Perspectivas 2011 final

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Cenário 2011 1/12 Visão Geral A difícil situação econômica internacional dificulta bastante a elaboração de cenários. Entretanto, é possível delinear os elementos que terão maior influência no crescimento para 2011: a) a crise na Europa que tende a se agravar; b) a China se mantendo como a locomotiva do mundo; c) a situação dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) e; d) no Brasil as questões como: taxa de juros, inflação, consumo, déficit público. Existe uma nova “Crise a Vista”? A primeira grande preocupação é com a retomada dos preços das commodities muita acima do esperado. Ficam as perguntas: Por que as bolsas e as commodities subiram tanto? Será que não estamos caminhando para mais uma bolha? Além disto, aqui fica uma advertência: existem ainda muitas incertezas persistentes nos mercados financeiros causadas pela crise da dívida pública na Zona do Euro. Os problemas das dívidas soberanas de alguns países podem vir a refletir na economia real e os bancos centrais e os dirigentes políticos serão colocados em cheque novamente com a necessidade de arrocho fiscal aumentando ainda mais o desemprego. Há risco ainda dos países abandonarem o EURO e isto despedaçar economicamente a Europa. Estamos saindo de uma crise financeira para uma “crise de crescimento”, ou seja, passaremos por um longo período de baixo crescimento principalmente nos países centrais. EUA De acordo com dados que vêm sendo divulgada nos Estados Unidos, a crise não vai ser solucionada tão rápido como se esperava, já se passaram dois anos do auge da crise e ainda não se mostrou uma tendência de recuperação. A economia Norte Americana deverá crescer 2,7% este ano, caindo para 2,2% em 2011, segundo previsões revistas para baixo pela Organização para Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE). O que podemos observar é que os mercados mudaram após a crise e, de agora em diante, teremos uma competição muito maior, marcada pelo desenvolvimento tecnológico diferencial e redução de custos. Além disso, o dólar americano vem se desvalorizando em relação a quase todas as moedas.

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Cenário 2011

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Visão Geral

A difícil situação econômica internacional dificulta bastante a elaboração de cenários. Entretanto, é

possível delinear os elementos que terão maior influência no crescimento para 2011: a) a crise na

Europa que tende a se agravar; b) a China se mantendo como a locomotiva do mundo; c) a situação

dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) e; d) no Brasil as questões como: taxa de

juros, inflação, consumo, déficit público.

Existe uma nova “Crise a Vista”?

A primeira grande preocupação é com a retomada dos preços das commodities muita acima do

esperado. Ficam as perguntas: Por que as bolsas e as commodities subiram tanto? Será que não

estamos caminhando para mais uma bolha? Além disto, aqui fica uma advertência: existem ainda

muitas incertezas persistentes nos mercados financeiros causadas pela crise da dívida pública na

Zona do Euro. Os problemas das dívidas soberanas de alguns países podem vir a refletir na

economia real e os bancos centrais e os dirigentes políticos serão colocados em cheque novamente

com a necessidade de arrocho fiscal aumentando ainda mais o desemprego. Há risco ainda dos

países abandonarem o EURO e isto despedaçar economicamente a Europa.

Estamos saindo de uma crise financeira para uma “crise de crescimento”, ou seja, passaremos por

um longo período de baixo crescimento principalmente nos países centrais.

EUA

De acordo com dados que vêm sendo divulgada nos Estados Unidos, a crise não vai ser solucionada

tão rápido como se esperava, já se passaram dois anos do auge da crise e ainda não se mostrou uma

tendência de recuperação. A economia Norte Americana deverá crescer 2,7% este ano, caindo para

2,2% em 2011, segundo previsões revistas para baixo pela Organização para Cooperação e o

Desenvolvimento (OCDE). O que podemos observar é que os mercados mudaram após a crise e, de

agora em diante, teremos uma competição muito maior, marcada pelo desenvolvimento tecnológico

diferencial e redução de custos. Além disso, o dólar americano vem se desvalorizando em relação a

quase todas as moedas.

