Pesquisa sobre Ocupação e Saúde

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ESS – Licenciatura em Terapia Ocupacional – UC1 1 Conceitos relacionados com Promoção de Saúde Privação Ocupacional Trata se de um estado prolongado de exclusão no envolvimento de ocupações significativas devido a factores e agentes externos ao individuo, ou seja, trata se de uma situação prolongada no tempo e em que a pessoa é impedida de participar em determinadas actividades significativas, independentemente de as ter realizado ou não no passado. Factores externos que promovem: Sociais Económicos Ambientais Históricos Geográficos Culturais Políticos Agentes externos que promovem: Tecnologia Divisão no trabalho Desemprego Pobreza Limitações físicas

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Conceitos relacionados com Promoção de Saúde

Privação Ocupacional

Trata se de um estado prolongado de exclusão no envolvimento de ocupações significativas

devido a factores e agentes externos ao individuo, ou seja, trata se de uma situação prolongada

no tempo e em que a pessoa é impedida de participar em determinadas actividades

significativas, independentemente de as ter realizado ou não no passado.

Factores externos que promovem:

Sociais

Económicos

Ambientais

Históricos

Geográficos

Culturais

Políticos

Agentes externos que promovem:

Tecnologia

Divisão no trabalho

Desemprego

Pobreza

Limitações físicas

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A liberdade de escolha ocupacional é portanto limitada ou mesmo negada, impedindo o

individuo de alcançar o máximo das suas potencialidades.

Associado à Privação Ocupacional existem alguns conceitos contudo diferenciam-se como a

Alienação Ocupacional que surge quando não permitem ao individuo envolver se em

actividades por não estar motivado para tal, sejam esses motivos de doença ou não. E ainda o

conceito de Disrupção Ocupacional que surge quando é imputada uma certa privação

temporária ao individuo a pratica de certas actividades devido a factores internos.

Em suma, privação ocupacional surge quando um individuo é confrontado com uma obstrução

ao seu envolvimento em ocupações preferenciais, existem factores externos ao mesmo e se

prolonga num extenso período de tempo.

Existem formas de privação social tais como:

Isolamento geográfico

Desemprego geográfico

Reclusão

Refugiados de guerra

Estereotipo sexual

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Participação Ocupacional

Envolvimento numa situação de vida/ actividades. Comportamento esperado dentro de um

sistema social. Salienta-se que participação é diferente de envolvimento, visto que um individuo

pode não participar em alguma coisa relacionada com uma determinada ocupação mas no

entanto está envolvido.

Bem-estar

Um termo geral que engloba o universo total de domínios da vida humana, incluindo aspecto

físicos, mentais e sociais. Uma soma de estado de equilíbrio e de boa forma.

Promoção da Saúde

A saúde pode ser promovida através participação e envolvimento em ocupações da

preferência do individuo de forma a satisfazer pessoalmente todas as suas vontades

conduzindo-o a alcançar todos os seus objectivos, elevando cada vez mais os seus potenciais.

Beneficiando a saúde a todos os níveis: mental, físico e psico-social.

Justiça Ocupacional

Segundo Wilcook (2004), trata se de oportunidades e recursos necessários à participação

ocupacional suficiente para satisfazer as necessidades pessoais e de terem as mesmas

oportunidades para alcançarem o seu potencial, especificamente em relação ao seu

envolvimento nas ocupações com significado para cada individuo.

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Ao estudar a relação entre ocupação e saúde concluiu que o impacto positivo ou negativo das

ocupações ao nível da saúde dependia de determinantes sociopolíticos ou culturais que podiam

ser integrados com termos de justiça.

A justiça ocupacional e a justiça social podem misturar se pois abordam os direitos que os

indivíduos, individualmente ou colectivamente possuem em participar em actividades que

considerem relevantes para si próprios.

Desta forma, o constructo de justiça social e o constructo de justiça ocupacional derivam da

noção de uma sociedade ideal, governada por um conjunto de princípios éticos, morais e cívicos

sobre os direitos e deveres dos cidadãos, sobre a forma como os mesmos se devem relacionar e

sobre a distribuição dos recursos humanos e financeiros.

A ocupação na promoção de saúde e bem-estar

Todos os indivíduos envolvem-se em ocupações de acordo com as suas necessidades no

envolvimento ocupacional. É através desta participação/ envolvimento nas ocupações que a

saúde e o bem-estar são particularmente alcançados.

Portanto, entende-se por saúde como sendo um pleno estado de bem-estar físico, mental e

psicológico e não se refere somente à ausência de dor (Organização mundial de saúde, 2006).

Por sua vez, o bem-estar engloba o universo de todos os domínios do ser humano, quer físicos,

mentais ou sociais. Estes conceitos são dinâmicos, complexos e derivam de diversos factores.

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“A ocupação é vista como o fazer, pensar e sentir sobre o que se faz” (MOHO, 2007).

De acordo com o Modelo de Ocupação Humana, as

ocupações são construídas num processo de

adaptação continua em que o indivíduo desenvolve

identidade e competência através da participação em

ocupações, ao longo do tempo, no seu contexto.

Portanto, a ocupação é bastante importante na

medida em que é através da ocupação que o homem

previne doenças do foro físico, mental e social. Assim,

todos necessitam de ser capazes de se envolver em

ocupações que vão ao encontro das suas

necessidades e que sejam dirigidas segundo um

propósito.

A ocupação também é considerada como um organizador do ritmo de vida que tem o intuito

de originar uma sensação de equilíbrio, o que facilita a experiência do controlo e as relações

interpessoais.

Contudo, a saúde pode ser afetada pela incapacidade de realizar atividades e participar em

situações da vida diária, que pode ser uma causa das barreiras ambientais, bem como os

problemas associados às estruturas e funções corporais. (WHO, 2001), pois com o envolvimento

em ocupações, cada individuo desenvolve, mantém e altera as suas capacidades e disposições.

A ocupação humana é o motor da saúde e no bem-estar, pois a participação em ocupações

favorece na evolução de determinadas formas ocupacionais e requerem o uso de competências.

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Logo, o impacto, tanto negativo ou positivo, das ocupações na saúde depende de certos

fatores que podem ser enquadrados na justiça ocupacional. (Wilcock ,A.,1998)

Por sua vez a justiça ocupacional diz respeito ao direito que todos os indivíduos têm em

corresponder às suas necessidades e de terem as mesmas oportunidades para a realização das

suas atividades/ ocupações.

Referências Bibliográficas

American Occupational Therapy Association, (2014). Occupational therapy practice

framework: Domain and process (3rd ed.). American Journal of OccupationalTherapy, 68

(Suppl.1), S1–S48. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2014.682006 Firfirey, N., & Hess-April,

L. (2014). A study to explore the occupational adaptation of adults with MDR-TB who

undergo long-term hospitalisation (Vol. 44, pp.18).

Kielhofner,G. (2007), Modelo de Ocupação Humana, 4ºedição

Wilcock, Ann A. (1998), An Occupational Perspective of Health, Grove Road, Slack

Incorporated.

Townsend, E.A., Wilcook, A.A. (2004). Occupational Justice, In C.H.

Kielhofner, G. (2002). Model of Human Occupation: Theory and Application (3ª ed.).

Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.

Schkade, J.& Mcclung, M. (2001).Occupational Adaptationin Practice. Texas

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