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KARINE ANUSCA MARTINS
PERFIL DE CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES TABAGISTAS EM TRATAMENTO, NA CIDADE DE GOINIA, EM 2006
GOINIA, 2006
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KARINE ANUSCA MARTINS
PERFIL DE CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES TABAGISTAS EM TRATAMENTO, NA CIDADE DE GOINIA, EM 2006
Dissertao apresentada ao Programa Multiinstitucional de Ps-graduao em Cincias da Sade, convnio Rede Centro-Oeste (UnB/UFG/UFMS) para obteno do ttulo de Mestre em Cincias da Sade
Orientadora: Prof. Dr. Nlida A. Schmid Forns
GOINIA, 2006
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Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Martins, Karine Anusca.
M386p Perfil de consumo alimentar de pacientes tabagistas em tratamento, na cidade de Goinia, em 2006 / Karine
Anusca Martins. Goinia, 2006. xii,126f. : il., figs., qds., tabs.
Orientadora : Nlida A. Schmid Forns.
Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Gois, Convnio Rede Centro - Oeste UFG - UnB- UFMS, 2006.
Bibliografia: f. 117-126. Inclui listas de figuras, quadros, tabelas, abreviaturas e siglas. Apndices e anexos. 1. Fumo Vcio - Tratamento Goinia (GO) 2. Taba-
gismo Alimentos - Consumo 3. Tabagismo Comporta- mento alimentar 4. Tabagismo Inquritos nutricionais
I. Forns, Nlida A. Schmid II. Universidade Federal de Gois. III. Universidade de Braslia IV. Universidade Fe- deral de Mato Grosso do Sul V. Ttulo. CDU:613.84(817.3)
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BANCA EXAMINADORA DA
DISSERTAO DE MESTRADO
Aluno(a): KARINE ANUSCA MARTINS
Orientador(a): Prof(a) Dr(a) NLIDA ANTONIA SCHMID FORNS
Membros:
1. Prof(a) Dr(a) MARIA ALVES BARBOSA
2. Prof(a) Dr(a) MARIA CLARET COSTA MONTEIRO HADLER
3. Prof(a) Dr(a) IDA HELENA CARVALHO F. MENEZES
Programa Multiinstitucional de Ps-Graduao em Cincias da Sade Rede Convnio Centro-Oeste (UnB, UFG e UFMS)
Data: 15/12/2006.
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O t emor ao Senhor o comeo da sabedor ia;
sbios so aqueles que o adoram. Sua glr ia subsist e et er nament e .
Salmos 110, 10.
Ao nosso Deus que Pai, Filho e Esprito Santo que me concedeu a oportunidade de finalizar mais
uma etapa em minha vida profissional, o meu: MUITO OBRIGADA!!
A Maria Santssima minha me maior pela intercesso e beno, o meu
sincero agradecimento!!
Dedico esse trabalho a todos aqueles (familiares e amigos)
que de uma forma ou outra participaram do meu crescimento
e amadurecimento profissional e pessoal...
... em especial...
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... minha me Analice Maria Pereira
Mulher de fibra, garra e determinao (a quem tanto amo) que tem me ensinado que tudo possvel
para aquele que vai atrs e batalha em prol do sucesso,
pela pacincia, amor e dedicao
... ao meu pai Wilmar , mana Karla e meus amores (Lo, E. Filho e Rapha)
Que mesmo de longe creio que torcem por mim a todo o momento
... ao mano Jnior , cunhada Deila e aos amados Nicole e Pedro Lucas
Enfim,
toda minha famlia (av e av, tios e tias, padrinhos e madrinhas,
primos e primas, afilhados e afilhadas, padastro, algumas amigas que j fazem parte da famlia)
que tanto amo e que sempre tem me
apoiado em tudo que precisei...
...e claro, minha amiga e companheira de mestrado (Angelita),
ao seu marido (Marcelo) pelas valiosas sugestes
e minhas sobrinhas de corao (Mel e Lal) pela dedicao e carinho!!
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Tudo por Jesus, Nada sem Maria!!!
Se algum de vs necessita de sabedoria, pea-a da Deus
Que a todos d liberalmente, com simplicidade e sem recriminao e ser-lhe- dada .
Tiago 1, 5
A sabedoria mostra a nobreza de sua origem em conviver com Deus ...
Se algum ama a justia, seus trabalhos so virtudes;
ela ensina a temperana e a prudncia, a justia e a fora;
no h ningum que seja mais til aos homens na vida .
Se algum deseja uma vasta cincia, ela sabe o passado e conjetura o futuro;
conhece as sutilezas oratrias e revolve os enigmas; prev os sinais e prodgios,
e o que tem que acontecer no decurso das idades e dos tempos .
Meditando comigo mesmo em meus pensamentos, e considerando em meu corao
que a imortalidade se encontra na aliana com a sabedoria, a alegria perfeita na sua amizade, contnua riqueza na sua atividade,
Inteligncia nas lies de seus entretenimentos familiares, e glria na comunicao de suas sentenas,
sa sua procura a fim de possu-la em mim ...
Sabedoria 8, 3-18
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AGRADECIMENTOS
professora Dr. Nlida A. Schmid Forns pela orientao, compreenso e oportunidade de realizao deste trabalho.
Aos colegas de trabalho da Diviso de Doenas Crnicas, do Distrito Sanitrio Meia Ponte, de toda a Secretaria Municipal de Sade de Goinia e a todos os pacientes dos grupos de controle do tabagismo que muito contriburam para a realizao desta pesquisa.
nutricionista Layana Vieira Cunha a quem fao meno honrosa por tanto apoio, dedicao, cuidado, auxlio desde a coleta e entrada de dados, bem como em todos os momentos que necessitei antes e durante a realizao deste trabalho.
s acadmicas de nutrio Cristiane Borges, Ellen Lopes e Tailla Ramos pela participao na coleta de dados.
s amigas ( nutri e irms de corao): Carla Cristina, Claudimar de Jesus, Fernanda Beraldo, Ivana Chaves, Lucilene Maria, Marinez Ferreira, Rejane Martins e Veruska Prado que sempre que precisei de algum apoio tcnico como localizao de algumas referncias bibliogrficas, livros para pesquisa, alm de outros materiais, a reviso de ortografia (Carla) e a reviso do ingls (Mariana, irm da Ivana), bem como o apoio moral necessrio, elas estavam disposio. Brigadim !!!
amiga e colega de trabalho Janice Rodrigues que segurou as pontas nos momentos de minha ausncia na reta final do mestrado.
amiga e irm de corao Valria Guedes que tem torcido muito pela minha vitria em mais essa etapa da vida.
Ao amigo nutricionista Leandro Arajo por me avisar da oportunidade de seleo do mestrado nessa to renomada instituio.
s professoras Maria Alves (em especial), Adlia, Adencia com quem tanto aprendi, durante e aps as aulas, sobre o processo do cuidar, do ensino e da aprendizagem, da biotica, dos novos paradigmas, nas disciplinas oferecidas no mestrado da Faculdade de Enfermagem.
Aos professores das disciplinas de ps-graduao: Celmo, Marco Tlio, Joaquim Tom, Marise Amaral, Maria Mrcia Bachion, Luciane, Paulo Csar, Ana Luiza, Marcelo Medeiros, entre outros, pelas dicas, sugestes e todo o conhecimento que proporcionaram durante o curso.
s professoras da Faculdade de Nutrio Maria Claret e Ida Helena por aceitarem fazer parte da banca examinadora e por me apoiar nesse momento to especial em minha vida (em especial pelo apoio nas anlises estatsticas). professora Mrcia Sacchi (Marcinha) pelo incentivo. professora Mara Reis que me auxiliou com sugestes valiosas e emprstimo de materiais cientficos.
amiga e colega de trabalho e do mestrado Angelita Evaristo pela pacincia, amizade, compreenso, apoio, fora, dedicao e companhia.
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RESUMO
MARTINS, K. A. Perfil de consumo alimentar de pacientes tabagistas em tratamento na cidade de Goinia, em 2006. [Dissertao de Mestrado em Cincias da Sade, convnio Rede Centro-Oeste (UnB, UFG, UFMS)].
As alteraes que o consumo de cigarros pode provocar na ingesto de alimentos tm sido alvo de inmeros questionamentos, visto que alguns estudos experimentais mostram que a nicotina e a exposio fumaa do cigarro podem levar a diminuio do consumo alimentar e perda de peso. O objetivo do presente estudo foi identificar o consumo alimentar dos participantes da Abordagem Intensiva aos Fumantes do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) da Secretaria Municipal de Sade de Goinia, em 2006. Estudo transversal, de carter descritivo, realizado com 140 pacientes adultos tabagistas (fumantes, fumantes abstmios e ex-fumantes). Realizou-se um levantamento com informaes referentes s caractersticas socioeconmica e demogrfica (sexo, idade, estado civil ou situao conjugal, procedncia, escolaridade, renda), do hbito tabagstico (tempo de uso do tabaco; o tipo de cigarro; o grau de dependncia nicotina; o nmero de cigarros/dia e de tentativas para deixar de fumar; os fatores causadores da vontade de fumar; o mtodo utilizado para cessao do hbito; recada ou lapso e utilizao de medicamentos) e antecedentes pessoais e familiares. Utilizou-se o mtodo de freqncia retrospectiva (dos ltimos seis meses) de consumo de alimentos, mediante um questionrio de freqncia de consumo alimentar validado, para a coleta de informaes sobre o hbito alimentar. A tabulao e anlise de dados foram realizadas em programa Excel 2003 e SPSS 8,0, respectivamente. Utilizou-se na anlise dos dados o Teste Exato de Fisher, Teste t e o coeficiente de correlao de Pearson. A amostra utilizada foi representativa (68,3%) em relao ao nmero total de pacientes participantes do PMCT. Mais de 85% da populao estudada fumava a mais de 20 anos, confirmando o incio precoce do hbito tabagstico, entre 7 e 14 anos de idade; 42% apresentou grau de dependncia a nicotina elevado e/ou muito elevado; 15% dos pacientes j haviam parado de fumar e a maioria, dentre aqueles que ainda no conseguiram, apresentou reduo do nmero de cigarros fumados/dia. Os alimentos consumidos com maior freqncia em cada um dos grupos estudados foram: leo vegetal, sal, arroz, caf, feijo, acar, tomate, po francs, leite integral lquido, limo, refresco de fruta com acar, bife bovino e cerveja (entre as bebidas alcolicas), os quais definiram o padro alimentar. Os participantes atenderam a recomendao de glicdios e protenas/dia e excederam os valores para os lipdios, revelando ser a dieta consumida levemente hiperlipdica; 84,8% (homens) e 79,4% (mulheres) apresentaram um consumo adequado de gorduras saturadas em relao ao valor calrico total ingerido; 54,5% dos homens apresentaram consumo maior que a recomendao de colesterol/dia; 60,7% das mulheres apresentaram um consumo dirio de colesterol adequado; 97,0% (homens) e 90,7% (mulheres) excederam a quantidade recomendada de sdio/dia. Verifica-se a necessidade de novos estudos que relacionem o consumo alimentar e o tabagismo para nos auxiliar no controle desse mal que tanto prejudica a sociedade, bem como para planejarmos estratgias e propostas de soluo para os problemas detectados.
