Perturbações Espirituais no Lar

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AS PERTURBAÇÕES ESPIRITUAIS NO LAR

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A nosso Amigo Raul Teixeira nos diz: “Pode haver sim, influências espirituais bastante nefastas dentro de nossa casa, ou influências leves em função do estilo de vida que adotemos viver em família, em razão de tudo aquilo que decidimos fazer junto aos nossos familiares”. Raul Teixeira – Programa Vida e Valores – No 116 – 2007/Outubro – Perturbações Espirituais no Lar

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AS PERTURBAÇÕES

ESPIRITUAIS NO LAR

SUMÁRIO

1. Introdução ..................................................................................................... 1

1.1 A Família e o Lar Missão ........................................................................... 3

1.1.1 Amparo e Suporte ....................................................................................... 3

1.1.2 Aperfeiçoamento Mútuo ............................................................................. 6

1.1.3 Reajuste e Rearmonização Espiritual .......................................................... 8

1.1.4 Polo de Indução ......................................................................................... 10

1.2 As Obsessões x As Perturbações Espirituais – O Que É .......................... 11

1.2.1 Obsessão Espiritual ................................................................................... 11

1.2.2 Perturbação Espiritual ............................................................................... 13

2. As Perturbações Espirituais no Lar – Causas Preponderantes – A “Raiz” ................................................................................................................. 17

2.1 Débitos Cármicos ...................................................................................... 17

2.2 Indolência Mental ...................................................................................... 19

2.3 Tendências Negativas ................................................................................ 20

3. As Perturbações Espirituais no Lar – Causas Predisponentes – O “Adubo” ............................................................................................................. 21

3.1 Alto índice de Criminalidade na Sociedade atual ..................................... 21

3.2 Incremento dos conflitos Familiares – violência domesticas ................... 22

3.3 Aumento da sintonia psíquica negativa na Transição Planetária .............. 23

3.4 Elevado número de problemas de Comportamento – Álcool/Drogas ...... 25

3.5 Os Reajustes Reencarnatórios Familiares ................................................. 27

3.6 Os Níveis consciências diferentes dos membros da Família .................... 28

3.7 As Auto-Obsessões ................................................................................... 31

4. As Perturbações Espirituais no Lar – Consequências Principais – Os “Frutos” .............................................................................................................. 34

4.1 Desencontros Familiares ........................................................................... 34

4.2 Distúrbios de Comportamento Infanto-juvenil ......................................... 36

4.2.1 Na Escola................................................................................................... 36

4.2.2 No Lar ....................................................................................................... 37

4.3 Agravamento de processos obsessivos ..................................................... 40

4.4 Depressão no núcleo Familiar ................................................................... 41

4.5 Suicídio na Família ................................................................................... 42

4.6 Drogadição no ambiente Familiar ............................................................. 44

5. A Perturbação Espiritual no Lar – O Que Fazer? A “Poda” da árvore da Perturbação .................................................................................................. 46

5.1 Orar e implementar o Evangelho no Lar ................................................... 46

5.2 Fortalecer a Educação e a União Familiar ................................................ 51

5.3 Exercitar o Silêncio/a Serenidade ............................................................. 54

5.4 Cultivar a Paciência/a Benevolência ......................................................... 56

5.5 Promova a Compaixão/Perdão/Esquecimento .......................................... 57

5.6 Reeducação Mental/Tratamentos Espirituais ............................................ 67

5.7 Ação Enobrecedora – abnegação Familiar ................................................ 68

6. A Perturbação Espiritual no Lar – Exemplos .......................................... 72

6.1 Tentativa de Suicídio Infantil – Suely Caldas Schubert ........................... 72

6.2 Suicídio Juvenil – Hilda ............................................................................ 73

6.3 Perturbação Familiar Coletiva – Yvonne Pereira ..................................... 76

7. Referências ................................................................................................... 84

1 As Perturbações Espirituais no Lar

1. Introdução

Muita gente se queixa de que, periodicamente, o lar vira um pandemônio.

Muita gente afirma que, às vezes, percebe que a família está em polvorosa, que alguma

força negativa parece ter penetrado o lar.

Imaginam que houve trabalhos de magia, alguém fez algum trabalho forte, todo esse

contexto popular em que nós queremos atribuir aos outros, questões que estão sob nossa

responsabilidade.

Manter a nossa casa em paz, manter o nosso lar em ordem é alguma coisa de nossa

alçada. É alguma coisa que está sob nossa responsabilidade, sob nossa custódia.

(...) dentro de casa existem aqueles cujo temperamento leva-os a debochar dos outros, a

condenar sempre, jamais elogiar, apenas vêem defeitos.

Há aqueles que falam aos gritos, os que são sempre grosseiros ao se expressar junto aos

familiares. Há aqueles que têm sempre um alfinete pronto para as alfinetadas comuns dentro de

casa. Os que falam jogando piadas, com segundas intenções, e ferem o temperamento daquele

que é mais sensível ou que é pavio curto. E há aqueles que, dentro de casa, nem pavio têm,

explodem por qualquer coisa.

Natural é pensar, nessas ocasiões, que nós estaremos dando margem a infiltrações

espirituais inferiores. Como nos disse o Apóstolo Paulo, estamos o tempo todo sendo

observados por uma nuvem de testemunhas.

Mas, se temos testemunhas apostando em nosso crescimento, em nossa virtude, em

nossa felicidade, não podemos descrer que haja outras testemunhas investindo em nossa

queda.

São aqueles inimigos do nosso pretérito, de nossas vidas passadas, de nossa existência

presente. Eles estão sempre à espreita de nossa fragilidade, de um gesto em falso, de uma

vivência incorreta, para que possam nos provocar mal-estares, aturdimentos, desarmonias, com

o prazer patológico de nos ver sofrer.

Por isso pode haver sim, influências espirituais bastante nefastas dentro de nossa

casa, ou influências leves em função do estilo de vida que adotemos viver em família, em razão

de tudo aquilo que decidimos fazer junto aos nossos familiares.

2 As Perturbações Espirituais no Lar

Todas as influências que venhamos a sofrer em nossa residência, em nossa casa, não

temos que pensar primeiramente que alguém nos desfechou pensamentos negativos, que

alguém está fazendo trabalhos contra nós, trabalhos de magia porque o que manda, na nossa

casa, é a nossa vivência.

Daí, vale a pena a família ter esse cuidado na sua convivência. Ninguém vai imaginar

que, dentro de casa, não teremos altercações, alguma indisposição, alguém que fale de uma

forma mais ríspida, mais áspera com o outro e o outro se debulhe a chorar. Isso tudo faz parte

da normalidade da vida doméstica cotidiana.

Mas, o que não deve acontecer é que essa postura de agressividade, essa postura

ferinte, pessimista, negativa, se torne uma constante na relação familiar. Quando isso se

torna uma constante, não podemos ter dúvida de que estaremos mal assistidos. Criaturas

espirituais de má índole, ou ignorantes ou inconscientes, estarão procurando fazer ninho na

nossa consciência.

Sentir-nos-emos lesados, traídos, amargurados, desprezados em casa, nos sentiremos a

sós, nós veremos pessoas solitárias. E tudo isso, agasalhado por nós, nessa baixa auto-estima,

vai fazendo com que entidades desencarnadas de má índole, infelizes em si mesmas, se

apropriem desse caldo de cultura que nós lhes oferecemos, para fazer toda sorte de

estripulias, para provocar toda sorte de males, de infestações negativas no seio da nossa

família.

Será de bom alvitre instalar em nossa casa, pelo menos uma vez por semana, o hábito

de orar. O Evangelho no lar, como chamamos, ou Jesus no lar, como quisermos.

Raul Teixeira – Programa Vida e Valores – No 116 – 2007 Outubro – Perturbações

Espirituais no Lar Federação Espírita do Paraná

Acautele-se. Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os encarnados

do que se supõe.

Misturam-se nas atividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das

conversações, seguem com os comensais, de quem dependem em processo legítimo de

vampirização.

Perturbam-se e perturbam. Sofrem e fazem sofrer. Odeiam e geram ódios.

Infelicitados, infelicitam.

Marco Prisco – Glossário Espírita Cristão – Cap. 18 – Perturbadores

3 As Perturbações Espirituais no Lar

1.1 A Família e o Lar Missão

“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua Família, negou

a fé e é pior do que o infiel”.

Paulo de Tarso – I TIMÓTEO, 5:8.

“O mundo pode fabricar novas indústrias, novos arranha-céus, erguer estátuas e

cidades, mas, sem a benção do lar, nunca haverá felicidade verdadeira”.

André Luiz/Aniceto – Os Mensageiros – Cap. 37 – No Santuário Doméstico

1.1.1 Amparo e Suporte

Os liames sociais são necessários ao progresso e os laços de família estreitam os laços

sociais: eis porque eles constituem uma lei natural. Deus quis que os homens, assim,

aprendessem a amar-se como irmãos.

Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 3º Parte – Cap. 7 – Item 3 – Perg. 774

Quando o lar se estiola e a família se desorganiza a Sociedade combale e estertora.

De nobre significação, a família não são apenas os que se amam, através dos vínculos

da consanguinidade, mas, também, da tolerância e solidariedade que se devem doar os

equilibrados e afáveis aos que constituem os elos fracos, perturbadores e em deperecimento no

clã doméstico.

Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 25 – Filhos Ingratos

Jamais a família desaparecerá, porque a criança dependente nos braços adultos,

inspira ternura e devotamento, trabalhando as emoções para o entendimento e a comunhão dos

genitores em sua volta, dando surgimento ao grupo consanguíneo e à afetividade mais pessoal.

As mudanças continuarão ocorrendo, conforme as conquistas de cada época, sem que a

família perca os seus alicerces de segurança, quais sejam: a fidelidade ao grupo, o amparo

recíproco, a proteção, como decorrência do sentimento de amor, preparando para a união

com as demais associações, na identificação universal.

(...) Reflexionando neste novo programa de construção da família moderna e saudável,

o Espiritismo, com os seus nobres conceitos de ética-moral, fundamentados na crença em

Deus, na imortalidade, na comunicabilidade dos espíritos, na reencarnação, oferece os

pilotis vigorosos para que se torne realidade o clã de paz e de amor que todos anelam.

Joanna de Angelis – Constelação Familiar – Cap. 29 – A Família hodierna

4 As Perturbações Espirituais no Lar

A fim de que aprendamos, ao longo das eras, a nos dedicar o verdadeiro amor, reciprocamente, deveremos, antes, aprender a vivenciar esse amor em suas expressões mais variadas, em pequenos grupos aos quais chamamos familiares – verdadeiros laboratórios em que aprendemos a conviver com espíritos das mais diferentes inclinações, gostos e posturas ante a existência – locus em que aprendemos a respeitar individualidades, personalidades, distintos posicionamentos.

(...) Assim, numa só existência o indivíduo molda personalidades de filho ou filha, de esposo ou esposa, de pai ou de mãe, de irmão ou de irmã, de avô ou de avó, e de outros laços secundários. Cada alma, reencarnações afora, aprende a sensibilizar-se, a portar-se, a agir e a reagir, a sofrer e a amar, vivenciando cada uma dessas relações, em famílias forjadas segundo povos, etnias e raças variados, conforme culturas diferentes.

Não podemos estranhar, com isso, a multiplicidade de valores, de coerências e incoerências, de grandezas e pequenezas, de gostos, de anseios, de liberdades, de algemas, de alegrias e tristezas endógenas que encontramos em indivíduos e em grupos de indivíduos.

São somatórios, subtrações, multiplicações e divisões de tudo o que vêm acumulando, fixando, ganhando e perdendo, pelos milênios afora.

É desse modo, no mundo, que Deus nos mostra que para conseguir amar multidões inumeráveis de irmãos nossos, temos que aprendê-lo pelo exercício desse amor a pequenos grupos de três, cinco ou dez pessoas, dentro do lar, uma vez que ninguém pode ser fiel em grandes obras, se não consegue sê-lo nas obras pequenas, conforme o ensino de Jesus.

Camilo – Desafios da vida Familiar – Cap. 1 – O Sentido da Família Os Pais não são os construtores da vida, porém, os médiuns dela, plasmando-

a, sob a divina diretriz do Senhor. Tornam-se instrumentos da oportunidade para os que sucumbiram nas lutas ou

se perderam nos tentames da evolução, algumas vezes se transformando em veículos para os embaixadores da verdade descerem ao mundo em agonia demorada.

A carne gera a carne, mas o espírito não produz o espírito. O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência. Não o temas, nunca. Não o ofendas com a falsa valorização dele, em demasia. Recorda-lhe a humildade, considerando a procedência de todos nós e o lugar

comum do barro orgânico... E orienta-o dignamente, sem cessar.

Joanna de Angelis – SOS família – Cap. 17 – Perante a Prole

5 As Perturbações Espirituais no Lar

Não é a família em si que nossos contemporâneos recusam, mas o modelo

excessivamente rígido e normativo que assumiu no século XIX.

Eles rejeitam o nó, não o ninho.

A casa é, cada vez mais, o centro da existência.

O lar oferece, num mundo duro, um abrigo, uma proteção, um pouco de calor

humano.

O que eles desejam é conciliar as vantagens da solidariedade familiar e as da

liberdade individual.

Tateando, esboçam novos modelos de famílias, mais igualitárias nas relações de

sexos e de idades, mais flexíveis em suas temporalidades e em seus componentes, menos

sujeitas às regras e mais ao desejo.

O que se gostaria de conservar da família, no terceiro milênio, são seus aspectos

positivos: a solidariedade, a fraternidade, a ajuda mútua, os laços de afeto e o amor. Belo

sonho.

Michelle Perrot – Veja 25 anos – Reflexões para o futuro – São Paulo/Abril, 1993 – O Nó e

o Ninho,

Umberto Ferreira – Revista Reformador – 1994 – Maio – Reflexões sobre a Família

De todos os institutos sociais existentes na Terra, a Família é o mais

importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.

Emmanuel – Vida e Sexo – Cap.17 – Aborto

6 As Perturbações Espirituais no Lar

1.1.2 Aperfeiçoamento Mútuo

Deus permite, nas famílias, essas encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos,

com o duplo objetivo de servir de prova para alguns, e de meio de adiantamento para

outros.

Os maus se melhoram pouco a pouco ao contato dos bons e pelos cuidados que deles

recebem; seu caráter se abranda, seus costumes se depuram e suas antipatias se apagam; é assim

que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de espíritos, como ocorre na Terra, entre

as raças e os povos.

Allan Kardec – Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap 4 – Item 19

Teu lar, tua escola. Aí dentro, serás professor e aluno ao mesmo tempo.

Erguer-te-ás na cátedra do dever cumprido e transmitirás o ensinamento vivo do bom

exemplo aos que te acompanham. Por outro lado, ouvirás, talvez, aí nesse abençoado cenáculo

de aperfeiçoamento moral, frases agressivas ou conceitos ferinos que desconheces na vida

pública, a fim de que aprendas paciência e humildade, no trato da purificação.

Emmanuel – No Portal da Luz – Cap. 8 – Familiares Incompreensivos

Os Pais educam para a sociedade, quanto para si mesmos.

Examina a tua vida e dela retira as experiências com que possas brindar a tua prole.

Tens conquistas pessoais, porquanto já trilhaste o caminho da infância, da adolescência

e sabes de moto próprio discernir entre os erros e acertos dos teus educadores, identificando o

que de melhor possuis para dar.

Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 14 – Deveres dos Pais

Naturalmente que a disciplina se fazia inquestionável, desde que a reencarnação tem

como objetivos primeiros a reeducação moral, o recondicionamento superior das tendências e

aptidões negativas que devem ser canalizadas para metas elevadas, o ressarcimento das dívidas

e a aquisição dos valores da inteligência e da moral.

Para tanto, o lar é de fundamental importância, por ser o primeiro educandário do

espírito em recomeço, numa aprendizagem que lhe fixará diretrizes para toda a existência.

Victor Hugo 100 Reflexões Filosóficas e Cor Local nos Romances Cap. 18 O amor

e a educação na infância

7 As Perturbações Espirituais no Lar

Vale pensar seriamente sobre as razões pelas quais tais ou quais Espíritos estão na

condição de teus filhos, vinculados biologicamente a ti. Há motivos ponderáveis e outros

imponderáveis para que os tenhas como produtos da tua cooperação fisiológica com o Criador.

Considerando que o Pai da vida não comete equívocos em seus desígnios, em suas leis,

tens as condições necessárias e suficientes para impulsionar os teus descendentes para os

caminhos do bem, seguindo junto a eles com teus testemunhos de fidelidade aos céus.

É nas páginas luculentas de o Evangelho segundo o Espiritismo que encontramos as

referências de Santo Agostinho a respeito dos compromissos dos genitores para com seus filhos,

ou seja, os de encaminhá-los para o criador. Esse é o maior compromisso da pater-

maternidade no orbe.

Na mesma obra literária espírita, aqui referida, ainda o Bispo de Hipona informa que o

pai da criação um dia perguntará a cada pai ou a cada mãe terrestre: que fizeste do filho que te

confiei?

Esta é uma pergunta desnorteadora, pois eclode no âmago da consciência, fazendo

cada genitor refletir sobre o uso que fez do acesso espiritual à alma dos filhos; é quando cada

um verificará se a omissão se deu por preguiça, por ignorância, por causa da filosofia religiosa

ou política que adotou.

Para todos os casos o senhor terá solução diferente, encaminhamento diverso, até

mesmo programando o retorno às reencarnações dos pais e dos filhos, daqueles que se perderam

e daqueles outros que se tornaram responsáveis por essas perdas de ordem moral.

Camilo Nos Passos da Vida Terrestre Cap. 8 – Descaso na Educação

Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.

Lar, primeira escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida, primeira aula do

filho.

Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do Evangelho em casa

deve unir-se à matéria lecionada em classe, na iluminação da mente em trânsito para as esferas

superiores de Vida.

André Luiz O Espírito da Verdade – Cap. 16 Educação

8 As Perturbações Espirituais no Lar

1.1.3 Reajuste e Rearmonização Espiritual

Família – Espelho vivo do nosso pretérito.

Caldeira de refinamento do óleo bruto do Espírito – dilui, em temperatura elevada de

tensão irresistível, as paixões rudes fixadas nas peças sensíveis da máquina psíquica.

Marco Prisco – Ementário Espírita – Cap. 6 – No Lar

A Família é abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante

onde se lapidam caracteres; laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam

aspirações, refinam idéias, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para a

elaboração de misteres edificantes.

Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 25 – Filhos Ingratos

A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver

em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações?

Neio Lucio – Jesus no Lar – Cap. 1 – O Culto Cristão no Lar

Quem descobre a maneira de viver bem em seu lar, já está preparado para viver bem

a vida inteira, em qualquer parte do mundo.

Jácome Góes – Conceitos de Vida – Cap. 17 – A Difícil convivência no Lar

Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a Esfera

Superior, [dignamente] aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de

outras épocas, a fim de restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de

nossa alma, na jornada para a frente.

Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de

devedores em resgate de antigos compromissos.

Emmanuel – Nós – Cap. 5 – A Família / Família – Cap. 1 – Em Família

Atados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a

quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas....

Joanna de Ângelis – SOS Família Cap. 2 Vida em Família

9 As Perturbações Espirituais no Lar

A Família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a

felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.

Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.

Antes é a escola de aprendizagem e redenção futura.

Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 2 – Vida em Família

Famílias-problema! ...

− Irmãos que se antagonizam...

− Cônjuges em lamentáveis litígios...

− Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe...

− Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias...

− Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas...

− Tempestades verbais em discussões extemporâneas...

− Agressões infelizes de consequências fatais...

− Tragédias nas paredes estreitas da família...

− Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...

− Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.

− Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações

violentas em cadeia de ira...

− Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados

com vinagre e fel de queixas e recriminações...

Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problema! ...

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontânea, mas a colheita

tem impositivo de obrigatoriedade.

Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.

Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos

Egrégios.

Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições

superlativas e os próprios desenganos.

Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 52 – Dentro do Lar

10 As Perturbações Espirituais no Lar

1.1.4 Polo de Indução

O lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos na Terra.

À maneira de alguém que recebe esse ou aquele tipo de educação em estado de

sonolência, o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos Pais os mapas de

inclinação e conduta que lhe nortearão a existência, em processo análogo ao da escola

primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentalizar certos quadros, para refleti-

los no desenvolvimento natural da instrução.

As almas valorosas, dotadas de mais alto padrão moral, segundo as aquisições já feitas

em numerosas reencarnações de trabalho e sacrifício, constituem exceções no ambiente

doméstico, por se sobreporem a ele, exteriorizando a vontade mais enérgica de que se fazem

mensageiras.

Contudo, via de regra, a maioria esmagadora de Inteligências encarnadas retratam

psicologicamente aqueles que lhes deram o veículo físico, transformando-se, por algum tempo,

em instrumentos ou médiuns dos genitores, à face do ajustamento das ondas mentais que lhes

são próprias, em circuitos conjugados, pelos quais permutam entre si os agentes mentais de que

se nutrem.

Somente depois que experiências mais fortes lhes renovam a feição interior, costumam

os filhos alterar de maneira mais ampla os moldes mentais recebidos.

André Luiz – Mecanismos da Mediunidade – Cap. 16 – Centro Indutor do Lar

O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem

é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum.

Neio Lucio – Luz no Lar – Cap. 60 – Culto Cristão no Lar

A escola é um lar de iniciação para as almas que começam as lides do burilamento

intelectual, constituindo, simultaneamente, um centro de reflexos condicionados para milhões

de espíritos que reencarnam para readquirir pelo alfabeto o trabalho das próprias conquistas na

esfera da inteligência.

Emmanuel – Pensamento e Vida – Cap. 9 – Sugestão

11 As Perturbações Espirituais no Lar

1.2 As Obsessões x As Perturbações Espirituais – O Que É

Obsessão = Influência espiritual, negativa, continuada no tempo. Usualmente ligadas

a fatores cármicos.

