Pharmacevtica nº61

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Edição nº 61 da Revista Pharmacevtica

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Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da

Universidade de LisboaAvenida Prof. Gama Pinto

1649-003 Lisboatelf: 21 793 39 56telm: 963461342

email: [email protected]

www.facebook.com/pharmacevticapublisherph.wix.com/pharmacevtica

direcçãoNuno Cardoso

Direcção Editorial [email protected]

André Reis

Chefe de Redacção [email protected]

Tiago Vieira

Conselho Editorial [email protected]

Ana DuarteBernardo Rodrigues

João RomaRafaela Proença

Teresa Dominguez

Coordenador de [email protected] Candeias

Ediçã[email protected]ês Antunes Reis

João PadillaMiguel Cavaco

Ricardo Pouca-Roupa

[email protected]ão Bernardo

[email protected]

Ana Margarida ToméFlávio Monteiro

periodicidadeSemestral

Tiragem800 Exemplares

AgradecimentosApoios | Colaboradores | AEFFUL |

APEF | AAUL | A Feminina | TAFUL | Núcleo de Fotografia | DPI

impressãoEuropress

telf: 21 844 43 40email: [email protected]

www.europress.pt

Editorial

Se me perguntassem há uns tempos o que era um Editorial, provavelmente não saberia. E naturalmente, nem saberia como, e o que escrever. No entanto, há cerca de três meses, numa simples conversa de pequeno-almoço, foi-me feita a proposta de ascender ao cargo de coordenador da Revista Pharmacevtica. Fui invadido por um enorme sentimento de responsabilidade ao me ser entregue a honra de continuar o trabalho de perfeição atingido pela coordenadora cessante Catarina Silva. Não aceitei, nem recusei, limitei me ao gaguejo no meio de tanto embaraço, felicidade e acima de tudo surpresa. Assim, pela primeira vez, numa tentativa possivelmente falhada, escrevo o Editorial da 61ª edição da Revista Pharmacevtica e introduzo-vos a este novo mundo.Vi-me diante de um grupo de pessoas pouco homogéneo a pressionarem-me com olhares curiosos. Aí apercebi-me do que realmente significa coordenar uma ideia, um projecto, uma revista, um núcleo, algo maior que a própria pessoa. Compreendi que teria que motivar e unir esta equipa com interesses em

informar os seus próprios colegas de situações actuais e exactas, úteis para um conhecimento mais alargado do mundo farmacêutico, vivenciando na escrita o que significa pertencer à célebre instituição que é a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.É de notar que cada vez mais a Revista Pharmacevtica tem marcado a sua importância na vida dos estudantes. Na 61ª edição pretendemos dar a conhecer um pouco mais sobre a nova directora da Faculdade, a Professora Doutora Matilde de Castro.Por último, gostaria de agradecer à AEFFUL por possibilitar ao Núcleo Redactorial da Pharmacevtica a oportunidade única de produzir algo tão gratificante e único como a Revista dos Estudantes de Farmácia da Universidade de Lisboa. Reconheço-lhes todo o seu esforço para que haja, todos os semestres, a possibilidade de reproduzir uma nova edição com o intuito de informar e envolver os alunos das mais variadas formas, num grande leque de actividadesComo fruto de todo o trabalho realizado em prol da manutenção e continuação do nome de excelência que a Revista tem vindo a erguer, apresento-vos o novo website da nossa Revista (http://publisherph.wix.com/pharmacevtica), e convido-vos agora a desfolharem as páginas da sexagésima primeira edição da Revista Pharmacevtica, a qual espero que corresponda às vossas espectativas.

Por | André Reis

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Caros colegas,Estimados leitores,

É com grande honra e sentimento de dever cumprido que, em nome da Direcção da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (DAEFFUL), vos volto a dar as boas vindas a mais uma edição da revista Pharmacevtica sendo, desta feita, a última oportunidade na condição de Presidente da DAEFFUL.Em primeiro lugar, considerando que o ingresso no Ensino Superior é uma etapa crucial na vida de qualquer estudante, sendo, quiçá, um sonho concretizado, permitam que me dirija aos novos alunos da FFUL. O percurso no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas é uma aventura fantástica que tem como palco principal a Faculdade de Farmácia da UL, por isso, aproveita, envolve-te, participa! Aguardam-vos inúmeras amizades e momentos festivos inesquecíveis aliados, obviamente, às incalculáveis horas de estudo. Gostaria de vos congratular por esta nova etapa e desejar as maiores felicidades. A AEFFUL é uma Associação Dos e para os Estudantes e, como tal, terá sempre a porta aberta para vos receber.As Associações dos Estudantes têm como principal desígnio a representação dos seus Associados (vulgo, estudantes), e a sua formação, quer a nível científico, como socioprofissional e pessoal. Assim sendo, decorridos aproximadamente onze meses de mandato muitas foram as actividades organizadas, tais como: o XVI Seminário da AEFFUL, o V Ciclo de Scienceshops, o III Curso de Formação de Mediadores para a Saúde Dermatológica e Capilar, o inesquecível XVII Sarau Académico, a VIII Conferência à Conquista do 1º Emprego, entre outros. Para além das actividades enunciadas, a vertente desportiva não ficou esquecida e a nova equipa de Futsal Feminino está em visível evolução, sendo já um motivo de orgulho para todos nós.No que toca à representação externa, cujo propósito é fundamental para o crescimento e reconhecimento da AEFFUL, a presença nos eventos da IPSF, EPSA, APEF, AAUL e ENDAs foi uma condição sine qua non.Conscientes da situação dramática do nosso sector,

a intervenção nas organizações profissionais tem se revelado uma constante (com principal destaque para a Ordem dos Farmacêuticos e a Associação Nacional das Farmácias), dado que consideramos crucial manter os nossos estudantes informados das medidas implementadas no sector, tal como podem verificar durante a presente edição da Pharmacevtica nos artigos sobre o Novo Contracto Colectivo de Trabalho e a Prescrição e Dispensa de Medicamentos por DCI.É com imenso agrado que informo que o projecto de renovação do website da AEFFUL está próximo do seu término e, assim sendo, a AEFFUL irá dispor, finalmente, de uma plataforma de divulgação, per se, idónea.Gostaria, ainda, de demonstrar o meu apreço aos actuais Órgãos Sociais da AEFFUL, a Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal e, como não poderia deixar de ser, à minha Direcção. Um imenso obrigado pelo trabalho desenvolvido, o companheirismo, a amizade, boa disposição e tempo despendido para os estudantes desta casa. Muitos parabéns e desejo a continuação de um excelente percurso.Por último, dirijo-me ao novo Director, e respectivo Núcleo Redactorial da Pharmacevtica, que publica a sua primeira edição da revista. Muitos parabéns pelo trabalho desenvolvido. Deposito a minha confiança na equipa que agora encara este projecto como seu, com toda a dignidade e honestidade necessária. Resta-me desejar-vos as maiores felicidades.

Nuno Cardoso | Presidente da DAEFFUL

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4 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Por | Flávio Monteiro

Nos passados dias 18 e 19 de Abril, o GIPES realizou a sexta edição do Curso. Foram apresentadas as seguintes temáticas relacionadas com a saúde cardiovascular: doenças e factores de risco, terapêutica farmacológica, alimentação e exercício físico. Foram dadas indicações no que toca aos rastreios de glicémia, colesterol e pressão arterial. Durante esta formação, houve ainda tempo para explicar a importância da comunicação no aconselhamento, já que “A saúde e a sua promoção parecem ter ocupado um lugar preponderante em múltiplos sectores da vida social, muito particularmente nos da educação e da saúde.”No seguimento do Curso, decorreram nos passados

VI Curso de Formação de medIadores para a eduCação na saúde em FaCtores de rIsCo CardIoVasCular

IX CIClo de Workshops | e se ele tIVesse alzheImer? Por | Juliana Moreira

E se ele tivesse Alzheimer? O que farias?Infelizmente, um tema sempre actual. Embora muito estudado e debatido, existem ainda algumas dúvidas e incertezas relativas à patogénese e alvos terapêuticos desta doença. Mesmo assim, muitos avanços já foram feitos e cabe-nos a nós, futuros farmacêuticos, ajudar estes doentes não só através da terapêutica farmacológica, mas também com simples gestos humanos. Recordar o caminho para casa ou inventar uma mnemónica para saber quando tomar os medicamentos, tarefas básicas para qualquer um de nós, podem tornar-se um verdadeiro

dias 8 a 11 de Maio as Campanhas de Rua em factores de risco cardiovascular. Estas foram realizadas em 5 Faculdades da Universidade de Lisboa e em 5 Centros de Dia da Santa Casa da Misericórdia, na zona de Lisboa, permitindo abranger duas faixas etárias muito características (adolescentes e idosos). A opção pelos centros de dias permitiu um aconselhamento mais dirigido, abordando de uma forma mais objectiva os parâmetros a focar nos rastreios. Os rastreios contemplaram a medição do IMC e IMG, bem como da pressão arterial, glicémia, colesterol e um aconselhamento farmacêutico. O último posto contou ainda com a entrega de uma peça de fruta, situação englobada no projecto “oBIGsity” da EPSA.

dilema para estas pessoas e é aqui que podemos ajudá-las. No entanto, esta ajuda tem de ser, de certa forma, muito subtil, de modo a não fomentar a sensação de incapacidade, invalidez e término que muitas vezes atinge estes doentes. Além disso, transmitir esta informação aos familiares, amigos ou outras pessoas próximas pode também ser bastante útil, uma vez que há uma tendência natural de tratar estes doentes como se fossem novamente crianças. Fica então a dica: ajudar, mas nunca esquecer de incentivar!

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V CIClo de sCIenCeshops | hIV – healIng Is VIable

V CIClo de sCIenCeshops | morte súbIta

Por | João Ravasco

Foi no passado dia 22 de Março que decorreu o primeiro scienceshop deste ciclo, cujo tema foi HIV – Healing Is Viable. Contámos com a presença do Professor Doutor João Gonçalves, recentemente premiado pela Fundação Bill & Melinda Gates pelo seu trabalho nesta área. Além da sua presença, muitos foram os alunos de doutoramento que, estando a colaborar no seu projecto, vieram também apresentar o fundamento do seu trabalho e os últimos desenvolvimentos por si estudados. O projecto em desenvolvimento foi descrito como ambicioso, visando “dar às pessoas uma proteína construída por nós no laboratório e que entre nas células das pessoas, encontre o genoma do HIV e

Por | Flávio Monteiro

O segundo Scienceshop deste semestre lectivo decorreu no passado dia 17 de Maio sob a orientação do Professor Doutor Carolino Monteiro, tendo como tema “Sem hora nem local marcado... Morte Súbita”.A primeira parte do Scienceshop foi dedicada à exposição clara e objectiva do tema, tendo a Doutora Alexandra Toste e a Doutora Rosa Gouveia feito duas apresentações bastante enriquecedoras abordando a parte clínica e caracterização anatomopatológica da morte súbita.

