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Percepção de Medo no Estado de Minas Gerais Relatório de Seleção e Treinamento dos Entrevistadores Julho de 2008

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Percepção de Medo no Estado de Minas GeraisRelatório de Seleção e Treinamento dos Entrevistadores

Julho de 2008

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EQUIPE:

Coordenação Geral da Pesquisa:

Cláudio Chaves Beato Filho

Equipe de Pesquisadores:

Bráulio Figueiredo Alves da Silva

Karina Rabelo Leite Marinho

Mariana Magalhães

Mateus Rennó

Rodrigo Alisson Fernandes

Estatístico Responsável pela Amostragem:

Emílio Suyama

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SUMÁRIO

TREINAMENTO DOS PESQUISADORES DE CAMPO ............................................................................................. 4

SELEÇÃO DO ENTREVISTADO .................................................................................................................................................. 6 A Seleção do Domicílio para Realização da Entrevista ............................................................................................. 7 A Seleção do Morador a ser Entrevistado .................................................................................................................. 9

POSTURA DO ENTREVISTADOR DURANTE A ENTREVISTA .......................................................................................................... 10 Questões Éticas ......................................................................................................................................................... 11 Como Conseguir uma Entrevista .............................................................................................................................. 12 O Contato Inicial ..................................................................................................................................................... 12 A Condução da Entrevista ........................................................................................................................................ 14

QUESTIONÁRIO E CADERNO DE RESPOSTAS ..................................................................................................... 17

DICAS PARA EDITAR O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO ...................................................................................................... 17 CADERNO DE RESPOSTAS (CADERNO DO ENTREVISTADO) ......................................................................................................... 18

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Treinamento dos Pesquisadores de Campo

Treinamento ministrado por: Rodrigo Alisson Fernandes

A Pesquisa de Percepção de Medo em Minas Gerais busca detalhar as percepções sobre as

condições de violência e criminalidade nas cidades de Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz

de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas, Uberlândia, Salinas, Cachoeira de Pajeú,

Bocaina de Minas, Bonito de Minas, Coronel Xavier Chaves, Cristália, Dom Cavati, Estrela do

Indaiá, Iraí de Minas, Jequeri, Jequitibá, Planura, Rio Paranaíba, Santa Maria do Suaçuí, São João

do Pacuí, São Pedro da União, Volta Grande. Cabe a esta pesquisa apurar informações sobre:

• Características sócio-econômicas e familiares dos entrevistados,

• Rotinas dos entrevistados,

• Características dos bairros onde moram os entrevistados e aspectos da convivência

entre vizinhos,

• Percepção dos entrevistados a respeito da segurança do local onde moram,

• Percepção dos entrevistados a respeito da segurança do município onde residem,

Informações acerca da natureza dos tipos de medo de crimes que afligem a sociedade, além

dos motivos que levam as pessoas a terem essa sensação, são importantes ferramentas para

construção de uma política de segurança pública mais eficiente e eficaz. Desta maneira, o

treinamento dos entrevistadores de campo é uma tarefa muito importante dentro do cronograma da

pesquisa.

A pesquisa está sendo conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais - através do

Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública. As entrevistas estão sendo realizadas por

entrevistadores do Instituto Olhar. O instituto de pesquisa “Olhar” foi escolhido por ter

credibilidade garantida pela sólida formação, histórico e perfil de seus diretores. A natureza sensível

das informações que serão apuradas necessita de uma acurada preparação dos entrevistadores que

realizarão o trabalho de campo, uma vez que a aplicação das entrevistas é conduzida, em geral, na

residência das pessoas selecionadas.

