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SIMONE DA LUZ RODRIGUES PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC Tubarão, 2006

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SIMONE DA LUZ RODRIGUES

PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA

EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC

Tubarão, 2006

SIMONE DA LUZ RODRIGUES

PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA

EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador: Profa. MSc. Fabiana Durante de Medeiros

Tubarão, 2006

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Rosangela

e Antônio e ao meu namorado André que

participaram de toda minha caminhada e

compartilhando de minhas angústias e alegrias,

e também aos meus irmãos Gabriel e Igor em

retribuição de todo amor e carinho.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, gostaria de agradecer pela vida e por me iluminar nesta

minha caminhada.

A minha mãe amada por ter me proporcionado este sonho e por estar sempre ao

meu lado em todas as horas sendo uma grande amiga. TE AMO.

Ao meu pai pela retribuição de carinho.

Aos meus irmãos Gabriel e Igor pela retribuição de carinho e amor.

Ao meu namorado, André pelo amor, carinho e compreensão nas horas de stress.

A minha amiga Cristiane por estar sempre ao meu lado em todas as horas.

Obrigado por ter me ajudado para a execução deste trabalho e durante a faculdade. Você é

uma pessoa muito especial para mim. Obrigado amiga!

A minha amiga Glaucia pelo auxilio prestado na aplicação dos testes.

Aos meus avós que contribuíram para a aplicação dos testes.

A todos os meus amigos e colegas que estiveram comigo nesta caminhada, em

especial a Monique e a Mariana que ajudaram na execução deste trabalho.

A Msc. Luci Fabiane Scheffer Moraes, mestre e coordenadora do curso de

Fisioterapia e membro da banca examinadora por ter aceitado o convite e por ter me ceder

materiais sobre este estudo.

A professora Msc. Jaqueline de Fátima por se disponibilizar em ceder os materiais

necessários para a minha pesquisa.

A Msc. Regina por ter aceitado o convite para ser membro da banca examinadora

da minha pesquisa.

A todos os idosos da Universidade da Experiência pela colaboração na realização

deste estudo, pelo seu respeito e interesse na participação da pesquisa, visto que

vocês são muito carismáticos e colaborativos, o que favoreceu o êxito da minha pesquisa

durante as avaliações.

A secretária da Universidade da Experiência, Maria Teresa Rocha, a Regina

(coordenadora) e a Msc.Fabiana (coordenadora) que permitiram a realização deste trabalho na

Universidade.

E finalmente, a minha querida orientadora Professora mestre Fabiana Durante de

Medeiros, pelas horas que concedeu para esclarecimento de dúvidas e sugestões para a

elaboração deste trabalho. Muito obrigado a todos!

RESUMO

O desenvolvimento motor do idoso está ligado a modificações fisiológicas, anatômicas e psicológicas do processo de envelhecimento. Assim este trabalho tem como finalidade analisar o perfil geral da aptidão motora dos idosos da Universidade da Experiência – Tubarão, SC – através de uma pesquisa descritiva-exploratória. Foram avaliados 30 idosos (4 do gênero masculino e 26 do gênero feminino) com idades compreendidas entre 60 e 79 anos. Para a realização dos testes motores utilizou-se a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002), além de um questionário social. Na análise, dos dados foi utilizado o programa Epi-Info 6.0 empregando-se a estatística descritiva. As áreas da motricidade humana foram verificadas individualmente apresentando os seguintes resultados: motricidade fina “normal médio”, motricidade global “muito inferior”, equilíbrio “normal médio”, o esquema corporal “muito superior”, organização espacial “muito superior” e organização temporal “muito superior”. Os resultados mostraram que os idosos apresentaram aptidão motora geral considerada num padrão “normal médio”. Sendo assim, os maiores déficits em relação a média das outras áreas foi a motricidade global e o equilíbrio. Concluiu-se que com o avançar da idade, as degenerações dos vários órgãos e sistemas vão se acentuando a aptidão motora. Palavras-chave: Idosos; Aptidão motora; Escala motora.

ABSTRACT

The elderly people’s motor development is linked to physiologic, anatomic and psycologic changes of aging process. This study has the purpose to analyze general profile of motor ability of elderly individuals of Universidade da Experiência – Tubarão-SC – through a descritive-exploratory research . 30 elderly subjects were evaluated (4 male and 26 female), with ages between 60 and 79 years old. The instrument used to colect dates was the Motor Scale to Third Age “MSTA” (ROSA NETO, 2002), besides a social questionary. During the analyze of dates it was used Epi-Info 6.0 program using descritive statistics. The general motor ability had “normal medium” classification. The areas of human motricity were individualy evaluated showing these results: “medium normal” acute motricity; “very lower” global motricity; “medium normal” balance; “very higher” corporal scheme; “very higher” space organization; and “very higher” temporal organization. The results showed that elderly subjects had general motor ability that was considered as “medium normal”standart. So, the most part of deficits, if related to the other areas, was global motricity and balance. It was concluded that with aging, degenerations of many organs and systems keep increasing motor ability. Key-words: Elderly subjects; Motor ability; Motor scale.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Níveis e pontos do controle do próprio corpo...........................................................69

Tabela 2: Pontuação da prova de rapidez..................................................................................70

Tabela 3: Pontuação de reproduções das estruturas espaciais e temporais...............................79

Tabela 4: Classificação de pontos dos níveis (2 á11).............................................................. 79

Tabela 5: Escala de aptidão motora geral (pontos e classificação).......................................... 80

Tabela 6: Distribuição por gênero e idade da amostra..............................................................87

Tabela 7: Distribuição das características apresentadas pelos idosos da Uniexperiência.........88

Tabela 8: Grau de instrução dos idosos....................................................................................89

Tabela 9: Número de quedas e presença de fraturas.................................................................90

Tabela 10: Déficit visual e uso de órtese..................................................................................92

Tabela 11: Idosos que consomem medicamentos para determinadas

categoria terapêuticas................................................................................................................94

Tabela 12: Atividade física praticada pelos idosos da Uniexperiência.....................................98

Tabela 13: Aptidão Motora ( Grupo Geral)............................................................................100

Tabela 14: Classificação dos resultados das áreas avaliadas pela “EMTI”.......................... 102

Tabela 15: Classificação da Escala Motora............................................................................107

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Gestos simples com os movimentos das mãos........................................................68

Quadro 2: Gestos simples com os movimentos dos braços......................................................69

Quadro 3: Reprodução de golpes - estruturas corporais...........................................................76

Quadro 4: Simbolização de estruturas espaciais.......................................................................77

Quadro 5: Reprodução por meio de golpes – estruturas temporais..........................................78

Quadro 6: Transcrição de estruturas temporais.........................................................................78

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................16

2 TERCEIRA IDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR..............................................20

2.1 Terceira Idade...................................................................................................................20

2.1.1 Processo de envelhecimento............................................................................................21

2.1.1.1 Anatomia fisiológica do envelhecimento.....................................................................23

2.1.1.1.1 Aspectos biológicos...................................................................................................24

2.1.1.1.2 Aspectos psicológicos................................................................................................31

2.1.1.1.3 Aspectos sociais.........................................................................................................31

2.1.2 Terceira idade e capacidade funcional.............................................................................32

2.2 Desenvolvimento humano.................................................................................................33

2.3 Desenvolvimento motor....................................................................................................34

2.3.1 Escala motora para terceira idade (EMTI).......................................................................36

2.3.1.1 Prova motora.................................................................................................................36

2.3.1.2 Perfil motor...................................................................................................................36

2.3.1.3 Teste motor...................................................................................................................37

2.3.2 Características motoras....................................................................................................37

2.3.2.1 Motricidade fina............................................................................................................37

2.3.2.2 Motricidade global........................................................................................................40

2.3.2.3 Equilíbrio......................................................................................................................42

2.3.2.4 Esquema corporal..........................................................................................................45

2.3.2.5 Organização espacial.....................................................................................................46

2.3.2.6 Organização temporal...................................................................................................49

2.4 Universidade da Experiência (UNIEXP)........................................................................51

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................54

3.1 Tipo de pesquisa................................................................................................................54

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível.....................................................................................54

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem.............................................................................55

3.1.3 Tipo de Pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados.........................55

3.2 População/amostra............................................................................................................55

3.2.1 Sujeito da amostra............................................................................................................55

3.3 Procedimentos utilizados na coleta de dados..................................................................56

3.3.1 Testes motores..................................................................................................................58

3.3.1.1 Motricidade fina............................................................................................................58

3.3.1.1.1 Nível 2: construção de uma torre...............................................................................58

3.3.1.1.2 Nível 3: construção de uma ponte.............................................................................58

3.3.1.1.3 Nível 4: enfiar a linha na agulha................................................................................58

3.3.1.1 .4 Nível 5: fazer um nó.................................................................................................59

3.3.1.1.5 Nível 6: labirinto........................................................................................................59

3.3.1.1.6 Nível 7: bolinhas de papel..........................................................................................59

3.3.1.1.7 Nível 8: ponta do polegar...........................................................................................60

3.3.1.1.8 Nível 9: lançamento com uma bola...........................................................................60

3.3.1.1.9 Nível 10: círculo com o polegar.................................................................................61

3.3.1.1.10 Nível 11: agarrar uma bola......................................................................................61

3.3.1.2 Motricidade global........................................................................................................62

3.3.1.2.1 Nível 2: subir sobre um banco...................................................................................62

3.3.1.2.2 Nível 3: saltar sobre uma corda..................................................................................62

3.3.1.2.3 Nível 4: saltar sobre o mesmo lugar...........................................................................62

3.3.1.2.4 Nível 5: saltar uma altura de 20 cm...........................................................................62

3.3.1.2.5 Nível 6: caminhar em linha reta.................................................................................63

3.3.1.2.6 Nível 7: pé manco......................................................................................................63

3.3.1.2.7 Nível 8: saltar uma altura de 40 cm...........................................................................63

3.3.1.2.8 Nível 9: saltar sobre o ar............................................................................................64

3.3.1.2.9 Nível 10: pé manco com uma caixa de fósforos........................................................64

3.3.1.2.10 Nível 11: saltar sobre uma cadeira...........................................................................64

3.3.1.3 Equilíbrio......................................................................................................................65

3.3.1.3.1 Nível 2: equilíbrio estático sobre um banco...............................................................65

3.3.1.3.2 Nível 3: equilíbrio sobre um joelho...........................................................................65

3.3.1.3.3 Nível 4: equilíbrio com o tronco flexionado..............................................................65

3.3.1.3.4 Nível 5: equilíbrio nas pontas dos pés.......................................................................66

3.3.1.3.5 Nível 6: pé manco estático.........................................................................................66

3.3.1.3.6 Nível 7: equilíbrio de cócoras....................................................................................66

3.3.1.3.7 Nível 8: equilíbrio com o tronco flexionado..............................................................66

3.3.1.3.8 Nível 9: fazer o quatro...............................................................................................67

3.3.1.3.9 Nível 10: equilíbrio na ponta dos pés - olhos fechados.............................................67

3.3.1.3.10 Nível 11: pé manco estático – olhos fechados.........................................................67

3.3.1.4 Esquema corporal..........................................................................................................68

3.3.1.4.1 Nível 2: controle do próprio corpo.............................................................................68

3.3.1.4.1.1 Nível 3-5: prova de imitação dos gestos simples

(movimentos das mãos/nível 2-5).............................................................................................68

3.3.1.4.1.2 Prova de imitação dos gestos simples (movimentos dos braços)............................68

3.3.1.4.1.3 Pontuação................................................................................................................69

3.3.1.4.2 Nível 6-11: prova de rapidez (Nível 6-11).................................................................69

3.3.1.5 Organização espacial.....................................................................................................70

3.3.1.5.1 Nível 2: tabuleiro/Posição normal..............................................................................70

3.3.1.5.2 Nível 3: tabuleiro/Posição invertida...........................................................................71

3.3.1.5.3 Nível 4: prova dos palitos..........................................................................................71

3.3.1.5.4 Nível 5: jogo de paciência..........................................................................................71

3.3.1.5.5 Nível 6: direita/esquerda – conhecimento sobre si....................................................72

3.3.1.5.6 Nível 7: execução de movimentos.............................................................................72

3.3.1.5.7 Nível 8: direita/esquerda – reconhecimento sobre o outro........................................72

3.3.1.5.8 Nível 9: reprodução de movimentos – representação humana..................................73

3.3.1.5.9 Nível 10: reprodução de movimentos – figura esquematizada..................................73

3.3.1.5.10 Nível 11: reconhecimento da posição relativa de três

objetos.......................................................................................................................................74

3.3.1.6 Organização temporal...................................................................................................75

3.3.1.6.1 Parte I (Nível de 2-5).................................................................................................75

3.3.1.6.1.1 Linguagem..............................................................................................................75

3.3.1.6.1.1.1 Nível 2.................................................................................................................75

3.3.1.6.1.1.2 Nível 3..................................................................................................................75

3.3.1.6.1.1.3 Nível 4..................................................................................................................75

3.3.1.6.1.1.4 Nível 5..................................................................................................................76

3.3.1.6.2 Parte II (Nível 6-11)...................................................................................................76

3.3.1.6.2.1 Estrutura espaço-temporal.......................................................................................76

3.3.1.6.2.1.1 Reprodução para meio de golpes – Estruturas corporais.....................................76

3.3.1.6.2.1.2 Simbolização (desenho) de estruturas espaciais..................................................77

3.3.1.6.2.1.3 Simbolização de estruturas temporais..................................................................78

3.3.1.6.2.1.3.1 Leitura – reprodução por meio de golpes..........................................................78

3.3.1.6.2.1.3.2 Transcrição de estruturas temporais – ditado....................................................78

3.3.1.6.2.1.4 Resultados............................................................................................................79

3.3.1.6.2.1.5 Pontuação.............................................................................................................79

3.3.1.7 Tabela de pontos...........................................................................................................79

3.3.1.8 Classificação dos resultados..........................................................................................80

3.3.1.9 Definição dos termos....................................................................................................80

3.4 Instrumentos utilizados na coleta dos dados..................................................................81

3.5 Estudo piloto......................................................................................................................84

3.6 Análise e interpretação dos dados...................................................................................84

3.7 Aspectos éticos de pesquisa..............................................................................................85

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..........................................................................86

4.1 Caracterizacao da amostra..............................................................................................87

4.2 Distribuicao por gênero....................................................................................................87

4.3 Perfil social dos idosos da Universidade da Experiência...............................................88

4.4 Desenvolvimento motor..................................................................................................100

4.4.1 Resultado das avaliações motoras..................................................................................100

4.4.2 Classificação geral dos resultados obtidos pela “EMTI”...............................................107

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................108

REFERÊNCIAS....................................................................................................................110

ANEXOS................................................................................................................................119

ANEXO A: Labirinto..............................................................................................................120

ANEXO B: Prova de imitação dos gestos simples/mão ........................................................121

ANEXO C: Prova de imitação dos gestos simples/braços......................................................122

ANEXO D: Prova de rapidez..................................................................................................123

ANEXO E: Prova de organização espacial/Tabuleiro posição normal...................................124

ANEXO F: Prova de organização espacial/Tabuleiro posição invertida................................125

ANEXO G: Prova dos palitos.................................................................................................126

ANEXO H: Jogo de paciência................................................................................................127

ANEXO I: Conhecimento sobre si..........................................................................................128

ANEXO J: Execução de movimentos.....................................................................................129

ANEXO K: Reconhecimento sobre o outro............................................................................130

ANEXO L: Reprodução de movimentos – representação humana.........................................131

ANEXO M: Reprodução de movimentos – figuras esquematizadas......................................132

ANEXO N: Representação por meio de golpes – estruturas temporais.................................133

ANEXO O: Termo de consentimento livre e esclarecido.......................................................134

ANEXO P: Aprovação do comitê e ética em pesquisa – CEP UNISUL................................135

APÊNDICE............................................................................................................................148

APÊNDICE A: Questionário .................................................................................................149

1 INTRODUÇÃO

O número de pessoas idosas vem aumentando em quase todos os países, levando á

mudanças na pirâmide demográfica, principalmente no Brasil. O crescimento dessa população

se caracteriza pelo aumento da longevidade e baixas taxas de fecundidade. Sendo que, a cada

dia que passa, o Brasil é considerado um país de população idosa, devido aos avanços da

medicina e melhoria nas condições gerais de vida, que contribuíram para elevar a expectativa

de vida dos brasileiros.

Devido a esses motivos o processo de envelhecimento populacional no Brasil se

tornará mais intenso a partir das próximas décadas.

Sabe-se que, com o passar dos anos, o corpo sofre inúmeras alterações que podem

levar à perda da capacidade funcional. Segundo Carvalho e Papaléo Netto (2000), o

envelhecimento é um processo que ocorre de maneira completa no indivíduo, envolvendo

alterações funcionais, morfológicas, sociais e psicológicas. Sendo que essas alterações, que

ocorrem no sistema locomotor, envolvem músculos, ossos e articulações, que levam a uma

diminuição da capacidade funcional, consequentemente leva a uma diminuição do tônus,

perda da força e diminuição da massa óssea, acentuando a osteoporose.

Desenvolvimento e envelhecimento são processos concorrentes e ambos são

afetados por uma complexa combinação de variáveis que atuam ao longo de toda a vida.

Características como a possibilidade de mudar para adaptar-se ao meio (novas aprendizagens)

e a capacidade de reagir e recuperar-se dos efeitos explosivos dos eventos estressantes

(doenças, traumas físicos e psicológicos) são abolidas com a diminuição da plasticidade

comportamental e da resistência, tais características, decorrentes do envelhecimento, podem

ser minimizadas pela reserva do organismo, dependendo do grau de plasticidade individual

prevista na influência conjunta de variáveis genéticas, biológicas, psicológicas e

socioeconômicas (NERI, 2001; POETA, 2002).

Alguns estudos abordam o envelhecimento como sendo um fenômeno

multidimensional, destacando três diferentes dimensões: a primeira dimensão está relacionada

ao declínio físico, principalmente, nos aspectos de vitalidade e saúde. A segunda dimensão

relata o crescimento contínuo e o desenvolvimento pessoal; e por fim, a terceira dimensão

menciona a dimensão do domínio social (STEVERINK et al, 2002).

Embora, o envelhecimento não seja sinônimo de doença, deve-se levar em conta

que com a idade aumenta-se o risco de comprometimento motor e perda da qualidade de vida,

a avaliação motora dos idosos com o acompanhamento do profissional fisioterapeuta se torna

essencial para estabelecer uma prevenção, um diagnóstico, um prognóstico e um julgamento

clínico adequado para que se obtenha tratamentos e cuidados necessários com os idosos.

A terceira idade é considerada como uma fase crescente de alterações

neuromusculoesquelética que estão diretamente relacionadas aos aspectos motores tornando-

se mais difícil a realização das atividades da vida diária (AVD’s) como tomar banho, se vestir,

fazer compras, entre outros. Isso deve ao fato de que, com o passar dos anos, ocorrem declínio

de flexibilidade, da memória, equilíbrio, da coordenação motora e visual.

Sendo assim, a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO,

2002) é uma escala, desenvolvida por Francisco Rosa Neto na Universidade de Zaragoza

(Espanha), no qual provém de testes motores aplicados individualmente para avaliar o

desenvolvimento motor de idosos.

Com o processo de envelhecimento natural, o corpo do idoso vem sofrendo

alterações físicas e motoras comprometendo a realização de suas atividades. Então, através

desta escala motora pode-se avaliar os possíveis comprometimentos motores que estejam

prejudicando o idoso em suas atividades de vida diária. Assim, pode-se indagar a seguinte

pergunta, qual será o perfil motor geral dos alunos da Universidade da Experiência com idade

igual ou superior a 60 anos?

