Pesquisadores do RAN monitoram um dos cágados mais ......sos pendentes de julgamentos na Amazônia....

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Edição 588 – Ano 13 – 18 de dezembro de 2020 ICMBio adere ao Programa TransformaGov Servidores do ICMBio palestram no Conservação Integrada Summit 21-30 Pesquisadores do RAN monitoram um dos cágados mais ameaçados do mundo

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Edição 588 – Ano 13 – 18 de dezembro de 2020

ICMBio adere ao Programa TransformaGov

Servidores do ICMBio palestram no Conservação Integrada Summit 21-30

Pesquisadores do RAN monitoram um dos cágados mais ameaçados do mundo

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Proteção

Encontro discute julgamentos de autos de infração

RAN e Ibama promovem a oficina de Monitoria Final do 1º Ciclo do PAN Quelônios Amazônicos

ODS relacionados ODS relacionados

buscada de forma rápida, não se prendendo à necessidade de uma solução (ou plano) total-mente acabada, mas com o firme objetivo de experimentar, testar rápido, errar rápido, iterar, e assim, também, corrigir rapidamente, avançan-do no processo de forma muito mais dinâmica.

Para o servidor Gerson Guaita, o ponto focal da GR 1, a oficina foi importante para definir as estratégias da GR1 Sede e suas Bases Avan-çadas, no intuito de zerar o passivo de proces-sos pendentes de julgamentos na Amazônia. A GR1 concentra um número expressivo de autos de infração lavrados, fator que sobrecarrega as equipes que realizam a instrução processual e julgamentos.

Segundo Guaita, para reverter o quadro, a GR 1 investiu em alternativas para suprir as de-mandas de recursos humanos na composição das equipes responsáveis pelos processos, na padronização de fluxos e na organização das in-formações, além de promover capacitações aos servidores que atuam nessa atividade.

de quelônios de água-doce com ocorrência na Bacia Amazônica e Tocantins-Araguaia, por meio da conciliação de ações de preservação com o uso sustentável. Tais ações vêm sendo realizadas nos últimos 40 anos no âmbito do Programa Quelônios da Amazônia (PQA).

Aprovado pela Portaria IBAMA/ICMBio nº 1/2015, o PAN Quelônios Amazônicos é o pri-meiro coordenado pelo Ibama com o apoio técnico especializado do ICMBio. As espécies--alvo não estão constam no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e têm grande parte das suas ações voltadas para o seu uso sustentável, mesmo que fora de uni-dades de conservação. Participam deste plano 29 instituições, entre autarquias federais, esta-duais, municipais e organizações não-governa-mentais. O PAN Quelônios Amazônicos deverá ter um segundo ciclo, o qual será planejado em 2021, juntamente com a avaliação deste ciclo que acaba de se encerrar.

Entre os dias 30 de novembro e 4 de dezem-bro, a Gerência Regional (GR) 1, sediada em San-tarém, no Pará, promoveu um encontro entre chefes de Bases Avançadas e pontos focais para discutir o julgamento de autos de infração. A GR 1 é responsável pelas 129 unidades de conserva-ção que ficam na Região Norte do Brasil.

O ponto alto do evento foi uma oficina com fa-cilitação da analista ambiental Marcia Strapazzon, da GR 5 (Sul), onde parte da equipe participou de forma virtual e, parte, de forma presencial. A me-todologia empregada foi a Adaptação Interativa Orientada por Problemas, elaborada pelo Centro de Desenvolvimento da Universidade de Harvard e que foca no aprofundamento do problema an-tes de partir para a busca de soluções.

A abordagem adotada foi inspirada no Design Thinking, forma de pensar amplamente aplicada nas ações organizacionais voltadas à inovação no setor público. As reflexões e escolhas sobre a solução para determinado problema são fun-damentadas em valores como empatia, colabo-ração e experimentação. Já a implementação é

O Plano de Ação Nacional para a Conser-vação dos Quelônios Amazônicos (PAN Que-lônios Amazônicos) teve seu primeiro ciclo en-cerrado entre os dias 30 de novembro e 04 de dezembro, durante a oficina de Monitoria Final. Durante esses dias, o Centro Nacional de Pesqui-sa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) e o Ibama contaram com a participação dos mem-bros do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) e com representantes da Coordenação de Identi-ficação e Planejamento de Ações para Conserva-ção (Copan/CGCON/Dibio). Por conta da pande-mia, a oficina foi realizada em ambiente virtual, por meio da Plataforma Teams.

