Perspectivas económicas mistas - SARDC · afectados pelo impacto negativo da crise financeira ......

16
Perspectivas económicas mistas AS PERSPECTIVAS para o crescimento económico na África Austral continuam positivas apesar da recessão económica e da crise financeira global. Vários Países da África Austral esperam um crescimento económico este ano para retardar os tentáculos da actual recessão económica global, mas a dimensão exacta do seu impacto vai variar na região dependendo dos sectores que lideram o crescimento económico em cada País. A economia mundial está a enfrentar a pior crise económica e financeira desde a grande depreciação registada por volta de 1930. O que iniciou como uma crise de crédito localizada nos Estados Unidos da América agora alastrou-se para todo o mundo com consequências imprevisíveis. Apesar dos sistemas financeiros da SADC, tal como os do resto do continente, não terem sido afectados pelo impacto negativo da crise financeira mundial, a região tem sofrido com os baixos preços dos bens, fazendo aumentar a procura de divisas e reduzir a transferência de fundos. A boa nova, contudo, é que a segunda metade deste ano iniciou com desenvolvimentos positivos tais como relatos de sinais de recuperação em muitas das grandes economias mundiais, com poucas excepções, enquanto os preços internacionais dos bens apresentam uma tendência de subida. O impacto da recessão económica mundial para a SADC foi reconhecida por uma Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho da SADC para a Integração Económica Regional, realizada em Julho, e esperava-se que o assunto dominasse as discussões na Cimeira de Chefes de Estado e de Governos d SADC marcada para os dias 7-8 de Setembro em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC). A Reunião Ministerial observou que a crise tinha um impacto negativo sobre as economias da região, sublinhando as indústrias mineira, testil e de vestuário, agricultura e do turismo eram as mais afectados. Países como Angola, Botswana, RDC, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe que dependem das exportações de minerais, incluindo petróleo, diamantes, cobre e ouro enfrentaram acentuadas descidas nos preços e na procura. continua na página 2... POLÍTICA 3-4 INFR-ESTRUCTURAS 5 COMÉRCIO 6 SEGURANÇA 11 ALIMENTAR ELEIÇÕES 12 CULTURA 13 RUMO A 2010 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 SADC HOJE Vol. 11 No 5 Agosto 2009 7-10 SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 1

Transcript of Perspectivas económicas mistas - SARDC · afectados pelo impacto negativo da crise financeira ......

Perspectivas económicas mistas AS PERSPECTIVAS para ocrescimento económico naÁfrica Austral continuampositivas apesar da recessãoeconómica e da crisefinanceira global.

Vários Países da ÁfricaAustral esperam umcrescimento económico esteano para retardar ostentáculos da actual recessãoeconómica global, mas adimensão exacta do seuimpacto vai variar na regiãodependendo dos sectores quelideram o crescimentoeconómico em cada País.

A economia mundial estáa enfrentar a pior criseeconómica e financeira desdea grande depreciaçãoregistada por volta de 1930. Oque iniciou como uma crisede crédito localizada nosEstados Unidos da Américaagora alastrou-se para todo omundo com consequênciasimprevisíveis.

Apesar dos sistemasfinanceiros da SADC, talcomo os do resto docontinente, não terem sidoafectados pelo impactonegativo da crise financeiramundial, a região tem sofridocom os baixos preços dosbens, fazendo aumentar aprocura de divisas e reduzir atransferência de fundos.

A boa nova, contudo, é quea segunda metade deste anoiniciou com desenvolvimentospositivos tais como relatos desinais de recuperação emmuitas das grandes economiasmundiais, com poucasexcepções, enquanto os preçosinternacionais dos bensapresentam uma tendência desubida.

O impacto da recessãoeconómica mundial para aSADC foi reconhecida poruma Reunião Ministerial doGrupo de Trabalho da SADCpara a Integração Económica

Regional, realizada em Julho,e esperava-se que o assuntodominasse as discussões naCimeira de Chefes de Estadoe de Governos d SADCmarcada para os dias 7-8 deSetembro em Kinshasa,República Democrática doCongo (RDC).

A Reunião Ministerialobservou que a crise tinhaum impacto negativo sobreas economias da região,sublinhando as indústriasmineira, testil e de vestuário,agricultura e do turismoeram as mais afectados.

Países como Angola,Botswana, RDC, Namíbia,África do Sul, Zâmbia eZimbabwe que dependem dasexportações de minerais,incluindo petróleo, diamantes,cobre e ouro enfrentaramacentuadas descidas nospreços e na procura.

continua na página 2...

POLÍTICA 3-4

INFR-ESTRUCTURAS 5

COMÉRCIO 6

SEGURANÇA 11ALIMENTAR

ELEIÇÕES 12

CULTURA 13

RUMO A 2010 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

SADC HOJE Vol. 11 No 5 Agosto 2009

7-10

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 1

Outros como o Lesotho,Malawi, Maurícias, Swazilândiae a República Unida daTanzânia que dependem, entreoutros, da exportação deprodutos têxteis e agrícolascomo tabaco, açúcar e algodãotambém tiveram o mesmodestino.

Todos aqueles quedependem de recursosmarinhos como peixe ec a m a r ã o , e n t r e e l e sMoçambique , Namíbia ,Maurícias e Seychelles, nãoforam seriamente afectadosnesse sector.

O espectro da recessãoeconómica global não selimitou aos rendimentos dasexportações.

O fluxo de investimentoexterno directo do Ocidente,receitas de turismo epagamentos estão em declínio,enquanto o comercio financeiroestá também a diminuir,causando sérios problemaspara o crescimento ao mesmotempo que exacerba a pobreza.

Por exemplo, as Mauríciasregistaram um declínio decerca de 17.7 nas receitasprovenientes do turismo naprimeira metade de 2009 umavez que a crise económicaglobal fez com que se reduzisseo número de visitantes, deacordo com o DepartamentoCentral de Estatísticas naquelePaís.

Com as grandes economiasmundiais a tentarem encontraruma saída para a crise mundial,a SADC deverá lutar paraaumentar os biliões de dólaresque precisa para financiar areabilitação e construção denovos projectos de infra-estruturas prioritárias na região.

São necessários cerca de 83biliões de dólares parafinanciar projectos prioritáriosde energia para a região porforma que sejam acrescidos57.000 megawatts de correnteeléctrica para a rede regional.

África inicialmente tinhasido visto como estando isoladado mercado bancário e da criseque afectou a Europa e osEstados Unidos ao longo dosúltimos anos, tornando-se maisgrave no final de 2008. Issoocorreu devido às suas ligaçõesrelativamente limitadas com aeconomia mundial.

No entanto, enquanto asgrandes economias docontinente têm sido maisdirectamente afectados pelacrise financeira global, aseconomias menores tambémforam afectadas, de acordo comRichard Mkandawire da UniãoAfricana.

A África do Sul, como amaior e mais diversificadaeconomia da SADC e docontinente, foi oficialmenteconfirmada como tendo entradopara um período de recessão atéos meados do ano. Isto ocorreudepois do Produto InternoBruto (PIB) ter caído em doistrimestres consecutivos, aprimeira vez que isso aconteceem mais de uma década.

A economia deste País daÁfrica Austral reduziu em trêspor cento no segundotrimestre, já tendo registadouma queda significativa naprocura de automóveis,máquinas e outros principaisprodutos que produz.

O Banco Africano deDesenvolvimento (BAD) prevêque a economia da África doSul só vai crescer apenas 1.1por cento este ano, contra umataxa média de crescimento decinco por cento nos últimoscinco anos.

Angola, que tem crescido emvalores de dois dígitos nosúltimos anos, espera que tenhaum crescimento de cerca de setepor cento, um abrandamentosignificativo para umaeconomia que até agoradesfrutava do aumento daquota da produção do petróleo eda indústria de diamante.

Por sua vez, a Zâmbiaespera uma taxa decrescimento revisto de cincopor cento graças aos recentessignificativos investimentoschineses e indianos no sectorde mineração, que tem aliviadoo País por causa das baixasreceitas de cobre.

No meio de receios doimpacto negativo da reduçãodos preços do cobre - o pilar daeconomia - a Zâmbia tinhainicialmente baixado a suaprevisão de crescimento dequatro por cento para 2009.

O Zimbabwe, cu jaeconomia está respondendopositivamente ao bomambiente político, nasequência da formação de umgoverno inclusivo, emFevereiro de 2009, deveráregistar uma taxa decrescimento de pouco menosde quatro por cento - o queseria uma grande reviravoltacomparando com as taxas decrescimento negativas dadécada passada.

Apesar dos minerais doZimbabwe poderem vir a serexportados aos mesmos preçosmoderados dos bensinternacionais, uma melhoriasignificativa na economia virada renovada confiançainternacional no País e umretorno ao mercado formal, aoinvés de paralelo, comoacontecia num passado recente.

No entanto, a depressãoglobal provavelmente vaireduzir as remessas dadiáspora, uma fontesignificativa de renda paraPaíses como o Zimbabwe.

Embora o dinheiro enviadopara casa por expatriadosraramente é registado nosdados oficiais, não há dúvidassobre o significado dessasremessas para o sustentoeconómico geral do País, comofoi o caso do Zimbabwe,quando foi excluído dofinanciamento internacional,

devido as sanções e outrasmedidas restritivas.

A actual recessão económicaapresentou uma série de novosdesafios para os Países daSADC, o que levou muitaspessoas a buscar um maiorapoio através de diferentescanais que incluem o apoiode instituições financeirasinternacionais como o BancoAfricano de Desenvolvimentoe parceiros bilaterais.

As receitas de diamantes doBotswana permitiu o Paísdesfrutar de um excedenteorçamental para a última décadaou mais, um feito raro para umpaís Africano. Mas a recessãoglobal inverteu tudo isso.

Para o final do ano passadoe início deste ano, o Botswanaexperimentou um declínio semprecedentes na venda dediamantes, agitando o País forada sua zona de conforto elevando-o a procurar o apoioorçamental do BAD, pelaprimeira vez em 17 anos.

Em Junho deste ano, o BADrespondeu favoravelmente aopedido de Botswana, queaprova um empréstimo de 1.5bilhão de dólares para este Paísda África Austral para a ajudara responder à actual recessãomundial - a maior facilidadejamais concedida pelo Banco.

O banco disse que oemprés t imo de apoioorçamental foi concebido parapreencher parte da lacuna nodéfice orçamental do governopara o biénio 2009/2010estimada em 13.5 por cento doPIB, que surgiu da queda dospreços dos bens, especialmentediamantes.