Justifica-se esta pesquisa pelo fato de o processo de envelhecimento fisiológico

causar alterações estruturais e funcionais no organismo de cada pessoa idosa, podendo levar a

um déficit no desenvolvimento motor que muitas vezes não se apresenta de acordo com a

idade cronológica. Estas alterações podem levar a problemas no equilíbrio, por exemplo,

levando estas pessoas a caírem.

Pelo fato de haver poucos dados sobre as alterações do desenvolvimento motor

em idosos, torna-se necessário a realização de pesquisas sobre este tema para que se possa

diagnosticar, tratar e/ou preveni-lo através de medidas concretas intervindo diretamente na

área motora comprometida.

Considerando-se, assim, a importância da avaliação do desempenho motor dessa

população, através da aplicação da Escala Motora para a Terceira Idade, podendo ser

diagnosticadas alterações motoras proporcionando uma prevenção ou reabilitação para o

idoso e assim uma qualidade de vida melhor.

Tendo em vista os avanços das pesquisas na área de geriatria e gerontologia, este

estudo é voltado a essa população, de maneira a desenvolver novos dados científicos,

contribuições de ordem teórica e prática, a fim de que outros pesquisadores possam se

beneficiar com esta análise para desenvolver novas pesquisas.

Nesta perspectiva, visando discorrer sobre o tema delimitado, este presente estudo

tem como principal objetivo analisar o perfil da escala motora geral dos idosos da

Universidade da Experiência da UNISUL – Campus de Tubarão-SC. Tendo como objetivos

específicos: identificar as áreas de classificação (AMG, AM1, AM2, AM3, AM4, AM5 e

AM6) dos resultados obtidos pela escala motora, identificar a média geral das variáveis de

motricidade fina e global, organização espacial e temporal, equilíbrio e esquema corporal.

Metodologicamente, pode-se dizer que este estudo foi realizado, sem grupo

controle, junto a uma amostra de 30 (trinta) idosos de ambos os gêneros com idade igual ou

superior a 60 anos, sendo todos alunos da Universidade da Experiência da UNISUL –

Campus Tubarão – SC. Para os dados científicos foi utilizado o coeficiente de Sperman.

Em suma, este estudo está assim estruturado: O primeiro capítulo envolve a

introdução, enfatizando de forma clara e objetiva sobre a pesquisa realizada com os idosos da

Universidade da Experiência. O segundo capítulo enfoca o desenvolvimento humano e motor,

bem como os aspectos da terceira idade, o processo de envelhecimento, anatomia do

envelhecimento, incluindo os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, capacidade

funcional, escala motora para a terceira idade (“EMTI”) e a Universidade da Experiência. Os

aspectos metodológicos que apresentam este estudo, como: tipo de pesquisa,

população/amostra, instrumentos e procedimentos para coleta de dados, seguindo-se dos

procedimentos utilizados à análise dos dados fazem parte do terceiro capítulo. O quarto

capítulo está relacionado com a análise e interpretação dos dados. E, por último o quinto

capítulo, no qual tece-se as considerações finais desta pesquisa.

2 TERCEIRA IDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR

2.1 Terceira Idade

O número de indivíduos idosos vem crescendo consideravelmente em todo o

mundo, principalmente no Brasil, devido às melhorias de condições da saúde pública, menor

taxa de fecundidade e os avanços da medicina. Segundo Guimarães (2006), o processo de

envelhecimento da população assume visibilidade e se manifesta através do aumento da

participação relativa das pessoas idosas com mais de 60 anos de idade na população total e

pelo aumento da longevidade.

Papaléo Netto (2002) lembra que, em 1950, os idosos representavam

aproximadamente 4,2% da população brasileira, e que, em 1991, esse número passou para

7,3%. Simões (1998) diz que os cidadãos brasileiros com 60 anos ou mais já somam

aproximadamente 10 milhões de habitantes. Já, Guimarães (2006) ressalta que o processo de

envelhecimento populacional no Brasil se tornará mais intenso a partir das próximas décadas.

Segundo as projeções elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentará para 13,0% em 2020,

subsequentemente para cerca de 25,0% no ano de 2050, ocasião em que a população idosa

chegará a 64 milhões de pessoas. Sendo que a estatística projetada para o ano de 2025 é uma

população de idosos que colocará o Brasil como sexto país do mundo a ter mais seres

humanos pertencentes a essa faixa etária.

O elevado crescimento desta população se dá devido às reformas nas condições de

saúde, à queda da mortalidade infantil, aos avanços da medicina, à melhoria nas condições de

saneamento básico e à queda da taxa de natalidade (CANESIN, 2003).

Medeiros (2001) ressalta um fator que vem contribuindo com o aumento da

população idosa, que é o surgimento da consciência de que atitudes estão sendo adotadas para

garantir ao idoso uma qualidade de vida melhor.

2.1.1 Processo de envelhecimento

A Organização Mundial da Saúde (2004) subdivide a idade adulta em quatro

estágios:

- Meia - idade: 45 a 59 anos.

- Idoso: 60 a 74 anos.

- Ancião: 75 a 80 anos.

- Velhice extrema: acima de 80 anos.

Esta classificação considera apenas o aspecto cronológico da idade do indivíduo,

desprezando os aspectos biológicos, psicológicos e sociológicos (CANESIN, 2003).

É considerado idoso o indivíduo com mais de 65 anos de idade, para países

desenvolvidos e, para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a terceira idade

começa aos 60 anos de idade (ZIMMERMAN, 2000).

No entanto, é comum encontrarmos indivíduos com a mesma idade cronológica,

porém com capacidades diferenciais (CANESIN, 2003).

O processo de envelhecimento inicia-se ao nascer, e, segundo Guccione (2002),

aproximadamente ao final da segunda década de vida, ocorre de forma precoce o processo de

declínio de funções dos nossos órgãos de forma linear em função do tempo, e ainda que não

possamos definir um ponto exato dessa transição, assim como as demais fases, observa-se

que, ao final da segunda década, evidenciam-se as alterações anatomo funcionais atribuídas

ao envelhecimento.

Então, pode-se dizer que o envelhecimento é um processo fisiológico, ou seja, de

forma natural e irreversível que ocorre com o passar do tempo, mas depende da

individualidade de cada pessoa, dos fatores ambientais, psicológicos e sociais. Sendo que

estes fatores influenciam no desenvolvimento motor do indivíduo.

Segundo Mobbs (apud REBELATTO; MORELLI, 2004, p.85), “[...] o

envelhecimento é um processo gradual e espontâneo de mudanças biológicas do homem, que

resulta na maturação e no crescimento durante a infância, puberdade e idade adulta, e no

declínio durante a meia idade e a idade tardia.”

Para Duarte e Diogo (2000), o envelhecimento, fisiologicamente, tem início

precoce, logo após o término da fase de desenvolvimento e estabilização, perdurando por

longo período, até as alterações estruturais e/ou funcionais tornarem-se evidentes, sendo as

primeiras alterações atribuídas ao envelhecimento no fim da terceira década de vida.

Simões (1998) diz que com o avanço da gerontologia, o processo de

envelhecimento adquiriu uma nova visão conceitual, considerando o processo de envelhecer

como aquele que começa ao nascer, ou seja, do berço ao túmulo, e como um processo que

varia de acordo com cada órgão, parte e sistema do corpo de um indivíduo para o outro.

Conforme Papaléo Netto (1996), o envelhecimento é um processo dinâmico e

progressivo, em que há mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que

determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo com o meio ambiente,

proporcionando uma maior vulnerabilidade e uma maior incidência de processos patológicos

que podem levá-lo à morte.

A fase da velhice tem uma característica principal que é o declínio, geralmente

físico, que leva à alterações sociais e psicológicas. Os pesquisadores classificam esse declínio

de duas maneiras: a senescência e a senilidade. A senescência, que é um fenômeno

fisiológico, arbitrariamente identificada pela idade cronológica, pode ser considerada um

envelhecimento sadio, no qual o declínio físico e mental é lento, sendo compensado, pelo

organismo. Já a senilidade caracteriza-se pelo declínio físico associado à desorganização

mental (SIMÕES, 1998).

O ser humano em desenvolvimento durante o ciclo da vida é um ser

biopsicossocial, podendo sofrer influências e influenciar o ambiente em que vive, num

processo de adaptação, em suas relações com o mundo. O ambiente físico, político e cultural

em que o ser humano estiver situado pode facilitar ou dificultar o processo de adaptação,

acelerando ou retardando o envelhecimento (RODRIGUES; DIOGO, 2000).

2.1.1.1 Anatomia fisiológica do envelhecimento

A anatomia do envelhecimento nada mais é do que uma ciência que trata da

forma, da estrutura e dos aspectos funcionais do ato de envelhecer. Ou seja, à medida que

envelhecemos ocorrem várias alterações anátomo-fisiológicas, sendo que muitas dessas são

prejudiciais ao desenvolvimento motor (DELIBERATO, 2002).

O organismo de uma pessoa idosa caracteriza-se por alterações nas estruturas e

funções do corpo, ou seja, ocorrem alterações biológicas, psicológicas e sociais. O mesmo

autor diz que o envelhecimento é um processo da vida que é marcado por mudanças

biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo. Assim, não é possível

considerar apenas os aspectos relacionados ao envelhecimento biológico, mas também

aqueles relacionados ao envelhecimento psicológico e social.

As alterações citadas acima são naturais e gradativas, podendo ser verificadas em

idade mais precoce ou mais avançada e em maior ou menor grau, de acordo com as

características genéticas de cada indivíduo e, principalmente, com o modo de vida de cada

um. A alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a exposição moderada ao sol, a

estimulação mental, o controle do estresse, o apoio psicológico, a atitude positiva perante a

vida e o envelhecimento são alguns fatores que podem retardar ou minimizar os efeitos da

passagem do tempo (ZIMMERMAN, 2000).

2.1.1.1.1 Aspectos biológicos

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), o envelhecimento imprime alterações

naturais em todo o organismo, sendo o aspecto biológico caracterizado por um declínio

harmônico de todo o conjunto orgânico, o qual se acelera a partir dos 70 anos de idade.

O envelhecimento biológico é um processo natural, dinâmico, progressivo e

irreversível, que provoca no organismo alterações morfológicas e fisiológicas. Suas

conseqüências incluem a diminuição da capacidade individual de adaptação ao meio

ambiente, o que torna o geronte mais suscetível à possibilidade de adoecer. Este

envelhecimento é explicado por duas teorias: teoria do relógio biológico, na qual o

envelhecimento ocorre pela degradação dos mecanismos de síntese protéica; a outra é teoria

da homeostase, que diz haver degradação dos mecanismos homeostáticos responsáveis pelo

equilíbrio do meio orgânico interno (DELIBERATO, 2002).

Vandervoort (2000) diz que o envelhecimento biológico normal leva à diminuição

das reservas funcionais do organismo, e que este efeito pode ser observado em todos os

aparelhos e sistemas: muscular, ósseo, nervoso, circulatório, pulmonar, endócrino e

imunológico, variando de indivíduo para indivíduo.

Então, as principais alterações biológicas causadas pelo envelhecimento são:

diminuição de estatura pelo desgaste das vértebras, encurvamento postural devido a

modificações na coluna vertebral, a produção de células novas diminui, a pele perde o tônus,

tornando-se flácida, os ombros ficam arredondados, os ossos endurecem, os órgãos internos

atrofiam-se, reduzindo seu funcionamento, o cérebro perde neurônios e atrofia-se, tornando-se

menos eficiente, o metabolismo fica mais lento, a visão de perto piora devido à falta de

flexibilidade do cristalino e os olhos ficam mais úmidos, as células responsáveis pela

propagação dos sons no ouvido interno e pela estimulação dos nervos auditivos degeneram-se,

o olfato e o paladar diminuem. Também acontece há diminuição da massa muscular e da

densidade óssea, perda da força muscular, deficiência da agilidade, da coordenação motora,

do equilíbrio, da mobilidade articular e das funções hepática e renal, maior rigidez das

cartilagens, dos tendões e dos ligamentos, redução da capacidade termorreguladora e maior

trabalho ventilatório aos esforços (ZIMMERMAN, 2000; DELIBERATO, 2002).

Mazo, Lopes e Benedetti (2001) afirmam que as principais alterações que ocorrem

no sistema músculo-esquelético com a idade são: redução do número de células musculares e

a elasticidade, diminuição da massa óssea, alterações posturais e redução na mobilidade

articular.

Pode-se dizer, então, que o esqueleto do idoso apresenta alterações relacionadas

com o tipo de vida, a profissão, a atitude postural, os exercícios físicos (moderados,

excessivos ou insuficientes), a nutrição, o metabolismo entre outros fatores.

A redução das capacidades de reserva do aparelho locomotor que acompanha o envelhecimento é devida à perda de células capazes de funcionar normalmente, à medida que passa o tempo. Tanto o sistema nervoso como a musculatura por ele controlada, o tecido conjuntivo e os ossos que servem de alavanca para os movimentos são tecidos formados por células especializadas. No decorrer do tempo, essas células degeneram completamente ou mudam de estrutura (VANDERVOORT, 2000, p. 69).

Lustri e Morelli (apud PICHLES; COMPTON, 2000) dizem que por volta dos 40

anos, o indivíduo começa a apresentar perda em estatura de aproximadamente 1 cm por cada

década. Há também uma diminuição dos arcos dos pés, um aumento das curvaturas da coluna

e uma diminuição no tamanho da coluna vertebral devido à perda de água dos discos

intervertebrais decorrente dos esforços de compressão a que são submetidos.

Os mesmos autores dizem que algumas alterações também ocorrem nas

articulações intervertebrais pelo fato de que no envelhecimento a água e as prosteoglicanas

diminuem no núcleo, enquanto as fibras colágenas aumentam em número e espessura e no

anel fibroso ocorre um adelgaçamento das fibras colágenas. A associação desses fatores faz

com que o disco intervertebral do idoso diminua em espessura, aumentando as curvaturas da

coluna vertebral, em especial a coluna da curva dorsal.

O osso é essencialmente um tecido conjuntivo mineralizado, altamente vascularizado, vivo em transformação constante. É singular pela sua dureza, resaliência, mecanismos característicos de crescimento e sua capacidade de regeneração (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000, p.62).

Segundo Di Dio (1999, p.59), “[...] com a idade os ossos ficam mais porosos,

frágeis e quebradiços, sendo que as cartilagens se adelgaçam e tendem a degenerar.”

A perda de massa óssea é caracterizada por desequilíbrio no processo de

modelagem e remodelagem, conseqüência do envelhecimento, e pode ocorrer por aumento ou

diminuição da atividade dos osteoclastos, ou por combinação de ambos. O osteoclasto é uma

célula óssea responsável pela reabsorção óssea (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES;

COMPTON, 2000).

Para Weineck (1991), com o avanço da idade, ocorre a diminuição da força e da

musculatura. Com a musculatura enfraquecida o idoso tem uma flexibilidade diminuída,

aumento de lesões musculares, um decréscimo no controle e na rapidez dos movimentos.

Uma das alterações mais evidentes é a perda de massa muscular que ocorre

principalmente pela diminuição no peso muscular e também em sua área de secção

transversal. Também se deve à perda de unidades motoras e ao fato de que nas placas motoras

do idoso as pregas são mais numerosas e as fendas sinápticas se tornam mais amplas

reduzindo a superfície de contato entre o axônio e a membrana plasmática. Conseqüentemente

o idoso terá menor qualidade em sua contração muscular, menor força, menor coordenação

dos movimentos e, provavelmente, maior probabilidade de sofrer principalmente quedas

(LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000).

Na idade avançada, as fibras de contração lenta (vermelhas) e de contração rápida

(brancas) podem apresentar-se degeneradas ao lado de outras atrofiadas, sendo que as fibras

de contração rápida são as que mais apresentam diminuição de volume (DI DIO, 1999).

Uma certa diminuição da força máxima das contrações musculares voluntárias já começa a se manifestar a partir da meia-idade, mas a redução acentuada da força não se torna evidente senão a partir da idade aproximada de 60 anos, sendo que a força da atividade muscular concêntrica é menor nos idosos do que nos adultos jovens, e nos movimentos de maior velocidade, essa deficiência do idoso se torna bem visível (VANDERVOORT, 2000, p. 73).

As articulações servem para propiciar o movimento e sustentação mecânica.

Então, a cartilagem é um tecido antigo no sentido filogenético que apresenta grande

dificuldade na sua nutrição, devido à baixa vascularização. Dessa forma, os nutrientes e os

metabólicos são trocados pelas células por meio de difusão, em grau decrescente de

concentração através da matriz interposta (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES;

COMPTON, 2000).

Segundo Di Dio (1999), nas articulações, as modificações etárias se caracterizam

pela redução do número de condrócitos e de prosteoglicanas, pela desidratação e pelo

aumento das fibras colágenas, que se tornam mais espessas. A cartilagem articular se adelgaça

podendo apresentar rachaduras superficiais, sendo que, no idoso, há regeneração de

condroniose, com isso o número de condrócitos diminui e a espessura das fibras colágenas e o

cálcio aumentam e a cartilagem tende a ficar rígida.

Com o processo de envelhecimento, ocorrem também mudanças fisiológicas no

sistema sensorial e no sistema somato-sensorial. Segundo Faria et al (2003, p. 134), “[...] o

sistema sensorial fornece informações sobre a posição e a trajetória do corpo no espaço.”

O mesmo autor citado acima diz que as informações sensoriais são fornecidas

pelos sistemas visual, vestibular e somato-sensorial. As informações visuais fornecem

referências sobre a posição e o movimento da cabeça com relação aos objetos ao redor. Já o

sistema vestibular fornece ao sistema nervoso central (SNC) informações estáticas e

dinâmicas e o movimento da cabeça em relação à gravidade, gerando movimentos

compensatórios dos olhos e respostas posturais durante os movimentos da cabeça. E, o

sistema somato-sensorial é responsável por informar ao SNC que tem como função transmitir

a posição e o movimento do corpo no espaço em relação à superfície de suporte.

Segundo Oliveira (1997), as mudanças relacionadas à idade nos sistemas de

informação sensorial podem ter influências profundas sobre o comportamento motor.

A visão constitui um dos órgãos dos sentidos mais importantes do ser humano,

uma vez que é através dela que ocorre grande parte do relacionamento com as pessoas e com

o meio em que vivemos. Então, ao envelhecer começam a surgir mudanças nos olhos,

alterando, assim, a visão. Após os 40 anos de idade, iniciam-se algumas modificações na vida

capazes de interferir nas atividades diárias e no relacionamento com as pessoas. Ou seja, o

idoso pode apresentar dificuldades para ler, realizar trabalhos manuais, para dirigir

automóvel, para andar e para fazer outras atividades que exigem uma boa visão

(RODRIGUES; DIOGO, 2000).

O SNC tem como função transmitir as entradas sensoriais captadas e integrá-las

nos seus vários níveis, produzindo respostas apropriadas que variam desde movimentos

simples aos de maior complexidade. Com o processo de envelhecimento, há uma lentidão no

processamento de informações sensoriais pelo SNC que associado à lentidão da condução

nervosa pode levar a um aumento do tempo de latência de 20 a 30 milisegundos nas respostas

automáticas posturais (FARIA et al., 2003).

Com o avançar da idade, ocorre um declínio na velocidade de condução nervosa,

mais proeminentes nos segmentos distais do corpo do que em áreas proximais, e é maior em

partes inferiores do corpo do que nos membros superiores (ECKERT, 1993).

Para Nadeau et al (1985), as alterações produzidas com o envelhecimento do SNC

são responsáveis por uma parte dos déficits sensoriais, os quais afetam o aspecto motor, a

visão e sensibilidade proprioceptiva.

