Philippe Pinel - Pablo de...
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Philippe Pinel 1745-1826
http://www.medarus.org/Medecins/MedecinsTextes/pinelp.html
Considerado o pai da psiquiatria.
Os escritos de Pinel refletem um pensamento inspirado nas concepções de humanismo e liberalismo, de forte influência Iluminista.
É o nascimento de uma nova
epistemologia, uma nova visão do
homem que, diante de conflitos,
expressa seu sofrimento humano
através da mente e da alma.
Pinel estabeleceu os fundamentos da
clínica, ao diferenciar a metodologia
entre duas atividades médicas:
1. Observar sistematicamente os
fenômenos patológicos,
2. Tentar explicá-los.
Pinel recebeu as luzes iluministas dos escritores Condillac e De Cabanis, com os quais manteve vínculos de amizade.
Influíram sobre ele especialmente Descartes e os enciclopedistas do século XVIII.
• As idéias de Descartes e dos
enciclopedistas contribuíram para o
nascimento da psiquiatria por
"naturalizar" o espírito do homem,
tornando seu pensamento mais
racional.
Pinel e o "tratamento moral
Em 1793, Pinel passou a diretor do Hospício de Bicêtre.
Em 1795 Pinel foi nomeado médico chefe do Hospital Salpêtrière, um asilo feminino onde as doentes eram tratadas do mesmo modo que em Bicêtre.
• Pinel aplicou os mesmos métodos e
obteve os mesmos bons resultados,
como livrar as doentes das correntes
que as prendiam, muitas acorrentadas
por 30 a 40 anos.
Inspirado por suas idéias, mas
também em seu encontro com Jean-
Baptiste Pussin [1746-1811],Pinel criou
sua teoria do “tratamento moral”.
Pussin partilhou com Pinel seu saber-
fazer, lhe ensinando seus princípios
empíricos fundados sobre a
observação e a experiência.
Pinel fez referências elogiosas àquele a
quem teve a sabedoria de escutar.
- Pinel desenvolveu sua tese do “tratamento moral” (ou psicológico), baseado no princípio de que o doente possui um fundo de razão pelo qual se pode comunicar com ele e influenciar.
- O doente adquire então o status de sujeito.
- Propôs que a causa das enfermidades mentais eram alterações patológicas no cérebro, decorrentes de fatores hereditários, lesões fisiológicas ou excesso de pressões sociais e psicológicas.
- Proibiu práticas de tratamentos como a
sangria, os vômitos induzidos e os purgantes e adotou o diálogo e atividades ocupacionais.
• Sob sua direção, o Hospital da Salpêtrière tornou-se um dos mais conhecidos estabelecimentos neuropsiquiátricos do mundo.
http://www.psicologia.org.br/internacional/artigo4.htm
• Costuma-se falar de Pinel como um
homem dotado de generosidade
incomum à sua época. Homem
bondoso, cheio de atos caridosos para
com os sofredores.
• O libertador dos alienados, aquele que
lhes quebrou as correntes e lhes deu
dignidade, que os retirou das celas às
quais estavam confinados há anos,
deixando a sociedade e a classe
médica estarrecidas frente a seus atos.
Em 1791 Pinel escreveu “Nosographie
philosophique”
Pussin, com seu saber e seu saber-fazer
não-médico, revelou um método de
tratamento pela palavra como instrumento
de tratamento.
É considerado o primeiro enfermeiro em
psiquiatria.
Não foi Pinel quem libertou os loucos de
suas correntes, como seu filho Scipion e
Esquirol escreveram.
Pussin, que teve uma influência
considerável sobre Pinel.
- Pussin utilizava-se da palavra para
consolar, controlar as forças psíquicas, influenciar e orientar o doente.
- Pinel, no seu “Traité médico-philosophique sur l`aliénation mental ou manie” de 1801, fez referência a um manuscrito de observações de Pussin sobre os doentes, com as razões pelas quais os libertou das correntes.