Após o intervalo, houve tempo para uma explicação detalhada da componente genética que engloba uma situação de morte súbita, através das apresentações do Doutor Carolino Monteiro, da Doutora Isabel Gaspar e da Doutora Susana Santos.Em jeito de balanço, este tema revestiu-se de uma elevada importância para futuros desenvolvimentos científicos e/ou farmacêuticos, já que “A morte súbita é a que ocorre sem ser esperada, tanto em pessoas doentes como saudáveis.”

mate as células com o genoma viral, não matando as outras”.A verdade é que durante estas três horas de scienceshop fomos presenteados com excelentes investigadores do nosso país e da nossa faculdade, que nos mostraram a crescente importância da investigação e dos desenvolvimentos que têm surgido nesta área. Foi de facto gratificante poder aprender um pouco mais e, ao mesmo tempo, tirar as mais pequenas dúvidas sobre este mundo que muitas vezes nos parece impossível de alcançar. Não esqueçamos: o farmacêutico de hoje pode, e está, no topo da investigação.

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6 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

ConCurso de aConselhamento ao doente

Por | Maria Inês Martins, vencedora do CAD 2012

A Farmácia Comunitária é, nos dias de hoje, o espaço de saúde ao qual o doente recorre em primeiro lugar, devido à sua acessibilidade e ao facto da consulta com o farmacêutico ser gratuita. Enquanto profissional de saúde, o farmacêutico assume um papel crucial numa primeira identificação do problema do doente, sendo a sua abordagem determinante na saúde do mesmo. No Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD), promovido pela Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF), os participantes envolvem-se numa situação característica do dia--a-dia na Farmácia Comunitária, tendo que simular um atendimento e prestar aconselhamento ao utente. Neste cenário, são avaliadas não só as suas

IV aCção de Formação de gestão em FarmáCIa

Por | Fábio Borges

Como profissional de saúde de excelência, o farmacêutico necessita de polivalência na sua formação. Num mundo competitivo e racionalista como o de hoje, é cada vez mais fulcral que possua competências na área da gestão em Farmácia.Esta actividade foi baseada nesta mesma imposição social e profissional. A Acção de formação de Gestão em Farmácia permitiu que os alunos da

competências profissionais e científicas bem como as suas aptidões na área da comunicação com o doente.No decorrer da sua formação, o aluno do MICF tem pouco contacto com este tipo de situação que é fundamental aquando do início do estágio curricular em Farmácia Comunitária. Neste sentido, há que procurar a possibilidade de expandir o nosso conhecimento e prática nesta área com o objectivo de nos tornarmos profissionais de saúde de excelência.O CAD é uma óptima oportunidade para desenvolver este tipo de competências, em especial, a comunicação, um pilar fulcral no atendimento ao doente.

FFUL adquirissem conhecimentos relativos a gestão de stocks, recursos humanos, gestão de espaço comercial e na orientação do farmacêutico para a gestão de valor. No final da IV Acção de formação, as opiniões convergiram, sendo unânime que houve um enriquecimento dos formandos na área.

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VIII ConFerênCIa “À ConquIsta do prImeIro emprego”

Texto | Joana Catarino

15 de Maio de 2012: “O que aconteceu?”, perguntas tu. Pois bem, como já vem sendo habitual nos últimos anos, o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da tua Associação trouxe-te, a VIII Conferência “À conquista do 1º emprego”. Para iniciar a tarde, o Dr. João Braga, numa linguagem informal e com um grande à vontade para com os ouvintes, falou-nos da diferença na elaboração de um Curriculum Vitae e uma Carta de Motivação. Saber o que dizer e não dizer numa entrevista de emprego, passando pelo modo de estar e de ouvir, foram os aspectos abordados pela Dra. Catarina Duarte no módulo referente à importância e dinâmica de uma entrevista de emprego. Por fim, foi a vez do Dr. Carlos Martins simular uma entrevista, escolhendo aleatoriamente

um voluntário entre os estudantes, entrevistando-o e corrigindo o que de mal estava a ser feito por ele. No geral houve um feedback positivo por parte de quem esteve a assistir. No entanto, a organização salienta alguns aspectos que poderão vir a ser melhorados, nomeadamente a actualização das temáticas e os moldes gerais da actividade.Várias foram as questões levantadas durante a tarde e muitas as incertezas de quem está prestes a entrar no mundo do trabalho, mas pelo menos uma certeza fica no ar: é preciso destacarmo-nos, apostarmos não só na nossa formação curricular mas também extracurricular, ter atitude, um pensamento out of the box e, sobretudo, valorizarmo-nos!

O concurso tem como data limite o dia 21 de Dezembro de 2012, sendo que os trabalhos deverão ser enviados paara [email protected]

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8 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

No dia 4 de Maio de 2012, 350 futuros farmacêuticos, ao acordar, sentiram um clima de convívio e companheirismo, de piscina e tardes de liberdade, de shuttles atolados e de festas noite adentro. O clima

familiar da tão esperada Farmo de Verão! Malas prontas, faculdade para trás e autocarros à espera, o destino foi novamente Albufeira, mas novas surpresas nos esperavam.

Por | João Roma

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Após o reconhecimento do espaço, recebemos o Kit da Farmo (com lancheira incluída) e depois das compras, começámos a visitar os quartos e “criar imunidade” para a primeira noite de loucura!Na discoteca Sétima Onda deu entrada o maior grupo de “Caixa-de-óculos” de que há memória, com a festa “Oóculiza-te”. Abertas as hostilidades, nem a chuva cortou o ritmo da primeira noite de Farmo, com vista para a praia.Na manhã seguinte, ou tarde para a maioria, foi altura da reconhecida Tarde Desportiva (Farmocup) e do tradicional recarregar baterias à beira da piscina. A noite, numa das discotecas de eleição do Algarve, a Kadoc, teve como tema “Melting Pot – Culturas”, com adesão massiva de ciganos, chineses, indianos, tribais e havaianos. Só faltavam os rapazes da TAFUL que, chegados de um festival em Setúbal, queimaram os últimos cartuchos, disfarçados de tunos…Como sempre, o ultimo dia chegou depressa demais com a Sunset White Party, na qual os menus de bebidas eram personalizados com nomes de medicamentos e não foram apenas os caloiros a serem praxados e atirados para a piscina! Depois do sol-posto, preparou-se a última noite, desta feita no Capitulo V. Com os autocolantes da festa “Código da Farmo”, as palavras de ordem espalhavam-se na roupa de amigos e conhecidos.Despedimo-nos mais uma vez da melhor Farmo de sempre e os melhores momentos ficaram bem guardados em fotografias, no corpo ou na memória dos FFulianos. E no próximo semestre, venha mais uma!

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12 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

O cartaz foi afixado. A notícia correu os corredores. O barulho das conversas tornou-se audível além paredes. Os murmurinhos confirmavam-se, a agitação cresceu e a ansiedade instalou-se. Era mais que verdade, o Circo vinha até à FFUL.

A multidão estudantil, vestida a rigor com o seu traje académico, acumulou-se à entrada da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, no dia 24 de Maio de 2012. O desejo de ver criaturas de circo ia crescendo, o cheiro a pipocas doces perfumava o ar, mimos espalhavam humor e distribuíam risos, os cuspidores de fogo fizeram soltar suspiros de espanto, tornando o possível o inimaginável e a tenda abriu as portas. O caminho até aos lugares da plateia era interrompido por acrobatas e leões selvagens, palhaços e mágicos que cortavam pessoas ao meio. O ambiente era de festa, alegria, excitação e nostalgia trazido pela música burlesca que pairava. As luzes apagaram-se à excepção da arena que permaneceu iluminada, o público calou-se e seis belas bailarinas abriram o espectáculo ao som de

No Lights, No Lights desvendando os anfitriões da noite, Inês Fernandes e Mário Santos.

Estava então iniciado o XVII Sarau Académico da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, uma das noites mais aguardadas dos FFULianos. Não esquecendo que o propósito do Sarau é celebrar o aniversário da AEFFUL, Nuno Cardoso, actual presidente da Direcção, subiu à arena e saudou todos os presentes, referindo até que “O Sarau Académico, tem vindo a tornar-se, cada vez mais, uma actividade imponente. Uma noite que se espera marcante, emocionante, quiçá épica, cujo objectivo é comemorar o aniversário da AEFFUL, que este ano contabiliza 98 anos.”, agradeceu também a toda a Direcção, bem como à Comissão Organizadora Interina do Sarau Académico (COISA) 2012 que se revelou irreverente e inovadora, acreditando num projecto que se pensava impossível.

Por último, agradeceu à Professora Isabel Portugal

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por ter colaborado com a COISA durante estes meses.

A noite continuou com os já esperados exageros das situações mais caricatas que acontecem na faculdade. Afinal de contas isto é Circo, isto é FFUL onde os bons momentos vêm a granel. E como não podia deixar de ser, distinguiram-se os que mais se destacaram este ano. Os galardoados foram, ao longo da noite, sendo desvendados e convidados a subir à arena: Isabel Portugal (Professor), Pedro “do Bar” Ribeiro (Funcionário), David Tibério (Caloiro), Pedro Jogo (Colega), Amadeu Mendes (Finalista), André Barbosa (Fashion), Francisca Abrantes (Personagem), Catarina Morgado (Curioso), Irma Gomes (Rapariga), Miguel Ponte (Rapaz), José Honório e Clara Ferreira (Casal) e Raquel Santareno (Espírito Académico).

A DAEFFUL teve o privilégio de entregar o Prémio Carreira ao Professor Doutor José Morais por todo o contributo e dedicação à Faculdade de Farmácia. Quanto ao Prémio Desporto, a equipa de Voleibol Feminino mereceu-o por todos os troféus ganhos.

Foi ainda convidada a subir à arena, a coordenadora cessante da Revista Pharmacevtica, Catarina Silva, e o seu sucessor, André Reis, para receber uma Menção Honrosa por todo o trabalho desenvolvido em prol de uma pequena, mas já grande, revista de faculdade.

Como não podia deixar de ser, todo o Circo tem talento, e para além das nossas familiares Tunas Académicas, A Feminina e a TAFUL, subiram ainda à arena David Gurita e Vanessa Rodrigues que cantaram e encantaram o público. Por sua vez, Vanessa Azevedo trouxe à noite o toque oriental de uma dança do ventre.

A noite foi longa, repleta de risos, lágrimas, surpresas, aplausos e felicidade. Cada Sarau é único, cada elemento COISA foi fundamental para este espectáculo e como cada circo também o é, este foi um dos maiores espectáculos da nossa Faculdade.

O cartaz foi afixado.

A notícia correu

pelos corredores.

O barulho das

conversas tornou-se

audível além paredes.

Os murmurinhos

confirmavam-se, a

agitação cresceu e a

ansiedade instalou-se.

Era mais que verdade,

o Circo vinha até à

FFUL.