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Cenário 2011

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Atividade Econômica – EUA1

Indicador 2007 2008 2009 2010* 2011*

PIB real (% A/A) 1,90 0,00 (2,60) 2,80 2,60

IPC (% A/A) 2,87 3,85 (0,35) 1,60 1,50

Desemprego 4,60 5,80 9,30 9,70 9,40

China

A China continua sendo o país com maior destaque no cenário mundial e absorveu nestes dois anos

boa parte do impacto da crise, que poderia ter sido muito maior se ela não tivesse dado continuidade

aos seus investimentos.

A grande preocupação hoje é que o governo chinês vem impedindo que o Yuan se valorize em

relação ao dólar e isso está aumentando a possibilidade de mais inflação em sua própria economia,

ao mesmo tempo em que ameaça outros países. Manter a moeda chinesa baixa é ruim para a

economia de todos os países, porque prejudica o comercio internacional, principalmente das

economias emergentes.

1 Fonte e *Projeção: Bloomberg 23/12/2010

Atividade Econômica Chinesa1

Indicador 2007 2008 2009 2010* 2011*

PIB real (% A/A) 14,20 9,60 9,10 10,07 9,01

IPC (% A/A) 4,77 5,90 (0,68) 3,00 3,50

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Cenário 2011

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Economia doméstica - Visão geral

As pressões inflacionárias na economia doméstica continuam a preocupar o Banco Central, cuja

nova equipe monetária anunciada pode vir a promover um novo aumento da taxa básica de juro,

logo após a posse da presidente Dilma Rousseff.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o ano de 2011 será um ano de ajuste

econômico e que a inflação voltará a cair: previu que o PIB crescerá 5,5% no ano que vem. Em

2010 o Estado teve que participar mais da economia, dando subsídios e capitalizando o BNDES.

Foi uma política anticíclica. Agora que a economia está recuperada, será preciso reduzir gastos de

custeio para deixar o setor privado entrar. O que se pode prever é que o primeiro ano do mandato da

Presidente eleita não será um mar de rosas.

Inflação a vista

A Pesquisa Focus2 manteve a estimativa de crescimento para 2011, permanecendo em 4,5%. A

expectativa para a produção industrial neste ano teve ligeira de queda: passou de 10,98% para

10,70%, para o próximo ano, a previsão é de 5,30%. A meta para 2011 de 4,5% deve ser perseguida

pelo BC (com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos). Para o Índice Geral de

Preços de Mercado (IGP-M) neste ano de 2010, a expectativa é de 11,34%. Para o próximo ano, a

projeção é 5,44%. Acreditamos que os preços administrados devam permanecer na média de 4,7%

em 2011.

O Banco Central publicou os números de outubro e sem o truque contábil, ou seja, “contabilidade

criativa” sem registrar o IPO da Petrobras. O déficit nominal com base em 12 meses chegou a 2,8%

do PIB e com a remoção da Petrobras, chega a 3,7% do PIB. A situação fiscal está se deteriorando

mais rápido do que o mercado projetava.

2 Relatório Focus do Banco Central de 03/12/10

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Expectativa - Brasil3 Cenários – 2011*

2010* 2011* Otimista Conservador Pessimista

IPCA (%) 5,78 5,20 5,5 5,8 6,1

IGP-M (%) 11,34 5,44 5,2 5,4 6,0

Meta Taxa Selic (%) 10,75 12,25 10,75 12,0 12,5

PIB (%) 7,54 4,50 4,0 4,3 4,8

Dívida Líquida do Setor Público (%) 40,50 39,50 35,0 39,0 42,0

Taxa de Câmbio - fim de período (R$/US$) 1,71 1,75 1,80 1,72 1,68

Balança Comercial (US$ bilhões) 16,24 8,00 11,5 7,5 6,5

Invest. Estrangeiro (US$ bilhões) 30,00 37,50 42,0 37,0 35,0

*Projeção

Taxa de Juros

O BC vem sinalizando que não vai afrouxar o aperto monetário e deve continuar ainda aumentando

os juros e devemos chegar o final de 2011 com uma taxa Selic em 12,25%. A tendência está

baseada nas expectativas de inflação (IPCA) que pode fechar 2010 próximo de 5,78% e 2011 em

5,20%.