O PAN Quelônios Amazônicos encerra seu 1º ciclo de cinco anos (2015-2020) com muitos produtos finalizados e quase 60% das ações de conservação e manejo já concluídas. Em função da pandemia, os produtos das ações ainda es-tão sendo compilados e o resultado final do PAN pode chegar a 83% de ações concluídas, ficando muito acima do esperado a partir da avaliação de meio termo. Este PAN foi proposto com o ob-jetivo de alcançar a conservação de 17 espécies

Tartaruga-da-amazônia, uma das espécies presentes no PAN

GR1 é a gerência que mais concentra UCs e fluxo de julgamento de autos de infração

em 1ª instância

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GR1

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C Ciência

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GestãoG

Servidores do ICMBio palestram no Conservação Integrada Summit 21-30

Durante os dias 30 de novembro a 4 dezem-bro, quatro servidores do ICMBio participa-ram como palestrantes de mesas temáticas do “Conservação Integrada Summit 21-30”, um evento organizado no Brasil pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o Grupo Cataratas.

O ano de 2020 marca o fechamento da Dé-cada da Biodiversidade (2011-2020), uma inicia-tiva da Organização das Nações Unidas (ONU), que visou implantar planos estratégicos de pre-servação da natureza e encorajar os governos a desenvolver e comunicar resultados nacionais do Plano Estratégico para Biodiversidade. Assim, o evento “Conservação Integrada Summit 21- 30” fez parte dos preparativos do Pnuma para iniciar a Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) no Brasil.

O evento buscou conectar pessoas de todo o mundo, reunindo especialistas, nacionais e internacionais, comprometidos com a conser-vação. A ideia é democratizar conhecimentos e realizar debates importantes sobre como for-talecer a proteção e defesa dos ecossistemas. Entre os temas, foram discutidos como fomen-tar capital em prol da restauração de ecossis-temas; lições aprendidas para sua restauração; o papel da comunicação social e educação am-biental para a conservação, dentre outros.

A primeira mesa temática que contou com a participação do ICMBio foi: Ferramentas para a Conservação, tendo como palestrante a analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Primatas Brasi-leiros (CPB), Mônica Montenegro. A palestra abordou como as Listas Vermelhas e Planos de

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Ação Nacional para a conservação de espécies ameaçadas no Brasil são importantes processos do ICM-Bio que produzem dados e participação da sociedade civil, trazendo grandes contribuições para a conservação da bio-diversidade no Bra-sil, e como elas po-dem auxiliar nas ações da Década da Restauração de Ecossistemas. Clique aqui e as-sista a palestra.

No segundo dia foi a vez de Thomas Christensen, da Co-ordenação de Ações Integradas para Conser-vação de Espécies (Coesp/CGCON/Dibio), participar da mesa temática Conservação Integrada: Um Plano Único. Ele comentou da necessidade de o ICM-Bio trabalhar e se organizar de forma mais integrada, principalmente com os gestores das UCs, para garantir mais efetividade na execução de ações integradas de conservação de espécies ameaçadas. Clique aqui e assista à palestra.

Na mesa Restauração de Fauna, os concei-tos e estratégias para a restauração de fauna ameaçada foram abordados. Aqui a Camile Lu-garini, do Centro Nacional de Pesquisa e Con-servação de Aves Silvestres (Cemave) contou so-bre o histórico de conservação da ararinha-azul ODS relacionados

ODS relacionados

(Cyanopsitta spixii) e os próximos passos que o ICMBio precisa fazer para rein-

troduzi-la na caatinga. Clique aqui para assistir.

Já no terceiro dia, Ro-berta Aguiar dos Santos,

do Centro Nacional de Pesquisa e Conserva-ção da Biodiversida-de Marinha do Su-deste e Sul (Cepsul) contribuiu na mesa Conservação de Espécies Marinhas Ameaçadas com uma síntese dos processos conduzi-dos pelo ICMBio de

avaliação do risco de extinção e de planeja-

mento e priorização de ações de conservação, a

partir dos Planos de Ação Nacionais, que envolvem cer-

ca de 139 espécies marinhas ameaçadas de extinção no Brasil. Cli-

que aqui e assista.

Assim, a participação do ICMBio teve um pa-pel importante e ressaltou os esforços que a casa vem fazendo para implementar suas ações de conservação, bem como reforçou seu compro-misso em impulsionar os objetivos da Década da Restauração de Ecossistemas, além de inspirar várias pessoas com seus trabalhos e resultados.