Por | David Candeias

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14 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Depois de um ano recheado de novas amizades, inúmeras festas e uma exasperante época de exames eis que havia chegado a noite pela qual todos os Caloiros aguardavam: o Arraial das Palmeiras e, consequentemente, a cerimónia do Traçar da Capa.A ansiedade já há muito que vinha a crescer e foi com o pôr-do-sol que se começaram a vislumbrar as primeiras capas negras a chegar à casa que tantos bons momentos nos tinha proporcionado e onde tanto tempo tínhamos despendido ao longo dos últimos meses. Foi entre abraços, sorrisos e muito boa disposição que fomos vendo chegar as pessoas que tanto contribuíram para que o ano prestes a acabar tivesse sido absolutamente inesquecível.Seguiu-se o jantar organizado pela comissão de finalistas 09/14 onde não faltaram os brindes com os amigos, as fotografias aleatórias e as palavras de apreço para aqueles que infelizmente nos deixariam a nós e à Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.Terminada a dura tarefa de não sujar o traje que estava a ser estreado, os Caloiros dirigiram-se ao espaço exterior onde foi realizada uma pequena surpresa como forma de agradecimento a todos aqueles que tão bem nos receberam na FFUL.Foi então que se fez silêncio e todos os caloiros se ajoelharam. Tinha chegado o momento de traçar a capa pela primeira vez, com a ajuda das pessoas que tão bem e incansavelmente nos tinham acompanhado desde a nossa aterragem enquanto paraquedistas: os nossos padrinhos. Após este momento tornámo-nos oficialmente Pastranos. Imediatamente, fomos invadidos por um misto de sentimentos. Por um lado, uma certa nostalgia de ter acabado o único ano enquanto Caloiros. Por outro, um orgulho enorme de envergar o traje académico e pertencer a esta grande família. As memórias da nossa chegada em Setembro, das Farmos, das tardes com os amigos (…) fizeram com que alguns deixassem cair algumas lágrimas enquanto outros teimosamente as reprimiam, contrariamente à felicidade e euforia sentida por todos no início deste novo capítulo e traduzida através de inúmeros sorrisos, estampados nas caras quer dos novos Pastranos quer das pessoas que nos viram e tanto nos ajudaram a crescer.

ArraialPor | Bernardo Rodrigues

dasPalmeiras

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pharmacevtica 61 | Novembro 2012 15

A 14ª edição do Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia realizou-se no Vitor’s Plaza - Alvor, e decorreu de 23 a 26 de Março. Organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, dirige-se a todos os estudantes de Ciências Farmacêuticas do país.A noite de boas vindas foi dedicada à “Scrabble Party”, em que todos os participantes tiveram direito a uma letra e tinham que se juntar para formar palavras que iam sendo anunciadas, no menor tempo possível, estimulando assim a interacção entre todos.Na tarde do dia seguinte, no âmbito da Plataforma Cientifica “(in)forma-te: Take Care!”, representantes da Oriflame vieram ao nosso encontro com vários tratamentos de pele; esta tarde marcou também o início da I Supertaça ENEF, que se viria a prolongar pela tarde de domingo. Outros participantes optaram por uma tarde ao sol da piscina ou na praia a poucos minutos.“80’s & 90’s: Nostalgy Party” foi o tema da noite de Sábado que contou com a presença dos DJ’s

Pharmaceutical Brothers (Claudio Carmona e Nuno Gomes da FFUL) que, com a sua playlist repleta de hits que crescemos a ouvir, animaram todos os estudantes.Durante a tarde de Domingo deu-se início à segunda parte da Plataforma Cientifica, tendo esta como base as Terapias Alternativas. Massagens e acupunctura foram as hipóteses providenciadas pela Dra. Sara Pereira para curar dores no corpo, insónias, entre outras.Para o derradeiro final o espaço escolhido foi a discoteca Babylone em Portimão. Celebrando-se a diversidade, cada estudante envergou a cor da sua Faculdade para a festa “ENEF Sensation”. A noite culminou na entrega dos Prémios ENEF de Miss, Mister e Faculdade.O ENEF é uma experiência enriquecedora e igualmente animada, uma oportunidade única de conhecer e conviver com estudantes de todo o País num ambiente descontraído de piscina e sol, com um invejável programa social. Participa!

Por | Rui Saldanha

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16 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Queima da SebentaNo dia em que os finalistas escolheram os estágios, puderam também queimar as sebentas daquelas cadeiras que, ao longo do curso, lhes deram mais dores de cabeça. Numa cerimónia simbólica, em que se deveria apenas queimar uma folha dessa sebenta, muitos foram os finalistas que optaram por queimar a sebenta inteira, tal era o amor que tinham por determinada cadeira. Houve ainda tempo para um pequeno brinde, para celebrar a cremação dos fantasmas do passado.

Imposição do GreloO já familiar calor do Anfiteatro F fazia-se sentir com mais intensidade neste dia tão marcante para os alunos do terceiro ano. Um a um, os Putos e Putisas receberam o Grelo que podem usar na Pasta da Praxe a partir da Semana do Caloiro do seu quarto ano. Esta insígnia simboliza o superar da licenciatura, marcando a passagem para a etapa de Mestrado.

Queima das FitasJá emocionados devido à Bênção das Fitas, que aconteceu na Alameda das Universidades, muitos finalistas iam chegando ao campus farmacêutico. Entre soluços e lágrimas que teimavam em travar as palavras, lá se ouviram discursos emocionados, enquanto a fita preta era queimada. Esta tinha escritas as más recordações vividas nestes cinco anos. No Auditório da faculdade, ouviram-se os discursos interrompidos pelo mau tempo, e sem demoras, quando o sol voltou a brilhar, as restantes fitas negras foram queimadas no exterior.

Queima do Grelo e Imposição da FitaMais uma vez se lançava fogo. Agora para queimar o grelo, prova de que se superou o quarto ano curricular, e que se aproxima a recta final. Um a um, os quartanistas subiram as escadas e queimaram a sua insígnia. Alguns disseram umas palavras de inspiração e motivação, nunca esquecendo as amizades, num ano que sempre provou a sua forte união.

Cerimónia do Traçar da CapaAs centenas de capas negras confundiam-se na noite do Arraial das Palmeiras. Esta foi a noite da tão esperada transição de Caloiro para Pastrano: a noite do Traçar da Capa. Um vídeo inesperado, mais uma surpresa dos nossos Caloiros, surgiu na parede do pavilhão F, e a emoção começou a instalar-se. Os caloiros, que orgulhosamente ostentavam a “marca” na testa, preparavam-se para o momento. De seguida, Foram dados os prémios de Melhor Corda à Farmácia dos Segredos (com segredos) e de melhor CascoPaper à equipa Pills’R’Us. A MNAP preparou ainda mais um prémio: o Caloiro do Testemunho, cuja função é passar o testemunho, um almofariz de madeira, ao caloiro que ganhar este prémio no ano seguinte. O contemplado com este prémio foi o, agora Semi-Puto, João Pedro Gonçalves, também conhecido como Bombeiro. Chegado o momento, os caloiros recitaram o juramento e ouviram os seus Padrinhos e Madrinhas a declamarem o seu próprio juramento. Lágrimas começaram a correr. De olhos postos no chão, os caloiros viram os sapatos dos seus padrinhos e madrinhas aproximarem-se, e sentiram a sua capa a ser traçada pela primeira vez. Aí sim, a emoção instalou-se e o dilúvio de lágrimas era tal que já contagiava os mais próximos. Passou-se mais um ano...

Por| João Bernardo

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O Espírito Académico é um motivo de orgulho para todos os estudantes que alguma vez o sentiram na FFUL. Porém, o Espírito não surge por geração espontânea entre os novos alunos da FFUL; é-lhes incutido, para que o possam difundir para as gerações vindouras. O Espírito Académico envolve assim diversos factores, sendo alguns destes a Praxe, os costumes da FFUL, e cerimónias de âmbito Académico. Para isso, desde 2007, que se forma uma equipa da Mui Nobre Academia de Pharmacia.No passado dia 10 de Setembro, em Assembleia Geral da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi aprovada a nova equipa da Mui Nobre Academia de Pharmacia, para o ano lectivo de 2012/2013. A presidir a equipa encontra-se Amadeu Mendes, como Dux Honoris, Catarina Morgado como Dux Veteranorum e Francisco Cabrita, como Dux Facultatis.Da nova equipa fazem parte os Quintanistas Alexandre Ramos, Catarina Salgueiro, Clara Ferreira, Diogo Almeida, Sara Cândido e Tiago Santos, pelos

Quartanistas Ana Margarida Tomé, Diogo Viana, Gonçalo Caldeira e Sara Torgal, e ainda pelos Putos Ana Rita Santos, André Reis, Diogo Piedade, Maria Mariano, Rute Henriques e Teresa Dominguez. Com este grupo, pretende-se assim que a Mui Nobre Academia de Pharmacia seja uma equipa coesa, organizada e respeitada, nas suas funções como entidade máxima na regulação da Praxe, impondo o Código de Praxe, sem nunca esquecer de implementar a melhor forma de integração para os novos alunos. A Mui Nobre Academia de Pharmacia tem também como um dos seus propósitos fundamentais o envolvimento de todas as hierarquias de praxe nas actividades da mesma, tendo sempre em conta os limites de cada uma das hierarquias no Código de Praxe.Ao longo deste ano lectivo, um dos nossos objectivos mais cruciais é que se faça sentir ao máximo o Espírito Académico que tanto define a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e que possa ecoar ao longo dos tempos.

Por | Mui N

obre Academ

ia de Pharmacia

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20 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Ser candidata d’A Feminina começa por ser um grande desafio. Exige força de vontade porque saímos da nossa zona de conforto e entramos num grupo em que todas as pessoas se conhecem e tu quase não conheces ninguém… Mas quando nos integramos, tudo muda! Ainda nos lembramos dos nossos primeiros ensaios. Apesar de chegarmos com motivações distintas e em dias diferentes, ambas vimos algo em comum: um grande grupo de Femininas que queriam a nossa participação naquele ensaio e que rapidamente nos deram a aprender as diferentes vozes, os simples passos, as grandes letras. E claro que, depois dos nossos primeiros ensaios, os segundos e terceiros não tardaram! E foi assim que tudo começou!Ser candidata d’A Feminina é exigente mas totalmente recompensador. Aprendemos e mudamos em muitos aspectos. Aprende-se a ser proactiva, a lidar com muita gente completamente diferente, a adaptarmo-nos a situações que talvez não nos deixam muito confortáveis ao início, a dizer “sim!” e a dizer “não!” e a ouvir “não!”. Aprende-se que “não consigo!” é uma expressão que não entra no nosso dicionário, aprendemos a lutar pelo que queremos, a darmo-nos a conhecer a pessoas completamente desconhecidas, a lidar com a pressão e com os nervos, a respeitar as pessoas, a saber qual o momento de falar e o momento de não o fazer. Aprende-se que tudo aquilo que fazemos nunca é o suficiente e que se pode sempre ir muito mais além…. E acaba-se por descobrir que temos capacidades que nunca imaginámos e que há sempre algo que nos torna únicas e nos destaca.