- Também nessa obra considera a "mania" ou a "psicose maníaca", a doença mental típica e a mais freqüente.
O manuscrito foi encontrado e
publicado num artigo de Weiner [1980].
O que sabemos de Pussin foi relatado
por Pinel em sua obra sobre o
tratamento moral.
Com a morte de Pussin em 1811, Pinel
nomeou Esquirol para o seu lugar, como
“médico-vigilante”.
Pussin não serviu de modelo para os
futuros “guardas de loucos” ou
enfermeiros.
- Essa decisão, que parece difícil de
compreender hoje em dia, seria devido a
atitude de Esquirol.
- Pussin era homem de personalidade
forte, tinha tendência a não respeitar a
hierarquia institucional estabelecida e
tomava iniciativas que nem sempre eram
apreciada por Pinel.
A medicina sempre pertenceu aos
médicos que, diante da necessidade de
serem auxiliados, exigiam que seus
auxiliares se ocupassem do
funcionamento cotidiano da instituição,
mas de nenhuma maneira tivessem
acesso aos conhecimentos e as
práticas médicas.
Pinel considerava a alienação mental
como uma doença orgânica.
Um distúrbio das funções intelectuais,
das funções superiores do sistema
nervoso.
Por isso as situou na classe de
neuroses, isto é, afecções do sistema
nervoso “sem inflamação nem lesão
estrutural”.
O cérebro era a sede da mente e a
alienação mental fazia parte das
neuroses cerebrais, que eram de dois
tipos:
1. abolição da função – afecções
comatosas.
2. perturbação da função – vesânias ou
doenças mentais.
As vesânias eram as doenças mentais,
a loucura propriamente dita.
Outras doenças mentais que não
faziam do sujeito um alienado:
- hipocondria.
- sonambulismo – loucura limitada ao
período do sono.
- hidrofobia – raiva.
Pinel procurou elaborar uma nosologia das grandes classes em quatro tipos, a partir de sua hipótese da loucura como distúrbio funcional do SNC, de causas morais e tratamento moral.
1. A "mania" ou "delírio geral", onde se incluem os quadros esquizofrênicos, maníacos e hipomaníacos.
A mania propriamente dita – na época,
mania era sinônimo de loucura, daí o
termo manicômio ou asilo, e o título
da primeira edição: “Tratado sobre a
alienação mental ou mania”.
O delírio era generalizado e concernia a
todos os objetos, ficando lesadas
várias “funções de entendimento”.
(percepção, memória, julgamento,
afetividade, imaginação etc.) e era
acompanhado de excitação.
Pinel distinguiu uma sub-variedade:
a mania sem delírio ou mania racional,
na qual as funções do entendimento
permaneciam intactas, ocorrendo
alterações da afetividade e excitação.
2. A "melancolia" ou "delírio
exclusivo", que compreende,
sobretudo, as depressões ciclotímicas
e as formas depressivas da
esquizofrenia.
Na melancolia – o delírio se limitava a um objeto ou a uma série particular de objetos, permanecendo intactas as faculdades mentais fora desse “núcleo delirante”.
O comportamento era coerente e compreensível, se levadas em conta as idéias delirantes.
O estado afetivo e o tema do delírio, podiam ser tristes ou alegres e exaltados.
3. A "demência" ou destruição do
pensamento, onde se incluem os
paralíticos gerais (neuro-sífilis), e os
esquizofrênicos crônicos.
Demência ou abolição do pensamento –
Pinel entendia pensamento no sentido
de juízo, como Condillac.
A demência era uma incoerência na
manifestação das faculdades mentais.
4. A "idiotia" ou ausência de todas as
faculdades mentais.
Idiotismo como a obliteração das
faculdades intelectuais e afetivas.
A supressão da atividade mental, ficando
o sujeito reduzido a uma existência
vegetativa.
A “monomania” – idéia fixa, numa mente
sã, aliás, foi o principal diagnóstico
psiquiátrico do início do séc. XIX.