Câmbio

O dólar deve permanecer no patamar entre R$ 1,75 e R$ 1,80. As intervenções feitas pelo BC foram

meramente temporárias, pois não adianta nadar contra a correnteza. Os Estados Unidos vêm

inundando os países com sua moeda para se beneficiar. Os fundamentos estão se mantendo. A

continuidade do não aquecimento da economia mundial, mesmo com a China crescendo a 8,5% ou

9,0%, terá efeito sobre o comércio e a aversão a risco deve continuar em função do endividamento

dos países para salvar o sistema financeiro. A taxa real de juros no Brasil está entre as maiores do

3 Relatório Focus do Banco Central de 03/12/10

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Cenário 2011

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mundo e com isso deve continuar atraente para os investidores estrangeiros. Vamos fazer as contas:

expectativa da Selic é 12,25% e do IPCA 5,25%, o que daria um juro real de 6,70% bruto.

Exportações

A valorização do real frente ao dólar piorou a pauta comercial externa, com a maior dependência de

produtos que são marcados pela alta volatilidade dos preços. O ideal seria que a pauta fosse

marcada por produtos de maior valor agregado que não dependem apenas da formação internacional

de preços. Conclusão: os riscos de reversão do cenário positivo se tornam mais elevados. A maior

parte dos setores exportadores prejudicados acabou compensando as perdas do comércio exterior

com a ampliação das vendas domésticas, favorecidas pelo mercado consumidor aquecido.

Contas externas

O saldo de conta corrente passou de superávit para déficit, e deve permanecer assim, em 2011.

Conforme estimativa do relatório Focus, o déficit será de U$ 50 bilhões. Passar a conviver com

déficit em conta corrente não representa mais um problema de solvência. O Brasil, no curto prazo,

pode sim ter déficit desde que isso não gere algum problema de insolvência externa. A decisão do

BC de recomprar os títulos da dívida externa e a política de acúmulo de reservas internacionais tem

sido muito bem aceita pelos credores externos. As reservas brasileiras devem chegar a US$ 304

bilhões no ano de 2011 e isso mostra que ainda vamos continuar como credor externo. Posição em

08 de dezembro de 2010: US$ 285.7 bilhões.

Crédito

A oferta de crédito doméstico manteve-se, em grande medida, imune à restrição de liquidez externa,

inclusive o BC teve que tomar medidas para reduzir a liquidez do crédito. O volume total de

empréstimos e financiamentos ofertado pelo sistema financeiro, com base em recursos livres e

direcionados, cresceu 30% em termos reais nos últimos 12 meses, atingindo R$ 1,6 trilhão ou

47,2% do PIB, novo recorde histórico.

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Cenário 2011

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Bolsa de Valores - Ibovespa

A tendência para o mercado acionário em 2011 deve permanecer a mesma de 2010. As economias

desenvolvidas seguirão incapazes de caminhar com as próprias pernas, impossibilitando a retirada

de medidas de estímulo. Enquanto isso, os emergentes devem seguir puxando o crescimento global,

mas não no ritmo atual, já que nessas economias a retirada dos estímulos será necessária para evitar

uma super demanda, provocando assim inflação. O que temos que nos preocupar é com o ritmo

dessa desaceleração, principalmente a da China: se vai pesar mais ou menos no cenário global, já

que o grau de intervenção do governo chinês é muito grande e deve impedir problemas.

No Brasil, a inflação segue preocupando. Mesmo com as medidas já tomadas, o governo deve

elevar a taxa Selic em 0,5 ponto na primeira reunião de 2011. O cenário macroeconômico

doméstico e externo deve permanecer o mesmo. A expectativa é que o Ibovespa ganhe ritmo em

2011, com uma projeção mais pessimista 78.500 pontos, conservadora 81.500 (tirando Vale e

Petrobras) e otimista 84.500 pontos todos para o final 2011 – uma alta de mais de 14,65%, 19,03%

e 23,41% em relação ao fechamento do dia 22/12/2010 (68.470).

É importante lembrar que a maior parte das empresas que compõem o Ibovespa são produtoras de

commodities. É preciso ter cuidado também com a necessidade de financiamento das companhias.