Temos excelentes recordações dos momentos em que usávamos as nossas meias roxas e do orgulho que sentíamos! Todas as actuações, noites de tunas, festivais, retiros e tournées têm grandes histórias para contar! Enquanto candidata, a vida é dura, não é só copos e convívio como muitos pensam. Temos que aprender vozes e um instrumento, carregar todos os instrumentos, fazer isto ou aquilo em 10 segundos e, claro, as praxes das nossas veteranas. Sim, porque vida de candidata não fica completa sem a habitual praxe. Somos constantemente postas à prova e temos de puxar pela nossa capacidade física e também psicológica. A palavra “já” reina constantemente.Mas deixem que vos digamos que aquilo que se adquire de uma forma exemplar é sem dúvida o grande espirito académico, o sentimento de união e o querer levar sempre mais alto o nome da nossa faculdade.Sabemos que apenas compreendem realmente o que dizemos quem já passou pela Feminina e passou por todas estas experiências com que tanto crescemos e aprendemos. Mas, no entanto, todo o esforço e dedicação de ir a todos os ensaios, actuações, festivais, compensa de facto. Passámos de candidatas a caloiras, deixámos a nossa roxa e temos agora a nossa escadinha na lapela. Porque quando damos tudo de nós, somos reconhecidas por isso. Se quiseres, tira as tuas próprias conclusões e vem a um ensaio, aparecendo no Espaço Farmacêutico, todas as terças e quintas-feiras às 18h. Porque “Uma vez Feminina, Feminina até ao fim!”, e ser uma Feminina faz toda a diferença.

ser candidata d’a feminina

Por | Inês Monteiro e Regina Grilo

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pharmacevtica 61 | Novembro 2012 21

Convido-o, então, caro Leitor, a conhecer um pouco sobre o que é “ser da Tuna”. Um bonito conceito, que se aprende, que evolui e quando se lhe toma o gosto, é das melhores sensações que um estudante pode imaginar.Ser da tuna… Pode não parecer, porém são palavras com imenso significado. Uma frase ao alcance de poucos. Uma frase que acarreta consigo não só deveres, não só direitos, mas muito mais, algo que não é possível de ser expresso nem transposto em palavras. Como explicar então?Queria chamar-lhe um privilégio, uma honra, um prazer; mas ser da Tuna é tudo isso e muito mais… É difícil passar para o papel tudo aquilo que se sente, que se vive, que se ama quando se é da TAFUL. Considero uma história única, intensa, divertida, apaixonante. História essa ainda sem um fim, uma experiência que se prolonga, e espero eu, que se prolongue, por longos e duradoiros anos. Por mais longa que tenda a ser, acho que será sempre um facto, que me será difícil retribuir tudo aquilo que a TAFUL já fez por

onde a língua portuguesa Falha, a tuna aCresCenta!

Por | Cláudio Carmona

Fui convidado a falar sobre a “experiência de entrada na tuna”, influências na minha vida, relação no seio da faculdade, e por aí diante… Confesso, não sou capaz… Seria insultuoso trocar toda uma longa jornada de copos e folia, uma aventura de guitarradas e magia, uma bela história de amor entre TAFUL e Cláudio Carmona por uma página Word, letra Arial 12 com espaçamento normal. Não pelo tema em si, mas porque precisaria de uma outra liberdade criativa e de muito mais tinta e papel.

mim. Reconheço que ser da tuna é crescer, ser da tuna é aprender, acho que é justo dizer que já não vivo sem a TAFUL.Poderia servir-vos, caro leitor, um prato de como efectivamente a tuna é um espaço de amigos, de como ajuda numa melhor integração na faculdade e até mesmo na própria vida académica, de como é uma família e dissertar como foi este ou aquele festival. Mas isso é somente o prato enfadonho de que todos se podem servir. O verdadeiro sabor da Tuna está em fazer parte desta, saborear cada festival, cada actuação, cada brinde… Uma tuna que se inspira e apruma não só ao tempero dos melhores “chefs” e cozinheiros, ou deverei dizer, “Magisters” e Veteranos, mas também com uma tremenda contribuição de Caloiros e Afins, que são, em boa verdade, o duro núcleo da tuna, pois são inevitavelmente, o futuro.Dizer que a TAFUL é uma família seria escasso… Penso que a língua de Camões ainda não arranjou uma palavra que consiga descrever o que é uma casa, uma instituição, uma escola, uma família, um amor. Contudo, onde a Língua Portuguesa falha, a Tuna acrescenta… Longos dicionários esses de Língua Portuguesa, com milhões de palavras, e outros tantos significados. No entanto, para mim, em todos eles há em falta uma palavra – TAFUL.

Um obrigado a todos os que me ensinaram o sentido da palavra TAFUL, bem como a todos os que participam nesta magnífica jornada que é “ser da Tuna”. Por fim, um Muito Obrigado António Valério, Mário “Simba” Santos, João “Ferrão” Eira.

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22 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

17 a 20 de Abril. Estão assim de parabéns, tal como a equipa de Futsal Masculino que conseguiu o 8º lugar no Campeonato Regional 2ª Divisão ADESL.Em representação da UL, a “nossa” Sofia Costa sagrou-se Vice-campeã Nacional de Voleibol de praia numa dupla com a estudante de erasmus de Medicina Petra Gluckseligová. Parabéns Sofia!Quem quiser saber mais sobre os treinos e as equipas, pode enviar um mail para [email protected].

desporto por Cá

Por | Departamento Desportivo - AEFFUL

Porque não só de copos e sebentas é feita a FFUL, fale-se também de desporto, que faz bem tanto ao corpo como à mente. A nossa faculdade apresenta três equipas próprias: de Futsal Feminino, formada recentemente, Futsal Masculino e Voleibol Feminino (equipa conjunta com a FML), que estão sempre prontas a receber quem a elas se quiser juntar, nos seus respectivos treinos. Ainda da época 2011/2012, a equipa de Voleibol Feminino, que compete na 1ª Divisão do Campeonato Regional ADESL, alcançou o 5º lugar no Campeonato Nacional Universitário, que se realizou em Braga de

Por | Núcleo de Acção Social

Envolve-te no mundo à tua volta! É o que o Núcleo de Acção Social te propõe. Desde o início de 2012 que o NAS, juntamente com os alunos, professores e funcionários da FFUL, abraçou este desafio. Foram desenvolvidas várias atividades dentro da faculdade, como a recolha de papel para o Banco Alimentar e a angariação de livros para a construção de uma biblioteca na Guiné-Bissau: os imensos sacos de papel recolhidos e os 102 livros que recebemos encheram de alegria muitas pessoas, que puderam desfrutar da vossa solidariedade.Esse espírito chegou também ao Algarve e à Farmo de Verão, com a doação dos alimentos que sobraram à

associação Unir, de Loulé. Para além disso, iniciámos um novo projeto intitulado “Mais InterativIDADE”: partimos em direcção ao Lar Inválidos do Comércio, onde demos alguns conselhos a idosos e funcionários acerca da medicação, num ambiente de muita música e diversão. Este ano, o NAS quer continuar a caminhar em direcção aos outros com a tua ajuda. Fica atento à nossa página do facebook, lê todas as novidades sobre voluntariado e acção social na NASletter, envia as tuas propostas e ideias para [email protected] e deixa-te envolver!

núCleo de aCção soCIal

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Quando o gosto pela fotografia e pelo mundo da imagem, se cruzam com o espírito académico, o Núcleo de Fotografia da AEFFUL encontra a sua missão: tornar imortais os momentos passados junto daqueles que fazem dos anos de estudante, os melhores das nossas vidas. Para além de todos os eventos sociais que preenchem a vida de qualquer FFULiano, o Núcleo de Fotografia marca também presença nas restantes actividades proporcionadas pela AEFFUL, com o objectivo de mostrar aos estudantes o que acontece na sua instituição, fomentando o seu interesse, envolvimento e participação.

Por | Inês Reis, Irma Gomes, Margarida Costa, Maria Mariano, Miguel Cavaco e Ricardo Pouca-Roupa

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24 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

A 6ª edição do Purple Sessions realizou-se nos dias 9 e 16 de Maio no Be Bairro Alto.No primeiro dia, tivemos como júri convidado Carolina Torres, ex-concorrente dos Ídolos e apresentadora do Curto Circuito e Bruno Cantanhede, guitarrista dos Born a Lion. Pouco passava da hora marcada quando sobem ao palco os El Coyote. Oriundos da Maia, vieram-nos apresentar o seu “Coyote” blues rock à antiga. Seguiram-se os Elektra Zagreb, conhecidos de quem esteve presente no Café Concerto do passado semestre, que com uma sonoridade entre o noise pop e o indie rock não deixaram ninguém indiferente. Por fim os Grafite, rock cantado em Português, a fazer lembrar os Radiohead. No segundo dia, de casa bem composta, foi altura de receber “a banda da casa”, os Da Bongo, que com a sua música à Xutos & Pontapés e letras imprevisíveis deram o espectáculo que lhes garantiu

o segundo lugar. Seguiram-se os Gessicatrip, com um rock energético, que mostrou a raça destes artistas.O encerramento do Purple Sessions 2012 ficou ao cargo do Hello Atlantic que, já indo longa a noite, acabou por conquistar todos os resistentes. Com a sua guitarra acústica e voz cativante, sempre acompanhados de um sorriso na cara, levou para casa o primeiro prémio da 6ª edição das Purple Sessions. O seu último álbum, “Slob Of The Kitchen Sea”, está disponível para download gratuito, pela Optimus Discos. Um agradecimento à casa que nos acolheu este ano, Be.BA, a todas as bandas seleccionadas, a todas as que enviaram maquetes e um agradecimento especial a todos os que assistiram a esta magnífica edição das Purple Sessions. O nosso muito obrigado.

Por | Joana Vieira

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Por | Joana Vieira

O Núcleo Redactorial da Pharmacevtica (NRP) acompanhado pelo Presidente da Direcção da AEFFUL, Nuno Cardoso (NC), abordou a nova directora, a Professora Doutora Matilde Castro (MC), numa conversa informal com o intuito de descobrir um pouco mais sobre os seus objectivos, ideias, desejos e acerca dos seus planos para este projecto que agora abraça.

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26 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

NRP: Após a sua formação académica direccionou-se para a docência. Sempre sentiu uma vocação natural para ensinar? Tornar-se Professora Catedrática era um projecto de vida ou aconteceu naturalmente?

Matilde Castro (MC): Desde miúda, que quando me perguntavam o que queria ser, eu queria ser professora! Lembro-me perfeitamente de brincar com bonecas e de ser a sua professora. O gosto por ensinar nasceu comigo. É extremamente estimulante para qualquer professor estar perante um auditório e, passado uma hora ou hora e meia, ter a percepção de que se conseguiu passar a mensagem para o outro lado! Hoje uma das minhas tristezas é ter a minha actividade resumida a papéis e reuniões e, por essa razão, o ensino ficar reduzido a uma acção colateral, com excepção para algumas aulas teóricas. Não tenho capacidade, nem tempo para me dedicar

Por | André Reis

ao Ensino como gostaria e tenho muita pena. Mas devo dizer-lhe que, apesar de leccionar há 36 anos, hoje ainda não consigo enfrentar um anfiteatro repleto de alunos completamente à vontade!

