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Pergunte Para Quem Interessa – As Concepção de Estudantes e Profissionais, da Área de Química, A Respeito de Conceitos Relacionados Ao Ensino. Adnaldo Brilhante (PQ) 1 , Junior de Oliveira (VIC) 2 , Anderson Morais (VIC) 3 INTRODUÇÃO A formação de conceitos aparece no ser humano quando este se sente exposto ao ambiente. Em uma analise objetiva, dizemos que o individuo aprende observando o meio que se encontra, sendo que sua curiosidade é despertada, passa a querer conhecer mais sobre o ambiente para maior entendimento próprio. Neste ponto a conceituação surge para dar significado a cada fenômeno observado e usando uma nomenclatura pessoal, somente coerente a ele mesmo, nomina-se tudo que lhe é apreciável (CACHAPUZ, PRAIA e JORGE, 2004). Podemos dizer que o conceito nada mais é que a forma com a qual entendemos um determinado objeto ou fenômeno. É o mecanismo que usamos para dar significado às “coisas” e formamos o nosso conhecimento (aprendizado) e nos certificamos de sua existência, podendo ter uma coerência grupal (um conjunto especifico de indivíduos-teorias) ou simplesmente pessoal. É nele que “vemos” os objetos de maneira significativa e familiar, criando o nosso próprio conhecimento, é com ele que entendemos outras formas de conhecimento, é partir do conceito que buscamos o conhecimento. É valido ressaltar, que o conhecimento tem varias formas de apresentar-se, para nosso caso usaremos duas:

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A formação de conceitos aparece no ser humano quando este se sente exposto ao ambiente. Em uma analise objetiva, dizemos que o individuo aprende observando o meio que se encontra, sendo que sua curiosidade é despertada, passa a querer conhecer mais sobre o ambiente para maior entendimento próprio. Neste ponto a conceituação surge para dar significado a cada fenômeno observado e usando uma nomenclatura pessoal, somente coerente a ele mesmo, nomina-se tudo que lhe é apreciável.

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Pergunte Para Quem Interessa – As Concepção de Estudantes e Profissionais, da Área de Química, A Respeito de Conceitos

Relacionados Ao Ensino.Adnaldo Brilhante (PQ)1, Junior de Oliveira (VIC)2, Anderson Morais (VIC)3

INTRODUÇÃO

A formação de conceitos aparece no ser humano quando este se sente exposto ao

ambiente. Em uma analise objetiva, dizemos que o individuo aprende observando o meio que

se encontra, sendo que sua curiosidade é despertada, passa a querer conhecer mais sobre o

ambiente para maior entendimento próprio. Neste ponto a conceituação surge para dar

significado a cada fenômeno observado e usando uma nomenclatura pessoal, somente

coerente a ele mesmo, nomina-se tudo que lhe é apreciável (CACHAPUZ, PRAIA e JORGE,

2004).

Podemos dizer que o conceito nada mais é que a forma com a qual entendemos um

determinado objeto ou fenômeno. É o mecanismo que usamos para dar significado às “coisas”

e formamos o nosso conhecimento (aprendizado) e nos certificamos de sua existência,

podendo ter uma coerência grupal (um conjunto especifico de indivíduos-teorias) ou

simplesmente pessoal. É nele que “vemos” os objetos de maneira significativa e familiar,

criando o nosso próprio conhecimento, é com ele que entendemos outras formas de

conhecimento, é partir do conceito que buscamos o conhecimento. É valido ressaltar, que o

conhecimento tem varias formas de apresentar-se, para nosso caso usaremos duas: o

conhecimento cientifico e o conhecimento popular, também chamado de senso comum.

Assim, Bizzo (2007) afirma que o conhecimento cientifico não é melhor ou mais

verdadeiro do que os outro tipos de conhecimentos apenas diferente. Em termos absolutos, de

modo geral, o conhecimento científico não contradiz o senso comum. No senso comum há

coincidência entre causa e intenção. Ele é prático e aplicável, resulta em beneficio individual

e imediato com relações perceptíveis e explicáveis. Está vinculado a crenças de um

determinado povo, sendo justificado pela experiência do quotidiano. Não há a utilização de

algum método universal conhecido. Já o cientifico é racional, sistemático e verificável. Sua

origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia universal especifica.

Nada é do acaso, sendo “formado” por meio da observação empírica dos fatos que ocorrem no

ambiente (CACHAPUZ, PRAIA e JORGE, 2004).

