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    Plano Estratgico dos Transportes e Infraestruturas

    Horizonte 2014-2020

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    Uma palavra de agradecimento

    Aos trabalhadores, dirigentes e administraes do sector pblico e privado dos

    transportes e infraestruturas, que tm colocado todo o seu esforo, dedicao e

    empenho ao servio do sector e em prol da sociedade, por vezes e sobretudo nosltimos anos, com reconhecido sacrifcio pessoal.

    Ao Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado e a

    todos os que com ele colaboraram, pelo excelente trabalho desenvolvido e exemplo

    de participao cvica a favor do bem comum, e ainda a todos os que participaram

    na consulta pblica que se lhe seguiu, dando os seus contributos de forma

    construtiva e procurando a obteno de um consenso nacional relativamente s

    prioridades de desenvolvimento para o horizonte 2014-2020.

    A todas as empresas e agentes econmicos que tm apostado, investido e

    contribudo para o crescimento do sector dos transportes e infraestruturas em

    Portugal.

    Aos passageiros, utilizadores e clientes do sector, pela sua preferncia e pela sua

    lealdade. para eles que o sector trabalha todos os dias.

    A todos os Portugueses pelo seu esforo e apoio no desenvolvimento do nosso pas.

    Antnio Pires de Lima

    Srgio Silva Monteiro

    Abril de 2014

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    NDICE

    1 INTRODUO ................................................................................ 8

    2 VISO DE LONGO PRAZO (2050) ....................................................... 10

    3 BALANO DAS REFORMAS IMPLEMENTADAS ......................................... 13

    4 ANLISE SWOT ............................................................................ 19

    4.1 PONTOS FORTES.......................................................................... 19

    4.2

    PONTOS FRACOS......................................................................... 21

    4.3 OPORTUNIDADES......................................................................... 26

    4.4 AMEAAS................................................................................. 28

    5 INSTRUMENTOS DE POLTICA ........................................................... 30

    5.1 PLANO ESTRATGICO DOS TRANSPORTES MOBILIDADE SUSTENTVEL.................... 30

    5.2 ESTRATGIA DE FOMENTO INDUSTRIAL PARA O CRESCIMENTO E O EMPREGO 20142020 . 31

    5.3 PROGRAMA NACIONAL DA POLTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITRIO................... 31

    5.4

    RTE-TE O CORREDOR ATLNTICO....................................................... 35

    5.5 PENTPLANO ESTRATGICO NACIONAL PARA O TURISMO 2013-2015 ................... 36

    5.6 ESTRATGIA NACIONAL PARA O MAR 2013-2020 ......................................... 37

    6 OBJETIVOS ESTRATGICOS 2014-2020 ............................................... 39

    7 GRUPO DE TRABALHO PARA AS INFRAESTRUTURAS DE ELEVADO VALOR

    ACRESCENTADO ................................................................................ 42

    7.1 RELATRIO DO GRUPO DE TRABALHO..................................................... 44

    7.2

    CONSULTA PBLICA...................................................................... 45

    7.2.1

    Processo de consulta e debate pblico ...................................... 45

    7.3 CARACTERIZAO,DIAGNSTICO E CONSTRANGIMENTOS.................................. 46

    7.3.1

    Sector ferrovirio ............................................................... 48

    7.3.2

    Sector martimo-porturio .................................................... 49

    7.3.3 Sector rodovirio................................................................ 49

    7.3.4

    Sector areo e aeroporturio ................................................. 50

    8 PLANO ESTRATGICO DA ANA.......................................................... 51

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    8.1 ENQUADRAMENTO........................................................................ 51

    8.2 ELEMENTOS CONSTITUINTES DO PLANO ESTRATGICO..................................... 52

    8.3

    OBRIGAES ESPECFICAS DE DESENVOLVIMENTO.......................................... 53

    8.3.1 Aeroporto de Lisboa ............................................................ 53

    8.3.2

    Aeroporto do Porto ............................................................. 53

    8.3.3 Aeroporto de Faro .............................................................. 54

    8.3.4

    Aeroporto de Ponta Delgada .................................................. 54

    8.3.5

    Aeroporto de Santa Maria ..................................................... 55

    8.3.6

    Aeroporto da Horta ............................................................. 55

    8.3.7 Aeroporto das Flores ........................................................... 55

    8.3.8

    Aeroporto da Madeira - Funchal .............................................. 55

    8.3.9 Aeroporto do Porto Santo ..................................................... 55

    8.4 CONSULTA PBLICA...................................................................... 55

    8.4.1 Processo de consulta ........................................................... 55

    8.4.2

    Consulta .......................................................................... 56

    8.4.3 Comentrios consulta ........................................................ 57

    8.4.4

    Posio do Concedente ......................................................... 58

    9

    INVESTIMENTOS PRIORITRIOS 2014-2020 .......................................... 59

    9.1 PRIORIDADES DE INTERVENO........................................................... 60

    9.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO PRIORITRIOS............................................... 63

    9.2.1

    Corredor da fachada atlntica ................................................ 65

    9.2.2

    Corredor internacional norte ................................................. 67

    9.2.3

    Corredor internacional sul .................................................... 68

    9.2.4

    Corredor do Algarve ............................................................ 69

    9.2.5

    Corredor do interior ............................................................ 70

    9.2.6

    Transportes pblicos de passageiros ......................................... 72

    9.2.7

    Resumo das intervenes ...................................................... 73

    9.3 DISTRIBUIO POR EIXOS PRIORITRIOS................................................... 74

    9.4 DISTRIBUIO POR SECTOR............................................................... 75

    9.5 CONTRIBUIO PARA A IMPLEMENTAO DA RTE-T ....................................... 76

    9.6 FONTES DE FINANCIAMENTO.............................................................. 77

    9.7 MAPA GLOBAL E FICHAS DE PROJETOS.................................................... 78

    10

    SECTOR FERROVIRIO ................................................................ 79

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    10.1 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS............................................................ 79

    10.2 FUSO EP-REFER ....................................................................... 80

    10.3

    PRIVATIZAO DA CPCARGA............................................................. 81

    10.4 ACESSO AOS TERMINAIS FERROVIRIOS DE MERCADORIAS.................................. 82

    10.5 LIMITAO DE CARGA MXIMA............................................................ 83

    10.6 REGIME DE MELHORIA DE DESEMPENHO................................................... 83

    10.7 AVALIAO DO MODELO DE TARIFAO DA INFRAESTRUTURA FERROVIRIA................. 83

    11 SECTOR MARTIMO-PORTURIO ..................................................... 84

    11.1 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS............................................................ 84

    11.2

    REVISO DO MODELO CONTRATUAL E DOS MECANISMOS DE REGULAO DO SECTOR

    PORTURIO....................................................................................... 84

    11.2.1 Enquadramento ................................................................. 84

    11.2.2

    Novo regime legal para concesses contratos de nova gerao ........ 86

    11.3 RENEGOCIAO DOS CONTRATOS DOS TERMINAIS PORTURIOS............................ 87

    11.3.1

    Renegociao geral ............................................................. 87

    11.3.2 Expanso do Terminal XXI ..................................................... 88

    11.4 NOVOS OPERADORES PORTURIOS........................................................ 88

    11.5 ALARGAMENTO DA JANELA NICA PORTURIA............................................. 89

    11.6 CONCESSO MARINA DO TEJO DOCAS PEDROUOS E BOM SUCESSO...................... 89

    11.7 PROMOO DA EFICINCIA NAS ADMINISTRAES PORTURIAS............................. 90

    12 SECTOR RODOVIRIO ................................................................. 91

    12.1 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS............................................................ 91

    12.2 FUSO EP-REFER ...................................................................... 91

    12.3 CONCLUSO DAS NEGOCIAES DAS PPPRODOVIRIAS................................... 91

    12.4

    NOVO MODELO DE COBRANA DE PORTAGENS............................................. 92

    12.5 SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DO SECTOR............................................... 93

    12.6 NOVO MODELO REGULATRIO DO SECTOR RODOVIRIO.................................... 93

    12.7 MODELO DE FINANCIAMENTO DA REDE DESCLASSIFICADA................................... 94

    12.8 NOVO ESTATUTO DAS ESTRADAS NACIONAIS............................................... 95

    13 SECTOR AREO E AEROPORTURIO ................................................ 96

    13.1 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS............................................................ 96

    13.2

    PRIVATIZAO DA TAP ................................................................... 96

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    13.3 CU NICO EUROPEU..................................................................... 97

    13.4 HANDLING............................................................................... 98

    13.5

    LIGAO AREA INTRACONTINENTAL...................................................... 99

    14 TRANSPORTES PBLICOS DE PASSAGEIROS ...................................... 100

    14.1 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS.......................................................... 100

    14.2 PROGRAMA DE EQUILBRIO FINANCEIRO E OPERACIONAL................................. 101

    14.3 NOVO REGIME JURDICO DOS SERVIOS PBLICOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS...... 103

    14.3.1 Necessidade de um novo regime ............................................ 103

    14.3.2

    Enquadramento legal ......................................................... 104

    14.3.3

    Princpio da equidade de oportunidades no acesso aos transportes .. 105

    14.3.4

    Servios pblicos de transporte flexveis ................................. 105

    14.4 NOVA REPARTIO DE COMPETNCIAS ENTRE O PODER CENTRAL E LOCAL................ 106

    14.5 PORTUGAL PORTA-A-PORTA........................................................... 107

    14.6 ALARGAMENTO DO PASSE SOCIAL+A TODO O PAS...................................... 109

    14.7 MELHORIA DAS CONDIES DE ACOLHIMENTO DE TURISTAS E INFORMAO AO PBLICO.. 110

    15 REGULAO ........................................................................... 112

    16

    METAS PARA O HORIZONTE 2014-2020 .......................................... 115

    17 AVALIAO E MITIGAO DE RISCOS .............................................. 116

    17.1 RISCO DE FINANCIAMENTO.............................................................. 116

    17.1.1 Financiamento comunitrio ................................................. 116

    17.1.2

    Financiamento privado ....................................................... 117

