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Sumário 04 Editorial Natacha d’Almeida Monteiro 06 Incentivo à Leitura Marli Raquel Dias Souza 11 Vivenciando a Paz na escola Fernanda Santos Bastos Roberta Adorno Lima 14 A parceria do PGP/LIDERE na Colina do Mar Equipe Gestora da Escola Municipal Colina do Mar 15 Leitura animada na Colina do Mar Professora Marinalda dos Santos 17 Ensino, pesquisa e extensão: uma articulação possível Gisele Costa Edleide de Araújo 22 Intercâmbio - uma possibilidade de trocas, de partilhas, de saberes Norma Einloft Jacqueline Harres

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Sumário

04 Editorial

Natacha d’Almeida Monteiro

06 Incentivo à LeituraMarli Raquel Dias Souza

11 Vivenciando a Paz na escolaFernanda Santos Bastos

Roberta Adorno Lima

14 A parceria do PGP/LIDERE na Colina do MarEquipe Gestora da Escola Municipal Colina do Mar

15 Leitura animada na Colina do MarProfessora Marinalda dos Santos

17 Ensino, pesquisa e extensão: uma articulação possívelGisele Costa

Edleide de Araújo

22 Intercâmbio - uma possibilidade de trocas, de partilhas, de

saberesNorma Einloft

Jacqueline Harres

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24 Professores da UNIVATES visitam a Escola Municipal

do Engenho Velho da Federação

Equipe Escolar da Engenho Velho da Federação

25 Viajando em outros mares...Ariane Haenssgen

Leonice Maria de Oliveira

27 Vivência Relações Interpessoais - Gestão participativa na FACMaria Áurea dos Santos Ribeiro

29 Professores americanos visitam escola pública municipal

Rita de Cássia Lauria

31 O Brasil dos Brasis: perspectivas para a cidadania

Fernanda Santos Bastos

35 A importância da leituraMarcus Vinicius Paim de AlmeidaJosé Raimundo Paim de Almeida

37 Interatividade e a educação

Fábio Kalil de Souza

41 Estudando os Movimentos Sociais (MS) no Brasil nos anos 1980

- uma análise sobre a teoria dos MS e sua dinâmica na sociedadeEudes Rodrigues da Silva

Ludmila CavalcanteLuiz Ferraro

Mara Schwingel

52 Liderança participativa: novas perspectivas para a educaçãoNatacha d’Almeida Monteiro

Notícias

54 Lançamento do PROGESTÃO na Bahia reúne diversos

municipios em teleconferência

Lindnoslen Guelnete Costa Pinna

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56 Apresentação do PGP/LIDERE às escolas parceiras

em 2004Jussiara Xavier Pinheiro

57 Encontro com a comunidade Mirantes de Periperi: rumo a prática da ação participativa em um ambiente escolar

José Raimundo Paim de AlmeidaMaria Cleide de Sousa Mira

58 Escola Municipal Abrigo do Salvador

Marli Raquel Dias Souza

59 Vivência Pedagógica: uma abordagem

lúdica de leituraGilka Santana do Espirito Santo

Lindnoslen Guelnete Costa Pinna

59 Educação preventiva na Escola Enock Pimentel Tourinho

Regiane Lima Nascimento

60 ClassificadosMarli Raquel Dias Souza

61 Entre em Contato

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Editorial

Escrever este editorial constitui – se num imenso prazer. Tenho a satisfaçãode apresentar para vocês artigos, relatos e notícias de experiências vividaspela nossa equipe PGP/LIDERE e suas escolas parceiras. A primeira dessasexperiências encontra – se referida no artigo intitulado Projeto de Leitura deautoria de Marli Raquel Souza. Neste texto estão relatadas as vivências daequipe PGP/LIDERE e a equipe gestora da Escola Municipal Agripiniano deBarros durante a realização do projeto. A experiência foi de extrema riqueza paratodos os participantes, à medida que brincar com as letras é conhecer eidentificar o caminho a ser percorrido.

É com grande interesse que a equipe gestora da Escola Municipal Agripinianode Barros tem - se empenhado para que todos os alunos descubram o valor daspalavras através dos textos. Foi então, na Jornada Pedagógica de 2004, que aequipe PGP apresentou a proposta de um projeto de leitura, que foi acolhidopela equipe gestora, ficando acordado que juntos iriam amadurecer a idéia ecolocá – la em prática. O projeto surtiu significativo efeito na escola. A leituraé trabalhada em todas as aulas, através de atividades divertidas, que despertamo interesse dos alunos. Esse projeto incentivou também a criação da biblioteca.Tema da maior relevância na atualidade em virtude da constante violência noambiente escolar, a questão foi amplamente discutida com a participação dosalunos das Escolas Municipais, Mirante de Periperi, Agripiniano de Barros eSanta Terezinha, conforme o artigo Vivenciando a Paz na Escola de FernandaBastos e Roberta Lima.

Autora: Natacha d’Almeida Monteiro. Lincenciada em Letras, UNIFACS. Professora da FaculdadeUNIBAHIA. E-mail: [email protected]

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 4-5, mai./ago. 2004.

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O homem expressa seus conhecimentos, seus sentimentos através das letras eelas se unem construindo pensamentos que devem ser traduzidos e analisadosa fim de permitirem a comunicação entre os seres humanos. Numa tentativaentusiástica de despertar o interesse dos alunos da escola Colina do Mar pelostextos poéticos, Regina Maria de Sousa Fernandes, Gilka do Espírito Santo eLuiz Cláudio da Silva Santos realizaram a vivência pedagógica Produção deTextos comentada pela professora Marinalda dos Santos em Leitura animadana Colina do Mar.

Contribuição essencial para os palestrantes o feedback é comentado por GiseleCosta e Edleide de Araújo, professoras da FAC e autoras do artigo Ensino,pesquisa e extensão: uma articulação possível no qual oferecem a oportunidadedo retorno do trabalho do PGP/ LIDERE junto a FAC durante o mês de maio de2004.

O intercâmbio é sempre uma oportunidade de troca de saberes e experiências,bem como, possibilidade de questionamentos, reflexões e temas que despertaminteresse nas áreas de pesquisa. Neste número, quatro artigos reportam – se aotema, em contribuições significativas: Intercâmbio – uma possibilidade detrocas, de partilhas, de saberes; viajando em outros mares...; professores daUnivates visitam a Escola Municipal do Engenho Velho da Federação eprofessores americanos visitam escola publica municipal.

Com destaque especial para o aspecto das relações interpessoais como fatordecisivo no desempenho profissional, social, formação de Liderança econstrução da auto-estima a pedagoga Maria Áurea Ribeiro descreveu em seuartigo, Oficina de Relações Interpessoais – Gestão participativa na FAC, aoficina realizada na FAC.

Ser cidadão é um dos mais fundamentais direitos humanos, no entanto na práticada sociedade brasileira atual é quase um sonho. Partindo dessa premissa, aestudante de pedagogia, Fernanda Bastos discute o tema em: O Brasil dosBrasis: perspectivas para a cidadania.

A leitura mereceu também cuidadosos comentários de Marcus Vinicius deAlmeida e José Raimundo de Almeida em A importância da leitura.

A relevância dos temas, a consistência das experiências e a oportunidade devárias notícias registradas fez deste número da revista PGP/LIDERE em Destaqueum importante instrumento para os que se preocupam com os assuntos referentesà educação e aprendizagem.

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 4-5, mai./ago. 2004.

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O ato de ler e escrever é um desafio de grande importância para odesenvolvimento cognitivo e social da criança. Descobrir e enveredar-se pelomundo da leitura e escrita é caminhar por um longo caminho que requer aformação de um vínculo entre educador e educando.

Esse vínculo deve ter como alicerce uma relação permeada por sentimentos decumplicidade, solidariedade, afeto e sobretudo de respeito ao ritmo de cadaeducando. O professor que consegue identificar “pequenos” avanços, fazendoelogios e dando atenção ao seu desenvolvimento, não só no que tange ao ler eescrever, mas ao seu crescimento integral, está fertilizando o terreno em que sedá o processo de ensino-aprendizagem.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) os alunos devem terminara 4ª série do Ensino Fundamental, sendo capazes de produzir e interpretartextos, permitindo, assim, a sua inserção e participação plena no mundo letrado.Diante desse desafio, a escola deve possuir, além de uma Proposta Pedagógicavoltada para a formação de cidadãos críticos e atuantes, professorescomprometidos com os fins educacionais, sendo capazes de superar asdificuldades e carências da maioria das escolas públicas.

Autora: Marli Raquel Souza. Pedagoga, UFBA. Líder de Assessoria Escolar e VivênciasPedagógicas, Finep. E-mail: [email protected]

Incentivo à Leitura

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Nessa perspectiva, nós do Programa Gestão Participativa com Liderança emEducação (PGP/LIDERE) temos a honra e o orgulho de relatar a experiênciaexitosa na Escola Municipal Agripiniano de Barros, situada no subúrbioferroviário de Salvador desde 2003, parceira do Projeto Liderança em GestãoEducacional: buscando caminhos para a escola efetiva.

O desenvolvimento da leitura e escrita sempre foi uma preocupação da equipegestora dessa Unidade Escolar. Em uma das assessorias técnicas do PGP/LIDEREa gestora Suelia Santos dos Reis nos relatou seu interesse em implementar umProjeto de Leitura que contemplasse todos os alunos da escola.

Diante desse desejo, nós aproveitamos a Jornada Pedagógica 2004 eapresentamos uma proposta de um Projeto de Leitura; essa proposta foidiscutida pelos professores e pela gestora que se comprometeram emamadurecer a idéia e colocá-la em prática.

Felizmente, o Projeto de Leitura hoje na escola Municipal Agripiniano de Barrosé uma realidade e um sucesso graças à iniciativa e ao comprometimento dosseus profissionais que são engajados na realização de um trabalho educativode qualidade, contribuindo na preparação de cidadãos capazes de participaremativamente do mundo letrado do qual fazem parte.

O projeto é trabalhado durante as aulas com atividades que despertem eestimulem o prazer pela leitura, mas é nas quartas-feiras que a escola se vestede leitura e todos são convidados a conhecer e vislumbrar os vários gênerostextuais.

A professora Maria Auxiliadora do Ciclo de Ensino Básico (CEB II) relatou:

o projeto tem ajudado a formar meus alunos leitores eprodutores de texto. Eles se envolvem com o Projeto deLeitura de tal forma que já sabem o dia em que vamostrabalhar e ficam ansiosos para saberem que texto vamosexplorar.

Segundo relato da professora Norma de Souza Santos do Ciclo de Ensino Básico(CEB I), o projeto desperta o interesse pela leitura e auxilia na alfabetizaçãodos educandos.

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Outra ação importantíssima dos educadores da unidade escolar em relação aoato de ler foi à implementação da biblioteca. Por terem consciência que ela é defundamental importância para estimular o hábito da leitura, a escola mesmo semespaço físico, catalogou e classificou todos os exemplares que possui e mantémum esquema de empréstimo de livros.

Para as professoras Maria Inez da 3ª série e Elnice Evangelista da 4ª série, esseprocesso “leva a leitura para casa” e torna o aluno responsável pelo zelo dolivro, que é um bem de todos na escola, além de incentivar o gosto pela leiturae interpretação dos textos. A professora Elnice Evangelista da 4ª série relatou:

os meus alunos depois do Projeto de Leitura e daimplementação da biblioteca passaram a ser ouvintes.

A gestora avalia o “Projeto de leitura”, como um grande incentivador para opara o desenvolvimento cognitivo dos educandos.

Assim, considerando a leitura e a escrita como base para o desenvolver ashabilidades e competências dos alunos, que intensificam uma aprendizagemprogressista nas áreas do conhecimento. Quando há estas vivências práticasde leituras e escritas dentro da sala de aula, é válido considerar a leitura comoponto de partida para formação de leitores e escritores críticos e conscientes.

O trabalho pedagógico vêm sendo enriquecido com atividades que envolvemtambém dramatizações, leituras de imagens, pesquisas, registros de informaçõesadquiridas das aulas-extra curriculares, essas voltadas para valorizar apraticidade da leitura e da escrita.

A culminância desse trabalho será através de uma exposição das produçõesdos alunos, principalmente os cadernos de registros, relatos, etc. que estáplanejada para o final da 4a unidade didática, na qual a escola vai estar abertapara visitação dos pais, representantes da SMEC e dos parceiros.

Com todos esses depoimentos podemos afirmar que depende de nóseducadores estabelecermos estratégias que visem o sucesso dos educandosno nosso mundo letrado. A seguir, colocamos algumas atividades querepresentam o produto dessa iniciativa exitosa da Escola Municipal Agripinianode Barros.

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Escola Municipal Agripiniano de BarrosAluna: Danielle Araújo de Oliveira, CEB 1 A

Pró: Norma Souza Santos

Escola Municipal Agripiniano de BarrosAluna: Tais Silva de Jesus, CEB 2 BPró: Aline Heide de Oliveira da Cruz

O coelho barbudo

Era uma vez o coelho que era barbudo dosolhs castanhos e ele comia cenoura e seudente era muito grande, por isso ele roi to-das as coisas que ver pela sua frente ele pulae também come capim.

Escola Municipal Agripiniano de BarrosAluno: Jonilson Weslei, CEB 2 B

Pró: Maria Auxiliadora Palmeira Carvalho

Patolino

Era uma vez um coelho ja drande vivia dentrode um buraco bem em cima da árvore ele nãotinha nada ele não tinha água e nem comida e

ne amigo mais um dia ele arranjou um amigo eo nome dele era taz e ele era um macaco e deu

água e comida e uma casa e arranjou uma mãepara ele e foram felizes para sempre.