“O caso do Botswana ilustrao impacto que a crise financeiraestá a ter, mesmo nas economiasbem geridas em África”, disseDonald Kaberuka, Presidentedo BAD, quando aprovou oempréstimo.

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

continuaco da página 1...

Perspectivas económicas mistas

continua na página 4...

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 2

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

SADC: Três anos de coordenação temática

A COOPERAÇÃO entre aSADC e os seus Parceiros deCooperação Internacional (PCI)abriu um novo capítulo em2006, quando a Declaração deWindhoek foi assinada. Trêsanos depois, a estruturainstitucional prevista naDeclaração de Windhoek, jáestá em vigor. Veja a Figura 1abaixo.

A Declaração de Windhoeksobre uma Nova ParceriaSADC-ICP adoptada naconferência consultiva em2006, foi uma tentativa detraduzir a Declaração de Parisno contexto da África Austral.A declaração foi amplamentesaudada como a fundaçãode um novo começo dor e l a c i o n a m e n t odoador/beneficiário entre aSADC e os seus ICPs.

A declaração foi concebidopara garantir a cooperaçãopara um desenvolvimentomais eficaz, baseado nosprincípios da apropriação,alinhamento, harmonizaçãoe s i m p l i f i c a ç ã o d eprocedimentos operacionais eregras, bem como outraspráticas relacionadas com aprestação de assistênciaao desenvolvimento. Oscompromissos assumidos pelaSADC e pela ICPs forambasicamente uma réplica doscompromissos assumidos naDeclaração de Paris.

A Declaração de Windhoekestabeleceu uma estruturainstitucional para o diálogosobre a política e questõestécnicas, visando melhorar acoordenação de esforços entrea SADC e os ICPs e permitir

um financiamento conjunto ede Cooperação Técnica(JFTCA).

A declaração reconhece aimportância da coordenaçãotemática que se destina aenvolver de uma formaflexível dentro do contexto daGrupo de Trabalho ConjuntoSADC/ICP. Os Grupostemáticos foram previstospara cobrir as áreasprioritárias definidas pelaSADC de acordo com suaagenda comum e de acordocom o previsto no PlanoIndicativo Estratégico deDesenvolvimento Regional(RISDP) e o Plano IndicativoEstratégico do Órgão (SIPO).

Foram constituídos novegrupos temáticos em Agostode 2009, conforme Tabela 1abaixo.

Na maioria dos casos, asvárias estruturas realizamreuniões, como a conferênciaconsultiva, por exemplo, quedecorreu nas Maurícias, emAbril de 2008.

O Grupo de TrabalhoConjunto e Grupo Principal -que foram bastante activosantes das Maurícias, teve seuúltimo encontro em Fevereirode 2009. Esta reunião discutiu,entre outras questões, oquadro de capacitaçãoinstitucional da SADC. Damesma forma, oito dosnove grupos temáticosforam criados e estãooperacionais.

É interessante notar que,embora vários grupostemáticos foram criados erealizaram reuniões, o seutrabalho em grande parte estácentrado na criação de redes epartilha de informações. Namaioria dos casos, está-se nafase de transição da partilha derecursos para oco-financiamento para a fase deexecução.

Há alguns casos em que aharmonização foi além dapartilha de informação. Emalguns casos - particularmentena água e HIV/SIDA -dois ou mais doadoresdisponibilizaram recursosfinanceiros e apoio em nomedos outros.

Alguns dos grupostemáticos, tais como o GrupoTemático de Energia tambémtêm desenvolvido planosde trabalho que podemproporcionar um quadro parao financiamento dos doadores.Espera-se que, a longo prazo,i sso possa fac i l i tar emelhorar o alinhamento dapropriedade.

(Este artigo foi elaborado a partirde uma apresentação do processoformativo de Pesquisa sobre aIntegração da África Austral -FOPRISA). r

P O L Í T I C A

Fonte: Secretariado da SADC

Quadro de Diálogio e Coordenação SADC-ICP Figura 1

Vega também a Tabela 1 Sobre os Grupos Temáticos da SADC na Página 4

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 3

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

Embora os doadorestradicionais, como o G-8 teremcriado um fundo para assistênciaaos Países em desenvolvimentoa lidar com os impactos dadesaceleração económica global,o nível de tal apoio tem sidocondicionado à necessidade dosmesmos Países encontraremmecanismos internos para lidarcom as crises financeiras.

A l é m d i s s o , a scondicionalidades geralmenteassociadas com o dinheirodo Ocidente, quer atravésde acordos bilaterais oubancos multilaterais dedesenvolvimento, como o FMI,atrasam o acesso urgente dosfinanciamentos para muitosPaíses.

Estas restrições podem pôrem causa o papel das potênciasemergentes, como o Brasil,Rússia, Índia e China que dãoênfase ao investimento emdetrimento do financiamentode crédito.

A China já assumiu aliderança, diversificando os seusenormes excedentes orçamentaispara investimentos dos activostóxicos internacional e osinvestimentos em infra-estruturade mineração em paísesAfricanos como Angola eZâmbia.

Enquanto alguns paísesdesenvolvidos já mostraramsinais de recuperação,nomeadamente os EUA,Alemanha e França, muitos

países em desenvolvimento,incluindo os SADC, podemdemorar mais para recuperaruma vez que estavam ainda arecuperar dos impactosprofundos dos choques dospreços alimentares e doscombustíveis experimentadosem 2008.

Estes choques já tinhamcausado problemas nos preçosfiscais e de inflação e na balançade pagamentos em váriospaíses. Enquanto os preços dosalimentos e do combustívelregistaram um declínio desdeentão, os especialistas prevêemque eles poderão permanecerdemasiado elevados para amaioria dos cidadãos durantevários anos.

Como a região sofre com osefeitos da actual crise global edos choques dos preços dealimentos e do combustível deum passado recente, a situaçãoexige nada menos do que umaresposta coordenada.

Esta foi exactamente amensagem do presidentecessante da SADC, Opresidente sul-africano, JacobZuma, na sua declaração paramarcar o Dia da SADC, 17 deAgosto.

“Devemos trabalhar juntosem várias questões, incluindo asegurança alimentar, comércio,estabilidade política e saúde.Nenhum país pode sedesvincular dos vizinhos”,disse Zuma. r

Perspectivas económicas mistas

P O L Í T I C A

continuação da página 2...

continuação da página 3...

Grupos Temáticos da SADC Tabela 1

Áreas Temáticas para Líder ICP Situação Coordenação

Comércio, Indústria, Comissão Europeia Criado em 2006, a última reunião foi em Junho de 2009.Finanças e Investimentos (Gaberone)

Água Alemanha (GTZ) (Gaberone) Já estava operacional antes de 2006, a mais recente reunião foi em Maio de 2009.

HIV e SIDA Suécia (SIDA) (Lusaka) Já estava operacional antes de 2006, avançou e agora está a implementar o mecanismo de cooperação técnica e de financiamentos conjunto, a mais recente reunião foi em Março de 2009.

Agricultura e Segurança UK (DFID) (Pretória) Criada em Fevereiro de 2007, a mais recente reunião foi em Junho deAlimentar 2009 realizada conjuntamente com os Recursos Naturais e Ambientais.

Recursos Naturais e FAO (Harare) Criada em Fevereiro de 2007, a mais recente reunião foi em Junho Ambientais de 2009.

Transportes UK (DFID) (Pretoria) Criada em 2008, a mais recente reunião foi em Abril de 2009.

Energia Noruega (Maputo) Criada em 2007, actividades a nível de rede de partilha de informação, realizou já quarto reuniões a mais recente das quais em Maio de 2009.

Paz e Segurança Áustria (Pretoria) O grupo ainda não foi constituído, mas a SADC solicitou a Áustria para liderar e este país respondeu favoravelmente.

Capacidade de SADC/ICP Grupo Principal Uma reunião desde a Conferência Constitutiva realizada nas MauríciasDesenvolvimento e em 2008, a reunião foi em Fevereiro de 2009.Reforço Institucional

Fonte: Secretariado da SADC e ICPs

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 4

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

UM CABO submarino de fibraóptica histórico que liga aÁfrica à Europa foi interligadoentre o Quénia, Moçambique,África do Sul, Uganda e aRepública Unida da Tanzânia,pelo SEACOM.

O cabo de 17.000 km visamelhorar o fluxo deinformações em todo ocontinente, bem como ligar aÁfrica à Europa via Índia.

Antes deste desenvolvimento,a África não estava ligadadirectamente à Europa, masbaseava-se nas ligações porsatélite onerosos com o resto domundo.

O cabo submarino deverácontribuir para a redução dastaxas de banda larga em África,permitindo que mais pessoastenham acesso à internet. Avelocidade de acesso tambémvai melhorar.

A longo prazo, odesenvolvimento deveráincentivar o crescimento daindústria de Tecnologia deComunicação e Informação(TIC) e encorajar os operadoresde telecomunicações parainvestirem em África.

“A chegada deste cabosinaliza o início de uma nova erano sector das telecomunicações”,

afirmou o Presidente daTanzânia, Jakaya Kikwete, nacerimónia de lançamento, emJulho. “A história foi feita”.

A SEACOM, diz o cabosubmarino, quando ligado aointerior, vai mudar a economiaAfricana uma vez que ocontinente se tornará parte daauto-estrada da informação,competindo ao mesmo nívelcom outras economias maisestabelecida.

O projecto custou cerca 760milhões de dólares edestina-se a levar ainformação a uma taxa de 1.23terabytes por segundo. r

PROJECTOS REGIONAISde transporte e energiaidentificados pela SADC,COMESA e EAC ao longo doCorredor Norte-Sul vaiaprofundar a integração eaumentar o comércio em África.

Numa reunião tripartida dealto nível realizada em Lusaka,Zâmbia, em Abril, os três blocosregionais, em conjunto com osparceiros de desenvolvimentoprometeram 1.2 biliões dedólares para melhorar asinfra-estruturas rodoviárias,ferroviárias e portuárias e apoiaro comércio ao longo do corredor,que atravessa oito países daÁfrica Oriental e Austral.

O Corredor Norte-Sul é umacombinação de dois corredoresjá existentes - o Corredor deDurban e de Dar es Salaam -ligando o porto de Durban eoutros na África Austral para oporto de Dar es Salaam, naÁfrica Oriental.