Perturbação Espiritual = Influência espiritual, negativa, intermitente no tempo.

Usualmente ligadas a tendências negativas íntimas e vícios morais.

Adalberto Coelho

1.2.1 Obsessão Espiritual

A obsessão é a ação persistente que o Espírito “ignorante” exerce sobre um

indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem

perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades

mentais”.

Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 28 – item 81

A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas

pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer que

experimentam em fazer o mal.

Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim

dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. Interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos

e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como

se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, quais os médiuns.

Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar

a da obsessão em primeira linha.

Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas.

São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem

nenhum constrangimento.

Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem

retirar-se.

Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar

alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem: como se faz com uma criança.

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

12 As Perturbações Espirituais no Lar

A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso,

exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir

apressadamente.

Transmissão mental de cérebro a cérebro, a obsessão é síndrome alarmante que

denuncia enfermidade grave de erradicação difícil.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas.

Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores predisponentes e preponderantes – os débitos morais a resgatar – que facultam a alienação.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Desse modo, as obsessões, na sua fase inicial, antes da tragédia da subjugação, de mais difícil reequilíbrio, têm caráter Provacional, enquanto que a idiotia e a loucura estão incursas nas expiações redentoras, através das quais o espírito calceta desperta para a compreensão dos valores da vida, enriquecendo-se de sabedoria para os futuros comportamentos.

Assim mesmo, nos casos dessa ordem, a contribuição psicoterapêutica do Espiritismo através da bioenergia, da água fluidificada, da doutrinação do paciente e dos espíritos que, possivelmente, estarão complicando-lhe o processo de desequilíbrio, a oração fraternal e intercessória são de inequívoco resultado saudável, proporcionando o bem-estar possível e a diminuição de sofrimento do paciente, a ambos encaminhando para a paz e a futura plenitude.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 5 – Obsessão, Idiotia e Loucura

As obsessões enxameiam por toda parte e os homens terminam por conviver, infelizes,

com essas psicopatologias para as quais, fugindo à sua realidade, procuram as causas nos traumas, nos complexos, nos conflitos, nas pressões sociais, familiares e econômicas, como mecanismo de fuga aos exames de profundidade da gênese real de tão devastadora enfermidade.

Não negando a preponderância de todos esses fatores que desencadeiam problemas de comportamento psicológico, afirmamos que eles, antes de constituírem causa dos distúrbios, são, em si mesmos, efeito de atitudes transatas, que o Espírito imprime na organização fisiopsíquica ao reencarnar-se, porquanto é sempre colocado no grupo familiar com o qual se encontra enredado, por impositivo de ressarcimento de dívidas, para o equilíbrio evolutivo.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 26 – Fenômenos Obsessivos

13 As Perturbações Espirituais no Lar

1.2.2 Perturbação Espiritual

Existem, sim, em número expressivo, interessados em perturbar a marcha das criaturas

humanas. Nenhuma dúvida sobre esta questão.

Pululam, ao lado dos homens e das mulheres, como nuvem que os acompanha, conforme

observou o Apóstolo Paulo.

Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se àqueles com os quais sintonizam,

realizando um terrível comércio espiritual.

Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que se encontram, as suas futuras

vítimas, e logo dispõem de possibilidade cercam-nas, envolvendo-as em pensamentos

perturbadores com tal insistência que as desarmonizam.

Outras vezes, sitiam-lhes as emoções, descarregando energias deletérias que terminam

por descontrolar os centros do equilíbrio, levando-as a transtornos depressivos, do pânico,

obsessivos-compulsivos.

Invadem o campo da vontade daqueles que se permitem sofrer-lhes o assédio,

empurrando-os para situações calamitosas, nas quais se comprazem.

Em incontáveis ocasiões atiram pessoas imprevidentes, umas contra as outras, gerando

situações embaraçosas, causando graves distúrbios no comportamento, nos relacionamentos

sociais.

São hábeis na produção da cizânia, nutrindo-se da maledicência em que os frívolos se

demoram, aplicando o tempo que poderia ser útil em sistemática difamação do seu próximo.

Perversos, não respeitam os valores éticos nem morais, preferindo, naturalmente, as

pessoas que se encontram no claro-escuro da distonia psicológica, que mais lhes facilita a

identificação.

(...) Isoladamente, por inveja, malquerença, desocupação ou desdita pessoal, tornam-se

verdadeiros flagelos para a Humanidade e, com a sua insistência calamitosa, desviam do rumo

aqueles contra quem investem com fúria continuada.

(...) É indispensável ter-se muito cuidado com eles.

Esses Espíritos, em razão da inferioridade em que se encontram, imiscuem-se em

todos os cometimentos humanos, dominados pela perversidade ou simplesmente pela falta do

que fazer, mediante loucas tentativas de desforço contra a sociedade, para a qual transferem a

responsabilidade pelo fracasso das suas infelizes existências terrenas.

Joanna de Ângelis – Diretrizes para o êxito – Cap. 21 – Adversários Perigosos

14 As Perturbações Espirituais no Lar

Há, no entanto, uma influenciação sutil, que passa despercebida e merece

consideração.

Referimo-nos à identificação de idéias e propósitos, que certos indivíduos recebem

noutros, passando a receber-lhes o magnetismo e deixando-se impregnar.

Quando essa força se exterioriza de pessoa boa, nobre e generosa, produz salutar efeito

sobre aquele que se deixa arrastar, assimilando-lhe as vibrações e os exemplos edificantes de

que passam a dar mostras após o convívio estabelecido.

Quando, porém, se trata de criatura enferma do caráter, portadora de imperfeições

morais danosas, a sua subjugação se transforma em efeito nefasto para quem lhe padece a

injunção.

Sentindo-se atraído pela influenciação daquele com quem convive, cabe a cada um

desidentificar-se desse arrastamento e sintonizar com Jesus, que é o único modelo para a

humanidade terrestre.

Assimilar as boas impressões é muito importante, mantendo, porém, a própria

individualidade, desde que, cada Espírito possui específico patrimônio, e tem por meta, em

razão dos seus atos passados, a renovação interior e a auto recuperação conforme as forças de

que disponha.

(...) Procura, desse modo, também tu, identificar a onda de influenciação que te

envolve e descobrir-lhe a procedência, a fim de elegeres aquela que te beneficie, sem que

interfira ou perturbe a tua individualidade ou a tua tarefa.

(...) Judas, inspirado sutilmente pelas forças do mal, traiu ao Amigo.

Pedro, amedrontado, foi teleguiado pelas mesmas entidades perversas e negou-O.

Os que O acompanharam na entrada triunfal de Jerusalém, poucos dias antes,

atemorizados, foram sutilmente afastados dEle, a Quem aclamaram com entusiasmo no

domingo anterior...

Sob comando mental sutil, Zaqueu subiu ao sicômoro para vê-lO passar, e gozou a honra

de recebê-lO depois no seu lar. Maria de Madalena, conduzida de forma sutil ao sepulcro,

testemunhou-Lhe a ressurreição.

Os fenômenos ostensivos despertam mais interesse, provocam admiração, porém cedem

lugar aos sutis, permanentes, que conduzem as pessoas que devem aprimorar a sua capacidade

de percepção mediúnica, a fim de seguirem, com acerto e paz, a experiência do progresso e da

iluminação.

Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 28 – Fenômeno Mediúnico Sutil

15 As Perturbações Espirituais no Lar

As obsessões sutis são perigosas, exatamente em razão da sua delicadeza de estrutura,

da maleabilidade com que se apresentam, sendo confundidas com as naturais manifestações

de conduta psicológica pertinente a cada indivíduo.

É necessário muito discernimento para distinguir, quando se expressam desajustes

emocionais, transtornos orgânicos que afetam a conduta psicológica e influências espirituais

perturbadoras.

Tornar os ensinamentos cristãos parte da filosofia existencial diária constitui um recurso

valioso para a preservação da saúde sob quaisquer aspectos considerados, e mesmo quando se

manifestem enfermidades, na condição de terapia psicológica e espiritual, capaz de manter o

equilíbrio interior e a coragem para o prosseguimento da luta até o momento da vitória.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2o Parte – Cap. 2 – Sutilezas da

Obsessão

Sempre que você experimente um estado de espirito tendente ao derrotismo, perdurando

há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma

influenciação espiritual sutil.

(...) Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a

verdadeira ocasião da humildade, da prece, do passe.

O encarnado responsável pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos

negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e

meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a

oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta, clímax de

negocio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as Obsessões

espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se

essas meio-obsessões, de quase-obsidiados, despercebidas, contudo, bem mais freqüentes, que

minam, as energias de uma só criatura incauta, mas por vezes influenciando o roteiro de legiões

de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma

circunstância com características de influenciação espiritual sutil.

Estude e ajude a você mesmo.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 35 – Influenciações Espirituais Sutis

16 As Perturbações Espirituais no Lar

Quem, periodicamente, experimente as alternâncias de humor, de estados emocionais e físicos, sem causas imediatas, certamente está sob a pressão de obsessões intermitentes, necessitando de coragem para o auto-exame, o enfrentamento das inferioridades e a elevação moral, entregando-se ao bem que possa fazer e fruir, no qual a saúde se torna o estado ideal que todos aspiram. Manoel Philomeno de Miranda – Antologia Espiritual – Cap. 35 – Obsessões Intermitentes

Através do autocontrole, vigiaremos a porta de nossas manifestações, barrando gestos e

palavras desaconselháveis, e, com o auxílio da oração, faremos luz para entender o que há conosco, de maneira a impedir a própria queda em alienação e tumulto.

Atendamos constantemente a esse trabalho de auto imunização mental, porque, junto ao imenso número de companheiros perturbados e obsediados que enxameiam a Terra de hoje, em toda parte, encontramos milhares de criaturas irmãs que estão quase às portas da obsessão.

Emmanuel – Alma e coração – Ca. 21 – Perturbação e obsessão

Quando experimentes tormentos íntimos ou te encontres exaltado, e anotes estranha, peculiar presença ao teu lado;

Quando tenhas a sensação de que uma força irresistível te propele ao erro, à agressividade, ao desequilíbrio;

Quando te sintas angustiado ou deprimido, sem uma razão aparente, e não consigas racionalmente superar essa situação;

Quando idéias inabituais se desenhem nos teus painéis mentais, produzindo inquietação ou medo;

Quando sejas tomado por impressões premonitórias, que mais tarde se confirmam,

causando-te surpresa; Quando te pareça perceber vultos de pessoas em tua volta ou sons inarticulados na

acústica da alma; Quando ores e te encontres envolvido por suaves e harmônicas vibrações; Quando impulsos generosos comandem os teus hábitos, levando-te à renovação de

comportamento; Quando estiveres induzido ao perdão das ofensas, ao esquecimento das mágoas, à

liberação daqueles a quem escravizas emocionalmente por ciúme, insegurança pessoal, ou egoísmo;

Quando desabrochem, em ondas sucessivas, os sentimentos de amor em relação ao próximo, à Natureza, à Vida, sem dúvida estarás sob a indução dos Espíritos desencarnados, que de uma ou de outra forma se acercam de ti, e lhes captas o pensamento, sintonizando com as suas emoções.

Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 28 – Fenômeno Mediúnico Sutil

17 As Perturbações Espirituais no Lar

2. As Perturbações Espirituais no Lar – Causas Preponderantes – A

“Raiz”

A Doutrina que estuda as obsessões, as suas causas preponderantes e predisponentes – o Espiritismo –, possui os recursos excepcionais capazes de vencer essa epidemia cruel que, generalizada, invade hoje a Terra em todos os seus pontos.

Eurípedes Barsanulfo – Sementes de Vida Eterna – Cap. 50 – Tormentos da Obsessão

Nos processos obsessivos, não deixemos de repeti-lo, estão incursas na Lei as pessoas que constituem o grupo familiar e social do paciente, aí situado por necessidade evolutiva e de resgate para todos.

Não se podem fugir à responsabilidade os que foram cúmplices ou co-autores dos delitos, quando os infratores mais comprometidos são alcançados pela justiça. Reunidos pelo parentesco sanguíneo ou através de conjunturas da afetividade, da afinidade, formam os grupos onde são alcançados pelos recursos reeducativos, dentro dos objetivos do progresso.

Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Introdução – Análise das Obsessões

2.1 Débitos Cármicos

Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes.

A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo.

A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.

Allan Kardec – A Gênese – Cap. 14 – Os Fluidos – Obsessões e Possessões Neste capítulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva; daí

porque só existem obsidiados porque há dívidas a resgatar. A culpa, consciente ou inconscientemente instalada na casa mental, emite ondas que

sintonizam com inteligências doentias, habilitando-se a intercâmbios mórbidos. A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros. O reflexo de uma ação gera reflexo equivalente. Toda vez que uma atitude agride, recebe uma resposta de violência, tanto quanto, se o

endividado se apresenta forrado de sadias intenções para o ressarcimento do débito, encontra benevolência e compreensão para recuperar-se.

Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Prefácio

18 As Perturbações Espirituais no Lar

Com origem nos refolhos do espírito encarnado, obsessões há em escala infinita e,

consequentemente, obsidiados existem em infinita variedade, sendo a etiopatogenia de tais

desequilíbrios, genericamente denominada distúrbios mentais, mais ampla do que a clássica

apresentada, merecendo destaque aquela denominação causa cármica.

Jornaleiro da Eternidade, o espírito conduz os germens cármicos que facultam o

convívio com os desafetos do pretérito, ensejando a comunhão nefasta.

Inicialmente o hospede espiritual (o obsessor), movido pela morbidez do ódio ou do

amor insano, ou por outros sentimentos, envolve a casa mental do futuro parceiro (o obsedado)

– a quem se encontra vinculado por compromissos infelizes de outras vidas, o que lhe confere

receptividade por parte deste, mediante a consciência da culpa, o arrependimento

desequilibrante, a afinidade nos gostos e aspirações, por ser endividado – enviando-lhe

mensagens persistentes, em continuas tentativas telepáticas, até que sejam captadas as primeiras

induções, que abrirão o campo a incursões mais ousadas e vigorosas.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

A consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou

arbitrária. E o remorso, que lhe constitui dura clave, faculta o surgimento de idéias-fantasmas

apavorantes que ensejam os processos obsessivos de resgate das dívidas.

Invariavelmente, na obsessão, há sempre o aproveitamento da ideia traumatizante

– a presença do crime praticado –, que é utilizada pela mente que se fez perseguidora revel,

apressando o desdobramento das forças deprimentes em latência, no devedor, as quais,

desgovernadas, gravitam em torno de quem as elabora, sendo consumido por elas mesmas,

paulatinamente.

As idéias plasmadas e aceitas pelo cérebro, durante a jornada física, criam nos painéis

delicados do perispírito as imagens mais vitalizadas, de que se utilizam os hipnotizadores

espirituais para recompor o quadro apavorante, em cujas malhas o imprevidente se vê

colhido, derrapando para o desequilíbrio psíquico total e deixando-se revestir por formas

animalescas grotescas – que já se encontram no subconsciente da própria vítima – e que

estrugem, infelizes, como o látego da justiça no necessitado de corretivo.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 4 – Estudando o

Hipnotismo

19 As Perturbações Espirituais no Lar

2.2 Indolência Mental

Os indivíduos tornam-se presas fáceis dos seus antigos comparsas, tombando nos

processos variados de alienações obsessivas, porque, além de se descurarem da observância

espiritual da existência, mediante atitudes salutares, comportamento equilibrado e vida mental

enriquecida pela prece, pela reflexão, não se esforçam por libertar-se dos aborrecimentos e

problemas desgastantes do dia a dia, mediante a aplicação dos recursos físicos e

especialmente os mentais, por acomodação preguiçosa ou por uma dependência emotiva,

infantil, que sempre transfere responsabilidades para os outros e prazeres para si.

A preguiça mental é um polo de captação das induções obsessivas pelo princípio

de aceitação irracional de tudo quanto a atinge.

Cabe ao homem que pensa dar plasticidade ao raciocínio, ampliando o campo das idéias

e renovando-as com o aprimoramento da possibilidade de absorver os elementos salutares que

o enriquecem de sabedoria e de paz íntima.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Mentes viciadas com mais facilidade aceitam as sugestões morbíficas que lhes são

insufladas dentro do campo em que melhor se expressam: desconfiança, ciúme, ódio, desvario

sexual, dependência alcoólica ou toxicômana, gula, maledicência...

Temperamentos arredios, suspeitosos, são mais acessíveis em razão de melhor

agasalharem as induções equivalentes, que se lhes associam em forma de perfeita sintonia.

Caracteres violentos, apaixonados, mais fortemente se fazem maleáveis em decorrência

do espírito rebelde que nesse corpo habita, dissimulando as chispas que lhes acendem as

labaredas do incêndio interior, a exteriorizar-se como fogareis destruidores...

Personalidades ociosas são mais susceptíveis em razão da mente vazia sempre

acolher o que lhe apraz, deixando-se conduzir pela personalidade dos seus afins

desencarnados.

Joanna de Ângelis – Alerta – Cap. 4 – Obsessão e Jesus

Mentes em vigorosas emissões conscientes ou não dardejam em todas as direções.

Inapelavelmente, por um processo de sintonia na mesma faixa de frequência de

interesses, produzem intercâmbio salutar ou danoso, em processo de transmissão e de recepção.

Se te elevas pelo pensamento, alcanças vibrações nobres; se te perturbas e vulgarizas,

registas as mais grosseiras.

Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 43 – Médiuns Conscientes

20 As Perturbações Espirituais no Lar

2.3 Tendências Negativas

Os espíritos perversos e infelizes sempre se utilizam das tendências negativas daqueles a quem odeiam, para estimulá-las, desse modo levando-os às situações penosas, perturbadoras. Se o homem se apoia nos recursos de elevação, difícil se torna para os seus verdugos espirituais encontrar as brechas pelas quais infiltram os seus pensamentos torpes, na sanha da perseguição em que se comprazem.

Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 7 – Sementes da Insensatez Na Terra, igualmente, é muito grande o número de encarnados que se convertem, por

irresponsabilidade e invigilância, em obsessores de outros encarnados, estabelecendo um consórcio de difícil erradicação e prolongada duração, quase sempre em forma de vampirismo inconsciente e pertinaz.

São criaturas atormentadas, feridas nos seus anseios, invariavelmente inferiores que, fixando aqueles que elegem gratuitamente como desafetos, os perseguem em corpo astral, através dos processos de desdobramento inconsciente, prendendo, muitas vezes, nas malhas bem urdidas da sua rede de idiossincrasia, esses desassisados morais, que, então, se trans-formam em vítimas portadoras de enfermidades complicadas e de origem clínica ignorada...

Outros, ainda, afervorados a esta ou àquela iniquidade, fixam-se, mentalmente, a desencarnados que efetivamente se identificam e fazem-se obsessores destes, amargurando-os e retendo-os às lembranças da vida física, em lamentável comunhão espiritual degradante...

Além dessas formas diversificadas de obsessão, outras há, inconscientes ou não, entre as quais, aquelas produzidas em nome do amor tiranizante aos que se demoram nos invólucros carnais, atormentados por aqueles que partiram em estado doloroso de perturbação e egocentrismo... ou entre encarnados que mantém conúbio mental infeliz e demorado...

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Todo desregramento ou abuso de que sejamos dispenseiros se faz utilizado por mentes vigilantes e perversas do Mundo Espiritual, que açulam falsas necessidades, estabelecendo comércio lamentável e doloroso, em cujo curso surgem obsessões de consequências imprevisíveis, que se podem evitar antes, se refugiados no uso correto das faculdades da existência e na utilização da oração, forem aplicadas as horas na execução do programa de enobrecimento íntimo para o qual nascemos e renascemos.

Marco Prisco – Sementeira da Fraternidade – Cap. 28 – Acessos à Obsessão

É uma questão clara e aberta: O “encosto” que nos encosta Tem a base justa e certa Naquilo que a gente gosta.

Toninho Bittencourt – Sorrir e pensar – Cap. 13 – Temas da obsessão

21 As Perturbações Espirituais no Lar

3. As Perturbações Espirituais no Lar – Causas Predisponentes – O

“Adubo”

3.1 Alto índice de Criminalidade na Sociedade atual

Os altos índices da criminalidade de todos os matizes e as calamidades sociais

espalhadas na Terra são alguns dos fatores predisponentes para as obsessões... Os crimes ocultos, os desastres da emoção, os abusos de toda ordem de uma vida

ressurgem depois, noutra vida, em caráter coercitivo, obsessivo. Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Exórdio

A estes e a seus congêneres deve a sociedade do Rio de Janeiro grande percentagem dos

acidentes verificados diariamente nas vias públicas e pelos domicílios particulares: atropelamentos, quedas, braços e pernas partidos, queimaduras, suicídios, homicídios, brigas, escândalos, confusões domésticas, assaltos, etc., etc.

É a atmosfera. em que vivem e se agitam, porque já eram afins com ela antes de passarem para a vida invisível.

É o que constantemente inspiram, sugerem e incitam, encontrando no homem um colaborador passivo, que facilmente se deixa dominar por suas terríveis seduções.

A infelicidade alheia é o seu espetáculo preferido: Provocam mil distúrbios na sociedade e nos lares, pois se divertem com a prática de malefícios.

Não entendem a sublime significação dos vocábulos – amor, caridade, piedade, fraternidade, honestidade! Não crêem em Deus nem têm religião. Odeiam o bem e o belo com todas as forças vibratórias que possuem.

Odeiam os homens e os seguem, sorrateira e covardemente, porque odiavam a própria sociedade, antes de morrerem, sabendo que não serão vistos nem pressentidos. E a perseguição mental que lhes movem, aos homens, é inveterada e implacável, afirmando eles que assim agem porque igualmente foram perseguidos, quando homens, pela sociedade, que nunca os protegeu contra os males com que tiveram de lutar: doenças, miséria, fome, falta de instrução, orfandade, desemprego, delinquência, desesperos de mil e uma naturezas. ..