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Escola Municipal Agripiniano de BarrosAluna: Ingred Lima dos Santos, 3ª sériePró: Maria Inês Drummond de Souza

O cachorro

O cachorro é um animal mamífero.Tem patas próprias para andar no solo.Se movimentar andando e correndo.É um animal carnívoro.O cachorro pode transmitir o vírus daraiva ao homem através de mordidas oulambidas.Para evitar a raiva ou hidrofobia é ne-cessário:não esquecer de vacinar;não permitir que andem soltos nas ruas;levar a pessoa ferida pelo animalinfectado a um hospital para receber avacina anti-rábica.

Escola Municipal Agripiniano de BarrosAluno: Alessandro Miranda dos Santos,4ª sériePró”: Eunice Evangelista dos Santos

O tigre e o macaco muito esquerto

Era uma vez um macaco que não se gos-tava mas de vez em quando eles se encon-travam e brigavam e sempre a onça queera mais forte ganhava e a onça voltavapara casa feliz da vida porque ganhoudo macaco e o macaco não tinha casamas a onça que tinha casa era feliz e omacaco não e um dia ele cansou de dor-mir no relento e fez uma casa pra ele e aonça viajou com sua família e quandovoltou a casa tinha caido e ela tão tristepediu ao macaco que ficasse amigo delae ele ficou e depois deixou a família delamorar com ele e eles viveram felizes parasempre

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Num mundo em transição marcado pelas constantes crises em diversossetores da sociedade – social, político, econômico, cultural – os fenômenos daindisciplina e violência tornam-se cada vez mais freqüentes e preocupantes.Devido à sua manifestação em diversos âmbitos da sociedade, dentre eles, aescola. Esses fenômenos vêm-se caracterizando como objeto de estudo dediversas pesquisas.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(UNESCO), por exemplo, é uma das principais instituições que pesquisa temasrelacionados à violência, produzindo uma vasta literatura nesta área. Há aindaoutras publicações como a Pátio: revista pedagógica, Revista Nova Escola,Parâmetros Curriculares Nacionais/Tema Transversal Ética, o que evidencia ummovimento de busca pela cultura da paz na escola.

Organizações governamentais e não-governamentais têm-se organizado demodo a lutar pela tão desejada paz em nossa sociedade, realizando passeatas,seminários etc e, até mesmo, investindo em programas que eduquem para a paz.

Vários são os fatores que têm contribuído para configurar o atual quadro deinstabilidade, levando os indivíduos a uma situação de indiferença no tocante

Vivenciando a Paz na Escola

Autoras: Fernanda Santos Bastos, Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected] Adorno Lima, Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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às leis, normas e regras de garantia do convívio social harmonioso. Compreendê-los é imprescindível para a proposição de uma educação para paz, caso contráriocorre-se o risco de entendê-la numa visão reducionista e simplista acreditando,inocentemente, que passeatas e discursos pacifistas bem-intencionados sãosuficientes para mobilizar as pessoas, despertando a consciência para o lema“paz e amor”.

Apreensivos, os educadores têm buscado explicações para as manifestaçõesde comportamentos indisciplinados e violentos ocorridos no interior da escola.Seminários, debates, conferências e demais eventos, dirigidos por profissionaisdas mais diversas áreas de conhecimentos, são realizados no intuito de discutirpossíveis causas e “soluções” relacionadas à violência.

O conhecimento, a informação, a cultura e o diálogo são armas capazes decombater essa realidade que nos amedronta.

Nessa direção, o Programa Gestão Participativa com Liderança emEducação (PGP/LIDERE)/Projeto Liderança Educacional: buscando caminhospara a escola efetiva (FINEP) promoveu a Vivência Pedagógica Vivenciando aPaz na Escola de modo a atender aos anseios das comunidades escolar e localdas Escolas Municipais Mirantes de Periperi, Agripiniano de Barros e SantaTerezinha – parceiras do Projeto – quanto à compreensão dos fenômenos daindisciplina e violência, promovendo uma discussão sobre a educação para apaz. O evento realizou-se na Escola Municipal Mirantes de Periperi em 15/07/04, e evidenciou o engajamento da proposta do Programa com as questõessócioeducativas.

O fio condutor da discussão foi a dinâmica do autoconhecimento: quando osparticipantes são conduzidos à auto-reflexão necessária para a percepção doeu, do outro, do mundo e suas relações, entendendo a responsabilidadeindividual e coletiva na mudança da realidade.

A análise em torno dos fatores que contribuem para a manifestação da violêncialevou os participantes a discutirem sobre o papel da família e da escola naformação das crianças e adolescentes. Destaca-se a participação do aluno daEscola Mirantes de Periperi – 4ª série – Jonathan, que acompanhado de suamãe enriqueceu a discussão sobre a temática posicionando-se criticamente.

No decorrer da discussão foram abordados aspectos externos ao ambienteescolar, que interferem na paz: desemprego, meios de comunicação, impunidade,intolerâncias (religiosa, gênero, etnia, cor, sexualidade etc) – e internos:inflexibilidade de normas e regras, gestão autoritária, sistema de avaliação edespreparo profissional/relacional – dentre outros.

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Na dinâmica do trabalho foram apresentados textos baseados em experiênciasbem sucedidas sobre a paz na escola de modo que possam ser referência quantoà proposição de alternativas pedagógicas comprometidas com a educação paraa paz.

A formação moral e ética tornam-se cada vez mais urgentes em nossas escolas.Valores como participação, justiça, respeito, solidariedade devem serprivilegiados no espaço escolar em detrimento de conteúdos poucosignificativos para os nossos alunos.

A escola é um local público e de debate crítico sobre a realidade, com o propósitosócio-político de formação para a cidadania. Neste sentido, a viabilidade deuma proposta de educar para a paz perpassa pela mudança de postura de todosos envolvidos no processo educativo – porteiro, merendeira, diretora,professores, vice-diretores, secretária – além da participação da comunidadelocal e da família.

Ao final da atividade, as gestoras das Escolas Municipais Santa Terezinha eAgripiniano de Barros nos convidaram para realizar essa vivência pedagógicatambém em suas unidades escolares, reconhecendo assim, a importância eriqueza daquele momento que reuniu pais e filhos, professores, alunos,diretores, vice-diretores, enfim, aqueles que fazem a escola e podem dar alma àspropostas de educação para a paz.

É preciso que nós educadores procuremos assumir nossa responsabilidade afim de possibilitar não apenas a discussão mas, a mobilização e conscientizaçãode todos os segmentos da sociedade para que possamos trabalhar juntos naconstrução de uma cultura de paz na família e na escola.

Indicações de leituras:

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros CurricularesNacionais: apresentação dos temas transversais /ética. Brasília: MEC/SEF,1997.Revista Nova Escola, São Paulo, abril, Ano XIV, n.125, setembro de 1999.

PARÂMETROS Curriculares Nacionais, fáceis de entender. Revista NovaEscola, edição especial.

PÁTIO: Revista Pedagógica, Porto Alegre, Artmed, Ano 4, n.13, maio/julho2000.

PÁTIO: Revista Pedagógica, Porto Alegre, Artmed, Ano VI, n.21, maio/julho2002.

www.novaescola.com.br

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Há quase três anos a nossa escola recebeu de braços abertos o ProjetoEscola Efetiva/PGP/LIDERE e desde então tivemos um acompanhamento efetivoda equipe. Seja dentro da escola em oficinas, palestras, momentos de integraçãoe formação, beneficiando todo o corpo docente, discente e funcionários,valorizando e divulgando seus respectivos trabalhos, seja em acontecimentossociais ligados à equipe gestora, como por exemplo, formaturas. Além disso, acomunidade que circunda a Escola, na maioria pais de alunos, participa dasoficinas promovendo a paz e a harmonia na Escola. Tudo isso liderado peloPGP/LIDERE representado pelas professoras Regina Fernandes e Gilka doEspirito Santo as quais sempre estiveram presentes uma vez por mês a nossaEscola, realizando algo que beneficiasse as comunidades escolar e local.

O trabalho realizado no dia 15 de julho de 2004, com a turma da 4ª série domatutino, foi bastante enriquecedor. Os alunos fizeram um trabalho de pesquisae entrevista com a comunidade local e a partir do que colheram, produziramtextos próprios. Juntos com as professoras da classe da 4ª série, MarinaldaOliveira dos Santos, e Regina Fernandes, do PGP/LIDERE, conheceram outrasmodalidades textuais. Tudo isso foi registrado e divulgado pela TVE que esteveacompanhando o desenvolvimento dessa Vivência Pedagógica.

Para nós, equipe gestora da Escola Municipal Colina do Mar, é um prazer tercomo parceira de trabalho essa equipe. Somos gratos por tudo que já foi realizadoe certamente iremos realizar.

A parceria do PGP/LIDERE

na Colina do Mar

Autor: Equipe gestora da E. M. Colina do Mar

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 14, mai./ago. 2004.

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No dia 15 de julho próximo passado, a turma da 4ª série do matutino recebeua visita do PGP/LIDERE nas pessoas de Regina Fernandes, Gilka do EspiritoSanto e Luiz Claudio da Silva Santos, acompanhados da TVE, para junto àclasse realizar um trabalho referente à Vivência Pedagógica: Produção de Textos.

As atividades foram as mais diversas possíveis e os estudantes motivadospelas novidades davam mostra de entusiasmo, interesse e alegria. Forammomentos prazerosos, marcados não só pelo novo em termo de recursos,técnicas, como também pelos mediadores diferentes do cotidiano dos alunos epelas tarefas inusitadas, inovadoras que estavam sendo desenvolvidas.

Desde a chegada da equipe, as crianças, curiosas e espontâneas,entusiasmaram-se pelas dinâmicas apresentadas, vivenciando-as animada econtente.

Durante a Vivência Pedagógica,houve leitura silenciosa e oral de poemas deautores brasileiros tais como: Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, ClariceLispector, Chico Buarque e vários outros; os textos foram explorados no quediz respeito a sua compreensão por meio de jogos, música, jograis e recitações.As entrevistas, que aconteceram na 1.ª parte da atividade com a comunidade

Leitura animada na Colina do Mar

Autora: Prof.ª Marinalda dos Santos.

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 15-16, mai./ago. 2004.

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local ensejou aos alunos a “ver” os seus vizinhos, amigos e desconhecidos darua José do Patrocínio, local onde está situada a Escola. Os alunos da Colinado Mar sentiram-se felizes com a caneta e o papel nas mãos rumo à atividadeproposta – entrevistar moradores. Eles mesmos elaboraram as perguntas e foramescolhendo os entrevistados, mas sempre orientados no referido procedimento.No momento da entrevista coube também à equipe gestora orientar os alunos:a professora da classe Marinalda Oliveira dos Santos e a gestora professoraArquigenia Rodrigues Soares participaram, efetivamente, desse instante deaproximação com a comunidade local.

Todos os momentos foram filmados e quando retornamos à sala de aula asatividades prosseguiram com a mesma euforia e participação. O resultado foiuma classe feliz, satisfeita com os visitantes e ansiosa por chegar em casa eassistirem na televisão o trabalho realizado por todos os alunos da 4.ª série.

Meninos e meninas avaliaram as atividades como excelentes, dando dez para opessoal que, com muita técnica e didática, desenvolveu os trabalhos os quaisforam além da expectativa do público alvo.

O Programa e os seus representantes, Regina, Gilka e Luiz estão de parabéns.Esperamos vê-los em breve.

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Resumo: Este artigo examina a articulação entre ensino,pesquisa e extensão através da parceria entre a FaculdadeRegional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias(FAC) e o PGP/LIDERE, analisando esta proposta deinteração como um viés para a formação do pedagogopesquisador, integrado às questões e desafios inerentes asua profissão.

Palavras-chave: Ensino, Pesquisa, Extensão, Parceriainstitucional.

Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados das oficinas realizadaspelo Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE)1

para os alunos do curso de Pedagogia com habilitação em Gestão Educacionalda Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias (FAC) no

Ensino, pesquisa

e extensão:

uma articulação possível

Autoras: Gisele Costa, Licenciada em Geografia, Pós-graduada em Docência do Ensino Superior.Professora das disciplinas Metodologia do Trabalho Científico e Conteúdos e Métodos deHistória e Geografia. Coordenadora de Extensão da FAC.Edleide de Araújo, Pedagoga, Pós-graduada em Docência do Ensino Superior. Professoradas disciplinas Didática e Pesquisa e Prática Pedagógica. Coordenadora pedagógica docurso de Pedagogia da FAC.

1O PGP/LIDERE é um Centro de Referência em Gestão e desenvolve programa de extensão do Centro

de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público da Universidade Federal da Bahia (ISP/UFBA).Sua atuação se dá na área de pesquisa, no desenvolvimento e implementação de cursos, palestras,módulos de estudos e oficinas temáticas voltadas para estratégias que consolidam a gestãoparticipativa e apóiam o processo ensino-aprendizagem.

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primeiro semestre de 2004 e analisar a relevância desta parceria para a formaçãodo profissional-pesquisador através da articulação entre ensino-pesquisa eextensão.

Em 10 de maio do corrente ano, o PGP/LIDERE a convite da FAC, instituiçãoprivada de Ensino Superior do município de Candeias-Bahia, promoveu aatividade interdisciplinar intitulada Ressignificando os Saberes, e, através deoficinas e vivências pedagógicas, trabalhou os seguintes temas: A paz naescola, Produção de texto e Contação de histórias, Reaproveitamento dematerial descartável, Educação Sexual e Relações Interpessoais/GestãoParticipativa.

Tais vivências, cujas temáticas inserem-se no cotidiano vivenciado pelos alunosde Pedagogia, em parte, já professores de Candeias e dos municípioscircunvizinhos, contribuíram na contextualização dos conceitos construídosnas disciplinas do curso, possibilitando um diálogo entre a teoria e prática,conforme depoimentos colhidos entre os alunos que participaram das oficinase que realizaram os estágios.

A realização deste evento, além de promover o diálogo interinstitucional, deextrema relevância para a oxigenação da gestão e prática pedagógica da FAC,incide sobre a discussão da formação do profissional de educação.