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Cepam realiza Oficina de monitoria do PAN Peixes Amazônicos

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O Centro Nacional de Pesquisa e Conserva-ção da Biodiversidade Amazônica (Cepam) re-alizou, entre 17 e 19 de novembro de 2020 , a 1ª. Oficina de Monitoria do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies de Peixes Ameaçados de Extinção da Amazônia (PAN Peixes Amazônicos).

A oficinal, realizada em ambiente virtual, contou com a participação dos membros do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) e de convidados de diferentes instituições: Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto Na-cional de Pesquisas da Amazônia- (NPA), Agên-cia Nacional de Águas (ANA), Wildlife Con-servation Society (WCS Brasil), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) , Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Universidade Federal do Pará - UFPA

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Ciênciac

e Associação de Zoológicos - e a Aquários do Brasil (AZAB).

O PAN Peixes Amazônicos propõe ações que visam reduzir o grau de ameaça de 36 peixes ósseos, duas arraias e um lagarto. Todas as es-pécies compartilham vetores semelhantes de ameaças, relacionados a empreendimentos para geração de energia hidrelétrica, perda ou alteração de habitat e pesca/retirada de indiví-duos (sobrepesca e comércio ilegal).

O PAN é coordenado pelo Cepam e rece-be apoio da Coordenação de Planos de Ação de Espécies Ameaçadas de Extinção (COPAN/ CGCON/ Dibio). O objetivo geral é fortalecer estratégias de gestão, proteção e ampliar o co-nhecimento sobre as espécies-alvos dentro de cinco anos.O PAN é composto por cinco obje-tivos específicos e 32 ações.

O analista ambiental do Cepam e coordena-dor do PAN Peixes Amazônicos, Manuel Lima, ressalta que realizar a monitoria anual de for-ma virtual foi um desafio em razão da pande-mia do COVID-19.

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agro

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1 Participantes da Oficina para avaliação do PAN Peixes Amazônicos

Zebrinha, peixe da família Characidae

ODS relacionados

Ao final da oficina, a Matriz de Monitoria de Ações foi consolidada e o Painel de Gestão ge-rado, revelando que 54% das ações planejadas foram iniciadas e estão em andamento. Ou-tras 29% não foram iniciadas e 14% não foram avaliadas em razão de seu início planejado ser posterior ao período monitorado.

PEIXES CONTINENTAIS

O Cepam também realizou a 1ª Oficina de Avaliação de risco de extinção de peixes ama-zônicos. Feito de forma virtual, o evento reuniu 13 especialistas em peixes continentais ama-zônicos para avaliar 175 espécies de peixes da família Characidae, avaliadas no ciclo anterior como Menos Preocupantes. Dentre espécies conhecidas dessa família, estão piranhas, car-dinais e sardinha-de-água-doce.

Ao todo, 167 espécies de peixes continentais amazônicos tiveram seu estado de conservação avaliado, se mantendo como Menos Preocu-pantes (LC); 7 espécies foram transferidas para outras oficinas e uma espécie foi excluída.

Já foram avaliadas 1279 espécies de peixes continentais amazônicos neste segundo ciclo. As oficinas de avaliação de peixes continentais terão continuidade com previsão da próxima oficina virtual em março de 2021.

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Ciênciac

O ICMBio em Foco entrará em período de recesso a partir desta edição. Retornaremos no dia 22 de janeiro de 2021.

Até lá, continue a nos enviar conteúdo para publicarmos na Rede ICMBio.

recesso do

Sabemos que 2020 foi um ano repleto de desafios, que nos fez pensar em novas formas de trabalho e de gerir as unidades de conservação ambiental. Por isso, queremos saber como foi o ano na sua unida-de. Tem algum novo procedimento implementado? Alguma nova forma de engajamento com a comunidade, com o conselho ou

com os voluntários? “Visitantes” flagrados circulando por onde as pessoas costumavam passar? Ou uma nova forma de fazer pes-

quisa da biodiversidade? Conte para a gente! Os melhores relatos serão escolhidos para ilustrar as primeiras edições do ICMBio em

Foco de 2021.

Nos mande o seu relato e fotos (com indicação de crédito e fora do arquivo de texto) para [email protected].

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compartilhadas em mesa-redonda realizada durante o evento virtual.