E muitos destes foram, com efeito, delinquentes que a sociedade perseguiu e levou ao desespero, em vez de ajudá-los a se reeducarem para Deus...

O resultado de tal incúria por parte dos homens aí está: uma vez desaparecidos da vida objetiva, pela chamada morte, infestam, como Espíritos, a sociedade, e prejudicam-na, acobertados pelo segredo da morte...

Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10 – Os grandes segredos do Além

22 As Perturbações Espirituais no Lar

3.2 Incremento dos conflitos Familiares – violência domesticas

Há aqueles que falam aos gritos, os que são sempre grosseiros ao se expressar junto aos

familiares. Há aqueles que têm sempre um alfinete pronto para as alfinetadas comuns dentro de

casa. Os que falam jogando piadas, com segundas intenções, e ferem o temperamento daquele

que é mais sensível ou que é pavio curto. E há aqueles que, dentro de casa, nem pavio têm, explodem por qualquer coisa. Natural é pensar, nessas ocasiões, que nós estaremos dando margem a infiltrações

espirituais inferiores. Como nos disse o Apóstolo Paulo, estamos o tempo todo sendo observados por uma nuvem de testemunhas.

Raul Teixeira – Federação Espírita do Paraná – Programa Vida e Valores – No 116 – 2007 – Outubro – Perturbações Espirituais no Lar

Muita gente chega aos casamento já portadora de anomalias da emoção ou do

caráter, ou de ambos, enquanto muitos alcançam os esponsais com grandes predisposições aos desarranjo interior, após o que as tensões, as dores morais, a violência psicológica e física experimentadas no cotidiano, advindas do cônjuge agressivo, de personalidade esquizoide ou portador de outras patologias, acabam por chafurdar no lodo das enfermidades psicológicas, dos destrambelhos mentais a exigirem sérios tratamentos reestruturadores, e, no caso de não existirem essas providencias restauradoras do equilíbrio, haverá o comprometimento negativo dessas criaturas, o que se espalhará para todas as suas realizações ao longo da reencarnação e que, sem nenhuma dúvida, converterá a vida familiar num verdadeiro pandemônio ou num inferno desolador.

Há muitos filhos que nascem nesse caldo de cultura familiar e que padecem, amargamente, os mais variados tipos de maus-tratos físicos e psicológicos, além de não encontrarem nenhum respaldo que os socorra, que os liberte dessas amarras consanguíneas, impondo-lhes, desde muita tenra idade, expiações indescritíveis.

(...) quando levamos em consideração os elementos de outras existências corporais do ser, ou de outras reencarnações planetárias, surge quase sempre um fator que costuma influenciar grandemente os passos dos indivíduos no mundo, que é a obsessão espiritual.

Raul Teixeira/Camilo – Minha Família, o Mundo e Eu – Cap. 11 – Pais e Mães com dificuldades morais

23 As Perturbações Espirituais no Lar

3.3 Aumento da sintonia psíquica negativa na Transição Planetária

“Época de Transição”: esta é a legenda que repetis frequentemente para definir a atualidade terrestre, em que surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas: Conflitos; Desencarnações em massa; Acidentes enlutando almas e lares; Desvinculações violentas; Dramas no instituto doméstico; Processos obsessivos, culminando com perturbações e lágrimas; Moléstias de etiologia obscura; Incompreensões.

(...) Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes, presentemente, em matéria de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa que a movimentação mais intensa de vastas coletividades que retornam à Esfera Física, em regime de urgência, no intuito de conseguirem retoques e meios com que possam abordar os tempos novos em condições mais dignas de trabalho e progresso.

Emmanuel – Diálogos dos Vivos – Cap. 21 – Dupla Renovação Incontável número de seres procede das regiões dolorosas e purgativas do planeta, que

experimenta mudança de psicosfera, dentro da programática evolutiva a que estão sujeitos homens e mundos, experimentando a assepsia dos núcleos inditosos que agasalhavam as hordas de bárbaros do passado, temporariamente ali retidos a fim de que não obstaculizassem o desenvolvimento do lar...

Recebendo a ensancha liberativa, apresentam-se ao crescimento espiritual, trazendo insculpidas nos recessos do psiquismo as condições que os tipificam, apesar da aparência harmoniosa e da estética decorrente das leis genéticas.

Sôfregos e inquietos anseiam por repetir as comunidades chãs, entre as necessidades primárias de que se desobrigam por instinto, utilizando as aquisições da cultura científica e filosófica tão somente para a autossatisfação.

Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 24 – Impulsos e Vontade Face à necessidade de promover o progresso moral do planeta, milhões de Espíritos

foram transferidos das regiões infelizes onde se demoravam, para a inadiável investidura carnal, por cujo recurso podem recompor-se e mudar a paisagem mental, aprendendo, na convivência social, os processos que os promovam a situações menos torpes.

Entretanto, dependências viciosas decorrentes da situação em que viviam, leva-os a tombarem nas malhas da toxicomania.

Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

24 As Perturbações Espirituais no Lar

Não vos preocupeis demasiadamente com a presença pandêmica do vírus, cujo

momento será mais tarde entendido nas suas razões, nas suas origens e no porquê nos

chegou agora, provocando pânico e dor.

Vós que conheceis Jesus, mantende o respeito às leis, buscando a precaução

recomendada pelas autoridades sanitárias, mas não oculteis a mão socorrista aos padecentes,

não negueis a palavra libertadora aos que se preparam para enfrentar a Imortalidade.

Tende o cuidado para que as vossas ondas mentais sincronizem-se com as mentes que

administram as vidas, e evita descer o vosso pensamento às páginas da agonia, onde se

encontram as forças ultrajantes que estão produzindo as dores por necessidade da evolução

do planeta.

Bezerra de Meneses – Revista Presença Espírita # 338 – Maio/Junho/2020

Mensagem recebida por psicofonia de Divaldo Franco no encerramento da 22º

Conferência Estadual Espírita do Paraná, em 15/Março/2020

25 As Perturbações Espirituais no Lar

3.4 Elevado número de problemas de Comportamento – Álcool/Drogas

Há, contudo, a possibilidade de cada familiar associar-se a entidades

perturbadoras do Mundo Invisível, em razão dos seus vícios, do mau caráter ou de suas

inclinações perversas não devidamente tratadas. Esse tipo de Espíritos, comprazendo-se em

infelicitar, em desarticular tudo o que demonstre algum incipiente equilíbrio, com certeza não

se limitará a enredar a sua presa, mas buscará provocar situações de graves estresses

sentimentais entre os membros do lar daquele a quem assedia.

O resultado é que todos se sentem mal à chegada do parente inditoso, tendo em vista a

presença do desencarnado infeliz ou simplesmente pela má qualidade dos fluidos com os quais

envolve a sua presa.

Conduzindo consigo essa atmosfera fluídica desarmonizadora, é comum que onde

chegue o referido familiar haja o surgimento de indisposição, irritação ou antipatia por

parte dos demais. Esse choque fluídico pode estabelecer um processo de combates que, a

principio apenas mentais, podem degenerar ainda mais, alcançando o campo das palavras,

rumando para os embates palavrosos, para os confrontos corporais, podendo chegar a violências

extremas, a desforços e à morte.

Raul Teixeira/Camilo – Minha Família, o Mundo e Eu – Cap. 18 – Indisposições e

pugnas na Família

Muito mais grave do que parece é a obsessão, nos problemas sociais do

comportamento humano.

Alcoolismo, tabagismo, drogas alucinógenas, sexolatria, jogatina, gula recebem

grande suporte espiritual, sendo, não poucas vezes, iniciada a viciação de cá para ai, por

inspiração que fomenta a curiosidade e por necessidade que estimula o prosseguimento.

O enfermo, dificilmente, consegue evadir-se, por si mesmo, da dificuldade.

De um lado, pelos nefastos prejuízos orgânicos de que se ressente e, por outro, em razão

da incidência mental do obsessor, que o utiliza como instrumento da loucura de que se vê

possuído.

As verdadeiras multidões de dependentes de drogas ou de outras viciações estertoram,

mesmo sem o saberem, em danosos processos de obsessão lamentável.

Manoel Philomeno de Miranda – Roteiro de Libertação – Cap. 34 – Comportamento por

Obsessão

26 As Perturbações Espirituais no Lar

Invariavelmente, defrontamos nas panorâmicas da toxicomania, da sexolatria, dos

vícios em geral a sutil presença de obsessões, como causa remota ou como efeito do

comportamento que o homem se permite, sintonizando com mentes irresponsáveis e enfermas

desembaraçadas do corpo.

Atado à retaguarda donde procede, mantêm-se psiquicamente em sintonia com sítios,

nem sempre felizes, onde estagiou no Além-túmulo, antes de ser recambiado à reencarnação.

Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

Além das conjunturas meramente psicofisiológicas, merece considerar-se que em toda

dependência viciosa há sempre uma lancinante força obsessiva, mediante a qual seres

pervertidos e viciados que viveram na Terra e se equivocaram, por processo natural de sintonia,

imantam-se às criaturas humanas, às vezes sendo a causa do mal, em circunstâncias outras, o

que é mais comum, dependentes, também, da falsa necessidade de que padece o homem...

Toxicomania, alcoolismo, tabagismo, sexualismo desvairado, paixões morais

deprimentes, tais a mentira, a calúnia, a pusilanimidade, a idiossincrasia, são amarras perigosas

e constritoras que ora dizimam expressiva soma de seres humanos, nos vários pontos da Terra.

Joanna de Angelis – Oferenda – Cap. 31 – Dependências

27 As Perturbações Espirituais no Lar

3.5 Os Reajustes Reencarnatórios Familiares

Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerância geral, o amor desinteressado...

Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 11 – Cristo em Casa E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente

os cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos. Existem Pais que não toleram os filhos e Mães que se voltam, impassivelmente, contra

os próprios descendentes. Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro

do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com os raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonadamente cultivados no solo mental.

Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos, que não passam de mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira mascarada sob o nome de Lar.

Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera da diagnose complicada; entretanto, na profundez das causas, reside a influência maligna da parentela consanguínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida.

Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde ou de caridade, à maneira de restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso, procurando a terra firme da costa.

Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que, às vezes, matam sem a intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas.

Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conhecimento e ao perdão, aclarando a origem de nossos antagonismos e reportando-nos aos dramas por nós todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de luz em cada coração, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime de melhoria individual, em favor da tranquilidade coletiva e da ascensão de todos.

Humberto de Campos – Luz no Lar – Cap. 5 – No Reino Doméstico

28 As Perturbações Espirituais no Lar

3.6 Os Níveis consciências diferentes dos membros da Família

Quando analisamos os relacionamentos conturbados dentro dos lares, constatamos a

imensa gama de dificuldades que permeiam as famílias.

Quase toda família tem um parente mais difícil, e muitas vezes se trata de uma pessoa

que sustenta o estranho hábito de ser desagradável, de provocar aborrecimentos por motivos

banais; em outras ocasiões, é alguém que não consegue ser gentil, mesmo sem a intenção de

agredir.

Um familiar com esse perfil é aquele a quem precisamos destinar maior soma de

cuidados e de compaixão.

Se uma pessoa faz questão de ser um estorvo ou se age de forma rude por não ter

autocontrole, estamos diante de um Espírito que carrega na intimidade uma alta dose de

conflitos.

Ele traz estados de angústia, de sofrimento e de inquietação que não consegue

exteriorizar de maneira pacífica, causando-nos um grande sentimento de repulsa, razão pela

qual acabamos sendo intolerantes e assumimos uma postura igualmente agressiva e birrenta. Se

dentro do lar não for cultivada uma visão espiritual dos laços familiares, ficará muito difícil

conduzir o problema com equilíbrio e serenidade.

Em face dessas ocorrências, muitas pessoas me perguntam o que fazer diante de um

familiar que nos fere e nos persegue, adotando posturas contrárias ao senso de justiça e amor.

A dúvida envolve a necessidade de conciliar saúde psíquica e perdão sem sermos

coniventes com o erro, e eu respondo que o método mais eficaz é oferecer o exemplo de uma

conduta saudável a fim de que isso sensibilize a pessoa de temperamento difícil.

Se não constatarmos uma transformação positiva em nosso parente, teremos que nos

manter firmes em nossas opções, dando ao indivíduo o direito de ser como é, ao mesmo tempo

que nós reservamos o direito de ser como devemos.

Kardec nos alerta que não é possível dedicar ao ser que nos causa aversão a mesma

ternura que dedicamos a quem nos ama em profundidade.

Todavia, é perfeitamente viável trabalhar-nos para ajudar o Espírito que ainda se

encontra na consciência de sono, porque poderemos ao menos respeitá-lo e oferecer-lhe o

nosso apoio no que for necessário.

29 As Perturbações Espirituais no Lar

Se a proposta se concretizar, é provável que em breve surja uma simpatia entre os seres

que inicialmente se digladiavam, em seguida pode nascer uma amizade e, com o tempo, os dois

estarão amando-se.

O amor sempre será a solução para as dificuldades da família!

Divaldo Franco – Vivências do amor em Família – Cap. 7 – Conflitos Familiares

A Psicologia Transpessoal possui uma abordagem que contribui de forma significativa

para a compreensão do processo evolutivo: o estudo dos níveis de consciência.

Cada ser se encontra em um estágio específico do desenvolvimento espiritual, o que

explica as dificuldades que podem surgir no relacionamento entre Espíritos reencarnados em

uma mesma família.

O primeiro nível de evolução é denominado consciência de sono.

Nesse patamar, o indivíduo tem interesses muito restritos, voltados apenas à satisfação

das necessidades primárias da existência humana: ele se alimenta, repousa e tem relações

sexuais, demonstrando que é um ser fisiológico, que vive da boca para baixo, manifestando

mais o instinto do que a inteligência, as emoções e a afetividade.

No entanto, lentamente o Espírito desenvolverá suas potencialidades mais profundas e

se tornará um ser psicológico.

O segundo nível evolutivo é a consciência desperta, em que a pessoa procura

satisfazer suas necessidades básicas, mas também cultiva algum ideal: ela se dispõe a colaborar

com a sua religião, com a atividade do seu clube ou outra causa humanitária, embora ainda não

se comprometa com uma proposta mais ampla de enobrecimento da vida.

Essa pessoa já possui discernimento e consegue visualizar novos horizontes, começando

a trabalhar o seu mundo psíquico para futuras incursões em paisagens superiores.

O terceiro nível é intitulado consciência de si mesma, quando o ser se revela

possuidor de virtudes mais aprimoradas e se candidata à realização de ações expressivas em

benefício da coletividade: ele se torna pioneiro em atividades de transformação do panorama

social e é convidado a participar de projetos humanos de grande impacto, mobilizando seu

potencial anímico a fim de cumprir os compromissos abraçados.

É uma fase em que o indivíduo sintoniza com Espíritos nobres para assumir o papel de

verdadeiro colaborador em Programas de dignificação da criatura humana, sustentado pelo

contato com as forças espirituais que zelam pelo seu êxito.

30 As Perturbações Espirituais no Lar

Os fenômenos paranormais e mediúnicos desabrocham com naturalidade, e ele

vislumbra um mergulho profundo nas dimensões do Infinito...

O quarto nível é classificado como consciência objetiva ou consciência cósmica, em

que o Espírito se encontra no mais alto grau evolutivo que se pode almejar na Terra.

Esse patamar foi alcançado pelo admirável apóstolo Paulo, que disse de forma

inesquecível: "Já não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim!".

Também podemos ver o mesmo desenvolvimento espiritual em Madre Teresa de

Calcutá, que afirmou amorosamente: "Eu sou o lápis na mão de Deus. Ele escreve por mim

aquilo que deseja registrar!".

Divaldo Franco – Vivências do amor em Família – Cap. 7 – Conflitos Familiares

31 As Perturbações Espirituais no Lar

3.7 As Auto-Obsessões

Nem todos os fenômenos obsessivos, entretanto, procedem da injunção proposital

de um Espírito desencarnado sobre outro vestido pela roupagem fisiológica.

Grande parte dos que se encontram entorpecidos pelos problemas de ordem espiritual,

psíquica ou física, padece de um processo de auto-obsessão dos mais lamentáveis, pois que

nesse quadro o Espírito obsessor é o próprio obsidiado em reencarnação compulsória de resgate

impositivo, que não consegue forças para se libertar facilmente das situações enfermiças, a fim

de avançar nos rumos do equilíbrio, da necessária paz.

Manoel Philomeno de Miranda – Sementeira da Fraternidade – Cap. 5 – Alienação por

Obsessão

Excetuados os casos puramente orgânicos, o louco é alguém que procurou forçar a

libertação do aprendizado terrestre, por indisciplina ou ignorância.

Temos neste domínio um gênero de suicídio habilmente dissimulado, a auto-

eliminação da harmonia mental, pela inconformação da alma nos quadros de luta que a

existência humana apresenta.

Diante da dor, do obstáculo ou da morte, milhares de pessoas capitulam, entregando-se,

sem resistência, à perturbação destruidora, que lhes abre, por fim, as portas do túmulo.

A princípio, são meros descontentes e desesperados, que passam despercebidos

mesmo àqueles que os acompanham de mais perto. Pouco a pouco, no entanto, transformam-se

em doentes mentais de variadas gradações, de cura quase impossível, portadores que são de

problemas inextricáveis e ingratos.

Imperceptíveis frutos da desobediência começam por arruinar o patrimônio fisiológico

que lhes foi confiado na Crosta da Terra e acabam empobrecidos e infortunados.

Aflitos e semimortos, são eles homens e mulheres que desde os círculos terrenos

padecem, encovados em precipícios infernais, por se haverem rebelado aos desígnios divinos,

preterindo-os, na escola benéfica da luta aperfeiçoadora, pelos caprichos insensatos.

André Luiz – No Mundo Maior – Cap. 16 – Alienados Mentais

32 As Perturbações Espirituais no Lar

Seu aspecto será o de um obsidiado. No entanto, ele é obsidiado apenas por sua memória

profunda, que vinculou sua personalidade humana. Se houve remorso, houve crime,

delinquência. E, se houve crime, a consciência, desarmonizada consigo mesma, desarmonizará

todo o ser, e de muitas formas.

A mente enferma refletirá sua anormalidade sobre o perispírito, que é dirigido por ela,

e este sobre o corpo carnal, que é escravo de ambos, através do sistema nervoso.

E eis aí a doença mental com substrato orgânico vinculada a problemas espirituais, mas

não propriamente a obsessão na sua feição comum.

Bezerra de Meneses – Recordações da Mediunidade – Cap. 10 – O Complexo

Obsessão

As emoções reencarnam junto com a pessoa. Na dinâmica emocional, as vidas passadas

respondem pelo maior acervo dos desencontros emocionais reeditados na vida atual.

Costumamos dizer que o que se apaga das vidas passadas são os fatos, mas não a

memória emocional dos fatos.

Traumas de vidas anteriores reencarnam junto no nível emocional.

Diante de circunstâncias semelhantes aos fatos de vidas anteriores, a pessoa volta a

sentir o que sentiu na outra existência. Pânico, tristeza, raiva, entre outras emoções, estão

permanentemente ressurgindo, aparentemente sem explicação.

(...) esses processos obsessivos mais graves, frequentemente remontam aos séculos, ou

seja, já foram instalados em outras existências.

Instalaram-se pela mesma dinâmica emocional de persistência em faixas negativas de

entendimento. Dissemos que as várias circunstâncias da nossa vida fazem conectar situações

anteriores por semelhança afetiva.

Pois bem, no momento em que uma memória anterior é disparada pelo gatilho das

emoções, concomitantemente uma faixa espiritual se abre também, e é por essa faixa de passado

que antigos perseguidores espirituais se acoplam ao campo energético do indivíduo,

determinando quadros graves de desajuste emotivo-espiritual.

Sérgio Luís da Silva Lopes – Revista A Reencarnação – No 425 – A Dinâmica Emocional

nas Perturbações Obsessivas – 2003 – FERGS

33 As Perturbações Espirituais no Lar

Por isso mesmo, no encadeamento das vidas sucessivas, o espírito herda das

experiências pretéritas as conquistas e os prejuízos morais que ressurgem consciente ou

inconscientemente nos recônditos de si mesmo.

Disso resulta que as aquisições negativas, que foram fatores do insucesso, reaparecem

em condicionamentos psíquicos deprimentes, em complexas manifestações de narcisismo,

de evasão da realidade, de catarse, de esquizofrenia, nas suas apresentações variadas, ou

repontam em expressões de instintos agressivos, inibições, repressões, conflitos, em que o

próprio espírito sofre as perturbações que lhe são atinentes, transmitindo dos centros sensíveis

do psicossoma à matéria as distonias e as alienações de variada espécie, que traz do pretérito

espiritual.

Não padecem, pois, dúvidas, quanto as enfermidades mentais procederem, em grande

parte, do espírito encarnado, perturbado como é, em si mesmo.

Em tais casos as técnicas psicanalistas logram atingir os fulcros próximos das

alienações, facultando a liberação da consciência sob os estímulos da esperança, do trabalho e

do amor.

Outras vezes, os traumas decorrem de fundas marcas do passado próximo, removíveis

com relativa facilidade, dentro, todavia, dos quadros de débitos e créditos a que se encontra o

espírito vinculado.

Vianna de Carvalho – Sementeira da Fraternidade – Cap. 8 – Psiquiatria e Espiritismo

34 As Perturbações Espirituais no Lar

4. As Perturbações Espirituais no Lar – Consequências Principais – Os

“Frutos”

4.1 Desencontros Familiares

Gúbio informou que, a determinadas horas da noite, três quartos da população da Crosta

se acham nas zonas de contato com os Espíritos e a maior percentagem permaneciam detidos

em círculos de baixas vibrações, como aquele. Por aqui –– disse Gúbio ––, muitas vezes se

forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.

Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho

ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da

caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos

estarreceriam as criaturas.

André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

Notamos que você, ultimamente, anda mais fraca, mais serviçal... Estará desencantada,

quanto aos compromissos assumidos?

A interpelada, um tanto confundida, disse que seu marido, João, filiara-se a um grupo

de preces, o que, de algum modo, lhes vinha alterando a vida.

A entidade desencarnada deu um salto para trás, como um animal surpreendido, e gritou:

"orações”? você está cega quanto ao perigo que isso significa? Quem reza cai na mansidão.

E' necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha em

nosso círculo.

Volte para o corpo e não ceda um milímetro.

Corra com os apóstolos improvisados. Fazem-nos mal. Prenda João, controlando-lhe o

tempo.

Desenvolva serviço eficiente e não o liberte. Fira-o devagarinho.

Gúbio, que também observara a cena, esclareceu que obsessão desse teor apresenta

milhões de casos. De manhã cedo, aquela esposa, incapaz de apreciar a felicidade que o Senhor

lhe concedera, com um casamento digno e tranqüilo, despertaria no corpo de alma desconfiada

e abatida, convertendo-se em objeto de aflição para o esposo e prejudicando-lhe as conquistas

incipientes.

André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

35 As Perturbações Espirituais no Lar

Famílias-problemas! ...

− Irmãos que se antagonizam...

− Cônjuges em lamentáveis litígios...

− Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe...

− Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias...

− Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas...

− Tempestades verbais em discussões extemporâneas...

− Agressões infelizes de consequências fatais...

− Tragédias nas paredes estreitas da família...

− Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...

− Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.

− Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações

violentas em cadeia de ira...

− Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados

com vinagre e fel de queixas e recriminações...

Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas! ...

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontânea, mas a colheita

tem impositivo de obrigatoriedade.

Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.

Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos

Egrégios.

Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições

superlativas e os próprios desenganos.

Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 52 – Dentro do Lar

36 As Perturbações Espirituais no Lar

4.2 Distúrbios de Comportamento Infanto-juvenil

4.2.1 Na Escola (...) Continuamos naquele recinto e, como era a primeira vez que tinha oportunidade de

encontrar-me em uma Escola para crianças, pude observar que todas eram acompanhadas

por Espíritos, algumas felizes, e não poucas por Entidades cruéis que, desde cedo,

intentavam perturbá-las, vinculando-se-lhes psiquicamente. Diversas podiam situar-se no

diagnostico de obsidiadas, tão estreito era já o conúbio mental entre os desencarnados e

elas.

Irritação, agressividade, indiferença emocional, perversidade, obtusão de

raciocínio, enfermidade físicas e distúrbios psicológicos fazem parte das síndromes

perturbadoras da infância, que tem suas nascentes na interferência de Espíritos perversos

uns, traiçoeiros outros, vingativos todos eles...

Olhando, em derredor, enquanto não se iniciavam as aulas, apontou uma menina loura

de olhos claros e cabelos encaracolados com mais ou menos sete anos, que gritava, agredindo

outra com palavras e gestos vulgares, quase aplicando-lhe golpes físicos.

Aí está um exemplo. A pequenina, como podemos observar, é uma obsessa. No lar é

tida como recalcitrante e teimosa, não obstante os castigos físicos que lhe aplicam os pais

desinformados e confusos, por não entenderem o que ocorre com a filha que esperaram com

imenso carinho e os decepciona.

Não ignoramos que a misericórdia de Deus está presente em toda a Criação, e que não

seria o ser humano quem marcharia sem a necessária proteção para alcançar a meta que busca

no seu desenvolvimento intelecto-moral. Todavia, sabemos, também, que muitos processos de

obsessão têm o seu início fora do corpo físico, quando os calcetas e rebeldes, os criminosos

e viciados reencontram suas vítimas no Além-Túmulo, que se lhes imantam, nos tentames

infelizes e de resultados graves em formas de obsessões.

A obsessão na infância muitas vezes é continuidade da ocorrência procedente da

Erraticidade. Sem impedir o processo da reencarnação, essa influência perniciosa

acompanha o período infantil de desenvolvimento, gerando graves dificuldades no

relacionamento entre filhos e pais, alunos e professores, vida social saudável entre

coleguinhas.

Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O drama da obsessão

na infância

37 As Perturbações Espirituais no Lar

4.2.2 No Lar Inúmeros casos de autismo, quando detectados na primeira infância, procedem de

graves compromissos negativos com a retaguarda espiritual do ser, que renasce com as

marcas correspondentes no perispírito, que se encarrega de imprimir as deficiências que lhe

são necessárias para o refazimento. Outrossim, aqueles que padeceram nas suas mãos cruéis

acompanham-no, dificultando-lhe a recuperação, gerando situações críticas e mui

dolorosas, ameaçando-o com impropérios e vibrações deletérias que não sabe decodificar,

mas registra nas telas mentais, fugindo da realidade aparente para o seu mundo de sombras,

isto quando não se torna agressivo, intempestivo, silencioso e rude.

Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O drama da obsessão

na infância

Uma das nossas parentas, menina de dez anos de idade, justamente a caçula dentre

seis irmãos, acusava anormalidades nos modos comuns a uma criança, anormalidades que

uma razão esclarecida em assuntos espíritas compreenderia provirem de

influenciações da parte de seres desencarnados inferiores.

Caracterizavam-se os seus modos por trejeitos cômicos, carantonhas horríveis,

palavreado piegas ou atrevido, desagradável, tolo, que a todos da família irritava e aos

estranhos escandalizava.

A dita criança se rebelava contra qualquer disciplina, desobedecendo a tudo,

renitente, odiosa, dando mesmo impressão de se encontrar desequilibrada das faculdades

mentais.

(...) Ela afinou-se com entidades inferiores durante o estágio no Espaço, antes

da reencarnação. Arrependimento sincero, porém, levou-a., a tempo, a se retrair das

mesmas, e desejar encaminhar-se para melhores planos. É médium, ou antes, possui

faculdades mediúnicas, que futuramente poderão frutificar generosamente, a serviço do

próximo, se bem cultivadas. Os antigos companheiros de Invisível, assediam-na,

tentando reavê-la para o sabor de velhos conluios.

Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10 – Os grandes segredos do Além

38 As Perturbações Espirituais no Lar

Irritação, agressividade, indiferença emocional, perversidade, obtusão de

raciocínio, enfermidades físicas e distúrbios psicológicos fazem parte das síndromes

perturbadoras da infância, que tem suas nascentes na interferência de Espíritos perversos

uns, traiçoeiros outros, vingativos todos eles...

Consultado um psicólogo, o mesmo anotara distúrbios de comportamento na menina,

que se vem tentando solucionar, sem penetrar na causa dos mesmos, que lhe escapam por

falta de conhecimento dessa parasitose espiritual. No curso que o processo vem recebendo

atendimento fará que, no futuro, essa criança seja candidata a terapias muito violentas e

inócuas em grande parte, em razão das mesmas alcançarem somente os efeitos, não

erradicando a causa central. Os fármacos e os neurolépticos conseguem, muitas vezes, auxiliar

os neurônios na execução das sinapses, bloqueando as interferências espirituais, porém por

pouco tempo.

Ninguém caminha a sós e, por isso mesmo, na conjuntura aflitiva em que a menina se

debate, o seu Espírito protetor muitas vezes impede que seja arrastada pelo seu algoz para

as regiões mais infelizes em que se situa, nos períodos do parcial desdobramento pelo sono

físico, dificultando-lhe o domínio quase total que teria sobre as suas faculdades mentais e os

seus sentimentos de afetividade e de comportamento.

Quando luzir na Humanidade o conhecimento espírita e as sutilezas da obsessão

puderem ser identificadas desde os primeiros sintomas, muitos transtornos infanto-juvenis

serão evitados, graças às terapias preventivas, ou minimizados mediante os tratamentos que o

Espiritismo coloca a disposição dos interessados.

No caso em tela, a terapêutica bio-energética, a sua participação nas aulas de

orientação evangélica sob a luz do pensamento espírita, a água magnetizada e a psicosfera

de bondade, do esclarecimento, da paciência dos genitores libertá-la-ia da influência

perniciosa, auxiliando-a ater um desenvolvimento normal.

Concomitantemente, porque em ambiente propício, os Benfeitores da Vida Maior

poderiam também conduzir o seu desafeto ao tratamento espiritual desobsessivo, alterando

completamente o quadro

Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O drama da obsessão

na infância

39 As Perturbações Espirituais no Lar

Não obstante, os recursos terapêuticos ministrados ao adulto serão aplicados ao

enfermo infantil com mais intensa contribuição dos passes e da água fluidificada –

bioenergia – bem como proteção amorosa e paciente, usando-se a oração e a doutrinação

indireta ao agente agressor – psicoterapia – , e por fim, através do atendimento desobsessivo

mediante o concurso psicofônico, quando seja possível atrair o hospede a comunicação

mediúnica de conversação direta.

A visão do Espiritismo em relação à criança obsidiada é holística, pois que não

dissocia, na sua forma atual, do adulto de ontem quando contraiu o debito. Ensina que infantil

é somente o corpo, já que o Espírito possui uma diferente idade cronológica, nada

correspondente à da matéria. Além disso, propõe que se cuide não só da saúde imediata, mas

sobretudo da disposição para toda uma existência saudável, que proporcionará uma

reencarnação vitoriosa, o que equivale dizer, rica de experiências iluminativas e libertadoras.

Adimos a terapia do amor dos pais e demais familiares, igualmente envolvidos no

drama que afeta a criança.

Manoel Philomeno de Miranda – Nas Trilhas da Libertação – Cap.2 – Ampliando

Conhecimentos

40 As Perturbações Espirituais no Lar

4.3 Agravamento de processos obsessivos

(...) Paralítico de nascença, primogênito de um casal aparentemente feliz, conta oito anos – não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase nada ouve da esfera humana; psiquicamente, porém, tem a vida de um sentenciado sensível, a cumprir severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio.

Há quase dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil. Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas.

Viveu nas regiões inferiores, apartado da carne, inomináveis suplícios. Inúmeras

vítimas já lhe perdoaram os crimes; muitas, seguiram-no, obstinadas, anos afora... A malta, outrora densa, rareou pouco a pouco, até que se reduziu aos dois últimos

inimigos, hoje em processo final de transformação. (...) Os pensamentos de revolta e de vingança, emitidos por todos aqueles aos quais

deliberadamente ofendeu, vergastaram-lhe o corpo perispiritual por mais de cem anos consecutivos, como choques de desintegração da personalidade.

(...) Um dos verdugos desencarnados se moveu e tocou a destra o cérebro do doentinho, recomendando-me Calderaro que examinasse os efeitos desse contacto.

Extrema palidez e enorme angustia transpareceram no semblante do paralítico. Notei que a infeliz entidade emitia, através das mãos, estrias negras de substancia semelhante ao piche, as quais atingiam o encéfalo do pequenino, acentuando-lhe as impressões de pavor.

O doentinho, da aflição, em que se mergulhara, passou às contorções. Os órgãos revelavam agora estranhos deslocamentos.

O sistema endócrino patenteava indefiníveis perturbações – Os raios destrutivos alcançam-lhe a zona motora, provocando a paralisação dos centros da fala, dos movimentos, da audição, da visão e do governo de todos os departamentos glandulares. Na verdade, essa dolorosa situação cronificou-se, pela repetição desta ocorrência milhares de vezes, por quase duas centenas de anos.

Examinando essa criança sofredora como enigma sem solução, alguns médicos

insensatos da Terra se lembrarão talvez da “morte suave”; ignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Médico Divino, utilizando um corpo incurável e o amor, até o sacrifício, de um coração materno, restitui o equilíbrio a espíritos eternos, a fim de que sobre as ruínas do passado possam irmanar-se para gloriosos destinos.

André Luiz – No Mundo Maior – Cap. 7 – Processo Redentor

41 As Perturbações Espirituais no Lar

4.4 Depressão no núcleo Familiar

Frente a frente com esta realidade, que assusta e fere, vamos encontrar jovens que

procuram abrigo nos falsos refúgios da tristeza e da amargura.

Outros apelam para a rebeldia e para a agressividade. Buscam nesses meios a forma de

neutralizar os açoites psicológicos a que se vêem expostos, ininterruptamente.

Ativando os mecanismos da defesa psíquica, muitos jovens alheiam-se da realidade,

aprisionando-se, lentamente, nas malhas da depressão.

A depressão faz instalar no recôndito do ser desta jovem criatura uma amargura

profunda, uma dor infinita, uma tristeza sem-fim. O Espírito adoece, passo a passo,

chegando a ponto de ver na morte, no atentado à existência física, a solução que lhe parece

salvadora.

Dias da Cruz – Revista Reformador – 2005 – Agosto – Suicídio na Adolescência

Por uma natural lei de afinidade, os Espíritos renascem no mesmo grupo

consangüíneo com o qual agrediram a ordem e desrespeitaram os deveres.

Assim sendo, quando algum deles apresenta na infância a parasitose obsessiva,

os seus genitores igualmente aturdidos não dispõem de recursos para os auxiliarem,

utilizando-se da docilidade, da paciência, da compaixão, do fervor religioso, que

sempre se contrapõem às aflições dessa natureza.

Desesperam-se com facilidade, aplicam castigos físicos e morais injustificáveis no

paciente infantil, agravando mais a questão pelos resíduos que ficam nos sentimentos

prejudicados, especialmente o ressentimento, o ódio, a antipatia, a consciência da

injustiça de que foram objeto.

À medida que atingem a maturidade e a idade adulta, adicionam a esses

transtornos íntimos, a magoa contra sociedade que não lhes soube respeitar as aflições e

mais as aguçaram com a rejeição, criticas ásperas e desprezo...

Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O drama da obsessão na

Infância

42 As Perturbações Espirituais no Lar

4.5 Suicídio na Família

(...) Desde a morte do pobre Leonel, verificada, como sabes, por um suicídio em tão

trágicas condições, a família inteira sente ímpetos para o suicidio. Não ignoras que sua filha

Alcina suicidou-se também, dez meses depois dele próprio. Agora é seu filho Orlando que

deseja morrer, havendo já tentado algumas vezes o ato terrível.

Trata-se de um caso de obsessão coletiva simples, meu caro irmão... carente de

intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem outros suicídios na família...

O chefe da Leonel, pôs termo à existência terrena, desfechando um tiro de revólver

no ouvido direito, e que sua filha primogênita, jovem de vinte primaveras, lhe imitou o gesto

alguns meses depois, servindo-se, porém, de um tóxico violento... O outro filho seu, de quinze

anos de idade, tentou igualmente o sinistro ato, salvando-se, no entanto, graças à ação

prestimosa de amigos agilíssimos, que evitaram fôsse ele colhido por um trem de ferro.

Vimos ambos os suicidas ainda retidos no próprio teatro dos acontecimentos:

Leonel, vagando, desolado e sofredor, a bradar por socorros médicos, traindo nas próprias

repercussões vibratórias o gênero da morte escolhida sob pressões invisíveis... e Alcina, a filha,

com o perispírito ainda em colapso, desmaiada sob o choque violento do ato praticado...

Distinguimos também os obsessores...

Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus.

Certa criança de três anos e alguns meses vinha tentando o suicídio das mais

diferentes maneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em

outro, atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois quis atirar-se do carro em

movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite.

Seu comportamento, de súbito, tornou- se estranho, maltratando especialmente a mãe,

a quem dirigia palavras de baixo calão que os pais nunca imaginaram ser do seu

conhecimento.

Suely Caldas Schubert – Obsessão e Desobsessão – Cap. 12 – A criança obsidiada

Toda tentativa de suicídio de um adolescente é dirigida a alguém e expressa a

necessidade de afeto, de amor, de ser ouvido e reconhecido como pessoa. Deve ser

interpretada como uma pergunta que requer resposta.

Edith Serfaty – Suicídio na Adolescência–1998 (psiquiatra argentina)

43 As Perturbações Espirituais no Lar

A tentativa de suicídio entre jovens é, acima de tudo, um grito de dor, de desespero e

um pedido de ajuda.

Ghislaine Bouchard – O Suicídio na Adolescência – 2000 (psiquiatra canadense)

Amadurecidas precipitadamente, em razão dos lares desajustados e das famílias

desorganizadas;

Atiradas à agressividade e aos jogos fortes que a sociedade lhes brinda, extirpando-lhes

a infância não vivida, sobrecarregam-se de angustias e frustrações que as desgastam,

retirando-lhes da paisagem mental a esperança e o amor.

Vazias, desprotegidas do afeto que alimenta os centros vitais de energia e beleza,

vêem-se sem rumo, fugindo, desditosas, pela porta mentirosa do suicídio.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 17 – Suicídio

solução insolvável

Os contínuos choques dos embates domésticos, entre cônjuges e filhos, produzem

impactos de monta nas estruturas psíquicas dos envolvidos.

A desunião familiar, associada ao desamor, assemelha-se à ação dos tóxicos que

produzem alucinações na mente da criança e do jovem.

A ausência do amor nas relações familiares, manifestada sob a forma de

comportamentos extremados de abandono ou superproteção, infiltram ilusões perniciosas

no psiquismo do Espírito em processo de recomeço nas experiências do plano físico.

Dias da Cruz – Revista Reformador – 2005 – Agosto– Suicídio na Adolescência

Amadurecidas precipitadamente, em razão dos lares desajustados e das famílias

desorganizadas;

Atiradas à agressividade e aos jogos fortes que a sociedade lhes brinda, extirpando-lhes

a infância não vivida, sobrecarregam-se de angustias e frustrações que as desgastam,

retirando-lhes da paisagem mental a esperança e o amor.

Vazias, desprotegidas do afeto que alimenta os centros vitais de energia e beleza,

vêem-se sem rumo, fugindo, desditosas, pela porta mentirosa do suicídio.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 17– Suicídio

solução insolvável

44 As Perturbações Espirituais no Lar

4.6 Drogadição no ambiente Familiar

Somando-se a esses fatores externos os compromissos espirituais de cada criatura, não

se pode negar a preponderância da interferência dos espíritos desencarnados na conduta

dos homens terrestres.

Conforme as leis de afinidade e de sintonia, ocorrem as vinculações naturais, quando

não de caráter recuperador em razão de antigos débitos para com aqueles que se sentem

prejudicados ou que foram vitimados pela incúria e perversidade de quem os afligiu e

infelicitou.

Nesse comenos, no período da iniciação ou mesmo antes dela, instalam-se as obsessões

simples, que se convertem em problemas graves, derrapando para subjugações cruéis, nas quais,

hóspede e hospedeiro interdependem-se na usança das drogas devastadoras.

Quase sempre, após instalada a obsessão desse porte, o espírito perturbador passa a

experimentar o prazer gerador do vício, especialmente se antes da desencarnação esteve sob o

jugo da infeliz conduta.

Havendo desencarnado, mas não sucumbindo ante o tacape da morte, busca desesperado

dar prosseguimento ao hábito doentio, sintonizando com personalidades fragilizadas e

inseguras, levando-as à degradante toxicodependência.

A oração, as leituras edificantes, as conversações saudáveis, ao lado da terapêutica

especializada, devem ser movimentadas para a recuperação do paciente e a sua entrega a Deus

mediante os bons pensamentos e as ações relevantes que constituem recurso precioso para a

terapia preventiva, assim como para a curadora.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 3 –

Toxicodependência

Sob outro aspecto, as vinculações com personalidades psicopatas desencarnadas ou

inimigos pessoais de outras experiências carnais respondem pela sua indução à dependência

viciosa, na qual também se comprazem em mecanismos de vampirização cruel, em verdadeira

interdependência espiritual.

Joanna de Angelis – Conflitos Existências – Cap. 12 – Drogadição

45 As Perturbações Espirituais no Lar

Mesmo nos lares equilibrados, onde o amor enriquece os sentimentos, encontram-se

espíritos atormentados interiormente, incapazes de lutar contra as más inclinações, que se fazem

trânsfugas aos deveres que lhes dizem respeito, tombando nas armadilhas do erro, de que se

deveriam libertar por completo.

Em virtude da larga e fácil propagação das drogas perversas, esses espíritos quase

sempre reincidem nos vícios a que se acostumaram, sem forças para superar as situações

afligentes que lhes desencadeiam as falsas necessidades para as fugas doentias...

(...)

Quando, no entanto, seja constatada a presença da insidiosa drogadição em algum dos

membros da família, a postura dos pais deverá ser a de equilíbrio e não de espanto, de lucidez

e não de autopunição ou de autocompaixão, mais afeiçoando-se ao combalido e sustentando-o

com a sua compreensão, trabalhando pela sua recuperação.

Concomitantemente, vale a aplicação da bioenergia, durante os estudos do Evangelho

no Lar, noutros momentos, e, de acordo com a gravidade do problema, o atendimento

psicológico, a fim de ser removido o fator propiciador da fuga emocional.

(...)

Há espíritos muito comprometidos nessa área, alguns dos quais, em existência transata

optaram pelo suicídio como recurso de libertação, ora retomando com altas cargas de

desequilíbrio e tendências depressivas funestas, recorrendo aos mesmos instrumentos que os

infelicitaram antes.

Joanna de Angelis – Constelação Familiar – Cap. 24 – Drogadição na Família

46 As Perturbações Espirituais no Lar

5. A Perturbação Espiritual no Lar – O Que Fazer? A “Poda” da árvore

da Perturbação

5.1 Orar e implementar o Evangelho no Lar

A prece liberta a mente viciada dos seus clichês perniciosos e abre a mente para a

captação das energias inspiradoras, que fomentam o entusiasmo pelo bem e a conquista da paz

através do amor. Entretanto, a fim que se revista de força desalienante, ela necessita do

combustível da fé, sem a qual não passa de palavras destituídas de compromisso emocional

entre aquele que as enuncia e a Quem são dirigidas.