O treinamento dos pesquisadores de campo foi realizado pelo CRISP nos dias 07 e 10 de

abril de 2008. O treinamento seguiu os seguintes tópicos, os mesmos serão apresentados

detalhadamente neste relatório:

Introdução:

- Quais são os objetivos da pesquisa de Percepção de Medo

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- Porque respeitar a amostra é importante

Amostra:

- Como foi feito o processo de seleção da residência a ser entrevistada

- procedimentos de substituição de endereços incorretos

- Como fazer a seleção do indivíduo a ser entrevistado

Postura diante do entrevistado:

- Como o entrevistador deve estar vestido

- Importância da identificação (uso do crachá)

- Como abordar o entrevistado

- Importância de se explicar os objetivos e a natureza da pesquisa

- Como agir diante de recusas

Questionário:

- Compreensão do questionário (sua divisão em “baterias” temáticas)

- Compreensão das perguntas (o que se quer saber com as perguntas,

importância em se respeitar o formato no qual as perguntas são feitas, como

agir diante de perguntas sensíveis)

- Utilização do caderno do entrevistado

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SELEÇÃO DO ENTREVISTADO

Neste modulo do treinamento os entrevistadores foram instruídos quanto a quais aspectos os

entrevistados devem ser informados acerca da pesquisa.

Por exemplo: DE QUE TRATA ESTA PESQUISA? QUAIS SÃO SEUS OBJETIVOS?

A Pesquisa de Percepção de Medo em Minas Gerais busca identificar os

determinantes da sensação de insegurança e medo em 24 municípios do Estado de

Minas Gerais. Cabe a esta pesquisa apurar informações sobre:

(1) Características sócio-econômicas e familiares dos entrevistados,

(2) Rotinas dos entrevistados,

(3) Características dos bairros onde moram os entrevistados e aspectos da

convivência entre vizinhos,

(4) Percepção dos entrevistados a respeito da segurança do local onde moram,

(5) Percepção dos entrevistados a respeito da segurança do município onde

residem,

COMO AS ENTREVISTAS SERÃO CONDUZIDAS?

Os entrevistadores foram treinados de acordo com os mais rigorosos procedimentos

para a condução das entrevistas. As entrevistas serão realizadas com as pessoas

escolhidas através de amostragem probabilística (“sorteio” realizado através de

procedimentos estatísticos) para cada cidade em específico. Os entrevistadores

entrarão em contato com as pessoas em suas residências, onde deverão realizar as

entrevistas.

POR QUE A PESQUISA É IMPORTANTE?

Pesquisas dessa natureza são importantes para pesquisadores acadêmicos,

formuladores e implementadores de políticas públicas de segurança. Informações

acerca da natureza e dos motivos que levam as pessoas a sentirem medo são

importantes ferramentas para construção de uma política de segurança pública mais

eficiente e eficaz

Estes aspectos são importantes para o primeiro contado dos entrevistadores com o domicílio

selecionado. Um entrevistador seguro com os objetivos da pesquisa é a garantia de sucesso no 1º

contato com o entrevistado selecionado.

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A Seleção do Domicílio para Realização da Entrevista

Nesta etapa do treinamento os entrevistadores foram instruídos quanto aos procedimentos

amostrais, ou seja, qual região da cidade efetuará as entrevistas e de que maneira foi selecionada a

residência e quais os procedimentos para seleção do entrevistado.

O entrevistador receberá a cada saída para realização das entrevistas um número

determinado de questionários, um mapa da região onde realizará as entrevistas, bem como a

descrição do setor censitário onde as mesmas serão realizadas. Este mapa terá indicações do setor,

do bairro, das suas ruas externas e internas, além de uma lista com os endereços de porta das

possíveis residências a serem realizadas entrevistadas.

Para a tarefa de localização do domicílio a ser selecionado para realização da entrevista, o

entrevistador contará com um mapa do setor censitário e uma planilha de controle do campo. A

planilha de controle do campo contém uma lista de endereços sorteados no procedimento amostral a

qual o entrevistador visitará um a um com o intuito de realizar a entrevista. Como a listagem

utilizada para o procedimento amostral não possui a informação do tipo de utilização do endereço,

se residencial, vazio ou comercial, a lista de endereços sorteados conta com uma sobre amostra de

aproximadamente 30% de endereços, para ser utilizada caso o endereço sorteado e visitado não seja

um imóvel residencial.

A planilha de controle da amostra é uma ferramenta facilitadora do trabalho de campo.

