Peter Weibel - A Imagem Inteligente - Neurocinema ou Cinema Quântico

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A Imagem Inteligente: Neurocinema ou Cinema Quntico?

Extrado de http://217.76.144.68/archivos/_20/html/mobligatorio/00015/html/weibel_frameset_session5.html Parte 5 do Curso Arte Algortmico. De Cezane ao Computador. Ministrado por Peter Weibel. Seminrio de Peter Weibel, organizado por Unesco e Mecad/ESDI (2004).

1. Das mquinas de movimento s mquinas de visoO cinema como conhecemos uma reduo do princpio vigente do sculo XIX, que comeou por investigar as mquinas de viso e terminou reduzindo-as em mquinas de movimento. S o cinema de vangarda dos anos 1920. 1950 e 1960 conseguiu manter a inteno original de criar mquinas de viso.O sculo XX no fez seno transformar as invenes do sculo XIX em meios massivos normalizados, inclundo a televiso que se converteu em aparato de consumo.O cinema simula o movimento do olho. A opsigrafia a observao de mecanismos de observao. No exemplo do ciberespao quando um v a si mesmo e suas aes como uma imagem.2. A imagem interativaO aparato tcnico usado at agora para criar imagens que representam a realidade imitava a tecnologia orgnica de um aparato visual: o rgao da viso. A tecnologia da imagem no final do sculo XX, passou de uma simulao do movimento para uma simulao da interao: a imagem que responde e reagia. A virtualidade de armazenamento da informao liberou a informao e a fez varivel. A realidade virtual induziu a variabilidade do contedo da imagem. A criao de uma interface entre observador e imagem foi necessaria devido a virtualidade e a variabilidade da imagem. O observador tomou parte do sistema que observa, se converteu em um observador interno.A imagem interativa resultado da convergncia entre observador e imagem em movimento. A viabilidade do comportamento da imagem converte a imagem em movimento numa imagem viva.3. A imagem indexadaA imagem indexada (que se define atravs da relao materia e fsica entre o signo e o objeto) o incio de uma nova cultura de materialidade da imagem, comeando pela nanotecnologia, qumica supramolecular e a engenharia molecular.4. O Cinema e a CibernticaOs cibernticos compreenderam que s os sistemas podem imitar os processo da vida, alm dela prpria, e s os sistemas podem imitar o processo de pensamento.5. O Cinema e a teoria dos sistemas: a tecnologia da interfaceA tecnologia de interface faz uma distino entre a imagem e o mundo real. Podemos modificar essa interface. Se no podemos mudar o mundo, podemos ampli-lo atravs da interface: aqui nos remetemos ao cinema expandido e a tecnologia de RV. A interface permevel e varivel.A realidade virtual se baseia na virtualidade do armazenamento da informao no computador. As imagens snao um sistema dinmico de variveis.6. O Cinema e os algoritmos genticosNem a geometria, nem as mquinas de viso, seno uma linguagem de programao, baseada na matemtica, permitiu imitar os processos da vida, como a morfognia e o crescimento das formas.Os complexos adaptveis tm sete conceitos: agregao, demarcao, no linearidade, fluxo, diversidade, modelos internos e blocos de construo. Esses mecanismos permitem que o sistema se adapte ao entorno.Essa adaptao leva a cabo os chamados software agents que podem tomar suas prprias decises para atuar dentro do algoritmo. Chamamos esse processo de comportamento inteligente. A imagem algoritmica pode imitar a evoluo da vida.7. A comunicao sem fios e o ciberespao no-local, distribudo e compartilhadoO observador um n da rede de sistemas de imagens. A televiso j tem uma estrutura de rede como modelo de distribuo, e o passo seguinte ser uma experincia simultnea, deslocada e coletiva, de diferentes filmes, que podem ser vistos em casa a partir de algum banco de dados.A tecnologia sem fio do futuro poderia ser baseada na neurofisiologia: esta seria o neurocinema sem fio.8. O NeurocinemaA natureza do tudo ou nada do potencial de ao significa que codifica a informao segundo a sua presena ou ausncia, no segundo as suas dimenses e formas.Um neurnio pode ser visto como um engenho lgico binrio. McCulloch e Pitts mostraram a analogia entre o clculo proporcional e a atividade nervosa. As redes nervosas, os circuitos cmutadores e o clculo lgico se converteram em uma s coisa, que obedecia as mesmas leis.A viso uma forma do crebro computar os padres temporais. Essa codificao nervosa, baseada em pulsaes e criada por impulsos de neurnios, constitui a base da nossa percepo.No cinema do futuro, o aparato cinematogrfico enganar o crebro no o olho, dirigindo e controlando redes nervosas com preciso e com o apoio de mquinas moleculares. A estimulao substituir a simulao.9. Cinema QunticoA teoria quntica nos ensina que a realidade relativa ao observador. Qualquer coisa que se observa, modificada pelo mero ato da observao. O ato da observao est mudando o mundo real. Os computadores no s esto mudando a percepo e simulando a realidade mas tambm esto construindo a realidade.A interpretao de muitos mundos da mecnica quntica modela um futuro de muitos mundos virtuais, massivamente computados de forma paralela e entrelaada.O prprio observador sera a interface entre o mundo virtual e o mundo real. Em lugar da narrao linear, os mltiplos usurios criaro narrativas mltiplas e instantneas. O observador ser o narrador seja localmente, seja remotamente atravs da rede.

Criado por gbeiguelman ltima modificao 01/10/2005 11:49