Os nervos das pessoas da terceira idade apresentam discreta diminuição (da ordem de 10% ou menos) da velocidade máxima de condução nervosa. As alterações do sistema nervoso são mudanças do comportamento, falta de memória e distúrbio do sono (HAKANSSON et al, apud PICHLES; COMPTON, 2000, p. 70).

De acordo com Neri (2001), as pessoas idosas apresentam uma redução na sua

capacidade de manejar as informações. Há um comprometimento na memória para eventos

recentes maiores do que para eventos remotos, o idoso leva mais tempo para integrar as

informações, sendo cada vez menor o número de informações que pode receber ao mesmo

tempo.

Segundo Simões (1998), a perda da memória pode estar associada a vários fatores,

como o endurecimento das artérias, hipertensão ou qualquer deficiência que diminua a

irrigação sanguínea para o cérebro. Então, uma das causas dessa perda parece estar na pouca

irrigação sanguínea para o cérebro, sendo que há a necessidade de uma atividade física bem

orientada e planejada, associada a uma boa alimentação e a um ambiente sadio,

proporcionando ao idoso, estímulos que ajudem o coração a bombear sangue com freqüência

e pressão ideais para o sistema nervoso central, para a regulação de suas funções vitais.

Em relação ao sistema respiratório, os pulmões perdem com o decorrer da idade

sua elasticidade oferecendo menos resistência à expansão. Assim, a perda da elasticidade

depende de modificações da composição das fibras conjuntivas e elásticas. Em relação ao

diafragma, ele acaba sendo mais solicitado na velhice para respiração porque a caixa torácica

perde sua elasticidade, sendo que a contração do diafragma é afetada pela pressão intra-

abdominal (DI DIO, 1999).

O sistema endócrino também sofre com o envelhecimento, já que ocorre menor

sensibilidade dos tecidos aos hormônios e redução apreciável da liberação de hormônios

hipofisários (TIMO-IARIA, 2003).

Segundo Di Dio (1999), com o avançar da idade, as glândulas endócrinas sofrem

processo de atrofia, seu tecido conjuntivo fibroso aumenta e é entremeado por depósitos de

gordura.

O sistema cardiovascular também sofre modificações com o envelhecimento,

como o aumento do colágeno no pericárdio e endocárdio, o acúmulo de gorduras e

substâncias amilóides, espessamento e calcificação, principalmente nas válvulas mitral e

aórtica, degeneração de fibras musculares no miocárdio e maior incidência de aterosclerose

(devido a fatores genéticos, ambientais e idade), estreitamento das artérias e rigidez das

mesmas (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

Então, o envelhecimento biológico tende a diminuir a resistência orgânica das

pessoas, expondo-as mais às doenças, aumentando as suas limitações físicas e restringindo

sua capacidade motora, em função do próprio desgaste natural do corpo humano (JORDÃO

NETTO, 1997).

Pode-se dizer que o idoso sofre modificações fisiológicas devido ao processo de

envelhecimento normal, sendo que estas modificações estão relacionadas com a

individualidade de cada indivíduo, dependendo, entre outros aspectos, de suas condições

físicas internas, do meio ambiente e do estilo de vida. Sendo que, muitas vezes, as alterações

neuromusculoesquelética levam a uma dependência funcional influenciando na qualidade de

vida do idoso.

2.1.1.1.2 Aspectos psicológicos

O envelhecimento psicológico é explicado através de duas teorias: a teoria

clássica, em que o envelhecimento surge à medida que novas situações na vida da pessoa

solicitam adaptações sucessivas da memória, da personalidade, das experiências e das

expectativas projetadas, obtendo como resposta soluções construtivas ou soluções destrutivas.

A outra teoria é progressista, contrária à teoria clássica, pois estabelece que não é suficiente

adaptar-se e viver em conformidade com o isolamento social das pessoas idosas, pois se a

velhice apresenta-se como uma crise, para superá-la não adianta simplesmente adaptar-se a

ela, mas é necessário enfrentá-la (DELIBERATO, 2002).

Para Zimmerman (2000), as mudanças psicológicas que ocorrem no

envelhecimento podem resultar na dificuldade de se adaptar a novos papéis, falta de

motivação e dificuldade de planejar o futuro, depressão, hipocondria, somatização, paranóia,

suicídio, baixas auto-imagem e auto-estima, necessidade de trabalhar as perdas orgânicas,

afetivas e sociais.

O envelhecimento psicológico é marcado pela dificuldade do idoso em adaptar-se

às mudanças físicas e sociais advindas desse processo de vida e os choques provocados pela

interação com uma sociedade pouco tolerante (DELIBERATO, 2002).

2.1.1.1.3 Aspectos sociais

O envelhecimento social da população traz uma modificação no status do idoso e

no relacionamento dele com as outras pessoas em função de uma crise de identidade, que leva

o idoso à diminuição de sua auto-estima, mudanças de papéis na família, no trabalho e na

sociedade. Por causa disso, deve haver uma preparação para evitar o isolamento, falta de rumo

e depressão, perdas diversas, que vão desde condição econômica à perda de parentes, amigos,

independência ou de autonomia, diminuição dos contatos sociais, que se tornam reduzidos em

função de distâncias, vida agitada, violência nas ruas e condições financeiras.

(ZIMMERMAN, 2000).

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), a sociedade costuma valorizar as

pessoas produtivas, portanto, a desvalorização do idoso é explicada pela perda desse espaço

produtivo. Sendo o idoso incapaz de realizar essa tarefa produtiva, em virtude de suas

limitações, ele é considerado um indivíduo difícil de conviver, contribuindo para a exclusão

deste da família e da sociedade.

2.1.2 Terceira idade e capacidade funcional

Com o crescimento contínuo da população idosa nas sociedades modernas,

tornou-se uma questão de crescente urgência a busca de meios para se manter e melhorar a

capacidade funcional dos idosos, ajudando-os a manter a independência na comunidade e

propiciando-lhes uma qualidade de vida melhor (HEIKKINEN, 2003, p. 32).

A capacidade funcional apresenta conceitos bastante complexos abrangendo

outros como os de deficiência, incapacidade, desvantagem, bem como os de autonomia e

independência na prática, trabalha-se com o conceito de capacidade/incapacidade. A

incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldade de certos gestos e de certas

atividades da vida cotidiana ou mesmo pela impossibilidade de desempenhá-las (ROSA et al,

2003, p. 41).

A avaliação da capacidade funcional refere-se às atividades da vida diária

(AVD’s), vestir-se, alimentar-se, deslocar-se, etc, e aquelas atividades instrumentais da vida

diária, cuidar da casa, fazer compras, usar medicamentos, usar meios de transportes, etc,

geralmente necessárias para uma vida independente (HEIKKINEN, 2003, p. 32).

A manutenção da capacidade funcional pode ter importante implicação para a

qualidade de vida dos idosos, por estar relacionada com a capacidade de ocupar-se com o

trabalho até idades mais avançadas e/ou com atividades agradáveis (ROSA et al, 2003, p. 41).

Para Guimarães et al (2004) a manutenção e preservação da capacidade funcional

para desempenhar as atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar o

maior tempo possível a independência.

Guccione et al (2002, p. 251) diz que “[...] atividades funcionais são aquelas

identificadas por um indivíduo como essenciais para manutenção do bem estar físico e

psicológico, bem como, para a criação de um senso pessoal de uma vida significativa.”

Pode-se dizer que o fator mais importante para a qualidade de vida do idoso é

manter a sua independência. Para a realização das AVD’s, a aptidão funcional deve ser

mantida em alguns níveis para que determinadas tarefas possam ser realizadas, como por

exemplo, subir e descer degraus. Isso depende de capacidades físicas como força,

coordenação, equilíbrio, velocidade e agilidade (SILVA DA MIYASIKE, 2002).

2.2 Desenvolvimento humano

O estudo de desenvolvimento humano é baseado em como e porque o organismo

cresce e se modifica no decorrer da vida. Assim, defini-se desenvolvimento humano em

termos das mudanças que ocorrem ao longo do tempo de maneira ordenada e relativamente

duradoura e afetam as estruturas físicas e neurológicas, os processos de pensamento, as

emoções, as formas de interação social e muitos outros comportamentos (NEWCOMBE,

1999).

Papalia e Olds (2000) definem o desenvolvimento humano como sendo um estudo

científico de como as pessoas mudam ou permanecem iguais ao longo do tempo, ou seja,

desde a sua concepção até a morte.

Segundo Krebs (1997), o desenvolvimento humano é um processo de mudança

que ocorre ao longo da vida de um ser humano, sendo que o desenvolvimento determina a

potencialidade do indivíduo para um determinado comportamento. Ou seja, o

desenvolvimento humano deve ser entendido como um processo global, composto de

diferentes características (biológicas, psicológicas, sociais, etc.).

Para Rosa Neto (2002), o processo de desenvolvimento humano está relacionado

com um crescimento diferencial e evolutivo, produzindo uma identidade que é influenciada

pela individualidade de cada ser humano e pelas contingências ambientais. Esse processo gera

mudanças na vida do indivíduo até o final de sua vida.

O organismo humano tem uma lógica biológica, uma organização, um calendário

maturacional e evolutivo, uma porta aberta para a interação e estimulação. Sendo que o ser

humano passa por diferentes mudanças e períodos evolutivos: pré-natal (embrionário), péri-

natal (27º semana de gestação – 1ª semana de vida) e pós-natal (neonato, lactente, pré-escolar,

período escolar, puberdade, adolescência, adulto e terceira idade). Durante esse processo, as

possibilidades do indivíduo evolucionam amplamente e chegam a ser cada vez mais variadas,

completas e complexas à medida que avança uma etapa (ROSA NETO, 1996b).

Então, entende-se por desenvolvimento humano um processo que envolve

estabilizações e mudanças das características biopsicológicas de um indivíduo.

2.3 Desenvolvimento motor

Utilizamos o termo desenvolvimento motor para nos referirmos ao

desenvolvimento do movimento. Assim, pode-se dizer que o desenvolvimento motor são as

contínuas mudanças no comportamento motor durante o ciclo da vida, sendo que na fase

adulta estas habilidades vão apresentando uma perda gradativa que muitas vezes leva o

indivíduo a apresentar dificuldades em suas atividades de vida diária. Sendo que o ambiente

em que se vive é um fator muito importante para o desenvolvimento motor de cada pessoa.

De acordo com Bueno (1998, p.45), “[...] o desenvolvimento motor caracteriza-se

pela maturação que integra o movimento, o ritmo, a construção espacial, o reconhecimento de

objetos, as posições, a imagem do nosso corpo e a palavra.”

Conforme Rosa Neto (1996b), o desenvolvimento motor representa a aquisição de

funções motoras cada vez mais complexas, no qual a integração sucessiva da motricidade

implica na constante e permanente maturação orgânica. O movimento e seu fim representam

uma unidade que vai se aprimorando cada vez mais, como resultado de uma diferenciação das

estruturas integrativas do ser humano.

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor é uma alteração

continua ao longo do ciclo da vida, podendo ser estudado tanto como um processo quanto

como um produto. Ou seja, como um processo, o desenvolvimento motor envolve as

necessidades biológicas subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o

desempenho motor e as habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a

velhice. E, como um produto, o desenvolvimento motor pode ser considerado como descritivo

ou normativo, sendo analisado por fases (período neonatal, infância, adolescência e idade

adulta) que refletem o particular interesse do pesquisado.

Em suma, desenvolvimento motor é um processo contínuo de mudanças na

capacidade funcional que está diretamente relacionado com a idade pelo qual o

comportamento motor se modifica.

2.3.1 Escala motora para terceira idade (EMTI)

Francisco Rosa Neto criou a Escala Motora para a Terceira Idade – “EMTI” na

Universidade de Zaragoza (Espanha), defendendo a sua tese, a fim de propiciar um registro

mais preciso das condutas motoras do idoso. Na realidade os testes são idênticos aos

realizados em crianças, sendo que a diferença está na avaliação final, nos cálculos das idades

motoras (ROSA NETO, 1996a).

O mesmo autor diz que esta escala se aplicada em pessoas com idade igual ou

superior a 60 anos e tem como indicação grupos de risco para alterações motoras,

sedentarismo, alterações de comportamento mental, psicológico e neurológico, controle

evolutivo da aptidão motora. A mesma consiste de testes motores clássicos reunidos em uma

única bateria.

A escala de desenvolvimento compreende um conjunto de provas muito diversificadas e de dificuldade graduada, conduzindo uma exploração minuciosa de diferentes setores do desenvolvimento. A aplicação realizada no indivíduo permite avaliar seu nível de desenvolvimento motor, considerando êxitos e fracassos, levando em conta as normas estabelecidas pelo autor da escala (ROSA NETO, 2002, p.30).

2.3.1.1 Prova motora

A prova motora é composta por um conjunto de atividades marcadas por uma

determinada idade. Permite determinar o avanço ou o atraso motor de um idoso de acordo

com os resultados alcançados nas provas (ROSA NETO, 2002).

2.3.1.2 Perfil motor

Segundo Rosa Neto (2002), o perfil motor consiste em uma reprodução gráfica de

resultados obtidos em vários testes de eficiência motora. Tal gráfico permite uma comparação

simples e rápida de diferentes aspectos do desenvolvimento motor, colocando em evidência os

pontos fortes e fracos do indivíduo.

2.3.1.3 Teste motor

Teste motor é uma prova determinada que permite medir num indivíduo uma

determinada característica. Os resultados poderão ser comparados com os de outras pessoas

(ROSA NETO, 2002).

2.3.2 Características motoras

2.3.2.1 Motricidade fina

A coordenação visuomanual representa a atividade mais freqüente e mais comum no homem, a qual atua para pegar um objeto e lançá-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte da mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação, resultando em um conjunto com seus três componentes: objeto- olho- mão (ROSA NETO, 2002, p. 15).

“[...] a coordenação visuomotora é um processo de ação em que existe

coincidência entre o ato motor e uma estimulação visual percebida” (ROSA NETO, 2002,

p.15).

De acordo com Le Camus (1986), a motricidade fina manifesta-se também na

manipulação, atividade intencional que assume no homem uma multidão de formas. Estas

formas podem ser reagrupadas em dois planos, conforme a ação seja conduzida sem ou com

instrumento. Na ação manipuladora propriamente dita, a ferramenta confunde-se com o corpo,

já que a mão age sem intermediário.

A motricidade fina requer a capacidade de controlar os músculos pequenos do

corpo, a fim de atingir a execução bem sucedida da habilidade. Geralmente essas habilidades

envolvem a coordenação óculo-manual e requerem um alto grau de precisão do movimento

para o desempenho da habilidade específica, num nível elevado de realização. Escrever,

desenhar, tocar piano e trabalhar em relógios são exemplos de motricidade fina (MAGIL,

2000).

2.3.2.2 Motricidade global

A motricidade global são movimentos grosseiros (simples) realizados pelo

indivíduo, sendo que eles estimulam a afetividade, a atitude e auxilia a organização espacial.

O movimento motor global, seja ele mais simples, é sinestésico, tátil, labiríntico, visual,

espacial, temporal, e assim por diante (ROSA NETO, 2002).

Segundo Silva (1999), a motricidade global representa os movimentos dinâmicos

globais (correr, saltar, andar, etc.), julgando assim um papel importante no melhoramento do

equilíbrio dinâmico corporal, das sensações e percepções.

Esta motricidade é caracterizada por envolver a grande musculatura como base

principal do movimento. No desempenho de motricidade global, a precisão do movimento

não é tão importante para a execução da habilidade. As habilidades motoras fundamentais

como andar, pular, arremessar, saltar e etc., e a maioria das habilidades esportivas são

consideradas motricidade global (MAGIL, 2000).

Para Negrine (apud BRAGA, 2004), a motricidade global ou grosseira refere-se

aos movimentos em que os segmentos inferiores entram em ação desempenhando papel

principal. Ela pode ainda ser definida como a capacidade de realizar grandes movimentos com

a utilização de grandes músculos. A motricidade global sofre uma degeneração com o

envelhecimento, que torna-se visível a diminuição do rendimento na execução dos

movimentos.

2.3.2.3 Equilíbrio

O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade (CG) dentro de uma base

de suporte que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais, durante situações

estáticas e dinâmicas. O controle postural resulta de uma interação complexa entre os sistemas

corporais que atuam juntos para controlar a posição do corpo no espaço. A organização desses

sistemas é determinada tanto pela natureza da tarefa, quanto pelo ambiente no qual é

realizada. Então, os principais sistemas corporais que participam do controle postural são os

sistemas sensorial, nervoso e efetor (FARIA et al, 2003).

Segundo Rosa Neto (2002), o equilíbrio é a base primordial de toda ação

diferenciada dos segmentos corporais, sendo que quanto mais defeituoso é o movimento, mais

gasto energético haverá. Desta luta constante contra o desequilíbrio, resulta uma fadiga

corporal, mental e espiritual, aumentando o nível de estresse, ansiedade e angústia do

indivíduo.

Para Silva (1999), o equilíbrio é o estado de um corpo quando distintas forças que

atuam sobre ele compensam anulando-se mutuamente. Em relação ao ponto de vista

biológico, a possibilidade em manter posturas, posições e atitudes indica a existência do

equilíbrio. Ou seja, é a base primordial de toda ação diferenciada do corpo, sendo que quanto

mais defeituoso é o equilíbrio, mais energia se consome.

O ajuste postural se apóia nas aferências vestibulares que indicam a posição da

cabeça no espaço sobre as aferências proprioceptivas que sinalizam tanto a posição da cabeça

em relação ao tronco como a quantidade do tônus muscular da base. O equilíbrio tônico

postural do indivíduo, os seus gestos, o seu modo de respirar, a sua atitude, e outros itens são

o reflexo de seu comportamento e, ao mesmo tempo, de suas dificuldades e de seus bloqueios

(ROSA NETO, 2002).

Segundo Ruwer, Rossi e Simon (2005), o envelhecimento compromete a

habilidade do sistema nervoso central em realizar o processamento dos sinais vestibulares,

visuais e proprioceptivos responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal, bem como

diminui a capacidade de modificações dos reflexos adaptativos.

O declínio no equilíbrio postural, na marcha e na capacidade de transferência de

uma superfície para outra pode levar a uma perda de mobilidade relacionada ao processo de

envelhecimento. Estudos mostram haver perda no sistema sensório-motor responsável pelo

controle postural, mesmo quando o indivíduo não percebe tal dificuldade (HEIKKINEN,

2003).

Então, um dos principais fatores que limitam hoje a vida do idoso è o

desequilíbrio. Mais da metade dos casos do desequilíbrio tem origem entre os 65 e os 75 anos

aproximadamente e cerca de 30% dos idosos apresentam os sintomas nesta idade. Assim, as

quedas são as conseqüências mais perigosas do desequilíbrio e da dificuldade de locomoção,

sendo seguidas por fraturas, deixando os idosos acamados por dias ou meses (RUWER;

ROSSI; SIMON, 2005).

Os mesmos autores ressaltam que as manifestações dos distúrbios do equilíbrio

corporal têm grande impacto para os idosos, podendo levá-los à redução de sua autonomia

social, uma vez que acabam reduzindo suas atividades de vida diária, pela predisposição a

quedas e fraturas.

2.3.2.4 Esquema corporal

Segundo Rosa Neto (2002), a imagem do corpo representa uma forma de

equilíbrio que, como núcleo central da personalidade, se organiza em um contexto de relações

mútuas do organismo e do meio. Também a construção do esquema corporal, ou seja, a

organização das sensações relativas ao próprio corpo associado com os dados do mundo

exterior exerce um papel importante no desenvolvimento do indivíduo, sendo que esta

organização é um ponto de partida de suas diversas possibilidades de ação. Sendo assim,

esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação

com os dados do mundo exterior.