Os conceitos formulados a partir do senso comum são relativista (podem se aplicar a

qualquer contexto sem depender do outro), sincrético (associa todas as teorias possíveis) e

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plurissignificísta (apresenta vários significados). Por sua vez os conceitos formulados, a partir

do conhecimento cientifico, são reais (fatos relacionados à observação), objetivos (não

aceitam contradição, se esta aparecer pode ocorrer à queda de uma das duas ou mais teorias

que se contradizem), sistemático (por ter uma terminologia definida e padronizada),

interdependente (uma teoria completa a outra), independe do contexto, simbólicos e abstratos

(BIZZO, 2007). Este é o tipo de conhecimento que é ensinado nas escolas e são estes os

conceitos que são aplicados nas novas metodologias de ensino e por tal é considerado

verdadeiro. Não que o senso comum seja irreal, mas pode ser “manipulado” com informações

não verídicas, citamos o exemplo nacional da “manga com leite”, contudo existem conceitos

derivados do senso comum que foram explicitados por meio do conhecimento cientifico como

a utilização de substancias derivadas das plantas para o tratamento de doenças. A partir do

início da modernidade, a ciência foi definida como o caminho privilegiado e mais seguro de

acesso à realidade, sendo que desta se espera que os indivíduos que fazem o seu uso

produzam conhecimentos úteis e também forme pessoas capazes de atender aos requisitos de

um mundo economicamente ativo e moldado pelas mesmas: ciência e tecnologia.

(GOERGEN, 1998).

O grande problema do senso comum é seu caráter individual. Deve-se tomar cuidado

ao se partir de interpretações próprias do individuo com relação ao meio, assim, pode-se

conceituar de maneira errônea, ao que diz respeito à concepção cientificas das coisas, estes

mesmo objetos, dando significados totalmente inversos sobre um mesmo fenômeno, o que de

certa forma não seria interessante ao aprendizado de nenhum estudante. A conceituação

apresenta-se em crianças que começam a ter um uma visão mais critica sobre o mundo que

lhe é apresentado, está relacionada ao desenvolvimento cognitivo que o individuo apresenta

(MAIA e JUSTI, 2008).

Citando ainda Maia e Justi, (2008) no ponto que alguns chamam de a idade dos “por

quês”, onde o individuo tem o contado com o ambiente e se interroga, de maneira critica

sobre a coerência do conceito que lhe esta sendo apresentado. Todavia, essa é uma via de mão

dupla, no que se refere ao aprendizado. Por um lado é muito interessante aproveitar o senso

critico, recém desperto, que o individuo apresenta nesta etapa da vida, porém, sem a devida

orientação o mesmo pode formar significados alienados a respeito dos conceitos que o

circundam. A isso Bizzo (2007), reflete ao dizer que cada estudante traz uma forma de

conhecimento consigo, este adquirido de uma fonte: a observação do meio onde vive, suas

relações sociais, meios de comunicação (TV, Mídia escrita e internet). Bizzo (2007), ainda

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completa dizendo que este conhecimento pode ser uma concepção alternativa do real, uma

visão alienada do verdadeiro conceito oriundo da educação formal.

Citaremos trechos de um livro infantil nacional da Autora Ruth Rocha com o titulo

Marcelo, marmelo, martelo, que exemplifica a respeito dos conceitos e sua alienação.

Faremos esta analogia para usar um livro bem conhecido e popular como ferramenta de

discussão a respeito dos conceitos que abrange a aquisição do conhecimento formal ou

cientifico.

Neste trecho surgem as indagações, a fase dos “Por quês”:

[...] No dia seguinte, lá vinha ele outra vez: - Papai, por que é que mesa chama mesa? - Ah, Marcelo, vem do latim. - Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro? - Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga. - E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?[...]

Surgimento do senso critico:

[...] Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai: - Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas coisas. Por exemplo: por que é que bola chama bola? [...]

Neste trecho Marcelo mantém o senso critico, contudo começa a formar concepções

alternativas sobre os conceitos:

[...] E Marcelo continuou pensando: "Pois é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda. Mas bolo nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é a mulher do bolo? E bule? E belo? E bala? Eu acho que as coisas deviam ter nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo. Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada. E travesseiro? Devia chamar cabeceiro, lógico! Também, agora, eu só vou falar assim". [...]