Nesta o entrevistador anotará todos os detalhes relacionados ao endereço sorteado e visitado. Esta

ferramenta é importante para a supervisão do trabalho de campo da pesquisa, uma vez que

proporciona aos supervisores localizar com precisão a residência e o morador selecionado para ser

entrevistado.

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Nome do entrevistador:_____________________________________ Distrito: 05Cidade: Belo Horizonte Sub-Distrito: 62Bairro: Cruzeiro Setor censitário: 0039

NÚMERO DE ENTREVISTAS NO SETOR: 17

Q ENDEREÇO Nº BAIRRO CEPNº

TABELA

INFORMAÇÃO COMPLEMETAR LOCALIZAÇÃO

DOM

ENTREVISTA

REALIZADAS N

Nº DE

VISITAS

OBSERVAÇÕES

1 RUA PIUM-I 229 Cruzeiro 30310080 322 RUA PIUM-I 215 Cruzeiro 30310080 73 RUA MINAS NOVAS 14 Cruzeiro 30310090 54 RUA MINAS NOVAS 38 Cruzeiro 30310090 235 RUA MINAS NOVAS 70 Cruzeiro 30310090 126 RUA MINAS NOVAS 84 Cruzeiro 30310090 277 RUA MINAS NOVAS 98 Cruzeiro 30310090 328 RUA MINAS NOVAS 104 Cruzeiro 30310090 219 RUA MINAS NOVAS 132 Cruzeiro 30310090 1710 RUA MINAS NOVAS 164 Cruzeiro 30310090 3211 RUA MINAS NOVAS 180 Cruzeiro 30310090 3112 RUA OURO FINO 19 Cruzeiro 30310110 1013 RUA OURO FINO 39 Cruzeiro 30310110 1714 RUA OURO FINO 59 Cruzeiro 30310110 515 RUA OURO FINO 83 Cruzeiro 30310110 2516 RUA OURO FINO 95 Cruzeiro 30310110 2717 RUA OURO FINO 105 Cruzeiro 30310110 1018 RUA OURO FINO 115 Cruzeiro 30310110 119 RUA OURO FINO 153 Cruzeiro 30310110 1520 RUA OURO FINO 177 Cruzeiro 30310110 121 RUA OURO FINO 227 Cruzeiro 30310110 2422 RUA PRATA 160 Cruzeiro 30310100 1723 RUA PRATA 188 Cruzeiro 30310100 726

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A Seleção do Morador a ser Entrevistado

Para atingir este objetivo, é necessário conhecer os aspectos básicos sobre os instrumentos

de survey e como utilizá-los. O procedimento de seleção do entrevistado dentro da residência a ser

realizada a entrevista é um deles, e foi uma etapa exaustivamente treinada com a equipe de

entrevistadores de campo. Nosso objetivo é coletar informações precisas através do uso de

questionários e de outros instrumentos que estejam de acordo com as práticas de realização de uma

entrevista. A seleção da entrevista é um instrumento importante para manter a representatividade da

amostra aleatória.

O método de sorteio do entrevistado no domicílio segue o modelo de amostra probabilística

até o estágio final de seleção desses indivíduos. Conhecido como “método de KISH” para seleção

de moradores, arrola-se em cada residência selecionada todos os moradores acima de 14 anos de

idade em ordem decrescente de idade. Em seguida procede-se ao sorteio de apenas um indivíduo,

com base no método de Kish.

Foram construídas trinta e duas tabelas aplicadas em sistema de proporção, a partir de uma

matriz.

O procedimento de sorteio se dará seguindo os seguintes passos:

- Apontar uma lista dos moradores adultos da residência (14 anos ou mais de idade)

- Apontar a quantidade de mulheres residentes no domicílio

- Proceder ao sorteio utilizando a tabela previamente selecionada para aquele domicilio

(listada na planilha de campo) levando em consideração o número de adultos e o número de

mulheres na residência.

Utilizando a tabela abaixo como exemplo em um domicílio com 5 moradores adultos (14

anos ou mais de idade), sendo 2 destes do sexo feminino, o indivíduo selecionado, nesta residência,

para participar da pesquisa seria o “Homem do meio”, ou seja aquele adulto do sexo masculino com

idade entre o mais velho e o mais novo.