O Brasil é um dos três países com maior nú-mero de espécies de aves no globo, e mais de 10% das quase duas mil espécies já registradas em território brasileiro são consideradas aves migratórias. Algumas espécies migratórias têm suas rotas restritas ao território nacional, outras deslocam-se por diversos países vizinhos, outras

ainda podem se deslocar entre os hemisférios sul e norte. Essa interconexão notável entre am-bientes, biomas, países e continentes, realizada pelas espécies migratórias, torna o Brasil corres-ponsável pela conservação desse recorte da bio-diversidade global e, por esse motivo, o Brasil participa ativamente de convenções e acordos entre países que compartilham territórios que fazem parte do ciclo de vida desses migrantes.

Entre os dias 30 de novembro e 2 de de-zembro, o Centro Nacional de Pesquisa e

Conservação de Aves Silvestres (Cemave) parti-cipou da quinta reunião da Força-Tarefa Inter-nacional sobre Energias Renováveis (ETF). Na ocasião, foram apresentadas aos participantes de 15 países, as principais estratégias brasilei-ras para a conservação de espécies ameaçadas e migratórias, dando ênfase à terceira edição do Relatório de Rotas e Áreas de Concentração de Aves Migratórias no Brasil, publicado pelo Cemave no primeiro semestre de 2020.

A implantação de parques eólicos contribui cada vez mais para a formação de uma matriz energética brasileira mais limpa e renovável, mas há cuidados que precisam ser tomados para que essa matriz energética conviva bem com as aves migratórias, e este relatório foi apresentado como parte importante da estratégia do Brasil para o tema. No trabalho, também constam in-formações sobre a fauna de morcegos no Brasil e o risco de colisão modelado deste grupo com estruturas associadas aos empreendimentos eó-licos. Clique aqui e acesse a publicação.

A Força-Tarefa Internacional sobre Energias Renováveis (em inglês, Energy Task Force – ETF) foi instituída pela Organização das Nações Uni-das (ONU), por meio da Convenção sobre a Con-servação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS, em inglês). O grupo realiza reu-niões anuais desde 2016 e mantém uma plata-forma com múltiplos países e atores interessados em conciliar o desenvolvimento da produção de

energia renovável com a conservação de espé-cies migratórias. Clique aqui e acesse.

A implantação de uma matriz de produção de energia renovável nos países, como alterna-tiva a exploração de combustíveis fósseis, pode beneficiar as espécies migratórias, se imple-mentada adequadamente, ajudando a minimi-zar efeitos das mudanças climáticas. No entan-to, como acontece com o desenvolvimento de qualquer infraestrutura, pode também causar impactos negativos sobre a fauna e flora, quan-do não bem executada. Experiências negativas neste sentido têm sido compartilhadas por al-guns países e integram importante aprendiza-do do que não deve ser replicado e quais são as boas práticas menos impactantes para cada ambiente ou grupo.

O CMS Energy Task Force reúne governos, acordos ambientais multilaterais, investidores, setor privado e organizações não governamen-tais com o objetivo de evitar e minimizar os im-pactos negativos do desenvolvimento do setor energético sobre as espécies migratórias. Para este fim, esta Força-Tarefa promove e desenvol-ve ferramentas e guias para orientar a implan-tação sustentável ou adaptação de tecnologias de energia renovável e de linhas de transmis-são; compartilha e divulga as melhores práticas para implantação de infraestrutura de energia nos diferentes países; e fornece recomendações sobre a melhor forma de responder a proble-mas específicos; além de focar em pesquisas para abordar lacunas de conhecimento.

Ao longo de sua rota migratória, as aves utilizam diversas áreas para descanso e ali-mentação. Sem essas áreas, as aves não são capazes de atingir o seu destino. Sendo assim, é importante reconhecer estas áreas críticas e envidar esforços para o uso sustentável desses espaços e seus recursos. Por esse motivo, o tra-balho do Cemave foi reconhecido como de re-levância e integrou as experiências que foram

Cemave participa de reunião virtual de Força-Tarefa Internacional sobre Energias Renováveis

Trabalho do Cemave foi reconhecido internacionalmente e deve contribuir na implementação de melhores estratégias para

empreendimentos eólicos

ODS relacionados

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Cenap promove Oficina para avaliar status de conservação do gato-palheiro

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Car

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cio

José

hia

goO gato-palheiro é um pequeno felino, que mede entre 60 a 100 centímetros e pesa

cerca de 3,5 quilos, semelhante a um gato do-méstico. Este animal de pelagem longa, que varia do cinza ao avermelhado, assim como outros felinos, pode apresentar variação gené-tica que confere melanismo à sua pelagem. O gato-palheiro está presente na Região Central do País (Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Ma-ranhão, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul), assim como em países como Peru, Bolívia, Chile, Paraguai e Argentina.