Palavras-chave: tabagismo, fumo, consumo de alimentos, inquritos nutricionais, comportamento alimentar
viii
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ABSTRACT
MARTINS, K. A. Profile of food consumption of smoker patients under treatment in Goinia, Brazil, in 2006. [Master Thesis in Health Sciences, convenant Rede Centro-Oeste (UnB
University of Braslia, UFG
Federal University of Gois,
UFMS Federal University of Mato Grosso do Sul)].
The changes that cigarettes smoking may cause in food intake have been the focus of great questionings, since some experimental studies show that nicotine and the exposure to the smoke of cigarettes may reduce the consumption of food and increase the loss of weight. The objective of this study was to identify the food consumption of the participants of the Intensive Approach of Smokers in the Municipal Program of Control of the Smoking Habit (PMCT) of the health department of Goinia, in 2006. It was a cross-section descriptive study within 140 adult patients (smokers, abstain smokers and ex-smokers). Information was colleted concerning socioeconomic and demographic characteristics such (sex, age, as marital status, origin, educational level, income), smoking habit (length of use of tobacco; the type of cigarette; the degree of addiction to the nicotine; the number of cigarettes/ a day and attempts to quit smoking, factors that increase the desire of smoking; the method used to try quitting it; number of relapses fallen again and use of medications) and personal and familiar background. The frequency retrospective (of last the six months) of food consumption method was applied, by means of a valid questionnaire of frequency of food consumption, for the collection of information on practical intake. The analysis of data was carried out in Excel program 2003 and SPSS 8,0. The Accurate Test of Fisher was used in the analysis of the data; t test and the coefficient of correlation of Pearson. The used sample was representative (68.3%) in relation to the total number of participant patients on the PMCT. More than 85% of the studied population smoked for more than 20 years, confirming the early beginning of the smoking habit, between the age of 7 and 14; 42% of the had a high or really high degree of nicotine dependency; 15% of the patients had already stopped smoking and the greater number, among the ones who had not, obtained reduction of the smoked cigarette number/day. The food consumed in each one of the studied groups were: vegetal oil, salt, rice, coffee, beans, sugar, tomato, white bread, whole milk, lemon, refreshment of fruit with sugar, steak of beef and beer (among alcoholic beverages) more frequently, which defined the food pattern. The participants had taken care of to the recommendation of complex sugars and proteins/day and exceeded the values of fat, show a lightly high fat diet consumption; 84.8% of the men and of the 79.4% women had an adequate consumption of saturated fat in relation to total caloric intake; 54.5% of the men had higher intake of cholesterol when compared to the daily recommendation; 60.7% of the women had a daily adequate cholesterol consumption; 97.0% (men) and 90.7% (women) exceeded the recommended amount of sodium/day. We could verify the need of new studies that relate the food consumption to the smoking habit to help control this harmful habit in our society, and also to plan strategies and proposals of solution for the detected problems.
Word-keys: smoking, tobacco, food consumption, nutrition surveys, feeding behavior.
ix
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Diviso do municpio de Goinia por distritos sanitrios de sade......................................................................................................................
22
Figura 2. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de leite e derivados, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
64
Figura 3. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de leguminosas / oleaginosas, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006..................
65
Figura 4. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de carnes e ovos, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
65
Figura 5. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de cereais e derivados, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
67
Figura 6. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de massas e salgadinhos, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
67
Figura 7. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de acares e doces, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
68
Figura 8. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo das frutas, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
69
Figura 9. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo das hortalias, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
70
Figura 10. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo das gorduras, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
71
Figura 11. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio dos alimentos do grupo de temperos e condimentos, por sexo, do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, em Goinia, no ano de 2006..................................................................................................................
71
Figura 12. Distribuio percentual da populao estudada segundo freqncia de consumo dirio do grupo de bebidas alcolicas, por sexo, do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, em Goinia, no ano de 2006.....................
72
x
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Figura 13. Distribuio percentual da populao estudada segundo o consumo dirio de etanol, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.........................................................................................................
75
Figura 14. Distribuio percentual da populao estudada segundo a freqncia de consumo dirio do grupo de bebidas no-alcolicas e infusos, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
75
Figura 15. Distribuio percentual da populao estudada segundo a freqncia de consumo dirio de gua e caf, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006................................................................................
77
Figura 16. Distribuio percentual da populao estudada segundo os alimentos (por grupo) mais consumidos diariamente. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006..................................................................
78
Figura 17. Distribuio percentual da populao estudada segundo a quantidade ingerida de Gordura saturada em proporo de contribuio do valor energtico, de acordo com a recomendao, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
86
Figura 18. Distribuio percentual da populao estudada segundo a quantidade ingerida de Colesterol total (mg) de acordo com a recomendao, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............
87
Figura 19. Distribuio percentual da populao estudada segundo a quantidade ingerida de Sdio (mg) de acordo com a recomendao, por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
87
Figura 20. Diagrama de disperso da correlao existente entre o nmero de cigarros fumados por dia e o consumo dirio de caf (mL) segundo sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
90
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Cronograma das sesses estruturadas do PMCT de Goinia -GO..........................................................................................................................
28
Quadro 2. Intervalos de Distribuio Aceitvel dos Macronutrientes em Adultos
(AMDRs).................................................................................................................
40
Quadro 3. Distribuio numrica e percentual da populao estudada segundo participao por unidades de sade (UABS) e distritos sanitrios. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................................
48
Quadro 4. Relao dos alimentos que fazem parte dos grupos de alimentos do questionrio de freqncia alimentar (includos os alimentos referidos ao longo da entrevista que no constavam no questionrio padro)...................................
63
Quadro 5. Relao da quantidade mdia ingerida de etanol/dia (em gramas) pelos participantes do estudo que ingeriam bebidas alcolicas segundo sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006............................
76
xi
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuio numrica e percentual da populao estudada segundo caractersticas socioeconmicas e demogrficas. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006..................................................................
50
Tabela 2. Distribuio numrica e percentual da populao estudada segundo idade de incio do hbito tabagstico por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006................................................................................
52
Tabela 3. Caracterizao dos pacientes fumantes da populao estudada por sexo, segundo hbito tabagstico. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.....................................................................................
56
Tabela 4. Caracterizao dos pacientes fumantes abstmios e ex-fumantes da populao estudada por sexo, segundo hbito tabagstico. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.............................................................
57
Tabela 5. Distribuio numrica e percentual da populao estudada segundo antecedentes familiares por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.....................................................................................
58
Tabela 6. Distribuio numrica e percentual da populao estudada segundo morbidade referida. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006........................................................................................................................
58
Tabela 7. Distribuio da populao estudada quanto ao percentual de freqncias de consumo por grupo de alimentos (nunca/raro = no consome, mensal, semanal, dirio), segundo sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.....................................................................................
59
Tabela 8. Distribuio da freqncia de consumo de bebidas alcolicas por sexo da populao estudada. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.........................................................................................................
73
Tabela 9. Distribuio percentual da populao estudada por sexo, segundo volume dirio ingerido (mL) de bebidas alcolicas. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006..................................................................
74
Tabela 10. Medidas de tendncia central e de disperso para variveis quantitativas de consumo alimentar dirio por grupos de alimentos na populao estudada por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.........................................................................................................
80
Tabela 11. Distribuio da populao estudada segundo consumo percentual (%) dos macronutrientes por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.....................................................................................
82
xii
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Tabela 12. Medidas de tendncia central e de disperso para variveis quantitativas de consumo alimentar dirio por macro e micronutrientes na populao estudada por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.........................................................................................................
83
Tabela 13. Medidas de tendncia central e de disperso da quantidade de energia (kcal) fornecida pelo consumo de bebidas alcolicas (gramas de etanol) no consumo alimentar da populao estudada por sexo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006..................................................................
85
Tabela 14. Mdia, desvio padro das quantidades ingeridas/dia dos macro e micronutrientes estudados, segundo o nmero de cigarros fumados/dia pelos pacientes fumantes do estudo. Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Goinia, 2006.....................................................................................