A mania abarcava todos os estados de
agitação: maníacos, epiléticos,
confusionais, esquizofrênicos, histéricos.
Para isso servia-se dos sintomas mais
salientes, o que resultou nas loucuras
sintomáticas e as loucuras idiopáticas,
que seus discípulos deram
continuidade.
Pinel (1809) classifica as doenças
mentais em:
I. “Formas de alienação Mental”:
1. a) Mania (delírio geral, com ou sem
furor);
b. Mania raciocinante (aparentemente
sem delírio);
2. Melancolia (delírio parcial;
3. Demência;
4. Idiotia;
II. Alternância entre mania e
melancolia.
Pinel teve muitos discípulos sendo
Esquirol o mais importante.
Jean Étienne Dominique
Esquirol [1772 –1840], foi
discípulo de Pinel.
Formou-se em medicina e
foi trabalhar com Pinel em
1801 no Hospital
Salpetrière.
• Escreveu “Les Passions considérées
comme cause, symptôme et moyen de
la maladie mentale”, em 1805, e “Des
maladies mentales considérées sous le
rapport médical hygiénique et médico-
légal”, em 1840, a sua principal obra.
Esquirol se destacou como brilhante
reformador e fundador da Escola francesa
de psiquiatria.
Foi assistente de Pinel na Salpétrière, onde
ministrou cursos sobre o tratamento da
insanidade.
Definia a loucura como “uma afecção
cerebral comumente crônica, sem
febre, caracterizada por distúrbios da
sensibilidade, da inteligência e da
vontade”.
O trabalho de Esquirol foi o
aprofundamento clínico, pois ele era um
excelente observador e suas descrições
clínicas são muito mais completas do
que as de Pinel.
Ele levou adiante a análise e a distinção
entre as síndromes psicopatológicas.
Esquirol foi o mais fiel e mais ortodoxo
de seus discípulos e sua obra é, toda
ela, a aplicação, a ilustração e o
aprofundamento das idéias de Pinel.
Teve discípulos importantes, como
Moreau de Tours, Baillarger, Bayle,
Falret e Georget e outros que
constituem a Escola Francesa de
Psiquiatria, marco da ciência no século
XIX.
A partir de 1820, Esquirol substituiu
Pinel como chefe do Hospital.
Fundou a primeira clínica particular para
doentes mentais da França dirigida por
um médico.
Contribuiu para a criação de categorias
ainda mais precisas para a recém-
criada psiquiatria.
Esquirol dividiu sua nosografia em
quatro grupos: demência, idiotia, mania
e monomanias, dando assim maior
coerência ao corpo teórico proposto
por Pinel.
Os organicistas como Griesinger e Jean-
Paul Falret se interessavam pela cura da
doença e começavam a fazer a
classificação das doenças mentais
diferenciadas.
Falret lutava pelo reconhecimento da
especialidade psiquiátrica.
http://www.serpsy.org
O nascimento da Psiquiatria
A lei de 1838, proposta por Esquirol,
instaurou os asilos para tomar conta
dos “doentes mentais” até a aplicação
da setorização dos anos de 1970.
A partir do início do século XIX, duas
explicações da doença mental
começaram a se desenhar:
- uma que associa a doença mental aos
doentes do sistema nervoso
(organicismo),
- outra inspirada pelos psiquistas
alemães (psiquismo), que concebiam
a loucura como erro de percepção.
Esquirol classificou os Gêneros de
Loucura:
1. Lipemania (lype=tristeza, delírio parcial
com tristeza e depressão);
2. Monomania (delírio parcial com alegria);
3. Mania (delírio geral com excitação);
4. Demência (enfraquecimento dos órgãos
do pensamento);
2. Idiotia.
Estabeleceu uma correlação
específica entre as
alterações da aracnoides,
uma paralisia geral
incompleta, e o transtorno
das faculdades intelectuais
com evolução para a morte
em estado de demência
caquéxica.