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Nº DE

MULHERES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Homem Homem 2º Homem 2º Homem 2º Homem 2º Homem 3º Homem 3º Homem 3º Homem

Adulto mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho

Homem Homem 2º Homem 2º Homem 2º Homem 3º Homem 3º Homem 3º Homem Adulto Homem mais velho do meio mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho

Mulher Homem Homem 2º Homem 2º Homem 3º Homem 3º Homem 3º Homem mais velha Homem mais jovem do meio mais velho mais velho mais velho mais velho mais velho

Mulher Mulher Homem Homem 2º Homem Homem 3º Homem 3º Homem mais velha mais velha mais jovem do meio mais velho do meio mais velho mais velho

2ª Mulher Mulher Homem Homem 2º Homem Homem 3º Homem mais velha mais velha mais jovem do meio mais jovem do meio mais velho

2ª Mulher Mulher Homem Homem 2º Homem Homem mais velha mais velha mais jovem mais jovem mais jovem do meio

2ª Mulher Mulher Mulher Homem 2º Homem mais velha mais velha mais velha mais jovem mais jovem

2ª Mulher 2ª Mulher Mulher Homem mais velha mais velha mais velha mais jovem

3ª Mulher 2ª Mulher Mulhermais velha mais velha mais velha

3ª Mulher 2ª Mulhermais velha mais velha

3ª Mulhermais velha

TABELA 9NÚMERO DE ADULTOS

0

2

1

3

4

5

6

7

8

9

10

Nos casos em que, depois de três tentativas, o morador sorteado não for localizado ou

mesmo se o morador recusar-se a participar da pesquisa, proceder-se-á à sua substituição, utilizando

um outro endereço sorteado no mesmo setor pelo estatístico amostrista da pesquisa. Nestes casos o

entrevistador deve contatar a coordenação da pesquisa.

POSTURA DO ENTREVISTADOR DURANTE A ENTREVISTA

Nesta etapa do treinamento os entrevistadores foram instruídos quanto a várias sugestões de

comportamento e postura durante a realização de uma entrevista. Acreditamos que devido à

natureza sensível de algumas questões do questionário um treinamento quanto a estes aspectos

comportamentais dos entrevistadores foi necessário. A seguir apresentamos resumidamente alguns

dos tópicos discutidos nesta etapa do treinamento.

O entrevistador é a única pessoa que tem contato direto com o entrevistado. Ele é a ligação

entre a coordenação da pesquisa e o entrevistado, pois é quem reporta as informações obtidas, as

atitudes do entrevistado, e as circunstâncias da entrevista.

O trabalho do entrevistador é fazer uma coleta completa e apurada de dados. Para tanto, você

deve:

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1. Fazer com que o entrevistado se sinta confortável para responder as questões propostas

da forma mais franca e completa possível.

2. Conhecer bem o questionário para ser capaz de ler as questões de forma adequada e em

sua ordem correta, e, assim, coletar e registrar todas as informações necessárias.

3. Transferir as informações registradas à coordenação da pesquisa de modo que possam

ser entendidas e interpretadas corretamente.

Se não houvesse entrevistadores, também não haveria surveys. O entrevistador é literalmente a

pedra de toque do projeto, pois a qualidade dos dados coletados depende, em grande extensão, de

sua habilidade nos procedimentos acima mencionados.

Questões Éticas

Como entrevistador(a), você está submetido(a) a certas obrigações éticas, tais como:

1. Confidencialidade – Você deverá ler a declaração de confidencialidade para o entrevistado.

“Esta entrevista é completamente voluntária. Se houver alguma questão que

você não queira responder, por favor, diga e passarei para a questão seguinte.

Suas respostas são confidenciais e o seu nome não será associado a elas.”

Você deverá assegurar ao entrevistado que as respostas são estritamente confidenciais. Se

necessário, explique que, na divulgação dos resultados do survey, os dados não são

apresentados de forma individualizada e, sim, de forma agrupada, isto é, através de

percentuais de respostas comuns.