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ALT: Ambientes Livres do Tabaco
AMDRs (Acceptable Macronutrient Distribuition Range): Intervalos de distribuio
aceitveis dos macronutrientes
ANOVA: Anlise de varincia
CAIS: Centro de Assistncia Integral Sade
CDC: Center for Disease Control
CIAMS: Centro Integrado de Assistncia Mdico-Sanitria
COEP: Comit de tica em Pesquisa
CS: Centro de Sade
DCNT: Doenas Crnicas No-Transmissveis
DDCD: Diviso de Doenas Crnico-Degenerativas
DP: Desvio Padro
DPOC: Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica
DQI (Diet Quality Index): ndice de Qualidade da Dieta
ENDEF: Estudo Nacional de Despesa Familiar
FANUT/UFG: Faculdade de Nutrio da Universidade Federal de Gois
g: gramas
IDR s: Ingesto Diria Recomendada
INCA: Instituto Nacional do Cncer
Kcal: calorias (energia)
mg: miligramas
mL: mililitro
MS: Ministrio da Sade
OPAS: Organizao Pan-Americana de Sade
PMCT: Programa Municipal de Controle do Tabagismo
PNCT: Programa Nacional de Controle do Tabagismo
PNSN: Pesquisa Nacional sobre Sade e Nutrio
POFs: Pesquisas de Oramento Familiar
PSF: Programa de Sade da Famlia
QFA: Questionrio de Freqncia Alimentar
SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia
xiii
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SBH: Sociedade Brasileira de Hipertenso
SM: Salrio Mnimo
SMS: Secretaria Municipal de Sade
SPSS (Statistical Package for Social Sciences)
SUS: Sistema nico de Sade
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UABS: Unidade de Ateno Bsica Sade
WHO (Word Health Organization): Organizao Mundial de Sade (OMS)
: Mdia
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SUMRIO
Agradecimentos.........................................................................................
vii
Resumo.....................................................................................................
viii
Abstract .....................................................................................................
ix
Lista de figuras..........................................................................................
x Lista de quadros........................................................................................
xi Lista de tabelas......................................................................................... xii Lista de abreviaturas e siglas....................................................................
xiii 1 INTRODUO.......................................................................................... 01 1.1 JUSTIFICATIVA.........................................................................................
02 2 FUNDAMENTAO TERICA.................................................................
05 2.1 CONSUMO ALIMENTAR..........................................................................
05 2.1.1 Transio alimentar e nutricional...............................................................
06 2.1.2 Inqurito alimentar.....................................................................................
09 2.2 TABAGISMO.............................................................................................
11 2.3 CONSUMO ALIMENTAR E TABAGISMO.................................................
16 3 OBJETIVOS...............................................................................................
19 3.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................
19 3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS.....................................................................
19 4 METODOLOGIA........................................................................................
20 4.1 DESENHO DO ESTUDO...........................................................................
20 4.2 POPULAO DO ESTUDO......................................................................
20 4.3 REA DO ESTUDO...................................................................................
21 4.4 AMOSTRA.................................................................................................
23 4.4.1 Critrios de incluso..................................................................................
24 4.4.2 Critrios de excluso.................................................................................
25 4.5 PROGRAMA MUNICIPAL DE CONTROLE DO TABAGISMO
(PMCT)......................................................................................................
25 4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.............................................
30 4.6.1 Questionrio de caracterizao scio-econmica e demogrfica, do
hbito tabagstico e antecedentes pessoais e familiares..........................
30 4.6.2 Questionrio de Freqncia de Consumo Alimentar (QFCA)...................
31 4.7 COLETA DE DADOS.................................................................................
33 4.8 VARIVEIS DE ESTUDO E TCNICAS DE COLETA..............................
36 4.8.1 Variveis scio-econmicas e demogrficas............................................ 36 4.8.2 Variveis do hbito tabagstico e presena de
enfermidades.............................................................................................
38 4.8.3 Variveis do consumo alimentar............................................................... 39 4.9 BANCO E ANLISE DE DADOS...............................................................
41 4.9.1 Elaborao do banco de dados.................................................................
41 4.9.2 Anlise de dados.......................................................................................
42 4.9.3 Softwares utilizados...................................................................................
43 4.10 ASPECTOS TICOS.................................................................................
43 4.10.1
Anlise crtica de riscos e benefcios................................................ 44 4.10.2
Explicitao das responsabilidades do pesquisador e instituio...................................................................................................
44 4.11 VIABILIDADE DE EXECUO DA PESQUISA........................................
45
-
5 RESULTADOS..........................................................................................
47
5.1 CARACTERIZAO DA POPULAO DE ESTUDO......................... 47 5.2 CARACTERIZAO QUANTO AO HBITO TABAGSTICO E
PRESENA DE ENFERMIDADES...........................................................
51
5.3 CARACTERIZAO DO PADRO DE CONSUMO ALIMENTAR............
59
6 DISCUSSO..............................................................................................
91
6.1 CARACTERIZAO DA POPULAO DE ESTUDO..............................
92
6.2 CARACTERIZAO QUANTO AO HBITO TABAGSTICO E PRESENA DE ENFERMIDADES...........................................................
95 6.3 CARACTERIZAO DO PADRO DE CONSUMO ALIMENTAR............
99 7 CONCUSES............................................................................................
111 8 CONSIDERAES FINAIS.......................................................................
113 8.1 LIMITAES DO ESTUDO.......................................................................
113 8.2 CONTRIBUIES.....................................................................................
114 8.3 PRODUTOS..............................................................................................
114 8.4 RECOMENDAES.................................................................................
116 REFERNCIAS BILIOGRFICAS.............................................................
117 APNDICES E ANEXOS APNDICE A
Lista das UABS capacitadas para acompanhamento dos tabagistas na Abordagem Intensiva aos Fumantes e Lista das UABS onde foram realizadas as entrevistas coleta de dados................
127 APNDICE B Planilha de levantamento dos dados...............................
128 APNDICE C
Questionrio de caracterizao scio-econmica e demogrfica, do hbito tabagstico e antecedentes pessoais e familiares...................................................................................................
129 APNDICE D Carta informativa.............................................................
130 APNDICE E
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).......................................................................................................
131 APNDICE F
Manual do Entrevistador; Programao do treinamento; Apresentao do treinamento................................................................... 132 APNDICE G Fotos dos utenslios e do registro fotogrfico para a coleta de dados.........................................................................................
133 APNDICE H
Declarao de que as informaes sero tornadas pblicas......................................................................................................
134 APNDICE I Dados dos grupos de Abordagem Intensiva.....................
135 APNDICE J
Grficos da distribuio da curva normal dos grupos de alimentos...................................................................................................
136 APNDICE K
Grficos da distribuio da curva normal dos nutrientes...................................................................................................
137 ANEXO A
Questionrio de Freqncia de Consumo Alimentar
QFCA.........................................................................................................
138 ANEXO B Parecer do Comit de tica em Pesquisa COEP...............
139 ANEXO C Autorizao do secretrio municipal de sade......................
140 ANEXO D
Declarao da Diviso de Doenas Crnico-Degenerativas (DDCD) da Secretaria Municipal de Sade (Abordagem Mnima ao Fumante)...................................................................................................
141 ANEXO E
Certificado da DDCD da Secretaria Municipal de Sade (Abordagem Intensiva ao Fumante)..........................................................
142 ANEXO F Resumo e certificado de apresentao no III Congresso de Pesquisa, Ensino e Extenso - CONPEEX...............................................
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1 INTRODUO
O tabagismo uma doena complexa, responsvel por causar inmeros
malefcios sade tanto dos fumantes quanto dos no-fumantes (HAGGSTRM et
al., 2001), os quais so amplamente conhecidos (BRITTON, 1997), e tem sido
considerada, neste sculo, a principal causa de morte evitvel do mundo e de
incapacidades prematuras (MENEZES et al., 2001; OMS, 2003, SUTHERLAND et
al., 2003). Menezes et al., (2004) descrevem que no h outro fator de risco, como o
tabagismo, capaz de causar direta ou indiretamente taxas to elevadas de
morbimortalidade. Observa-se uma freqncia aumentada de tabagismo em pases
em desenvolvimento, e um leve declnio em pases desenvolvidos (WHO, 2003).
O tabagismo, a ingesto excessiva de alimentos no saudveis, o
sedentarismo, o abuso de bebidas alcolicas, as prticas sexuais de alto-risco e o
estresse social descontrolado so considerados fatores de risco modificveis
determinantes do estilo de vida e do comportamento, portanto, podendo prevenir,
iniciar ou agravar os problemas e as complicaes decorrentes das Doenas
Crnicas No-Transmissveis (DCNT) (OMS, 2003).
A alimentao pode constituir-se em importante fator de risco de doenas
cardiovasculares aterosclerticas, medida que contribui para a etiologia das
dislipidemias, obesidade, hipertenso, diabetes (ADLER et al., 1999; WHO, 2002a).
O ganho de peso uma das conseqncias marcantes decorrentes da interrupo
do hbito de fumar, considerando que ocorre um aumento da ingesto alimentar,
principalmente nos primeiros 60 dias de abstinncia do cigarro (MOFFATT; OWENS,
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1991 apud LEMOS-SANTOS et al., 2000), bem como uma substituio do cigarro
por alimentos mais calricos (observada na prtica clnica).
No tratamento do tabagista torna-se interessante a utilizao de uma prtica
integrada de atuao, com perspectiva de abordagem inter-relacionada com o social,
o psicolgico e o biolgico (PRESMAN; CARNEIRO; GIGLIOTTI, 2005). No sentido
de tentar diminuir, em mdio prazo, a mortalidade relacionada ao tabagismo, prope-
se estratgias de interveno nos grupos de fumantes ativos (WORLD BANK, 1999).
Desta forma, a identificao de hbitos alimentares em pacientes tabagistas
torna-se de primordial importncia, na medida em que a dieta interfere na etiologia
da maioria das enfermidades crnicas no-transmissveis.
