do Sul

4.Conteúdo: começa com a criação e vai até o fim do reino de Davi (Gn 2 a Nm 22-24).

5.Natureza: uma coleção de literatura épica, demonstrando forte sentimento nacionalista. Contém

dramatização vívida, apresentações antropomórficas de Deus, em que Deus é descrito em termos

humanos. Prefere usar o nome Yahweh para Deus. Ressalta a continuidade do propósito de Deus desde

a criação, passando pelos patriarcas, até o papel de Israel como seu povo. Essa continuidade leva ao

estabelecimento da monarquia com Davi.

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Documento E (Elohista)

1.Data: 850 ou 750 a.C.

2.Autoria: atribuída a um sacerdote desconhecido de Betel (Reino do Norte), ou a um profeta, sob a

influência de Elias.

3.Local escrita: Efraim

4.Conteúdo: começa com Abraão e termina com Josué

5.Natureza: Usa-se a história na forma épica. Este documento possui uma variedade de detalhes,

grande interesse no ritual e uma teologia mais abstrata, que evita antropomorfismo e usa visões e anjos

como meios de revelação. É a narrativa da tradição de Israel (reino do Norte) em paralelo com

documente J. Prefere Elohim como nome de Deus até a revelação de seu nome Yahweh a Moisés (Êx

3), depois disso passa a empregar ambos os nomes de Deus.

Documento D (Deuteronomista)

1.Data: 650 a.C.

2.Autoria: atribuída a um sacerdote desconhecido.

3.Local escrita: Jerusalém

4.Conteúdo: é o material núcleo do livro de Deuteronômio

5.Natureza: tem interesse teológico pelo Templo de Jerusalém, e forte oposição contra a idolatria. O

estilo literário é prosaico, prolixo, paranético (repleto de exortações ou conselhos). Seria o tal livro

descoberto no reinado do rei Josias no ano 621 a.C.

Documento P (do inglês Priestly[Sacerdotal])

1.Data: 525 ou 450 a.C.

2.Autoria: desconhecida

3.Conteúdo: composto de tradições mosaicas antigas depois do Exílio.

2.2. Uma avaliação crítica da Teoria Documentária.

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Devemos considerar algumas implicações da Teoria Documentária em afirmar a formação final

do Pentateuco num período pós-exílico (entre 500-400 a.C.), quando a religião de Israel já estava bem

desenvolvida.

1. A Teoria Documentária não prova a não autoria de Moisés. Falando francamente, esta

teoria nem sequer conseguiu provar a sua própria veracidade científica, para tirar de

sobre si o estigma de “teoria” a que está vinculada durante todos esses séculos.

2. Mesmo entre os adeptos desta teoria não há concordância acerca da identificação e

classificação dos textos e dos grupos documentais a que eles supostamente pertencem.

3. Aceitar a teoria JEDP anula a credibilidade do Pentateuco. Segundo a Teoria

Documentária a história bíblica é forjada. O Dt foi inventado pelos profetas para

reforçar a idéia da centralização. O uso do nome de Moisés no Pentateuco, era

simplesmente para dar autoridade ao texto, mas ele nada tinha a ver com a composição

histórica do mesmo. O documento P, composto para assegurar a aceitação do sistema

sacerdotal por parte do povo, fora baseado em lendas e crendices folclóricas. Como

observa Stanley A. Ellisen “rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho

universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto da

Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um „mosaico‟ de diferentes”.[6]

4. Retira todo o caráter normativo do Pentateuco.[7] Não teria qualquer valor para o povo

da época, já que nada acrescentaria ao judaísmo. Se o Pentateuco fosse apenas um

produto de uma religião tardiamente desenvolvida, e não o princípio regulador, não

faria sentido chamá-lo de “a Lei”. Se ele não foi o princípio regulador para os primeiros

leitores, não teria valor algum para os crentes de outras épocas, uma vez que os

conceitos humanos mudam e o que não foi normativo para um povo, pode não ser para

outro.