As mais endividadas ou que precisam de recursos para fluxo de caixa tendem a ser prejudicadas

pela redução de liquidez e aumento do custo do dinheiro. Neste sentido, o setor imobiliário é

bastante penalizado.

Cenários – 2011*

Mercado Crescimento 2011 Otimista Conservador Pessimista

Vista 25% 35% 18% 15%

Termo 30% 31% 25% 20%

Opções 23% 30% 22% 18%

* Projeção

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Cenário 2011

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Carteira Souza Barros para 2011

Nome Classe Cod. Fechamento

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Preço

AlvoA

Potencial de

Valorização Setor

BR Malls Par ON BRML3 17,05 19,16 12,38% Locadora de imóveis

Bradesco PN BBDC4 32,85 40,10 24,50% Bancos

Duratex ON DTEX3 17,22 23,50 35,45% Indústria de móveis

Itau Unibanco PN ITUB4 39,43 45,50 18,09% Bancos

Localiza* ON RENT3 25,55 35,00 37,25% Locadora de automóveis

P. Acucar PNA PCAR5 68,15 78,20 12,36% Loja de departamentos

Petrobras* PN PETR4 25,72 39,00 51,34% Extração de petróleo

Randon Part. PN RAPT4 12,51 16,00 27,49% Indústria de carrocerias

Vale* PN VALE5 50,25 70,00 39,03% Mineração de metais

Vivo* PN VIVO4 53,70 69,00 29,92% Telecomunicações

Importante: Ler Disclaimer abaixo antes de tomar decisão. * Preço Alvo da Consultoria Lopes Filho.

Commodities - A vilã da inflação

O ano de 2010 foi das commodities agrícolas em termos de preço ao mesmo tempo em que foi a

vilã da inflação. Os fatores que devem ser analisados são: a) a China continuará com o mesmo

apetite para aumentar seus estoques, principalmente de soja e milho? b) e o câmbio continuará

prejudicando as exportações dos países produtores? Essas são as principais questões que o mercado

vem se deparando. O mercado ainda está bastante indeciso, principalmente quanto ao andamento da

economia mundial, haja vista a preocupação com a Europa, que vem enfrentando serias dificuldades

nas rolagens de suas dividas.

Algodão

Os preços altos praticados ao longo de 2010, ao que parece, encorajaram os produtores brasileiros a

aumentarem suas áreas com essa cultura. A valorização do algodão no ano de 2010 deve chegar a

* Preço Alvo da Consultoria Lopes Filho.

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Cenário 2011

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69,6%, uma valorização bastante expressiva se comparada com as outras commodities. Dentre os

fatores que colaboraram para essa subida de preços estão à demanda da China pelo produto e as

possíveis chuvas que ocorrerão na Índia na época da colheita. Conforme a Conab (dez/10) a área

plantada deverá ter um acréscimo de 45,3%, se comparado com a safra 2009/10. Os Estados que

mais colaboraram com esse aumento foram: Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, com 43,6%, 34%

e 70% respectivamente.

Soja

No caso da soja, os produtores que no inicio da safra 2010 viam seus preços caírem abaixo de seus

custos de produção tiveram, felizmente, uma grande surpresa ao longo do ano. Os preços da soja

deram um salto no mercado internacional, principalmente no segundo semestre, impulsionado pela

demanda chinesa pela oleaginosa. Se não fosse esse fator, com a boa safra brasileira, somada à safra

da Argentina e Estados Unidos, os preços, certamente, não seriam os verificados ao longo desse

ano.

Para o ano de 2011, espera-se um aumento na área plantada no Brasil principalmente no centro-

oeste, apesar dos problemas climáticos no inicio do plantio. No final de novembro, conforme a

Conab, a situação das lavouras era igual ou superior a safra passada. A previsão é de que a área de

soja atinja 24,08 milhões de hectares um aumento de 2,6% (610,8 mil hectares) em relação a safra

passada. Quanto a produção estima-se que serão colhidas 68,55 milhões de toneladas ligeiramente

abaixo da safra 2009/10.