1.1 JUSTIFICATIVA
A realizao de trabalhos diagnsticos precede a elaborao de polticas de
interveno mais especficas e apropriadas para a realidade encontrada, no sentido
de auxiliar e garantir o resgate de melhores condies de vida e sade a todos que
necessitarem, principalmente os dependentes qumica ou emocionalmente do hbito
de fumar. A Secretaria Municipal de Sade (SMS) de Goinia desenvolve o
Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) na Diviso de Doenas
Crnico-degenerativas (DDCD), iniciado em 1998, com a elaborao do projeto e da
pesquisa sobre o Perfil de Mortalidade por Doenas Tabaco-Relacionadas em
Goinia (SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE, 2005). Segue a partir de ento as
diretrizes e bases estabelecidas pelo Instituto Nacional do Cncer do Ministrio da
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Sade (INCA/MS), rgo responsvel pelo fornecimento dos materiais educativos e
medicamentos necessrios para alcanar os objetivos do programa. O
desenvolvimento de servios de apoio ao fumante (abordagem multiprofissional)
mostra-se importante e necessrio, uma vez que os servios de sade so
diretamente responsveis pela implantao e implementao do PMCT, prestando
assistncia integral populao. A abordagem para fumantes uma proposta nova,
porm, com alta relao custo-benefcio. Para que se alcance a expresso
epidemiolgica desejada necessrio que este processo seja simples, gil,
dinmico e aplicado em massa.
A implantao / implementao do Programa Municipal de Controle do
Tabagismo (PMCT) em Goinia tem como objetivos principais tornar as unidades de
sade em Ambientes Livre do Tabaco e apoiar as pessoas que desejam deixar de
fumar, utilizando-se a Abordagem Intensiva ao Fumante (acompanhamento dos
fumantes em grupos, nas unidades de sade), especificada na metodologia deste
trabalho e a Abordagem Mnima ao Fumante (abordagem de durao de 3 a 5
minutos feita pelo profissional de sade durante o atendimento de rotina). Para
tanto, conta-se com a participao dos profissionais de sade e dos usurios que
integram a terapia cognitivo-comportamental. Equipes multiprofissionais /
interdisciplinares esto trabalhando e os grupos criados para o desenvolvimento
deste Programa nas Unidades de Ateno Bsicas de Sade (UABS) do Municpio.
Nessa perspectiva multiprofissional e interdisciplinar no tratamento do
tabagista, a atuao do nutricionista de fundamental importncia, pois dentre suas
inmeras funes est a avaliao da pessoa, do ponto de vista nutricional, e a
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partir da tomar as condutas adequadas e fornecer as orientaes tcnicas para uma
seleo de alimentos que proporcione uma alimentao equilibrada, a fim de evitar,
principalmente o sobrepeso, dentre outras situaes indesejadas. por isso que a
relao tabagismo-nutrio torna-se imprescindvel, neste momento em que se
tenta ganhar pontos no controle do tabagismo.
Apesar da existncia de vrias pesquisas sobre o tabagismo, ainda so
escassos os estudos que demonstram o consumo alimentar em pacientes
tabagistas. importante conhecer melhor a interao entre DCNT, tabagismo e
nutrio, bem como as repercusses do tabagismo nos aspectos nutricionais dos
indivduos. Assim sendo, observou-se a necessidade de uma investigao mais
especfica sobre o tema, com a finalidade de direcionar melhor a conduta dos
profissionais da sade, para um acompanhamento mais especializado na ateno
dos fumantes, visto que o assunto ainda objeto de polmica.
Sendo assim, o presente trabalho pretende conhecer o perfil de consumo
alimentar dos pacientes tabagistas em tratamento na Abordagem Intensiva ao
Fumante , do Programa Municipal de Controle de Tabagismo, do municpio de
Goinia, visto que no existem trabalhos nessa rea com esse grupo especfico. Por
ser um trabalho indito torna-se importante, pois pode contribuir na identificao dos
fatores que influenciam na formao do padro alimentar, bem como auxiliar no
desenvolvimento de aes que visam melhorar as condies de sade e nutrio da
populao estudada.
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2 FUNDAMENTAO TERICA
2.1 CONSUMO ALIMENTAR
Segundo Casotti et al. (1998), o consumo alimentar e suas caractersticas
nutricionais tm despertado interesses crescentes dos consumidores, dos
proprietrios de indstrias alimentcias, dos organizadores de polticas
governamentais, dos pesquisadores e, sobretudo, da mdia.
Para manter-se saudvel, o organismo adquire a energia e os nutrientes
necessrios para o bom desempenho de suas funes, mediante dieta controlada
em quantidade, qualidade, harmonia e adequao. O consumo de alimentos de
forma excessiva ou insuficiente pode acarretar prejuzos sade (NEUMANN,
2000).
A atuao do profissional na rea de alimentao e nutrio no Brasil torna-
se bastante complexa, por ser um pas com caractersticas epidemiolgicas e
regionais muito heterogneas. Observa-se tanto a existncia de problemas de
sociedades em desenvolvimento, como a desnutrio, quanto queles inerentes a
pases desenvolvidos, como as doenas crnicas no transmissveis, em que as
questes alimentares apresentam grande relevncia (MINISTRIO DA SADE,
1999).
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2.1.1 Transio alimentar e nutricional
A transio alimentar no Brasil tem sido favorvel do ponto de vista dos
problemas associados subnutrio, e desfavorvel no que se refere obesidade e
s demais DCNT (BARRETO, 2005). A avaliao da tendncia da evoluo dos
padres da dieta tem sido baseada, de um modo geral, em dados sobre
disponibilidade de alimentos (MONDINI; MONTEIRO, 2000). Segundo Barreto
(2005), estimativas da disponibilidade de alimentos para o consumo humano no pas
no perodo 1965-1997 apontavam que a quantidade mdia de alimentos disponveis
excedia os requerimentos mdios de energia em mais de 10%. Em 1997, essa
margem passou para 25%. As principais modificaes na composio da
disponibilidade alimentar foram a reduo de cereais e leguminosas, e o aumento na
quantidade disponvel de acar, carnes, leos vegetais, leite e ovos.
Modificaes no padro alimentar no Brasil tm sido constatadas ao longo
dos anos, porm so escassos os estudos que avaliam o consumo alimentar da
populao. Dentre as fontes disponveis sobre o consumo alimentar nacional podem
ser citadas o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) em 1974-75, e as
Pesquisas de Oramento Familiar (POFs), nos anos 1961-63; 1987-88; 1995-96;
2002-03 (FIBGE, 1977; 1991; 1997; IBGE, 2004).
Estes inquritos contriburam para indicar as tendncias do padro alimentar
da populao urbana do Brasil. Ao longo da realizao destes estudos, Mondini e
Monteiro (1995) e Monteiro (2000) observaram e descreveram as principais
mudanas detectadas no padro alimentar dos brasileiros. Dentre elas destacam-se
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a intensificao e o aumento contnuo do consumo de carnes, leite e derivados
(exceto manteiga) e o declnio no consumo de ovos; o aumento ainda maior no
consumo de acares refinados, incluindo os refrigerantes; a reduo do consumo
de leguminosas, razes e tubrculos, diminuindo por sua vez, os carboidratos
complexos na dieta; e, a substituio da banha, toucinho e manteiga por leos
vegetais e margarina.
Monteiro (2000) tambm observa em seus estudos epidemiolgicos, que
essa situao comum em vrios pases e regies do mundo e vem sendo
denominada de dieta ocidental (rica em gordura animal, acar simples, alimentos
refinados e, reduzida em carboidratos complexos e fibras). A conseqncia deste
padro alimentar associada progressiva reduo da atividade fsica dos indivduos
a alterao na composio corporal e aumento da obesidade.
A transio nutricional diz respeito a toda essa mudana nos padres
nutricionais que ocorrem em conseqncia das modificaes na estrutura da dieta
dos indivduos, que se correlacionam com mudanas socioeconmicas e
demogrficas, e com a sade (POPKIN et al., 1993).
Diante dessa situao, Monteiro (2000) sugere que haja uma reestruturao
da agenda de sade pblica do Brasil, no sentido de organizar aes para a
preveno e controle das DCNT, destacando principalmente, as aes de educao
alimentar e nutricional atingindo todas as classes sociais.
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Dentro desta perspectiva a Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio no
Brasil (MINISTRIO DA SADE, 2005a) refora em suas diretrizes que o perfil da
dieta e a relao entre as enfermidades crnicas no-transmissveis so objetos de
estudos que devem ser ampliados. A relao entre o consumo alimentar e o valor
calrico da dieta deve ser direcionada como linha de investigao prioritria para
ampliar a anlise da situao alimentar e nutricional do pas, uma vez que os dados
disponveis referem-se apenas a algumas reas metropolitanas. Ressalta-se ainda
que deve haver um resgate dos hbitos e prticas alimentares regionais inerentes ao
consumo de alimentos locais de baixo custo e valor nutritivo aumentado.
A modificao de hbitos alimentares associada prtica de atividade fsica
so mudanas de estilo de vida que podem melhorar de maneira significativa os
fatores de risco das doenas cardiovasculares, e quando comparadas com outras
intervenes como medicamentosas e/ou de altas tecnologias, tornam-se medidas
de custo baixo, e mais acessveis populao (RIQUE et al., 2002).
Oliveira e Thbaud-Mony (1997) afirmam que para compreender melhor a
situao alimentar faz-se necessria uma abordagem multidisciplinar, que enfatize o
carter dinmico e diversificado dos modelos de consumo e a forma como estes so
construdos ao longo dos anos.