As demandas da sociedade da informação, marcada pela rapidez na produção ena circulação de novos conhecimentos e informações, exigem um educadorque possa lidar com a complexidade do mundo, aprendendo com ela, com amultiplicidade de vozes, saberes e fazeres.

O educador - profissional que lida continuamente com situações que exigemuma intervenção imediata, implicando em ajustes entre o que planeja, prevê e oque acontece em sua interação com os alunos, requer o desenvolvimento doolhar investigativo, articulado a uma reflexão contínua de sua prática ealimentando suas ações, durante todo o processo de formação. Isto implica naformação de um professor-pesquisador.

A pesquisa, que deve ser desenvolvida no âmbito da atuação docente, aquientendida como estudo minucioso e sistemático de um determinado campo dosaber (a educação), e cuja finalidade é a descoberta de algo novo e/ou aampliação de informações, não deve ser percebida como “acadêmica”, mas simcomo uma atitude investigativa cotidiana, na tentativa de compreender os

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processos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, interpretando osdados coletados para a ação-reflexão-ação de toda a sua prática.

Assim sendo, na formação do educador, o contínuo exercício de investigação,pesquisa e análise no processo de ensino e aprendizagem sugerem que o aluno,mais do que simples reprodutor, desenvolva a capacidade crítica de ressignificaro conhecimento de acordo com as demandas individuais e coletivas,oportunizando a construção de um “profissional investigativo”, que seja maisdo que um ministrador de aulas, e um fiel seguidor do “mero ensinar” enquantoseus alunos praticam o “mero aprender” (DEMO, 1997).

A construção da prática no curso de Pedagogia, portanto, deve ser norteadapelo eixo ação-reflexão-ação no real se propõe a construção de uma postura deindagação sobre o mundo, postura de problematização desse mundo, sendoeste um princípio de trabalho, um gerador de postura do educador; e ser educadoré ser problematizador das práticas educativas presentes na sociedade em quenós vivemos.

O educador pode ter ferramentas para melhor perceber, entender e articular ascontradições existentes no contexto social, na medida em que esse educadorse relacione e construa, engendrando a superação dessas contradições naperspectiva do ofício que realiza.

Esta perspectiva é corroborada pela resolução do Conselho Nacional daEducação (CNE) de 18 de fevereiro de 2002:

Art. 13. Em tempo e espaço curricular específico, acoordenação da dimensão prática transcenderá o estágioe terá como finalidade promover a articulação dasdiferentes práticas, numa perspectivas interdisciplinar.

§1º A prática será desenvolvida com ênfase nosprocedimentos de observação e reflexão, visando àatuação em situações contextualizadas, com o registrodessas observações realizadas e a resolução de situações-problema.

Diante do exposto, observa-se que a resolução do CNE explicita a necessidadeda prática pedagógica focada na pesquisa (atitude investigativa), enfatizandoa observação e reflexão com fins de “resolução de situações-problema”.

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Fazenda (1992, p. 81, grifo da autora) enfatiza que “[...] por meio da pesquisa oeducador consegue recuperar aspectos de sua dignidade perdida, e aquele queconsegue desenvolver-se em pesquisa, não consegue mais retroceder ao puroexercício do ensino em sala de aula”, salientando que não inferioriza a atividadeem sala de aula mas “[...] que o exercício de sala de aula, perpassado da habilidadeadquirida no pesquisar, transforma, redimensiona a sala de aula, contagiandotodos os que a frequentam.” (p. 81).

Os alunos participantes das oficinas realizadas na FAC em parceria com o PGP/LIDERE, ao interagirem com questões pertinentes as suas próprias práticasprofissionais (tais como a questão da violência na escola, educação sexual,entre outras temáticas desenvolvidas nas oficinas), puderam confrontar taisquestões à luz de discussões teóricas anteriormente estabelecidas no âmbitodas disciplinas curriculares, realizando o estágio de forma articulada, tendopressupostos teóricos e práticos que balizaram uma reflexão aprofundada dasquestões vivenciadas nas escolas conveniadas para a prática do estágio.

De posse das observações e dados recolhidos da realidade vivenciada, e, maisainda, já tendo refletido sobre tais questões nas oficinas e vivências, osparticipantes adentraram em uma discussão teórica consistente através de umarevisão e pesquisa bibliográfica, retroalimentando, assim, a prática construídae gerando um continuum entre ação e reflexão, entre teoria e prática, entrepesquisa e ação.

No que tange à extensão, a própria prática extensionista do PGP/LIDEREfomentou entre os alunos a necessidade de retornarem até as escolas etrabalharem com a comunidade as oficinas e vivências, e este fato nos remeteao Plano Nacional de Extensão Universitária, ao discutir a formação doprofissional cidadão em que se afirma a necessidade de:

sua efetiva interação com a sociedade, seja para se situarhistoricamente, para se identificar culturalmente e/ou parareferenciar sua formação técnica com os problemas queum dia terá que enfrentar. A extensão, entendida comoprática acadêmica que interliga a universidade nas suasatividades de ensino e de pesquisa com as demandas damaioria da população, possibilita essa formação doprofissional cidadão e se credencia cada vez mais junto àsociedade como espaço privilegiado de produção doconhecimento significativo para a superação dasdesigualdades sociais existentes (BRASIL, 2001, p. 7).

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A participação do PGP/LIDERE no âmbito das atividades acadêmicas da FACpropiciou a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. O ensino, aotrazer uma proposta pedagógica formatada com o objetivo explícito de (re)construir saberes significativos para o pedagogo em formação; a pesquisa, aofomentar o espírito inquiridor nos alunos em busca de soluções concretas paraproblemas reais; e a extensão, ao capacitá-los como agentes multiplicadoresdesses saberes para a comunidade; oportunizando espaço e tempo para oexercício da crítica e o aprofundamento de questões, afetando proficuamentetoda a produção do saber e contribuindo significativamente na excelência daqualidade da educação na FAC.

Referência

BRASIL. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades PúblicasBrasileiras, Secretaria de Educação Superior. Plano Nacional de ExtensãoUniversitária. Edição atualizada. 2000/2001.

DEMO, Pedro. O desafio de educar pela pesquisa na educação básica. In: Educarpela pesquisa. 2 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1997.

FAZENDA, Ivani (Org.). A pesquisa como instrumentalização da práticapedagógica. In: ______. Novos enfoques da pesquisa educacional. São Paulo:Cortez, 1992. p. 75-84.

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No período de 10 a 16 de junho de 2004, um grupo de professoras e alunas dePós-Graduação do Centro Universitário UNIVATES realizaram uma visita deestudos à UFBA - ISP - PGP/LIDERE. O grupo composto de onze pessoas,dentre as quais duas professoras, Norma Lai von Mühlen Einloft - coordenadorado Curso e Jacqueline da Silva Harres, e as alunas Ariane Haenssgen, JaneCristina Possamai Ritt, Léa Seibt Barth, Leonice Maria de Oliveira, Maria MyrtesPetry, Noemia Troller, Paula Cristina Garibotti, Simone Elisa Faleiro, Zaira InêsJunqueira Kummer, cumpriram um extenso programa educativo e cultural.

Pudemos, nas atividades que nos foram proporcionadas, conhecer trabalhosrealizados pelo PGP/LIDERE e, ao mesmo tempo, apresentar nossos estudossobre a temática Gestão Educacional.

Acreditamos na democratização da educação e num processo gestorparticipativo.

O que vimos em nossas visitas a escolas dos diversos níveis de ensinoconfirmou a qualidade do trabalho realizado pela equipe liderada pela Dra.Katia Siqueira de Freitas.

Intercâmbio - uma possibilidade de trocas,

de partilhas, de saberes

Autoras: Norma Lai von Mühlen Einloft. Mestre em Educação, UFSM. Professora dos Cursos dePós-Graduação da UNIVATES .Jacqueline da Silva Harres. Mestre em Educação, PUC/RS. Professora dos Cursos de

Licenciatura e Pós-Graduação da UNIVATES

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Para nós, do Centro Universitário UNIVATES/RS, é de suma importância arealização destes intercâmbios e a continuidade das atividades partilhadas como PGP/LIDERE, iniciadas no ano de 2002, com as professoras Norma Lai vonMühlen Einloft e Dalia Schneider, que tiveram a oportunidade de realizar umestágio neste programa. Em continuidade recebemos em nossa Instituição, emdezembro de 2003, as professoras Dra. Katia Siqueira de Freitas e MaraSchwingel, respectivamente coordenadora e vice-coordenadora do PGP/LIDERE.Elas participaram brilhantemente do nosso 1º Seminário de Gestão Educacionalem Tempos Contemporâneos, uma programação do curso de Pós-Graduaçãoem Gestão Educacional da UNIVATES. A Dra. Katia Siqueirade Freitas proferiua palestra de abertura: “Desafios da Gestão Educacional naContemporaneidade” e a professora Mara Schwingel apresentou a Proposta doPGP/LIDERE - UFBA/BA.

As falas das duas professoras sensibilizaram as alunas do curso, que se sentiraminstigadas a conhecer o trabalho desenvolvido pelo Programa em Salvador.

A concretização, em junho desta viagem de estudos veio completar as atividadese estudos desenvolvidos no Curso de Pós-Graduação, ofertado pela UNIVATES,e, ao mesmo tempo, oportunizar às alunas, além de conhecer e interagir com asatividades desenvolvidas nas escolas da rede municipal e estadual de Salvador,apresentarem os seus estudos e suas monografias para as alunas do Curso dePedagogia da Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias - BA.

Salientamos, também, o quão foi importante para nós, professoras da UNIVATES,apresentarmos nossos estudos, em diferentes momentos. A oficina realizadapela professora Jacqueline Harres sobre “O papel da equipe gestora frente àorganização dos espaços lúdicos”, destacando a ludicidade como fatorimportante na educação das crianças e jovens e para a formação dos professores.A palestra proferida pela professora Norma Lai von Mühlen Einloft sobre “Aimportância da gestão partilhada e o papel dos conselhos escolares e seusdiferentes atores neste processo”, oportunizou à professora apresentar seusestudos sobre a temática, bem como buscar relações entre as atividadesdesenvolvidas no estado da Bahia e no Rio Grande do Sul.

Ainda no XV Seminário de Integração do PGP/LIDERE e V do Projeto EscolaEfetiva, o relato sobre experiência educacionais no ensino público e privadovivenciados pelas professoras e alunas da UNIVATES, bem como a socializaçãoe a integração da cultura rio-grandense e baiana, nos aproximaram ainda mais enos mostraram quão rico e diversificado é o nosso Brasil.

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A continuidade desta parceria entre o PGP/LIDERE e a UNIVATES é muitoimportante para a nossa Instituição. Através dessas ações pudemos socializarações realizadas pelas duas Instituições, oportunizando, assim, partilha desaberes, de cultura, de práticas educativas. A troca de experiências entreacadêmicas, possibilidades de pesquisas e estudos compartilhados entre asduas Instituições oportunizarão experiências fecundas no fazer acadêmico e,ao mesmo tempo, uma integração entre os brasileiros do Sul e os brasileiros doNordeste deste nosso imenso Brasil.

Nós, da Escola Municipal Engenho Velho da Federação, estamos gratificadospela visita e troca de experiências promovida pelo Programa Gestão Participativacom Liderança em Educação (PGP/LIDERE) com os professores do CentroUniversitário UNIVATES, que aconteceu no dia 15/06/04, no turno matutino.

Esperamos sempre contar com esses e outros momentos que propiciamcrescimento para toda a comunidade escolar.

Autora: Equipe escolar da Engenho Velho da Federação

Professores da

UNIVATES visitam a

Escola Municipal Engenho Velho

da Federação

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Um grupo de alunos de Pós-Graduação em Gestão Educacional, do Centrouniversitário UNIVATES, se identificou através de anseios e desafios frente àsnovas visões de gestão que foram abertas por meio de elaboração e reelaboraçãode conhecimentos. Diante disso, fomentou-se o desejo de partilhar essainquietação com pessoas de outras visões e de outras culturas.

A UNIVATES proporcionou-nos uma boa base e, ao mesmo tempo, deu-nos aoportunidade de conhecer um programa de outro Estado, o PGP/LIDERE,coordenado pela Dra. Katia Siqueira de Freitas, que já se destaca pelo diferencialde atuação nas Escolas Públicas Municipais e Estaduais em Salvador, no Estadoda Bahia, e tem o reconhecimento de organizações governamentais, nãogovernamentais e instituições internacionais.

Em dezembro de 2003, no Seminário Nacional de Gestão Educacional, promovidopelo Centro Universitário UNIVATES, através do Curso de Pós-Graduação emGestão Educacional, essa idéia ganhou mais força com a palestra da Dra. KatiaSiqueira de Freitas, da Universidade Federal da Bahia - PGP/LIDERE, e pelaexplanação sobre o funcionamento do Programa, feito pela professora MaraSchwingel, nossa conterrânea e ex-aluna da UNIVATES. Nesta oportunidade,sonhamos com o momento em que conheceríamos in locus as atividades e osprogramas que são desenvolvidos em Salvador, na Bahia.

Viajando em outros mares ...

Autora: Ariane HaenssgenLeonice Maria de Oliveira

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Novas tentativas sucederam-se até que, em abril de 2004, confirmou-se nossatão esperava viagem a Salvador.

Todos buscamos o curso de Pós-Graduação em Gestão Educacional para ampliarconhecimentos e por entender que a questão da gestão em Educação é pontualpara que as mudanças aconteçam.

A oportunidade desta troca de vivências veio confirmar que a busca tem omesmo objetivo, a mesma visão e a mesma direção, independentemente dalocalização geográfica. Pessoas do Sul ou do Nordeste do nosso país apostamseu trabalho e enfrentam desafios cada qual com sua cultura, procurando amelhoria da qualidade de vida de seu povo e acreditando que a Educação é abase para tudo.