    17.1.3 Contrapartida pblica nacional ............................................. 117

    17.2 RISCO DE SOBRECUSTOS................................................................ 117

    17.3

    RISCO DE EXECUO.................................................................... 118

    17.4 RISCO DE APROVAO AMBIENTAL...................................................... 118

    17.5 RISCO DE SOBREDIMENSIONAMENTO..................................................... 118

    17.6 RISCO POLTICO........................................................................ 119

    17.7 ESTRUTURA DE ACOMPANHAMENTO..................................................... 119

    17.8 PRINCPIOS A ASSEGURAR NA IMPLEMENTAO DOS PROJETOS........................... 120

    18 ANEXO I RELATRIO DO GTIEVA ................................................. 122

    19

    ANEXO II PROCESSO DE CONSULTA PBLICA DO GTIEVA .................... 534

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    20 ANEXO III PLANO ESTRATGICO DA ANA ........................................ 560

    21 ANEXO IV MAPA GLOBAL DOS PROJETOS PRIORITRIOS ................... 1330

    21.1 SECTOR FERROVIRIO................................................................. 1331

    21.2 SECTOR MARTIMO-PORTURIO........................................................ 1333

    21.3 SECTOR RODOVIRIO.................................................................. 1335

    21.4 SECTOR AREO E AEROPORTURIO..................................................... 1336

    21.5 TRANSPORTES PBLICO DE PASSAGEIROS............................................... 1337

    21.6 DISTRIBUIO DO INVESTIMENTO POR SECTOR......................................... 1338

    21.7 DISTRIBUIO DO INVESTIMENTO POR CORREDOR PRIORITRIO......................... 1339

    21.8

    DISTRIBUIO DO INVESTIMENTO POR TIPO DE REDE.................................... 1340

    22 ANEXO V FICHAS DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO PRIORITRIOS ..... 1341

    22.1 SECTOR FERROVIRIO................................................................. 1342

    22.2 SECTOR MARTIMO-PORTURIO........................................................ 1357

    22.3 SECTOR RODOVIRIO.................................................................. 1376

    22.4 SECTOR AREO E AEROPORTURIO..................................................... 1387

    23 ANEXO VI MAPAS DA REDE FERROVIRIA NACIONAL ....................... 1389

    24 ANEXO VII MAPA DA REDE RODOVIRIA NACIONAL EM 2020 .............. 1398

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    1 INTRODUO

    Atravs da Resoluo de Conselho de Ministros n. 45/2011, de 10 de novembro, o

    Governo aprovou o Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Sustentvel (PET),

    no qual foram estabelecidas as linhas de orientao prioritrias para o horizonte

    2011-2015.

    A sua apresentao ocorreu num contexto de enormes dificuldades para Portugal,

    tanto ao nvel interno como externo, em resultado dos fortes desequilbrios

    verificados nas contas pblicas e na economia Portuguesa, que culminaram, apenasalguns meses antes, num pedido de assistncia internacional.

    Com efeito, esta foi uma das primeiras medidas que o Estado Portugus se

    comprometeu a executar no mbito do Memorando de Entendimento relativo ao

    Programa de Assistncia Econmica e Financeira.

    O PET veio colocar em evidncia, perante toda a sociedade Portuguesa, a situao de

    insustentabilidade a que chegou o sector pblico dos transportes e infraestruturas e a

    inevitabilidade de introduzir reformas profundas e urgentes.

    Foi assim delineado um vasto programa de atuao, abrangendo as empresas pblicas

    de transportes, as infraestruturas rodovirias, o sector martimo-porturio, a

    logstica e mercadorias e o sector areo e aeroporturio.

    Decorridos que esto quase trs quartos do horizonte estabelecido naquele

    documento, este o momento de efetuar um balano da implementao das medidas

    preconizadas.

    Por outro lado, com o aproximar do final do Programa de Assistncia Econmica e

    Financeira, e tendo em conta o incio do novo programa de financiamento

    comunitrio 2014-2020, importa criar um quadro de orientaes estratgicas para o

    sector no horizonte 2014-2020, assente na prossecuo do ritmo das reformas, aliada

    a uma recuperao do investimento pblico, sob critrios rigorosos de

    sustentabilidade financeira, com vista criao de valor para as empresas nacionais

    e para a economia Portuguesa.

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    Neste contexto, o Plano Estratgico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020

    (PETI3+) surge como uma atualizao do PET 2011-2015, projetando uma segunda

    fase de reformas estruturais a empreender neste sector, bem como o conjunto de

    investimentos em infraestruturas de transportes a concretizar at ao fim da presente

    dcada.

    Sem prejuzo dos procedimentos de avaliao de impacto ambiental que incidiro,

    nos termos do Decreto-Lei n. 151-B/2013 de 31 de outubro, sobre os projetos que

    vierem a ser alvo de concretizao, este Plano Estratgico de Transportes e

    Infraestruturas est naturalmente condicionado ao resultado de um processo de

    Avaliao Ambiental Estratgica, nos termos do Decreto-Lei 232/2007 de 15 de

    junho.

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    2 VISO DE LONGO PRAZO (2050)

    O sistema de transportes e infraestruturas Portugus deve trilhar um caminho de

    desenvolvimento e reformas que lhe permita ir ao encontro da satisfao das

    necessidades dos Portugueses e das empresas sediadas em Portugal.

    Tendo presente que o esforo do pas e dos Portugueses, ao longo das prximas

    dcadas, ter necessariamente que conciliar crescimento com rigor oramental, a

    viso de longo prazo do sistema de transportes e infraestruturas at 2050 dever

    assim ser um referencial para o sector com vista implementao gradual dosobjetivos de longo prazo preconizados:

    Uma rede de transportes e infraestruturas totalmente integrada na RTE-T e

    no Cu nico Europeu, promovendo o mercado nico europeu e a livre

    circulao de pessoas e bens.

    Uma rede de transportes e infraestruturas como uma vantagem competitiva

    do pas e das empresas no seu processo de exportao, com baixos custos de

    contexto, ao servio do crescimento econmico e da criao de emprego.

    Uma rede de transportes e infraestruturas ao servio de uma sociedade

    eficiente, em especial nas deslocaes casa-trabalho, casa-escola e lazer.

    Uma rede de transportes e infraestruturas como uma vantagem competitiva

    do sector do turismo, tanto nas ligaes internacionais como nas ligaes

    internas.

    Uma rede de transportes e infraestruturas que abranja todo o territrio

    nacional, inclusiva, intermodal e que favorea a coeso social e territorial.

    Uma quota modal equilibrada e uma rede de transportes e infraestruturas

    eficiente baseada em baixa dependncia de emisses de CO2 e minimizando a

    dependncia energtica externa do pas e fatura energtica nacional.

    Um sector aberto iniciativa empresarial, com forte concorrncia entre os

    seus agentes, que promova o desenvolvimento empresarial, a inovao, a

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    criao de emprego qualificado e que potencie a internacionalizao das

    empresas portuguesas do sector.

    Uma rede ferroviria pertencente RTE-T totalmente eletrificada a 25.000V,

    com sinalizao ERTMS, com capacidade para circulao de comboios de

    mercadorias de 750 m e 1.400 ton e em bitola europeia.

    Um Plano Rodovirio Nacional totalmente implementado.

    Uma rede de plataformas logsticas que promova a concentrao de cargas, a

    realizao de atividades de valor acrescentado e a potenciao da utilizao

    da rede de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos, de forma eficiente e com

    economia de transporte.

    Uma rede de aeroportos nacional competitiva, com capacidade para

    movimentao de passageiros e aeronaves que ser expectvel no horizonte

    2050 e ligada rede rodoviria e ferroviria pesada ou ligeira.

    Uma posio de liderana no transporte areo entre a Europa e a Amrica do

    Sul e frica, atravs da dinamizao de um verdadeiro hub aeroporturioPortugus.

    Um sistema de controlo de trfego areo totalmente integrado no Cu nico

    Europeu, contribuindo para o aumento da capacidade de espao areo,

    reduo de custos, aumento da segurana e reduo dos impactes ambientais

    do sector.

    Uma rede de portos nacional competitiva, com capacidade paramovimentao de carga que ser expectvel no horizonte 2050 e atrao de

    navios de grandes dimenses ligada rede rodoviria, ferroviria e

    plataformas logsticas pertencentes RTE-T.

    Uma posio de referncia no mercado martimo-porturio internacional,

    tirando partido da posio geoestratgica da costa Portuguesa, na confluncia

    das grandes rotas martimas internacionais e da existncia de condies

    naturais nicas para a atrao de navios de grandes dimenses.

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    Uma rede de terminais de cruzeiro e infraestruturas de nutica de recreio

    competitivas e que promovam a atrao de turistas e a competitividade do

    importante sector econmico do turismo nacional.

    Uma oferta de servios pblicos de transporte de passageiros a nvel local,

    regional e nacional que promova a migrao do transporte individual para o

    transporte pblico, com qualidade, nveis de oferta e de servio adequadas

    satisfao das necessidades das populaes.

    Uma poltica de apoio aos segmentos da populao com menores rendimentos

    na utilizao dos servios pblicos de transporte de passageiros favorecendo acoeso social e o desenvolvimento econmico harmonioso do pas.

    Um sector dos transportes e infraestruturas econmica e financeiramente

    sustentvel para o Estado, para as empresas, para os clientes e para todos os

    contribuintes.

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    3 BALANO DAS REFORMAS IMPLEMENTADAS

    O Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Sustentvel (PET) estabeleceu um

    vasto programa de reformas a implementar no horizonte 2011-2015, abrangendo as

    empresas pblicas de transportes, as infraestruturas rodovirias, o sector martimo-

    porturio, a logstica e mercadorias e o transporte areo, assente em trs vectores

    de atuao prioritria:

    1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o

    sector financeiramente equilibrado e comportvel para os contribuintesportugueses.

    2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional.

    3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens, de forma

    eficiente e adequada s necessidades, promovendo a coeso social.