O felino foi tema de uma Oficina Virtual pro-movida pelo Centro Nacional de Pesquisa e Con-servação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) entre os dias 3 e 4 de dezembro. O evento foi reali-zado pela plataforma Microsoft Teams e contou com o apoio do Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC), com facilitação de membro do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental (Cepta) e com a participação de oito especialistas nos táxons de diferentes universidades e instituições de pesquisa.

A espécie, anteriormente conhecida por Leo-pardus colocola passou por revisão taxonômica em 2020, resultando em duas espécies do gêne-ro que ocorrem em território nacional. Dessa for-ma, durante os dois dias de oficina foram avalia-das as espécies Leopardus munoai e Leopardus braccatus. Esta é a primeira Oficina do 2º Ciclo de Avaliação da Conservação do Gato-Palheiro.

Anteriormente, no dia 28 de outubro, foi re-alizado um evento preparatório com os mem-bros do Cenap e CBC, a coordenadora de Táxon, Dra. Flávia Tirelli, e dois especialistas convidados. Durante a reunião foram levantados todos os pontos necessários para ajustes nas fichas das espécies no Sistema de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Salve), bem

como foram redigidas as justificativas para am-bas as espécies. Essa etapa foi considerada im-prescindível para o sucesso da oficina em forma-to virtual.

SOBRE A ESPÉCIE

O gato-palheiro ocorre em áreas diversas, que vão desde regiões altas, como o Andes, até em regiões mais baixas, como o Pantanal. No Brasil, este animal está distribuído predominantemen-te em biomas com vegetação rasteira, como o Pampa, Cerrado e Pantanal.

É um animal ligeiramente menor que um gato comum, pesando entre 3 e 3,5 quilos. De hábitos crespusculares e noturnos, ele costuma caçar pequenos mamíferos (como roedores), mas pode predar espécies maiores (como cutias, pacas), além de répteis, anfíbios e aves.

Seu nível de conservação internacional é “qua-se ameaçado”. Mas no Brasil, a espécie cons-ta como “vulnerável”. As principais ameaças a este felino é a perda e fragmentação de habitats causadas, especialmente, pelo desmatamento e conflitos por retaliação, por eventualmente predar animais domésticos (como galinhas). No passado, este animal foi vítima de caça ilegal por conta de sua pele, com registros de quase 80 mil indivíduos captu-rados na Argen-tina para este fim.

Natal

O Natal Sem Fome é uma das maioresmobilizações solidárias da sociedade civilbrasileira. Em 2020, a campanha almejaarrecadar 151 toneladas de alimentos nãoperecíveis para impactar milhares de pessoasem todo o Brasil.

Para ajudar, o cidadão pode doar alimentosdiretamente nos postos de coleta, organizarum posto de coleta ou colaborarfinanceiramente com a campanha atravésdos canais de comunicação oficiais. Nos diasque antecedem o Natal (21 a 23/dez), serãorealizados mutirões de entrega de cestasbásicas para famílias em vulnerabilidadesocial em todo Brasil. Saiba mais aqui.

Estamos nos aproximando do Natal e das comemorações de fim de ano! Esse período ésempre marcado pelas ações sociais e pelo sentimento de solidariedade. O clima natalino nosinspira a fazer o bem e tentar, de alguma forma, deixar o Natal de todos um pouco mais feliz.

Ainda que estejamos fisicamente distantes devido à pandemia de Covid-19, podemos nosconectar em uma corrente do bem. Nesse ano desafiador, muitas instituições quetradicionalmente realizam campanhas de arrecadação estão adaptando as ações comnormas de segurança e distanciamento. Confira a seguir opções de campanhas paraparticipar. Se você já conhece alguma instituição que receba doações perto de você, entretambém nessa ação coletiva!

Solidário

O Programa Pátria Voluntária convida a todosos cidadãos a fazerem parte da CampanhaNatal Voluntário. Com o apoio de parceirospúblicos, privados e da sociedade civil, acampanha tem como objetivo a arrecadaçãode brinquedos, que serão doados ainstituições que atendem crianças, e arealização de ceia natalina em instituições delonga permanência para idosos.