Na nossa curta estada na Bahia, tivemos o privilégio de reconhecer o que oslivros nos apresentam sobre a cidade de Salvador, “ao vivo e a cores”, e entendero orgulho desta gente pela sua terra, pois sentimos na pele a vibração quetransparece em cada olhar, cada gesto.

Não bastasse esta receptividade, foi única a oportunidade de pisar o chão emque aconteceram fatos importantes que influenciaram no transcurso da históriado país.

A oportunidade que nossa Instituição, UNIVATES, nos ofereceu foi ímpar, poisentendemos que apostaram e acreditaram no nosso potencial, tanto que,juntamente com os nossos Mestres, a representamos nesta parceria com aUniversidade Federal da Bahia, através do Programa de Gestão Participativacom Liderança em Educação, coordenado pela Dra. Katia Siqueira de Freitas.

Os contatos proporcionados na área da educação deram-se em todos os níveis(Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior) edeixaram evidente que, no contexto atual, é prioritário o investimento emprogramas de capacitação para Gestores Educacionais, objetivando uma visãodemocrática e partilhada que aponte para a autonomia de todos os segmentosque compõem.

Agradecemos a oportunidade que a Universidade Federal da Bahia e o ISP nosderam, através do PGP/LIDERE, de conhecer, de compartilhar conhecimentos,de aprender e de vivenciar o dia-a-dia deste trabalho.

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A Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias (FAC)realizou no dia 10 de maio de 2004, uma atividade muito envolvente com osalunos, Ressignificando os Saberes, com o objetivo de instrumentalizar osalunos do curso de Pedagogia com habilitação em Gestão Educacional, dandoênfase para temas direcionados ao Estágio Supervisionado em Sistemas deEnsino e Escola I, II e III, facilitando assim para que todos os alunos tenhamum melhor aproveitamento em seus estágios, levando-os a reflexão quepossibilitem ressignificar os seus saberes.

Dando continuidade às atividades programadas pela Equipe do PGP/LIDERE,Fabio Kalil, Maria Áurea Santos Ribeiro e Luiz Claudio da Silva Santosmediadores da Vivência de Relações Interpessoais/Gestão Participativa,apresentando os temas, abordaram aspectos relevantes ao autoconhecimento,auto-estima, à motivação no fortalecimento das relações intra e interpessoaise grupais, à comunicação e à liderança, visando o desenvolvimento de processosharmoniosos na tomada de decisões na escola, através de situações vivenciadasno dia-a-dia analisando situações que indicam como o gestor deverá procederpara resolver situações.

Durante a vivência os participantes interagiram bastante e, no decorrer doEstudo de Caso sobre o desenvolvimento da gestão participativa alicerçadasnas relações interpessoais, as equipes apresentaram soluções para os problemasencontrados no contexto escolar de forma criativa.

Vivência Relações Interpessoais/Gestão participativa na FAC

Autora: Maria Áurea Ribeiro. Pedagoga, Faculdades Olga Metting, Bolsista PGP/LIDERE.E-mail: [email protected]

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As equipes socializaram as análises para os Estudos de Casos apresentados,diversificando a maneira de apresentar os resultados, destacando as seguintesatividades:

Literatura de Cordel

E agora minha genteUm caso vou contar

Os estudantes passaram a nãoapresentar.

Bom rendimento escolar.

O professor preocupado, tentou então inovar,

Suas aulas ministradas,Passou a diferenciar.

Porém ele não sabiaque nada ia adiantar

Pois para a solução,Era necessário diagnosticar.

Professor, ouça com atençãoO que agora vou contar.

Inovar por inovarSolução não há

Pois para haver mudançaÉ preciso transformar

Partindo da causaPara a solução encontrar.

(Alunas do curso de Pedagogia 7ºsemestre –Noturno)

Merece destaque uma outra apresentação da equipe

Preste atenção agora, gente,Uma história vou contarAconteceu na escola DCom a mania do ficar

Fica ali, fica aqui,Fica acolá,

E a gestora, coitadinha,Vai o pepino descascar.

Um namoro mal acabado,

Aconteceu na escola D.A garota que não é boba,Procurou logo esquecer.

A garota muito esperta.Na mesma escola conseguiu,

Um outro namorado,E o primeiro então surgiu.(Alunos do curso de Pedagogia -

Noturno)

No encerramento, foi realizada a dinâmica da partida com objetivo de refletirsobre a vivência. Os participantes fizeram um círculo no qual cada participantefalou o que levava do trabalho e o que deixava para o grupo.

Foram realizadas as considerações finais pelos integrantes da equipe PGP/LIDERE.

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Foi com o mesmo espírito de hospitalidade e transparência que a EscolaOsvaldo Cruz abriu suas portas para receber, no dia 6 de julho, próximo passado,um grupo de 15 professores de várias regiões dos EUA (Texas, Califórnia, NewYork, Ohio e Oklahoma), acompanhados pela coordenadora de pesquisa eextensão, Natalie Arsenault e pelo diretor do núcleo no Brasil, JosephStraubhaar, intérprete do grupo.

Interessados em conhecer a realidade da escola pública brasileira, visitaramsalas de aula, de leitura, participaram do recreio, experimentaram a merenda econversaram com esta diretora, por um período de mais ou menos duas horas.Grande era a curiosidade em saber sobre as condições de funcionamento, otrabalho do gestor, nível dos professores, dificuldades dos alunos, Educaçãodos Jovens e Adultos, recursos recebidos, envolvimento das famílias, inclusãodos portadores de necessidades especiais, níveis de violência, a função damerenda escolar, conteúdos trabalhados e muito mais...

Surpresos ficaram, até fotografaram alunos da Educação Infantil, 5 anos,identificando, no mapa mundi, os países que participarão das Olimpíadas 2004.Interagiram com a turma, mostrando no mapa o país de origem, falaram Inglês eaté arriscaram o Português. Muito legal!

Professores Americanos Visitam Escola

Pública Municipal

Autora: Rita de Cássia Lauria. Gestora da Escola Osvaldo Cruz. E-mail: [email protected]

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No pátio, momento do recreio, dançaram com as crianças, vivenciaram a alegriaque somente nós, brasileiros, baianos, temos, apesar das dificuldadesenfrentadas diariamente – É a Escola Arte e Alegria.

Encantados ficaram com a determinação e esforço da professora e alunos daGinástica Olímpica, que no turno oposto, realizam aulas no pátio da escola(não dispomos de sala apropriada).

Finalmente, despediram-se satisfeitos, agradecidos e com ótima impressão ereconhecimento do trabalho realizado por toda equipe da Escola Osvaldo Cruz.Ah! Este intercâmbio só foi possível graças a nossa parceria com o PGP/LIDERE. Valeu, Dione!

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Um dos grandes desafios que se encontra hoje na sociedade, e,principalmente, diante de nós educadores é a capacidade de acolher adiversidade.

Num mundo no qual cada vez mais as fronteiras são suprimidas e o convívioentre diferentes povos tornou-se inevitável, é contraditório a tendência àhomogeneização que, portanto, não leva em consideração as diferenças.

O trabalho do educador envolve o multiculturalismo, a política de identidadecultural e os movimentos sociais, à medida que estas questões estão presentesna escola, trazendo desafios e oportunidades para o estreitamento das relaçõesda cultura e dimensão do currículo.

Em seu artigo, “O direito à diferença”, Moura (2003) enfatiza que a escola nãoreconhece as múltiplas identidades e diferenças culturais dos diversoselementos que integraram a formação cultural do país. A escola formal valorizaa cultura dominante, ou seja, o saber sistematizado, impondo-o como “averdade” sem referir-se às historicidades vividas e aprendidas pelos alunosem seu contexto de origem. Dessa forma, a educação formal desagrega aconstrução de um sentimento de identificação, ao criar um sentido de exclusãopara o aluno, posto que este não consegue estabelecer relações entre osconteúdos ensinados e sua própria experiência.

O Brasil dos Brasis:perspectivas para a cidadania

Autora: Fernanda Santos Bastos. Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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Conhecer a multiplicidade de matrizes culturais que compõem o povo brasileiroé tarefa indispensável ao exercício da cidadania.

Neste texto, nos apropriaremos do conceito de educação multicultural propostopor Coutinho (1997, p. 26-27), o qual compreende a valorização das diversasheranças culturais e sociais de uma nação, respeitando os direitos humanos ea diversidade; a promoção da identidade cultural, a cidadania e a melhoria daqualidade de vida.

A educação apresenta-se como uma possibilidade de forjar um novo sujeito,uma nova sociedade, acolhedores da diversidade. No entanto, isto só serápossível se for introduzido na questão uma discussão acerca da concepção deeducação multicultural, e, mais especificamente, a elaboração de um currículoque contemple as diferenças – culturais, políticas, ideológicas, sociais, étnicas,de gênero – existentes no espaço concreto da escola.

Ao falar do currículo, sendo ele multicultural ou não, torna-se imprescindívelconsiderar três aspectos: a complexidade, a multirreferencialidade e asubjetividade.

Ora, sabemos que a escola não se constitui num espaço único, homogêneo,transparente nem de síntese entre diferentes modos de agir, de pensar, de viver.Ao contrário, são diversos sujeitos que a partir de sua própria complexidadecomo ser humano interagem entre si e com a realidade (interior e exterior). Épreciso entender a complexidade do currículo, admitindo-o como um processodinâmico de construção de caminhos que possibilite a formação de sujeitosautônomos e de uma sociedade verdadeiramente democrática.

A partir de diferentes olhares, podemos compreender a complexidade dossujeitos que são o foco da escola, elucidando o seu processo de aprendizageme socialização da psique.

Desde o momento em que o indivíduo nasce, sua psique começa a sofrer umprocesso de socialização. Segundo Burnham (1993), esta socialização ocorre àmedida que o indivíduo passa a fazer parte das relações sociais interagindocomo ser biológico – psíquico – social, com outros indivíduos. Sendo que asvias deste processo de socialização se dão às custas do acesso ao conhecimentoproduzido pela humanidade e pela mediação desse mesmo conhecimento. Assim,o indivíduo desenvolve-se como um ser social. Se o desenvolvimento doindivíduo social implica num processo de aprendizagem, então, a suaaprendizagem será fruto desse processo de socialização, das relações que oindivíduo estabeleceu e estabelece com a realidade interior e exterior.

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O educador deve considerar que apesar do indivíduo pertencer a uma rede derelações sociais de um mundo coletivo, ele também possui seu mundo interior,particular, e deve ter respeitada e valorizada a sua subjetividade.

Cada um de nós organizará o repertório de conhecimentos de acordo com asvivências, experiências, necessidades, o que irá constituir-se numa aprendizagemsignificativa. Neste sentido, não somente a escola, mas outros espaços deaprendizagem presentes na sociedade influenciam ativamente na construçãodo sujeito humano através da alteração das estruturas psíquicas, cognitivas,percepto-motoras.

A educação multicultural propõe o compromisso com a democratização dasrelações sociais, consolidando a identidade cultural do país e o apreço àcidadania.

Viabilizá-la não é tarefa simples, mas é possível. Essa possibilidade reside norepensar o compromisso social da escola e as práticas que nela sãodesenvolvidas. Em consonância com essa idéia, Moura (2003) registra asugestão de três níveis de trabalho para os educadores:

1. “mudar a perspectiva ideológica da formulação de currículos –necessariamente sempre no plural – levando em conta valores culturaisdos alunos e da comunidade escolar;

2. cultivar uma postura aberta ao novo, capaz de absorver mudançase reconhecer a importância da afirmação da identidade, levando emconta os valores culturais dos alunos e respeitando a história de seugrupo étnico/social;

3. utilizar os resultados e produtos de pesquisa das universidades,para ampliar a própria formação e, ao mesmo tempo, ter acesso a ummaterial didático que se aproxime da realidade da experiência dosalunos” (p.15).

A análise da educação numa perspectiva culturalista implica no desvelamentodas histórias e narrativas que se desenvolvem no cotidiano da escola e namaneira como elas estão envolvidas nas relações de poder. Um projeto políticodeverá ser desenvolvido de modo que se incentive a cultura (e sua produção),criticando-a e resgatando-a (GRISPUN, 2002).

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Sendo o cenário da educação a própria cultura do país, caberá ao educador aarticulação entre a escola e a cultura existente, considerando a sua importânciana formação dos sujeitos.

É preciso pensar e implantar um projeto que abarque as diferentes manifestaçõesculturais coexistentes no cotidiano da escola e da sociedade, permitindo queos diversos sujeitos que a compõem sintam-se reconhecidos e tenham suasnecessidades atendidas.

Rever o projeto político pedagógico da escola é essencial à transformação dautopia em realidade.

Ainda sonhamos com o dia em que o direito e o respeito à dignidade humanaserão parâmetros educativos; que as crianças florescerão num ambientepluralista e verdadeiramente democrático, sendo respeitadas nas suasdiferenças; que a convivência pacífica de cidadãos de origens socioeconômicas,políticas e culturais diversas não seja o mote de propagandas vis. Permitam-nos sonhar com o dia em que educaremos as nossas crianças para salvar oplaneta e não a própria pele1 .

Referências

BURNHAM, Terezinha Fróes. Complexidade, multirreferencialidade,subjetividade: três polêmicas para a compreensão do currículo escolar. Emaberto, Brasília, ano 12, n.58, abr./jun. 1993.

COUTINHO, José Maria. Por uma educação multicultural: uma alternativa decidadania para o século XXI. Revista da FAEEBA, Salvador, n.8, jul./dez.1997.

GRISPUN, Mirian P. S. Z. A orientação educacional: conflito de paradigmase alternativas para a escola. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MOURA, Glória. O direito à diferença. Revista Gestão em Rede, Curitiba,n.46, agosto 2003, p.8-15.