5. Invalida o esforço de composição. O relato do Pentateuco[8] é rico em detalhes e

informações. Possui informações das origens e desenvolvimento dos povos, em

especial do povo de Israel. Os supostos autores teriam se dado a um imenso trabalho de

imaginação para simplesmente manter uma ordem que já estava estabelecida.

6. Devemos considerar a ausência de evidências histórica, ou manuscritológicas, de que

estes supostos documentos (JEDP) tenham circulado em algum período soltos uns dos

outros.[9]

7. Considera o autor mal intencionado. A Teoria Documentária implica que um autor (ou

autores), com um sentimento profundamente religioso e com o intuito de conduzir o

povo diante de Deus, tenha se rebaixado a abandonar valores que quer ensinar e redigir

uma mentira, colocando na boca de Deus, o que Ele não disse, inventando “estórias” e

fazendo com que todos a considerassem como verdadeiras!

8. Impossibilidade do sobrenatural no AT. Conseqüentemente a intervenção divina é

negada: revelação, inspiração, encarnação, milagres, etc.

9. Negação da revelação especial. A Bíblia torna-se meramente uma referência literária

semítica. Um livro antigo como outro qualquer, deixando de ser a auto-revelação

proposicional de Deus.

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2.3. Argumentos em favor da Autoria Mosaica do Pentateuco

Não há no Pentateuco uma declaração objetiva de que Moisés tenha escrito o Pentateuco.

Todavia, há um testemunho suficiente, que apóia a sua autoria.

A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do AT em particular, e com as obras

literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do

passado, limitando-se ao uso de material e metodologia tradicionais, conforme já foi observado.

2.3.1. Evidências Internas

1. Êx 17:14 indica que Moisés estava em condições de escrever.

2. Êx 24:4-8 refere ao “Livro da Aliança” (Êx 21:2-23,33).

3. Êx 34:27 pela segunda vez a ordem de escrever. Refere-se a Êx 34:10-26, o 2º Decálogo.

4. Nm 33:1-2 Moisés anotou a lista das paradas desde o Egito até Moabe (caminhada pelo

deserto).

5. Dt 31:9,24 referência aos 4 livros anteriores do Pentateuco.

6. Dt 31:22 refere-se a Dt 32.

7. Narra detalhes de uma testemunha ocular. O número de fontes e palmeiras (Êx 15:27), a

aparência e paladar do maná (Nm 11:7-8).

8. Em Gn e Êx, o autor exprime um detalhado conhecimento do Egito, e do percurso do êxodo.

9. Conhecimento de palavras e nomes egípcios. O autor possuí uma noção estrangeira da

Palestina. Os termos usados para as estações, tempo, fauna, flora são egípcios, não palestinos.

O autor estava familiarizado com a geografia egípcia e sinaítica. Menciona quase nada sobre a

geografia palestina, o que evidencia seu pouco conhecimento da região.

2.3.2. Evidências Externas

1. Livro de Josué repleto de referências a Moisés como autor do Pentateuco Js 1:7-8; 8:31; 22:9;

23:6; etc.

2. Jz 3:4 declara “...por intermédio de Moisés.”

3. Expressões freqüentes nos livros históricos: “lei de Moisés”, “livro da lei de Moisés”, “livro

de Moisés”, etc. 1 Rs 2:3; 2 Rs 14:6; 21:8; Ed 6:18; Ne 13:1; etc.

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2.3.3. Evidências do NT

1. Cristo menciona passagens do Pentateuco como sendo de Moisés. Mt 19:8; Mc 10:4-5.

2. O texto sobre a circuncisão (Gn 17:12) mencionado no NT (Jo 7:23) como fazendo parte da

Lei de Moisés.

3. Restante do NT em harmonia com Cristo. At 3:22-23; 13:38-39; 15:5,21; 26:22; 28:23; Rm

10:5,19; 1 Co 9:9; 2 Co 3:15; Ap 15:3.