A SADC, o Mercado Comumda África Oriental e Austral

(COMESA) e a Comunidade dosEstadosc da África Oriental(EAC) seleccionaram o CorredorNorte-Sul para um ProgramaComercial piloto, porque é ocorredor mais movimentado daregião em termos de valor evolumes de carga.

No entanto, o mau estado dasestradas e das infra-estruturasferroviárias, e os longos períodosde espera nas fronteiras enos portos tem afectadosignificativamente a capacidadede acesso aos mercados regionaise internacionais.

Portanto, como parte doprojecto do Corredor Norte-Sul,mais de 8.000 km de estradasserão reparadas e cerca de 600km de via férrea serãoreabilitados.

A Modernização dasinfra-estruturas no porto de Dares Salaam serão realizadas comalguns planos em andamentopara também aumentar acapacidade da região emimpulsionar, gerar e distribuir

energia eléctrica a curto e longoprazo.

Isto será feito através doestabelecimento de vínculosentre os países membros doGrupo de Empresas de

Electricidade da África Austral(SAPP) e da África Oriental(EAPP).

Os três blocos concordaramem criar, pelo menos, três novospostos fronteiriços de paragemúnica ao longo do corredor parareduzir o congestionamento nosportos de entrada, bem comopromover a livre circulação debens e serviços entre os Estados-Membros.

Se for implementado comsucesso, o projecto tem acapacidade de criar uma zonade comércio livre e vibranteintegrada para os três blocoseconómicos regionais.

O Corredor Norte-Sul irádes t ravar o potenc ia leconómico de África, atrairinvestimentos, aumentar eexpandir o comérc iointra regional e regional.

O projecto-piloto espera-seque o projecto seja alargado aoutros corredores como aSADC, COMESA e EAC porforma a aprofundar aintegração regional, comoblocos de construção da UniãoAfricana. r

Corredor Norte-Sul vai aumentar o comércio na SADC,COMESA e nos EAC

Cabo submarino para melhorar astelecomunicações em África

I N F R A - E S T R U C T U R A S

Corredor Norte-Sul

Source: www.rtfp.co.za

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 5

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

Uso global de algodão regista declínio

Aumenta comércio intra-regional na SADC

O CONSUMO global dealgodão registou um declíniode 12 por cento na épocaterminada a 31 de Julho de2009, a maior queda anualdesde a década de 1920.

Dados divulgados peloC o n s e l h o C o n s u l t i v oInternacional de Algodão(ICAC), após a 68a sessãoplenária realizada na Cidade doCabo, na África do Sul, indicamque o declínio eraprovavelmente um resultadodirecto da crise financeiraglobal.

Entretanto, o uso de algodãono mundo deverá subirmodestamente durante a épocaactual, de acordo comprojecções do ICAC, assumindouma melhoria gradual docrescimento económico global.

“O Secretariado informouque os preços do algodão foramextraordinariamente voláteis ldurante a época anterior e que onível médio de preços tinhamcaído”, disse ICAC.

Partindo do princípio decondições económicas maisnormais, a volatilidade dospreços poderão ser moderadasdurante a presente época dealgodão, mas o Secretariadoprevê que o nível médio dospreços mundiais do algodãonão poderão aumentarsignificativamente.

“O sector de algodão está setornando cada vez mais comrecursos limitados. A comissãoincentiva a pesquisa e aadopção de novas práticas quepromovam a produtividade”.

O ICAC observa que aprodução de algodão reforça asegurança alimentar através dasegurança de renda.

“Os rendimentos financeirosobtidos com a produção dealgodão permitem que famíliasde agricultores, especialmenteaquelas das regiões áridas esemi-áridas, onde as culturasalimentares são difíceisde produzir, possam pagara a l i m e n t a ç ã o , s a ú d e ,mensalidades escolares e outrasnecessidades que não estariamdisponíveis.

“O algodão contribui para asegurança alimentar, fornecendoos meios para financiar insumose melhorando a fertilidadedo solo e retardando odesenvolvimento de pragas e

O COMÉRCIO intra-regionalnos Estados Membros da SADCregistou um aumento de cincopor cento, em 1980, para cercade 25 por cento, em 2007.

A estrutura do comérciona reg ião manteve-seinalterada e se concentra empoucos produtos primários,principalmente produtosagrícolas e minerais, de acordocom a revisão feita sobrea Industria, Comercio eInvestimentos da SADC.

Esta situação é motivada pelafalta de diversificação na maioriadas economias nacionais,estando fundamentalmentedependentes de um único sector,o que limita a sua capacidade deresistir a choques.

Francas infra-estruturas, taiscomo rodoviárias e ferroviárias,continuam a impedir a livrecirculação de mercadorias emtoda a região, embora o acessoàs matérias-primas tambémafecte o comércio.

Os principais aumentosocorreram no sector têxtil e dovestuário e no sector do açúcar,

devido a um regime especial decomércio nessas indústrias quegeraram novas oportunidadesde negócios na região.

A Implementação doProtocolo de Comércio, queentrou em vigor em Setembro de2000, contribuiu para o aumentonas transacções comerciais umavez que a região começou aharmonização da sua legislaçãoaduaneira e remoção debarreiras não-tarifárias.

Apesar de não haver dadosconcretos para 2008/09, aregião espera que o comérciointra-regional possa em breveatingir os 40 por cento, após olançamento da Zona deComércio Livre da SADC háum ano, em Agosto de 2008.

Estados Membros da SADC,com excepção de Angola e daRepública Democrática doCongo, fazem parte do acordode livre comércio.

A Zona de Comércio Livreda SADC cria um mercadoregional, no valor de cerca de360 biliões de dólares, com umapopulação inicial total de cerca

de 170 milhões. Outros 71biliões dólares e umapopulação de mais de 80milhões serão acrescidos com aentrada de Angola e da RDCem 2010.

Embora tenha se registadoum progresso significativo nocomércio de mercadorias, ocomércio de serviços continuaa estar atrasado devidoprincipalmente à falta decapacidade.

No entanto, um projecto deinstrumento jurídico já foipreparado e as negociaçõesestão em andamento paraimplementação de acordosdestinados a aumentar ocomércio regional de serviços.

SADC pode estimular ocomércio intra-regional, se asrestrições do lado da oferta,como a falta de matérias-primasforem abordadas.

Isso permitiria os Estados-Membros desenvolverem asindústrias e acrescentar valoraos seus produtos, reduzindoas importações de fora daregião. r

doenças em sistemas de gestãoadequada, rotação de culturasenvolvendo algodão e outrasculturas.

“Para que o algodãodesempenhe o seu papel comoum catalisador para odesenvolvimento económico econtribuir para a segurançaalimentar, os agricultoresdevem ter acesso a insumos dequalidade, crédito, tecnologiasadequadas e mercadosassegurados”.

O ICAC acrescentou que asinterrupções no fornecimentode insumos, bem como osbaixos níveis de adopção detecnologia e os fracos sistemasde comercialização causaramretornos mais baixos aosprodutores, e que, juntamentecom os pagamentos atrasados,constituem os principaisobstáculos para a produção dospequenos produtores dealgodão.

“Reconhecendo o importantepapel de desenvolvimento sociale económico desempenhadopelas empresas de algodão na

C O M É R C I O

África, e como parte de umaestratégia global de apoio aospequenos agricultores, algunspaíses sugerem que os governosconsideram cobrir os défices dasempresas de algodão”, declarouo ICAC.

A outra área de interesse parao ICAC são os subprodutos daprodução de algodão, comosementes de algodão e caules,que têm recebido atençãolimitada devido a baixos valoresem relação ao algodão. Noentanto, “com o aumento dospreços das oleaginosas, desde2006, os subprodutos agora temtido uma maior atenção”.

“O Comité analisou ainformação sobre uma vastagama dos usos dos caroços dealgodão para óleo vegetal,ração animal, sabão, papel,encadernação em tijolos, eoutros usos”.

“Uma nova pesquisa deveráfacilitar uma maior utilizaçãode caroço de algodão paraconsumo humano, ampliandoainda mais o leque de usos evalores de caroço de algodão”.

O Conselho reafirmou anecessidade urgente de umaconclusão ambiciosa eequilibrada para a RodadaD o h a d e n e g o c i a ç õ e sc o m e r c i a i s c o m odesenvolvimento como peçacentral, e congratulou-se com oimpulso resultante da iniciativade convocar a OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), anível Mini-Ministerial.

“Os membros da OMCdeverão contribuir para aRonda de Doha para a umaconc lusão , a t ravés denegociações, flexibilidade ec o m p r o m i s s o . . . u m aconclusão da Ronda de Dohairá facilitar a recuperação dacrise económica mundial epermitiria o crescimento interalia na procura do algodão eprodutos de algodão”,declarou o ICAC.

“Uma conclusão bemsucedida da Ronda de Dohapromoveria uma amplacooperação internacional emoutras áreas da agendamundial”. (The Post) r

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:03 PM Page 6

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

DUAS PRINCIPAIS soluçõespara os problemas de energiana África Austral emergiram daMesa Redonda de Investidorespara o Sector de Energiarealizada nos meados de Julhoem Livingstone, Zâmbia.

Trata-se da necessidade daconstrução de mais redes deinterligação regional bem comoo encorajamento de projectosconjuntos de produção deenergia.

Mais linhas de transmissãocoordenadas pelo Grupo dasEmpresas de Electricidadeda África Austral (SAPP)permitiriam os EstadosMembros beneficiarem denovas centrais de produção deenergia instaladas em outrosPaíses da região.

A Comunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral não está totalmenteintegrada no que diz respeito aosector de energia uma vez queAngola, Malawi e Tanzânia nãoestão interligadas através darede do SAPP.

Isto significa que qualquernova central de produção deenergia instalada num dessesPaíses não beneficia os oitosmembros do SAPP - Botswana,República Democrática doCongo, Lesotho, Moçambique,Namíbia, Swazilândia, Áfricado Sul, Zâmbia e Zimbabwe.

A Presidente do Comité dosMinistros Responsáveis pelaEnergia na SADC, DipuoPeters, disse durante a mesa

redonda que esta situação emque as centrais eléctricasn a c i o n a i s t r a b a l h a misoladamente não é benéficauma vez que os desafios deenergia enfrentados pela regiãorequerem uma abordagem maiscoordenada.

Apelou o SAPP a continuar adesempenhar o seu papel rumoa conclusão da necessáriaharmonização dos padrõestécnicos e protocolos quefacilitarão o fluxo de energiaentre os Estados Membros.