Antoine
Laurent
Jessé Bayle
[1799-1858].
A visão organicista da doença mental
surgiu desde que Bayle, junto com
Fournier, classificou em 1799, a
primeira doença mental: a paralisia
geral progressiva.
Bayle deduziu que todas as doenças
mentais tinham causa orgânica.
Bayle, em 21 de novembro de 1822, defendeu sua tese, Recherches sur les maladies mentale, na qual descreveu um estado de demência com paralisia incompleta, assinalando um tempo essencial na história da psiquiatria.
A partir de 1830, não se ocupou mais de psiquiatria, a não ser por ocasião de polêmicas sobre a paralisia geral.
Os trabalhos de Bayle foram
negligenciados por quase 40 anos, até
serem finalmente levados a sério.
Marcou o nascimento de uma psiquiatria
de orientação científica, inspirada no
desenvolvimento da patologia cerebral,
que teve na Alemanha, nas figuras de
Kaulbaum e de Kraepelin, seus principais
expoentes.
Karl Kahlbaum
1828 - 1899
Seus trabalhos
demonstraram a
correlação entre o
quadro clínico e os
achados anátomo-
patológicos da
paralisia cerebral.
Os psiquiatras clássicos trocaram a
disfunção pela lesão e adotaram a
postulação anatomista de Griesinger, de
que as doenças mentais são, antes de
tudo, afecções cerebrais.
Além disso, seus trabalham também
caminharam para a construção de nova
nosologia, priorizando o critério
evolutivo, a história natural das
doenças, que teve seu apogeu com
Kraepelin.
O seu Compêndio de Psiquiatria, de
1913, após oito edições, transformou-se
num tratado de quatro volumes e 2500
páginas.
Tal como a medicina, a psiquiatria
sonhava ter um dia sua base assentada
no método anátomo-clínico.
Com Bayle e a teoria da degenerescência,
o elemento moral ganhou os contornos
do controle da sexualidade e da
procriação, que como todos os elementos
naturais da humanidade, precisavam
adaptar-se à cultura e às normas, para o
controle de seu aspecto excessivo,
perigoso para a razão.
Bercherie, 1989, p. 149-160
Bayle, através da caracterização das lesões
cerebrais na paralisia geral, construiu a
primeira enfermidade médica fundada na
anatomia-patológica.
Como Morel (1857) sobre a
degenerescência, definida como desvio de
um tipo primitivo perfeito, transmissível
hereditariamente.
E como Magnan (1870), que sintetizou
as duas correntes redefinindo a idéia
de degenerescência à luz do
evolucionismo.
Roudinesco, E. Théroigne de Méricourt
- Uma mulher melancólica durante a
Revolução. Rio de Janeiro, Rocco -
1997.
A partir de então, os médicos começaram a dissecar os cérebros dos pacientes que faleciam nos asilos, a fim de detectar o elemento demonstrável e não provocado da doença mental.
No entanto, não encontravam nenhuma demonstração da etiologia na realidade física do corpo,
As duas patologias mentais de freqüência considerável eram a demência precoce e a loucura maníaco-depressiva.
Ambas as patologias exibiam uma sintomatologia exuberante sem que se pudesse, por mais que se examinassem o cérebro dos pacientes, encontrar algo conclusivo.
Foi Freud que em 1893 diferenciou as paralisias orgânicas das histéricas, demonstrando que a histeria não era articulada ao campo anátomo-patológico.
Ernest-Charles Lasègue [1816-1833]
Propôs estudar a história do
paciente para encontrar a
causa das doenças mentais.
O papel das atitudes
parentais e das interações
familiares era primordial.
.
Com Jean-Pierre Falret, introduziu conceito de « folie à deux » para descrever o surgimento de sintomas psicóticos nos membros da família vivendo sob o mesmo teto.
Descreveu a anorexia mental e o delírio de perseguição.
Em 1864, publicou “Des maladies mentales et des asiles d’aliénés”.