Por vezes o obsidiado, em desespero, recorda-se da oração e da necessidade de buscar

os amigos, entretanto, nestes instantes muitas vezes a prece flui dos seus lábios sem a tônica do

amor, da fé e portanto, não se irradia, não sintoniza com os Núcleos de captação de

rogativas.

Tudo são vibrações em estados diferentes de energia, desde a pedra até o pensamento

que se exterioriza pela vontade. Captadas pelos Centros de registros mentais e transmitidas aos

sábios prepostos do Senhor, as nossas rogativas levam cargas psíquicas que facilmente

traduzem o significado real das nossas aspirações, ao mesmo tempo, facultando-lhes ajuizar

com presteza a respeito da conveniência ou não, da justeza e oportunidade do pedido, assim

facilitando o seu deferimento.

A vontade disciplinada e o habito da concentração superior armam o homem para, e

contra mil vicissitudes que defronta na sua escalada evolutiva.

A concentração positiva libera a mente dos clichês viciosos, próprios ou recebidos

de outras mentes, como do meio onde vive, já que somos sensíveis ao ambiente no qual nos

movimentamos.

Por adaptação às ocorrências do dia-a-dia o homem se deixa arrastar meio dormido pela

correnteza dos acontecimentos, sem despertar o pensamento para que a mente raciocine com

objetividade e discernimento, estabelecendo parâmetros do que deve e não deseja, ao que

não deve, mas deseja fazer...

Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 12 – Providências

Inesperadas

47 As Perturbações Espirituais no Lar

Crianças que padecem obsessões devem ser tratadas em nossas instituições espíritas

através do passe e da água fluidificada, e é imprescindível que lhes dispensemos muita atenção

e amor, a fim de que se sintam confiantes e seguras em nosso meio.

Tentemos cativá-las com muito carinho, porque somente o amor conseguirá refrigerar

essas almas cansadas de sofrimentos, ansiando por serem amadas.

Fundamental, nesses casos, a orientação espírita aos pais, para que entendam melhor a

dificuldade que experimentam, tendo assim mais condições de ajudar o filho e a si próprios,

visto que são, provavelmente, os cúmplices ou desafetos do pretérito, agora reunidos em

provações redentoras.

Devem ser instruídos no sentido de que façam o Culto do Evangelho no Lar,

favorecendo o ambiente em que vivem com os eflúvios do Alto, que nunca falta àquele que

recorre à Misericórdia do Pai.

A criança deve ser levada às aulas de Evangelização Espírita, onde os ensinamentos

ministrados dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece.

Suely Caldas Schubert – Obsessão e Desobsessão – Cap. 12 – A criança obsidiada

Quando uma família ora em casa, reunida, toda a rua recebe o benefício da Comunhão

com o Alto.

Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a Prece da Comunhão Fraterna

em família, todo o edifício se beneficia.

Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar.

Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí também se possa demorar.

Joanna de Angelis – Messe de Amor – Cap. 59 – Jesus Contigo

Aliando o esforço que cada um deve envidar a benefício próprio, a prece é fonte

inexaurível que irriga o ser, renovando-o e aprimorando-o, ensejando também, logo após

depurar-se, a plainar além dos reveses e tropelias, arrastado pelas sutis modulações das Esferas

Superiores da Vida, onde haure vitalidade e força para superar todos os empeços.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 6 – No Anfiteatro

48 As Perturbações Espirituais no Lar

Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece

do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder.

O culto familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas

também processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em

torno.

O homem que ora traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a prece

transforma-se em fortaleza.

As entidades da sombra experimentam choques de vulto, em contato com as vibrações

luminosas oriundas de tais lares, e é por isso que se mantêm a distância, procurando outros

rumos...

André Luiz/Aniceto – Os Mensageiros – Cap. 37 – No Santuário Domestico

Assim, as mentes que se resguardam na oração defendem a casa mental da

agressividade alheia, das interferências perniciosas e simultaneamente se mantêm indenes

aos petardos das paixões e animosidades que lhes são arremessados por encarnados aturdidos

e viciados ou por Entidades vingadoras, ociosas, perversas, cultivadoras da inveja e da

insensatez.

Joanna de Angelis – No Limiar do Infinito – Cap. 19 – A Comunhão com Deus

A prece propicia resultados imunológicos e profiláticos, quanto terapêuticos por

harmonizar o tom vibratório do indivíduo, impedindo o contágio de bactérias perniciosas, de

gérmens deletérios que não encontram campo para a erupção dos males que propiciam, como

gerando uma aura de energia específica que envolve o homem, constituída de vibrações

especiais próprias para rechaçar as “formas-pensamento”, os “vibriões-mentais”, as “larvas-

psíquicas”, ao mesmo tempo em que revitaliza o metabolismo, no perispírito, rearmonizando o

campo das moléculas, no que redunda em ação salutar.

A oração harmoniza o ambiente onde se manifesta e é exercida, criando uma

psicosfera balsâmica, agradável, calmante.

Orar é inundar-se de forças poderosas do mundo invisível para atuar com segurança no

mundo das formas visíveis.

Victor Hugo – Calvário da Libertação – 2º Parte – Cap. 2 – Cecília, Mártir e

Mentora

49 As Perturbações Espirituais no Lar

Mas, o que não deve acontecer é que essa postura de agressividade, essa postura

ferinte, pessimista, negativa, se torne uma constante na relação familiar. Quando isso se

tornar uma constante, não podemos ter dúvida de que estaremos mal assistidos. Criaturas

espirituais de má índole, ou ignorantes ou inconscientes, estarão procurando fazer ninho na

nossa consciência.

Sentir-nos-emos lesados, traídos, amargurados, desprezados em casa, nos sentiremos a

sós, nós veremos pessoas solitárias. E tudo isso, agasalhado por nós, nessa baixa auto-estima,

vai fazendo com que entidades desencarnadas de má índole, infelizes em si mesmas, se

apropriem desse caldo de cultura que nós lhes oferecemos, para fazer toda sorte de

estripulias, para provocar toda sorte de males, de infestações negativas no seio da nossa

família.

Será de bom alvitre instalar em nossa casa, pelo menos uma vez por semana, o hábito

de orar. O Evangelho no lar, como chamamos, ou Jesus no lar, como quisermos.

Raul Teixeira – Federação Espírita do Paraná – Programa Vida e Valores – No 116

– 2007/Outubro – Perturbações Espirituais no Lar

Faz-se urgente o retorno de Jesus à Família.

Somente a Sua presença no lar pode oferecer segurança e equilíbrio para todos

quantos se encontram à mercê dos instrumentos de comunicação, preocupados com o

consumidor e desinteressados totalmente da criatura.

A análise da palavra de Jesus em reunião familiar, ao invés de se manifestar como uma

questão religiosa, repetitiva e automática, deve ser rica de encantamento, de fraternidade,

em debate franco, filosófico e de renovação social de maneira que expresse um cometimento

para desenvolver o pensamento, a capacidade de entender a vida e a permuta de idéias.

Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1999 – Março – Jesus e Família

A Oração, dentro da Alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada

que se acende numa casa desarranjada; a presença da luz não altera a situação do ambiente

desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra

sem alarde o serviço que se deve fazer.

Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 88 – Em Louvor da Prece

50 As Perturbações Espirituais no Lar

A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora

Filão de celestes dádivas gera o equilíbrio, conciliando a emoção por situar os filtros

psíquicos de registro e captação de energias além das vibrações inferiores, em mais elevado

campo de força mantenedora da vida físico-mental.

E como é fonte inexaurível de consolações, vibra em ondas de frequências específicas

nos centros do perispírito, atendendo à sintonia nervosa por compensações eletromagnéticas de

longo alcance.

Orar sempre e constantemente para sair da aflição, evitar a tentação, dominar a ira

e entender o sofrimento - ignorado mestre - que segue com o Espírito estrada a fora sublimando

a Imortalidade.

Amélia Rodrigues – Crestomatia da Imortalidade – Cap. 41 – Orar sempre e

constantemente

Acende o sol do Evangelho em casa, reúne-te com os teus para orar e jamais

triunfarão trevas em teu lar, em tua família, em teu coração.

Joanna de Angelis - Leis morais da vida - Cap. 2 - Oração no Lar

A abnegação e o devotamento são uma prece contínua e encerram um ensinamento

profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras.

O Espírito de Verdade – Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 6, item 8

51 As Perturbações Espirituais no Lar

5.2 Fortalecer a Educação e a União Familiar

Pouca gente se dará conta de que esses menores abandonados não são apenas os que nascem nos guetos, nas favelas, mas todos aqueles que deixaram de receber de alguma maneira, o suporte, a atenção, o respaldo sejam da família, seja dos governos, seja da sociedade em geral.

É dessa maneira que vamos encontrando menores abandonados que nunca poderíamos supor que o fossem. Porque eles estão dentro dos lares, com seu pai, com sua mãe, com seus irmãos, mas costumeiramente são órfãos. Órfãos sociais, órfãos, diríamos, de pais vivos.

E quando é que essa situação passará a ocorrer? Quando é que teremos esses órfãos de pais vivos?

Todas as vezes que eles recebam desses pais coisas, mas não tenham propriamente os pais. Seja pelo motivo que for. Se essas crianças, se esses moços estiverem fadados a crescer nas mãos de servidores domésticos ou nas mãos da via pública, sob o impacto das violências cotidianas das ruas da cidade, serão menores abandonados.

Abandonados pelos pais, que nunca têm tempo para conversar com eles, para dialogar com eles, de explicar-lhes os perigos encontrados pelas avenidas do mundo nas pessoas que não merecem confiança. Serão menores abandonados pelas autoridades que pouco se preocupam com o menor em si.

(...) Nós temos tantos menores abandonados nas ruas, como os temos nos lares, onde os pais

lhes dão brinquedos, brindes, viagens, dinheiro, carros, motos, mas não lhes dão o coração. (...) Aqueles meninos, meninas que vivem dentro de casa com seu pai, com sua mãe, apenas

como um dado. É que esses pais são sempre ausentes, seja pelo trabalho, seja pela vida social intensa que levam, seja porque motivo for.

Esses moços, essas crianças, esses jovens ou adolescentes, o que é que deverão pensar, o que é que lhes passa pela cabeça?

Parecerá que eles são verdadeiros estorvos na vida dos seus pais. Porque os pais nunca têm tempo para eles. Sempre coisas muito rápidas para atender a necessidades econômico-financeiras, para dar-lhes dinheiro, para ouvir a respeito de alguma das suas necessidades.

Aqueles que têm casa, que têm pão, que têm comida, que têm roupa, que têm quase tudo, mas lhes falta o amor dos pais, cabe-nos pensar no estilo de apoio que estamos dando às nossas crianças, nossos filhos, nossos menores.

E, honestamente, verificarmos se, apesar de todas as coisas que lhes damos, se não estamos convertendo nossos filhos em outros tantos menores abandonados. Raul Teixeira – Programa Vida e Valores, de número 105 – Federação Espírita do Paraná –

Menores Abandonados

52 As Perturbações Espirituais no Lar

A leviandade de mestres e educadores imaturos, não habilitados moralmente para os

relevantes misteres de preparação das mentes e caracteres em formação, contribui, igualmente,

com larga quota de responsabilidade no capítulo da delinquência juvenil, da agressividade e da

violência vigentes, ameaçadoras, câncer perigoso a dizimar com crueldade o organismo social

do Planeta.

Joanna de Angelis – Após a Tempestade – Cap.7 - Delinquência, Perversidade e Violência

Urge passemos a considerar, já com enorme atraso, a premência dos valores do lar,

da escola, do trabalho bem postos nas bases de beleza estética e de lisura ética, mas é labor

urgente, nesses tempos aturdentes da Terra, que Deus seja apresentado às mentes que o buscam

com as cores da lucidez, da maturidade filosófica, a fim de que as ideias e concepções ao seu

derredor não se transformem em desequilibradores psicológicos dessas almas, por si próprias

descompensadas, para que Deus lhes soe no íntimo como porta de libertação e estesia, jamais

como pressão enfermiça e inibidora da paz íntima.

Urge apresentemos aos indivíduos, desde sua infância, uma religião que seja apta a

aproximar de Deus as almas, enaltecendo o seu inabordável amor, ao invés de os fazer temê-

Lo, o que se traduzirá em maior desequilíbrio nos seus passos, pois que, possivelmente, acercar-

se-ão dos templos, das casas de fé, mantendo-se, porém, sempre longe da vivência da

religiosidade que vige adormecida em seu íntimo, esperando, tantas vezes, e

desnecessariamente, o travo das grandes dores capazes de romper com essas cristalizações e

abrir veredas para que voejem novos céus em clima de entendimento, de alegria e de real

harmonia.

Camilo – Nos Passos da Vida Terrestre – Cap. 11 – Ante o desassossego Social

Viceje o vício, que ceifa a juventude e entenebrece a vida; predomine a corrupção, que

envilece a criatura; permaneçam os promotores da degradação dos costumes; assente-se o

triunfo nos pântanos da vergonha moral; prospere a injustiça, mascarada de direito; reinem a

violência e a agressividade, atestando a situação de primitivismo e semi-barbárie da civilização,

faz-se imprescindível educar o ser humano e conscientizá-lo das superiores finalidades da

sua vilegiatura no curto período do trânsito somático.

Victor Hugo – Roteiro de Libertação – Cap. 27 – Deveres imediatos

53 As Perturbações Espirituais no Lar

É tão importante observar a beleza e a importância da relação familiar, relativamente ao

mundo atual. Deus nos ama de tal maneira que nos permite a vivência em família pequena, a

fim de que nos preparemos para dar conta do amor universal.

Foi Jesus que ensinou que quem não é fiel nas pequenas coisas, nunca o será nas grandes

coisas. Como se poderá ser respeitoso, cooperador e fiel a bilhões de almas, que formam o clã

planetário, se não se consegue acertar com três, cinco ou dez pessoas no lar?

Entretanto, isso faz parte dos movimentos da vida.

Há pessoas que são espinhosas ou frias em casa, com a família, e ótimas na relação

fora de casa, que, realmente, estão encenando por causa de interesses, do desejo de tirar

vantagem de algum tipo, o que se torna uma postura execrável.

Raul Teixeira – Desafios da Vida Familiar – 3º Parte – Questão 39 – Bem como todo

mundo, menos com a Família

Torna-se prudente que todos aqueles que de um modo ou de outro mantem-se ocupados

a cuidar de drogaditos, no bojo da própria família ou nos arraiais da assistência desinteressada

à sociedade, se apoiem na esfera da oração e que se sintonizem com os Emissários do Bem,

de modo a se fortalecerem de energias felizes que lhe permitam o afastamento das hordas

desestruturadoras que avançam desconsiderando idade, sexo ou condição social, para imporem

o seu império de alucinações.

Torna-se indispensável essa sintonia feliz com os Nobres Guardiães da Luz, tendo em

vista que sem ela tem sido muito difícil a perseverança em tais labores, uma vez que,

aborrecidas, essas Entidades perturbadoras, em se sentindo incomodadas em seus

desafortunados interesses, costumam investir contra esses tarefeiros da fraternidade, agitando-

lhes problemas íntimos, que passam a importuná-los, ou provocando situações difíceis na

esfera da saúde, por meio de fluidos nocivos, quando não se imiscuem nas diversas faixas da

sua vida comum, na família, no emprego, desnorteando o trabalhador que não consegue

compreender o porquê de quanto mais faz o bem, mais se aborrece, adoece, se agasta.

Camilo – Educação & Vivencias – Cap. 8 – Drogas e Obsessões

54 As Perturbações Espirituais no Lar

5.3 Exercitar o Silêncio/a Serenidade

Silêncio diante do caos.

Oração à frente do desafio.

Serviço perante o mal.

Se a discórdia ameaça, façamos silêncio.

Toda perturbação pode ser limitada pelo silêncio até que se lhe extinga o núcleo de

sombra.

Toda impropriedade mental desaparece se lhe antepomos a luz da oração.

Todo desequilíbrio engenhado pelas forças das trevas é suscetível de se regenerar pela

energia benéfica do serviço.

O trânsito da vida possui também sinalização peculiar.

Silêncio — previne contra o perigo.

Oração — prepara a passagem livre.

Serviço — garante a marcha correta.

Em qualquer obstáculo, valer-se desse trio de paz, discernimento e realização, é

assegurar a própria felicidade.

André Luiz – Senda para Deus – Cap. 3 – S. O. S.

O silêncio faz grande falta na civilização contemporânea.

Fala-se em demasia, e, por conseguinte, fala-se do que se não deve, se não sabe, não

convém, apenas pelo hábito de falar.

Se cada pessoa falasse apenas o necessário e no momento oportuno, haveria um salutar

silêncio na Terra.

Falar bem ou mal é um hábito.

Quando as referências são acusadoras, levam a alma da vítima à morte, porém suicida-

se também, aquele que sempre aponta o erro.

Usa o silêncio necessário.

Não a mudez caprichosa, vingadora. Mas a discreta atitude de quietação e respeito.

O silêncio faz bem àquele que o conserva.

Jesus calou muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o atestado mais

expressivo do Seu amor pela humanidade.

Pensa nEle, quando chamado a falar intensamente e imita-O.

Joanna de Ângelis – Momentos de Coragem – Cap. Silêncio Necessário

55 As Perturbações Espirituais no Lar

Quanta aflição desaparecerá no nascedouro, se souberes sorrir em silêncio! Deixa que a piedade se transforme no teu coração em socorro mudo, para que a dor

esmoreça. Lembra-te do Cristo, o Amigo silencioso. Sem reivindicações e sem ruído, escreveu os

poemas imortais do perdão e do amor, da esperança e da alegria no coração da Terra. Meimei – Ideal Espírita – Cap. 5 – Espera e ama sempre

As abordagens humanas verbais devem sempre se caracterizar pela beleza da forma e

profundidade do conteúdo, a fim de que a palavra oral seja sempre musical mensagem que desperte simpatia e amizade.

O verbo zurzido ruidosamente, além de agredir os ouvidos e, consequentemente, a emoção das pessoas, destoa de maneira agressiva da sua finalidade.

Por muito se falar, pouco se é ouvido. Há desse modo, silêncios diferentes: aquele que é harmônico e reconfortante, pois que

favorece a reflexão e mantém a paz, assim como aqueloutro que é a quietação da palavra, enquanto os sentimentos em fúria ou em aceitação imposta rebolcam-se no íntimo, enfermando quem assim se comporta.

O silêncio moral, que é resultado do equilíbrio e reflete as intenções superiores do indivíduo, consegue diluir as ofensas quando lhe são atiradas, ampliar os campos do Bem quando se tratam da ensementação de recursos enobrecedores, acalmar as ansiedades, retificar atitudes e elaborar programas de desenvolvimento espiritual.

Há muito barulho perturbador nos relacionamentos humanos, cada pessoa mais desejosa de ser ouvida em relação à outra, impondo a sua palavra como desabafo das constrições penosas que experimenta, sem tempo mental para raciocinar.

Fala-se, então, apenas por falar-se, dando lugar a grupos loquazes e vazios de conteúdo, que explodem com frequência em gargalhadas de zombaria ou de prazer, nas quais se apresentam mais esgares do que sorrisos promotores de saúde.

O silêncio edificante faz muita falta no contexto da sociedade aturdida. Os portadores de silêncio moral são discretos e gentis, normalmente cedem a palavra

aos demais, comunicando-se somente quando solicitados e de maneira agradável que a todos bem impressionam, deixando nos ouvintes um contributo valioso, decorrência de seus conhecimentos, de suas experiências ou de outros que merecem credibilidade.

Falar com simplicidade é maneira de expressar evolução e profundidade de conhecimento.

O importante é se fazer entendido e não apenas brilhante na construção das frases. Fala com emoção do que está cheio o teu coração, conforme a lição do Mestre de

Nazaré. Medindo os conceitos antes de exteriorizá-los tens o poder sobre eles, que logo

desaparece ao serem verbalizados. Tudo quanto digas torna-se parte da tua sementeira e tudo quanto silenciares transforma-

se em contribuição valiosa para os momentos oportunos da ensementação. Nem o silêncio constrangedor nem a parlapatice desagradável deve ser a tua atitude

existencial. Joanna de Angelis – Liberta-te do Mal – Cap. 27 – Silencio Moral

56 As Perturbações Espirituais no Lar

5.4 Cultivar a Paciência/a Benevolência

A paciência reflete o equilíbrio daquele que mantém a sua confiança em Deus e nas Leis

que regem a vida.

A paciência, por isso mesmo, dulcifica os sentimentos, favorecendo a saúde física e

emocional, ao tempo em que irradia em derredor simpatia e afetividade

A verdadeira paciência é uma atitude dinâmica perante os acontecimentos, não

imobilizando o indivíduo, antes, mantendo-o íntegro no dever, vigilante na ação, dedicado no

compromisso.

Joanna de Ângelis – Momentos de Coragem – Cap. 4 – Paciência Dinâmica

Exercitarás, indefinidamente, a paciência de ouvir, de renovar, de desculpar, de

aprender, de auxiliar, de repetir...

E guarda a convicção de que, assim agindo, ajudarás não apenas a ti mesmo e aos que

te cercam, mas ao próprio Senhor, que se não necessita de nossas honrarias, espera de cada

um de nós o apoio da paciência, afim de que nos possa usar, em qualquer problema, como

peça importante de solução.

Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 27 – Será Paciente

Paciência é uma força mágica que desata os nós que a vida, as vezes, consegue dar

em nossa vida.

Jácome Góes – Jornal da Cidade /Aracaju/Sergipe

Para toda perturbação, a paciência é a melhor medida.

Não profiras qualquer palavra de que te possas arrepender.

Silencia e abençoa sempre, porque, amanhã, quantos hoje se precipitam na sombra

voltarão novamente à luz.

Esquecido, usa a paciência e ajuda sem exigir.