“forma a que todos nosbeneficiemos, precisamos deassegurar a disponibilidade dainterligação das linhas deenergia entre os EstadosMembros, afirmou, Peters, queé Ministra da Energia na Áfricado Sul.

No período 2007/8, o SAPPregistou cerca de 3.400MWproduzidos em Angola, maspor falta de interligação aenergia não é acessível paraqualquer outro Estado daSADC, apesar de muitos delesenfrentarem sérias carências deenergia.

A instalação de novasinterligações na região irá criarnovos corredores que podemapoiar o desenvolvimentoindustrial e melhorar asegurança de energia em outraspartes sem afectar as actuais econgestionadas linhas detransmissão.

Novas linhas de transmissãocom o projecto de ligação

Zimbabwe-Zambia-Botswana-Namibia (ZIZABONA) e a linhade energia Zambia-Namibia sãoexemplos de novos projectosque requerem apoio financeiroe, caso sejam implementados,p o d e m r e d u z i r ocongestionamento do corredorcentral.

Potenciais investidorespresentes na Mesa Redonda deLivingstone disseram queprojectos conjuntos deprodução de energia são achave para o crescimentoregional e muitas instituiçõesestão prontas em investir emprojectos desse género naÁfrica Austral.

Disseram que algunsprojectos promovidos poralguns Países são tão pequenospara atraírem investimentossendo por isso que projectosregionais facilitariam amobilização dos fundosnecessários ao mesmo tempoque projectos transfronteiríçostem a vantagem de umresultado económico positivopara a região.

Christine Schmidt, GestoraPrincipal de Projectos doBanco de DesenvolvimentoAlemão (kFW), disse que obanco está determinado emfinanciar qualquer projecto deprodução de energia verde erenovável, como a construçãode centrais hidroeléctricas,para ajudar a satisfazer asnecessidades de energia naregião.

Schmidt disse que essesprojectos incluem corredorespara o transporte deelectricidade da Zâmbia aTanzânia e Kenya, de CahoraBassa para a África do Sul aolongo das linhas de transmissãode Moçambique, e o CorredorZIZABONA.

Os parceiros presentes nareunião também apelaram aospaíses da África Austral aprepararem melhor as suaspropostas para atraírem osinvestidores.

Lyson Muwila, PrincipalOficial de Investimentos noBanco de Desenvolvimento daÁfrica Austral (DBSA),sublinhou que enquanto aSADC possui projectos viáveisde energia, uma série dePaíses falham em apresentara d e q u a d a m e n t e e s s e sprojectos resultando nafalha de garantia deinvestimentos.

A falta de investimento nosector de energia, bem comoa rápida expansão daseconomias na região e asbaixas tarifas de energia, sãoalguns dos factores que temcontribuído para o actualdéfice de energia na ÁfricaAustral.

Contudo, a região é rica emrecursos de energia tais comosolar, eólica, a gás e hidráulicaque, caso fosse explorada,ajudaria a SADC a resolver assuas carência de energia.sardc.net r

por Kizito Sikuka

Redes de Transmissão e Centrais Eléctricas Conjuntas são achave para o Desenvolvimento regional

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 7

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

por Kizito Sikuka

O PROJECTO de expansão deenergia do noroeste de Karibapara o sul é um dos principaisprojectos de energia do Zimbabwepara os próximos três anos, deacordo com o Director Executivoda empresa de electricidade ZESAHoldings, Eng. Ben Rafemoyo,falando na Mesa Redonda deInvestidores para o Sector deEnergia realizada em Julho.

O projecto, orçado em200 milhões de dólaresnorte-americanos, tem a

capacidade de produção de cercade 300 Megawatts (MW) decorrente eléctrica, o quepermitiria resolver os problemasde falta de energia no País.

O Zimbabwe, tal como váriosPaíses da SADC, enfrenta falta deenergia que afecta o crescimentonacional.

O Eng. Rafemoyo apelou aosinvestidores para apoiarem oprojecto por forma a permitir queo País use o seu enorme potencialhidroeléctrico.

A empresa zimbabweana deelectricidade, uma subsidiária daZESA Holdings, está a liderar oprocesso de implementação doprojecto.

Uma Avaliação do ImpactoAmbiental foi efectuada com osresultados a mostrarem que oprojecto é viável. A água para aprodução de energia virá dabarragem de Kariba.

Para garantir que a energiaproduzida a luz deste novo

projecto seja consumida a nívelnacional, será construída umasubestação de 330kV.

Outros grandes projectos deenergia identificados peloZimbabwe para os próximos trêsanos incluem a Central Eléctricade Gokwe Norte e a Expansão daCentral Eléctrica de Hwange. Osdois projectos têm capacidadepara a produção de cerca de 2.000MW de electricidade. r

MOÇAMBIQUE PROJECTAconstruir uma central eléctricapara a produção de 500Megawatts (MW) de correnteeléctrica, na província de Tete.

Trata-se da Central Térmica deBenga que será construída emfases, devendo a segunda faseaumentar a capacidade para cercade 2.000 MW.

Contudo, este aumentodependerá grandemente dosprogressos dos Projectos dasLinhas de Transmissão deMoçambique que tem porobjectivo fomentar a capacidadedo País na expansão deelectricidade.

A empresa moçambicana deelectricidade refere que o projectovai custar 1.3 milhões de dólaresnorte-americanos, e os trabalhosestão em curso para que até 2011central esteja operacional. Acentral vai fornecer energiadirectamente a rede nacional nasubestação de Mutambo e venderpara a Eskom, na África do Sul.

O projecto vai fomentar aexportação de energia deMoçambique e ajudar a região aresolver as suas necessidades deenergia.

Moçambique é um dos poucosPaíses da região da SADC quepossui reservas de energia egrandes recursos de energia nãoexplorados, incluindo a solar ehidráulica.r

A ZAMBIA planeia instalar umacentral hidroeléctrica com acapacidade de produção de120MW de corrente eléctricacomo forma de explorar opotencial do Rio Kafue.

A central hidroeléctrica deItezhi Tezhi estará localizada ajusante do Rio Kafue e a cerca de230 km a montante da actualcentral hidroeléctrica do altoKafue Gorge.

A nova central, avaliada emcerca de 230 milhões de dólaresnorte-americanos, vai produzirenergia usando a águadisponível na barragem.

A Zâmbia identificou oprojecto para fomentar aprodução de energia e reduzir asimportações uma vez que estePaís rico em minerais despendemilhões de dólares naimportação e energia.

A empresa nacional deelectricidade ZESCO vaiimplementar o projecto da centralhidroeléctrica de Itezhi Tezhi emnome do Governo Zambiano.

Durante a Mesa Redonda deInvestidores para o Sector

A expansão de Kariba para o sul é um dos exemplos de projectos em implemen-tação para por fim a crise de energia na região.

Moçambique vaiconstruir uma centraleléctrica de 500MW

Central hidroeléctrica de Itezhi Tezhi vai produzir 120MW

África do Sul vai construirtrês fábricas de biodieselaté 2013

de Energia realizada emLivingstone, a ZESCO convidouos investidores para formaremparcerias para investir naconstrução da central.

Espera-se que a central estejapronta em 2012 depois daconclusão dos contratos paraa infra-estrutura, a própriacentral eléctrica e trabalhoselectrotécnicos.

As minas da Zâmbia, que sãoricas em cobre, cobalto, pedraspreciosas, tem tido resultadosrazoáveis por causa doinadequados fornecimentos deenergia e a nova central vaireforçar a quantidade de correnteeléctrica para as minas. r

A ÁFRICA do Sul vai construirtrês unidades industriais para aprodução de biodiesel até 2013 aum custo de 1.5 biliões de rands.

As unidades, em Richards Bay eCidade do Cabo, usarão restos deóleo vegetal como matéria prima.A estrutura de financiamento paraa primeira unidade está a serfinalizada, esperando-se que estejaoperacional em 2011. as outrasduas serão construídas até 2012,cada uma com a capacidade deprodução de 100 milhões de litrospor ano.

A maquinaria será construídana Europa e transportada para aÁfrica do Sul, onde será instaladaem 2010 a um custo de 350milhões de rands, esperando-seque o projecto crie 100 postosdirectos de trabalho e 5.000 postosindirectos para os residentes daárea.

Os sectores alvo são as minas,florestas, pescas e indústriasagrícolas por causa dos descontosoferecidos e créditos de carbono. r

Zimbabwe aposta na expansão da energia de Kariba para o Sul

Desenvolvimentos de Energia na

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 8

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

vendem para as comunidadesurbanas, melhorando as suasvidas com este processo,” disse.

Os beneficiários dos projectospagam uma tarifa que écanalizada a um fundo parao desenvolv imento dascomunidades.

As pessoas locais podemsolicitar um empréstimo destefundo para criarem as suasempresas. “Também queremosformar as pessoas locais afabricarem o equipamentousado para a produçãode energia como turbinas eisto visa criar emprego para acomunidade.” (The Herald) r

Mini-Centrais hidroeléctricas desenvolvidas para a África Austral TRÊS PAÍSES regionais vão sebeneficiar de mini-Centraishidroeléctricas que estão a serdesenvolv idas por umaorganização não governamental.

A Practical Action iniciouprojectos pilotos em Manicaland,Zimbabwe, para assegurar que ascomunidades e agricultoresmarginalizados tenham acesso aelectricidade.

O projecto envolve a produçãode energia a partir de pequenasfontes de água tais como cascatase rios permanentes.

Este é um programa regionaldestinado a beneficiar oZimbabwe, Malawi eMoçambique, e foi desenvolvidodepois de se ter constatado que aenergia é num grande desafio emmuitas áreas comunitárias comalgumas delas sem acesso aenergia convencional.

O Gestor do Projecto, FungaiMatahwa, disse que Manicalandfoi identificado como uma áreaadequada por causa dos seussolos e da existência de riospermanentes.

“O projecto usa electricidadelocalizada transmitida apartir de distâncias próximas,o que torna menos oneroso quea electricidade convencionalou mesmo geradores queprecisam e combustível. Éextremamente caro para aspessoas dessas áreasmontanhosas terem energia porisso nós nos instalamos lá paraassegurar que as comunidadesse beneficiem dos recursosnaturais nas suas áreas. Aenergia hidroeléctrica não é

nociva ao ambiente e érenovável,” afirmou Matahwa.

Disse que o projecto permitiu aelectrificação de escolas locais,hospitais e residências particularespermitindo que agora algumaspessoas usem moageirasusando electricidade.

