Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

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GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação Superintendência de Capacitação e Formação Tecnológica Pesquisa e Tendência 2020

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GOVERNO DE GOIÁSSecretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação

Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e InovaçãoSuperintendência de Capacitação e Formação Tecnológica

Pesquisa e Tendência2020

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Pesquisa e TendênciaPrimeira etapa

Maio 2020

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Referências para Oferta de Cursos na Modalidade a

Distância no Âmbito da Rede Itego

Governador do Estado de GoiásRonaldo Ramos Caiado

Secretário Interino e Subsecretário de Ciência e Tecnologia e InovaçãoMárcio César Pereira

Superintendente de Capacitação e Formação TecnológicaJosé Teodoro Coelho

Coordenadora Geral do PronatecLudmilla Alves Danas Gonçalves

Supervisão Pedagógica e EaDMaria Dorcila Alencastro Santana

Tânia Mara Lopes Ribeiro

Coordenadora do Eixo Produção Cultural e DesignTânia Mara Collyer Pinheiro

Professor ConteudistaTânia Mara Collyer Pinheiro

Projeto GráficoMaykell Guimarães

DesignerAndressa Cruvinel

Revisão da Língua Portuguesa Ana Paula Ribeiro de Carvalho

Banco de Imagens http://freepik.com

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Apresentação

Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o

profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Neste contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED) visam a garantir o desenvolvimento dessas competências.

Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética; Desenvolvimento Educacional e Social; Gestão e Negócios; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Produção Alimentícia; Produção Artística e Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos Naturais; Segurança; Turismo; Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo.

Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico

e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED).

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Conteúdo InterativoEssa apostila foi cons-truída com recursos que possibilitam a interatividade tais como hiperlinks e páginas com hipertexto.

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SumárioPESQUISA E TENDÊNCIAIntrodução 10

UNIDADE IMetodologia para prospecção de tendências de moda 11

1.1 De onde vêm as tendências de moda? 111.2 Os bureaus de tendências 121.3 Macrotendências 131.4 Microtendências 13

UNIDADE IIDesafios da coleta de informações na percepção das tendências 15

2.1 Métodos para realização de pesquisas 152.2 Pesquisa quantitativa 16

2.2.1 Pesquisa Delphi 162.2.2 Desk research 162.2.3 Etnografia 172.2.4 Netnografia 172.2.5 Net Promoter Score (NPS) 172.2.6 Método de observação 172.2.7 Invasão de cenários 17

UNIDADE IIIPesquisa para o segmento de moda 21

3.1 Pesquisas de consumo e comportamento 213.2 Pesquisa de mercado 22

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3.3 Pesquisa de tendências 22

UNIDADE IVA importância da pesquisa de tendência para uma marca de moda 23

4.1 Coolhuntings 24

UNIDADE VO Comportamento de consumo 26

5.1Comportamento de consumo voltado para o produto de moda 265.2 Pesquisas de tendências e comportamento de consumo 27

UNIDADE VITendências de moda aplicadas ao mercado brasileiro 29

6.1 As tendências para o fast fashion 306.2 Fast fashion x impactos sociais 316.3 Fast fashion x impactos ambientais 326.4 Fast fashion e sustentabilidade podem andar juntos? 336.5 Slow fashion 34

6.5.1 Características do slow fashion 346.5.2 O que faz uma marca ser realmente slow fashion? 35

UNIDADE VIIO caderno de tendências de acordo com as influências do mercado de moda 36

Referências 38

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Recursos Didáticos

FIQUE ATENTO A exclamação marca

tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam

dúvida, por isso exigem atenção redobrada.

PESQUISE Aqui você encontrará

links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre

o que está sendo estudado. Aproveite!

CONTEÚDO INTERATIVO

Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com

hipertexto.

DICAS Este baú é a indicação de onde

você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu

conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para

facilitar os seus estudos e a sua vida.

VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o

momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial.

Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão

ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem.

VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho

autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar

e faz uma recapitulação dos assuntos mais

importantes.

MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área,

por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras

referências externas.

VOCABULÁRIOO dicionário sempre nos ajuda a

compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos

dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEMEste é o momento

de praticar seus conhecimentos.

Responda as atividades e finalize

seus estudos.

SAIBA MAIS Aqui você encontrará

informações interessantes

e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo?

HIPERLINKSAs palavras grifadas em amarelo levam você a referências

externas, como forma de aprofundar um

tópico.

Hiperlinks de texto

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PESQUISA E TENDÊNCIA

Introdução

Caro(a) aluno(a), neste caderno, vamos estudar e compreender a importância da pesquisa de tendências no segmento da moda, estabelecendo relações entre a pesquisa de moda e o comportamento do consumidor. São desafios para quem quer trabalhar com esse segmento, seja como empresário ou como profissional prestador de serviço, fidelizando e conquistando os potenciais consumidores do mercado da moda.

Estudar as tendências é estudar e entender os anseios da sociedade, no momento cultural, social, econômico, político e tecnológico. A sociedade contemporânea se consolidou a partir de ideais de mudança, movimento, evolução e inovação, e o grande desafio dos estudiosos desse assunto é perceber como elas podem se transformar em tendência e influenciar o lançameto de produtos dentro da área da moda. Através das pesquisas de tendências e do comportamento de consumo, será possível compreender as necessidades do público-alvo, seus desejos de consumo e preferências. Desta maneira, construir-se-á um portfólio de tendência e suas especificidades de acordo com as influências do mercado de moda. Por meio da pesquisa de tendências é possível elaborar um planejamento estratégico considerando referências culturais, sociais e segmentação geográfica.

Este caderno didático está dividido em :

UNIDADE I 1. Metodologia para prospecção de tendências de moda 2. Desafios da coleta de informações na percepção das tendências 3. Pesquisa para o segmento de modaUNIDADE II 4. A importância da pesquisa de tendência para uma marca de moda 5. O comportamento de consumo 6. Tendências de moda aplicadas ao mercado brasileiro 7. O caderno de tendências de acordo com as influências do mercado de moda

Todo o conteúdo apresentado nesta unidade vai ajudar você, aluno (a), a entender como as tendências são o fio condutor que guia e movimenta a indústria da moda.

Por trás da moda existe um setor produtivo e criativo que envolve muitos trabalhadores em diversos lugares do mundo. É um mercado que cresce a cada ano, que está em plena expansão, chegando a países que ainda estão em desenvolvimento e que atuam apenas na área da produção. Estamos falando sobre a importância da pesquisa de tendências para atender a um mercado consumidor exigente, ávido por inovação e guiado pelas ofertas do mercado. Sendo assim, as marcas e empresas de moda devem criar produtos que o público consome, e não necessariamente desejam. Neste contexto, as pesquisas de tendências devem ser fundamentadas em informações essenciais para o processo criativo de toda a cadeia produtiva, independente do segmento. É fundamental, portanto, que sejam mensuradas informações geográficas, culturais e sociais.

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Pesquisadores e estudiosos da área propõem alguns modelos de referência para a pesquisa de ten-dências de moda, que se originam a partir dos sinais que a sociedade demonstra e que direcionam para o que o consumidor deseja. Essas informações que são percebidas apontam apenas sinais que, depois de traduzidos, possam servir de re-ferência para as empresas, assim como as indústrias, em parceria com os criadores (estilistas) de pro-dutos, desenvolvem propostas para a criação de produtos que realmen-te sejam aceitos e, principalmente, desejados pelo público. Para identificar as influências são necessárias informações coletadas e posteriormente analisadas a partir de elementos, como: pesquisas de comporta-mento, necessidades e desejo do consumidor, tecnologias, setores de referência etc.

1.1 De onde vêm as tendências de moda?

Tendência de moda é o que se usa e se consome em determinado momento. São peças de roupa, aces-sórios, calçados, além de cores, formatos e materiais presentes no gosto de determinado público, em uma estação do ano ou época específica.

As tendências de moda não estão apenas vinculadas a produtos de moda, mas é um conceito que engloba comportamento, atitude e produtos que são observados em grandes centros comerciais, através do poder de compra dos consumidores. Para que essas informações sejam transformadas em tendência, há quem observa atentamente estas mudanças e inovações.

Nós definimos o que vai acontecer amanhã para que você possa tomar decisões in-teligentes hoje. Os nossos analistas mundiais de tendências e cientistas de dados se concentram incessantemente em decodificar o futuro para fornecer uma visão sólida e confiável sobre o amanhã. Com uma equipe de especialistas nos cinco continentes, en-globamos análises diárias de tendências, dados analíticos de varejo e entendimento sobre o público consumidor (https://www.fashionismo.com.br).

Segundo Caldas (2004), todo o processo de pesquisa de tendência é realizado através de estudos com-

Metodologia para prospecção de tendências de moda

UNIDADE I

1 - Figura SEQ Figura \* ARABIC 1 - Pesquisa e tendênciaFonte: http://portal.eusoufamecos.net

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parativos e análises nas cidades que ditam a moda, nos quatro continentes. Pode servir de referência uma balada ou um pequeno vilarejo, e são inúmeras informações para que tal observação seja considera-da como tendência. É necessário estudar o caminho inverso da moda, uma vez que, no passado, as ten-dências vinham das passarelas para as ruas e, atual-mente, ocorre o contrário, pois muitas tendências se originam das ruas.

A primeira vez que se ouviu falar em tendência com maior frequência foi na segunda metade do sé-culo 20, entre as décadas de 1960 e 1970, na Euro-pa. Foi em 1973, em um evento chamado Première Vision, criado pelos franceses, que surgiu o primei-ro caderno de sugestões e cartelas de cores, com o objetivo de serem utilizados pelas indústrias produtoras de tecidos para fabricarem seus produtos. A partir disso, a sociedade pós-guerra apresentou uma série de mudanças culturais, comportamentais e sociais, prin-cipalmente nos jovens.

1.2 Os bureaus de tendências

São empresas especialistas em pesquisa de comportamentos de consumo, seja na moda ou em qualquer outro segmento. Elas trabalham para coletar informações através da observação de expressões e necessidades do consumidor, com o objetivo de criar produtos que despertem o interesse e o desejo de consumo. O maior desafio é prever o que será tendência nos próximos cinco anos, para que as indústrias de diferentes segmentos produzam o produto vendável dentro do tempo correto. Os bureaus de tendências utilizam ferramentas com o intuito de entender o comportamento do consumidor por meio dos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais que afetam diretamente o modo como as pessoas vão se expressar em um momento futuro, dentre eles, a moda. Existem empresas que trabalham com informações para segmentos variados, pesquisando temas de acordo com a área à qual se destinam, como por exemplo: estampas, cores, modelagem, estilo etc. Os bure-aus servem de referência tanto para designers e estilistas como para indústrias e empresas de outros segmentos. Na moda, esse material dá um direcionamento aos profissionais, compradores de matéria-prima e/ou insumos para a produção da coleção (CALDAS, 2004). As indústrias da moda utilizam os bureaus de tendências como um material de direcionamento para criarem seus produtos e terem a garantia de um bom negócio.