2.3.4. Moisés Era Qualificado Para Escrever o Pentateuco

Alguns críticos questionam não somente a autoria de Moisés, mas inclusive até mesmo a sua

historicidade. Acham inconcebível como tamanhos desastres puderam atingir um povo tão

desenvolvido e organizado, como eram os egípcios, e ainda assim não existir nenhum registro desses

fatos? Respondemos mencionando a contribuição do arqueólogo Alan Millard que declara

os faraós, e isso não é surpresa, não apresentam descrições das derrotas sofridas diante dos seus

vassalos ou sucessores. Se os monumentos reais não podem ajudar, os distúrbios vividos pelo Egito

com as pragas e a perda da mão-de-obra poderiam ter gerado mudanças administrativas. Como

qualquer estado centralizado, o governo do Egito consumia grandes quantidades de papel (papiro),

e boa parte da documentação era arquivada para consulta. Mas isso também não ajuda, pois, como

já vimos, praticamente todos os documentos pereceram, e a probabilidade de recuperar algum que

mencione Moisés ou as atividades dos israelitas no Egito é risível.[10]

Moisés é reconhecido como o homem erudito na antigüidade bíblica. Nos dias de Moisés o

Egito era a maior civilização do mundo, tanto em domínio, construções e conhecimento. Moisés teve a

oportunidade de ter sido educado na corte real egípcia, recebendo a instrução de disciplinas

acadêmicas que no Egito já eram tão desenvolvidas. Incluindo a arte da escrita, que há muito tempo

era usada, de comum uso dos egípcios, inclusive entre os próprios escravos.

Como historiador, soube coletar as informações da rica tradição oral de seu povo. Mas além da

tradição oral, Moisés dispôs, enquanto esteve no palácio real egípcio, do seu acervo literário.

Era possuidor de um vasto e detalhado conhecimento geográfico. O clima, vegetação, a

topografia, o deserto tanto do Egito como do Sinai, e os povos circunvizinhos lhe eram familiares.

O modo como o autor do Pentateuco descreve os eventos e lugares, indica que ele não era

palestino. Alguns fatos contribuem para esta conclusão 1) conhecia lugares pelos nomes egípcios,

2)usa uma porcentagem maior de palavras egípcias do qualquer outra parte do AT, 3) as estações e

tempo que se mencionam nas narrativas são geralmente egípcias e não palestinas, 4)a flora e a fauna

descritas são egípcias, 5)os usos e costumes relatados que o autor conhecia e eram comuns em seus

dias.[11]

Moisés como fundador da comunidade de Israel, também exerceu o papel de legislador,

educador, juiz, mediador, profeta, libertador, sacerdote, pastor, historiador, entre outros. Possuía vários

motivos, segundo as funções que exerceu, para prover ao seu povo alicerces morais concretos e

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25

religiosos, e era preciso registrar e distribuir a Lei entre o povo, de modo que ela fosse acessível a

todos.

Como escritor teve tempo mais que suficiente. O Êxodo durou quarenta árduos e longos anos

de peregrinação pelo deserto do Sinai. Apesar de sua ocupação ativista, este seria um tempo mais do

suficiente para que pudesse escrever todo o Pentateuco, e ainda se necessário alfabetizar todo o

povo.[12]

Ele mesmo reivindicou escrever sob orientação de Deus (Êx 17:14; 34:27; Dt 31:9, 24).

Nenhum outro autor da antiguidade foi assim identificado.