Garcia (2004) destaca que como as prticas alimentares esto envolvidas
desde o mbito cultural at s experincias pessoais, ou seja, imergidas nas
dimenses simblicas da vida em sociedade, conhecer a ingesto alimentar de
indivduos, ou mesmo de grupos, torna-se atividade complexa dada a subjetividade
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das respostas de alguns mtodos de investigao sobre consumo alimentar, como
por exemplo, os inquritos dietticos.
O comportamento alimentar um dos mais complexos componentes de
estilo de vida, visto que abrange no apenas a escolha dos alimentos em si, mas
tudo o que cerca a alimentao em nosso cotidiano, desde local, nmero e horrios
das refeies, at o contexto familiar ou social dessa refeio, dentre outros fatores
(OLIVEIRA; THBAUD-MONY, 1997). Esse comportamento oscila em funo dos
valores associados s representaes sobre as prticas alimentares para cada um,
as quais so elaboradas por valores aleatrios ou mesmo pela preocupao com a
sade. Essa situao nos permite refletir sobre a segurana das informaes sobre
a ingesto de alimentos resultantes da realizao de inquritos dietticos (GARCIA,
2004).
2.1.2 Inqurito alimentar
Fisberg et al. (2005) apontam que o mtodo de investigao e avaliao da
ingesto alimentar por meio do Questionrio de Freqncia de Consumo Alimentar
(QFCA) prtico e informativo e de fundamental importncia em estudos
epidemiolgicos, pois permite relacionar a dieta e a ocorrncia de doenas crnicas
no-transmissveis.
Armstrong et al. (1995) e Gibson (1990; 2005) explicam que o propsito do
QFCA resgatar informaes sobre o padro alimentar e a ingesto de alimentos ou
nutrientes especficos, de maneira qualitativa, semi-quantitativa ou quantitativa. O
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mtodo utilizado permite medir a exposio e relacionar com o tempo, ou seja,
possibilita caracterizar como comea, quando termina e qual sua distribuio no
perodo de interveno.
O QFCA foi elaborado para obter informao qualitativa e quantitativa sobre
o padro alimentar e a ingesto de alimentos ou nutrientes especficos, sendo seu
objetivo principal conhecer o consumo alimentar de determinado grupo populacional
(CAVALCANTE; PRIORE, FRANCESCHINI, 2004).
Entre as desvantagens do QFCA, Fisberg et al. (2005) citam a dependncia
da memria dos hbitos alimentares passados; o desenho do instrumento requer
esforo e tempo; limitaes em analfabetos e idosos; a informao passada vis
pela informao atual; a validade deve ser testada a cada novo questionrio;
dificuldades para o entrevistador conforme o nmero e a complexidade da lista de
alimentos; a quantificao pouco exata.
Dentre as vantagens para utilizao desse mtodo ressaltam-se a facilidade
de utilizao do QFCA em estudos epidemiolgicos; a administrao rpida e
simples; a estimativa da ingesto habitual dos indivduos; a no alterao do padro
de consumo; o baixo custo de processamento; a classificao dos indivduos em
categorias de consumo; a possibilidade de minimizar a variao intrapessoal ao
longo dos dias (FISBERG et al., 2005).
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Desta forma, o QFCA pode ser um instrumento til nos estudos
epidemiolgicos sempre e quando o desenvolvimento do mtodo precede o
planejamento criterioso e cuidadoso, promovendo maior confiabilidade e preciso
dos dados posterior.
2.2 TABAGISMO
Em conceitos mais recentes, entende-se por tabagismo o hbito de fumar
cigarros, charutos ou similares, tendo equivalente importncia na determinao de
agravos sade o tabagismo passivo ou o consumo de cigarros (MINISTRIO DA
SADE, 2004a). Fumante aquele indivduo que fumou mais de 100 cigarros, ou 5
maos, durante a sua vida e est fumando atualmente, de acordo com conceituao
da OPAS (1995). J o dependente da nicotina aquele que apresenta algumas
sintomatologias especficas, tais como compulso, dificuldade de controlar o uso,
reaes fsicas conseqentes abstinncia, tolerncia substncia caracterizada
pela necessidade de doses crescentes, abandono progressivo de outros prazeres,
uso persistente apesar do conhecimento dos problemas que sero acarretados em
detrimento do uso. Vale ressaltar que para ser considerado dependente da nicotina,
o indivduo deve apresentar trs ou mais sintomas descritos acima (WHO, 1992).
O fumo est associado ao desenvolvimento de doenas respiratrias,
cardiovasculares e neoplasias. Em estudo clssico, Borhani (1977) demonstra que a
mortalidade geral duas vezes maior nos fumantes quando comparados aos no-
fumantes, constituindo por sua vez, um dos maiores fatores de risco para doena
coronariana.
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Muitas destas doenas crnicas so associadas ao tabagismo, merecendo
destaque os distrbios cardiovasculares e os tumores do trato gastrointestinal,
principalmente boca, esfago e pncreas, os de vias areas (laringe, pulmo) com
grande incidncia de Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica (DPOC), bem como os
tumores de bexiga, rins e tero (LEMOS-SANTOS; GONALVES-SILVA;
BOTELHO, 2000). O tabagismo pode levar a uma obstruo leve nas vias areas e
crescimento retardado da funo pulmonar em adolescentes (GOLD et al., 1996
apud PELLANDA et al., 2002), bem como baixos nveis plasmticos de HDL
colesterol, fazendo associao direta com uma disfuno endotelial dose-
dependente significativa (CELERMAJER et al., 1996; MCGILL JR et al., 1997 apud
PELLANDA et al., 2002).
Estudos tm demonstrado que o tabagismo constitui um problema de sade
pblica (PEIXOTO; FIRMO; LIMA-COSTA, 2005) e que necessita de programas
voltados para sua reduo. Atualmente, as possibilidades para auxiliar os tabagistas
a deixarem o hbito de fumar aumentaram diante das novas modalidades
teraputicas existentes, bem como das recentes descobertas sobre o tabagismo
(HAGGSTRM et al., 2001). A abordagem para uma doena complexa como o
tabagismo requer a integrao de diversos componentes que interagem e se
potencializam para dar conta desta complexidade. No h dvida de que medidas
psicossociais, no-medicamentosas, so essenciais no tratamento do fumante,
podendo ser comparadas ao tratamento farmacolgico em termos de impacto e
importncia (SUTHERLAND et al., 2003).
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Para os prximos 30 a 40 anos, a epidemia do tabaco, segundo a
Organizao Mundial de Sade - OMS (WHO, 1999), ser responsvel por 10
milhes de mortes por ano, sendo que 70% dessas mortes ocorrero nos pases em
desenvolvimento (MALCON; MENEZES; CHATKIN, 2003), totalizando 82% dos
fumantes oriundos de pases de baixa e mdia renda. Segundo Roemer (1995), em
estudos realizados nessa poca, por causa do tabaco a cada ano morriam cerca de
trs milhes de pessoas em todo o mundo. No momento, o tabagismo responsvel
por aproximadamente quatro milhes de bitos por ano no mundo (OMS, 2003).
O Brasil o primeiro maior exportador e o segundo maior produtor de tabaco
do mundo. Isto gera anualmente uma grande arrecadao de impostos o que no
supera as perdas econmicas causadas pelo prejuzo do cigarro na sade da
populao (CAVALCANTE, 2005; MINISTRIO DA SADE, 1998).
Aproximadamente um quinto da populao mundial composta de fumantes, apesar
das inmeras evidncias cientficas que apontam para os malefcios do tabagismo
(KANNEL et al., 1984). No Brasil, estima-se que seja responsvel por cerca de 100
mil mortes/ano (CIORLIA; GODOY, 2005).
Esse cenrio nos permite afirmar que incontestvel a magnitude e a
complexidade do problema da expanso do consumo do tabaco, pois envolve muito
mais do que questes de bioqumica e clnica mdica. Essa realidade conseqente
globalizao e operacionalizao de estratgias que visam a estimulao do
aumento da utilizao do tabaco em escala planetria levou a OMS considerar o
tabagismo como uma doena transmissvel pela publicidade (WHO, 2001).
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Segundo Cavalcante (2005), toda e qualquer atividade voltada ao controle
do tabagismo deve envolver variveis sociais, polticas e econmicas, considerando
o indivduo como um todo para contribuir na cessao do hbito de fumar, bem
como manter abstmios queles que j abandonaram e/ou conseguiram vencer a
dependncia. A interveno sobre o tabagismo como objetivo de preveno primria
e secundria das doenas cardiovasculares permite importante reduo de
morbimortalidade, determinando melhor e maior sobrevida nos indivduos que param
de fumar, em ambos os sexos e em qualquer faixa etria (MULCAHY et al., 1975;
SALONEN, 1980; HERMANSON et al, 1988).
O Ministrio da Sade (MS), por meio do Instituto Nacional de Cncer
(INCA) assumiu o papel organizador do Programa Nacional de Controle do
Tabagismo (PNCT) em 1989, com o objetivo de reduzir a prevalncia de fumantes
no Brasil, bem como a morbimortalidade por doenas tabaco relacionadas. Entre as
vrias estratgias encontram-se a adoo de aes educativas, a mobilizao de
polticas pblicas, alm de iniciativas legislativas e econmicas (MINISTRIO DA
SADE, 2005b).
O desenvolvimento de aes de estmulo cessao do uso do cigarro
medida eficaz no controle do tabagismo. A preveno e o controle do tabagismo na
comunidade em geral so necessrios e tem como apoio as leis de restrio do uso
do cigarro. A Portaria 1035/04 consolida o Programa Nacional de Controle do
Tabagismo (PNCT) e amplia o acesso abordagem e ao tratamento do tabagismo
para a rede de ateno bsica e mdia complexidade do Sistema nico de Sade
(SUS) (MINISTRIO DA SADE, 2005b).
