PET/CT no estadiamento do câncer de esôfago e gástrico ... · gástrica . Tipo 1 (adenoca...
Transcript of PET/CT no estadiamento do câncer de esôfago e gástrico ... · gástrica . Tipo 1 (adenoca...
ESÔFAGO - AVALIAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA
• É o método de escolha
• ESTADIAMENTO TUMORAL – extensão do tumor, grau de invasão mural e extramural e do acometimento de estruturas adjacentes
• ESTADIAMENTO LINFONODAL – realiza PAAF de linfonodos suspeitos
• LIMITAÇÕES - não amplamente disponível, bastante operador dependente e de uso limitado na presença de obstrução esofágica pelo tumor World J Gastroenterol. 2008 Mar 14;14(10):1479-90.
Staging accuracy of esophageal cancer by endoscopic ultrasound: a meta-analysis and systematic review.
ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA
T1 invade submucosa T2 invade muscular T3 invade adventícia T4 invade estruturas adjacentes
ESÔFAGO - AVALIAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO PET/CT
• Não define nível de invasão tumoral
• Limitação na acurácia de avaliação de linfonodos
locoregionais – baixa sensibilidade 51% (especificidade de 84%)
Br J Cancer. 2008 Feb 12;98(3):547-57. doi: 10.1038/sj.bjc.6604200. Epub 2008 Jan 22. Staging investigations for oesophageal cancer: a meta-analysis.
ESÔFAGO - FALSOS NEGATIVOS
• Tumores de baixo grau
• Adenocarcinoma de padrão difuso localizados na transição esôfago-gástrica
• Tumores < 5 mm
ESÔFAGO - FALSOS POSITIVOS
Esofagites
Mucosa de Barret
Outros processos
inflamatórios
Espessamento visceral
Peristaltismo
Estômago remanescente
pós-gastrectomia
ESÔFAGO – ESTADIAMENTO PRIMÁRIO PET/CT
• Muda planejamento terapêutico de 38% dos casos.
• Identifica sítios adicionais de doença.
• Completa a investigação de achados suspeitos, regionais ou metastáticos à distância, detectados por outros métodos.
Eur J Nucl Med .Mol Imaging 2009 Mar; 36 (3):354-61
Deve ser realizado quando disponível, pois quanto maior o SUV mais agressivo é o tumor e pior prognóstico.
Cancer, 2002 Feb 15;94 (4):921-8
ESÔFAGO – ESTADIAMENTO PRIMÁRIO PET/CT
Valor do PET/CT Câncer Esofágico x Gástrico
Tu primário (sensibilidade)
Metástase (ocultas)
Esôfago >95% 20% pacientes
Gástrico ≈ 65% 10% pacientes
Heeren PA et al. J Nucl Med 2004
Smyth E et al. Cancer 2012
ESÔFAGO – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
Standardized uptake value (SUV)
Volume da lesão captante
ESÔFAGO-RESPOSTA METABÓLICA APÓS TERAPIA DE INDUÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
the Metabolic response evalUatioN for Individualisation of neoadjuvant Chemotherapy in oesOphageal and oesophagogastric adeNocarcinoma
The Lancet Oncology, Volume 8, Issue 9, Pages 797 – 805, September 2007
PET to assess early metabolic response and to guide treatment of adenocarcinoma of the oesophagogastric junction: the MUNICON phase I and phase II trials.
Em pacientes com adenoca localmente avançado da JEG, a resposta metabólica precoce definida pelo PET durante a neoadjuvância pode predizer RESP HISTOPATOL E SOBREVIDA.
ESÔFAGO - AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA FDG-PET
Referência N SUV Sobrevida
Respondedores (meses)
Sobrevida Não respondedores (meses)
p
Weber (2001)
37 - 35% > 48 20 0,04
Wieder (2004)
22 - 30% > 38 18 0,11
Westerterp (2005)
24 - 31% - - 0,05
Ott (2006)
65 - 35% 70% (3 anos) 35% (3 anos) 0,01
Lordick (2007)
110 - 35% 29,7 14,1 0,002
MUNICON é o primeiro trial prospectivo a aplicar os resultados do PET para avaliação de resposta metabólica precoce auxiliando na decisão terapêutica de pacientes com tumores sólidos.