    Desta forma, importa realizar um balano das medidas j executadas desde a

    aprovao daquele plano, as quais so apresentadas, de forma resumida, no quadroseguinte, seguindo a organizao estabelecida no PET:

    MEDIDASPONTO DESITUAO

    TRANSPORTE PBLICO DE PASSAGEIROS

    Reestruturao operacional das empresas pblicas de transportes por forma aatingir um EBITDAr positivo

    Gesto conjunta Carris/ML e STCP/MP

    Racionalizao de custos de funcionamento (FSE, CMVMC)

    Reduo do nmero de elementos dos Conselhos de Administrao

    Reduo do nmero de quadros de chefia

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    MEDIDASPONTO DESITUAO

    Celebrao de novos acordos de empresa adequados situao financeira dasempresas

    Reduo do nmero de efetivos, ajustando os quadros de pessoal s efetivasnecessidades de uma empresa eficiente

    Potenciao de receitas no core

    Adequao da oferta e nveis de servio procura efetiva

    Atualizao dos tarifrios mdia europeia ajustada paridade de poder decompra

    Focalizao dos recursos disponveis no apoio s famlias de menoresrendimentos (criao do Passe Social+)

    Adequao dos regimes laborais situao financeira do Pas e em linha comas prticas e direitos vigentes para a generalidade dos trabalhadoresportugueses

    Reestruturao operacional 2 fase: abertura iniciativa privada da

    explorao dos servios pblicos de transporte de passageiros

    Renegociao do contrato de concesso do Metro Sul do Tejo

    Renegociao do contrato de concesso da Fertagus

    Reviso do modelo de repartio de receitas dos passes L

    Novo modelo de regulao do sector de transportes (IMT e AMT)

    Novo Regime Jurdico dos Sistemas Pblicos de Transporte de Passageiros (ex-RTA)

    Transferncia de competncias para as Autarquias relativamente organizao de sistemas pblicos de transporte de passageiros de mbitomunicipal

    Criao do regime de transportes flexveis

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    MEDIDASPONTO DESITUAO

    SECTOR RODOVIRIO

    Recuperao da sustentabilidade financeira de longo prazo da Estradas dePortugal

    Implementao do modelo de utilizador pagador em todas as autoestradas,como assumido pelo Governo Portugus no PEC 2010-2013 e aprovado pelaResoluo de Conselho de Ministros n. 75/2010, de 22 de setembro

    Atualizao do valor da CSR, em linha com a inflao

    Renegociao das PPP rodovirias

    Reviso da poltica de investimentos em novos projetos rodovirios comreduzida sustentabilidade econmica e financeira

    Reviso do modelo de regulao rodoviria

    Definio de novo regime de reduo das taxas de portagem nas autoestradasex-SCUT

    Implementao de mecanismo de interoperabilidade na cobrana de portagensentre Portugal e Espanha

    SECTOR MARTIMO - PORTURIO

    Reviso da lei do trabalho porturio

    Renegociao dos contratos de concesso de terminais porturios

    Reviso do modelo de regulao do sector martimo-porturio (IMT / AMT)

    Concesso do terminal de cruzeiros de Santa Apolnia

    Reduo progressiva e eliminao da TUP Carga

    Concesso da explorao da Marina do Tejo - Docas de Predouos e BomSucesso e monetizao de patrimnio no afeto atividade porturia

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    MEDIDASPONTO DESITUAO

    LOGSTICA E MERCADORIAS

    Transferncia dos terminais ferrovirios de mercadorias para a gesto daREFER, assegurando igualdade de acesso a todos os operadores

    Aumento do comprimento de comboios de mercadorias atravs da equiparaoda resistncia de engates em Portugal ao valor praticado em Espanha

    Criao de condies para a maior generalizao da implantao da conduoferroviria em regime de Agente nico

    Simplificao do sistema regulatrio de acesso atividade de operaoferroviria

    Reduo da tarifa de utilizao da infraestrutura ferroviria para comboios demercadorias

    Novo modelo de regulao do sector dos transportes (IMT / AMT)

    Reestruturao interna da CP Carga

    Privatizao da CP Carga

    Introduo de descontos nas taxas de portagem para transporte rodoviriopesado de mercadorias

    INVESTIMENTOS

    Reviso das prioridades de investimento, concentrando os recursos pblicosem projetos sustentveis para o pas e que apresentem uma relao custo-benefcio positiva para a economia:

    Reformulao do projeto Alta Velocidade e Terceira Travessia do Tejo

    Reformulao de projetos de novas autoestradas com baixa racionalidadeeconmica e financeira

    Reavaliao da necessidade de construo do novo aeroporto de Lisboa

    Criao do Grupo de Trabalho para os Investimentos de Elevado ValorAcrescentado, orientado para a prioritizao de infraestruturas quecontribuam para aumentar a competitividade das exportaes portuguesas

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    MEDIDASPONTO DESITUAO

    SECTOR AREO E AEROPORTURIO

    Reviso do contrato de concesso ANA

    Reforma do modelo regulatrio do sector areo e aeroporturio

    Privatizao da ANA

    Reavaliao da necessidade de construo do novo aeroporto de Lisboa

    Avaliao da possibilidade de utilizao de um aeroporto complementar Portela

    Atrao de novas companhias low-cost

    Privatizao da TAP

    REGULAO

    Reposio da direo na URF

    Reposio da direo no GISAF

    Criao do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, por agregao dosanteriores Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, Instituto dasInfraestruturas Rodovirias e Instituto Porturio e dos Transportes Martimos

    Criao de um regulador forte na rea dos transportes: a Autoridade daMobilidade e dos Transportes

    Criao de um regulador forte na rea dos transportes areos: AutoridadeNacional de Aviao Civil

    Desburocratizao e simplificao dos requisitos de acesso e de exerccio dasprofisses e atividades de prestao de servio na rea dos transportes

    Ilustrao 1 - Balano das medidas implementadas

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    Entre as medidas atrs referidas, importa destacar, pela sua importncia, a

    implementao das seguintes reformas:

    Em 2012 e 2013 o sector dos transportes e infraestrutura ferroviria registou

    um EBITDAR positivo de cerca de 4,6M e 3,5M, respetivamente. O

    resultado de 2013 representa uma melhoria de aproximadamente 249M

    face ao resultado verificado no ano de 2010, com a particularidade de o

    ajustamento operacional ter sido realizado em 85% pelo lado da despesa.

    O quadro de pessoal das empresas do sector dos transportes e infraestrutura

    ferroviria registou um ajustamento de 3023 trabalhadores face ao final de2010, passando de um total de 16.406 para 13.383 trabalhadores.

    Os princpios de acordo alcanados pela Comisso de Negociao das PPP

    rodovirias iro permitir ao Estado a obteno de uma poupana de cerca de

    2.525 milhes de euros nas concesses Ex-Scut e de cerca de 4.975 milhes

    de euros nas subconcesses, num total de 7.500 milhes de euros ao longo

    da vida dos contratos.

    A privatizao da ANA, gestora da infraestrutura aeroporturia, foi concluda

    durante o ano de 2013 por 3.080 milhes de euros, tendo implcita uma

    valorizao de cerca de 16 vezes o EBITDA de referncia data da

    apresentao das propostas, um mltiplo recorde nas transaes recentes do

    sector.

    A eliminao integral da TUP Carga e a reformulao da lei do trabalho

    porturio, como medidas relevantes no reforo da competitividade dos

    portos nacionais.

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    4 ANLISE SWOT

    Neste captulo realizada uma anlise SWOT global relativa ao desenvolvimento e

    competitividade do sector dos transportes e infraestruturas em Portugal, bem como

    os principais desafios e oportunidades de desenvolvimento no horizonte 2014-2020.

    Pretende-se com este sumrio realizar uma anlise crtica mas construtiva do sector

    dos transportes, incorporando o diagnstico e experincia acumulada com a

    aprovao do PET e de todas as reformas empreendidas, designadamente a

    identificao dos constrangimentos e reflexes realizadas pelo GTIEVA1

    bem comotodos os contributos recebidos ao longo do processo de consulta pblica subsequente.

    4.1 PONTOS FORTES

    Sistema de transportes

    Instrumentos de ordenamento do territrio consolidados, designadamente oPrograma Nacional de Polticas de Ordenamento do Territrio, PROT e PRN.

    Reformas estruturais implementadas nos ltimos anos.

    Sector ferrovirio

    Principais eixos da rede ferroviria nacional integram a RTE-T.

    Interoperabilidade ao nvel da energia de trao com o resto da Europa. Rede ferroviria modernizada em grande parte das zonas de maior densidade

    1Ver captulo 7 e Anexo I e II ao presente documento, com relatrio do GTIEVA e processo de

    consulta pblica subsequente.

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    populacional, designadamente nas reas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

    Modernizao de uma parte significativa do eixo Faro Lisboa Porto Braga. Ligaes da rede ferroviria s redes de metropolitano de Lisboa e Porto.

    Sector martimo-porturio

    Crescimento da movimentao de carga nos portos nacionais ao longo dos

    ltimos anos e perspetivas de crescimento futuro.

    Janela nica porturia e o seu alargamento janela nica logstica.

    Implementao do novo regime do trabalho porturio, tornando o regime

    portugus num dos mais competitivos a nvel europeu.

    Eficincia dos portos a nvel europeu.

    Ligaes dos portos rede rodoviria nacional.

    Posio financeira da generalidade das Administraes Porturias.

    Sector rodovirio

    Elevado nvel de cobertura da rede rodoviria.

    Elevado nvel de cobertura da rede rodoviria de alta capacidade.

    Ligaes rodovirias aos portos.

    Ligaes rodovirias aos aeroportos.

    Ligaes rodovirias nas reas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

    Eficincia e agressividade comercial do sector de transporte rodovirio de

    mercadorias.

    Sector areo e aeroporturio

    Qualidade dos aeroportos Portugueses reconhecida a nvel internacional.

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    Perspectivas de crescimento futuro no trfego aeroporturio nos segmentos

    de passageiros e carga.

    Ligaes dos aeroportos rede de metro de Lisboa e Porto, enquanto factor

    competitivo para o turismo nacional e regional (porta de entrada para o pas).

    Ligaes rede rodoviria nacional.

    Aumento do nmero de passageiros movimentados nos aeroportos

    portugueses.

    Aumento da carga transportada nos aeroportos portugueses.

    Maior atratividade de companhias areas: reforo da operao de companhias

    j instaladas nos aeroportos portugueses e instalao de novas companhias

    areas.

    Optimizao da operao das infraestruturas aeroporturias existentes.

    Transporte pblico de passageiros

    Sistemas de metropolitano nas reas metropolitanas de Lisboa e Portoconsolidados e com uma razovel cobertura do territrio.

    Ligaes dos metros de Lisboa e Porto aos respetivos aeroportos, enquanto

    factor competitivo para o turismo regional e desenvolvimento do turismo

    internacional.

    Novos sistemas tarifrios focados no apoio a segmentos da populao com

    baixos rendimentos, atravs da criao do Passe Social+.

    Ilustrao 2 Anlise SWOT: Pontos fortes

    4.2 PONTOS FRACOS

    Sistema de transportes

    Tradio passada de associao entre o planeamento e gesto dos transportes

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    e infraestruturas ao ciclo poltico, condicionando a eficincia da operao e a

    racionalidade e continuidade de projetos de investimento.