Silva (1999) diz que o esquema corporal é a intuição de um conjunto de

conhecimento imediato que possuímos de nosso corpo em situação estática ou em

movimento, assim como das relações entre suas diferentes partes, e sobre tudo, de suas

relações com o espaço e com os objetos que nos rodeiam.

Para Oliveira (1997), as perturbações da noção do corpo traduzem um fraco

conhecimento do próprio corpo, desintegração dos componentes proprioceptivos, alterações

na localização das sensações táteis de mudanças de peso, dos membros do corpo, sensações

de rejeição e negligência, modificações vestibulares e tônicas, entre outras.

2.3.2.5 Organização espacial

De Meur e Staes (1991) definem a organização espacial como uma orientação,

estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao seu referencial, depois a outros

objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento.

Rosa Neto (2002) observa que na vida cotidiana, utilizamos constantemente os

dados sensoriais e perceptivos relativos ao espaço que nos rodeia, sendo que estes dados

sensoriais possuem informações sobre as relações entre os objetos que ocupam o espaço,

porém, é nossa atividade perceptiva, baseada na experiência que dá o significado. A

organização espacial depende da estrutura de nosso próprio corpo, da natureza do meio que

nos rodeia e de suas características.

Todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção

espacial: a visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato. As informações recebidas não

estão sempre em acordo e implicam, inclusive, percepções contraditórias, em particular na

determinação da verticalidade. A orientação espacial designa nossa habilidade para avaliar

precisamente a relação física entre nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações

no curso de nossos deslocamentos (ROSA NETO, 2002).

Para Silva (1999) a noção de espaço è uma noção ambivalente, as vezes concreta e

abstrata, finita e infinita. Tanto o espaço com o corpo quanto o espaço que nos rodeia estão

diretamente acessíveis. Finito enquanto nos rodeia é familiar, pois que se estende ao infinito, e

no universo, e se apaga com o tempo. A organização espacial depende simultaneamente da

estrutura de nosso próprio corpo (anatomia, fisiologia, etc.), da natureza do meio que nos

rodeia e suas características.

2.3.2.6 Organização temporal

A organização temporal está relacionada com o tempo, que antes de tudo é a

memória, sendo que é a sucessão existente entre os acontecimentos que se produzem em uma

ordem física irreversível. Tal organização também está relacionada com a ordem, e a duração

no qual permitem a variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim

de um acontecimento.

Para Silva (1999), nós percebemos o transcurso do tempo a partir das trocas que

se produzem durante um período e de sua sucessão que transforma progressivamente o futuro

em presente e depois em passado. A organização temporal é uma importante ajuda para que se

torne consciência do mundo real.

A organização temporal inclui uma dimensão lógica (conhecimento da ordem e da duração, acontecimentos se sucedem com intervalos), uma dimensão convencional (sistema cultural de referências, horas, dias, semanas meses e anos) e um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois (percepção e memória da sucessão e da duração dos acontecimentos na ausência de elementos lógicos ou convencionais) (ROSA NETO, 2002, p. 23).

De Meuer e Staes (1991) definem a organização temporal como a capacidade de

situar-se em função: da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), da duração dos

intervalos com noções de tempo longo, de tempo curto (uma hora, um minuto), noções de

ritmo regular, de ritmo irregular (aceleração, freada), noções de cadência rápida, da cadência

lenta (diferença entre a corrida e o andar), da renovação cíclica de certos períodos (dias da

semana, os meses, as estações) e do caráter irreversível do tempo (acontecimentos passados).

2.4 Universidade da Experiência (UNIEXP)

A idéia da Universidade da Experiência sempre esteve pautada no cuidado para

integrar as diferentes áreas/atividades, apontando ainda para a necessidade de se trabalhar

com a população em idade madura de maneira também integrada, enfoque este, cada vez

mais, premente no mundo da Universidade e na sua razão de ser, como também na vida em

sociedade (UNIEXPERIÊNCIA, 2006).

Posto isso, a Universidade da Experiência constitui-se em um projeto

institucional, podendo ser implantado em todos os Campus da UNISUL, porém, o Campus de

Tubarão foi escolhido como o primeiro para implantá-la, considerado-a como projeto piloto, o

qual seria avaliado e realizados os acertos, caso fossem necessários (UNIEXPERIÊNCIA,

2006).

A Universidade da Experiência tem como missão a educação permanente ao

adulto na maturidade, proporcionando a continuidade do desenvolvimento pessoal, social e

político por meio de ações educativas e de lazer. E como objetivo propiciar ao ser humano

que vivência a idade da experiência a continuidade de seu desenvolvimento pessoal e social,

através de uma prática educativa e de lazer, promovendo a saúde, a melhoria da qualidade de

vida e transformações sociais conforme as diretrizes da própria Universidade

(UNIEXPERIÊNCIA, 2006).

Segundo Carvalho; Fonseca e Pedrosa (2004), no Brasil, a adoção de uma

pedagogia para o envelhecimento bem sucedido começou a partir da década de 1980 nas

universidades. Consideradas como instituições de grande alcance social, as universidades da

terceira idade desempenham um importante papel na manutenção da qualidade de vida dos

idosos. As experiências das Universidades Abertas da Terceira Idade são importantes e devem

estar vinculadas, principalmente, à formação de recursos humanos, à pesquisa e à integração

de profissionais nas questões relativas à velhice e ao envelhecimento.

A Universidade da Experiência por ser um curso de extensão voltado às pessoas

acima de cinqüenta anos, visa proporcionar-lhes uma nova aprendizagem, um novo sonho

buscando renovar o seu dia-a-dia através de atividades físicas, disciplinas, seminários, cursos

oficinas, vivencias, lazer com orientação especializada.

Na Universidade da Experiência, os alunos matriculados participam de encontros

realizados nas dependências da Universidade do Sul de santa Catarina (UNISUL), de março a

dezembro, às terças, quartas e quintas-feiras, das 14:00 às 17:30 horas. Cada atividade ou

disciplina é oferecida em 2 horas semanais tendo um total de 30 horas semestrais, conforme o

cronograma de implantação. O aluno tem direito a matricular-se em quatro disciplinas quando

for oferecido em dois dias por semana e, em seis disciplinas quando oferecido em três dias. O

curso tem duração de dois anos, sendo que os alunos se matriculam sem necessidade de

realizar vestibular, e, após a sua conclusão, o aluno tem direito a certificado. Atualmente, a

Uniexperiência possui 71(setenta e um) alunos matriculados e 8 (oito) professores.

Esta Universidade conta com um total de 18 (dezoito) disciplinas englobando:

língua estrangeira I e II; computação na maturidade I, II, III e IV; nutrição; atividades

expressivas; ciclo de atualização; envelhecimento saudável II, III; preparação para a atividade

física; e atividade física II, III, IV; psicologia da comunicação humana, entre outros.

De acordo com a Uniexperiência (2006), estas disciplinas são divididas em quatro

semestres:

• No 1º semestre as disciplinas oferecidas são: Informática na Maturidade I; Língua

Estrangeira I (inglês); Nutrição para Melhor Idade; Vivendo e Aprendendo;

Preparação para Atividade Física e Técnicas Anti-stress.

• No 2º semestre: Informática na Maturidade II; Língua Estrangeira II (inglês);

Envelhecimento Saudável I; Cantando e Relaxando; Atividade Física.

• No 3º semestre: Informática na Maturidade III; Vivendo com Arte; Reconstruindo o

Natural; Conversando; Atividade Física e Atividade Física.

• No 4º semestre: Informática na Maturidade IV; Psicologia da Comunicação Humana;

Envelhecimento Saudável II; Qualidade de Vida na Maturidade e Atividade Física.

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa, segundo Gil (1996, p.35), "[...] refere-se ao

planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação

quanto à previsão de análise e interpretação dos dados.”

3.1 Tipo de pesquisa

A determinação do tipo de estudo deve levar em conta três critérios de

classificação: nível, abordagem e procedimentos.

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível

Esta pesquisa, quanto ao nível, é caracterizada por ser uma pesquisa exploratória,

porque não vai haver grupos, ou seja, grupo A e grupo B, mas sim fazer levantamentos de

variáveis através de uma avaliação de desenvolvimento motor na terceira idade.

Segundo Köche (2003), na pesquisa exploratória não se trabalha com a relação

entre variáveis, mas com o levantamento da presença dessas variáveis e em relação a sua

caracterização de uma pesquisa quantitativa ou qualitativa, que tem como objetivo descrever

ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer.

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

Esta pesquisa, quanto à abordagem, foi caracterizada como uma pesquisa

quantitativa, porque a mensuração das variáveis serão analisadas, interpretadas e explicadas

através de tabelas e gráfico para traçar o perfil motor dos idosos da Universidade da

Experiência.

Chizzotti (2000) caracteriza uma pesquisa quantitativa quando se analisa a

mensuração de variáveis pré-estabelecidas, procurando verificar e explicar a análise da

freqüência de incidências e de correlações estatísticas, sendo que o pesquisador descreve,

explica e prediz.

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados

Este estudo se caracteriza por ser uma pesquisa descritiva porque se pretende

analisar, avaliar, interpretar e descrever o perfil motor dos idosos.

Segundo Rudio (2002), a pesquisa descritiva é aquela que o pesquisador procura

conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificá-la. Este tipo de pesquisa

está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrever, classificar e

interpretá-los.

3.2 População/ amostra

3.2.1 Sujeito da amostra

A população alvo deste estudo são idosos com idade igual ou superior a 60 anos,

alunos da Universidade da Experiência da Universidade do Sul de Santa Catarina do Campus

de Tubarão – SC.

A amostra foi composta por 30 (trinta) idosos, sendo 4 (quatro) do gênero

masculino e 26 (vinte e seis) do gênero feminino, na faixa etária de 60 a 79 anos que

satisfizeram os critérios de inclusão que são: estar matriculados na instituição, ter idade igual

ou superior a 60 anos, podendo apresentar ou não qualquer alteração ou enfermidade e ter

condições de realizar os testes motores. E como, critério de exclusão: o idoso que se recusar a

participar da pesquisa.

3.3 Procedimentos utilizados na coleta de dados

A coleta de dados deu-se no período 29 de agosto a 28 de setembro de 2006,

totalizando 5 (cinco) semanas, sendo realizada somente na terça, quarta e quinta-feira, em um

único período (vespertino).

Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e da Secretaria da Educação do

Estado de Santa Catarina, os dados foram coletados utilizando-se os seguintes procedimentos:

- contato com a Universidade da Experiência (UNIEXP), informando os objetivos da pesquisa

e solicitando a permissão para a coleta de dados;

- foi solicitado ao setor de coordenação da Uniexperiência uma lista com os nomes dos idosos

com idade igual ou superior a 60 anos que estudam na Instituição. Através desta, o contato

inicial foi na sala de aula, apresentando o objetivo da pesquisa, onde os idosos já eram

identificados com relação à disponibilidade destes para a pesquisa, já sendo entregue um

termo de consentimento livre e esclarecido (conforme anexo N) explicando sobre a realização

deste estudo e aplicação dos testes motores, também foi aplicado um questionário (conforme

apêndice A) para que os dados coletados sejam mais fidedignos;

- preparação dos materiais específicos para os testes de motricidade fina e global, equilíbrio,

esquema corporal, organização espacial e temporal;

- Aplicação dos testes motores, em que foi utilizada a Escala Motora para a Terceira Idade –

“EMTI” (ROSA NETO, 2002).

A possibilidade de obter resultados válidos na utilização da Escala Motora para a

Terceira Idade (EMTI) depende, em grande parte, do cuidado com que seguem as instruções,

tanto de aplicação como de correção, que expressamente se determinam. Qualquer

modificação na estrutura dos testes (critérios de avaliação, métodos para calcular as

pontuações, idades motoras, etc.), pode levar a observações errôneas. O examinador deve

estar especialmente treinado (competência, coordenação nas provas, lugar adequado, tempo

suficiente e material adequado), habilitado com a aplicabilidade das provas, seguindo passo a

passo todas as suas fases, de forma que possa seguir as normas e registrar as respostas sem

vacilações e contestar as observações que manifeste o sujeito. Geralmente, o exame motor se

realiza sem a presença de parentes próximos. Em ocasiões em que tal situação não ocorra, o

parente deve permanecer em segundo plano, preferencialmente, fora da vista do idoso.

Os idosos que participaram dos testes motores permaneceram com roupa normal,

tirando aquelas que poderiam interferir nos movimentos. Para não deslizar e, ao mesmo

tempo, permitir uma correta observação nas provas de coordenação e equilíbrio, o mesmo

deveria retirar os calçados. Os testes foram aplicados segundo as ordens: motricidade fina,

motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e organização

temporal. O tempo estimado para aplicação foi de aproximadamente 15 a 40 minutos, devido

às diferenças individuais. Quando o idoso tinha êxito numa prova, o resultado era positivo,

sendo registrado com o símbolo “+”. Quando a prova tinha resultado positivo apenas com um

dos membros (direito ou esquerdo), se registrava “1/2 +”. Se a prova tem resultado negativo,

se registra “-”. A avaliação foi realizada numa sala da Universidade da Experiência contendo

espaço físico suficiente para facilitar o manejo dos materiais do exame, lugar este que teve

características de ser livre de barulhos (silencioso), bem iluminado e ventilado, livre de ruídos

e interrupções exteriores.

3.3.1 Testes Motores

3.3.1.1 Motricidade fina

3.3.1.1.1 Nível 2: construção de uma torre

Os seis cubos estarão em desordem, sendo que se tomam quatro cubos e, com

eles, é montado uma torre diante do idoso.

Depois de demonstrado como se faz a torre, o idoso deverá fazê-lo igual com

quatro ou mais cubos quando lhe for indicado.

3.3.1.1.2 Nível 3: construção de uma ponte

Os seis cubos estarão em desordem, sendo que se tomam três cubos e, com eles, é

construída uma ponte diante do idoso. Depois de demonstrado como se faz esta ponte, ele

deverá fazer uma semelhante.

Poderá ser ensinada várias vezes a forma de fazer a ponte, sendo que ela deverá

manter-se por si só.

3.3.1.1.3 Nível 4: enfiar a linha na agulha

Com uma linha número 60 e agulha de costura (1 cm x 1 cm), o idoso deverá estar

com as mãos separadas numa distância de 10 cm. A linha deverá passar pelos dedos em 2 cm,

sendo que o comprimento total da linha é de 15 cm.

O idoso deverá passar a linha por dentro da agulha, com uma duração de 9

segundos, podendo repetir somente duas vezes.

3.3.1.1.4 Nível 5: fazer um nó

Com um par de cordões de sapatos de 45 cm e um lápis, o idoso deverá prestar

atenção na realização de um nó simples, realizado pelo fisioterapeuta, em um lápis. Então, o

idoso deverá fazer este nó simples no lápis ou no dedo do examinador, qualquer tipo de nó é

aceito, desde que não se desmanche.

3.3.1.1.5 Nível 6: labirinto

O idoso estará sentado numa mesa diante de um lápis e uma folha contendo os

labirintos (ver anexo A).

Então, ele traçará com um lápis uma linha contínua da entrada até a saída do

primeiro labirinto e, imediatamente, iniciar o próximo. Após 30 segundos de repouso, ele

começará o mesmo exercício com a mão esquerda.

Serão considerados como erros: se a linha ultrapassar o labirinto mais de duas

vezes com a mão dominante e mais três vezes com a mão não dominante, se ultrapassar o

tempo máximo e se levantar mais que uma vez o lápis do papel.

A duração é de 1 minuto e 20 segundos para a mão dominante (direita ou

esquerda) e 1 minuto e 25 segundos para a mão não dominante (direita ou esquerda).

O idoso terá somente duas tentativas em cada mão.

3.3.1.1.6 Nível 7: bolinhas de papel

O idoso deverá fazer uma bolinha compacta com um pedaço de papel de seda (5 cm x

5 cm) com uma só mão, a palma da mão deverá estar para baixo, no qual é proibido a ajuda da

outra mão. Após 15 segundos de repouso, o mesmo exercício deve ser realizado com a outra

mão. Será considerado erro: ultrapassar o tempo máximo ou deixar a bolinha pouco compacta.

Tem como duração 15 segundos para a mão dominante e 20 segundos para a mão não

dominante.

Ele terá somente duas tentativas para cada mão. Na realização deste teste será

observado se há sincinesias (movimentos involuntários).

3.3.1.1.7 Nível 8: ponta do polegar

Com a ponta do polegar, o idoso deverá tocar com a máxima velocidade possível

os dedos da mão, um após o outro, sem repetir a seqüência. Ele iniciará do dedo menor para o

polegar, retornando novamente para o dedo menor. O mesmo exercício será realizado com a

outra mão.

Será considerado erro: tocar várias vezes o mesmo dedo, tocar dois dedos ao

mesmo tempo, esquecer-se de um dedo ou ultrapassar o tempo máximo.

O idoso conta com 5 segundos de duração para realizar este teste e duas tentativas

para cada mão.

3.3.1.1.8 Nível 9: lançamento com uma bola

O idoso deverá arremessar uma bola (6 cm de diâmetro) em um alvo de 25 cm x

25 cm, situado na altura do peito, 1,50 m de distância (lançamento a partir do braço

flexionado, mão próxima do ombro, pés juntos).

Será considerado erro: deslocar de modo exagerado o braço, não fixar o cotovelo

ao corpo durante o arremesso ou acertar menos de duas vezes sobre três com a mão

dominante e uma sobre três com a mão não dominante. Terá três tentativas para cada mão.

3.3.1.1.9 Nível 10: círculo com o polegar

A ponta do polegar esquerdo deve estar sobre a ponta do índice direito e, depois

ao contrário. O índice direito deixa a ponta do polegar esquerdo e, o idoso desenhará uma

circunferência ao redor do índice esquerdo, que irá buscar a ponta do polegar esquerdo,

entretanto, permanecerá o contato do índice esquerdo com o polegar direito.

Dez movimentos sucessivos regulares devem ser feitos com a maior velocidade

possível em um espaço de tempo de 10 segundos. Em seguida, o idoso fechará os olhos e

continuará assim para realizar mais dez movimentos.

Será considerado erro: se o movimento for mal-executado, haver menos de 10

círculos ou executar a tarefa apenas com os olhos abertos. O sujeito terá apenas três tentativas.

3.3.1.1.10 Nível 11: agarrar uma bola

O idoso deverá agarrar uma bola (6 cm de diâmetro) com uma mão, que será

lançada numa distância de 3 m. Ele manterá o braço relaxado ao longo do corpo até que se

diga “agarre”. Após 30 segundos de repouso, o mesmo exercício será realizado, mas com a

outra mão.

Será considerado erro: agarrar a bola menos de três vezes sobre cinco com a mão

dominante e menos de duas vezes sobre cinco com a mão não dominante. Ele terá cinco

tentativas para cada mão.

3.3.1.2 Organização global

3.3.1.2.1 Nível 2: subir sobre um banco

O idoso irá subir, com apoio da examinadora, em um banco de 15 cm de altura,

situado ao lado de uma parede, e descer.

3.3.1.2.2 Nível 3: saltar sobre uma corda

Com os pés juntos, o idoso deve saltar por cima de uma corda estendida sobre o

solo, sem impulso, pernas flexionadas.

Será considerado erro: se os pés estiverem separados ou perder o equilíbrio e cair.

O idoso terá três tentativas, sendo que, duas deverão ser positivas.

3.3.1.2.3 Nível 4: saltar sobre o mesmo lugar

O idoso deverá dar de sete ou oito saltos sucessivamente, sobre o mesmo lugar

com as pernas ligeiramente flexionadas.

Será considerado erro: movimentos não simultâneos de ambas as pernas ou cair

sobre os calcanhares. Ele terá somente duas tentativas.