1 Propaganda do MEC sobre o ENEM veiculada em maio de 2004

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A potencialização da aprendizagem é substancialmente estimulada através daleitura. Por este motivo, a alfabetização de crianças e adultos deve estardiretamente ligada à sua prática. A leitura da palavra escrita estimula o raciocínioe o poder cognitivo do indivíduo, colocando-o em contato com novas realidadese mundos diferentes do seu. Aprendizagem e leitura não se separam, ao contrário,se completam. Elas estão de tal forma ligadas, que às vezes acabam por semisturarem, pois, ler é aprender, e a aprender é, por sua vez, ler.

Infelizmente, aqui no Brasil, se investe muito pouco em livros e em programasde estímulo à leitura, e, as mazelas da educação aliadas a uma crescente exclusãosocial, culminam por desestimular, ainda mais a sua prática. Outro fator queimpõe obstáculos ao acesso aos livros é o seu custo: o livro aqui no Brasil émuito caro. Não obstante a estes elementos, a tradição cultural também ofereceas suas barreiras, pois os brasileiros não têm o hábito de ler, o que é lamentável,pois temos aqui excelentes escritores, e de todos os estilos. Estranhamosrealmente que em um país com uma veia artística tão latente, não se dê o devidovalor ao ato de ler. Sabemos que a leitura transforma o homem; o próprio Estadose fortalece com cidadãos cultos e aptos a raciocinar de forma crítica econsciente. O Estado tem esse dever para com a sociedade: formar cidadãos. E,a esta formação deve agregar tudo o mais que concerne a seus direitos comoser pensante.

A importância da leitura

Autores: Marcus Vinícius de Almeida. Estudante de Edificação/CEFET.E-mail: [email protected]é Raimundo de Almeida. Estudante de Biblioteconomia e Documentação/UFBA.Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

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A leitura sempre foi determinante na vida dos indivíduos. Na Idade Média, ospossuidores deste fantástico tesouro (escribas e clérigos em sua maioria) eramos senhores da verdade, chegando muitas vezes a serem considerados -principalmente os clérigos - senhores da vida e da morte. Eles, através dosseus conhecimentos, impunham o medo, e influenciavam as camadas burguesasda época. Dos vários conhecimentos que eles se utilizavam, o de maiorpredominância, sem dúvidas, era o filosófico. Assim, dominavam e oprimiam apopulação. Mas, será que nos dias atuais, o processo de opressão e dedominação mudou? Será que hoje, os indivíduos estão mais conscientes e, deigual forma, utilizam-se dessa consciência para se libertar de seus opressores?Não, o processo de dominação, não mudou, ele apenas teve que se adaptar. Osopressores continuam os mesmos: os detentores do poder (conhecimento). Já,os indivíduos, estes sim, estão mais conscientes, mas ainda falta muito para sealcançar à verdadeira liberdade, àquela propiciada apenas por um Estado justoe igualitário.

Observamos, entretanto, que o acesso ao conhecimento, de uma maneira geral,vem sofrendo mudanças notáveis. Hoje, os meios de comunicação - as mídiaspara ser mais específico - vêm contribuindo significativamente para tornar oconhecimento mais acessível à população. Novos equipamentos tecnológicos,como o celular e o computador, se tornaram os responsáveis por uma verdadeirarevolução na maneira das pessoas se comunicarem. Objetivamente, até oprocesso básico da leitura não é mais o mesmo: precisou adaptar-se. A leituradinâmica é um exemplo clássico. O leitor otimiza o seu processo de leitura einterpretação para ganhar mais tempo e conseguir acompanhar as constantesexigências do competitivo mercado de trabalho. Novos códigos de comunicaçãoforam criados, como os utilizados na Internet, por exemplo, que adotam umalinguagem dinâmica e de fácil compreensão.

Exercitar a leitura é seguramente um ato de cidadania. A educação dosindivíduos precisa, necessariamente, estar voltada para essa prática, pois, casocontrário, teremos uma sociedade composta por analfabetos funcionais. OsGovernos dos Estados precisam entender que o analfabetismo é uma doença,e, como tal, deve ser curada. Debelar o analfabetismo através de programas queestimulem a leitura pode ser um bom começo. Equipar de maneira adequada asescolas, dando-lhes a manutenção necessária, qualificar e remunerarsatisfatoriamente os professores e toda equipe administrativa e pedagógica, ecriar parcerias com as comunidades, também não nos parece algo que fuja doequilíbrio e do bom senso. O Brasil é um país com grandes potenciais, mas sódeixaremos de ser colônia de fato, quando começarmos a produzir uma tecnologiaauto-suficiente. Para tanto, precisaremos de mais leitores.

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O artigo lida com o conceito de interatividade proposto pelo filósofo francêsPierre Levy e a sua relação (interatividade) com o contexto educacional,especialmente no que tange às relações tecidas entre professores e alunos noprocesso ensino-aprendizagem. O texto suscita reflexões em torno dodesempenho docente no cotidiano escolar-no que se refere a sua atuação comorepetidor do saber elaborado, para uma mediação que prioriza a capacidadeinata do educando, concebendo-o como potencialmente idôneo de construirseu próprio conhecimento a partir do saber historicamente acumulado eculturalmente organizado.

O termo interatividade resume, de certa forma, tudo o que de diferente é atribuídoàs novas tecnologias da informação e da comunicação por diferentes autoresem função das suas posições teóricas.

Se a interação define, entre outras coisas, a existência de reciprocidade dasações de vários agentes físicos ou biológicos (dentre estes os humanos), ainteratividade traduz, mais particularmente, uma qualidade técnica das chamadasmáquinas “inteligentes”; qualidade técnica que investe essas máquinas de umconjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica, pois elas se alteramcom a própria evolução técnica. No seu livro “Cibercultura”, Pierre Lévy (1997)aborda a interatividade como um problema, justificando isso porque o termo é

Interatividade e a Educação

Autor: Fábio Kalil de Souza. Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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usado muitas vezes indevidamente sem saber de que se trata. Isso sócomprovaria o que já sabemos há muito tempo: ou que as pessoas dissociam,muitas vezes, a palavra (signo) da coisa ou que usam a mesma palavra parasignificar aspectos diferentes que não são propriamente explicitados. O problemanão está no uso do mesmo termo, mas em não esclarecer o que se entende porele.

Fazendo uso de um quadro analítico (relação com a mensagem/dispositivo decomunicação), Pierre Lévy fala de diferentes tipos de interatividade que vão,respectivamente, da mensagem linear -através de dispositivos como aimprensa, o rádio, a TV e o cinema até as conferências eletrônicas- até amensagem participativa -através de aparatos tecnológicos que variam dosvideogames com um só participante, até a comunicação em mundos virtuaisenvolvendo negociações contínuas. Fica claro, porém, que o que caracteriza ainteratividade é a possibilidade -crescente com a evolução dos dispositivostécnicos -de transformar os envolvidos na comunicação, ao mesmo tempo, ememissores e receptores da mensagem. Em outros termos, muda o conceito decomunicação.

Se bem que as novas tecnologias de informática não tenham surgido com finseducativos, o impacto socioeconômico que elas vêm provocando acabouassociando-as à educação por duas vias: pela revolução que a informatizaçãoda produção industrial provocou no mercado de trabalho, desencadeando novasqualidades e competências dos empregados, e, como consequência, pelaimportância que a educação passou a ter na nova sociedade da informatização.Isso abriu caminho ao grande debate a respeito das relações entre novastecnologias e educação, debate que se depara, desde o seu início, com posturasambivalentes em relação ao papel dessas tecnologias na esfera educacional.Uma realidade, no entanto, solta aos nossos olhos: a tecnologia em si nãobasta, bem como a educação já não pode ser pensada sem se considerar oimpacto tecnológico.

O processo educacional, presencial ou mediado por essas novas tecnologias,passa a adquirir dimensões que, se não são totalmente novas podem agora serprofundamente inovadoras. As relações educativas tornam-se multidirecionaise dinâmicas, possibilitando a todos os interessados interagir no próprioprocesso, rompendo com velhos modelos pedagógicos que só conhecem acomunicação unilateral que privilegia o emissor, ou seja, o professor oniscientee onipotente, desconsiderando as particularidades do receptor, ou seja, doaluno. O velho receptor deixa de ser um depositário da mensagem proposta

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pelo professor para tornar-se sujeito de seu processo educacional, no quepoderíamos chamar de comunidade de aprendizagem interativa.

Aprofundando a questão, reportemo-nos ao atual Sistema EducacionalBrasileiro, especificamente, no âmbito do processo de ensino-aprendizagemem sala de aula. Salvo devidas exceções, os alunos são enfileirados, diariamente,assumindo a posição de receptores passivos do conhecimento. Não sãoinstigados a questionr, a analisar a duvidar do saber científico. Face às suastímidas e superficiais indagações, os professores-como retransmissores doconhecimento- trazem respostas prontas, acabadas, fechadas em si mesmasindependente do nível de ensino. Elaboram perguntas que eles próprios jásabem a resposta. O conhecimento é transmitido sem rosto, de forma fria,unilateral e, não poucas vezes, descontextualizada. Instala-se um tipo decomunicação a-interativa que pode deixar seqüelas intelectuais nos alunos demodo a comprometer seu crescimento pessoal e profissional.

Certamente, todo o arcabouço científico produzido e acumulado pelassociedades deve ser considerado em sua validade e na contribuição socialoferecida. Todavia, para ponderarmos sobre o avanço da ciência comopropulsora do desenvolvimento social e econômico de uma nação, é preciso terem mente, entre outras considerações, que toda produção teórica -em quaisquerramos das ciências- apresenta lacunas, limites e alcances. Prova desse fato éque uma determinada “verdade” científica acreditada como tal por muitasgerações, hoje, após novas descobertas, já não o é, já não mantém a credibilidadede saber científico.

Podemos dizer que até mesmo aquelas admitidas e valorizadas como talapresentam suas restrições e alcances, visto que a realidade cósmica postacomo alvo de estudo do pesquisador/cientista é virtual, ou seja, revela umanatureza essencialmente a-estática, aberta a um campo de novas possibilidades;noutras palavras: a verdade/realidade é inatingível em sua natureza, o quejustifica a constante produção do saber científico.

Isso posto, cabe ao educador mediar esse tipo de conhecimento sem considerá-lo um fim em si mesmo, mas sim, criando condições de apropriação dos conceitos,dos paradigmas e de teorias no sentido de gerar, no mínimo, compreensãocrítica, elaboração de novas idéias e formas de pensar, questionamentos eprovocações intelectuais nos alunos; proporcionando um estimulante espaçode aprendizagem através de uma relação dialógica em direção a tão sonhadainteratividade professor-aluno-conhecimento (uma aprendizagem de mão dupla);

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dessa forma, o aluno seria responsável pela construção de seu saber, isto é,tornar-se-ia agente de seu processo educacional que é condição sine qua nonna formação para o exercício pleno da cidadania.

Referências

CURY, Augusto Jorge. Inteligência Multifocal. Análise da construção dospensamentos e da formação dos pensadores. São Paulo: Cutrix, 3. ed., 1998.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

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Este texto é baseado nas discussões do livro de Maria da Glória Gohn, Teoriados Movimentos Sociais – paradigmas clássicos e contemporâneos (2002), tendocomo foco específico de análise o capítulo VIII intitulado: “Movimentos sociaisno Brasil na era da participação: 1978 –1989”1 .

A autora faz a análise dos movimentos sociais na América Latina sob asinfluências teóricas acadêmicas diante de um contexto específico do final dadécada de 70 até o fim da década de 80. Para tanto, dividiu a discussão em trêsmomentos: a historiografia dos estudos sobre os movimentos sociais; asprincipais categorias teóricas utilizadas na produção brasileira a partir dos

Estudando os Movimentos Sociais (MS)

no Brasil nos anos 80 - uma análise sobre a teoria dos MS e sua dinâmica na sociedade

Autores: Eudes da Silva, Geógrafo/UCSAL, Especialista em Espaço Sociedade e Meio Ambiente/FACINTER/PR. E-mail: [email protected] Cavalcante, Professora Assistente do Departamento de Educação da UEFS,pesquisadora do Grupo Educ-Ação Rural, membro da Equipe de Estudo e Educação Ambiental,doutoranda da FACED-UFBA. E-mail: [email protected] Ferraro, Professor Assistente do Departamento de Tecnologia da UEFS, pesquisadordo Grupo Educ-Ação Rural, membro da Equipe de Estudo e Educação Ambiental, coordenadorda PG lato sensu Educação Ambiental para a Sustentabilidade. E-mail: [email protected] Mara Schwingel, Pedagoga/UFBA, Especialista em Educação Inclusiva/UNIVATES/RS eMestranda em Educação/UFBA. E-mail: [email protected]

1 Trabalho desenvolvido no curso de pós graduação da Faculdade de Educação, durante a disciplinaEducação e Movimentos Sociais, pela Universidade Federal da Bahia, ministrado pela Profa. Dra. CelmaBorges

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anos 70; o cenário das lutas e suas interpretações analíticas: a década de 80.A nossa intenção com este texto é trazer uma breve reflexão sobre a discussãode Maria da Glória Gohn e colocar algumas questões para pensarmos osignificado deste percurso teórico na dinâmica das construções dos movimentossociais que se estabelecem na sociedade contemporânea.

Produção teórica sobre os Movimentos Sociais Urbanos (MSU) no Brasil

Sob o subtítulo “Primeiras abordagens nos anos 70 e 80 no Brasil: brevehistoriografia dos estudos sobre os movimentos sociais”, a autora faz um brevebalanço bibliográfico da literatura brasileira relativo aos movimentos sociaisurbanos aqui selecionados, seja, pela novidade que representaram no cenáriolatino-americano nas últimas décadas seja, pela expressividade numérica,acrescido ao fato de que os estudos sobre os movimentos se desenvolveramde forma bastante isolada com diálogos e debates exclusivos em grupos depesquisadores de cada área acadêmica, geralmente, centrados na região sudestedo país.