Você não poderá partilhar as respostas do entrevistado com ninguém, exceto com a

coordenação da pesquisa.

2. Não use a situação de entrevista para obter ganhos pessoais – Não use a entrevista para

divulgar ou defender suas próprias convicções políticas, sociais ou religiosas.

3. Não dê conselhos ao entrevistado – Não dê conselhos ou orientações ao entrevistado sobre

quaisquer tipos de problemas por ele mencionados durante a entrevista. Se ele solicitar

diretamente a sua ajuda, você pode citar nomes de instituições conhecidas, mas sem fazer

nenhuma recomendação.

4. Não peça nenhum tipo de ajuda ou favor ao entrevistado

5. Mantenha a distância profissional entre você e o entrevistado – Isto não impede que

você aceite um cafezinho durante a entrevista, mas você não poderá iniciar ou aceitar

convites para contatos sociais fora da entrevista.

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Como Conseguir uma Entrevista

I - PREPARAÇÃO1. Estude o material da pesquisa;

2. Esclareça suas dúvidas com a equipe de coordenação da pesquisa;

3. Leve todo o material de que você vai necessitar devidamente organizado,

incluindo caneta, lápis, e borracha;

4. Leve sua identidade e o crachá;

5. Vista-se de forma apropriada;

6. Seja otimista!

II- APRESENTAÇÃO1. Apresente-se a uma pessoa adulta residente no domicílio;

2. Entregue a essa pessoa a carta de apresentação elaborada pela coordenação da pesquisa;

3. Apresente o tema da pesquisa de forma objetiva;

4. Entregue o folheto de apresentação com as informações sobre a pesquisa;

5. Explique à pessoa que ela foi selecionada por sorteio, sendo, portanto, insubstituível;

6. Lembre-se de que as melhores introduções são breves.

O Contato Inicial

O processo da entrevista depende em grande parte do seu contato inicial com o entrevistado.

Assim, você deve apresentar-se de forma confiante diante dele e, ainda na porta da casa, fazer sua

apresentação pessoal e a apresentação da pesquisa.

A coordenação da pesquisa normalmente prepara um modelo de apresentação com os

seguintes itens: a) uma frase de introdução; b) uma pequena explanação do que você está fazendo;

c) um breve resumo sobre a pesquisa e; d) argumentos para conseguir a participação do

entrevistado.

O importante é que você se sinta confortável em sua apresentação. Para tanto, refaça o modelo

usando suas próprias palavras e treine com a ajuda de um amigo ou de outro entrevistador,

lembrando-se sempre de enfatizar:

1. QUEM VOCÊ É E PARA QUAL INSTITUIÇÃO TRABALHA a) Você é um entrevistador profissional que não está tentando vender nada e nem buscando

donativos;

b) Você trabalha para uma instituição respeitável;

2. A IMPORTÂNCIA DO PROJETO

Informe sobre a importância do projeto para a sociedade dizendo algo como:

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“Nosso estudo é importante porque estamos buscando informações sobre vários

temas que interessam às pessoas de sua comunidade e do país como um todo. Nós

precisamos conhecer suas opiniões sobre esses assuntos. Elas nos ajudarão a

entender como as pessoas se sentem em relação ao que está acontecendo no mundo

hoje.”

3. COMO O ENTREVISTADO FOI SELECIONADO PARA A PESQUISA

As pessoas que serão entrevistadas foram escolhidas por rigorosos métodos de pesquisa

(sorteio, amostragem probabilística), e por isso, não podem ser substituídas por outras.

4. ESTA É UMA PESQUISA DE OPINIÃO, NÃO UM TESTE

O que nós queremos são as opiniões dos entrevistados. Para nós não há resposta certa ou

errada, pois isto não é uma teste de conhecimento e, sim, uma pesquisa de opiniões, modos

de vida e experiências das pessoas.

5. COMO AS INFORMAÇÕES SERÃO USADAS

As informações coletadas neste estudo serão usadas por cientistas sociais com o objetivo de

identificar e compreender quais os assuntos e problemas são importantes para os moradores

desta cidade e como as pessoas se sentem em relação a eles.