3.3.1.2.4 Nível 5: saltar uma altura de 20 cm

Com os pés juntos, o idoso irá saltar sem impulso uma altura de 20 cm. Terá como

materiais dois suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, numa

altura de 20 cm. Será considerado erro: tocar no elástico, cair, apesar de não ter tocado nele

ou tocar no chão com as mãos.

Ele terá três tentativas, sendo que duas deverão ser positiva.

3.3.1.2.5 Nível 6: caminhar em linha reta

O idoso estará com os olhos abertos e irá percorrer uma distância de 2 m em linha

reta, posicionando, alternadamente, o calcanhar de um pé contra a ponta do outro.

Será considerado erro: afastar-se da linha, balancear ou afastar um pé do outro.

Terá somente três tentativas.

3.3.1.2.6 Nível 7: pé manco

Com os olhos abertos, o idoso irá saltar ao longo de uma distância de 5 m com a

perna esquerda, a direita estará flexionada num ângulo reto com o joelho, e os braços

relaxados ao longo do corpo. Após descansar por 30 segundos, irá realizar o mesmo exercício

com a outra perna.

Será considerado erro: distanciar-se mais de 50 cm da linha, tocar no chão com a

outra perna ou balançar os braços. Terá duas tentativas para cada perna, sendo que o tempo é

indeterminado.

3.3.1.2.7 Nível 8: saltar uma altura de 40 cm

Com os pés juntos o idoso irá saltar, sem impulso, uma altura de 40 cm. Este teste

tem como materiais dois suportes com uma linha elástica fixada nas extremidades dos

mesmos, numa altura de 40 cm. Ele terá três tentativas no total, sendo que duas deverão ser

positivas.

3.3.1.2.8 Nível 9: saltar sobre o ar

O idoso irá saltar no ar, flexionando os joelhos para tocar os calcanhares com as

mãos. Considera-se erro se o idoso não tocar nos calcanhares. Ele terá três tentativas.

3.3.1.2.9 Nível 10: pé manco com uma caixa de fósforos

O idoso estará com o joelho flexionado num ângulo reto, braços relaxados ao

longo do corpo. A 25 cm do pé que repousa no solo, coloca-se uma caixa de fósforos. Então,

o idoso deverá levá-la impulsionando-a com o pé até o ponto situado a 5 m.

Será considerado erro: tocar no chão (ainda que uma só vez) com o outro pé,

movimentar exageradamente os braços, a caixa ultrapassar mais de 50 cm do ponto fixado ou

falhar no deslocamento da caixa. O idoso terá três tentativas.

3.3.1.2.10 Nível 11: saltar sobre uma cadeira

O idoso irá saltar sobre uma cadeira de 45 cm a 50 cm numa distância de 10 cm

da mesma. O encosto será sustentado pelo examinador.

Será considerado erro: perder o equilíbrio e cair ou agarrar-se no encosto da

cadeira. Ele terá três tentativas.

3.3.1.3 Equilíbrio

3.3.1.3.1 Nível 2: equilíbrio estático sobre um banco

Sobre um banco de 15 cm de altura, o idoso deve subir e manter-se imóvel

(parado), pés juntos e braços ao longo do corpo. Será considerado erro: deslocar os pés e

mover os braços. Tendo duração de 10 minutos.

3.3.1.3.2 Nível 3: equilíbrio sobre um joelho

O idoso deve levar os braços ao longo do corpo, pés juntos, apoiando um joelho

no chão sem mover os braços ou o outro pé. O idoso deverá manter esta posição, com o

tronco ereto, sem sentar-se sobre o calcanhar. Após 20 segundos de descanso, deverá ser feito

o mesmo exercício com a outra perna.

Considera-se erro: se o tempo for inferior a 10 segundos, deslizamentos dos

braços, do pé ou joelho ou sentar-se sobre o calcanhar. Terá duas tentativas para cada perna.

3.3.1.3.3 Nível 4: equilíbrio com o tronco flexionado

Com os olhos abertos, pés juntos, mãos apoiadas nas costas: o idoso deve

flexionar o tronco em ângulo reto e manter esta posição.

Considera-se erro: mover os pés, flexionar as pernas ou tempo inferior a 10

segundos. O examinado terá somente duas tentativas.

3.3.1.3.4 Nível 5: equilíbrio nas pontas dos pés

O idoso, na posição ereta, deve manter-se sobre a ponta dos pés, olhos abertos,

braços ao longo do corpo, pés e pernas juntos. Terá duração de 10 segundos e três tentativas.

3.3.1.3.5 Nível 6: pé manco estático

Com os olhos abertos, o idoso deve manter-se sobre a perna direita, a outra

permanecerá flexionada em ângulo reto, coxa paralela à direita e ligeiramente em abdução,

braços ao longo do corpo. Ele deve fazer um descanso de 30 segundos, e realizar o mesmo

exercício com a outra perna.

Considera-se erro: baixar mais de três vezes a perna levantada, tocar com o outro

pé no chão, saltar ou elevar-se sobre a ponta dos pés. Esse teste terá duração de 10 segundos e

três tentativas.

3.3.1.3.6 Nível 7: equilíbrio de cócoras

O idoso deve ficar de cócoras, braços estendidos lateralmente, olhos fechados,

calcanhares e pés juntos. Considera-se erro: cair, sentar-se sobre os calcanhares, tocar no chão

com as mãos, deslizar-se ou baixar os braços três vezes. Terá duração de 10 segundos e três

tentativas.

3.3.1.3.7 Nível 8: equilíbrio com o tronco flexionado

Com os olhos abertos, mãos nas costas, o idoso deve elevar-se sobre as pontas dos

pés e flexionar o tronco em ângulo reto (pernas retas). Será considerado erro: flexionar as

pernas mais de duas vezes, mover-se do lugar ou tocar no chão com os calcanhares. Terá

duração de 10 segundos e duas tentativas.

3.3.1.3.8 Nível 9: fazer o quatro

O idoso deve manter-se sobre o pé esquerdo, a planta do pé direito apoiada na

face interna do joelho esquerdo, mãos fixadas nas coxas e olhos abertos. Após um descanso

de 30 segundos, executar o mesmo movimento com a outra perna.

Será considerado erro: deixar cair uma perna, perder o equilíbrio ou elevar-se

sobre a ponta dos pés. Terá duração de 15 segundos e duas tentativas para cada perna.

3.3.1.3.9 Nível 10: equilíbrio na ponta dos pés – olhos fechados

O idoso deve manter-se sobre a ponta dos pés, olhos fechados, braços ao longo do

corpo, pés e pernas juntas. Será considerado erro: mover-se do lugar, tocar o chão com os

calcanhares ou balançar o corpo (permite-se ligeira oscilação). Terá duração de 15 segundos e

três tentativas.

3.3.1.3.10 Nível 11: pé manco estático – olhos fechados

Com os olhos fechados, o idoso deve manter-se sobre a perna direita, o joelho

esquerdo flexionado em ângulo reto, coxa esquerda paralela à direita e em ligeira abdução,

braços ao longo do corpo. Após de 30 segundos de descanso, ele deve repetir o mesmo

exercício com a outra perna. Considera-se erro: baixar mais de três vezes a perna, tocar o chão

com a perna levantada, mover-se do lugar ou saltar. O teste terá duração de 10 segundos e

duas tentativas para cada perna.

3.3.1.4 Esquema corporal

3.3.1.4.1 Nível 2-5: controle do próprio corpo

3.3.1.4.1.1 Prova de imitação dos gestos simples (movimentos das mãos/nível 2-5)

O idoso estará de pé diante do examinador, imitará os movimentos de mãos e

braços que o examinador realizará. Ele ficará sentado, próximo ao idoso, para poder pôr suas

mãos em posição neutra entre cada um destes gestos (conforme o anexo B).

O quadro 1 descreve os gestos simples com os movimentos das mãos.

Item 1 O examinador apresenta suas mãos abertas, palmas para face do sujeito (40 cm de distância entre as mãos, a 20 cm do peito).

Item 2 O mesmo exercício, porém com os punhos fechados. Item 3 Mão esquerda aberta, mão direita fechada. Item 4 Posição inversa à anterior. Item 5 Mão esquerda vertical, mão direita horizontal, tocando a mão esquerda em ângulo

reto. Item 6 Posição inversa. Item 7 Mão esquerda plana, polegar em nível do esterno, mão e braço direito inclinados,

distância de 30 cm entre as mãos, mão direita por cima da mão esquerda. Item 8 Posição inversa. Item 9 As mãos paralelas, a mão esquerda está diante da mão direita a uma distância de

20 cm, a mão esquerda está por cima da direita, desviada uns 10 cm. Previamente se pede ao idoso que feche os olhos, a profundidade pode deduzir-se do movimento das mãos do examinador.

Item 10 Posição inversa. Quadro 1: Gestos simples com os movimentos das mãos. Fonte: Rosa Neto (2002, p. 60).

3.3.1.4.1.2 Prova de imitação de gestos simples (movimentos dos braços)

O quadro 2 descreve os gestos simples como os movimentos dos braços (ver

anexo C).

Item 11 O examinador estende o braço esquerdo, horizontalmente para à esquerda, com a mão aberta.

Item 12 O mesmo movimento, porém com o braço direito, para à direita. Item 13 Levantar o braço esquerdo. Item 14 Levantar o braço direito. Item 15 Levantar o braço esquerdo e estender o direito para à direita. Item 16 Posição inversa. Item 17 Estender o braço esquerdo para diante e levantar o direito. Item 18 Posição inversa. Item 19 Com os braços estendidos obliquamente, mão esquerda no alto, mão direita abaixo,

com o tronco erguido. Item 20 Posição inversa.

Quadro 2: Gestos simples com os movimentos dos braços. Fonte: Rosa Neto (2002, p. 62).

3.3.1.4.1.3 Pontuação

A tabela 1 mostra os níveis de 3 a 5 e seus conseqüentes pontos para os testes de

controle do próprio corpo

Tabela 1: Níveis e pontos do controle do próprio corpo

IDADE CRONOLÓGICA PONTOS

Nível 3 7-12 acertos Nível 4 13-16 acertos Nível 5 17-20 acertos

Fonte: Rosa Neto (2002, p.62).

3.3.1.4.2 Nível 6-11: Prova de rapidez

Material: folha de papel quadriculado com 25 x 18 cm2 (quadro de 1 cm de lado),

lápis preto no 2 e cronômetro. A folha quadriculada se apresenta em sentido longitudinal. O

idoso pegará o lápis e fará um risco em cada quadrado, o mais rápido que puder. Ele poderá

fazer o risco que quiser, porém apenas um risco em cada quadrado. O idoso não deverá pular

nenhum quadrado porque não poderá voltar atrás. O mesmo poderá pegar o lápis com a mão

que preferir - mão dominante (conforme o anexo D). Para a realização desta prova, o idoso

terá 1 minuto para.

Critérios da prova:

• casos os traços forem lentos e precisos ou em forma de desenhos geométricos, repetir

uma vez mais a prova, mostrando claramente os critérios;

• observar durante a prova se o idoso apresenta dificuldades na coordenação motora,

instabilidade, ansiedade, e sincinesias.

A pontuação é feita através da quantidade de traços que se consegue obter durante

um minuto como mostra a tabela 2.

Tabela 2: Pontuação da prova de rapidez

NÍVEL NÚMERO DE TRAÇOS 6 57-73 7 74-90 8 91-99 9 100-106

10 107-114

11 115 ou mais Fonte: Rosa Neto (2002, p.63).

3.3.1.5 Organização espacial

3.3.1.5.1 Nível 2: tabuleiro/ posição normal

Apresenta-se o tabuleiro para o idoso, com a base do triângulo frente a ele. Então,

tiram-se as peças, posicionando-as na frente de suas respectivas perfurações (conforme o

anexo E).

O idoso deverá colocar as peças nos buracos e contará somente com duas

tentativas.

3.3.1.5.2 Nível 3: tabuleiro/ posição invertida

O mesmo material utilizado anteriormente, porém, deve-se retirar as peças e

deixá-las alinhada com o vértice do triângulo posicionado para o idoso. Então, deve-se dar

uma volta no tabuleiro (conforme o anexo F). Não tem um limite de tempo, e o idoso, terá

duas tentativas.

3.3.1.5.3 Nível 4: prova dos palitos

Dois palitos de diferentes comprimentos: 5 cm e 6 cm. Os palitos serão colocados

sobre uma mesa, na qual estarão paralelos e separados por 2,5 cm. Então, o examinador irá

perguntar para o idoso qual é o palito mais comprido, e ele deverá colocar o dedo em cima

deste palito (conforme o anexo G). Serão realizadas três provas trocando de posição os

palitos. Se ele falhar numa das três tentativas, irá ser feito mais três, trocando as posições dos

palitos. O resultado será positivo quando o idoso acertar três de três tentativas ou cinco de seis

tentativas.

3.3.1.5.4 Nível 5: jogo de paciência

Será colocado um retângulo de cartolina de 14 cm x 10 cm e em sentido

longitudinal, diante do idoso. Ao seu lado e um pouco mais próximo do sujeito, as duas

metades do outro retângulo, cortado pela diagonal, com as hipotenusas para o exterior e

separadas uns centímetros. Então, o idoso deverá pegar os retângulos e juntá-los de maneira

que saia algo parecido ao retângulo (conforme o anexo H). Ele terá três tentativas em 1

minuto, sendo que o número de tentativas será duas, e para cada tentativa não deverá

ultrapassar 1 minuto.

3.3.1.5.5 Nível 6: direita/Esquerda - conhecimento sobre si

O idoso deverá identificar em si mesmo a noção de direita e esquerda. Ele deverá:

1. Levantar a mão direita.

2. Levantar a mão esquerda.

3. Indicar o olho direito.

O examinador não executará nenhum movimento, apenas o idoso. O mesmo

deverá realizar todos os movimentos corretamente acertando os três movimentos, porque não

haverá tentativas (conforme o anexo I).

3.3.1.5.6 Nível 7: Execução de movimentos

O examinador irá solicitar que o idoso realize os movimentos, de acordo com a

seqüência a seguir.

1. Mão direita na orelha esquerda.

2. Mão esquerda no olho direito.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha direita.

5. Mão direita no olho direito.

6. Mão esquerda na orelha esquerda.

Destes seis movimentos o idoso tem que acertar cinco.

3.3.1.5.7 Nível 8: Direita/Esquerda - reconhecimento sobre outro

O examinador se colocará de frente para o idoso e pedirá a ele:

1. Toca na minha mão direita.

2. Toca na minha mão esquerda.

3. Em qual mão está a bola?

O idoso terá que acertar todos os três (ver anexo J).

3.3.1.5.8 Nível 9: Reprodução de movimentos - representação humana

Frente a frente, o examinador irá executar alguns movimentos e o idoso deverá

prestar muita atenção nos movimentos das mãos.

O examinador deverá explicar todo o procedimento em relação às mãos, orelhas e

olhos direito e esquerdo. Se o idoso entender o teste, deverá ser prosseguido (ver anexo K).

Os movimentos são:

1. Mão esquerda no olho direito.

2. Mão direita na orelha direita.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha esquerda.

5. Mão direita no olho direito.

6. Mão esquerda na orelha direita.

7. Mão direita na orelha esquerda.

8. Mão esquerda no olho esquerdo.

O idoso terá direito de acertar seis movimentos dos oito pedidos.

3.3.1.5.9 Nível 10: Reprodução de movimentos - figura esquematizada

Frente a frente, o examinador irá mostrar algumas figuras esquematizadas e o

idoso terá que prestar muita atenção nos desenhos e depois irá produzi-los (conforme o anexo

L).

Os mesmos movimentos executados anteriormente (3.3.1.5.8), deverão ser

realizados pelo idoso, mas com a mesma mão do boneco esquematizado.

Os movimentos são:

1. Mão esquerda no olho direito.

2. Mão direita na orelha direita.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha esquerda.

5. Mão direita no olho direito.

6. Mão esquerda na orelha direita.

7. Mão direita na orelha esquerda.

8. Mão esquerda no olho esquerdo.

O idoso deverá acertar seis movimentos dos oito realizados.

3.3.1.5.10 Nível 11: Reconhecimento da posição relativa de três objetos

Sentados, frente a frente, o examinador fará algumas perguntas para o idoso que

permanecerá com os braços cruzados. Serão utilizados como material: três cubos ligeiramente

separados (15 cm), colocados da esquerda para a direita sobre a mesa, como segue: azul,

amarelo, vermelho. O examinador irá perguntar: “você vê os três objetos (cubos) que estão a

sua frente? Você irá responder rapidamente as perguntas que irei fazer”.

1. O cubo azul está à direita ou à esquerda do vermelho?

2. O cubo azul está à direita ou à esquerda do amarelo?

3. O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do azul?

4. O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do vermelho?

5. O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do amarelo?

6. O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do azul?

Destas seis perguntas o idoso deverá acertar cinco.

3.3.1.6 Organização temporal

3.3.1.6.1 Parte I (Nível de 2-5)

3.3.1.6.1.1 Linguagem

Estruturas temporais de linguagem expressiva e observação da linguagem

espontânea. Será bem resolvida a prova em que o idoso consegue repetir ao menos uma das

frases sem erro.

3.3.1.6.1.1.1 Nível 2

Frase de duas palavras.

3.3.1.6.1.1.2 Nível 3

O idoso deverá repetir as seguintes frases:

“Eu tenho um cachorro pequeno”.

“Meu irmão é professor”.

3.3.1.6.1.1.3 Nível 4

O idoso deverá repetir as seguintes frases:

“Vamos comprar pastéis para a Maria”.

“O João gosta de caminhar”.

3.3.1.6.1.1.4 Nível 5

O idoso deverá repetir as seguintes frases:

“Paulo vai construir um castelo de areia”.

“Luís se diverte jogando futebol com seu amigo”.

3.3.1.6.2 Parte II (Nível 6-11)

3.3.1.6.2.1 Estrutura espaço-temporal

3.3.1.6.2.1.1 Reprodução para meio de golpes – Estruturas corporais

O quadro 3 mostra os testes a serem realizados pelos idosos através da reprodução

por meios de golpes.

ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0 TESTE 01 000 TESTE 11 0 0000 TESTE 02 00 00 TESTE 12 00000 TESTE 03 0 00 TESTE 13 00 0 00 TESTE 04 0 0 0 TESTE 14 0000 00 TESTE 05 0000 TESTE 15 0 0 0 00 TESTE 06 0 000 TESTE 16 00 000 0 TESTE 07 00 0 0 TESTE 17 0 0000 00

TESTE 08 00 00 00 TESTE 18 00 0 0 00 TESTE 09 00 000 TESTE 19 000 0 00 0 TESTE 10 0 0 0 0 TESTE 20 0 0 000 00

Quadro 3: Reprodução de golpes - estruturas corporais Fonte: Rosa Neto (2002, p.70).

O examinador e o idoso estarão sentados frente a frente, com um lápis na mão de

cada um. Então, ele irá escutar com atenção os diferentes sons, e com o lápis irá repeti-los. O

tempo curto será em torno de ¼ de segundo (00), dado com o lápis sobre a mesa, e o tempo

longo em torno de 1 segundo (0 0 0), dado com o lápis sobre a mesa.

O examinador dará golpes da primeira estrutura da prova e o idoso repetirá os

mesmos. Ele golpeará outras estruturas e o idoso continuará repetindo. Enquanto os tempos

curtos e longos são reproduzidos corretamente.

Os movimentos (golpes com um lápis) não poderão ser vistos pelo idoso

(conforme anexo M). Ensaios: se o idoso falhar, nova demonstração e novo ensaio. Parar

definitivamente quando o idoso cometer três erros consecutivos. Estes períodos de tempo são

difíceis de apreciar, mas o que importa é que a sucessão seja correta.

3.3.1.6.2.1.2 Simbolização (desenho) de estruturas espaciais

O quadro 4 mostra os testes a serem realizados através de simbolização de

estruturas espaciais.

ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0 TESTE 01 0 00 TESTE 6 0 0 0 TESTE 02 00 00 TESTE 7 00 0 00 TESTE 03 000 0 TESTE 8 0 00 0 TESTE 04 0 000 TESTE 9 0 0 00 TESTE 05 000 00 TESTE 10 00 00 0

Quadro 4: Simbolização de estruturas espaciais. Fonte: Rosa Neto (2002, p. 71).

As estruturas espaciais podem ser representadas com círculos (diâmetro de três

centímetros) colocados num cartão. Então, o idoso deverá desenhar umas esferas em um papel

com um lápis, de acordo com as figuras mostradas.

A prova deverá ser parada se o idoso falhar duas estruturas sucessivas.

3.3.1.6.2.1.3 Simbolização de estruturas temporais

3.3.1.6.2.1.3.1 Leitura – reprodução por meio de golpes

O quadro 5 mostra os testes aplicados através da reprodução por meio de golpes.

ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0 TESTE 01 000 TESTE 02 00 00 TESTE 03 00 0 TESTE 04 0 0 0 TESTE 05 00 00 00

Quadro 5: Reprodução por meio de golpes – estruturas temporais

Fonte: Rosa Neto (2002, p. 72).

As estruturas simbolizadas serão representadas exatamente da mesma maneira que

as estruturas espaciais (círculos colados sobre o cartão). Deve-se parar caso haja falha em

duas estruturas sucessivas.

3.3.1.6.2.1.3.2 Transcrição de estruturas temporais – ditado

O quadro 6 mostra a transcrição dos testes a serem aplicados de estruturas

temporais.

ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0 TESTE 01 0 00 TESTE 02 000 0 TESTE 03 00 000 TESTE 04 0 0 00 TESTE 05 00 0 0

Quadro 6: Transcrição de estruturas temporais Fonte: Rosa Neto (2002, p. 72).

O examinador dará os golpes com o lápis e o idoso irá desenhá-los. Deve-se parar

após dois erros sucessivos.

3.3.1.6.2.1.4 Resultados

Em todos os testes de organização temporal deve-se observar a mão utilizada, o

sentido das circunferências e compreensão do simbolismo (com ou sem explicação).

3.3.1.6.2.1.5 Pontuação

A tabela 3 está relacionada com a pontuação e níveis das estruturas espaciais e

temporais.

Tabela 3: Pontuação de reproduções das estruturas espaciais e temporais.

NÍVEL PONTOS

6 6-13 acertos 7 14-18 acertos 8 19-23 acertos 9 24-26 acertos 10 27-31 acertos 11 32-40 acertos

Fonte: Rosa Neto (2002, p. 73).

3.3.1.7 Tabela de pontos

A classificação dos pontos em relação aos níveis de 2 a 11 da “ËMTI” esta sendo

demonstrada na tabela 4.

Tabela 4: Classificação dos pontos em relação aos níveis

Nível Pontos

2 24 3 36 4 48 5 60 6 72 7 84 8 96 9 108 10 120 11 132

Fonte: Rosa Neto, (2002, p. 39 ).

3.3.1.8 Classificação dos resultados

A tabela 5 mostra a classificação da aptidão motora geral da “EMTI”.

Tabela 5: Escala de aptidão motora geral (pontos e classificação) Pontos Classificação

130 ou mais Muito superior 120 – 129 Superior 110 – 119 Normal alto 90 – 109 Normal médio 80 – 89 Normal baixo 70 – 79 Inferior

69 ou menos Muito inferior Fonte: Rosa Neto, (2002, p. 39).

3.3.1.9 Definição dos termos

• Prova motora: é a prova correspondente a uma idade motora específica (motricidade

fina, equilíbrio, etc.).

• Idade motora (IM): é o procedimento aritmético para pontuar e avaliar os resultados

dos testes.

• Idade cronológica (IC): obtêm-se através da data de nascimento da idosa dada em

anos, meses e dias. Logo, transforma-se essa idade em meses.

• Idade motora geral (AMG): obtém-se através da soma dos resultados obtidos nas

provas motoras, expresso em meses. Os resultados positivos obtidos nos testes são

representados pelo símbolo (1), os valores negativos (0) e os valores parcialmente positivos

são representados pelo símbolo (1/2).

AMG = AM1 + AM2 + AM3 + AM4 + AM5 + AM6

6

• Idade negativa ou positiva (IN / IP): é a diferença entre a idade motora geral e a idade

cronológica. Os valores serão positivos quando a idade motora geral apresentar valores

numéricos superiores à idade cronológica, geralmente expressa em meses.

• Idade motora 1 (AM1): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados nos

testes de motricidade fina - expressa em meses.

• Idade motora 2 (AM2): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados nos

testes de coordenação global - expressa em meses.

• Idade motora 3 (AM3): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados nos

testes de equilíbrio - expressa em meses.

• Idade motora 4 (AM4): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados nos

testes de esquema corporal (controle do próprio corpo e rapidez) - expressa em meses.

• Idade motora 5 (AM5): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nas provas de organização espacial - expressa em meses.

• Idade motora 6 (AM6): é obtida através da soma dos valores positivos alcançados nos

testes de organização temporal (linguagem e estruturação espaço temporal) - expressa em

meses.

3.4 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Os instrumentos utilizados para o presente estudo foram:

• Questionário semi-estruturado (conforme o apêndice A), direcionado aos idosos, com

o objetivo de identificar alterações e enfermidades neuromusculoesquelética, visual, o uso de

algum tipo de medicamento pelo idoso, a realização de algum tipo de atividade física, ver o

grau de escolaridade e se ele mora sozinho. O questionário foi formulado com 10 (dez)

questões, sendo 5 (cinco) fechadas, 2 (duas) semi –fechadas e 2 (duas) abertas, este

questionário foi avaliado por 5 (cinco) fisioterapeutas tendo a validade de 100% e clareza

60%.

• A Escala Motora para a Terceira Idade – EMTI (ROSA NETO, 2002), que é uma

escala brasileira de desenvolvimento motor desenvolvida por Francisco Rosa Neto, que

consiste em graduar o perfil motor dos idosos através da realização de testes de motricidade

fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e o

Kit EDM que segue com um manual, folha de resposta, instrumentos para aplicação dos

testes, programa de informática. A folha de resposta, conforme Rosa Neto (2002, p. 36), está

formatada para facilitar o registro dos resultados e dos apontamentos sobre o sujeito durante

as provas. Esta folha conta com os seguintes dados:

· identificação do idoso;

· data do Exame;

· resultados;

· resumo de pontos;

· perfil Motor.

Os testes foram aplicados de acordo com a folha de resposta, ou seja, todos foram

testados a partir do nível dois.

O exame iniciou-se pela seqüência de provas motoras citadas pelo autor da escala

– Rosa Neto (2002).

A idade de desenvolvimento encontrada na folha de resposta de acordo com a

idade deve ser dividida pela idade cronológica em meses, visto que o resultado deve ser

multiplicado por 100 (cem), logo se obtém o quociente de desenvolvimento em cada setor que

é representado através de um gráfico, no item perfil motor.

As fórmulas estão demonstradas no item 3.3.1.9 – definição dos termos.

Os valores dos gráficos do quociente de desenvolvimento em cada setor e o

quociente de desenvolvimento global são classificados, segundo Rosa Neto (2002), de acordo

com os níveis encontrados no item 3.3.1.8 – classificação de resultados.

Para aplicação da escala foram utilizados os seguintes materiais auxiliares:

· seis cubos de 2,5 cm de cor amarelo, azul e vermelho ;

· linha no 60;

· agulha de costura (1cm x 1mm);

· um cordão de sapatos de 45 cm ;

· cronômetro sexagesimal;

· papel de seda;

· bola de borracha ( 6 cm de diâmetro);

· cartolina branca;

· linha no 60;

· borracha e folhas de papel em branco (Motricidade Fina);

· banco de 15 cm ;

· corda de 2 m ;

· elástico;

· suporte para saltar;

· uma caixa de fósforos;

· uma cadeira de 45 cm de altura (Motricidade Global);

· banco de 15 cm ;

· cronômetro sexagesimal (Equilíbrio);

· lápis no 2;

· cronômetro sexagesimal (Esquema Corporal);

· tabuleiro com três formas geométricas;

· palitos de 5 e 6 cm de comprimento;

· um retângulo e dois triângulos de cartolina;

· três cubos de cores diferentes;

· figuras de bonecos esquematizados (Organização Espacial);

· cronômetro sexagesimal;

· lápis no 2 (Organização Temporal).

3.5 Estudo piloto

O estudo piloto foi realizado na Cidade de Gravatal - SC, com amostra de 2 (dois)

idosos que não fazem parte da Universidade da Experiência, sendo, 1 do sexo masculino (73

anos de idade) e 1 do sexo feminino (69 anos de idade). Este estudo foi realizado com o

objetivo de conhecer as principais variáveis que poderiam atuar no momento da coleta

propriamente dita, assim, como a familiarização dos dados.

3.6 Análise e interpretação dos dados

Para a execução do trabalho estatístico, foi utilizado o programa de informática da

“Escala Motora para a Terceira Idade” EPI-INFO versão 6.0 (MERINO, 1996), para a

verificação de diferenças existentes da amostra na variável quantitativa. Também foi utilizado

a estatística descritiva, mediante análises das distribuições de freqüências simples e

percentuais, variâncias, desvio padrão, valor mínimo e máximo, mediana e média com o

intuito de avaliar o padrão motor e também para a obtenção das tabelas da amostra analisada.

Para o tratamento, foi utilizado o teste Coeficiente de Spearman como meio

estatístico de avaliação dos dados obtidos na pesquisa.

A discussão dos dados foi feita através de tabelas com os dados obtidos através

dos testes e do questionário aplicado.

3.7 Aspectos éticos da pesquisa

O idoso tem direito como cidadão. Tendo, pelo decorrer de muitos anos,

contribuído para a sociedade, de diversas maneiras, o Estado e as diversas estruturas sociais

têm o dever de conceder ao idoso o direito a um tratamento privilegiado, com ética e com

respeito às necessidades do cidadão idoso (LEME, 1994).

Este estudo teve como questão ética proteger a privacidade de cada idoso, objeto

da pesquisa, contando com o seu consentimento após ter recebido uma explicação clara e

completa sobre o tema do trabalho, de tal forma que pode compreender seus benefícios. Cada

idoso teve a garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer

dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;

teve, também, a liberdade de retirar o seu consentimento a qualquer momento e deixar de

participar da pesquisa. Teve também a segurança de que não seria identificado e se manteria o

caráter confidencial da informação relacionada com a sua privacidade.

A Comissão de Ética em Pesquisa – CEP UNISUL, no registro (código):

06.138.4.08.III aprovou conforme legislação federal brasileira (conforme o anexo O).

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A presente pesquisa caracteriza a realização de testes motores segundo a “EMTI”

(Escala Motora para a Terceira Idade) de Rosa Neto (2002) aplicada nos idosos.

Os dados serão apresentados e discutidos primeiramente analisando-se a

caracterização da amostra, e depois por gênero, em seguida os resultados do perfil social

obtidos através do questionário aplicado, O perfil da aptidão motora (grupo geral), os índices

de cada habilidade motora testada (AMG – aptidão motora geral, IM1 – motricidade fina, IM2

– motricidade global, IM3 – equilíbrio, IM4 – esquema corporal, IM5 – organização espacial,

IM6 – organização temporal) e a seguir a classificação da escala motora geral da população

estudada.

Assim sendo, os dados coletados junto à amostra seguem em tabelas de freqüência

simples e percentual, analisando-se as perguntas do questionário e o desenvolvimento motor

do grupo estudado segundo os resultados obtidos na “EMTI” (Rosa Neto, 2002).

Para analisar os resultados obtidos juntos a amostra foi utilizado o teste estatístico

descritivo Coeficiente de Sperman, para amostra independente, mediante a utilização do

Software STATDISK®. Utilizou-se um nível de confiança de 95% e de significância de 5%

em cada teste.

4.1 Caracterização da amostra

A população estudada refere-se a um grupo específico de idosos com idade igual

ou superior a 60 anos matriculados num único período, vespertino, de uma instituição privada

a Universidade da Experiência da cidade de Tubarão/SC.

A Universidade da Experiência consiste de 38 idosos matriculados com idade

igual ou superior a 60 anos, sendo que 8 (oito) idosos se recusaram a participar desta

pesquisa. Sendo assim, a amostra desta pesquisa foi composta de 30 idosos, sendo todos

alunos desta Universidade.

4.2 Distribuição por gênero

A tabela abaixo mostra a distribuição dos idosos participantes desta pesquisa

quanto ao gênero e a idade.

TABELA 1: Distribuição por gênero da amostra

Gênerio Idade (anos) Freqüência Percentual (%) Masculino 61-75 4 13,3% Feminino 60-79 26 86,7

Total 30 100,0

Conforme a tabela 1, pode se observar que a amostra deste estudo foi composta

por 30 idosos sendo 4 do gênero masculino com idade entre 61-75 anos obtendo um

percentual de 13,3% e 26 do gênero feminino com idade entre 60-79 anos correspondendo um

percentual de 86,7%.

Dentre os idosos estudados 1(uma) apresenta Parkinson e outra câncer de mama.

Nota-se que a maioria dos idosos é do gênero feminino pelo fato da Universidade

da Experiência ter mais mulheres matriculadas do que homem. Esta diferença ocorre pelo fato

de que a fase de envelhecimento é uma experiência diferente para os homens e para mulheres,

tanto na sua subjetividade como nas condições de vida, doença e morte. É bem maior o

número de mulheres, cujo peso populacional vem aumentando nas últimas faixas etárias da

vida. Mulheres idosas, comparadas com os homens, têm grandes desvantagens severidade das

incapacidades e nos seus arranjos familiares (LAHELMA; RAHKONEN, 1999 apud

ROMERO, 2002).

Segundo Poeta (2002), a maioria dos estudos com a população idosa, o gênero

feminino encontra-se normalmente em maior número quando relacionado ao gênero oposto.

Isto pode ter relação no maior índice de mortalidade do sexo masculino na terceira idade. Esta

questão relacionada com o gênero dos idosos pode ser evidenciada nos Grupos de

Conveniência, onde que por motivos sócio-culturais, os homens participam em menor

quantidade de qualquer atividade proposta a eles.

4.3 Perfil social dos idosos da Universidade da Experiência

O perfil social dos idosos da Uniexperiência foi traçado através da aplicação de

um questionário respondido por eles.

Então, a tabela abaixo esta relacionada ao estado civil e conveniência destes

idosos.

TABELA 2: Distribuição das características apresentadas pelos alunos da UNIEXP

Estado Civil Freqüência Porcentagem (%) Solteiro Casado

Divorciado Viúvo

Convivência Mora só

Não mora só

1 15 0

14 7

23

3,3% 50% 0%

46,7%

23,3% 76,7%

De acordo com esta tabela observa-se que 3,3% (1 idoso) é solteiro, 50% (15

idosos) são casados e 46,7% (14 idosos) são viúvos, 23,3% moram sozinhos e 76,7% não

moram sozinhos. Nota-se que a maioria dos idosos são casados, sendo que, os 4 (quatro)

homens estudados são casados. Os idosos que responderam que não moram sozinhos, tem

como companhia na casa esposo(a) e/ou filho(s) ou neto(s) ou amigo (s).

Em relação ao estado civil, apenas 1 (uma) idosa respondeu ser solteira pelo fato

de ser uma freira .

MEDEIROS (2003) encontrou em seu estudo 12 idosos casados, e o mesmo

número de viúvos. Na faixa etária entre 70-80 anos encontrou que das 12 mulheres estudadas

50% eram viúvas e 50% casadas. Dos 6 homens estudados 83,33% eram casados. Já na faixa

etária de 81 anos ou mais das 6 mulheres, 83,33% eram viúvas e 1 solteira (16,67%).

Em relação ao morar sozinho, para o idoso, tem sido associado a um decréscimo

na qualidade de vida, agravamento da morbidade e, até mesmo, indicador de risco de

mortalidade. De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), mais de

10% da população idosa brasileira morava sozinha, com a maior proporção recaindo as

mulheres, em especial as de 80 anos e mais de idade que residiam na zona rural (23%). Já em

relação aos norte-americanos os idosos moram com a sua família como, por exemplo, marido,

esposa, filho (os), neto (os) ou parentes mais próximos (INAN e PNSN 2003).

MEDEIROS (2003), em seu estudo sobre quedas em idosos, verificou que 85,6%

não moravam sozinhos na faixa etária entre 70-80 anos, das 16 mulheres, 2 (12,50%)

moravam sós, 14 (87,50) moravam com familiar. Na faixa etária de 81 anos ou mais, das 10

mulheres estudadas 5 (50,0%) moravam com cuidador, 3 (30%) moravam sós e 2 (20,0%)

moravam com familiar; os 3 (100,00%) homens nessa faixa etária, moravam com familiar.

Hoje, esta mais fácil para os idosos freqüentarem uma escola ou uma

universidade, pelo fato de que algumas décadas atrás as pessoas tinham que trabalhar para

ganhar dinheiro não tendo tempo para freqüentar uma escola diariamente levando as pessoas a

desistirem de estudar.

Em relação a isto a tabela 4 demonstra o grau de escolaridade dos idosos desta

pesquisa.

TABELA 4: Grau de instrução do idoso Grau de escolaridade Freqüência Percentual (%) Primário incompleto Primário completo Ginásio incompleto Ginásio completo

Colegial incompleto Colegial completo

Superior incompleto Superior completo

12 4 1 5 0 4 2 2

40% 13,3% 3,3%

16,7% 0%

13,3% 6,7% 6,7%

Total 30 100%

Pode-se observar nesta tabela, que 40% dos idosos tem primário incompleto,

13,3% primário completo, 3,3% ginásio incompleto, 16,7% ginásio completo, 13,3% colegial

completo, 6,7% superior incompleto e 6,7% superior completo.

Nota-se que a maioria dos idosos apresentam grau incompleto e que 2 (dois) tem

superior completo.

Segundo Berquó (1996), a escolaridade das pessoas idosas esta relacionada á

oportunidade de acesso á educação que acontecia de forma bastante assimétrica por classe

social e gênero, onde geralmente a educação era em grande parte restrita a elite social.

Com o envelhecimento os idosos vão apresentando alterações fisiológicas no

corpo, que leva a doenças degenerativas como artrose, osteoporose, por exemplo, deixando o

idoso mais “frágil” a quedas. Estas quedas muitas vezes levam a uma fratura ou mortalidade

pelo fato de o idoso ser considerado um individuo frágil.

Então, a tabela 5 esta relacionada com o número de quedas que o idoso já teve e

se nesta queda obteve alguma fratura.

TABELA 5: Número de quedas e se já apresentou fratura.

Número de quedas Freqüência Percentual (%) Nenhuma

1 2 3 4

Apresentou fratura Sim Não

8 6

11 0 5 9

21

26,7% 20%

36,7% 0%

16,6%

30% 70%

Os resultados apresentados na tabela 5 mostram que 8 idosos nunca caíram

representando 26,7%, 6 já caíram 1 vez correspondendo a 20%, 11 responderam que já caíram

duas vezes tendo um percentual de 36,7% e 5 idosos já caíram 4 vezes correspondendo um

percentual de 16,6%. Dentre estas pessoas que já caíram 30% (9 idosos) já apresentaram

alguma fratura e 70% dos idosos não houve fratura. Estas fraturas citadas pelos idosos foram

no braço e perna.