“A resposta da comunidade ésatisfatória. No Zimbabwe temostrês projectos em Nyanga, CashelValley e Nyamarimbire e agoraestamos a pensar em iniciar maisum projecto em Chipendere, emMutare. As pessoas estão maisinteressadas em irrigar as suasculturas, processar e conservar emgeleiras e isto só é possível com a

disponibilidade de energia,”afirmou.

Matahwa disse que aintrodução destes projectospermit iu melhorar odesenvolvimento de sistemasde saúde e educação. O Gestordo Projecto disse que oprograma dever ia serexpandido e comercializado.

“Gostaríamos de ver umasituação em que as comunidadescontinuam a produzir energia emesmo vendê-la para as áreasvizinhas. Em Países como Perue Nepal, as comunidadesrurais produzem energiaatravés de pequenas fontes e

O POTENCIAL para a opção deprodução de energia limpa ebarata na SADC continuainexplorado apesar da abundânciade energia renovável na região.

Parceiros que participaram narecente Mesa Redonda deInvestidores para o Sector deEnergia em Livingstone, Zâmbia,apelaram a África Austral paraexplorar as suas grandes reservesde energia renovável para eliminara carência de energia na região.

A Presidente do Comité deMinistros Responsáveis peloSector de Energia na SADC, DipuoPeters, disse que a energiarenovável surge como umafonte altamente lucrativa definanciamento de carbono e aregião devia aumentar a suaexploração.

“Reconhecemos a necessidadede diversificar as fontes primáriasde energia que usamos. Nessesentido, as abundantes fontes deenergia que temos na regiãodevem ser optimizadas eexploradas para o benefício dosnossos povos,” afirmou Peters,que é Ministra de Energia naÁfrica do Sul.

Disse que a África Australdeve, nos próximos anos, investirmais em sistemas eólicos,painéis solares, Mini-Centraishidroeléctricas, sistemas debiocombustível e outrosprogramas e intervenções paraexplorar energia renovável.

O Director Executivo daAssociação Regional de Empresasde Electricidade (RERA),Siseho Simasiku, concordou,acrescentando que a região deviacriar um ambiente favorável aatracção de investimentos para osector de energia.

A fase III do Inga na RepúblicaDemocrática do Congo, com umpotencial para a produção de4.300MW, e o Projecto de expansãode Kariba Norte na Zâmbia sãoalguns projectos de energiarenovável na região da SADC.

Contudo, as baixas tarifas deenergia, instabilidade política e oslongos procedimentos deconcursos em alguns Paísesprejudicam os investimentos naregião.

Lawrence Musaba, Gestor doCentro de Coordenação do Grupode Empresas de Electricidade da

África Austral (SAPP), está acaminhar rapidamente paraesgotar a sua energia e precisa deproduzir mais electricidade paraassegurar o seu desenvolvimento. A nova energia, disse, só poderávir de fontes de energia renovávelque continuam inexploradas naregião.

“A procura de energia naSADC está a aumentar e se nósimplementarmos todos os nossosprojectos, particularmente aquelesde energia renovável, seremoscapazes de satsfazer essa procura,”afirmou Musaba.

Outros participantes da MesaRedonda apelaram a região atrabalhar colectivamente nosprojectos de energia para atraíreminvestimentos, afirmando quegrandes projectos atraem maisinvestidores do que as pequenasiniciativas.

A Mesa Redonda deInvestidores para o Sector deEnergia juntou potenciaisinvestidores, empresas regionaisde electricidade e outras partesinteressadas para encontrarformas de atracção deinvestimentos na África Austral. r

A região da SADC deve controlar energia renovável para fomentar ofornecimento de electricidade

ia na África Austral

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 9

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

E N E R G Y

e telefones celulares. Estima-seque cerca de 55.000 famíliasparticipem neste projecto.

Os fogões melhoradosdestinam-se as famílias queactualmente usam lenha paraenergia e ganham entre 200 e1.000 pulas por mês. A BPCLesedi vai vender fogõesmelhorados capazes de reduzira quantidade de lenha. Estima-se que 194.000 famílias sepossam beneficiar de fogõesmelhorados.

Antes do Projecto da BPCLesedi, os desafios para ainstalação nacional do projectode energia renovável incluíam abaixa densidade do Mercado,dificuldades logísticas para aszonas rurais e altos custos deinstalação. Estes desafios serãoresolvidos através da experiênciaque a BPC traz há décadas e doapoio governamental bem comodos resultados de uma parceriaestratégica.

O Governo do Botswana e oPNUD iniciou o projecto deelectrificação rural em Novembrode 2006 com ambas as partes ainjectarem cerca de 6.64 milhõesde dólares. A BPC foi designadaagência implementadora doprojecto que deverá estarconcluído em Outubro de 2010.(AllAfrica.com) r

UM ESTUDO de pré-viabilidadeefectuado pela Corporação deEnergia do Botswana (BPC)confirmou a opinião de peritosde que o País possui uma boaradiação solar capaz de sustentaruma central térmica solar de 200-megawatt.

O estudo identificou seislugares ideais para a construçãode estações de energia solarem Jwaneng, Selebi-Phikwe,Morupule, Orapa ou Maun.

Destes locais, Jwaneng eOrapa, recebem anualmente amais elevada radiação solar.Todos os potenciais locais estãopróximos da rede nacional,tornando a interligaçãorelativamente simples e menosonerosa.

Cada um dos locais temvantagens comparativas: Jwanengpode fornecer energia para a minade Debswana, enquanto Selebi-Phikwe pode permitir ainterligação com Phokoje. EmOrapa, a central eléctrica podeestar perto da mina de diamantesAK06, enquanto em Maun, aestação pode fornecer energia amina de cobre.

O Director Executivo da BPC,Jacob Raleru, disse que acorporação está a preparar oestudo de viabilidade financeirapara a central térmica solar.

Espera-se que a centraltérmica solar possa serconstituída por 4 x 50 unidadesde megawat t , com apossibilidade de produtoresindependentes de energiadesempenharem um papeli m p o r t a n t e n o s e udesenvolvimento.

Raleru também revelou que aBPC tenciona embarcar numprojecto de Rede Fotovoltática(PV).

O projecto PV faz parte dosplanos de electrificação rural daBPC com base na energiarenovável, numa parceria com oPrograma das Nações Unidaspara o Desenvolvimento e aFacilidade Global do MeioAmbiente. Contudo, espera-seque a iniciativa seja desenvolvidapor uma empresa privada.

A BPC já lançou um concursopara a manifestação de interessepor parte de potenciais parceiros.Espera-se que 50.000 utilizadoresrurais possam se beneficiar doprojecto.

A BPC Lesedi vai gerir todosos sistemas de PV no Botswanaem regime de contrato, compelo menos seis firmassubcontratadas a operarem osserviços de PV em todo o País.

As empresas subcontratadasirão instalar, operar e manter o

sistema de PV e colectivamenteterão entre 20 a 30 outrasempresas subcontratadas queterão contractos para aexploração de uma área dedesenvolvimento.

A BPC Lesedi vai oferecer PVde energia solar para aluguer,lanternas recarregáveis emelhorar os fogões para asfamílias rurais.

A energia solar da rede de PVdestina-se a famílias rurais queactualmente usam petróleo e gásdoméstico que custa anualmenteentre 400 Pula e 1.000 de Pulaspor mês. A BPC Lesedi vaiarrendar o sistema de energiasolar e pagar apenas os serviços.

A BPC em parceria com osseus parceiros no projecto deelectrificação rural com base naenergia renovável vai subsidiar ocusto dos sistemas solaresdomésticos atingindo umpotencial de 72.000 famíliasrurais.

AS lanternas recarregáveisdestinam-se as famílias queactualmente usam candeeiros epetróleo e que ganham entre 200a 400 pulas por mês. A BPCLesedi irá vender as lanternas ebaterias para as famílias e cobraros clientes por cada recarga.

As lanternas recarregáveisfornecem luz e recarga para rádio

O CONGRESSO solar mundial2009 vai decorrer Johanesburgo,África do Sul, no final deste ano. A luz do tema “Energia Renovável;Definindo o Nosso Futuro”, ocongresso bianual vai reunirperitos regionais e internacionaisde energia solar para encontrarmelhores formas de explorar aenergia solar para fomentar a suaprodução e satisfazer a procura.

A Sociedade de EnergiaSustentável da África Australe a Fundação para oDesenvolvimento Profissionalorganiza este evento que vaidecorrer pela primeira vez naÁfrica do Sul.

U m a e x p o s i ç ã o d eenergia solar vai decorrerparalelamente, focalizando nodesenvolvimento de serviços eprodutos de fontes alternativas,eficientes e sustentáveis deenergia solar.

Entre os presentes a estareunião figuram os Ministros deEnergia da SADC bem comoperitos regionais e internacionaisde energia solar.

A energia solar é consideradacomo uma das formas maisseguras e limpas de energia quenão polui o ambiente quandocomparada com outras formascomo as centrais térmicas.

Muitos africanos desfrutam aluz solar durante ano, a qual podeser explorada para produzir energia.

Uma série de iniciativas já estãoem curso para explorar a energiasolar por forma ajudar ocontinente a satisfazer asnecessidades crescentes defornecimento de energia,incluindo uma firma de produçãode 200MW de energia solar noBotswana. A firma de produção deenergia solar no tem capacidadepara satisfazer grande parte dasnecessidades nacionais de energiauma vez as necessidades globaisdaquele País estão estimadas emcerca de 450MW.

A outra iniciativa solar é oProjecto Desertec, orçado e 555.3biliões de dólares, no nortede África, desenhado por umconsórcio de empresas alemãs.

Desertec representa a visãode que se cerca de 0.3 por centodo deserto de Sahara for cobertocom painéis solares, pode cobrircom energia todo o continenteAfricano bem como outraspartes do mundo, e se amédia do deserto for aumentadaem mais um por cento,pode fornecer energia a todo omundo e eliminar a falta deenergia que afecta váriasregiões. r

Central de Energia Solar do Botswana ganha formato

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 10

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

S E G U R A N Ç A A L I M E N T A R

Tecnologia de Irrigação é a chave para o sector agrícola

Redução de recursos hídricos na África Austral Planeamento e gestão dos recursos hídricos necessita de revisão

por Egline Tauya

INVESTMENTOS EMtecnologias de irrigação podemreduzir a vulnerabilidadecausadas pela condiçõesclimáticas adversas previstaspara a África Austral, numaaltura em que a região estábastante longe de explorarna totalidade a sua capacidadede irrigação uma vez que

várias barragens acumulamquantidades enormes de águaenquanto algumas pessoasestão sem alimentação.