SAIBA MAIS Uma da mais tradicionais

feiras da Europa, voltada para fornecedores de produtos

têxteis e insumos para o setor, acontece duas vezes ao ano, desde 1973. Pertence ao grupo Première Vision e é subdividida em seis segmentos: tecidos, designs (estampas), couros, fios, acessórios e private label. Cada uma das áreas do salão apresenta um fórum de tendências e produtos, considerado um dos itens mais relevantes pelos visitantes.

Fonte: http://texbrasil.com.br/pt/events/premierevision/

2 - Bureau de tendênciaFonte: https://blog.ucpel.edu.br/bureau-de-tendencias/

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SAIBA MAIS Sites especialistas em tendências de moda

Sites especialistas em tendências, específicos para cada indústria, através de referências baseadas em dados que envolvem uma rede de contatos e pesquisa de comportamento de culturas do mundo todo.

https://www.wgsn.comhttp://khole.net/https://www.springwise.com/https://trendwatching.com/freepublications/https://www.usefashion.com/O Google lançou, em 2015, o primeiro compilado de tendências de moda, feito a partir de 6

bilhões de pesquisas, entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2015. Com base no que os usuários digitam no campo de pesquisa, a empresa apontou as três principais tendências para a Primavera 2015, nos Estados Unidos — estação atual no hemisfério Norte e que vai até junho.

A empresa planeja divulgar o report duas vezes ao ano. O compilado de tendências é uma das ações do Google para se tornar um player mais relevante no mercado de vendas on-line e na moda, e não somente um site de buscas na internet ou uma plataforma de publicidade.

A chefe de indústria de moda do Google, Lisa Green, disse ao The New York Times que a empresa começou a trabalhar com grandes varejistas, como a Calvin Klein, para ajudá-las a incorporar pesquisa em tempo real no planejamento de moda. A intenção é que o mecanismo seja incorporado também por redes de fast fashion, com o interesse em se lançar como consultores digitais para as marcas que divulgam através de sites de e-commerce. A incursão do Google no mundo da moda é parte de uma corrida para entender como as pessoas fazem pesquisas on-line de tudo o que pode ser comprado, desde roupas e joias até mantimentos e móveis. O Google tem longa experiência com e-commerce por meio de serviços como o Google Shopping, que permite que os clientes comparem preços entre diferentes fornecedores.

Fonte:https://ffw.uol.com.br/noticias/moda/google-divulga-relatorio-de-tendências-de-moda-com-base-em-buscas-de-usuarios

1.3 Macrotendências

Macrotendências são fenômenos socioculturais de grande impacto que afetam diferentes segmentos da sociedade de consumo. Estas manifestações abrangem transformações dentro das sociedades, que duram um longo período, influenciando vários setores da economia, como, por exemplo: a tecnologia, a sustentabilidade, a cultura compartilhada, o movimento feminista, a reutilização e o reaproveitamento, dentre outros.

https://www.youtube.com/watch?v=B0Yf-LopsdA

Assista ao vídeo apresentado pela FOCUS sobre macrotendências, direcionado para o segmento de moda.

MÍDIAS INTEGRADAS

1.4 Microtendências

As microtendênicas são mudanças decorrentes das macrotendências, que influenciam diretamente os

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padrões de comportamentos de determinado grupo dentro das sociedades. Exercem forte influência em vários segmentos e, na moda, de uma forma mais específica, atuam efetivamente no dia a dia das pes-soas. Alguns autores afirmam que as microtendên-cias devem ser consideradas como um fenômeno relevante, pois se trata de uma influência atuante na forma de consumo das sociedades, sendo possível identificar novos mercados. No segmento de moda, as microtendências se manifestam e têm duração de uma década ou duas, podendo mudar rapidamente a cada estação. Neste contexto, a identificação das microtendências é um desafio global para os pes-quisadores, pois cada movimento ou mudança, que é manifestada em comportamentos humanos, gera informações para serem analisadas e, posteriormen-te, identificadas como desejos e necessidades de consumo (PENN, 2008).

3 - Microtendências Fonte: www.fashionvignette.com

VOCABULÁRIO O que é Zeitgeist:

Zeitgeist é uma palavra alemã que significa espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos.

O Zeitgeist é o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo. O conceito de Zeitgeist foi introduzido por Johann Gottfried Herder e outros escritores românticos alemães. Em 1769, Herder escreveu uma crítica ao trabalho do filósofo Christian Adolph Klotz, introduzindo a palavra Zeitgeist. Zeitgeist, o filme, é um filme de 2007, produzido por Peter Joseph, que aborda temas como o Cristianismo, os ataques de 11 de setembro e do Banco Central dos Estados Unidos da América. Em 2008, foi lançado um segundo filme, continuação do primeiro, chamado Zeitgeist: Addendum, que trata de temas como a globalização. Existe também o Movimento Zeitgeist, que é um grupo ativista global de sustentabilidade e que trabalha para unir o mundo com o objetivo comum da sustentabilidade das espécies. É um movimento social, com mais de 1.100 capítulos, em quase todos os países.

Fonte: https://www.significados.com.br

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Atuar no campo de pesquisa de tendência é um desafio constante para os profissionais da moda do século XXI, envolvendo um vasto conhecimento em áreas de estudo como a sociologia, antropologia, his-tória da arte, marketing, estatística, psicologia, dentre outras. Com me-todologias aplicadas para a coleta de informação, a pesquisa é considera-da uma poderosa ferramenta de es-tratégia mercadológica, importante para todos os nichos do mercado e o fortalecimento da economia. Fica claro que os estudos sobre o que vai ser tendência no futuro interessam à humanidade como um todo, e estes interesses estão presentes no mercado mundial. Todavia, recentemente, o papel central das tendências, pricipalpente no que se refere às tendências de ampla abrangência (macroten-dências) e de comportamento, tem influência direta no crescimento e na valorização do mercado. Deste modo, observou-se o crescimento de empresas especializadas neste segmento para um estudo mais aprofundando no comportamento de consumo em todos os continentes (RASQUILHA, 2015).

Segundo Petermann (2014), o grande crescimento da indústria de previsão de tendências, assim como sua trajetória para o direcionamento do estilo da moda, torna-se política de efeito sobre os grandes operadores da sociedade. Neste ínterim, o estudo de tendências envolve a coleta de dados do presente para que seja possivel traçar planos, visões e conjunturas sobre o futuro.

No período em que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, a indústria tinha como foco um processo produtivo voltado para a implantação de novas tecnologias, e os estudos eram voltados a produzir conteúdo sobre ten-dências no futuro, em diversas áreas da economia. Atualmente, no campo da moda, o desafio das empresas de pesquisa de tendências é traçar um direcionamento para que a oferta e demanda se equilibrem, com o objetivo de abrir novos mercados. As metodologias propostas para a prospecção de tendências é baseada na observação das mudanças em diversos campos do conhecimento, como: sociais, políticos, culturais e tecno-lógicos. É através da análise e interpretação dos dados coletados que os pesquisadores traçam as orientações para serem direcionadas aos mais variados nichos e setores do mercado. O desafio está em sintetizar os dados coletados e organizá-los para disponibilizar a informação, já que atualmente vivemos em um mundo bombar-deado pela velocidade de informação em diversos canais de comunicação (RASQUILHA, 2015).

2.1 Métodos para realização de pesquisas

Desafios da coleta de informações na percepção das tendências

UNIDADE II

4 - Análise de dadosFonte: https://www.freepik.es

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Como vimos, as pesquisas de tendências são utilizadas como ferramentas para identificar um compor-tamento do mercado e dos consumidores, sendo, assim, uma base para tomada de decisão, atuando prin-cipalmente para definir a estratégia de marketing. São utilizados métodos quantitativos e qualitativos para cada tipo de pesquisa. Através do cruzamento de dados levantados e obtidos na pesquisa é possível obter resultados que vão revelar determinado nicho de mercado para que este seja promissor, bem como o de-senvolvimento de determinado produto. Logo, as pesquisas de mercado são estudos que têm como objetivo principal a coleta de informações que possam ajudar uma empresa a ter um parâmetro sobre seus concor-rentes, implantação de inovações, os desejos e as necessidades do seu público-alvo e sobre a possibilidade de abertura de novos mercados (CAMPOS, 2010).

Toda pesquisa deve passar por uma fase preparatória do planejamento para traçar o percurso de ação a ser seguido no processo da investigação. A realização desta fase é imprescindível para que o objetivo a ser atingido traga informações sistematizadas e seguras.

Ação Tarefa

Definir objetivos Definir quais as intenções de realizar a pesquisa, que informação a empresa deseja.

Abrangência da pesquisa Macro ou microtendências

Viabilidade da pesquisa Verificar, analisar e otimizar a disponibilidade dos recursos.

Elaborar o cronograma Definir prazos e planejar atividades.

Colaboradores Definir a equipe de trabalho para dividir as tarefas de acordo com as respectivas áreas de conhecimento.

2.2 Pesquisa quantitativa

A pesquisa quantitativa envolve analisar dados mercadológicos e comportamentais tanto do passado como atuais, para determinar um padrão de comportamento que continuará sendo adotado futuramente. Depois de coletadas as informações, estas serão descritas por meio de gráficos que cruzam dados analisados ao longo do tempo. São utilizados dados estatísticos para gerar dados precisos, e o pesquisador utiliza diver-sos instrumentos para a coleta apropriada de opiniões, atitudes e comportamentos de consumo. Destarte é possível identificar quantas pessoas de um determinado meio social têm as mesmas características, via: correio, com o envio de questionário com instruções e objetivos da pesquisa; in-loco, com contato direto com os respondentes; por meio de telefone e por meio eletrônico, por meio de formulários disponibilizados via internet (MEIRELES, 2014).

2.2.1 Pesquisa Delphi

Esta pesquisa funciona através de um questionário aplicado em um determinado grupo por repetidas vezes, coletando informações sobre a opinião de todos os membros do grupo para que se chegue a um consenso sobre o assunto do questionário.

2.2.2 Desk research

É um modelo que utiliza dados secundários como fonte de informação, coletados através da internet, de

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jornais, revistas e publicações acadêmicas.

2.2.3 Etnografia

A etnografia é um campo das Ciências Sociais e significa descrição cultural de um povo ou nação, e o prin-cipal foco é o estudo da cultura e do comportamento de determinados grupos sociais. A metodologia aplica-da nesta pesquisa é introduzir o pesquisador no local onde vai ser aplicada a pesquisa, para ter convívio com o público que vai ser entrevistado durante um período de tempo. A finalidade é observar o comportamento das pessoas em determinado contexto, utilizando-se o método multifatorial, que significa utilizar duas ou mais técnicas de coletas de dados, o método indutivo (acumulo descritivo de detalhes) e o método holístico (retrato o mais detalhado possível do grupo em estudo).