2.3.5. O Que se Entende Por Autoria Mosaica?[13]

1. Não significa que Moisés tenha pessoalmente escrito originalmente cada palavra do

Pentateuco. Certamente ele lançou mão da “tradição oral”;[14]

2. É possível que ele tenha empregado porções de documentos previamente existentes;

3. Talvez, tenha usado escribas ou amanuenses para escrever;

4. Moisés foi o autor fundamental ou real do Pentateuco;

5. Sob a orientação divina, talvez, tenha havido pequenas adições secundárias posteriores,

ou mesmo revisões (Dt 34);

6. Substancial e essencialmente o Pentateuco é obra de Moisés. O Dr Wilson comenta

“que o Pentateuco, conforme se encontra, é histórico e data do tempo de Moisés; e que

Moisés foi seu autor real, ainda que talvez tenha sido revisado e editado por redatores

posteriores, adições essas tão inspiradas e tão verazes como o restante, não existe

dúvida.”[15]

3.Unidade

3.1. Unidade Literária/Textual

Pequenas adições e mudanças no Pentateuco podem ser admitidas sem que se negue a unidade

literária, e autoria mosaica da obra.

Não há nenhuma evidência história ou manuscritológica que vários redatores tenham

“costurado” os livros do Pentateuco. Não existe nenhuma evidência que em algum período da história,

o Pentateuco tenha circulado como “pedaços” (fontes JEDP), e que algum redator, ou redatores, tenha

compilado e dado sua formação final, como propõe a teoria documentária. Os rabinos judeus

desconhecem tal coisa.

3.2. Unidade Histórica

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O Pentateuco possui uma linha histórica que se desenvolve. A ligação cronológica entre os

cinco livros, transmite-nos a idéia de que, é somente um livro de cinco capítulos. Podemos resumir a

história de Israel registrada no Pentateuco da seguinte forma:

1. Deus é o criador de toda a raça humana, e dela formou para si um povo.

2. Deus escolheu Abraão e seus descendentes, e lhes prometeu dar a terra de Canaã.

3. Israel foi para o Egito, e caiu na escravidão, da qual o Senhor os livrou.

4. Deus conduziu Israel a Canaã conforme prometeu.

3.3. Unidade Temática

1. Em Gn vemos a origem do universo e a aliança com Israel.

2. Em Êx vemos a escravidão e libertação de Israel.

3. Em Lv vemos a santificação de Israel.

4. Em Nm vemos a recontagem do povo de Israel.

5. Em Dt vemos a renovação da aliança com a nova geração de Israel

4. Divisões

O Pentateuco é uma unidade em cinco livros.

O pensamento crítico mais antigo defendia que Dt não termina o Pentateuco, mas culmina com

o livro de Josué. Esta tese formulada por Julius Wellhausen e Gerhard Von Rad, é conhecida como

“teoria do Hexateuco”(Gn+Êx+Lv+Nm+Dt+Js).

O pensamento crítico mais recente defende que Dt é uma introdução teológica à subseqüente

“História Deuteronomística”. Segundo a “História Deuteronomística” o livro de Deuteronômio faz

parte de seqüência de livros compilados por redatores. Formulada por Martin Noth:

Tetrateuco “História Deuteronomística”

Gn Êx Lv Nm Dt Js Jz Sm Rs

As teorias críticas de G. Von Rad e Martin Noth negam tanto a autoria, quanto a unidade do

Pentateuco. Seguimos a divisão tradicional em cinco livros. Não há evidência de que o Pentateuco

tenha sido “mutilado” ou “acrescentado” como querem sustentar os defensores de um “Tetrateuco” ou

“Hexateuco”. Algumas evidências da unidade estrutural dos cinco livros, ou Pentateuco:

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1. O Pentateuco Samaritano

2. A LXX

3. Filo, filosófo judeu de Alexandria (Egito)

4. Flávio Josefo, historiador judeu

5. Designações judaicas posteriores se referiam ao Pentateuco como “os cinco quintos da Lei”

(Talmud de Jerusalém, Sanhedrin 10:1 e Koheleth rabba Ec 12:11).

5. Esboço do Pentateuco[16]

O Pentateuco é formado por cinco livros que, juntos, abrangem um período de tempo que se

estende desde a Criação até a chegada do povo de Israel aos limites de Canaã.