Nuno Cardoso (NC): Pode-se dizer que se apaixonou pela FFUL?

MC: Completamente apaixonada! Embora haja alunos que tenham dúvidas quanto ao que o MICF lhes ensina para poderem vir a desempenhar uma determinada actividade profissional e, muitas vezes, consideramos que os alunos não estudam o que deveriam, o facto é que sou da opinião que o MICF dá uma excelente formação aos nossos alunos. Isso é notório quando se compara a sua formação com a de outros alunos oriundos de várias instituições de ensino. Nesse momento é que temos a verdadeira percepção da qualidade da sua formação e isso dá-me um enorme gosto! Acho que a FFUL confere uma formação académica extremamente importante e pela sua pluridisciplinaridade acaba por dar aos alunos um leque diversificado de saídas para o mundo profissional. Qualquer que seja a área a que se dediquem, têm formação básica suficiente para singrar! Temos exemplos disso em todas as áreas da profissão farmacêutica!

NRP: Na sua opinião, qual o papel da AEFFUL?

MC: A Associação dos Estudantes tem tido, ao longo dos anos, um papel de extrema importância na Faculdade! Não só porque ser um Órgão que, em consonância com os Órgãos de Gestão da Faculdade, tem orientado a sua acção de uma forma convergente (como se costuma dizer, “puxam” para o mesmo lado), como também por ser um polo aglutinador dos interesses dos alunos. Organizam ainda múltiplas acções que estabelecem uma ligação do aluno à temática profissional. Nesse aspeto penso que, organizados pela AEFFUL, têm existido eventos que, no seu conjunto, são de uma enorme relevância a nível profissional e mesmo a nível científico.

“Hoje uma das minhas tristezas é ter a minha actividade resumida a papéis e reuniões e, por essa razão, o ensino ficar reduzido a uma acção colateral, com excepção para algumas aulas teóricas. “

“Qualquer que seja a área a que se dediquem, têm formação básica suficiente para singrar! Temos exemplos disso em todas as áreas da profissão farmacêutica!“

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NC: Conseguiria descrever a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em duas ou três palavras?

MC: É complicado! Não 3 palavras, mas três ideias: competência; especialização na área do medicamento; aposta na área de investigação. Por vezes, nós próprios subvalorizamos o papel que desempenhamos na área do medicamento! Acho que somos extremamente competentes nas várias áreas de actividade profissional, mas a nossa imagem de marca, o nosso focus e especialização é o medicamento em todo o seu percurso! Temos, igualmente, vindo a desempenhar um papel muito importante, a nível nacional e internacional, através da investigação científica que se faz nesta casa. Estamos nesta altura, comparativamente a outras Faculdades da Universidade de Lisboa, colocados numa posição distinta em termos da produção científica.

NC: Quais suas motivações e preocupações ao ocupar o lugar de direcção da FFUL?

MC: Neste momento as minhas maiores preocupações são, sem dúvida, as de ordem financeira da instituição e a garantia do seu funcionamento regular que, nesta altura, tenho dificuldade em afirmar que estará completamente assegurado! Os cortes orçamentais que temos tido e que vamos, com certeza, continuar a ter no orçamento de 2013 conduzem a uma situação muito complicada, a que fiz referência na sessão pública de apresentação do meu programa. É necessário que a Escola tenha a ideia real da dificuldade financeira que estamos a atravessar. Todos vamos ter que aprender a viver com menos dinheiro, todos vamos ter que poupar, fazer opções e restrições!Motivações tenho muitas! Gostava de fazer muita coisa, tal como referi no meu programa de candidatura. Penso que muitas das acções previstas nos projectariam dentro e fora do País. Contudo, se vou ter condições para o fazer, na actual conjuntura estrutural e política, não tenho a certeza! Vou ter algo que poderá ser muito mobilizador, o processo da fusão da UL com a UTL. Se efectivamente for para a frente temos que, por um lado, aprender a viver numa nova Universidade, muito maior em dimensão e com um funcionamento diferente mas, sobretudo, teremos que nos afirmar nessa nova Universidade! Iremos ombrear com outras Faculdades da área da Saúde e temos que ser fortemente competentes

“Acho que somos extremamente competentes nas várias áreas de actividade profissional, mas a nossa imagem de marca, o nosso focus e especialização é o medicamento em todo o seu percurso!“

“Neste momento as minhas maiores preocupações são, sem dúvida, as de ordem financeira da instituição e a garantia do seu funcionamento regular que, nesta altura, tenho dificuldade em afirmar que estará completamente assegurado!“

“Iremos ombrear com outras Faculdades da área da Saúde e temos que ser fortemente competentes para podermos afirmar a nossa imagem e a nossa posição nessa Universidade.“

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para podermos afirmar a nossa imagem e a nossa posição nessa Universidade. Acho que é desafiante ter a Direcção da Faculdade numa altura destas, embora possa também ser uma grande dor de cabeça!

NRP: No que toca à fusão UL-UTL, pensa que a faculdade corre o risco de perder força e impacto bem como toda a sua autonomia e conceito?

MC: Eu penso que não! Nesta primeira fase foi garantida a autonomia de todas as unidades orgânicas, quer as que faziam parte da Universidade de Lisboa, quer as da Universidade Técnica. É evidente que esta fusão vai ter várias fases, vai ser um processo dinâmico. Não acredito que se vão fundir duas Universidades e ficar tudo igual. No meu entender, a fusão vai caminhar no sentido de haver uma gestão de recursos materiais e humanos, como também de instalações. O caminho percorre-se caminhando… Seremos uma das grandes Universidades nacionais, ficando com mais de quarenta mil alunos, o que nos coloca num outro patamar, muito relevante a nível pedagógico e científico! Penso que vamos construir algo diferente, algo novo. Nós temos uma determinada identidade, que mais nenhuma unidade orgânica na nova Universidade tem. E temos que lutar por a garantirmos. Não prevejo que seja tudo um mar de rosas! Mas se todos nós interiorizarmos que temos força e qualidade para nos afirmarmos na nossa

“Seremos uma das grandes Universidades nacionais, ficando com mais de quarenta mil alunos, o que nos coloca num outro patamar, muito relevante a nível pedagógico e científico!“

área, que somos importantes no contexto da Saúde, que somos competentes a nível profissional e que temos projecção internacional a nível científico, faremos um esforço para desempenhar um papel construtivo e diferenciador na nova Universidade de Lisboa. O nosso papel é afirmarmo-nos e destacarmo-nos pela Qualidade e Competência estudantis e profissionais.

NRP: Na sua opinião, qual será a importância da AEFFUL no funcionamento da FFUL e, inevitavelmente, na formação pessoal e profissional dos estudantes?

MC: O papel da Associação tem sido importantíssimo nestes últimos anos. Por exemplo, na altura da implementação do Processo de Bolonha tivemos que lidar com três planos curriculares sucessivos em dois anos e a Associação forneceu uma enorme contribuição para a resolução dos problemas. Espero que a Associação continue a ser um elo de ligação que proporcione uma boa articulação entre alunos, Órgãos de Gestão, corpo docente e funcionários, ou seja, com a instituição no seu todo. Relativamente à formação dos alunos, a Associação tem um papel de enorme relevância porque, como nós sabemos, os planos curriculares não comportam todas as matérias que muitos alunos gostariam de ver abordadas. Neste aspecto a contribuição da associação tem sido uma mais-valia, com várias acções de formação que têm permitido trazer a debate individualidades de notável craveira científica, pedagógica e profissional, abordando e desenvolvendo temáticas importantes no relacionamento com o mundo profissional e científico. A Associação marca pela complementaridade. É assim que eu a vejo e espero continuar a ver!

“Relativamente à formação dos alunos, a Associação tem um papel de enorme relevância porque, como nós sabemos, os planos curriculares não comportam todas as matérias que muitos alunos gostariam de ver abordadas. “

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PERFIL PROFESSORA DOUTORA

MATILDE FONSECA E CASTRO

Matilde da Luz dos Santos Duque da Fonseca e Castro, nascida a 24 de Novembro de 1954 é Doutorada na especialidade Química Farmacêutica e Professora Catedrática na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Licenciada em Farmácia pela FFUL, iniciou a sua actividade académica como assistente em 1977, assumindo, a par da docência e a partir de 1979, diversos cargos nos Órgãos de Gestão da Faculdade. Tendo presidido ao Conselho Pedagógico e posteriormente ao Conselho Científico, tornou-se em 2011 Vice-Directora e, em 2012, ascendeu ao Cargo de Directora da FFUL.Com um papel preponderante na Investigação Científica feita na faculdade é, desde 2008, Responsável do Grupo de Investigação Chemical Biology and Toxicology inserido no Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences (iMed-UL).A par da sua carreira académica, integrou vários organismos da Ordem dos Farmacêuticos, nomeadamente o Conselho Nacional do Ensino e Educação Farmacêutica, a Equipa de Acreditação das Licenciaturas em Ciências Farmacêuticas e o Grupo Profissional de Análises Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas.

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“As farmácias têm estado a ser devastadas pelas medidas do Governo, reduzindo preços e margens dos medicamentos sem fazer contas.”

João Cordeiro, Presidente da ANF, in SOL

“É preciso que a obsessão pelos resultados financeiros e orçamentais não se torne devastadora. Por isso mesmo, em nome da OF, tenho recomendado mais gradualismo na redução da despesa pública com medicamentos e com análises clínicas.”

Carlos Maurício Barbosa, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, in ordemfarmaceuticos.pt

“A minha contribuição mais importante, se calhar, foi a visibilidade de Portugal na cena internacional na área do medicamento. E ter conseguido manter esta faculdade [FFUL] numa fase de afirmação e de crescimento.”

José Guimarães Morais, ex-Director da FFUL, in nerfarma.pt

“Uma economia baseada no conhecimento e na inovação é uma prioridade de qualquer País.”

Paulo Macedo, Ministro da Saúde, in Assembleia da República, 16 de Setembro

“As empresas [farmacêuticas] têm que encontrar uma forma diferente da que usaram até agora para conseguir um quadro mais estável, embora não dependa integralmente delas.”

Pedro Pita Barros, Professor de Economia, in momentoseconomicos.wordpress.com

“Os futuros farmacêuticos estão apreensivos, mas também o estão os outros jovens deste país. A incerteza quanto ao seu futuro está hoje cada vez mais presente, fazendo-os até questionar o seu passado. Porque todo o país está de luto. Não por aquilo que deixámos de ser, mas por aquilo em que nos querem transformar.”

Ema Paulino, Vogal da ANF, in i

“Em todas as zonas geográficas há farmácias a enfrentar dificuldades, não sendo este um problema localizado ou restrito a uma área geográfica em particular.”

“Economia da Farmácia e Acesso ao Medicamento”, Estudo da Nova School of Business & Economics

“Os estudantes são parte integrante do futuro de qualquer profissão. Esta é uma realidade demasiado importante para não ser tida em conta e é por esta razão que não nos é permitido, enquanto jovens da actual sociedade e profissionais de um futuro próximo, deixar que o nosso amanhã se desvaneça.”