MUNICON Ensaio clínico prospectivo
unicêntrico - adenoca localmente avançado da junção esôfago-
gástrica
Tipo 1 (adenoca esofágico distal)
Tipo 2 (adenoca gástrico do cárdia)
Boa resposta metabólica redução do SUV ≥ 35%
Todos pacientes eram tratados 2 semanas com platina e
fluorouracil
Respondedores continuavam neoadjuvância com ácido fólico e fluorouracil + cisplatina, ou ácido fólico e fluorouracil + cisplatina e
paclitaxel, ou ácido fólico e fluorouracil + oxaliplatina por 12
semanas e procedia cirurgia.
ESÔFAGO - RESPOSTA METABÓLICA APÓS TERAPIA DE INDUÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
RESULTADOS DO MUNICON I
• Hipótese: sobrevida global média para respondedores metabólicos poderá ser 2 x maior quando comparado aos não respondedores.
• PET/CT não prediz resposta metabólica completa após terapia de
indução.
• Não deve ser utilizado como preditor de resposta patológica, pois apresenta especificidade baixa (44%) e valor preditivo negativo baixo (35%).
• Pacientes no estádio II ou mais, ainda devem realizar ressecção cirúrgica do tumor a menos que metástases à distância sejam identificadas.
ESÔFAGO - RESPOSTA METABÓLICA APÓS TERAPIA DE INDUÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
ESÔFAGO – AVALIAÇÃO NA SUSPEITA DE RECIDIVA PET/CT
• Elevada sensibilidade e acurácia para detecção de recidiva regional e sítios distantes.
Falso +
ESÔFAGO – AVALIAÇÃO NA SUSPEITA DE RECIDIVA PET/CT
TC limitado na detecção de tecido neoplásico viável em áreas previamente manipuladas e com alterações fibrocicatricias.
Achados positivos regionais ou à distância podem incentivar o clínico a explorar a área suspeita (biópsias) na tentativa de estabelecer um diagnóstico definitivo.
ESÔFAGO – MARCAÇÃO DE CAMPO RADIOTERÁPICO PET/CT
• Nos pacientes candidatos à quimioterapia e radioterapia, o PET/CT parece ter impacto no planejamento do tratamento e manejo dos pacientes, devido a mudança no campo da radioterapia em 56 a 61% dos casos.
Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2005 Oct 1;63(2):340-5
ESTÔMAGO - AVALIAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO US ENDOSCÓPICA E CT
• ESTADIAMENTO TUMORAL - ultrassonografia endoscópica é o método de escolha com acurácia superior a TC.
• ESTADIAMENTO LINFONODAL - TC e a US endoscópica têm acurácia entre 60 e 79% na detecção de metástases linfonodais. Os dois exames são complementares para estadiamento de doença localizada.
World J Gastroenterol 14:4011, 2008
ESTÔMAGO - AVALIAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO PET/CT
Lim J S et al. Radiographics 2006;26:143-156
Tumores que não captam FDG: • Carcinoma mucinoso • Carcinoma do tipo anel de sinete • Adenocarcinomas pouco diferenciados
ESTÔMAGO – ESTADIAMENTO PRIMÁRIO PET/CT
Lim J S et al. Radiographics 2006;26:143-156
• Padrões de captação da carcinomatose peritoneal:
Captação abdominal difusa atenuando metabolismo glicolítico fisiológico do fígado, baço e alças intestinais
Captações aleatórias abdominais e pélvicas não relacionadas a vísceras ou linfonodos
• PET/CT tem baixa detecção na carcinomatose peritoneal, não sendo recomendável na rotina.