A autora nos mostra que apesar de recente, a produção teórica sobre osmovimentos sociais urbanos no Brasil já possui vários balanços. Estes foramimportantes para chamar a atenção de inúmeros aspectos, entre os quais sedestacam: a falta de referenciais teóricos e o volume de descrições e análises;a valorização de paradigmas que exaltavam o espontaneísmo e voluntarismodas massas, sem considerar o papel do Estado na questão; a ênfase do caráternovo dos movimentos, sem que haja uma adequada explicitação dos mesmos euma tendência a desconsiderar as experiências históricas já existentes; oisolamento dos movimentos urbanos em relação aos movimentos rurais e outrosmovimentos sociais e/ou sindicais; a confusão em torno do próprio conceitode movimentos sociais urbanos.

Todos esses balanços foram construções enriquecedoras para os debates sobreos movimentos e para as revisões feitas sobre a temática pelos própriosestudiosos. Destacamos, entretanto, que a maioria dos estudos, até a presentedata, não avaliou os pressupostos teórico-metodológicos que têm embasado aprodução teórica existente, e pode de forma irônica, não ter conseguidoacompanhar a dinâmica pela qual os MS se estabelecem no processo deconstrução da sociedade contemporânea, da América Latina principalmente.

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Gohn afirma que os primeiros estudos sobre os movimentos sociais urbanostinham uma filiação teórica explícita: Jordi Borja e Manuel Castells. Ente eles, ode José Álvaro Moisés (1978) com a tese de doutoramento apresentada na USPsobre os movimentos emancipatórios de Osasco e Pirituba na década de 50.Além dele, destacamos a própria autora, Gohn (1979) com uma pesquisa sobreas sociedades “amigos de bairros” em São Paulo, assim com sua dissertação demestrado na USP.

Outros estudos básicos sobre a realidade brasileira de apoio às pesquisas sedestacaram na década de 70: F. Weffort (1978) e Octávio Ianni (1975) sobre opopulismo na política brasileira; Lúcio Kowarick (1975) com a crítica à teoria damarginalidade; Francisco de Oliveira (1972) e a crítica às interpretações dualistasdo modelo de desenvolvimento; Paul Singer (1973) e o estudo do milagrebrasileiro. Florestan Fernandes (1975) sobre a burguesia brasileira; FernandoHenrique Cardoso (1972) e seus trabalhos sobre o Estado e o modelo dedesenvolvimento dependente e associado.

Já a década de 80 marcou algumas mudanças nas análises dos movimentosurbanos causadas pela conjuntura sóciopolítica explosiva dos anos 78/79, nosurgimento de movimentos e formas organizativas populares e na publicaçãode textos como “Espoliação Urbana” de Lúcio Kowarick, que serviram desubsídios às análises da realidade urbana.

Um dos dados mais significativos que esses textos nos apontam é o de que amaioria de estudos foi realizada nos anos 80, cujo referencial históricopredominante era “marxista”, com enfoque na análise das contradições sociais,a exemplo dos textos “Cidade, democracia e socialismo” - Castells (1980) eoutro de J. Lojkine - “O Estado capitalista e questão urbana”(1980).

A leitura do capítulo nos indica que nos primeiros anos da década de 80, vimosalguns trabalhos desenvolvidos por pesquisadores alemães sobre osmovimentos populares da América Latina, entre eles os de Evers (1983 e 84) eMuller – Platenberg e Spessart (1979) que vieram influenciar muitospesquisadores nacionais. Nesta década, novos estudos foram surgindo sobreas classes populares, destacando-se os trabalhos de Tereza Pires Caldeira (1987),José Guilherme Maganani (1985), Carlos Rodrigues Brandão (1982), MaríliaSposito (1986), Eunice Durham (1984).

Ainda no ano de 1980, houve o fortalecimento do grupo de trabalho daAssociação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência Sociais. Dois

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núcleos vigorosos de pesquisas sobre os movimentos sociais no Rio de Janeiroconsolidaram-se. O primeiro, no IUPERJ – Instituto Universitário de Pesquisasdo Rio de Janeiro, com Lícia Valadares sobre os quebra-quebras na construçãocivil e as lutas pela moradia e Luiz Antônio Machado (1983-85) com inúmerosestudos sobre associações de movimentos sociais populares. O segundo, naUniversidade Federal, com Ana Clara T. Ribeiro (1985) e Luiz César de QueirozRibeiro (1982) e outros. O Museu Nacional, o ISER - Instituto de Estudos areligião, o IBAM - Instituto de Administração Municipal também deram suascontribuições com pesquisadores nesta área. Destacaram-se ainda nos anos 80a publicação de alguns trabalhos realizados no eixo Rio - São Paulo sob ainfluência do paradigma da teoria da mobilização de recursos2 , como os deBoschi e Valladares (1983) e Boschi (1897).

Surgiram ainda nesta década, segundo a autora, novas lutas como aquela peloacesso à terra e sua posse, pela moradia com invasões e ocupações de prédiosabandonados, movimentos de favelados, de desempregados, movimentos pelasaúde, pelos transportes, entre outros.

As mudanças na conjuntura política brasileira e as políticas participativas decorrentes da fase da Nova República fizeram com que outros profissionais,como os arquitetos, profissionais da área de comunicação, psicologia e direitose interessassem pela temática, além dos sociólogos, antropólogos,politicólogos, educadores e assistentes sociais. O quê despertava para trabalhosde pós-graduações em diversas áreas com poucas publicações e a socializaçãodeles, sendo que algumas teses universitárias que estavam sendo elaboradasdesde os anos 80, só seriam concluídas e publicadas na década de 90. A autoraafirma, no entanto, que “nos anos 90 houve um declínio do interesse peloestudo dos movimentos em geral, e pelos populares em especial”.

Podemos inferir pelo seu texto, que a discussão/divulgação acadêmica dos MSficou predominantemente territorializada no eixo Rio-São Paulo e fragmentadaem áreas específicas com pouco diálogo entre si. Além disto, os estudos dosmovimentos sociais não urbanos não pareciam ter repercussões similares, aindaque historicamente significativos no campo3 .

2 Gohn discute esta teoria no capítulo II do mesmo livro.

3 Gohn justifica a predominância pela discussão dos movimentos urbanos “por sua expressividadenumérica; pelo fato de nossa própria produção ter se concentrado majoritariamente naquela temática.Acrescente-se ainda o fato de os estudos sobre os movimentos terem se desenvolvido de forma bastanteisolada. Assim os grupos que estudavam a realidade rural tiveram pouco contato com os que estudavama realidade urbana.” (p.273)

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A influência do culturalismo no Brasil na década de 1930

O culturalismo como esforço de compreensão da diversidade humana constitui-se no processo de crít ica ao evolucionismo, caracterizando-se,fundamentalmente, por duas rupturas: uma com o determinismo geográfico eoutra com o determinismo biológico. Na medida em que Franz Boas, oresponsável por sua formulação, recusa as determinações do meio físico e asdeterminações raciais como responsáveis pela diversidade dos modos de vidahumana, é na cultura e no particularismo histórico que ele vai buscar as fontesdessa diversidade. O culturalismo é, assim, a vertente do pensamentoantropológico que confere à cultura o primado da explicação ou daresponsabilidade por essa diversidade.

O culturalismo penetra no Brasil, na década de 1930, a serviço de uma reflexãoa respeito da nossa formação como povo, para pensar questões decorrentes dapresença de pessoas tão diversas em nosso processo de construção nacional,o que não deixa de ser uma novidade em termos de sua aplicação. QuandoBoas, ao fazer a crítica ao evolucionismo, lançou as bases do culturalismo, seuobjeto de reflexão era as sociedades ditas primitivas, espalhadas sobre o globoterrestre, consideradas na sua especificidade, na sua originalidade. Quando oculturalismo é adotado como instrumento de reflexão sobre o Brasil, no entanto,ele vai servir para pensar a formação de uma sociedade nacional cujo passadocolonial reunira em situações muito diversas brancos, negros e indígenas, aosquais foram juntados, 300 anos mais tarde, outros contingentes brancos easiáticos.

Na década de 1930, marco da reflexão culturalista no Brasil, são duas as fontesde diversidade cultural que preocupam os antropólogos, mas, sobretudo, ospolíticos e educadores: os numerosos descendentes dos imigrantes italianos,alemães e japoneses, concentrados em sua quase totalidade nos estados dosul, e os descendentes dos africanos, disseminados por todo o país,contingentes profundamente diversos, física e culturalmente falando, e quecolocavam problemas bastante específicos, em relação ao nosso presente e aonosso futuro.

Para Gohn, o culturalismo traz um novo referencial de análise, diferente domarxismo, e busca, em outras dimensões da construção do social, as explicaçõespara a dinâmica dos movimentos.

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O fato de ter existido grupos que não se encontravam em condições demiserabilidade e, ainda assim se organizavam em prol de uma nova ordem social(como os movimentos ambientalistas, étnicos e de gênero) denotavam um novoaspecto na luta dos movimentos, a construção de identidades coletivas. Segundoa autora, a diferença entre os paradigmas norte-americano e europeu era bemvisível, enquanto no primeiro havia uma tendência à estratégia mercadológica,para a obtenção de recursos econômicos frente ao poder público, o referencialeuropeu buscava um processo de construção de identidades. O problema era,segundo a autora, uma questão de estratégia de movimento. Sendo assim, paraos latino americanos, a opção foi adotar o referencial de tomada de poderdiante das relações políticas estabelecidas.

toda a ênfase estava na identidade dos novos atorespolíticos. O dilema aqui passou a ser outro: enfatizarmais o aspecto das mudanças sócioculturais ou astransformações políticas que os movimentos poderiamgerar. (p.284).

O texto de Gohn traz como um dos exemplos de luta pelo poder na década de 80,o movimento das “Diretas Já”, no Brasil, que junto com o movimento dosdesempregados “se definiam no campo da ausência do trabalho e na luta pelamudança do regime político brasileiro” (p.285).

Embora a autora não se detenha em seu livro na descrição da Diretas Já, podemosaqui contextualizar melhor o movimento para entendermos sob que atmosferao processo pelo qual as novas conjunturas políticas e sociais foi se formandono Brasil.

A campanha das Diretas Já teve como marco inicial o dia 27 de novembro de1983, com uma manifestação convocada pelo Partido dos Trabalhadores, napraça do Pacaembu (SP). Este primeiro evento teve a participação de dez milpessoas, no mesmo dia em que morria o senador Teotônio Vilella, que se tornariaum dos símbolos da campanha.

A partir desta primeira manifestação, o movimento cresceu ganhando o país eenvolvendo todos os partidos de oposição à ditadura militar (PMDB, PDT, PT,PC do B, PCB etc.). O apoio de entidades como a UNE, ANDES, OAB, ABI,setores da Igreja, sindicatos e muitos outros, formariam a “Caravana pelasDiretas” e com “buzinaços” e “panelaços”, a manifestação tomou o país etornou-se a maior mobilização popular de todos os tempos na história brasileira.

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O cenário das Diretas veio de um longo processo de retaliação do poder popular,que historicamente foi ganhando força e emerge na década de 80 como umgrande suspiro democrático, após vinte anos de repressão. Com o Golpe Militarde 1964, restringiu-se o direito do voto e foram efetuadas várias mudanças nalegislação eleitoral para conter o crescimento da oposição nas urnas,conseguindo assim sufocar as eleições diretas para presidente, governantes eprefeitos de capitais, Distrito Federal e cidades consideradas de “segurançanacional”.

Vinte anos depois de instalada, a Ditadura Militar encontrava dificuldades parase manter. Já existia uma insatisfação generalizada por grande parte dapopulação, que não aceitava mais a violência despendida pelas Forças Armadasna “manutenção da segurança e da ordem”. Nesta época, o povo brasileirocomeçava a fortalecer e expandir suas reivindicações, mais que o direito deeleger o presidente, queriam também acabar com uma política de arrocho quecongelava salários e aumentava os níveis de desemprego.

Grandes manifestações, que tomavam as ruas e envolviam pessoas e grupospolíticos os mais diversos, tentavam sensibilizar o Congresso Nacional para aaprovação do projeto de autoria do deputado Dante de Oliveira, que propunhaas eleições diretas já para a escolha do sucessor do último mandatário doregime militar. No dia 25 de abril de 1984, a emenda das Diretas foi submetida àvotação no Congresso Nacional e, para surpresa e enorme decepção do povo,foi derrotada.

Esta derrota indignou toda a população contagiando todos com o desejo demudança. Estudantes, trabalhadores, intelectuais protestaram e proclamaram acontinuidade da luta. Mas as novas elites, representando a oposiçãodemocrática liberal, e as velhas elites, constituídas pelas lideranças civis ligadasao regime militar, firmaram um pacto. Esse pacto resultaria na eleição indireta deTancredo Neves em 25 de janeiro de 1985, na última e mais concorrida reuniãodo Colégio Eleitoral. Somente dois deputados federais do PT se recusaram aparticipar, seguindo a determinação do seu partido, que, fiel ao seu caráterradicalmente democrático e popular, repudiou o acordo entre as elites.

Tancredo Neves adoece pouco antes da posse, vindo a falecer. Seu vice, JoséSarney, dissidente de última hora do PDS, torna-se presidente da República.No entanto, o povo brasileiro havia conseguido uma grande vitória: demonstraràs elites políticas a sua capacidade de mobilização, apesar de toda a repressãoimplementada.

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A relação movimento social e a mudança política de significativo aporte nacionaltraz para a análise dos movimentos populares um olhar diferenciado. O Brasilvive um momento de grandes mudanças sociais e políticas, o contexto pediauma melhor reflexão sobre os rumos que a sociedade tomava e o papel dosmovimentos populares diante deste cenário.

O cenário das lutas e suas interpretações analíticas: a década de 80

A população brasileira viu-se com a perspectiva de um futuro melhor. AfirmaGohn (2002) que a conquista das Diretas Já traz este momento de otimismo eesperança com a abertura política, com a chegada dos exilados ao país e com areconstrução da democracia.