Produção Mundial de Soja (milhões de toneladas) 4

Safra 2009/10 Safra 2010/11

Produção 68.688,20 68.550,80

Exportação 29.250,00 31.300,00

4 Fonte: CONAB – Dez/2010

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Milho

O preço do milho oscilou de uma maneira não comum para esse grão, tornando-se, assim, uma

dificuldade para o produtor saber o momento de comercializar a sua saca. Segundo a Bloomberg, os

preços do milho tiveram uma variação no ano de 38,61% (até nov/10), perdendo para o algodão e o

café em termos de valorização de preço. O que não quer dizer que o produtor teve essa rentabilidade

com sua lavoura. O fator fundamental para esse aumento de preço foi a fome do “Dragão Chinês"

que, para conter o aumento da inflação em seu país, decidiu ir ao mercado internacional e aumentar

seus estoques, comprando grandes volumes. Outro fator, aí voltando para o mercado interno, foram

os leilões de compra de milho efetuados pela Conab, que deram sustentação aos preços quando os

preços estavam chegando abaixo do custo de produção em alguns Estados.

Conforme o último relatório da Conab (dez/10) a área destinada a produção de milho, primeira

safra, deverá ser de 7,4 milhões de hectares, uma redução de 3,7% se comparada com a safra

2009/10. Tal fato pode ser explicado pela preferência do produtor em plantar soja, devido a melhor

remuneração desta em relação ao milho. Quanto a produção, para safra 2010/11, a Conab estima em

52,5 milhões de toneladas uma redução de 8% em relação safra passada. Para a primeira safra a

estimativa é que sejam colhidas 31,3 milhões de toneladas.

O mercado de milho está mais atrativo para as exportações mundiais diante da demanda aquecida

para fontes renováveis de combustíveis, como o etanol, que nos Estados Unidos é derivado do

vegetal. Desta forma ocorre a disputa entre o consumo para alimento e uso do biocombustível. O

milho é uma das maiores fontes alimentícias e a “briga” gera a oportunidade para que especuladores

façam posições no mercado futuro.

Produção Mundial de Milho (milhões de toneladas)5

Safra 2009/10 Safra 2010/11

Produção 55.968,10 52.559,60

Exportação 10.500,00 8.000,00

5 Fonte: CONAB – Dez/2010

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Cenário 2011

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Boi Gordo

Conforme dados do IBGE, em seu relatório de novembro, o rebanho nacional chegou a 205 milhões

de cabeças em 2009, um avanço de 25% nos últimos 10 anos, perdendo apenas para os anos de

2005 e 2006. O primeiro Estado no ranking nacional é o Mato Grosso, seguido de Minas Gerais e

Mato Grosso do Sul. O ano de 2010 foi bastante turbulento para este setor, principalmente para a

relação frigoríficos/pecuaristas. Ninguém imaginava no mercado que, depois do preço da arroba do

boi bater R$ 77,00 ultrapassasse os R$ 100,00. Muitos fatores contribuíram para gangorra nos

preços, tais como o embargo da carne brasileira pela Rússia, o aumento da demanda no mercado

interno, o câmbio, entre outros. Para o ano de 2011 a expectativa é que a demanda por carne no

mercado mundial continue a crescer acima dos níveis verificados no ano de 2010 e é claro que os

exportadores de carne irão se movimentar para retomar os mercados perdidos.

O mercado de carne no Brasil tem um peso muito grande nas exportações mundiais. A tendência

para as exportações no segmento de carnes é de um acréscimo de 19% para o ano de 2010. As

exportações de carne brasileira devem fechar o ano perto dos R$ 8,5 bilhões

Café

Os produtores de café viveram nesse ano de 2010 um ano difícil para a comercialização dessa

importante commodity mundial. A safra brasileira relativamente alta (52 milhões de sacas), a falta

de qualidade e as chuvas no Vietnã e Colômbia, colaboram para a montanha russa dos preços neste

ano. No ano a valorização está em 44,21% (Bloomberg Nov/10), mas que acompanha essa

commodity mais de perto, também viu os preços chegarem na casa de US$ 100,00 a saca.

A Agroconsult prevê que a safra 2011 do café deva ser de 46 milhões de sacas um forte declínio -

bianualidade do café - se comparado com a safra 2010 (52 milhões de sacas). Tal fato deve

diminuir, ainda mais, os estoques de café no mundo, já que estes vêem declinando ano a ano.

