PERSPECTIVAS DE NOVAS ESTRATÉGIAS NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI

03 DE SETEMBRO DE 2018.

XXVII CONGRESSO BRASILEIRO E X CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ENTOMOLOGIA

JOSÉ BRAZ DAMAS PADILHA

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Combate ao Aedes aegypti no Brasil

• Durante todo o século XX, o combate ao Aedes aegypti era baseado em campanhas de erradicação;

• Por duas vezes, o Brasil obteve êxito na erradicação do mosquito no Brasil (1955 e 1973);

• Em 1976, registrou-se a presença do Aedes aegypti nos estados do Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro e, desde então, o número de municípios infestados vem aumentando consideravelmente;

• No ano de 2002, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que não preconizava mais a erradicação do Aedes aegypti, mas sim, a redução dos índices de infestação predial;

Em 2002 - Programa Nacional de Controle da Dengue

PNCD (2002) constituído por 10 componentes de ação (caráter intersetorial e permanente)

1. Vigilância epidemiológica 2. Combate ao vetor 3. Assistência aos pacientes 4. Integração com atenção Básica (PAC/ESF) 5. Ações de saneamento ambiental 6. Ações integradas de educação em saúde,

comunicação e mobilização social 7. Capacitação de recursos humanos 8. Legislação de apoio 9. Sustentação político-social 10. Acompanhamento/avaliação do programa

Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue

• Publicadas em 2009, com as três esferas de gestão (municípios, estados e União) detalhar atribuições e responsabilidades na execução das ações do Controle da Dengue para de fortalecimento da gestão do programa de controle da dengue nos estados e municípios.

• Se reforçou as ações a serem executadas

em quatro componentes do PNCD: (i) vigilância epidemiológica,

(ii) controle do vetor,

(iii) assistência ao paciente

(iv) comunicação e mobilização.

Intersetorialidade

Atividades de prevenção:

Mobilização: gestores e população

Visitas domiciliares

Inquérito larvário / Levantamentos entomológicos

Eliminação de criadouros (controle mecânico, legal, biológico)

Tratamento químico de criadouros

Vigilância Entomológica / Controle de Vetores

Série histórica da infestação por Aedes aegypti no Brasil

1ºLIRAa Nacional 2018 – Situação dos municípios Brasileiros

1725 SATISFATÓRIO

2102 ALERTA

1169 RISCO

Dados da CGPNCMDC atualizados em 13/06/2018 ***OBS: Dados sujeitos a alteração.

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/11955-boletins-epidemiologicos-arquivos

Reunião internacional: Avaliação de Novos Métodos de Controle Vetorial

O objetivo da reunião: avaliar novas tecnologias para o controle do Aedes aegypti com base em evidências de seus resultados e potencial utilização em escala ampliada.

Reunião Internacional para Implementação de Alternativas Para o Controle do Aedes aegypti no Brasil

Recomendações

1 – Tecnologias recomendadas para inclusão nas diretrizes do PNCD 2 – Tecnologias recomendadas para inclusão nas diretrizes do PNCD para a situação específica das gestantes 3 – Tecnologias recomendadas para estudos e pesquisas

Inclusão PNCD: Estratégia eco-bio-social no controle do Aedes aegypti

Áreas de Estudo Belo Horizonte: 27.000 imóveis

VENDA NOVA

OESTE

Goiânia: 30.000 imóveis

Introdução abordagem eco-bio-social – participação popular

Eliminação de pequenos criadouros

Cobertura de grandes tanques

Parcerias SMS e Reciclanip (coleta e destinação de pneus inservíveis no Brasil)

Inclusão PNCD: Disseminação de inseticida por mosquitos utilizando ovitrampas impregnadas

Objetivo: verificar eficácia da disseminação de larvicida em ampla escala espacial. Local: Manaus

Micropartículas do inseticida em pó aderem ao

corpo do mosquito e são levadas por ele até os criadouros.

Ocorre a contaminação da água por meio das partículas dos inseticidas deixadas pelas fêmeas.

MANACAPURU • 60,000 people • 13,500 dwellings • 650 hectares

Aplicação de inseticida residual dentro das residências, para matar os mosquitos adultos por contato.