6. CONFIDENCIALIDADE

Esclareça ao entrevistado que as informações coletadas são codificadas em números e

lançadas no computador para, então, serem analisadas. Os resultados da pesquisa são

divulgados de forma agrupada e não de forma individual. Além disso, a folha com o nome, o

endereço e o telefone do entrevistado fica separado do questionário com as respostas.

7. DURAÇÃO DA ENTREVISTA

Informe o tempo médio para a realização da entrevista apenas se for perguntado.

8. QUESTIONAMENTOS DIVERSOS

Mesmo depois de você ter dado todas essas informações sobre a pesquisa, algumas pessoas

poderão fazer outros questionamentos. Para evitar problemas e recusas, esteja preparado

para as seguintes situações:

POR QUE EU? POR QUE VOCÊ NÃO ENTREVISTA O MEU VIZINHO?1. Toda pessoa e endereço selecionados são únicos;

2. Não é permitido substituir a pessoa selecionada;

3. A pessoa selecionada representa pessoas semelhantes;

4. Seja sensível. Pratique a arte de escutar. Seja claro em suas respostas.

NÃO ESTOU INTERESSADO1. Tente descobrir porque a pessoa não está interessada;

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2. Chame a atenção para os aspectos da pesquisa que podem ser especialmente

relevantes;

3. Sugira começar a entrevista, pois a maioria das pessoas fica interessada depois que a

entrevista começa;

4. Diga, "Nós precisamos entrevistar pessoas de todos os segmentos da população, e

não apenas aquelas interessadas ou com muito conhecimento sobre o assunto"

9. COMBINE O MELHOR HORÁRIO PARA A ENTREVISTA

1. O ideal é que a entrevista seja conduzida logo no primeiro contato com o entrevistado.

Todavia, se isto não for possível, deixe acertado o dia e a hora da entrevista.

2. Procure combinar um horário em que, provavelmente, ocorrerá o mínimo de

interrupções.

3. Havendo dificuldades para o entrevistado, ouça o que ele diz e compartilhe o problema

com ele, dizendo:

“Eu entendo que você tem estado ocupado, mas nós necessitamos conversar com

todas as pessoas, incluindo as muito ocupadas, para que suas opiniões sejam

representadas na pesquisa. Nós podemos fazer a entrevista quando for de sua

conveniência, e, se necessário, dividí-la em duas partes.”

10. NÃO SE DESANIME COM A PRIMEIRA RECUSA1. A maioria das recusas é circunstancial;

2. As pessoas tendem mais a dizer simplesmente “Não.” do que “Agora não.”;

3. Preste atenção à linguagem corporal;

4. Não force: saia antes de obter uma recusa definitiva, de modo que as portas fiquem

abertas para outras tentativas;

5. Se necessário, peça a ajuda da coordenação da pesquisa;

6. Nunca demonstre irritação ou descontentamento com uma recusa ou comportamento

agressivo do selecionado. Mantenha-se calmo e procure agir com naturalidade. Lembre-

se de que, mais tarde, você ou outro entrevistador ou a coordenação da pesquisa deverá

tentar convencê-lo a dar a entrevista.

A Condução da Entrevista

Os mecanismos de coleta de informações e de seu registro são partes fundamentais do

trabalho do entrevistador. A seguir, instruções para a obtenção de dados os mais completos e

confiáveis possíveis.

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I. COMO USAR O QUESTIONÁRIO• Leia as questões exatamente da maneira e na ordem em que aparecem no

questionário. É importante que as perguntas sejam feitas exatamente da mesma

forma e na mesma ordem para todos os entrevistados. Portanto, o entrevistador

não pode fazer as perguntas com suas próprias palavras, parafrasear ou omitir parte

da questão, ou mudar a sua ordem.

• Escolha a palavra apropriada, entre parênteses, tendo como base o que você já sabe

sobre o entrevistado (ex.: bairro/vila; marido/mulher).

• Leia a questão inteira antes de aceitar a resposta.