De acordo com Gordilho (2000) citado por MEDEIROS (2003 p.19),envelhecer

sem nenhuma doença crônica é mais a exceção do que a regra. Contudo, a presença de uma

doença crônica não implica que o idoso não possa gerir sua própria vida e encaminhar o seu

dia-a-dia de forma totalmente independente. A grande maioria dos idosos é na verdade,

absolutamente capaz de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem nenhuma necessidade

de ajuda de quem quer que seja. Esse idoso que mantém sua auto determinação e prescinde de

qualquer ajuda ou supervisão para realizar suas atividades diárias, deve ser considerado um

idoso saudável, ainda que seje portador de uma ou mais doenças crônicas.

Tinetti et al (1993); Brito e Costa (2001) relatam que a queda é um problema de

saúde publica e clínico entre as pessoas idosas isto é, com idade superior a 60 anos.

Segundo a AGS, BGS, AAOSPFP (2001) citado por Medeiros (2003 p.22),

esclarecem que a incidência de quedas e a gravidade de complicações relacionadas com elas

aumentam gradativamente após os 60 anos. Na população americana em geral, com 65 anos

ou mais, mesmo saudável, aproximadamente 35 a 40%, caem em cada ano. Depois dos 75

anos, as taxas aumentam. Aproximadamente 5% de quedas de idosos querem hospitalização.

King e Tinetti (1995) concluem que o medo de cair é comum em indivíduos que

já sofreram algum tipo de queda. No estudo realizado, entre 40 e 73% de idosos que

experimentaram queda recente, e 20 a 46% daqueles que não tiveram essa experiência, houve

referencia do medo de cair.

De acordo com os autores citados acima, dizem que a metade dos idosos que

temem cair restringem ou eliminam suas atividades físicas e sociais por medo. Entretanto, um

número significante de pessoas que não sofreram quedas, também restringe suas atividades

por medo de cair.

No que se refere aos fatores de risco independentes, associados com quedas,

incluem: idade avançada, raça branca, diminuição cognitiva, uso de medicamentos, doenças

crônicas especificas incluindo artrite, doença pulmonar, infarto, problemas com os pés,

diminuição da forca muscular, do equilíbrio para a marcha e vertigem (KING E TINETTI

1995).

Idosos saudáveis e ativos caem menos e entram mais em contato com perigos

ambientais, realizando atividades de risco, como subir em escadas de mão, andar

apressadamente ou correr, ao contrário de idosos frágeis e doentes (CARVALHES et al

1998).

Os estudos epidemiológicos, na sua maioria tem registrado que as mulheres

apresentam taxas mais elevadas de quedas que os homens e que estas aumentam com a idade,

mostrando que os idosos com mais de 75 anos caem mais (BRITO e COSTA 2001).

Tinetti et al (1990), estudando a eficácia das quedas tendo como medida o medo

de cair, verificaram que 65%dos idosos não moravam sozinhos.

Perracini e Ramos (2002) em estudo já citado, apresentaram como resultado que

no ano interior ao primeiro inquérito, dos 1.415 indivíduos idosos, com 65 anos ou mais,

30,9% dos idosos afirmaram ter caído e, desses, 10,8% relataram duas ou mais quedas.

Devido ao envelhecimento os idosos vão apresentando problemas visuais, como

por exemplo, não conseguem ler e/ou ver algo de perto ou de longe, dirigir entre outros. Isto

leva os mesmos a fazerem uso de óculos ou lentes de contato.

A tabela abaixo mostra se o idoso apresenta ou não algum problema visual e se o

mesmo faz uso de óculos.

TABELA 8: Idosos que apresentam algum problema de visão e se fazem uso de óculos.

Problema visual Freqüência Percentual (%) Sim Não

Faz uso de óculos Sim Não

27 3

27 3

90% 10%

90% 10%

De acordo com a tabela 90% dos idosos estudados apresentam algum problema

visual e fazem uso de óculos, e, 10% dos idosos não apresentam nenhum problema visual e

não fazem uso de óculos.

Segundo Nadeau et al (1985) o processo de envelhecimento causa alterações no

sistema nervoso, que são responsáveis por uma parte dos déficits sensoriais, os quais afetam o

aspecto motor, a visão e sensibilidade proprioceptiva.

Perracini e Ramos (2002), em seu estudo já citado, apontaram a visão deficiente

como um dos fatores de risco para quedas entre esses indivíduos. De acordo com este estudo,

idosos com diminuição leve, moderada e severa na acuidade visual apresentaram,

respectivamente, 1,4; 1,0; e 2,2 vezes mais a chance de caírem duas ou mais vezes. Idosos

com diminuição na sensibilidade ao contraste tinham 1,1 vez mais a chance de experimentar

queda e idosos com anormalidade no campo visual tinham 1,5 vez mais chance de

experimentar quedas recorrentes do que idosos sem essa limitação.

Segundo a AGS, BGS, AAOSPFP (2001) diz que na idade avançada há incidência

elevada de doenças como catarata, glaucoma e retinopatia, que podem comprometer a

capacidade de julgar uma queda iminente e proceder à ação corretiva. A interpretação da

informação espacial pode estar comprometida por déficit na acuidade visual, restrição do

campo visual, aumento da suscetibilidade à luz, percepção de profundidade deficiente ou

instabilidade na fixação do olhar. Sendo que, a acuidade visual pode diminuir em 80% aos 90

anos de idade e afeta a capacidade de perceber o contraste dos objetos e detalhes espaciais

(sensibilidade de contraste). A adaptação ao escuro é diminuída, há mais brilho como

resultado de catarata e a acomodação para mudanças na distância diminui rapidamente. Além

disso, há embaralhamento da visão periférica e aumento do tempo de resposta visual. Essa

perda na acuidade visual também pode ser um fator relacionado à perda de equilíbrio, uma

vez que a visão constitui o órgão sensorial que fornece a maior parte das informações

ambientais. Isso pode levar à queda diretamente, pela diminuição da estabilidade postural, ou

indiretamente, por reduzir a mobilidade e a função física.

Com o aumento da idade cronológica, podem surgir inúmeras causas de

fragilidade ou risco para indivíduos, das quais destacam a presença de inúmeras patologias,

ingestão de muitos medicamentos e reações adversas a esses medicamentos (FLORES e

MENGUE, 2005).

No Brasil, o número de idosos que consomem medicamentos vem aumentando

anualmente. Eles ingerem muitas vezes medicamentos não prescritos, ou seja, por si mesmo.

A tabela seguinte mostra as categorias terapêuticas que os idosos apresentam

relacionando com o consumo de medicamentos. Sendo que os mesmos consomem em média

de 0 á 8 tipos de medicamentos

TABELA 9: Medicamentos em uso por 30 idosos da Universidade da Experiência

Categorias terapêuticas Número de idosos que usam medicamentos

Artrose 2 Anti – depressivo 5

Diabetes mellitus do tipo 2 3 Enxaqueca 2 Epilepsia 1

Glaucoma crônico 1 Hipertensão arterial 15

Hipotireoidismo 4 Hiperlipidemia 4

Leucemia linfótica aguda 1 Labirintite 1 Parkinson 1

Refluxo Gastroesofágico 2 Regulador circulatório 4

Osteoporose 14 Tranquilisante 2

Nenhuma 4

Figuram entre as categorias terapêuticas mais comuns: a hipertensão arterial

sendo que 15 idosos fazem uso de algum tipo de medicamento para esta patologia, em

segundo lugar para a osteoporose no qual 14 idosos consomem algum tipo de medicamento,

em seqüência vem para ainti-depressivos (5), hipotireoidismo, hiperlipidemia, regulador

circulatório (4); diabetes mellitus tipo 2 (3), artrose, enxaqueca, refluxo gastroesofágico e

tranqüilizante (2) e por último epilepsia, glaucoma crônico, leucemia linfótica aguda,

labirintite e Parkinson (1). De acordo com a tabela acima, 4 (quatro) idosos não apresentam

nenhuma categoria terapêutica consequentemente não consomem medicamentos.

Nota-se que a prevalência de idosos em relação ao consumo de medicamentos

apresentou-se maior na hipertensão arterial e osteoporose, que são patologias muito

freqüentes nos idosos devido ao processo de envelhecimento.

De acordo com Bisi Molina et al (2003) a hipertensão arterial é considerada um

problema de saúde pública por sua magnitude, risco e dificuldades no seu controle. É também

reconhecida como um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do

acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.

No Brasil, em estudos realizados entre 1980 e 1998, em diversas regiões, foram

estimadas prevalências de hipertensão arterial entre 8% e 33%. Assim, certamente é um dos

fatores mais importantes na configuração da mortalidade brasileira, contribuindo para que as

doenças cardiovasculares sejam a primeira causa de mortalidade nos últimos vinte anos

(CAVALINI e CHOR, 2003).

Vários estudos populacionais evidenciam a importância do controle da

hipertensão para a redução da morbimortalidade cardiovascular. Desta forma, as elevadas

taxas de morbimortalidade cardiovascular em países de industrialização recente parecem

depender de modo importante da elevada prevalência de hipertensão arterial nesses países.

Apesar de não se dispor de estudos com boa representatividade em nível nacional sobre a

hipertensão arterial no Brasil, pesquisas localizadas mostram prevalências elevadas, situando-

se no patamar de 20 a 45% da população adulta (BISIMOLINA et al, 2003).

O tratamento para o controle da hipertensão arterial inclui, além da utilização de

medicamentos, a modificação de hábitos de vida (PÉRES; MAGNA e VIANA 2003).

Segundo Carvalho; Fonseca e Pedrosa (2004) a osteoporose é uma doença

sistêmica que resulta em reduzida massa óssea e deterioração da micro-arquitetura do tecido

ósseo, levando à fragilidade mecânica e conseqüente predisposição a fraturas com trauma

mínimo, atingindo a todos, em especial as mulheres após a menopausa. Ela é considerada uma

importante questão de saúde pública mundial devido a sua alta prevalência, em função dos

seus efeitos devastadores na saúde física e psicossocial. Causa invalidez pelas deformidades e

incapacidades dos indivíduos afetados e, pelo demorado tratamento das fraturas decorrentes

da enfermidade, gera um ônus elevado.

Então, os medicamentos representam um dos itens mais importantes da atenção à

saúde do idoso. Pessoas com idade avançada tendem a usar mais produtos farmacêuticos e

apresentam particularidades farmacocinéticas e farmacodinâmicas que as tornam

particularmente vulneráveis a efeitos adversos. O conhecimento do perfil de utilização de

medicamentos pela população geriátrica é fundamental para o delineamento de estratégias de

prescrição racional de fármacos entre esse segmento etário (COELHO FILHO; MARCOPITO

e CASTELO, 2004).

Estima-se que 23%da população brasileira consomem 60% da produção nacional

de medicamentos, principalmente as pessoas acima de 60 anos. Esse padrão elevado no

consumo de medicamentos entre os idosos que vivem na comunidade tem sido descritos em

outros estudos no Brasil e no mundo (FLORES e MENGUE, 2005).

De acordo com o autor citado acima, há evidencias de que os idosos americanos,

vivendo na comunidade, tomam em média de 2,7 a 4,2 medicamentos prescritos ou não

prescritos. Apesar de não existir um consenso sobre qual número expresse polifármacia, ela

tem sido definida, de duas formas: como o uso concomitante de fármacos, medida por

contagem simples dos medicamentos ou como a administração de um maior número de

medicamentos do que os clinicamente indicados, avaliada nas revisões clinicas, usando

critérios específicos. Quantitativamente, ela tem sido classificada por alguns autores como uso

concomitante de cinco ou mais medicamentos.

Em relação a palestra “Farmacoterapia del anciano implicaciones éticas” citado

por MEDEIROS (2003 p.67), proferida pelo professor Dr. Gonzalo Herranz, no Simpósio “O

Idoso e a Família” em 18 de junho de 1999 em São Paulo: alguns trechos.

Os medicamentos são excelentes instrumentos no cuidado da pessoa idosa. De

fato, o aumento da população idosa, entre outros fatores, pode ser atribuído á disponibilidade

de medicamentos efetivos para as doenças crônico-degenerativas e as vacinas.

Nos paises industrializados o grupo dos maiores de 65 anos é o que mais gasta em

medicamentos. Na Europa, também os maiores de 65 anos, que representam 18%da

população, consomem quase a metade de todas as medicações prescritas pelos médicos. Nos

EUA, esse mesmo grupo, que representa 12% da população, é o destinatário de 35% de todas

as receitas.

Um paciente insatisfeito com o seu tratamento médico trata sempre de buscar

remédio para seus males em outras fontes. Irá procurar outros médicos, fará incursões á

medicina alternativa, seguirá os conselhos do farmacêutico e de outros pacientes,

companheiros de sofrimento. O paciente idoso tem a tendência de guardar medicamentos

prescritos por longos períodos e continua, muitas vezes, se auto medicando, alternando ou

recombinando prescrições anteriores. Frequentemente também deixa de tomar medicamentos

por esquecimento, o que pode, ironicamente, tornar-se um benefício e evitar interações

adversas.

Herranz (1999), afirma que os idosos, de um modo geral, consomem, sem que o

médico esteja informado, frequentemente 10 e até mais medicamentos simultaneamente.

LEME (2000 p.254) complementa que a “multiplicidade de doenças, características da

terceira idade acaba levando ao uso de múltiplos medicamentos cuja interação nem sempre é

benéfica ao paciente”.

O envelhecimento conduz uma diminuição da capacidade funcional aumentando o

risco do sedentarismo. Por este motivo os idosos devem praticar alguma atividade física para

o seu bem estar físico e mental.

Os idosos além de participarem da Uniexperiência, realizam atividades extras,

como demonstra a tabela abaixo.

TABELA 10: Atividade física praticada fora da Universidade

Atividade Freqüência Percentual (%)

Caminhada (3 vezes;semana) Caminhada (5 vezes;semana) Ginástica (2 vezes;semana) Ginastica (3 vezes;semana)

Nenhuma

11 6 3 1 9

36,7% 20% 10% 3,3% 30%

Total 30 100% Percebe-se de acordo com a tabela que 70% dos idosos participantes praticam

atividade física como caminhada e ginástica de 2 a 5 vezes na semana. Sendo que 36,7%

realizam caminhadas 3 vezes na semana, 20% caminham 5 vezes na semana, 10% fazem

ginástica 2 vezes na semana, 3,3% fazem ginástica 3 vezes na semana e 30%, ou seja, 9

idosos não praticam nenhuma atividade física além da Uniexperiência.

Nota-se que a caminhada foi á atividade física mais realizada pelos idosos

obtendo um percentual de 20% a 36,7%.

De acordo com Mazo et al (2001) as atividades físicas diárias são importantes

para que os idosos permaneçam com uma melhor aptidão física, pois requerem um nível

mínimo de força muscular, flexibilidade, coordenação e equilíbrio para que mantenham sua

capacidade funcional. A atividade física no transporte relaciona-se com o deslocamento de um

lugar para o outro, sendo realizada através da caminhada, numa intensidade moderada. A

aptidão física adquirida pela caminhada parece ser valiosa para os idosos, pois a forças dos

membros inferiores auxiliam a minimizar os efeitos da imobilidade, mantendo a

independência.

Segundo Caspersen et al. (1994, apud MATSUDO; MATSUDO e ARAUJO

2001) compilaram informações de cinco grandes levantamentos realizados na população do

gênero masculino maior de 65 anos na Inglaterra, Estados Unidos e Holanda. De acordo com

essas pesquisas, a caminhada foi uma das atividades mais realizadas, variando de 38% a 72%.

Dados provenientes de 2783 homens e 5018 mulheres maiores de 65 anos de

idade da Pesquisa Nacional de saúde dos Estados Unidos de 1990, YUSUF et al. (1996 apud

MATSUDO; MATSUDO e ARAÚJO 2001), determinaram a prevalência de atividade física

regular, que neste estudo foi definido como a participação em atividades físicas no tempo

livre por três ou mais vezes por semana e por mais de 30 minutos nas últimas duas semanas.

Com esses parâmetros os autores encontraram uma prevalência de atividade física regular de

37% no gênero masculino e 24% no gênero feminino. Mais uma vez, conforme os dados

apresentados anteriormente, as atividades mais comumente realizadas foram á caminhada

(69% dos homens e 75% das mulheres).

Van Heuvelen et al. (1998 apud MATSUDO; MATSUDO e ARAÚJO 2001),

revelaram que o nível de atividade física no tempo livre entre idosos esta associado

positivamente, independentemente da idade, a alguns componentes da aptidão física,

especialmente à endurance para caminhar, a flexibilidade ao equilíbrio e à força de preensão

manual.

Matsudo; Matsudo e Araújo (2001) observaram em seu estudo que mulheres da

meia idade e idosas que estão regularmente envolvidas em um programa de exercício,

mantêm um nível de atividade física diária adequado envolvendo-se de forma regular em

atividades como caminhada, subir e descer escadas, realizar serviços domésticos leves e

pesados e realizar atividades físicas moderadas e vigorosas, alem do programa regular de

exercício, independentemente da idade cronológica.

O envelhecimento também leva o idoso ao sedentarismo. De acordo com Alves

(2004) o sedentarismo, que tende estar associado ao envelhecimento e vem sofrendo

importante pressão do avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, é um importante

fator de risco para as doenças crônico-degenerativas, especialmente as afecções

cardiovasculares, principal causa de morte nos idosos. Já a prática de exercício físico, além de

combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão

física do idoso, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais.

4.4 Desenvolvimento motor

Através dos testes motores da “EMTI” (Rosa Neto, 2002), do qual foram

avaliadas as habilidades motoras individuais, de cada idoso, revelando as Idades Motoras no

que se refere à motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal,

organização espacial e organização temporal. Para o autor desta escala, a Idade Motora

representa a média da capacidade individual do idoso em todas as habilidades motoras,

mostrando um desenvolvimento motor normal ou atípico. Os resultados apresentados em

tabelas e gráficos revelam os níveis que caracterizam o perfil motor do grupo estudado.

4.4.1 Resultado das avaliações motoras

Os dados referentes á aptidão motora geral dos idosos da Uniexperiência são

apresentados na tabela 11. Esta tabela esta representando as variáveis avaliadas através da

“EMTI” – Rosa Neto, 2002 mediante análises das distribuições de freqüências simples e

percentuais, variâncias, desvio padrão, valor mínimo e máximo, mediana e média.

TABELA 11: Aptidão motora (grupo geral)

Variáveis Média Desvio padrão

Variância Valor mínimo

Valor máximo

Mediana

Motricidade fina Motricidade global

Equilíbrio Esquema corporal

Organização espacial Organização temporal

108,8 72,0 97,2

111,6 116,4 125,6

13,0 29,0 31,0 27,7 17,0 9,3

168,1 844,1 966,8 766,2 289,5 86,7

84 24 24 60 84 96

132 132 132 132 132 132

108,0 78,0 108,0 132,0 120,0 132,0

De acordo, as áreas específicas tiveram classificação: para a motricidade fina

(IM1), a média obtida foi de 108,8 pontos, apresentando um desvio padrão de 13; variância de

168,1; valor mínimo e máximo de 84 e 132 e uma mediana de 108, sendo assim classificada

como “normal médio”. A motricidade global (IM2) foi a que obteve menor média 72,0

pontos, apresentando um desvio padrão de 29; variância de 844,1; valor mínimo e máximo de

24 e 132 e uma mediana de 78, correspondendo a um nível “inferior”. Quanto ao equilíbrio

(IM3) atingiu-se uma média de 97,2 pontos, apresentando um desvio padrão de 31; variância

de 966,8; valor mínimo e máximo de 24 e 132 e uma mediana de 108, classificada como

“normal médio”. O esquema corporal (IM4) obteve-se uma média de 111,6 pontos,

apresentando um desvio padrão de 27,7; variância de 766,2; valor mínimo e máximo de 60 e

132 e uma mediana de 132, sendo classificado como “normal alto”. Com relação a

organização espacial (IM5), os idosos atingiram uma média de 116,4 pontos, apresentando um

desvio padrão de 17; variância de 289,5; valor mínimo e máximo de 84 e 132 e uma mediana

de 120, classificada como “normal alto”, e a organização temporal (IM6) atingiu uma média

de 125,6 pontos, apresentando um desvio padrão de 9,3; variância de 86,7; valor mínimo e

máximo de 96 e 132 e uma mediana de 132, sendo classificada com um nível “superior”.