Para Gohn este momento de otimismo, no entanto, foi seguido por um momentode “perplexidade” (p.285) quando, diante da inoperância das instânciasgovernamentais, o país se viu em meio à descrença para com o rumo que suasexpectativas vão tomando no que seria uma proposta de organização do Brasilpautado em princípios democráticos.

A democracia trazia, para o cotidiano político, desafios de organização que decerta forma trouxeram um novo cenário para a vida nacional: a evidência damanutenção do status quo pela via democrática, o que desgastava a opiniãopública. Havia um contexto de consenso, generalização e desgaste das práticasparticipativas, a profissionalização da militância e formação de uma nova camadade dirigentes, a alteração das políticas públicas e dos agentes formuladores, ocrescimento do associativismo institucional, o surgimento das grandes centraissindicais, uma crescente decepção da sociedade civil com as classes políticas,formação de entidades aglutinadoras de MS populares (exemplo: lutas pormoradia), a expansão das ONGs como nova proposta de Movimentos Sociais ea atenção às eleições e preparação do PT para governar (“fim” do combate aoestado).

Diante de tal contexto, as reflexões teóricas passaram por processos detransformações paradigmáticas. Para Gohn, o foco no sujeito histórico pré-determinado deu lugar aos novos atores sociais (múltiplos), houve um abandonodas análises macro-estruturais e o Estado passou a ser visto como interlocutordos Movimentos Sociais.

Esta percepção da transformação dos pressupostos para análise dosMovimentos Sociais também é corroborada por Scherer-Warren (1996), aodestacar que as análises funcionalistas e estruturalistas que viam a cultura

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popular, respectivamente, como arcaica ou alienante deram lugar a análisesmais positivas que buscaram qualificar cultura sob uma perspectiva deespontaneidade, autenticidade e comunitarismo. Segundo a mesma autora, aidéia de classe social deu lugar ao sujeito popular/ ator social, a tomadarevolucionária do poder deu lugar a transformações culturais e políticassubstantivas na cotidianeidade dos sujeitos (múltiplos) e o foco em processoshistóricos globais deu lugar ao foco em grupos específicos organizados ou“identidades restritas”.

A questão das categorias de análise em Gohn pareceu-nos um pouco difusa;várias dimensões distintas dos movimentos sociais foram colocadas comocategorias, às vezes colocadas como as “básicas”, ou as “fundamentais”, ouas “novas”. Mas não fica claro de que forma tais categorias podem colaborarna reflexão dos MS.

A autora classifica como “categorias básicas” a questão da cidadania coletivae da exclusão social. Estas seriam plataformas dos MS centrais na medida emque servem de norte para os objetivos de qualquer movimento, há umageneralização do objetivo central.

Ao nosso ver, entender os MS a partir de suas forma de luta, que estratégiastem, que demandas específicas declara, seja pela Cidadania (“conjunto dedireitos e obrigações” ou “e um contrato social que varia com o tempo” Gohn)ou contra a Exclusão Social, seria sim uma forma de análise dos MS, reduzi-lasa categorias seria inadequado, pois leva a um reducionismo que dificulta oentendimento das especificidades destas lutas.

Adicione a isso a complexidade dos conceitos Cidadania e Exclusão Social quevêm sendo discutidos amplamente e foram apenas mencionados por Gohn, aotrazer as discussões de Baiarle:

Lógica de pertencimento ou exclusão fundada na tradiçãoliberal pressupondo espaços, sujeitos e lugarespreviamente definidos, numa análise linear e estática. –(BAIARLE apud GOHN, 2002, p.289)

Acreditamos que os direitos universais defendidos amplamente no discurso da“cidadania” corroboram uma idéia hegemônica de direitos e de formas de “ser”ou “estar’ no mundo, que ignora a questão da sócio-diversidade; há umetnocentrismo, de origem ocidental, que pressupõe direitos iguais para demandasiguais. Ao defender a atenção à sócio-diversidade, não queremos trazer umdiscurso excêntrico de especificidades culturais, mas sim da necessidade da

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construção de políticas públicas que de fato estejam atentas às mesmas, o queé bom para um grupo social urbano não seria referencial para comunidadestradicionais, ou rurais, ou ribeirinhas ou extrativistas. A autora parece estaratenta à existência de tais reflexões, mas não se detém a elas na sua discussão,preferindo manter o caráter descritivo do seu texto no que concerne ao históricodos estudos de MS na América Latina e Brasil, especificamente.

Outras esferas de análise classificadas por Gohn, como Novas Categoriasreferem-se à questão do cotidiano, da democracia direta em contraposição àdemocracia representativa e das esferas públicas e privadas como espaçosde participação para construção da democracia4 .

No capítulo VIII, a autora faz duas críticas centrais a si mesma como parte dogrupo de teóricos que analisou os MS no Brasil nesta década: o esquecimentodos ensinamentos da Teoria da Dependência (CARDOSO & FALLETO, 1972) eo uso de categorias européias de análise. Ao final do capítulo, ela defendeprincipalmente o desenvolvimento de categorias latino-americanas de análise.Para superação destes equívocos analíticos, Gohn propõe a realização deestudos comparativos não apenas como historicamente têm sido feitos e quereforçam o encontro das similaridades com MS europeus ou americanos, masem busca do sentido das diferenças que demarcariam as peculiaridades decada luta.

Acreditamos haver uma dificuldade central em transcender estas dificuldadesna medida em que elas se referem a “paradigmas específicos recorrentes emfunção da guetização teórica” (SCHERER-WARREN, 1996), que embora a autorareconheça num momento de auto-crítica ela continua se referenciando de modorecorrente ao próprio “gueto” que, para os Movimentos Sociais Urbanos (MSU)por exemplo (Movimentos Sociais Urbanos) referenda-se basicamente Castells,Borja e Lojkine; para Movimentos de Mulheres as categorias dos movimentoseuropeus e norte-americanos, demonstrando um alheamento a uma concepçãode MS para além destas meta-narrativas.

Para Scherer-Warren (1996), este período é marcado por um certo abandono deteóricos como Habermas, Touraine, Melucci, Castoriadis, Guattari. Touraine,que poderiam contribuir em muito com a concepção de MS que propõe. Estaautora, considera como MS um número limitado de ações coletivas de conflito,com claro norte na produção da sociedade, (os Movimentos Societais de

4 Se colocarmos Cidadania como categoria básica ela entra em choque com a categoria do Cotidiano namedida em que a luta cotidiana de uma comunidade Quilombola pode não se encaixar nos pressupostosde Inclusão trazidos implícitos nos conceitos Cidadania e Exclusão Social.

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Torraine). Se opõe desta forma, a esta tendência de se reduzir os MS a categoriasempíricas (qualquer conduta coletiva observável) que pode fragmentar aprodução de estudos mais substanciosos e dificulta a construção de conceitosgenéricos e categorias de análise.

A própria Gohn (2002) se vê diante deste paradoxo, fazendo ao final do seutexto as seguintes provocações:“Como produzir categorias de análise queresultem da reflexão de nossa realidade e não da realidade alheia...”(p.294) ecomplementa “...é necessário que se demarquem as peculiaridades históricaslocais, no plano econômico, político, social e, fundamentalmente, no planocultural.” (p. 294).

Com propostas a autora aponta: “temos de comparar cenários, desempenhodos atores, demarcar as diferenças e especificidades, captar as tendências eperspectivas de desenvolvimento dos fenômenos” (2002, p. 294). Propõe aindaa interlocução entre o rural e o urbano como necessidade imperiosa. Tentandofechar o capítulo com orientações capazes de recompor as fragilidades teóricasdos estudos sobre MS na década de 80, na qual também está inserida comoautora referência.

Resta-nos, diante de tais depoimentos e descrição da história dos estudos deMS, questionarmos em que medida, ou como, estas análises, categorias,correntes, concepções de MS contribuem ou podem contribuir, para um processodialético dos próprios movimentos? Ou seja, como colocar esta teoria a serviçodesta realidade? Por que estamos sempre atrás da compreensão do que estáacontecendo na dinâmica desta realidade que vivenciamos e pouco fazemospara ajudar, com o processo de construção destas teorias, a construir melhoresrumos, de forma mais sistêmica, dialógica e operacional? É possível colocar ateoria dos MS a serviço de uma prática reflexiva simultânea?

Bem, ficam aqui as reflexões...indo em busca de mais leituras e questionamentos.

Referências

GOHN, Maria da Glória.Teoria dos Movimentos Sociais – paradigmasclássicos e contemporâneos. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2002.

SHERER-WARREN, Ilse. Redes de Movimentos sociais. Edições Loyola,São Paulo, SP, 1996.

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Desde as tarefas mais simples até as mais complexas empreendimentos envolveos três aspectos enfatizados por Hanna Renditt, ao retratar a condição humana:o labor (a “necessidade”em desenvolver), o trabalho (o“prazer”em desenvolver)e a ação.

Calcado nesses três pilares o PGP/LIDERE vem desenvolvendo há alguns anosum importante trabalho de formação profissional apoiado por uma equipemultidisciplinar de estudantes de graduação, pós-graduação e professores,financiado em parte pela Fundação Ford, mas empenhando – se, continuamentepara conseguir novas parcerias que lhe garantam a sustentação do PGP/LIDERE.Seu foco de trabalho é a gestão participativa nas escolas públicas. O grupo departicipante realiza oficinas pedagógicas, visitas mensais às escolas municipaise estaduais, oferecendo orientação e apoio aos gestores e professores, visandoa formação de líderes com atuação participativa. Cada escola é atendida pordois participantes do Programa. Nos contatos efetuados pela equipe, é oferecidoapoio pedagógico e são pesquisadas as necessidades das escolas e programadasvivências pedagógicas baseadas nas demandas. Os temas mais solicitadossão: leitura, contação de história, produção de texto, sexualidade, grêmioestudantil, violência e relações interpessoais. Como se pode observar é a açãoum dos pontos de destaque do PGP/LIDERE que, além disso, serve de base

Liderança Participativa:Novas Perspectiva

para Educação

Autora: Natacha d’Almeida Monteiro. Licenciada em Letras, UNIFACS. Bolsista PGP/LIDERE.E-mail: [email protected]

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para a formação de estudantes de graduação e pós-graduação, banco de dadospara pesquisadores e para transformações em seu campo de ação – escolapública. Pela extensão da sua área de ação, a repercussão e as conseqüênciasdesse trabalho são absolutamente imprevisíveis. No dizer de Hanna Renditt “...aquele que age não sabe exatamente o que está fazendo...”. Embora sem sedar conta da dimensão de suas ações, o homem não só constrói mas modificatambém a história, como ator social, de acordo com Touraine.

Do ponto de vista dos participantes do Programa, esses desfrutam deoportunidade para aprofundar os estudos sobre os diversos temas na área deEducação, elaborar módulos de estudos, realizar oficinas e vivênciaspedagógicas, bem como, elaborar artigos, resenhas e relatórios sobre asatividades que são publicados na revista Gerir, de responsabilidade do Programa.Semanalmente a equipe do Programa reúne – se para avaliar os trabalhosrealizados, os resultados dos mesmos e o andamento das visitas. A preparaçãopara as oficinas e vivências pedagógicas é feita mediante um ou dois encontrosque a equipe promove para discutir o material e as formas de abordagem aserem utilizadas. As diversas atividades realizadas no PGP/LIDERE permitemaos estagiários e bolsistas aperfeiçoarem habilidades técnicas e dinâmicas parao trabalho em grupo e consolidar lideranças. Em suma, o PGP/LIDERE vivenciaem seu cotidiano as experiências que se propõe a transmitir nos trabalhos deparceria, o que por sua vez, credencia o Programa em sua autenticidade econfiabilidade.

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Lançamento do PROGESTÃO na Bahia reúne diversosmunicípios em teleconferência

O lançamento do Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares(PROGESTÃO) para o Estado da Bahia, em 27/05/04, das 10 às 12h30h no Auditóriodo Instituto Anísio Teixeira (IAT) foi marcado pela presença da Secretária de Educaçãodo Estado, Dra. Anaci Bispo Paim e Dra. Maria Aglaê de Medeiros Machado(Coordenadora do PROGESTÃO) que fizeram a teleconferência para os convidadospresentes e para os gestores de diversos municípios baianos integrados ao programa“Rede educação”.

Após as apresentações, assistimos a um vídeo do Conselho Nacional de Secretários deEducação (CONSED) no qual o Secretário de Educação da cidade de São Paulo, Dr.Gabriel Chalita, falou sobre a “... necessidade de sermos corajosos” para desenvolvermosum trabalho integrado à comunidade, ressaltando que o diretor deve ser um “gestorsocial” com qualidades que o tornem “um líder envolvente, carismático, participativo,capaz de desenvolver habilidades”. O aluno tem que ser um empreendedor. “A educaçãoprecisa de pessoas mais apaixonadas.” Chalita, falou ainda sobre a necessidade de umapercepção afetiva e citou o ideal de Platão, que concebeu a idéia de se “fazer uma escolapara fazer as pessoas felizes”.

Em seu discurso Dra. Anaci Paim pontuou os aspectos importantes para uma gestãoparticipativa e disse que “o gestor é alguém que assume um papel muito amplo. Deveconhecer o seu papel, assumir a liderança, compartilhar as responsabilidades e sabertambém da cobrança. Deve ainda, “conhecer o perfil da comunidade e desenvolver umPDE com autonomia e conhecimento pedagógico.” A metodologia do PROGESTÃO foi apresentada por Maria Aglaê, que discorreu sobrea importância desse programa que contribuirá para o desenvolvimento de uma gestãoaliando conhecimento e prática, através de uma formação continuada, que “avança namudança de paradigma”.

O PROGESTÃO é um curso de formação continuada e em serviço, organizado namodalidade a distância, para gestores escolares que atuam nas escolas públicas do país.