• Não pule nenhuma questão. Faça todas as perguntas na ordem, mesmo que a

resposta já tenha sido dada pelo entrevistado. Neste caso, esclareça: “Nós já

tocamos neste assunto antes, mas eu preciso fazer todas as questões na ordem em

que elas aparecem no questionário”.

• Muitas vezes uma questão ou uma seqüência de questões não se aplica à situação

do entrevistado. Nestes casos, o entrevistador é orientado a saltar algumas

questões. Leia atentamente e siga as orientações que aparecem nas caixas de

orientação.

• Leia em voz alta apenas o que está em caixa baixa. Palavras em CAIXA ALTA são

as suas instruções e não devem ser lidas em voz alta.

• Enfatize as palavras em negrito.

• Use um tom de voz agradável, transmitindo segurança, interesse e

profissionalismo.

• Evite referências diretas a respostas anteriores.

II. RETORNO DAS OBSERVAÇOES DE CAMPO

Uma parte importante do trabalho do entrevistador é motivar o entrevistado a participar da

entrevista com interesse e a continuar a fazer parte do survey. Um meio de fazer isso é, através

de ações e declarações, mostrar ao entrevistado que ele está se saindo bem. Veja algumas

orientações sobre como fazer isto:

• Dê retorno positivo ao entrevistado somente quando ele tiver uma boa performance .

É claro que você não deve ser ríspido com o entrevistado se ele, por exemplo,

começar a fazer digressões inúteis. Mas, ao mesmo tempo, você não deve encorajá-

lo a continuar com as digressões.

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• Reconheça a performance, não o conteúdo da resposta. Você deve dar retorno

positivo para uma boa performance, independentemente do seu julgamento sobre o

conteúdo das respostas.

• Use apenas feedback neutro . Evite dizer “OK” ou “Isto mesmo”. Use “Estou

entendendo” ou “Compreendo”.

• Dê retorno não-verbal – Nas entrevistas face-a-face, além de retornos verbais dê

feedback não-verbal, tais como: um sorriso, inclinação da cabeça, entre outros.

III. COMO FAZER AS ANOTAÇÕES

• Nas questões com opções de respostas já definidas, marque um X na opção escolhida

pelo entrevistado.

• Nas questões que pedem para você escrever uma informação específica, tal como:

valor numérico, idade ou distância, escreva apenas o número.

• Nas questões abertas, não resuma e tampouco parafraseie as respostas. Caso

contrário, você poderá, mesmo sem intenção, mudar o significado das respostas.

• Anote as respostas completas: registre as respostas com as palavras do próprio

entrevistado para evitar perder informações, já que um novo contato com o

entrevistado seria muito difícil.

• Escreva as respostas à medida que o entrevistado responde. Uma boa técnica para

manter o entrevistado interessado enquanto você anota suas respostas é começar a

repetir em voz alta aquilo que você está escrevendo. Isso faz com o que entrevistado

tenha confiança nas suas anotações e veja que você está prestando atenção nele. Essa

técnica também serve como um probe, pois o entrevistado, ao escutar suas próprias

palavras, poderá se sentir estimulado a ampliar sua resposta.

• Use letra legível ao escrever as respostas. Após terminar a entrevista, releia suas

anotações e reescreva aquelas palavras que não estão claras e legíveis e que

poderiam não ser entendidas pelo codificador.

• Tome cuidado com as abreviações que fizer. Você poderá usar as suas próprias siglas

para anotar o que está sendo dito, mas deixe registrado o significado de tais siglas

para que outras pessoas possam entender suas anotações.

• Registre os probes que você usar. Você pode abreviá-los, mas seja cuidadoso para

indicar o que significam. Registre-os exatamente no lugar em que foram usados.

• Há questões a serem respondidas pelo próprio entrevistador. Nestes casos, você

mesmo vai responder à questão marcando a opção correta de acordo com

informações obtidas anteriormente.