Teresa Torres, Presidente da Direcção da APEF, in farmaciadeluto.pt

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Fecha os olhos por instantes. Imagina o horizonte de uma cidade, delineado por mesquitas imponentes, com os seus altos minaretes a apontar para o céu e as ruas cheias de gente. Deixa-te envolver pelo ambiente religioso da cidade onde o islamismo não é o fanatismo que se vê na televisão, mas uma forma de estar hospitaleira, vivida no dia-a-dia ao som do chamamento à oração. Isso é Istambul, e este foi o cenário onde decorreu o 35º Congresso Anual da EPSA (European Pharmacy Students Asssociation).Sob o tema “Futuro de Farmácia: Terapias Inovadoras e Soluções”, este congresso focou os novos desenvolvimentos na profissão farmacêutica, desde perspectivas de evolução de carreira em diferentes empresas a formas de tratamento na relação utente-farmacêutico, permitindo ainda o aperfeiçoamento das soft-skills abordados nos diversos workshops propostos. E se por momentos achássemos que o que andamos a estudar não tem resultados reais, houve um fantástico e pessoal testemunho de uma senhora, que ultrapassou um problema oncológico, que descreveu o quão importante foi o seu farmacêutico no processo de recuperação, pela atenção que lhe dispensava e o cuidado especial que tinha com ela.Mas fora experiências curriculares, o EPSA Spirit

estende-se para lá das paredes do auditório! Ainda me lembro das interessantes conversas que tive com estudantes com perspectivas diferentes da minha (nos coffee breaks sempre regados a chá), daquelas danças na Noite Turca ou das gargalhadas mais “descontraídas” na Noite Internacional… É nessas noites que se formam e cimentam laços de amizade, entre música – mais ou menos típica – e pessoas de vários pontos da Europa.A “comitiva portuguesa” (que ficou conhecida como o grupo de Wally’s numa das noites) chegou à antiga Constantinopola dias antes do congresso e pudémos explorar Istambul e um pouco da Ásia… Mesquita Azul, Hagia Sofia, os bazares, Cisterna da Basílica, Torre Gálata, tudo foi visto, revisto e fotografado. Houve ainda tempo para um passeio de barco pelo Bósforo, para umas idas ao Bazaar no entanto, a nossa experiência de Istambul não ficou por aí. Istambul foi visitada e vivida até à exaustão, mas parece que as tardes e noites não foram suficientes e que o convívio foi interrompido.Deixo-vos um conselho: queres viver algo novo ou simplesmente diferente dos Congressos a que já estás habituado? Então fica atento, porque em Abril será o 36º Congresso Anual, na Catânia, Itália. Arrisca numa experiência nova, inscreve-te e, quem sabe, para o ano, não serás o próximo a contar a tua experiência!

Por | Teresa Dominguez

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34 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Por | Ana Rita Santos

Éramos 16 portugueses a iniciar a sua aventura, uns a 30 outros a 31 de Julho. O destino era o mesmo - 58th IPSF World Congress Hurghada Egypt. Aterrámos no aeroporto do Cairo à uma da manhã, com uns escaldantes 39 graus e imensa humidade. A diferença de culturas tornou-se, desde logo, notória. Um contraste entre mulheres completamente tapadas, mulheres a quem a tradição dita que escondam a sua face por detrás de uma burca, e nós, com um estilo tipicamente ocidental, a destoar daqueles costumes. Os homens, agressivos, não se inibiam de admirar este novo estilo. Enquanto uns exibiam olhares reprovadores, outros olhavam fixamente as pernas ocidentais, como se de um monumento se tratasse. A mudança de terminal no aeroporto do Cairo foi uma autêntica aventura, com os homens a puxarem-nos para táxis, informações completamente erradas e uma falta de orientação geral totalmente assustadora. Finalmente, a chegada a Hurghada foi algo completamente diferente! A sensação de aterrar no meio do deserto sem nada à volta, sair do avião e depararmo-nos com 43 graus, sem uma brisa de ar… Arrebatador!E assim começou o primeiro de 10 maravilhosos dias, passados na companhia de muitas pessoas, culturas e costumes diferentes. Durante todo este tempo tivemos oportunidade de conhecer melhor o IPSF, os seus participantes e Official Dellegates. Foram duas semanas que, sendo passadas no Egipto, nos deram a sensação de conhecermos todo o mundo. Todos os dias se conheciam novas pessoas e novos costumes, visões sobre a vida e modos de estar nesta.

O que me faz olhar para trás e recordar com um sorriso são as inúmeras horas passadas em Assembleia Geral a discutir o futuro farmacêutico. Um lugar em que, quando as coisas ficavam mais complicadas, bastava um jogo ridículo para nos fazer rir. Todos os trainings, as festas completamente malucas ou as festas mais calmas acabavam sempre da mesma forma, numa piscina a 26ºC ou no mar Vermelho sob o luar. A recordação de uma excursão que começou em jipes de safari a subir e descer dunas sem ter uma direcção, acabar numa pequena aldeia a ver fazer o seu pão tradicional e montar camelos aparentemente sem destino à vista. Andarmos perdidos durante a noite no meio de Hurghada sem rumo, e finalizar o congresso a visitar a cidade do Cairo, vendo pirâmides e esfinges.Foram 10 dias cheios de IPSF spirit! O Egipto ficou no mesmo sítio, mas a memória do congresso ficam sempre connosco, e como as despedidas nunca são um adeus….See you in Utrecht, Netherlands!

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pharmacevtica 61 | Novembro 2012 35

sep | FarmáCIa sem FronteIras

12 Janeiro 2012:Dear Student, CPSA, Czech Republic has reserved your SEP application.E agora? Em plena época de exames, preparar uma viagem de 21 dias para o centro da Europa? A ideia pareceu-me de loucos. Tanto melhor!Aterrei em Praga, 7 horas depois, 2 aviões depois, com menos 32 graus do que em Portugal. Decerto não estava preparada para tal amplitude, com um mero casaquito de penas, que outrora me parecera inapropriado para qualquer utilização que pensasse dar-lhe…Um clima de enregelar, uma língua estranha e uma gastronomia de fazer as delícias de qualquer um! Juntando a hospitalidade dos estudantes checos, que se mostraram sempre disponíveis, tudo isto

Por | Ana Duarte

transformou estes dias numa experiência magnífica.As farmácias comunitárias, pequenas, antigas, estavam repletas de chás e produtos naturais, sendo estes os produtos com maior êxito entre os Checos. Os manuscritos aparentemente antigos, presentes em todo o lado, (que não são mais que meras prescrições médicas), fizeram-me recuar no tempo, de volta às farmácias portuguesas dos anos 80. A maior diferença, e a que mais estranheza me causou, foi a quantidade de manipulados consumidos. Pode-se mesmo dizer que, a par dos produtos naturais, os manipulados são preferidos em detrimento dos medicamentos manufacturados em grandes laboratórios. Desde os unguentos às cápsulas, sem esquecer as soluções de lavagem oftálmica!

SEP

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36 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

encontrar uma casa, e como não falava, naquela época, nada de português, deu-me muitos problemas...Mas com ajuda de uma menina italiana que trabalha em Lisboa encontrei um quarto numa casa na zona do Intendente. Queria escrever duas palavras para esta zona: todos o portugueses pensam que aquela não é uma boa zona... Eu depois de um ano, posso dizer que para mim era uma das melhores, uma zona multicultural com boas pessoas, perto do centro e com tradições!Quando cheguei à faculdade vi uma faculdade um pouco envelhecida mas com muito espaço para ficar a falar com as pessoas e conviver um pouco. Gostei muito da minha responsável de Erasmus, a Dra. Clementina, da Dona Nini e da Dona Marília. Com os colegas, foi um pouco mais difícil conseguir uma pequena amizade no inicio, mas depois tornou-se mais fácil.Estando atento às pessoas portuguesas a falar entre si que percebi que a cultura deste povo era muito diferente do que eu estava habituado.Ao fim de alguns dias comecei a falar com uma, duas, três pessoas... Depois de um ano não sei quantas pessoas conheci, não importa se estive muito tempo com eles, aquilo que importa é que muitos destes ficarão para toda a vida no meu coração.Foi uma experiência magnífica! Não me vou esquecer da cidade e das pessoas. Espero um dia voltar, porque Lisboa irá sempre ser parte de mim.

Por | Angelo Collura

A primeira coisa importante que quero explicar da minha experiência em Lisboa é: O que é o Erasmus?Erasmus é só uma palavra e não consigo explicar o humor, os sentimentos, as emoções e muitos outros que confortam uma pessoa que parte da sua terra para descobrir novas tradições, novas culturas e acima de tudo novas pessoas.No meu primeiro dia em Lisboa foi claro que esta era uma cidade muito diferente da minha, ou seja, ao primeiro impacto gostei muito da calma, das cores e da limpeza, da organização dos transportes... Gostei! A cidade parecia muito hospitaleira e apesar de ser uma capital é muito confortável... Mas depois de dois dias, o primeiro problema foi alugar um quarto. Aqui faltava alguma coisa porque ninguém me ajudou a

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pharmacevtica 61 | Novembro 2012 37

Por | Ricardo Pouca-Roupa

Foi no passado dia 17 de Setembro que a Faculdade de Farmácia viu tomar posse, uma nova Directora. Numa cerimónia bastante breve, que reuniu docentes, investigadores, não-docentes e alunos na Reitoria da Universidade de Lisboa, a Professora Doutora Matilde de Castro foi proclamada Directora da FFUL pelo Magnânimo Reitor António Sampaio da Nóvoa.Mas assumir este cargo não é algo que se faça do dia para a noite. São necessários vários procedimentos de ponderação, apresentação e avaliação. Todo este processo começa com o anúncio público da abertura de candidaturas, publicado em dois jornais de renome nacional, bem como no portal da Faculdade. Após a recepção das mesmas, a Assembleia verifica as condições de elegibilidade e os requisitos necessários às candidaturas, deliberando e tornando pública a sua admissão ou exclusão.Posteriormente é marcada uma Audição Pública aos candidatos aceites pela Assembleia. Deste modo, cada candidato terá a possibilidade de apresentar o seu Curriculum Vitae e discutir o seu plano de acção/ opções estratégicas, sendo que, após 15 minutos de exposição, serão feitas algumas questões pelos membros da Assembleia. Ouvidos os candidatos, a Assembleia da FFUL decide, por votação secreta, quem será o novo Director da Faculdade.Apesar de ser um processo que pode, à partida, não parecer envolver os estudantes, nós temos sempre

uma palavra a dizer. É importante informarmo-nos, interessarmo-nos e questionarmo-nos sobre algo que irá influenciar a nossa vida estudantil e o nosso futuro como farmacêuticos.Para mais informações não deixem de consultar o website da faculdade: www.ff.ul.pt

o Começo de um noVo CIClo

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38 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Por | João Roma