2.2.4 Netnografia

Esse tipo de pesquisa quantitativa, que também é um campo das Ciências Sociais, é fundamentada na etnografia virtual, ou seja, é aplicada no ambiente virtual, por meio da intertet. Muito utilizada na atualida-de pelas empresas, por gerar menos custos, envolve diversos profissionais na coleta de informações com aplicações de questionários personalizados, conforme a necessidade de cada empresa. Utilizam-se recursos como ferramenta de monitoramento no ambiente virtual, indicadores de consumo e análise das impressões de determinado grugo.

2.2.5 Net Promoter Score (NPS)

Para pesquisas feitas diretamente com os consumidores, este método consiste em pedir que o consu-midor avalie, em uma escala de 0 a 10, o atendimento recebido, e justifique a nota em poucas palavras. Este método foi criado por pesquisadores de Harvard, em 2013, por meio da uma publicação de um artigo chamado “The One Number You Need to Grow”, na revista da Universidade Harvard, com o objetivo de me-dir o grau de lealdade dos clientes das empresas de qualquer segmento, trazendo reflexos da experiência e satisfação dos clientes.

2.2.6 Método de observação

Este método pode ser aplicado de forma participante e não participante, que consiste no convívio do pesquisador em determinada comunidade ou não, muito semelhante à etnografia, porém, por um período mais curto de tempo.

2.2.7 Invasão de cenários

Este método consiste em colocar o pesquisador em um contexto ou ambiente para observação do com-portamento das pessoas, sem que ele tenha algum conhecimento do cenário em que está inserido.

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SAIBA MAIS Ferramentas on-line de pesquisa disponibilizadas pelo Google Algumas das ferramentas que podem ser muito úteis na realização das pesquisas de

tendências de mercado na internet são: 1. Google AdsÉ o equivalente ao antigo Google Adwords. Por meio do Ads, os anunciantes podem inserir anúncios

pagos na Search Engine Results Page (SERP), no YouTube e na rede de sites parceiros do Google. No Google Ads, é possível criar anúncios de texto, de imagem ou em vídeos, inclusive utilizando-se ferramentas nativas da plataforma de anúncios. Com ela, também se definem lances para as palavras-chave e, ainda, são criadas listas de remarketing, que servem para reimpactar a audiência que demonstrou interesse por determinado produto ou serviço.

2. Google AdSenseO Google AdSense é o outro lado do Google Ads. Os anúncios feitos por meio do Ads são distribuídos no

AdSense entre os produtores de conteúdos cadastrados, que ganham por clique ou exibição de anúncios em seus domínios. Se você tem um blog, por exemplo, é por meio do AdSense que você consegue monetizar o conteúdo que publica, disponibilizando espaço para os anunciantes do Google Ads, relacionados aos assuntos que você aborda.

3. Google My BusinessSabe quando você pesquisa por uma empresa no Google e, logo na lateral, aparece uma série

de informações sobre aquela organização? Se você visualiza essas informações, isso significa que aquela empresa fez a lição de casa da forma certa.

O Google My Business, mais conhecido no Brasil como “Meu Negócio”, é a ferramenta que permite a inclusão do seu estabelecimento no Google Maps. Com isso, a sua empresa terá maior acesso aos recursos de geolocalização oferecidos pela plataforma. As empresas validadas por meio do My Business têm mais chances de aparecer, tanto na SERP quanto no Maps, quando o usuário pesquisa pelo produto ou serviço que elas comercializam. Além disso, as informações exibidas são muito mais completas e filtradas também pela localização. Ou seja, quanto mais perto a sua empresa estiver do usuário que fez a pesquisa, fisicamente, maiores serão as chances de ela aparecer entre os primeiros resultados, principalmente quando tem as informações de localização e contato confirmadas pelo Google.

4. Google Search ConsoleO Search Console faz parte do Google Webmaster Tools. Ele é utilizado por desenvolvedores para tornar

o site mais acessível aos robôs do Google. Por meio dele, é possível “forçar” a indexação de novas páginas, informando à ferramenta sobre a existência delas. Além disso, ela também aponta quais otimizações são necessárias nos dados estruturados das páginas, para que sejam acrescentados Rich Snipets, que deixarão as suas páginas ainda mais atrativas quando exibidas nos resultados. No Search Console, também são encontrados alguns recursos de análise, como informações sobre o tráfego de pesquisa para cada palavra-chave utilizada no site.

5. Google Keyword PlannerO Keyword Planner faz parte do Google Ads. Como o nome já indica, serve para planejar as palavras-

chave que são mais relevantes para cada anúncio. Por meio do recurso, é possível ter acesso às estatísticas de busca de cada termo, assim como a uma previsão do preço de cada palavra no leilão. Mesmo quem não está criando uma campanha no Google Ads utiliza a ferramenta para obter ideias e dados sobre palavras-chave relacionadas aos produtos e serviços que comercializa.

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SAIBA MAIS 6. Google SuggestSabe quando você começa a digitar uma palavra-chave na barra de pesquisa do

Google e ele se antecipa mostrando uma lista de opções relacionadas? Isso é o Suggest do Google, que também é muito útil na hora de planejar campanhas baseadas em termos de pesquisa. Por ali é possível ter ainda mais ideias sobre o que os usuários podem pesquisar para obter o endereço do seu site como resultado. Normalmente, as sugestões exibidas ali têm um alto volume de pesquisas e valem a pena ser exploradas.

7. Google TrendsO Google Trends ajuda os profissionais de marketing a entenderem a evolução das pesquisas por

determinados termos ao longo do tempo. Com essas informações sobre aumento ou queda nas pesquisas de algum assunto, é possível identificar tendências, com base, inclusive, em sazonalidades e acontecimentos ao redor do mundo. Por exemplo, é possível descobrir quais tipos de produtos são mais procurados na época da Black Friday ou do Natal. No entanto, não com base em achismos, e sim em dados concretos sobre as pesquisas realizadas no mesmo período em anos anteriores.

8. Google AdwordsQuer que seus clientes o encontrem no momento exato em que realizam pesquisas no mais conceituado

mecanismo de buscas do mundo? Então, o Adwords é uma das ferramentas do Google para marketing que você precisa conhecer. Uma de suas vantagens é que você só paga quando os usuários clicam em seus anúncios para visitar seu site ou para ligar para a sua empresa.

9. Google AlertsA vantagem do Google Alerts é que você pode filtrar para que apenas as informações que realmente

são relevantes para a elaboração de suas estratégias sejam emitidas, a fim de não receber interrupções desnecessárias em momentos de criação. Por exemplo, é possível definir para que você receba um alerta sempre que um usuário mencionar a sua marca na internet. Deste modo, a equipe não desperdiça tempo tentando localizar menções em notícias.

10. Google RemarketingEssa ferramenta permite que você alcance as pessoas que visitaram seu site em um momento anterior,

à medida que elas navegam na internet. O Google Remarketing oferece o recurso de marcar páginas específicas do website que correspondam às categorias que você pretende impulsionar. Digamos, por exemplo, que você pretenda adicionar uma tag de “smartphone” a cada página em que são vendidos smartphones. Em seguida, é possível elaborar uma campanha do Adwords para que mensagens altamente relevantes sejam exibidas — como anúncios de ofertas especiais de smartphones — para usuários que visitaram essas páginas quando procuravam sites no Google.

11. Google PrimerTrata-se de uma das ferramentas do Google para marketing, isto é, para profissionais que atuam na

área e que pretendem potencializar o alcance de suas campanhas e aumentar as vendas.O recurso oferece uma série de especializações, compostas por alternativas que levam, em média,

cinco minutos para serem concluídas. Entre elas, podemos citar: • vendas • redes sociais • planejamento de negócios • construção de marca • marketing digital, entre muitas outras opções importantes para quem pretende aprimorar suas

habilidades e seus conhecimentos na área.

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SAIBA MAIS 12. Google KeepQuem atua na área de marketing sabe muito bem que boas ideias podem surgir

a qualquer hora do dia e nos lugares mais inusitados. Infelizmente, nem sempre há como anotar nossas epifanias. Contudo, o Google Keep é uma espécie de bloco de anotações de bolso totalmente digitalizado.

Nele, é possível registrar todo tipo de arquivo — não importa o formato —, separar as ideias em categorias, inserir tags para encontrar as anotações com mais facilidade, tirar fotos de documentos e armazená-las na nuvem. Ou seja, é ideal para quem vive tendo muitas ideias e precisa registrá-las de maneira segura e inteligente.

13. Google HangoutsEsse é um serviço de streaming de vídeo que se popularizou no Google+ e acabou sendo integrado

ao YouTube. A ferramenta serve para que os usuários possam se comunicar por meio de chamadas de videoconferência com até 10 pessoas ao mesmo tempo.

Uma das vantagens é que as transmissões podem ser disponibilizadas ao vivo para qualquer usuário conectado à internet. É a ferramenta perfeita para realizar reuniões entre profissionais, sócios e clientes, sem que seja necessário que todos estejam presentes no mesmo ambiente físico.

14. URL BuilderVocê precisa de ajuda na hora de estabelecer os parâmetros para criar URLs? Então, o URL Builder está

aqui para ajudar a personalizar suas campanhas publicitárias, em especial aquelas que são baseadas no envio de e-mails.

Sempre que um usuário acessar um link criado nessa ferramenta, informações específicas serão enviadas ao seu Analytics, para que você identifique quais URLs tiveram mais desempenho, atraindo mais usuários até seu conteúdo.

15. Google AnalyticsÉ claro que não poderia faltar uma das mais importantes ferramentas para promover um negócio. É por

meio dela que são conhecidos os resultados de cada ação realizada.Nos painéis de análise, é possível configurar mais de 5.000 tipos de relatórios, utilizando uma infinidade

de filtros, que vão desde a origem de um clique até o formato da tela na qual o conteúdo foi exibido.Fonte: google.com

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Para os profissionais do segmento de moda, que trabalham com pesquisa (coolhuntings), é imprescindível que se analise o contexto em que o mercado está atualmente e, daí em diante, fazer uma estimativa para o futuro. Desta forma, as pesquisas para o segmento de moda funcionam como um espelho para traçar estra-tégias, a partir de uma análise mercadológica, com o intuito de aumentar oportunidades de mercado e saber que caminho deve ser traçado para o desenvolvimento da coleção e criação do produto. Segundo a atora Doris Treptow, as pesquisas no segmento de moda poder ser divididas em seis tipos:

Pesquisa para o segmento de moda

UNIDADE III

Pesquisa de comportamento Acompanha os hábitos de consumo do público-alvo e seus interesses atuais, como lugares que está frequentando, ídolos da música, cinema, televisão, temas de interesse.

Pesquisa de mercado Estilos e preços praticados pela concorrência, produtos paralelos direcionados ao mesmo público-alvo, novas marcas (futuros concorrentes).