Insultado, recorre à paciência e esquece o mal.

Em todas as dores, arrima-te à paciência.

Em todo embaraço, espera com paciência.

Todo progresso humano surge da Paciência Divina.

Conserva-te, pois, na força da paciência e, onde estejas, farás sempre o melhor.

Emmanuel – Palavras de vida Eterna – Cap. 67 – A melhor medida

57 As Perturbações Espirituais no Lar

5.5 Promova a Compaixão/Perdão/Esquecimento

Compaixão

Se quisermos que a piedade nos ilumine, é imperioso exercitar a compreensão. E compreensão não vem a nós sem que façamos esforço para isso.

Aceitemos, assim, as nossas dificuldades por ocasiões preciosas de ensino, sobretudo, no relacionamento uns com os outros. Nesse sentido, os que nos contrariam se nos mostram como sendo os melhores instrutores.

Compaixão é a porta que se nos abre no sentimento para a luz do verdadeiro amor, entretanto, notemos: ninguém adquire a piedade sem construí-la.

Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 15 – Conquista da Compaixão Deixa que a compaixão te aclare os olhos e lubrifique os ouvidos, a fim de que possas

ver e escutar em louvor do bem. Às vezes, pronuncias palavras menos felizes, nas horas de irritação ou desânimo, que

apreciarias reaver a fim de inutilizá-las, se isso fosse possível, e agradeces a bondade do ouvinte que se dispõe a atirá-las no cesto do esquecimento.

Por que não agir, de modo análogo, quando registras o comentário de ordem negativa, partido de alguém, no clima do desespero?

Nos atos injustos, nas decisões impensadas ou nos erros que perpetramos, somos gratos à misericórdia daqueles que nos acolhem com brandura e entendimento, extinguindo no silêncio os resultados de nossas faltas involuntárias.

Como não esposar norma idêntica, quando algum de nossos irmãos escorregava na sombra?

Emmanuel – Alma e coração – Cap. 8 – No Crediário da Vida O papel da compaixão é compreender. A função do socorro é restaurar. Mas se a compaixão acalenta o mal reconhecido, a título de ternura, converte-se em

anestesia da consciência e se o socorro suprime o remédio necessário ao doente, a pretexto de resguardar-lhe o conforto, transforma-se na irresponsabilidade fantasiada de carinho, apressando-lhe a morte.

Reconhecendo, pois, que todos somos suscetíveis de queda, saibamos estender incessantemente compaixão e socorro, onde estivermos, sem escárnio para com as nossas feridas e sem louvor para com as nossas fraquezas, agindo por irmãos afetuosos e compassivos, mas sinceros e leais uns dos outros, a fim de continuarmos, todos juntos, na construção do Bem Eterno, trabalhando e servindo, cada qual de nós, em seu próprio lugar.

Emmanuel – Livro da esperança – Cap. 32 – Compaixão e Socorro

58 As Perturbações Espirituais no Lar

Compadece-te da própria família,

Ainda mesmo que encontres junto aos entes amados

Aqueles que não se afinam contigo.

A família é o grupo em que nascestes para auxiliar a ser auxiliado.

Compadece-te de teu filho.

Hoje ele é teu enlevo e tua esperança,

Amanhã será o fruto de teus ensinos

E o retrato de teus exemplos.

Compadece-te de tua filha.

Por traumas de passadas existências

É possível que ela te dê problema e preocupação.

Abençoa-lhe a presença.

Ela vem de Deus.

Compadece-te de teus irmãos.

Perante a Divina Providência, todos somos irmãos.

Entretanto, temos aqueles da consanguinidade.

Justo sabermos viver em paz uns com os outros.

Se alguns deles, porém, fugirem à lealdade fraternal, desculpa-lhes a fraqueza e

entrega-os a Deus.

Compadece-te do empregado.

Não lhe sobrecarregues com cargas e encargos superiores às suas forças.

Trata-o com atenção e dá-lhe instruções com bondade.

Ele te pede trabalho sem escravidão.

Emmanuel – Compaixão – Item 9 – Compadece-te

59 As Perturbações Espirituais no Lar

A nossa petição pode parecer estranha: “compadece-te daqueles que mais amas”.

Entretanto, o apelo não pode ser outro naquilo que pretendemos dizer, porquanto, no

Plano Físico, não raro, externamos a capacidade afetiva com enorme peso de autoridade.

Compadece-te de teus filhos.

Se não conseguiram abraçar experiências semelhantes às tuas ou se não dispõem de

recursos para te concretizarem os planos de família é que carregam no mundo encargos

diferentes. Amas na estrutura espiritual com que te vieram aos braços, conforme as induções

das Leis Divinas e libertas de qualquer cativeiro afetivo, conquanto auxiliando-os tanto quanto

se te faça possível, para que se realizem nas tarefas que trouxeram de novo à existência.

Compadece-te dos familiares e dos amigos.

Embora te respeitem e te estimem, no curso de muitas ocasiões, encontram empeços e

tribulações que desconheces. E, em muitos casos, precisam de tua paz a fim de que se entrosem

no campo de determinadas obrigações.

Compadece-te dos corações queridos a que te vinculas.

Apesar do imenso afeto que te consagram, em certos lances da estrada humana, são eles

chamados a resgates e provas, por vezes difíceis, e de que nem sempre se desvencilham senão

com largas coberturas de trabalho e de tempo.

Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar, libertar…

Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança naqueles a quem ofertas dedicação

e carinho.

Emmanuel – Busca e acharás – Cap. 42 – Compadece-te dos Teus

A vida humana é uma escola vasta e bendita. Cada inteligência encarnada se destaca,

em suas classes inúmeras, através de situações diferentes.

E todas as criaturas, diante da Grandeza Divina e perante a Glória Espiritual que nos

cabe atingir, apresentam, em caracteres invisíveis, mas infinitamente vivos, no próprio peito, o

apelo individual de todos os tempos: — Ajuda-me! — Compreende-me! — Compadece-te de

mim!

André Luiz – Nosso Livro – 1º Parte – Cap. 12 – Compadece-te

60 As Perturbações Espirituais no Lar

Perdão/Esquecimento

Do Mais Além é que se reconhece com clareza que o perdão incondicional é o preço

da paz doméstica.

João Vilaça – Praça da amizade – Cap. 8 – Citações do lar

Perdão e esquecimento devem significar a mesma coisa?

— Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o

ofendido precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o Espírito

evangelizado, perdão e esquecimento devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os

instantes da existência a necessidade de oração e vigilância.

Aliás, a própria lei da reencarnação nos ensina que só o esquecimento do passado pode

preparar a alvorada da redenção.

Emmanuel – O Consolador – Perg. 340

Quem perdoa, esquecendo o mal e avivando o bem, recebe do Pai Celestial, na simpatia

e na cooperação do próximo, o alvará da libertação de si mesmo, habilitando-se a sublimes

renovações.

Emmanuel – Fonte viva – Cap. 135 – Desculpa sempre

Quem com os lábios repete palavras de perdão, de maneira constante, demonstra

acalentar a volúpia da mágoa com que se acomoda perdendo tempo.

Perdoar é olvidar a sombra, buscando a luz.

Não é dobrar joelhos ou escalar galerias de superioridade mendaz, teatralizando os

impulsos do coração, mas sim persistir no trabalho renovador, criando o bem e a harmonia,

pelos quais aqueles que não nos entendam, de pronto, nos observem com diversa interpretação,

compreendendo-nos o idioma inarticulado do exemplo

Emmanuel – Pensamento e vida – Cap. 25 – Tolerância

Perdoar e esquecer são as duas chaves da paz.

Perdoar é o segredo sublime do triunfo na subida para Deus e esquecer o mal é

harmonizar nossa alma com as criaturas, habilitando-nos à solução de todos os problemas.

Desprendamo-nos de tudo aquilo que na Terra constitua prisão para nossa alma,

perdoando e esquecendo sempre, e encontraremos o caminho interior da Grande Ascensão.

Agar – Relicário de luz – Cap. 49 – Perdoar e esquecer

61 As Perturbações Espirituais no Lar

O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o

atormentam.

A epidemia é sustada pela vacina.

Existe, porém, uma crise estranha — e das que mais afligem os povos — francamente

inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas

conquistas modernas.

Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o

desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais

do Planeta, com a destruição consequente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.

Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades

terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser

encontrado tão somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.

O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do

ressentimento no organismo do mundo.

Emmanuel – Mãos unidas – Cap. 37 – A estranha crise

Emaranhas-te, algumas vezes, no cipoal da incompreensão de seres queridos.

Aqui, é um filho que se te afigura inacessível às diretrizes de renovação; mais além, é

um coração amado que parece não mais te suportar os convites ao bom senso.

Não insistas com intimações palavrosas. Ameaças e desafios assemelham-se a

marteladas sobre pregos de fixação.

Oferece-lhes bondade e simpatia, quando te não consigam entender, mas não os

encarceres nas linhas de teus pensamentos.

Perdão não é apenas uma joia na boca e sim a aceitação dos outros, na condição

em que ainda se encontrem, com a sincera disposição de colocar-nos em lugar deles, não

somente para avaliar-lhes a situação, mas também para sabermos quanto estimaríamos recolher,

na situação dos que erram, a tolerância da generosidade alheia.

Meimei – Somente amor – Cap. 29 – Tolerância

Quem não perdoa em família ainda não consegue servir com segurança no campo da

Humanidade.

Lourenço Prado – Praça da amizade – Cap. 6 – Citações do renascimento

62 As Perturbações Espirituais no Lar

Quando a mágoa te envolva, antes que o ressentimento se te instale no coração,

conturbando-te a vida, esquece lembrando…

Desgostos em família apareceram, criando-te problemas…

Conta com os dias de júbilo e segurança que o lar te concedeu e perceberás que os

contratempos de hoje são leves nuvens que a força do tempo desfará.

Criatura querida se te desvinculou do campo íntimo e a carência afetiva se te transforma

em chaga no sentimento…

Medita no tempo de felicidade que essa mesma criatura já te proporcionou e

reconhecerás que a mudança havida te fará descobrir novas fontes de compreensão...

Em qualquer dificuldade, não te prendas ao lado sombrio dos acontecimentos para

que não te escravizes ao peso morto das impressões negativas.

Meimei – Sentinelas da Alma – Cap. 20 – Esquece lembrando

O perdão é comparável à água lustral do espírito, lavando todas as nódoas que nos

assaltam o tecido da existência.

No terreno da própria alma, guardar ressentimentos e mágoas, melindres e dissabores,

ante a conduta alheia, é o mesmo que transportar, no reduto do próprio ser, os detritos de nossa

marcha, intoxicando-nos a vida.

Odiar é render culto ao desequilíbrio, maldizer é abrir chagas íntimas, censurar é ferir a

esperança, exigir, quase sempre, é aborrecer.

Aqui, agora e sempre, seja onde for, aprendamos a esquecer tudo o que representa poeira

inútil da caminhada, procurando simplesmente a luz da compreensão e do amor que tudo renova

e doura, a caminho da Vida Maior e abrir-se-á renovado caminho na longa peregrinação de

trabalho e de experiência em que nos cabe evoluir para Deus.

Emmanuel – Reconforto – Cap. 18 – Na Higiene da Alma

A coragem da justiça

Tem gritos de tempestade,

Mas perdão e paciência

São as forças da humildade

Casimiro Cunha – Gotas de luz – Cap. 3 – De toda a parte

63 As Perturbações Espirituais no Lar

Perdoar aos amigos! A gente nunca se lembra que é preciso perdoar aos amigos, ter

paciência com eles, porque em observações de caráter imediato, que não são verdadeiras, nos

deixamos levar por impressões... Muitas vezes, vamos conhecer a verdade depois de semanas

ou mesmo depois da morte...

Na paciência de uns para com os outros, vamos encontrar menos entraves. Então, essa

paciência com os amigos é muito importante, porque, se nós colocarmos a nossa memória em

funcionamento e perguntarmos a nós mesmos quantas vezes tivemos paciência com os

inimigos, encontraremos o número um, porque depois não voltamos ao convívio deles... Mas,

se nos indagarmos quantas vezes faltamos com paciência com os amigos? Vamos nos admirar,

porque o número é imenso..."

Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Item 304 – Perdão

Afirmação aparentemente contraditória, mas de justo sentido: “perdoar aos amigos”.

Advertência afetuosa para todos os dias. Reflete nisso e não estragues o tempo com

suscetibilidades inúteis.

Do adversário, é possível venham ofensas que nos impõem a prática da tolerância,

considerando-se que os inimigos, em muitas ocasiões, são nossos credores, que nos ensinam a

raciocinar e a discernir.

Dos amigos, porém, temos as lições constantes da convivência, na escola do cotidiano.

São os testes da comunhão afetiva que nos oferecem oportunidades à conquista do

entendimento e do amor.

Valoriza os companheiros que te apoiam e não lhes desmereças a dedicação por

bagatelas.

Não te queixes da omissão de teu nome na relação de convidados para uma festa; não

exijas dos teus associados de ideal considerações pessoais claramente dispensáveis; não te

melindres com alguma frase menos feliz a teu respeito e nem percas tempo com apontamentos

que a malícia te assopre aos ouvidos.

Honra sempre os amigos que te incentivem para o trabalho do bem e abençoa-lhes a

presença no caminho que a vida te deu a percorrer.

Diz a Escritura: “aquele que encontrou um amigo achou um tesouro” (Eclesiástico,

6.14) e, por isso mesmo, entre as mutações e perturbações do mundo, é preciso saibamos

conservá-lo.

Emmanuel – Esperança e vida – Cap. 18 – Perdoar aos Amigos

64 As Perturbações Espirituais no Lar

Se tens mágoa contra alguém, observa que esse alguém não terá agido com os teus

conceitos e pensamentos.

O amor nos vinculará sempre a determinado grupo de pessoas, entretanto, em nosso

próprio benefício, amemo-las, tais quais são, sem exigir que nos amem, sob pena de cairmos

frequentemente em desequilíbrio e abatimento.

Doemos alma e coração aos seres queridos, sem escravizá-los a nós e sem nos

escravizarmos a eles.

Por muito se nos enlacem no mundo físico, sob as teias da consanguinidade, saibamos

deixá-los libertos de nós, a fim de serem o que desejam, na certeza de que a escola da

experiência não funciona inutilmente.

Perdão e tolerância são alavancas de sustentação da nossa paz íntima.

Desculpar faltas e agravos será libertar-nos de choques e golpes que vibraríamos sobre

nós mesmos, criando em nós e para nós, dilapidações e doenças de resultados imprevisíveis.

Em suma, para quem quiser na Terra trabalhar e progredir com mais saúde e paz, alegria

e segurança, vale a pena perdoar constantemente para viver sempre melhor.

Emmanuel – Amigo – Cap. 16 – Para viver melhor

Em muitas ocasiões, penso que o ensinamento do Cristo, acerca do perdão, ( + ) se

revestiu de outras derivações no campo das atitudes.

Algum dos companheiros, haverá perguntado ao Senhor:

— Mestre, quantas vezes, devo auxiliar aos meus irmãos?

E, decerto, Jesus terá respondido:

— Não te digo que auxilies uma vez, mas setenta vezes sete vezes.

(+)21 Então chegando-se Pedro a ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar

meu irmão contra mim, que eu lhe perdoe? será até sete vezes?

22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas que até setenta vezes

sete vezes.

Mateus – Cap. 18 – versículo 21/22

Meimei – Sentinelas da alma – Cap. 25 – No álbum da compaixão

65 As Perturbações Espirituais no Lar

Perdão é requisito essencial no erguimento da libertação e da paz.

Habituamo-nos a pensar que Jesus nos teria impulsionado a desculpar “setenta vezes

sete vezes” unicamente nos casos de ofensa à dignidade pessoal ou nas ocorrências do delito

culposo, entretanto, o apelo do Evangelho nos alcança em áreas muito mais extensas da vida.

Se somarmos as inquietações e sofrimentos que infligimos a nós mesmos por não

perdoarmos aos entes amados pelo fato de não serem eles as pessoas que imaginávamos ou

desejávamos fossem, surpreenderemos conosco volumosa carga de ressentimento que nada

mais é senão peso morto, a impelir-nos para o fogo inútil do desespero.

Isso ocorre em todas as posições da vida.

Esquecemo-nos de que nenhum ser existe imobilizado, que todos experimentamos

alterações no curso do tempo e não relevamos facilmente os amigos que se modificam, sem

refletir que também nós estamos a modificar-nos diante deles.

Casamento, companheirismo, equipe, agrupamento e sociedade são instituições nas

quais é forçoso que o verbo amar seja conjugado todos os dias.

Na Terra, esposamos alguém e verificamos, muitas vezes, que esse alguém não é a

criatura que aguardávamos; entregamo-nos a determinados amigos e observamos que não

correspondem ao retrato espiritual que fazíamos deles; ou abraçamos parentes e colegas para a

execução de certos empreendimentos e notamos, por fim, que não se harmonizam com os

nossos planos de trabalho e passamos a sofrer pela incapacidade de tolerar as condições e

realidades que lhes são próprias.

Reflitamos, no entanto, que os outros se alteram à nossa frente, quase sempre na

medida em que nos alteramos para com eles.

Necessário compreender que se todos somos capazes de auxiliar a alguém, ninguém,

pode mudar ninguém, através de atitudes compulsórias, porquanto cada criatura é uma criação

original do Criador.

Aceitemos quantos convivam conosco, tais quais são, reconhecendo que para manter a

bênção do amor, entre nós, não nos compete exigir a sublimação alheia e sim trabalhar

incessantemente e quanto nos seja possível pela própria sublimação.

Emmanuel – Indulgência – Cap. 7 – Perdão e vida

66 As Perturbações Espirituais no Lar

Nos primeiros tempos do Cristianismo e, ainda hoje, o perdão, significando

magnanimidade do credor, quase sempre foi, e continua sendo considerado unicamente por

virtude.

Com o tempo, no entanto, a civilização, embora criando nova terminologia, adotou o

ensinamento de Jesus, aplicando-o, sob denominações diversas, na condição de ingrediente

inarredável do êxito, em qualquer empreendimento.

Abrangendo o próprio comércio, o perdão é praticado em todos os processos de

relacionamento entre as criaturas, bastando se lhe observe o conteúdo sob outra vestimenta

verbal.

Chama-se:

− “liberação”, nas ciências psicológicas;

− “moratória”, nas lides bancárias;

− “paciência”, no instituto da família;

− “aceitação”, nas crises e tribulações que, porventura, repontem do cotidiano; e

− “cortesia” na movimentação dos negócios.

Recordemos Jesus e verificaremos que para sustentar a própria segurança, preservar a

respeitabilidade do próprio nome, resguardar a harmonia no campo doméstico e mesmo para

conservar cooperadores e amigos, é imperioso se cultive a tolerância diariamente, não uma

só vez, mas setenta vezes sete vezes.

Emmanuel – Paz – Cap. 12 – Perdão no tempo

Enfrentas guerras em casa

Só porque buscas a paz:

Usa a luz da tolerância,

Perdoando, vencerás.

Auta de Souza – Pétalas da primavera – Cap. 14 – Notas do perdão

Quem procura caminhar

Na inspiração do Senhor,

Trabalha, distribuindo

Serviço, perdão e amor.

Casimiro Cunha – Pássaros humanos – Cap. 4 – Trilogia celeste

67 As Perturbações Espirituais no Lar

5.6 Reeducação Mental/Tratamentos Espirituais

Como é compreensível, o vício mental decorrente da convivência com o hospede (o

obsessor) gera ideoplastias perniciosas de que se alimenta psiquicamente o hospedeiro (o

obsidiado). Mesmo quando afastado o fator obsessivo, permanecem, por largo tempo, os

hábitos negativos, engendrando imagens prejudiciais que constituem a psicosfera doentia, na

qual se movimenta o paciente.

Graças a tais fatores, nem sempre a cura da obsessão ocorre quando são afastados

os pobres perseguidores, mas somente quando os seus companheiros de luta instalam no

mundo intimo as bases do legitimo amor e do trabalho fraternal em favor do próximo, tanto

quanto de si mesmos, através do reto cumprimento dos deveres.

Um dos mais severos esforços que os enfermos psíquicos por obsessão devem

movimentar, é o da reeducação mental, adaptando-se às idéias otimistas, aos pensamentos

sadios, às construções edificantes.

Por isso, a saúde mental que decorre da liberação das alienações obsessivas se faz difícil,

porque ela depende, sobretudo, do enfermo, do seu esforço e não exclusivamente do

afastamento do seu perturbador.

Não basta somente afastar os seus adversários, para que os obsidiados se recuperem...

A transformação intima, que é mais importante, porque procede do âmago do indivíduo, deve

ser trabalhada, insistentemente tentada, a fim de que se desfaçam os fatores propiciatórios,

os motivos que levam às dores, liberando cada um, a consciência, de modo a não tombar nas

auto-obsessões, mais graves e de curso mais demorado...

Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 31 – Gravames na Obsessão

Uma força existe capaz de produzir resultados junto aos perseguidores encarnados ou

desencarnados, conscientes ou inconscientes: a que se deriva da conduta moral.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

68 As Perturbações Espirituais no Lar

5.7 Ação Enobrecedora – abnegação Familiar

“A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.

Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício de caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.

Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico. Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria

para dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências. Quantas vezes, surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da

provação, dentro de casa! Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano produzira também efeitos

admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando aos vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.”

Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 40 – Na Intimidade Domestica

Caridade habitualmente incompreendida e sempre difícil de ser praticada – o amparo em regime de repetição.

Ergue-se a casa, elemento a elemento. Realiza-se a viagem passo a passo. Entretanto, frequentemente exigimos a recuperação de criatura determinada, de momento para outro, qual se as realizações da vida interior fossem estranhas às funções do tempo.