Como resposta à necessidade de modernização do Ensino Superior e adaptação aos desafios atualmente colocados ao Sector Farmacêutico, admite-se a necessidade de uma nova reformulação do MICF que passará, inevitavelmente pela sua adaptação a um mercado de trabalho em mutação.Abordando o assunto através da definição do campo de acção das Universidades, descobrimos que o que as distingue do âmbito dos Institutos Politécnicos é o facto de privilegiarem a transmissão e, principalmente, a demanda pelo conhecimento técnico-científico, como fim em si mesmo e como resposta às necessidades da sua aplicação na Sociedade. Entretanto, os Politécnicos preconizam a transmissão do conhecimento pré-construído, num ambiente altamente profissionalizante virado para o meio socioeconómico envolvente.Não é, assim, de estranhar que, amplamente referido como uma das bandeiras que as faculdades devem hastear quando a formação de excelência não garante aos seus formandos a empregabilidade, o estreitamento do seu contacto com o mercado de trabalho se nos apresente como um conceito moderadamente explorado e tão-pouco concretizado.Testemunhos de recém-mestres caracterizam a sua formação como multidisciplinar e de campo alargado mas com lacunas na especialização que lhes permita uma maior competitividade nas diversas áreas que o mestrado aborda. Com a redução da

procura, pede-se ao farmacêutico que ambicione o sucesso profissional que seja não apenas o produto mas o criador de inovação e mais-valias para o empregador.Deste modo, torna-se necessário que, ao longo do curso, o estudante ganhe noções concretas das necessidades práticas da aplicação do conhecimento. Não apenas aquele que recebeu, mas o que virá a receber, permitindo-lhe assumir um papel activo na sua formação, através das suas opções e prática das suas capacidades inovadoras. Como hipótese de antecipação da componente prática do ensino in situ surgem então os estágios intercalares, durante o 1º ciclo de estudos. Tomando como referência faculdades longínquas como a Faculdade de Farmácia da Universidade de Helsínquia ou tão próximos como a faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, é possível modelar tais ideias à realidade de cada faculdade. Na FFUL, os numerus clausus dificultam a tarefa de distribuição dos alunos pelas farmácias de Lisboa, bem como por outros locais de trabalho incluídos nas diferentes áreas de actividade do sector. A solução do problema, no caso das farmácias, poderá passar pela inclusão da recepção de um colega do 1º ciclo pelos estagiários do último ano. Quanto às outras áreas, o esforço pela procura deste tipo de experiência poderá passar pela faculdade e, autonomamente, pelos alunos que quiserem completar o seu leque de perspectivas. De qualquer modo, não se prevê dispensável uma creditação do estágio observacional, que responsabilize o estudante para o aproveitamento do mesmo.Espera-se entretanto o resultado dos trabalhos a realizar pela Comissão de Avaliação do Plano Curricular do MICF, formada e coordenada pela APEF, ao que se seguirá uma análise e discussão no âmbito das faculdades.

Estágios intErcalarEs:

aproximação ao mErcado dE trabalho

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13 de Outubro. Campo Pequeno. 15h.Num misto de emoção, indignação e vontade de mudança, o Sector Farmacêutico uniu-se para uma Reunião Magna da Farmácia, convocada pela Associação Nacional das Farmácias sob o título “Farmácia de Luto”.Assistimos, hoje em dia, a um descrédito do valor da Farmácia de Oficina, não só pelas circunstâncias inerentes à mesma, mas também por valores e ideais políticos que têm tornado esta área do sector farmacêutico como uma das mais penalizadas: 600 farmácias correm o risco de fechar em 2013; 1131 farmácias estão actualmente com fornecimentos suspensos; 457 farmácias encontram-se em processos judiciais.Perante este cenário, tornou-se importante agir. E agir não só porque sim. Agir porque urge a necessidade de assumir uma posição forte e claramente ponderada. E nós enquanto estudantes de Ciências Farmacêuticas devemos fazê-lo. Por um futuro melhor, pelo nosso Futuro.Como muitas vezes ouvimos, somos o futuro desta profissão. E se o queremos ser na prática, não nos podemos agarrar a um passado já consumido pelas recentes mudanças de paradigma. Acreditamos no valor do acto farmacêutico para o doente como algo insubstituível para o seu apoio. Reconhecemos o valor, dedicação e vontade de mudar de uma classe que se tem deparado com imensos entraves no seu plano de acção diário.Envolvidos por palavras de apoio, apreço e motivação por parte das entidades promotoras da acção de sensibilização “Farmácia de Luto” (ANF, Ordem do Farmacêuticos, APJF – Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos, Sindicato Nacional dos Farmacêuticos e APEF, em representação de todas

as AE de Ciências Farmacêuticas), a Reunião Magna prosseguiu numa marcha lenta até às portas do Ministério da Saúde. Caracterizada pela pacificidade dos intervenientes e pelo silêncio inerente à mesma, todos os participantes, estudantes e Farmacêuticos, puderam deixar ao titular da pasta da Farmácia do Ministério da Saúde as 223929 assinaturas recolhidas pela petição desenvolvida pela iniciativa “Farmácias de Luto”. Este número revela algo bastante conclusivo: não só a classe farmacêutica pretende que o acesso ao medicamento, por parte da população portuguesa, seja fundamental, como o gesto simples e solidário da assinatura da petição foi a prova de que os utentes esperam que as farmácias não sejam encerradas.No término desta marcha, e entre diversos gritos de ordem e cartazes alusivos ao tema: “Vejo-me grega para ter um medicamento”, “Para isto não há remédio”, “Não estou aqui hoje pelo valor das minhas propinas, mas sim pelo futuro dos meus avós”, foram postos em prática dois gestos simbólicos: os estudantes deixaram os seus diplomas de curso no chão, em representação da incerteza da valorização da sua formação no futuro profissional, e os Farmacêuticos deixaram as chaves das suas farmácias, simbolizando o previsto futuro fecho de muitas Farmácias a nível nacional.Por fim, não esqueçamos que a ameaça de colapso de muitas farmácias não pode ser encarada como um problema de um sector mas como uma situação séria de uma enorme abrangência social.Não fiquemos indiferentes a esta situação! Porque os Estudantes são o futuro desta profissão…

Por | Flávio Monteiro

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40 Novembro 2012 | pharmacevtica 61

Não há duvida que, em Portugal, a profissão farmacêutica já viu melhores dias. Muita tinta se tem gasto ao redor desta problemática: opiniões, pseudo-soluções, lamentações e sugestões...Hoje, não vos venho falar de desgraças. Não vos venho aborrecer com o novo Contrato Colectivo de Trabalho, com a redução das remunerações, a redução na remuneração das horas extraordinárias, o aumento do número de horas de trabalho e a dificultada progressão na carreira.Hoje, não vos venho falar das dificuldades a que assistimos pois, enquanto novas medidas de sustentabilidade não forem tomadas, há que trabalhar e ser produtivo!Pois então, colegas, aceitemos e enfrentemos o desafio!Ser farmacêutico pode ser, neste preciso momento, uma profissão bastante diferente da que conhecemos.Do outro lado do Atlântico, a realidade é outra. Está estimado que entre 2006 e 2016 a procura de farmacêuticos, nos Estados Unidos da América, ultrapasse os 22%. Os salários, esses, variam entre os 80 000 e os 140 000 dólares anuais (62 000€-110 000€).As grandes diferenças residem também na comparticipação: nos EUA são as seguradoras (empresas com fins lucrativos) que pagam a medicação dos utentes, uma realidade muito diferente da nossa. Infelizmente, os interesses terapêuticos do doente nem sempre estão defendidos, perante os

interesses lucrativos das seguradoras, o que coloca o farmacêutico numa posição bastante complicada e, muitas vezes, stressante.O sector da Farmácia Comunitária é o que emprega a maior parte dos Farmacêuticos, cerca de 62%; 23% optam pela carreira hospitalar e, os restantes, têm lugar na Indústria Farmacûtica, entidades estatais, e , ainda, em Farmácias online, sendo esta última posição a que mais se distingue da carreira farmacêutica em Portugal. A típica Farmácia americana assume-se um pouco mais evoluída do que a Farmácia média do nosso país. Esta apresenta uma zona espaçosa, luminosa, à semelhança de outra loja qualquer, onde expõe os produtos de dermocosmética, outra zona que conduz ao balcão onde se encontram os medicamentos não sujeitos a receita médica, e o balcão propriamente dito, que separa esta zona, do local onde estão guardados os medicamentos sujeitos a receita médica e outros produtos mais dispendiosos.A actividade farmacêutica nos EUA centra-se cada vez mais no utente e no correcto aconselhamento acerca da utilização de medicamentos. Esta perspectiva, a par das restantes, torna este país num possível destino de emigração para nós que, sem alternativas em Portugal, temos a oportunidade de conhecer outros mundos, outras culturas, com a certeza de que é possível desempenhar uma actividade farmacêutica de excelência, mesmo que a 6000 km de distância.

Por|

Ana

Dua

rte

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Volvidos 3 meses sobre a entrada em vigor da nova lei da prescrição por DCI, este continua a ser um assunto algo polémico e gerador de grandes discórdias entre as classes médica e farmacêutica. De quem não podemos seguramente esquecer-nos é dos principais intervenientes nesta história - os utentes. Desses, ninguém fala, ninguém pergunta.Estima-se que o Estado tenha poupado, logo no primeiro mês em que se adoptou esta medida, cerca de 12,9% da despesa com medicamentos dispensados nas Farmácias. O que ninguém estimou ainda, foram os ganhos em saúde. Será que foram tão positivos quanto os ganhos em poupança?Na óptica das farmácias, tendo em conta que estas sobrevivem da margem sobre o preço dos medicamentos, passar a dispensar o genérico mais barato é, sem sombra de dúvida, uma situação insustentável. Estando o sector a atravessar as enormes dificuldades que todos conhecemos, a aprovação desta lei veio, seguramente, declarar a morte do artista, tornando-se urgente a adopção de medidas adicionais que garantam a sustentabilidade do sector. Se colocarmos de parte os aspectos financeiros da questão, esta nova lei até que parece, à primeira vista, um tanto ou quanto paternalista, no que ao utente diz respeito, pois, atribui ao mesmo o chamado “direito de opção” no laboratório dos medicamentos que toma. No entanto, a sua aplicação prática não se revelou assim tão aprazível, tornando-se o dia-a-dia de uma Farmácia Comunitária ainda mais exigente. As boas notícias? Se a vida nos dá limões, pois então façamos limonada!Chegou a hora de mostrarmos aquilo que os farmacêuticos realmente valem. Somos uma classe distinta, dotada de uma formação de excelência, há que agarrar esta oportunidade e fazer a diferença na vida dos nossos utentes. Trata-se de um problema de semântica: como pode alguém exercer “opção” sobre algo,

quando desconhece a realidade? Quando os seus conhecimentos na matéria não são suficientes para garantir uma ‘opção’ que assegure os seus interesses?É isto que se passa com os nossos utentes, quando lhes damos uma embalagem que não conhecem, levando-os a pensar que se trata de um outro medicamento, o que em muitos dos casos leva a duplicações de terapêutica. A adesão à terapêutica está severamente comprometida. E é aqui que a posição do farmacêutico, enquanto formador da população, assume especial importância. Cabe-nos resumir e simplificar toda a informação de que dispomos e explicá-la abertamente aos utentes, para que estes possam decidir em consciência. Está na hora de mostrar que o Farmacêutico tem um papel essencial e insubstituível na sociedade. Está na hora de mostrar aos nossos utentes que merecemos a confiança que depositam em nós.