Notícias

Autora: Lindnoslen Guelnete Pinna. Bióloga, UFPE. Bolsista PGP/LIDERE. Líder de Oficinas.E-mail: [email protected]

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Na Bahia o programa será destinado à equipe de gestores: Diretores, Secretários eCoordenadores Pedagógicos das Escolas do Sistema Estadual. É um curso que visa amelhoria no processo ensino aprendizagem e o conseqüente sucesso do aluno.

Trata-se de proposta inovadora no campo da formação continuada de dirigentes escolares,desenvolvida pelo CONSED, em parceria com um grupo de Secretarias de Educação ecom apoio e cooperação da Fundação FORD, da Universidad Nacional de Educación aDistancia (UNED) e da Fundação Roberto Marinho. A proposta foi concebida para serutilizada de forma descentralizada nos Estados que se consorciaram na fase inicial desua preparação e nas unidades federadas que desejarem fazer sua adesão ao Programa.

Até 2006, a SEC vai capacitar 1.500 diretores, coordenadores e secretários escolares de200 municípios pelo programa Progestão e ainda vai aumentar o número de profissionaisavaliados e certificados por competência no desempenho do cargo – atualmente 2.500diretores possuem certificação.

Tivemos ainda a palestra do Líder do núcleo de gestão e cultura empreendedoras doSEBRAE, Júlio César Chapanids, o qual discorreu sobre as estratégias para uma gestãode pessoas baseada no respeito e uma gestão financeira com responsabilidade. Foramapresentadas tendências que possibilitam um bom planejamento estratégico e anecessidade de mudança organizacional que sejam compatíveis com as novas tecnologias.Chapanids também fez o seguinte questionamento: “O que te levou a ser educador?“Ele mesmo colocou e discutiu algumas alternativas, tais como: “O desemprego? Aoportunidade do mercado? O histórico familiar? Convite de terceiros? Medo do amanhã?O desafio natural? Prazer ou felicidade? O “tesão”pela profissão?” Foi muitointeressante a forma como ele colocou esses aspectos. Ele finalizou sua apresentaçãonos questionando: “O que te impede de investir na inovação?”, dando várias possíveisrespostas e a seguir mostrou que a imagem apresentada no início, de um peixe na água,era na verdade de um peixe num aquário. Depois foi mostrada a imagem do planetaacima de um grande rio, nos levado à reflexão de que existe muito além do aquário. Deuainda algumas “propostas para vida”, tais como:

Altere o seu modo mental.Nunca se compare com alguém. Você não é nem melhor nem pior.Cultive seu amor próprio.Goste de si mesmo e das pessoas.

A palestra terminou num clima de muita empolgação, visto que percebemos que aspessoas presentes saíram, comentando o quanto precisam atualizar seus conhecimentose de como será importante a implantação do PROGESTÃO.

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Em continuidade ao trabalho realizado nos seus nove anos de atuação e parceria comescolas públicas, em 2004, o Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação(PGP/LIDERE) e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador (SMEC)promoveram, no dia 12 de maio, encontro com equipes gestoras, representantes dasescolas parceiras e convidados. Momento em que a equipe PGP/LIDERE pôde apresentaro trabalho desenvolvido com as escolas e comunidades e compartilhou as experiênciasexitosas.

Dra. Katia Siqueira de Freitas e sua equipe, juntamente com a comunidade escolar,identificaram temas para serem trabalhados nas unidades escolares através de VivênciasPedagógicas, a fim de melhorar o desempenho pedagógico, administrativo, discente,docente e dos demais profissionais de educação em serviço.

O minidocumentário exibido mostrou a trajetória do PGP/LIDERE durante seu períodode atuação. A comunidade escolar conheceu a metodologia de trabalho e o planejamentodo Programa para o ano de 2004. As revistas Gerir, PGP/LIDERE em destaque eGestão em Ação, publicações do Programa, foram apresentadas aos participantes paraque pudessem utilizar como forma de estudos e para incentivar o registro e a divulgaçãodas atividades desenvolvidas no âmbito da unidade escolar.

Uma das parceiras do PGP/LIDERE desde 1995, a professora Marli de Jesus Bispo,diretora da Escola Municipal Esther Felix da Silva, relatou algumas das realizações nasua unidade de ensino em parceria com o PGP/LIDERE.

O trabalho que o PGP/LIDERE vem realizando com a equipe gestora é representadopelos diversos segmentos: comunidade, pais, alunos e professores; considerados comofundamentais para a melhoria da qualidade de ensino.

A equipe PGP/LIDERE que assessora as escolas é multidisciplinar, o que proporcionaa diversidade e a riqueza de conhecimentos; a equipe acredita na escola pública e está àdisposição para auxiliar as escolas parceiras no que for necessário.

O que o PGP/LIDERE acredita e aprendeu com as escolas durantes esses 9 anos é queo trabalho em parceria é válido, e proporciona o crescimento e o melhor desempenhotanto das unidades de ensino como do Programa, na medida em que estão empenhadosem alcançar objetivos comuns para que o aluno aprenda e propicie a troca de experiênciase disseminação do conhecimento produzido.

Apresentação do PGP/LIDERE às escolas parceiras 2004

Autora: Jussiara Xavier Pinheiro. Pedagoga, UFBA. Líder de Cursos PGP/LIDERE.E-mail: [email protected]

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Com entusiasmo e motivação de realizar um trabalho com a comunidade de Mirantesde Periperi, buscando uma integração entre a comunidade e a escola, a equipe PGP/LIDERE compareceu no dia 19/05/04 à unidade escolar para a realização da primeiraatividade, objetivando estabelecer parâmetros de como seriam realizados e organizadosos demais encontros vindouros.

A primeira necessidade vista era aproximar a comunidade de maneira significativa aoambiente escolar. O intuito da equipe PGP/LIDERE é proporcionar aos presentes aoportunidade de escolher temas relevantes que sejam essenciais e atendam às suasnecessidades informacionais.

Tendo como priori essa necessidade, a reunião começou com aproximadamente 70 paisde alunos que aguardavam ansiosos o início da atividade. Achamos a quantidade dosparticipantes um ponto positivo aos nossos objetivos estabelecidos para a boa conduçãoda pauta apresentada. Explicamos aos presentes a nossa metodologia de trabalho,enfatizando que a participação deles na escolha dos temas a serem trabalhados nospróximos encontros era de suma importância para o desenvolvimento e o aprimoramentoda Gestão Participativa. Com isso, definimos de comum acordo com a comunidade otema: Educação e saúde para ser trabalhado no próximo encontro e o horário marcadofoi 17h às 19h. Em seguida, socializamos com eles o texto: Nossos defeitos e nossasvirtudes, autor desconhecido. O texto fazia uma alusão às ferramentas de umacarpintaria, na qual o processo de trabalho para o sucesso consistia em todas asferramentas reconhecerem que não era possível trabalhar sem haver uma cooperaçãomútua, aceitando assim todas as diferenças entre eles. O texto foi bem escolhido porter uma abordagem e uma metáfora de fácil entendimento, o que despertou nos presentesa participação na interpretação da sua análise.

Partindo do pressuposto de que a Gestão Participativa requer uma compreensão eanálise das necessidades informacionais dos atores envolvidos nesse processo, e quetodos de igual maneira participem de forma atuante e entusiasmada nas atividades quefortaleçam essa meta. Procuramos envolver a comunidade e levá-la a refletir sobre aatuação da escola na formação de alunos críticos a conscientes frente aos seus direitose deveres perante a sociedade. Enfatizamos a participação da comunidade na formaçãodesses pequenos cidadãos, pois consideramos que a produção do conhecimento é práticasocial e como tal todos os atores da sociedade são facilitadores do processo de ensinoe aprendidizagem.

Finalizamos o nosso encontro. Agradecemos a maciça participação da comunidade e acolaboração da escola que, junto com a equipe PGP/LIDERE, proporcionaram um fimde tarde prazeroso.

Encontro com a comunidade Mirantes de Periperi: rumo aprática da ação participativa em um ambiente escolar

Autores: José Raimundo Paim de Almeida. Estudante de Biblioteconomia e Documentação daUFBA. E-mail: [email protected] Cleide de Sousa Mira. Pedagoga pela UFBA e Especialista em PlanejamentoEducacional pela Universidade Salgado de Oliveira/RJ. E-mail: [email protected]

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Escola Municipal Abrigo do Salvador

Autora: Marli Raquel Dias Souza. Pedagoga, UFBA. Bolsista Finep. Líder de Assessoria Técnicadas Escolas do Finep. E-mail: [email protected]

Em pleno século XXI, ainda urge a necessidade de inserção da escola na comunidadeda qual faz parte. Para que isso aconteça, é necessário que a visão tradicional da escola,como uma instituição fechada e alheia ao que se passa na comunidade, seja superada.

É imprescindível que a Unidade Escolar sinta-se parte integrante da comunidade,preocupando-se com a realidade social além dos muros da escola e que se refleteinevitavelmente no comportamento dos alunos.

Nesse aspecto é importante ressaltar o papel dos profissionais, envolvidos no processoeducacional, que buscam superar o antigo discurso de queixa e reivindicação “dos paise dos responsáveis que acompanham a educação de seus filhos” e estabelecem estratégiasefetivas para aproximar os pais e responsáveis da vida escolar dos seus filhos.

Um exemplo de iniciativa que deu certo foi a da Escola Municipal Abrigo do Salvador,situada em Campinas de Brotas e parceira do Programa Gestão Participativa comLiderança em Educação (PGP/LIDERE) desde 2003.

A gestora, Maria Lúcia Oliveira Bahia, sabendo que uma das necessidades da suacomunidade local era desenvolver habilidades profissionais, visando a melhoria da rendafamiliar, aproveitou as comemorações do dia das mães para realizar uma atividadecapaz de oportunizar situações de aprendizagem estreitando os laços entre ascomunidades escolar e local.

Essa iniciativa contou com a parceria do PGP/LIDERE, ministrando uma Oficina deconfecção de flores artesanais, utilizando garrafas de plástico (pet) e com pessoas daprópria comunidade que desenvolveram Oficinas de Bolsas e assessórios, pratos à basede soja e oficinas de flores de papel para decoração de ambientes. As mães dos alunosparticiparam das oficinas ficaram felizes, pois além de aprender algo para completarema renda familiar, sentiram-se abraçadas e valorizadas pela escola, que como desejava agestora, cumpriu o seu papel em levar cultura, lazer, conhecimento e cidadania para asfamílias dos seus educandos, ajudando a estabelecer um relacionamento de confiança ecumplicidade em que o principal beneficiário é o aluno.

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 58, mai./ago. 2004.

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Na manhã de 20 de maio de 2004, aconteceu na Escola Municipal Agripiniano deBarros a Vivência Pedagógica: uma abordagem lúdica de leitura.

Por meio da Vivência, as educadoras, em parceria com a equipe PGP/LIDERE,socializaram metodologias que trabalham a leitura de forma lúdica.

A vivência proporcionou uma troca intensa de experiências textos e canções levaram asdocentes à reflexão acerca da importância dos incentivos a leitura no ensino fundamental.

As educadoras daquela unidade de ensino possuem vastas experiências na práxiseducativa e a atividade desenvolvida propiciou o resignificar das metodologias utilizadas.A equipe PGP/LIDERE sentiu-se privilegiada pela oportunidade lançada, por podercompartilhar novas maneiras de estimular os estudantes à prática da leitura.

Vivência Pedagógica: uma abordagem lúdica de leitura

Autoras: Gilka Santana do Espirito Santo, Estudante de Administração, Fundação Visconde deCairú. Bolsista Finep. E-mail: [email protected] Guelnete Costa Pinna, Bióloga, UFPE. Líder de Oficinas PGP/LIDERE.E-mail: [email protected]

A Escola Municipal Enock Pimentel Tourinho mostrou como as unidades de ensinotêm papel fundamental no processo de prevenção das Doenças SexualmenteTransmissíveis (DST) e AIDS. Em parceria com Centro de Orientação e AssistênciaSorológica (COAS) e o Centro de Tratamento de AIDS (CTA), a escola abrigou mini-laboratórios para realização, gratuita, de testes Anti-HIV e Sífilis; além dos testes,assistentes sociais realizaram palestras para os participantes.

O evento, realizado em 17 de junho, contou com a participação das comunidadesescolar e local. A educação preventiva é o único caminho para a formação integral doeducando e proporciona a participação efetiva dos integrantes do universo escolar.

Educação Preventiva na Escola Enock Pimentel Tourinho

Autora: Regiane Nascimento. Estudante de Filosofia, Faculdade Batista Brasileira. Vice-líder deOficinas PGP/LIDERE. Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 59, mai./ago. 2004.

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60 PGP/LIDERE em destaque, Salvador, v. 4, n. 2, p. 60, mai./ago. 2004.

A PGP/LIDERE em destaque a partir dessa edição está reservando um espaço muito especialpara publicar os classificados elaborados pelos alunos das nossas escolas parceiras. Além devalorizar nos alunos a prática da escrita a escola também fortalece os vínculos com a comunidadeao divulgar os serviços dela. Nessa edição, temos a oportunidade de apresentar os classificadoselaborados pelos alunos da professora Maria Inês Drummond de Souza da Escola MunicipalAgripiniano de Barros, situada em Praia Grande, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Autora: Marli Raquel Dias Souza. Pedagoga, UFBA. Bolsista Finep. Líder de Assessoria Técnicadas Escolas do Finep. E-mail: [email protected]

Classificados

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Função:_______________________Instituição:_____________________

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Revista PGP/LIDERE em destaqueUniversidade Federal da Bahia - UFBA

Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público - ISP

Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação - PGP/LIDERE

AV. Adhemar de Barros, s/n, Pavilhão IV, Campus Universitário de Ondina.

CEP 40170-110 Salvador – Bahia, Brasil.

A/C: Profa. Katia Siqueira de Freitas

v.4, n.2, mai./ago.2004

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