Em relação ás áreas avaliadas e a sua classificação como muito superior (>130),

superior (120-129), normal alto (110-119), normal médio (90-109), normal baixo (80-89),

inferior (70-79) e muito inferior (<70), a tabela abaixo mostra estas áreas de acordo com a

classificação relacionando o número de idosos que conseguiram atingir esta classificação

durante a avaliação realizada.

TABELA 12: Classificação dos resultados obtidos na “EMTI” Variáveis Muito

superior Superior

Normal alto

Normal médio

Normal baixo

Inferior Muito inferior

AMG -- 7 5 14 4 -- -- IM1 4 4 -- 19 3 -- -- IM2 2 1 -- 4 8 2 13 IM3 5 5 -- 8 3 5 4 IM4 16 3 -- 4 2 -- 5 IM5 15 -- -- 13 2 -- -- IM6 18 9 -- 3 -- -- --

Analisando a tabela 12, pode-se observar que a aptidão motora geral (AMG) foi

classificada como “normal médio” na maioria dos idosos. A IM1 que é a área da motricidade

fina apresentou um índice maior em “normal médio”. A IM2 que é a área da motricidade

global foi considerado um nível “muito inferior”. Já a IM3 que é a área do equilíbrio obteve

um nível de classificação “normal médio”. A IM4 que corresponde á área do esquema

corporal obteve um nível muito superior. A área de organização espacial (IM5) e a área de

organização temporal (IM6) também apresentaram um nível muito superior.

Os idosos da Uniexperiência são pessoas ativas, ou seja, que praticam alguma

atividade física, conforme pode ser visto na tabela 10 sendo que a aptidão motora deste grupo

foi classifica como “normal médio” na “EMTI”. Alguns estudos apontam á atividade física

como um modo para a manutenção da saúde física e mental (UENO, 1999).

No estudo de Rosa Neto; Vieira e Teixeira et al. (2001), realizado com idosos

ativos residentes na grande Florianópolis, verificou-se uma média da aptidão motora geral

(AMG = 93,6 pontos) classificada como “normal médio” na “EMTI”. Esse resultado pode

estar relacionado com o fato de que grande parte dos idosos estudados eram praticantes de

atividades físicas, possuindo hábitos saudáveis.

Em relação a tabela 11, observa-se que os aspectos motores mais atingidos neste

estudo foi a motricidade global e o equilíbrio, sendo que estas áreas dependem de capacidades

físicas como a força e tônus muscular, que com o processo de envelhecimentos ficam

alterados exigindo mais esforços do corpo. O maior escore foi atribuído a organização

temporal.

Já a tabela 12 mostra que a organização global foi a que obteve uma classificação

de nível mais baixo. A motricidade fina e o equilíbrio fora classificados como “normal

médio”, ou seja, estão dentro da normalidade.

De acordo com os resultados obtidos na tabela 11, nota-se que as áreas de

motricidade fina, esquema corporal, organização espacial e organização temporal

apresentaram valores maiores em relação as outras áreas. Assim pode-se dizer que estas áreas

são menos limitadas com o envelhecimento em comparação com os aspectos que exigem uma

maior movimentação do corpo e de acordo com Gallahue e Ozmun (2005), certas exigências

da tarefa podem sobrecarregar demasiadamente os sistemas fisiológicos que se deterioram

com o envelhecimento.

Fonseca (1995) diz que a motricidade fina compactua com a visão para a

elaboração construtiva e para uma transformação, propondo um instrumento privilegiado da

evolução cerebral. Os resultados abaixo do normal nessa área podem refletir alterações no

sistema visuomanual, alterações no sistema nervoso e importantes complicações ósteo-

musculares. Transformações relacionadas á idade nos sistemas de informação sensorial

podem também ter influências sobre o comportamento motor do idoso principalmente nos

canais visuais (ECKERT, 1993).

Segundo Negrine (1987) a orientação espacial determina a direcionalidade, e esta

tem culminância as noções de direita e esquerda no próprio corpo.

O mesmo autor citado acima diz que a organização temporal apresenta dois níveis

de significação diferente: o primeiro que é o nível de percepção imediata, não redutível a um

outro mecanismo que pressuponha uma organização espontânea de fenômenos sucessivos; e o

segundo que é o nível da representação mental, permitindo-lhe “a partir do momento em que

se situa, abraçar as perspectivas temporais passadas e futuras que constituem seu horizonte

temporal”.

No estudo realizado por Poeta (2002) no qual avaliou 17 idosos, com idade entre

(61 e 91), residentes da Associação Irmão Joaquim também apresentaram as seguintes áreas

com maiores valores comparando se com as outras áreas que são: o esquema corporal, a

organização espacial e a motricidade fina, porem ainda assim, essas áreas apresentaram

declínios.

Estudos recentes mostram que as áreas de motricidade global e equilíbrio são as

que mais apresentam déficits. Oliveira (1997) avaliou 30 idosos participantes de atividade

física do Grupo de Estudos da Terceira Idade, sendo que os índices motores foram

classificados como: a motricidade fina obteve um índice “normal alto”, a motricidade global

“normal baixo”, equilíbrio “normal médio”, esquema corporal “superior”, organização

espacial “normal médio” e organização temporal”normal alto”.

Teixeira (2003), em seu estudo realizado em 142 idosos, obteve valores médios

para a motricidade global e equilíbrio sendo classificados como “muito inferior” e “inferior”,

para o esquema corporal e organização espacial a classificação “normal médio”, enquanto que

a organização temporal correspondeu ao nível “inferior” da “EMTI”.

De acordo com Rosa Neto; Vieira e Teixeira (2001) a motricidade global é

responsável pela regulação do equilíbrio e da atitude do individuo, desempenhando um papel

muito importante na melhora dos comandos nervosos e afinamentos das percepções e

sensações. Segundo Fonseca (1995) a tonicidade garante as atitudes, as posturas, as emoções,

de onde emergem todas as atividades motoras humanas. Sendo que uma das mudanças mais

marcantes durante o processo de envelhecimento é o declínio da capacidade de movimento.

Poeta (2002), diz que o processo de envelhecimento resulta em muitas alterações

físicas, psicossociais e neurológicas, que estão intimamente relacionados com a deterioração

na coordenação global. Também devem ser citados como causa, a limitada mobilidade dos

processos nervosos e a capacidade reduzida de recepção e elaboração da informação

decorrentes do envelhecimento (MEINEL, 1984).

Poeta (2002) em seu estudo, teve como classificação das áreas motoras

osseguintes níveis: motricidade fina “normal médio”, motricidade global “inferior”; equilíbrio

“normal baixo”; esquema corporal “normal médio”; organização espacial “normal médio” e

organização temporal “normal médio”.

O efeito cumulativo de alterações relacionadas à idade, doenças associadas e

condições ambientais inadequadas pode predispor á disfunções ósteo-musculares afetando

diretamente o movimento dos idosos (BIRGE, 1999).

O equilíbrio também apresentou um resultado baixo em relação a outras áreas. De

acordo com Oliveira (1997) o equilíbrio reflete a integridade do sistema vestibular

proprioceptivo e cerebeloso, que sofre desgaste de função com a idade. Então pode-se dizer

que a falta de equilíbrio poderá trazer transtornos em determinadas habilidades.

Poeta (2002) em seu estudo já citado obteve a área de equilíbrio como a segunda

área que dentre os aspectos motores apresentou a maior déficit. Mazo et al. (2001) afirmam

que o equilíbrio diminui com o avanço da idade devido a diminuição da massa muscular,

alterações no sistema nervoso e doenças neurológicas. Porem, a atividade física proporciona

melhores condições de equilíbrio. Segundo Gallahue e Ozmun (2001), níveis adequados de

força muscular na parte inferior e na parte superior das pernas são importantes para a

manutenção do equilíbrio para evitar quedas resultantes do distúrbio de equilíbrio.

Para Moura et al. (1999) vários sistemas modificam-se com o envelhecimento e

podem afetar o equilíbrio, predispondo o idoso a quedas. A diminuição dos mecanismos de

equilíbrio (principalmente o da estabilidade postural), a diminuição das sensibilidades

vibratória e propriocepção, diminuição da força muscular e as alterações posturais afetam as

tarefas motoras que solicitam equilíbrio e motricidade global. A dificuldade em realizar

movimentos motores pode estar relacionado a problemas nos pés dos idosos, geralmente

deformados e doloridos pela idade e, também, pelo processo degenerativo das articulações do

joelho, quadris, tornozelos e da coluna vertebral.

A coordenação global e o equilíbrio corporal são especificamente influenciados

pela atividade neuromotora (ECKERT, 1993). No caso do componente neuromotor, as

alterações decorrentes do processo natural do envelhecimento parecem estar relacionadas á

redução progressiva das fibras musculares (MATSUDO et al., 2000). Estudos recentes

denotam a importância de instrumentos diagnósticos e de acompanhamentos para pacientes

com transtornos no equilíbrio corporal, tendo em vista a complexidade desta área motora

(GENTILI et al, 2003 apud ROSA NETO 2004).

Em relação as áreas motoras avaliadas, houve uma prevalência de valores muito

inferiores relativos a motricidade global e o equilíbrio nos estudos de Bona, Poeta e Coelho

(2002).

Também, em todos os trabalhos realizados por Rosa Neto (2002) o equilíbrio e o

esquema corporal formam a terceira área dos aspectos motores que apresentou maior déficit.

4.4.2 Classificação geral dos resultados obtidos pela “EMTI”

A classificação dos resultados obtidos na Escala motora estão representadas na

tabela 15.

Tabela 15: Classificação da Escala Motora

Classificação Freqüência Percentual (%) Muito superior -------- --------

Superior 6 20% Normal alto 5 16,7%

Normal médio 15 50% Normal baixo 4 13,3%

Inferior -------- -------- Muito inferior -------- --------

Total 30 100%

Na tabela 15, observa-se que 50% da amostra, atingiram um nível de classificação

motora “normal médio”, o que significa que os resultados dos testes realizados atingiram de

90-109 pontos, 20% atingiram o nível da classificação motora superior, que corresponde a

uma pontuação entre 120-129, 16,7% atingiram um nível “normal alto”, que corresponde a

uma pontuação entre 110-119 e 13,3% da amostra apresentaram o nível “normal baixo”, que

corresponde a uma pontuação entre 80-89.

Dentre os 30 (trinta) idosos, 1(um) idoso apresentava Parkinson sendo que a

escala motora do mesmo foi classificada como “normal médio”.

No estudo realizado por Poeta (2002), obteve-se um maior percentual no nível

normal médio de 48,0%, sendo que os outros níveis de classificação tiveram como percentual

“superior” 6,7%, “normal alto” 10,7%, “normal baixo” 14%, “inferior” 13,3% e muito

“inferior” 7,3%.

Pode-se dizer então, através da tabela 15 que os idosos da Universidade da

Experiência tiveram uma classificação consideravelmente adequada, ou seja, eles são

considerados uma população ativa sendo que na escala motora obteram uma classificação de

aptidão motora geral “normal médio”.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo, realizado com os alunos da Uniexperiência da UNISUL – Campus

Tubarão-SC, objetivou analisar o perfil geral da Escala Motora utilizando a Escala Motora

para a Terceira Idade – “EMTI” como forma de avaliar o desenvolvimento motor.

Com o passar dos anos as pessoas idosas vão ficando mais debilitada para a

realização das atividades da vida diária devido ao processo de envelhecimento natural e

irreversível que ocorre com o corpo do ser humano.

Então devido a este processo de envelhecimento, a “EMTI” tem como finalidade

traçar o perfil motor dos idosos através de uma bateria de testes aplicados individualmente.

Sendo assim, pode-se verificar que a amostra estudada obteve na Escala Motora

uma aptidão motora geral classificada como “normal médio”.

Já em relação a classificação de cada área avaliada associada com o número de

idosos, teve-se como resultado a aptidão motora geral “normal médio”, a motricidade fina

“normal médio”, motricidade global “muito inferior”, equilíbrio “normal médio”, esquema

corporal, organização espacial e organização temporal tiveram uma classificação motora

“muito superior”. Os níveis das áreas motoras obtidas como “muito superior” são aquelas que

não exigem tanto do corpo para a sua realização e sim de agilidade e memorização durante os

testes.

De acordo com a média das áreas avaliadas do Perfil Motor, a motricidade global

foi a área que apresentou um maior déficit, obtendo uma média de 72 pontos tendo uma

classificação “inferior”, sendo que o equilíbrio e a motricidade fina foram às áreas que

também apresentaram uma média menor (108,8 e 97,2) em relação às outras áreas, sendo

classificadas como “normal médio”. Enquanto, que o esquema corporal, organização espacial

e organização temporal obtiveram médias maiores, tendo uma classificação “superior” e

“muito superior” apresentando menor limitação de movimento.

Sendo assim, a motricidade global e o equilíbrio, são as áreas motoras que exigem

maior mobilidade do corpo para a realização dos exercícios. Portanto, o resultado obtido em

relação à motricidade global pode ser decorrente ao processo de envelhecimento que causa

alterações físicas, neurológicas, psicossociais limitando os aspectos motores. O fato dos

idosos da Universidade da Experiência ser indivíduos ativos pode prolongar as possibilidades

de melhora na qualidade de vida deles, em todos os aspectos.

Vale ressaltar que para alguns idosos os testes foram mais difíceis de realizar,

devido às doenças degenerativas que ocorrem durante o envelhecimento, à idade e a

individualidade de cada um deles.

Através desta pesquisa, foi possível constatar que, o perfil geral da Escala Motora

dos idosos estudados, teve um nível de classificação dentro das normalidades. Por

conseguinte, se mostra importante dar continuidade a este trabalho, pelo fato do processo de

envelhecimento ocasionar alterações na aptidão física e motora da população idosa. Sendo

que a atividade física realizada pelos idosos pode ter sido um fator importante para o

desenvolvimento motor dos idosos pelo fato de a mesma obter vários benefícios

principalmente no condicionamento físico.

O questionário aplicado com os trinta idosos não interferiu no desenvolvimento

motor, mas foi aplicado em cada um para que os resultados fossem mais objetivos e claros

para o desenvolvimento desta pesquisa. Assim, sugere-se novos estudos com este questionário

abordando assim os efeitos dos medicamentos no desenvolvimento motor do idoso e se a

atividade física realizada por eles é orientada ou não.

A fisioterapia tem um papel muito importante no desenvolvimento motor dos

idosos após a aplicação dessa escala motora, podendo atuar diretamente no problema

encontrado, não permitindo assim uma extensão no atraso do desenvolvimento motor

proporcionando uma qualidade de vida melhor, conseqüentemente uma melhor mobilidade

para a realização de atividades.

Sugere-se que novos estudos envolvendo esta ferramenta nos indivíduos da

terceira idade, sejam realizados, a fim de confirmar os resultados obtidos e promover a

prevenção, para que os idosos conquistem uma melhor qualidade de vida.

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ANEXOS

ANEXO A – LABIRINTO

ANEXO A - LABIRINTO

Anexo B – Prova de imitação de gestos Simples/mãos

ANEXO B - PROVA DE IMITAÇÃO DE GESTOS SIMPLES/MÃOS

Anexo C – Prova de imitação de gestos simples/braços

ANEXO C – PROVA DE IMITAÇÃO DE GESTOS SIMPLES/BRAÇOS

Anexo D – Prova de rapidez

ANEXO D – PROVA DE RAPIDEZ

Anexo E – Prova de organização espacial/Tabuleiro posição normal

ANEXO E – PROVA DE ORGANIZAÇÃO ESPACIAL/TABULEIRO POSIÇÃO NORMAL

Anexo F – Prova de organizaçÃo espacial/ Tabuleiro posição invertido

ANEXO F – PROVA DE ORGANIZAÇÃO ESPACIAL/TABULEIRO POSIÇÃO INVERTIDO

Anexo G – Prova dos palitos

ANEXO G – PROVA DOS PALITOS

Anexo H – Jogo de paciência

ANEXO H – JOGO DE PACIÊNCIA

Anexo I – Direita e esquerda/ Conhecimento sobre si

ANEXO I – DIREITA E ESQUERDA/CONHECIMENTO SOBRE SI

Anexo J – Execução de movimentos

ANEXO J – EXECUÇÃO DE MOVIMENTOS

Anexo K – Direita e esquerda/ Reconhecimento sobre o outro

ANEXO K - DIREITA E ESQUERDA/RECONHECIMENTO SOBRE OUTRO

Anexo L – Reprodução de movimentos – representação humana

ANEXO L – REPRODUÇÃO DE MOVIMENTOS – REPRESENTAÇÃO HUMANA

Anexo M – Reprodução de movimentos – figuras esquematizadas

ANEXO M – REPRODUÇÃO DE MOVIMENTOS – FIGURAS ESQUEMATIZADAS

Anexo N – Reprodução por meio de golpes – estruturas temporais

ANEXO N – REPRODUÇÃO POR MEIO DE GOLPES – ESTRUTURAS TEMPORAIS

Anexo O – Termos de Consentimento livre e esclarecido

ANEXO O – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, _____________________________________________, RG _____________,

abaixo qualificado, DECLARO para fins de participação em pesquisa, na condição de (sujeito objeto da pesquisa/representante legal do sujeito objeto da pesquisa), que fui devidamente esclarecido do Projeto de Pesquisa intitulado: “Perfil da Aptidão motora em idosos da Universidade da Experiência do município de Tubarão – SC”desenvolvido pelo (a) Simone da Luz Rodrigues do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), quanto aos seguintes aspectos:

a) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na pesquisa; b) desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados; c) métodos alternativos existentes; d) forma de acompanhamento e assistência com seus devidos responsáveis; e) garantia de esclarecimentos antes e durante o curso da pesquisa, sobre a metodologia; f) liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado; g) garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa,

assegurando-lhe absoluta privacidade; DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter atendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente (em participar/ que meu dependente legal participe) desta pesquisa. Tubarão, de de 2006. ____________________________________

Assinatura

Anexo P – Aprovação do comitê e ética em pesquisa – CEP UNISUL

ANEXO P – APROVAÇÃO DO COMITÊ E ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL

APÊNDICE

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

QUESTIONARIO

Nome: ____________________________________________________________ Idade: ______anos Data de nascimento: ___/___/___ Sexo: __________ 01. SEU ESTADO CIVIL É: Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( )

02. VOCÊ MORA SOZINHO? Sim ( ) Não ( )

03. SEU GRAU DE INSTRUÇÃO É: Primário incompleto ( ) Primário completo ( ) Ginásio incompleto ( ) Ginásio completo ( ) Colegial incompleto ( ) Colegial completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( )

04. VOCÊ JÁ CAIU ALGUMA VEZ? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quantas vezes? _______ 05. VOCÊ JÁ APRESENTOU ALGUMA FRATURA? ( ) Sim ( ) Não Onde? _________________________________________________________________ 06. VOCÊ TEM ALGUM PROBLEMA DE VISÃO? ( ) Sim ( ) Não 07. FAZ USO DE ÓCULOS? ( ) Sim ( ) Não

08. QUAIS MEDICAMENTOS VOCÊ USA REGULARMENTE?

09. VOCÊ PARTICA ALGUM TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA? ( ) Sim ( ) Não 10. SE RESPONDEU SIM À PERGUNTA ANTERIOR QUAL A ATIVIDADE FÍSICA QUE VOCÊ PRATICA E QUANTAS VEZES NA SEMANA? ___________________________________________________________________________