Se te encontras num problema assim, de cuja solução esperas segurança e paz, não te aflijas pela obtenção do fruto nos esforços a que te empenhas, nem esmoreças ante as situações que te solicitam tolerância e paciência.

O companheiro que te afigura incorrigível pelos desgostos que te impõem é um enfermo da alma a pedir-te doses reiteradas de compreensão e socorro, de modo a refazer-se.

E a pessoa querida que te pareça ingrata pelos golpes com que te alanceia o coração, é doente da alma a solicitar-te medicamentos renovados de ternura e entendimento, a fim de restaurar-se.

Quase sempre, antes da corporificação em novo berço terrestre, rogamos à Divina Providencia para que se nos confie a laboriosa tarefa da assistência espiritual, em benefício de alguém que só o tratamento longo na reencarnação consegue melhorar ou recuperar.”

Emmanuel – Amanhece – Cap. 10 – Aspectos da Caridade

69 As Perturbações Espirituais no Lar

Um simples ato de bondade, no recinto do lar, tem mais força persuasiva que uma dezena de pregações num templo onde a criatura comparece contrariada.

Uma única prova de sacrifício entre duas pessoas que se defrontam, no convívio diário, surge mais eficaz como agente de ensino que uma vintena de livros impostos para leituras forçadas.

Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 10 – O Espiritismo e os Cônjuges Compras na Terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a Paz. Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranquilidade de Espírito. No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que

não penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar. Usa portas e janelas, sem estrondos brutais. Não movas objetos, de arranco. Foge à gritaria inconveniente. Atende ao culto da gentileza. Há quem diga que o lar é o ponto de desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime.

Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que ele se torne em praça onde a criatura se animalize.

Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique. Emmanuel – Luz no Lar – Cap. 62 – Paz em Casa

As virtudes de que são portadores os espíritos de alta hierarquia tem seu embrião nas

pequeninas vitórias de todos os dias. Quem poderá ser um anjo de luz em missão de Amor e Renuncia, se jamais tiver vibrado em um início dessa virtude pela dedicação a seu núcleo familiar?

Como poderá vencer as distancias interplanetárias com a alma risonha e feliz, se não tiver antes aprendido a percorrer pacientemente os quilômetros incontáveis, entre a sala e a cozinha, entre o quarto do doente e a enfermaria que lhe fornecerá os recursos de alívio? Neste humilde vaivém, consolidam-se as virtudes do espírito.

Um halo de luz vibra com calor em cada lar harmonizado, pois existem aí autênticas vitórias do espírito.

São mandatários de Deus aqueles que conseguem harmonizar forças heterogêneas a benefício do progresso geral.

André Luiz – Mensagens do Grande Coração – 1º Parte – Cap. 8 – A Renovação através das Reencarnações

70 As Perturbações Espirituais no Lar

Nos processos de obsessão de qualquer natureza, as conquistas morais do paciente são-

lhe o salvo-conduto para o trânsito sem problemas durante a sua vilegiatura carnal. Isto porque,

liberado da constrição afligente, começa-lhe o período da recuperação dos débitos passados

mediante outras provações de que necessita e de testemunhos que lhe aferirão as novas

disposições abrigadas na alma.

O maior antídoto à obsessão, além da comunhão com Deus, nunca será demasiado

repeti-lo, é a ação enobrecedora. O trabalho edificante constitui força de manutenção do

equilíbrio, porquanto, desenvolvendo as atividades mentais, pela concentração na

responsabilidade e na preocupação para executar os deveres, desconecta os plugs que se

encaixam as matrizes psíquicas receptoras das induções obsessivas. A oração, portanto,

desdobrada na ação superior, representa a psicoterapia anti-obsessiva mais relevante, que

está ao alcance de toda e qualquer pessoa responsável, de boa vontade.

Apoiem-se na oração e no trabalho. A paisagem mental luarizada pela prece e o

sentimento vinculado ao dever, no serviço, podem ser sitiados pelas forças da obsessão, mas

nunca tombarão nas mãos dos pertinazes perseguidores.

Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 32 – O Retorno de Felipe

O conhecimento do Espiritismo realiza a melhor terapêutica para o espírito,

higienizando-lhe a mente, animando-o para o trabalho reto e atitudes corretas e sobretudo

dulcificando-o pelo exercício do amor e da caridade, como medidas providenciais de

reajustamento e equilíbrio. Não há força operante no mal que consiga penetrar numa mente

assepsiada pelas energias vitalizadoras do otimismo, que se adquire pela irrestrita confiança

em Deus e pela prática das ações da solidariedade e da fraternidade.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 6 – No

Anfiteatro

71 As Perturbações Espirituais no Lar

Quando se lhe falam (aos homens) do recurso da oração – anestésico sublime da dor,

reage porque lhe desconhece a formula salutar.

Quando convidado à meditação – estimulante de efeito enérgico e relevante,

desconsidera-lhe o conteúdo porque se aclimatou … ociosidade mental em termos de reflexão

e disciplina.

Ao se lhe apresentarem uma leitura substanciosa – verdadeira psicoterapia otimista,

reivindica as páginas chocantes da licenciosidade, por achar ingênuas aqueloutras, de

significação ultrapassada.

Se chamado à beneficência mediante ação pessoal – praxiterapia liberativa,

apresenta escusa, por se acreditar sem condições.

Convidado ao exercício da caridade fraternal em morros e favelas, palafitas e

alagados – ginástica e ioga para o corpo, mente e espírito, prefere as fugas espetaculares

através do desculpismo insensato, taxando de pieguistas essas realizações e atirando a

responsabilidade desse mister a governos e organizações de serviço social.

No entanto, o amor é melhor para quem ama e a ação dignificante eleva e pacifica

aquele que a executa.

Sem dúvida, a quimioterapia, a farmacopéia em geral dispõem de elevados contributos

para o homem, minimizando-lhe enfermidades, erradicando velhas e calamitosas epidemias,

ampliando as possibilidades da vida na terra.

Sem embargo, a terapia espiritual vazada no Evangelho e nos recursos do Espiritismo

é o maior antídoto ao desgaste, à excitação, ao cansaço, à violência, à criminalidade e à

miséria social dos momentos cruciais que estrugem na Terra...

Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna: Cap. 8 – Doença e Terapêutica

72 As Perturbações Espirituais no Lar

6. A Perturbação Espiritual no Lar – Exemplos

6.1 Tentativa de Suicídio Infantil – Suely Caldas Schubert

Certa criança de três anos e alguns meses vinha tentando o suicídio das mais diferentes

maneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro,

atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois, quis atirar-se do carro em

movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite. Seu comportamento, de súbito,

tornou-se estranho, maltratando especialmente a mãe, a quem dirigia palavras de baixo calão

que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento.

Foram feitas reuniões de desobsessão em seu benefício, quando se verificaram as

origens do seu estado atual. Atormentada por muitos obsessores, seu comprometimento

espiritual é muito sério.

As outras crianças mencionadas tinham sintomas semelhantes: acordavam no meio da

noite, inconscientes, gritando, falando e rindo alto, não atendiam e nem respondiam aos

familiares, nem mesmo dando acordo da presença destes.

Todas são menores de cinco anos.

Com a terapêutica espírita completa, essas crianças melhoraram sensivelmente, sendo

que três retornaram ao estado normal.

Suely Caldas Schubert – Obsessão e Desobsessão – Cap. 12 – A criança obsidiada

73 As Perturbações Espirituais no Lar

6.2 Suicídio Juvenil – Hilda

Há duas palavras com significação muito diferente na Terra e na Vida Espiritual.

Uma delas é "consciência", a outra é "responsabilidade".

No plano físico, muitas vezes conseguimos sufocar a primeira e iludir a segunda

temporariamente, mas, no campo das Verdades Eternas, não será possível adormecer ou

enganar uma e outra.

A consciência revela-nos tais quais somos, seja onde for, e a responsabilidade

marca-nos a fronte com os nossos merecimentos, culpas ou compromissos.

Enquanto desfrutais o aprendizado na experiência humana, acautelai-vos na

conceituação dessas duas forças, porque o pensamento é a energia coagulante de nossas

aspirações e desejos.

Por isso, não fugiremos aos resultados da própria ação.

Fala-vos humilde companheira que ainda sofre, depois de aflitiva tragédia no suicídio,

alguém que conhece de perto a responsabilidade na queda a que se arrojou, infeliz.

O pensamento delituoso é assim como um fruto apodrecido que colocamos na casa

de nossa mente.

De instante a instante, a corrupção se dilata e atraímos em nosso desfavor todos aqueles

elementos que se afinam com a nossa invigilância e que se sentem garantidos por nossa incúria,

presidindo-nos a perturbação que fatalmente nos arrasta a grande perda.

Obsidiada fui eu, é verdade.

Jovem caprichosa, contrariada em meus impulsos afetivos, acariciei a idéia da fuga,

menoscabando todos os favores que a Providência Divina me concedera à estrada primaveril.

Acalentei a idéia do suicídio com volúpia e, com isso, através dela, fortaleci as

ligações deploráveis com os desafetos de meu passado, que falava mais alto no presente.

Esqueci-me dos generosos progenitores, a quem devia ternura; dos familiares, junto dos

quais me empenhara em abençoadas dívidas de serviço; olvidei meus amigos, cuja simpatia

poderia tomar por valioso escudo em minha justa defesa, e desviei-me do campo de sagradas

obrigações, ignorando deliberadamente que elas representavam os instrumentos de minha

restauração espiritual.

Refletia no suicídio com a expectação de quem se encaminhava para uma porta

libertadora, tentando, inutilmente, fugir de mim mesma.

74 As Perturbações Espirituais no Lar

E, nesse passo desacertado, todas as cadeias do meu pretérito se reconstituíram,

religando-me às trevas interiores, até que numa noite de supremo infortúnio empunhei a taça

fatídica que me liquidaria a existência na carne.

Refiro-me a essa hora terrível e inolvidável, para fortalecer em vosso espírito a

responsabilidade do pensamento criado, alimentado, e vivido ...

No momento cruel, um raio de luz clareou-me por dentro! ...

Eu não deveria morrer assim – comecei a pensar. Cabia-me guardar nos ombros, por

título de glória, a cruz que o Senhor me confiara! ...

Imensa repugnância pela deserção, de súbito, iluminou-me a alma; entretanto, na

penumbra do quarto, rostos sinistros se materializaram de leve e braços hirsutos me rodearam.

Vozes inesquecíveis e cavernosas infundiram-me estranho pavor, exclamando: – «É

preciso beber.»

A bênção do socorro celeste fora como que abafada por todas as correntes de treva

que eu mesma nutrira.

Debalde minha mão trêmula ansiou desfazer-se do líquido fatal.

Esvaíram-se-me as forças.

Senti-me desequilibrada e, embora sustentasse a consciência do meu gesto, sorvi, quase

sem querer, a poção com que meu corpo se rendeu ao sepulcro.

Em verdade, eu era obsidiada ...

Sofria a perseguição de adversários, residentes na sombra, mas perseguição que eu

mesma sustentei com a minha desídia e ociosidade mental.

Corporificara, imprevidente, todas as forças que, na extrema hora, me facilitaram a

queda.

Conservando a idéia lamentável, acabei lamentando a minha própria ruína.

Em razão disso, padeci, depois do túmulo, todas as humilhações que podem rebaixar a

mulher indefesa ...

Agora, que se me refazem as energias, recebi a graça de acordar nos amigos

encarnados a noção de «responsabilidade» e «consciência», no campo das imagens que nós

mesmos criamos e alimentamos, serviço esse a que me consagrei, até que novo estágio entre os

homens me imponha a recapitulação total da prova em que vim a desfalecer.

É por essa razão que terminamos as nossas frases despretensiosas, lembrando a vós

outros que o pensamento deplorável, na vida Íntima, é assim como o detrito que guardamos

irrefletidamente em nosso templo doméstico.

75 As Perturbações Espirituais no Lar

Se somos atenciosos para com a higiene exterior, usando desinfetantes e instrumento de

limpeza, assegurando a saúde e a tranqüilidade, movimentemos também o trabalho, a

bondade e o estudo, contra a dominação do pensamento infeliz, logo que o pensamento

infeliz se esboce levemente na tela de nossos desejos imanifestos.

Cumpramos nossas obrigações, visitemos o amigo enfermo, atendamos à criança

desventurada, procuremos a execução de nossas tarefas, busquemos o convívio do livro

nobre, tentemos a conversação robusta e edificante, refugiemo-nos no santuário da prece

e devotemo-nos à felicidade do próximo, instalando-nos sob a tutela do bem e agindo sempre

contra o pensamento insensato, porque, através dele, a obsessão se insinua, a perseguição se

materializa, e, quando acordamos, diante da própria responsabilidade, muitas vezes a nossa

consciência chora tarde demais.

Hilda – Vozes do Grande Além – Cap. 39 – Suicídio e Obsessão

76 As Perturbações Espirituais no Lar

6.3 Perturbação Familiar Coletiva – Yvonne Pereira

Retornaram logo após ao Posto Mediúnico de onde haviam partido, chocados e ansiosos.

E Roberto, que chefiava a expedição, tomou a palavra (transmitiu as irradiações mentais),

desincumbindo-se do noticiário sobre o reconhecimento efetuado:

- Trata-se de um caso de obsessão coletiva simples, meu caro irmão..., carente de

intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem outros suicídios na

família...

São, quase todos os membros dessa numerosa família, constituída do velho casal e dez

filhos menores, portadores de faculdades mediúnicas ignoradas...

Não cultivam o estudo edificante para o saneamento mental, nem a meditação sobre

assuntos elevados do espírito, e tão-pouco a prece..., tornando-se, por isso mesmo, campo raso

para os assédios das trevas... pois que também não alimentam sentimentos religiosos de

qualquer espécie, apenas afetando um interesse convencional pela crença católica romana...

- Dizes, pois, meu caro Roberto - intervim, procurando inteirar-me dos detalhes a fim

de melhor estabelecer o programa de operações beneficentes -, ter havido, com efeito, mais de

um suicídio no seio dessa pobre família?...

- Sim! Inteirei-me de que o chefe da mesma família, de nome Leonel, pôs termo à

existência terrena, desfechando um tiro de revólver no ouvido direito, e que sua filha

primogênita, jovem de vinte primaveras, lhe imitou o gesto alguns meses depois, servindo-

se, porém, de um tóxico violento...

Inteirei-me ainda de que outro filho seu, de quinze anos de idade, tentou igualmente o

sinistro ato, salvando-se, no entanto, graças à ação prestimosa de amigos agilíssimos, que

evitaram fosse ele colhido por um trem de ferro, pois o tresloucado lançou-se aos trilhos,

enfrentando o comboio, que se aproximava...

- E como te inteiraste de que se trata de ação obsessora simples, sobre médiuns que

ignoram estar sob influências maleficentes da sugestão extraterrena, visto que vivem alheios

aos fenômenos e às observações espíritas?...

- Vimos ambos os suicidas ainda retidos no próprio teatro dos acontecimentos: - Leonel,

vagando, desolado e sofredor, a bradar por socorros médicos, traindo nas próprias repercussões

vibratórias o gênero da morte escolhida sob pressões invisíveis... e Alcina, a filha, com o

perispírito ainda em colapso, desmaiada sob o choque violento do ato praticado... distinguimos

também os obsessores...

77 As Perturbações Espirituais no Lar

– E como se apresentam estes?... Odientos, vingativos?... Sofredores, que destilam o

vírus mental e vibratório contundente, sem saberem o que fazem?...

Afeiçoados às vítimas por simples afinidades de caráter, ou índole?... pois sabemos que

até mesmo um sentimento de amor – ou paixão – mal orientados ocasionará desastres como

esses...

– Não, Senhor! – explicou vivamente o dedicado assistente. – Trata-se de algo ainda

mais doloroso!

São ódios, vinganças pessoais de um passado que se me afigura intensamente

dramático! Os obsessores pertencem às falanges do antigo judaísmo! Ainda conservam nas

irradiações mentais, refletindo sobre a sensibilidade do perispírito, as sombras, as imagens, mui

concretizadas, da indumentária usada pelos judeus de Portugal, pelo século XVI...

Eu também vivi nessa época, meu caro irmão, na Espanha como em Portugal..., pertenci

igualmente ao judaísmo... e fácil me foi compreender o amargor da situação que acabo de

presenciar...

O móvel do suicídio de Leonel, criado, como sabemos, sob pressão de inimigos

invisíveis, fora o terror a uma inevitável ordem de prisão, ao cárcere humilhante e degradante,

que lhe escancarava possibilidades irreprimíveis.

Curvando-se àquelas influências, envolvera-se ele em complexos irremediáveis, no seio

da firma comercial a que emprestava os próprios labores profissionais, como "guarda-livros" e

"caixa" interino que era da mesma, cargos estes da mais alta importância no comércio e que

outrora somente se confiavam a pessoas de reputação inatacável e íntima confiança da firma

que as admitia.

As anormalidades morais e psíquicas surgiram na vida de Leonel desde a infância.

Durante esse período, em que, geralmente, a criança é graciosa e gentil, passiva às disciplinas

educativas, a dita personagem mostrava-se avessa aos próprios carinhos maternos, preferindo

rebelar-se contra toda e qualquer modalidade de correção imposta pelos pais, e também pelos

mestres, na escola que freqüentava, e repelindo conselhos e advertências que visavam a orientá-

lo para bons princípios.

Demorara a instruir-se nas escolas onde tentava o curso primário, queixando-se de

constantes depressões, e freqüentemente tornando-se presa de violentas dores de cabeça, que o

arrastavam a crises de desesperos impróprias de uma criança.

78 As Perturbações Espirituais no Lar

Dificilmente concordava em ingerir as drogas receitadas pelo médico da família, o qual

se abalava, às vezes altas horas da noite, solicitado por alguém da família, que o procurava

cheio de aflição.

Em presença deste, negava-se a deixar-se auscultar, embora sofresse. E, colérico e

vermelho, como se uma apoplexia estivesse iminente, os olhos injetados de sangue, pela

violência das dores de cabeça, que sofria, não só entrava a insultar o médico, expulsando-o de

casa, como se metia debaixo das camas, dos sofás e das mesas, desfeito em choro histérico ou

presa de gargalhadas suspeitas, e, tanta força empregava contra os citados móveis, debaixo dos

quais se metia, que os levantava às costas e virava-os, não raro, de perna para o ar,

escandalizando os familiares e também o médico, que habitualmente aconselhava a seus pais

doses de chineladas alternadas com a medicamentação por ele próprio receitada, pois que em

tudo aquilo, no seu modo de entender, existia também alta percentagem de má educação e

rebeldia, que estavam a requisitar severa e imediata correção.

De outras vezes, verdadeiramente possesso pelas entidades trevosas do Invisível,

quebrava os consolos e aparadores de sua mãe e as porcelanas existentes nos armários onde se

guardava a louça da casa, quebrava espelhos, vidraças, e tais eram os desatinos que

sobrevinham dentro do lar, daí derivados, que, desesperado, seu pai saía para a rua, às vezes a

horas adiantadas da noite, receoso de esbordoá-lo e matá-lo sob a cólera por que se sentia

invadir, enquanto sua mãe caía com ataques nervosos de suma gravidade, após o que, ele

próprio, caía em prostração surpreendente, abatido e sonolento, para avançar pela noite a dentro,

presa de pesadelos terríveis, durante os quais se sentia envolvido em chamas, no centro de uma

fogueira imensa, ou encarcerado em prisões infectas, torturado por azorragues e mil outras

impressões que a custo se dissipavam.

Não obstante, atingindo a puberdade, tais anomalias arrefeceram de intensidade,

oferecendo esperanças de cura.

Um hábil tratamento psíquico trar-lhe-ia, então, modificações gerais, traçando,

porventura, trajetória nova em seu destino. Mas, infelizmente para todos, seus pais e sua família,

atidos à indiferença dos assuntos espirituais, conservando-se pouco menos que materialistas,

não cogitaram de coisa alguma racional a seu favor.

Sua mãe, doente, afetada de ambos os pulmões, definhava lentamente.

Mas, ainda assim, encaminhara-o à religião, confessando ao vigário da paróquia, onde

residiam, as intraduzíveis diabruras do filho.

79 As Perturbações Espirituais no Lar

Paciente e bom, o sacerdote tentou aconselhá-lo afetuosamente, atraindo-o para

catecismo e lecionando-lhe normas de boa conduta moral e social e de respeito a Deus. Mas

Leonel opunha-se ao ensino, manifestando tal horror às coisas da Igreja e tanta aversão ao

sacerdote que, desanimado, declarou àquela sofredora mãe que seu filho era criança

incorrigível, de má índole, e que somente a lei do Criador teria bastante sabedoria para chamá-

lo ao dever.

Aos quinze anos morreu-lhe o pai, após breve enfermidade, deixando-o em completa

liberdade. Aos dezessete, as antigas crises desapareceram, mas hábitos novos sucederam aos

antigos, porventura ainda mais daninhos, perigosos: – toda e qualquer soma financeira que lhe

caísse sob os olhos era desviada para o jogo e o trato com mulheres desonestas.

Vários empregos, em casas comerciais, foram tantos outros vexames que pungiam o

coração de sua mãe, que por várias vezes ouviu, de empregadores do filho, queixas acerbas da

sua conduta e até insultos, ao ser ele despedido, em face do mau procedimento para com seus

chefes.

Finalmente, com muito esforço e sob vigilância do padrinho, que lhe substituíra, até

certo ponto, o pai, conseguiu findar o curso de Ciências Comerciais que desde muito tentava, e

tornou-se "guarda-livros", título equivalente ao que hoje se denomina "perito-contador".

Por esse tempo, o jogo absorvia-o e ele se endividava, causando sobressaltos a sua mãe,

que temia vê-lo irremediavelmente desacreditado, às voltas com a Polícia. Mesmo assim,

porém, apesar de encontrar-se sofrivelmente colocado e contando apenas vinte e dois anos de

idade, casou-se, porquanto a família entendera tornar-se o casamento seguro corretivo para

tantos desatinos.