1. História primitiva com um contexto histórico amplo....Gn 1-11

2. História dos Patriarcas...............................Gn 12-50

3. Opressão de Israel e preparativos para o Êxodo........Êx 1-9

4. O Êxodo e a chegada ao Sinai..........................Êx 10-19

5. O Decálogo e o Pacto no Sinai.........................Êx 20-24

6. Tabernáculo e o sacerdócio aarônico...................Êx 25-31

7. A violação idolátrica do Pacto........................Êx 32-34

8. Acréscimo de leis acerca do Tabernáculo...............Êx 35-40

9. A lei das oferendas...................................Lv 1-7

10. Consagração dos sacerdotes e oferendas iniciais......Lv 8-10

11. As leis da purificação...............................Lv 11-15

12. O Dia da Expiação....................................Lv 16

13. Leis acerca da moralidade e pureza...................Lv 17-26

14. Votos e dízimos......................................Lv 27

15. Censos e leis........................................Nm 1-9

16. A Viagem desde o Sinai até Cades-Barnéia.............Nm 10-20

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17. Peregrinações até Moabe..............................Nm 21-36

18. Primeiro discurso....................................Dt 1-4

19. Segundo discurso com uma introdução exortativa.......Dt 5-11

20. Coleção de estatutos e direitos......................Dt 12-26

21. Maldições e Bênçãos..................................Dt 27-30

22. Ascensão de Josué e a morte de Moisés................Dt 31-34

6. Importância

6.1.Aspecto social

O Pentateuco funcionou como uma constituição da teocracia de Israel. Antes de refletir os

costumes nacionais, o Pentateuco tencionou ditá-los. G.L. Archer escreve que “estes seriam os

alicerces morais e religiosos nos quais a sua nação haveria de cumprir o seu destino”.[17] Quando

Deus deu a Moisés a Lei, Ele forneceu o princípio regulador que nortearia toda uma nação.

6.2. Aspecto Científico

A origem do universo com um ato criativo de Deus. O Movimento Criacionista tem

desenvolvido argumentos consistentes numa tentativa de explicar cientificamente a origem do

universo à partir de pressupostos bíblicos encontrados, especialmente, no livro de Gênesis . Apresenta

Deus como a “primeira causa eficiente”. Como também transformações que podem ser explicadas pelo

evento de um dilúvio universal.

6.3. Aspecto Teológico

Raízes do Cristianismo e judaísmo estão profundamente firmadas no Pentateuco. Tudo se

firma, ou tudo caí com a autoridade do Pentateuco.

No Pentateuco encontramos informações e pressupostos para o desenvolvimento da teologia. A

origem do universo, sobre a vida humana, pecado, “proto-evangelho”, cerimonial, culto, nomes de

Deus, aliança, início de Israel, etc.

6.4. Aspectos Históricos

Esses livros são os únicos a traçar uma linha contínua a partir de Adão. Todavia, não sua

intenção apresentar uma história completa de todas as gerações e raças, mas sim um relato altamente

especializado da implantação do reino teocrático no mundo. Não é mera história. Mas a história da

redenção do ser humano pecador. História especial com um motivo teológico por trás. História

apontando para Cristo.

6.5. Aspectos Étnicos

Os livros do Pentateuco descrevem o começo e a expansão das divisões raciais do mundo.

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6.6. Aspectos Proféticos

O Pentateuco é o fundamento para os temas proféticos mais importantes da Bíblia. As

profecias preenchem a interpelação histórica através das demais revelações.

7. Propósito

Esta obra não é um mero ensaio literário, mas o registro histórico de uma grande família, a

descendência de Abraão. Toda a história gira em torno deste povo. A sua identidade étnica se delineia

nestes cinco livros. O Pentateuco procura situar o povo de Israel dentro do mundo, especialmente em

Gn, apresentando suas origens e a origem dos povos que posteriormente viriam a cruzar o seu

caminho. Tal conhecimento da história nacional seria tão importante para o povo no deserto, quanto

para o povo já estabelecido em Canaã.