Pesquisa de tendências Identifica temas de inspiração de outros designers, informações sobre cores, tecidos, aviamentos, elementos de estilo.

Pesquisa tecnológica Acompanha lançamentos de técnicas e maquinários que possam ser aplicados à confecção. Exemplo: técnicas de estamparia, tecidos tecnológicos, softwares de modelagem e corte, sistemas alternativos de produção.

Pesquisa de vocações regionais Visa a obter fontes para materiais e técnicas alternativas, conforme a disponibilidade de insumos ou mão de obra. Exemplo: produçãode couro de látex na Amazônia, trabalho das rendeiras em Florianópolis etc.

Pesquisa de tema de coleção A partir da inspiração escolhida, reúnem-se informações que possam ser usadas criativamente no desenvolvimento de coleção. Exemplo: Inspiração Rei Arthur: pesquisar arquitetura e tapeçaria medieval, armaduras, joias, indumentária, jogos de combate, tradições e iconografia druida.

3.1 Pesquisas de consumo e comportamento

As pesquisas de comportamento e consumo são ferramentas que orientam o empresário ou o designer a traçar estratégias de marketing para tomada de decisões quanto à gestão do empereendimento. São realizadas a cada dois meses e aplicadas ao mercado de moda. Estão inseridas em um contexto histórico-social, pois abor-dam a evolução e o desenvolvimento sobre o comportamento das pessoas, como seus desejos, necessidades e anseios para saber o que estão consumindo atualmente.

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3.2 Pesquisa de mercado

A pesquisa de mercado é uma ferramenta que ajuda a traçar um planejamento para elaborar uma es-tratégia de marketing. Por meio da coleta e análise de dados é possível obter informações sobre determi-nado mercado e o seu público-alvo, com o objetivo de identificar opor-tunidades, abrir novos mercados e reduzir o risco para a tomada de de-cisões estratégicas. Com a pesquisa de mercado é possível prever resul-tados com alta precisão, diminuindo a incerteza da tomada de decisões, bem como traçar estratégias direcionadas. Esta pesquisa pode ser aplicada em qualquer estágio do tempo de vida de uma empresa, não limitando apenas ao inicio do empreendimento. É utilizada por qualquer segmento e serve como um “termômetro” do mercado onde atua (CAMPOS, 2010).

3.3 Pesquisa de tendências

Como foi visto anteriormente, a pesquisa de tendências para o segmento de moda é um fio condutor para a criação da coleção. Para um profissional de moda, a pesquisa deve ser constante, pois ela é o início de todo o processo de criação. Através do resultado da pesquisa de tendência vão ser definidos o tema e o conceito da coleção, sendo necessários que sejam realizados no tempo certo. Os mecanismos da coleta de informações, na percepção da tendência, são através dos cadernos ou bureaus de tendências, ou por meio de revistas, sites e desfiles de moda. Em cada estação é evidenciado um conjunto de tendências que serão divulgadas por meio destas ferramentas e, posteriormente, analisadas de acordo com o interesse e o segmento de cada empresa. A tendência indica uma previsão e antecipa a moda, uma forma de repetição ou modo de comportamento e vi-vência. Na prática, a tendência é algo que ainda poderá ser usado, já foi usado e/ou está voltando novamente, como uma releitura (TREPTOW, 2013).

VOCABULÁRIO Moda x Vestuário – Entenda a diferença destes dois termos

O vestuário permite o exercício da moda, ou seja, permite a construção de discursos sobre o corpo vestido. Já a moda se configura como ethos, um valor intrínseco à sociedade, sobretudo a moderna, numa ordem que extrapola os objetos táteis, ao contrário das roupas: “a moda, enquanto dimensão de comunicação da sociedade moderna, é campo privilegiado da experiência estética, pois se constitui como ethos firmado no prazer de ver e ser visto” (LIPOVETSKY, 1989, p.28).

O vestuário se constitui como a manifestação mais pura da moda, pois se renova constantemente, traduzindo sobre o corpo o discurso que diz “eu visto o que é novo”. A moda representa muito mais que o vestuário: qualquer produto cujo design é renovado com regularidade.

Fonte: CECCATO, Patrícia; GOMEZ, Luiz Salomão Ribas. A Pesquisa de Tendências e a Gestão de Marcas de Moda na Sociedade de Hiperconsumo. In: Estudos de Tendências e Branding de Moda, v. 11, n. 22, 2018.

5 - PesquisasFonte: https://modaboom.wordpress.com/2014/05/13/5-areas-da-moda-para-fazer-carreira/

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A pesquisa de tendência para uma marca de moda se tornou uma necessidade diária para as empresas do segmento de vestuário e, por ter temporalidade efêmera, é fundamental estar acompanhando esse ace-lerado processo de transmissão de ideias. Atualmente, este processo se torna ainda mais complexo, porque as tendências saem de atitudes e comportamentos de jovens e pessoas influentes, como por exemplo, os di-gital influencers ou fashion influencers, que inspiram seguidores através de seus posts. Hoje, existem outros caminhos para se buscar referências e tentar caminhar com um pouco mais de precisão em meio à criação de uma nova coleção (VEJLGAARD, 2012).

As informações que são extraídas dos cadernos de tendências em forma de relatórios, que contêm refe-rências de materiais, cores, texturas e até de cenários econômicos, mercado etc., são fonte de informações para as empresas do segmento de moda. Existem outras fontes de pesquisa para obter informações sobre as tendências de moda, e as principais são:

l Pesquisas externas de tendênciasExistem empresas especializadas na pesquisa e no levantamento de indicadores de tendências de moda.

A partir de análises de comportamento, moda, mercado e segmentação por região (nacional/regional/inter-nacional) é possível desenhar algumas referências e pontos que estarão em alta nos próximos meses. Essas pesquisas são, possivelmente, a fonte mais confiável de tendências nacionais e internacionais em escala macro. Muitas grifes utilizam esses levantamentos como forma de nortear as ideias para uma nova coleção. Vale ressaltar que essas pesquisas são feitas através de tendências internacionais que ocorrem nas cinco capitais da moda (Londres, Milão, São Paulo, Nova York e Paris) e que hoje estão disponíveis em tempo real na internet.

l Portais de mídias referências no setor

A importância da pesquisa de tendência para uma marca de moda

UNIDADE IV

6 - Book de inspirações Fonte: www.digitaltextil.com.br

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O setor da confecção e da moda tem inúmeras publicações bastante conceituadas e que são boas fontes de pesquisa de referências do que está acontecendo nos ateliês pelo mundo. Isso porque, através de entre-vistas e do acompanhamento frequente de desfiles, os editores conseguem ter um olhar mais apurado de algumas tendências que estão se formando.

l Redes sociaisAs redes sociais foram responsáveis pelo nascimento de uma nova classe de influenciadores no mundo

da moda: os digital influencers. O que antes era restrito a modelos e nomes proeminentes do mercado, hoje são pessoas “comuns” que acumulam milhões de seguidores e têm um poder de influenciar o consumo de forma estrondosa. Seguir alguns desses influenciadores é interessante porque, além de eles terem acesso a grandes marcas e novidades fashion, eles também ditam o que pode ser tendência pelo simples uso cons-tante de looks e demonstração em sua rede social.

A curadoria de quais são os nomes mais importantes para o seu negócio varia de acordo com o público--alvo da sua marca, se ela é mais voltada para fast fashion ou slow fashion, o gênero e a idade de seus con-sumidores, a identidade visual da sua marca, entre outros. Normalmente eles se concentram entre digital influencers, editores de moda, artistas pop e modelos.

l ViagensPaíses muito visitados por artistas e que fazem um retorno triunfal à mídia e às rodas de conversa e algu-

mas culturas que têm sofrido ascensão e determinadas peças de arte e materiais utilizados na arquitetura também são excelentes materiais para pesquisa de tendências e referências para novas coleções.

l Feiras e eventos do setorSemanas de moda, feiras direcionadas para indústrias de confecções e eventos do segmento, com pre-

sença massiva de influenciadores de moda, também estão no radar de quem quer acompanhar as tendên-cias fashion. Para os microempresários de confecções, as feiras são uma opção e são mais acessíveis, pois funcionam como referências para estes confeccionistas, tanto para inspirar a criação de suas coleções como sugestão de inovações para alguns processos dentro de sua fábrica.

Nesses locais é possível sentir o que está sendo mais procurado pelo público e direcionar os estilistas em suas criações, fazendo networking, entendendo melhor a concorrência e como ela está se movimentando.

4.1 Coolhuntings

São os profissionais que anteci-pam as tendências. A atividade de um previsor de tendências ou co-olhunting é um trabalho sedimen-tado em vários fundamentos, que permeiam conhecimentos não só da área de moda, mas também de marketing e de administração. A necessidade de justificar as práticas consumistas em torno da descober-ta das necessidades das pessoas e da procura de objetos para satisfazê-las faz do coolhunting um previsor de

7 - Coolhuntings Fonte:www.revistaba.com.br

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demanda e comportamento. Para realizar uma pesquisa com qualidade, este profissional precisa ser qualificado e treinado em pesquisa de campo etnográfica, ter o conhecimento em outras áreas das Ciências Sociais e ser conectado a grupos culturais com atuações sociais, para que seu trabalho seja baseado em dados reais, com uma leitura consolidada (LINDKVIST, 2010).

Esse termo surgiu na década de 1990 e atualmente é muito conhecido no segmento de quem trabalha com moda. As empresas cada vez mais têm solicitado este profissional, pois necessitam das informações em tempo real e com maior precisão. As tendências são importantes para as empresas de marketing em todos os segmen-tos do mercado, e o coolhunting está fazendo parte da equipe de profissionais para usar suas habilidades na criação de ideias inovadoras. Os caçadores de tendências viajam pelo mundo, conhecem muitas culturas, são comunicativos e de mente aberta. Por meio de um olhar crítico e atento a tudo e a todos, precisam ser pesqui-sadores dos comportamentos humanos.

Antecipar o futuro não é uma tarefa fácil, pois é preciso estar atento aos sinais encontrados a qualquer mo-mento e em qualquer lugar, através do contato com diversas culturas, tentando sempre captar os desejos e as necessidades da população. Da mesma forma, também precisam ser intuitivos para prever essas variáveis ten-dências que vão se concretizar futuramente. Apostar no trabalho deste profissional é acompanhar a velocidade com que as tecnologias se desenvolvem para que seja realizado um bom planejamento de marketing dentro da empresa (RASQUILHA, 2015).

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O comporta-mento de consu-mo em sociedade moderna caracte-riza-se pela gene-ralização da moda, que é a valorização do novo e induz o ser humano ao consumismo, não só por questões de necessidade, mas por certo status e poder. Levando para uma outra óti-ca, o consumidor é bombardeado por uma série de anún-cios que envolve a publicidade e o marketing, despertando o desejo por determinados produtos que aca-bam se tornando uma necessidade para este consumidor.