Aqui o pai de Marcelo tenta orientá-lo a respeito de suas concepções dos conceitos:

[...] O pai de Marcelo resolveu conversar com ele: - Marcelo, todas as coisas têm um nome. E todo mundo tem que chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende...- Não acho, papai. Por que é que eu não posso inventar o nome das coisas? BIRIQUITOTE XEFRA! - Deixe de dizer bobagens, menino! Que coisa mais feia! - Está vendo como você entendeu, papai? Como é que você sabe que eu disse um nome feio? O pai de Marcelo suspirou: - Vá brincar, filho, tenho muito que fazer...[...]

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Com a devida orientação o estudante pode, baseando em seu próprio conhecimento,

moldar de uma forma mais coerente os seus conceitos pré-existentes. Esta orientação

inicialmente e fornecida pelos pais e familiares, posteriormente o meio social pode dar

interferência ao entendimento dos conceitos ou a reformulação como desenvolvimento do

individuo. Contudo, a orientação mais importante é a do professor, o qual será formador

integral do cidadão critico e consciente (SILVA e PITOMBO, 2006). O professor dever ter

domínio das teorias para ser capaz de elaborar análises e reflexões sobre sua prática, além de

compreender como o estudante aprende. Mediar à busca do conhecimento e facilitar esta

aquisição (ROGADO, 2004). Esta “orientação” não deve, jamais, ignorar os conceitos que o

estudante traz consigo e sim reformulá-los para melhor desenvolvimento de suas

características: sócio, cultural, intelectual e psicológica (ASSIS e TEXEIRA, 2009; LARA,

TANAMACHI E LOPES JUNIOR, 2006).

Na área do conhecimento cientifico, o qual, nós consideramos como a conjunção de

todos os saberes, privilegia-se o conhecimento coletivo como forma global de formação

humana, a qual favorece relações intrínsecas entre cada individuo, tais como respeito mútuo e

convivência social. É de se levar em conta que um indivíduo com conceitos pessoais, sobre o

meio que faz parte, torna-se algo agressivo e arriscado, pois, gera deturpações no que se refere

às relações humanas. Não estamos dizendo que não se pode ter idéias individuais a respeito

dos significados, ou que seja proibido ser “um pensante independente”, mas uma visão

egocêntrica do mundo pode favorecer a alienação e conflitos congruentes a respeito da

realidade. As diferenças de conceitos devem ser discutidas e abertas a todos os indivíduos que

fazem parte de um grupo, não se pode guardá-las e simplesmente deixar-las de lado, o

conhecimento surge a parti do choque entre idéias (discussão) e a conclusão destes choques,

com um enfoque especial ao contexto em que o grupo faz parte, contribuiu para o crescimento

e o desenvolvimento do individuo na sociedade.

O atual interesse no senso comum de modo geral nos mostra que os indivíduos não

só querem conhecer melhor os fenômenos, mas que também tem explicações pessoais para o

que ocorre. Na escola e fácil ouvir dos estudantes conceitos próprios e opiniões a respeito dos

fenômenos que os rodeiam. É claro que estes conceitos e opiniões estão longe de um viés

mais cientifico, contudo deverão evoluir para afirmações cientificas mais coerentes ao longo

da aprendizagem. O papel do professor e encontrar os meios adequados para isso ocorrer

(SCARINCI E PACCA, 2006). No estágio de formação de conceitos verdadeiros, ou seja,

que não foram alienados, o estudante deve ser capaz de sistematizar, unificando

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organizadamente os conceitos da sua experiência, bem como de abstrair, isolar em sua mente

esses elementos, num processo de análise-síntese (GERHARDT, 2010).

Neste contexto a aprendizagem é a mudança na qualidade de se formar, pelo próprio

individuo, conceitos, experiências e compreensão do mundo. No campo da aprendizagem,

este princípio significa a valorização do olhar do estudante como ponto de partida para a

investigação sobre o aprender (ROSARIO et.al., 2006).

Concordando com isso, Scarinci e Pacca (2006) afirmam que neste modelo de

aprendizagem por mudança de conceito, espera do indivíduo um papel ativo no processo da

reformulação do conceito de modo que o encorajamento da autonomia do estudante também

seja desejável sob esse termo. Mudança não é algo considerado fácil, sendo que qualquer

idéia, além de ser um componente afetivo da identidade do individuo, está inserida de uma

forma complexa a muitas outras idéias. A autoconfiança adquirida pelo estudante o ajudara a

enfrentar as novas situações que compete a ele mesmo compreender.