O Pentateuco foi escrito para apresentar o Deus que libertou o povo de Israel. De modo que o

povo pudesse adorar e obedecer a Deus, sabendo que Ele é verdadeiramente o único Deus e que é

poderoso, santo e glorioso.

[1] Edward J. Young, Introdução ao Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida Nova, 1964), p. 47

[2] D. Roos, Isagoge do Antigo Testamento: Pentateuco (São Paulo, Escola Superior de Teologia da IELB, 1993), p. 4

[3] Comentário na sobrecapa do livro.

[4] Este seminário, embora conservador, tem adotado uma postura mais pluralista em sua teologia e métodos, perdendo sua identidade original.

[5] Os pressupostos teológicos e metodológicos, sobre a obra, podem ser encontrados todos no cap. 1, págs. 3-15

[6] Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida, 1996), p. 13

[7] O.T. Allis, The Five Books of Moses, p. 10

[8] Veja o “Esboço do Pentateuco”.

[9] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of the Old Testament, p. 50

[10] Alan Millard, Descobertas dos Tempos Bíblicos (São Paulo, Ed. Vida, 1999), p. 80

[11] G.L. Archer,Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, pp. 499-507

[12] Martinho Lutero apesar de possuir uma vida tão atribulada pode escrever (e em alguns casos reescrever) uma verdadeira biblioteca. A obra completa da edição alemã de Weimar possuí um acervo de 100 volumes.

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[13] Edward J. Young, Introdução ao Antigo Testamento, p. 52

[14] O.T. Allis, The Five Books of Moses (New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1964), pp. 12-14

[15] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of Old Testament, p.11

[16] R.K. Harrison, Introdución ao Antiguo Testamento (T.E.L.L., 1988), vol. 2, p.4

[17] G.L. Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento? (São Paulo, Ed. Vida Nova, 1991), p.508

Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki

[email protected]

Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras – Rondônia

Professor de Teologia Sistemática no STPBC – Extensão em Ji-Paraná

Bibliografia

ALMEIDA CORRIGIDA.Bíblia Sagrada

ARCHER JR.,Gleason L.Merece Confiança o Antigo Testamento?São Paulo:Edições Vida

Nova,1995.

BÍBLIA HEBRAICA.The British and Foreign Bible Society,1994.

BUCKLAND,A.R.Dicionário Bíblico Universal.São Paulo:Editora Vida,3ª Ed.1981.

SCHUTZ,Samuel,J.A História de Israel.São Paulo:Edições Vida Nova,1980.

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31

PROJETO TEOLÓGICO KERIGMA & DIDAQUÊ

AVALIAÇÃO DE BIBLIOLOGIA I(PENTATEUCO) nota:_______________

Nome:____________________________________________________________________________

1-Qual o significado da palavra Pentateuco?

2-Quais os nomes hebraicos dados a cada um dos livros de Moisés?

3-Faça um resumo da teoria documental.

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4-Qual o livro do Pentateuco que mais narra a história da peregrinação no deserto?

5-Qual o significado da palavra Torá?

6-Quais as possíveis fontes do Pentateuco?

7-Quais as duas possibilidades para a composição de Deuteronômio?

8-Como estão divididas as escrituras judaicas?

9-Qual a opinião de Maimônides sobre a Torá e como ele dividia os mandamentos?

10-Segundo H.H.Halley quantos documentos compõem o livro de Gênesis?

11-O que significa o vocábulo Êxodo?

12-Que nome a Bíblia hebraica dá ao livro de Levítico?

13-Por que os tradutores da Septuaginta(LXX)deram ao quarto livro de Moisés o nome de Números?

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33

14-Por que podemos dizer que Moisés é base do pensamento teológico do NT?

15-Qual o nome hebraico do livro de Deuteronômio?

16-Qual o tema do livro de Levítico?

17-Qual o total de versículos do Pentateuco?

18-A quem se aplica a profecia de Deuteronômio capítulo 18?

19- Quem deu os nomes gregos do livro de Moisés?

20-Por que a Septuaginta deu ao quinto livro o título de Deuteronômio?