Nos últimos 100 anos, a humanidade tem evoluído de forma significativa, apresentando avanços na ci-ência, tecnologia, informática, comunicação e nas idústrias em geral. Por isso ocorreram grandes mudanças nas relações sociais e culturais nas sociedades contemporânas. Com tantas ofertas de produtos inovadores, foi possível perceber um aumento na forma de consumo não apenas por produtos essenciais, mas por pro-dutos que são ofertados para suprirem um desejo momentâneo.

Estudiosos e pesquisadores afirmam que esse consumismo está mais ligado a uma questão psicológica e emocional do que ao sustento das necessidades básicas, pois as pessoas consomem para suprir seus vazios interiores, tornando-os dependentes do consumo exarcebado e valorziando o novo como elemento propul-sor dos desejos.

As relações de consumo enquanto elo das relações sociais desenvolvem-se em uma ótica de alienação econômica, social e cultural, pois criam uma falsa dominação entre os laços familiares, profissionais, religio-sos e educacionais. Para que uma relação se estruture em determinada posição social, esta não será medida pelos bens materiais adquiridos, mas é possivel que estes laços se solidifiquem a partir de uma base esta-belecida pela satisfação pessoal, pela felicidade e pelo amor, idependente do consumo por bens materiais. Inequivocadamente, o que vemos é a fórmula do consumo associada a uma felicidade êfemera, que acaba tomando novas conotações superficiais e supérfluas.

5.1Comportamento de consumo voltado para o produto de moda

Nas sociedades contemporâneas, marcadas pelo hiperconsumo de produtos de moda, os produtos são ad-

O Comportamento de consumo

UNIDADE V

8 - Consumo Fonte: https://startupi.com.br/2017/11/nao-tenho-ideia-do-que-seja-o-funil-de-vendas/

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quiridos mais do que a própria funcionalidade, e as marcas de moda apostam em publicidades que possam atingir o consumidor através das experiências sensitivas, da valorização da beleza, de valores e estilos de vida de algumas personalidades. Tais produtos renovam-se a cada estação, apresentando inovações e designers moder-nos e funcionais, associados sempre ao bem-estar, à praticidade, ao belo e ao seu conceito a atributos intocáveis que seus consumidores possam se identificar.

Para o consumo voltado para um produto de moda é possivel afirmar que este se define pela relação entre as duas ações, o que se consome e o que se descarta. Neste sentido, a compra, sendo maior do que o descarte, significa que se compra mais do que se gasta e, seguindo esse ritmo, quanto mais se compra, maior é a submis-são à moda.

Pela grande importância da moda, como comportamento, e as roupas, como maior símbolo de comunicar a aparência, as marcas de moda são responsáveis pela difícil tarefa de traduzir, em produtos, os desejos, valores e as personalidades do seu consumidor, apresentando inovações aos seus produtos. Assim, marcas investem nas pesquisas de tendências e em pesquisas de mercado, para criarem suas coleções e construírem uma boa campanha de marketing.

5.2 Pesquisas de tendências e comportamento de consumo

Em uma sociedade em que as marcas influenciam diretamente nas escolhas e no poder de compra dos con-sumidores, percebe-se que cada vez mais elas vêm ganhando importância na relação entre indivíduo e produto. No setor do vestuário, os produtos são renovados a cada estação, com grande rotatividade nas lojas. Observa-se que o investimento por inovações e pesquisa de tendência de consumo e comportamento aumenta considera-velmente e, alinhado aos anseios da sociedade, tornou-se fundamental para as empresas como forma de vencer a crise e aumentar a competitividade.

Por meio de pesquisas realizadas por profissionais de tendência, foram identificados alguns fatores que in-fluenciam o poder de compra dos consumidores para um produto de moda.

O papel social foi identificado como fundamental para o grupo ao qual a pessoa pertence e os valores que são evidenciados neste grupo. É importante para o consumidor que a marca exerça um papel social, deixando transparente para o seu consumidor de que forma ela vai atuar dentro da sociedade. Outro fator que influencia o poder de compra é a faixa etária, a cultura e a necessidade do indivíduo, combinadas às questões psicológicas e emocionais.

É fundamental entender que os consumidores estão mapeando, estudando as marcas. Eles querem, inclusive, saber se as empresas mudaram seu modelo de negócio, princi-palmente quando este impacta a sociedade. O intuito dos consumidores é saber se as marcas estão alinhadas às suas novas demandas e a um propósito – além, claro, como se relacionam com suas necessidades. Ou seja, consumidores estão impulsionando o mercado em outro nível”, afirma Luiz Arruda, Head da WGSN Mindset (Fonte: https://canaltech.com.br/)

SAIBA MAIS Previsões para 2020: insights no consumo de moda da WGSN BrasilQuem serão os novos consumidores?Um novo grupo deve ganhar representatividade já no próximo ano: a geração

M, jovens millennials, com forte influência muçulmana. Eles devem representar cerca de 2,8 bilhões de pessoas até 2050! Assim, com a queda da elite americana, algumas pautas devem ganhar ainda mais força como política e economia, com reflexos diretos na moda.

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SAIBA MAIS Quem também está em destaque são os localtivistas, pessoas engajadas na

sobrevivência dos microprodutores, interessados na origem dos produtos e contra a gentrificação dos espaços. Movimentos como Support your locals e “compre de quem

faz” estarão cada vez mais presentes.

Quais são as mudanças na sociedade?As novas pautas sociais representarão um reflexo no comportamento da sociedade como um todo.

O capitalismo comunitário começa a crescer, junto do boom do sharing economy, a famosa economia do compartilhamento. O acesso aos produtos (e a roupas) deve prevalecer sobre a pose/ter.

Quais são as novidades na tecnologia?As transformações significativas que estão por vir aparecem atreladas à tecnologia, principalmente

à chegada do 5G. As polêmicas envolvendo os Estados Unidos e a China na liderança pelo lançamento não são novas, como pudemos observar com o caso envolvendo a empresa Huawei.

Além do domínio do mercado, o país líder no acesso à tecnologia também deve obter vantagem competitiva no consumo. A força 5G precisa de apenas 3,5 segundos para a conexão, e mais velocidade significa mais compras por impulso.

Em contrapartida, o surgimento de novas tecnologias chamam a atenção para a ética. Regulamentação e fact checking caminharam juntos nessa nova etapa.

Fonte: https://slowly.com.br/insights-no-consumo-de-moda-em-2020/

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Como o mercado de moda no Brasil está em pleno cres-cimento, se tornando um dos mais lucra-tivos do mundo nos últimos anos, é pos-sivel perceber que o poder de compra do brasileiro se fortale-ceu para aquisição de peças de vestuário. O quinto maior consu-midor de roupas nos rankings mundiais, nem a crise desacele-rou o mercado para o consumo dos produ-tos de moda.

Em 2017, a alta da receita do setor foi de 8,1%, enquanto, em 2018, projetou-se um crescimento de 5%. Isso se deve ao comportamento do brasileiro das classes C e D, que tendem a gastar todo o seu orçamento em consumo, em vez de fazer investimentos para o futuro. Até 2021 a estimativa é de crescimento acumulado de 13% do mercado de moda no Brasil, com média de 3,1% ao ano, o que pode levar a recorde de produ-ção, de 6,68 bilhões de peças. A demanda deveria superar a oferta somente em 2020 (Fonte: www.fcem.com.br).

Esses números mostram que cada vez mais as empresas têm investido em pesquisas para manter a quali-dade dos produtos, fidelizar o público-alvo e conquistar novos mercados. Como as tendências são o reflexo de um comportamento social e direcionam o que vai estar na moda num determinado momento, é fundamental que todas essas informações sejam adaptadas para características regionais e climáticas. No Brasil, o primeiro ponto a se analisar é a geografia cultural da qual fazemos parte, depois, as características climáticas que pre-dominam no País. Por possuir um clima cultural influenciado pelo litoral, traça-se um perfil de um país tropi-cal, e algumas tendências são voltadas para a moda praia. Os pesquisadores exploram esse nicho e destacam regiões que sejam importantes para o “fluxo de consumidores inovadores”, levando essas características para outros centros (cidades) de maior referência para o mercado de moda. Com esses dados obtidos é possivel fortalecer o mercado interno e lançar produtos baseados na realidade local (MEIRELES, 2014).

Tendências de moda aplicadas ao mercado brasileiro

UNIDADE VI

9 - Tendência brasileira Fonte:https://areademulher.r7.com/moda/verao-2020-tendencias/

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6.1 As tendências para o fast fashion

De acordo com a estilista Keterin Vargas, as mudanças sociais e econômicas sempre refletiram o compor-tamento de uma sociedade e, consequentemente, o vestuário, que é uma das principais formas de expressão do ser humano. O termo fast fashion surgiu na Europa, no final dos anos 1970, significa “moda rápida” e con-siste em um padrão de produção e consumo em que os produtos fabricados são consumidos e descartados de forma rápida. Na década de 1970, quando ocorreu a crise do petróleo e a mudança no cenário econômico mundial, as indústrias de manufaturas buscaram uma forma de aumentar seu faturamento para saírem da cri-se, criando uma estratégia de escoar sua produção. Nos anos 1990 o fast fashion se estabeleceu fortemente na Espanha, que é considerada a quarta maior produtora têxtil do mundo, e difundiu para o mercado mundial, satisfazendo as necessidades de consumo com produtos de qualidade inferior e menor custo (CIETTA, 2012).

A marca pioneira desse modelo de negócio foi a Zara, que nos anos 1990 apostou no lançamento de produtos novos com custos baixos, produzindo em larga escala para aumentar o faturamento e atender a de-manda do novo mercado. A forma de exposição de suas mercadorias nos pontos de venda chamava a atenção dos concorrentes e consumidores, e as lojas reorganizavam e trocavam seus produtos periodicamente para manter a circulação dos clientes. Até hoje a marca acompanha a velocidade crescente da demanda e mantém a mesma estratégia de venda, trocando grande parte de suas mercadoria expostas nas lojas a cada quinzena, seguindo um planejamento da sua logística para manter seu faturamento e fidelizar seus clientes.

Crise do petróleo

A crise do petróleo teve início quando se descobriu, na década de 1970, que o recurso natural não era renovável. Em decorrência disto ou utilizando o fato como pretexto, o preço do petróleo sofreu muitas variações a partir de tal década, marcando efetivamente cinco momentos de crise do produto.

O petróleo foi descoberto ainda no século XIX, mas, desde então, é fundamental e presente ativamente na vida da sociedade. O produto se tornou precioso e passou a ser chamado “ouro negro”, já que os felizardos por descobrirem poços de petróleo se enriqueciam demasiadamente, tamanho o mercado consumidor que se estruturou em torno do recurso natural. O desenvolvimento da sociedade industrial e de consumo ampliou mais ainda os lucros obtidos com o petróleo.