    Regulao da atividade.

    Insuficincia de cobertura da rede de infraestruturas de transportes em

    algumas regies do interior do pas.

    Fraco nvel de intermodalidade do sistema de transportes.

    Quota modal desequilibrada no transporte de passageiros, com forte

    prevalncia do transporte individual.

    Quota modal desequilibrada no transporte de mercadorias, com forte

    prevalncia do modo rodovirio.

    Sector ferrovirio

    Fraca eficincia do transporte ferrovirio de mercadorias, enquanto factor de

    competitividade para as empresas exportadoras, por comparao com outros

    pases europeus.

    Degradao da infraestrutura existente, conduzindo a uma limitao da

    capacidade, afrouxamentos e redues de velocidade.

    Falta de ligaes eficientes ao resto da Europa (tanto ao nvel da

    infraestrutura como da oferta de servios de transporte de mercadorias e de

    passageiros).

    Vida til e obsolescncia tcnica de parte da rede, designadamente quanto

    aos sistemas de comando e controlo da circulao.

    Ausncia de electrificao numa parte significativa da rede.

    Falta de ligao eficiente aos portos, plataformas logsticas e polos

    industriais.

    Limitao do comprimento mximo dos comboios de mercadorias.

    Limitao do peso mximo dos comboios de mercadorias.

    Bitola, sinalizao e sistemas de alimentao heterogneos.

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    Limitaes de capacidade de canais.

    Falta de interfaces com a rodovia e com aeroportos. Inexistncia de plataformas logsticas que possibilitem a concentrao de

    cargas e a potenciao do transporte ferrovirio de mercadorias de longa

    distncia.

    Segurana e passagens de nvel no suprimidas ou intervencionadas.

    Insuficiente nvel de presso competitiva no transporte ferrovirio de

    mercadorias e de passageiros.

    Condies de acesso e utilizao dos terminais ferrovirios de mercadorias.

    Sector martimo-porturio

    Limitaes de capacidade, em especial no segmento de contentores.

    Condies de acesso / recepo de navios, designadamente quanto

    profundidade dos canais de acesso.

    Ligaes inexistentes ou insuficientes rede frrea e plataformas logsticas.

    Termo da vida til / obsolescncia tcnica de equipamento porturio em

    alguns terminais.

    Ligaes inexistentes ou insuficientes (elevado congestionamento) rodovia.

    Insuficincia de zonas logsticas porturias que possibilitem a concentrao de

    cargas para expedio/recepo por modo ferrovirio, bem como a instalao

    de atividades industriais e logsticas com valor acrescentado para a cadeia

    logstica.

    Insuficiente nvel de presso competitiva nas atividades porturias, em

    especial no segmento de contentores.

    Caractersticas dos contratos de concesso de terminais porturios, sem

    alinhamento de incentivos e objetivos de performance.

    Fraco aproveitamento das potencialidades do transporte fluvial de

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    mercadorias, por comparao com outros pases europeus.

    Sector rodovirio

    Falta de fecho da malha da rede rodoviria, em especial no que concernea

    ligaes do tipo last-mile.

    Nvel de sinistralidade.

    Congestionamento de trfego nos principais eixos de acesso s grandes

    cidades.

    Difcil acesso para veculos de grandes dimenses (mega camies) aos

    principais centros urbanos e zonas porturias (Figueira da Foz e Setbal).

    Estado de conservao das infraestruturas na rede convencional.

    Rigidez do modelo de financiamento e tarifao da infraestrutura rodoviria.

    Dificuldades causadas pelo atual modelo de cobrana de portagens.

    Sector areo e aeroporturio

    Capacidade ao nvel do nmero de movimentos por hora para carga e

    passageiros de algumas infraestruturas aeroporturias.

    Espao para instalao de empresas integradoras/operaes dedicadas no

    segmento de carga.

    Espao para estacionamento de aeronaves.

    Falta de dinamizao comercial de infraestruturas j existentes.

    Insuficincia de espao para a expanso do atual aeroporto de Lisboa.

    Falta de ligao do aeroporto de Faro rede ferroviria nacional.

    Fraca procura dos aerdromos municipais.

    Heterogeneidade da procura das grandes infraestruturas aeroporturias (peak

    vs. off-peak).

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    Transportes pblicos de passageiros Menor nvel de utilizao dos transportes pblicos de passageiros vs transporte

    individual, face a outros pases europeus.

    Constrangimentos na rede de infraestruturas e servios pblicos de transporte

    de passageiros a nvel local, regional e metropolitano, designadamente quanto

    ao reduzido nmero de vias dedicadas busway quer dentro dos centros

    urbanos, quer nas ligaes entre os centros urbanos e as periferias.

    Falta de alinhamento de incentivos entre os municpios e o Estado no queconcerne ao planeamento, gesto, oferta e financiamento de sistemas

    pblicos de transporte de passageiros.

    Decrscimo de procura nos servios pblicos de transporte de passageiros

    pblicos e privados, observado nos ltimos anos.

    Enquadramento legal obsoleto dos servios pblicos de transporte rodovirio

    de passageiros.

    Cobertura da rede de servios pblicos de transporte de passageiros nas zonas

    de baixa densidade populacional.

    Inexistncia ou falta de clarificao da repartio de competncias entre o

    Estado, Municpios e rgos de representao regional/metropolitana no

    planeamento, organizao e financiamento dos servios pblicos de

    transporte de passageiros a nvel local, regional e metropolitano.

    Falta de presso competitiva no sector dos transportes pblicos de

    passageiros.

    Ilustrao 3 Anlise SWOT: Pontos fracos

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    4.3 OPORTUNIDADES

    Sistema de transportes

    Perspectivas de crescimento das exportaes nacionais no horizonte 2014-

    2020.

    Perspectivas de recuperao da economia mundial no horizonte 2014-2020.

    Possibilidade de aceder a financiamento comunitrio para financiamento de

    projetos de infraestruturas de elevado valor acrescentado.

    Razovel consenso nacional quanto ao foco das grandes prioridades deinvestimento em infraestruturas de transporte para o horizonte 2014-2020 no

    transporte de mercadorias atravs do sector ferrovirio e martimo-porturio.

    Consolidao das contas pblicas e correo dos desequilbrios financeiros e

    econmicos acumulados, como condies essenciais ao desenvolvimento do

    sector.

    Alargamento da janela nica porturia a toda a cadeia logstica.

    Sector ferrovirio

    Abertura iniciativa privada da explorao dos servios de transporte de

    passageiros.

    Liberalizao do transporte ferrovirio de mercadorias.

    Aumento de trfego porturio.

    Desenvolvimento da RTE-T a nvel europeu, especialmente em Espanha eFrana.

    Sector martimo-porturio

    Posicionamento geoestratgico de Portugal, na intercepo de grandes rotas

    mundiais de transporte martimo, em especial no que respeita s ligaes

    entre a Europa e Amrica, frica e sia.

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    Posicionamento de Portugal, na intercepo das grandes rotas de cruzeiros do

    Mediterrneo e do Norte da Europa.

    Abertura do novo canal do Panam.

    Existncia de condies naturais para o desenvolvimento de infraestruturas

    martimo-porturias deep-sea.

    Sector rodovirio

    Integrao europeia ao nvel dos modelos de tarifao rodoviria.

    Sector areo e aeroporturio

    Posicionamento geoestratgico de Portugal enquanto hub para as ligaes

    areas entre a Europa e a Amrica do Sul e frica.

    Dimenso, crescimento e potencialidades do sector do turismo.

    Implementao da iniciativa do Cu nico Europeu, prevendo-se a triplicao

    da capacidade do espao areo, reduzido para metade os custos associados

    gesto do trfego areo.

    Transporte pblico de passageiros

    Abertura iniciativa privada da explorao dos servios pblicos de transporte

    de passageiros.

    Perspectivas de recuperao do nvel de emprego no horizonte 2014-2020.

    Alterao de hbitos de consumo e poupana da sociedade Portuguesa.

    Integrao crescente das questes energticas, ambientais e de ordenamento

    do territrio no planeamento e desenvolvimento do sector dos transportes.

    Ilustrao 4 Anlise SWOT: Oportunidades

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    4.4 AMEAAS

    Sistema de transportes

    Risco de insuficiente nvel de consenso e estabilidade de polticas de

    transportes, designadamente no que concerne poltica de investimentos em

    infraestruturas de transportes.

    Posio perifrica de Portugal em relao ao centro econmico da Europa.

    Custos de contexto elevados e relevncia dos transportes na estrutura de

    custos das exportaes nacionais.

    Situao financeira do pas e perigo de desvio da trajetria de consolidao e

    correo dos desequilbrios financeiros e econmicos acumulados.

    Dificuldades no acesso ao financiamento bancrio e aumento dos respetivos

    custos de financiamento.

    Resistncia mudana e relacionamento laboral instvel.

    Sector ferrovirio

    Elevado nvel de endividamento histrico da gestora das infraestruturas

    ferrovirias e da operadora ferroviria incumbente no segmento de

    passageiros e mercadorias.

    Insuficiente desenvolvimento da RTE-T a nvel europeu, especialmente em

    Espanha e Frana.

    Sector martimo-porturio

    Forte concorrncia dos portos europeus (em especial espanhis) e portos do

    norte de frica.

    Sector rodovirio

    Elevado nvel de endividamento histrico da gestora das infraestruturas

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    rodovirias, agravado pelos encargos futuros com PPPs rodovirias.

    Sector areo e aeroporturio

    Risco de desvio de trfego areo para infraestruturas aeroporturias de outros

    pases que tambm utilizem com o sistema hub-and-spoke.

    Concorrncia das infraestruturas aeroporturias europeias, em especial da

    Pennsula Ibrica.

    Transportes pblicos de passageiros

    Elevado nvel de endividamento histrico das empresas pblicas de

    transportes pblicos de passageiros.

    Ilustrao 5 Anlise SWOT: Ameaas

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    5 INSTRUMENTOS DE POLTICA

    As medidas e prioridades de investimento estabelecidas no presente PETI3 tm por

    base um conjunto de outros instrumentos de poltica nacional e comunitria.