Não foi, entretanto, mau esposo, se considerarmos que não maltratava fisicamente a

mulher, sendo até amável no trato para com ela. Mas também não se poderia considerá-lo bom,

visto que jamais se preocupou em proporcionar conforto à família, mantendo-a sempre em

acentuada pobreza, porquanto seus desacertos fora do lar absorviam parte dos recursos obtidos

do trabalho cotidiano.

Sua existência, assim, após o casamento, continuou caracterizando-se pelos desacertos,

que prosseguiam num crescendo angustiador.

A despeito da paciência da esposa, do seu desvelo pelo lar, ali não havia paz, nem

esperança, nem confiança no destino, porque Leonel passava noites consecutivas à mesa do

jogo ou locupletando-se em ceias orgíacas com amigos suspeitos.

80 As Perturbações Espirituais no Lar

Os filhos se sucediam; e, ao atingirem a segunda infância, dir-se-iam viver assustadiços,

atemorizados sem saberem por que razão.

Eram feios, nervosos, enfermiços, dentre todos destacando-se a filha primogênita, cujo

nome, Alcina, dir-se-ia o próprio escárnio em face do seu aspecto visivelmente masculino, não

obstante tratar-se de pessoa raquítica. Feia, trazendo feições anormais, inteiramente

desgraciosas, exibia também um defeito físico, pois coxeava sensivelmente da perna esquerda.

Nesse lar, altercações, choro, dificuldades financeiras, falta de crença em Deus e de

qualquer religião, era o que ressaltava, de início, à observação de qualquer visitante ou amigo.

À noite, sucediam-se entre os filhos, pesadelos e crises idênticos aos que o próprio

Leonel apresentara na infância.

Quatro anos decorreram sem anormalidades. A proteção invisível do Alto

generosamente colocou ao seu alcance oportunidade salvadora, aproveitando o período sereno

que sobreviera em torno dele: – dois companheiros de trabalho, espiritistas convictos e cultos,

homens honestos, bem inspirados pelas forças invisíveis do Bem, tentaram despertá-lo para a

crença em Deus e o cultivo das forças, ou dons, espirituais.

Deram-lhe a ler livros doutrinários e científicos. Falaram-lhe da excelsitude da Doutrina

que professavam, a qual a eles próprios levantara do ostracismo estéril para o plano harmonioso

do dever cumprido e da consciência tranqüila.

Disseram-lhe da sua suave feição amorosa, que recomendava o jugo benévolo da

compaixão pelos oprimidos e sofredores em geral. Mas Leonel rejeitou os amorosos convites,

ridiculizou o Evangelho, que ele não estava à altura de assimilar, glosou com chistes ofensivos

a Filosofia, que não pôde entender, e depreciou a Ciência, para terminar evitando o

prosseguimento das relações de amizade com os dois companheiros, que ali nada mais

representavam senão instrumentos da assistência piedosa do Invisível, que tentava estender-lhe

mão salvadora à beira de um abismo que o seu livre arbítrio tornava iminente, mas evitável pelo

bom senso e a continência nas expansões das próprias paixões.

Vagara, porém, o cargo de tesoureiro caixa da fábrica em apreço. Porque houvesse

cativado a confiança dos diretores da mesma, com a habilidade profissional, de que dera sobejas

provas, confiaram-lhe, interinamente, o cargo máximo da grande instituição comercial.

Os primeiros meses deslizaram normalmente. Mas, de súbito, Leonel entra a sonhar com

grandes quantias em seu poder, oriundos do jogo.

81 As Perturbações Espirituais no Lar

Sente-se rico em pesadelos agradáveis, e rodeado de prazeres. Tais sonhos se

distenderam em sugestões, durante a vigília, e um desejo ardente de ser rico, de viajar e

conhecer a Europa, apossou-se dele, humilhando-o ante a modéstia em que via decorrer os

próprios dias de existência.

As sugestões dominaram seus pensamentos, e a antiga atração pelo jogo impele-o a

voltar aos antros de vícios que durante algum tempo foram esquecidos. E noites se sucedem,

com ele à mesa da roleta e das cartas, perdendo quantias vultosas. Na manhã seguinte, deixava

de comparecer ao horário exato das suas funções, na fábrica, alterando o bom andamento dos

serviços a seu cargo.

Dores de cabeça violentas torturavam-no, alterando-lhe a saúde. Estado inquietante, de

depressão ou excitação, sobrevêm, dificultando-lhe as ações cotidianas.

No decorrer de alguns meses, nada mais possuindo de seu, para jogar, porque perdia

sempre, sem jamais recuperar o que ia perdendo, entrou a desviar, para o jogo, quantias

confiadas à sua guarda, como "caixa" que era da importante firma.

Por sua vez, a vida de Alcina, desde o berço, destacara-se do normal pela enfermidade.

Não desfrutara, jamais, boa saúde. Irritava-se por todos os motivos. Sombria, odiosa, rodeada

de complexos, reconhecendo-se desagradável a todos, retraía-se de tudo e de todos,

conservando-se no interior da casa, sem jamais dignar-se a um passeio ou a uma visita,

negando-se mesmo a cumprimentar os amigos da casa que porventura visitassem a família.

Vivia apavorada, temendo as sombras, incapaz de penetrar sozinha qualquer

compartimento da casa, asseverando que vultos tenebrosos lhe apareciam na escuridão,

brandindo chicotes e oferecendo-lhe copázios de veneno a tomar.

Ataques sobrevinham freqüentemente, durante os quais se sentia devorada pelo fogo e

chicoteada por verdugos, que gargalhavam ante seus padecimentos. Após tais crises, adoecia.

Os dias, pois, assim se sucediam, sem alterações para Leonel e sua filha. Este tornou-se

neurastênico, irritadiço. Não falava a amigos, não mais cumprimentava os próprios

companheiros de trabalho. E a todos os instantes, com a mente assoberbada de preocupações,

segredava-lhe a intuição das trevas, nas sugestões de perseguidores implacáveis:

– Retira, retira outras importâncias... Hás de recuperar tudo... A sorte hoje será tua...

recuperarás tudo e reporás na "caixa" o que foi "tomado de empréstimo"... Cada um tem o seu

dia... Hoje é o teu grande dia, para obteres fortuna e recompensas felizes ao muito que tens

sofrido...

82 As Perturbações Espirituais no Lar

No entanto, perdia, ainda e sempre, porque o perseguidor o acompanhava à mesa das

cartas para não deixá-lo ganhar, o que o obrigava a excepcionais habilidades profissionais, para

encobrir a própria falta aos diretores da firma, através da escrita que, como principal "guarda-

livros", fazia. E longas horas de meditações e mutabilidade expressiva sobrevinham, para

inquietação de toda a família. Até que, finalmente, chegou o dia em que tudo se esclareceu, tal

como desejara o obsessor, não vendo Leonel outro alvitre para a desgraçada situação a não ser

a prisão ou o suicídio.

As importâncias de que lentamente se apossara montavam em cerca de duzentos contos

de réis (valor da época), soma que, então, representava apreciável fortuna, impossível a um

funcionário das suas condições obter para saldar uma dívida.

O infeliz livre pensador, então, desamparado de quaisquer forças de reação, porquanto

nem mesmo uma fé religiosa jamais concordara em cultivar, preferiu o suicídio, assim se

curvando, ato por ato, atitude por atitude, às sugestões do inimigo invisível que, realmente, só

desejava desgraçá-lo.

No entanto, uma vez tombado para sempre o próprio corpo carnal, o que Leonel

encontrara como Espírito fora o prosseguimento da própria vida que tentara destruir para evitar

a desonra, assim os mesmos dissabores, angústias e preocupações, agravados por uma

hipersensibilidade torturante, como pelas penosas impressões físico materiais oriundas da

violência do choque traumático derivado da morte prematura.

Cumpriria cientificar-me do passado espiritual das personagens implicadas no drama

que se apresentava complexo e muito grave, a fim de me habilitar para uma favorável solução

do mesmo.

(...) Deliberamos, então, recorrer ao Guardião hierárquico de Leonel, certos de que, por

mais desgraçada e revel que seja uma individualidade, sempre será exato que contará com fiéis

amigos do plano invisível, prontos a beneficiá-la e assisti-la, desde que ela própria consinta em

ser auxiliada através da boa vontade em progredir.

Prontificou-se ao relatório solicitado o venerando mentor espiritual e, bondosamente,

qual o emérito professor na cátedra elucidativa, foi dizendo, como em prelúdio às narrações que

viriam a seguir:

83 As Perturbações Espirituais no Lar

– O nosso querido Leonel necessitava, meus amigos, realmente, da amarga lição que,

finalmente, a lei das causas e dos efeitos o levou a experimentar. Desde tempo remoto até a

atualidade, ele se vem inspirando em diretrizes corrompidas, arraigado a paixões inferiores,

sem boa vontade para a emenda em princípios regeneradores, apesar dos nossos esforços para

conduzi-lo à marcha legítima para o Bem.

O orgulho incorrigível, os instintos inferiores, a indiferença pelo respeito a Deus e às

leis da Vida e da Morte, a permanência intransigente nas ínfimas camadas da moral, as

conseqüências sempre desastrosas daí decorrentes, bradavam por um corretivo mais enérgico,

uma punição que, levando-o à dor legítima, dispusesse suas faculdades a atitudes mais sóbrias,

permitindo-lhe raciocínios a bem de si mesmo.

Variados ensejos para o progresso nós lho vimos concedendo dentro de período

milenar. Há menosprezado tudo, conservando-se fiel ao antagonismo com a luz. Vezes várias

fizemo-lo reencarnar em ambientes honestos, no seio dos quais lições e exemplos educativos

jamais escassearam.

A tudo repudiou, desgostando pais, ferindo irmãos, atraiçoando amigos, negando-se ao

dever, reincidindo em faltas graves, afastando-se de Deus!

Fixado, assim, num círculo que se tornava vicioso, urgia algo em seu socorro através

de um corretivo que para sempre lhe sacudisse as forças psíquicas para novos rumos.

Qual o corretivo, porém, a aplicar?... Que punição bastante justa, castigo assaz sábio

para, corrigindo-o, não reverter em impiedade por parte da lei que os permitisse?...

De fácil solução seria o problema, aplicado tantas vezes entre os endurecidos no mal,

pela mesma lei: – deixá-lo inteiramente entregue ao seu livre arbítrio! Afastarmo-nos dos seus

caminhos, não mais os aconselhando durante o sono corporal e tão-pouco tecendo em torno

dos seus passos barreiras que anulassem os múltiplos malefícios com que teimava em barricar

a própria evolução moral espiritual.

Deixarmos de interferir nas reencarnações, abandonando-o à própria

responsabilidade, sem nossas inspirações e assistência, a fim de que sentido, finalmente, a

solidão interior envolver o seu espírito, ele se humilhasse perante si mesmo e procurasse

reencontrar-nos, com boa vontade para a emenda e a conquista do progresso, impulsionado

pelos aguilhões da dor.

Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus.

84 As Perturbações Espirituais no Lar

7. Referências

Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões usuais – está

numa forma mais sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto do trabalho e os

livros/mensagens.

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

1 Agar – Relicário de luz – Cap. 49 – Perdoar e esquecer

2 Allan Kardec – A Gênese – Cap. 14 – Os Fluidos – Obsessões e Possessões

3 Allan Kardec – Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap 4 – Item 19

4 Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 28 – item 81

5 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 3º Parte – Cap. 7 – Item 3 – Perg. 774

6 Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

7 Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

8 Amélia Rodrigues – Crestomatia da Imortalidade – Cap. 41 – Orar sempre e constantemente

9 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 10 – O Espiritismo e os Cônjuges

10 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 35 – Influenciações Espirituais Sutis

11 André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

12 André Luiz – Mecanismos da Mediunidade – Cap. 16 – Centro Indutor do Lar

13 André Luiz – Mensagens do Grande Coração – 1º Parte – Cap. 8 – A Renovação através das Reencarnações

14 André Luiz – No Mundo Maior – Cap. 07 – Processo Redentor

15 André Luiz – No Mundo Maior – Cap. 16 – Alienados Mentais

16 André Luiz – Nosso Livro – 1º Parte – Cap. 12 – Compadece-te

17 André Luiz – Senda para Deus – Cap. 3 – S. O. S.

18 André Luiz – O Espírito da Verdade – Cap. 16 – Educação

19 André Luiz – Os Mensageiros – Cap. 37 – No Santuário Doméstico

85 As Perturbações Espirituais no Lar

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

20 Auta de Souza – Pétalas da primavera – Cap. 14 – Notas do perdão

21 Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

22 Bezerra de Meneses – Recordações da Mediunidade: Cap. 10 – O Complexo Obsessão

23 Bezerra de Meneses – Revista Presença Espírita # 338 – Maio/Junho/2020

24 Camilo – Desafios da vida Familiar – Cap. 1 – O Sentido da Família

25 Camilo – Educação & Vivencias – Cap. 8 – Drogas e Obsessões

26 Camilo – Nos Passos da Vida Terrestre – Cap. 11 – Ante o desassossego Social

27 Camilo – Nos Passos da Vida Terrestre – Cap.08 – Descaso na Educação

28 Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna: Cap. 8 – Doença e Terapêutica

29 Casimiro Cunha – Gotas de luz – Cap. 3 – De toda a parte

30 Dias da Cruz – Revista Reformador – 2005 – Agosto– Suicídio na Adolescência

31 Divaldo Franco – Vivências do amor em Família – Cap. 7 – Conflitos Familiares

32 Emmanuel – Alma e coração – Ca. 21 – Perturbação e obsessão

33 Emmanuel – Alma e coração – Cap. 08 – No Crediário da Vida

34 Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 27 – Será Paciente

35 Emmanuel – Amanhece – Cap. 10 – Aspectos da Caridade

36 Emmanuel – Amigo – Cap. 16 – Para viver melhor

37 Emmanuel – Busca e acharás – Cap. 42 – Compadece-te dos Teus

38 Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 15 – Conquista da Compaixão

39 Emmanuel – Compaixão – Item 9 – Compadece-te

40 Emmanuel – Diálogos dos Vivos – Cap. 21 – Dupla Renovação

41 Emmanuel – Esperança e vida – Cap. 18 – Perdoar aos Amigos

42 Emmanuel – Fonte viva – Cap. 135 – Desculpa sempre

43 Emmanuel – Indulgência – Cap. 7 – Perdão e vida

44 Emmanuel – Livro da esperança – Cap. 32 – Compaixão e Socorro

86 As Perturbações Espirituais no Lar

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

45 Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 40 – Na Intimidade Domestica

46 Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 88 – Em Louvor da Prece

47 Emmanuel – Luz no Lar – Cap. 62 – Paz em Casa

48 Emmanuel – Mãos unidas – Cap. 37 – A estranha crise

49 Emmanuel – No Portal da Luz – Cap. 8 – Familiares Incompreensivos

50 Emmanuel – O Consolador – Perg. 340

51 Emmanuel – Palavras de vida Eterna – Cap. 67 – A melhor medida

52 Emmanuel – Paz – Cap. 12 – Perdão no tempo

53 Emmanuel – Pensamento e Vida – Cap. 25 – Tolerância

54 Emmanuel – Pensamento e Vida – Cap. 09 – Sugestão

55 Emmanuel – Reconforto – Cap. 18 – Na Higiene da Alma

56 Emmanuel – Vida e Sexo – Cap.17 – Aborto

57 Emmanuel – Nós – Cap. 5 – A Família / Família – Cap. 1 – Em Família

58 Eurípedes Barsanulfo – Sementes de Vida Eterna – Cap. 50 – Tormentos da Obsessão

59 Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Item 304 – Perdão

60 Hilda – Vozes do Grande Além – Cap. 39 – Suicídio e Obsessão

61 Humberto de Campos – Luz no Lar – Cap. 5 – No Reino Doméstico

62 Jácome Góes – Conceitos de Vida – Cap. 17 – A Difícil convivência no Lar

63 Joanna de Ângelis – Alerta – Cap. 4 – Obsessão e Jesus

64 Joanna de Angelis – Após a Tempestade – Cap.7 – Delinquência, Perversidade e Violência

65 Joanna de Angelis – Conflitos Existências – Cap. 12 – Drogadição

66 Joanna de Angelis – Constelação Familiar – Cap. 24 – Drogadição na Família

67 Joanna de Angelis – Constelação Familiar – Cap. 29 – A Família hodierna

68 Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 52 – Dentro do Lar

69 Joanna de Ângelis – Diretrizes para o êxito – Cap. 21 – Adversários Perigosos

87 As Perturbações Espirituais no Lar

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

70 Joanna de Angelis - Leis morais da vida - Cap. 2 - Oração no Lar

71 Joanna de Angelis – Liberta-te do Mal – Cap. 27 – Silencio Moral

72 Joanna de Angelis – Messe de Amor – Cap. 59 – Jesus Contigo

73 Joanna de Ângelis – Momentos de Coragem – Cap. 4 – Paciência Dinâmica

74 Joanna de Ângelis – Momentos de Coragem – Cap. Silêncio Necessário

75 Joanna de Angelis – No Limiar do Infinito – Cap. 19 – A Comunhão com Deus

76 Joanna de Angelis – Oferenda – Cap. 31 – Dependências

77 Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1999 – Março – Jesus e Família

78 Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 24 – Impulsos e Vontade

79 Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 43 – Médiuns Conscientes

80 Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 28 – Fenômeno Mediúnico Sutil

81 Joanna de Ângelis – SOS Família – Cap. 02 – Vida em Família

82 Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 11 – Cristo em Casa

83 Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 14 – Deveres dos Pais

84 Joanna de Angelis – SOS família – Cap. 17 – Perante a Prole

85 Joanna de Angelis – SOS Família – Cap. 25 – Filhos Ingratos

86 João Vilaça – Praça da amizade – Cap. 8 – Citações do lar

87 Lourenço Prado – Praça da amizade – Cap. 6 – Citações do renascimento

88 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 6 – No Anfiteatro

89 Manoel Philomeno de Miranda – Antologia Espiritual – Cap. 35 – Obsessões Intermitentes

90 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Introdução – Análise das Obsessões

91 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Trilhas da Libertação – Cap.2 – Ampliando Conhecimentos

92 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 4 – Estudando o Hipnotismo

93 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 6 – No Anfiteatro

94 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

88 As Perturbações Espirituais no Lar

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

95 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Exórdio

96 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 07 – Sementes da Insensatez

97 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 12 – Providências Inesperadas

98 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 31 – Gravames na Obsessão

99 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 32 – O Retorno de Felipe

100 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Prefácio

101 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 3 – Toxicodependência

102 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 5 – Obsessão, Idiotia e Loucura

103 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2o Parte – Cap. 2 – Sutilezas da Obsessão

104 Manoel Philomeno de Miranda – Roteiro de Libertação – Cap. 34 – Comportamento por Obsessão

105 Manoel Philomeno de Miranda – Sementeira da Fraternidade – Cap. 5 – Alienação por Obsessão

106 Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O drama da obsessão na infância

107 Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 17– Suicídio solução insolvável

108 Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 26 – Fenômenos Obsessivos

109 Marco Prisco – Ementário Espírita – Cap. 6 – No Lar

110 Marco Prisco – Glossário Espírita Cristão – Cap. 18 – Perturbadores

111 Marco Prisco – Sementeira da Fraternidade – Cap. 28 – Acessos à Obsessão

112 Meimei – Ideal Espírita – Cap. 5 – Espera e ama sempre

113 Meimei – Sentinelas da Alma – Cap. 20 – Esquece lembrando

114 Meimei – Sentinelas da alma – Cap. 25 – No álbum da compaixão

115 Meimei – Somente amor – Cap. 29 – Tolerância

116 Michelle Perrot – Veja 25 anos – Reflexões para o futuro – São Paulo/Abril, 1993 – O Nó e o Ninho

117 Neio Lucio – Jesus no Lar – Cap. 1 – O Culto Cristão no Lar

89 As Perturbações Espirituais no Lar

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

118 Neio Lucio – Luz no Lar – Cap. 60 – Culto Cristão no Lar

119 O Espírito de Verdade – Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 6, item 8

120 Raul Teixeira – Desafios da Vida Familiar – 3º Parte – Questão 39 – Bem como todo mundo, menos com a Família

121 Raul Teixeira – Programa Vida e Valores – No 116 – 2007/Outubro – Perturbações Espirituais no Lar – Federação Espírita do Paraná

122 Raul Teixeira – Programa Vida e Valores, de número 105 – Federação Espírita do Paraná – Menores Abandonados

123 Raul Teixeira/Camilo – Minha Família, o Mundo e Eu – Cap. 11 – Pais e Mães com dificuldades morais

124 Raul Teixeira/Camilo – Minha Família, o Mundo e Eu: Cap. 18 – Indisposições e pugnas na Família

125 Sérgio Luís da Silva Lopes – Revista A Reencarnação – No 425: A Dinâmica Emocional nas Perturbações Obsessivas – 2003 – FERGS

126 Suely Caldas Schubert – Obsessão e Desobsessão – Cap. 12 – A criança obsidiada

127 Toninho Bittencourt – Sorrir e pensar – Cap. 13 – Temas da obsessão

128 Umberto Ferreira – Revista Reformador – 1994 – Maio – Reflexões sobre a Família

129 Vianna de Carvalho – Sementeira da Fraternidade – Cap. 8 – Psiquiatria e Espiritismo

130 Victor Hugo – Roteiro de Libertação – Cap. 27 – Deveres imediatos

131 Victor Hugo – 100 Reflexões Filosóficas e Cor Local nos Romances – Cap. 18 – O amor e a educação na infância

132 Victor Hugo – Calvário da Libertação – 2º Parte – Cap. 2 – Cecília, Mártir e Mentora

133 Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus

134 Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10 – Os grandes segredos do Além

90 As Perturbações Espirituais no Lar

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