PESQUISE

Fonte: https://www.infoescola.com/economia/crise-do-petroleo/

O conceito do fast fashion é a criação de coleções compactas, modelos novos, grande circulação de pro-dutos trocados dos expositores por um curto período de tempo, por novos modelos para atender o hipercon-sumismo da atualidade. Desta forma, gera benefício para algumas empresas porque atingem o consumidor ávido por novidades, especificamente o público jovem, que tem necessidades infinitas e ilimitadas. Como algumas das causas que movem a economia capitalista são o consumo crescente e a geração de lucro, o fast fashion atende a estas especificidades (CIETTA, 2012).

Assim, esse modelo de produção, adotado por muitas empresas que fabricam peças em larga escala e que optaram por produzir modelos parecidos com os que são lançados exclusivamente por marcas renomadas, de uma forma geral democratizou o consumo por moda. Por serem produzidas peças iguais em grande escala, são distribuídas em vários países, fragmentando essa logística e dando a impressão de exclusividade aos con-sumidores. Desta maneira, poucas unidades do mesmo modelo chegam a uma determinada loja.

Estudiosos da área afirmam que o fast fashion faz com que a moda se torne efêmera. As tendências que eram lançadas a cada três meses assumem um período de vida bem mais curto, sendo lançadas coleções mensais, e até semanais, para atender as necessidades do mercado. A capitação de tendências é um pro-cesso caro e complexo. O sistema fast fashion gera uma redução no custo deste processo, focando mais nas pesquisas de consumo do que nas pesquisas de tendências, pois cria maior atenção ao que o mercado está

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consumindo mais (CIETTA, 2012).No Brasil, o fast fashion não tem um preço tão acessível quanto na Europa e nos Estados Unidos, devido aos

altos impostos, mas movimenta o setor da economia com geração de empregos, geração de renda e consumo acelerado. Em contrapartida, a mão de obra é baixa, e o impacto ao meio ambiente é negativo. Atualmente, um dos principais fatores para a evolução do fast fashion são informações sobre tendências que disponíveis na inter-net, de forma rápida e dinâmica, disponibilizando e-books com tendências a cada estação, gratuitamente, para que as indústrias consigam produzir através de um sistema que envolve uma logística de produção acelerada.

10 - Fast fashion Fonte: https://www.audaces.com/

6.2 Fast fashion x impactos sociais

Transformando as roupas produzidas para durarem por um longo período em peças praticamente descartá-veis, de uso rápido e custos muito baixos, o fast fashion é uma forma de incentivar o consumo compulsivo. As marcas que adotam o fast fashion lançam 50 coleções ao ano, colocando novos produtos a cada semana. Por meio desse processo produtivo acelerado, os donos da marca estabelecem prazos para a as indústrias terceiriza-das e custos cada vez mais baixos. As indústrias que se submetem a esse tipo de processo produtivo estão loca-lizadas em países como China, Índia, Tailândia, com grande concentração de mão de obra barata. Esta realidade submete os trabalhadores a baixos salários e a uma jornada de trabalho abusiva, acima do que é estabelecido por lei.

As indústrias de moda no âmbito mundial faturam em média três trilhões de dólares por ano, colocando a China como maior produtora de peças do vestuário do mundo, seguida por Bangladesh. O operário que confec-ciona essas roupas em países como Índia, China e Bangladesh recebe, em média, dois a três dólares por dia de trabalho, sendo produzidas peças, na maioria, para o público feminino (FLETCHER, 2012).

Esse cenário desumano, em que as indústrias tercerizadas adotam e submetem seus trabalhadores a regimes de trabalho semelhantes ao de escravos, é incentivado por marcas de luxo, conhecidas mundialmente no univer-so da moda. No Brasil, as marcas que já foram autuadas por adotarem esse sistema de trabalho são: Riachuelo,

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Lelis Blanc, Zara e Luigi Bertolli.

Fonte: https://www.ufrgs.br/vies/vies/sweatshops-exploracao-moderna/

SAIBA MAIS O que são os sweatshops

O termo sweatshops (em português “fábricas de suor”) é cada vez mais usado nos dias atuais. O próprio nome dá a entender que se trata de empresas envolvidas com a exploração extrema dos trabalhadores, caracterizadas por: um salário abaixo do mínimo necessário à sobrevivência; a ausência de qualquer forma de garantia ou proteção trabalhista; a exploração de crianças; as condições de trabalho perigosas para a saúde ou por ameaças, moléstias sexuais e abusos físicos e psicológicos. As jornadas de trabalho são muito maiores do que a lei determina em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Elas são tão longas que lembram os primórdios da Revolução Industrial na Inglaterra. Muitos trabalhadores são forçados a turnos de trabalho ininterruptos de até 19 horas.

6.3 Fast fashion x impactos ambientais

Quando se fala no im-pacto negativo causado ao meio ambiente, não se trata apenas das con-sequências causadas por problemas tradicionais, como poluição de usinas, de fábricas automotivas ou lixos jogados em rios e mares. A questão ambien-tal que envolve o modelo fast fashion implica sérias questões sustentáveis no que diz respeito à produção de vestuário e ao consumo acelerado dele. Um estudo feito pela revista Forbes, em 2018, constatou que o setor de vestuário é responsável por 10% das emissões de carbono no ar, colocando estas indústrias como as segundas maiores poluidoras do meio ambiente, seguidas pelas usinas de petróleo. Em média, são usados 70 milhões de barris de petróleo por ano para produzir o poliéster, que atualmente é a fibra mais utilizada na confecção de roupas, e sua decomposição leva aproximadamente 200 anos. Neste contexto, as peças fabricadas com essa matéria-prima fazem parte da cadeia produtiva do fast fashion, sendo que são descartadas rapida-mente pelo consumidor e geram mais lixo ao meio ambiente. Alguns hábitos de consumo, como, por exemplo, roupas e acessórios, podem contribuir para uma acelerada degradação do meio ambiente, pois são descartadas rapidamente e substituídas por outras. Este comportamento é característico de um consumo desenfreado para suprir uma demanda do que é ofertado pelo mercado de moda de produtos com baixos preços e, consequente-mente, baixa qualidade (CIETTA, 2012).

Atualmente, a população mundial consome 880 bilhões de peças de roupa a cada ano, significando mais de 400% do que era consumido há duas décadas. No Brasil, este consumo é muito elevado, pois são descartadas

11 - Fast fashion Fonte: https://thesafiablog.com/

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170 mil toneladas de resíduos têxteis a cada ano, incluindo descartes das indústrias e de consumidores. Cerca de 85% desse resíduo têm como destino os lixões e os aterros sanitários. Por tanto consumo por vestuário, outros setores também são avaliados em razão destes números. Como exemplo, temos as plantações de algodão, que a cada ano se modificam e aumentam suas produções, levando a várias conseqüências. Estas geram um consumo maior por água e pesticidas, conhecidos como narcóticos ecológicos, produtos químicos utilizados no combate a pragas que, quanto mais são utilizados, mais são necessários. Estas plantações de algodão localizadas na Índia, que é considerada uma das maiores produtoras mundiais, utilizam muito estes pesticidas e sofrem graves con-sequências por causa desse produto tóxico, como doenças mentais, cânceres, dentre outros. Com todos esses fatores relacionados, existem muitos outros que fazem parte desta cadeia produtiva que move a indústria do vestuário (MEIRELES, 2014).

6.4 Fast fashion e sustentabilidade podem andar juntos?

Como uma das formas de expressão e comunicação mais importante, a moda está presente em quase todos os segmentos do mercado, difundindo novos conceitos na tecnologia, cultura, ciência e no compor-tamento, por isso deve ser vista e tratada com seriedade e consciência. O modelo fast fashion, sendo o mais consumido no mercado brasileiro, lança aproximadamente 52 coleções durante o ano, incentivando o consumo por vestuário e gerando o descarte de roupas em períodos mais curtos. Este processo acontece pelo fato de serem oferados produtos com preços cada vez mais baixos, com uma grande rotatividade de novos produtos.

É possível associar o fast fashion a um consumo mais consciente? Se os produtos fast fashion são produ-zidos para serem rapidamente consumidos e descartados, gerando um desejo de compra por novas peças, como se daria essa associação? Na tentativa de melhorar este cenário, algumas marcas renomadas vêm se adaptando a uma forma de substituir a matéria-prima de dificil decomposição ao meio ambiente por outra que cause menos impacto a este. Outra importante medida foi deixar os processos produtivos mais transpa-rentes, adotando recursos que vão amenizar estes impactos e também a forma de tratar seus colaboradores na produção de suas peças.

SAIBA MAIS Marcas mais lucrativas do mundo fashion (em ordem alfabética) ∙ Adidas (grupo alemão de moda desportiva) ∙ Burberry (grupo britânico de moda de alta gama)

∙ Chow Tai Fook (conglomerado de Hong Kong, entre suas marcas a joalheria Chow Tai Fook) ∙ Fast retailing (grupo japonês de fast fashion, entre suas marcas Uniqlo) ∙ H&M (grupo sueco varejista de fast fashion, entre suas marcas H&M) ∙ Hermès (grupo francês de marroquinaria de luxo) ∙ Inditex (conglomerado espanhol detentor de marcas como Zara e Pull and Bear) ∙ L Brands (grupo

detentor de marcas como Victoria’s Secret, PINK e La Senza) ∙ Luxottica (maior grupo especializado em óculos do mundo, distribui marcas como Ray-Ban, Oakley,

Giorgio Armani, Prada etc.) ∙ LVMH (holding francesa de artigos de luxo, com marcas como Dior, Louis Vuitton, Givenchy, Marc

Jacobs etc.) ∙ Marks & Spencer (maior rede de lojas de departamento do Reino Unido)∙ Michael Kors (marca americana de moda de média e alta gama) ∙ Next (varejista britânica de moda) ∙ Nike (gigante americana de moda desportiva)

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SAIBA MAIS ∙ Nordstrom (rede americana de lojas de departamento de luxo) ∙ Pandora (joalheria dinamarquesa) ∙ Prada (grupo de luxo italiano)

∙ Ralph Lauren (marca americana de moda masculina, feminina, infantil e moda lar) ∙ Richemont (conglomerado suíço detentor de marcas como Cartier, Piaget, Montblanc etc.) Figura 1 –

Marcas mais lucrativas do mundo fashion, em ordem alfabética. Fonte: (Fonte: Relatório “The State of Fashion 2017” - McKinsey & Company/ Business of Fashion, 2017).

6.5 Slow fashion

O termo slow fashion surgiu em 2004 e ficou conhecido depois de ser visto em sites, blogs e artigos de moda na intertet. Veio em contraposição ao fast fashion, como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda, e seu conceito prioriza a moda com cons-ciência. Este modelo de produção está ligado a todo o processo de fabriação da roupa, utilizando matérias-primas reno-váveis e de fácil degradação, priorizando também a qualidade em detrimento à quantidade, o bem-estar dos trabalhado-res, bem como sua justa remuneração.