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O controle do tabagismo no Brasil vem sendo descentralizado por meio da
organizao e articulao dessa rede nacional de gerenciamento regional do PNCT,
e atualmente fazem parte desta rede os 27 estados e 3900 municpios. O objetivo
das aes do PNCT promover a cessao do hbito de fumar e modificar
paradigmas para tornar ambientes livres do tabaco. A estratgia do PNCT pauta-se
em aes educativas para disseminar informaes na comunidade e em aes
econmicas e legislativas que criem um ambiente favorvel diminuio do
consumo do tabaco (CAVALCANTE, 2005).
A ateno ao tabagista ocorre de forma hierarquizada na rede nacional de
sade pblica do Brasil. Segundo o modelo preconizado pelo PNCT do Ministrio da
Sade, todas as Unidades de Ateno Bsica Sade (UABS) podero atender ao
fumante e oferecer a abordagem cognitivo-comportamental como tratamento, desde
que seus profissionais estejam capacitados segundo a padronizao do programa.
Quando houver indicao, pode-se oferecer o tratamento medicamentoso
(MINISTRIO DA SADE, 2005b).
Sendo a motivao fator fundamental para uma alterao de comportamento
to importante como a de parar de fumar, a tarefa dos profissionais de sade ,
principalmente, auxiliar os fumantes a se tornarem altamente motivados para a etapa
da ao e, depois, ajud-los se manterem abstmios.
Assim como o tabagismo, a dieta habitual est entre um dos principais
elementos de anlise dos determinantes de maior tendncia ao desenvolvimento de
aterosclerose e doenas isqumicas do corao, principalmente associada ao uso
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abusivo de lcool. Do mesmo modo, para exercer influncia no vnculo dieta-doena,
no se pode abrir mo de informaes sobre a alimentao, medida que o
comportamento alimentar dever admitir mudanas casuais tanto para a preveno
quanto para o controle das morbidades em questo (WHO, 2002a).
2.3 CONSUMO ALIMENTAR E TABAGISMO
As alteraes que o consumo de cigarros pode provocar na ingesto de
alimentos tm sido alvo de inmeros questionamentos, visto que alguns estudos
experimentais mostram que a nicotina e a exposio fumaa do cigarro podem
levar perda de peso e a diminuio do consumo alimentar (LEMOS-SANTOS;
GONALVES-SILVA; BOTELHO, 2000).
Estudos relacionados com humanos reforam as situaes observadas nos
estudos com animais. As modificaes nos nveis de substncias reguladoras
afetam o consumo alimentar e a parada de fumar engendra nos abstmios a
necessidade de uma compensao psicolgica, ocasionando o aumento da ingesto
de alimentos e, consequentemente, um ganho de peso corpreo (LEMOS-SANTOS;
GONALVES-SILVA; BOTELHO, 2000).
A ingesto de macro e micronutrientes associa-se a fatores de risco e de
proteo para doenas crnicas no-transmissveis (DCNT). Quanto s relaes de
proteo, dentre outras, podemos citar a ingesto de fibras alimentares que
promovem efeitos benficos para a sade do homem. No caso das fibras solveis
elas esto envolvidas no metabolismo da glicose e de lipdios (GREGRIO; AREAS;
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REYES, 2001). Alguns estudos (BAKX, 2000; FORNS et al., 2000; WALKER et al,
2000) tm demonstrado estreita relao entre o consumo qualitativo e quantitativo
de gorduras e colesterol com essas morbidades.
Outros nutrientes apresentam uma relao de risco. A relao entre ingesto
lipdica e obesidade (AUSTRUP, 1999; LISSNER, 1999; SEIDELL, 1999), entre o
consumo de gorduras e doenas cardiovasculares (SBC, 1999a), em especial s
saturadas (LICHTENSTEIN et al, 1998), e a relao com o Diabetes tipo 2 so
clssicas. Os nveis sricos elevados de colesterol aumentam a taxa de mortalidade
(GREGRIO; AREAS; REYES, 2001) e, segundo Castelli et al. (1992), a razo
Colesterol Total/HDL o melhor indicador de risco cardiovascular.
Forns (1998) aps testar as relaes entre o consumo alimentar e o perfil
lipdico da populao estudada, atesta que os nveis de colesterol total e LDL-
colesterol correlacionam-se positivamente com os alimentos de origem animal e
negativamente com o consumo de frutas e hortalias.
Lemos-Santos et al. (2000) observaram que no houve variao no
consumo de determinados grupos de alimentos com diferenas quantitativas no
padro diettico de fumantes e de no-fumantes, contradizendo estudos anteriores.
Com relao ingesto e utilizao dos macronutrientes, estes autores demonstram
que o tabagismo parece influenciar a sntese de protenas e o metabolismo de
glicdios e lipdios. A ingesto de protenas nos dois grupos fumantes e no-
fumantes foi maior do que a recomendao das Ingestes Dirias Recomendadas
(IDR s) para esse nutriente.
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O tabagismo, a alimentao inadequada, o consumo de lcool e a
inatividade fsica, dentre outros, so considerados como fatores de risco para as
doenas e agravos no transmissveis, no acarretando apenas doenas e
sofrimento pessoal, mas representando tambm, um custo econmico significativo
tanto para os indivduos como para a sociedade, em vistas das seqelas causadas
(MINISTRIO DA SADE, 2000).
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3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o consumo alimentar dos participantes da Abordagem Intensiva aos
Fumantes do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) da Secretaria
Municipal de Sade de Goinia, no ano de 2006.
3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Descrever as caractersticas socioeconmicas e demogrficas da populao
estudada participante do PMCT.
Caracterizar os participantes do Programa Municipal de Controle do
Tabagismo (PMCT) em Goinia, segundo seu hbito tabagstico.
Descrever as freqncias de consumo dos alimentos e bebidas ingeridos pela
populao estudada.
Verificar a adequao da dieta dos indivduos estudados em relao aos
intervalos de distribuio aceitvel, em percentual, dos macronutrientes.
Caracterizar a qualidade da dieta dos indivduos estudados em relao ao
consumo de gorduras saturadas, colesterol e sdio.
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4 METODOLOGIA
4.1 DESENHO DO ESTUDO
Esta pesquisa corresponde a um estudo transversal, de carter descritivo,
realizado na cidade de Goinia, no perodo de fevereiro a novembro de 2006.
4.2 POPULAO DE ESTUDO
Participaram do presente estudo os pacientes com idade superior a 18 anos,
cadastrados no Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT)
desenvolvido pelos profissionais da Secretaria Municipal de Sade de Goinia,
previamente capacitados para a implantao da Abordagem Intensiva ao Fumante
na(s) Unidade(s) de Ateno Bsica Sade (UABS).
Foram considerados os cadastros dos tabagistas que estavam participando
no momento das entrevistas (fumantes e fumantes abstmios), no perodo de julho a
setembro de 2006, e os que j participaram (fumantes abstmios e ex-fumantes) dos
grupos em qualquer uma das unidades de sade dos distritos sanitrios Meia Ponte,
Mendanha, Norte, Oeste, Sudoeste e Sul/Sudeste.
O municpio de Goinia possui, atualmente, 21 UABS capacitadas para
acompanhamento dos tabagistas, na Abordagem Intensiva ao Fumante do PMCT
(APNDICE A). Destas, 13 UABS implantaram o programa, em seis distritos
sanitrios, no ano de 2006, visto que nem todas as unidades capacitadas
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conseguiram montar, por vrios motivos, os grupos de acompanhamento de
tabagistas. No APNDICE A esto apresentadas as unidades de sade (UABS)
distribudas por distritos sanitrios onde foram realizadas as entrevistas, bem como o
nmero de grupos montados em cada uma delas (UABS capacitadas e UABS
entrevistadas).
4.3 REA DO ESTUDO
A pesquisa realizou-se na cidade de Goinia, capital do estado de Gois, na
regio Centro-Oeste do pas. Fundada em 24 de outubro de 1933, Goinia aps um
rpido crescimento que superou o planejamento inicial de uma populao total de 50
mil habitantes, atualmente um eixo de aglomerado urbano com aproximadamente
1,2 milhes de habitantes com forte adensamento demogrfico (SECRETARIA
MUNICIPAL DE SADE, 2004).
Embora jovem quando comparada s centenrias capitais brasileiras,
Goinia, em sua realidade, possui problemas semelhantes de todas as grandes
cidades brasileiras como a urbanizao acelerada, mudanas na estrutura etria
com predominncia de idosos, desemprego, insegurana e aumento da
desigualdade social (SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE, 2004).
As caractersticas da cidade de Goinia e o perfil de como as pessoas
adoecem e morrem mostram uma realidade complexa e com muitos desafios. A
Secretaria Municipal de Sade (SMS) com o objetivo de proporcionar melhor
abastecimento das unidades de sade desenvolve uma poltica de planejamento e
21
-
gesto de suprimentos que divide o municpio de Goinia em nove distritos
sanitrios de sade, possibilitando uma coordenao mais adequada das atividades
e servios que integram a rede bsica de sade, cujo compromisso a construo e
qualificao do SUS (Sistema nico de Sade).
O campo de estudo eleito para atingir os objetivos propostos constituiu-se de
seis dos nove distritos sanitrios de sade (Figura 1), uma vez que trs distritos
(Noroeste, Leste e Central) no conseguiram formar, no ano de 2006, os grupos de
acompanhamento dos tabagistas em suas UABS.
Figura 01. Diviso do Municpio de Goinia por distritos sanitrios de sade. Secretaria Municipal de Sade, 2004.