    5.1 PLANO ESTRATGICO DOS TRANSPORTES MOBILIDADESUSTENTVEL

    Atravs da Resoluo de Conselho de Ministros n. 45/2011, de 10 de novembro, oGoverno aprovou o Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Sustentvel (PET),

    o qual estabeleceu um vasto programa de reformas a implementar no horizonte 2011-

    2015, abrangendo as empresas pblicas de transportes, as infraestruturas rodovirias,

    o sector martimo-porturio, a logstica e mercadorias e o sector areo e

    aeroporturio, assentes em trs vectores de atuao prioritria:

    1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o

    sector financeiramente equilibrado e comportvel para os contribuintesportugueses;

    2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional;

    3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens, de forma

    eficiente e adequada s necessidades, promovendo a coeso social.

    O Plano Estratgico dos Transportes veio ainda clarificar o papel do Estado no sector

    dos transportes e infraestruturas, definindo claramente as suas linhas de atuao nosdomnios da coordenao estratgica, regulao, investimento, operao e

    explorao.

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    5.2 ESTRATGIA DE FOMENTO INDUSTRIAL PARA OCRESCIMENTO E O EMPREGO 20142020

    Mais recentemente, atravs da Resoluo do Conselho de Ministros n. 91/2013, de

    23 de dezembro, o Governo aprovou a Estratgia de Fomento Industrial para o

    Crescimento e o Emprego 20142020, a qual estabelece 9 eixos de atuao

    prioritria.

    O desenvolvimento das infraestruturas logsticas um dos 9 eixos de atuao,

    referindo aquele documento que:

    Apesar dos investimentos realizados ao longo das ltimas dcadas nas vrias

    infraestruturas de transporte verificam-se ainda alguns constrangimentos, sobretudo

    ao nvel da capacidade de transporte de mercadorias, sendo esses constrangimentos

    mais visveis ao nvel da ferrovia. Notam-se ainda lacunas na integrao numa

    plataforma logstica de dimenso internacional, tanto ao nvel terrestre como

    martimo, que permita s empresas portuguesas ter acesso aos mercados

    internacionais sem desvantagens no campo logstico.

    ()

    No horizonte temporal 2014-2020, pretende-se que as infraestruturas do Pas

    tenham um papel crucial como facilitadores da atividade econmica do tecido

    empresarial portugus e, em particular, na promoo da atividade exportadora e no

    reforo da competitividade dos produtos nacionais em mercados externos.

    5.3 PROGRAMA NACIONAL DA POLTICA DE ORDENAMENTO DOTERRITRIO

    O Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT) foi aprovado

    pela Lei n. 58/2007, de 4 de setembro, sendo um instrumento de desenvolvimento

    territorial de natureza estratgica que estabelece as grandes opes com relevncia

    para a organizao do territrio nacional, consubstancia o quadro de referncia a

    considerar na elaborao dos demais instrumentos de gesto territorial e constitui

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    um instrumento de cooperao com os demais Estados Membros para a organizao

    do territrio da Unio Europeia.

    Do seu programa de polticas para o horizonte 2025 consta, como objetivo

    estratgico, o reforo da competitividade territorial de Portugal e a sua integrao

    nos espaos ibrico, europeu, atlntico e global.

    Para a sua concretizao so ainda definidos um conjunto de objetivos especficos,

    entre os quais se inclui a melhoria dos sistemas e infraestruturas de suporte

    conectividade internacional de Portugal no quadro ibrico, europeu, atlntico e

    global. No quadro deste objetivo especfico, o PNPOT incorpora um conjunto deorientaes que importa aqui reproduzir:

    As plataformas martimo-porturias, aeroporturias e os sistemas de transportes

    terrestres assumem um papel chave de suporte conectividade internacional e de

    afirmao de Portugal no Mundo.

    Neste contexto, o pas deve conjugar as vertentes de integrao europeia e ibrica

    com a valorizao da sua vertente atlntica, considerando nesta ltima os aspectos

    especificamente relacionados com a integrao e o papel estratgico das Regies

    Autnomas. Este um dos caminhos mais profcuos para Portugal se afirmar no seio

    da Unio Europeia.

    As decises de investimento em infraestruturas de transportes dos nveis superiores,

    bem como nas plataformas logsticas, no devem ser tomadas apenas numa ptica de

    servio pblico. O apoio eficincia e competitividade internacional das atividades

    econmicas deve assumir uma importncia primordial na determinao dessas

    decises, garantindo-se, em contrapartida, que o essencial dos custos

    correspondentes ao investimento e explorao desses sistemas seja suportado

    pelas atividades beneficiadas. Tal no obsta a que o Estado surja como promotor

    quando necessrio e que as condies da oferta possam refletir critrios de equidade

    e de coeso territoriais.

    Para reduzir a vulnerabilidade de Portugal como localizao industrial face ao

    agravamento previsvel dos custos de transporte rodovirio de mercadorias importa

    participar nos programas internacionais de promoo do transporte intermodal, criar

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    condies propiciadoras de maior eficincia no Transporte Martimo de Curta

    Distncia, participar no Programa Europeu das Autoestradas do Mar, e integrar a

    rede ferroviria nacional na rede ibrica e europeia.

    Complementarmente, de considerar que o projeto da Rede Rodoviria

    Transeuropeia constitui um instrumento vlido para o reforo da coeso europeia em

    termos econmicos e sociais.

    Nesses termos, o PNPOT estabelece os grandes corredores nos quais se devem inserir

    as principais ligaes com a Europa e o resto do mundo bem como os projetos de

    infraestruturas estruturantes de transportes que as concretizam, atravs dos modosferrovirio, rodovirio, martimo-porturio e aeroporturio.

    So assim definidos trs corredores principais:

    Um corredor principal ao longo da fachada Atlntica, ligando a Galiza, o

    arco metropolitano do Porto, o sistema metropolitano do centro litoral, o

    arco metropolitano de Lisboa e o arco metropolitano do Algarve;

    Um corredor internacional horizontal principal a norte, ligando o arcometropolitano do Porto e o sistema metropolitano do centro litoral a

    Salamanca e ao resto da Europa;

    Um corredor internacional horizontal principal a sul, ligando o arco

    metropolitano de Lisboa a Madrid e ao resto da Europa.

    O PNPOT define ainda as principais infraestruturas martimo-porturias e

    aeroporturias de conectividade internacional de Portugal no quadro ibrico,

    europeu, atlntico e global.

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    Ilustrao 6 - Grandes corredores de acessibilidade e conectividade em Portugal

    Continental previstos no PNPOT

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    5.4 RTE-T E O CORREDOR ATLNTICO

    O transporte vital para a economia europeia, para o seu crescimento eprosperidade. O objetivo da nova poltica europeia de infraestruturas de transportes

    implementar uma verdadeira Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) escala

    europeia que ligue cada um dos 28 Estados Membros entre si, aos pases vizinhos da

    Unio e ao resto do mundo, promovendo o crescimento e a competitividade.

    A rede principal da RTE-T encontra-se dividida em 9 corredores que constituem a sua

    espinha dorsal, complementada pela rede global que promove a capilaridade da RTE-

    T ao nvel nacional e regional.

    O objetivo de longo prazo com a total implementao da RTE-T assumir-se como

    um dos pilares do mercado nico europeu e da integrao europeia.

    Ilustrao 7 Corredores da RTE-T core (fonte: www.ec.Europa.eu)

    Portugal encontra-se inserido no Corredor do Atlntico da RTE-T, que liga os portos

    de Sines, Lisboa e Porto a Espanha, Frana e Alemanha.

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    Ilustrao 8 Corredor Atlntico da RTE-T (fonte: www.ec.Europa.eu)

    No territrio nacional, o corredor Atlntico da RTE-T coincide, na sua generalidade,

    com os corredores principais estabelecidos no PNPOT:

    Corredor da fachada Atlntica entre Sines Lisboa Aveiro Porto/Leixes;

    Corredor internacional norte Aveiro Vilar Formoso;

    Corredor internacional sul Sines/Setbal/Lisboa Caia.

    5.5 PENT PLANO ESTRATGICO NACIONAL PARA O TURISMO2013-2015

    O Plano Estratgico Nacional para o Turismo (PENT) 2013-2015 foi aprovado, pela

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 24/2013, publicada a 16 de abril, atravs do

    qual se procede reviso da estratgia de desenvolvimento turstico nacional,

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    incorporando o impacto da evoluo global da economia e decorrentes alteraes do

    comportamento do consumidor.

    Num sector que representa cerca de 9,2% do PIB nacional, recebendo mais de 12

    milhes de visitantes internacionais por ano, ao que acresce um movimento

    significativo de procura interna, tem nos transportes um dos factores fundamentais

    de desenvolvimento, referindo aquele documento que:

    A evoluo dos canais de informao e distribuio, a proliferao de novos

    destinos ou a alterao do paradigma de operao das companhias areas, alteraram

    os hbitos de consumo e o comportamento do consumidor/turista na seleo,preparao e realizao da sua viagem.

    5.6 ESTRATGIA NACIONAL PARA O MAR 2013-2020

    As opes constantes do PETI 3+ desenvolver-se-o em articulao com a Estratgia

    Nacional para o Mar 2013-2020 (ENM2013-2020), aprovada pela Comisso

    Interministerial para os Assuntos do Mar, no dia 16 de novembro de 2013, e adoptadapela Resoluo do Conselho de Ministros n. 12/2014, de 12 de fevereiro. A ENM2013-

    2020 apresentou um novo modelo de desenvolvimento do oceano e das zonas

    costeiras que permitir a Portugal responder aos desafios colocados para a

    promoo, crescimento e competitividade da economia do mar, nomeadamente as

    importantes alteraes verificadas no mbito poltico e estratgico a nvel europeu e

    mundial.

    O regresso de Portugal ao mar depende, tal como referido na ENM2013-2020, "daexecuo de uma estratgia assente no conhecimento e progresso tecnolgico e na

    dimenso e geografia do territrio nacional, emerso e imerso, incluindo a nova

    dimenso alargada resultante da submisso apresentada para a extenso da

    plataforma continental alm das 200 milhas martimas".

    Ao mesmo tempo a "ENM2013-2020 identifica os domnios de interveno e apresenta

    o plano de ao que inclui os programas a executar e a desenvolver para a

    concretizao de objetivos especficos e produo de efeitos concretos, estando

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    sujeito a mecanismos prprios de monitorizao, avaliao, reviso e atualizao".