6.5.1 Características do slow fashion

l Valorização de recursos locaisUma forma de priorizar a produção de pequenos empreendedores locais e resistir à globalização, como

alternativa à descentralização e à produção de produtos fabricados em massa. A valorização por produtores e criadores locais aquece a economia, gerando mais renda e empregos.

l Produção transparenteA fabricação das peças com total transparência da matéria-prima utilizada, bem como o conceito e os valores

da marca.

l Produtos sustentáveis e sensoriaisEsses produtos são os que têm uma vida útil mais longa, por isso têm maior valor, ganhando credibilidade

pelo consumidor. É importante que estes produtos sejam desenvolvidos para serem utilizados em mais de uma temporada, e isso precisa envolver um conceito maior do que a simples aparência, que carreguem uma história, valorizando a sua origem e que estejam permanentemente na moda.

Um cenário de moda mais sustentável implica uma mudança radical no modo de criar novas roupas e, mais ainda, na forma com que os consumidores vão lidar com o desejo de compra.

12 - Slow fashion Fonte: http://anaturalissima.com.br/

Page 35: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

35

https://www.youtube.com/watch?time_continue=33&v=L8Ip23V_Ud0&feature=emb_logo

Slow fashion “é um termo cunhado por volta do ano de 2004, em Londres, por Angela Murrills, uma escritora de moda da revista de notícias on-line Georgia Straight. O slow fashion surgiu como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda, em oposição ao fast fashion.

MÍDIAS INTEGRADAS

6.5.2 O que faz uma marca ser realmente slow fashion?

Para desenvolver uma marca com conceitos slow fashion é fundamental que seus valores éticos sejam baseados em princípios de responsabilidade ambiental, com seus colaboradores, seus fornecedores e seu público-alvo. O primeiro critério a ser elaborado são os princípios culturais, que a marca precisa definir bem. Estes princípios baseiam-se nos aspectos ambientais e de sustentabilidade ao logo do seu tempo, no mercado e nos meios pelo qual o produto vai chegar ao mercado. Envolve a comunicação com seus consumidores e a transparência nos processos produtivos da empresa, bem como o relacionamento com seus colaboradores.

O critério financeiro que envolve dinheiro X tempo X trabalho estabelece a relação entre estes três quesitos para que o produto chegue ao consumidor com valor justo, levando-se em consideração o tempo de trabalho de toda a equipe envolvida. Após consolidado no mercado e seus valores bem estabelecidos, é possível se manter firme ao propósito inicial, para que se construa um elo entre empresa e consumidor baseado entre valores e crenças.

Marcas que adotam o conceito slow fashion

Doisélles: a marca de Raquell Guimarães é inteira idealizada em tricô e crochê. Sua oficina é uma penitenciária de segurança máxima, onde ela tem um projeto chamado Flor de Lótus, que contrata mão de obra presidiária (um projeto de reinclusão social em que os detentos têm salário, redução da pena e auxílio às famílias). A Doisélles faz essas pessoas utilizarem seu tempo para algo que lhes dá retorno e capacitação profissional!

Coletivo de dois: Hugor Mor e Daniel Barranco começaram fazendo peças com retalhos. Só que, como usaram suas referências estéticas nesse processo, o resultado ficou entre os anos 1980 e muita estampa colorida! A marca conta apenas com os dois estilistas, que começaram o ateliê há menos de um ano, mas já estão em várias feiras de rua de SP expondo seu trabalho. Tudo é pensado no cenário sustentável, até as sacolas – que são de papel kraft reutilizado ‒ das modelagens que eles fazem no ateliê!

Gioconda clothing: a marca de lingeries e roupas de ficar em casa (que, aliás, são lindas demais pra ficar em casa), detém todo o processo de criação e desenvolvimento das peças. Ele é artesanal, em escala pequena, com todos os materiais certificados de matéria-prima brasileira. Além disso, a Gioconda prega um conceito bom do ócio – do tipo “pega leve, não se estresse tanto”! E o “slow” vai até na forma como entregam as peças aos correios: de bicicleta! Além de, claro, a entrega de bike não poluir!

Terra da Garoa. Carolina Biaggi e Fernanda Capellini acreditam que, a cada peça que elas produzem, transmitem um pouco delas mesmas. A marca não produz nada em larga escala, e o conceito de CO2 control é empregado, fazendo com que toda a produção seja pensada de maneira eco. Inclusive, ela foi uma das finalistas do prêmio Ecoera de 2015!

Karmem: a marca é preocupada com o descarte e desperdício têxtil e utiliza tecidos de qualidade que o mercado não quer mais. Sendo assim, a criação fica por conta do tecido encontrado, garantindo peças em número limitado e roupas que duram mais. E, além disso, a Karmen tem um design superurbano, cheio de estilo, e peças unissex para todo mundo poder usar!

Annas: faltou uma opção para sapatos, certo? A Anas, marca carioca comandada por Beth Noronha e Ciça Friedheim, tem o formato de produção artesanal e toda uma identidade brasileira nas peças: flats, espadrilles, sandálias que são a expressão da mulher carioca. É uma coleção planejada para ser usada 24h por dia, sete dias por semana. Ah, a Anas vai vender na Blaiz (e-commerce europeu que reúne marcas da América do Sul) no próximo verão! Slow fashion está crescendo mesmo!

PESQUISE

Fonte: https://www.lilianpacce.com.br/

Page 36: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

36

O carderno de tendências é elaborado com indicadores de informações: sociais, culturais, econômicos, políticos, artísticos e outros. As informações são coletadas de acordo com a finalidade do segmento e seu nincho de negócios, cada um com uma metodologia própria de acordo com o que vai ser oferecido às indús-trias que fazem parte da cadeia textil. Os dados colhidos são interpretados e transformados em tendências, e posteriormente serão seguidas para o mercado da moda, mas antes destas informações serem copiladas, o book de tendências deve passar por um processo de análise e estudo.Um book de tendências precisa estar dividido de uma forma que facilita o seu uso e assimilação. As informações são agrupadas e divididas em estilos, com suas respectivas subdivisões: tendências, modelagens, materiais, lavanderias, estampas e deta-lhes/aviamentos, cores para a estação, croquis, desenhos técnicos, especificação do produto, ficha técnica de cada peça (MEIRELES, 2014).

O book costumamos dividir em dois, sendo: conceito, que engloba tendências, modelagens, materiais, lavanderias, estampas, detalhes/aviamentos, cores e o croqui, e o técnico, que engloba os desenhos técni-cos, especificação dos produtos, ficha técnica que vai para produção.

Book conceitoTendências: resumo de tudo que você pesquisou e resolveu aplicar na coleção conforme o que o merca-

do pede; algumas marcas costumam investir pesado em temas para marcar sua coleção.Modelagens: essa parte significa os principais pontos encontrados nos desfiles internacionais, e quer di-

zer um recorte, um decote, volume, comprimento, tudo que engloba a questão do design aplicado na roupa. Materiais: essa parte será os tecidos e outros utilizados na coleção com base nas tendências escolhidas.Lavanderia: aplicada mais na indústria de jeans, a lavanderia é primordial para cumprir o design aplicado

às tendências escolhidas. Estampas: geralmente são trabalhadas com base na tendência escolhida e têm um peso maior quando a

marca insiste em trabalhar com temática. Detalhes/Aviamentos: nesta parte serão detalhados todos os acessórios utilizados na fabricação dos looks,

como botões, passamanaria, aplicações, bordados, reguladores, bojo, entre outros, na verdade, tudo que vem como secundário na peça.

Cores: as cores devem ser bem trabalhadas no book e são as principais para criar a identidade da coleção; geralmente pesam bastante entre primavera/ verão e outono/inverno.

Croqui: este, por sua vez, é a parte fundamental do book, o croqui, o norte e a finalização de um processo de pesquisa. O croqui do book geralmente é trabalhado de uma forma mais estilizada, dando um toque pessoal e a marca do estilista dentro da marca.

Book técnicoDesenho técnico: é a parte onde as peças do croqui são desenhadas detalhadamente, mostrando cortes, re-

cortes, plissados, fendas, penses e outros detalhes de costura, dentro da confecção (chão de fábrica); o desenho técnico é prioridade e é fundamental para a leitura correta do croqui.

Especificações do produto: nesta parte, cada desenho técnico será descrito passo a passo dentro da linha de

O caderno de tendências de acordo com as influências do mercado de moda

UNIDADE VII

Page 37: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

37

produção, detalhando cada máquina de costura que o processo produtivo irá utilizar para produzir o produto final. Este processo é muito utilizado dentro das fábricas para medir a eficiência e a capacidade de produção daquela peça, e isso se torna fundamental para realizar o valor custo da peça de mão de obra.

Ficha técnica: é onde serão anexados o desenho técnico da peça, as especificações do produto e os materiais utilizados para fabricação deles, como: tecidos, aviamentos, entre outros. Através da ficha técnica faz-se o custo do produto para poder fazer seu preço final.

Nós definimos o que vai acontecer amanhã para que você possa tomar decisões in-teligentes hoje. Os nossos analistas mundiais de tendências e cientistas de dados se concentram incessantemente em decodificar o futuro para fornecer uma visão sólida e confiável sobre o amanhã (Fonte: https://www.wgsn.com/).

http://portaldonic.com.br/jornalismo/2018/09/04/mundo-moderno-favorece-crescimento-do-fast-fashion/

As mudanças no vestuário das pessoas, as tendências e, principalmente, a alteração na complexidade das roupas.

MÍDIAS INTEGRADAS

13 - Pesquisa de tendência Fonte: https://www.escolaedti.com.br/pesquisa-de-tendencia-o-que-e-e-como-funciona

Page 38: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

ANDRADE, Maria; JOFFILY, Ruth. Produção de moda. São Paulo: SENAC, 2012.

CALDAS, D. Tredsetters. Modas e mídias: breve ensaio sobre - A banalização do conceito de tendência na cultura contemporânea. In: VII Colóquio Brasil - França de Ciências da comunicação e da Informação, p. 3, 2004.

CALDAS, Dario. Observatório de sinais: teoria e prática da pesquisa de tendências. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004.

CAMPOS, Amanda Queiroz. Prognósticos do porvir: Desenvolvimento de Metodologia Conceitual para Pes-quisa Prospectiva. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Moda com Habilitação em Esti-lismo) – Programa de Graduação em Moda, UDESC, Florianópolis.

CARTILHA VISUAL DE LOJA aplicada ao Comércio Varejista, publicação SEBRAE DF, 2014. Disponível em: http:// www.sebraemercados.com.br/wp-content/uploads/2015/12/CARTILHA-VISUAL-DE-LOJA.pdf.

CECCATO, Patrícia; GOMEZ, Luiz Salomão Ribas. A Pesquisa de Tendências e a Gestão de Marcas de Moda na Sociedade de Hiperconsumo. In: Estudos de Tendências e Branding de Moda, v. 11, n. 22, 2018.