O papel das tecnologiastradicionais precisa de ser avaliadoe tecnologias modernas dedistribuição de água, comoregadores e sistemas de gota agota, precisam de ser revistas.

Sistemas de irrigação debaixo custo, incluindo tais

OS SUL-AFRICANOS vãocomeçar a pagar mais pelaágua, se não gerirem os seusrecursos hídricos de formaeficiente, de acordo com umestudo recente que mostra que aÁfrica do Sul possui limitadosrecursos naturais de água doque se pensava anteriormente.

O relatório, divulgado pelaComissão de Pesquisa da Águada África do Sul, diz que osrecursos hídricos naturais doPaís são quatro por centoinferiores que os constantes noúltimo estudo realizado há 14anos.

Esta diferença de mediçãode fontes naturais deabastecimento de água éatribuída a novas técnicas depesquisa e tecnologias.

O Director do Projecto doestudo, Brian Middleton, disseque, se África do Sul continuara utilizar e alocar água deacordo com as estimativas altas(de recursos hídricos) feitas emestudos anteriores, não haverásimplesmente água suficientepara atender às necessidadesfuturas do país.

“A diferença é pequena emgeral, mas o que isso significa éque o planeamento e gestão deprocessos e uso da água deveser reanalisado. A procura deágua no futuro terá um papelimportante”, disse Middleton.

Isto significa que mesmo queos recursos hídricos sejam umpouco inferiores do que seacreditava anteriormente, aprocura de água no futuro, irá

desempenhar um papelimportante no preço da água.

“Os preços da água podemaumentar e precisamos de geriros recursos hídricos de umaforma diferente. Se se tornaoneroso mover ou transportar aágua, as indústrias devemutilizar menos água ou devemencontrar maneiras alternativasde utilização de água. (Vamoster de) gerir as nossasprocuras”;

Os novos dados de águapodem significar que um vastoleque de sectores - incluindoa agricultura, produção deelectricidade, a indústria e osmunicípios - terão de começar ausar menos água.

“Devemos analisar comogerir a procura de água naagrícola, floresta, industria e emtodos os outros sectores. Estasáreas precisam de usar menoságua e usá-lo de formaeficiente”, disse Middleton.

O estudo também constatouque a qualidade da água dos riosda África do Sul está a sedeteriorar. Middleton disse que aágua está tornando-se imprópriapara consumo devido aoaumento de incidentes dederramamento de esgotos e dapoluição industrial.

Se isso continuar, ossul-africanos terão de enfrentaruma maior escassez de água nofuturo. “A qualidade da águaem nossas torneiras é muitogrande, mas a qualidade daágua nos rios não é”, disseMiddleton.

Segundo Middleton, haverámaior necessidade de utilizarmétodos de purificação umavez que a qualidade da águaestá tornar-se péssima.

Disse que “vamos precisarde mais plantas de purificação emelhores sistemas depurificação para garantir que aágua em nossas torneirascontinuem com uma altaqualidade. Teremos que tratarmais água, aumentando oscustos do País”.

Middleton salientou que aágua subterrânea (acessívelatravés de poços) é usada emprovavelmente 75 por cento doPaís - principalmente naspequenas vilas e cidades -,enquanto as grandes áreasurbanas fazem mais uso deágua de superfície (águaencontrada em rios, represas elagos) .

“Os resultados do estudosugerem que há um mérito emconsiderar a utilização conjuntade ambas as fontes (águassuperficiais e subterrâneas).Quando a água de superfícieestá disponível, é precisoconsiderar a possibilidade deusá-la de forma mais eficiente,permitindo que as nossasreservas de águas subterrâneassejam usadas para as secas”.

Os dados colhidos cobrirama África do Sul, Lesoto eSwazilândia. O Departamentode Assuntos Hídricos eFlorestais se recusou acomentar as conclusões, até aleitura do relatório. (IPS) r

inovações como o uso debombas pedestrais e kits deirrigação a gota, devem serpromovidos na agricultura deirrigação de pequena escala.

P a r a a l é m o edesenvolvimento da capacidaderegional de irrigação, variedadesde sementes tolerantes a secapodem ser promovidas parafazer face as mudançasclimáticas.

Soja e mapira são culturasmais tolerantes a seca que omilho. A variedade de sementesde ciclo curto, as quais encurtamo ciclo vegetativo das culturas deregadio, permitem que osagricultores posam efectuar duasou mais colheitas por ano.

Devem ser empregadastecnologias bem concebidas eadequadas para a os sistemasde cultivo e para a indústrialocal.

De acordo com a Organizaçãodas Nações Unidas para aAgricultura e Alimentação(FAO), a taxa média dedesenvolvimento da irrigaçãopara a África sub-sahariana nosúltimos 12 anos é de 43.600 ha/ano - uma média de 1.150 ha/ano para cada País.

A África do Sul, Tanzânia,Zimbabwe têm taxas médias dedesenvolvimento da irrigaçãode 2.000 ha / ano.

Se a taxa actual continuardurante os próximos 25 anos,então um milhão de hectaresextra de irrigação poderão sercolocados ao serviço daprodução, aumentando a áreatotal actualmente sob irrigaçãoem 50 por cento, segundo aFAO.

A irrigação tem sido vistocomo uma opção para melhorare manter o emprego rural,aumentando a produção dasculturas. Pode reduzir adependência da agricultura desequeiro em áreas propensas asecas e aumentar a intensidadede cultivo em zonas tropicaishúmidas e “alargar” a estaçãodas chuvas e da introdução demeios eficazes de controlo daágua. r

O aumento da capacidade deirrigação pode conter os efeitos dasmudanças climáticas

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 11

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

E L E I Ç Õ E S

Botswana, Namíbia e Moçambique preparam-se para eleições OS PREPARATIVOS para aseleições no Botswana, Namíbia eMoçambique já atingiram a fasecrucial com o recenseamento doseleitores e o início da divulgaçãodos manifestos eleitorais dospartidos políticos.

Os três países fazem parte deum conjunto de seis EstadosMembros da SADC que vãorealizar eleições entre Setembroe Outubro deste ano.

Angola, Maurícias e aRepública Democrática doCongo ainda estão por anunciaras datas para a votação e asaeleições podem ainda seradiadas.

No Botswana, o PartidoDemocrático do Botswana(BDP), no poder, prometeucontinuar a trabalhar paramelhorar o padrão de vida dapopulação.

O BDP nunca perdeu aseleições desde a independênciaem 1966 e em Outubro desteano irá tentar manter-se noparlamento depois das eleições.No Botswana o parlamentofunciona como um colégioeleitoral depois das eleiçõese escolhe o presidente.Actualmente o líder do BDP,Seretse Khama Ian Khama, équem preside o parlamento.

O Partido do Congresso doBotswana, na oposição, emparceria com o Movimento daAliança do Botswana,prometeu alargar a baseeconómica do País aodiversificar a economia atravésdo desenvolvimento industriale da agricultura.

Em Moçambique, as eleiçõesforam marcadas para os finaisde Outubro antecipando o

Verão e a época chuvosa queprejudicaram os eleitores naseleições realizadas em 2004. Ascandidaturas para as eleiçõespresidenciais encerraram emJulho.

Um total de nove candidatosapresentou as suascandidaturas para concorrem apresidência com ArmandoGuebuza, que conclui o seuprimeiro mandato emrepresentação do partidogovernamental, a Frente deLibertação de Moçambique(Frelimo). As candidaturasestão ainda a ser analisadaspela Comissão Nacional deEleições (CNE).

Os principais candidates daoposição são Afonso Dhlakama,da Resistência Nacional deMoçambique (Renamo), eDaviz Simango, do MovimentoDemocrático de Moçambique(MDM).

P a r a a s e l e i ç õ e sparlamentares e provinciais umtotal de 29 partidos e coligaçõesapresentaram as suascandidaturas para as eleiçõesagendadas para Outubro,estando a Comissão Nacionalde Eleições a analisá-las.

Na Namíbia a campanhaeleitoral iniciou com o partidogovernamental, a Organizaçãodos Povos do SudoesteAfricano (SWAPO), a apelar aoseleitores para votarem emsi durante as eleiçõespresidenciais e parlamentaresagendadas para Novembro.

A SWAPO está no poderdesde a independênciaem 1990, e o presidenteHifikepunye Pohamba terminao seu primeiro mandato comopresidente, devendo concorrera frente do seu partido naseleições.

Partidos da oposição comoo Congresso dos Democratas eo Movimento DemocráticoUnido irão igualmenteconcorrer nas quartas eleiçõesgerais do País desde aindependência. r

MADAGASCAR PODE estarna rota para a recuperaçãodepois do acordo de pazassinado nos princípiosde Agosto em Maputo,Moçambique, entre oPresidente deposto, MarcRavalomanana, e o líder daoposição, Andry Rajoelina.

O acordo, que advoga acriação de um governo detransição até a realização deeleições dentro de 15 meses, foirubricado sob os auspícios denegociações da SADC.

O antigo Presidentemoçambicano , JoaquimChissano, está a mediar odiálogo depois dos líderes daSADC o terem designado comochefe das negociações emJunho, depois do colapso dasconversações patrocinadas pelaUnião Africana e pelas NaçõesUnidas.

A rebelião política noMadagáscar surgiu no iníciodeste ano depois do líder daoposição, Andry Rajoelina, terusurpado o poder do PresidenteMarc Ravalomanana, em

mani fes tações públ i casapoiadas pelo exército, ummétodo similar ao usado porRavalomanana quando háalguns anos retirou o poder aoseu predecessor, DidierRatsiraka.

Uma série de organismosregionais e internacionaiscomo a SADC, UA eONU responderam a estedesenvolvimento impondosanções ou suspendendo oMadagáscar desses órgãos.

A reunião de Maputocontou com a participação deoutros dois antigos Presidentesdo Madagáscar, DidierRatsiraka e Albert Zafy.

Como parte do acordo,Ravalomanana, que viveexilado na África do Sul, foipermitido que regresse aoMadagáscar para concorrer naseleições sem que seja preso pelogoverno interino que o acusade estar envolvido em actos decorrupção.

Ravalomanana e Rajoelinaexpressarão satisfação peloacordo que clarifica aspectos

importantes para a realizaçãod e u m r e f e r e n d oconstitucional e eleiçõespresidenciais e legislativasdentro de 15 meses.