Falret se dedicou ao estudo e tratamento dos doentes mentais e ao futuro dos homens, mulheres e crianças doentes mentalmente.
Interessou-se por todas as pessoas que
apresentavam algum tipo sofrimentos psíquicos, deficientes mentais, que sofriam de problemas de comportamento.
As perspectivas de integração social dos
doentes recuperados eram e ainda hoje é praticamente nula.
Jules Baillarger apresentou em 1854, na Academia Imperial de Medicina um trabalho onde descrevia uma nova variedade de loucura, chamada loucura de dupla forma, cuja característica principal era a presença de episódios maníacos e depressivos.
Seu colega Falret o acusou de plagio, pois já havia publicado anteriormente uma descrição minuciosa do mesmo problema ao qual chamou de loucura circular.
A descoberta de Falret marca uma data fundamental na história da nosologia dos problemas mentais.
Contrariamente a opinião geralmente aceita que a alienação mental era uma entidade única com manifestações sintomáticas diversas, Falret afirma que existia em psiquiatria como na medicina, doenças mentais distintas.
Sua etiologia era ainda desconhecida, mas já se poderia isolar as manifestações sintomáticas e a evolução, como ele havia feito com a loucura circular, que era segundo ele, junto com a paralisia geral, a única verdadeira doença mental até então identificada.
Esses princípios foram adotados por Kraepelin e os principais conceitos nosológicos, propostos em 1900, são até hoje admitidos.
Kraepelin atribuía a maior parte das manifestações psicóticas à duas doenças: a Demência Precoce, mais tarde chamada de Esquizofrenia, e a Psicose Maníaco-Depressiva, opostas principalmente pela presença ou ausência de uma evolução para um estado de deteriorização mental.
A partir de 1966, J. Angst e C. Perris demonstraram a especificidade de sua hereditariedade e a nomearam de transtorno bipolar. Os estudos recentes estenderam os limites do transtorno para além de sua descrição clássica.
O que se chama de aspecto bipolar incluído agora, sobre a base de argumentos clínicos, biológicos, genéticos e terapêuticos, as manifestações puramente maníacas e hipomaníacas e mesmo algumas puramente depressivas.
Cento e cinqüenta anos após seu nascimento, a loucura circular de Falret tornou-se um dos principais focos de pesquisa em psiquiatria.
A loucura circular de Falret foi incorporada na segunda como uma de suas múltiplas formas sintomáticas.
Bénédict Augustin Morel (1809-1873), foi o primeiro a usar o nome Demência Precoce.
Publicou o “Tratado das degenerescências”, onde propõe que as doenças mentais resultam de um processo de transformação do tecido nervoso, que se daria em quatro etapas:
1. Predisposição
2. Desequilíbrio
3. Estigmas
4. Síndromes episódicas.
Elaborou uma teoria dos fatores hereditários em psiquiatria e construiu uma nosologia geral das doenças mentais sobre uma base etiológica.
“as doenças mentais são, na maioria dos casos, uma expressão privilegiada da degeneração”.
“indivíduos nervosos podem se tornar cretinos”.
Morel é o pai da teoria da degenerescência, da demência precoce e do delírio emotivo, três conceitos que permitiram aos alienistas franceses se oporem aos alienistas alemães.
Tentando explicar por uma etiopatogenia única a degenerescência hereditária, a unicidade da alienação mental, apesar de suas múltiplas faces sintomáticas de gravidade crescente.
Contribuições de Morel:
Alienações Hereditárias:
a) Loucura Lúcida (raisonnante);
b) loucura moral;
c) Loucura Instintiva;
d) etc..