Para apoiar o Natal Voluntário, bastaprocurar um dos pontos de coleta e fazer asua doação de brinquedos em bom estado,e/ou acessar o questionário para manifestarinteresse em fazer doação financeira para arealização da ceia. Saiba mais aqui.

Gato-palheiro está atualmente

classificado como

Vulnerável

ODS relacionados

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O Centro Nacional de Pesquisa e Conserva-ção de Répteis e Anfíbios (RAN), em par-

ceria com o Museu de Zoologia João Moojen da Universidade Federal de Viçosa e o Projeto Piabanha realizou, entre 13 e 22 de novembro, a quarta expedição do projeto relacionado à história natural e monitoramento do cágado--do-paraíba (Mesoclemmys hogei). Esta é uma espécie rara e muito pouco conhecida, cujo último trabalho científico realizado data de 1991, sendo considerada uma das mais amea-çadas do planeta.

Endêmico do Brasil, o cágado-do-paraíba tem ocorrência nos ambientes de água doce da Re-gião Hidrográfica do Atlântico Sudeste, restrita à Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e mesmo assim, em ambientes altamente reduzidos. São cursos d’água ameaçados por degradação das matas ciliares, interferências causadas por hidrelétricas, poluição por esgoto urbano e contaminação por agrotóxicos. Todos estes fatores diminuem a qua-lidade da água, ocasionando perda de área para reprodução e diminuição da oferta de alimento,

e, consequentemente, aumentando o risco de extinção da espécie. Segundo o Livro

Vermelho da Fauna Brasileira Ame-açada de Extinção, o cága-

do-do-paraíba

está classificado como Criticamente Ameaça-do de Extinção, ou seja, a categoria mais se-vera que um ser vivo passa antes de ser extin-to na natureza. Isso coloca esse réptil na triste lista que reúne os 25 quelônios continentais mais ameaçados do mundo.

PAN

O cágado-do-paraíba está contemplado em dois Planos de Ação Nacionais (PAN da Herpetofauna da Mata Atlântica e da Re-gião Sudeste do Brasil e PAN das Espécies Aquáticas da Bacia do Rio Paraíba do Sul). Um dos objetivos previstos pelos PANs é rea-lizar um inventário de áreas, investigar a his-tória natural e realizar monitoramento popu-lacional desta espécie.

Até o momento, os pesquisadores fizeram o inventário 23 localidades no estado do Rio de Janeiro, com o registro de 61 indivíduos em cinco diferentes localidades. Apenas a po-pulação do Rio Negro, no município de Ita-ocara (RJ), possui um número de indivíduos considerável (56), alvo dos estudos de eco-logia populacional. Este rio, no trecho moni-torado, possui suas margens exploradas pelo ser humano, com predomínio de pastagens para gado bovino e agricultura familiar. A vegetação ciliar natural, quando presente, é bastante fragmentada e reduzida, medindo cerca de 5 m da margem, sendo que em vá-rios trechos é composta por espécies vegetais exóticas.

Quelônios ge-ralmente pos-suem alta lon-gevidade, o que acarreta cresci-

mento lento e ma-turidade sexual tardia,

o que gera baixas taxas de sucesso reprodutivo. Es-

tes fatores influenciam na re-cuperação de populações amea-

çadas. No caso do cágado-do-paraíba.

ICMBio em Foco - nº 588www.icmbio.gov.br 15

Pesquisadores do RAN monitoram um dos cágados mais ameaçados do mundo

Características dos Quelônios como alta lon-gevidade, crescimento lento e maturidade sexu-al tardia, associados a baixas taxas de sucesso reprodutivo, geram dificuldades na recuperação de populações quando ameaçadas. No caso do

cágado-do-paraíba, sua distribuição em áreas com ameaças constantes, como as bacias dos rios Imbé, Paraíba do Sul, Itabapoana e Itapemi-rim, agravam consideravelmente este quadro.

c Ciência

Cágado-do-paraíba está na lista

dos 25 quelônios mais ameaçados do mundo/

Pesquisadores colhem dados do cágado-do-paraíba// legenda 3 Um dos locais onde o cágado-do-paraíba é

encontrado

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ão

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Nova funcionalidade para servidores do DF

A partir do dia 14 de dezembro, os servidores do ICMBio que atuam no Distrito Federal e precisam encaminhar um ates-tado médico ou odontológico para a Coordenação-geral de Gestão de Pessoas deverão utilizar o aplicativo Sigepe Mobile ou o site do Sigepe.