Petróleo

O preço desde 2008 tem se mantido estável. A organização dos Países Exportadores de Petróleo

decidiu manter as suas quotas de produção os 25 milhões de barris por dia. Declaração feita após

reunião, o presidente da organização, Wilson Pastor, afirmou que as previsões sobre os preços do

petróleo para o próximo ano situam-se entre os 75 e os 85 dólares o barril, um valor "que é

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Cenário 2011

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confortável". Porém, alertou que as estimativas poderão "ser revistas se as circunstâncias se

alterarem".

Aço

A demanda por aço deverá desacelerar em 2011 conforme estimativa da siderúrgica ArcelorMittal

que vê um queda global por aço de 5 a 6 por cento em 2011 ante uma expansão estimada de dois

dígitos. A ArcelorMittal afirmou que a demanda por aço será liderada por economias emergentes,

como China, Índia, Rússia e Brasil, enquanto “o crescimento no mundo desenvolvido será lento por

causa da crise econômica e por causa do grau de amadurecimento das economias" alem disso

afirmou ainda que os preços de minério de ferro devem subir ou ficar nos níveis de 2010 em 2011.

Os elevados estoques de aço e as importações devem entrar em um movimento de queda a partir de

2011, em meio a uma alta dos preços internacionais.

Conclusão - As tensões no mercado cambial, os desequilíbrios fiscais e o endividamento em muitos

países junto com as incertezas que rodeiam os mercados financeiros explicam a correção em baixa

nos números para 2011. Assim, também as previsões para o conjunto da região da OCDE

(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) foram revistas. Face à projeção

anterior mostrava um crescimento de 2,8% para 2011, a organização estima agora uma variação de

2,3%. Além disso, muitas incertezas rondam a região do Euro em função do déficit fiscal

extremamente alto. Estados Unidos podem cair em uma estagnação, não só isso mas também

inundando os países com sua moeda. No Brasil, aumenta o risco de endividamento das famílias, fim

das metas de inflação em prol do câmbio. Risco ainda dos países abandarem o EURO e de

despedaçar economicamente a Europa.

Brasil – As medidas do Banco Central já deram bastante o que falar. Surgiram dúvidas entre os

especialistas de mercado se virá um novo aumento de juros por aí, logo após a posse do Tombini,

ou se a autoridade monetária irá esperar um pouco mais. O fato é de que, algo mudou em termos de

política monetária. O BC lançou mão de medidas pouco usuais e evitou puxar a Selic (taxa básica

de juros) para cima. Subir neste momento atrai o capital estrangeiro e eleva o custo da dívida

pública.

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Cenário 2011

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Atendimento Souza Barros

São Paulo (11) 32492-6900 - 0800 77 123 00

www.souzabarros.com.br – www.investtrader.com.br

Analista CNPI: Clodoir Vieira

Trainee: Larissa Gatti Nappo

Colaborou: Carlos Widonsck

A Declaração do analista de valores mobiliários de investimento, nos termos do art. 17 da ICVM 483 -

As informações financeiras utilizadas neste relatório foram obtidas diretamente das empresas. Todas as

informações foram obtidas de fontes públicas que acreditamos confiáveis e de boa fé, mas não foram

independentemente conferidas e nenhuma garantia expressa ou implícita, é feita sobre sua exatidão, ou se a

informação é completa. Este documento foi preparado pelo analista da Souza Barros e está sendo fornecido

exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à

data presente e estão sujeitas a mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso

prévio.

O analista de investimento ou de valores mobiliários, envolvido na elaboração deste relatório “Clodoir

Gabriel Vieira” ou simplesmente “Clodoir Vieira”, declara que as recomendações contidas neste refletem

exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de

forma independente e autônoma, inclusive em relação à Corretora Souza Barros Câmbio e Títulos S.A. e

demais empresas do Grupo.

O analista de investimentos, envolvido na elaboração deste relatório, tem vínculo como cotista do “Clube de

investimento SB”, porém não participa da administração. A empresa analisada pode fazer ou não parte da

carteira. As operações realizadas podem ou não seguir a tendência da recomendação.