Este trabalho tem por finalidade avaliar as concepções dos estudantes da área

química – estudantes dos cursos técnicos de química e técnico em alimentos, cursos

superiores de licenciatura plena e bacharéis em química – juntamente aos profissionais da área

química, sobre os conceitos pedagógicos que dizem respeito ao ensino.

METODOLOGIA

Foi elaborado um questionário com as seguintes perguntas todas dissertativas:

1) O que você entende por Educação? 2) Qual a sua concepção de Ensino? 3) O que você

compreende por Aprendizado? 4) Para você qual é o conceito de didática? 5) Do seu ponto de

vista, qual é o conceito de Conhecimento?

O questionário foi aplicado no mês de setembro de 2010 na Universidade Federal de

Mato Grosso (UFMT). Os estudantes dos cursos e licenciatura e bacharelado em química

foram voluntários.

O mês seguinte, outubro de 2010, foram aplicados aos cursos de técnico em química

e técnico em alimentos o mesmo questionário, juntamente a profissionais da área química do

Instituto Federal de Ciência, Ensino e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT). Os alunos e os

profissionais foram voluntários para responder o questionário.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

As respostas as pergunta foram separadas em três partes: estudantes dos cursos

técnicos, estudante dos cursos superiores e profissionais da área, sendo apresentada a baixo:

Estudantes dos cursos técnicos em química e técnico em alimentos:Respostas a pergunta Nº 1

Formação para o convivo social.

Qualidade de vida.

Resposta a pergunta Nº 2

Ensinar é aprender, divulgar o

conhecimento.

Ensinar é levar o aprendiz a questionar,

entrar em dialogo e em busca de novos

conhecimentos.

Ensino ruim.

Melhor desenvolvimento que tem uma

sociedade.

Aprender normas e regras.

Capacidade de sobrevivência.

Interação entre o pratico e teórico.

Passagem de conhecimento.

Respostas a pergunta Nº 3

Oposto ao ensino.

Passagem de conhecimento.

Vem somar a nossa vida, pois, um ser

sem aprendizado não vive.

Aquisição de conhecimento.

Eu só aprendo indo na escola todos os

dias e também em casa e também com a

ajuda de colegas e alunos do colégio.

Respostas a pergunta Nº 4

Primeiro passo para o ensino.

Conteúdo a ser aprendido.

Mudança de vida.

Materiais e ensino.

Metodologia de ensino.

Relação ente ensino/aprendizagem

professor/aluno

Respostas da pergunta Nº 5.

Entendimento das informações

adquiridas.

Ter domínio das informações.

Busca por informações.

Processo o qual se chegou a uma

conclusão.

Conhecimento é bom.

Resumo de tudo que nós passamos em

nossas vidas.

Capacidade de aprender pensando.

Estudantes dos cursos superiores de licenciatura e bacharel em química.

Respostas a pergunta Nº 1

É o ato de aprender.

Formação social.

Respostas a pergunta Nº 2

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É a mesma coisa que educação.

Ato de aprender.

Metodologia de aprendizagem.

Respostas a pergunta Nº 3

Passagem de conhecimento.

Entendimento de novas coisas (busca).

Tudo aquilo que foi significativo.

Respostas a pergunta Nº 4

Metodologia de ensino.

Respostas a pergunta Nº 5

Forma de aprendizado.

É quando você sabe sobre algo.

Tudo o que podemos adquirir com o

nosso aprendizado.

Profissionais da área de química.

Repostas a pergunta Nº 1

Ato de ensino e aprendizagem para a

formação integral.

Formação para o convívio social.

Respostas a pergunta Nº 2

Atividade que visa promover a

aprendizagem.

Troca de informações.

Passagem de conhecimento.

Ensinar é lembrando ao outro que ele

sabe.

Respostas da pergunta Nº 3

Resultado da ação de ensinar.

Absorção das informações.

Exercício do que se aprendeu.

Ato de entender as coisas.

Respostas da pergunta Nº 4

É a arte de ensinar.

Metodologia de ensino.

Técnica de orientar aprendizagem.

Respostas da pergunta Nº 5

Tomar ciência determinada pela

relação sujeito-objeto.

É que nós adquirimos no dia-a-dia.