    Este plano de ao, intitulado Plano Mar-Portugal, visa, sobretudo, a "valorizao

    econmica, social e ambiental do espao martimo nacional atravs da execuo de

    projetos sectoriais e intersectoriais, assim como dos planos estratgicos de mbito

    nacional j existentes ou em fase de preparao".

    A ENM2013-2020 considera que o "ordenamento do espao martimo nacional e a

    compatibilizao das diferentes atividades existentes e potenciais que nele podem

    ter lugar, a par da simplificao dos respetivos procedimentos administrativos,

    constituem aes fundamentais" para a execuo da estratgia e para a criao das

    condies necessrias para o crescimento da economia do mar e a melhoria

    ambiental e social.

    A ENM2013-2020 tem, assim, a ambio de fazer do mar um desgnio nacional e

    renovar, dessa forma, a identidade martima de Portugal.

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    6 OBJETIVOS ESTRATGICOS 2014-2020

    No PET foram estabelecidos trs grandes vectores de atuao prioritria para o

    horizonte 2011-2015. Decorridos quase trs anos aps a aprovao daquele

    documento, verifica-se que mantm, no essencial, a mesma pertinncia e

    atualidade.

    Com efeito, ser necessrio dar continuidade e aprofundar o esforo de reformas no

    sector por forma a consolidar a sua sustentabilidade financeira presente e futura e

    aliviar as responsabilidades anteriormente transferidas para as futuras geraes.Refira-se porm que, atento ao conjunto de reformas j empreendidas, foi possvel

    ultrapassar a situao de emergncia financeira que se verificava em 2011.

    Afigura-se agora oportuno iniciar uma transio responsvel para um novo ciclo de

    polticas de crescimento e fomento econmico e uma retoma gradual do

    investimento pblico criterioso e de valor acrescentado para a economia, tendo

    sempre presente que o esforo de consolidao oramental e de correo dos

    desequilbrios financeiros das contas pblicas dever manter-se pelo perodo devigncia do PETI3+ e que uma boa e responsvel gesto dos escassos recursos

    pblicos disposio do Pas requer, mais do que nunca, uma adequada, criteriosa e

    o mais consensual possvel definio das prioridades do investimento em

    infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial Portugus e que

    contribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo.

    Neste contexto, determinam-se os Objetivos Estratgicos para o perodo 2014-2020 a

    seguir indicados, caracterizados precisamente por um equilbrio entre um esforo depromoo do crescimento, um esforo reformista e de promoo da sustentabilidade

    do sistema de transportes e um esforo de coeso social e territorial:

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    OBJETIVOSESTRATGICOSPARAOHORIZONTE2014-2020

    A. CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO ECONMICO, APOIANDO AS EMPRESAS

    PORTUGUESAS E A CRIAO DE EMPREGO:

    1. Reduzir os custos de contexto que incidem sobre as exportaes

    Portuguesas por via do aumento da competitividade e eficincia

    do sector dos transportes;

    2. Promover a maior integrao de Portugal no espao econmico

    europeu, designadamente atravs do gradual desenvolvimento

    da RTE-T;

    3. Potenciar o papel das infraestruturas e servios de transportes

    no desenvolvimento do sector do turismo nacional e promover a

    melhoria das condies de acolhimento e da qualidade do

    servio e informao ao pblico nos transportes, contribuindo

    para o grau de satisfao dos passageiros, em particular dos

    turistas;

    4. Alavancar as vantagens competitivas de Portugal decorrentes do

    seu posicionamento geoestratgico, na intercepo de grandes

    corredores internacionais martimos e areos;

    5. Promover o aumento da concorrncia entre os operadores nos

    segmentos de mercadorias e passageiros.

    B. ASSEGURAR A COMPETITIVIDADE DO SECTOR DOS TRANSPORTES E A SUA

    SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA PARA OS CONTRIBUINTES PORTUGUESES:

    1. Prosseguir o esforo de reformas estruturais;

    2. Consolidar a sustentabilidade financeira presente e futura do

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    sector, aliviando o peso das responsabilidades transferidas para

    as futuras geraes;

    3. Focar a interveno direta do Estado nas reas que constituem

    o seu verdadeiro papel, promovendo a participao da iniciativa

    privada nas reas em que oferece maior eficincia e valor

    acrescentado na prossecuo dos objetivos da poltica de

    transportes.

    C. PROMOVER A COESO SOCIAL E TERRITORIAL,ASSEGURANDO A MOBILIDADE E

    ACESSIBILIDADE DE PESSOAS E BENS,EM TODO O PAS:

    1. Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em

    todo o territrio nacional, de forma eficiente e adequada s

    necessidades;

    2. Implementar o princpio da equidade de oportunidades no

    acesso ao sistema de transportes, promovendo a coeso sociale territorial;

    3. Reorganizar e fortalecer o papel da regulao no sector dos

    transportes;

    4. Assegurar uma clara, racional e equilibrada alocao de

    competncias na planificao, organizao e financiamento do

    sistema de transportes.

    Ilustrao 9 Objetivos estratgicos para o horizonte 2014-2020

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    7 GRUPO DE TRABALHO PARA AS INFRAESTRUTURAS

    DE ELEVADO VALOR ACRESCENTADO

    O esforo de consolidao oramental e de correo dos desequilbrios financeiros

    das contas pblicas - que dever manter-se pelo perodo de vigncia do PETI3+ - deve

    motivar, mais do que nunca, uma boa gesto dos escassos recursos pblicos

    disposio do pas, atravs de uma adequada, criteriosa e consensual definio das

    prioridades de investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do

    tecido empresarial portugus e que contribuam para um processo de ajustamento

    sustentado e competitivo.

    O novo ciclo de fundos comunitrios traz novos e exigentes desafios ao nvel da

    planificao, elegibilidade de projetos e respetivos mecanismos de reembolso.

    Os agentes econmicos detm o melhor conhecimento das dificuldades e

    constrangimentos que enfrentam e das necessidades que devero ser supridas por

    forma a melhor alavancar o desenvolvimento da nossa economia. Desde modo, a

    Estratgia de Fomento Industrial para o Crescimento e o Emprego 20142020estabelece que o Governo implementar, com os agentes econmicos e com os

    utilizadores das infraestruturas, um conjunto de medidas por forma a assegurar:

    A definio criteriosa de prioridades e a canalizao do investimento

    pblico para infraestruturas que potenciem as capacidades de exportao

    das empresas em Portugal e promovam um processo de internacionalizao

    rpido e competitivo;

    A melhoria da integrao de Portugal no mercado europeu de

    infraestruturas de suporte transversais a toda a atividade econmica.

    Atravs do Despacho n. 11215-A/2013, de 29 de agosto, o Governo Portugus

    mandatou a criao de um Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado

    Valor Acrescentado (GTIEVA) na rea dos transportes a desenvolver no horizonte

    2014-2020, com objetivo de aumentar a competitividade da economia Portuguesa e

    reduzir os custos de contexto das exportaes nacionais.

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    O GTIEVA procedeu ao levantamento dos principais constrangimentos deste sector e

    ao estabelecimento de critrios e prioridades de interveno que dessem

    cumprimento aos Objetivos Estratgicos definidos pelo Governo.

    Atravs da criao do GTIEVA o Governo pretendeu provocar um amplo debate

    pblico sobre o modelo de investimento e desenvolvimento das nossas

    infraestruturas, partindo de um documento de base que recolhesse as propostas e

    contributos de todos os atores econmicos e sociais relevantes. Para o efeito, o

    GTIEVA foi constitudo pelos seguintes elementos:

    CONSTITUIO DO GTIEVA

    Dr. Jos Eduardo Marcelino Carvalho, na qualidade de personalidade de

    reconhecido mrito, a quem coube a coordenao dos trabalhos;

    Um elemento designado pela CIP Confederao Empresarial de Portugal;

    Um elemento designado pela ANMP Associao Nacional de Municpios

    Portugueses;

    Um elemento designado pela Agncia para o Investimento e Comrcio Externode Portugal (AICEP);

    Um elemento designado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT,

    IP);

    Um elemento designado pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil (LNEC,

    IP);

    Um elemento designado pela APLOG Associao Portuguesa de Logstica;

    Um elemento designado pela APOL Associao Portuguesa de Operadores

    Logsticos;

    Um elemento designado pela APP Associao dos Portos de Portugal;

    Um elemento designado pelo CPC Conselho Portugus de Carregadores;

    Um elemento designado pela CP Comboios de Portugal, EPE;

    Um elemento designado pela Takargo, SA;

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    Um elemento designado pela Rede Ferroviria Nacional REFER, EPE;

    Um elemento designado pela EP Estradas de Portugal, SA; Um elemento designado pela ANTROP Associao Nacional dos

    Transportadores Rodovirios de Pesados de Passageiros;

    Um elemento designado pela ANTRAM Associao Nacional de

    Transportadores Pblicos Rodovirios de Mercadorias;

    Um elemento designado pela ANTP Associao Nacional de Transportadoras

    Portuguesas;

    Um elemento designado pela APCAP Associao Portuguesa das Sociedades

    Concessionrias de Autoestradas ou Pontes com Portagens.

    Ilustrao 10 Constituio do GTIEVA

    Para alm dos elementos referidos, colaborou ainda com o Grupo de Trabalho um

    conjunto de Professores Universitrios e especialistas do sector, tendo ainda tido o

    apoio tcnico da KPMG, envolvendo um total de mais de 50 elementos.

    7.1 RELATRIO DO GRUPO DE TRABALHO

    A verso integral do Relatrio Final do GTIEVA apresentada no Anexo I ao presente

    documento e que dele faz parte integrante, apresenta, com maior detalhe, os

    objetivos, metodologia seguida, anlise de constrangimentos, descrio dos projetos

    e recomendaes do GTIEVA que esto na base do Programa de Investimentos em

    Infraestruturas de Transportes adoptado pelo Governo.

    O GTIEVA aborda no seu relatrio final os seguintes pontos:

    Caracterizao das redes atuais;

    Principais agentes;

    Diagnstico e constrangimentos;

    Metodologia de priorizao de projetos e investimentos;

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    Priorizao de projetos e investimentos;

    Recomendaes e eixos de interveno no estruturais;

    Fichas tcnicas dos projetos.

    Trata-se de um documento de enorme valia tcnica, que reflete uma extensa,

    abrangente e profunda anlise do sistema e infraestruturas de transportes nacional e

    identifica claramente os seus principais constrangimentos atividade econmica das

    empresas.