Contudo, a estrutura dogoverno de transição está aindaa ser negociada para que nãorompa o frágil acordo.

“Estou satisfeito com osresultados desta reunião”,a f i rmou Ravalomanana ,acrescentando que regressaráb r e v e m e n t e p a r a oMadagáscar.

Rajoelina disse que o acordoera uma “vitória para todos osMalgaxes. É de interesse paratoda a Nação.”

A SADC prometeucontinuar a mediar asconversações até que sejaencontrada uma solução pararesolver a situação política noMadagáscar.

A SADC está a trabalharcom a UA, ONU e aOrganização InternacionalFrancófona (Países deExpressão Francesa) nesteprocesso de paz. r

Eleitores aguardam a sua vez de votar e contagem de votos durante aseleições na Namíbia.

Madagáscar espera por uma solução

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 12

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

C U L T U R A

Argélia Acolhe II Festival Cultural Pan-AfricanoUM DOS segredos bemconservados este ano nocontinente africano foi o IIFestival Cultural Pan-Africanode Argélia, que decorreunaquele País do Norte de África40 anos depois de ter colhido aprimeira edição.

O festival cultural, quedecorreu de 05-20 de Julho, foium evento oficial da UniãoAfricana, autorizado ao mais altonível pelos Chefes de Estado e deGovernos com vista a adopçãoda Carta Cultural Pan-Africana.

O festival, com o temaRenascimento Africano,mostrou o leque vasto dopatrimónio cultural africano detodas as partes do continente:actuação de artes como música,dança e teatro; livros eliteratura, filmes, fotografia,pintura, escultura, moda,artesanato e artes visuais.

As duas semanas em quedurou o festival permitirammostrar o talento de centenasde artistas de África e africanosna diáspora, e atraiu mais de100.000 habitantes da Argéliapara celebrar o RenascimentoAfricano.

O Governo da Argéliaconvidou e apoiou a participaçãode artistas de muitos Paísesafricanos, incluindo vários daÁfrica Austral.

A Ministra da Cultura,Khalida Toumi, disse que ofestival foi uma oportunidadepara a África mostrar adiversidade dos seus povos e acriatividade em todos osdomínios culturais e artísticos.

O festival realizou-se após aadopção da Carta deRenascimento Cultural de

äfrica pela Cimeira da UniãoAfricana realizada em Janeirode 2006, no Sudão, e da escolhada Argélia para acolher ofestival.

O Renascimento surge 40anos depois do primeiro festivalCultural Pan-Africano deArgélia, realizado em Julhode 1969, e esse períodotes temunhou mudançasrevolucionárias políticas nocontinente, com a independênciade quase todos os Países dadominação colonial.

A Argélia conquistou a suaindependência em 1962 depoisde uma guerra pela libertaçãoque custou a vida de mais deum milhão de pessoas, esubsequentemente continuou aapoiar os movimentos deliberação em outros Países,particularmente na ÁfricaAustral.

“Em 1969 o apelo eralibertação, porque muitos Paísesainda não estavam livres ealguns que acabavam de ganhara independência. Isto foi

valioso”, afirmou a Agência Pan-Africana de Notícias (PANA).

“Hoje, dos 53 Países daUnião Africana, 52 estãoindependentes. Apenas umainda não está independente.Caso contrário diria que aÁfrica libertou-se”.

Disse que o festival era acelebração da revitalização daimensidão artística Africana ecada forma de rt africana é bemvinda.

“África está em renascimentototal. Um renascimento emmovimento total. É por isso queo tema para o II Festival CulturalPan-Africano é RenascimentoAfricano, que em Inglês nósdesignamos literalmente que aÁfrica está de Volta," afirmouToumi.

“Esta feira tem aspectosmateriais e não materiais, bemcomo artes visuais, pintura,cultura, arte, fotografia eincluindo moda, uma vez que hátodo um movimento em Áfricade criação de moda artística queestá a ser desenvolvida”.

O Ministério Argelino daCultura lançou um Portal deInternet dedicado ao II FestivalCultural Pan-Africano quepodia a ser acessível atravésdo seguinte endereço :www.panafalger2009.dz

A Comissária dos AssuntosSociais da União Africana,Bience Gawanas, da Namíbia,disse que o festival culturalera uma declaração doressurgimento de África.

“Faz parte do nossomandato, e isto cria umaimagem da África, umaimagem que não mostra apenasos conflitos, uma imagem quenão mostra somente asdoenças, mas uma imagem deÁfrica como uma estruturada humanidade”, afirmouGawanas.

Directores ou representantesdos órgãos de comunicaçãosocial que estiveram reunidosem Argélia no início deste mês,para o primeiro encontro dosÓrgãos de Comunicação Socialde África, prometeram fazeruma grande campanha desensibilização do eventodentro e fora do continentecom imagens, som e artigospara tornar o evento num“orgulho africano e sucessoglobal”.

A Argélia, que actualmentedetém a presidência rotativada Conferência dos MinistrosAfr icanos da Cul tura ,manifestou esperança de que oFestival Cultural Pan-Africanoserá programado com maisfrequência no futuro, através daUnião Africana, e não algo quesomente ocorre depois de 40anos. sardc.net rParte de artistas presentes no festival Cultural Pan-Africano

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 13

14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje

R U M O A 2 0 1 0

África vai para Angola para a primeira parteda festa de futebol 2010 Interior prepara-se para

receber visitantes para aCopa do Mundo

por Patson Phiri

ANGOLA VAI acolher oCampeonato Africano dasNações, em Janeiro-Fevereirode 2010, exactamente cincomeses antes da primeira Copado Mundo em Futebol decorrerem solo Africano, na África doSul, em Junho.

Este País da África Australrico em Petróleo vai acolher oseu primeiro grande eventodesportivo internacional desdea independência de Portugal,em 1975, e a seguir a guerracivil que terminou em 2002.

O torneio de futebol deveatrair 16 concorrentes nacionaisde toda a África, unindo assimo resto do continente, comAngola, que esteve isolado portrês décadas, devido à guerra.

A comissão organizadoraem Angola diz que ospreparativos para a Copa dasNações de África estão decorrerbem, e o País está a renovar asinfra-estruturas, como estádios,hotéis e estradas como parte desua preparação.

Remodelação dos estádiosdeverá ser concluída atéSetembro, segundo a comissãoorganizadora. A construção deestádios está a decorrer nasprovíncias de Luanda,Benguela, Cabinda e Lubango,em preparação para os jogos.

O Diretor de Marketing eComunicação da ComissãoOrganizadora, Manuel Mariano,disse que os estádios serãooficialmente inaugurados noaniversário da Independência,11 de Novembro.

As comemorações incluemum torneio nacional de futebolpara marcar a conclusão dosestádios, bem como testar asquatro cidades.

Issa Hayatou, o Presidenteda Confederação Africana deFutebol (CAF), que visitou osestádios, em Julho, disse queestava otimista sobre apreparação de Angola para oevento de futebol.

O marketing do grandetorneio Africano chegou aoponto mais alto com a comissãoorganizadora de Angolaapresentando-o em eventos emPaíses vizinhos como a feiraAgrícola e Comercial daZâmbia, em Lusaka.

A comissão aproveitou afeira para aumentar aconsciência sobre a Copa dasNações de África mostrandono seu pavilhão imagens dosquatro estádios e ilustrando oque Angola pode oferecer paraos visitantes.

Como país anfitrião, Angolaqualifica-se automaticamentepara a fase final, enquanto osrestantes 15 participantes,ainda estão em uma fase dequalificação para seleccionar osparticipantes do eventobianual. r

UM PARQUE de eco-turismona vila Tshikuyu na província doLimpopo, na África do Sul, seráconcluído em Janeiro de 2010,apenas alguns meses antes demilhares de fãs de futebolescalarem para País paraassistirem o maior espectáculoda Copa do Mundo.

O projecto orçado em 30milhões de rands começou em2007 e vai desempenhar umpapel vital ao forneceralojamento aos turistas quevisitarem o Parque NacionalKruger durante a Copa doMundo de 2010 e além.

O parque será constituído pormoradias modernas e elegantes,um bloco administrativo, umasala de conferências, piscinas,restaurante, bar e uma loja decuriosidades.

CONSTRUÇÃO DE alojamentose locais para refições já começouem algumas áreas rurais doLimpopo na preparação para arecepção dos visitantes durante aCopa do Mundo de 2010, que serealizará na África do Sul deJunho-Julho do próximo ano.

A União Européia financiouo projecto com 15 milhões derandes em várias vilas foraTzaneen, no município dodistrito Mopani.

O local onde estesestabelecimentos de alojamentoestão sendo construídas ficam a30 minutos de Polokwane, ondealguns dos jogos da Copa doMundo vão decorrer.

O Gestor do Projecto, ElvisNtlwane, saudou a iniciativaindicando que era um dosprojetos de desenvolvimentoeconômico do município, quevisam melhorar a subsistênciade comunidades de baixa rendaatravés do turismo.

O projecto já criou empregosde curta duração para mais de300 artesãos e operários,incluindo mulheres e pessoasportadoras de deficiência.Ntlwane disse que o projetoestá a ser implementado paraatender a Copa do Mundo deFutebol de 2010 e além.

A zona rural apresentaalgumas famosas atraçõesturísticas naturais e culturais,incluindo a casa da África doSul, a mais “mística” e famosaRainha da Chuva Modjadji, forade Modjadjiskloof. A áreatambém tem a maiorconcentração de uma únicaespécie cycad no mundo.

A cidade mais oriental,Phalaborwa, é uma das maismovimentadas entradas para oParque Nacional Kruger, queagora faz parte da Grande Áreade Conservação Transfronteiríçado Limpopo, juntamente com osparques nacionais na fronteiracom Moçambique e Zimbábue.BuaNewsr

O G e s t o r d eDesenvolvimento EconómicoLocal no município distrital,Mukundi Mushaphi, disse que oprojecto gerou muitos empregospara a população local.

“O projecto já criou 93empregos temporários naconstrução e irá criar mais 200postos de trabalho nosdomínios da segurança,limpeza, jogos, manutenção eoutros serviços”.

Animais herbívoros eselvagens como kudus, impalase zebras serão conservado noparque, excepto os cincomaiores.

Uma aldeia cultural serácriada e diferentes tipos dedanças culturais serãoexibidas para entreter turistas.Pinturas, esculturas e outrostipos de criação artística serãovendidos na vila cultural.BuaNews r

Parque eco-turismo deve ser concluído até 2010

A fauna bravia nos parques de eco-turísmo incluem Cudos, Zebras e Impalas.