Ato de fornecer informações e ser

capaz de descrevê-las.

Ter noção de alguma coisa.

Desta maneira pode-se dizer que os estudantes dos cursos técnicos tiveram

concepções alternativas dos conceitos relacionados, sendo que maioria partiu do senso

comum como seu próprio entendimento. Devemos ressaltar que estes estudantes fazem parte

de um grupo bem homogêneo, pois uma grande porção deles estão fazendo o curso para

qualificação profissional, sendo que já estão atuando no mercado de trabalho. Isso caracteriza

que os estudantes/profissionais tendem em ter concepções alternativas, cujo, conceitos se

baseiam no entendimento próprio a respeito do significado.

Os estudantes dos cursos superiores fazem partem de um grupo mais heterogêneo,

contudo apresentaram a mesma dificuldade de conceituação. As concepções alternativas

criadas neste grupo demonstram grande problema sobre a formação dos professores, por conta

de uma visão “bacharelesca”, o que torna este, em um grau de avaliação inquisidor, propensos

a terem uma relação mais dificultosa com a parte pedagógica. Contudo é de levar em conta

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que estes estudantes podem modificar sua concepção a respeito dos significados, ao passo que

no meio acadêmico, principalmente no curso de licenciatura, serão colocados em situações

problemas.

Os profissionais da área química foram os que se aproximaram mais de respostas

cientificamente coerentes pelo fato do convívio mais próximo com a área. Podemos dizer que

este grupo também em sua constituição foi heterogêneo em todos os aspectos. Mesmo assim,

ainda em algumas respostas notasse o fomento ao palpável, característica do senso comum.

Não que senso comum seja totalmente não cientifico, mas ele pode levar a uma interpretação

equivocada do conceito, todavia que este se baseia sempre da experiência do individuo.

CONCLUSÃO

Se fossemos citar as fontes que nos dão o significado de cada conceito aqui

relacionado verificaríamos que estes por sua vez apresentam certa diferença na forma pela

qual são ilustrados. Podemos dizer que um dicionário de língua portuguesa do Brasil relataria

de forma objetiva e clara o significado de cada um dos conceitos consonante ao emprego da

palavra, enquanto uma lei, ou leis, seriam mais abrangentes no seu significado e as possíveis

interpretações que podem surgir a esse respeito, ao passo que um pesquisador, ou até mesmo

na literatura cientifica se mostraria o mais sistemático possível para evitar colocações

equivocada e individuais.

Entretanto, quando falamos de concepções que as pessoas têm, o individuo faz

questão de colocar sua própria opinião, de forma critica e singular, mas é de se salientar que

mesmo tento o senso critico este acaba fornecendo uma concepção alternativa e às vezes

distante do significado cientifico (usado na formalização da aprendizagem) que corresponde à

palavra. É valido que cada individuo tenha em mente o seu senso a respeito de todas as coisas,

contudo, não se deve torna-se uma variável que inflige à razão pelo qual se busca o

conhecimento.

Deve-se partir do pressuposto que o conhecimento é universal. Se fizermos como o

Marcelo do livro infantil, estaremos nos isolando do mundo (conceito universal do

conhecimento) e isolando as possíveis trocas de conhecimentos que poderíamos fazer com

outros indivíduos. Ao mudarmos a nossa concepção de uma centrada no senso comum próprio

para uma formada no conhecimento cientifico abrimos um novo horizonte onde os

entendimentos surgem para o beneficio próprio do individuo e do grupo que está inserido,

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pode ser uma visão utópica, mas coerente a este respeito. O entendimento se manifestaria de

forma abrangente firmando em sintonia com a relação de busca e aquisição, troca e mudança,

para formalizar o aprendizado de forma dinâmica e concreta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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[9] Rocha. R. Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias. Editora salamandra. 1976.

[10] Rogado, J. A grandeza quantidade de matéria e sua Unidade, o mol: algumas considerações Sobre dificuldades de ensino e aprendizagem. Ciência & Educação, v. 10, n. 1, p. 63-73, 2004.

[11] Rosário, P. et. al. Discursos de pais e alunos sobre o aprender: um estudo no 5º ano de escolaridade. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 463-471, set./dez. 2006.

[12] Scarinci, A.L. e Pacca, J.L.A. Um curso de astronomia e as pré-concepções dos alunos. Rev. Bra. Ensino de Física, v. 28, n. 1, p. 89 - 99, (2006).