    7.2 CONSULTA PBLICA

    7.2.1 PROCESSO DE CONSULTA E DEBATE PBLICO

    O GTIEVA apresentou ao Governo o seu relatrio em janeiro de 2014, tendo-se

    iniciado de imediato um processo de consulta pblica relativo ao contedo e

    recomendaes do mesmo, alargando assim o debate sobre o modelo de investimento

    e desenvolvimento das infraestruturas a toda a sociedade Portuguesa.

    O Governo procurou um forte consenso a nvel nacional relativamente aos

    investimentos a realizar, tendo sido realizados debates nas diversas Comisses de

    Coordenao e Desenvolvimento Regional:

    Em Coimbra ocorreu a 13 de Fevereiro de 2014 a discusso relativa zona

    Centro;

    No Porto ocorreu a 17 de Fevereiro de 2014 a discusso relativa zona Norte;

    Em Faro ocorreu a 28 de fevereiro de 2014 a discusso relativa zona

    Algarve;

    Em vora ocorreu a 11 de maro de 2014 a discusso relativa zona Alentejo;

    Em Lisboa ocorreu a 13 de Maro de 2014 a discusso relativa zona Lisboa e

    Vale do Tejo.

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    Decorreram reunies no Ministrio da Economia com todos os Partidos com assento

    parlamentar especificamente sobre o relatrio do GT IEVA.

    Foi ainda realizada a audio parlamentar do GTIEVA pela Comisso de Economia e

    Obras Pblicas da Assembleia da Repblica, a 18 de maro de 2014 e reunio do

    Ministrio da Economia com a Comisso de Economia e Obras Pblicas da Assembleia

    da Repblica, a 21 de maro de 2014.

    Foram recebidos e acolhidos mais de 400 contributos e mais de 1200 participantes

    por todo o pas at ao dia 1 de abril de 2014, cujo resumo apresentado no Anexo II

    ao presente documento.

    7.3 CARACTERIZAO, DIAGNSTICO E CONSTRANGIMENTOS

    Nos captulos A e E do relatrio do GTIEVA apresentado no Anexo I2ao presente

    documento realizada uma caracterizao do sistema de transportes, dividida em 4

    sectores:

    Sector ferrovirio;

    Sector rodovirio;

    Sector martimo-porturio;

    Sector aeroporturio.

    2 Para efeitos de economia de leitura no se ir reproduzir aqui na ntegra o contedo do

    relatrio, anlises e concluses do GTIEVA, recomendando-se para o efeito a consulta do

    relatrio tcnico do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado

    constante do Anexo I ao presente documento.

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    Em cada um dos sectores realizado um diagnstico crtico e isento que inclui:

    Principais caractersticas da rede de infraestruturas;

    Principais agentes do sector;

    Nvel de maturidade da rede;

    Nvel de intermodalidade entre modos de transporte;

    Investimento realizado;

    Modelo de gesto, financiamento e sustentabilidade.

    Da sistematizao desta fase de diagnstico e constrangimentos, derivam os

    seguintes resultados, por sector:

    Ilustrao 11 - Resultados da fase de diagnstico e constrangimentos (Fonte: GTIEVA)

    A fase de diagnstico resultou na identificao e descrio dos principais

    constrangimentos que afetam cada um dos sectores das infraestruturas de

    transportes em apreo.

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    Os principais constrangimentos identificados foram classificadas na escalda seguinte:

    - Prioridade elevada;

    - Prioridade mdia;

    - Prioridade baixa.

    Ilustrao 12 Escala de avaliao dos constrangimentos (Fonte: GTIEVA)

    Apresenta-se de seguida um resumo dos principais constrangimentos identificadospelo GTIEVA:

    7.3.1 SECTOR FERROVIRIO

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Degradao da infraestrutura

    Vida til e obsolescncia tcnica

    Ausncia de eletrificao

    Falta de ligao eficiente dos principais portos e centros logsticos Europa

    Falta de ligao eficiente aos portos, plataformas logsticas e polosindustriais

    Limitao do comprimento e peso mximo dos comboios

    Bitola, sinalizao e sistemas de alimentao heterogneos

    Limitaes de capacidade

    Falta de interface com rodovias e aeroportos

    Ilustrao 13 Principais constrangimentos do sector ferrovirio (Fonte: GTIEVA)

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    7.3.2 SECTOR MARTIMO-PORTURIO

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Condies de acesso / recepo de navios

    Limitaes de capacidade

    Ligao inexistente ou insuficiente linha frrea e plataformas logsticas

    Vida til / obsolescncia tcnica de equipamento porturio

    Ligao inexistente ou insuficiente (elevado congestionamento) rodovia

    Ilustrao 14 Principais constrangimentos do sector martimo-porturio (Fonte: GTIEVA)

    7.3.3 SECTOR RODOVIRIO

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Fecho da malha da rede rodoviria em especial no que concerne a ligaesdo tipo last-mile)

    Nvel de sinistralidade

    Congestionamento de trfego nos acessos s grandes cidades

    Difcil acesso para os veculos de grandes dimenses aos principais centrosurbanos e zonas porturias

    Estado de conservao das infraestruturas

    Ilustrao 15 Principais constrangimentos do sector rodovirio (Fonte: GTIEVA)

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    7.3.4 SECTOR AREO E AEROPORTURIO

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    N de movimentos hora para passageiros/carga

    Espao para instalao de infraestruturas de empresasintegradoras/operaes dedicadas

    Espao para estacionamento de aeronaves

    Falta de dinamizao comercial para infraestruturas j existentes

    Ilustrao 16 Principais constrangimentos do sector areo e aeroporturio (Fonte:GTIEVA)

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    8 PLANO ESTRATGICO DA ANA

    8.1 ENQUADRAMENTO

    O Decreto-Lei n. 254/2012, de 28 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.

    108/2013, de 31 de julho, procede definio do regime jurdico geral da concesso

    de servio pblico aeroporturio de apoio aviao civil em Portugal, atribuda

    ANA Aeroportos de Portugal, S. A. (ANA), aplicvel explorao e manuteno dos

    aeroportos de Lisboa (Portela), Porto (Francisco S Carneiro), Faro, Ponta Delgada

    (Joo Paulo II), Santa Maria, Horta, Flores, Madeira, Porto Santo, e ainda do TerminalCivil de Beja, tendo posteriormente, sido assinados o Contrato de Concesso entre o

    Estado Portugus e a ANA e o Contrato de Concesso entre o Estado Portugus e a

    ANAM para a prestao do servio pblico aeroporturio de apoio aviao civil nos

    aeroportos referidos.

    A apresentao de um Plano Estratgico para os aeroportos da rede ANA, incluindo

    ANA e ANAM encontra-se prevista em ambos os Contratos de Concesso, pelo que

    entendeu a ANA ser adequado elaborar um Plano Estratgico conjunto. Deste modo,e tratando-se de matria regulada pelo respetivo contrato de concesso, no cabia

    no mbito do GTIEVA, no tendo sido analisado por aquele Grupo de Trabalho.

    O Plano Estratgico referente ao perodo 2013-2017 constitui uma ferramenta de

    informao ao Concedente e indstria sobre as medidas implementadas e a

    implementar neste perodo nos aeroportos da Rede ANA, enquadradas com o clima

    econmico atual, a nvel nacional e internacional, incluindo as medidas inerentes ao

    fortalecimento da capacidade competitiva do grupo gestor de infraestruturasaeroporturias. O Plano Estratgico da ANA apresentado no Anexo III do presente

    documento, bem como os seus anexos e apndices, fazendo parte integrante deste

    documento.

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    8.2 ELEMENTOS CONSTITUINTES DO PLANO ESTRATGICO

    Do Plano Estratgico fazem parte todos os elementos elencados na Clusula 21.3 doContrato de Concesso ANA e na Clusula 21.3 do Contrato de Concesso ANAM

    includo no Anexo III ao presente documento e que dele fazem parte integrante, a

    saber:

    a) Avaliao das infraestruturas futuras necessrias para os Utilizadores dos

    servios e instalaes de cada Aeroporto, bem como estudos de procura de

    trfego para o perodo de planeamento (Anexo I).

    b) Propostas para a utilizao e desenvolvimento do lado-terra, acesso ao

    aeroporto, planeamento / zoneamento de locais e o uso do lado do ar (Anexo

    II).

    c) Mapas para a manuteno, reparao, renovao ou substituio dos Bens

    afetos Concesso (bens imveis e bens mveis de longa durao) (Anexo III).

    d) Avaliao econmica das alternativas e dos impactos previstos na evoluo

    dos custos operacionais e de investimento (Anexo IV).

    e) Previso operacional relacionada com o uso civil dos Aeroportos (Anexo V).

    f) Mapas, desenvolvidos atravs de consultas com os Utilizadores e outras

    entidades conexas que utilizam os Aeroportos e, bem assim, com entidades

    pblicas que estejam sediadas nas proximidades dos Aeroportos, para a gesto

    do rudo das aeronaves em reas propensas a nveis significativos de rudo

    (Anexo VI).

    g) Avaliao dos riscos ambientais que razoavelmente estaro associados

    implementao do projeto de Plano Estratgico, bem como os mecanismos de

    mitigao desses riscos, incluindo mecanismos de preveno e mitigao de

    qualquer impacto ambiental negativo (Anexo VII).

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    8.3 OBRIGAES ESPECFICAS DE DESENVOLVIMENTO

    Encontram-se previstas nos Anexos IX dos respetivos Contratos de Concesso da ANAe ANAM as seguintes obrigaes especficas de desenvolvimento, a maioria das quais

    para o quinqunio objeto do referido Plano Estratgico:

    8.3.1 AEROPORTO DE LISBOA

    Concluso do Bus Gate Norte (2013).

    Ampliao do Terminal de Bagagens (2013/2014).

    Ampliao do sistema de tratamento de bagagens (2013/2014).

    Expanso da rea de controlo e segurana (2014/2015).

    Reabilitao profunda de pavimentos dos taxiwaysR02 e S01 (2013/2014).

    Infraestruturas para implementao de CAT II/III na pista 03.

    Reabilitao da camada de desgaste da pista 03/21 (2014/2015).

    Construo de entradas mltiplas na pista 03 (2014/2016).

    Remodelao da rede de mdia tenso fase 1 (2014/2016).

    Remodelao das reas dos curbsides(2015/2018).

    Remodelao e ampliao das reas de check-in e de recolha de bagagens

    (2014/2015).