Journal of Gastrointestinal Oncology, Vol 2, N0 1, March 2011
ESTÔMAGO – ESTADIAMENTO PRIMÁRIO PET/CT
Kinkel K et al. September 2002 Radiology, 224, 748-756.
Detection of Hepatic Metastases from Cancers of the Gastrointestinal Tract by Using Noninvasive Imaging Methods (US, CT, MR, PET): A Meta-Analysis
ESÔFAGO-RESPOSTA METABÓLICA APÓS TERAPIA DE INDUÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
the Metabolic response evalUatioN for Individualisation of neoadjuvant Chemotherapy in oesOphageal and oesophagogastric adeNocarcinoma
The Lancet Oncology, Volume 8, Issue 9, Pages 797 – 805, September 2007
PET to assess early metabolic response and to guide treatment of adenocarcinoma of the oesophagogastric junction: the MUNICON phase I and phase II trials.
ESTÔMAGO-RECIDIVA NEOPLÁSICA PET/CT
Sim SH e cols
PET/CT S: 68,4 E: 71,4
CT S: 89,4 E: 64,2
BMC Cancer. 2009 Mar 1;9:73
Dae-Weung K. e cols
PET/CT: valores semelhantes de S, E e A em relação à CT contrastada
22,2% das lesões recorrentes detectadas apenas no PET/CT
Valor dos dois métodos em conjunto
J Korean Med Sci 2011; 26: 875-880
GIST – ESTADIAMENTO PRIMÁRIO PET/CT
• Pacientes com doença local – RM e/ou TC de abdome e pelve e radiografia de tórax. Nos pacientes com doença inicial do estômago, esôfago ou reto, considerar ultrassonografia endoscópia com biópsia.
• Pacientes com doença localmente avançada ou irressecável ou metastática – PET/TC
GIST – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
• PET/CT é superior ao TC na avaliação precoce da resposta terapêutica com Imatinibe.
J Nucl Med 45:357, 2004
• Necessário realizar PET/CT baseline logo no início do diagnóstico.
• Grande parte dos tumores mesenquimais (incluindo GIST) são tumores metabolicamente ativos.
• 20% dos tumores podem não captar FDG devido a necrose tumoral e grau tumoral.
Choi H et al. AJR:183, December 2004
GIST – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
• PET/TC quando positivo na avaliação pré-tratamento, pode detectar sinais precoces de resposta ao tratamento sistêmico .
• Problema: quantificar uma resposta adequada e qual seu significado prognóstico.
AJR Am J Roentgenol 183:1619, 2004
GIST – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
Critérios tradicionais para avaliação da resposta metabólica
GIST – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
PRÉ-IMATINIBE 08/02/12 (SUVmax = 21,2)
Caso gentilmente cedido pela Dra. Fabiana Bueno
GIST – AVALIAÇÃO DE RESPOSTA TERAPÊUTICA PET/CT
PÓS-IMATINIBE 24/04/12 (SUVmax = 17,1)
Caso gentilmente cedido pela Dra. Fabiana Bueno
Conclusão
• Esôfago Avaliação do tumor primário e linfonodal – US
endoscópico Estadiamento inicial – PET/CT Determinação de resposta terapêutica – PET/CT Investigação de recidiva tumoral – PET/CT Marcação de campo radioterápico –PET/CT
Conclusão
• Estômago Avaliação do tumor primário – US endoscópico e
linfonodal – US endoscópico + CT Estadiamento inicial – CT (trifásica – contrastada) Determinação de resposta terapêutica – PET/CT Investigação de recidiva tumoral – CT (exceto
metástases hepáticas – PET/CT)
Conclusão
• GIST Estadiamento inicial: Doença local: RM e/ou CT do abdome total Doença localmente avançada ou irresecável ou
metastática: PET/CT
Determinação de resposta terapêutica – PET/CT
Dra LETÍCIA RIGO
Coordenadora do Serviço de Medicina Nuclear da Beneficência Portuguesa [email protected]