2. Alienações por Intoxicação:
• Alcoolismo;
• Narcotismo;
• Ergotismo;
• Pelagra;
• Impaludismo;
3) Alienações por Doenças Nervosas (nevroses):
• Loucura Histérica;
• Loucura Epiléptica;
• Loucura Hipocondríaca;
4) Alienações Idiopáticas:
• Demência consecutiva;
• Paralisia Geral;
5) Loucuras Simpáticas;
6) Demência (estado terminal, terminatif);
Fundou suas raízes não nas teorias psiquiátricas da época, mas no pensamento de Santo Agostinho e de Rousseau, nas correntes cristãs e sociais democráticas da Revolução francesa.
Influenciou pensadores como Magnan,
Krafft-Ebing, Galton, Lombroso e Zola.
Étienne Jean Georgete (1795-1828). Foi aluno de Pinel de Esquirol na Salpetrière. Adepto da doutrina de Gall, ele procurava encontrar uma relação as doenças mentais e a fisiologia do cérebro. É um dos primeiros a distinguir a psiquiatria da neuropsiquiatria, e precisa a classificação das doenças mentais estabelecidas por Pinel. Ele e Esquirol lutaram contra os internamentos abusivos.
Franz Joseph Gall (1758-828), renomado neuroanatomista e fisiologista, pioneiro no estudo da localização das funções mentais no cérebro.
Jean-Martin Charcot
[1825-1893] estudou a
hipnose e a histeria.
Considerava que estes
dois fenômenos eram
devidos a uma debilidade
orgânica do sistema nervoso.
Sua concepção era combatida
pela escola de Nancy
que defendia a natureza
sugestiva e não orgânica
de tais fenômenos.
Diretor do Hospital de la Salpetriere , o mais importante centro de investigações sobre o cérebro de sua época. Mestre de Pierre Janet, um dos grandes nomes da psicologia experimental e de Sigmund Freud. Ambos estudaram com ele os fenômenos do hipnotismo.
Auguste Lèbeault (1829-1904), médico francês que se interessou pelo estudo da hipnose e da sugestão verbal: “a sugestão, dizia ele, é a chave da hipnose”. O mundo inteiro se voltou para Nancy. As práticas inovadoras desse médico abriram as portas do
Inconsciente.
Filósofo françês, consagrou-se por suas pesquisas em psicologia experimental. Separou a psicologia da psiquiatria. É considerado o fundador da psicologia francesa.
Théodule Ribot [1839-1916]
Em 1882, ele se encontrou com Bernheim, que ficou impressionado com seus resultados.
Foi o início da Escola de Nancy, que pôs fim às teorias do magnetismo animal de Mesmer, da hipnose como prioridade natural. Mas o mundo científico francês continuou cético à essa teoria que caiu no esquecimento.
Hippolyte Bernheim (1840-1919), escreveu sua obra “Da Sugestão e suas Aplicações à Terapêutica” em 1888. Uma introdução ao estudo do transe hipnótico. Foio fundador da Escola de Nancy, escola de sugestão, em oposição à Escola de la Salpêtrière de Charcot.
Charcot considerava a hipnose um estado patológico próprio aos histéricos.
Em 1884, Bernheim definiu a sugestão como influência provocada por uma idéia sugerida e aceita pelo cérebro.
Em 1886, como uma idéia concebida pelo operador, entendido pelo hipnotizado e aceito pelo seu cérebro.
Junto com seus colegas de Nancy demonstram que os fenômenos hipnóticos e os processos habituais da vigília e o sonho são regidos pelas mesmas leis psicológicas.
Bernheim estudou o uso da hipnose na esfera da psicologia.
Para ele, a utilização da sugestão hipnótica
capacitava os profissionais da saúde de uma poderosa ferramenta terapêutica.
Através do transe hipnótico se facilitaria a
resolução de transtornos nervosos, medos, traumas, fobias; assim como, liberação de capacidades de criatividade, resolução de problemas, sendo altamente eficaz sua utilidade em cirurgia, paliativa da dor, rendimento esportivos e outros.
Em 1903, considerou que não se pode distinguir a hipnose da sugestibilidade, e declarou:
“a sugestão nasceu do antigo hipnotismo como a química nasceu da alquimia”.