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Questionário e Caderno de Respostas

Nesta etapa do treinamento os entrevistadores foram instruídos sobre o significado que

cada questão da pesquisa procura mensurar. Neste modulo todas as questões do questionário

foram lidas em conjunto com a equipe de pesquisadores e esclarecido todas as possíveis

dúvidas de enunciado das perguntas e das categorias de respostas. A seguir apresentamos o

resumo de alguns tópicos tratados nesta etapa do treinamento.

O questionário possui perguntas distribuídas nas seguintes temáticas: variáveis

demográficas, exposição ao risco individual, vitimização vicária, vitimização, percepção de

segurança, medo e risco, percepção de características da vizinhança, percepção da atuação policial,

nível e fonte de informação sobre criminalidade e confiança em instituições. O entrevistador deve

seguir todas as instruções propostas no questionário. Observar todos os filtros das questões.

Não deverá haver nenhuma pergunta sem resposta no questionário. (A não ser que estas

respostas correspondam aos respectivos filtros). Perguntas sem respostas do(a) entrevistado(a)

devem ser marcadas como uma das três opções seguintes:

- NR, para o caso de o(a) entrevistado(a) não responder à questão;

- NS, para o caso de o(a) entrevistado(a) informar que não sabe a resposta de uma questão

de forma espontânea;

- NA, para os casos em que, por causa de um filtro, a pergunta não se aplica.

Qualquer dificuldade ou imprevisto deve ser relatada no campo Observações, o qual se

encontra na parte do questionário a ser preenchida pelo(a) entrevistador(a) após a realização da

entrevista, e à equipe de supervisão das Atividades de Campo.

DICAS PARA EDITAR O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO

Quando estiver editando, lembre-se de que ela será examinada por alguém que não esteve

presente à entrevista. As anotações das observações e das respostas em campo aberto devem estar

legíveis e claras, uma vez que poderão ser perdidas se o codificador não puder entender o que você

escreveu.

A melhor hora de editar a entrevista é logo depois de fazê-la, quando os detalhes ainda

podem ser lembrados. Algumas vezes não é possível editar a entrevista imediatamente, mas procure

não deixar passar mais de um dia entre a realização e a edição da entrevista.

Certifique-se de que:

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Todos os registros estão legíveis. Como já mencionado anteriormente, as melhores respostas

de nada servem se não podem ser lidas.

Todas as questões abertas devem ser editadas. Isto significa escrever os pronomes e artigos

que você omitiu, bem como todas as palavras para as quais você usou abreviaturas não

padronizadas.

Respostas confusas devem ser esclarecidas por notas registradas entre parênteses.

Verifique se todos os dados de identificação do questionário quanto da folha de rosto foram

preenchidos corretamente.

CADERNO DE RESPOSTAS (CADERNO DO ENTREVISTADO)

Parece-nos desnecessário insistir sobre o papel e a responsabilidade do entrevistador para o

correto andamento da pesquisa. Para que não se perca de vista em momento algum a necessidade de

desenvolver as Atividades de Campo de modo a produzir resultados válidos e confiáveis, pautamos

por utilizar alguns instrumentos que auxiliariam o entrevistador no seu trabalho de campo. O

caderno de respostas foi elaborado com o intuito de proporcionar agilidade e uma maior dinâmica

durante a realização da entrevista, nele o entrevistado pode acompanhar a leitura das categorias de

respostas das questões no decorrer da aplicação do questionário. Esta estratégia é muito eficaz para

o bom andamento da entrevista. A seguir apresentamos um exemplo de utilização do caderno de

resposta; na questão vem assinalado qual a pagina do caderno de respostas (CR) o entrevistado deve

utilizar para responder a questão:

PS.2) Ao caminhar sozinho durante a NOITE na sua vizinhança você se sente? CR PÁGINA 10

(1) Muito Seguro(a)(2) Seguro(a) (8) NS(3) Pouco Seguro(a) (9) NR

(4) Inseguro(a)

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Todas as questões aqui abordadas foram consideradas no treinamento da equipe de campo

(pesquisadores). Como já mencionado, o treinamento ocorreu nos dias 07 e 10 de abril de 2008,

ministrado pela equipe do CRISP / UFMG.