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 14

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

E V E N T O S

Diário de Eventos 2009

Setembro05 - 06, República Conselho de Ministros da SADCDemocrática do O Conselho de Ministros é composto por Ministros dos Congo Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional,

desenvolvimento Económico ou Plano e Finanças de cadaEstado Membro. O Conselho de Ministros antecede a cimeirae prepara as recomendações políticas para serem adoptadaspelos líderes da SADC.

07-08, República Cimeira da SADCDemocrática do A Cimeira de Chefes de Estado e de Governos da SADC é Congo a última instância de elaboração de políticas da SADC. A

Cimeira de Kinshasa vai marcar a passagem da presidência rotativa da SADC do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, para o Presidente Joseph Kabila, da RDC.

14-18, República Reuniões do SAPPDemocrática do O Grupo de Empresas de Electricidade da África AustralCongo vai realizar a sua 33a reunião anual na República

Democrática do Congo. Espera-se que tomem parte os Estados Membros.

21-24, Namíbia 21o Simpósio Africano de Energia Hidroeléctrica O XXI Simpósio Africano de Energia Hidroeléctrica terálugar em Windhoek, no Centro de Conferências do SafariHotel. Os temas a serem abordados variam de aspectosligados a cobertura da produção e uso de energiahidroeléctrica, desenvolvimento de energia hidroeléctrica eformação.

Outubro16, Botswana Eleições Parlamentares

O Botswana vai realizar as suas eleições parlamentares paraa eleição dos 58 Membros do Parlamento que por sua vezelegem o Presidente. O Botswana usa o sistema círculoseleitorais.

19 - 23, Uganda Cimeira Especial sobre os refugiados, regressados edeslocados internos em África Chefes de Estado e de Governos da União Africana esperamadoptar uma Convenção para a Protecção e Assistência aPessoas Deslocadas Internamente em África e a Declaraçãode Kampala que mudará consideravelmente a vida depessoas deslocadas ao impedir e prevenir a deslocaçãoarbitrária das populações. A cimeira vai decorrer a luz dolema “União Africana lidando com o desafio da deslocaçãoforçada em África”.

28, Moçambique Eleições Presidenciais, Parlamentares e Provinciais Moçambique vai realizar eleições Presidenciais eparlamentares, antecipando o tradicional mês de Dezembroe antes do início do Verão e da época chuvosa. Serãoigualmente eleitos pela primeira vez os membros dasAssembleias Provinciais. Moçambique usa o sistema derepresentação proporcional.

Novembro27- 28, Namíbia Eleições Presidenciais e Parlamentares

A Namíbia vai realizar as suas eleições Presidenciais eLegislativas usando o sistema de representaçãoproporcional.

SADC HOJE Vol 11 No 5 Agosto 2009

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House, Private Bag 0095, Gaborone, Botswana

Tel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Pesquisa e Documentação para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em

Gaberone, Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre odesenvolvimento regional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos media eoutras entidades, com atribuição.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Kizito Sikuka, Emmanuella Matorofa, Patience Zirima,

Clever Mafuta, Phyllis Johnson, Shiela Chikulo

CONSELHO EDITORIAL Head of Corporate Communications Unit, SADC

Leefa Penehupifo Martin

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos NegóciosEstrangeiros, em apoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperaçãono Sector de Energia da SADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2009

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizaçõesdentro da região da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos ecomentários, e também artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-seo direito de seleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaçodisponível. O conteúdo não reflecte necessariamente o posicionamento oficial ouopiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e está disponívelnum formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento para oDesenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS AND ILUSTRAÇÕESPágina 1 SARDC, SA Tourism, T. Abbott, Office of the governor Malanje Province in Angola;

p5 www.rtfp.co.za; p6 www.millercorners.com; p7 Petro South Africa; Eskom; Nampower; p8-9SARDC, Nampower, Eskom, DWAF South Africa; p10; p11; p12;

p13 www.panafalger2009.dz; p14 www.eyefetch.com; p16 www.anc.org.za

GRAFISMO & IMPRESSÃO Strand Multiprint, Harare

Subscreva Hoje

ÁFRICA AUSTRAL HOJE está disponível através de uma taxa de subscrição anual paraseis meses: 55 dólares para fora de África, incluindo o envio; 40 dólares nas restantespartes de África; e 30 dólares na África Austral. A subscrição permite receber apublicação via aérea ou por e-mail. Para mais detalhes, contacte o Editor.

A correspondência para esta publicação deve ser dirigida ao

Centro de Pesquisa e Documentação para África Austral 15 Downie Avenue, Belgravia, Box 5690, Harare, Zimbabwe

Tel +263 4 791 141/791 143 Fax +263 4 791 271E-mail [email protected]

www.sardc.net conhecimento para o Desenvolvimento

Graças as seguintes companhias aéreas....Air Botswana, Linhas Aeres de Moçambique, Air Namibia, South African Airways, Air Mauritius, TAAG Angolan Airlines and Air Zimbabwe

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 15

H I S T Ó R I A

Um futurUm futuro comun na comunidade ro comun na comunidade regegionalional

1 Agosto Dia dos Parentes RDC3 Agosto Dia do Agricultor Zâmbia8 Agosto Dia do Camponês Tanzânia9 Agosto Dia Nacional da Mulher África do Sul10 Agosto Feriado Público África do Sul 10 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe11 Agosto Dia das Forças de Defesa Zimbabwe15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar15 Agosto Dia da Nossa Senhora de Assunção Seychelles 17 Agosto Dia da SADC Todos26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia

3 Setembro Dia do Presidente Levy Mwanawasa Zâmbia 6 Setembro Dia de Somhlolo/Dia da Independência Swazilândia 7 Setembro Feriado Público Swazilândia 7 Setembro Dia da Vitoria Moçambique 17 Setembro Fundação da Nação e Dia dos Angola

Heróis Nacionais 20 Setembro Eid-ul-Fitr * Maurícias, Malawi,

Tanzânia 24 Setembro Dia do Património África do Sul 25 Setembro Dia das Forças Armadas Moçambique 30 Setembro Dia do Botswana Botswana

1 Outubro Feriado Público Botswana 4 Outubro Dia da Independência Lesotho 5 Outubro Feriado Público Lesotho 4 Outubro Dia da Paz Moçambique 14 Outubro Dia do Mwalimu Nyerere Tanzânia

Celebração da “Corrida da Tocha da Liberdade”

16 Outubro Dia da Mãe Malawi 17 Outubro Divali Maurícias 24 Outubro Dia da Independência Zâmbia

* Depende do surgimento da Lua

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCAgosto - Outubro de 2009

Chefe Alberto Luthuli lutoupela igualdade e dignidadeO NOME do Chefe Albert Luthuli simboliza a luta pela libertação na Áfricado Sul.

O antigo Presidente do Congresso Nacional Africano (ANC) estavadeterminado, quando a batalha política fosse ganha, que a África do Sul e aÁfrica estivessem juntos e lutassem pela libertação total que permitiria ospovos negros determinarem o seu próprio destino.

O seu sonho era de uma África livre, para superar o legado dosubdesenvolvimento económico, restaurar a dignidade das pessoas negras eser dono do continente rico em recursos.

Luthuli, nascido em 1898, advertiu que, “há um número cada vez maiorentre nós, que vêem no apartheid, a perspectiva de se tornarem escravosafluente”.

“Pena é que haja aqueles que aceitam a posição e, pior ainda, oferecem aopovo o conselho do desespero por apresentarem as regras dos brancos comoinexpugnáveis. Que falsos profetas são eles!”

Luthuli morreu em 1967 depois de um comboio o ter chocado próximo dasua residência. A sua morte foi tão trágica que o ANC decidiu não preenchero lugar deixado vago por ele até que a batalha pela liberdade fosse ganha.

Foi apenas em 1985, 18 anos após a sua morte que Oliver Reginald (OR)Tambo aceitou liderar o ANC e a luta para a independência.

Luthuli é descrito por aqueles que o conheceram como um pensadorprofundo, um homem de lógica poderosa com um alto sentido de justiça, umhomem com grandes princípios, um combatente corajoso e um estadista que deveser lembrado por todos os sul-africanos e povos de todo o continente africano.

Quando assumiu o posto como líder do ANC disse “não sei que futuro sereserva para mim. Isto pode ser ridículo: prisão, campo de concentração,banimento e mesmo morte. Apenas rezo ao Senhor Todo Poderoso parareforçar a minha determinação por forma a que nenhuma dessaspossibilidades de sofrimento detenham a minha motivação para o bom nomeda nossa pátria amada, para tornar este País numa verdadeira democracia euma união em forma de espírito de todas as comunidades na terra.”

Disse ser alguém importante manter-se firme para os direitos de alguémapesar de todos os males uma vez que “a liberdade só vem depois de tantosofrimento e sacrifícios”.

A intimidação e o banimento político não nos devem deter, masencorajar-nos para grandes actividades, disse, acrescentando que “com anossa grande determinação devemos nos dedicar para a causa nobre da paz.”

Durante um dos seus discursos em 1960, o Chefe Luthuli disse que a lutapela liberdade na África do Sul não era sobre a cor da pele mas sobre direitosiguais.

“O Congresso Nacional Africano está agora a lutar para eliminar a luta declasses. Está a lutar para ter uma oportunidade de participar no governo doPaís,” afirmou.

Luthuli era reconhecido através de numerosas distinções internacionais,incluindo o Nobel da Paz pela sua luta em medo contra o apartheid. O PrémioNobel, atribuído a ele em 1961, foi o primeiro a ser atribuído a um Africano.

A África do Sul nomeou um monumento nacional e um parque em suahonra.

Falando na cerimónia do centenário do Chefe Luthuli em 1998, o primeiropresidente negro sul-africano, Nelson Mandela, disse que apesar de Luthuliter partido, o seu trabalho permanecerá para sempre.

“A sua memória ficará para sempre connosco que trabalhamos com ele eseguimos os seus passos. Este gigante optou pela prisão, incluindo o destinode ser destituído, mesmo sendo um chefe eleito, por um regime quedetestava todos os africanos e a democracia,” afirmou Mandela.

“Ao fazer isto, ele ensinou-nos a lição de que os verdadeiros líderes devemestar prontos para se sacrificar por tudo em prol da liberdade do seu povo.”

Chief Albert Luthuli

SADC Today 11.5 port 12/2/09 1:04 PM Page 16