Clique aqui para ver o passo a

passo link

www.icmbio.gov.br16 17

No dia 3 de dezembro de 2020 foi assina-do o Plano de Trabalho do Instituto Chi-

co Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Programa de Gestão Estratégica e Transformação do Estado (TransformaGov). A iniciativa é normatizada pelo Decreto nº 10.382/2020 e tem a finalidade de implemen-tar medidas de transformação institucional, de modernização das estruturas regimentais e de aprimoramento da gestão estratégica nos ór-gãos e entidades, para o alcance de melhores resultados no planejamento, implementação e execução de políticas públicas.

Para alcançar esses objetivos, o Transforma-Gov conta com um conjunto de soluções de cur-to e médio prazos desenvolvido pelo Ministério da Economia, que deve apoiar os órgãos da ad-ministração pública federal no desenvolvimento de novas soluções de aprimoramento da gestão, que se dividem em quatro dimensões: Gover-nança Estratégica, que visa ao alinhamento en-tre a Estratégica Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (ENDES), as estratégias seto-riais, o Plano Plurianual (PPA) e o planejamento estratégico dos órgãos, com a ideia de planejar as políticas públicas de acordo com o orçamento previsto; a dimensão Processos, que visa à simpli-ficação, digitalização e integração de processos; a área de Arranjos Institucionais vai focar nos sis-temas e nas estruturas das unidades administra-tivas, visando à descentralização, buscando por parcerias, revisão de macroprocessos, etc. Por último, a dimensão Gestão de Pessoas, que visa a otimizar o processo de gestão de pessoal.

De acordo o chefe da Divisão de Gestão Estra-tégica e Modernização, Eliel Fontenele, para im-plementar o TransformaGov em uma instituição, são cinco etapas: diagnóstico (levantamento de dados para subsidiar as análises); ideação (iden-tificação de possíveis soluções de alinhamento

estratégico, revisão de processos de trabalho, arranjos institucionais e estruturas organizacio-nais que possam elevar o desempenho do órgão ou entidade); elaboração (análise minunciosa de viabilidade e detalhamento das propostas de transformação institucional de forma prioriza-da); implementação (execução das medidas pro-postas no TransformaGov) e acompanhamento (monitoramento da efetividade das mudanças).

No âmbito do ICMBio, a ideia é que o Trans-formaGov atue na transformação institucional das áreas de governança, gestão estratégica, processos de trabalho, pessoas, patrimônio e custeio.

A vigência do Plano de Trabalho do ICMBio é de 12 meses. No documento, que pode ser vi-sualizado aqui, há um detalhamento das ações previstas pelo ICMBio, dividido por áreas temáti-cas. Já no primeiro trimestre de 2021, deve ocor-rer a análise da estrutura organizacional e de recursos humanos das instâncias de integridade do Instituto; instituição do Programa de Gestão para Resultados; avaliação da possibilidade de coworking, implantação do PagTesouro e esta-belecimento de perfil desejável para a ocupação de cargos DAS/FCPE 5 e 6.

As ações serão executadas por pontos focais dos macroprocessos da Diplan e do Gabin desig-nados no Plano de Trabalho do ICMBio, com o apoio da Secretaria Especial de Desburocratiza-ção, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia (SEDGG/ME) e da Secretaria Especial de Modernização do Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República (SEME/SG/PR). Os servidores podem contribuir para a execução das ações Plano de Trabalho do ICMBio por meio da realização de estudos, da participação em co-missões, grupos de trabalho, capacitações etc. Quem estiver interessado participar pode procu-rar o ponto focal mais próximo. A relação dos pontos focais está no Plano de Trabalho.

ICMBio adere ao Programa TransformaGov

Ciênciac

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Emerson Slva

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ICMBio em FocoRevista eletrônica

EdiçãoRamilla Rodrigues

Projeto Gráfico DCOM

Diagramação Marília Ferreira

Revisão de TextoEveline de Assis

Chefe da Divisão de ComunicaçãoTawana Costa

Foto da Capa Rafael Valadão

Colaboraram nesta ediçãoEliel Fontenele – DGEM. Íris Alves – Cepam; Marcia Strapazzon – GR5; Patrícia Serafini – Cemave; Rose Morato – Cenap; Thomas Christensen – Coesp; Vera Luz - RAN