Por| Ana D

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Por| Rafaela Proença Nem sempre é fácil conseguir harmonizar os diferentes elementos que compõem o puzzle do nosso dia-a-dia. Balançar o tempo que é necessário dedicar à faculdade, família, amigos e a outras actividades que nos preencham revela-se, com frequência, uma tarefa complicada e até frustrante. Podemos mesmo ser assaltados por um sentimento de impotência ao contemplar uma agenda preenchida, em que resta tão pouco espaço pessoal.Nestas alturas, quando o tempo parece não ser o suficiente para todas as metas a alcançar, é imperativo fazer uma tentativa no sentido da organização. Há que aprender a fazer uma adequada gestão do tempo e isso passa, indubitavelmente, pelo estabelecimento de prioridades. Reside na capacidade de discernir o que é realmente fulcral do que é acessório, a chave para maximizar o tempo útil e contornar, assim, situações de stresse que possam, de outra forma, surgir. Se muitas vezes é inevitável que um compromisso seja colocado no lugar cimeiro da tabela de prioridades em detrimento de outra actividade que preferiríamos

abraçar, devemos estipular um prazo realista para a sua concretização. Seguidamente poderemos então dedicar-nos ao hobbie da nossa escolha sem qualquer sentimento de inquietação ou culpabilidade, aproveitando-o em pleno. Outro aspecto importante sobre como gerir o tempo passa por traçar planos tendo em mente objectivos concretos e prazos definidos. É importante haver esta organização para que não divaguemos e nos mantenhamos focados evitando assim desperdiçar tempo, esse bem cada vez mais valioso.Seguindo estas normas é possível disfrutar de uma estabilidade e sentimento de realização sem que seja necessário sacrificar as coisas que mais prazer nos dão fazer. Vivemos num mundo acelerado a um ritmo electrizante e temos vidas agitadas que se enquadram no mesmo. É da responsabilidade de cada um de nós geri-las da melhor forma para que consigamos tirar o melhor partido das mesmas, procurando alcançar o equilíbrio e a felicidade. Tudo isto porque, em última instância, estes são os aspectos mais importantes na nossa vida.

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Por | Rafaela Proença

Pelo segundo ano consecutivo, com organização a cargo do GESP, decorreram os estágios de Verão AEFFUL. Contou esta nova edição com um maior número de vagas, objectivo proposto e cumprido, depois da forte adesão a esta iniciativa, no ano anterior. Os estágios estenderam-se ao longo de 15 dias, distribuídos entre 23 de Julho e 14 de Setembro. Várias foram as áreas contempladas, nomeadamente: Indústria Farmacêutica, Análises Clínicas, Farmacovigilância, Distribuição e Farmácia Comunitária. No que diz respeito à indústria, Bruna Tavares, aluna do 5º ano do MICF, concorreu, como muitos outros, e foi selecionada para estagiar na Angelini Farmacêutica. “Neste estágio tive a oportunidade de contactar com quatro grandes áreas: Assuntos Regulamentares, Business Development, Farmacovigilância e Treino. Sem dúvida que foi uma experiência muito enriquecedora em vários

aspectos. A par dos conhecimentos que adquiri, fiquei com certas noções sobre o que eventualmente gostaria de fazer no futuro. Gostei da autonomia, dos desafios diários e dos objectivos semanais. Tive, neste estágio, a percepção da complexidade que o mundo do trabalho envolve e das competências que exige. Na faculdade somos formatados para um fim, ali somos “obrigados” a desformatar e a pôr em prática conhecimentos teóricos. E o MICF tem mesmo a lacuna de não tirar partido das valências que o curso de Ciências Farmacêuticas oferece.”Já o estágio em Análises Clínicas decorreu no Grupo Joaquim Chaves e o de Distribuição na Plural. Foram também abertas duas vagas na Unidade de Farmacovigilância do Sul, na FFUL e muitas outras por diversas Farmácias Comunitárias em Lisboa.Tendo sido considerada pelos participantes uma mais-valia no seu currículo e uma ferramenta importante para a sua formação e especialização, antecipa-se já a realização de uma 3ª edição de estágios, a ter lugar no próximo ano.

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Por| Tiago Vieira

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NRP: Lançaram no princípio do ano um álbum novo, o segundo desde a mudança de vocalista. É essa a única razão que levou a chamar-se 2?

F: É uma das razões, mas não a única! É claro que o facto de ser o segundo álbum gravado pelos Fingertips após a chegada da Joana foi um dos grandes motivos. Mas a isso se alia também toda a dualidade com a qual nos deparamos diariamente: o certo e o errado, a noite e o dia, o branco e o preto, o silêncio e o ruído. No fundo, os dois olhos com que vemos o mundo e as duas mãos com que o tocamos, certos de que isso só funciona ao ritmo de um só coração.

NRP: Como correu a tour? Como acham que foi a reacção do público perante este novo álbum?

F: A “2 Tour” estendeu-se de Março a Junho e tivemos a oportunidade de pisar diversos palcos. O feedback que tivemos por parte do público foi muito positivo. Algumas salas mais expansivas do que outras mas, de uma forma geral, todas elas bastante calorosas! Não há nada melhor para nós que ver o público a cantar as nossas canções, a aplaudir-nos de pé e a gritar que regressássemos ao palco. Ou então, chegar ao fim de um concerto e ter pessoas a dizerem-nos que dia após dia as nossas canções são a banda sonora das suas vidas. É este tipo de emoções que nos dá a força e a motivação para continuar o nosso caminho!

NRP: Qual foi o concerto do ano para vocês?

F: Para nós todos os concertos são especiais! Quando subimos ao palco sabemos que iremos ter à nossa frente pessoas que criaram expectativas em relação aos Fingertips, que pagaram um bilhete para nos ver e que querem viver um momento diferente do que um dia normal lhes pode proporcionar. Como tal não contamos dar menos que o nosso melhor, em cada concerto!Não tivemos um concerto do ano, tivemos vinte e muitos concertos do ano! E o ano ainda nem chegou ao fim!

NRP: Estão neste momento a trabalhar num álbum novo?

F: Os Fingertips estão sempre debruçados em coisas novas! Neste momento estamos em estúdio a preparar a nossa digressão internacional, que terá início no mês de Outubro, na China. Mas também já há novas ideias a encher as salas do estúdio e esperamos que o contacto com novas culturas nos abra outras portas ao nível da inspiração!

NRP: Para quando o podemos esperar?

F: De momento, as novas ideias ainda se encontram numa fase embrionária e, como tal, ainda não foi delineada uma data para apresentar o novo álbum. Mas esperamos que 2013 seja um ano feliz nesse sentido!

NRP: No processo criativo quais são as vossas principais referências musicais?

F: Quanto mais música ouves, mais fácil se torna perceber aquilo que faz uma canção resultar ou não junto do público. Ouvimos música diariamente. Todo o tipo de música ou, pelo menos, aqueles artistas que consideramos mais inspiradores! Por exemplo, não passamos sem ouvir Queen, U2, Muse, Pink Floyd, the Killers ou the Temper Trap. E há também a velha guarda, como Ray Charles, Nina Simone, Billie Holiday, Bob Dylan, Jeff Buckley, entre outros.

NRP: Do que “falam” as músicas dos Fingertips? Que ideias e sentimentos passam?

F: Geralmente, ficamos colados às coisas que apresentam um mix de sentimentos, principalmente quando conseguimos sentir algo e o seu oposto. É como quando experimentas aquelas gomas agri-doces e pensas que é o melhor sabor do mundo. Na música também funciona assim!Tudo aquilo que nos rodeia nos inspira. As pessoas, os lugares, os cheiros, as estações do ano, a corrida contra o tempo, as paixões fugazes, as outras mais duradouras, a solidão… As músicas contam histórias, sobre o amor, a amizade, viagens, o sentimento de perda. Mas também podem abordar questões da humanidade, como a pobreza, a fome ou as guerras. Temos também outras que gritam incessantemente contra a nossa forma distraída de destruir o ambiente, causando o degelo, o aquecimento global, a desflorestação. Na música é possível escrever sobre tudo, mesmo que seja escrever sobre Marte!!

Volvido meio ano sobre o lançamento de “2”, segundo álbum dos Fingertips (F) com a nova vocalista Joana, o Núcleo Redactorial da Pharmacevtica (NRP) foi saber um pouco mais sobre esta banda de renome no panorama musical nacional.

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INTERROGAÇÕESPor | Bernardo Rodrigues

De pálpebras cerradas enfrento a escuridão. Será que foi o fim? Ou será que é apenas um novo início? Mais, se um fim for um início, então por que razão se chama fim? Aliás, se tudo na vida é um ciclo, então não há fins nem inícios, apenas uma sucessão infinita de etapas intermédias. Afinal, até o actual passado já foi outrora futuro e presente. Se assim o é, será que estava de alguma forma predestinado?

Vareio incessantemente em busca de respostas que tendem a não surgir (estarão elas bem camufladas ou serei eu que as estou a procurar mal?). Imagens inundam-me sob a forma de pretérito perfeito transparecendo um presente antagónico. Ai, o quão efémeros são os momentos e o quão eterna é a memória!

As pálpebras começam a abrir-se. Lentamente. Afinal, para quê ter pressa? Se não há um fim, como dizem, tenho todo o tempo de que necessito.

Subitamente, medo. E é então que elas se voltam a recolher. Digladio-me com o meu subconsciente. Quero contemplar o que há para além de mim. Quero Ver.

Os olhos agora semicerrados brilham, deixando-me a visão turva. Mantenho-os nesta posição como forma de protecção do mundo para mim; do passado conhecido para o futuro incógnito. Apercebo-me do significado de injustiça. Tomo consciência do que significa ausência.

Suspiro tentando ganhar um último fôlego para enfrentar a realidade; cerro os dentes; contraio os punhos. Um arrepio percorre-me o corpo ao pensar no vazio que sinto. Morosamente abro os olhos cansados e tristes, quais janelas da minha alma. Observo agora um mundo mais incolor, mais inodoro, muito mais insípido: tudo parece

diferente para mim, tudo se mantém inalterado para os outros. Tento rapidamente revestir-me de indiferença mas parece que essa capa já não me serve.

É então que me aproximo da janela e olho a paisagem ao longe. Hoje o sol a oeste não marca o final de um dia, mas sim o começo de uma vida diferente onde, porém, as incomensuráveis interrogações permanecem. Talvez um dia perceba o “porquê” de tudo isto. Por hoje, prefiro ficar na ignorância.

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