    8.3.2 AEROPORTO DO PORTO

    Reabilitao do caminho de circulao Bravo(2013/2015).

    Reabilitao do pavimento da plataforma Sierra(2013/2014).

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    Reforo estrutural do tnel rodovirio sob a pista 17-35 (2014/2015).

    Cobertura exterior do Curbside(2014/2015).

    Barreira acstica junto ao prolongamento do caminho de circulao

    (2017/2022).

    Prolongamento do caminho de circulao Fox (2017/2022).

    8.3.3 AEROPORTO DE FARO

    Infraestruturas para instalao de ILS/DME (2013).

    Concluso da reformulao de acessos e curbsides(2013).

    Reviso do sistema de segurana da aerogare (2014/2016).

    Incremento das reas pblicas de espera no terminal (2014/2016).

    Reformulao das reas comerciais no-aviao (2014/2016).

    Reabilitao do pavimento da pista (2016/2017).

    Remodelao e reabilitao da plataforma de estacionamento antiga

    (2015/2017).

    8.3.4 AEROPORTO DE PONTA DELGADA

    Novo Hangar de manuteno (2013/2014).

    Reparao da cobertura da aerogare do lado ar (2015/2016).

    Remodelao do sistema de AVAC (2016/2017).

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    8.3.5 AEROPORTO DE SANTA MARIA

    Ampliao das salas de embarque e desembarque (2013/2014).

    Remodelao da instalao luminosa (2013/2015).

    Reabilitao do pavimento da plataforma de estacionamento (2014/2015).

    Remodelao da rede de drenagem do parque habitacional (2015/2016).

    8.3.6 AEROPORTO DA HORTA

    Reabilitao da plataforma de estacionamento (2014/2015).

    8.3.7 AEROPORTO DAS FLORES

    Recuperao do pavimento da pista (2016/2017).

    8.3.8 AEROPORTO DA MADEIRA -FUNCHAL

    Reforo e reperfilamento da pista (2014/2015).

    8.3.9 AEROPORTO DO PORTO SANTO

    Reforo e reperfilamento da pista (2013/2014).

    8.4 CONSULTA PBLICA

    8.4.1 PROCESSO DE CONSULTA

    Relativamente s consultas que precederam a entrega ao Concedente do Plano

    Estratgico, estipulam as Clusulas 21.4 dos Contratos de Concesso ANA e ANAM,

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    bem como a alnea b) da Clusula 58.1 do Contrato de Concesso ANAM, a

    auscultao das seguintes entidades:

    a) Os principais Utilizadores nacionais e internacionais dos Aeroportos;

    b) A Autoridade Reguladora e a NAV, no que respeita ao controlo de trfego

    areo e segurana aeroporturia;

    c) O Ministro da Defesa Nacional, no que respeita a matrias de colaborao civil

    e militar relacionadas com a conceo do espao areo; e

    d) A Associao Nacional de Municpios Portugueses, das Associaes eConfederaes de Turismo, das Juntas Metropolitanas e das Associaes

    Empresariais, em qualquer dos casos, no que respeita, unicamente, a

    matrias do seu interesse especfico relacionadas com os Aeroportos;

    e) A Regio Autnoma da Madeira, no que respeita a matrias essenciais e do seu

    interesse especfico relacionadas com os Aeroportos.

    Em conformidade, o Plano Estratgico foi enviado, pela ANA, a um conjunto alargado

    de entidades, com pedido de comentrios. As cartas enviadas, bem como as

    respostas recebidas constam do Relatrio de Consulta que constitui um dos Apndices

    ao Plano Estratgico, conforme previsto na Clusula 21.6 do Contrato de Concesso

    ANA e a Clusula 21.6 do Contrato de Concesso ANAM.

    8.4.2 CONSULTA

    Em conformidade com o exposto foram consultadas as seguintes entidades:

    Comits de Utilizadores dos Aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.

    Principais companhias areas nacionais e internacionais, tendo em conta o seu

    volume de trfego de passageiros em 2012: TAP, easyJet, Lufthansa, Ryanair,

    Monarch, Sata SGPS (Sata Internacional e Sata Air Aores), Air Berlim.

    Groundforce e Portway.

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    Autoridade Reguladora Nacional (INAC, I.P.).

    NAV, E.P.E.

    Ministrio da Defesa Nacional.

    Associao Nacional de Municpios Portugueses.

    Junta Metropolitana de Lisboa e Junta Metropolitana do Porto.

    Confederao do Turismo Portugus.

    Associao de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Associao de Turismo

    do Centro, Associao de Turismo de Lisboa, Associao de Turismo do

    Alentejo, Associao de Turismo do Algarve, Associao de Turismo dos Aores

    e Associao de Promoo da Regio Autnoma da Madeira.

    CIP Confederao Empresarial de Portugal.

    Governo Regional da Madeira.

    Governo Regional dos Aores.

    RENA Associao representativa das Empresas de Navegao Area.

    APTTA Associao Portuguesa de Transporte e Trabalho Areo.

    8.4.3

    COMENTRIOS CONSULTA

    Foram recebidos contributos por parte de diversas entidades, aos quais a ANA

    atendeu na sua mxima extenso possvel, sendo esses contributos expressamente

    referidos no dossi de consulta que acompanha o Plano Estratgico da ANA em anexo

    ao presente documento.

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    8.4.4 POSIO DO CONCEDENTE

    O Concedente considera que o Plano Estratgico preenche, de forma satisfatria, oscritrios descritos nas clusulas 21.8 do Contrato de Concesso ANA e do Contrato de

    Concesso ANAM, a saber:

    a) A medida em que a implementao do Plano Estratgico vai ao encontro das

    necessidades atuais e futuras dos Utilizadores ao nvel da qualidade do servio

    e instalaes dos aeroportos. A este respeito, refira-se que o Plano

    Estratgico incorpora a informao proveniente dos inquritos feitos aos

    utilizadores dos aeroportos, cujos resultados se encontram nos textosrelativos Qualidade (cfr. Clusula 21.5 do Contrato de Concesso ANA e a

    Clusula 21.5 do Contrato de Concesso ANAM).

    b) O efeito que a implementao do projeto de Plano Estratgico passvel de

    ter na utilizao dos Aeroportos e nas reas circundantes.

    c) As consultas realizadas pela Concessionria na elaborao do projeto de Plano

    Estratgico, bem como os resultados dessas consultas.

    d) Os pontos de vista da Autoridade Reguladora e da IATA, a respeito das

    matrias de segurana e operacionais do projeto de Plano Estratgico.

    Nestes termos, o Concedente procedeu sua aprovao em 2 de abril de 2014.

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    9 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS 2014-2020

    A disponibilidade de recursos pblicos, comunitrios e privados , em cada momento,

    limitada. Cabe aos decisores polticos tomar opes quanto s prioridades de

    investimento que, em cada momento, devem ser prosseguidas, levando em conta,

    designadamente, o diagnstico das mais prementes necessidades da sociedade, bem

    como a conjuntura social, econmica e financeira de cada momento.

    Pretende-se assim que no horizonte 2014-2020 a alocao de fundos pblicos

    nacionais e comunitrios disponveis privilegie os investimentos geradores de valorque promovam o aumento da competitividade da nossa economia, designadamente

    atravs da reduo dos custos de contexto das exportaes nacionais e, por essa via,

    fomentem o crescimento da atividade econmica a empregabilidade e o

    desenvolvimento do tecido empresarial portugus.

    A crescente globalizao da economia e o aumento dos nveis de competio entre as

    empresas vm realar a necessidade da existncia de cadeias logsticas eficientes

    como um fator imprescindvel competitividade de um pas. A disponibilizao decadeias eficazes de abastecimento e distribuio de mercadorias, bem como a

    reduo dos custos de contexto promove a atrao e fixao de empresas e o

    desenvolvimento do tecido empresarial.

    Face situao perifrica de Portugal no mbito da geografia europeia, os custos

    incorridos no transporte de mercadorias e na movimentao de pessoas de e para o

    espao europeu assumem uma especial preponderncia nos custos de contexto da

    economia nacional.

    Apesar do forte desenvolvimento das infraestruturas de transporte realizadas nas

    ltimas dcadas, fundamentalmente no sector rodovirio, subsistem importantes

    constrangimentos ao nvel do transporte de mercadorias, sobretudo nos sectores

    ferrovirio e martimo-porturio.

    Nesse sentido, o desenvolvimento e a integrao da RTE-T, atravs da eliminao dos

    constrangimentos de conectividade internacional do pas e da promoo da sua

    interoperabilidade em todos os modos de transportes, mas em especial nas ligaes

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    internacionais - so fatores decisivos para a competitividade da economia portuguesa

    e do seu tecido empresarial, no contexto de intensificao da concorrncia

    internacional.

    Os objetivos de reforo da competitividade e da internacionalizao da economia

    portuguesa estabelecidos na Estratgia para o Fomento Industrial, para o

    Crescimento e para o Emprego 2014-2020 passam assim pela reduo da desvantagem

    competitiva do nosso Pas em termos de custos de transporte e logstica decorrentes

    da sua posio geogrfica e do insuficiente desenvolvimento das ligaes ao centro

    econmico europeu.

    Por outro lado, os sistemas pblicos de transporte de passageiros tm tambm um

    contributo relevante para a competitividade e eficincia da economia nacional, em

    especial no que concerne aos sistemas pblicos de transporte de passageiros

    metropolitanos e regionais, bem como na potenciao das infraestruturas e servios

    de transporte pblicos de passageiros como fator diferenciador e integrador da

    oferta turstica nacional e regional.

    9.1 PRIORIDADES DE INTERVENO

    Tendo por base os Objetivos Estratgicos estabelecidos no captulo 6, as

    recomendaes do GTIEVA, as recomendaes do processo de consulta pblica e a

    anlise SWOT do sector dos transportes, estabelecido um conjunto de prioridades

    de interveno para os projetos de investimento a concretizar no horizonte 2014-

    2020.

    PRIORIDADESDEINTERVENOPARAOSPROJETOSDEINVESTIMENTO

    ACONCRETIZARNOHORIZONTE2014-2020

    A) PROMOO DA COMPETITIVIDADE E EFICINCIA DA ECONOMIA E DO SISTEMA DE

    TRANSPORTES:

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    1) Projetos que contribuam para o aumento da eficincia, atravs:

    i) Da resoluo dos principais constrangimentos da rede, em

    especial no que concerne aos corredores principais do PNPOT e

    corredor