Ele abandonou progressivamente a hipnose, sustentando que seus efeitos podem também ser obtidos no estado de vigília através da sugestão, segundo um método que designou sob o nome de psicoterapia.
Em 1907, no “Docteur Liébeault et la doctrine de la suggestion », propõe o conceito de ideodinamismo, segundo o qual toda idéia sugerida tende a se fazer ato.
http://psychiatrie.histoire.free.fr/pers/bio/ img/janet.jpg
Pierre-Marie-Félix
Janet [1859-1947]
Médico, neurologista e psicólogo francês, criou
o termo Psicastenia.
Fez importantes contribuições para o estudo das desordens mentais e emocionais, a ansiedade e a fobia. É o mais importante psicólogo francês.
Janet se dedicou ao estudo do sonambulismo e da sugestão mental, junto com Gilbert, cujos artigos foram publicados entre 1886 e 1888.
Sua tese sobre o automatismo psicológico, de 1889, relata fatos essenciais da psicologia mórbida e apresenta um método para renovar a psicologia normal através dos estudos dos fenômenos patologicamente dissociados.
Segundo Janet, a psicastenia se deve sempre à combinação de uma dificuldade psíquica, mais ou menos pronunciada com uma debilidade biológica, mais ou menos notória
O objeto central dos seus trabalhos é a histeria, conforme sua importante monografia de três partes, de 1893: “Définitions récentes de l'hystérie”, “État mental des hystériques, les stigmates mentaux”, e « Etat mental des hystériques, les accidents mentaux ».
Janet contribui em ligar as neuroses à psicoterapia: a psicoterapia é um remédio eficaz nas neuroses e uma medida estéril no tratamento das lesões orgânicas.
Para ele, a psicoterapia é essencialmente uma
educação do espírito.
Os trabalhos preliminares de Freud sobre a histeria estariam inspirados na obra de Janet, particularmente, no conceito de dissociação da consciência. Freud coincide com Janet em dois pontos essenciais:
1º. Muitos fenômenos histéricos se acompanham de um campo de consciência estreito e dissociado, que Freud e Breuer chamam de estado hipnóide, por sua analogia com a hipnose.
2º. O mecanismo patogênico da histeria consiste na dissociação de grupos de representações.
Esta dissociação se deveria, segundo Janet, à hipotensão psicológica, de gênese mais fisiológica que psicológica e, segundo Freud, aos traumas psíquicos ou à recalque de elementos psíquicos conflitivos.
Gaëtan Georges Gatian de Clérambault [1872-1934] Psiquiatra, etnógrafo e fotógrafo francês. Considerado o mais genial dos clássicos. Descreveu importantes entidades clínicas, como a erotomania e o automatismo mental.
A erotomania é o delírio de ser amado, que difere do delírio de ciúme, pois este é o delírio de não ser amado. Querer ser amada, demandar amor, querer provas e, principalmente, alas de amor é uma característica feminina, uma maneira estritamente feminina de se colocar na relação com seu gozo.
O automatismo mental, segundo Clérambault, é um grupo de fenômenos elementares e estruturais que apontam a entrada na psicose:
a) conteúdo essencialmente neutro, ao menos, em seu início,
b) b) caráter não sensorial,
c) função primária no decurso da psicose.
Eugen Bleuler [1857-1939] Médico e psiquiatra suiço, discípulo de Kraepelin, é o autor de uma obra sobre a demencia precoce, em 1911, dando o nome de esquizofrenia, onde insiste sobre os aspectos afetivos e relacionais dessa doença.
http://www.universalis.fr/encyclopedie/T322557/BLEULER_E.htm
Freud, em uma carta a Fliess, afirma: "a neurose nutricional paralela à melancolia é a anorexia. A famosa anorexia nervosa [...] é uma melancolia em que a sexualidade não se desenvolveu. [...] Perda do apetite — em termos sexuais, perda de libido" . (Freud, 1892-1899/1950: 247).