OESTE
SUL/SUDESSUDOESTE
CENTRAL
MEIA PONTE
MENDANHA
NOROESTE NORTE
LESTE
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4.4 AMOSTRA
Realizou-se um levantamento prvio das UABS que foram capacitadas e
credenciadas na Abordagem Intensiva ao Fumante (APNDICE A), segundo o
modelo preconizado pelo Programa Nacional de Controle de Tabagismo/Instituto
Nacional do Cncer/Ministrio da Sade (PNCT/INCA/MS), na formao de grupos
para a implantao do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT). A
partir do levantamento das unidades foram realizadas visitas de avaliao da
situao geral dos grupos, com coleta das informaes conforme Planilha de
Levantamento de Dados (APNDICE B). Com as informaes coletadas verificou-se
um nmero mdio de 140 a 150 participantes regulares do PMCT, os quais foram
categorizados de acordo com o hbito de fumar e/ou fase motivacional, conforme
descrito no Consenso de Abordagem e Tratamento do Fumante (MINISTRIO DA
SADE, 2001), detalhado a seguir:
- Fumante*: aquele indivduo que fumou mais de 100 cigarros, ou 5 maos,
durante a sua vida e est fumando atualmente, de acordo com conceituao da
Organizao Pan-Americana de Sade (OPAS, 1995).
Fumante pesado: aquele que fuma 20 ou mais cigarros por dia
Fumante leve: aquele que fuma 15 ou menos cigarros por dia
- Fumante abstmio: aqueles indivduos que passaram pela Abordagem Intensiva ao
Fumante do PMCT, e pararam de fumar com ou sem medicamento em um perodo
menor que 1 ano, e no momento esto sendo acompanhados nos grupos.
23
-
- Ex-fumante: aqueles indivduos que pararam de fumar, com ou sem medicamento,
aps a Abordagem Intensiva do PMCT de qualquer grupo das UABS, em perodo
maior de 1 ano.
*O importante para esse trabalho, independente do grau de dependncia, se o
indivduo fumante, se est ou no abandonando o hbito de fumar ou se j
abandonou.
4.4.1 Critrios de incluso
Selecionou-se pacientes fumantes, fumantes abstmios e ex-fumantes que
aceitaram participar da pesquisa. Entre os fumantes, elegeu-se aqueles que
estavam regularmente participando das reunies do grupo, conforme controle de
freqncia, recebendo ou no medicamento, nas unidades de sade a qual pertence
seu cadastro. Entre os ex-fumantes e fumantes abstmios, escolheu-se aqueles que
participaram da Abordagem Intensiva ao Fumante, do PMCT, no ltimo ano, em
2005, ou mesmo nesse ano de 2006, que abandonaram o hbito de fumar com ou
sem medicamento, com dados registrados na UABS, na qual participou do grupo.
Entrevistou-se pacientes fumantes, fumantes abstmios e ex-fumantes de 16
grupos de reunies em 13 UABS, dos distritos sanitrios de sade de Goinia,
conforme apresentado anteriormente. A amostra obtida foi proporcional segundo os
participantes de acordo com o sexo, o que justifica uma quantidade maior de
mulheres entrevistadas.
24
-
4.4.2 Critrios de excluso
No participaram do estudo indivduos com idade inferior a 18 anos,
gestantes, pacientes com problemas psiquitricos e pacientes hospitalizados,
considerados grupos especiais, conforme consenso sobre Abordagem e Tratamento
do Fumante (MINISTRIO DA SADE, 2001).
4.5 Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT)
O Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) segue a
preconizao do Instituto Nacional do Cncer do Ministrio da Sade (INCA/MS) e
possui trs aes bsicas: Ambientes Livres do Tabaco (ALT), Atividades Educativas
de Sensibilizao e Conscientizao e Abordagens Mnima e Intensiva ao Fumante
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE, 2005).
Segundo o Ministrio da Sade (2001), a abordagem cognitivo-
comportamental e alguns medicamentos so mtodos eficazes na cessao de
fumar, com evidncias cientficas para comprovao, que fazem parte da
Abordagem Intensiva ao Fumante. Essa abordagem a base para o trabalho com
os usurios e para a cessao do hbito de fumar e deve sempre ser priorizada. A
farmacoterapia pode ser utilizada como um apoio, em situaes especficas e bem
definidas, tendo a funo de facilitar o tratamento, minimizando os sintomas da
sndrome de abstinncia, quando estes representam uma importante dificuldade
para se deixar de fumar.
25
-
A eficcia dos mtodos comportamentais atravs de abordagens individuais
ou em grupos aumenta a taxa de abstinncia medida que o tempo total da
abordagem (durao: freqncia da abordagem x o tempo gasto em cada contato)
for maior com um valor mximo de 9 minutos (FIORE et al., 2000).
Segundo Fiore et al. (2000), a abordagem cognitivo-comportamental
aplicada nos grupos de tratamento intensivo ao fumante combina intervenes
cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais. Os principais
componentes dessa abordagem so:
- preparar o fumante para solues de seus problemas com estmulo ao
autocontrole;
- estimular habilidades para resistir s tentaes de fumar com tcnicas de
relaxamento e procedimentos aversivos;
- preparar para prevenir a recada utilizando estratgias de enfrentamento;
- preparar o fumante para lidar com o stress visando mudana de comportamento.
A estruturao da Abordagem Intensiva ao Fumante do PMCT, no Municpio
de Goinia, possui as caractersticas abaixo relacionadas, conforme Protocolo
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE, 2005):
Assistncia estruturada;
Profissionais especificamente envolvidos e capacitados;
Seletiva;
Resultados: 20 - 30% de cessao em 1 ano;
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-
Dia, local, horrio: livre escolha da Unidade de Sade;
Equipe mnima: 3 profissionais de nvel superior capacitados (comisso
executiva);
Coordenadores: profissionais capacitados na metodologia do INCA/MS;
N de pessoas participantes nos grupos teraputicos: 15 a 20.
A Abordagem Intensiva ao Fumante do PMCT uma proposta de
assistncia estruturada, seletiva, que visa tornar o indivduo agente de mudana de
seu prprio comportamento. O Programa usa a interao do grupo para incentivar e
apoiar as mudanas, sem estimular a dependncia.
Caractersticas do tratamento em grupo:
Tempo de existncia do grupo pr-estabelecida;
Grupo temtico e de reflexo;
Conduzido, de preferncia, por 2 ou 3 profissionais da rea de sade
capacitados;
Participao ativa do paciente e do profissional de sade, orientando-o em
metas que visam resoluo do problema;
Ajuda o paciente a identificar, avaliar e reestruturar seus pensamentos,
comportamentos e sentimentos.
27
-
Quadro 1. Cronograma das sesses estruturadas do PMCT de Goinia-GO
Os pacientes inscritos para o tratamento participam das sesses em grupo
conforme cronograma descrito acima podendo ser acompanhados pelo perodo de 1
ano ou mais conforme necessidades individuais. Durante este perodo as pessoas
que deixaram de fumar (fumantes abstmios) sem medicao podem continuar
participando das reunies como apoio.
Porm, se o paciente no parar de fumar aps 6 meses de participao
nestes grupos teraputicos com a abordagem comportamental, preconiza-se a
utilizao de medicamento aos pacientes com alto nvel de dependncia (segundo
critrios do Teste de Fagerstrm, com resultado igual ou superior a 5). Recomenda-
se tambm aos pacientes que fumam 20 ou mais cigarros/dia, aos que fumam o 1
cigarro at 30 minutos aps acordar, com consumo mnimo de 10 cigarros/dia, e aos
pacientes que no conseguiram parar de fumar durante a abordagem, com sintomas
de abstinncia insuportveis, no havendo contra-indicaes.
O Teste de Fagerstrm utilizado para classificar o grau de dependncia
nicotina, variando de 0 (muito baixo) a 10 (muito elevado). Esse teste foi aplicado
durante a coleta de dados do fumante para auxiliar na classificao do seu hbito
tabagstico, com registro no questionrio prprio da entrevista (APNDICE C).
CRONOGRAMA 1 e 2 MS 3 e 4 MS 5 ao 12 MS
Sesses semanais:
Grupo fechado de 15 a 20 pessoas.
Sentadas em crculo.
Durao de uma hora e meia.
Sesses quinzenais:
Grupo fechado de 15 a 20 pessoas.
Durao de cerca de uma hora e meia.
Sesses mensais de manuteno:
Grupo aberto.
Uma hora de durao.
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-
importante enfatizar que os pacientes no devem fumar paralelamente ao
tratamento medicamentoso de 12 semanas. O acompanhamento neste perodo
dever ser semanal nas 2 primeiras semanas e quinzenal at a 12 semana.
Segundo o MS, s sero considerados ex-fumantes os pacientes que se mantiverem
abstmios por 1 ano.
Para maiores esclarecimentos sero descritas a seguir algumas
terminologias que sero utilizadas ao longo do trabalho.
Alguns mitos contribuem para que o fumante sinta medo no momento de
deixar de fumar. Por isso, importante oferecer orientaes consistentes para lidar
com essas questes. No caso do medo dos sintomas de abstinncia e da fissura ,
importa orientar que a durao mxima desses sintomas de 1 a 2 semanas e que
nem todos fumantes os apresentam.
- Sintomas de abstinncia: dor de cabea, tonteira, irritabilidade, alterao no sono
ou no ritmo intestinal, entre outros. Estes sintomas tm graus variveis de
intensidade e so favorecidos tambm pela presso social (atividades dirias,
relacionamentos e situaes conflitantes).
- A fissura
(momentos de desejo intenso de fumar), uma manifestao bastante
comum e que com o tempo tende a tornar-se esparsa. Em mdia, cada episdio no
dura mais que 5 minutos, e depois desaparece.
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-
Os mtodos de parada podem ser: abrupta ou gradual (por reduo e por
adiamento). As paradas graduais por reduo ou por adiamento devem ser
planejadas de forma que no leve mais do que duas semanas, para o fumante fumar
seu ltimo cigarro.