Locais de repouso da fêmea (parte inferior de móveis, tanques, pias).

Inclusão PNCD: Borrifação residual intradomiciliar

Inclusão PNCD: ArboAlvo – estratificação de risco Áreas de estudo

Belo Horizonte/MG Natal/RN Campo Grande/MS Recife/PE

Proposta metodológica para estratificação de áreas de risco de transmissão de vírus (dengue, chikungunya e Zika).

Baseada em parâmetros epidemiológicos, entomológicos, ambientais, climáticos e sócio-demográficos.

Auxílio no direcionamento das ações específicas de controle vetorial para áreas de risco.

Recomendadas para a situação específica das gestantes

Telas e cortinas Materiais Impregnados com Inseticidas

• Instalação de telas e cortinas

impregnadas com inseticidas nas

janelas e portas das residências,

escolas e unidades de saúde

Repelentes espaciais

Dispositivos contendo inseticidas com liberação lenta e contínua no ambiente domiciliar,

durabilidade do efeito por até 20 dias.

Expostos a metoflutrina: inibe a

alimentação (picada), dentro de poucos

minutos as fêmea de Aedes aegypti

procuram locais de repouso; 80% a 90%

dos mosquitos morrem em menos de

uma hora.

Recomendadas para a situação específica das gestantes

Infectar o mosquito Aedes aegypti com cepas específicas da Wolbachia, capazes de interferir no ciclo reprodutivo do mosquito, reduzindo drasticamente a fecundidade e a infecção por dengue e Zika vírus.

Recomendadas para estudos e pesquisas: Controle biológico com a bactéria Wolbachia

Recomendadas para estudos e pesquisas: Mosquitos Irradiados (SIT)

1. Esterilização

machos

2. Liberação

Irradiação

3. Supressão Populacional

Separação por sexo

Esterilização (radiação)

Transporte Liberação em massa

Cruzamento nativos com

estéreis = sem prole

Supressão, contenção ou erradicação populacional de espécies de mosquitos por meio do desenvolvimento de genes letais ou capazes de tornar os insetos estéreis.

Liberação de machos

Recomendadas para estudos e pesquisas: Mosquitos Transgênicos

X

Recomendadas para estudos e pesquisas: Larvicidas Biológicos

Avaliação de novas formulações de Bti

- bactéria entomopatogênica que produz proteínas tóxicas - Toxinas ativadas no intestino das larvas

Situação Atual

Recomendadas para inclusão PNCD:

– Finalizado o Processo de Contratação de 100% das pesquisas;

– Acompanhamento e suporte pesquisadores;

• Execução (mínimo 2 anos)

– Perspectiva de expansão nos próximos anos.

Recomendadas para a situação específica das gestantes:

Instaladas telas impregnadas (janelas e portas) em alguns municípios do

país.

Situação Atual

Recomendadas para estudos e pesquisas:

– 75% das pesquisas recomendadas estão em andamento;

– Acompanhamento dos resultados e novas propostas por técnicos da

CGPNCMD.

Ações e Investimentos do Ministério da Saúde

• Desde o ano de 2016, a Secretaria de Vigilância em Saúde e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde já investiram cerca de R$ 195.000.000,00 (via TED) em pesquisas relacionadas ao controle vetorial, produção de vacinas e estudos epidemiológicos.

• Estabelecimento de parceria com o CDC (escritório nacional), com o financiamento de U$ 3.000.000,00 em pesquisas relacionadas ao controle vetorial e estudos epidemiológicos; e Financiamento de R$ 2.000.000,00 em pesquisas relacionadas ao controle vetorial e estudos epidemiológicos via Carta-Acordo (OPAS).

• RENEZIKA – Rede Nacional de Especialistas em Zika Coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE ) do Ministério da Saúde.

• Comitê Técnico Científico Assessor do Ministério da Saúde para Vetores (CTAV/MS) – PORT MS/SVS Nº 7, DE 6 DE MARÇO DE 2018.

• Atualização das diretrizes do PNCD.

• Avaliação de tecnologias e ampliação a outros municípios/UF.

Ministério da Saúde

Secretaria de Vigilância em Saúde

Obrigado

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