CIDREIRA, Renata Pitombo. Os sentidos da moda: vestuário, comunicação e cultura. 2. ed. São Paulo: An-nablume, 2005.

CIETTA, Enrico. A Revolução Do Fast-Fashion. Estratégias E Modelos Organizativos Para Competir Nas Indús-trias Híbrida. 2. ed. São Paulo: Estação das letras e cores, 2012.

CRANE, Diana. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São Paulo: Editora Senac, 2006.

FLETCHER, Kate; GROSE, Linda. Moda & Sustentabilidade – Design para a Mudança. Rio de Janeiro: editora Senac, 2012.

GARCIA, Carol; MIRANDA, Ana Paula. Moda é comunicação. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005.

LINDKVIST, Magnus. O guia do caçador de tendências: como identificar as forças invisíveis que moldam os negócios, a sociedade e a vida. São Paulo: Editora Gente, 2010.

LIPOVETSKY, G. O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

MEIRELES, Roberto; CASTRO, Guilherme Caldas de; SILVA, Helder Haddad Carneiro da; NUNES, José Mauro Gonçalves. Pesquisa de Mercado (fgv management). São Paulo: FGV, 2014.

PENN, Mark J. Microtendências, as pequenas forças por trás das grandes mudanças. São Paulo: Editora Best Seller, 2008.

Referências

Page 39: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

PETERMANN, Elisabeth. Archeology of the Future. Reconsidering the place and nature of trend forecasting in de-sign discourse. Edited by DRS 2014. Umea University of Design, 2014. Disponível em: http://www.drs2014.org/me-dia/654126/0164-file1.pdf. Acesso em: 09 jun. 2015.

PROENÇA, Graça. História da Arte. 17. ed. Rio de Janeiro: Ática didáticos, 2013.

RASQUILHA, Luiz.Coolhunting e pesquisa de tendências. São Paulo: Actual, 2015.

TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. Rio de Janeiro: Doris Treptow, 2013.

UNDERHILL, Paco. Vamos às compras: a ciência do consumo nos mercados globais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

VEJLGAARD, Henrik. Anatomia de uma tendência. Ed.: McGraw-Hill Interamericana de España S.L.; Edição: 1, Espanha, 2012.

VOLPI, Alexandre. A história do consumo no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Page 40: Pesquisa e Tendência 2020 - Portal Expresso

Inaciolândia

Gouvelândia

Quirinópolis

Vicentinópolis

AcreúnaSanto Antônioda Barra

Rio Verde

Jataí

Turvelândia

Porteirão

Maurilândia

Castelândia

Portelândia

Santa Ritado Araguaia

Serranópolis

Aporé

Itajá

Itarumã

CachoeiraAlta

Paranaiguara

Represa deSão Simão

Doverlândia

Baliza

Bom Jardimde Goiás

Aragarças

Nerópolis

Urutaí

Cristianópolis

Ipameri

Campo Alegrede Goiás

RioQuente

CaldasNovas

NovaAurora

Corumbaíba

Marzagão

Buriti Alegre

Itumbiara

Panamá

Bom Jesusde Goiás

Cachoeira Dourada

MorrinhosJoviânia

Aloândia

Pontalina

Diorama

Arenópolis

Palestinade Goiás

V ianópolis

Silvânia

Leopoldo de Bulhões

Terezópolis de Goiás

Ouro Verde de Goiás

Inhumas

Caturaí

Goianira

Brazabrantes

NovaVeneza

Bonfinópolis

Goianápolis

Caldazinha

Bela Vistade Goiás

São Miguel doPassa Quatro

Orizona

PalmeloSanta Cruzde Goiás

Pires do Rio

SenadorCanedo

Edéia

Edealina

Professor JamilCromínia

Mairipotaba

Varjão

Cezarina

Indiara

Montividiu

Paraúna

São João da Paraúna

Aurilândia

Firminópolis

Turvânia

Nazário

A velinópolis

AraçuAdelândia

Sanclerlândia

Fazenda Nova

São Miguel do Araguaia

NovoPlanalto

SantaTerezade Goiás

Montividiudo Norte

Trombas Minaçu

Campinaçu

Colinasdo Sul

Cavalcante

Alto Paraíso de Goiás

Teresinade Goiás

Divinópolisde GoiásMonte Alegre

de Goiás

CamposBelos

Nova Roma

Guaranide Goiás

Iaciara

Posse

Buritinópolis

Alvoradado Norte

Sítio D'Abadia

Damianópolis

Mambaí

Flores de Goiás

Formoso

Mutunópolis

Amaralina

Mara Rosa

Campinorte

AltoHorizonte

NovaIguaçude Goiás

Uruaçu

Pilar de Goiás

Hidrolina

Guarinos

ItapaciNovaAmérica

Morro Agudo de Goiás

NovaGlória

São Patrício

Carmo doRio Verde

Itapuranga

FainaMatrinchã

Montes Clarosde Goiás

Itapirapuã

Jussara

Santa Féde Goiás

Britânia

Guaraíta

Rialma

Santa Isabel

Rianápolis

Pirenópolis

Vila Propício

Padre Bernardo

Planaltina

Águas Lindasde Goiás

Novo Gama

Cidade Ocidental

Damolândia Abadiânia

Alexânia

Corumbáde Goiás

Cocalzinhode Goiás

JaraguáItaguaru

JesúpolisSãoFranciscode Goiás

Petrolinade Goiás

Heitoraí

Formosa

Vila Boa

Cabeceiras

Mimoso de Goiás

Água Friade Goiás

São JoãoD'Aliança

São Luiz do Norte BarroAlto

Santa Ritado NovoDestino

Crixás

Estrelado Norte

Bonópolis

Mundo Novo

Nova Crixás

Uirapuru

SantaTerezinhade Goiás

CamposVerdes

Mozarlândia

Araguapaz

Aruanã

Itauçú

Itaguari

SantaRosade Goiás

Itaberaí

Americanodo Brasil

Buritide Goiás Mossâmedes

Novo Brasil

Jaupaci

Anicuns

São Luís deMontes Belos

Córrego do Ouro

Cachoeira de Goiás

Ivolândia

Moiporá

IsraelândiaIporá

Amorinópolis

Jandaia

PalminópolisPalmeirasde Goiás

Campestre de Goiás

TrindadeSantaBárbarade Goiás

Guapó

Aragoiânia

Abadia de Goiás

ÁguaLimpa Goiandira

Cumari

Anhanguera

Ouvidor

TrêsRanchos

Davinópolis

Represa deCachoeira Dourada

Repr esa deItumbiara

Repr esa deEmbocaçãoCaçu

Aparecida do Rio Doce

Chapadãodo Céu

Perolândia

SãoDomingos

Lagoa Santa

Gameleirade Goiás

Ipiranga de Goiás

Luziânia

Regionais

Niquelândia

Ceres Goianésia

Santo Antôniodo Descoberto

Anápolis

Goiás

Porangatu

Catalão

Piracanjuba

Cristalina

Goiatuba

Santa Helenade Goiás

Caiapônia

Piranhas

Mineiros

Hidrolândia

Aparecidade Goiânia

Valparaíso de Goiás

São Simão

Rubiataba

Regional 1 - OS IbracedsRegional 2 - OS FaespeRegional 3 - OS RegerRegional 4 - OS CegeconRegional 5 - OS Centeduc

ITEGO - Instituto Tecnológico

COTECs - Colégios Tecnológicos

Uruana

Taquaralde Goiás

Campo Limpode Goiás

Goiânia

G O V E R N O D O E S TA D O

Somos todos

GOIAS

Secretaria deEstado de

Desenvolvimentoe Inovação

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Paranaiguara

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Cristianópolis

Ipameri

Campo Alegrede Goiás

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Marzagão

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Itumbiara

Panamá

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MorrinhosJoviânia

Aloândia

Pontalina

Diorama

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Palestinade Goiás

V ianópolis

Silvânia

Leopoldo de Bulhões

Terezópolis de Goiás

Ouro Verde de Goiás

Inhumas

Caturaí

Goianira

Brazabrantes

NovaVeneza

Bonfinópolis

Goianápolis

Caldazinha

Bela Vistade Goiás

São Miguel doPassa Quatro

Orizona

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Pires do Rio

SenadorCanedo

Edéia

Edealina

Professor JamilCromínia

Mairipotaba

Varjão

Cezarina

Indiara

Montividiu

Paraúna

São João da Paraúna

Aurilândia

Firminópolis

Turvânia

Nazário

A velinópolis

AraçuAdelândia

Sanclerlândia

Fazenda Nova

São Miguel do Araguaia

NovoPlanalto

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Montividiudo Norte

Trombas Minaçu

Campinaçu

Colinasdo Sul

Cavalcante

Alto Paraíso de Goiás

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Guaranide Goiás

Iaciara

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Alvoradado Norte

Sítio D'Abadia

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Mambaí

Flores de Goiás

Formoso

Mutunópolis

Amaralina

Mara Rosa

Campinorte

AltoHorizonte

NovaIguaçude Goiás

Uruaçu

Pilar de Goiás

Hidrolina

Guarinos

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NovaGlória

São Patrício

Carmo doRio Verde

Itapuranga

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Britânia

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Corumbáde Goiás

Cocalzinhode Goiás

JaraguáItaguaru

JesúpolisSãoFranciscode Goiás

Petrolinade Goiás

Heitoraí

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Vila Boa

Cabeceiras

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São Luiz do Norte BarroAlto

Santa Ritado NovoDestino

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Estrelado Norte

Bonópolis

Mundo Novo

Nova Crixás

Uirapuru

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CamposVerdes

Mozarlândia

Araguapaz

Aruanã

Itauçú

Itaguari

SantaRosade Goiás

Itaberaí

Americanodo Brasil

Buritide Goiás Mossâmedes

Novo Brasil

Jaupaci

Anicuns

São Luís deMontes Belos

Córrego do Ouro

Cachoeira de Goiás

Ivolândia

Moiporá

IsraelândiaIporá

Amorinópolis

Jandaia

PalminópolisPalmeirasde Goiás

Campestre de Goiás

TrindadeSantaBárbarade Goiás

Guapó

Aragoiânia

Abadia de Goiás

ÁguaLimpa Goiandira

Cumari

Anhanguera

Ouvidor

TrêsRanchos

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Represa deCachoeira Dourada

Repr esa deItumbiara

Repr esa deEmbocaçãoCaçu

Aparecida do Rio Doce

Chapadãodo Céu

Perolândia

SãoDomingos

Lagoa Santa

Gameleirade Goiás

Ipiranga de Goiás

Luziânia

Regionais

Niquelândia

Ceres Goianésia

Santo Antôniodo Descoberto

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Catalão

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Cristalina

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Santa Helenade Goiás

Caiapônia

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Mineiros

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Valparaíso de Goiás

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ITEGO - Instituto Tecnológico

COTECs - Colégios Tecnológicos

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