- Parada abrupta: deixa de fumar de um dia para o outro.
- Parada gradual por reduo: fuma um nmero menor de cigarros a cada dia, at
chegar o dia em que no fumar mais nenhum cigarro.
- Parada gradual por adiamento: adia a primeira hora em que fuma o primeiro
cigarro, progressivamente, at o dia em que no fuma mais nenhum.
Todas as informaes sobre o PMCT seguem padronizaes do Consenso
sobre a Abordagem e Tratamento do Fumante (MINISTRIO DA SADE, 2001) e do
Protocolo do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (SECRETARIA
MUNICIPAL DE SADE, 2005).
4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
4.6.1 Questionrio de caracterizao socioeconmica e demogrfica, do hbito
tabagstico e antecedentes pessoais e familiares
Os dados foram coletados em um questionrio aplicado atravs de
entrevista (APNDICE C) adaptado da Ficha de Avaliao Clnica do fumante, do
Programa Nacional de Controle do Tabagismo - PNCT (Abordagem e Tratamento do
Tabagismo) do Instituto Nacional do Cncer / Ministrio da Sade (INCA/MS), com
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breve caracterizao scio-econmica e demogrfica, a classificao do hbito
tabagstico e os antecedentes pessoais e familiares.
4.6.2 Questionrio de Freqncia de Consumo Alimentar (QFCA)
A informao sobre freqncia de consumo de alimentos foi obtida por meio
de coleta direta utilizando-se um questionrio validado (FORNS, STRINGHINI,
ELIAS, 2003; FORNS, STRINGHINI, 2005) para verificao da ingesto habitual
dos indivduos (ANEXO A). O inqurito foi retrospectivo, aos ltimos seis meses,
baseado na histria alimentar dos indivduos. A partir da lista original de 127
alimentos do questionrio validado utilizado, tambm foram includos no inqurito,
aqueles alimentos mencionados pelo (a) entrevistado (a) e ausentes na lista original,
obtendo uma lista de 214 alimentos, incluindo as bebidas, divididos por grupos.
Os alimentos identificados foram classificados em uma das 9 categorias de
freqncia de consumo, de acordo com a diviso previamente estabelecida no
questionrio utilizado (ANEXO A) . Para que essa forma de medida pudesse ser
tratada como varivel quantitativa, para cada categoria de freqncia de consumo
(fi), decidiu-se dar peso (Sf), baseado na freqncia de consumo nos ltimos seis
meses de acordo com o peso outorgado para cada categoria conforme descrito a
seguir (FORNS et al., 2000; FORNS et al., 2002):
f1 alimentos consumidos nunca ou menos de 1 vez por ms;
f2 alimentos consumidos 1 vez por ms;
f3 alimentos consumidos 2 a 4 vezes por ms;
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-
f4 alimentos consumidos 2 a 4 vezes por semana;
f5 alimentos consumidos de 5 a 6 vezes por semana;
f6 alimentos consumidos 1 vez por dia;
f7 alimentos consumidos 2 a 3 vezes por dia;
f8 alimentos consumidos 4 a 5 vezes por dia;
f9 alimentos consumidos 6 vezes por dia;
Os pesos outorgados foram considerados de acordo com a freqncia de
consumo:
S1 = 0
S2 = 0,016
S3 = 0,099
S4 = 0,43
S5 = 0,79
S6 = 1
S7 = 2,5
S8 = 4,5
S9 = 6
Os pesos foram obtidos de acordo com a frmula descrita abaixo. Sendo
assim, para um alimento consumido entre a e b ocorrncias nos ltimos seis meses
conta-se o nmero de dias (freqncia de consumo) que represente 1 semestre e
aplica a frmula. Foi definido como valor mdio, S6 = 1, para os alimentos
consumidos diariamente, conforme proposto por Forns et al., (2002):
32
-
Sn = (1/180)[(a + b)/2]
Para esclarecer como foi obtido o valor de cada freqncia utilizada no
questionrio (ANEXO A) observe o exemplo a seguir: para um alimento consumido
na freqncia de 2 a 4 vezes por semana (f4), contando em dias tm-se um consumo
mdio semestral de 156 dias, aplicando a frmula [(0.0055555)*(52+104)/2], o
resultado do peso para esta freqncia de 0,43 (S4).
Com isso, o consumo mensal pode ser representado pelas freqncias de
1vez/ms, de 2 a 4 vezes/ms ou o somatrio delas. Da mesma maneira para o
consumo semanal podem ser utilizadas as freqncias de 2 a 4 vezes/semana ou de
5 a 6 vezes/semana ou o somatrio delas. Assim como para o consumo dirio, onde
o alimento pode ser consumido 1vez/dia, de 2 a 3 vezes/dia, de 4 a 5 vezes/dia ou
at 6 vezes/dia dependendo da porcentagem da freqncia de consumo, que mais
se destacar, de acordo com cada alimento consumido em seus respectivos grupos.
4.7 COLETA DE DADOS
Inicialmente os coordenadores dos grupos das UABS registradas no PMCT
receberam cartas informativas (APNDICE D) sobre a realizao da pesquisa,
esclarecimento dos objetivos e solicitao de apoio. Com isso, estabeleceu-se
contato por telefone com os coordenadores dos grupos para discusso e soluo de
eventuais dvidas. Agendou-se datas especficas das reunies de cada UABS com
os tabagistas, para elaborao do cronograma e organizao das visitas de campo
para a coleta de dados.
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-
A partir da iniciou-se a coleta de dados onde foi feita a entrevista, logo aps
o trmino da reunio, programada segundo cronograma da UABS, no
comprometendo a rotina das atividades planejadas pelos coordenadores, desde que
o tabagista concordasse em participar da pesquisa e, por sua vez, em assinar o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APNDICE E).
Para os demais participantes do estudo (fumantes abstmios e ex-fumantes)
foi feito o levantamento dos dados por meio das planilhas de registro e controle dos
pacientes que participaram dos grupos no 1 semestre de 2005, para localizao dos
mesmos, e posteriormente, agendada uma reunio na UABS (somente para aqueles
pacientes que ainda mantinham algum vnculo com os grupos). Encontrou-se
poucos pacientes desse grupo. Os materiais para tal levantamento encontram-se
disponveis em cada UABS e tambm, na Diviso de Doenas Crnico-
Degenerativas, da Secretaria Municipal de Sade (SMS) de Goinia.
Realizou-se visitas nos grupos em quantidade suficiente para entrevistar
todos os interessados em participar da pesquisa, visto que os pacientes retornavam
ao grupo na reunio subseqente, de acordo com a proposta de interveno do
PMCT.
Essa pesquisa originou-se de um projeto inicial maior: Estado nutricional,
nvel de atividade fsica, consumo de lcool e perfil de consumo alimentar de
pacientes tabagistas em tratamento na cidade de Goinia . Sendo assim, realizou-se
uma coleta de dados comum para os dois projetos, este em questo e o outro
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intitulado: Estado nutricional e nvel de atividade fsica de pacientes tabagistas em
tratamento na cidade de Goinia, em 2006 .
A coleta foi realizada diretamente por nutricionistas, neste caso, duas eram
as autoras do projeto atuando como coordenadoras, e a outra nutricionista era
voluntria e atuava como supervisora, alm de acadmicas da Faculdade de
Nutrio da Universidade Federal de Gois, previamente treinadas. Para assegurar
a qualidade da coleta, foi ministrado treinamento terico, conforme programao e
apresentao com aplicao do Manual do Entrevistador (APNDICE F), com
informaes gerais sobre a coleta de dados e a importncia da padronizao das
atividades realizadas durante a aplicao dos questionrios. Realizou-se tambm
atividade prtica, com aplicao dos questionrios entre os entrevistadores e com
alguns servidores voluntrios da Faculdade de Nutrio (FANUT/UFG). Em seguida
foram sistematizadas as informaes a partir da soluo das dvidas e correo dos
erros que surgiram.
Durante a aplicao do QFCA o nutricionista utilizou meios que ajudavam o
participante, no momento da resposta sobre o consumo de alimentos, para que
fosse mais detalhado possvel, o tamanho e o volume da poro consumida, tais
como: lbuns fotogrficos e utenslios que expressassem as medidas caseiras
(APNDICE G).
Ao trmino da realizao da coleta quando verificada a necessidade de uma
interveno educativa do ponto de vista nutricional, o paciente foi orientado a
procurar um nutricionista da rede, ligado sua rea de abrangncia, pois se tem
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disponibilidade deste profissional em todos os nove distritos sanitrios de sade da
Secretaria Municipal de Sade de Goinia.
4.8 VARIVEIS DE ESTUDO E TCNICAS DE COLETA
4.8.1 Variveis scio-demogrficas:
Sexo e Idade: obtidos por meio da entrevista individual. Calculou-se a idade a
partir da data de nascimento at a data da entrevista, em anos completos, e a idade
foi categorizada em dcadas. Os indivduos selecionados foram adultos com idade
acima de 18 anos.
Estado civil ou situao conjugal: obtido na entrevista individual e classificado
de acordo com as categorias descritas abaixo, conforme material elaborado pelo
Ministrio da Sade (2005c). importante ressaltar que o interesse da pesquisa foi
conhecer qual a situao conjugal da pessoa entrevistada no dia da pesquisa que
pode ou no ser a mesma que o estado civil, ou seja, pode ser solteiro em seu
estado civil, mas atualmente vive junto com outra pessoa, conforme apresentado no
Manual do Entrevistador (APNDICE F).
As categorias utilizadas na caracterizao do estado civil ou situao
conjugal foram: casado(a)/unio consensual ou divorciado/desquitado/separado(a)
ou solteiro